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Publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará Ano VI n N o 65 n OUTUBRO/2012 Impresso Especial 9912285067/2011-DR/CE FIEC CORREIOS 3 Impresso fechado, pode ser aberto pela ECT INOVAR PARA MUDAR Para que a indústria cearense possa participar como fornecedor da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), o desafio posto, antes de tudo, é de uma mudança cultural pela inovação, único modo de integração às transformações tecnológicas e de processos pelas quais o mundo passa /sistemafiec @fieconline Mensagem da Presidência - página 5

Inovar para mudar - sfiec.org.br · Incorporar Responsabilidade Social na essência dos processos de gestão é uma estratégia fundamental para se alcançar a sustentabilidade nos

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Publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do CearáAno VI n No 65 n OUTUBRO/2012

ImpressoEspecial

9912285067/2011-DR/CEFIEC

CORREIOS

3

Impresso fechado, pode ser aberto pela ECT

Inovar para mudar

Para que a indústria cearense possa participar como fornecedor da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), o desafio posto, antes de tudo, é de uma mudança cultural pela inovação, único modo de integração às transformações tecnológicas e de processos pelas quais o mundo passa

/sistemafiec

@fieconline

Mensagem da Presidência - página 5

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OUTUBRO 2012 | No 65

Publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará

........................................................................................

Construção civilSeTOR peRde inveSTimenTOSDificuldade para concessão de

licenciamento ambiental emperra

investimentos que chegam à casa de

6 bilhões de reais em Fortaleza

Tatu-bolamaScOTe da cOpa 2014Com a oficialização pela Fifa do

tatu-bola como mascote do evento

esportivo, animal ganha visibilidade

na luta contra a ameaça de extinção

Apoio ao crescimentoaceSSO aO cRédiTO e melhORia de geSTãOFIEC firma parcerias na busca

por caminhos para impulsionar o

crescimento das empresas mediante o

acesso ao crédito e melhoria de gestão

14

18

36Seções

MensagemdaPresidência........5

Notas&Fatos..............................6 Inovações&Descobertas..........41

Capacitação

Jogos do SESI

Feira do Empreendedor

32

42

20

Qualidade de vidaSiSTema Fiec pROmOve caminhadaCom cerca de 5 000 quilos de

alimentos arrecadados, mais de

mil colaboradores participaram da

caminhada no Parque do Cocó

EcemeOFiciaiS dO exéRciTO viSiTam FiecRoberto Macêdo mostra a oficiais do

curso de Altos Estudos do Exército

as perspectivas da economia e da

indústria cearense

10

13

Senai amplia açõeSIndústria cearense estima demanda de 161 000 trabalhadores qualificados até 2015, o que vai exigir ampliação da oferta de capacitação

cOngRaçamenTO em SOBRalMunicípio recebe 270 trabalhadores-atletas de 19 empresas para uma grande festa de encerramento dos jogos estaduais do SESI 2012

apOiO aO deSenvOlvimenTOCom três estandes e a realização de palestras, Sistema FIEC participa ativamente da feira, reafirmando sua missão de apoiar o empreendedorismo

Ausência de políticas regionaisDesunião de setores e falta de investimentos eficientes deixam Nordeste à margem do desenvolvimento nacional24

NORDESTE DESIGUAL

SIST

EMA

FIE

C / C

EDIP

/ ED

ITO

RAÇÃ

O

Incorporar Responsabilidade Social na essência dos processos de gestão é uma estratégia fundamental para se alcançar a sustentabilidade nos negócios. O Prêmio SESI enaltece, assim, as empresas que se destacam na promoção da qualidade de

vida do trabalhador, na construção de ambientes seguros, saudáveis e produtivos, o que representa um diferencial competitivo em seus negócios.

Cultura organizacional1º - Grande empresa - COMPANHIA DE BEBIDAS PRIMO SCHINCARIOL2º - Grande empresa - TRES CORACOES ALIMENTOS S/A1º - Média empresa - TINTAS HIDRACOR S/A2º - Média empresa - DINAMO ENGENHARIA LTDA1º - Micro e pequena empresa - DELTA NEGOCIOS IMOBILIARIOS LTDA. 2º - Micro e pequena empresa - FORTCOLOR TINTAS E VERNIZES LTDA.

1º - Grande empresa - COMPANHIA DE BEBIDAS PRIMO SCHINCARIOL2º - Grande empresa - DAKOTA NORDESTE S/A - Maranguape1º - Média empresa - NUFARM INDUSTRIA QUIMICA E FARMACEUTICA S.A.2º - Média empresa - REJUNTAMIX IND. E COM. DE ARGAMASSAS DO CEARA LTDA1º - Micro e pequena empresa - ALPHA METALURGICA LTDA.

1º - Grande empresa - GRENDENE S A2º - Grande empresa - DAKOTA NORDESTE S/A - Iguatu1º - Média empresa - AMENDOAS DO BRASIL LTDA2º - Média empresa - COBAP COM DE PAPEL LTDA

1º - Grande empresa - DAKOTA NORDESTE S/A - Maranguape2º - Grande empresa - COMPANHIA ENERGETICA DO CEARA - COELCE 1º - Média empresa - ONDAS INDUSTRIA E COMERCIO DE CONFECCOES1º - Micro e pequena empresa - CEAGRA CERAMICA E AGROP. ASSUNCAO LTDA.2º - Micro e pequena empresa - DELTA NEGOCIOS IMOBILIARIOS LTDA

1º - Grande empresa - ESMALTEC S/A2º - Grande empresa - SOMA CONSTRUÇÕES LTDA1º - Média empresa - NUFARM INDUSTRIA QUIMICA E FARMACEUTICA S.A.2º - Média empresa - C R C CONSTRUTORA RAIMUNDO COELHO LTDA1º - Micro e pequena empresa - HINEL HIDRAULICA DO NORDESTE LTDA EPP2º - Micro e pequena empresa - CECRATO CERAMICA CRATO LTDA EPP

1º - Grande empresa - FIORI INDUSTRIA E COMERCIO DE CONFECCOES LTDA2º - Grande empresa - C ROLIM ENGENHARIA LTDA1º - Média empresa - COMPANHIA DE AGUA E ESGOTO DO CEARA CAGECE1º - Micro e pequena empresa - PROTENSAO IMPACTO LTDA2º - Micro e pequena empresa - ACO-BRAS - INDUSTRIA E COMERCIO LTDA

Gestão de pessoas

Ambiente de trabalho seguro e saudável

Educação e desenvolvimento

Desenvolvimento socioambiental

Inovação

Conheça agora as empresas vencedoras da etapa estadual do PRÊMIO SESI 2012

Empresas cearenses classi�cadas dentre as 90 melhores do Brasil

Encaixe sua empresa entre as melhores da indústria

NUFARM INDUSTRIA QUIMICA E FARMACEUTICA S.A.HINEL HIDRAULICA DO NORDESTE LTDA EPP

COMPANHIA DE BEBIDAS PRIMO SCHINCARIOLTINTAS HIDRACOR S/A

DELTA NEGOCIOS IMOBILIARIOS LTDADAKOTA NORDESTE S/A - Maranguape

CEAGRA CERAMICA E AGROPECUARIA ASSUNCAO LTDA.NUFARM INDUSTRIA QUIMICA E FARMACEUTICA S.A.

AMENDOAS DO BRASIL LTDACOBAP COM E BENEFICIAMENTO DE ARTEFATOS DE PAPEL LTDA.

- Top QESH - Melhorias rumo ao topo: Observações de Segurança- Ambiente Seguro Trabalhador Saudável- TPM - Alta performance com participação de todos- Iniciativa Sala Verde - SQCDM - Dias de Sousa: Conectando Gestão e Qualidade com Desen. Sust.- Projeto socioambiental ECOVIDA Uma busca por ações sustentáveis.- Uso de Biomassa Renovável nos Fornos- PDP - Programa de Desenvolvimento de Pessoas- CUIDANDO DA GENTE- Gestão de Pessoas - Um foco na satisfação

* Empresas estaduais vencedoras concorrentes no Nacional.

3Outubro de 2012 | RevistadaFIEC |

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Revista da FIEC. – Ano 6, n 65 (out. 2012) -– Fortaleza : Federação das Indústrias do Estado do Ceará, 2008 -

v. ; 20,5 cm.Mensal.ISSN 1983-344X

1. Indústria. 2. Periódico. I. Federação das Indústrias doEstado do Ceará. Assessoria de Imprensa e Relações com a Mídia.

CDU: 67(051)

Coordenação e edição Luiz Carlos Cabral de Morais ([email protected]) Redação Ângela Cavalcante ([email protected]), G evan Oliveira ([email protected]), Luiz Henrique Campos ([email protected]) e Ana Paola Vasconcelos Campelo ([email protected]) Fotografia José Sobrinho e Giovanni Santos Diagramação Taís

Brasil Millsap Coordenação gráfica Marcograf Endereço e Redação Avenida Barão de Studart, 1980 — térreo. CEP 60.120-901. Telefones (085) 3421-5435 e 3421-5436 Fax (085) 3421-5437 Revista da FIEC é uma publicação mensal editada pela Assessoria de Imprensa e Relações com a Mídia (AIRM) do Sistema FIEC Gerente da AIRM Luiz Carlos Cabral de Morais Tiragem 5.000 exemplares Impressão Marcograf Publicidade (85) 3421-5434, 9187-5063, 8857-1594 e 8786-

2422 — [email protected] e [email protected] Endereço eletrônico www.sfiec.org.br/publicacao/revistadafiec

Federação das indústrias do estado do ceará — FiecDIRETORIA Presidente Roberto Proença de Macêdo 1o Vice-Presidente Ivan Rodrigues Bezerra Vice-presidentes Carlos Prado, Jorge Alberto Vieira

Studart Gomes e Roberto Sérgio Oliveira Ferreira Diretor Administrativo Carlos Roberto Carvalho Fujita Diretor Administrativo Adjunto José Ricardo Montenegro Cavalcante Diretor Financeiro José Carlos Braide Nogueira da Gama Diretor Financeiro Adjunto Edgar Gadelha Pereira Filho Diretores Antonio Lúcio Carneiro, Fernando Antonio Ibiapina Cunha, Francisco José Lima Matos, Frederico Ricardo Costa Fernandes, Geraldo Bastos Osterno Júnior, Hélio Perdigão Vasconcelos, Hercílio Helton e Silva, Ivan José Bezerra de Menezes, José Agostinho Carneiro de Alcântara, José Alberto Costa Bessa

Júnior, José Dias de Vasconcelos Filho, Lauro Martins de Oliveira Filho, Marcos Augusto Nogueira de Albuquerque, Marcus Venicius Rocha Silva, Ricard Pereira Silveira e Roseane Oliveira de Medeiros. CONSELHO FISCAL Titulares Francisco Hosanan Pinto de Castro, Marcos Silva Montenegro e Vanildo Lima Marcelo Suplentes Fernando Antonio de Assis Esteves, José Fernando Castelo Branco Ponte e Verônica Maria Rocha Perdigão. Delegados da CNI

Titulares Fernando Cirino Gurgel e Jorge Parente Frota Júnior Suplentes Roberto Proença de Macêdo e Carlos Roberto Carvalho Fujita.Superintendente geral do Sistema FIEC Paulo Studart Filho

Serviço Social da indústria — SeSiCONSELHO REGIONAL Presidente Roberto Proença de Macêdo Delegados das Atividades Industriais Efetivos Marcos Silva Montenegro, Alexandre Pereira Silva, Carlos Roberto Carvalho Fujita, Cláudio Sidrim Targino Suplentes Pedro Jacson Gonçalves de Figueiredo, Marcus Venicius, Coutinho Rodrigues, Ricardo Nóbrega Teixeira, Vicente de Paulo Vale Mota Representantes do Ministério do Trabalho e Emprego Efetivo Júlio Brizzi Neto Representantes do Governo

do Estado do Ceará Efetivo Denilson Albano Portácio Suplente Paulo Venício Braga de Paula Representantes da Categoria Econômica da Pesca no Estado do Ceará Efetivo Elisa Maria Gradvohl Bezerra Suplente Eduardo Camarço Filho Representante dos Trabalhadores da Indústria no Estado do Ceará Efetivo

Pedro Valmir Couto Suplente Raimundo Lopes Júnior Superintendente Regional Francisco das Chagas Magalhães

Serviço nacional de aprendizagem industrial — SenaiCONSELHO REGIONAL Presidente Roberto Proença de Macêdo Delegados das Atividades Industriais Efetivos Aluísio da Silva Ramalho, Ricard Pereira Silveira, Edgar Gadelha Pereira Filho, Ricardo Pereira Sales Suplentes Luiz Eugênio Lopes Pontes, Francisco Túlio Filgueiras Colares, Paula Andréa Cavalcante da Frota, Luiz Francisco Juaçaba Esteves Representante do Ministério da Educação Efetivo Cláudio Ricardo Gomes de Lima Suplente Samuel Brasileiro Filho Representantes

da Categoria Econômica da Pesca no Estado do Ceará Efetivo Paulo de Tarso Teófilo Gonçalves Neto Suplente Eduardo Camarço Filho Representante do Ministério do Trabalho e Emprego Efetivo Júlio Brizzi Neto Representante dos Trabalhadores da Indústria no Estado do Ceará Efetivo Francisco Antônio

Ferreira da Silva Suplente Antônio Fernando Chaves de Lima Diretor do Departamento Regional Fernando Ribeiro de Melo Nunes

instituto euvaldo lodi — ielDiretor-presidente Roberto Proença de Macêdo Superintendente Vera Ilka Meireles Sales

instituto de desenvolvimento industrial – indiRoberto Proença de Macêdo – presidente

instituto Fiec de Responsabilidade Social – FiReSORoberto Proença de Macêdo – presidente Wânia Cysne de Medeiros Dummar – vice-presidente

MensagemdaPresidênciaRoberto proença de macêdo

Atendendo a um forte desejo de cooperação da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) para com o se-tor industrial cearense foi promovida, no dia 10 deste mês, uma reunião na FIEC que contou com expressiva partici-pação de nossos sindicatos e de seus filiados, interessados em conhecer as demandas desse vultoso empreendimento em suas fases de implantação e de operação. As colocações apresentadas pelos dirigentes da CSP en-globaram, de forma clara, desde a dimensão do projeto com suas várias etapas até o seu funcionamento. Nesse conjunto de informações expostas por brasi-leiros e coreanos da equipe da side-rúrgica, foram mostradas as diversas áreas e as qualificações requeridas para que o setor produtivo do Ceará possa participar como fornecedor. Nessa reunião, a CSP deixou bem claro o seu grande interesse e empe-nho em desenvolver parcerias com as empresas locais que estejam capa-citadas a se tornarem fornecedoras de engenharia, de componentes e de serviços. Foi esclarecido que os equi-pamentos básicos da siderúrgica se-rão importados, mas que centenas de outros componentes e os mais variados serviços podem ser fornecidos por empresas cearenses que se habilitem para tal. Considerando que, por ser a CSP um player global, seus padrões são necessariamente os exigidos pela competição in-ternacional. Portanto, requerem uma relação de negócios em um patamar que para nós deve ser encarado como um desafio empolgante. Temos de nos capacitar para sermos fornecedo-res nos níveis tecnológicos demandados, nos prazos estabele-cidos pelo cronograma do projeto, na qualidade certificada e

Rumo a um novo patamar industrial

nos preços competitivos internacionalmente. Refletindo sobre o que precisamos fazer em decorrên-cia das oportunidades que nos estão sendo colocadas pela CSP, podemos adotar o caminho de busca de parcerias com outras empresas mundo afora para resolver questões de acesso a tecnologias que ainda não dispomos e de inves-timentos, num processo de nacionalização de fornecedo-res, ao longo de toda a cadeia produtiva do setor. É claro que, com relação a isso, devemos também fazer melhor uso de tudo o que já vem sendo feito pelo nosso Siste-

ma FIEC, a exemplo da aproximação universidade empresa (Uniempre), da Mobilização Empresarial pela Inova-ção (MEI), capitaneada pela CNI, dos programas Apóstolos da Inovação, Startup e do Programa de Desen-volvimento de Fornecedores (PDF), parceria do IEL com o Sebrae, além das missões internacionais e dos seminários, como o recentemente articulado pelos sindicatos Simec, Sinduscon e Sinaenco. No entanto, para nós industriais, o desafio posto é, antes de tudo, o de uma mudança cultural pela inova-

ção. Essa é a única maneira de nos integrarmos às trans-formações tecnológicas e de processos que o mundo vem passando de maneira acelerada. Precisamos fazer isso de forma individual e coletiva, dentro de cada uma das nossas empresas e nos nossos sindicatos. Há um provérbio coreano que diz: “Vá por você mesmo se quiser ir rápido. Vá em conjunto com outros se quiser ir longe”. Parafraseando essa sabedoria oriental, digo eu: Vamos juntos para irmos longe e rápidos como se fôssemos sozinhos.

“ Mudança cultural pela

inovação é a única

maneira de nos integrarmos às

transformações tecnológicas

e de processos que o mundo

vem passando de maneira

acelerada.

| RevistadaFIEC | Outubro de 20124 5Outubro de 2012 | RevistadaFIEC |

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OSInDICATo da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon/CE), entidade filiada à FIEC, realizou em 20 de outubro a Festa de

Encerramento da Copa da Construção 2012, no SESI da Parangaba. Na final da competição de futebol, que iniciou o ano com mais de 50 times formados por colaboradores de 30 construtoras, a Sert Engenharia venceu o time da Scopa Vila Sonata por 4x0. O evento reuniu cerca de 10 000 pessoas, entre trabalhadores e seus familiares. Além da partida de futebol, houve torneios de sinuca e natação, show de forró, feijoada, sorteio e brincadeiras para as crianças. Segundo a vice-presidente de Sustentabilidade do Sinduscon/CE, Paula Frota, o evento “é um dos principais momentos de confraternização com os nossos trabalhadores”.

Notas&FatosO q U e a c O n T e c e n O S i S T e m a F i e c , n a p O l í T i c a e n a e c O n O m i a

Nova diretoria tome posseSindieneRgia

Notas&FatosSindUScOn

sert ganha a Copa da Construção

cOzinha BRaSil

sesi paRtiCipa da FRutal 2012iel

estagiáRios CeaReNses ReCebem pRêmio NaCioNal

o PRoGRAMA Cozinha Brasil no Ceará, desenvolvido pelo Serviço Social da Indústria (SESI), participou da Frutal 2012, que ocorreu no Centro de Eventos do Ceará de 25 a 27 de setembro, com dicas de alimentação saudável e realização de minioficinas. O objetivo era ensinar receitas nutritivas e saborosas, oferecendo ainda degustação das mesmas para os participantes do evento em oficinas ministradas por instrutoras e nutricionistas do programa. O Cozinha Brasil já ofereceu informações sobre alimentação saudável a mais de31 000 pessoas, com 204 parcerias realizadas no estado. A Frutal é uma das maiores feiras de negócios da região. Já em sua 19ª edição, o evento não se limita ao mercado de frutas, reservando espaço para o setor de flores, agroindústria e toda a cadeia da alimentação e serviços correlatos.

DoIS ESTuDAnTES cearenses que tiveram o melhor desempenho no estágio foram premiados em 16 de outubro pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL), durante solenidade na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília. Eles receberam o Prêmio IEL de Estágio que identifica e divulga as melhores práticas de estágio no país. Na categoria micro e pequena empresa, o estagiário Alisson Patrick Oliveira Callou, estudante de Engenharia Mecânica da Unifor, foi o terceiro lugar nacional por sua prática de estágio na Armtec Tecnologia em Robótica. A estudante Daiane da Silva, do curso de Engenharia Química da Universidade Federal do Ceará (UFC), ficou em terceiro lugar na categoria média empresa, por seu estágio na Nufarm, empresa do setor agrícola. A Armtec Tecnologia e a Nufarm são empresas clientes do IEL/CE.

...................................................

n o IEL/CE está com inscrições abertas até 12 de novembro para o curso Gerenciamento de

Projetos – Teoria e Prática, que será realizado na Casa da Indústria. O objetivo é propiciar aos parti-

cipantes o conhecimento sobre o gerenciamento de projetos de qualquer porte, utilizando as boas

práticas do Project Management Institute (PMI), envolvendo planejamento, acompanhamento e con-

trole, gerência de recursos e seus principais utilitários, além de atualizar os profissionais em técnicas

cada vez mais exigidas no mercado de trabalho. O curso será realizado de 26 a 29 de novembro

e de 3 a 6 de dezembro de 2012, com carga horária de 32 horas/aula. O investimento são duas

parcelas de R$ 370. Para as empresas associadas, a instituição oferece 10% de desconto no valor

das parcelas. Mais informações: (85) 3421 6520 / 3421 6509 ou [email protected].

AGENDA

O SInDICATo das Indústrias de Energia e de Serviços do Setor Elétrico do

Ceará (Sindienergia) empossou a nova diretoria executiva para o quadriênio 2012-2016, em 1º de outubro, durante reunião ordinária da diretoria da FIEC. O presidente Elias de Sousa Carmo foi reconduzido ao cargo. De acordo com o secretário executivo, Neto Medeiros, o sindicato passou por uma fase de

reformulação e entra agora num momento de expansão. No discurso de posse, Elias de Sousa agradeceu o apoio de diretores e da presidência da FIEC e afirmou que esta gestão será voltada para a expansão do sindicato. “Com o potencial apoio que a FIEC está nos dando, vamos expandir as ações do sindicato para as áreas de distribuição e geração de energia”, disse Elias.

n o DIA MunDIAL do Pão foi celebrado em 16 de outubro. Para comemorar a data, a M. Dias Branco, líder nacional na produção de farinha de trigo, massas e biscoitos, em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip), realizou uma doação de 12 000 pães para entidades beneficentes dos estados do Ceará, Paraíba e Pernambuco. As entidades escolhidas receberam uma cesta com o Pão da Gratidão e dez tickets que podem ser trocados ao longo de um mês. Cada ticket dá direito a 60 pães. Os pães que poderão ser trocados pelas entidades com os tickets serão produzidos pelas mais de 60 padarias que aderiram à campanha nos três estados.

n nA MESMA data, o presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Estado do Ceará (Sindpan), Lauro Martins, destacou que o preço do pão para o consumidor cearense não irá subir por conta da alta dos preços do trigo no mercado internacional. Segundo Martins, não há previsão de alterações nos valores repassados ao consumidor neste ano e o preço do quilo do pão, no Ceará, deve manter o patamar atual, entre 6,50 reais e 7 reais.

CURTAS---------------------

Recicla nORdeSTe 2012

desempeNho ambieNtal das empResaso 9º PRêMIo FIEC por Desempenho Ambiental, que visa premiar empresas industriais que se destacaram na conservação do meio ambiente e implementaram atividades para a melhoria da qualidade ambiental, foi entregue no último 17 de outubro, por meio do Núcleo de Meio Ambiente (Numa), durante a solenidade de abertura do Recicla Nordeste 2012, no Centro de Eventos do Ceará. Foram premiadas as melhores práticas empresariais nas categorias Produção mais limpa, Reuso de água, Educação ambiental e Integração com a sociedade. Os vencedores foram, de acordo com a categoria: Esmaltec – Reuso de água; Coelce – Educação ambiental; Fábrica Fortaleza – Integração com a sociedade; e C. Rolim Engenharia – Produção mais limpa. A edição de novembro da Revista da FIEC trará matéria sobre a Recicla Nordeste 2012.

>> Cartas à redação contendo comentários ou sugestões de reportagens podem ser enviadas para a Assessoria de Imprensa e Relações com a Mídia (AIRM) Avenida Barão de Studart, 1980, térreo, telefone: (85) 3421-5434. E-mail: [email protected]

SindSORveTeSdia naciOnal dO SORveTe é cOmemORadO cOm paSSeiO ciclíSTicOO Sindicato das Indústrias de Sorvetes do Estado do Ceará (Sindsorvetes) comemorou em 23 de setembro o Dia Nacional do Sorvete, com a realização do já tradicional passeio ciclístico, que partiu do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, na Praia de Iracema, percorrendo um total de 14 quilômetros. Participaram cerca de 1 400 pessoas. Em sua terceira edição, com o evento o Sindsorvetes fortalece cada vez mais as marcas locais, estabelecendo fortes parcerias reconhecidas pelo consumidor cearense. Estiveram presentes empresários do setor, funcionários e fornecedores, num clima familiar. Segundo o presidente do Sindsorvetes, Roberto Botão, o passeio é uma forma de confraternização, valorizando ações de bem-estar e também estimulando o consumo da iguaria: foram distribuídos mais de 7 000 sorvetes e picolés.

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| RevistadaFIEC | Outubro de 20126 7Outubro de 2012 | RevistadaFIEC |

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Caminhada, que arrecadou cerca de 5 000 quilos de alimentos, faz parte de um variado programa interno para melhorar a qualidade de vida dos colaboradores

Saúde e solidariedade

M ais de mil colaboradores e convidados do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Sis-tema FIEC) participaram na manhã do último sá-

bado de setembro, 29, de uma caminhada que deu início ao Programa Qualidade de Vida. Com um percurso de quatro quilômetros, o evento foi realizado no Parque do Cocó e, além dos benefícios proporcionados à saúde dos participan-tes, conseguiu arrecadar aproximadamente 5 000 quilos de alimentos, além de água, que foram destinados aos atingidos pela seca no estado.

Sistema FIEC

arterial, exame de glicemia e sorteio de brin-des, é uma das ações de um variado programa interno para melhorar a qualidade de vida dos colaboradores. Segundo ela, após um diag-nóstico que avaliou a saúde física e psíquica dos trabalhadores do Sistema, decidiu-se por uma série de atividades visando conscienti-zar para a mudança de estilo de vida. “Nossa meta é sensibilizar os colaboradores a adota-rem uma vida saudável física e mentalmente, como também promover a integração fora do ambiente de trabalho.”

Nádia Valesca afirma que outras ações do Programa Qualidade de Vida do Sistema FIEC estão sendo desenvolvidas, como a vinda de uma unidade móvel odontológica à Casa da Indústria, o fortalecimento das ações do Pro-grama SESI Ginástica na Empresa e atividades culturais e de educação. Em paralelo, a área de Lazer do SESI atua com o Circuito Bem-Estar, abordando as temáticas de atividades físicas, gerenciamento de estresse, relacionamentos e alimentação saudável. Outra iniciativa do pro-grama é a contratação do Centro de Desenvol-vimento Psicoeducativo, cujo objetivo é me-lhorar a saúde psicoemocional do trabalhador e a qualidade de vida dentro e fora do ambiente de trabalho. “Todos os trabalhadores do Siste-ma FIEC, na capital e interior, serão contem-plados com essas ações”, garante a gerente.

O espírito de solidariedade e o trabalho em equipe puderam ser vistos em várias ocasiões

As doações foram arrecadadas quando das inscrições e por 18 sindicatos industriais ligados à FIEC (veja relação na página 16). Para participar do percurso no entorno do par-que, cada colaborador e acompanhante convidado trocou 1 quilo de alimento não perecível por kits da caminhada – camisa, boné, folder e vale-lanche (banana, maçã, barra de cereal e suco).

Diz a gerente de Recursos Humanos do Sistema FIEC, Nádia Valesca Paiva Braga, que a caminhada, que contou com aulão de ritmos, massoterapia, verificação de pressão

que antecederam o evento, incluindo o apoio dos sindicatos industriais, os quais participa-ram diretamente de algumas atividades, ou doaram mantimentos. A organização, a divul-gação e a montagem dos mil kits de inscrição e de alimentação contaram com o trabalho de co-laboradores de diversas áreas do Sistema FIEC. O evento teve a coordenação da Gerência de Re-cursos Humanos (GRH) e parceria das diversas áreas que compõem o sistema, sindicatos e das empresas Grendene, La Maison Buffet, Serla-res, Hapvida Saúde, Camed, Indaiá, Vulcabrás e EMN-Serviços de Urgência Médica.

Distribuição de brindes e merenda

Equipe organizadora composta de colaboradores e diretores do Sistema FIEC

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| RevistadaFIEC | Outubro de 201210 11Outubro de 2012 | RevistadaFIEC |

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Sindicatos/empresas doadores de alimentos

Sindicatos/empresas parceiros na realização

Áreas do Sistema FIEC parceiras na realização

Sindenergia, Sindbrita, Sindcarnaúba, Sindgráfica, Sindverde, Sindcouros, Sindiembalagens, Sindtrigo, Sindserrarias, Simec, Sindminerais, Sindialgodão, Sindconfeções, Sindredes, Sindiquímica, Sindlacticínio, Durametal (empresa), BSPAR (empresa) e CIC (Instituição classista).

Grendene, La Maison Buffet, Serlares, Hapvida Saúde, Camed, Indaiá, Vulcabrás e EMN-Serviços de Urgência Médica, Sindconfecções, Sindroupas, Sindenergia, Sindbebidas, Sinditêxtil e Sinduscon.

GRH, Unimarketing, ACI, Cedip, NRSE, UEC, SESI NAT Lazer, NAT Saúde, GECL/Transporte.

NAT Educação, NRSE, UEC e AIRM.

Menos 15 quilos

A pós os quatro quilômetros do percurso, que começou com alongamentos e orientações nutricionais oferecidos por profissionais

da Federação Cearense de Atletismo (FCA) e das unidades de Assessoria Técnica de Lazer do SESI, e terminou com massagens e distribuição de um lanche composto de frutas e cereais, os caminhantes participaram de um sorteio de 49 prêmios – dentre calçados, ventiladores, bolas, camisas de futebol, uma viagem de fim de semana para Maceió (AL), com direito a acompanhante, hospedagem e passagens pagas, e dez bicicletas.

Não por acaso escolhida para incentivar os colaboradores a tomarem atitudes saudáveis, a bicicleta foi destaque no testemunho do colaborador do Polo de Arrecadação da Casa da Indústria, Alexandre Magno Vieira, que, em sete meses, conseguiu perder 15 quilos depois que passou a ir ao trabalho pedalando. “Percorro dez quilômetros, ida e volta, todos os dias, até a FIEC. E, nos finais de semana, faço longos percursos, de até 30 quilômetros por vez.”

A atitude de Alexandre, que pesa 117 quilos e tem como meta chegar aos 80, já contagiou outros colegas. Ao menos cinco já o acompanham nos fins de semana. “Queremos montar um grupo cada vez maior de colegas. Com exercícios físicos, a rotina diária de trabalho se torna menos estressante”, garante.

Na opinião do diretor financeiro adjunto da FIEC, Edgar Gadelha Pereira Filho, também praticante da caminhada diária, essa ação do Sistema FIEC mostra que a instituição, atualmente com quase 2 000 funcionários, está preocupada com a saúde de seus colaboradores e atenta aos benefícios de uma vida saudável. Diz ele: “Uma pessoa que se preocupa com a saúde, alimenta-se corretamente e faz exercícios físicos com regularidade. E isso tem reflexos positivos na sua vida dentro e fora da empresa”.

Em nome do presidente da FIEC, Roberto Proença de Macêdo, o diretor administrativo adjunto, José Ricardo Montenegro Cavalcante, destacou a importância do evento como marco inicial do Programa Qualidade de Vida, “cujo objetivo principal é fortalecer e ampliar as ações que contribuem para a promoção do bem-estar de todos”. Ricardo Cavalcante ressaltou a participação das áreas internas envolvidas no sucesso da ação e destacou o apoio dos parceiros. “Estamos, ainda, aproveitando este momento para dar um pouco do que temos, por meio da doação de alimento e água para as vítimas da seca. Estamos juntos em prol de uma causa nobre, que é ajudar o próximo.”

Segundo o diretor, o evento não se encerrava naquele momento: “Seu sucesso dependia dos esforços pessoais em busca de hábitos e comportamentos saudáveis. No mundo em que vivemos, o sedentarismo, o estresse e as pressões psicológicas, tanto na família como no trabalho, estão exigindo de nós um modelo mental diferente. Precisamos reaprender a viver, já que o cenário mudou”.

Percorro dez quilômetros, ida

e volta, todos os dias, até a FIEC. E, nos finais de semana, faço longos percursos, de até 30 quilômetros por vez.

Alexandre Magno Vieira, colaborador do

Polo de Arrecadação da Casa da Indústria

“ “Presidente da FIEC fala a oficiais do ExércitoVisita à entidade faz parte das atividades curriculares do curso de Altos Estudos Militares. Os oficiais conheceram a estrutura do Sistema FIEC e debateram as perspectivas da economia cearense

Eceme

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Roberto Proença de Macêdo, fez uma apresentação em setembro sobre a indústria e a econo-

mia do Ceará para oficiais do Exército participantes do curso de Altos Estudos da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme). Na oportunidade, destacou as potencialida-des do Ceará e as perspectivas que se mostram com a possibili-dade da chegada de grandes empreendimentos para impulsio-nar sua economia. Roberto Macêdo esteve acompanhado de gestores do Sistema FIEC, que também fizeram apresentações sobre as casas que compõem a instituição. O grupo da Eceme foi chefiado pelo coronel Paulo Sérgio Felipe Alves, do qual fez parte também o atual comandante da 10ª Região Militar, general Gomes de Matos.

O encontro, incluído nas atividades curriculares do curso da escola, é parte da série de visitas que os oficiais realizam pelos estados nordestinos para conhecer um pouco mais o potencial da região. Em relação à FIEC, o evento vem ocorrendo frequen-temente nos últimos anos. Ao abrir o encontro, o superinten-dente do Sistema FIEC, Paulo Studart Filho, ex-comandante da

10ª Região Militar, ressaltou a importância que a FIEC dá à atividade, tanto que o próprio presidente Roberto Macêdo faz questão de falar aos oficiais. Paulo Studart lembrou que o fato representa a postura de respeito do setor industrial cearense para com os valores propagados e defendidos pelos que com-põem o Exército brasileiro.

Aos oficiais, o presidente da FIEC destacou as potenciali-dades do estado, lembrando as perspectivas favoráveis com a siderúrgica e a refinaria que estão sendo anunciadas. No en-tanto, disse que o mundo mudou e os empresários cearenses precisam ser mais ousados para aproveitar as oportunidades que estão e vão aparecer. Como exemplo, citou a indústria de petróleo e gás, que tem como fornecedores apenas 6% de empresas locais. Roberto Macêdo ressaltou a importância do trabalho que está sendo desenvolvido pela Federação e a aca-demia por meio de um trabalho baseado em ação similar em Israel. Já como resultado, citou o programa Apóstolos da Ino-vação, que uniu cearenses egressos do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e de universidades locais para pensar inicia-tivas estratégicas em termos econômicos.

Roberto Macêdo: "O mundo mudou e os empresários cearenses precisam ser mais ousados para aproveitar as oportunidades que estão e vão aparecer"

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Dificuldades na liberação de licenciamentos ambientais pela prefeitura de Fortaleza para empreendimentos da construção civil estariam emperrando cerca de 6 bilhões de reais em investimentos

Setor perde investimentos em Fortaleza

De acordo com dados do Sindicato da Habitação do Ceará (Secovi/CE), o mercado imobiliário cearense cres-

ceu 233% nos últimos quatro anos. Esse crescimento fez com que no ano passado a construção civil empregasse quase 60 000 trabalhadores. Hoje, cerca de 650 canteiros de obras espalham-se por Fortaleza e sua região metropolitana. Números que posi-cionam o setor como responsável por 14% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado, mostrando a importância do segmento para a economia local. Faz parte desse boom a política fomentada pelo governo federal para o desenvolvimento da infraestrutura e de moradia. Para o futuro, a conquista de grandes eventos internacionais, como as Copas das Confederações e do Mundo, apresenta-se como fator indutor para que se possa aproveitar cada vez mais o excelente momento, deixando um grande legado a seus habitantes.

Nos próximos anos, segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Ci-vil do Ceará (Sinduscon/CE), Roberto Sérgio Ferreira, esperam-se investimentos não só na reforma e na construção de estádios, mas também na ampliação de portos e aeropor-tos, no fortalecimento do sistema de segu-rança pública, na ampliação do saneamento básico, na saúde e em outros projetos indu-tores do desenvolvimento do turismo susten-tável, a fim de garantir a qualidade de vida nas cidades. Visando assegurar tal desenvol-vimento, o dirigente classista diz que o setor tem investido na capacitação de mão de obra e na inovação de técnicas construtivas mais modernas, procurando se adequar às normas que regem os preceitos legais exigidos para a execução desses empreendimentos.

Mesmo assim, não tem vida fácil a rela-ção entre os empreendedores e o poder pú-blico em Fortaleza. Conforme levantamento recente realizado pelo Sinduscon, cerca de 6 bilhões de reais em investimentos estão emperrados na cidade por causa da dificul-dade para a liberação de obras por parte de órgãos municipais. Os dados foram obtidos, segundo André Montenegro, vice-presidente

Construção civil

da área imobiliária do sindicato, por meio de pesquisa com somente 20 dos 550 filiados à entidade a respeito de queixas em relação a essa demora protagonizada pela prefeitura. "Nós sempre ouvíamos essas reclamações, mas não tínhamos a dimensão exata do pro-blema. Até que, ao fazermos o levantamento, constatamos esse valor expressivo que está deixando de ser investido pelo setor."

Para André Montenegro, se foram iden-tificados oficialmente 6 bilhões de reais em obras paradas com apenas 20 associados do Sinduscon, não seria exagero imaginar que, caso fossem somados todos os empreendi-mentos a serem liberados para a capital cea-rense, o número ultrapassaria facilmente os 10 bilhões de reais em investimentos para-dos. Um detalhe quanto ao levantamento é que a grande maioria dos empreendimen-tos refere-se somente ao âmbito residencial, excluindo-se os da área comercial. "Infeliz-mente, o poder público municipal ou não está sabendo aproveitar essa oportunidade em parceria com a indústria da construção civil, ou simplesmente, e de forma delibera-da, não quer esse crescimento para a cida-de", afirma André Montenegro.

Montenegro explica que a maior difi-culdade em relação aos atrasos é por conta dos licenciamentos ambientais. “Desde a

LuIz HENRIquE CAMPOS

O poder público municipal ou não

está sabendo aproveitar essa oportunidade em parceria com a indústria da construção civil, ou simplesmente, e de forma deliberada, não quer esse crescimento para a cidade.André Montenegro, vice-presidente da

área imobiliária do Sinduscon

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Impasse parou na Justiça

A Taxa Compensatória Ambiental é o principal impasse entre os órgãos responsáveis pela liberação de obras

na prefeitura e a construção civil. Criada sobre empreendimentos com notório impacto ambiental, a taxa, de acordo com Roberto Sérgio, acabou sendo desvirtuada. "A prefeitura passou a exigir a compensatória para todas as obras, inclusive, aquelas que não são caracterizadas nesse perfil." Na visão de André Montenegro, o real propósito da Semam é arrecadar mais, já que a taxa não cabe para todos os casos, sendo relevante em grandes obras, com necessidade de EIA/Rima. Nesse sentido, ele chega a questionar para onde estariam sendo direcionados os recursos arrecadados com a taxa.

A partir dessa divergência, o Sinduscon conseguiu há mais de um ano liminar suspendendo a cobrança. A decisão judicial, todavia, não vinha sendo cumprida pela prefeitura, o que fez com que em setembro o juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública de Fortaleza, Demétrio Saker Neto, determinasse o imediato cumprimento da liminar. A "briga" entre construtores e prefeitura por causa dessa compensação levou, no fim do ano passado, à prisão do então titular da Secretaria do Meio Ambiente e Controle Urbano (Semam), Deodato Ramalho.

A Justiça entendeu que a Semam deveria expedir o alvará para uma empresa do segmento que se sentia prejudicada com a situação. Como o secretário não fez esse procedimento, foi conduzido à delegacia. Na ocasião, Deodato afirmara, pelo microblog twitter: "O oficial de Justiça não teve a paciência de esperar a confecção de alvará por ordem judicial. O oficial de Justiça se impacientou, achando que alvará não precisa ser digitalizado", tinha justificado.

NOTA A REDAÇÃO

A Revista da FIEC tentou obter na Seman respostas aos questionamentos do Sinduscon. Nesse sen-tido, no último dia 5, por meio da assessoria de imprensa do órgão, ficou acertado o envio de pergun-tas via e-mail e dado prazo para responder. Até o fechamento desta edição, todavia, as respostas não foram encaminhadas. As perguntas foram as seguintes:

Qual a estrutura de trabalho atual da Semam no que diz respeito a atender aos pleitos para licencia-mento ambiental e quais as perspectivas futuras?

A reclamação sobre a lentidão nas liberações não é nova. o que tem sido feito para sanar esse problema?

Quanto a Semam arrecadou nos últimos sete anos com a Taxa de Licenciamento Ambiental e em que foi aplicado esse valor?

Recentemente a Justiça determinou que a Semam cumprisse uma liminar com relação a não cobrar a taxa. Como está a situação hoje?

A partir dessa decisão foi criada uma comissão para definir em que áreas de Fortaleza deverá haver cobrança de compensatória e como será realizado esse cálculo, levando-se em conta a natureza e o porte dos empreendimentos, dentre outros requisitos. Como está o andamento desse trabalho?

época do ex-prefeito Juraci Magalhães que o órgão responsável pela liberação, a Secre-taria de Meio Ambiente e Controle Urbano (Seman), enfrenta problemas.” O órgão foi sendo aos poucos desaparelhado, seja pela falta de funcionários, seja pela estrutura de trabalho. O resultado é que não acompanhou a evolução das demandas exigidas pela so-ciedade. Acrescente-se a isso a falta de uma gestão adequada do órgão. Na atual adminis-tração, destaca Montenegro, não se resolveu esse problema. "Ao contrário, foi agravado por questões de cunho ideológico. Sem con-tar que nos últimos anos, com o crescimento da economia, o setor da construção civil teve um boom fortíssimo."

O dirigente do Sinduscon afirma que o sindicato se dispôs a bancar um diagnóstico para a montagem de uma reestruturação da Seman e da Secretaria Municipal de Desen-volvimento Urbano e Infraestrutura (Seinf). "Com isso, pretendíamos que a prefeitura se preparasse para lidar com os novos tem-pos e os efeitos que têm impactado o setor e a administração municipal em relação às questões de licenciamento. Essa ideia, infe-

lizmente, acabou não indo à frente por de-sinteresse da prefeitura. O que a gente nota é que há uma intenção deliberada de criar dificuldades contra o setor, não sei com que interesse." Como reflexo dessa situação, Montenegro diz que a fuga de empreendi-mentos para outros lugares tem sido a saída natural. "Aqui, botam a culpa nos projetos. Mas acontece que pelo país afora consegui-mos trabalhar. Só em Fortaleza há essa di-ficuldade. Levamos um ano em média para liberar um projeto."

O atraso na liberação dos empreendi-mentos pôde ser sentido no último Salão Imobiliário do Ceará, com a presença de poucos expositores em comparação a anos anteriores. A demora, além do mais, gera custos diretos para o consumidor final, ao se levarem em conta os valores do terreno, o material adquirido e o que se perde até o início da obra, dentre outros gastos. Isso, sem falar na questão do emprego. André Montenegro calcula que, por baixo, somente em relação aos 6 bilhões de reais parados, estariam deixando de ser gerados cerca de 50 000 empregos, entre diretos e indiretos.

A prefeitura passou a exigir

a compensatória para todas as obras, inclusive, aquelas que não são caracterizadas nesse perfil.

Roberto Sérgio Ferreira, presidente do Sinduscon/CE

“ “Maior dificuldade para construir em Fortaleza são os licenciamentos

ambientais

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17Outubro de 2012 | RevistadaFIEC |

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O animal, espécie endêmica – ou seja, que só existe no Brasil da caatinga – será o mascote da Copa de 2014 no país

O primeiro convocado

Tatu-bola

E le tem 50 centímetros de porte, é coberto por uma cara-paça formada de três cintas móveis, tem unhas compri-das, blinda-se diante de predadores transformando-se

em uma bola, e é raro no meio ambiente, porque é caçado de forma predatória. Com esses predicados, o tatu-bola, espécie endêmica (ou seja, que só existe no Brasil) da caatinga, foi o primeiro convocado pela Fifa e participará como mascote da Copa de 2014. O bichinho será o 13º mascote de copas desde o leão Willie, do Mundial de 1966, na Inglaterra.

A escolha do tatu-bola, cujo nome científico é Tolypeu-tes tricintus, pode ser considerada mais uma vitória do povo cearense. A ideia foi sugestão da Associação Caatinga, orga-nização não governamental com sede em Fortaleza que atua na preservação do bioma que lhe dá o nome. O estado já será destaque no mundial ao conquistar o direito de sediar

GEvAN OLIvEIRA

três jogos da Copa das Confederações e seis do Mundial. Ao todo, quatro da seleção brasileira.

A indicação chama a atenção para o risco de extinção da espécie. Segundo o biólogo e secretário-executivo da Asso-ciação Caatinga, Rodrigo Castro, um dos líderes da campa-nha, foram as possibilidades de levar adiante um plano de preservação do animal, além da semelhança do tatu com a bola, que levaram a Associação Caatinga a sugerir a adoção do ícone ao Ministério do Esporte e ao Comitê Organizador Local (COL), em fevereiro deste ano. “Com a oficialização pela Fifa, o animal ganha visibilidade e força para ser salvo da extinção”, entende Rodrigo.

Ele conta que a intenção de indicar o tatu-bola surgiu no início do ano, quando a diretoria da associação se reuniu para identificar oportunidades de associar a preservação da caatinga

com a Copa do Mundo. “Tínhamos a ideia de in-serir no contexto algum animal da nossa fauna e, quando alguém citou o tatu-bola, houve unanimi-dade. Isso porque é o único mamífero que assume o formato de bola, a protagonista dos jogos."

A ideia logo ganhou uma campanha na in-ternet, especialmente nas redes sociais, a partir da fanpage da instituição. Aos poucos, sites, blogs e portais, além da impressa escrita e te-levisiva, passaram a compartilhar a novidade. "Vimos que a campanha tinha potencial e deci-dimos oficializá-la. Redigimos um documento de 20 páginas e enviamos para o Ministério do Esporte, COL e Fifa. O tatu-bola é 100% bra-sileiro e a Copa é uma ótima oportunidade de divulgar a importância da preservação da espé-cie", explica Rodrigo.

Segundo a Associação Caatinga, há 11 espé-cies de tatu no país. Mas o tatu-bola é exclusivo da caatinga e do cerrado. Uma espécie muito pa-recida pode ser encontrada no Paraguai, Bolívia e norte da Argentina. A principal diferença em relação ao primo é a presença de cinco unhas nas patas anteriores.

Durante a época de acasalamento, ob-serva-se mais de um macho acompanhando uma mesma fêmea, o que facilita a captura de vários exemplares por vez. As fêmeas pro-duzem, por ninhada, um ou, mais raramen-te, dois filhotes, que nascem completamente formados. Cupins, formigas e material vege-tal compõem a sua dieta.

Legado da Copa

A o se enrolar e assumir o formato de bola, o tatu-bola consegue se proteger de seus predadores naturais, como a onça. Contudo, contra o homem do campo, que o caça

para se alimentar, seus mecanismos de defesa são ineficazes, já que não faz tocas para se esconder e, inerte em seu casulo, se torna presa fácil. No entanto, outros vilões, como o desmatamento, as queimadas e a expansão das áreas agrícolas, vêm assumindo papel principal na devastação da espécie.

Atualmente, o animal pode ser encontrado em oito estados brasileiros. Além do Ceará, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Bahia, Goiás e Tocantins são seus habitats. Segundo a classificação utilizada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), o tatu-bola está na categoria "vulnerável", ou seja, corre alto risco de extinção na natureza em médio prazo. Infelizmente, de acordo com a Associação Caatinga, ele deve ser reclassificado, no fim do ano, para a categoria "criticamente em perigo", quando a espécie corre risco extremamente alto de extinção em futuro imediato. É a última categoria antes da extinção. “Se não fizermos nada agora, em 50 anos ele será extinto”, alerta Rodrigo.

Para combater um triste fim para a espécie, a Associação Caatinga, em parceria com a organização não governamental The Nature Conservancy e um grupo de especialistas em tamanduás, preguiças e tatus da IUCN, resolveu agir. O plano de ação resultou no projeto Tatu-bola e a Copa do Mundo da Fifa Brasil 2014 – juntos marcando um gol pela sustentabilidade. A ideia foi apresentada aos ministros do Esporte, Aldo Rebelo, e do Meio

Ambiente, Izabella Teixeira, em audiências no mês de setembro. As organizações não governamentais querem que a preservação do tatu-bola seja o legado ambiental da Copa. Para tanto, pleiteiam que o governo brasileiro apresente o projeto ao presidente da Fifa, Joseph Blatter, a fim de conseguir apoio político e financeiro para o projeto que salvará da extinção o animal.

Aldo Rebelo se comprometeu a pedir o apoio dos ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Educação para que o projeto seja apresentado à entidade máxima do futebol. “É importante que a Copa não crie apenas tecnologia de sustentabilidade do meio ambiente, mas também uma mentalidade de preservação das espécies”, disse o ministro, que recebeu, durante a visita, uma camisa da Associação Caatinga e um tatu-bola feito em imburana-de-cheiro, madeira típica do bioma caatinga. A obra é de Miguel de Paula, artesão do município cearense de Crateús.

O projeto apresentando se baseia na falta de informações mais precisas sobre hábitos alimentares, ciclos reprodutivos e distribuição geográfica do tatu-bola. A proposta é elaborar pesquisas e estudos e promover a preservação do seu habitat. Também estão previstas campanhas de educação ambiental, um plano de divulgação dos resultados dos estudos e o fortalecimento de entidades e redes de pesquisadores, para que tenham condições ideais de trabalho em campo e de desenvolvimento das pesquisas. "Se a Fifa apoiar a ideia, essa será a primeira copa a atrelar uma iniciativa ambiental ao mascote, o que reduziria o risco de extinção, porque mais pessoas e organizações lutariam para preservar a espécie", explica Rodrigo.

Com a oficialização

pela Fifa, o animal ganha visibilidade e força para ser salvo da extinção.Rodrigo Castro, biólogo e secretário-

executivo da Associação Caatinga

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Com três estandes e realização de palestras durante os quatro dias da Feira do Empreendedor, o Sistema participou do evento reafirmando sua missão de apoiar ações de fomento ao desenvolvimento da economia cearense

Fomento ao desenvolvimento do Ceará

OSistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Sistema FIEC), em sua missão de apoiar ações inovadoras em prol do desenvolvimento do

estado, participou intensamente da Feira do Empreen-dedor, realizada de 24 a 27 de setembro no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza. Promovido pelo Ser-viço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o evento se tornou palco de um espaço volta-do para cursos, treinamentos, capacitações, inovação e oportunidades de negócio.

Uma cidade de oportunidades. Com esse formato, a Feira do Empreendedor foi encerrada com saldo come-morado por seus organizadores. Com cerca de 30 000 vi-sitantes durante os quatro dias de realização, a estrutura da Cidade dos Negócios com suas ruas, bairros, parques e centros propiciou aos visitantes informações, contatos e oportunidades exclusivas em um único espaço. Para o presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barretto, o evento só foi possível por causa das muitas parcerias e o sucesso vai além dos números. "O sucesso não é apenas de nú-meros. É de qualidade também. A cada ano, a exemplo do que ocorre em Fortaleza, a feira é um evento marcan-

Sistema FIEC

te nas cidades onde é promovido, mantendo o mesmo ambiente favorável para oportunidades de negócio."

Segundo o governador do estado do Ceará, Cid Ferrei-ra Gomes, o espírito empreendedor é uma característica marcante do povo brasileiro e, em especial, do cearense. “Eventos como a Feira do Empreendedor desenvolvem mais esse espírito e tornam nossa gente mais bem pre-parada para ter sucesso nessas empreitadas. Nessa feira, nascerão micro e pequenas empresas mais eficientes e com vida mais longa", disse. Expectativa positiva com-partilhada por Luiz Barretto: “Estamos confiantes com o cenário econômico brasileiro e os pequenos negócios tendem a evoluir cada vez mais. Estamos terminando o ano melhor do que começamos e as perspectivas, espe-cialmente para o Nordeste, são as melhores possíveis".

O Sistema FIEC montou na Feira do Empreendedor três estandes: um em que foram apresentados os servi-ços e produtos oferecidos por SESI, SENAI, IEL e Cen-tro Internacional de Negócios (CIN). Outro, onde foi montada uma minifábrica modelo para confecção. No terceiro, foram apresentadas diversas peças produzidas por jovens participantes do Teceartes.

A modelagem manual e a modelagem informatizada são etapas

indispensáveis no processo de produção de uma peça de vestuário.Cecília Alves, instrutora da área de modelagem do SENAI

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SENAI empreendedor

U m das ações que chamaram a atenção de quem visitou a Feira do Empreendedor foi a minifábrica modelo para confecções montada na Feira do Empreendedor

pelo Centro de Formação Profissional Ana Amélia Bezerra de Menezes e Souza, unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/CE) na Parangaba, em Fortaleza. A minifábrica apresentou todo o fluxo de produção de

uma camiseta de malha, com etapas de criação, modelagem, corte, costura, acabamento e customização.

Na primeira etapa, da criação, os visitantes puderam acompanhar como se dá o trabalho do estilista, o criativo do processo de produção têxtil. O próximo passo apresentado, a modelagem, pode hoje ser realizado de duas formas, segundo a instrutora da área do SENAI, Cecília Alves. A modelagem manual e a modelagem informatizada, explica, são etapas indispensáveis no processo de produção de uma peça de vestuário, pois é nesse momento que a peça é retirada do papel para começar a tomar forma. Segundo Cecília,

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em muitas empresas, os dois processos são utilizados: o manual, como forma de testes, passando para o informatizado para fazer ajustes. Em seguida, a peça é enviada, com todas as marcações, para um banco de dados contendo variedades de tamanho, modelos e coleções. Desse banco de dados, as peças são retiradas para o corte.

Do CoRTE PARA A CoSTuRA – “Aqui a mágica acontece”, conta Cecília Alves. Das máquinas mais gerais às mais específicas, os equipamentos vão juntando as peças e transformando os pedaços de tecido em roupas, que, no caso da minifábrica, transformaram-se em camisetas de malha que ainda passaram pela fase de acabamento e customização, sob o olhar atento dos visitantes, que opinavam sobre quais os bordados, transfer, silkers e fitas gostariam que fossem aplicados em seus brindes. Brindes que fizeram sucesso. Segundo Cecília, durante os quatro dias de evento, o estande recebia seis pessoas a cada hora para acompanhar todo o processo da minifábrica, fora os que passavam para observar e/ou obter informações sobre a instituição.

Para aproveitar o espaço da Feira do Empreendedor que ensejou também qualificar os empreendedores cearenses, o SENAI realizou quatro palestras no Centro de Educação Empreendedora, um espaço de minissalas para a realização de oficinas, palestras e workshops. Com os temas Modelagem Computadorizada, Etiquetagem, Costurabilidade e Design Sustentável, as palestras mobilizaram cerca de 40 pessoas por assunto.Minifábrica modelo

para confecção

Tecendo o futuro

A apresentação de diversas peças produzidas por jovens participantes do Teceartes, proposta inovadora do Serviço Social da

Indústria (SESI/CE)/SENAI/CE, foi mais uma ação empreendedora do Sistema FIEC durante o evento. No Ceará, estado pioneiro na implantação do Projeto ViraVida no país, surgiu em junho de 2011 o Teceartes, programa voltado para atender a jovens em situação de vulnerabilidade social e baixa escolaridade.

A iniciativa trata-se de uma proposta sociopedagógica baseada na educação e formação profissional na área da tecelagem artesanal. O processo é de transformação e educação. A iniciativa promove a elevação da autoestima e da escolaridade por meio da valorização do potencial criativo de cada um, formando o jovem para o mundo do trabalho e preparando-o para ser empreendedor individual.

Os jovens participantes desse projeto desenvolvem nas oficinas muito mais do que as técnicas de tecelagem e padronagem, mas também a criatividade voltada para um desenvolvimento sustentável, por meio de uma conscientização ecológica, onde o lema é reutilizar e deixar as ideias fluírem. Mediante um atendimento integral com ações educativas e psicossociais, esses jovens se qualificaram para participar da Feira do Empreendedor, como expositores de suas próprias ideias e criações.

O instrutor da área têxtil do SENAI, Herculano Oliveira, acredita que as peças têm um valor diferente para os visitantes: “São mais valorizadas ainda pela causa social que levam. As pessoas valorizam esse resgate dos jovens que se encontram à margem”. Quanto ao destino dos jovens depois de finalizado o curso no SENAI, o professor é otimista, e acredita que mais que se inserir em empresas do ramo têxtil, os jovens poderão tornar-se empreendedores. “Aqui, eles buscaram informações, fizeram contatos, aumentaram a autoestima como profissionais e aumentaram sua valorização pessoal.”

Na feira, os jovens buscaram

informações, fizeram contatos, aumentaram a autoestima como profissionais e aumentaram sua valorização pessoal.Herculano Oliveira, instrutor da área têxtil do SENAI

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Inovação e empreendedorismo

OInstituto Euvaldo Lodi (IEL/CE), por meio do Núcleo Empresarial de Inovação do Ceará (NEI/CE), realizou durante a

Feira do Empreendedor a palestra Inovação e Novos Mercados. O NEI, iniciativa da FIEC, por meio do IEL, em parceria com SENAI, SESI e Sebrae, realiza uma série de eventos para sensibilizar as empresas a implantarem uma cultura de inovação em seus ambientes corporativos. A ação na Feira do Empreendedor foi o nono evento do Núcleo. A palestra foi realizada pelo professor Paulo Melo, PhD com ênfase em Administração e foco em Inovação no Waterford Institute of Technology, na Irlanda. Melo é mestre em Negócios Internacionais pela Universidade de Bristol, na Inglaterra, e bacharel em Administração pela Universidade Estadual do Ceará (Uece).

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C om raízes históricas, o desenvolvimento da indús-tria brasileira – impulsionada a partir do declínio da economia cafeeira no Brasil e com a ascensão ao

poder do presidente Getúlio Vargas, em 1930 – foi mais acentuado em determinadas regiões do país do que em outras. Como consequência, as disparidades interregio-nais aumentaram. Até meados dos anos 1950, o cresci-mento econômico brasileiro foi calcado em profundas desigualdades regionais, com concentração de atividades econômicas nas regiões Sudeste e Sul, sobretudo em São Paulo. Entre 1939 e 1980, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a participação de São Paulo no Produto Interno Bruto (PIB) industrial bra-sileiro passou de 36,4% para 47,2%, com desaceleração leve antes da década de 1970.

Tamanha discrepância de números fez com que políticos e acadêmicos iniciassem debates sobre a necessidade de se criarem políticas públicas para reduzir a desigualdade entre as diversas regiões brasileiras. A década de 1950 foi particu-larmente difícil para o Nordeste. Marcada por duas grandes secas – em 1952 e em 1958 –, a região, que contava com um terço da população do país, parecia fadada ao subdesenvol-vimento e ao descaso do poder público. A seu favor, tão só

obras esporádicas e de caráter paliativo. A cria-ção da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), em 1959, dirigida pelo economista paraibano Celso Furtado, trouxe esperanças de políticas eficientes voltadas para o crescimento da região. Mas já em 1969, o incremento regional ficou atrelado à concep-ção de que as disparidades regionais seriam diminuídas naturalmente, com o desenvolvi-mento nacional e a expansão incentivada do setor privado. As duas crises do Petróleo – em 1973 e 1970 –, além de outras, fizeram com que esses planos de desenvolvimento voltados para as regiões brasileiras menos favorecidas fossem esquecidos.

Parte da estratégia das políticas de desen-volvimento regional têm sido, desde fins da década de 1950, a manipulação de um con-junto de incentivos fiscais, por meio dos quais procura-se baratear a formação de capital, re-duzir a carga tributária ou mesmo facilitar im-portações. Além desses mecanismos, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem tido algum papel no fi-nanciamento do desenvolvimento regional desde sua criação, em 1952. No atual período de planejamento estratégico do banco, o tema continua na pauta de prioridades. Também em 1952, foi instituído o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) para fomentar o desenvol-vimento nordestino, com a ideia de ser um organismo financeiro capaz de estruturar a economia da região. Essa estrutura apta a fi-nanciar a produção brasileira em longo pra-zo, capitaneada pelo BNDES, também é com-posta pela Caixa Econômica Federal (CEF) e pelo Banco do Brasil (BB).

Todos esses mecanismos para desenvolver o Nordeste foram analisados, dentre outros assuntos que o compõem, no compêndio Bra-sil em Desenvolvimento 2011 – Estado, plane-jamento e políticas públicas, produzido pelo Ipea. O estudo observou que, no caso da re-gião Nordeste, tanto a participação no PIB brasileiro quanto a participação na produção industrial brasileira sofreram pequena altera-ção nos períodos considerados. A participa-ção no PIB foi 12,1%, em 1970, apresentou um pico de 15,9%, em 1990, e caiu para 13,1%, em 2005 e 2008. No caso da participação na pro-dução industrial, saiu de 9,4%, em 1949, che-gou a 12,1%, em 1985, e caiu para 7% em 1995.

Nordeste desigualDesunião de setores e falta de investimentos públicos e de políticas regionais eficientes deixam o Nordeste à margem do desenvolvimento nacional

Políticas regionais

CAMILA GADELHA

Ou seja: segundo o estudo, “com relação ao Nordeste, os fundos constitucionais e demais mecanismos de promoção do desenvolvimento regional não tiveram impacto significativo so-bre a diminuição da desigualdade desta região em relação às demais”. No caso da atuação do BNDES, a pesquisa afirma que ainda é tímida quanto à redução das desigualdades da região Nordeste e, em suma, “é possível concluir que os recursos da atual política de desenvolvimen-to regional para as regiões Norte e Nordeste são insuficientes para atender ao objetivo de promo-ver uma convergência do padrão de desenvol-vimento socioeconômico dessas regiões com o das regiões mais desenvolvidas do Brasil”.

O panorama histórico da economia brasilei-ra apresenta um quadro permanente de desi-gualdades regionais. Agravada pelo fenômeno da globalização e da falta de políticas eficientes que levem dinamismo às regiões menos de-senvolvidas, os números do PIB, produção in-dustrial e outros relacionados exigem atitudes urgentes e eficazes na organização de políticas capazes de minorar os efeitos negativos e rea-firmar a coesão social e territorial do país e das regiões brasileiras.

Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Roberto Proença de Macêdo, há um fosso de desigualdade que nos separa das regiões brasileiras mais desen-volvidas e que é urgente superá-lo, diante de todo o desenvolvimento que o Nordeste vem apresentando nos últimos anos. “Não vemos o Nordeste na condição de vítima, até porque ele não o é, considerando-se o seu reconheci-do potencial e o desenvolvimento que a região vem experimentando nos últimos anos.”

Criação da Sudene dava esperanças de políticas eficientes voltadas para o crescimento da região

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Acreditamos que falta

uma aproximação maior entre os setores produtivos.

A região precisa ter um volume

de investimento em infraestrutura e ações que seja proporcional à sua população, à sua história e ao poder de desenvolvimento do país.

Flávio Viriato de Saboya Neto, presidente da FAEC

Luiz Gastão Bittencourt, presidente do Sistema Fecomércio

““

Em seu artigo Mensagem da Presidência publicado na edição de agosto desta revista, Roberto Macêdo afirma que nos falta unir es-forços de governadores, parlamentares, em-presários, trabalhadores, acadêmicos e líderes comunitários em torno de uma atuação de de-senvolvimento integrado em termos regional e nacional, que nos capacite a vencer os desafios da atualidade. “Para nós, nordestinos, não é razoável seguirmos com o comportamento de cada um por si, que já demonstrou ser respon-sável por nossas vulnerabilidades no campo político”, escreveu o presidente da FIEC.

Ele sugere: “Somente com uma política na-cional inclusiva do ponto de vista geográfico e com uma perspectiva estadual ampla e integra-dora, estaremos preparados para nos posicio-narmos melhor em um mundo sacudido por uma crise econômica duradoura, cujos efeitos finais ainda não são mensuráveis. Para isso, contamos com riquezas naturais abundantes e com uma gente trabalhadora e criativa”.

Em artigo intitulado A hora e a vez do de-senvolvimento regional brasileiro: uma proposta de longo prazo, publicado pelo Ipea em abril de 2012, Liana Carleial e Bruno Cruz afirmam que o país tem a urgência da construção de um pro-jeto nacional de desenvolvimento e, necessaria-mente, esse fato coloca a questão regional bra-sileira no centro da reflexão. Segundo os dois, a questão regional brasileira atravessa todas as escalas do regional e do urbano. Há desigual-dades de renda, de estrutura produtiva, do pa-drão da divisão social do trabalho em diversas escalas. “O Brasil tem 60 anos de políticas de

desenvolvimento regional, mas, mesmo assim, não conseguiu alterar a concentração produ-tiva no eixo Rio de Janeiro-São Paulo”, dizem os autores. De acordo com o artigo, em 2007, a participação da região Nordeste no PIB bra-sileiro foi a mesma que a região tinha por oca-sião da movimentação política que engendrou a proposta técnica de criação da Sudene, no fim da década de 1950.

O artigo reconhece que nos últimos 30 anos o país abandonou a coordenação nacional de políticas de desenvolvimento regional, esvaziou os órgãos de planejamento regional e apostou que a presença de subsídios, incentivos fiscais e a guerra fiscal entre estados pudessem resol-ver a questão via mercado: “Certamente, isso não aconteceu, o que recoloca a necessidade de construção de estratégias e definição de novos instrumentos à altura do desafio. O momento atual da economia e da sociedade brasileiras favorece muito uma mudança que promova a redução das desigualdades regionais do país”.

Para Roberto Macêdo, essa mudança cita-da pelo artigo somente será possível com uma união em torno de um projeto maior de de-senvolvimento que reúna setores produtivos, academia, poder público e sociedade. Opinião compartilhada pelo presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Fortaleza (CDL/Forta-leza), Francisco Freitas Cordeiro. Para o líder

Francisco Cordeiro: "Além de se ver em cada município, é preciso que os nordestinos e suas lideranças se vejam como coparticipantes de uma cultura própria"

empresarial, é preciso fortalecer o pensamento regional. “Além de se ver em cada município, é preciso que os nordestinos e suas lideranças se vejam como coparticipantes de uma cul-tura própria. Isso irá facilitar a união entre as lideranças para se buscar um esforço conjun-to, sensibilizando inclusive o governo federal.” Conforme Francisco Cordeiro, esse incremen-to do pensamento regional começa pelo forta-lecimento da identidade cultural, pela amplia-ção das instituições e pela intensificação dos investimentos que gerem integração.

Diz Francisco Cordeiro: "O pensamento desenvolvimentista nordestino termina sen-do uma síntese das ideias do governo central quando se tem o pensamento de que o Nordes-te não é importante para o desenvolvimento da região Centro-Sul, assim como o desenvolvi-mento de um estado nordestino não depende da expansão e evolução de outro estado".

O presidente da Federação da Agricultu-ra e Pecuária do Estado do Ceará (FAEC), Flávio Viriato de Saboya Neto, acredita que a união deve começar entre os setores produti-vos. “Acreditamos que falta uma aproximação maior entre esses setores. Ousamos até propor a criação de um instrumento formal que venha a unir os três setores produtivos.”

Fortes investimentos em infraestrutura. É o que o presidente do Sistema Fecomércio, Luiz Gastão Bittencourt, entende ser prioritá-rio para o desenvolvimento nordestino. “Des-sa forma, creio que a definição de uma causa comum, que não dependa exclusivamente de governos ou de interesses focados em apenas um setor, permitirá o engajamento de todos. A união dos setores produtivos será forte quando os objetivos comuns – as causas – estiverem ali-cerçados num projeto de desenvolvimento para a região, o que nos permitirá incrementar ainda mais esse desenvolvimento e garanti-lo às futu-ras gerações”, diz Luiz Gastão. Para o líder clas-sista, é imprescindível a eficiente urbanização das cidades: “A região precisa ter um volume de investimento em infraestrutura e ações que seja proporcional à sua população, à sua história e ao poder de desenvolvimento do país”.

Nicolle Barbosa, presidente do Centro In-dustrial do Ceará (CIC), também acredita na união de forças atuantes da sociedade em torno da ampliação da capacidade competitiva dos diferentes setores da economia, com a preocu-pação de combinar crescimento com equidade

social. “Precisamos unir nossas forças verda-deiramente atuantes para construir um Nor-deste cada vez mais pujante, com papel ativo e altivo na dinâmica social e econômica brasi-leira. Precisamos qualificar nossas instituições para a eliminação dos gargalos de infraestrutu-ra, de educação e de organização, de modo a re-duzirmos as barreiras ao crescimento sustentá-vel do Nordeste. Só assim, pensando de forma propositiva, conseguiremos parar de comemo-rar o ingresso de cada milhão de nordestinos que passa a receber o Bolsa Família e, quem sabe, aprender a comemorar cada milhão de nordestinos que não precisa mais dessa bol-sa”, destaca, completando: “Não mediremos esforços para dar às nossas instituições, e ao nosso povo, as habilidades e competências es-senciais ao usufruto das oportunidades que o novo mercado nos oferece”.

Apesar das desigualdades brasileiras, o arti-go publicado pelo Ipea sugere que o atual qua-dro da economia e da sociedade brasileira ofe-rece uma oportunidade única para a reversão das desigualdades regionais brasileiras. “Consi-deramos que essa é a hora e a vez do desenvolvi-mento regional brasileiro”, afirmam os autores. Os investimentos previstos em diferentes seto-res da atividade econômica, com destaque para petróleo e gás, construção civil, saneamento, papel e celulose, energia, alimentos e bebidas, automotivo, por exemplo, permitem, segundo o artigo, que se estruture uma estratégia de de-senvolvimento regional no longo prazo.

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O Ceará empregou, em 2011, 251 000 trabalhadores na indústria de transformação, segundo dados do Minis-tério do Trabalho e Emprego. No país, o número ul-

trapassou os oito milhões. O trabalho industrial ocupa ponto central para a empregabilidade no país, e o cenário é positivo para profissionais qualificados. Diante desse quadro, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) realizou uma pesquisa inédita para apresentar a demanda por profissões industriais no país: o Mapa do Trabalho Industrial, divulga-do no dia 20 de setembro em São Paulo pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O resultado é desafiador. Até 2015, o Brasil terá de formar 7,2 milhões de trabalhadores em nível técnico e em áreas de média qualificação para atuarem em profissões industriais. No Ceará, no mesmo período, há demanda por 161 200 profissionais capacitados, o que corres-ponde a 2,3% de todo o país.

SENAI/CE amplia açõesIndústria cearense terá demanda de 161 000 trabalhadores qualificados até 2015. SENAI investe para ampliar sua oferta de ações de capacitação profissional

Capacitação profissional

Essa necessidade produzirá no Brasil oportunidades em 177 ocupações, que vão desde trabalhadores da indústria de alimentos (cozinheiros industriais) e padeiros até supervi-sores de produção de indústrias químicas e petroquímicas. Do total da demanda, 1,1 milhão será por trabalhadores para ingressarem em novas oportunidades no mercado. O restan-te já está trabalhando e precisa manter-se qualificado para acompanhar os avanços tecnológicos da indústria.

No Ceará, dentre as ocupações com maior demanda no meio das que necessitam de curso de qualificação superior a 200 horas, estão operadores de máquinas para costura de peças do vestuário, trabalhadores da indústria de alimentos, padeiros, confeiteiros e afins, trabalhadores polivalentes das indústrias têxteis e mecânicos de manutenção de máquinas industriais. Dentre as profissões que requerem curso técni-co, as maiores demandas são para coloristas, técnicos em

operação e monitoração de computadores, téc-nicos de controle da produção, técnicos em ele-trônica e técnicos em eletricidade e eletrotécnica.

Segundo levantamento feito pelo SENAI, menos de 15% dos jovens brasileiros entre 18 e 24 anos chegam ao ensino superior. Dos cerca de 24 milhões de brasileiros nessa faixa etária, apenas 3,4 milhões ingressam na universidade. Portanto, mais de 20 milhões de jovens podem buscar um outro caminho. Os números do Mapa do Trabalho Industrial apontam que a educação profissional, como a ofertada pelo SENAI para qualificação para a indústria, é uma alternativa para a juventude.

O Brasil ainda carece de um modelo de edu-cação plural, que potencialize o desenvolvimen-to econômico e social. No país, apenas 6,6% dos estudantes optam pela educação profissional. O número é bastante inferior ao de países de-senvolvidos. No Japão, 55% dos jovens buscam o ensino profissionalizante. Na Alemanha, são 52%. Na França e na Coreia do Sul, 51%.

“Há quem pense que ser operário é uma profissão menor, sem perspectiva de futuro. A gente tem de reverter esse pensamento. Ser industriário é interessante, é uma maneira de a

Um SENAI mais forte

O SENAI/CE se prepara para atender à demanda dos próximos anos. Em Fortaleza, as unidades da Barra do Ceará, Jacarecanga e Parangaba passam por ampliação,

assim como a unidade de Maracanaú, na região metropolitana de Fortaleza, que receberá o Instituto SENAI de Inovação e o Instituto SENAI de Tecnologia. Até 2014, será ampliada a oferta de matrículas das atuais 50 000 para 80 000 vagas. “Nós vamos atender às necessidades da indústria cearense. Até 2015, vamos estar com 165 000 profissionais treinados”, diz Fernando Nunes. Ele destaca os setores metal-mecânico, de confecção e vestuário e de panificação e confeitaria como principais destinos desses novos profissionais.

O Centro de Formação Profissional Ana Amélia Bezerra de Menezes e Souza, na Parangaba, em Fortaleza, tem como foco de suas atividades o setor de confecções. Será ampliado para ter mais força na área de produção têxtil, envolvendo as indústrias de fios, tecidos e tingimento. Por meio de parceria com o Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (CETIQ), unidade do SENAI no Rio de Janeiro, trabalhará em rede, com outras do Rio Grande do Norte, Minas Gerais e Santa Catarina, para se tornar referência de formação profissional e serviços tecnológicos ao polo têxtil do Norte-Nordeste.

InSTITuToS – O SENAI/CE segue na estrada da modernização mediante a implantação de institutos. Em 2013, o Instituto SENAI de Tecnologia (IST) e o Instituto SENAI de Inovação (ISI)

Ser industriário é interessante,

é uma maneira da pessoa fazer a sua vida, ter estabilidade num emprego.

Fernando Ribeiro de Melo Nunes, diretor regional do SENAI/CE

“ “

começarão a ser construídos em Maracanaú. O IST visa prestar serviço às empresas por meio de ações de consultoria e ensaios laboratoriais. Para isso, irá formar consultores preparados para atuar no mercado e contará com laboratórios de ensaios de produtos, trabalhando a inovação por desenvolvimento. Ou seja, propiciando um ambiente para que produtos e processos sejam aperfeiçoados, impulsionando a competitividade da indústria local. A construção e a implementação do IST em Maracanaú irão aportar recursos da ordem de 14 milhões de reais, oriundos do SENAI cearense e do SENAI nacional.

O ISI buscará ir ainda mais fundo na inovação para a indústria. “Ele trabalha a inovação como um todo, propiciando a criação do que ainda não existe”, afirma Fernando Nunes. No Ceará, o ISI trabalhará com tecnologias construtivas. Será o único Instituto SENAI de Inovação no país nessa área. “Vamos começar focando nos setores de construção civil e fabricação mecânica, pela identificação com o setor produtivo do estado”, explica o diretor do SENAI.

O instituto irá desenvolver novos produtos, processos e cadeias logísticas mediante pesquisa. Será montado um corpo de cerca de cinco doutores que orientarão alunos de doutorados, selecionados como bolsistas do SENAI. A partir de março, consultores do Instituto Fraunhofer, da Alemanha, serão contratados para ajudar a montar toda a estrutura do ISI. A expectativa é que alcance seu pleno funcionamento em 2016.

pessoa fazer a sua vida, ter estabilidade num em-prego”, resume o diretor regional do SENAI/CE, Fernando Ribeiro de Melo Nunes. Ele diz que o momento é positivo aos que buscarem capaci-tação para profissões industriais por causa dos investimentos no Complexo Industrial e Por-tuário do Pecém (CIPP), das obras para a Copa do Mundo de 2014 e da ampliação do Distrito Industrial de Maracanaú.

No Mundo SENAI, entidade mostra aos jovens que se preparar para a indústria é um caminho promissor

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trial, Daniel Alves Gomes, de 28 anos, praticava, durante Mundo SENAI, o que aprendeu nos últimos meses no Labo-ratório de Soldagem e Caldeiraria da unidade Antônio Urbano de Almeida. Estudante do curso de soldagem, Daniel busca uma oportunidade na indústria. “Eu já havia trabalhado no setor me-talúrgico, mas não tinha a qualificação necessária. Agora já estou concluindo o curso, aprendi muito e estou procuran-do um emprego no setor. Espero que aconteça comigo o que já aconteceu com outros colegas: sair daqui direto para um emprego.”

A alta empregabilidade dos egressos do SENAI chama a atenção dos jovens. Alfredo neto, de 15 anos, cursa o 1º ano do ensino médio no Liceu do Ceará e já sabe que caminho quer tomar quando concluir: “Quero fazer um curso profissionalizante, para trabalhar como eletricista. Já pensava nisso, e agora que conheci os labo-ratórios e vi que tem uma estrutura legal, tive certeza. E todo mundo que conheço que estudou no SENAI está empregado, ganhando bem”.

O SENAI/CE abriu as portas de três de suas unidades no estado, em Fortaleza, Sobral e Juazeiro do Norte, em 27 e 28 de setembro, convidando a comunidade a

conhecer o que a instituição oferece em educação profissio-nal, tecnologia e inovação no Mundo SENAI. Com o objetivo de despertar nos jovens o interesse por carreiras industriais, o Mundo SENAI foi realizado nos centros de formação profis-sional Antônio Urbano de Almeida, no bairro Jacarecanga, em Fortaleza; José Euclides Ferreira Gomes Júnior, em Sobral, e Wanderillo de Castro Câmara, em Juazeiro do Norte. Em todo o estado, cerca de 6 000 jovens participaram da ação. Foram 1 760 visitantes em Fortaleza, 2 000 em Sobral e 2 157 em Juazeiro do Norte.

Emanuel Martins, de 15 anos, é estudante do 9º ano do ensino fun-damental. Durante o Mundo SENAI, ficou impressionado com o que viu: “Eu já tinha ouvido falar do SENAI, mas não imaginava que tivesse tanta opção. Um primo meu fez um curso aqui e hoje está empregado. Quero fazer curso de manutenção de equi-pamentos eletrônicos”.

Enquanto Emanuel teve seu pri-meiro contato com o trabalho indus-

Mundo SENAI apresenta profissões

N ão há dúvidas: o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) causa grande impacto na economia cearense. Com os novos empreendimentos previstos para o local – dentre

eles a implantação de sete empresas, como a Energia Pecém e a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) – a expectativa do gover-no do estado é duplicar o Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará, que é de 85 bilhões de reais.

E geração de riquezas não acontece sem força de trabalho. Só a CSP, na sua fase de construção, segundo a Agência de Desenvol-vimento do Estado do Ceará (Adece), vai criar 23 000 postos de trabalho, estabelecendo 14 000 vagas na sua operação. Por isso o Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Sistema FIEC), por meio do SENAI/CE, vem se preparando para ser um importante pilar nesse processo de desenvolvimento.

FIEC/SENAI coordena plano para o CIPPMais ainda agora, porque o governador do Ceará, Cid Gomes,

convidou a FIEC/SENAI para coordenar o Eixo Capacitação do CIPP, com a finalidade de elaborar o Plano de Capacitação de Mão de Obra para o Complexo do Pecém. Um grupo de trabalho composto por instituições públicas e privadas envolvidas com o tema educação profissional e tecnológica no Ceará e nas empresas que estão se ins-talando no complexo foi formado para contribuir com a construção do plano, em fase de finalização.

“O estudo vai apresentar as demandas de capacitação des-sas empresas e a oferta de cursos das instituições de ensino públicas e privadas do estado, na perspectiva de atender à ne-cessidade de mão de obra qualificada nas fases de instala-ção, construção e operação das empresas e, ao mesmo tempo, contribuir com o desafio de capacitar profissionais para que os

projetos estruturantes possam gerar emprego e renda aos cea-renses”, explica Fernando Nunes.

Para a construção do plano, a FIEC realizou workshops com o grupo de trabalho e, a partir daí, foi elaborado um planejamento estratégico que possibilitou a construção de diretrizes e estratégias voltadas à ca-pacitação de mão de obra e recomendações para a sua continuidade. Formação inicial e continuada, ensino médio técnico e ensino superior e pós-graduação estão contemplados na proposta.

De acordo com Fernando Nunes, dados preliminares do documento, que será entregue a Cid Gomes, apontam que os perfis dos profissio-nais necessários para atender às empresas variam da fase de cons-trução para a fase de operação dos empreendimentos. “Considerando que os mais importantes previstos para o CIPP terão suas fases de operação a partir de 2014, o maior número de demandas por capacita-

ção profissional para 2012 e 2013 está voltado para a fase de implan-tação”, diz Nunes. Na formação inicial e continuada e ensino médio e técnico, destacam-se os eixos de infraestrutura, controles e processos industriais e gestão e negócios. No ensino superior e pós-graduação, engenharia e administração são os cursos mais procurados.

Segundo Fernando Nunes, a expectativa é que, além da divulgação dos dados em todas as fases dos empreendimentos após a entrega do relatório final, seja estabelecida uma continuidade dos trabalhos. Assim, o diretor regional do SENAI destaca que é fundamental a ela-boração de um modelo de governança e gestão que garanta as bases, controles e procedimentos, com a clara definição de papéis e respon-sabilidades das partes envolvidas para a boa conexão, implantação, funcionamento e monitoramento do processo de educação profissional e tecnológica do estado e, em particular, da região do CIPP.

Município

S.G. do Amarante

S.G. do Amarante

S.G. do Amarante

S.G. do Amarante

Caucaia

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S.G. do Amarante

Município

Caucaia

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Caucaia

S.G. do Amarante

S.G. do Amarante

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S.G. do Amarante

S.G. do Amarante

Razão social

MPX – Pecém Geração de Energia S/A

C.S.P – Companhia Siderúrgica do Pecém (Ex.Usina Siderúrgica do Ceará) Petróleo Brasileiro S/A – Petrobras (Projeto Lubnor) Fuhlander Energia Brasil Ltda.

Agro Energia do Norte S/A (Termelétrica José De Alencar) Eternit S/A

Aeris Energia S/A

Razão social

Cgtf Central Geradora Termoéletrica Fortaleza S/A

Termoceará Ltda. (Petrobras)

Wobben Windpower Ind.e Com. Ltda.

Jotadois Ne Ltda.

Tortuga Cia. Zootécnica Agrária

Votorantim Cimentos N/Ne S/A

Companhia Industrial de Cimento Apodi Hydrostec Tecnologia e Equipamentos Ltda.

Produção

Geração de energia elétrica à base de carvão mineral

Siderurgia

Indústria química

Metal-mecânica Geração de energia elétrica à base de gás natural Fab. de material de construção Fab. de pás de rotores para turbinas de geração de energia eólica

Produção

Implantação de uma usina termelétrica destinada à geração de energia elétrica

Usina termelétrica destinada à geração de energia elétrica

Fab. de aerogeradores e seus componentes Fabricação de pré-moldados de concreto Fabricação de suplementos e concentrados minerais para nutrição animal Fab. de cimento e argamassa

Fab. de cimento

Fabricação de tubos de aço, carbono, estacas, tubulares, equipamentos e peças mecânicas

Investimento

R$ 2.400.000.000

R$ 11.100.000.000

R$ 200.250.000

R$ 3.000.000

R$ 510.000.000

R$ 117.000.000

R$ 80.000.000

Investimento

R$ 550.000.000

R$ 250.000.000

R$ 23.500.000

R$ 2.180.000

R$ 100.000.000

R$ 45.000.000

R$ 55.000.000

R$ 13.000.000

Empregos

Diretos: 120 Indiretos: 480

23 000 diretos e indiretos (construção) e 14 000 (operação)

Diretos: 192 Indiretos: 798

Diretos: 35 Indiretos: 140

Diretos: 30 Indiretos: 120

Diretos: 400 Indiretos: 1 600

Diretos: 340 Indiretos: 1 360

Empregos

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206

490

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160

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Empresas em instalação no CIPP

Empresas já instaladas e em funcionamento no CIPP

FoNTE: AGêNCIA DE DESENVoLVIMENTo Do ESTADo Do CEARá (ADECE)

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Entidade atua como fomentadora do desenvolvimento do Ceará, facilitando acesso de empresas a fontes de financiamento e de melhorias de gestão

Financiando o crescimento

FIEC

S ão inúmeras as empresas que sonham com aquele ‘empurrãozinho’ que pode mudar a sua realida-de. Ter acesso a crédito para investir em inovação,

ampliar a produção, modernizar equipamentos, contra-tar funcionários e organizar a gestão é um dos maiores problemas enfrentados pelas micro, pequenas, médias e grandes empresas. Não apenas a pouca informação sobre as oportunidades de financiamento, mas também a inci-piente preparação da própria empresa para aproveitar as oportunidades existentes prejudicam a decisão de inves-timento do empresário. E, por isso, muitas formas de in-centivo não prosperam.

Atenta à sua missão de promover o desenvolvimento das indústrias cearenses e, assim, impulsionar o crescimento econômico do Ceará, a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) vem buscando abrir caminhos para incen-tivar as empresas a trilharem a seu próprio caminho. Pro-mover acesso a fontes de financiamento é uma dessas ações.

Seja ajudando a preparar as empresas, do ponto de vista de gestão e organização, para ter êxito ao pleitear um financiamento ou mesmo facilitando o acesso às fontes de crédito, a FIEC trabalha para oferecer às em-presas industriais cearenses as melhores oportunidades e opções de crescimento.

Um convênio firmado entre a FIEC e a Cai-xa Econômica Federal, no fim de setembro, que coloca à disposição uma linha especial de crédito de 400 milhões de reais às empresas filiadas aos sindicatos vinculados à Federação, simboliza bem essa atuação. A parceria, fruto de articulação entre a diretoria da FIEC e a di-reção da Caixa, proporciona às empresas esse montante até dezembro e pode ser ampliado, caso haja demanda.

O que a Caixa oferece é uma solução de crédito completa para as empresas, com a pos-sibilidade de portabilidade de financiamentos em outros bancos para a Caixa, com taxas me-nores e prazos maiores. Dentre as opções de crédito pelo convênio estão investimentos, ca-pital de giro, folha de pagamento e até crédito para pessoas físicas – funcionários das empre-sas que aderirem ao convênio podem buscar financiamentos, como habitacional e para veí-culos, via crédito consignado.

O vice-presidente de Atendimento, Distri-buição e Negócios da Caixa, José Henrique Marques, destaca que o convênio surgiu da parceria que o banco tem com a FIEC: “Essa proximidade de algum tempo nos fez priori-zar no estado esses recursos específicos. Outra questão, para nós da Caixa, é que é fundamen-tal apoiar toda e qualquer iniciativa que leve desenvolvimento ao Nordeste”. Como banco público, Marques ressalta que a Caixa tem o papel de atuar em ações assim. Para ele, os nú-

Trata-se de um reforço direcionado

à indústria, que está sendo estendido a outros segmentos do estado, como o comércio.

Odilon Pires Soares, superintendente

da Caixa em Fortaleza

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meros atuais do país mostram que o caminho é o do investimento, mesmo para indústria, que hoje necessita de mais apoio.

O superintendente da Caixa em Fortale-za, Odilon Pires Soares, lembra que a pos-sibilidade de crédito para o setor industrial foi lançada inicialmente na Federação das Indústrias do Estado do São Paulo (FIESP). “Trata-se de um reforço direcionado ao seg-mento, que está sendo estendido a outros se-tores do estado, como o comércio. É uma de-monstração de que os investimentos podem ser feitos no Nordeste, especificamente no Ceará, como um projeto piloto, já que o esta-do é o primeiro a receber essa destinação dos recursos com diferenciais para a indústria.”

Somente no dia da assinatura do convênio, foram realizados mais de 120 atendimentos. Além das empresas filiadas a sindicatos liga-dos à FIEC, o convênio também vai atender às empresas agrupadas na Associação das Empresas dos Distritos Industriais do Estado do Ceará (Aedi), com valor inicial de R$ 100 milhões de reais.

Para o presidente da FIEC, Roberto Proen-ça de Macêdo, o convênio com a Caixa repre-senta um passo importante para o desenvol-vimento da economia cearense, haja vista que a entidade congrega os maiores segmentos in-dustriais do estado. Ele disse que oferecimen-to do crédito pela Caixa é o que todo mundo gosta – o chamado "dinheiro barato". Reforçou que o Ceará é o segundo estado do país a con-tar com programa do gênero, o que mostra o respeito da Caixa com o estado.

José Henrique Marques: "Convênio surgiu da parceria que o banco tem com a FIEC"

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FIEC possui postos avançados de atendimento

Mercado interno

N as condições do convênio para as indústrias, o Grupo Aço Cearense contraiu um empréstimo de 50 milhões de reais, mas o valor ficou fora dos

400 milhões de reais. O diretor financeiro do Grupo Aço Cearense, Tom Arraes, destaca que foi uma operação realizada com bastante agilidade, considerando-se o alto valor em condições bem diferenciadas quanto ao mercado. “Nós estamos chegando no mercado interno. Apostamos que ele vai sustentar o crescimento nacional. Estamos investindo em melhoria de processos, redução de custos e aumento de produção para atender ao aumento da demanda. O volume de 50 milhões de reais atende à nossa necessidade”, destaca.

O novo aporte, de acordo com Tom Arraes, será investido, principalmente, nas unidades fabris de Caucaia. Este ano, o Grupo Aço Cearense vai processar mais de 800 000 toneladas de aço. “Nossa projeção para o próximo ano é de um acréscimo em torno de 10%. Essas inovações vêm nos ajudar no

P ara facilitar o acesso das empresas industriais a crédito e financiamento, a FIEC mantém em sua sede postos avançados de atendimento

do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e realiza atendimentos prioritários relacionados ao convênio com a Caixa Econômica Federal.

O Ceará figura na lista, com o Paraná e o Rio Grande do Sul, como um dos postos do BNDES mais atuantes. O estado se tornou o primeiro do Norte-Nordeste a ter cartões do BNDES em todos os seus municípios. Desde 2003, quando o produto foi lançado, foram emitidos 12 584 cartões no Ceará, sendo 99% deles para micro e pequenas empresas.

sentido de permitir novos investimentos, novas tecnologias, novas máquinas e equipamentos.”

O diretor diz que são investimentos que necessitam de um tempo de retorno, por isso os financiamentos precisam de prazos um pouco mais longos. “Linhas como essa que a Caixa está colocando à disposição, com juros mais baixos, prazos mais longos, com exceção de carências, são fundamentais no momento de investir em aumento de produção, porque, em um primeiro momento, você só gasta, não tem retorno imediato.”

A chegada de empreendimentos de grande porte para o Ceará também produz crescimento em cadeia. Para atender à demanda de alimentação da fase de construção da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), a empresa de alimentação industrial Serlares negociou com a Caixa um financiamento de R$ 1,8 milhão. Inicialmente, serão fornecidas cerca de 10 000 refeições por dia em média, com perspectiva de atingir até 25 000 na fase pico da construção.

Atualmente com uma média de 40 000 refeições/dia, a empresa, que tem unidades em Maracanaú, Fortaleza, Pacajus, Eusébio e Sobral, deve começar o fornecimento em novembro. “Somos uma empresa de médio porte e temos de ter um certo cuidado com o índice de endividamento. Esse aporte chega para atender à necessidade de modernização, aquisição de equipamentos e de capital de giro. Além disso, a ampliação da produção vai causar um grande impacto em nossos fornecedores”, destaca o proprietário da Serlares, Edilson Teixeira Júnior.

A Selares é mais importante cozinha industrial do Ceará e tem o maior contrato do estado em refeições coletivas.

Ampliação da produção vai

causar um grande impacto em nossos fornecedores.

Edilson Teixeira Júnior, proprietário da Serlares

“ “participar do programa, com 56 inscrições. O re-sultado final com a lista das selecionadas deve ser divulgado em novembro.

Na realidade diária, Aragão observa que várias empresas que buscam crédito e financiamento para suas atividades muitas vezes têm dificuldade ou não conseguem aprovação por problemas de planejamento e gestão. Dessa forma, o Finpyme é um destaque na área porque vai apontar suges-tões de melhorias na gestão de recursos humanos, estruturais, financeiros e ambientais das empresas participantes. "Da consultoria será gerado um diag-nóstico com soluções para que as empresas se tor-nem mais aptas a concorrer nos mercados locais, nacional e mundial."

A ideia com o Finpyme é apoiar quem normal-mente não tem acesso às oportunidades de cré-dito. O subgerente geral da CII, Steven Reed, fez uma analogia em relação ao programa, explicando que se trata de uma pessoa que quer começar a correr em maratonas, mas não teria condição de realizar os exames médicos. "Nós oferecemos esse exame às empresas para que passem a se tornar competitivas em relação ao mercado glo-bal", explica. Reed diz que a CII vem promovendo o desenvolvimento econômico do setor privado na América Latina e no Caribe a partir de 1989. Des-de então, já aprovou a concessão de mais de 3,95 bilhões de dólares em recursos para atender às empresas da região, em setores como agricultura e agroindústria, aquicultura e pesca, produtos quí-micos, plásticos, energia, educação, saneamento e infraestrutura, dentre outros.

C onseguir um financiamento não é fácil nem para pessoas físicas nem para empresas. Precisa existir muito mais do que a necessi-

dade financeira para obter êxito ao pleitear crédito em bancos e em outras instituições. Para ajudar pequenas e médias empresas em países do Caribe e da América Latina, a Corporação Interamericana de Investimentos (CII), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), realiza um programa que os ajuda a obter empréstimos para investimentos.

Trata-se do programa Financiamento Inovador de Empresas de Pequeno e Médio Porte (Finpyme). Consultorias especializadas gratuitas avaliam a administração e a situação de empresas com faturamento anual de, no mínimo, 500 mil dóla-res e mostram aos empresários como melhorar a competitividade e ampliar as chances de atender às exigências dos bancos na hora de obter um financiamento. A expectativa é atender 40 empre-sas cearenses até o fim de 2013. Para participar, além de ter faturamento de, no mínimo, 500 mil dólares, as candidatas devem estar em dia com as obrigações trabalhistas e ambientais.

O Finpyme é operacionalizado no Brasil pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e, ini-cialmente, 120 empresas nos estados do Ceará, Paraíba e Pernambuco até o fim de 2013 serão contempladas com a modalidade Diagnostics.

O gerente da unidade de Articulação de Crédito do Instituto de Desenvolvimento Industrial (INDI) da FIEC, Fernando Aragão, destaca que, entre os três estados que participam do Finpyme, o Ceará foi o que teve mais empresas interessadas em

Capacitação e preparação para financiamento

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Joaquim neto, empresário - O Finpyme é uma iniciativa espetacular. Em que outra situação a empresa pode ter um diagnóstico completo e qualificado e sem custos? Não há nenhuma desvantagem em participar do programa. Ganhos de mercado, de gestão, de mentalidade..., tudo isso está garantido aos que participarem.

O chefe de Divisão da Corporação Interame-ricana de Investimento (CII), Jorge Rondán, faz questão de destacar que o Finpyme Diagnostics não se trata de um programa de financiamento e, sim, de assistência técnica. Nesse sentido, atua em duas etapas. Na primeira, são identificadas as áreas que apresentam desafios de gestão. Na segunda, é fornecida consultoria individual ou em grupo. Para as consultorias, os interessados podem contar com programas complementares, como o Finpyme Business (desde a área finan-ceira até a de mercado), ExportPlus (mercados internacionais) e o Integrity (voltado à prática de transparência e ética). Ele lembra ainda que a aplicação das consultorias recebe apoio do CII, que arca com 85% do custo, cabendo à empresa contrapartida de 15%.

Segundo Roberto Macêdo, o Finpyme é uma oportunidade única para as pequenas e médias empresas que desejam potencializar sua com-petitividade no mercado. Isso porque o progra-ma mostra onde devem melhorar planejamento e gestão. “É importante que as empresas que queiram participar sejam transparentes e repas-sem todas as informações para o diagnóstico.”

O gerente executivo de Política Industrial da CNI, Pedro Alem Filho, entende que a adoção da metodologia do Finpyme Diagnostics é um privilé-gio para quem passa a utilizá-la, porque permite balizar os modelos de gestão com outras empre-sas do segmento ou não. “Esse aspecto é parte fundamental para quem deseja se manter compe-titivo no mercado, em qualquer área de negócio.”

Marcus Venícius Rocha Silva, presidente do Sindicato das Indústrias de Confecção de Roupas e Chapéus de Senhora do Estado do Ceará (Sindiconfecções) – O Finpyme é simplesmente fantástico para qualquer empresa que queira ampliar seus horizontes no campo da gestão. Vem para qualificar as empresas, por um custo zero, oferecendo o que há de melhor em termos de avaliação de processo. Toda empresa que entrar no programa, não tenho dúvida, só terá a ganhar com essa experiência.

Carlos Gama, diretor financeiro da FIEC - Com o Finpyme Diagnostics, a FIEC oferece ao empresariado cearense uma oportunidade única para aperfeiçoar seus processos de gestão. As empresas que participarem do programa terão, sem dúvida, um grande ganho e retorno no futuro, o qual em muito contribuirá para a sua competitividade.

BENEFíCIOS PARA A gESTãO QUAlIFICA EMPRESAS DIAgNóSTICO COMPlETO

Inovaçoesdescobertas&

CARRo EnCoLhE Ao ESTACIonAR

Duas empresas portuguesas lançaram uma carteira de bolso que promete acabar com um velho problema que atinge dez entre dez homens: o esquecimento. Batizada de Wallet Locator, o acessório é a primeira carteira com GPS do mundo. Além de ajudar a encontrar o objeto, a tecnologia pode ser utilizada para localizar pessoas com doenças degenerativas, como Alzheimer, que podem ser perder com facilidade. Também pode ser utilizada por crianças, cujos pais querem garantir a segurança dos seus filhos na escola, por exemplo. O dispositivo funciona enviando alertas automáticos, por meio de SMS e em tempo real, para um celular escolhido. O Wallet Locator permite ainda a gravação da rota efetuada pelo portador da carteira.

Dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) revelam que cerca de 39% das frutas e hortaliças sequer chegam à mesa do consumidor, porque muitas embalagens – de papelão ou madeira, principalmente – não conseguem preservar os alimentos eficientemente. Para enfrentar o problema, a área de Desenho Industrial do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), a Embrapa Agroindústria de Alimentos e o Instituto de Macromoléculas Professora Eloísa Mano, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), desenvolveram sistemas de caixas retornáveis mais eficientes. Uma das embalagens consiste em uma base padronizada na largura e comprimento, com três alturas diferentes para comportar dimensões distintas de frutos. A pesquisa contou com um recurso inédito: a digitalização das frutas em scanner 3D e sua reprodução em impressora de prototipagem. A essa base – que se empilha em módulos perfeitos – sobrepõe-se uma bandeja fina, que tem inúmeras concavidades apropriadas ao exato tamanho de cada fruto. O empilhamento garante espaço para a ventilação dos vegetais. Feita em material plástico resistente, após o transporte, a base dobra e retorna ao produtor. A bandeja, que segue até a prateleira ou consumidor final, é reciclável, usando materiais como jornais velhos. As novas embalagens podem manter o produto intacto até o consumidor final, agregando valor às diversas etapas da cadeia produtiva, garantem os pesquisadores.

TECIDo InTELIGEnTE PRoTEGE ConTRA ARRoMbAMEnTo

Pesquisadores da Universidade Técnica de Berlim, na Alemanha, desenvolveram um tecido que chega para revolucionar as indústrias da construção civil e segurança. Trata-se de um tecido inteligente que, afixado na superfície, protege até um prédio inteiro contra arrombamento. Fabricada por processos normais da indústria têxtil, em qualquer dimensão, a novidade dispara um alarme ao receber o menor furo. A inovação antirroubo permite um monitoramento de alta precisão. Isso porque seu sistema de detecção de rompimento permite a localização exata do ponto de ruptura. O material promete a criação de barreiras antiarrombamento invisíveis, implantadas sob o reboco ao redor de casas e prédios inteiros. Bancos, museus, joalherias, além de carros e trailers, também podem receber esse envelopamento de segurança. O tecido é composto por uma fina malha de fibras condutoras

conectadas a um microcontrolador. Quando qualquer uma das fibras é rompida, o sistema detecta uma variação na resistência elétrica do material, disparando um alarme. O software rodando no microcontrolador informa o local da ruptura com uma precisão de um centímetro. "A malha condutora pode ser incorporada no substrato de poliéster usando um processo de tecelagem padrão da indústria”, explica Erik Simon, coordenador da equipe alemã.

Um carro elaborado na Espanha, em conjunto com o Massachusetts Institute of Technology (MIT) nos EUA, promete ajudar a resolver o problema de escassez de vagas de uma maneira bem inusitada: encolhendo-se. Denominado de Hiriko (que em basco significa algo como “da cidade”), o veículo é equipado com um sistema que recolhe a traseira do veículo para baixo, reduzindo seu comprimento de 2,70 metros para 1,70 metro. O carro, totalmente elétrico e com capacidade para duas pessoas, é equipado com uma bateria que dura cerca de 120 quilômetros, com força de 20 cavalos, suficientes para atingir velocidades próximas a 50 quilômetros/hora. O modelo é fabricado com matérias de baixo impacto ambiental e deve ser comercializado na Europa já em 2013, com custo estimado de 16 000 dólares.

CARTEIRA CoM GPS

noVAS EMbALAGEnS EVITAM PERDAS

Nós oferecemos o diagnóstico

às empresas para que passem a se tornar competitivas em relação ao mercado global.Steven Reed, subgerente geral da CII

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Pedro Alem Filho: "A adoção da metodologia do Finpyme Diagnostics é um privilégio para quem a utiliza".

| RevistadaFIEC | Outubro de 201240 41Outubro de 2012 | RevistadaFIEC |

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Conceito é a qualidade de vidaSobral sedia final estadual dos Jogos do SESI 2012 recebendo cerca de 270 trabalhadores-atletas de 19 empresas em uma grande festa de congraçamento

Maria de Fátima Flores, porteira da Grendene do Crato, Felipe Gurgel, diretor comercial da Dura-metal, Flávia Gradvohl, diretora da Indústria Na-

val do Ceará (Inace), Francisco Taveira Júnior, motorista da Farmace, de Barbalha. Pessoas com realidades distintas, em relação a funções e experiências profissionais vivencia-das nas indústrias cearenses, mas iguais nos Jogos do SESI, porque encontraram nas disputas a oportunidade de se de-dicar à prática esportiva como atributo essencial à boa qua-lidade de vida. Como elas, somente este ano, mais de 3 000

Jogos do SESI

colaboradores de indústrias do estado conviveram durante sete meses diante da possibilidade de superar tempos, lidar com as diferenças em busca do objetivo maior da equipe e enfrentar as resistências impostas pelo próprio corpo.

Para esses competidores, mais do que o resultado, a certeza de que o bem-estar proporcionado pela prática esportiva regular vai além de qualquer conquista. Nesse sentido, os exemplos de Maria de Fátima, Felipe, Flávia e Júnior são alguns dos vários surgidos nas etapas dos Jogos do SESI 2012, seja nas eliminatórias regionais de

Fortaleza, Cariri e Região Norte, ou na final estadual que reuniu os vencedores em grande festa de congraçamento, de 12 a 14 de outu-bro, no município de Sobral. Segundo Eu-gênio Monteiro, coordenador de Esporte do SESI, a principal missão dos jogos é procurar incutir nos participantes que ali estão traba-lhadores-atletas, e não, atletas-trabalhadores.

É a partir dessa premissa, explica Eugê-nio, que a cada competição é ressaltada a seguinte proposta: a prática de esportes está ligada à qualidade de vida e aos valores que regem tal atividade. Quanto a isso, ele diz que o ponto alto dos jogos é muito mais o espírito de solidariedade do que o resultado final. “O conceito defendido pelo SESI tem sido alcançado com sucesso e se amplia a cada competição.” Mas isso não determina que nas competições, afirma Eugênio, haja “corpo mole” ou “lei do menor esforço” por parte das equipes e competidores.

Não à toa, os Jogos do SESI, desde as fases iniciais até a nacional, transformaram-se em um dos maiores eventos esportivos do Brasil. Para se ter uma ideia, a última final nacional reuniu em Goiânia, no mês de junho último, 1 023 trabalhadores de 247 indústrias de todo o país. Uma competição, como diz Eugê-nio Monteiro, que uniu trabalho em equipe, comprometimento e superação, valores que acabam sendo disseminados nas empresas por essas pessoas que aprendem a incuti-los no seu dia a dia. No próximo ano, a fase na-cional será realizada no Rio de Janeiro e, até lá, há disputas nas fases estaduais e regionais para a indicação dos classificados. No Ceará, a fase estadual contou com 270 atletas de 19 indústrias, que disputaram em 14 modalida-des: futebol de campo, futebol sete master, futsal (masculino e feminino), voleibol (mas-culino e feminino), vôlei de praia (masculino e feminino) tênis de mesa (masculino e fe-minino), tênis de quadra (duas categorias) e xadrez (duas categorias).

Para a realização das competições estaduais, foram mobilizados cinco locais, sendo quatro em Sobral e um em Meruoca, a 11 quilômetros da cidade sobralense, o que permitiu grande festa de congraçamento entre praticantes, pú-blico das duas cidades, árbitros e pessoal de apoio. Os jogos ocorreram nas dependências

do SESI (futsal, voleibol, tênis de mesa e xa-drez); Coelce (vôlei de areia); Hotel Ytaca-ranha (tênis de quadra), Votorantin (futebol sete master) e estádio Beira Rio (futebol), da prefeitura de Sobral. Nas fases municipais se classificaram na região metropolitana de Fortaleza as empresas Guararapes, Marisol, Esmaltec, Inace, Vicunha, Cagece, Correios e Durametal. Da região Norte, participaram Grendene, Beplast, Fábrica Coelho, Votoran-tim e Nutrilite. Do Cariri, concorreram atle-tas da Cajuína São Geraldo, Grendene, Itapuí, Bom Sinal, Singer e Brasil Inject.

Para receber tantas equipes, o SESI montou estrutura de logística compatível com a im-portância da competição estadual, tendo sido mobilizados transporte para os participantes das regiões do Cariri e da região metropolitana de Fortaleza, arbitragem oficial, alimentação, hospedagem e apoio na área médica. Todos os competidores ficaram hospedados no mesmo hotel, como parte da estratégia de aproximação que marca os Jogos do SESI. Esse aspecto se jus-tifica, levando-se em conta que a fase estadual é classificatória para as etapas regional, nacio-nal e mundial, proporcionando aos vencedores intercâmbio com outras culturas. O Ceará, por exemplo, em muitas oportunidades conseguiu chegar longe nas disputas em modalidades como vôlei de quadra e de areia e natação.

Em Sobral, as disputas estaduais se deram em alto nível. A Inace, favorita nas duas moda-lidades de vôlei feminino, areia e quadra, mais

O conceito defendido

pelo SESI tem sido alcançado com sucesso e se amplia a cada competição.

Eugênio Monteiro, coordenador de Esporte do SESI

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LuIz HENRIquE CAMPOS

| RevistadaFIEC | Outubro de 201242 43Outubro de 2012 | RevistadaFIEC |

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uma vez venceu as disputas. A Inace e a Grendene Sobral (sete master e tênis de mesa feminino) foram as empresas que ganharam em duas modalidades, mostrando o nível de igualdade das disputas por indústria. Por região, no entan-to, Fortaleza levou vantagem, vencendo oito modalidades. Sobral vem a seguir, com três. Juazeiro do Norte, Barbalha e Crato levaram uma modalidade cada.

A Grendene do Crato foi uma das gratas surpresas dos jogos: derrotou a favorita Fábrica Coelho (Sobral) no vôlei de areia e levou o título. Os vencedores das modalidades em disputa na cidade de Sobral, e mais os classificados por melhor tempo das disputas de atletismo e natação, irão re-presentar o Ceará na etapa Nordeste, que ocorrerá de 15 a 18 de novembro, em Teresina. Os vencedores das disputas entre os estados nordestinos estarão automaticamente clas-sificados para a etapa nacional, em 2013, prevista para o estado do Rio de Janeiro.

Casa nova

S ediar os jogos estaduais dos trabalhadores da indústria concretizou antigo sonho do Centro Integrado do SESI/SENAI de Sobral. E mais: veio em momento

certo, no mesmo ano no qual foram entregues suas novas e modernas instalações. Segundo o gerente da unidade, Marcos Antônio Medeiros, que abriu a competição, tal fato demonstra a importância que o Sistema FIEC dá à região Norte do estado.

Ele lembrou que os Jogos do SESI representam uma das maiores competições esportivas do país, promovendo o esporte por meio de ações socioeducativas, com base na participação, formação e rendimento para a valorização humana. Fatores, como destacou, que se enquadram perfeitamente no conceito de disseminação da proposta de qualidade de vida do trabalhador, perseguida pelo SESI por meio das competições.

Destaque no atletismo

M aria Gilvana Alves, da empresa Iracema, participa de competições de atletismo nos Jogos do SESI há oito anos. Ganhou oito

medalhas nacionais e diz que começou a praticar esportes a partir das competições do SESI. Há dez anos na empresa, exerce atualmente a função de selecionadora da área de produção. Afirma, orgulhosa, que o seu exemplo serve de incentivo para que os demais colaboradores da empresa também se engajem em atividades esportivas. Com relação aos benefícios do esporte, Gilvana aponta que o atletismo mudou sua vida por completo e não dispensa participar de corridas de rua em Fortaleza. "Ganhei mais qualidade de vida, e não pretendo parar tão cedo." Este ano, correu os 1 500 metros e os 400 metros nos Jogos do SESI, ganhando a medalha de ouro nas duas modalidades, sendo uma das favoritas para trazer medalhas para o Ceará e, claro, para a Iracema.

Sinal de alerta

A nalista de comércio exterior na Esmaltec, onde está há 23 anos, Francisco Leônidas da Silva praticou esporte até os 25 anos, quando foi obrigado a parar. Já passando dos 40,

teve um "estalo", como gosta de dizer, ao tentar participar de uma corrida e se surpreender com a falta de condicionamento físico. O fato acendeu uma luz vermelha em Leônidas, que decidiu dedicar mais atenção à sua saúde. Há cerca de um ano e meio, entrou no programa de qualidade de vida desenvolvido pela Esmaltec. Inicialmente no futebol master, o analista de comércio exterior foi aos poucos ganhando gosto. Hoje faz parte da equipe de atletismo que compete nos Jogos do SESI. Este ano disputou os 3 000 metros e, mesmo não ganhando medalha, mostra-se satisfeito com a mudança radical em sua vida. E agora não quer mais parar, sendo adepto das corridas de rua.

Gilvana Alves: "Ganhei mais qualidade de vida, e não pretendo parar tão cedo" Francisco Leônidas: "Não

quero mais parar de praticar esportes"

Retorno às quadras

D iretor comercial da Durametal, indústria do setor metal-mecânico, Felipe Gurgel é mais um caso típico dos que gostam de praticar esportes, mas que, por uma

questão ou outra, acabam tendo que abdicar desse tipo de lazer. No seu caso, a rotina de viagens o fez parar de jogar tênis há quase 12 anos. Em 2012, porém, vendo a empolgação dos funcionários da empresa que queriam participar dos Jogos do SESI, sentiu-se incentivado a tomar parte. Como resultado, ganhou a fase de Fortaleza e, em Sobral, sagrou-se campeão da categoria até 35 anos. "Não pretendo parar de jogar tão cedo, e vou sempre participar dos Jogos do SESI." A próxima missão é em Teresina, nas disputas regionais.

O exemplo da Fafá

É verdade que a equipe de vôlei de areia feminino da Grendene do Crato não foi páreo para a equipe da Inace, respeitada inclusive no exterior nos jogos dos trabalhadores. Mas isso

não impediu que o trio da Grendene do Cariri entrasse em campo e disputasse dignamente a partida. Como era de se esperar, o jogo foi fácil para a Inace, mas quem chamou a atenção pelo espírito esportivo foi Maria de Fátima Flores da Silva, a Fafá. A todo lance, ela demonstrava a importância da superação como marca dos jogos. Exercendo a função de porteira na Grendene, Fafá participou de outras competições, mas tem dificuldade em conciliar o horário de trabalho, que não é fixo, com os treinamentos. Mesmo assim, não desanima, e participa sempre que pode. Não sem motivo, é um exemplo de garra e determinação para os mais jovens.

Feminino é com a Inace

N os Jogos do SESI, há uma certeza. Em qualquer modalidade feminina da qual trabalhadoras-atletas da Inace estejam participando, outra equipe ganhar

medalha é sempre feito a ser comemorado. Este ano não foi diferente. Nas quatro competições que a empresa participou, ganhou todas, arrebatando o título no vôlei de quadra e de areia, e ganhando por equipe em atletismo e natação. E a supremacia não é de hoje. A empresa vem sempre forte, e já venceu até competições internacionais. Talvez não haja uma receita para isso. Mas chama a atenção dos que competem com as equipes da Inace a humildade das atletas. Sabendo que são superiores, nunca deixam transparecer fora do jogo a técnica que esbanjam dentro dele. E como diz o velho ditado Quem engorda o boi é o olho do dono, cabe a uma das diretoras da Inace, Flávia Gradvohl, acompanhar as trabalhadoras-atletas, ela própria, praticante do vôlei de areia. Nas disputas pelo país e exterior, Flávia faz questão de estar com as companheiras, sentindo as dificuldades e dividindo as conquistas. Talvez seja essa a verdadeira vitória.

Futebol empolga

U ma das competições mais disputadas dos Jogos Estaduais do SESI, em Sobral, foi o futebol. Na partida final, Esmaltec e Farmace, de Barbalha, se enfrentaram, com a equipe de

Fortaleza jogando pelo empate. A menos de quatro minutos do final da partida, o placar marcava 1 x 1, mas um pênalti marcada para a equipe da Farmace, e convertido, mudou a história do jogo. A equipe caririense se sagrou campeã, resultado comemorado com entusiasmo pelo treinador Francisco Taveira Júnior. A conquista marcou a história do grupo: desde 2008 participa dos jogos, mas, apesar de sempre se dar bem na fase regional, não havia ainda conquistado o título estadual.

Fafá é exemplo de garra e determinação para os mais jovens Flávia: "Faço questão de

estar com as companheiras, sentindo as dificuldades e dividindo as conquistas"

Felipe Gurgel: "Não pretendo parar de jogar tão cedo, e vou sempre participar dos Jogos do SESI"

Marcos Medeiros: "Jogos do SESI representam uma das maiores competições esportivas do país"

| RevistadaFIEC | Outubro de 201244 45Outubro de 2012 | RevistadaFIEC |

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Futebol Farmace (Barbalha)

Futebol sete master Grendene (Sobral)

Futsal masculino Cajuína São Geraldo (Juazeiro do Norte)

Futsal feminino Marisol (Fortaleza)

Voleibol masculino Fábrica Coelho (Sobral)

Voleibol feminino Inace (Fortaleza)

Voleibol de areia (M) Grendene (Crato)

Voleibol de areia (F) Inace (Fortaleza)

Tênis de quadra (16+) Felipe Gurgel/Durametal (Fortaleza)

Tênis de quadra (35+) Luís Fernando/Esmaltec (Fortaleza)

Tênis de mesa (M) Carlos Eduardo/Vicunha (Fortaleza)

Tênis de mesa (F) Albina Maria/Grendene (Sobral)

Xadrez (pensado) André Nascimento/Guararapes (Fortaleza)

Xadrez (rápido) Walter Silva Batista/Correios (Fortaleza)

Atletismo por equipe (M) Esmaltec

Atletismo por equipe (F) Inace

natação por equipe (M) Construtora Mahattan

natação por equipe (F) Inace

C om a presença de atletas em todas as modalidades de atletismo em disputa nos Jogos do SESI 2012, a equipe da Esmaltec foi o grande

destaque das disputas realizadas este ano no complexo esportivo da Universidade de Fortaleza (Unifor). Ao todo, 24 atletas da empresa participaram da competição disputada em 16 categorias entre masculino e feminino. Ao final, ganhou 23 medalhas e sagrou-se campeã geral de atletismo (1° lugar no geral masculino e 2° no geral feminino). De acordo com Shalimar de Mesquita, analista de Recursos Humanos da empresa, a presença dos colaboradores é resultado de um programa voltado à qualidade de vida. Ela explica que há três anos teve início a ação, baseada em pilares voltados à prática esportiva e ao cuidado com a saúde.

No que diz respeito à prática esportiva, Shalimar ressalta que atualmente 200 funcionários estão engajados no programa, que conta com total apoio da direção da Esmaltec. Nesse sentido, diz que, no começo, foi incentivada a prática em modalidades existentes nos jogos do SESI. Hoje, afirma, a empresa também

incentiva a participação no circuito de corridas de rua em Fortaleza, pagando a inscrição e financiando o equipamento necessário. Além disso, a Esmaltec oferece gratuitamente treinamento aos que desejam praticar atletismo, custeando treinadores e dando transporte para os treinamentos que são realizados durante a semana na pista internacional de atletismo da Unifor. “O resultado é que não faltam exemplos de mudança de qualidade de vida entre os praticantes de modalidades esportivas na empresa.”

A própria Shalimar é exemplo dessa transformação. Obesa e sedentária há três anos, atualmente é uma das maiores entusiastas da prática esportiva, tendo participado de quase todas as categorias de corrida na competição realizada na Unifor este ano. Um ponto ressaltado por ela é que, se no início do programa o número de pessoas era pequeno, agora cresceu. “E a tendência é que aumente cada vez mais.” Shalimar aponta, como casos concretos de sucesso, o baixo índice de rotatividade de empregados na empresa, entre os praticantes de esporte, e o índice zero de desistências, independente de idade. Durante as disputas, a Esmaltec também deu exemplo em relação à estrutura: montou barraca de massagem e alimentação para os atletas, além de incentivar familiares e demais praticantes.

Incentivo à prática de esportes

VENCEDORES DOS JOgOS ESTADUAIS DO SESI

Atletas da Esmaltec

Shalimar: "Não faltam exemplos na Esmaltec de mudança de qualidade de vida entre os praticantes de modalidades esportivas"

| RevistadaFIEC | Outubro de 201246

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