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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CONSTRUÇÃO CIVIL CURSO DE ENGENHARIA CIVIL GABRIEL SARAIVA DA ROCHA HENRIQUE LEITE GUILHERME DE OLIVEIRA INSPEÇÃO E AVALIAÇÃO DE PATOLOGIAS EM PONTES DE CONCRETO ARMADO SOB A ÓTICA DA NBR 9452: 2016 ESTUDO DE CASO EM VIADUTO DA BR 376 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CURITIBA 2017

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CONSTRUÇÃO CIVIL

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

GABRIEL SARAIVA DA ROCHA

HENRIQUE LEITE GUILHERME DE OLIVEIRA

INSPEÇÃO E AVALIAÇÃO DE PATOLOGIAS EM PONTES DE CONCRETO

ARMADO SOB A ÓTICA DA NBR 9452: 2016 – ESTUDO DE CASO EM VIADUTO

DA BR 376

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CURITIBA

2017

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GABRIEL SARAIVA DA ROCHA

HENRIQUE LEITE GUILHERME DE OLIVEIRA

INSPEÇÃO E AVALIAÇÃO DE PATOLOGIAS EM PONTES DE CONCRETO

ARMADO SOB A ÓTICA DA NBR 9452: 2016 – ESTUDO DE CASO EM

VIADUTO DA BR 376

Trabalho de Conclusão de Curso de graduação, do curso superior de Engenharia Civil do Departamento Acadêmico de Construção Civil – DACOC – da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro

Orientador: Prof. MSc. Amacin Rodrigues Moreira

Co-Orientador: Prof. Dr. Wellington Mazer

CURITIBA

2017

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Ministério da Educação

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

Campus Curitiba – Sede Ecoville Departamento Acadêmico de Construção Civil

Curso de Engenharia Civil

FOLHA DE APROVAÇÃO

INSPEÇÃO E AVALIAÇÃO DE PATOLOGIAS EM PONTES DE

CONCRETO ARMADO SOB A ÓTICA DA NBR 9452: 2016 – ESTUDO DE CASO EM VIADUTO DA BR 376

Por

GABRIEL SARAIVA DA ROCHA HENRIQUE LEITE GUILHERME DE OLIVEIRA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da

Universidade Tecnológica Federal do Paraná, defendido no primeiro semestre de

2017 e aprovado pela seguinte banca de avaliação:

_______________________________________________ Prof. Orientador – Amacin Rodrigues Moreira, MSc.

UTFPR

_______________________________________________ Prof. Co-Orientador – Wellington Mazer, Dr.

UTFPR

_______________________________________________ Prof. Adauto José Miranda de Lima, Dr.

UTFPR

OBS.: O documento assinado encontra-se em posse da coordenação do curso.

UTFPR - Deputado Heitor de Alencar Furtado, 5000 - Curitiba - PR Brasil - CEP 81280-340

[email protected] telefone DACOC +55 (41) 3279-4537 www.utfpr.edu.br

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Aos nossos pais, nossas

famílias, nossos amigos, colegas e

todas as demais pessoas que

contribuíram com esta caminhada,

dedicamos este trabalho.

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AGRADECIMENTOS

Não somente sabemos que muitas pessoas nos ajudaram a chegar até aqui,

temos a certeza de que nossa persistência nessa jornada só se manteve forte por

conta delas.

Agradecemos a Deus, primeiramente, por ter-nos dado saúde, força e

inteligência para superar as adversidades e chegar até aqui.

Agredecemos, acima de tudo, aos nossos pais, pelo carinho, amor,

ensinamentos e paciência a nós dedicados, sempre nos apoiando em todos os

momentos. Agradecemos por, mesmo à distância, serem exemplos e não medirem

esforços para que pudéssemos sempre seguir adiante.

Agradecemos a nossos tios, irmãos, avós paternos e maternos, a todos

nossos demais familiares e, também, in memorian, aqueles que não estão mais

entre nós, mas que estariam muito contentes nesta data, pelo apoio incondicional e

por sempre acreditarem em nós.

Agradecemos a esta instituição e todo seu corpo docente e administrativo,

Universidade Tecnológica Federal do Paraná, por nos propiciar uma educação de

excelência e nos colocar em contato com ótimos educadores e profissionais.

Agradecemos, em especial, ao nosso orientador e professor, Amacin

Rodrigues Moreira, pelo seus preciosos ensinamentos e prestatividade em nos

ajudar sempre que necessário. Agradecemos, também, ao nosso co-orientador e

professor, Wellington Mazer, por seus ensinamentos tão importantes quanto e sua

dedicação em nos transmitir conhecimentos. Do mesmo modo, agradecemos ao

nosso professor e banca deste trabalho, Adauto José Miranda de Lima, que também

desprendeu de tempo e dedicação para nos auxiliar e orientar ao longo do

desenvolvimente deste trabalho.

Agradecemos, por fim, aos nosso amigos, aqueles mais pertos e aqueles que

estão mais longe, por compartilharmos de tantos momentos ao longo dessa jornada

e por sempre estarem presentes, nos incentivando e fazendo com que o período da

faculdade fosse marcado por alegrias.

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RESUMO

ROCHA, G. S.; OLIVEIRA, H. L. G. Inspeção e Avaliação de Patologias em Pontes de Concreto Armado sob a Ótica da NBR 9452: 2016 – Estudo de Caso em Viaduto da BR 376. 2017. 114 f. Trabalho de Conclusão de Curso – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2017.

Este trabalho tem como objetivo realizar a inspeção e avaliação das patologias existentes em Obras de Arte Especiais, sob a ótica da nova norma de inspeção de pontes, viadutos e passarelas de concreto, NBR 9452: 2016, através da realização de estudo de caso em uma ponte localizada no município de Curitiba, determinando assim a condição da estrutura. Paralelamente, tem-se como finalidade estabelecer um parâmetro de comparação entre a norma vigente e a norma antiga, apontando suas diferenças e melhorias no processo. Tal estudo partiu de premissas previamente estudadas, abordando as tipologias das OAEs, os mais variados e comuns tipos de manifestações patológicas e os métodos de inspeção. O estudo de caso contou com inspeções no local, testes de caracterização e mapeamento das patologias encontradas. Através da metodologia desenvolvida, foi possível identificar condições insatisfatórias na obra estudada e, ao mesmo tempo, constatar uma considerável melhora no método de inspeção e classificação proposto pela nova norma. Este trabalho pode, futuramente, servir como base para o estudo terapêutico da OAE avaliada e, também, para novos estudos de prevenção e diagnóstico de patologias em outras obras, evitando suas manifestações e, com isso, aumentando a qualidade construtiva, a durabilidade da obra e diminuindo custos futuros de manutenção ou interrupções de serviço que estas manifestações venham a causar.

Palavras-chave: Patologias, Diagnóstico, Pontes, Concreto Armado, Obras de Arte

Especiais, Inspeção

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ABSTRACT

ROCHA, G. S.; OLIVEIRA, H. L. G. Inspection and Evaluation of Pathologies in Reinforced Concrete Bridges Under the Perspective of the NBR 9452: 2016 – Case Study in Viaduct at BR 376. 2017. 114p. Final Course Assignment – Federal Technological University of Paraná, Curitiba, 2017.

The objective of this research is to perform the inspection and evaluation of existing pathologies in Special Pieces of Art, under the perspective of the new concrete bridges, viaducts and walkways inspection standard, NBR 9452: 2016, through the accomplishment of a case study in a bridge located in the city of Curitiba, thus determining the condition of the structure. Along that, it is intended to establish a parameter of comparison between the current and the old standard, pointing out their differences and improvements in the process. This study was based on assumptions previously studied, addressing the typologies of the SPAs, the most varied and common kinds of pathological manifestation and the inspection methods. For the case study, it was carried through in loco inspection, performance tests and mapping of found pathologies. Through the developed methodology, it was possible to identify unsatisfactory conditions in the studied construction and, at the same time, to notice a considerable improvement in the method of inspection and classification proposed by the new standard. This work may, in the future, serve as a basis for the therapeutic study of the SPA evaluated and, also, for new studies of prevention and diagnosis in other structures, avoiding the development of pathological manifestations and, thus, increasing the constructive quality, the structures durability and reducing future costs due to maintenance or service interruptions that these manifestations may cause.

Key-words: Pathologies, Diagnose, Bridges, Reinforced Concrete, Special Pieces of Art, Inspection

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Diferentes desempenhos de uma estrutura ................................................ 7

Figura 2 - Elementos componentes de uma ponte ...................................................... 9

Figura 3 – Seção transversal de uma ponte tipo Viga T ............................................ 11

Figura 4 – Seção transversal de uma ponte tipo Seção-Caixão................................ 11

Figura 5 – Esquema padrão em corte de uma Barreira ............................................ 12

Figura 6 – Aparelhos de apoio no topo dos pilares de uma OAE .............................. 13

Figura 7 – Representação de um Encontro ............................................................... 14

Figura 8 – Manchas em ponte sem pingadeira ......................................................... 20

Figura 9 – Efeito da lixiviação no concreto ................................................................ 21

Figura 10 – Representação da reação de Carbonatação do Hidróxido de Cálcio ..... 22

Figura 11 – Tipos de corrosão e fatores que as provocam ....................................... 24

Figura 12 – Evolução dos custos pela fase de intervenção....................................... 32

Figura 13 – Fluxograma de Vistoria Especial ............................................................ 36

Figura 14 - Ficha de Inspeção da Norma 010 ........................................................... 38

Figura 15 - Caracterização dos elementos estruturais segundo a relevância no

sistema estrutural ...................................................................................................... 40

Figura 16 – Vista geral da ponte em sua ................................................................... 44

Figura 17 – Localização da obra na BR 376, km 75 .................................................. 44

Figura 18 – Panorama 3D da obra na BR 376, km 75 .............................................. 46

Figura 19 - Legenda do mapeamento utilizado ......................................................... 47

Figura 20 – Vista inferior da ponte ............................................................................ 47

Figura 21 – Vista lateral esquerda da ponte .............................................................. 48

Figura 22 – Vista lateral direita da ponte ................................................................... 48

Figura 23 – Vista superior da ponte .......................................................................... 49

Figura 24 - Extremidade da ponte afetada pelo fogo ................................................ 49

Figura 25 - Vista inferior da ponte ............................................................................. 50

Figura 26 - Região exposta ao fogo .......................................................................... 50

Figura 27 – Laje inferior apresentando armaduras expostas .................................... 51

Figura 28 – Pilar P1 com armaduras expostas .......................................................... 52

Figura 29 – Armaduras longitudinais e transversais expostas no pilar P1 ................ 52

Figura 30 – Armaduras do pilar P1 apresentando corrosão generalizada................. 53

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Figura 31 – Aparelho de apoio do pilar P1 ................................................................ 53

Figura 32 – Aparelho de apoio do pilar P2 ................................................................ 54

Figura 33 – Aparelho de apoio do pilar P8 ................................................................ 54

Figura 34 – Aparelho de apoio do pilar P7 ................................................................ 55

Figura 35 – Topo do pilar P1 ..................................................................................... 55

Figura 36 – Detalhe da fissuração acima do pilar P1 ................................................ 56

Figura 37 – Manchas nas saídas dos drenos ............................................................ 56

Figura 38 - Lixiviação presente na saída dos drenos ................................................ 57

Figura 39 – Manchas na extremidade da laje ............................................................ 57

Figura 40 - Região de exposição de armaduras na barreira ..................................... 58

Figura 41 – Armaduras expostas na barreira da ponte ............................................. 58

Figura 42 – Armaduras da barreira apresentando corrosão ...................................... 59

Figura 43 – Sulcos no talude de encontro da OAE ................................................... 59

Figura 44 – Defeitos no pavimento ............................................................................ 60

Figura 45 – Barreira com defeitos ............................................................................. 60

Figura 46 – Fissuras no pavimento na extremidade direita da ponte ........................ 61

Figura 47 – Barreira com defeito na extremidade direita da ponte ............................ 61

Figura 48 – Dimensão da fissura em determinado local............................................ 62

Figura 49 – Ala de encontro da ponte com fissuras .................................................. 63

Figura 50 – Rompimento na barreira próxima à ala de encontro da ponte................ 63

Figura 51 – Detalhe do rompimento na barreira ........................................................ 64

Figura 52 – Escala de determinação do índice pH .................................................... 65

Figura 53 – Teste do pH na longarina em cima do pilar P2....................................... 65

Figura 54 - Teste de pH em fragmentos do pilar P2 .................................................. 65

Figura 55 – Teste de pH no pilar P6 .......................................................................... 66

Figura 56 – Teste de pH na longarina em cima do pilar P7....................................... 66

Figura 57 – Uso de paquímetro para determinação da profundidade de carbonatação

.................................................................................................................................. 67

Figura 58 – Teste de carbonatação na longarina em cima do pilar P2 ..................... 68

Figura 59 – Teste de carbonatação no pilar P7 ......................................................... 68

Figura 60 – Teste de carbonatação em fragmento do pilar P2 .................................. 68

Figura 61 - Utilização do pacômetro para determinação do cobrimento ................... 69

Figura 62 - Utilização do pacômetro para localização das armaduras ...................... 71

Figura 63 - Demarcação de pontos para a esclerometria.......................................... 72

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Figura 64 - Realização do teste de esclerometria ..................................................... 72

Figura 65 – Redução do coeficiente de impacto devido à carbonatação .................. 74

Figura 66 – Curvas de conversão para a resistência de um corpo de prova cilíndrico

.................................................................................................................................. 75

Figura 67 - Verificação de prumo no pilar P7 ............................................................ 77

Figura 68 - Verificação de prumo no pilar P6 ............................................................ 77

Figura 69 - Ficha de inspeção proposta pelo método preenchida ............................. 80

Figura 70 - Instruções para atribuição de notas de avaliação ................................... 81

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Valores resultantes dos testes de pH, carbonatação, profundidade de

cobrimento e estimativa da vida útil dos elementos .................................................. 71

Tabela 2 - Resultados dos testes de esclerometria e estimativa da resistência

característica dos elementos ..................................................................................... 75

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Patologias nas etapas de processo de construção ................................ 16

Quadro 2 – Incidência das principais manifestações patológicas ............................. 18

Quadro 3 – Exigências de durabilidade relacionadas à fissuração e à proteção da

armadura, em função das classes de agressividade ambiental ................................ 28

Quadro 4 - Instruções para Atribuição de Notas de Avaliação .................................. 37

Quadro 5 - Modelo de ficha de classificação da OAE ............................................... 40

Quadro 6 - Classificação da condição da OAE segundo parâmetros estrutural,

funcional e de durabilidade........................................................................................ 41

Quadro 7 - Resultados dos testes de pH................................................................... 66

Quadro 8 - Resultados do teste de carbonatação ..................................................... 69

Quadro 9 - Resultado dos testes de esclerometria ................................................... 73

Quadro 10 – Notas de classificação atribuídas ......................................................... 82

Quadro 11 - Classificação da condição de OAE segundo os parâmetros estrutural,

funcional e de durabilidade........................................................................................ 83

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABNT Associação Brasileira De Normas Técnicas

Ca(OH)2 Hidróxido De Cálcio

CaCO3 Carbonato De Cálcio

CEB Comite Euro Internacional Du Beton

CFB Clima Temperado Húmido Com Verão Temperado

cm² Centímetros quadrados

CO2 Gás Carbônico

DER Departamento De Estradas De Rodagem

DNER Departamento Nacional De Estradas De Rodagem

DNIT Departamento Nacional De Infraestrutura De Transportes

fck Resistência Característica Do Concreto

INMET Instituto Nacional De Meteorologia

Kg quilogramas

NBR Norma Brasileira Registrada

OAE Obra De Arte Especial

pH Potencial Hidrogeniônico

σr Resistência do concreto

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1

1.1 OBJETIVOS ................................................................................................... 2

1.1.1 Objetivo Geral .......................................................................................... 2

1.1.2 Objetivos Específicos .............................................................................. 2

1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................. 3

1.3 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO ............................................................... 4

2 PREMISSAS E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................. 5

2.1 CONCEITOS .................................................................................................. 5

2.1.1 Vida Útil ................................................................................................... 5

2.1.2 Durabilidade............................................................................................. 5

2.1.3 Deterioração ............................................................................................ 6

2.1.4 Desempenho ........................................................................................... 6

2.1.5 Manutenção ............................................................................................. 8

2.2 OBRAS DE ARTE ESPECIAIS (OAE) ........................................................... 8

2.2.1 Superestrutura ....................................................................................... 10

2.2.1.1 Barreiras, Guarda-Corpo e Guarda-Rodas ..................................... 12

2.2.2 Mesoestrutura ........................................................................................ 13

2.2.2.1 Aparelhos de Apoio ......................................................................... 13

2.2.2.2 Encontros ........................................................................................ 14

2.2.3 Infraestrutura ......................................................................................... 14

2.3 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ............................................................ 15

2.3.1 Etapas da Construção Civil e Origens das Patologias ........................... 16

2.3.2 Tipos de Patologias e suas ocorrências ................................................ 18

2.3.2.1 Infiltrações e Danos por Umidade ................................................... 19

2.3.2.2 Lixiviação ........................................................................................ 20

2.3.2.3 Carbonatação .................................................................................. 21

2.3.2.4 Corrosão das Armaduras ................................................................ 23

2.3.2.5 Recalques Diferenciais de Fundação .............................................. 25

2.3.2.6 Fissuração ....................................................................................... 26

2.3.2.7 Ninhos de Concretagem.................................................................. 30

2.3.2.8 Problemas de Juntas de Dilatação .................................................. 30

2.3.2.9 Taludes ........................................................................................... 31

2.3.2.10 Drenagem ....................................................................................... 31

2.3.3 PROFILAXIA, MANUTENÇÃO E CUSTOS ........................................... 31

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2.4 INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE ESPECIAIS ........................................... 33

2.4.1 Inspeção Cadastral ................................................................................ 33

2.4.2 Inspeção Rotineira ................................................................................. 34

2.4.3 Inspeção Especial .................................................................................. 35

2.4.4 Método da NBR 9452 (ABNT, 1986) ..................................................... 35

2.4.5 Método da Norma 010 (DNIT, 2004) ..................................................... 36

2.4.5.1 Inspeção Extraordinária .................................................................. 39

2.4.5.2 Inspeção Intermediária .................................................................... 39

2.4.6 Método da NBR 9452 (ABNT, 2016) ..................................................... 39

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ........................................................... 42

3.1 O MÉTODO DE ESTUDO DE CASO ........................................................... 42

3.1.1 Análise das Condições Climáticas ......................................................... 42

3.1.2 Análise de Dados Prévios ...................................................................... 43

3.2 PROCEDIMENTO DE COLETA E ANÁLISE DE DADOS ............................ 45

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................. 46

4.1 Manifestações Patológicas ........................................................................... 46

4.1.1 Testes de Caracterização ...................................................................... 64

4.1.1.1 Índice pH ......................................................................................... 64

4.1.1.2 Profundidade de Carbonatação ...................................................... 67

4.1.1.3 Cobrimento das Armaduras ............................................................ 69

4.1.1.4 Estimativa da Vida Útil .................................................................... 70

4.1.1.5 Esclerometria .................................................................................. 71

4.1.1.6 Prumo dos Pilares ........................................................................... 76

4.2 Classificação da Estrutura ............................................................................ 78

4.2.1 Classificação segundo a NBR 9452 (ABNT, 1986) ................................ 78

4.2.2 Classificação segundo a Norma 010 (DNIT, 2004) ................................ 79

4.2.3 Classificação segundo a NBR 9452 (ABNT, 2016) ................................ 81

4.3 Comparação entre os métodos .................................................................... 84

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES ..................................................... 86

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1

1 INTRODUÇÃO

De acordo com Souza e Ripper (1998), a humanidade sempre buscou a

construção de estruturas adaptadas às suas necessidades, sejam estas de abrigos,

locais laborais ou de infraestrutura. O desenvolvimento desta área possibilitou à

civilização alcançar feitos antes inimagináveis e permitir a vida em ambientes

inóspitos com maior conforto. Deste desenvolvimento deu-se o avanço tecnológico e

a conquista de conhecimentos mais aprofundados sobre as estruturas e tudo aquilo

que as cercam. Tais conhecimentos abrangeram, dentre tantos, o estudo e análise

de erros acontecidos nas construções e seus resultados deteriorantes nas

estruturas.

Ao estudo e análise destes erros dá-se o nome de patologias. Os erros em si,

são chamados manifestações patológicas. Estas são, em sua maioria, oriundas de

falhas em projeto, má execução, negligência na gestão, má utilização pelo usuário,

uso de materiais de má qualidade, falta de manutenção, entre outros.

Porém, não somente de falhas surgem as patologias, segundo Souza e

Ripper (1998), “mesmo as estruturas bem projetadas e construídas, e corretamente

utilizadas, desenvolvem sintomas patológicos. ”

Hoje em dia, no mercado da construção civil, grande aporte financeiro é

destinado para o diagnóstico, prevenção e manutenção destes erros presentes nas

construções.

Existem casos onde é possível criar uma análise e diagnóstico das patologias

através apenas da observação visual, porém, em outros, esse diagnóstico pode se

tornar de extrema dificuldade, sendo necessária uma investigação profunda e

detalhada do problema, que além de demandar tempo, demanda também

significativos investimentos, trazendo incômodos tanto para o usuário como para o

construtor.

Estes incômodos podem ser evitados se a correta e boa execução do projeto

for aplicada. Contudo, isso nem sempre ocorre, por questões de economia. Um dos

grandes desafios desta área é fazer entender que o custo futuro de uma má

execução ultrapassa o custo imediato de uma execução de qualidade.

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2

Redução de custos futuros, minimização de distúrbios, aumento da satisfação

cliente/empresa e melhora da qualidade das edificações são alguns dos benefícios

que o emprego da devida atenção a essa área pode trazer.

No Brasil, não existem muitos estudos e pesquisas dedicados a esse âmbito.

Apenas em um período mais recente, esse setor vem recebendo maior atenção. Isto

se dá pelo fato do mercado ter começado a enxergar os benefícios que a prevenção

e o diagnóstico oportuno dessas patologias trazem a todos os envolvidos.

Este trabalho aborda as principais manifestações patológicas existentes em

estruturas de concreto armado, assim como os meios de investigação e técnicas

para realização de diagnósticos.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

Este trabalho tem como objetivo principal realizar a inspeção e avaliação das

manifestações patológicas presentes em Obras de Arte Especiais, sob a ótica da

nova norma de inspeção de pontes, viadutos e passarelas de concreto, NBR 9452

(ABNT, 2016), através da realização de um estudo de caso em uma ponte localizada

no município de Curitiba.

1.1.2 Objetivos Específicos

A fim de auxiliar no alcance do objetivo principal, objetivos secundários foram

estabelecidos.

a. Realização de inspeções visuais

b. Realização de ensaios de avaliação

c. Mapeamento das patologias encontradas

d. Avaliação das prováveis origens

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e. Determinação da condição da estrutura através dos critérios das normas

brasileiras

f. Comparação entre os métodos das normas

1.2 JUSTIFICATIVA

Uma obra viária, responsável por permitir e atribuir continuidade ao tráfego de

veículos nas rodovias, tem enorme importância econômica em um país. É comum a

ocorrência de patologias em Obras de Arte Especiais e, como consequência destas,

uma rodovia pode ter seu tráfego interrompido, gerando enorme ônus às atividades

econômicas dali dependentes, além do custo necessário para o tratamento das

enfermidades ou até mesmo reposição das estruturas.

A falta de inspeção prévia, a má execução do projeto, falta de manutenção, e

o sub-dimensionamento estrutural da obra de arte são os principais fatores

contribuintes para as manifestações patológicas.

Como principal ônus, o custo ao longo do tempo se torna alto, aliado a

constante necessidade de manutenção. A melhor aplicação dos conceitos

adequados durante toda a etapa de projeto é ato simples e imprescindível para a

minimização ou total eliminação destas ocorrências.

Portanto, faz-se necessário este estudo, onde os resultados obtidos neste

trabalho terão como benefício primordial a melhor compreensão científica sobre as

manifestações patológicas, seu diagnóstico e os critérios de classificação estrutural

das normas vigentes. Como consequência, temos a melhoria na prevenção das

manifestações e, com isso, o aumento na qualidade construtiva, durabilidade da

obra e diminuição de custos futuros de manutenção ou interrupções de serviço que

estas manifestações venham a causar

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1.3 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO

A primeira parte deste trabalho consistirá no estudo e apresentação dos

fundamentos teóricos e premissas necessárias para o desenvolvimento dos

objetivos deste. Estas serão divididas entre o estudo das Obras de Arte Especiais,

as Manifestações Patológicas e Inspeção das Obras de Arte Especiais.

Em seguida, será apresentada a metodologia a ser seguida afim de obter os

resultados necessários. Tratará dos procedimentos utilizados, mecanismos

empregados e processamento das informações.

Após, os resultados obtidos serão apresentados e discutidos, estabelecendo

assim, a base para a etapa final deste trabalho, que será a de realizar a conclusão

quanto às propostas iniciais de objetivo do trabalho e sua verificação.

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2 PREMISSAS E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Nesta etapa, será realizado o estudo teórico acerca dos assuntos pertinentes

aos conceitos empregados, obras de arte especiais e suas ocorrentes patologias, a

fim de permitir a correta realização do estudo de caso e suas considerações. Uma

abordagem geral das manifestações patológicas será feita, assim como a

explanação de suas prováveis causas.

2.1 CONCEITOS

2.1.1 Vida Útil

De acordo com a Norma de Desempenho NBR 15575 (ABNT, 2013), que

analisa a vida útil e desempenho das edificações, define-se vida útil como sendo o

período de tempo no qual a estrutura e seus sistemas se prestam às atividades as

quais foram projetados, com atendimento aos desempenhos mínimos previstos na

NBR 15575 (ABNT, 2013), considerando também a periodicidade e execução

correta dos processos de manutenção especificados na NBR 5674 (ABNT, 2012)

(Manutenção de edificações - Requisitos para o sistema de gestão de manutenção).

Souza e Ripper (1998) definem vida útil como sendo o período em que as

edificações apresentam suas propriedades acima dos limites mínimos especificados.

2.1.2 Durabilidade

A NBR 15575 (ABNT, 2013) em conjunto com NBR 6118 (ABNT, 2014)

definem durabilidade como a capacidade da estrutura de resistir à ação das

intempéries definidas pelo projeto estrutural, conservando-se sua forma original,

qualidade e capacidade de utilização estando exposto ao meio ambiente. Sendo

assim, durabilidade é a capacidade da estrutura em oferecer o desempenho

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desejado por um período de vida útil definido, considerando a ação dos fatores de

degradação.

2.1.3 Deterioração

De acordo com Souza e Ripper (1998), o concreto é um material que tem

suas propriedades físicas e químicas alteradas ao longo do tempo, devido às ações

de agentes externos sobre seus componentes. A consequência dessas alterações,

que venham a diminuir o desempenho de uma edificação, é chamado deterioração.

Várias são as causas da deterioração estrutural, mas, primariamente,

podemos dividi-las entre aquelas que advém de causas intrínsecas ou extrínsecas.

Souza e Ripper (1998) dão uma clara definição destas classificações, quais sejam,

causas intrínsecas, sendo aquelas inerentes à própria estrutura, ou seja, aquelas

com origem nos materiais e peças estruturais durante as fases de execução e

utilização, ou por questões próprias do material, e extrínsecas, que são aquelas que

independem do corpo estrutural em si ou de falhas inerentes do processo de

execução e utilização (pode ser entendida como aquilo que ataca a estrutura “de

fora pra dentro”).

2.1.4 Desempenho

Segundo Souza e Ripper (1998), entende-se por desempenho de uma

edificação as propriedades e comportamento de cada produto, ao longo de sua vida

útil. Ao dizer que uma edificação apresenta desempenho satisfatório, significa que

suas propriedades e o comportamento de seus componentes estão acima dos

limites mínimos especificados.

Ao ponto que a estrutura vai se deteriorando, seja pelo envelhecimento

natural ou pela presença de algum agente patológico, essas propriedades vão sendo

reduzidas até o ponto em que atingem ou ficam abaixo dos limites mínimos.

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O ponto em que isto ocorre varia de edificação para edificação e depende

entre outros, do tipo de edificação e sua finalidade, da manutenção ocorrida e de

qual a condição em que a estrutura se encontra.

Ainda de Souza e Ripper (1998), pode-se citar três principais casos

recorrentes, que exemplificam bem o conceito de desempenho, deterioração e

necessidade de intervenção em cada estrutura.

Como primeiro caso, há a estrutura que inicialmente apresenta desempenho

satisfatório e, após certo tempo, com o decaimento do desempenho atinge um nível

abaixo dos limites e requer intervenção.

No segundo caso, tem-se a estrutura que também inicialmente apresenta

desempenho satisfatório e, a certa altura, é submetida a um problema súbito, como

um acidente, e passa imediatamente a necessitar de intervenção.

Para o terceiro caso, tem-se a estrutura que já tem desde o início seu

desempenho abaixo dos limites, requerendo intervenção. Neste caso, trata-se de

uma estrutura com erros originais de projeto e execução, ou que tenha necessitado

alterar seu propósito funcional, necessitando de reforço.

Estas situações estão representadas na Figura 1. O primeiro caso é

representado pela linha traço-duplo ponto; o segundo pela linha cheia e o terceiro

pela linha traço-monoponto.

Figura 1 - Diferentes desempenhos de uma estrutura (Fonte: Souza e Ripper, 1998)

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Importante frisar que a presença de patologias, independente do caso em que

se encontra, acelera esse processo e faz com que a edificação necessite de

intervenção mais rapidamente.

2.1.5 Manutenção

Souza e Ripper (1998) definem manutenção como o conjunto de atividades e

intervenções realizadas afim de elevar ou restaurar o desempenho de uma estrutura

a níveis aceitáveis, ou também, o conjunto de ações tomadas que tenham como

objetivo prolongar a vida útil da estrutura.

Também define que as intervenções podem ocorrer durante qualquer etapa

de um projeto de construção e que estas manutenções podem ser classificadas em

preventivas e corretivas.

Ainda, afirma que a ausência de manutenção adequada pode tornar a Obra

de Arte Especial (OAE) deficiente por razões estruturais ou funcionais e que quanto

mais tardia for a constatada a necessidade de intervenção de uma estrutura, mais

onerosa ela será. Segue-se, à ausência de manutenção, a necessidade de

restauração, reforço e, eventualmente, substituição da obra.

Mais adiante, os diferentes tipos de manutenção e suas características serão

devidamente aprofundados.

2.2 OBRAS DE ARTE ESPECIAIS (OAE)

De acordo com o Glossário de Termos Técnicos Rodoviários (DNER, 1997),

Obra de Arte Especial é “toda estrutura, tal como ponte, viaduto ou túnel que, pelas

suas proporções e características peculiares, requer um projeto específico”.

A seguir, será feita a apresentação das tipologias das obras de arte especiais.

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Pfeil (1979) nos traz uma definição mais ampla para o termo pontes, segundo

ele, pode-se definir uma ponte como uma construção que possui a finalidade de

transpor um obstáculo e dar continuidade a uma via.

Ainda segundo Pfeil (1979), as pontes, em sua maioria, sob o ponto de vista

funcional, podem ser divididas em três partes principais, sendo elas superestrutura,

mesoestrutura e infraestrutura.

Vitório (2002) define cada um desses componentes como:

Superestrutura é o que vence o vão necessário pela ponte e recebe

diretamente as cargas provenientes do tráfego dos veículos,

transmitindo-as à mesoestrutura.

Mesoestrutura tem a função de conduzir as cargas da superestrutura

em conjunto com os esforços recebidos diretamente de outras forças

solicitantes, tais como pressão do vento e água, para a infraestrutura e

é constituída pelos pilares, vigas-traves e encontros.

Infraestrutura tem a finalidade de receber as cargas da mesoestrutura,

transmitindo as para o terreno de implantação da obra. Constituem a

infraestrutura os blocos, as sapatas, as estacas, tubulões, etc.

Na Figura 2 está ilustrada a disposição destas estruturas em uma OAE.

Figura 2 - Elementos componentes de uma ponte (Fonte: Vitório, 2002)

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Segundo Pfeil (1979), existem cinco tipos principais de sistemas construtivos

de pontes, sendo estes as pontes em viga, pontes em arco, pontes treliçadas,

pontes suspensas e pontes estaiadas. As pontes inteiramente construídas em

concreto armado podem ser do tipo viga ou arco.

Este estudo terá como objeto principal as pontes em vigas, que são aquelas

mais presentes nas obras viárias brasileiras e objeto do nosso estudo de caso.

De acordo com Pfeil (1983), denominam-se pontes em vigas aquelas em que

os vãos entre apoios são vencidos por vigas, isto é, elementos alongados cujas

solicitações internas principais são momentos fletores e esforços cortantes.

2.2.1 Superestrutura

De acordo com Vitório (2002), superestrutura é aquela que vence o vão

necessário pela ponte e recebe diretamente as cargas do tráfego de veículos. Pode-

se dizer que é a parte “mais alta” da estrutura. A superestrutura é composta pelas

longarinas, transversinas e lajes. Esta última compondo o chamado estrado ou

tabuleiro, que é a parte da superestrutura que recebe diretamente o tráfego da via e

o transfere para os demais elementos.

Conforme Pfeil (1979), as pontes em vigas de concreto armado podem

classificar-se segundo a disposição das vigas na seção transversal ou segundo o

esquema estrutural de cada viga considerada estruturalmente.

O esquema de ligação entre as lajes, longarinas e transversinas configuram a

seção transversal da superestrutura.

Segundo Quadros (2013), "a superestrutura de uma ponte pode ter sua seção

de duas formas, a seção aberta e a celular. A seção aberta, mais conhecida como T

ou I, é composta por longarinas, transversinas e lajes, que agem em conjunto

formando uma grelha. A seção celular (caixão) é composta por uma única grande

peça que possui uma distribuição uniforme de cargas por toda sua seção."

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Estas diferentes seções transversais estão representadas nas Figuras 3 e 4.

Figura 3 – Seção transversal de uma ponte tipo Viga T (Fonte: Manual de Inspeção de Pontes Rodoviárias, DNIT, 2004)

Conforme Pfeil (1983), normalmente a ponte em viga T é constituída por três

ou mais vigas longitudinais, unidas transversalmente pelas transversinas. A ação

conjunta das vigas e transversinas constitui uma grelha que gera uma distribuição

das cargas pela superestrutura.

Segundo Mason (1977), as vigas longitudinais são responsáveis por vencer

os vãos. As vigas transversais são destinadas a regular a distribuição de cargas nas

longarinas. O tabuleiro serve como superfície de rolamento, transmite as cargas do

tráfego à grelha e trabalha em conjunto para a distribuição das cargas.

Figura 4 – Seção transversal de uma ponte tipo Seção-Caixão (Fonte: Manual de Inspeção de Pontes Rodoviárias, DNIT, 2004)

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Conforme Pfeil (1983), o tipo de seção em viga-caixão favorece a distribuição

uniforme das cargas na seção transversal. Uma carga aplicada em qualquer ponto

da pista se distribui igualmente e chega uniformizada na laje inferior.

Leonhardt (1979) afirma que estas vigas apresentam grande rigidez à torção.

2.2.1.1 Barreiras, Guarda-Corpo e Guarda-Rodas

Debs e Takeya (2007) definem que barreiras são elementos de segurança

localizados nas extremidades de pista nas OAEs e que, por estarem diretamente

expostas ao tráfego da via superior da ponte, estes tem uma tendência maior de se

degradarem, seja pela agressividade do meio, ou também por acidentes, como o

choque de veículos. Ainda, define que, em pontes onde haja a presença de passeio,

Guarda-Roda é o elemento destinado a impedir a invasão dos passeios pelos

veículos e Guarda-Corpo o elemento de proteção dos pedestres.

Figura 5 – Esquema padrão em corte de uma Barreira (Fonte: Manual de Inspeção de Pontes Rodoviárias, DNIT, 2004)

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2.2.2 Mesoestrutura

De acordo com Greca et al (2011), a mesoestrutura é caracterizada pela

presença dos elementos que recebem as cargas da superestrutura e as transferem

para a infraestrutura. É, em geral, formada pelos pilares, aparelhos de apoio e

encontros, estando frequentemente sujeita a forças externas hidráulicas e eólicas

relevantes.

2.2.2.1 Aparelhos de Apoio

Segundo Vitório (2002), os aparelhos de apoio são elementos conectivos de

vínculo localizados no topo dos pilares de uma OAE, com a função de ligar a

superestrutura à mesoestrutura. Possuem a característica de permitir a rotação, e

alguns casos também a translação, entre essas estruturas, não transmitindo assim

os esforços de momento fletor para os pilares. Estes aparelhos podem ser de

variados materiais e tipo, como aço, concreto e também de elastômero à base de

policloropreno, mais conhecidos como neoprene, que apresentam facilidade de

execução e grande resistência à intempéries.

Figura 6 – Aparelhos de apoio no topo dos pilares de uma OAE (Fonte: Quadros, 2013)

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2.2.2.2 Encontros

Debs e Takeya (2003) definem encontro como sendo o elemento situado nas

extremidades da ponte, na transição da ponte com o aterro da via, e que tem a

função de suporte, de arrimo do solo e de ligação da obra com a estrada.

O encontro também pode estar localizado na superestrutura, como é o caso

de superestruturas que terminem longitudinalmente em balanço, e o encontro se

faça pelo sistema de cortinas, abas, laje de transição e viga de travamento.

Figura 7 – Representação de um Encontro (Fonte: Debs e Takeya, 2003)

2.2.3 Infraestrutura

Segundo Pfeil (1983), a infraestrutura ou fundação, é a parte da ponte por

meio da qual são transmitidos ao terreno de implantação da obra, rocha ou solo, os

esforços recebidos da mesoestrutura.

Fazem parte da infraestutura os elementos como sapatas, blocos, tubulões e

estacas. A escolha do sistema a ser utilizado dependerá de inúmeros fatores

relacionados a interação solo-estrutura como, por exemplo, profundidade a ser

escavada, cargas verticais e horizontais a serem absorvidas, propriedades e tensão

admissível do solo, o meio em que se encontra a fundação, entre outros.

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2.3 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

Sendo derivado do grego (phatos – doença, e logia – ciência), patologia

significa “estudo da doença”. A Norma 010 (DNIT, 2004) define defeito como falta de

conformidade com qualquer dos requisitos especificados ou condições para as quais

a obra foi projetada.

De acordo com Cánovas (1988), patologia é uma importante ramificação da

Engenharia Civil que estuda os mecanismos, os sintomas, as causas e as origens

dos defeitos nas construções, estabelecendo assim, um diagnóstico da estrutura.

Considera-se que uma estrutura apresenta uma patologia quando esta possui uma

ou mais de suas funções comprometidas. O tratamento desta tem por objetivo

recuperar esta função.

Cánovas (1988) afirma que as enfermidades do concreto podem ser

congênitas, quando “nascem” com a estrutura, ou são adquiridas ao longo de sua

vida, devido à ação direta de agentes externos. Ainda, segundo Cánovas (1988), o

concreto armado é um material não inerte, que se sujeita a alterações ao longo do

tempo, em função das interações entre os elementos que o constituem (cimento,

areia, brita, água e aço) e os agentes externos, como bases, ácidos, sais, gases,

vapores e micro-organismos.

Segundo o engenheiro Piancastelli (2014), “Muitas vezes, dessas interações

resultam anomalias que podem comprometer o desempenho da estrutura, provocar

efeitos estéticos indesejáveis ou causar desconforto psicológico nos usuários”.

Souza e Ripper (1998) afirmam que, o conjunto destes fatores gera o que é

chamado deterioração estrutural. As causas dessa deterioração podem ser dos mais

variados tipos, porém, é possível apontar quais as mais recorrentes, quanto esta

deterioração não ocorre pelo “envelhecimento natural” da estrutura. Mesmo sendo

possível determinar os principais causadores dos defeitos, é necessário entender

que mesmo estruturas bem projetadas e construídas estão propensas a apresentar

problemas patológicos. As estruturas possuem uma vida útil e, com o passar do

tempo, inevitavelmente problemas aparecerão.

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2.3.1 Etapas da Construção Civil e Origens das Patologias

De acordo com Souza e Ripper (1998), pode-se categorizar as etapas físicas

envolvidas no processo de construção em três, quais sejam, concepção (projeto),

execução e utilização (manutenção). Já em níveis conceituais, devemos incluir

também indicadores como desempenho, durabilidade, conformidade e reabilitação.

Existem algumas divergências entre os trabalhos de diferentes autores, como

Souza e Ripper (1998) e Machado (2002), sobre a proporção de incidência das

patologias e suas etapas de origem na construção civil, pois estes dependem de

fatores locais para sua determinação, porém, em sua grande maioria, tendem a

seguir uma mesma proporção.

Em seu estudo, Helene (1992) destaca quais são estas principais etapas nas

quais as manifestações patológicas têm origem em um processo construtivo. Esta

informação pode ser vista no Quadro 1.

Quadro 1 – Patologias nas etapas de processo de construção (Fonte: Helene, 1992)

No Quadro 1 pode-se observar que a maior parte das patologias tem origem

nas fases de Projeto e Execução. Em seguida, aparecem aquelas oriundas do uso

de materiais inadequados, muitas vezes ocorrendo por uma alegada razão

econômica. Por último, aparecem aquelas advindas do mau uso da edificação e de

um planejamento inadequado.

Segundo Arivabene (2015), as falhas geradas nas etapas de Projeto e

Execução costumam apresentar maior gravidade do que aquelas provenientes de

uso de materiais de menor qualidade e mau uso da edificação. Estratificando e

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analisando pelo diagrama de Pareto, obtém-se que cerca de 70% das

consequências advêm de 20% das causas. Isso nos proporciona identificar melhor o

problema para criar um plano de ação mais eficaz em seguida.

Souza e Ripper (1998) relacionam quais são as principais falhas existentes

em cada etapa.

Para a fase de projeto, tem-se que as principais causas são a deficiência no

projeto estrutural e seus elementos, erros na definição do modelo analítico, falta de

detalhamento (que tende a gerar erros de execução), especificação errônea de

materiais, detalhes inexequíveis e falhas no dimensionamento (super ou sub-

dimensionamento).

As causas de falhas que podem suceder durante a etapa de concepção do

projeto são aquelas provenientes de um estudo prévio insuficiente, de anteprojetos

equivocados ou da elaboração de projeto de execução falho. De maneira geral,

quanto mais “antiga” for a falha, mais complexa e onerosa será. Por outro lado, erros

advindos do estudo preliminar e do anteprojeto tendem a encarecer o processo de

construção e implantar dificuldades de utilização da obra, enquanto que as falhas

geradas na realização do projeto final, geralmente, são as responsáveis pela

implantação de problemas patológicos graves na edificação e podem ser geradas

por diversos fatores.

Já para a etapa de execução, falhas na etapa de concretagem (podendo ser

no transporte, lançamento, juntas de concretagem, adensamento e cura), falta de

adequação de escoramentos e fôrmas, interpretação incorreta do projeto, colocação

errada de armaduras (podendo ser nos estribos, ancoragem, emendas,

espaçamento e/ou posicionamento), utilização incorreta dos materiais de construção

(utilização inadequada de aditivos e dosagem inadequada do concreto), falta de

inspeção e controle de qualidade na obra como um todo, mão de obra incapacitada,

deficiência nas instalações complementares, são as principais causas.

Cánovas (1988) enuncia que: "a patologia na execução pode ser

consequência da patologia de projeto, havendo uma estreita relação entre elas; isso

não quer dizer que a patologia de projeto sendo nula, a de execução também o será.

Nem sempre com projetos de qualidade desaparecerão os erros de execução. Estes

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sempre existirão, embora seja verdade que podem ser reduzidos ao mínimo caso a

execução seja realizada seguindo um bom projeto e com uma fiscalização intensa".

Para as falhas relacionadas a materiais, Souza e Ripper (1998) destacam

como principais causas a escolha irresponsável de materiais de baixa qualidade,

aceitação de materiais não entregues em conformidade com o requisitado (fck

inferior ao definido em projeto, concreto de consistência inadequada, aço com

características divergentes das especificadas), não realização de ensaios

qualitativos, como o slump test, por exemplo.

Para a etapa de planejamento, evidencia-se a falta de compatibilidade entre o

projeto estrutural, arquitetônico e geométrico, no caso de pontes (esta também

podendo ser considerada uma falha da etapa de concepção), cronograma

incompatível com a obra (gerando atitudes negligentes e imprudentes, visando

acelerar a construção), falha de comunicação entre as equipes constituintes do

projeto e a disseminação errônea de informações como principais origens.

2.3.2 Tipos de Patologias e suas ocorrências

As manifestações patológicas podem se dar nos mais variados tipos. Em seu

estudo, Machado (2002) relacionam a incidência das principais manifestações

patológicas nas estruturas com suas ocorrências. No Quadro 2 estão identificadas

quais são elas.

Quadro 2 – Incidência das principais manifestações patológicas (Fonte: Machado, 2002)

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A NBR 6118 (ABNT, 2014) identifica quais os principais mecanismos de

envelhecimento e deterioração das estruturas, que originam as patologias e que

devem ser considerados para a análise de durabilidade da estrutura.

Segundo a NBR 6118 (ABNT, 2014), os mecanismos preponderantes de

deterioração do concreto são as infiltrações e danos por umidade, a lixiviação,

expansão e reações deletérias. Os mecanismos deteriorantes da armadura são a

corrosão generalizada e corrosão localizada, alavancada pelo elevado teor de íons.

A NBR 6118 (ABNT, 2014) resume que os mecanismos de deterioração da estrutura

como um todo são todos aqueles relacionados às ações mecânicas, movimentações

de origem térmica, impactos, ações cíclicas, retração, fluência e relaxação.

2.3.2.1 Infiltrações e Danos por Umidade

Arivabene (2015) afirma que a umidade é a causa ou o meio necessário para

o desenvolvimento de uma grande quantidade das patologias nas construções. Em

pontes, os maiores problemas relacionados a água são a corrosão das armaduras

devido a infiltração e o aparecimento de mofo, eflorescências e manchas.

De acordo com Souza (2008), o mofo é um problema que ocorre pela

formação de fungos nas superfícies do concreto, pela presença de umidade no

ambiente. A origem deste problema é externa ao sistema construtivo.

Souza e Ripper (1998) esclarecem que as eflorescências, diferente do mofo,

tem sua origem através de problemas no sistema construtivo e podem ser muito

nocivas ao concreto. A eflorescência é a formação de depósito de sais de hidróxido

de cálcio (Ca(OH)2) na superfície do concreto através de um processo chamado

lixiviação, que também será tratado adiante.

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Figura 8 – Manchas em ponte sem pingadeira (Fonte: própria)

Na Figura 8 observam-se manchas em uma ponte, causadas pela ausência

de pingadeira, que faz com que a água escoe pela superfície do concreto deixando

manchas de sujeira.

2.3.2.2 Lixiviação

A lixiviação, segundo Helene (1992), é o processo de extração de uma

substância de um meio sólido por meio de sua dissolução em um líquido. Nas

estruturas de concreto, o processo de lixiviação ocorre com a infiltração da água,

que dissolve e transporta, por percolação, os cristais de Hidróxido de Cálcio

(Ca(OH)2) presentes na massa cimentícia, gerando depósitos de sais

esbranquiçados na superfície do concreto.

De acordo com Helene (1992), cerca de 25% da massa do concreto é o

Hidróxido de Cálcio e este é um componente altamente solúvel. Este é um processo

altamente nocivo ao concreto e à estrutura, pois a remoção e transporte dos

hidróxidos dissolvidos diminui a quantidade de material presente no concreto e isso,

consequentemente, reduz sua capacidade mecânica.

Souza e Ripper (1998) afirmam que a lixiviação se dá pelo fato da remoção de

material aumentar a porosidade do concreto e, com isso, facilitar ainda mais a

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entrada de água e gases nocivos no interior do elemento estrutural, abrindo caminho

e facilitando o processo de carbonatação.

A lixiviação é um dos processos mais comuns em obras de concreto exposto

ao ambiente, como é o caso das OAEs.

Figura 9 – Efeito da lixiviação no concreto (Fonte: Sartorti, 2008)

2.3.2.3 Carbonatação

De acordo com Souza e Ripper (1998), o concreto é um material que, logo

após sua produção, apresenta um teor altamente alcalino, resultante principalmente

pela grande presença de hidróxido de cálcio (Ca(OH)2), proveniente das reações de

hidratação do cimento.

De acordo com Amorim (2010), este pH alcalino fica em torno de 12 a 13.

Este ambiente alcalino gera no aço das armaduras uma camada protetora de boa

aderência, baixa condutividade e solubilidade, chamada camada passivadora.

Amorim (2010) esclarece que o hidróxido de cálcio reage na presença do gás

carbônico (CO2) gerando o carbonato de cálcio (CaCO3). A este processo dá-se o

nome de carbonatação e sua principal consequência é a redução do pH original do

concreto para valores inferiores a 9.

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Segundo Souza e Ripper (1998) e Amorin (2010), isto se dá quando o dióxido

de carbono presente na atmosfera transporta-se através dos poros e fissuras do

concreto sobre o cimento hidratado e reage com o hidróxido de cálcio e umidade

interna dos grãos.

Ainda, de acordo com Souza e Ripper (1998), é importante ressaltar que a

carbonatação ocorre no concreto, mas seu principal problema se dá nas armaduras.

A presença do carbonato de cálcio no concreto por si só não seria prejudicial, pelo

contrário, inclusive aumentaria sua resistência mecânica.

Souza e Ripper (1998) afirmam que dependendo do nível de concentração de

CO2 da atmosfera, da porosidade e do nível de fissuração do concreto, essa

carbonatação pode atingir as camadas da armadura do concreto e causar a

destruição da película protetora das mesmas, a camada passivadora, através da

redução do pH, criando um ambiente propício para a corrosão.

Na Figura 10 e na Equação 1 está ilustrado esse processo:

Ca(OH)2 + CO2 = CaCO3 + H2O (1)

Figura 10 – Representação da reação de Carbonatação do Hidróxido de Cálcio (Fonte: Amorim, 2010)

A concentração de CO2 será inversamente proporcional ao pH no concreto.

Segundo Amorim (2010), no processo de carbonatação, a velocidade e a

profundidade atingida são função da exposição da estrutura ao meio ambiente, da

concentração do CO2 na região, da umidade, da temperatura, da qualidade do

concreto (porosidade e alcalinidade).

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Ainda, de acordo com Amorim (2010), a alta concentração de CO2 ao redor de

estruturas como pontes e viadutos faz com que a carbonatação seja de extrema

relevância para o estudo de patologias em OAEs.

2.3.2.4 Corrosão das Armaduras

Segundo Gentil (1987) e Helene (1986), corrosão pode ser definida como a

interação destrutiva de um material com o ambiente, por reação química ou

eletroquímica, aliada a presença ou não de esforços mecânicos.

Gentil (1987) define que para o aço contido no concreto, dois são os

processos que podem ocorrer, a oxidação e a corrosão propriamente dita.

A oxidação é um processo extremamente lento, caracterizado pela reação

gás-metal, com formação de uma película de óxido, segundo Gentil (1987). Por não

ser este o problema notório a respeito da corrosão em armaduras, não será

aprofundado no presente trabalho.

Segundo Silva et al (2006), na corrosão, o processo dominante é o

eletroquímico, pois o concreto costuma apresentar todos os requisitos para que este

aconteça. A corrosão eletroquímica é aquela que ocorre em meio aquoso, devido a

geração de um potencial elétrico, na presença de um eletrólito que entra em contato

com um condutor metálico. No caso do concreto, este eletrólito é a própria solução

aquosa contida no concreto e o condutor metálico é a barra de aço da armadura.

Esta corrosão eletroquímica pode ser acelerada pela presença de agentes

químicos externos ou internos ao concreto.

Conforme descrito anteriormente, o concreto forma uma película protetora ao

aço. Silva et al (2006) afirmam que: “A alcalinidade no interior do concreto provém

da fase líquida existente nos seus poros que contém hidroxilas oriundas da

ionização dos hidróxidos de cálcio, sódio e potássio. Mesmo em idades avançadas o

concreto continua propiciando um meio básico que protege a armadura do fenômeno

da corrosão. ”

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De acordo com Silva (2006) e Amorim (2010), se o pH do concreto estiver

abaixo de 9, a película protetora pode ser facilmente destruída, o que ocasionaria o

surgimento da corrosão nas armaduras, mas isto também pode começar a ocorrer

com pH abaixo de 11.

Amorim (2010) diz que, com esta película destruída, feito que acontece,

dentre outros, pelo efeito da carbonatação, cria-se um ambiente propício para a

corrosão eletroquímica das armaduras.

Cascudo (1997) define que os principais agentes que acarretam na destruição

da camada passivadora e na corrosão das armaduras são a redução do pH, gerando

a corrosão generalizada, causada pela carbonatação, a corrosão localizada causada

por íons agressivos, principalmente íons cloretos, por pequenos orifícios chamados

pites na superfície do metal e, também, a corrosão localizada sob tensão fraturante.

Tal situação pode ser observada na Figura 11.

Figura 11 – Tipos de corrosão e fatores que as provocam (Fonte: Cascudo, 1997)

Amorim (2010) lista a corrosão causada por cloretos como uma das mais

agressivas e mais problemáticas que as armaduras podem sofrer. Por este motivo, a

presença de íon Cl- nos cimentos é limitada na maioria dos regulamentos.

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Souza e Ripper (1998) esclarecem que esses cloretos as vezes são

adicionados involuntariamente ao concreto através do uso de alguns aditivos

aceleradores de pega (função esta que o cloreto exerce muito bem), de agregados,

águas contaminadas ou a partir de tratamentos de limpeza com ácido muriático. Por

outro lado, podem também penetrar no concreto, advindos do meio externo (como

em dias de chuva, por exemplo), através de sua estrutura porosa.

Segundo Amorim (2010), no caso de pontes e viadutos, a maior ocorrência de

problemas relacionados à corrosão são advindos da carbonatação, devido à grande

presença de CO2 na atmosfera ao redor da estrutura, proveniente principalmente

dos automóveis.

2.3.2.5 Recalques Diferenciais de Fundação

Inicialmente, Oliveira (2012) define recalque como sendo o deslocamento

vertical para baixo que a base da fundação sofre em relação à nível do terreno. Esse

deslocamento é resultante da deformação do solo proveniente da aplicação de

cargas ou devido ao peso próprio das camadas sobre a qual se apoia o elemento da

fundação e a característica resistente do solo.

Oliveira (2012) explica que, quando esse recalque ocorre sob uma parte da

fundação da estrutura da edificação e outra não, é chamado recalque diferencial.

Esse tipo de recalque é muito comum e sua principal característica é a geração de

fissuras nas estruturas.

Souza e Ripper (1998) afirmam que toda edificação está sujeita a

deslocamentos verticais, até que haja um equilíbrio entre o carregamento aplicado e

o solo no qual o mesmo está sendo aplicado. Uma das maiores causas do recalque

das fundações é a má elaboração dos projetos, particularmente devido às falhas de

cálculo nas fundações, causando recalques diferencias entre os apoios e,

consequentemente, a aparição de trincas na estrutura.

Cánovas (1988) diz que, a deformação do solo é função da carga aplicada

sobre ele e de sua resistência. Quando um desses fatores é incorretamente

projetado, o solo se comportará diferente do esperado.

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De acordo com Cánovas (1988), no caso do recalque diferencial, uma das

partes da fundação pode estar em um solo de diferente capacidade de carga do que

o restante e isso não ter sido previsto na sondagem ou, também, a carga realmente

aplicada naquele ponto pode ser diferente da estimada em projeto. Ambas as

situações causariam um recalque diferencial e, com isso, fissuras provavelmente

seriam geradas.

Este tipo de recalque pode ocorrer em todos os tipos de fundação, sejam elas

isoladas (pilares, estacas, tubulões) ou contínuas (sapatas corridas, radier, etc). No

caso das OAEs, esta ocorrência pode se dar na fundação de um dos pilares da

estrutura ou em um dos lados como um todo e gerar, devido a isso, fissuras nas

vigas e estruturas superiores ligadas a esses pilares.

2.3.2.6 Fissuração

As fissuras são um dos tipos de ocorrências mais comuns encontradas nas

edificações e podem se manifestar por diversos fatores, segundo Souza e Ripper

(1998). As fissuras possuem caráter sintomático, ou seja, elas não são as

causadoras e, sim, as consequências de alguma outra deficiência na estrutura. As

mesmas podem interferir na estética, atributos estruturais e durabilidade da obra.

Souza e Ripper (1998) consideram as fissuras como a manifestação patológica mais

característica das estruturas de concreto.

Souza e Ripper (1998) afirmam que o processo de análise e classificação das

fissuras dependerá sempre da origem e intensidade do quadro de fissuração e para

obtenção de resultados precisos, será necessário o desenvolvimento de uma análise

consistente que incluam a correta determinação de suas configurações, como

abertura, extensão e profundidade das mesmas, através, por exemplo, de um

processo chamado mapeamento. No estudo de Inspeção, este processo de

diagnóstico será mais aprofundado.

De acordo com a NBR 15575 (ABNT, 2013), há, comumente, a diferenciação

entre trincas e fissuras. Essa diferenciação se dá pelo tamanho das mesmas que,

quando de maior magnitude, são chamadas trincas.

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Inicialmente, para podemos diferenciar trincas e fissuras, a NBR 15575

(ABNT, 2013), define que as fissuras apresentam aberturas inferiores ou iguais a 0,6

mm, enquanto as trincas, apresentam abertura superior a 0,6 mm. Já na norma NBR

9575 (ABNT, 2010), que trata de projeto de impermeabilização, considera-se

fissuras quando a abertura é inferior a 0,5 mm e trinca entre 0,5 e 2 mm. As trincas

são aberturas mais profundas e acentuadas.

Segundo Souza e Ripper (1998), outra classificação importante sobre as

fissuras é quanto a sua relação com o fator causador. Uma fissura será ativa quando

as causas que a originaram continuarem ativas, ou seja, ainda estiverem ocorrendo

na estrutura e será inativa quando este fator causador já estiver cessado e não mais

presente na estrutura. As fissuras ativas apresentam variação contínua em suas

aberturas. As fissuras podem ainda ser divididas entre progressivas e sazonais. Na

primeira delas, a fissuração estará apresentando abertura sempre crescente por

período indefinido, enquanto que, no segundo, esta variação apresentará oscilações

em torno de um valor médio sendo, por exemplo, aquelas fruto da variação de

temperatura e umidade.

Conforme Souza e Ripper (1998), as origens das fissuras podem ser várias,

sendo tanto de causas intrínsecas como extrínsecas e apesar de, na grande maioria

dos casos, não representarem perigo iminente, suas consequências podem ser

significativas.

Segundo Souza e Ripper (1998), as principais causas das fissuras são:

a) Esforços mecânicos e deformações excessivas

No intuito de prevenir as fissurações ocorridas por esforços mecânicos e

deformações excessivas, a NBR 6118 (ABNT, 2014) estabeleceu padrões-limites

para o uso da estrutura, chamados Estados Limites de Serviço. Definiu que, para

que uma estrutura atenda ao estado limite de abertura de fissuras, os elementos

estruturais devem apresentar valores de abertura de fissuras (wk) não superiores aos

valores apresentados a seguir, no Quadro 3.

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Quadro 3 – Exigências de durabilidade relacionadas à fissuração e à proteção da armadura, em função das classes de agressividade ambiental

(Fonte: NBR 6118, ABNT, 2004)

b) Reações expansivas ocorrentes no interior do concreto

As reações expansivas ocorrentes no concreto são fruto da presença de

agentes expansivos na massa cimentícia e das reações álcalis-agregados (reação

entre a sílica reativa de alguns tipos de minerais utilizados como agregados e os

íons álcalis (Na+ e K+) presentes no cimento), e elementos como o óxido de

magnésio e a cal livre, que também apresenta uma reação de hidratação expansiva.

c) Perda de material, pelo processo de lixiviação

Segundo Helene (1992), nas estruturas de concreto, o processo de lixiviação

ocorre com a infiltração da água, que dissolve e transporta, por percolação, os

cristais de Hidróxido de Cálcio (Ca(OH)2) presentes na massa cimentícia, gerando

depósitos de sais esbranquiçados na superfície do concreto.

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d) Cobrimentos inadequados

Um cobrimento muito grande facilita a fissuração pela deformação do

concreto na extremidade tracionada, enquanto um cobrimento muito pequeno é

facilmente deteriorado por agentes externos.

e) Contração plástica e retração do concreto

A contração e retração plástica do concreto ocorre devido à evaporação da

água durante a cura do concreto, fenômeno conhecido como exsudação, sendo mais

comum em peças extensas, como lajes.

f) Movimentação de fôrmas e escoramentos

Segundo Souza e Ripper (1998), a fissuração derivada da movimentação de

fôrmas e escoramentos pode ser de dois tipos, quais sejam, pela deformação

acentuada da peça, gerando alteração de sua geometria e perda de resistência, e

pela deformação das fôrmas, por mau posicionamento, falta de fixação adequada,

juntas deficientes ou por absorção da água do concreto.

g) Assentamento do concreto e perda de aderência das armaduras

A fissura por assentamento ocorre quando o movimento natural da massa do

concreto (pela gravidade, por exemplo) for impedido pela presença de formas ou

armaduras, resultando na perda de aderência das barras com o concreto e

facilitando a corrosão das mesmas.

h) Deficiências de execução

Souza e Ripper (1998) afirmam que as fissuras resultantes de deficiências

ocorridas na execução, sejam elas por incúria ou incompetência, assumem, muitas

vezes, aspectos semelhantes àquelas originadas pelas deficiências de projeto.

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i) Variação de temperatura

A geração de fissuras pela variação de temperatura se dá pela instauração de

estados de sobretensão na estrutura, gerados pela contração ou dilatação térmica.

Sobretensões e deformações estas que são superiores à capacidade resistente ou

de deformação dos elementos da estrutura.

2.3.2.7 Ninhos de Concretagem

De acordo com o Manual de Inspeção de Pontes Rodoviárias (DNIT, 2004),

os ninhos de concretagem, ou vazios de concretagem, são espaços vazios que

podem estar presentes dentro da massa de concreto, causados por uma inadequada

vibração e adensamento durante a construção, e resultando na segregação do

agregado graúdo, do agregado miúdo e da pasta de cimento.

Geralmente ocorre na base de pilares e outras regiões, com alta taxa de

armadura.

2.3.2.8 Problemas de Juntas de Dilatação

Segundo Pfeil (1983), as juntas de dilatação de uma estrutura são aberturas

que permitem a sua movimentação e evitam a transmissão de esforços indesejáveis,

principalmente por efeito da temperatura. A presença deste elemento reduz tensões

que venham a causar fissuras no concreto.

A NBR 9452 (ABNT, 2016) define alguns problemas recorrentes de juntas de

dilatação, quais sejam a ausência do perfil de vedação, falta de estanqueidade,

saliência ou depressão causando desconforto ao usuário, deterioração dos lábios

poliméricos ou berços, acúmulo de detritos, abertura excessiva, entre outros.

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2.3.2.9 Taludes

De acordo com o Glossário de Termos Técnicos Rodoviários (DNER, 1997),

taludes são terrenos inclinados, com sua superfície definida pela área de

acabamento de um corte ou aterro, formando um ângulo com o plano vertical. Como

em qualquer obra geotécnica, tem importante função de estabilização e suporte à

estrutura. Uma falha nessa estrutura pode implicar danos de extrema magnitudes à

obra e colocar em risco a segurança de seus utilizadores.

2.3.2.10 Drenagem

Segundo Sartorti (2008), a drenagem consiste na coleta e escoamento das

águas que atingem ou que possam atingir as OAE’s. Os drenos são elementos

cruciais para a manter a qualidade da estrutura como um todo. Drenos danificados

como, por exemplo, entupidos e cortados, fazem com que a água que escorre entre

em contato direto com a estrutura de concreto, propiciando a infiltração, criação de

limo, corrosão de armadura exposta e aumento da lixiviação.

2.3.3 PROFILAXIA, MANUTENÇÃO E CUSTOS

Segundo Helene (1997), "as correções dos problemas patológicos serão mais

duráveis, mais efetivas, mais fáceis de executar e muito mais baratas quanto mais

cedo forem executadas".

O exemplo mais significativo dessa relação é a "lei dos 5" ou a “regra de

Sitter”, formulada por Sitter (1984) apud Helene (1997), colaborador do CEB,

“Comité Euro-Internacional du Béton”, que é a federação euro-internacional de

estruturas em concreto. Na visão econômica, a regra reforça que os custos de

intervenção na estrutura, para atingir um nível confiável de durabilidade e proteção,

crescem exponencialmente quanto mais tardia for essa operação e que a evolução

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desse custo pode ser assimilada ao de uma proporção de razão 5, conforme

indicado na Figura 12.

Figura 12 – Evolução dos custos pela fase de intervenção (Fonte: Sitter, 1984 apud Helene, 1997)

Ainda, de acordo com Helene (1997), a acepção da “Lei dos 5”, pode ser

evidenciada, conforme a intervenção ocorra na etapa de projetos, execução,

manutenção preventiva ou manutenção corretiva.

Helene (1997) considera intervenção na fase de projeto, toda ação realizada

em nível de projeto com a finalidade de melhorar a proteção e a durabilidade da

estrutura. Intervenção na fase de execução seria toda medida pós-projeto, realizada

durante a fase de execução da obra propriamente dita. Ocasiona em um custo cinco

vezes superior ao custo que teria uma medida similar na fase de projeto, para atingir

o mesmo nível final de durabilidade ou vida útil da estrutura.

De acordo com Helene (1997), manutenção preventivas são as operações

isoladas, do tipo pinturas frequentes, impermeabilizações de coberturas e

reservatórios mal projetados, e outras, necessárias para assegurar as boas

condições da estrutura durante o período da sua vida útil, podendo custar até 25

vezes mais do que as medidas corretas previamente tomadas na fase de projeto

estrutural ou arquitetônico. Por outro lado, as medidas podem chegar a ser cinco

vezes mais econômicas que aguardar a estrutura apresentar problemas patológicos

evidentes que requeiram uma manutenção corretiva.

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Manutenção corretivas equivalem aos serviços de diagnóstico, reparo, reforço

e proteção das estruturas que já perderam sua vida útil de projeto e expõem

manifestações patológicas evidentes. Segundo Helene (1997), estas atividades

podem ter um custo cerca de 125 vezes superior ao custo das medidas que

poderiam e deveriam ter sido tomadas na fase de projeto e que implicariam um

mesmo nível de durabilidade que se estime dessa obra após essa intervenção

corretiva.

2.4 INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE ESPECIAIS

De acordo com a Norma 010 (DNIT, 2004), define-se inspeção de obras de

arte especiais a atividade técnica especializada que engloba a coleta de elementos e

dados de projeto e de construção, o exame detalhado da obra, a elaboração de

relatórios e laudos, a avaliação do estado da obra e as recomendações, que podem

ser de nova vistoria, de obras de manutenção, de obras de recuperação, de reforço

ou de reabilitação.

A norma define também os procedimentos a serem realizados para os

determinados elementos que se deseja inspecionar e determina que a inspeção de

uma ponte deve ser conduzida de forma sistemática e organizada, de modo a

garantir que todo elemento estrutural seja inspecionado, e que este procedimento é

garantido através do documento fotográfico da obra e do preenchimento de

adequadas fichas de inspeção.

Existem três principais tipos de inspeção, comumente caracterizadas pelas

normas estudadas, sejam elas a inspeção cadastral, rotineira e especial.

2.4.1 Inspeção Cadastral

De acordo com a NBR 9452 (ABNT, 2016), a inspeção cadastral é aquela na

qual são anotados os primeiros elementos relacionados à segurança e durabilidade

da obra. A inspeção é executada imediatamente após a construção quando, ainda,

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se encontram disponíveis os elementos de projeto e os relatórios da fiscalização ou

supervisão, que devem conter todos os informes construtivos.

A Norma 010 (DNIT, 2014) a descreve como uma inspeção bastante

documentada que serve de referência para todas as inspeções posteriores. A

mesma deve ser acurada e realizada por uma equipe comandada por um inspetor.

Deverá ser realizada nova Inspeção Cadastral sempre que houver importantes

modificações na configuração estrutural da ponte, tais como alargamento, reforços

para mudança de classe, bloqueio de articulações e etc.

Ainda, as normas NBR 9452 (ABNT, 1986) e NBR 9452 (ABNT, 2016)

definem que a inspeção cadastral deve conter os seguintes elementos: registro de

vistoria cadastral, documentos e informes construtivos, anotações adicionais e

documentário fotográfico.

2.4.2 Inspeção Rotineira

Segundo a Norma 010 (DNIT, 2004), essa inspeção possuí o intuito de manter

atualizado o cadastro da obra, devendo ser realizada a intervalos de tempo

habitualmente definidos a cada dois anos. A NBR 9452 (ABNT, 1986) e a NBR 9452

(ABNT, 2016) divergem da Norma 010 no quesito relacionado à periodicidade desta

inspeção, determinando que ela ocorra em períodos não superiores a um ano.

Nessas inspeções deve ser verificada visualmente a evolução de falhas

detectadas em inspeção anterior, bem como, anotados novos defeitos e ocorrências,

tais como reparos, reforços, recuperações e qualquer modificação de projeto,

realizadas no período.

Ainda, a NBR 9452 (ABNT, 1986) define que a inspeção rotinieira pode ser

realizada sem auxílio de instrumentos de precisão ou equipamentos especiais.

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2.4.3 Inspeção Especial

Segundo a Norma 010 (DNIT, 2004), e em conformidade com a NBR 9452

(ABNT, 1986) e a NBR 9452 (ABNT, 2016), a inspeção especial é uma vistoria visual

e instrumental, realizada por engenheiro especialista, com a finalidade de interpretar

e avaliar ocorrências danosas detectadas pela vistoria rotineira. As Inspeções

Especiais são, sobretudo, uma inspeção visual minuciosa, realizada em intervalos

não superior a cinco anos e comandadas por um inspetor sênior; as partes de difícil

acesso são examinadas através de lunetas, andaimes ou veículos especiais dotados

de lança e gôndolas. Pode, ainda, ser necessário complementar as observações e

medições convencionais com medidas de flechas e deformações, efetuadas com

instrumental de precisão. As Inspeções Especiais devem ser realizadas quando:

a) a Inspeção Cadastral ou a Inspeção Rotineira revelar defeitos graves ou

críticos na estrutura da obra;

b) em pontes que se distinguem por seu vulto ou complexidade, em intervalos

regulares e não superior a cinco anos e em substituição às Inspeções Rotineiras;

c) em ocasiões especiais, como antes e durante a passagem de cargas

excepcionais.

2.4.4 Método da NBR 9452 (ABNT, 1986)

Na NBR 9452 (ABNT, 1986), estão fixadas as condições exigíveis na

realização de vistorias em pontes e viadutos de concreto e na apresentação dos

resultados destas vistorias.

A norma não apresenta assertivamente critérios a serem seguidos para

definição de notas e classificação estrutural, logo esta fica a preceito do profissional

que realizou a inspeção.

A norma traz apenas um roteiro básico para realização das vistorias contendo

os dados a serem levantados e as principais ocorrências a serem observadas e,

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para a inspeção especial, a NBR 9452 (ABNT, 1986) apresenta um fluxograma a ser

seguido para realização da vistoria especial, que pode ser observado na Figura 13.

Figura 13 – Fluxograma de Vistoria Especial (Fonte: NBR 9452, ABNT, 1986)

2.4.5 Método da Norma 010 (DNIT, 2004)

O método de classificação proposto pela Norma 010 (DNIT, 2004) divide as

áreas de avaliação em laje, vigamento principal, mesoestrutura, infraestrutura e

pista. Os itens avaliados dentro de cada área compõe a nota final do elemento.

A norma apresenta as definições dos elementos, qualificação necessária dos

inspetores e auxiliares técnicos e apresenta o procedimento a ser seguido nas

inspeções, de modo a estabelecer uma sistemática e garantir que todo elemento

estrutural seja inspecionado.

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37

Também apresenta fichas de inspeção específicas para as inspeções (Anexo

A deste trabalho) e uma tabela com instruções para atribuição de notas de

avaliação, que pode ser observada no Quadro 4.

Quadro 4 - Instruções para Atribuição de Notas de Avaliação (Fonte: DNIT, 2004)

Seguindo a descrição dos danos no elemento avaliado, apresentado no

quadro anterior, é possível atribuir sua nota de classificação. Estas notas devem

então ser inseridas na ficha de inspeção especial proposta pela norma afim de se

determinar a nota final da estrutura. Esta ficha está apresentada na Figura 14.

5Não há danos nem insufiência

estruturalNada a fazer Boa Obra sem problemas

Nota de

ClassificaçãoDANOS NO ELEMENTO AÇÃO CORRETIVA

CONDIÇÕES DE

ESTABILIDADE

CLASSIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES

DA PONTE

3

Há danos gerando algumas

insuficiência estrutural, mas não

há sinais de comprometimento

da estabilidade da obra

A recuperação da obra pode ser postergada,

devendo-se, porém, neste caso, colocar-se o

problema em observação sistemática

Boa

aparentemente

Obra potencialmente

problemática

4

Há alguns danos, mas não há

sinais de que estejam gerando

insuficiencia estrutural

Nada a fazer; apenas serviços de manutenção BoaObra sem problemas

importantes

1

Há danos gerando grave

insuficiência estrutural na ponte:

O elemento em questão

encontra-se em estado crítico,

havendo risco tangível de

colapso estrutural

A recuperação ou em alguns casos, substituição da

obra, deve ser feita sem tardarPrecária Obra Crítica

2

Há danos gerando significativa

insuficiência estrutural na ponte,

porém ainda não há,

aparentemente, um risco

tangível de colapso estrutural

A recuperação da obra deve ser feita no curto prazo Sofrível Obra problemática

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38

Figura 14 - Ficha de Inspeção da Norma 010 (Fonte: DNIT, 2004)

Além das três inspeções antes mencionadas, a Norma 010 (DNIT, 2004)

considera também as inspeções extraordinárias e as inspeções intermediárias.

OAE Código: Nome: BR: km: UNIT: RES:

Data: Inspeção:

COMENTÁRIOS GERAIS

a)Condições de Estabilidade: Condições de Conservação:

b) Nível de vibração do Tabuleiro:

c) Inspeção Especializada (Realizado por engenheiro de estruturas) necessária? Urgente?

Observações Adicionais:

1. LAJE NOTA TÉCNICA Local

Buracos (abertura) ( ) Existe ( ) É iminente

Armadura exposta ( ) Muito oxidada ( ) Grande incidência

Concreto desagregado ( ) Muita intensidade ( ) Grande incidência

Fissuras ( ) Muita intensidade ( ) Grande incidência

Marcas de infiltração ( ) Forte infiltração ( ) Grande incidência

Aspecto de Concreto ( ) Má qualidade

Cobrimento ( ) Ausente/Pouco

2. VIGAMENTO PRINCIPAL NOTA TÉCNICA Local

Fissuras Finas ( ) Algumas ( ) Grande incidência

Trincas (>0,3mm) ( ) Algumas ( ) Grande incidência

Armadura Principal ( ) exposta ( ) Muito oxidada

Desagreg. De concreto ( ) Muito intenso ( ) Grande incidência

Dente Gerber ( ) Quebrado ( ) Trincado

Deformação (flecha) ( ) Exagerado

Aspectos do concreto ( ) Má qualidade

Cobrimento ( ) Ausente/Pouco

3. MESOESTRUTURA NOTA TÉCNICA Local

Armadura exposta ( ) Muito oxidada ( ) Grande incidência

Concreto desagregado ( ) Muita intensidade ( ) Grande incidência

Fissuras ( ) Muita intensidade ( ) Grande incidência

Aparelho de apoio ( ) Danificado ( ) Grande incidência

Aspectos do concreto ( ) Má qualidade

Cobrimento ( ) Ausente/Pouco

Desaprumo ( ) Há

Deslocabilidade pilares ( ) Forte

4. INFRAESTRUTURA NOTA TÉCNICA Local

Recalque da fundação ( ) Existe

Deslocamento Fundação ( ) Existe

Erosão terreno Fundação ( ) Existe

Estacas Desenterradas ( ) Existe

5. PISTA/ACESSO NOTA TÉCNICA Local

Irregularidades pavimento ( ) Muita intensidade ( ) Grande extensão

Junta de dilatação ( ) Faltando ( ) Muito problemática

Acessos X ponte ( ) Dregrau acentuado ( ) Problematica

Acidentes com veículos ( ) Frequente ( ) Eventual

Nota Técnica

Quantidade

Quantidade

Quantidade

Quantidade

Quantidade

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39

2.4.5.1 Inspeção Extraordinária

Para a inspeção extraordinária, a Norma 010 (DNIT, 2004) a define como

sendo uma inspeção não programada, solicitada para avaliar um dano estrutural

excepcional, causado pelo homem ou pela natureza, e que dependendo do tipo e da

extensão do dano, esta inspeção deverá avaliar a necessidade de medidas a serem

tomadas, bem como, da necessidade ou não de uma inspeção especial.

2.4.5.2 Inspeção Intermediária

De acordo com a Norma 010 (DNIT, 2004), esta inspeção é recomendada

para monitorar uma deficiência suspeitada ou já detectada, tal como um pequeno

recalque de fundação, uma erosão incipiente, o estado de um determinado elemento

estrutural, etc. Deve conter descrição detalhada da deficiência suspeitada ou já

detectada e de sua eventual evolução, bem como as providências necessárias.

2.4.6 Método da NBR 9452 (ABNT, 2016)

A NBR 9452 (ABNT, 2016) especifica os requisitos exigíveis na realização de

inspeções em pontes, viadutos e passarelas de concreto e na apresentação dos

resultados destas inspeções. Considera também, além das três inspeções

primeiramente relacionadas, a inspeção extraordinária, a qual compartilha a mesma

definição daquela apresentada no método da Norma 010 (DNIT, 2004).

Em seu desenvolvimento, a NBR 9452 (ABNT, 2016) apresenta as definições

dos elementos, características das inspeções, modelos de roteiro básico, fichas de

inspeção para cada uma das inspeções (Anexos B e C deste trabalho), fluxograma

de gerenciamento de OAE e os critérios de classificação das OAEs. Tais critérios

consideram os parâmetros de avaliação das OAEs e os divide entre parâmetros

estruturais, funcionais e de durabilidade e podem ser observados no Quadro 5.

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40

Quadro 5 - Modelo de ficha de classificação da OAE (Fonte: ABNT, 2016)

Afim de se definir as notas de classificação que integrarão o quadro

apresentado anteriormente e garantir um correto procedimento nos critérios de

classificação das OAEs, a NBR 9452 (ABNT, 2016) introduziu tabelas de referência

de classificação da OAE através da correlação entre os problemas encontrados, o

elemento onde foi constatada a anomalia, a intensidade do problema e a nota que

deve ser atribuída. Tais tabelas podem ser verificadas nos Anexos D, E e F deste

trabalho.

Para se determinar quais elementos são principais, secundários ou

complementares, a NBR 9452 (ABNT, 2016) introduziu também uma tabela de

caracterização dos elementos estruturais, conforme pode ser observado na Figura

15.

Figura 15 - Caracterização dos elementos estruturais segundo a relevância no sistema estrutural

(Fonte: ABNT, 2016)

Estrutura Encontro

Estrutural

Funcional NA NA

Durabilidade

Nota FinalParamêtro InfraestruturaMesoestruturaSuperestruturaElementos Complementares

Pista

Duas

vigas

Grelha Caixão Galeria

Longarina P P ― ―

Transversina S S S S

Travamento S S S S

S S P P

Travessas P P P ―

Pilares P P P ―

Aparelho de

apoioP P P ―

Cortina S S S

Laje de transição S S S

Muros de ala S S S S

Blocos P P P P

Sapatas P P P P

Estacas, tubulões P P P P

Barreira rígida C C C C

Guarda-corpo C C C C

Infraestrutura

P

P

P

ComplementaresC

C

Mesoestrutura

P

P

P

Encontros

S

S

S

Elemento

Sistema estrutural

Laje

SuperestruturaViga

S

S

Laje P

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41

A NBR 9452 (ABNT, 2016) define como sendo elemento primário (P) aquele

cujo dano pode ocasionar o colapso parcial ou total da obra, elemento secundário

(S) aquele cujo dano pode ocasionar ruptura localizada e elemento complementar

(C) cujo dano não causa nenhum comprometimento estrutural, apenas funcional na

OAE.

Por fim, a NBR 9452 (ABNT, 2016) apresenta a classificação da condição da

OAE, que deve ser observada de acordo com as notas de classificação atribuídas no

Quadro 5 e serve para a definição final da classificação da estrutura, de acordo com

cada parâmetro avaliado. Esta classificação está apresentada no Quadro 6.

Quadro 6 - Classificação da condição da OAE segundo parâmetros estrutural, funcional e de durabilidade

(Fonte: ABNT, 2016)

1 Crítica

Há danos que geram grave insuficiência estrutural na OAE. Há

elementos estruturais em estado crítico, com risco tangível de

colapso estrutural. A OAE necessita intervenção imediata,

podendo ser necessária restrição de carga, interdição total ou

parcial ao tráfego, escoramento provisório e associada

instrumentação, ou não.

A OAE não apresenta condições

funcionais de utilização.

A OAE encontra-se em elevado grau de

deterioração, apontando problema já de risco

estrutural e/ou funcional.

3 Regular

Há danos que podem vir a gerar alguma deficiência estrutural.

Mas não há sinais de comprometimento da estabilidade da

obra. Recomenda-se acompanhamento dos problemas.

Intervenções podem ser necessárias a médio prazo.

A OAE apresenta desconforto ao

usuário, com defeitos que requerem

ações de médio prazo.

A OAE apresenta pequenas e poucas anomalias,

que comprometem sua vida útil, em região de

moderada a alta agressividade ambiental ou a OAE

apresenta moderadas a muitas anomalias, que

comprometem sua vida útil, em região de baixa

agressividade ambiental.

2 Ruim

Há danos que comprometem a segurança estrutural da OAE,

sem risco iminente. Sua evolução pode levar ao colapso

estrutural. A OAE necessita de intervenções significativas a

curto prazo.

A OAE com funcionalidade

visivelmente comprometida, com

riscos de segurança ao usuário,

requerendo intervenções de curto

prazo.

A OAE apresenta moderadas a muitas

manifestações patológicas, que comprometem

sua vida útil, em região de alta agressividade

ambiental.

A OAE apresenta segurança e

conforto aos usuários.

A OAE apresentase em perfeitas condições,

devendo ser prevista manutenção de rotina.

4 BoaA estrutura apresenta danos pequenos e em áreas, sem

comprometer a segurança estrutural

A OAE apresenta pequenos danos

que não chegam a causar desconforto

ou insegurança ao usuário.

A OAE apresenta pequenas e poucas anomalias,

que comprometem sua vida útil, em região de

baixa agressividade ambiental.

A estrutura apresenta-se em condições satisfatórias,

apresentando defeitos irrelevantes e isolados.Excelente5

Nota de

ClassificaçãoCondição Caracterização Estrutural Caracterização Funcional Caracterização de Funcionalidade

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42

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Nesta seção, serão abordadas as técnicas utilizadas, métodos de

delineamento de pesquisa, estratégia de desenvolvimento do trabalho, técnicas de

coleta e análise de dados, assim como as limitações do tema e o aspecto da escolha

da OAE a ser estudada.

O objetivo principal deste trabalho foi alcançado através da realização de um

estudo de caso de inspeção e avaliação das patologias presentes em uma ponte de

concreto armado localizada no município de Curitiba com foco na análise da

condição da estrutura, através dos métodos de inspeção.

3.1 O MÉTODO DE ESTUDO DE CASO

Para o estudo de caso foi escolhida uma ponte localizada no município de

Curitiba, na rodovia BR 376, km 75, Contorno Sul de Curitiba, intersecção com a

Rua Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, próximo a saída para o município de

Araucária, sob as coordenadas 25°30'57.1" S, 49°20'11.8" O.

A escolha da ponte se deu pelo fato de ser uma estrutura com alto fluxo de

veículos de todos os portes, evidenciar presença de manifestações patológicas, sua

localidade ser de fácil acesso e por dispor do projeto estrutural, facilitando o acesso

à dados necessários, ampliando as possiblidades de abordagem e trazendo mais

confiabilidade aos resultados apresentados.

Foi avaliado apenas a ponte da pista sentido Sul (Curitiba-Araucária), por esta

apresentar, visivelmente, piores condições.

3.1.1 Análise das Condições Climáticas

O macroclima da região, sendo caracterizado pela região de Curitiba,

apresenta clima temperado úmido, Cfb segundo a classificação climática de Koppen-

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43

Geiger, com alta umidade relativa e ocorrência de precipitações significativas em

todos os meses do ano. De acordo com o INMET 2015, a umidade relativa da média

da região é de 80% e a temperatura média 16,80°C, com grande amplitude, variando

de 12,5 °C até 23,1 °C.

Para o microclima, observou-se uma região de campo aberto, com alta

insolação e ventilação, vegetação ao redor, sem grandes construções e alta

exposição ao CO2, devido ao alto fluxo de veículos.

3.1.2 Análise de Dados Prévios

Alguns dados substancias para o desenvolvimento do trabalho foram obtidos

através do projeto estrutural da OAE estudada. Deste, pode-se retirar informações

como especificação do concreto utilizado, idade da estrutura, comprimento e

dimensões dos vãos e elementos da ponte, seção transversal, disposição de

armaduras, entre outros.

Para o concreto, o valor da resistência (σr) especificada foi de 180 Kg/cm², ou

18 MPa.

A ponte dispõe de 3 vãos e 2 balanços, sendo o vão central de 20,5 m, os

vãos adjacentes de 27 m e os balanços de 6,75m.

Sua seção transversal é do tipo seção caixão, com longarinas de 2,02 m de

altura e largura variando de 40 até 60 cm nos apoios, laje superior de 20 cm de

altura e laje inferior variando de 12 a 30 cm.

Sua mesoestrutura é composta por 8 pilares, de seção circular, de diâmetro

igual à 100 cm, distribuídos em 2 linhas.

Para receber as cargas da mesoestrutura, os pilares descarregam em

tubulões de 140 cm de diâmetro, que por sua vez descarregam as cargas em

sapatas, sendo estas retangulares, de dimensões 4 x 5,50m nos pilares das

extremidades, e sapata circular, de diâmetro igual à 4 m nos pilares centrais.

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44

O tabuleiro da ponte apresenta 2 pistas de rolamento de 3,75m de largura e

acostamentos de largura igual à 3,40m de um lado e 1,60m do outro. Nas

extremidades dos acostamentos situam-se barreiras rígidas.

Pode-se observar na Figura 16 e na Figura 17, respectivamente, a ponte e

sua localização.

Figura 16 – Vista geral da ponte em sua (Fonte: própria)

Figura 17 – Localização da obra na BR 376, km 75 (Fonte: Google Inc.)

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45

3.2 PROCEDIMENTO DE COLETA E ANÁLISE DE DADOS

A metodologia do diagnóstico das patologias e classificação da estrutura foi

dividida em quatro etapas.

A primeira consistindo de uma inspeção visual com o propósito de levantar as

manifestações patológicas presentes, realizar o reconhecimento do objeto de análise

e estabelecer um plano de ação.

A segunda, constituindo-se de uma inspeção especial, com o objetivo de

analisar mais profundamente as manifestações patológicas antes identificadas,

utilizando-se da realização de testes específicos, como a esclerometria,

determinação de profundidade de carbonatação, medição do pH, checagem de

prumo, determinação da disposição das armaduras, profundidade do cobrimento,

verificação de perda de seção em armaduras expostas, dentre outros.

A terceira, compondo-se da organização e processamento dos dados

levantados, de modo a apresentar o diagnóstico e condição da estrutura, de acordo

com as normas estudadas. Tal organização e processamento contou com o

levantamento fotográfico, mapeamento das manifestações patológicas e suas

considerações.

Por fim, a última etapa consistiu em apresentar uma comparação entre as

normas estudadas, de modo a conhecer suas semelhanças e diferenças,

objetividade e eficácia.

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46

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Manifestações Patológicas

A estrutura apresenta manifestações patológicas em diversos pontos, porém,

estas tendem a se concentrar em duas regiões específicas da mesma, sendo estas

as suas extremidades. A ponte apresentou indícios de ação do fogo nestas

extremidades, o que justificou este fato. Em uma das extremidades, a intensidade da

ação do fogo foi maior e fez com que as manifestações se tornassem mais

incidentes naquela região.

Pelo mapeamento, a seguir, pode-se observar estes locais de maior

incidência, assim como outros locais onde foram detectadas anomalias.

Na Figura 18 pode-se observar um panorama 3D geral da ponte e indica as

vistas que serão apresentadas a seguir.

Figura 18 – Panorama 3D da obra na BR 376, km 75 (Fonte: Google Inc.)

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47

A seguir, será apresentado o mapeamento das manifestações patológicas

encontradas. A legenda utilizada para a representação destas manfiestações estão

apresentadas na Figura 19.

Figura 19 - Legenda do mapeamento utilizado

Nas Figuras 20, 21, 22 e 23 a seguir, observam-se as vistas inferior, lateral

esquerda, lateral direita e superior da ponte, respectivamente.

Figura 20 – Vista inferior da ponte

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Figura 21 – Vista lateral esquerda da ponte

Figura 22 – Vista lateral direita da ponte

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49

Figura 23 – Vista superior da ponte

Nas Figuras 24 e 23, a seguir, observa-se a extremidade da ponte com indício

de ação do fogo.

Figura 24 - Extremidade da ponte afetada pelo fogo

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50

Figura 25 - Vista inferior da ponte

Nesta região, foi observado a ocorrência de fissuração no concreto,

armaduras expostas e corroídas, aparelhos de apoio com anomalias, carbonatação

da estrutura e pH de baixo valor.

Observa-se na Figura Figura 26, a área da laje inferior da seção caixão com

armaduras expostas. Essa exposição das armaduras permitiu a corrosão das

mesmas em todo o trecho.

Figura 26 - Região exposta ao fogo

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51

Nota-se que a exposição das armaduras ocorre em mais de um local, dentro

da mesma região.

Na Figura Figura 27, nota-se a laje inferior da seção caixão com diversos

pontos de exposição de armaduras.

Figura 27 – Laje inferior apresentando armaduras expostas

O mesmo ocorre com o pilar P1, situado abaixo desta laje. É possível

observar nas Figuras 28 e 29 sua lateral com armaduras longitudinais e transversais

expostas.

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52

Figura 28 – Pilar P1 com armaduras expostas

As armaduras longitudinais deste elemento representam um elemento

principal da estrutura, cujo dano pode ocasionar o colapso parcial ou total da obra.

Figura 29 – Armaduras longitudinais e transversais expostas no pilar P1

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53

Figura 30 – Armaduras do pilar P1 apresentando corrosão generalizada

Constatou-se que os aparelhos de apoio localizados nestas áreas também

apresentaram anomalias, como rachaduras em sua superfície. Estas anomalias

podem ser observadas nas Figuras 31 e 32.

Figura 31 – Aparelho de apoio do pilar P1

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54

Figura 32 – Aparelho de apoio do pilar P2

O aparelho de apoio do pilar P8, localizado na extremidade oposta, também

apresentou rachaduras em sua superfície, como pode ser percebido na Figura 33.

Figura 33 – Aparelho de apoio do pilar P8

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55

O aparelho de apoio do pilar P7 não apresentou anomalias, seu estado pode

ser observado na Figura 34.

Figura 34 – Aparelho de apoio do pilar P7

Nota-se, pela imagem, uma área fragmentada do concreto no topo do pilar

P7.

No topo do pilar P1 e na laje acima dele foi detectada, também, uma

fissuração. Nas Figuras 35 e 36 observa-se o topo do pilar P1 e a fissuração

mencionada.

Figura 35 – Topo do pilar P1

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56

Figura 36 – Detalhe da fissuração acima do pilar P1

Ao longo da superfície inferior da laje do tabuleiro da ponte, foram observadas

diversas manchas e eflorescências ao redor dos drenos, como pode ser observado

na Figura 37.

Figura 37 – Manchas nas saídas dos drenos

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57

Tais manchas surgiram devido à ausência de pingadeira nos drenos, que

permitiu a percolação da água no local.

As eflorescências presentes, identificadas pelas manchas de coloração

branca, se formaram em consequência do processo da lixiviação. Estas eram

recorrentes nas saídas de todos drenos, alguns de maior intensidade, como pode

ser observado na Figura 38.

Figura 38 - Lixiviação presente na saída dos drenos

Notou-se, também, em determinado ponto da estrutura, a presença de uma

mancha esbranquiçada, que não se encontrava em volta de nenhum dreno e pode

ser observada na Figura 39.

Figura 39 – Manchas na extremidade da laje

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58

Durante a vistoria, identificou-se também a ocorrência de armadura exposta

em outro local. Localizada na parede externa da barreira da ponte, observa-se,

através da Figura Figura 40, a extensão do trecho onde a manifestação patológica

foi identificada.

Figura 40 - Região de exposição de armaduras na barreira

O motivo da exposição destas armaduras foi a percolação de água no local e

também, provavelmente, o insuficiente cobrimento de concreto na região.

Figura 41 – Armaduras expostas na barreira da ponte

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59

Percebe-se que estas armaduras apresentam corrosão em sua extensão

exposta, como pode ser notado na Figura 42.

Figura 42 – Armaduras da barreira apresentando corrosão

Foi constatado, ainda, pequenos sulcos no talude de encontro, na

extremidade esquerda da ponte, como pode ser identificado na Figura 43.

.

Figura 43 – Sulcos no talude de encontro da OAE

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60

Na inspeção realizada no tabuleiro da OAE, foi identificada uma concentração

de fissuras e defeitos no pavimento localizados nas extremidades da ponte, próximo

aos encontros.

As Figuras 44 e 45 ilustram os defeitos observados no pavimento e na

barreira da extremidade esquerda da ponte.

Figura 44 – Defeitos no pavimento

Figura 45 – Barreira com defeitos

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61

Na extremidade direita também foram detectadas fissuras e problemas nas

barreiras, próxima ao encontro. Nota-se, nas Figuras 46 e 47, que imediatamente ao

lado direito da fissura observada está a rodovia e ao lado esquerdo a ponte.

Figura 46 – Fissuras no pavimento na extremidade direita da ponte

Figura 47 – Barreira com defeito na extremidade direita da ponte

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62

Com a análise das fissuras do pavimento, observou-se que em alguns locais,

as mesmas chegavam a 1 cm de abertura, como pode ser observado na Figura 48.

Figura 48 – Dimensão da fissura em determinado local

A falta de juntas de dilatação entre o encontro da rodovia com a estrutura ou

alguma deficiência na laje de transição da ponte aparentam ser os principais motivos

das fissurações encontradas no pavimento do local.

Na ala da extremidade esquerda da ponte também foram detectadas fissuras

no canto de encontro entre a cortina de contenção e o tabuleiro da OAE. Tais

fissuras ocorreram pelo esforço que o talude impunha contra a movimentação

vertical da extremidade da ponte, gerando neste canto de encontro um momento

fletor e fissurando o elemento.

Tal condição pode ser observada na Figura 49.

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63

Figura 49 – Ala de encontro da ponte com fissuras

Também constatou-se um ponto de rompimento na barreira que se

encontrava com a ala na extremidade esquerda da OAE. Tal rompimento ocorreu

pelo esforço e deformação excessiva que a movimentação da ala da ponte impunha

à ponta da barreira. Constata-se na Figura 50 o problema descrito. Nota-se que não

foi deixado espaçamento suficiente para que a ala trabalhasse sem causar esforços

na barreira.

Figura 50 – Rompimento na barreira próxima à ala de encontro da ponte

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64

Pela Figura 51, pode-se observar com mais detalhe o rompimento no

elemento.

Figura 51 – Detalhe do rompimento na barreira

4.1.1 Testes de Caracterização

Foram realizados testes de caracterização dos materiais e da condição da

OAE. Para tal, foram escolhidos elementos estratégicos para a caracterização da

condição da estrutura, sendo estes dois pilares de extremidades, um pilar central e

um ponto em cada longarina, localizados também nas extremidades, acima dos

pilares, os quais se permitia o acesso.

4.1.1.1 Índice pH

A determinação do índice pH nos elementos foi feita através da utilização do

lápis medidor de pH. A escala utilizada para determinar o índice foi a contida nas

próprias instruções da ferramenta utilizada. Tal escala está ilustrada na Figura 52.

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65

Figura 52 – Escala de determinação do índice pH

A seguir, nas Figuras 53, 54, 55 e 56, os testes de pH estão apresentados.

Figura 53 – Teste do pH na longarina em cima do pilar P2

Figura 54 - Teste de pH em fragmentos do pilar P2

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66

Figura 55 – Teste de pH no pilar P6

Figura 56 – Teste de pH na longarina em cima do pilar P7

No Quadro 7 estão apresentados os resultados dos testes nos elementos. Os

resultados estão de acordo com o esperado, visto que o pilar P6 apresentou o

melhor valor, estando este fora do zona de ação do fogo, enquanto os demais

apresentaram valores inferiores.

Quadro 7 - Resultados dos testes de pH

Pilar P2 9

Pilar P6 11,5

Pilar P7 10

Longarina em cima P2 9,5

Longaina em cima P7 10

Elemento Índice pH

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67

4.1.1.2 Profundidade de Carbonatação

Para a determinação da profundidade de carbonatação, foi realizado o teste

com a fenolftaleína. A fenolftaleína é uma solução indicadora ácido-base que

apresenta coloração rosada quando em meio básico, de índices superiores à 8, e

incolor quando em meio ácido, de índices inferiores à 8. Entre índices de 8 a 10, a

solução apresenta um tom mais claro de rosa e, para valores acima de 10, um tom

mais escuro.

Os locais onde foi aplicada a solução e não houve alteração na coloração,

indicava que a área estava carbonatada. As profundidades da frente de

carbonatação foram determinadas com o uso de um paquímetro, como nota-se pela

Figura 57.

Figura 57 – Uso de paquímetro para determinação da profundidade de carbonatação

Para aplicação da solução, o concreto foi fraturado com o uso de ponteiro e

marreta a fim de se obter acesso à região interna do mesmo. Isso, contudo, dificultou

a medição da profundidade de carbonatação devido à forma que o concreto adquiria

ao ser fraturado.

Nas Figuras 58, 59 e 60 a seguir pode-se observar os pontos em que foram

realizados o teste.

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Figura 58 – Teste de carbonatação na longarina em cima do pilar P2

Figura 59 – Teste de carbonatação no pilar P7

Figura 60 – Teste de carbonatação em fragmento do pilar P2

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69

No Quadro 8 estão apresentados os resultados obtidos nos testes. Assim

como o teste de pH, este também apresentou resultados de acordo com o esperado.

Quadro 8 - Resultados do teste de carbonatação

4.1.1.3 Cobrimento das Armaduras

Através do pacômetro, determinou-se o cobrimento das armaduras dos

elementos, que indicou um valor de 3 cm para todos, como pode ser observado na

Figura 61.

Figura 61 - Utilização do pacômetro para determinação do cobrimento

(mm)

Pilar P2 11

Pilar P6 8,5

Pilar P7 10

Longarina em cima P2 10

Longaina em cima P7 13

Profundidade de

carbonataçãoElemento

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70

4.1.1.4 Estimativa da Vida Útil

Pela profundidade de carbonatação determinada, foi possível, através da

Equação 2, estimar o tempo necessário para que a carbonatação atingisse as

armaduras.

√ (2)

Nesta equação, x representa a distância percorrida pela frente de

carbonatação, k o coeficiente de progressão da carbonatação e t o tempo decorrido.

Sendo conhecida a distância percorrida pela frente de carbonatação e o

tempo decorrido, que é equivalente à idade da estrutura, é possível determinar o

valor do coeficiente k.

Obtido o coeficiente k, é possível fazer a operação reversa para determinar o

tempo necessário para percorrer a distância restante até a armadura.

Neste caso, tem-se x igual a distância restante até a armadura e a variável t é

a incógnita. Com isso, chega-se ao tempo que levaria para a frente de carbonatação

atingir as armaduras.

A sequência de cálculo acima foi utilizada para determinar nos pontos

examinados o tempo que levaria para a frente de carbonatação atingir as armaduras

dos elementos, estimando assim sua vida útil.

Na Tabela 1, a seguir, estão apresentados os valores encontrados em cada

elemento, assim como sua vida útil, estimada seguindo o roteiro acima.

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Tabela 1 – Valores resultantes dos testes de pH, carbonatação, profundidade de cobrimento e estimativa da vida útil dos elementos

Observa-se uma grande variação na vida útil dos elementos, em função da

velocidade que a frente de carbonatação avançou em cada elemento. Percebe-se

que o elemento que indica a maior vida útil é o pilar central P6, que apresentou o

maior pH e a menor profundidade de carbonatação, e o elemento que indica a pior

condição é a longarina localizada acima do pilar P7, que foi exposta a ação do fogo.

4.1.1.5 Esclerometria

Foram também realizados testes de resistência da estrutura, utilizando o

método da esclerometria. Para os testes, o equipamento utilizado foi o esclerômetro

Original Schmidt, versão N/NR, da marca Proceq.

Inicialmente, com o auxílio do pacômetro, foi identificada e marcada na

estrutura a disposição das barras de aço, para demarcação dos locais de realização

do teste. Na Figura 62 está representado o uso deste equipamento.

Figura 62 - Utilização do pacômetro para localização das armaduras

(mm) (cm) (anos)

Pilar P2 9 11 3 1,677 128,3

Pilar P6 11,5 8,5 3 1,296 275,1

Pilar P7 10 10 3 1,525 172,0

Longarina em cima P2 9,5 10 3 1,525 172,0

Longarina em cima P7 10 13 3 1,982 73,5

CobrimentoProfundidade de

carbonatação

Estimativa da vida

útilElemento Índice pH Coef. k

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Para cada elemento analisado, foram demarcados 16 pontos, localizados

entre a malha de armaduras do elemento. Os pontos se distanciavam,

aproximadamente, 4 centímetros. Nas Figura Figura 63 e Figura 64 é possível

observar essa demarcação e a realização do teste.

Figura 63 - Demarcação de pontos para a esclerometria

Com o equipamento na posição horizontal foram realizados os impactos e os

valores anotados para posterior processamento.

Figura 64 - Realização do teste de esclerometria

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73

Para a determinação do coeficiente de impacto final do elemento, foi

calculada a média aritmética dos 16 impactos e estabelecidos os limites superiores e

inferiores, sendo estes 10% acima e abaixo da média aritmética. Os dados que

ficaram fora deste intervalo foram desconsiderados e uma média saneada foi

calculada.

A seguir estão apresentados os dados obtidos em cada elemento e seu

processamento. Os dados inseridos em uma célula vermelha indicam que o número

ficou fora do intervalo e foi desconsiderado.

No Quadro 9, a seguir, estão apresentados os valores obtidos com o ensaio

nos elementos e suas respectivas médias saneadas.

Quadro 9 - Resultado dos testes de esclerometria

49 51 48 49 Média: 52,6

49 53 55 57 Limite superior: 57,9

50 51 57 58 Limite inferior: 47,4

55 54 54 52 Média saneada: 53

46 48 47 48 Média: 48,2

46 50 45 43 Limite superior: 53,0

51 44 49 40 Limite inferior: 43,4

53 52 55 54 Média saneada: 48

60 57 58 55 Média: 56,8

58 55 55 58 Limite superior: 62,5

55 58 50 59 Limite inferior: 51,1

58 54 59 60 Média saneada: 57

54 53 57 60 Média: 54,5

54 50 49 59 Limite superior: 59,9

59 56 54 50 Limite inferior: 49,0

56 52 54 55  Média saneada: 54

53 53 52 54 Média: 51,9

52 54 53 51 Limite superior: 57,1

52 49 52 49 Limite inferior: 46,7

49 54 50 53 Média saneada: 52

Longarina

P7

Índices obtidos Média saneada

Resultados esclerometria

Pilar P2

Pilar P6

Pilar P7

Longarina

P2

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Após equalização dos valores encontrados, obteve-se, respectivamente, as

seguintes médias saneadas: 53, 48, 57, 54 e 52.

Os valores encontrados, para serem convertidos em resistência à

compressão, primeiro necessitam ser minorados em relação a profundidade de

carbonatação identificada na estrutura.

Para correção dos valores, é utilizado o gráfico de redução do coeficiente de

impacto do esclerômetro devido à profundidade de carbonatação, fornecido pelo

fabricante do aparelho, conforme apresentado na Figura 65.

Figura 65 – Redução do coeficiente de impacto devido à carbonatação (Fonte: Proceq SA, 2017)

Como identificado, a carbonatação da estrutura excede o valor limite de 6mm

em todos os pontos medidos. De acordo com o manual do fabricante do aparelho,

para profundidades de carbonatação superiores a 6mm, os valores de 6mm se

aplicam, conforme pode ser comprovado pelo texto extraído do manual, “For

carbonation depths higher than 6 mm, the values for 6 mm apply (no further

changes)” (Proceq SA, 2017).

Os valores obtidos foram multiplicados pelo fator de redução e estes foram

então plotados no gráfico fornecido pelo fabricante do esclerômetro para

determinação da resistência característica. O gráfico é específico para esclerômetro

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aferidos em cilindros 150x300mm e projeta o valor da resistência do concreto a partir

do valor do índice esclerométrico. Este gráfico está apresentado na Figura 66.

Figura 66 – Curvas de conversão para a resistência de um corpo de prova cilíndrico (Fonte: Proceq SA, 2017)

Com auxílio do gráfico, os valores de resistência obtidos em MPa, foram os

apresentados na Tabela 2.

Tabela 2 - Resultados dos testes de esclerometria e estimativa da resistência característica dos elementos

Pilar P2 53 0,61 32 23

Pilar P6 48 0,61 29 19

Pilar P7 57 0,61 35 27

Longarina P2 54 0,61 33 24

Longarina P7 52 0,61 32 23

Média Geral 53 0,61 32 23

fck (Mpa)Média

minorada

Coeficiente de

minoraçãoMédia saneadaElemento

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Tem-se que o concreto deveria apresentar no mínimo 18 MPa de resistência

característica (fck). Na caracterização geral o resultado obtido foi de 23 MPa,

satisfazendo a condição.

Ao contrário dos testes de carbonatação, pH e estimativa da vida útil, o pilar

P6 aqui apresentou o pior resultado, porém, há, que se considerar a confiabilidade

dos resultados e as limitações do método da esclerometria.

O pilar central P6 foi o que apresentou menor sinal de incidência patológica,

não foi submetido à ação a qual os outros elementos foram, apresentou menor

profundidade de carbonatação e índice pH de valor 11,5.

O efeito da carbonatação e da ação do fogo nos outros elementos

contribuíram para o aumento da dureza superficial do concreto e,

consequentemente, ao aumento do índice esclerométrico obtido pelo aparelho.

Ao mesmo tempo, mesmo em melhores condições, os índices obtidos pelo

pilar P6 foram minorados pelo mesmo coeficiente que os demais elementos,

portanto, não há confiança ao afirmar que o pilar P6 apresenta resistência

característica menor que os outros elementos.

4.1.1.6 Prumo dos Pilares

Foram verificados, também, o prumo dos pilares, a fim de se determinar

alguma deformação excessiva nos elementos. Nenhum dos pilares apresentou-se

fora de prumo. Nas Figuras 67 e 68, a seguir, estão demonstrados os testes

realizados nos pilares P2 e P6.

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Figura 67 - Verificação de prumo no pilar P7

Figura 68 - Verificação de prumo no pilar P6

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78

4.2 Classificação da Estrutura

Após as etapas de inspeção e diagnóstico das manifestações patológicas da

OAE, a determinação da condição da estrutura foi realizada seguindo cada um dos

métodos de inspeção descritos.

Devido ao diagnóstico das manifestações patológicas já ter sido realizado e

apresentado, nas classificações será tratado apenas do parecer final, notas e

critérios de classificação que cada um dos métodos aborda.

A infraestrutura da obra não pôde ser avaliada pela impossibilidade de acesso

físico e visual aos elementos.

4.2.1 Classificação segundo a NBR 9452 (ABNT, 1986)

A ponte analisada apresentou as mais diversas patologias, as quais foram

acentuadas pela ação do fogo em alguns locais.

Pela análise dos problemas encontrados na OAE, a estrutura não apresenta

desempenho satisfatório em relação à sua durabilidade e requer intervenções de

reparo a curto prazo.

Percebe-se uma região de maior incidência das manifestações patológicas

em ambas as extremidades da OAE, com armaduras principais expostas e corroídas

como sendo o maior dos problemas encontrados. Estas extremidades foram

submetidas à ação do fogo, que intensificou a ocorrência de anomalias na região. A

correção destas anomalias é de crucial importância para reestabelecer o

desempenho de durabilidade da mesma e evitar futuros problemas estruturais. Na

lateral da barreira rígida localizada na extremidade da OAE também foram

detectadas armaduras expostas e corroídas, recomenda-se o tratamento das

mesmas de modo a findar o problema.

Para critérios funcionais, apesar de alguns defeitos no pavimento da pista de

rolamento e nas barreiras rígidas, a OAE apresenta desempenho satisfatório, não

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requerendo medidas urgentes de reparo. Entretanto, manchas de umidade e

lixiviação foram detectadas ao longo de todos os drenos do tabuleiro, sendo

recomendado a limpeza das mesmas e instalação de dispositivo pingadeira nos

drenos para cessão do problema.

Para critérios estruturais, a OAE não apresenta risco iminente de falha ou

colapso, mas a segregação do concreto e a corrosão e exposição das armaduras

principais dos pilares e lajes da seção caixão representam uma ameaça futura, que,

se não corrigida, comprometerá a segurança da obra.

4.2.2 Classificação segundo a Norma 010 (DNIT, 2004)

A Norma 010 (DNIT, 2004) apresenta o procedimento a ser seguido e a tabela

com instrução para atribuição de notas de avaliação. Através do método proposto,

chegou-se a classificação de que a estrutura apresenta, numa escala de 0 a 5, nota

técnica geral 2.

Esta nota representa, de acordo com a classificação da norma, uma obra

problemática, implicando sério comprometimento da vida útil da estrutura, que

requer intervenção a curto prazo. Ao mesmo tempo, a classificação considerou que,

aparentemente, não existe risco de colapso estrutural iminente, mas que postergar a

recuperação da obra pode levá-la à um estado crítico.

Os problemas detectados na laje e na mesoestrutura foram os determinantes

para que tal nota fosse atingida. A exposição e corrosão das armaduras principais

em grande intensidade categorizou os elementos como sofríveis, com danos

gerando significativa insuficiência estrutural na ponte.

Para o vigamento principal, a nota atribuída foi 3, indicando que há danos

gerando alguma insuficiência estrutural, mas sem sinais de comprometimento da

estabilidade da obra.

Já, para a pista e acesso da ponte, a nota atribuída foi 4, resultante das

fissurações e defeitos nas barreiras, indicando que está em boas condições, com

alguns danos, mas sem sinal de que estejam gerando insuficiência.

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80

Na Figura 69, observa-se a ficha de inspeção proposta pela norma preenchida

de acordo com as instruções do método e a situação da OAE.

Figura 69 - Ficha de inspeção proposta pelo método preenchida

OAE Código: Nome: BR:376 km: 75 UNIT: RES:

Data: 08/04/2017 Inspeção:

COMENTÁRIOS GERAIS

a)Condições de Estabilidade: Condições de Conservação:Estável

b) Nível de vibração do Tabuleiro: Vibração normal de passagem de veículos

c) Inspeção Especializada (Realizado por engenheiro de estruturas) necessária? SIM Urgente? SIM

Observações Adicionais: A estrutura não apresenta desempenho satisfatório em relação à durabilidade e requer intervenção em curto prazo.

As extremidades da OAE foram submetidas à ação do fogo e percebe-se uma maior incidência de manifestações nestas áreas. Para critérios estrutu-

rais, a OAE não apresenta risco iminente, mas a não correção dos problemas encontrados podem, futuramente, comprometer a segurança da obra.

Para critérios funcionais, apesar de alguns defeitos encontrados nas pistas, barreiras e drenos, a OAE apresenta desempenho satisfatório, porém,

recomenda-se o tratamento destes problemas para evitar piora na condição.

1. LAJE NOTA TÉCNICA 2 Local

Buracos (abertura) (X) Existe ( ) É iminente Extremidades da seção caixão

Armadura exposta (X) Muito oxidada (X) Grande incidência Extremidades da seção caixão

Concreto desagregado ( ) Muita intensidade ( ) Grande incidência

Fissuras (X) Muita intensidade ( ) Grande incidência Seção caixão

Marcas de infiltração ( ) Forte infiltração ( ) Grande incidência

Aspecto de Concreto ( ) Má qualidade

Cobrimento (X) Ausente/Pouco Laje inferior seção caixão e barreira Diverso

2. VIGAMENTO PRINCIPAL NOTA TÉCNICA 3 Local

Fissuras Finas (X) Algumas ( ) Grande incidência Extremidades da seção caixão

Trincas (>0,3mm) ( ) Algumas ( ) Grande incidência

Armadura Principal ( ) exposta ( ) Muito oxidada

Desagreg. De concreto ( ) Muito intenso ( ) Grande incidência

Dente Gerber ( ) Quebrado ( ) Trincado

Deformação (flecha) ( ) Exagerado

Aspectos do concreto (X) Má qualidade Extremidades da seção caixão, ação do fogo

Cobrimento ( ) Ausente/Pouco

3. MESOESTRUTURA NOTA TÉCNICA 2 Local

Armadura exposta (X) Muito oxidada (X) Grande incidência Pilares P1 e P2, extrem. esquerda

Concreto desagregado ( ) Muita intensidade ( ) Grande incidência

Fissuras ( ) Muita intensidade ( ) Grande incidência

Aparelho de apoio ( ) Danificado ( ) Grande incidência

Aspectos do concreto (X) Má qualidade Pilares das extremidades, ação do fogo 2

Cobrimento (X) Ausente/Pouco Pilares P1 e P2, extrem. esquerda

Desaprumo ( ) Há

Deslocabilidade pilares ( ) Forte

4. INFRAESTRUTURA NOTA TÉCNICA NA Local

Recalque da fundação ( ) Existe

Deslocamento Fundação ( ) Existe

Erosão terreno Fundação ( ) Existe

Estacas Desenterradas ( ) Existe

5. PISTA/ACESSO NOTA TÉCNICA 4 Local

Irregularidades pavimento ( ) Muita intensidade ( ) Grande extensão Encontros, leve fissuração

Junta de dilatação (X) Faltando ( ) Muito problemática Encontros

Acessos X ponte ( ) Dregrau acentuado ( ) Problematica

Acidentes com veículos ( ) Frequente (X) Eventual Barreiras

2

2

1

Especial

Quantidade

Quantidade

Quantidade

Quantidade

Quantidade

1

Nota Técnica

2

2

Diversas

Diversas

Ponte João Bettega

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81

Pela Figura 70, observa-se a classificação que a nota atribuída indica na

estrutura.

Figura 70 - Instruções para atribuição de notas de avaliação (Fonte: DNIT, 2004)

4.2.3 Classificação segundo a NBR 9452 (ABNT, 2016)

A NBR 9452 (ABNT, 2016) divide a classificação da estrutura entre os

parâmetros (estruturais, funcionais e de durabilidade) e os elementos componentes

da ponte (superestrutura, mesoestrutura e infraestrutura).

As atribuições de cada nota seguiram o proposto pelas instruções da norma,

através da correlação dos problemas identificados e sua respectiva nota. Tal

instrução, assim como os problemas identificados, podem ser verificados nos

Anexos D, E e F.

2

Há danos gerando significativa

insuficiência estrutural na ponte,

porém ainda não há,

aparentemente, um risco

tangível de colapso estrutural

A recuperação da obra deve ser feita no curto prazo Sofrível Obra problemática

1

Há danos gerando grave

insuficiência estrutural na ponte:

O elemento em questão

encontra-se em estado crítico,

havendo risco tangível de

colapso estrutural

A recuperação ou em alguns casos, substituição da

obra, deve ser feita sem tardarPrecária Obra Crítica

4

Há alguns danos, mas não há

sinais de que estejam gerando

insuficiencia estrutural

Nada a fazer; apenas serviços de manutenção BoaObra sem problemas

importantes

3

Há danos gerando algumas

insuficiência estrutural, mas não

há sinais de comprometimento

da estabilidade da obra

A recuperação da obra pode ser postergada,

devendo-se, porém, neste caso, colocar-se o

problema em observação sistemática

Boa

aparentemente

Obra potencialmente

problemática

Nota de

ClassificaçãoDANOS NO ELEMENTO AÇÃO CORRETIVA

CONDIÇÕES DE

ESTABILIDADE

CLASSIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES

DA PONTE

5Não há danos nem insufiência

estruturalNada a fazer Boa Obra sem problemas

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82

As notas finais atribuídas ficaram como o apresentado no Quadro 10, retirado

da norma.

Quadro 10 – Notas de classificação atribuídas

Tanto para a superestrutura quanto para a mesoestrutura, em relação à

parâmetros estruturais, os problemas que determinaram a atribuição da nota 3 foram

a exposição e corrosão de armaduras principais e a fissuração em elemento dentro

dos limites previstos conforme NBR 6118 (ABNT, 2014).

Para parâmetros funcionais, a nota 4 foi advinda dos dispositivos de

segurança com pontos danificados e da deficiência na drenagem do tabuleiro,

gerando manchas e lixiviação no concreto.

Em relação à durabilidade a obra apresentou a pior condição, com uma nota

final 2. Tal nota foi advinda das armaduras expostas em processo evolutivo de

corrosão e da carbonatação do concreto nestas áreas estarem em profundidades

superiores ao cobrimento da armadura, visto que este é inexistente nos locais.

Para os elementos complementares da estrutura, a nota 5 foi determinada

pela presença de pequenos sulcos nos taludes de encontro da obra.

Por fim, para a pista, as fissurações e defeitos encontrados não possuíam

magnitude para afetar sua estrutura e funcionalidade, porém, como critério de

durabilidade resultou em uma nota 4.

O significado de caracterização de cada nota, de acordo com a norma, segue

o apresentado no Quadro 11.

Estrutura Encontro

Estrutural 3 3 NA - 5 5 3

Funcional 4 NA NA - - 5 4

Durabilidade 2 2 NA - - 4 2

Nota FinalParamêtro InfraestruturaMesoestruturaSuperestruturaElementos Complementares

Pista

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83

Quadro 11 - Classificação da condição de OAE segundo os parâmetros estrutural, funcional e de durabilidade

(Fonte: ABNT, 2016)

Em suma, de acordo com a tabela de classificação da norma, para

parâmetros estruturais, a OAE se encontra em condição regular, apresenta danos

que podem vir a gerar alguma deficiência estrutural, mas não há sinais de

comprometimento da estabilidade da obra. Recomenda-se o acompanhamento dos

problemas. Intervenções podem ser necessárias a médio prazo.

No relacionado à funcionalidade, a obra está em boa condição, apresenta

pequenos danos que não chegam a causar desconforto ou insegurança ao usuário.

Para parâmetros de durabilidade, por sua vez, a ponte se encontra em

condição ruim, apresentando muitas manifestações patológicas, que comprometem

sua vida útil, em região de alta agressividade ambiental.

Nota de

ClassificaçãoCondição Caracterização Estrutural Caracterização Funcional Caracterização de Funcionalidade

A OAE apresenta segurança e

conforto aos usuários.

A OAE apresentase em perfeitas condições,

devendo ser prevista manutenção de rotina.

4 BoaA estrutura apresenta danos pequenos e em áreas, sem

comprometer a segurança estrutural

A OAE apresenta pequenos danos

que não chegam a causar desconforto

ou insegurança ao usuário.

A OAE apresenta pequenas e poucas anomalias,

que comprometem sua vida útil, em região de

baixa agressividade ambiental.

A estrutura apresenta-se em condições satisfatórias,

apresentando defeitos irrelevantes e isolados.Excelente5

2 Ruim

Há danos que comprometem a segurança estrutural da OAE, sem

risco iminente. Sua evolução pode levar ao colapso estrutural. A

OAE necessita de intervenções significativas a curto prazo.

A OAE com funcionalidade

visivelmente comprometida, com

riscos de segurança ao usuário,

requerendo intervenções de curto

prazo.

A OAE apresenta moderadas a muitas

manifestações patológicas, que comprometem

sua vida útil, em região de alta agressividade

ambiental.

3 Regular

Há danos que podem vir a gerar alguma deficiência estrutural.

Mas não há sinais de comprometimento da estabilidade da obra.

Recomenda-se acompanhamento dos problemas. Intervenções

podem ser necessárias a médio prazo.

A OAE apresenta desconforto ao

usuário, com defeitos que requerem

ações de médio prazo.

A OAE apresenta pequenas e poucas anomalias,

que comprometem sua vida útil, em região de

moderada a alta agressividade ambiental ou a OAE

apresenta moderadas a muitas anomalias, que

comprometem sua vida útil, em região de baixa

agressividade ambiental.

1 Crítica

Há danos que geram grave insuficiência estrutural na OAE. Há

elementos estruturais em estado crítico, com risco tangível de

colapso estrutural. A OAE necessita intervenção imediata,

podendo ser necessária restrição de carga, interdição total ou

parcial ao tráfego, escoramento provisório e associada

instrumentação, ou não.

A OAE não apresenta condições

funcionais de utilização.

A OAE encontra-se em elevado grau de

deterioração, apontando problema já de risco

estrutural e/ou funcional.

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84

4.3 Comparação entre os métodos

Em todos os métodos estudados, chegou-se à conclusão de que a obra

apresenta problemas significativos em relação à sua durabilidade, exigindo

intervenções em curto prazo e que, para parâmetros estruturais, também existe certa

insuficiência, mas sem risco aparente de colapso estrutural.

A maior diferenciação entre eles está na objetividade e assertividade que o

método impõe. Enquanto na NBR 9452 (1986) toda a classificação estrutural

dependem da interpretação do profissional vistoriador, a Norma 010 (DNIT, 2004) e

a NBR 9452 (2016) tentam diminuir esta abertura à múltiplas interpretações e

diagnósticos divergentes.

No método do DNIT, percebe-se a divisão desta responsabilidade com o

profissional, através da apresentação do procedimento a ser seguido e a tabela com

instrução para atribuição de notas de avaliação, os quais contribuem objetivamente

para a classificação final da estrutura.

Mas ainda existe a abertura a diferentes diagnósticos, pois, ao mesmo tempo,

para a atribuição das notas individuais que cada problema detectado incide nos

elementos, não há uma correlação exata, ficando esta a critério do engenheiro

inspetor.

A NBR 9452 (ABNT, 2016) corrige esta lacuna ao introduzir tabelas de

correlação entre as manifestações patológicas encontradas e suas respectivas notas

de classificação, de acordo com o tipo de elemento vistoriado (principal, secundário

ou complementar), a magnitude do problema e a caracterização que se deseja

realizar (estrutural, funcional ou de durabilidade).

Em ambos os métodos da Norma 010 (DNIT, 2004) quanto da NBR 9452

(ABNT, 2016) chegou-se à menor nota técnica de valor 2, porém, enquanto no

método do DNIT a subdivisão classificatória é feita apenas em elementos (laje,

vigamento principal, etc.), no método da NBR 9452 (ABNT, 2016) esta divisão

também inclui os parâmetros (estruturais, funcionais e de durabilidade), gerando

assim, uma classificação mais específica e criteriosa de cada elemento.

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85

A NBR 9452 (ABNT, 2016) facilitou também o entendimento conceitual sobre

os elementos inspecionados, ao introduzir representações gráficas dos mesmos e

uma tabela de caracterização dos elementos estruturais segundo sua relevância no

sistema estrutural.

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86

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES

Considerando o objetivo proposto deste trabalho, que foi o de inspecionar e

avaliar o estado de conservação de uma ponte de médio porte e alto tráfego de

veículos no município de Curitiba (PR) considerando os métodos de avaliação da

norma atual vigente NBR 9452 (ABNT, 2016), foi possível detectar diversas

manifestações patológicas na obra avaliada, as quais evidenciam a condição

insatisfatória em que a obra se encontra.

Evidencia-se entre as manifestações patológicas encontradas a ocorrência

sistemática de exposição e corrosão de armadura, manchas e lixiviação no concreto,

carbonatação, fissuração do pavimento, entre outras de menor recorrência.

Percebe-se que o estado atual da ponte é consequência de uma má política

de planejamento e conservação das obras públicas, visto que a ponte sofreu danos

excepcionais, como, por exemplo, a ação do fogo, e nada foi feito para restaurar a

condição da estrutura, que encontra-se em situação deteriorante.

Apesar de não apresentar risco iminente de falha ou colapso, os métodos

levaram a OAE à uma classificação problemática, principalmente em relação a seu

parâmetro de durabilidade, exigindo intervenções de curto prazo.

Pôde-se perceber uma distinção entre os métodos estudados em relação à

objetividade e assertividade que estes empunham à classificação. Ao passo em que

a obsoleta NBR 9452 (ABNT, 1986) traz poucas informações e deixa a classificação

aberta a interpretações do profissional, a Norma 010 (DNIT, 2004), ainda vigente,

corrige em grande parte este lapso e melhor orienta o processo classificatório, no

geral.

Apesar desta melhora, ainda restam lacunas quando se diz respeito à

interpretação das anomalias em si e a sua respectiva influência na classificação final

da estrutura. Isto vem a ser corrigido pela NBR 9452 (ABNT, 2016), que apresenta

uma metodologia que proporciona uma menor abertura para divergências nas

classificações em função da interpretação do profissional. Apresenta também uma

melhor abordagem sobre o tema, através de um modelo mais intuitivo e do uso de

representação gráfica para uma melhor compreensão conceitual.

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87

Fica como sugestão para trabalhos futuros, a realização do estudo de terapia

e proposição de soluções de reparo para as manifestações patológicas encontradas

e apresentadas neste trabalho, afim de se restabelecer as condições da obra

estudada a níveis aceitáveis. Também sugere-se utilizar este trabalho como base

para a realização de novos estudos de inspeção, levantamento e avaliação de outras

OAEs da região, verificando assim, o panorama geral no qual estas obras públicas

se encontram e, eventualmente, apresentando o mesmo às autoridades

responsáveis.

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88

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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(UFMG), Belo Horizonte, 2010. ARIVABENE, Antonio C. Patologias em Estruturas de Concreto Armado Estudo de Caso. MBA Gerenciamento de Obras, Tecnologia e Qualidade da Construção. Vitória, ES, 2015 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de Estruturas de Concreto. Rio de Janeiro, 2014. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575: Edificações habitacionais — Desempenho. Rio de Janeiro, 2013.

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1986. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9452: Inspeção de Pontes, Viadutos e Passarelas de Concreto – Procedimento. Rio de Janeiro,

2016. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9575: Impermeabilização - Seleção e projeto. Rio de Janeiro, 2010.

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89

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MACHADO, Ari de Paula. Reforço de estruturas de concreto armado com fibras de carbono. São Paulo: Pini, 2002. MASON, Jayme. Pontes em Concreto Armado e Protendido: Princípios do Projeto e Cálculo. Rio de Janeiro: LTC, 1977.

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Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia Civil). Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2013 SARTORTI, Artur L. Identificação de Patologias em Pontes de Vias Urbanas e Rurais no Município de Campinas-SP. Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil, Comissão de Pós-Graduação da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 2008.

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90

SILVA, Felipe T., PIMENTEL, Roberto L., BARBOSA Normando P. Análise de patologias em estruturas de edificações da cidade de João Pessoa. Paraíba,

2006 SOUZA, Marcos F. Patologias Ocasionadas pela Umidade nas Edificações. Monografia apresentada à Escola de Engenharia da UFMG, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Construção Civil. Belo Horizonte, 2008. SOUZA, Vicente C. M., RIPPER, Thomaz. Patologia, Recuperação e Reforço de Estruturas de Concreto. São Paulo: Pini, 1998.

VITÓRIO, J. A. P. Pontes Rodoviárias. Fundamentos, Conservação e Gestão.

Recife, 2002.

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ANEXO A

FICHA DE INSPEÇÃO CADASTRAL DA NORMA 010: DNIT, 2004

1 DADOS BÁSICOS

2 DADOS SOBRE CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS

Drenos: ( X ) SIM ( ) NÃO

Pingadeiras: ( ) SIM ( X ) NÃO

IDENTIFICAÇÃO / LOCALIZAÇÃO / JURISDIÇÃO Data:     08  /   04    /  2017  

OAE:Código:                               Nome:  Ponte João Bettega                               Tipo de Estrutura: Código     13                  Nat. Transposição:

Código       5                  Sist. Construtivo: Código        1                 UNIT:                                           Residência:                                                  

Rodovia: BR-  376            UF:  PR       Trecho (PNV):                     Localização (km):    75          Cidade:CURITIBA Prox.:Saída para Araucária

ADMINISTRAÇÃO

( ) DNIT ( ) DER (X) CONCESSÃO ( ) OUTROS

Nome: CCR RODONORTE                                                                                                                                                                                                      (para o caso concessão / outros)

PROJETO / CONSTRUÇÃO

Projetista:  José Luiz Guerra                                                                       ; Ano da Construção:   1974                                         

Construtor:   N/A                                                                   ; Arquivo:   N/A             ; Trem - Tipo Classe:  N/A                              

COMPRIMENTO / LARGURA

Comprimento:      88       m; Largura:      12,50         m

CARACTERÍSTICAS PLANI-ALTIMÉTRICAS

Região: ( X ) PLANA ( ) ONDULADA ( ) MONTANHOSA Greide: Rampa Máxima(%):  NA  Traçado: ( ) TANGENTE

( )CURVO Raio:                    m Travessia: (X) ORTOGONAL ( ) ESCONSA

CARACTERÍSTICAS DA PISTA

Larg.Total da Pista:       3,75             m Nº de

Faixas:    2                     Acostamento:

(X) SIM ( ) NÃO

Larg.Acostamento:        3,40              m

Pavimento: (X) Asfalto Concreto Passeio: ( ) SIM

(X) NÃO

Guarda-Rodas: ( ) P.Antigo ( ) N.Jersey ( ) Outro

GABARITOS

Para Viaduto: Horizontal              11             m; Vertical               2,8        m

Para Ponte s/ Rio Navegável: Horizontal        N/A                   m; Vertical         N/A             m Proteção dos Pilares Contra Choque de Embarcação? N/A

VMD:           N/A                            veículos/dia

Freqüência de Carga Móvel ≥ 36 tf: ( ) Alta ( ) Média ( ) Baixa Passagem de Cargas Excepcionais: (X) Freqüente ( )

Esporádica

JUNTAS DE DILATAÇÃO

Número total de juntas:          N/A                                              

Tipo de vedação: ( ) Nenhuma; nos pilares / articulação ( ) Tipo     N/A              ( ) Tipo        N/A          

TRÁFEGO

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3 CARACTERÍSTICA DA ESTRUTURA

TETipo especial

FRFreyssinet

NPNeoprene

TFTeflon

CH

Placa de

Chumbo

RMRolo Metálico

AMArticulação

Metálica

PDPêndulo

Comentários:                                                                                                                                                                                                 

4 OUTROS ASPECTOS

MATERIAIS / SEÇÃO / TIPO Data:       08    /    04      /    2017      

PARTICULARIDADES

COMPONENTE MATERIAL (CÓDIGO)

(VER TABELA 2)

SEÇÃO TIPO (CÓDIGO)

(VER TABELA 3)

LAJES CA

VIGAS PRINCIPAIS CA VC

PILARES

Desnível Max entre Greide e Terreno                N/A                        m Lâmina D’água:

Normal        N/A           m na Cheia N/A

O Meio Ambiente é Agressivo? SIM

A Seção de Vazão é Adequada? SIM

Existe Drenagem no interior do caixão? NÃO

As Fundações encontram-se em Solo Mole? N/A A vibração da Estrutura é

Excessiva? NÃO O Regime do Rio é Torrencial? N/A

O Leito do Rio é Erodível? N/A

Histórico da Manutenção: # Ruim

ROTAS ALTERNATIVAS: (X) EXISTEM ( ) NÃO EXISTEM Acréscimo de Distância:        N/A                          km Descrição do

Itinerário:                                                                                  N/A                                                                                                                          

INSPEÇÃO ROTINEIRA (PARÂMETROS):

Melhor Época para Vistorias:   N/A                                                                                 

Periodicidade: # Normal (2 anos) # Reduzida (1 ano) # Dilatada (4 anos) (X) Especial (Consultor)

# Especial (L > 200m) # Especial (Equipamento) # Parcial

Acesso: (X ) Direto / Binóculo: Vãos        3           Equipamento Especial: Vãos     N/A               

Interior de Viga Celular: ( ) Acessível ( X ) Não Acessível

Número de Vãos:              3                   Número de

Juntas Gerber:          N/A       Comprimento do Vão

Maior (m):       27     

Altura da Viga no Apoio (m):    1,75         Altura

da Viga no Vão (m):      1,75           Altura

Máxima de Pilar (m):    9          

Extrem. Inicial: (X)ENCONTRO ( ) BALANÇO

Extrem. Final: (X) ENCONTRO ( ) BALANÇO

Laje de Aprox.: N/A

TIPOS DE APARELHOS

DE APOIO

Aparelhos de Apoio

Tipo

CA 3CC

Ap o io

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ANEXO B

FICHA DE INSPEÇÃO CADASTRAL DA NBR 9452: 2016

Aparelhos de apoio (quantidade e tipo): Neoprene (8)

A - Identificação e Localização

Ficha de Inspeção Cadastral

Jurisdição: CCR

Inspeção Cadastral (ano): 2017 OAE Código: 1

Data da Inspeção: 08/04/2017

Parte I - Cadastro

Rodovia ou Município: BR 376

Obra: Ponte João Bettega

Ano de Construção: 1974

Largura útil (m): 7,5

Natureza da Transposição: Rodovia Material: Concreto Armado

Tipologia Estrutural

Sistema Construtivo (tabela A.3): Moldado in loco

Sentido:

Localização: km 75

Projetista: José Luiz Guerra

Comprimento Total (m)

B - Características da estrutura

Comprimento e Largura

Largura Total (m):12,5

Longitudinal (superestrutura): Contínua

Transversal (superestrutural): Seção Caixão

Mesoestrutura: Pilares moldados inloco

Infraestrutura: Tubulões

Seção Tipo: Caixão

Características Particulares

Refúgios: não

Largura da Faixa (m): 3,75

Largura do Acostamento (m): 3,40m e 1,60m

Comprimento do maior vão (m):27

Altura dos pilares (m):9

Juntas de dilatação (Quantidade e Tipo): N/A

Número de Vãos: 3

Encontros: ala e cortina de contenção

Outras peculiaridades:

Comprimento do vão típico (m):20,5

C - Características Funcionais

Características planialtimétricas: Região Plana

Características da pista

Número de faixas: 2

Acostamento: 1

Passeio: não

Barreira Rígida: Sim (concreto)

Pavimento: Asfáltico

Largura do Passeio (m): -

Guarda-corpo: Não Possui

Drenos: Sim

Juntas de Dilatação: Inexistente

Pingadeiras: Não possui

Tráfego

Frequência de passagem de carga especial: Diariamente

Parte II - Registro de Manifestações Patológicas

A - Elementos estruturais

Superestrutura:Contínua

Mesoestrutura: Pilares circulares

Infraestrutura: Tubulões

Aparelhos de apoio: Neoprene fretado

Iluminação: Não

Encontros: ala e cortina de contenção

Outros Elementos:

B - Elementos da pista ou funcionais

Pavimento: Asfáltico

Acostamento e refúgio: Não

Drenagem: drenos a cada 5m

Guarda-corpos: Não possui

Barreira Rígida: Sim

C - Outros Elementos

Barreira de Concreto: Sim

Taludes: Sim

Sinalização: Sim

Gabaritos: Sim

Proteção dos pilares: Não

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ANEXO C

FICHA DE INSPEÇÃO ESPECIAL DA NBR 9452: 2016

Quantidade de vãos: 3

Classe: 1

3 - Ensaios realizados:

Esclerometria, profundidade de carbonatação e índice pH

Estrutural: 3 Armadura principal exposta e corroída

Durabilidade: 2

5 - Vistoria

Recursos de aproximação empregados: Câmera fotográfica com zoom óptico

6 - Descrição das anomalias

Superestrutura

Laje Superior: Fissuras e armadura exposta apresnetando corrosão

Jurisdição: CCR

Data da Inspeção: 08/04/2017

Pilares: 8

Largura Total: 12,50 m

Tabuleiro Tipo: Concreto

Observação: Sem junta de dilatação central e danos devido ao fogo

Data da vistoria:08/04/2017

Vãos tipo: Contínuo

4 - Classificação da OAE

Funcional: 4

2 - Descrição da Obra

Vigas: Caixão

Juntas de dilatação (Quantidade e Tipo): N/A

Comprimento total: 88 m

3 - Proposição de restauração ou reforço

A estrutura apresenta diversas patologias, algumas delas, encontram -se em estágio avançado pelo forte

dano causado pelos incêndios nas extremidades da ponte. A área ao redor do pilar 1 e 2 apresenta

armaduras expostas e com alto grau de corrosão.

1 - Parecer técnico

2- Resumo da análise estrutural

A estrutura apresenta diversas patologias, algumas delas, encontram -se em estágio avançado pelo forte

dano causado pelos incêndios nas extremidades da ponte. A área ao redor do pilar 1 e 2 apresenta

armaduras expostas e com alto grau de corrosão.

Passeios e guarda-corpo: Não existente

Barreiras rígidas/defensas metálicas: Barreira rígida danificada em diversos trechos

Drenagem: Drenagem deficiente sem causar empoçamento ou aquaplanagem

PARTE II - Síntese do relatório de terapia

Juntas: Não possuí juntas de dilatação

Estruturas de encontro: Apresentam diversas fissuras no pavimento asfáltico

Talude: Apresenta leve erosão

Pavimento, sinalização e gabaritos: Pavimento asfáltico com diversas trincas nos encontros

Infraestrutura

Apoios/pilares/blocos: Pilares apresentam fissuras e armadura exposta (corrosão)

Encontro

Vigas longarinas: N/A

Vigas transversinas: N/A

Mesoestrutura:

Vigas-travessas: N/A

Aparelho de apoio: Neoprene com pequenas trincas na camada superficial

Obra: Ponte João Bettega Localização: km 75

Ano de Construção: 1974 Projetista: José Luiz Guerra

Rodovia ou Município: BR 376

Ficha de Inspeção Especial

Inspeção Cadastral (ano): 2017 OAE Código: 1

Parte I - Sintese do relatório de patologia

1- Localização

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95

ANEXO D

NOTAS DE CLASSIFICAÇÃO DA OAE SEGUNDO PARÂMETROS ESTRUTURAIS PREVISTOS DA NBR 9452: 2016

Principal Secundário Complementar

Fissuração superficial de retração, hidráulica ou

térmica4 4 5

Fissuras em elementos protendidos 1 2 ―

Fissuras em elementos de concreto armado

com abertura dentro dos limites previstos

conforme ABNT NBR 6118:2014, 13.4

3 4 4

Fissuras em elementos de concreto armado

com abertura superior aos limites previstos

conforme ABNT NBR 6118:2014, 13.4

2 3 4

FlechaFlechas não congênita acima dos limites

conforme ABNT NBR 61181 2 3

Armadura principal exposta e corroída, com

perda de seção de até 20 % do total da

armadura

3 4 5

Armadura principal exposta e corroída, com

perda de seção acima de 20 % da área total de

armadura ou que comprometa a estabilidade da

peça

2 3 4

Armaduras principais rompidas 1 2 3

Ruptura de parte da armadura principal

passiva ou ativa1 2 3

Tirantes rompidos 1 ― ―

Armadura protendida exposta e corroída 2 ― ―

Perda ou falta de protensão em elemento

principal2 ― ―

Concreto segregado com áreas inferiores a 0,1

m² em zonas favoráveis de tensões4 5 5

Concreto segregado em regiões de tensões de

compressão, mas em pequenas áreas (entre

0,1 m² e 0,5 m²)

3 4 5

Concreto segregado em regiões sujeitas a

tensões de compressão, em área superior a 0,5

2 3 4

Rompimento do concreto em pontos de

altas tensões de compressão1 2 3

Anomalias

no concreto

Condição verificada na inspeção especial segundo

parâmetros estruturais

Nota de classificação

Elemento onde foi constatada a anomalia

Fissuração

Anomalias na

armadura

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96

Nota de

classificação

2

1

5

4

3

2

1

5

4

3

2

5

4

2

1

3

Outros 3

Condição verificada na inspeção especial segundo parâmetros estruturais

Apoio

(meso-estrutura)

Deslocamento e ou desalinhamento de peças estruturais gerando

excentricidades que podem ocasionar instabilidades ou concentração de

tensões

Vigas transversinas ou longarinas mal ou insuficientemente apoiadas em

pilares, sintomas localizados como trincas (grandes fissuras) junto aos

apoios na interface das vigas e pilares podem vir a reforçar este juízo

Aparelhos de

apoio

Aparelhos de apoio de neoprene com pequenos rasgos na camada

superficial, sem exposição das chapas de fretagem

Aparelhos de apoio metálicos com corrosão superficial

Aparelhos de apoio danificados ou comprometidos gerando alguma

vinculação sem causar grandes esforços, recalques diferenciais e sem

criação de cunhas de ruptura ou fissuras no entorno

Aparelhos de apoio comprometidos, gerando vínculos imprevistos com

cunhas de ruptura e recalques diferenciais com trincas ou fissuras

Aparelhos de apoio danificados totalmente rompidos, dando origem a

esforços horizontais e ou travamento de rotações, indesejáveis no

esquema estrutural original

Juntas

Juntas de dilatação parcialmente obstruídas sem causar restrições à

movimentação dos tabuleiros

Juntas de dilatação obstruídas, causando restrições à movimentação dos

tabuleiros

Juntas de dilatação obstruídas, com contribuição para o quadro patológico

com formação de fissuras em vigas longarinas e lajes

Juntas de dilatação obstruídas, causando graves danos à superestrutura

(esmagamento do concreto de vigas e lajes, formação de quadro de

fissuração e esforços não previstos na meso e infraestrutura)

Drenos inexistentes ou comprometidos no interior dos caixões,

acarretando retenção de água no seu interior

Encontros

Taludes de encontro com pequenos sulcos, sem causar danos às

fundações

Taludes de encontro com erosão, com situação estabilizada, sem causar

danos às fundações

Deslizamento de taludes de encontro

Deslizamento de taludes de encontro gerando possível perda de base de

apoio de fundações e ou empuxos ativos nos pilares

Desníveis do pavimento, na transição terrapleno x tabuleiro, gerando

acréscimo no impacto da carga acidental

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97

ANEXO E

CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO PARÂMETROS FUNCIONAIS DA NBR 9452: 2016

Nota de

classificação

4

3

2

5

4

3

4

3

4

2

2

Passeio e guarda-

corpo1

2

2

Condição verificada na inspeção especial segundo parâmetros funcionais

Drenagem

Drenagem deficiente sem causar empoçamento ou aquaplanagem

Drenagem no tabuleiro deficiente com empoçamentos localizados que não

provoquem o fenômeno de aquaplanagem

Drenagem ineficiente ou inexistente gerando pontos úmidos e formação de

lâmina de água, possibilitando derrapagem ou o fenômeno de aquaplanagem

Pista

Pista de rolamento com pequenas irregularidades, sem gerar desconforto ao

usuário

Pista de rolamento com irregularidades, gerando desconforto

ao usuário

Desníveis no pavimento, na transição terrapleno x tabuleiro e juntas de

dilatação, causando solavancos

Juntas

Pontos danificados nas juntas de dilatação sem causar desconforto ao

usuário

Berço danificado nas juntas de dilatação, gerando pequeno desconforto ao

usuário

Gabaritos

Sinalização horizontal e vertical inadequadas ou inexistentes, com risco à

segurança da obra e usuários

Acidentes com choques de veículos ou embarcações na

estrutura

Dispositivos

de segurança

Dispositivos de segurança com pontos danificados (segregação de concreto,

armadura exposta)

Dispositivos de segurança inexistentes, comprometendo a segurança dos

usuários

Inexistência de dispositivos de segurança para proteção de peças

estruturais sujeitas a impactos

Guarda-corpo rompido ou inexistente

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98

ANEXO F

CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO PARÂMETROS DE DURABILIDADE DA NBR 9452: 2016

Principal Secundário Complementar

Quadro de fissuração generalizada, mas

dentro dos limites previstos conforme ABNT

NBR 6118:2014, 13.4

5 5 5

Quadro de fissuração inaceitável, conforme

ABNT NBR 6118:2014, 13.41 2 3

Fissuração de elementos estruturais com

indícios de reação expansiva (álcali- agregado

ou sulfatos)

2 2 3

Armaduras expostas com corrosão

incipiente3 4 4

Armadura exposta em processo evolutivo de

corrosão2 3 4

Armadura protendida exposta, mesmo sem

corrosão, em ambiente de baixa e média

agressividade

3 4 ―

Armadura protendida exposta e corroída 1 2 3

Obras com deficiência de cobrimento sem

armadura exposta4 5 5

Obras com deficiência de cobrimento com

estufamento por expansão da corrosão3 4 4

Concreto segregado com áreas inferiores a 0,1

m² em zonas favoráveis de tensões4 4 5

Concreto segregado em regiões de tensões de

compressão, mas em pequenas áreas (entre

0,1 m² e 0,5 m²)

3 4 5

Concreto segregado em regiões sujeitas a

tensões de compressão, em área superior a

0,5 m²

2 3 4

Lixiviação superficial do concreto 4 4 5

Manchas superficiais de fuligem atmosférica 4 4 5

Calcinação do concreto com exposição

de armaduras1 2 3

Eflorescências, com surgimento de manchas

esbranquiçadas decorrentes de reação de

carbonatação

4 4 5

Carbonatação com profundidade

atingindo armaduras principais3 3 4

Carbonatação com profundidade superior à

espessura do cobrimento da armadura2 3 3

Carbonatação

Concreto

Condição verificada na inspeção especial segundo

parâmetro de durabilidade

Nota de classificação

Elemento onde foi constatada a condição

Fissuração

Armadura

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99

Nota de

classificação

3

2

1

2

3

2

1

4

3

Condição verificada na inspeção especial segundo parâmetro de durabilidade

Drenagem

Buzinotes obstruídos

Drenagem do caixão inexistente ou insuficiente, com acúmulo de água

dentro dos mesmos

Presença de água internamente às bainhas da armadura protendida

Drenagem do tabuleiro totalmente inoperante

Taludes

Taludes dos encontros com erosão localizada ou solapamento de material

Taludes dos encontros com erosão significativa

Taludes dos encontros com erosão significativa, acarretando

desconfinamento da fundação

Taludes protegidos com placas faltantes ou danificados

Percolação de águas pluviais ou subterrâneas pelos taludes dos

encontros