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INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA INPA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENTOMOLOGIA TAXONOMIA DE Paragryllus GUÉRIN-MÉNEVILLE, 1844 (ORTHOPTERA: GRYLLIDAE: PARAGRYLLINI), DO BRASIL LÚCIENE GIMAQUE DA SILVA Manaus, Amazonas Março, 2016

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INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA – INPA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENTOMOLOGIA

TAXONOMIA DE Paragryllus GUÉRIN-MÉNEVILLE, 1844

(ORTHOPTERA: GRYLLIDAE: PARAGRYLLINI), DO BRASIL

LÚCIENE GIMAQUE DA SILVA

Manaus, Amazonas

Março, 2016

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LÚCIENE GIMAQUE DA SILVA

TAXONOMIA DE Paragryllus GUÉRIN-MÉNEVILLE, 1844

(ORTHOPTERA: GRYLLIDAE: PARAGRYLLINI), DO BRASIL

Orientador: Dr. Augusto Loureiro Henriques - INPA

Coorientador: Dr. Marcelo Ribeiro Pereira - UFES

Dissertação apresentada ao Instituto Nacional de

Pesquisas da Amazônia como parte dos

requisitos para obtenção do título de Mestre em

Ciências Biológicas, área de concentração em

Entomologia.

Manaus, Amazonas

Março, 2016

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S586t Silva, Lúciene Gimaque da Taxonomia de Paragryllus Guérim – Méneville, 1844 (Orthoptera:

Gryllidae: Paragrillini), do Brasil / Lúciene Gimaque da Silva. ---

Manaus: [s.n.], 2016. 136 f.: il., color.

Dissertação (Mestrado) --- INPA, Manaus, 2016.

Orientador: Augusto Loureiro Henriques. Coorientador: Marcelo Ribeiro Pereira. Área de concentração: Entomologia.

1.Grilo - taxonomia. 2. Paragryllus Guérim. 3.Grilo –

Estridulação. I.Título. CDD 595.726

Sinopse: Foram estudados caracteres morfológicos e acústicos do gênero, além de redescrever e descrever espécies. Sete espécies novas foram descritas para Paragryllus e Aclogryllus foi elevada à categoria de gênero, com uma nova espécie descrita. Uma chave dicotômica ilustrada foi confeccionada para os machos de Paragryllus do Brasil.

Palavras-Chave: Chave de identificação; Espécies novas; Estridulação.

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Dedico este trabalho a meus pais, José

Gimaque e Lúcia Helena, que foram meu porto

seguro diante das alegrias e dificuldades.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pois sem ele em minha vida seria muito mais difícil de se realizar

mais um dos meus sonhos.

Ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e ao Programa de

Pós-Graduação em Entomologia pela oportunidade de cursar o mestrado e à

Fundação de Amparo as Pesquisas da Amazônia (FAPEAM) pela concessão da

bolsa.

Ao Conselho Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (CNPq) por custear parte das coletas, ao Instituto Chico Mendes de

Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e à admisnitração da Estação Biológica de

Santa Lúcia (EBSL) por concederem as autorizações para coleta.

Ao meu orientador Dr. Augusto Loureiro Henriques, pela imensa contribuição

em minha formação científica, pela confiança, apoio, discussões e momentos de

descontração.

Ao meu coorientador Dr. Marcelo Ribeiro Pereira, pelas valiosas contribuições

neste trabalho, principalmente na parte taxonômica, pela amizade e por todo

otimismo.

Ao meu colaborador Me. Luciano de Pinho Martins, por ter contribuído

imensamente com sua experiência na parte taxonômica e bioacústica. Por ter

estendido a mão nos meus primeiros passos na pesquisa, por compartilhar seu

conhecimento e ter acompanhado meu desenvolvimento sempre me auxiliando. Meu

muito obrigada pela paciência, dedicação e amizade.

Aos meus amigos de estudos Vivi Vieira, Diego Souza, Patrik Viana e

Claudiane Ramalheira. Meu muito obrigada pelos viradões, feriados e finais de

semanas de estudos intensivos.

Aos professores Me. Claudio Neto, Ma. Luciana Belmont e Ma. Gizelle Amora

do Preparatório em Entomologia. Meu eterno obrigada pelos conhecimentos

compartilhados, pelos puxões de orelha e brincadeiras. Sem o auxílio de cada um eu

não teria dado este grande passo em minha vida.

Aos meus grandes amigos e parceiros Ladimir Oliveira e Mario Rocha meu

muito obrigada pelo apoio, incentivo e por todas as dicas e discussões no

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laboratório. Não posso deixar de agradecer a Suzanny Lima (esposa do meu amigo

Mário), que compreendeu todos os nossos viradões.

Aos demais colegas de mestrado da turma de 2014. Valeu galera por todos

os momentos alegres que compartilhamos.

Aos meus novos amigos Rodrigo Vieira, Cínthia Chagas, Dayse Willkenia,

Lisiane Dilli, Alberto Neto, Caroline Maldaner, Geovania Freitas, Daniel Carmo,

Josenir Câmara, Veracilda Ribeiro, Márcio Barbosa, Jessica Luna, Thaís Almeida,

Alexssandro Camargo, Mellanie Rubbo, Bruno Garcia e Bruna Cristina. Meu muito

obrigada por tudo e principalmente pelas festas animadas.

Aos meus familiares (Família Gimaque) que foram fundamentais em todos os

momentos. Meu obrigada em especial ao meu pai José Gimaque que sempre

embarcou nos meus sonhos mesmo sabendo que muitos deles poderiam acabar

sem resultado algum, mas mesmo assim segurou a minha mão e enfrentou as lutas

ao meu lado, a minha mãe que mesmo distante procurou me incentivar de todas as

formas possíveis a não desistir dos meus sonhos, a minha vó que passou a amar os

grilos de tanto ouvir minhas inúmeras prévias e aos meus irmãos: Alef, Alex, Caleb,

Lucielly, Naiah e Najla amo muito vocês.

Á família Elizalde agradeço profundamente pelo acolhimento maravilhoso e

divertido em Porto Alegre e Canoas. Tenho grande respeito, carinho e admiração

por cada um, em especial, ao Claudio Ivo, Cristiane Rothen, Rosa Beatriz, Douglas

Elizalde, Débora Lüders, Dhieniffer Rodrigues, Sarah Pereira e ao Claudio Roberto

agradeço pelos momentos fascinantes que vivemos.

Á Comunidade Cristã F.A.V., por todo apoio, incentivo e carinho, em especial,

Nyusleid, Gerlane, Sheila, Agnaldo, Adison e Antônio. Certamente vocês foram

essenciais em cada momento que compartilhamos.

E, finalmente, a todos que contribuíram de alguma forma direta e

indiretamente para a realização deste trabalho.

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Nota: a presente dissertação de mestrado não constitui publicação

no sentido do artigo 9° do Código Internacional de Nomenclatura

Zoológica. Nomes das espécies que ainda não foram formalmente

publicados constituem, portanto, nomina nuda.

Note: the present master dissertation should not be considered as

a publication in the sense of article 9° of International Code of

Zoological Nomenclature. Names of species that have not yet been

formally published are, therefore, considered as nomina nuda.

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“Pois será como árvore plantada junto a ribeiros

de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo as suas

folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará.”

Sl. 1:3

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RESUMO

Foi realizado um estudo taxonômico de Paragryllus Guérin-Méneville, 1844

(Orthoptera: Gryllidae: Paragryllini) para espécies do Brasil, atualmente dividido em

dois subgêneros. Para o subgênero nominal, sete espécies novas foram descritas,

duas foram redescritas, uma fêmea que era desconhecida para uma espécie foi

apresentada e informações adicionais sobre outra espécie também foram

fornecidas. No total há onze espécies registradas para o Brasil. O subgênero

Aclogryllus Gorochov (2009) foi elevado à categoria de gênero e teve uma nova

espécie descrita. Seis espécies tiveram o som de chamado caracterizado:

Paragryllus minutus, Paragryllus sp. nov. 1, Paragryllus sp. nov. 2, Paragryllus sp.

nov. 3, Paragryllus sp. nov. 5 e Paragryllus sp. nov. 6. Fotografias das genitálias dos

machos e fêmeas, registros geográficos e chave de identificação dos machos

adultos de Paragryllus do Brazil também foram apresentadas

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ABSTRACT

The taxonomic study of Paragryllus Guérin-Méneville, 1844 (Orthoptera: Gryllidae:

Paragryllini) for species from Brazil, currently divided into two subgera. To the

nominal subgenus, seven new species were described, two species were

redescribed and a female unknown to one species was presented and additional

information about other species were also provided. There are, in the total, eleven

species recorded for Brazil. Aclogryllus subgenre Gorochov, 2009, was elevated to

the genus category and had a new species described. Six species had the calling

song characterize: Paragryllus minutus, Paragryllus sp. nov. 1, Paragryllus sp. nov.

2, Paragryllus sp. nov. 3, Paragryllus sp. nov. 5 e Paragryllus sp. nov. 6. The

photographs of male and female genitalia, geographic records and identification key

for adult males of Paragryllus of Brazil also was provided.

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SUMÁRIO

RESUMO .................................................................................................................. viii

ABSTRACT ............................................................................................................... ix

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................ xii

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 23

1.1. Aspectos gerais ............................................................................................ 23

1.2. Paragryllus Guérin-Méneville, 1844 .............................................................. 24

2. OBJETIVOS ......................................................................................................... 28

2.1. Objetivo geral ............................................................................................... 28

2.2. Objetivos específicos .................................................................................... 28

3. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................... 29

3.1. Empréstimo de material depositado em coleções ......................................... 29

3.2. Coleta de espécimes ..................................................................................... 29

3.3. Bioacústica .................................................................................................... 30

3.4. Identificação de espécimes ........................................................................... 32

3.5. Descrição e redescrição de espécies ............................................................ 32

3.6. Mensuração e ilustração do material estudado ............................................. 33

3.7. Chave de identificação .................................................................................. 34

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 35

4.1. Chave taxonômica para os machos de Paragryllus que ocorrem no Brasil .... 35

4.2. Taxonomia ...................................................................................................... 46

Aclogryllus Gorochov, 2009 stat. nov. ................................................................... 46

Aclogryllus crybelos, (Nischk e Otte, 2000) comb. nov. ........................................ 48

Aclogryllus sp. nov. .............................................................................................. 50

Paragryllus Guérin-Méneville, 1844 ..................................................................... 57

Paragryllus rex, Saussure, 1874 ........................................................................... 59

Paragryllus temulentus, Saussure, 1878 .............................................................. 64

Paragryllus elapsus Desutter-Grandcolas, 1992 .................................................. 68

Paragryllus minutus Gorochov, 2009 ................................................................... 74

Paragryllus sp. nov. 1 ........................................................................................... 82

Paragryllus sp. nov. 2 ........................................................................................... 88

Paragryllus sp. nov. 3 ........................................................................................... 96

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Paragryllus sp. nov. 4 ......................................................................................... 104

Paragryllus sp. nov. 5 ......................................................................................... 110

Paragryllus sp. nov. 6 ......................................................................................... 118

Paragryllus sp. nov. 7 ......................................................................................... 126

6. CONCLUSÃO .................................................................................................... 130

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 131

8. FONTES FINANCIADORAS ............................................................................... 136

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Hábito dorsal do macho de Paragryllus (Paragryllus) minutus. Legendas:

(AA) asa anterior; (AP) asa posterior; (Esp) espelho. Foto: L. Martins. ................... 25

Figura 2. Caracteres diagnósticos de Paragryllus. (A) tímpano interno; (B) tímpano

externo; (C) porção distal da tíbia posterior e tarso, seta aprontando para o primeiro

esporão apical interno dilatado; (D) porção final do abdome, vista dorsal, setas

indicam o par de projeções lamelares; (E) genitália masculina, vista ventral; (F)

ovipositor, vista lateral. ............................................................................................. 25

Figura 3. Indivíduos de Paragryllus sp. em troncos de árvores. (A) macho próximo

ao dossel; (B) ninfa abrigado em baixo do súber. Foto: L. Martins. ......................... 26

Figura 4. Gráficos (espectrograma e oscilogramas) do som de chamado. (A)

espectrograma contendo um agrupamento de frases; (B) oscilograma contendo o

mesmo agrupamento de frases apresentado no espectrograma; (C) oscilograma

contendo apenas uma nota. Colchete verde: agrupamento de frases; colchete

vermelho: frase; chave azul: nota. ............................................................................ 32

Figura 5. Porção final do abdome de P. temulentus. (A) placa supra-anal, seta

indicando projeções lamelares e asterisco indicando o décimo tergito abdominal; (B)

placa subgenital. ...................................................................................................... 35

Figura 6. Porção final do abdome de Paragryllus sp. nov. 6. (A) placa supra-anal,

seta indicando projeções lamelares e asterisco indicando o décimo tergito

abdominal; (B) placa subgenital. .............................................................................. 36

Figura 7. Genitália do holótipo de Paragryllus sp. nov. 6. Seta indicando a projeção

ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana, (p.l.pem). .......... 36

Figura 8. Genitálias dos holótipos, em vista lateral. (A) Paragryllus sp. nov. 3; (B)

Paragryllus sp nov. 4. ............................................................................................... 37

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Figura 9. Genitália do holótipo de Paragryllus sp. nov. 6. (A) vista dorsal; (B) vista

ventral. ..................................................................................................................... 37

Figura 10. Genitália de P. elapsus. (A) vista dorsal; (B) vista ventral. ..................... 38

Figura 11. Genitália de P. minutus, Em vista dorsal, seta indicando a haste guia

(hg). .......................................................................................................................... 39

Figura 12. Genitálias dos holótipos, em vista dorsal. (A) Paragryllus sp. nov. 2; (B)

Paragryllus sp. nov. 3. .............................................................................................. 39

Figura 13. Genitália do holótipo de Paragryllus sp. nov. 1, em vista lateral. ........... 40

Figura 14. Genitália do holótipo de Paragryllus sp. nov. 5, em vista lateral. ........... 40

Figura 15. Genitália do holótipo de Paragryllus sp. nov. 1. (A) em vista dorsal; (B)

em vista lateral. ........................................................................................................ 41

Figura 16. Genitália do holótipo de Paragryllus sp. nov. 2. (A) em vista dorsal; (B)

em vista lateral. ........................................................................................................ 41

Figura 17. Genitália do holótipo de Paragryllus sp. nov. 4, em vista lateral. ........... 42

Figura 18. Genitália do holótipo de Paragryllus sp. nov. 3, em vista lateral. ........... 42

Figura 19. Genitália do holótipo de Paragryllus sp. nov. 4, (A) em vista dorsal, circulo

vermelho indicando as projeções ventromediais da ponte epifálica mediana (p.pem)

e em destaque no campo superior direito o maior aumento das reentrâncias laterais

rasas e arredondadas; (B) em vista lateral. ............................................................. 43

Figura 20. Genitália do holótipo de Paragryllus sp. nov. 5. (A) em vista dorsal, circulo

vermelho indicando as projeções ventromediais da ponte epifálica mediana (p.pem)

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e em destaque no campo superior direito o maior aumento das reentrâncias laterais

ausentes; (B) em vista lateral. .................................................................................. 43

Figura 21. Genitália do holótipo de Paragryllus sp. nov. 3. (A) em vista dorsal, circulo

vermelho indicando a margem dorsal da porção mediana do braço epifálico lateral

(bel) arredondada e em destaque no campo superior direito o maior aumento desta

estrutura; (B) em vista lateral. ...................................................................................44

Figura 22. Genitália de Paragryllus rex. (A) em vista dorsal, circulo vermelho

indicando a margem dorsal da porção mediana do braço epifálico lateral (bel)

aculiforme e em destaque no campo superior direito o maior aumento desta

estrutura; (B) em vista lateral. ................................................................................. 45

Figura 23. Características masculinas de Aclogryllus sp. nov. (A) placa supra-anal;

(B) tíbia posterior - seta indicando primeiro esporão apical; (C) genitália em vista

dorsal; (D) genitália em vista lateral. ........................................................................ 47

Figura 24. Genitália do holótipo de Aclogryllus crybelos comb. nov. (A) em vista

dorsal; (B) em vista ventral; (C) em vista lateral. Legenda: ae= apódema

endoparâmico; bel = braço epifálico lateral; b.l.pem = base do lobo lateral posterior

da ponte epifálica mediana; hg = haste guia; m = molde da placa de fixação do

espermatóforo; pem = ponte epifálica mediana; p.l.pem = projeção ventromedial do

lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; l.pem = lobo lateral posterior da

ponte epifálica mediana; r = rami. Imagens adaptadas de Gorochov (2009). .......... 49

Figura 25. Holótipo de Aclogryllus sp. nov. (A) cabeça, vista frontal; (B) cabeça e

pronoto, vista dorsal; (C) cabeça e pronoto, vista lateral; (D) tégmina direita, vista

dorsal; (E) Dentes da fileira estridulatória, vista ventral; (F) fêmur posterior; (G)

porção apical interna da tíbia posterior, seta aberta indicando o segundo esporão

apical interno e seta fechada indicando o primeiro esporão apical interno, vista

lateral; (H) placa supra-anal, vista dorsal; (I) placa subgenital, vista ventral. ........... 53

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Figura 26. Parátipo fêmea de Aclogryllus sp. nov. (A) cabeça, vista frontal; (B)

cabeça e pronoto, vista dorsal; (C) cabeça e pronoto, vista lateral; (D) fêmur

posterior; (E) placa supra-anal, vista dorsal; (F) placa subgenital, vista ventral. ...... 54

Figura 27. Genitálias e ovipositor de Aclogryllus sp. nov. (A-C) genitália masculina

do holótipo; (D-F) parátipo fêmea. (A) vista dorsal; (B) vista ventral; (C) vista lateral;

(D) região apical do ovipositor, vista lateral; (E) papila copulatória, vista dorsal; (F)

papila copulatória, vista lateral. Legendas: ae = apódema endoparâmico; bel = braço

epifálico lateral; b.l.pem = base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana;

hg = haste guia; l.pem = lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; pem=

ponte epifálica mediana; r = rami. ............................................................................ 55

Figura 28. Hábito dorsal de Aclogryllus sp. nov., macho. Foto: L. Martins. ............. 56

Figura 29. Características masculinas de Paragryllus (Paragryllus) minutus. (A)

porção final do abdome, seta indicando projeções lamelares na placa supra-anal; (B)

tíbia posterior - seta indicando primeiro esporão apical; (C) genitália em vista dorsal;

(D) genitália em vista lateral. .................................................................................... 58

Figura 30. Características morfológicas externas do holótipo de Paragryllus rex. (A)

cabeça, vista frontal; (B) cabeça e pronoto, vista dorsal; (C) tégmina direita, vista

dorsal; (D) placa supra-anal, vista dorsal; (E) placa subgenital, vista ventral. ......... 63

Figura 31. Genitália do holótipo de Paragryllus rex. (A) vista dorsal; (B) vista ventral;

(C) vista lateral. Legenda: ae = apódema endoparâmico; bel = braço epifálico lateral;

b.l.pem = base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; hg = haste guia;

l.pem = lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; pem = ponte epifálica

mediana; pd.bel= projeção dorsal do ápice do braço epifálico lateral; pv.bel =

projeção ventral do ápice do braço epifálico lateral; p.l.pem = projeção ventromedial

do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; r = rami. ............................... 63

Figura 32. Características morfológicas externas do holótipo de Paragryllus

temulentus. (A) cabeça, vista frontal; (B) cabeça e pronoto, vista dorsal; (C) tégmina

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direita, vista dorsal; (D) placa supra-anal, vista dorsal; (E) placa subgenital, vista

ventral. ..................................................................................................................... 67

Figura 33. Genitália do holótipo de Paragryllus temulentus. (A) vista dorsal; (B) vista

ventral; (C) vista lateral. Legenda: ae = apódema endoparâmico; bel = braço

epifálico lateral; b.l.pem = base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana;

hg = haste guia; l.pem = lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; pem=

ponte epifálica mediana; pd.bel = projeção dorsal do ápice do braço epifálico lateral;

p.l.pem = projeção ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana;

r = rami. .................................................................................................................... 67

Figura 34. Características morfológicas externas masculina de Paragryllus elapsus.

(A) cabeça, vista frontal; (B) cabeça e pronoto, vista dorsal; (C) cabeça e pronoto,

vista lateral; (D) tégmina direita, vista dorsal; (E) dentes da fileira estridulatória, vista

ventral; (F) fêmur posterior; (G) ápice da tíbia posterior, seta indicando o primeiro

esporão apical interno, vista lateral; (H) placa supra-anal, vista dorsal; (I) placa

subgenital, vista ventral. ........................................................................................... 70

Figura 35. Características morfológicas externas femininas de Paragryllus elapsus.

(A) cabeça, vista frontal; (B) cabeça e pronoto, vista dorsal; (C) cabeça e pronoto,

vista lateral; (D) fêmur posterior; (E) placa supra-anal, vista dorsal; (F) placa

subgenital, vista ventral. ........................................................................................... 71

Figura 36. Genitálias e ovipositor de Paragryllus elapsus. A-C: genitália masculina;

D-F: fêmea. (A) vista dorsal; (B) vista ventral; (C) vista lateral; (D) região apical do

ovipositor, vista lateral; (E) papila copulatória, vista dorsal; (F) papila copulatória,

vista lateral. Legenda: ae = apódema endoparâmico; bel = braço epifálico lateral;

b.l.pem = base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; hg = haste guia;

l.pem = lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; pem = ponte epifálica

mediana; pd.bel = projeção dorsal do ápice do braço epifálico lateral; pv.bel =

projeção ventral do ápice do braço epifálico lateral; p.l.pem = projeção ventromedial

do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; r = rami. ................................. 72

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Figura 37. Hábito dorsal de Paragryllus elapsus. (A) macho; (B) fêmea. Foto: L.

Martins. ..................................................................................................................... 73

Figura 38. Espectrograma do som de chamado de P. minutus. Trecho com uma

frase contendo 11 notas. .......................................................................................... 76

Figura 39. Características morfológicas externas masculina de Paragryllus minutus.

(A) cabeça, vista frontal; (B) cabeça e pronoto, vista dorsal; (C) cabeça e pronoto,

vista lateral; (D) tégmina direita, vista dorsal; (E) dentes da fileira estridulatória, vista

ventral; (F) fêmur posterior; (G) ápice da tíbia posterior, seta indicando o primeiro

esporão apical interno, vista lateral; (H) placa supra-anal, vista dorsal; (I) placa

subgenital, vista ventral. ........................................................................................... 78

Figura 40. Características morfológicas externas feminina de Paragryllus minutus.

(A) cabeça, vista frontal; (B) cabeça e pronoto, vista dorsal; (C) cabeça e pronoto,

vista lateral; (D) fêmur; (E) placa supra-anal, vista dorsal; (F) placa subgenital, vista

ventral. ..................................................................................................................... 79

Figura 41. Genitálias e ovipositor de Paragryllus minutus. (A-C) genitália masculina;

(D-F) fêmea; (A) vista dorsal; (B) vista ventral; (C) vista lateral; (D) região apical do

ovipositor, vista lateral; (E) papila copulatória, vista dorsal; (F) papila copulatória,

vista lateral. Legenda: ae = apódema endoparâmico; bel = braço epifálico lateral;

b.l.pem = base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; hg = haste guia;

l.pem = lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; pem = ponte epifálica

mediana; pd.bel= projeção dorsal do ápice do braço epifálico lateral; pv.bel =

projeção ventral do ápice do braço epifálico lateral; p.l.pem = projeção ventromedial

do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; r = rami. ................................. 80

Figura 42. Hábito dorsal de Paragryllus minutus. (A) macho; (B) fêmea. Foto: L.

Martins. ..................................................................................................................... 81

Figura 43. Espectrograma do som de chamado de Paragryllus sp. nov. 1. Trecho

com agrupamentos de frases, cada agrupamento é constituído por frases com o

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seguinte padrão de notas: (A) 1+1+1+3, 1+2+2+2, 1+2+1 e 1+2+2+2; (B) 1+2+2+2,

1+2+2+2, 1+2+2+2+2 e 1+2+2+2+2+2. ................................................................... 84

Figura 44. Características morfológicas externas do holótipo de Paragryllus sp. nov.

1. (A) cabeça, vista frontal; B. cabeça e pronoto, vista dorsal; (C) cabeça e pronoto,

vista lateral; (D) tégmina direita, vista dorsal; (E) dentes da fileira estridulatória, vista

ventral; (F) fêmur posterior; (G) ápice da tíbia posterior, seta indicando o primeiro

esporão apical interno, vista lateral; (H) placa supra-anal, vista dorsal; (I) placa

subgenital, vista ventral. ........................................................................................... 86

Figura 45. Genitália do holótipo de Paragryllus sp. nov. 1. (A) vista dorsal; (B) vista

ventral; (C) vista lateral. Legenda: ae= apódema endoparâmico; bel= braço epifálico

lateral; b.l.pem= base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; hg =

haste guia; l.pem= lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; pem= ponte

epifálica mediana; pd.bel= projeção dorsal do ápice do braço epifálico lateral; pv.bel

= projeção ventral do ápice do braço epifálico lateral; p.l.pem= projeção ventromedial

do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; r= rami. .................................. 86

Figura 46. Hábito dorsal do holótipo de Paragrullus sp. nov. 1. Foto: L. Martins. .... 87

Figura 47. Espectrograma do som de chamado de Paragryllus sp. nov. 2. Trecho

com dois agrupamentos de frases, sendo o primeiro com padrão de 1+2+2+2+2+2

frases e o segundo de 2+2+2+2+2 frases. ............................................................... 91

Figura 48. Características morfológicas externas do holótipo de Paragryllus sp. nov.

2. (A) cabeça, vista frontal; (B) cabeça e pronoto, vista dorsal; (C) cabeça e pronoto,

vista lateral; (D) tégmina direita, vista dorsal; (E) dentes da fileira estridulatória, vista

ventral; (F) fêmur posterior; (G) ápice da tíbia posterior, seta indicando o primeiro

esporão apical interno, vista lateral; (H) placa supra-anal, vista dorsal; (I) placa

subgenital, vista ventral. ........................................................................................... 92

Figura 49. Características morfológicas externas feminina de Paragryllus sp. nov. 2.

(A) cabeça, vista frontal; (B) cabeça e pronoto, vista dorsal; C. cabeça e pronoto,

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vista lateral; D. fêmur posterior; (E) placa supra-anal, vista dorsal; (F) placa

subgenital, vista ventral. ........................................................................................... 93

Figura 50. Genitálias e ovipositor de Paragryllus sp. nov. 2. (A-C) Genitália do

holótipo; (D-F) fêmea. (A) vista dorsal; (B) vista ventral; (C) vista lateral; (D) região

apical do ovipositor, vista lateral; (E) papila copulatória, vista dorsal; (F) papila

copulatória, em vista lateral. Legenda: ae = apódema endoparâmico; bel = braço

epifálico lateral; b.l.pem = base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana;

hg = haste guia; l.pem = lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; pem =

ponte epifálica mediana; pd.bel= projeção dorsal do ápice do braço epifálico lateral;

pv.bel = projeção ventral do ápice do braço epifálico lateral; p.l.pem = projeção

ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; r = rami. ............ 94

Figura 51 Hábito dorsal de Paragryllus sp. nov. 2. (A) macho; (B) fêmea. Foto: L.

Martins. ..................................................................................................................... 95

Figura 52. Espectrograma do som de chamado de Paragryllus sp. nov. 3. Trecho

estruturado com frases contendo duas ou três notas. .............................................. 99

Figura 53. Características morfológicas externas do holótipo de Paragryllus sp. nov.

3. (A) cabeça, vista frontal; (B) cabeça e pronoto, vista dorsal; (C) cabeça e pronoto,

vista lateral; (D) tégmina direita, vista dorsal; (E) dentes da fileira estridulatória, vista

ventral; (F) fêmur posterior; (G) ápice da tíbia posterior, seta indicando o primeiro

esporão apical interno, vista lateral; (H) placa supra-anal, vista dorsal; (I) placa

subgenital, vista ventral. ......................................................................................... 100

Figura 54. Características morfológicas externas feminina de Paragryllus sp. nov. 3.

(A) cabeça, vista frontal; (B) cabeça e pronoto, vista dorsal; (C) cabeça e pronoto,

vista lateral; (D) fêmur posterior; (E) placa supra-anal, vista dorsal; (F) placa

subgenital, vista ventral. ......................................................................................... 101

Figura 55. Genitálias e ovipositor de Paragryllus sp. nov. 3. (A-C) Genitália

masculina; (D-F) fêmea. (A) vista dorsal; (B) vista ventral; (C) vista lateral; (D) região

apical do ovipositor, vista lateral; (E) papila copulatória, vista dorsal; (F) papila

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copulatória, em vista lateral. Legendas: ae = apódema endoparâmico; bel = braço

epifálico lateral; b.l.pem = base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana;

hg = haste guia; l.pem = lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; pem =

ponte epifálica mediana; pd.bel= projeção dorsal do ápice do braço epifálico lateral;

pv.bel = projeção ventral do ápice do braço epifálico lateral; p.l.pem = projeção

ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; r = rami. .......... 102

Figura 56. Hábito dorsal e indivíduo estridulando de Paragryllus sp. nov. 3. (A)

hábito dorsal do macho; (B) hábito dorsal da fêmea; (C) macho estridulando no

tronco de uma árvore. Fotos: L. Martins. ................................................................ 103

Figura 57. Características morfológicas externas do holótipo de Paragryllus sp. nov.

4. (A) Cabeça, vista frontal; B. Cabeça e pronoto, vista dorsal; C. Cabeça e pronoto,

vista lateral; D. Tégmina direita, vista dorsal; E. Dentes da fileira estridulatória, vista

ventral; F. Fêmur posterior; G. ápice da tíbia posterior, seta indicando o primeiro

esporãoapical interno, vista lateral; H. Placa supra-anal, vista dorsal; I. Placa

subgenital, vista ventral. ......................................................................................... 108

Figura 58. Genitália do holótipo de Paragryllus sp. nov. 4. (A) vista dorsal; (B) vista

ventral; (C) vista lateral. Legenda: ae = apódema endoparâmico; bel = braço

epifálico lateral; b.l.pem = base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana;

hg = haste guia; l.pem = lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; pem =

ponte epifálica mediana; pd.bel= projeção dorsal do ápice do braço epifálico lateral;

pv.bel = projeção ventral do ápice do braço epifálico lateral; p.l.pem = projeção

ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; r = rami. .......... 108

Figura 59. Hábito dorsal do macho de Paragryllus sp. nov. 4. Foto: L. Martins. ... 109

Figura 60. Espectrograma do som de chamado de Paragryllus sp. nov. 5. Trecho

estruturado com frases contendo três notas. ......................................................... 113

Figura 61. Características morfológicas externas do holótipo de Paragryllus sp. nov.

5. (A) cabeça, vista frontal; (B) cabeça e pronoto, vista dorsal; (C) cabeça e pronoto,

vista lateral; (D) tégmina direita, vista dorsal; (E) dentes da fileira estridulatória, vista

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ventral; (F) fêmur posterior; (G) ápice da tíbia posterior, seta indicando o primeiro

esporão apical interno, vista lateral; (H) placa supra-anal, vista dorsal; (I) placa

subgenital, vista ventral. ......................................................................................... 114

Figura 62. Características morfológicas externas feminina de Paragryllus sp. nov.

(A) cabeça, vista frontal; (B) cabeça e pronoto, vista dorsal; (C) cabeça e pronoto,

vista lateral; (D) fêmur posterior; (E) placa supra-anal, vista dorsal; (F) placa

subgenital, vista ventral. ......................................................................................... 115

Figura 63. Genitálias e ovipositor de Paragryllus sp. nov. 5. (A-C) Genitália

masculina do holótipo; (D-F) fêmea. (A) vista dorsal; (B) vista ventral; (C) vista

lateral; (D) região apical do ovipositor, vista lateral; (E) papila copulatória, vista

dorsal; (F) papila copulatória, em vista lateral. Legendas: ae = apódema

endoparâmico; be l= braço epifálico lateral; b.l.pem = base do lobo lateral posterior

da ponte epifálica mediana; hg = haste guia; l.pem = lobo lateral posterior da ponte

epifálica mediana; pem= ponte epifálica mediana; pd.bel = projeção dorsal do ápice

do braço epifálico lateral; pv.bel = projeção ventral do ápice do braço epifálico lateral;

p.l.pem = projeção ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana;

r = rami. .................................................................................................................. 116

Figura 64. Hábito dorsal de Paragryllus sp. nov. 5. (A) macho; (B) fêmea. Foto: L.

Martins. ................................................................................................................... 117

Figura 65. Espectrograma do som de chamado de Paragryllus sp. nov. 6. Trecho

com nota isolada. ................................................................................................... 121

Figura 66. Características morfológicas externas do holótipo de Paragryllus sp. nov.

6. (A) cabeça, vista frontal; (B) Cabeça e pronoto, vista dorsal; (C) cabeça e pronoto,

vista lateral; (D) tégmina direita, vista dorsal; (E) dentes da fileira estridulatória, vista

ventral; (F) fêmur posterior; (G) ápice da tíbia posterior, seta indicando o primeiro

esporão apical interno, vista lateral; (H) placa supra-anal, vista dorsal; (I) placa

subgenital, vista ventral. ......................................................................................... 123

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Figura 67. Características morfológicas externas feminina de Paragryllus sp. nov. 6.

(A) cabeça, vista frontal; (B) cabeça e pronoto, vista dorsal; (C) cabeça e pronoto,

vista lateral; (D) fêmur posterior; (E) placa supra-anal, vista dorsal; (F) placa

subgenital, vista ventral. ......................................................................................... 124

Figura 68. Genitálias e ovipositor de Paragryllus sp. nov. 6. (A-C) Genitália do

holótipo; (D-F) fêmea. (A) vista dorsal; (B) vista ventral; (C) vista lateral; (D) região

apical do ovipositor, vista lateral; (E) papila copulatória, vista dorsal; (F) papila

copulatória, em vista lateral. Legenda: ae = apódema endoparâmico; bel = braço

epifálico lateral; b.l.pem = base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana;

hg = haste guia; l.pem = lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; pem =

ponte epifálica mediana; pi.l.pem = placa interna do lobo lateral posterior da ponte

epifálica mediana; pd.bel = projeção dorsal do ápice do braço epifálico lateral; pv.bel

= projeção ventral do ápice do braço epifálico lateral; p.l.pem = projeção

ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; r = rami. .......... 125

Figura 69. Características morfológicas externas do holótipo de Paragryllus sp. nov.

7. (A) cabeça, vista frontal; (B) cabeça e pronoto, vista dorsal; (C) cabeça e pronoto,

vista lateral; (D) fêmur posterior; (E) placa supra-anal, vista dorsal; (F) placa

subgenital, vista ventral. ......................................................................................... 128

Figura 70. Genitália e ovipositor do holótipo de Paragryllus sp. nov. 7. (A) papila

copulatória, vista dorsal; (B) Papila copulatória, vista lateral; (C) região apical do

ovipositor, vista lateral. ........................................................................................... 129

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Aspectos gerais

A ordem Orthoptera está classificada em duas subordens: Caelifera que inclui

os gafanhotos, os quais possuem antenas mais curtas que o corpo, com menos de

30 artículos e órgãos timpânicos na região baso-lateral do primeiro segmento

abdominal. Ensifera que abrange os grilos, as esperanças e as paquinhas, com

antenas geralmente mais longas que o corpo, mais de 30 artículos, e órgãos

timpânicos nas tíbias anteriores (Sperber et al., 2012).

Gryllidae é o táxon de ensíferos que possui os insetos conhecidos como grilos

verdadeiros. Esta família compreende 21 subfamílias com 4.947 espécies válidas

(Eades et al., 2016). Estes insetos são reconhecidos por possuírem tarsos 3-

segmentados e cercos longos (Alexander, 1968). Os grilos são insetos ovíparos,

paurometábolicos e seus ovos são postos no solo, hastes de plantas, gravetos ou

em tocas (Alexander, 1968).

Os grilídeos estão entre os insetos que são notados pelos humanos sem

causar danos à saúde, apesar de ocasionar prejuízos materiais ou financeiros. Em

grande parte, esta percepção é devida a sua emissão de sons que por muitas vezes

são de alta intensidade (Bennet-Clark, 1989). Estes sinais acústicos são emitidos

pelos machos por meio do atrito de regiões especializadas das tégminas com o

objetivo de atrair as fêmeas que geralmente encontram-se a longas distâncias

(Alexander, 1968). Diferenças nos sinais acústicos atuam como mecanismos de

isolamento reprodutivo, consequentemente, as variações nas características do som

de chamado permitem a identificação inicial das espécies (Alexander, 1967), sendo

utilizado por diversos pesquisadores como uma ferramenta taxonômica adicional,

até mesmo na solução de problemas em grupos de espécies crípticas (Fulton, 1952;

Alexander, 1957; Walker, 1974; Weissman et al., 1980; Cade e Otte, 2000).

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1.1. Paragryllus Guérin-Méneville, 1844

Paragryllus, gênero tipo de Paragryllini, foi descrito por Guérin-Méneville

(1844) tendo como espécie-tipo Paragryllus martinii Guérin-Méneville, 1844.

Atualmente o gênero é dividido em dois subgêneros Paragryllus (Paragryllus)

Guérin-Méneville, 1844, com 11 espécies, e Paragryllus (Aclogryllus) Gorochov,

2009, monotípico para Paragryllus (Aclogryllus) crybelos Nischk e Otte, 2000. Em

adição a estas 12 espécies, outras três (Paragryllus arima, Paragryllus cocos e

Paragryllus insolitos) não foram alocadas em nenhum dos dois subgêneros

(Gorochov, 2009; Eades et al., 2016). Gorochov (2009) não abordou as três

espécies devido a sua publicação ter ocorrido antes. Logo, este gênero possui 15

espécies conhecidas com representantes nas regiões Afrotropical e Neotropical

(Gorochov, 2009; Eades et al., 2016), sendo três delas registradas para o Brasil:

Paragryllus (Paragryllus) rex Guérin-Méneville, 1844 para Pernambuco (Saussure,

1897), Paragryllus (Paragryllus) temulentus Saussure, 1878 para Porto Velho,

Rondônia (Rehn, 1917) e Paragryllus (Paragryllus) minutus Gorochov, 2009 para

Foz do Iguaçú, Paraná (Gorochov, 2009).

As características diagnósticas de Paragryllus foram apresentadas por

Desutter-Grandcolas (1992), como segue: espécies achatadas dorsoventralmente;

cabeça arredondada e palpos curtos com quinto artículo largo e truncado no ápice;

fastígio estreito e ocelos dispostos em triângulo; olhos proeminentes; tíbias mais

curtas que o fêmures; tíbia anterior com dois tímpanos; tíbia posterior com espinhos

apicais ao número de dois internos e três externos; tíbia posterior com terceiro

espinho apical interno fortemente dilatado; basitarso III com duas fileiras de

espinhos; asas desenvolvidas e truncadas no ápice (Fig. 1A); tégmina com campo

apical desenvolvido, harpa com veias oblíquas e paralelas, e espelho com veias

concêntricas (Fig. 1A); cercos desenvolvidos; genitália masculina: esclerito

pseudoepifálico reduzido, parâmeros pseudoepifálicos e dobra ectofálica curtos e

esclerito endofálico em forma de “V” invertido; fêmea: ovipositor com borda superior

das valvas dorsais serrilhadas no ápice (Fig. 2F).

No entanto, Gorochov (2007) sugeriu um novo reconhecimento taxonômico, o

qual se dá pela combinação dos seguintes caracteres morfológicos: perna anterior e

mediana muito robustas (Fig. 1); asas desenvolvidas (Fig. 1, AA e AP); tégmina com

aparelho estridulatório completo e muito desenvolvido, possuindo espelho com

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numerosas veias arqueadas (Fig. 1, Esp); tímpanos interno e externo desenvolvidos

(Fig. 2A-B); tíbia posterior com primeiro esporão apical interno distintamente dilatado

(Fig. 2C, seta); placa supra-anal dos machos com um par de projeções delgadas e

longas (Fig. 2D, setas); genitália masculina sem ectoparâmeros (Fig. 2F); e porção

apical do ovipositor com a margem dorsal denteada (Fig. 2F).

Figura 1. Hábito dorsal do macho de Paragryllus (Paragryllus) minutus. Legendas: (AA) asa anterior; (AP) asa posterior; (Esp) espelho. Foto: L. Martins.

Figura 2. Caracteres diagnósticos de Paragryllus. (A) tímpano interno; (B) tímpano externo; (C) porção distal da tíbia posterior e tarso, seta aprontando para o primeiro esporão apical interno dilatado; (D) porção final do abdome, vista dorsal, setas indicam o par de projeções lamelares; (E) genitália masculina, vista ventral; (F) ovipositor, vista lateral.

B

E F

A

Esp

AP AA

C

D

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A grande maioria das descrições de espécies de Paragryllus são imprecisas,

algumas delas não possuindo caracterização da genitália, como em P. (Paragryllus)

rex e P. (Paragryllus) temulentus. Paragryllus (Paragryllus) tricaudatus, P.

(Paragryllus) simplex e P. (Paragryllus) minutus foram descritas baseadas em um

espécime apenas, outras espécies como P. (Paragryllus) elapsus e P. (Paragryllus)

circularis multinervis, possuem poucos indivíduos. Referente a caracterização

acústica somente Paragryllus (Aclogryllus) crybelos possui o som de chamado

descrito (Nischk e Otte, 2000).

A baixa amostragem e quase inexistência de registros sonoros talvez seja

justificada pelo hábitat e comportamento dos grilos deste gênero, tendo em vista que

habitam a parte superior de troncos de árvores (Desutter-Grandcolas, 1992; Nischk

e Otte, 2000; Gorochov, 2007) (Fig. 3A), se escondem em abrigos naturais nestes

locais (Desutter-Grandcolas, 1992; 1995) (Fig. 3B) e o comportamento estridulatório

dos machos, geralmente, associa lugares acima dos cinco metros de altura e grande

sensibilidade à presença de predadores (Martins, com. pess.).

Figura 3. Indivíduos de Paragryllus sp. em troncos de árvores. (A) macho próximo ao dossel; (B) ninfa abrigado em baixo do súber. Foto: L. Martins.

Apesar de haver registro de espécies de Paragryllus por uma grande

extensão, todos os dados estão restritos a poucos registros pontuais, não havendo,

por exemplo, registros para a Floresta Amazônica Central ou mesmo para

reconhecidas áreas de endemismo da Mata Atlântica costeira (e.g., sul da Bahia e

norte do Espírito Santo). Este estudo é justificado pela necessidade de acrescentar

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informações morfológicas para uma melhor identificação das espécies, aos registros

geográficos conhecidos e a caracterização acústica das espécies de Paragryllus

brasileiras.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Estudar a taxonomia das espécies de Paragryllus do Brasil.

2.2. Objetivos específicos

a) Descrever as possíveis espécies novas;

b) Redescrever as espécies quando for necessário;

c) Caracterizar o som de chamado;

d) Confeccionar uma chave dicotômica ilustrada de identificação.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Empréstimo de material depositado em coleções

Parte do material examinado de Paragryllus foi obtida a partir de empréstimos

junto a coleções zoológicas nacionais e estrangeiras: abaixo segue a listagem das

coleções, com suas respectivas siglas, acrônimos e nome dos curadores:

a) Material-tipo:

MNHG – Museum für Naturkunde, Berlin (holótipo de P. (Paragryllus) temulentus).

Curador: Dr. Michael Ohl.

SMTD – Staatliches Museum Für Tierkunde, Dresden (holótipo de P. (Paragryllus)

rex). Curador: Dr. Melita Vamberger.

ZIN – Zoological Institute, Russian Academy of Sciences, St. Petersburg, Rússia.

(Fotografias do hábito, dos tágmas e dos apêndices dos holótipos de P.

(Paragryllus) circularis circularis Gorochov, 2007, P. (Paragryllus) concolor

Gorochov, 2007, Paragryllus (Paragryllus) ovalis Gorochov, 2007 e P.

(Paragryllus) minutus. Curador: Dr. Andrey Gorokhov.

b) Material adicional:

INPA – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus, Amazonas, Brasil.

Curador: Dr. Márcio Luiz de Oliveira.

UFV – Coleção de Orthoptera, laboratório de ortopterologia, Universidade Federal de

Viçosa, Viçosa, Minas Gerais, Brasil. Curador: Dr. Carlos Frankl Sperber.

3.2. Coleta de espécimes

Foram realizadas coletas em:

- Reserva Florestal Adolpho Ducke, localizada no município de Manaus/AM

entre os períodos de 01-05.xi.2014, 25-29.iii.2015, 16-23.v.2015 e 05-08.ix.2015;

- Estação Biológica de Santa Lúcia, localizada no município de Santa

Teresa/ES no período de 31.vii a 04.viii.2015;

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- Reserva Biológica de Sooretama, localizada no município de Sooretama/ES

no período de 05 a 08.viii.2015.

Todas as coletas foram noturnas, sendo realizadas de forma ativa, manual e,

quando possível, orientadas pelos sons de chamado emitidos pelos machos. Alguns

exemplares foram coletados após o registro sonoro, mas devido à altura que se

encontravam foi utilizado um galho para auxiliar na descida do grilo ao longo do

tronco da árvore. Os espécimes coletados foram etiquetados, acondicionados em

tubos de ensaio contendo álcool etílico a 80% e então depositados na Coleção de

Invertebrados do INPA.

3.3. Bioacústica

Os sons de chamado foram registrados no campo com gravador digital Sony

PCM-D50 e microfone Sennheiser ME66/K6. Ao final de cada gravação foi incluído

um registro sonoro contendo data, horário e temperatura no local de estridulação do

grilo, além de informações referentes ao habitat de estridulação.

Os grilos que não tiveram seus sons de chamado registrados em campo

foram acondicionados isoladamente em arenas de gravação confeccionadas com

caixas de isopor com 17x13 cm e tela de náilon em uma das laterais, de modo a

possibilitar o registro sonoro.

Os sons de chamados utilizados para a caracterização sonora deste trabalho

possuem os códigos “BOB” e “PROSET”, precedidos por um numeral referente ao

espécime coletado. O primeiro código é referente ao projeto “Biota de Orthoptera do

Brasil” - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), no

âmbito do Edital MCT/CNPq/MMA/MEC/CAPES/FNDCT – Ação Transversal/FAPs

Nº 47/2010 - Sistema Nacional de Pesquisa em Biodiversidade - SISBIOTA Brasil, já

o segundo é referente ao projeto “Som de chamado, morfologia do aparelho

estridulador e do complexo fálico aplicados à taxonomia da grilofauna estridulante da

floresta Amazônica, Manaus (Orthoptera, Grylloidea)” - Edital MCT/CNPq/FNDCT N

º 19/2009 - Programa de Estímulo à Fixação de Recursos Humanos de Interesse

dos Fundos Setoriais – PROSET.

Os espectrogramas (Fig. 4A), bem como os padrões temporais e de

frequência do som de chamado foram obtidos no software Avisoft-SASLab Lite

versão 5.02.09. Os seguintes parâmetros temporais foram analisados utilizando

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oscilogramas (Fig. 4B,C): i) número de notas por frase, ii) duração das frases, iii)

intervalo entre frases, iv) duração das notas e v) intervalo entre notas. Para os

parâmetros “i”, “ii” e “iii” foi analisado o trecho inteiro registrado por som. Para as

características “iv” e “v” foram selecionadas apenas três frases por trecho registrado.

As frequências foram obtidas a partir de cada som registrado. Devido a diversidade

rítmica encontrada entre os táxons e qualidade dos sons, algumas adaptações foram

realizadas para a análise de cada espécie, conforme a seguir:

Paragryllus minutus: os sons de chamado de cinco exemplares foram

registrados no campo. Sons analisados: 68BOB, trecho de 10 s, registrado a 20,5ºC;

73BOB, trecho de 70 s, registrado a 20,2ºC; 77BOB, trecho de 55 s, registrado a

23,1ºC; dois sons de espécimes não coletados, trechos de 150 s e 77 s, registrados

a 21,2ºC. Para as características “i” e “ii” foram utilizados todos os sons, já para o

parâmetro “iii” os sons 73BOB e 77BOB, e para os parâmetros “iv” e “v” apenas o

som de 73BOB.

Paragryllus sp. nov. 1: o som de chamado do espécime 06BOB foi registrado

no campo, trecho de 82 s, registrado a 29ºC. Para este som foi caracterizado

adicionalmente o número de frases por agrupamento e a duração dos

agrupamentos.

Paragryllus sp. nov. 2: os sons de chamado de dois exemplares foram

registrados no campo: 158BOB e 161BOB. O som do exemplar 161BOB não foi

analisado por causa da temperatura muito baixa (16,5ºC) no momento do registro.

Som analisado: 158BOB, trecho de 58 s, registrado a 19,3ºC. Para este som foi

caracterizado adicionalmente o número de frases por agrupamento e a duração dos

agrupamentos.

Paragryllus sp. nov. 3: os sons de chamado de seis exemplares foram

registrados no campo: 109BOB, 111BOB, 118BOB, 119BOB, 120BOB e um não

coletado. Sons analisados: 109BOB, trecho de 21 s, registrado a 21ºC; não coletado,

trecho de 31, registrado a 21ºC. Os demais sons não foram incluídos na análise pela

grande sobreposição de espécimes estridulando próximos.

Paragryllus sp. nov. 5: o som de chamado de um exemplar não coletado foi

registrado no campo, trecho de 21 s, registrado a 21ºC.

Paragryllus sp. nov. 6: os sons de chamado de dois exemplares foram

registrados em laboratório. Sons analisados: 186PROSET, trecho de 77 s, registrado

a 29ºC; 187PROSET, trecho de 150 s, registrado a 28,5ºC. Som não estruturado em

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frases, sendo utilizado apenas os parâmetros “iv” e “v” na descrição, sendo

mensurados todos dentro dos trechos.

Figura 4: Gráficos (espectrograma e oscilogramas) do som de chamado. (A) espectrograma contendo um agrupamento de frases; (B) oscilograma contendo o mesmo agrupamento de frases apresentado no espectrograma; (C) oscilograma contendo apenas uma nota. Colchete verde: agrupamento de frases; colchete vermelho: frase; chave azul: nota.

3.4. Identificação de espécimes

O material foi identificado a partir da comparação com o material-tipo, com

as descrições originais, bem como com a bibliografia pertinente de cada táxon.

Para a morfologia da genitália masculina foi realizado uma comparação entre a

terminologias propostas por Gorochov (2007) e por Desutter (1987), com

modificações realizadas por Desutter-Grandcolas (2003). Neste trabalho, foi adotada

a terminologia proposta por Gorochov (2007) por ser mais recente, detalhada e

englobar mais espécies do gênero em estudo.

3.5. Descrição e redescrição de espécies

Os caracteres utilizados por prévios autores foram avaliados e novas

definições foram realizadas a fim de se gerar uma descrição mais completa, clara e

padronizada. As principais estruturas a serem caracterizadas foram: padrão de

venação das tégminas, número de dentes da fileira estridulatória, esporão superior

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interno da tíbia posterior, projeções da placa supra-anal, disposição e forma dos

escleritos da genitália masculina, bem como a forma da papila copulatória feminina.

3.6. Mensuração e ilustração do material estudado

Para extração das genitálias masculina e feminina foi realizada uma incisão

nos três últimos pleuritos. As genitálias masculina e feminina foram estudadas sem

nenhum tratamento pós-extração. Após a análise das estruturas, as genitálias foram

individualmente armazenadas em um microtubo preenchido com glicerina. Para os

exemplares conservados em via seca o microtubo foi fixado abaixo das etiquetas, já

em via úmida, o microtubo foi colocado dentro do mesmo tubo de ensaio do

indivíduo do qual foi estraída.

A tégmina direita dos espécimes foi removida e montada entre lâmina e

lamínula, com a finalidade de possibilitar a contagem do número total de dentes da

fileira estridulatória.

A morfometria dos tágmas e apêndices foi realizada de acordo com Mello

(1994), sendo efetuadas com auxílio de paquímetro digital as seguintes

mensurações:

Comprimento do corpo (CC): distância entre a fronte e a extremidade

posterior da placa supra-anal, medida dorsalmente;

Comprimento do corpo com a tégmina (CCT): mensurado desde a fronte até a

extremidade posterior das tégminas;

Comprimento do pronoto (CP): distância entre as margens anterior e

posterior, medida dorsalmente ao longo da linha mediana;

Largura do pronoto (LP): distância entre os pontos mais proeminentes da

margem inferior dos lobos laterais, mensurada dorsalmente;

Largura da cabeça (LC): distância entre as bordas externas (laterais) dos

olhos, medida dorsalmente;

Comprimento da tégmina (CT): distância entre as extremidades proximal e

distal;

Largura do campo dorsal da tégmina (LCDT): distância entre a extremidade

da borda dorsal.

Comprimento do fêmur anterior (CFA): distância entre as extremidades

proximal e distal, medida na face externa;

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Comprimento do fêmur posterior (CFP): distância entre as extremidades

proximal e distal, medida na face externa;

Comprimento da tíbia posterior (CTP): distância entre as extremidades

proximal e distal, medida na face externa;

Comprimento dos cercos (CCE): distância entre as extremidades proximal e

distal;

Comprimento do ovipositor (CO): mensurado lateralmente, da extremidade da

placa subgenital ao ápice da estrutura.

A tégmina direita, as genitálias masculina e feminina, as placas supra-anal e

subgenital, o ovipositor e o esporão dorsal interno da tíbia posterior foram

fotografados com câmera fotográfica LEICA DFC 295 acoplada ao

estereomicroscópio LEICA M205 C e software de processamento de imagem digital

Leica Application Suite LAS V3.6.

3.7. Chave de identificação

A partir dos caracteres observados durante a análise foi elaborada uma chave

de identificação dicotômica ilustrada para as espécies para facilitar a visualização

destas estruturas.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram examinados 75 espécimes de Paragryllus, destes 49 machos e 26

fêmeas. Foram encontradas 11 espécies, sendo: 07 espécies novas, duas espécies

redescritas (P. temulentus e P. rex), uma descrição da fêmea (P. minutus) e uma

espécie que teve seu registro ampliado para o Brasil (P. elapsus). Aclogryllus, que

até então era considerado como subgênero de Paragryllus, foi elevado à categoria

de gênero. Adicionalmente também foi descrita uma nova espécie para Aclogryllus

stat. nov. Com a nova combinação de Aclogryllus crybelos, as únicas

caracterizações sonoras conhecidas para espécies de Paragryllus passaram a ser

as apresentadas no presente estudo, sendo descritos os sons de chamado das

espécies: Paragryllus minutus, Paragryllus sp. nov. 1, Paragryllus sp. nov. 2,

Paragryllus sp. nov. 3, Paragryllus sp. nov. 5 e Paragryllus sp. nov. 6. Também foi

elaborada uma chave de identificação dicotômica ilustrada para o reconhecimento

dos machos das espécies de Paragryllus que ocorrem no Brasil.

4.1. Chave taxonômica para os machos de Paragryllus que ocorrem no Brasil.

1 – Projeções lamelares maiores que a largura do décimo tergito abdominal (Fig.

5A); placa subgenital mais longa do que larga, em vista ventral (Fig. 5B)

.................................................................................................. Paragryllus temulentus

Figura 5. Porção final do abdome de P. temulentus. (A) placa supra-anal, seta indicando projeções lamelares e asterisco indicando o décimo tergito abdominal; (B) placa subgenital.

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1’ – Projeções lamelares menores que a largura do décimo tergito abdominal (Fig.

5A); placa subgenital tão larga quanto longa, em vista ventral (Fig. 6B).................... 2

Figura 6. Porção final do abdome de Paragryllus sp. nov. 6. (A) placa supra-anal, seta indicando projeções lamelares e asterisco indicando o décimo tergito abdominal; (B) placa subgenital.

2 – Projeção ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana,

(p.l.pem) longa, sobrepondo parcialmente o braço epifálico lateral (bel), na sua

região apical, quando em vista lateral (Fig. 7A).......................................................... 3

Figura 7. Genitália do holótipo de Paragryllus sp. nov. 6. Seta indicando a projeção ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana, (p.l.pem).

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2' (1’) – Projeção ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana

(p.l.pem) curta, não sobrepondo o esclerito do braço epifálico lateral (bel), quando

em vista lateral (Fig. 8A), ou sobrepondo ao braço epifálico lateral (bel) na região

médio-anterior, quando em vista lateral (Fig. 8B)....................................................... 4

Figura 8. Genitálias dos holótipos, em vista lateral. (A) Paragryllus sp. nov. 3; (B) Paragryllus sp nov. 4.

3 (2’) – Reentrância acentuada em forma de “U” entre a base dos lobos laterais

posteriores da ponte epifálica mediana (b.l.pem) (Fig. 9A); placa interna do lobo

lateral posterior da ponte epifálica mediana (pi.l.pem) pouco visível, quando em vista

ventral (Fig. 9B); fileira estridulatória com menos que 400 dentes (246 no espécime

analisado)................................................................................... Paragryllus sp. nov. 6

Figura 9. Genitália do holótipo de Paragryllus sp. nov. 6. (A) vista dorsal; (B) vista ventral.

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3’ – Reentrância acentuada em forma de “V” entre a base dos lobos laterais

posteriores da ponte epifálica mediana (b.l.pem), em vista dorsal (Fig. 10A); placa

interna do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana (pi.l.pem) proeminente e

côncava, quando em vista ventral (Fig. 10B); fileira estridulatória com mais de 400

dentes (415-461 nos espécimes analisados)................................ Paragryllus elapsus

Figura 10. Genitália de P. elapsus. (A) vista dorsal; (B) vista ventral.

4 (2) – Haste guia (hg) ultrapassando a margem posterior da base do lobo lateral

posterior da ponte epifálica mediana (b.l.pem) e alcançando a porção inferior da

projeção dorsal do ápice do braço epifálico lateral (pd.bel), em vista dorsal (Fig. 11)

....................................................................................................... Paragryllus minutus

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Figura 11. Genitália de P. minutus, Em vista dorsal, seta indicando a haste guia (hg).

4’ – Haste guia (hg) não ultrapassando a margem posterior da base do lobo lateral

posterior da ponte epifálica mediana (b.l.pem), em vista dorsal (Fig. 12A) ou

ultrapassando a margem posterior da base do lobo lateral posterior da ponte

epifálica mediana (b.l.pem), mas não alcançando a porção inferior da projeção

dorsal do ápice do braço epifálico lateral (pd.bel), em vista dorsal (Fig.

12B)............................................................................................................................. 5

Figura 12. Genitálias dos holótipos, em vista dorsal. (A) Paragryllus sp. nov. 2; (B) Paragryllus sp. nov. 3.

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5 (4’) – Margem latero-posterior da ponte epifálica mediana (pem) não sobrepondo

ao lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana (l.pem)

(Fig.13)........................................................................................................................ 6

Figura 13. Genitália do holótipo de Paragryllus sp. nov. 1, em vista lateral.

5’ – Margem latero-posterior da ponte epifálica mediana (pem) sobrepondo

parcialmente ao lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana (l.pem) (Fig.

14)............................................................................................................................... 7

Figura 14. Genitália do holótipo de Paragryllus sp. nov. 5, em vista lateral.

6 (5) – Base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana (b.l.pem) com

margem póstero-dorsal sub-reta, vista dorsal (Fig. 15A); projeção ventromedial do

lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana (p.l.pem) delgada desde a base,

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quando em vista dorsal (Fig. 15A); projeção dorsal do ápice do braço epifálico lateral

(pd.bel) com formato elíptico, em vista lateral (Fig.

15B)............................................................................................ Paragryllus sp. nov. 1

Figura 15. Genitália do holótipo de Paragryllus sp. nov. 1. (A) em vista dorsal; (B) em vista lateral.

6’ – Base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana (b.l.pem) com margem

póstero-dorsal levemente arredondada (Fig. 16A); projeção ventromedial do lobo

lateral posterior da ponte epifálica mediana (p.l.pem) robusta desde a base, quando

em vista dorsal (Fig. 16A); projeção dorsal do ápice do braço epifálico lateral (pd.bel)

expandida, em vista lateral (Fig. 16B)....................................... Paragryllus sp. nov. 2

Figura 16. Genitália do holótipo de Paragryllus sp. nov. 2. (A) em vista dorsal; (B) em vista lateral.

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7 (5’) – Projeção ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana

(p.l.pem) com formato triangular (mais longa do que larga), em vista lateral (Fig.

17)............................................................................................................................... 8

Figura 17. Genitália do holótipo de Paragryllus sp. nov. 4, em vista lateral.

7’ – Projeção ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana

(p.l.pem) com formato triangular (tão larga quanto longa), em vista lateral (Fig.

18)............................................................................................................................... 9

Figura 18. Genitália do holótipo de Paragryllus sp. nov. 3, em vista lateral.

8 (7) – Projeções ventromediais da ponte epifálica mediana (p.pem) com

reentrâncias laterais rasas e arredondadas, vista dorsal (Fig. 19A); projeção dorsal

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do ápice do braço epifálico lateral (pd.bel) com sua margem superior reta, sem

espinhos, em vista lateral (Fig. 19B).......................................... Paragryllus sp. nov. 4

Figura 19. Genitália do holótipo de Paragryllus sp. nov. 4, (A) em vista dorsal, circulo vermelho indicando as projeções ventromediais da ponte epifálica mediana (p.pem) e em destaque no campo superior direito o maior aumento das reentrâncias laterais rasas e arredondadas; (B) em vista lateral.

8’ – Projeções ventromediais da ponte epifálica mediana (p.pem) com reentrâncias

laterais ausentes, em vista dorsal (Fig. 20A); projeção dorsal do ápice do braço

epifálico lateral (pd.bel) com margem superior sub-reta e com espinho dorsal

pontiagudo, em vista lateral (Fig. 20B)....................................... Paragryllus sp. nov. 5

Figura 20. Genitália do holótipo de Paragryllus sp. nov. 5. (A) em vista dorsal, circulo vermelho indicando as projeções ventromediais da ponte epifálica mediana (p.pem) e em destaque no campo superior direito o maior aumento das reentrâncias laterais ausentes; (B) em vista lateral.

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9 (7’) – Projeção ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana

(p.l.pem) reta, quando em vista dorsal (Fig. 21A); haste guia (hg) ultrapassando a

margem posterior da base da projeção ventromedial do lobo lateral posterior da

ponte epifálica mediana (b.l.pem), em vista dorsal (Fig. 21A); margem dorsal da

porção mediana do braço epifálico lateral (bel) arredondada, em vista dorsal (Fig.

21A); braço epifálico lateral (bel) com ápice bifurcado em forma de “U”, em vista

lateral (Fig.21B).......................................................................... Paragryllus sp. nov. 3

Figura 21. Genitália do holótipo de Paragryllus sp. nov. 3. (A) em vista dorsal, circulo vermelho indicando a margem dorsal da porção mediana do braço epifálico lateral (bel) arredondada e em destaque no campo superior direito o maior aumento desta estrutura; (B) em vista lateral.

9’ – Projeção ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana

(p.l.pem) convergente, quando em vista dorsal (Fig. 22A); haste guia (hg) não

ultrapassando a base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana (b.l.pem),

em vista dorsal (Fig. 22A); margem dorsal da porção mediana do braço epifálico

lateral (bel) aculiforme, em vista dorsal (Fig. 22A); braço epifálico lateral (bel) com

ápice bifurcado em forma de “V”, quando em vista lateral (Fig.

22B)....................................................................................................... Paragryllus rex

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Figura 22. Genitália de Paragryllus rex. (A) em vista dorsal, circulo vermelho indicando a margem dorsal da porção mediana do braço epifálico lateral (bel) aculiforme e em destaque no campo superior direito o maior aumento desta estrutura; (B) em vista lateral.

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4.2. Taxonomia

Aclogryllus Gorochov, 2009 stat. nov.

Gorochov, 2009: 575, figs.4(4-6) - 5(3) (como subgênero); Eades et al., 2016

(catálogo on line, como subgênero).

Espécie-tipo: Paragryllus crybelos Nischk e Otte, 2000

Espécies incluídas: Aclogryllus crybelos (Nischk e Otte, 2000) comb. nov. e

Aclogryllus sp. nov.

Diagnose: placa supra-anal simples, sem expansões lamelares (Fig. 24A); tíbia

posterior com primeiro esporão apical interno não dilatado, em vista lateral (Fig.

24B); haste guia (hg) e braço epifálico lateral (bel) muito longo, em vista dorsal (Fig.

24C); apódema endoparâmico (ae) e rami (r) encurtados, em vistas dorsal e lateral

(Fig. 24C,D); molde da placa de fixação do espermatóforo (m) alongada e

esclerosada em sua porção antero-proximal, em vista ventral (Fig. 25A,B); ponte

epifálica mediana (p.pem) sem projeções ventromediais, em vista dorsal (Fig. 24C).

Descrição original: “cabeça: olhos proeminentes. Tórax: primeiro esporão apical

estreito, segundo esporão apical interno mais longo que o primeiro e terceiro; asas

desenvolvidas; tégmina com aparelho estridulatório desenvolvido; harpa e espelho

com numerosas veias transversais arqueadas. Abdome: placa supra-anal simples,

sem expansões lamelares. Genitália do macho: braço epifálico lateral (be.l) tão

longo quanto largo, em vista dorsal e ventral (Fig. 24A,B); haste guia (h.g) tão longo

quanto largo, em vista dorsal, ventral e lateral (Fig. 24A-C); molde da placa de

fixação do espermatóforo (m) esclerosada na parte anterior-proximal, em vista

ventral (24B); apódema endoparâmico (ae) encurtado, em vista lateral (Fig. 24C);

rami (r) encurtado, em vistas dorsal, ventral e lateral (Fig. 24A-C). Fêmea: ovipositor

com borda dorsal denteada em sua parte distal”.

Registros geográficos: Equador: San Pablo de Kantesiya, (Nischk e Otte, 2000);

Planice oriental, (Gorochov, 2009) e Brasil: Amazonas, Manaus (Novo registro).

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Discussão: Aclogryllus stat. nov. é similar a Paragryllus Guérin-Méneville, 1844, no

formato geral da genitália e em aspectos da morfologia externa. Aclogryllus possui

placa supra-anal sem projeções lamelares, tíbia posterior com primeiro esporão

apical interno não dilatado, haste guia (hg) longa e ponte epifálica mediana (pem)

sem projeções ventromediais (p.pem). Paragryllus difere por possuir placa supra-

anal com um par de projeções lamelares delgadas e longas, tíbia posterior com

primeiro esporão apical distintamente dilatado, haste guia (hg) e braço epifálico

lateral (bel) encurtado, presença de projeções ventromediais da ponte epifálica

mediana (p.pem). Entretanto, as diferenças são suficientes para sustentar a criação

do novo gênero.

Figura 23. Características masculinas de Aclogryllus sp. nov. (A) placa supra-anal; (B) tíbia posterior - seta indicando primeiro esporão apical; (C) genitália em vista dorsal; (D) genitália em vista lateral.

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Aclogryllus crybelos (Nischk e Otte, 2000) comb. nov.

(Figuras 24 A – C)

Paragryllus crybelos Nischk e Otte, 2000: 242, Fig. 34-35 [Descrição original]

Paragryllus (Aclogryllus) crybelos: Gorochov, 2009: 575, Fig. 4(4-6) - 5(3) [Citação

como subgênero; Novo registro]

Paragryllus (Aclogryllus) crybelos: Eades et al., 2016 (Catálogo on line; Citação

como subgênero).

Informação adicional à descrição original: genitália do macho (Fig. 24):

ponte epifálica mediana (pem): curta, quatro vezes mais larga do que longa porção

mediana da margem posterior apresentando duas projeções sub-arredondadas e

pouco proeminentes com uma reentrância central (Fig. 24A); base do lobo lateral

posterior da ponte epifálica mediana (b.l.pem) com projeção ventromedial triangular

e visível, em vistas dorsal, ventral e lateral (Fig. 24A-C); projeção ventromedial do

lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana (p.l.pem) com ápice afilado, em

vistas dorsal e ventral, e sub-arredondado, em vista lateral (Fig. 24C). Haste guia

(hg): ápice arredondado, em vistas dorsal e ventral, e sub-arredondado, em vista

lateral (Fig. 24A,B). Braço epifálico lateral (bel): os braços apresentam um formato

ovalado; porção posterior sete vezes mais alta que a porção anterior, em vista lateral

(Fig. 24C); ápice do braço epifálico lateral (bel) arredondado com uma projeção

digitiforme e posteriormente direcionado, em vista dorsal; expansão ventral na

margem interna do ápice do braço epifálico lateral (bel) triangular com ápice

acuminado, em vista ventral (Fig. 24B). Apódema endoparâmico (ae): curvado

dorsalmente, em vista lateral (Fig. 24C).

Registros geográficos: Equador: San Pablo de Kantesiya, (Nischk e Otte, 2000) e

Planice oriental, (Gorochov, 2009).

Discussão: Ver discussão em Aclogryllus sp. nov.

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Figura 24. Genitália do holótipo de Aclogryllus crybelos comb. nov. (A) em vista dorsal; (B) em vista ventral; (C) em vista lateral. Legenda: ae= apódema endoparâmico; bel = braço epifálico lateral; b.l.pem = base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; hg = haste guia; m = molde da placa de fixação do espermatóforo; pem = ponte epifálica mediana; p.l.pem = projeção ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; l.pem = lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; r = rami. Imagens adaptadas de Gorochov (2009).

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Aclogryllus sp. nov

(Figuras 25-28)

Diagnose: ausência da projeção ventromedial do lobo lateral posterior da ponte

epifálica mediana (p.l.pem), em vistas dorsal, ventral e lateral (Fig. 25A-C); braços

epifálicos laterais (bel) com uma reentrância em formato de “C” na porção subapical

da margem interna, em vistas dorsal e ventral (Fig. 25A,B); braços epifálicos laterais

(bel) com porção posterior 1,5 vezes mais alta que a porção anterior, em vista lateral

(Fig. 25C); braços epifálicos laterais (bel) com ápices sub-retos, em vista lateral (Fig.

25C).

Descrição. Holótipo macho (Fig. 25, 27A-C, 28). Mensurações (mm): CC 22.93;

CCT 25.01; CP 4.12; LP 5.31; LC 4.23; CT 18.85; LCDT 9.41; CFA 7.95; CFP 15.98;

CTP 12.90; CCE 24.72. Cabeça (Fig. 25A-C): coloração geral marrom escuro;

occipício amarelado e manchado de marrom claro; vértice marrom claro; olhos

proeminentes, três ocelos, um central superior entre os olhos e dois inferiores,

alinhados com a borda inferior dos olhos; escapos e pedicelos amarelados e

manchados de marrom claro, e flagelo marrom claro; mancha oval amarelada

centralizada entre os escapos; gena amarelada e manchada de marrom claro; clípeo

e labro com coloração marrom claro; mandíbula amarelada; palpos maxilar e palpos

labial marrom claro, quinto articulo do palpo maxilar mais longo que os demais, com

coloração acinzentada e ápice arredondado, terceiro articulo do palpo labial mais

longo que os demais, com coloração acinzentada, e ápice arredondado. Tórax (Fig.

25B-G): borda anterior e posterior do pronoto com longas cerdas, disco dorsal

rugoso, de coloração amarelada, com manchas marrom na região dorsal e porção

central manchado de marrom escuro; disco dorsal com um par de manchas em

formato piriforme; lobo lateral com porção superior marrom escuro e porção inferior

amarelada; primeiro e segundo par de pernas com coloração marrom escuro e

terceiro par de pernas amareladas e manchadas de marrom; tíbia anterior com

tímpanos externo e interno ovais; tíbia anterior com dois esporões apicais, tíbia

mediana com três esporões apicais; fêmur posterior amarelado e manchado de

marrom escuro (Fig. 25F); tíbia posterior com três esporões dorsais internos e

externos, terceiro esporão apical interno afilado e segundo esporão apical interno

mais longo que o terceiro (Fig. 25G); tégmina excedendo o abdome, área apical

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desenvolvida (Fig. 25D); espelho com seis veias arqueadas e concêntricas; harpa

com oito veias: sete veias principais e uma veia ramificada em cinco; asas

posteriores ultrapassando o ápice das tégminas; fileira estridulatória com 198

dentes; dentes com formato irregular e assimétricos, dentes com formato lamelar,

sub-côncavo, com presença de projeções aliformes assimétricas, fileira de dentes

presente sobre a porção mediana da veia Cu2. (Fig. 25E). Abdome (Fig. 25H-I):

coloração geral marrom escuro; tergitos com faixa pubescente nas porções

medianas e laterais; esternitos com coloração marrom escuro; placa supra-anal com

borda posterior arredondada (Fig. 25H); placa subgenital mais longa do que larga e

borda posterior com reentrância (Fig. 25I); cercos marrom escuro. Genitália do

macho (Fig. 27A-C): ponte epifálica mediana (pem): curta, quatro vezes mais larga

do que longa, com margem latero-posterior arredondada e apresentando três

projeções médio-posteriores: um par lateral subtriangular e uma mediana sub-

arredondada e pouco proeminente; base do lobo lateral posterior da ponte epifálica

mediana (b.l.pem) com cerdas curtas e pouco visível em vista dorsal (Fig. 27A); em

vista lateral a base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana é espatulada

(Fig. 27C), sem projeção ventromedial (p.l.pem). Haste guia (hg): ápice subtruncado,

em vistas dorsal e lateral (Fig. 27A,C). Braço epifálico lateral (bel): porção posterior

do braço epifálico lateral (bel) 1,5 vezes mais alta que a porção anterior (Fig. 27C);

ápice do braço epifálico lateral (bel) triangular e convergente, presença de uma

reentrância em formato de “C” na margem interna da porção subapical e projeção na

margem externa divergente e perpendicular ao braço, em vista dorsal (Fig. 27A);

expansão ventral na margem interna do ápice do braço epifálico lateral (bel)

triangular com ápice arredondado, em vista ventral (Fig. 27B); braço epifálico lateral

(bel) com ápice sub-reto, em vista lateral (Fig. 27C). Apódema endoparâmico (ae):

convergente, em vistas dorsal e ventral (Fig. 27A,B). Fêmea (Fig. 26A-F): forma

corporal e padrão de cor semelhante ao macho, apresentando as seguintes

diferenças: placa supra-anal com ápice arrendondado, portando reentrância na

região mediano-lateral (Fig. 26E); placa subgenital mais larga do que longa e com

reentrância no ápice em formato de “U” (Fig. 26F). Ovipositor (Fig. 27D): marrom

claro com a expansão subapical das valvas dorsais marrom escuro; margem dorsal

do ápice das valvas dorsais nitidamente serrilhada e margem ventral do ápice das

valvas ventrais com serrilhas pouco evidentes; valvas dorsais com aproximadamente

o mesmo comprimento; três projeções na margem ventral das valvas ventrais: duas

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anteriores e uma posterior à expansão lateral subapical das valvas dorsais. Papila

copulatória (Fig. 27E,F): esclerosada, com formato cônico e base mais larga que o

ápice; ápice digitiforme, com extremidade arredondada.

Mensurações (mm): macho (n= 04, incluindo o holótipo): CC 22.47 ± 1.68

(20.03–23.91); CCT 24.50± 0.66 (23.55–25.01); CP 4.33 ± 0.75 (3.69–5.42); LP 4.95

± 0.59 (4.12–5.46); LC 4.13 ± 0.11 (4.03–4.24); CT 18.48 ± 0.59 (17.75–19.07);

LCDT 9.43 ± 0.17 (9.21–9.60); CFA 7.48 ± 0.53 (6.87–7.95); CFP 15.20 ± 0.87

(13.97–15.98); CTP 12.56 ± 0.78 (11.42–13.21); CCE 17.63 ± 7.16 (11.45–24.72).

Fêmea (n= 03): CC 19.50 ± 1.17 (18.16–20.34); CCT 24.29 ± 0.47 (23.83–24.78);

CP 3.83 ± 0.16 (3.72–4.02); LP 4.93 ± 0.22 (4.73–5.18); LC 3.96 ± 0.10 (3.89–4.08);

CFA 5.90 ± 0.11 (5.81–6.03); CFP 14.39 ± 0.46 (14.09–14.93); CTP 11.72 ± 1.02

(11.08–12.90); CCE 19.61 ± 2.13 (18.16–22.07); CO 19.52 ± 1.35 (18.68–21.09).

Condição do holótipo: acondicionado em via úmida; ausência da perna esquerda.

Tégmina direita destacada e genitália masculina dissecada e colocadas em

microtubo com glicerina. Microtubo mantido junto ao holótipo.

Registros de ocorrência: Brasil, Amazonas, Manaus.

Discussão: A. sp. nov. é similar a Aclogryllus crybelos pela haste guia (hg) e braço

epifálico lateral (bel) longos; apódema endorâmero e rami encurtado. Difere pelo

haste guia (hg) com ápice subtruncado e com região mediana recoberta pelo braço

epifálico lateral (bel); braços epifálicos laterais (bel) com porção posterior 1,5 vezes

mais alta que a porção anterior, em vista lateral. A. crybelos possui haste guia (hg)

com ápice arredondado e com região mediana não recoberta pelo braço epifálico

lateral; braços epifálicos laterais (bel) com porção posterior 7 vezes mais alta que a

porção anterior, em vista lateral.

Material Tipo: holótipo macho. BRASIL, AM, Manaus, R.F. Adolpho Ducke, AM-

010, 02°55’49” S, 59°58’31” W, 05-08.ix.2015. Coleta ativa. L.P. Martins; L.G. Silva;

J.L. Camico e T.M. Almeida (INPA). Parátipos: duas fêmeas, mesmos dados do

holótipo (INPA); um macho: idem 26-31.viii.2011. L.P. Martins e V. Linard (MZUSP);

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dois machos e uma fêmea: idem 25-29.iii.2015. L.P. Martins; L.G. Silva e L.D.

Oliveira (INPA); um macho: idem 08-16.ix.2010. V. Linard (INPA).

Figura 25. Holótipo de Aclogryllus sp. nov. (A) cabeça, vista frontal; (B) cabeça e pronoto, vista dorsal; (C) cabeça e pronoto, vista lateral; (D) tégmina direita, vista dorsal; (E) Dentes da fileira estridulatória, vista ventral; (F) fêmur posterior; (G) porção apical interna da tíbia posterior, seta aberta indicando o segundo esporão apical interno e seta fechada indicando o primeiro esporão apical interno, vista lateral; (H) placa supra-anal, vista dorsal; (I) placa subgenital, vista ventral.

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Figura 26. Parátipo fêmea de Aclogryllus sp. nov. (A) cabeça, vista frontal; (B) cabeça e pronoto, vista dorsal; (C) cabeça e pronoto, vista lateral; (D) fêmur posterior; (E) placa supra-anal, vista dorsal; (F) placa subgenital, vista ventral.

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Figura 27. Genitálias e ovipositor de Aclogryllus sp. nov. (A-C) genitália masculina do holótipo; (D-F) parátipo fêmea. (A) vista dorsal; (B) vista ventral; (C) vista lateral; (D) região apical do ovipositor, vista lateral; (E) papila copulatória, vista dorsal; (F) papila copulatória, vista lateral. Legendas: ae = apódema endoparâmico; bel = braço epifálico lateral; b.l.pem = base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; hg = haste guia; l.pem = lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; pem= ponte epifálica mediana; r = rami.

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Figura 28. Hábito dorsal de Aclogryllus sp. nov., macho. Foto: L. Martins.

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Paragryllus Guérin-Méneville, 1844

Guérin-Méneville, 1844: 329; Saussure, 1874: 441 (citação); Saussure,

1877:441(citação); Saussure, 1878: 551 (citação); Saussure, 1897:242, fig. XII

(2-7) (citação); Brunner, 1893:609 (citação); Kirby, 1906: 64 (citação); Renh,

1917:130 (citação); Chopard, 1956:256 (citação); Hebard, 1932:357 (citação);

Chopard, 1968:275 (citação); Desutter, 1987:224, fig. 9-11 (citação); Desutter,

1988:357 (citação); Desutter-Grandcolas, 1992:150, fig. 67-73 (citação);

Gorochov, 2007:190, fig. 62-77 (citação); Otte e Perez-Gelebert, 2009:673,

fig.595-599 (citação); Gorochov, 2009:574, fig.4(1-3) (citação, como

subgênero); Hollier, 2013:522 (citação); Eades et al., 2016 (catálogo on line,

como subgênero).

Espécie-tipo: Paragryllus martini Guérin-Méneville, 1844

Espécies incluídas: Paragryllus martinii Guérin-Méneville, 1844; Paragryllus

tricaudatus (Fairmaire, 1858); Paragryllus rex Saussure, 1874; Paragryllus

temulentus Saussure, 1878; Paragryllus simplex Chopard, 1948; Paragryllus elapsus

Desutter-Grandcolas, 1992; Paragryllus eclogos Otte, 2006; Paragryllus circularis

Gorochov, 2007; Paragryllus concolor Gorochov, 2007; Paragryllus ovalis Gorochov,

2007; Paragryllus minutus Gorochov, 2009; Paragryllus arima Otte e Perez-Gelabert,

2009; Paragryllus cocos Otte e Perez-Gelabert, 2009; Paragryllus insolitos Otte e

Perez-Gelabert, 2009.

Diagnose: placa supra-anal com um par de projeções lamelares delgadas e longas,

em vista dorsal (Fig. 29A); tíbia posterior com primeiro esporão apical distintamente

dilatado, em vista lateral (Fig. 29B); haste guia (hg) e braço epifálico lateral (bel)

encurtado, em vista dorsal (Fig. 29C); presença de projeções ventromediais da

ponte epifálica mediana (p.pem), em vista dorsal (Fig. 29C); braço epifálico lateral

(bel) com ápice bifurcado, em vista lateral (Fig. 29D).

Descrição original: “cabeça: olhos proeminentes; antenas muito longas;

mandíbulas triangulares, fortemente serrilhadas; labro arredondado; maxilas

bidenteadas na extremidade; palpos labiais com o último palpômero dilatado e

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saliente. Tórax: pernas posteriores longas; tégmina longa e plana, com veias

transversais obliguas e longitudinais; asas mais longas que o abdome.”.

Registros geográficos: Ilha de Guadalupe – Point-à-Pitre (Guérin-Méneville, 1844);

Gabão (Fairmaire, 1858); Serra Leoa (Walker, 1871); Camarões (Chopard, 1968);

Brasil (Saussure, 1874): Rondônia (Saussure, 1878), Pernambuco (Saussure, 1893),

Paraná (Gorochov, 2009); México (Otte e Pérez-Gelabert, 2009): Tabasco e Teapa

(Saussure, 1893); Costa Rica (Saussure, 1893); Guiana: Bartica (Rehn, 1917);

Bolívia (Chopard, 1956); República Democrática do Congo – Uvira (Chopard, 1968);

Guiana Francesa: Arataye e Sinnamary (Desutter-Grandcolas, 1992); Granada (Otte

e Perez-Gelabert, 2009).

Discussão: Ver a discussão sob Aclogryllus Gorochov, 2009 stat. nov.

Figura 29. Características masculinas de Paragryllus (Paragryllus) minutus. (A) porção final do abdome, seta indicando projeções lamelares na placa supra-anal; (B) tíbia posterior - seta indicando primeiro esporão apical; (C) genitália em vista dorsal; (D) genitália em vista lateral.

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Paragryllus rex Saussure, 1874

(Figuras 30-31)

Paragryllus rex Saussure, 1874: 442 [Descrição original]

Paragryllus rex: Saussure, 1878: 553, fig. 41(1) [Citação]

Paragryllus rex: Brunner von Wattenwyl, 1893: 609 [Citação]

Paragryllus rex: Saussure, 1893: 243 [Novo registro]

Paragryllus rex: Saussure, 1897: 243 [Catálogo]

Paragryllus rex: Kirby, 1906: 64 [Catálogo]

Paragryllus rex: Hebard, 1932: 357 [Citação]

Paragryllus rex: Chopard, 1968: 275 [Citação]

Paragryllus rex: Otte e Perez-Gelabert, 2009: 673 [Novo registro]

Paragryllus rex: Hollier et al., 2013: 514 [Citação]

Paragryllus (Paragryllus) rex: Eades et al., 2016 [Catálogo on line; Citação como

subgênero]

Diagnose: palpos maxilares com o quinto artículo truncado no ápice, quando em

vista frontal (Fig. 30A); placa subgenital mais longa do que larga, com ápice

truncado menor que a base (Fig. 31E); projeções lamelares da placa supra-anal

formando ângulo obtuso (Fig. 31D); base do lobo lateral posterior da ponte epifálica

mediana (b.l.pem) com largura aproximada àda ponte epifálica mediana (pem),

quando em vista dorsal (Fig. 31A); base do lobo lateral posterior da ponte epifálica

mediana (b.l.pem) com margem postero-dorsal truncada, quando em vista dorsal

(Fig. 31A).

Redescrição. Holótipo, macho. Mensurações (mm): CC 25.00; CCT 29.00; CP

5.00; LP 5.6; LC 4.71; CT 23.00; LCDT 11.00. CFA 10.00; CCE 19.00. Cabeça (Fig.

30A,B): coloração geral negra; olhos proeminentes, três ocelos, sendo um central

superior entre os olhos e dois inferiores, alinhados com a borda inferior dos olhos;

escapos, pedicelos e flagelo marrom escuro; gena negra; labro e mandíbula

amarelados; palpos maxilares e labiais marrom claro, quinto articulo do palpo maxilar

mais longo que os demais e ápice truncado. Tórax (Fig. 31B): borda anterior e

posterior do pronoto com longas cerdas longas, disco dorsal rugoso, de coloração

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marrom escuro e borda posterior marrom claro; lobo lateral marrom escuro e com

borda posterior menor que o anterior; primeiro e segundo par de pernas com

coloração marrom escuro; tíbia anterior com tímpanos externo e interno ovais; tíbia

anterior com dois esporões apicais e tíbia mediana com três esporões apicais;

tégmina excedendo o abdome, área apical desenvolvida (Fig. 30C); espelho com 10

veias: sete veias principais arqueadas e concêntricas e três veias menores; harpa

com 12 veias oblíquas; asas posteriores ultrapassando o ápice das tégminas.

Abdome (Fig. 30D,E): coloração geral marrom escuro; tergitos com faixa

pubescente nas porções medianas e laterais; placa supra-anal com borda posterior

arredondada e par de projeções lamelares (Fig. 30D); placa subgenital mais longa

do que larga, borda posterior truncada e com aproximadamente 1/4 da largura da

borda anterior; cerco marrom escuro (Fig. 30E). Genitália do macho (Fig. 31A-C):

ponte epifálica mediana (pem): base do lobo lateral posterior da ponte epifálica

mediana (b.l.pem) com largura aproximada a da ponte epifálica mediana (pem),

quando em vista dorsal (Fig. 31A); base do lobo lateral posterior da ponte epifálica

mediana (b.l.pem) com margem póstero-dorsal truncada e adornada com longas

cerdas, vista dorsal (Fig. 31A); projeções ventromediais da ponte epifálica mediana

(p.pem) com reentrância central em formato de “V”, com angulação de

aproximadamente 90 graus e reentrâncias laterais ausentes, em vista dorsal (Fig.

31A); projeção ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana

(p.l.pem) delgada desde a sua base e convergente, quando em vista dorsal e ventral

(Fig. 31A,B); em vista lateral, esta projeção (p.l.pem) apresenta-se com formato

triangular e ápice arredondado (Fig. 31C); projeção ventromedial do lobo lateral

posterior da ponte epifálica mediana (p.l.pem) sobrepõem parcialmente ao braço

epifálico lateral (bel), na sua região mediana, quando em vista lateral (Fig. 31C);

projeção (p.l.pem) curta (tão larga quanto longa), em vista lateral margem latero-

posterior da ponte epifálica mediana (pem) sobrepõem parcialmente a base do lobo

lateral posterior da ponte epifálica mediana (b.l.pem), quando em vista lateral (Fig.

31C). Haste guia (hg): não ultrapassando a base do lobo lateral posterior da ponte

epifálica mediana (b.l.pem). Braço epifálico lateral (bel): formando um ângulo de

aproximadamente 30 graus com a base do lobo lateral posterior da ponte epifálica

mediana (b.l.pem), quando em vista lateral (Fig. 31C); margem dorsal da porção

mediana do braço epifálico lateral (bel) aculiforme, pouco proeminente, convergente

e projetada medialmente, em vista dorsal (Fig. 31A); braço epifálico lateral (bel) com

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ápice bifurcado em forma de “V” e angulação entre as projeções dorsal (pd.bel) e

ventral de aproximadamente 90 graus, quando em vista lateral (Fig. 31C); projeções

dorsais do ápice dos braços epifálico lateral (pd.bel) 2-3 vezes mais altas que as

projeções ventrais (pv.bel), em vista lateral (Fig. 31C); projeções dorsais do ápice do

braços epifálicos laterais (pd.bel) bipartidos, em vistas dorsal e ventral (Fig. 31A,B);

projeções dorsais do ápice dos braços epifálicos laterais (pd.bel) subtruncado nos

2/3 inferior e acuminado no terço superior, em vista lateral (Fig.31C); projeções

ventrais dos ápices dos braços epifálicos laterais (pv.bel) com extremidade afilada,

em vista lateral (Fg. 31C); em vistas dorsal e ventral, a projeção ventrais dos braços

epifálicos laterais (pv.bel) são falciformes, convergentes, tendo ápices não se

sobrepondo e afilados (Fig. 31A,B); projeções ventrais dos ápices dos braços

epifálicos laterais (pv.bel) com expansão arredondada em 2/3 inferiores de sua

borda interna e terço superior afilado e convergente, quando em vista ventral (Fig

31B); braço epifálico lateral (bel) mais curto que a ponte epifálica mediana (pem +

b.l.pem), quando em vista dorsal (Fig. 31A). Apódema endoparâmico (ae):

levemente curvado ventralmente, em vista lateral (Fig. 31C).

Condição do holótipo: alfinetado; antenas quebradas sendo a esquerda com

apenas o escapo e pedicelo; tégmina com furo na região apical; pernas anteriores e

medianas presentes, mas apenas com o tarsômero da perna anterior direta

presente; pernas posteriores ausentes; abdome retorcido com porção posterior

apresentando incisão nos pleuritos para a retirada da genitália; cercos quebrados e

colados ao corpo por sua base. Genitália masculina dissecada e colocada em

microtubo com glicerina. Microtubo mantido junto ao holótipo.

Comentários: A redescrição das características morfológicas externas baseada no

holótipo foi dificultada pelo mal estado de conservação do espécime, pois além da

ausência de partes do corpo, o abdome retorcido e com partes recobertas por cola.

A genitália pode apresentar alguma modificação da posição das peças devido ao

processo de secagem do holótipo. Este processo pode ter levado à uma contração

de membranas que unem os escleritos causando alguma modificação de sua

posição original. A coloração do espécime está variando de marrom escuro a

marrom claro não sendo útil na definição de características diagnósticas.

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Fêmea: desconhecida.

Registros de ocorrência: Brasil (Saussure, 1874); Brasil, Pernambuco (Saussure,

1897); e México (Otte e Pérez-Gelabert, 2009).

Material examinado. Paragryllus rex, holótipo, macho (SMTD), etiquetado:

Paragryllus, gner. rex, Saussure ♂ [escrito à mão] \ Coll. Zool. Mus. Leipzig

Ubernohme 1971 [impresso] \ TYPE [impresso em etiqueta vermelha] \ Paragryllus

rex Saussure 1874 [escrito à mão] LAURE DESUTTER DET. [impresso] \ Staatl.

Museum für Tierkunde Dresden [impresso].

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Figura 30. Características morfológicas externas do holótipo de Paragryllus rex. (A) cabeça, vista frontal; (B) cabeça e pronoto, vista dorsal; (C) tégmina direita, vista dorsal; (D) placa supra-anal, vista dorsal; (E) placa subgenital, vista ventral.

Figura 31. Genitália do holótipo de Paragryllus rex. (A) vista dorsal; (B) vista ventral; (C) vista lateral. Legenda: ae = apódema endoparâmico; bel = braço epifálico lateral; b.l.pem = base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; hg = haste guia; l.pem = lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; pem = ponte epifálica mediana; pd.bel= projeção dorsal do ápice do braço epifálico lateral; pv.bel = projeção ventral do ápice do braço epifálico lateral; p.l.pem = projeção ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; r = rami.

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Paragryllus temulentus Saussure, 1878

(Figuras 32-33)

Paragryllus temulentus Saussure, 1878: 553 [Descrição original]

Paragryllus temulentus: Saussure, 1897:242, Fig. XII (2-7) [Novo registro]

Paragryllus temulentus: Renh (1917): 130 [Novo registro]

Paragryllus temulentus: Chopard, 1956: 256 [Novo registro]

Paragryllus temulentus: Chopard, 1968: 275 [Citação]

Paragryllus temulentus: Hollier, 2013: [Citação]

Paragryllus (Paragryllus) temulentus: Eades et al., 2016, Fig. 1-6 [Catálogo on line;

Citação como subgênero]

Diagnose: placa supra-anal com projeções lamelares maiores que a largura do

décimo tergito abdominal, quando em vista dorsal (Fig. 32D); projeções

ventromediais da ponte epifálica mediana (p.pem) com reentrância central em

formato de “U” e reentrâncias laterais fundidas à ponte epifálica mediana (pem), em

vista dorsal (Fig. 33A); base do lobo lateral da ponte epifálica mediana (b.l.pem)

posterior e braço epifálico lateral (bel) formando um ângulo de aproximadamente 60

graus, quando em vista lateral (Fig. 33C).

Redescrição. Holótipo macho. Mensurações (mm): CC 19; CCT 23; CP 3.5; LP 5;

LC 3.87; CT 17; LCDT 9; CFA 7.21; CCE 17.25. Cabeça (Fig. 32A,B): coloração

geral marrom claro; olhos proeminentes, três ocelos, sendo um central superior entre

os olhos e dois inferiores, alinhados com a borda inferior dos olhos; escapo,

pedicelos e flagelo marrom claro; mancha amarelada no fastígio; gena marrom claro;

labro amarelado, mandíbula marrom e ápice amarelado; palpos maxilar marrom

claro. Tórax (Fig. 32B): borda anterior do pronoto com cerdas longas; disco dorsal

rugoso, de coloração marrom claro, portando uma linha central e algumas manchas

marrom escuro; lobo lateral com coloração marrom escuro, com borda posterior

menor que o anterior; lobo lateral com borda anterior amarelada; primeiro e segundo

pares de pernas com coloração marrom claro; tíbia anterior com tímpano externo e

interno ovais; tíbia anterior com dois esporões apicais e tíbia mediana com três

esporões apicais; tégmina excedendo o abdome, área apical desenvolvida (32C);

espelho com cinco veias arqueadas e concêntricas; harpa com oito veias oblíquas;

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asas posteriores ultrapassando o ápice das tégminas (Fig. 32C). Abdome (Fig.

32D,E): coloração geral marrom claro; tergitos com faixa pubescentes nas porções

medianas e laterais; placa supra-anal com borda posterior arredondada e par de

projeções lamelares ultrapassando o ápice da placa subgenital duas vezes, em vista

dorsal (Fig. 32D); placa subgenital mais longa do que larga, borda posterior

arredondada (Fig. 32E); cercos marrom. Genitália do macho (Fig. 33A-C): ponte

epifálica mediana (pem): base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana

(b.l.pem) mais estreita que a ponte epifálica mediana (pem), quando em vista dorsal

(Fig. 33A); base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana (b.l.pem) com

margem póstero-dorsal sub-arredondada e portando longas cerdas, em vista dorsal

e ventral (Fig. 33A,B); projeções ventromediais da ponte epifálica mediana (p.pem)

com reentrância central em formato de “U” e reentrâncias laterais fundidas à ponte

epifálica mediana (pem), em vista dorsal (Fig. 33A); projeção ventromedial do lobo

lateral posterior da ponte epifálica mediana (p.l.pem) delgada desde a base e

convergente, em vistas dorsal e ventral (Fig. 33A,B); em vista lateral, esta projeção

(p.l.pem) apresenta-se mais longa do que alta, afilando da base em direção ao

ápice, levemente arqueada no terço posterior e com ápice sub-arredondado (Fig.

33C); projeção ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana

(p.l.pem) sobrepõem parcialmente o braço epifálico lateral (bel), na sua região

mediana, quando em vista lateral (Fig. 33C); margem latero-posterior da ponte

epifálica mediana (pem) sobrepõem parcialmente a base do lobo lateral posterior da

ponte epifálica mediana (b.l.pem) (Fig. 33C). Haste guia (hg): curta, com ápice

côncavo e não ultrapassando a base do lobo lateral posterior da ponte epifálica

mediana (b.l.pem), em vista dorsal (Fig. 33A). Braço epifálico lateral (bel): forma um

ângulo de aproximadamente 60 graus com a base do lobo lateral posterior da ponte

epifálica mediana (b.l.pem), quando em vista lateral (Fig. 33C); margem dorsal da

porção mediana do braço epifálico lateral (bel) acuminada, robusta, convergente e

projetada medialmente, em vista dorsal (Fig. 33A); braço epifálico lateral (bel) com

ápice bifurcado em forma de “V”, vista e angulação entre as projeções dorsais

(pd.bel) e ventrais (pv.bel) de aproximadamente 90 graus, vista lateral (Fig. 33C);

projeções dorsais do ápice do braço epifálico lateral (pd.bel) aproximadamente 1,5

vezes mais espessa que as projeções ventrais do ápice do braço epifálico lateral

(pv.bel), em vista lateral (Fig. 33C); projeções dorsais do ápice do braço epifálico

lateral (pd.bel) expandida e sub-arredondada, em vista lateral (Fig. 33C); projeções

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ventrais do ápice do braço epifálico lateral (pv.bel) direcionada ventralmente e

extremidade arredondada, em vista lateral (Fig. 33C), em vista ventral, apresenta-se

falciforme, curvada medialmente, com ápices sobrepostos e porção anterior com

uma expansão arredondada (Fig. 33B); braço epifálico lateral (bel) tão longo quanto

a ponte epifálica mediana (pem + p.l.pem), quando em vista dorsal (Fig. 33A).

Apódema endoparâmico (ae): sub-reto, em vista lateral (Fig. 33C).

Condição do holótipo: alfinetado; antena esquerda com antenômeros colados;

palpos maxilar quebrado e palpos labial direito ausente; tégmina com a região apical

apresentando um rasgo; pernas anteriores presentes, mas apenas com o tarsômero

da perna anterior direta presente; perna mediana esquerda presente, mas com

ausência do tarso e ausência da direita; pernas posteriores ausentes; abdome

retorcido com porção posterior apresentando incisão nos pleuritos para a retirada da

genitália. Genitália masculina colocada em microtubo com glicerina. Microtubo

mantido junto ao holótipo.

Comentários: A redescrição das características morfológicas externas foram

baseadas no holótipo, sendo dificultada pelo mal estado de conservação do

espécime, pois além da ausência de partes do corpo o abdome encontra-se

encoberto por cola.

Registros de ocorrência: Brasil (Saussure, 1878); México, Tabasco, Teapa e Costa

Rica (Saussure, 1893); Brasil, Rondônia, Porto Velho (Rehn, 1917); Guiana, Bartica

(Rehn, 1917); Bolivia (Chopard, 1956); Brasil, Minas Gerais, Alto Caparaó (Novo

registro).

Material examinado: Paragryllus temulentus, holótipo macho, (MNHG), etiquetado:

Brasil Virm [escrito à mão em etiqueta verde] \ 939 [impresso] \ Paragryllus

temulentus Sauss. [escrito à mão] \ TYPE [impresso em etiqueta vermelha] \

Paragryllus temulentus Sauss. TYP. [escrito à mão] \ Paragryllus [escrito à mão] \

Paragryllus Guér. [escrito à mão] \ Dorsa BGpartemHTM [impresso]. Outro material

examinado: 5 espécimes machos: BRASIL, estado de Minas Gerais, Parque

Nacional do Caparaó (PARNA Caparaó), Vale Verde, coleta direta em tronco de

árvore. 03-05.xi.2013. Fabiene M. de Jesus e Marcelo R. Pereira col. [escrito à mão].

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Figura 32. Características morfológicas externas do holótipo de Paragryllus temulentus. (A) cabeça, vista frontal; (B) cabeça e pronoto, vista dorsal; (C) tégmina direita, vista dorsal; (D) placa supra-anal, vista dorsal; (E) placa subgenital, vista ventral.

Figura 33. Genitália do holótipo de Paragryllus temulentus. (A) vista dorsal; (B) vista ventral; (C) vista lateral. Legenda: ae = apódema endoparâmico; bel = braço epifálico lateral; b.l.pem = base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; hg = haste guia; l.pem = lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; pem= ponte epifálica mediana; pd.bel = projeção dorsal do ápice do braço epifálico lateral; p.l.pem = projeção ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; r = rami.

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Paragryllus elapsus Desutter-Grandcolas, 1992

(Figuras 34-37)

Paragryllus elapsus Desutter-Grandcolas, 1992:151, Fig. 67-72 [Descrição original]

Paragryllus elapsus: Otte e Perez-Gelabert, 2009; 674 [Citação]

Paragryllus (Paragryllus) elapsus: Eades et al. 2016 [Catálogo on line; Citação como

subgênero]

Informação adicional à descrição original. Macho (Fig. 34, 36A-C, 37A): tórax

dentes com formato irregular e assimétricos, fileira de dentes presente sobre a

margem posterior da veia Cu2 (Fig. 34E). Genitália do macho (Fig. 36A-C): ponte

epifálica mediana (pem): base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana

(b.l.pem) mais estreita do que a ponte epifálica mediana (pe.m), quando em vista

dorsal (Fig. 36A); base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana (b.l.pem)

com margem póstero-dorsal arredondada e portando longas cerdas, em vista dorsal

e lateral (Fig. 36A,C); projeções ventromediais da ponte epifálica mediana (p.pem)

(Fig. 36A); reentrância acentuada em forma de “V” entre a base dos lobos laterais

posteriores da ponte epifálica mediana (p.l.pem) e angulação de aproximadamente

120 graus, em vista dorsal (Fig. 36A); margem latero-posterior com reentrância em

formato de “U”, em vista dorsal (Fig. 36A); projeção ventromedial do lobo lateral

posterior da ponte epifálica mediana (p.l.pem) delgada desde a base e curvada

convergente, quando em vistas dorsal e ventral (Fig. 36B); em vista lateral, esta

projeção (p.l.pem) apresenta-se arqueado, longo (mais longo quanto largo), com

aproximadamente a mesma espessura desde a base e com ápice sub-arredondado

(Fig. 36C); placa interna do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana

(pi.l.pem) proeminente e côncava, quando em vista ventral (Fig. 36B); projeção

ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana (p.l.pem)

sobrepõem o braço epifálico lateral (bel) na sua região apical, entre as projeções

dorsal (p.d.bel) e ventral (p.v.bel), quando em vista lateral (Fig. 36C); margem latero-

posterior da ponte epifálica mediana (pem) sobrepõem parcialmente a base do lobo

lateral posterior da ponte epifálica mediana (b.l.pem) (Fig. 36C). Haste guia (hg):

ápice arredondado e ultrapassando a margem posterior da base da projeção

ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana (b.l.pem) e com

ápice redondo, em vista dorsal (Fig. 36A). Braço epifálico lateral (bel): região de

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transição em formato circular, com a base do lobo lateral posterior da ponte epifálica

mediana (b.l.pem), quando em vista lateral (Fig. 36C); margem dorsal da porção

mediana do braço epifálico lateral (bel) com formato lamelado retorcido, robusto,

convergente e projetado medialmente, em vista dorsal (Fig. 36A); braço epifálico

lateral (bel) com ápice bifurcado em forma de “U”, em vista lateral (Fig. 36C);

projeções dorsais (pd.bel) sutilmente mais alta que as projeções ventrais (pv.bel);

projeções dorsais do ápice do braço epifálico lateral (p.d.bel) com formato triangular

isósceles, acuminado e com um recorte em formato de “U” próximo a base, em vista

lateral (Fig. 36C); projeções ventrais do ápice do braço epifálico lateral (pv.bel) com

2/3 anterior expandido e terço posterior afilado e com ápice arredondado e curvado

ventralmente, quando em vista lateral (Fig. 36C); projeções ventrais do ápice dos

braços epifálicos laterais (pv.bel) com a base alargada e possuindo uma projeção

aculiformes em cada lateral e ápice mais afilado, falciforme e convergente, porção

anterior com uma expansão em formato de carena não sobrepondo as

extremidades, quando em vista ventral (Fig. 36B); braço epifálico lateral (bel) mais

curto que a ponte epifálica mediana (pem + b.l.pem), quando em vista dorsal (Fig.

36A). Apódema endoparâmico (ae): sub-reto, em vista lateral; terço apical

divergente, em vistas dorsal e ventral (Fig. 36A,B). Fêmea (Fig. 35A-F, 36D-F, 37B):

Ovipositor (Fig. 36D): marrom claro com a expansão lateral subapical das valvas

dorsais marrom escuro; margem dorsal do ápice das valvas dorsais nitidamente

serrilhadas e margem ventral do ápice das valvas ventrais com serrilhas pouco

evidentes; valva dorsal esquerda mais longa que a direita; duas projeções presentes

na margem ventral das valvas ventrais anteriormente a expansão lateral subapical

das valvas dorsais. Papila copulatória (Fig. 36E,F): membranosa, retangular, mais

longa que larga, ápice tão largo quanto a base e levemente plissada em toda sua

extensão; ápice com uma projeção arredondada, centralizada, em vista dorsal, e

próximo a margem inferior, em vista lateral; terço posterior curvado ventralmente.

Registro de ocorrência: Guiana Francesa, Arataye (Desutter-Grandcolas, 1992);

Brasil, Ceará, Ubajara (Novo registro).

Material examinado: dois machos e duas fêmeas: Brasil, estado do CE, município

de Ubajara, Parque Nacional de Ubajara, 10-14.i.2013. E. Zefa e equipe. CNPq-

SISBIOTA. (INPA).

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Figura 34. Características morfológicas externas masculina de Paragryllus elapsus. (A) cabeça, vista frontal; (B) cabeça e pronoto, vista dorsal; (C) cabeça e pronoto, vista lateral; (D) tégmina direita, vista dorsal; (E) dentes da fileira estridulatória, vista ventral; (F) fêmur posterior; (G) ápice da tíbia posterior, seta indicando o primeiro esporão apical interno, vista lateral; (H) placa supra-anal, vista dorsal; (I) placa subgenital, vista ventral.

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Figura 35. Características morfológicas externas femininas de Paragryllus elapsus. (A) cabeça, vista frontal; (B) cabeça e pronoto, vista dorsal; (C) cabeça e pronoto, vista lateral; (D) fêmur posterior; (E) placa supra-anal, vista dorsal; (F) placa subgenital, vista ventral.

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Figura 36. Genitálias e ovipositor de Paragryllus elapsus. A-C: genitália masculina; D-F: fêmea. (A) vista dorsal; (B) vista ventral; (C) vista lateral; (D) região apical do ovipositor, vista lateral; (E) papila copulatória, vista dorsal; (F) papila copulatória, vista lateral. Legenda: ae = apódema endoparâmico; bel = braço epifálico lateral; b.l.pem = base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; hg = haste guia; l.pem = lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; pem = ponte epifálica mediana; pd.bel = projeção dorsal do ápice do braço epifálico lateral; pv.bel = projeção ventral do ápice do braço epifálico lateral; p.l.pem = projeção ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; r = rami.

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Figura 37. Hábito dorsal de Paragryllus elapsus. (A) macho; (B) fêmea. Foto: L. Martins.

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Paragryllus minutus Gorochov, 2009

(Figuras 38-42)

Paragryllus (Paragryllus) minutus Gorochov, 2009: 574, Fig. 4(1-3) [Descrição

original]

Descrição da fêmea (Figs. 40-42A). Semelhante ao macho. Corpo pequeno, sendo

maior que o macho e de coloração pálida com manchas marrom escuro. Cabeça

(Fig. 40A-C): vértice pálido; face marrom escuro; olhos proeminentes; três ocelos,

sendo um central superior entre os olhos e dois inferiores, alinhados com a borda

inferior dos olhos; escapos e pedicelos marrom escuro, flagelo marrom claro; gena

marrom escuro; clípeo, labro e mandíbula pálidos; palpos labiais marrom claro com o

último artículo acinzentado e apicalmente pálido, palpos maxilares e labiais pálidos,

quinto articulo do palpo maxilar e terceiro articulo do palpo labial mais longos que os

demais, tendo o ápice arredondado. Tórax (Fig. 40B-D): borda anterior e posterior

do pronoto com longas cerdas, disco dorsal rugoso, de coloração pálida, com

manchas marrom claro na porção central e borda posterior; disco dorsal com um par

de mancha em formato piriforme, em vista dorsal (Fig. 40B); lobo lateral marrom

escuro e com borda posterior menor que o anterior (Fig. 40C); primeiro e segundo

par de pernas com coloração pálida e terceiro par de pernas pálido e manchado de

marrom claro; tíbia anterior com tímpanos externo e interno ovais; tíbia anterior com

dois esporões apicais e tíbia mediana com dois esporões apicais; tíbia posterior com

três esporões dorsais internos e externos, três esporões apicais internos e três

esporões apicais externos; tégmina marrom claro excedendo o abdome, com veias

simplificadas dispostas paralelamente ao longo de toda a sua extensão; asas

posteriores ultrapassando o ápice das tégminas. Abdome (Fig. 40E,F): tergitos i-viii

com região central pálida e tergitos ix-x marrom escuro e esternitos com coloração

pálida, em vista ventral; tergitos com faixa pubescente nas porções medianas e

laterais; placa supra-anal marrom escuro, com borda posterior pálida e arredondada,

(Fig. 40E); placa subgenital mais larga do que longa com reentrância no ápice em

formato côncavo (Fig. 40F); cercos marrom claro. Ovipositor (Fig. 41D): marrom

claro com a expansão lateral subapical das valvas dorsais marrom escuro; margem

dorsal do ápice das valvas dorsais nitidamente serrilhadas e margem ventral do

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ápice das valvas ventrais com serrilhas pouco evidentes; valva dorsal esquerda mais

longa que a direita; duas projeções presentes na margem ventral das valvas ventrais

anteriormente a expansão lateral subapical das valvas dorsais. Papila copulatória

(Fig. 41E,F): membranosa, alongada, com a base mais larga que o ápice e plissada

em toda sua extensão; em vista lateral, base 3 vezes mais alta que o ápice e este

apresenta-se levemente curvado ventralmente; ápice pouco esclerosado.

Informação adicional dos machos (Fig. 39, 41A-C, 42A): tórax (Fig. 40, 42A-C):

Aparelho estridulatório da tégmina direita com 106-110 dentes (n=3); dentes com

formato triangular, sub-retos e simétrico, fileira de dentes presente sobre a porção

mediana da veia Cu2 (Fig. 39E). Genitália do macho (Fig. 41A-C): ponte epifálica

mediana (pem): base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana (b.l.pem)

menor a da ponte epifálica mediana (pem), quando em vista dorsal (Fig. 41A); base

do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana (b.l.pem) com margem póstero-

dorsal sub-arredondada e adornada com longas cerdas, em vista dorsal (Fig. 41A);

projeções ventromediais da ponte epifálica mediana (p.pem) com reentrância em

formato de “V” com angulação de aproximadamente 90 graus, em vista dorsal,

ausência de reentrâncias laterais (Fig. 41A); projeção ventromedial do lobo lateral

posterior da ponte epifálica mediana (p.l.pem) delgada desde a sua base, curvada e

divergente, quando em vista ventral (Fig. 41B); em vista lateral, esta projeção

(p.l.pem) é curta (tão alta quanto longa) e com ápice arredondado (Fig. 41C);

projeção ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana (p.l.pem)

curta, sobrepõem o braço epifálico lateral (bel), próximo a região apical, quando em

vista lateral (Fig. 41C); margem latero-posterior da ponte epifálica mediana (pem)

sobrepõem parcialmente a base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana

(b.l.pem) (Fig. 41C). Haste guia (hg): muito longa, ultrapassando a margem

posterior da base da projeção ventromedial do lobo lateral posterior da ponte

epifálica mediana (b.l.pem), ápice redondo e próximo a projeção dorsal do ápice do

braço epifálico lateral (pd.bel), em vista dorsal (Fig. 41A). Braço epifálico lateral (bel):

forma um ângulo de aproximadamente 45 graus com a base do lobo lateral posterior

da ponte epifálica mediana (b.l.pem), quando em vista lateral (Fig. 41C); margem

dorsal da porção mediana do braço epifálico lateral (bel) com formato lamelado

retorcido, robusto, convergente e projetado medialmente, em vista dorsal (Fig. 41A);

braço epifálico lateral (bel) com ápice bifurcado em forma de “U” com ápice das

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projeções dorsais (pd.bel) afilados e ventrais (pv.bel) espessos, vista lateral (Fig.

41C); projeções dorsais do ápices do braços epifálicos laterais (pd.bel) 2 vezes mais

altas que as projeções ventrais dos ápices dos braços epifálicos laterais (pv.bel), em

vista lateral (Fig. 41C); porção posterior das projeções ventrais do ápice dos braços

epifálicos laterais (pv.bel) afilados, convergentes, se sobrepondo; e tendo porção

anterior com uma expansão sutilmente arredondada, em vista ventral; braço epifálico

lateral (bel) mais curto que a ponte epifálica mediana (pem + b.l.pem), quando em

vista dorsal (Fig. 41A). Apódema endoparâmico (ae): curvado dorsalmente, em vista

lateral (Fig. 41C) tendo seu terço anterior divergente, em vistas dorsal e ventral (Fig.

41A,B).

Som de chamado: emitido em frases contendo de 09 a 15 notas. Duração das

frases com 09 notas de 0,452 s (n = 01), 10 notas de 0,503 s e 0,509 s (n = 02), 11

notas de 0,562 0,006s (0,557 – 0,574, n= 07), 12 notas de 0,616 0,011 s (0,603 –

0,626, n = 04), 13 notas de 0,683 s (n = 01), 14 notas de 0,737 0,007 s (0,727 –

0,742, n = 04) e de 15 notas de 0,794 s (n = 01). Intervalo entre frases de 14,416

4,901 s (8,01 – 21,66, n = 08). Duração das notas de 0,016 0,001 s (0,013 - 0,019,

n = 42) e intervalo entre notas de 0,039 0,002 s (0,036 – 0,042, n = 39). Banda de

frequência de 4300 a 5340 Hz e frequência dominante de 4806 70,578 Hz (4685 -

4859, n= 05) (Fig. 38).

Figura 38: Espectrograma do som de chamado de P. minutus. Trecho com uma frase contendo 11 notas.

Mensuração (mm). Fêmea (n=2): CC 17.95 ± 0.37 (17.69–18.22); CCT 21.20 ± 0.45

(20.88–21.53); CP 3.39 ± 0,00 (3.39–3.4); LP 4.38 ± 0.11 (4.46–4.30); LC 3.92 ± 0

(3.92); CFA 5.80 ± 0.06 (5.76–5.85); CFP 12.12 ± 0.15 (12.01–12.23); LFP 3.22 ±

0.09 (3.29–3.15); CTP 8.85 ± 0.26 (8.66–9.04); CCE 11.49 ± 4.35 (8.41–14.57); CO

11.78 ± 0.04 (11.81–11.75). Macho (n=03) CC 20.07 ± 0.62 (19.4–0.63); CCT 21.32

± 0.49 (20.79–21.78); CP 3.4 ± 0.05 (3.34–3.45); LP 4.61 ± 0.12 (4.53–4.76); LC

3.94± 0.03 (3.91–3.97); CT 14.94 ± 0.26 (14.71–15.23); LCDT 7.51 ± 0.05 (7.45–

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7.56); CFA 6.25 ± 0.10 (6.15–6.36); CFP 12.22 ± 0.10 (12.15–12.34); CTP 9.59 ±

0.27 (9.28–9.77); CCE 18.13 ± 3.81 (14.13–21.73).

Registro de ocorrência: Brasil, Paraná, Foz do Iguaçu (Gorochov, 2009); Espírito

Santo, Sooretama, Linhares (Novos registros).

Discussão: O padrão de coloração de Paragryllus minutus o distingue dos demais

congêneres, principalmente pela coloração pálida do corpo associado a banda

escura que se estende da frente até os últimos pleuritos abdominais. Paragryllus

minutus é a única das espécies analisadas do gênero que emite sons de chamado

com frases contendo mais que quatro notas.

Material examinado: Quatro fêmeas e dois machos (INPA): Brasil, ES, Linhares,

Reserva Natural Vale, 19°09’13” S, 40°01’59” W, 23-29.vii.2012. Coleta ativa.

SISBIOTA Processo 563360/2010-0, L.P. Martins, G.L. de Oliveira e E. Zefa (INPA);

uma fêmea, etiquetada: Brasil, ES, Sooretama, REBIO Sooretama, 19°1’ 30.87” S,

40°9’ 33.59” W, 05-08.ix.2015. Coleta ativa. Licença Sisbio n°37717, L.P. Martins,

L.G. Silva, M.R. Pereira e G.L. Oliveira (INPA).

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Figura 39. Características morfológicas externas masculina de Paragryllus minutus. (A) cabeça, vista frontal; (B) cabeça e pronoto, vista dorsal; (C) cabeça e pronoto, vista lateral; (D) tégmina direita, vista dorsal; (E) dentes da fileira estridulatória, vista ventral; (F) fêmur posterior; (G) ápice da tíbia posterior, seta indicando o primeiro esporão apical interno, vista lateral; (H) placa supra-anal, vista dorsal; (I) placa subgenital, vista ventral.

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Figura 40. Características morfológicas externas feminina de Paragryllus minutus. (A) cabeça, vista frontal; (B) cabeça e pronoto, vista dorsal; (C) cabeça e pronoto, vista lateral; (D) fêmur; (E) placa supra-anal, vista dorsal; (F) placa subgenital, vista ventral.

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Figura 41. Genitálias e ovipositor de Paragryllus minutus. (A-C) genitália masculina; (D-F) fêmea; (A) vista dorsal; (B) vista ventral; (C) vista lateral; (D) região apical do ovipositor, vista lateral; (E) papila copulatória, vista dorsal; (F) papila copulatória, vista lateral. Legenda: ae = apódema endoparâmico; bel = braço epifálico lateral; b.l.pem = base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; hg = haste guia; l.pem = lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; pem = ponte epifálica mediana; pd.bel= projeção dorsal do ápice do braço epifálico lateral; pv.bel = projeção ventral do ápice do braço epifálico lateral; p.l.pem = projeção ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; r = rami.

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Figura 42. Hábito dorsal de Paragryllus minutus. (A) macho; (B) fêmea. Foto: L. Martins.

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Paragryllus sp. nov. 1

(Figuras 43-46)

Diagnose: projeções ventromediais da ponte epifálica mediana (p.pem) com

reentrância central em formato de “U” e reentrâncias laterais côncavas, em vista

dorsal (Fig. 45A); margem dorsal da porção mediana do braço epifálico lateral (bel)

afilada e projetada medialmente, em vista dorsal (Fig. 45A); projeção dorsal do ápice

do braço epifálico lateral (pd.bel) expandido e acuminado na extremindade, em vista

lateral (Fig. 45C) e com extremidade arredondada, em vista dorsal (Fig. 45A).

Descrição. Holótipo macho (Fig. 44, 45,46). Mensurações (mm): CC 18.33; CCT

21.87; CP 3.38; LP 4.37; LC 3.85; CT 16.54; LCDT 16.54; CFA 6; CFP 13.19; CTP

10.75; CCE 9.68. Cabeça (Fig. 44A,C): coloração geral marrom claro; occipício

amarelado; vértice marrom claro, em vista dorsal; olhos proeminentes, três ocelos,

sendo um central superior entre os olhos e dois inferiores, alinhados com a borda

inferior dos olhos; escapos, pedicelos e flagelo marrom claro; mancha oval

amarelada centralizada entre os escapos; gena amarelada e manchada de marrom;

clípeo e labro pálido; mandíbula amarelada; palpos maxilar e palpos labial marrom

claro, quinto articulo do palpo maxilar mais longo que os demais, com coloração

acinzentada e ápice arredondado, terceiro articulo do palpo labial mais longo que os

demais, com coloração acinzentada, ápice arredondado e pálido. Tórax (Fig.

44B,G): coloração geral marrom; borda anterior e posterior do pronoto com longas

cerdas longas, disco dorsal rugoso, de coloração marrom claro, com manchas

amareladas em toda região dorsal, porção central manchado de marrom claro e

borda posterior marrom claro; disco dorsal com um par de mancha em formato

piriforme (Fig. 45B); lobo lateral marrom claro, com borda posterior menor que o

anterior e com borda ântero-ventral manchada de amarelo (Fig. 44C); primeiro,

segundo e terceiro pares de pernas com coloração marrom claro; tíbia anterior com

tímpanos externo e interno ovais; tíbia anterior com dois esporões apicais, tíbia

mediana com três esporões apicais; fêmur posterior manchado de marrom escuro

(Fig. 44F); tíbia posterior com o três esporões dorsais internos e quatro esporões

dorsais internos externos, primeiro esporão interno bastante dilatado e arqueado,

segundo esporão apical interno mais longo que o primeiro e terceiro (Fig. 44G);

tégmina excedendo o abdome, área apical desenvolvida (Fig. 44D); espelho com

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sete arqueadas e concêntricas; harpa com sete veias oblíquas principais e uma veia

ramificada em cinco; asas posteriores ultrapassando o ápice das tégminas; fileira

estridulatória com 123 dentes; dentes com formato triangular, sub-retos e simétrico;

fileira de dentes presente sobre a porção mediana da veia Cu2 (Fig. 44E). Abdome

(Fig. 44H-I): coloração geral marrom claro; tergitos com faixa pubescente nas

porções medianas e laterais; placa supra-anal com borda posterior arredondada e

par de projeções lamelares, formando um ângulo obtuso (Fig. 45H); placa subgenital

aproximadamente tão longa do que larga, borda posterior com leve reentrância (Fig.

44I); cerco marrom claro. Genitália do macho (Fig. 45A-C): ponte epifálica mediana

(pem): base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana (b.l.pem) mais

estreita do que a ponte epifálica mediana (pe.m), quando em vista dorsal (Fig. 46A);

base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana (b.l.pem) com margem

póstero-dorsal sub-reta e portando longas cerdas, em vista dorsal e lateral (Fig.

45A,C); projeções ventromediais da ponte epifálica mediana (p.pem) com

reentrância central em formato de “U” e reentrâncias laterais côncavas, em vista

dorsal (Fig. 45A); projeção ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica

mediana (p.l.pem) delgada desde a base e curvada convergente, quando em vistas

dorsal e ventral (Fig. 45A,B); em vista lateral, esta projeção (p.l.pem) apresenta-se

alongada, com aproximadamente a mesma espessura desde a base e com ápice

sub-arredondado (Fig. 45C); projeção ventromedial do lobo lateral posterior da ponte

epifálica mediana (p.l.pem) se sobrepõem ao braço epifálico lateral (bel),

ultrapassando a borda inferior da região mediana, quando em vista lateral (Fig. 45C);

margem latero-posterior da ponte epifálica mediana (pem) não sobrepõem a base do

lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana (b.l.pem), quando em vista lateral

(Fig. 45C). Haste guia (hg): ápice côncavo e não ultrapassando a base do lobo

lateral posterior da ponte epifálica mediana (b.l.pem), em vista dorsal (Fig. 45A).

Braço epifálico lateral (bel): formando um ângulo de aproximadamente 45 graus com

a base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana (b.l.pem), quando em

vista lateral (Fig. 45C); margem dorsal da porção mediana do braço epifálico lateral

(bel) afilada e projetada medialmente, em vista dorsal (Fig. 45A); braço epifálico

lateral (bel) com ápice bifurcado em forma de “V” e angulação entre as projeções

dorsal (pd.bel) e ventral (pv.bel) de aproximadamente 45 graus, em vista lateral (Fig.

45C); projeções dorsais do ápice do braço epifálico lateral (p.d.bel) 2-3 vezes mais

alta que as projeções ventrais do ápice do braço epifálico lateral (pv.bel), em vista

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lateral (Fig. 45C); projeções dorsais do ápice do braço epifálico lateral (p.d.bel)

expandido e acuminado na extremidade, em vista lateral (Fig. 45C); projeções

dorsais do ápice do braço epifálico lateral (p.d.bel) com extremidade arredondada,

em vista dorsal (Fig. 45A); projeções ventrais do ápice do braço epifálico lateral

(pv.bel) com extremidade arredondada, quando em vista lateral (Fig. 45C); em vista

dorsal, apresenta-se falciforme, curvada, com ápices sobrepostos e porção anterior

com uma expansão arredondada (Fig. 45A); braço epifálico lateral (bel) mais longo

que a ponte epifálica mediana (pem + b.l.pem), quando em vista dorsal (Fig. 45A).

Apódema endoparâmico (ae): sub-reto e terço apical divergente, em vistas dorsal,

ventral e lateral (Fig. 45A-C).

Som de chamado: som estruturado em agrupamentos de frases (Fig. 43A,B), cada

agrupamento constituído por uma nota isolada seguida por número variável de

frases constituídas por 1 a 3 notas, conforme a seguir: 1-2-2-2 (n = 09, Fig. 43A,B),

(n = 03), 1-2-2-2-2 (n = 02, Fig. 43B), 1-2-1 (n = 02, Fig. 43A), 1-1-1-3 (n = 01, Fig.

43A) e 1-1-3-3 (n = 01). Duração dos agrupamentos com o padrão 1-2-2-2 de 0,528

0,010 s (0,508 – 0,542, n= 09) e intervalo entre agrupamentos de 1,395 0,298s

(1,001 – 2,137, n= 17). Dentro dos agrupamentos com padrão 1-2-2-2 a duração das

notas é de 0,020 0,001 s (0,018 – 0,022, n = 21) e a duração das frases com duas

notas de 0,051 0,001 s (0,049 – 0,052, n = 09); o intervalo entre a nota isolada e a

primeira frase de duas notas é de 0,137 0,007 s (0,134 – 0,146, n = 03) e entre as

frases de duas notas o intervalo é de 0,114 0,001 s (0,111 – 0,115, n = 06). Banda

de frequência de 2840 a 4040 Hz e frequência dominante de 3400 Hz.

Figura 43. Espectrograma do som de chamado de Paragryllus sp. nov. 1. Trecho com agrupamentos de frases, cada agrupamento é constituído por frases com o seguinte padrão de notas: (A) 1+1+1+3, 1+2+2+2, 1+2+1 e 1+2+2+2; (B) 1+2+2+2, 1+2+2+2, 1+2+2+2+2 e 1+2+2+2+2+2.

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Condição do holótipo: acondicionado em via úmida, ausência das pernas anterior

direita, mediana esquerda e da posterior esquerda. Tégmina direita destacada e

genitália masculina dissecada e colocadas em microtubo com glicerina. Microtubo

mantido junto ao holótipo.

Fêmea: desconhecida.

Registros de ocorrência: Brasil, Bahia, Itamaraju.

Discussão: Paragryllus sp. nov.1 é similar a Paragryllus sp. nov. 2 pela coloração

geral do corpo; mancha oval amarelada centralizada entre os escapos; projeções

ventromediais da ponte epifálica mediana (p.pem) com reentrância central em

formato de “U”; braço epifálico lateral (bel) formando um ângulo de

aproximadamente 45 graus com a base do lobo lateral posterior da ponte epifálica

mediana (b.l.pem), quando em vista lateral. Difere pela tíbia posterior com primeiro

esporão interno bastante dilatado e arqueado; fileira estridulatória com 123 dentes;

margem dorsal da porção mediana do braço epifálico lateral (bel) afilada, em vista

dorsal. Paragryllus sp. nov. 2 possui tíbia posterior com primeiro esporão apical

bastante dilatado e em formato cilíndrico; fileira estridulatória com 145 dentes;

margem dorsal da porção mediana do braço epifálico lateral (bel) sub-arredondado,

em vista dorsal. Paragryllus sp. nov. 1 e Paragryllus sp. nov. 2 emitem sons de

chamado estruturados em agrupamentos de frases, no entanto, enquanto naquela

os agrupamentos são sempre precedidos por uma nota isolada, neste o

agrupamento inicia por uma frase contendo duas notas, além disso, as frases de

Paragryllus sp. nov. 01 possuem maior duração (0,059 – 0,081 s, n = 15) daquelas

emitidas por Paragryllus sp. nov. 02 (0,049 – 0,052 s, n = 09).

Material examinado: holótipo, macho. Etiquetado: BRASIL, BA, Itamaraju,

Parque Nacional do Monte Pascoal, 16°53’01” S, 39°23’23” W, 09-16.VII.2012.

Coleta ativa. SISBIOTA Processo 563360/2010-0. L.P. Martins, G.L. de Oliveira e E.

Zefa. 06 BOB (INPA).

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Figura 44. Características morfológicas externas do holótipo de Paragryllus sp. nov. 1. (A) cabeça, vista frontal; B. cabeça e pronoto, vista dorsal; (C) cabeça e pronoto, vista lateral; (D) tégmina direita, vista dorsal; (E) dentes da fileira estridulatória, vista ventral; (F) fêmur posterior; (G) ápice da tíbia posterior, seta indicando o primeiro esporão apical interno, vista lateral; (H) placa supra-anal, vista dorsal; (I) placa subgenital, vista ventral.

Figura 45. Genitália do holótipo de Paragryllus sp. nov. 1. (A) vista dorsal; (B) vista ventral; (C) vista lateral. Legenda: ae= apódema endoparâmico; bel= braço epifálico lateral; b.l.pem= base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; hg = haste guia; l.pem= lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; pem= ponte epifálica mediana; pd.bel= projeção dorsal do ápice do braço epifálico lateral; pv.bel = projeção ventral do ápice do braço epifálico lateral; p.l.pem= projeção ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; r= rami.

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Figura 46. Hábito dorsal do holótipo de Paragryllus sp. nov. 1. Foto: L. Martins.

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Paragryllus sp. nov. 2

(Figuras 47-51)

Diagnose: projeções ventromediais da ponte epifálica mediana (p.pem) com

reentrância central e laterais em formato de “U”, em vista dorsal (Fig. 50A); margem

dorsal da porção mediana do braço epifálico lateral (bel) sub-arredondada e

projetada medialmente, em vista dorsal (Fig. 50A); projeções dorsais dos ápices dos

braços epifálicos laterais (pd.bel) expandidas e com extremidades arredondadas, em

vista lateral (Fig. 50C).

Descrição. Holótipo macho (Fig. 48, 50A-C, 51A). Mensurações (mm): CC 24.25;

CCT 26.16; CP 3.9; LP 5.23; LC 4.28; CT 19.6; LCDT 9,27; CFA 7.38; CFP 15.29;

CTP 12.44; CCE 18.17. Cabeça (Fig. 48A-C): coloração marrom; occipício

amarelado; vértice marrom claro, em vista dorsal; fastígio marrom, em vista dorsal;

olhos proeminentes; três ocelos, sendo um central superior entre os olhos e dois

inferiores, alinhados com a borda inferior dos olhos; escapos, pedicelos e flagelo

marrom; mancha oval amarelada centralizada entre os escapos; mancha marrom

centralizada acima da sutura epistomal; clípeo e labro com coloração pálida;

mandíbula marrom manchada de amarelo; palpos maxilar e palpos labial marrom,

quinto articulo do palpo maxilar mais longo que os demais, ápice com coloração

pálido e arredondado, terceiro articulo do palpo labial mais longo que os demais,

ápice com coloração desbotado e arredondado. Tórax (Fig. 48B-G): coloração geral

marrom; borda anterior e posterior do pronoto com cerdas longas; disco dorsal

rugoso, de coloração marrom com manchas amareladas em toda região dorsal,

borda posterior marrom escuro e portando uma linha central e algumas manchas

marrom escuro; disco dorsal com um par de mancha marrom amarelado em formato

piriforme, em vista dorsal (Fig. 48B); lobo lateral com coloração marrom escuro e

borda lateral inferior amarelada (Fig. 48C); primeiro e segundo pares de pernas com

coloração marrom; tíbia anterior com tímpano externo e interno ovais; tíbia anterior

com dois esporões apicais e tíbia mediana com três esporões apicais; fêmur

posterior marrom e manchado de amarelo na região posterior (Fig. 48F); tíbia

posterior com três esporões dorsais internos e três esporões dorsais externos,

primeiro esporão apical bastante dilatado e em formato cilíndrico (Fig. 48G); tégmina

excedendo o abdome, área apical desenvolvida (Fig. 48D); espelho com oito veias:

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sete principais e um transversal incompleta arqueadas e concêntricas; harpa com

seis veias oblíquas; fileira estridulatória com 145 dentes; asas posteriores

ultrapassando o ápice das tégminas; dentes com formato triangular, sub-retos e

simétrico; fileira de dentes presente sobre a porção mediana da veia Cu2 (Fig. 48E).

Abdome (Fig. 48H,I): coloração marrom; tergitos com faixa pubescentes nas

porções medianas e laterais; esternitos com coloração marrom claro; placa supra-

anal com borda posterior arredondada e par de projeções lamelares formando um

ângulo agudo (Fig. 48H); placa subgenital com formato trapezoidal, ápice

arredondado e leve reentrância (Fig. 48I); cercos marrom escuro. Genitália do

macho (Fig. 50A-C): ponte epifálica mediana (pem): base do lobo lateral posterior

da ponte epifálica mediana (b.l.pem) mais estreita do que a ponte epifálica mediana

(pem), quando em vista dorsal (Fig. 50A); base do lobo lateral posterior da ponte

epifálica mediana (b.l.pem) com margem póstero-dorsal levemente arredondada e

portando longas cerdas, vista dorsal e ventral (Fig. 50A,B); projeções ventromediais

da ponte epifálica mediana (p.pem) com reentrância central e laterais em formato de

“U”, em vista dorsal (Fig. 50A); projeção ventromedial do lobo lateral posterior da

ponte epifálica mediana (p.l.pem) robusta desde a base, quando em vista lateral, e

convergente, em vistas dorsal e ventral (Fig. 50A,B); em vista lateral, esta projeção

(p.l.pem) apresenta-se mais longa do que alta e com ápice sub-arredondado (Fig.

50C); projeção ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana

(p.l.pem) se sobrepõem e ultrapassa a borda inferior da região mediana do braço

epifálico lateral (bel), quando em vista lateral (Fig. 50C); margem latero-posterior da

ponte epifálica mediana (pem) não sobrepõem a base do lobo lateral posterior da

ponte epifálica mediana (b.l.pem) (Fig. 50C). Haste guia (hg): ápice sub-arredondado

e não ultrapassando a base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana

(b.l.pem), em vista dorsal (Fig. 50A). Braço epifálico lateral (bel): formando um

ângulo de aproximadamente 45 graus com a base do lobo lateral posterior da ponte

epifálica mediana (b.l.pem), quando em vista lateral (Fig. 50C); margem dorsal da

porção mediana do braço epifálico lateral (bel) sub-arredondado e projetada

medialmente, em vista dorsal (Fig. 50A); braço epifálico lateral (bel) com ápice

bifurcado em forma de “V” e angulação entre as projeções dorsal (pd.bel) e ventral

de aproximadamente 35 graus, em vista lateral (Fig. 50C); projeções dorsais do

ápice do braço epifálico lateral (p.d.bel) 4-5 vezes mais alta que as projeções

ventrais do ápice do braço epifálico lateral (pv.bel), em vista lateral (Fig. 50C);

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projeções dorsais do ápice do braço epifálico lateral (pd.bel) expandida e com

extremidade arredondada, em vista lateral (Fig. 50C); projeções ventrais do ápice do

braço epifálico lateral (pv.bel) reta, em vista lateral; em vistas dorsal e ventral, o

braço epifálico lateral (pv.bel) apresenta formato falciforme, convergente, com ápices

se sobrepondo, arredondados e porção anterior com uma sutil expansão

arredondada (Fig. 50A,C); braço epifálico lateral (bel) mais curto que a ponte

epifálica mediana (pe.m + b.l.pem), quando em vista dorsal (Fig. 50A); braço

epifálico lateral (bel) bastante comprimido na região mediana, quando em vista

ventral (Fig. 50B). Apódema endoparâmico (ae): sub-reto, terço apical voltado para

fora e com aumento em largura em direção ao ápice, em vistas dorsal e ventral; em

vista lateral, curvado dorsalmente na metade anterior (Fig. 50C). Fêmea (Fig. 49,

50D-F, 51B): forma corporal e padrão de cor semelhante ao macho, apresentando

apenas as seguintes diferenças: placa supra-anal em formato triangular com ápice

arredondado (Fig. 50E); ausência de projeções lamelares na placa supra-anal (Fig.

50E); placa subgenital mais larga do que longa com reentrância no ápice em formato

“v” (Fig. 50F). Ovipositor (Fig. 50D): marrom claro com a expansão lateral subapical

das valvas dorsais marrom escuro; margem dorsal do ápice das valvas dorsais e

margem ventral do ápice das valvas ventrais nitidamente serrilhadas; valvas dorsais

com aproximadamente o mesmo comprimento; uma sutil projeção presente na

margem ventral das valvas ventrais anteriormente a expansão lateral subapical das

valvas dorsais. Papila copulatória (Fig. 50E-F): membranosa, sub-retangular,

plissada em toda sua extensão, projeção apical digitiforme com extremidade

arredondada e esclerosada (Fig. 50E); achatada dorsoventralmente (vista lateral,

Fig. 50F) com projeção apical curvada ventralmente, quando em vista lateral (Fig.

50F).

Som de chamado: som estruturado em agrupamentos de frases, cada agrupamento

é constituído por quatro a seis frases de duas notas (Fig. 47). Duração dos

agrupamentos com quatro frases de 0,670 e 0,688 s (n = 02), com cinco frases de

0,867 0,014 s (0,940 – 0,965, n = 10) e de seis frases de 1,052 s (n = 01); intervalo

entre agrupamentos de frases de 1,842 0,571 s (1,316 – 3,200, n = 13); duração

das frases de 0,071 0,014 s (0,059 – 0,081, n = 15) e intervalo entre frases de

0,123 0,008 s (0,112 – 0,136, n = 12); duração das notas de 0,028 0,005 s (0,017

– 0,033, n = 30) e intervalo entre notas de 0,020 0,003 s (0,017 – 0,028, n = 15).

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Banda de frequência de 2400 a 3600 Hz e frequência dominante de 3074 Hz.

Variação: dois agrupamentos de frases apresentaram uma nota isolada precedendo

as cinco (Fig. 47) ou seis frases subsequentes de duas notas.

Figura 47. Espectrograma do som de chamado de Paragryllus sp. nov. 2. Trecho com dois agrupamentos de frases, sendo o primeiro com padrão de 1+2+2+2+2+2 frases e o segundo de 2+2+2+2+2 frases.

Mensurações (mm): macho (n= 02, incluindo o holótipo): CC 23.59 ± 0.93

(22.93–24.25); CCT 25.73 ± 0.60 (25.3–26.16); CP 3.83 ± 0.09 (3.83–3.76); LP 5.17

± 0.08 (5.11–5.23); LC 4.25 ± 0.03 (4.23–4.28); CT 12.37 ± 0.20 (12.23–12.52);

LCDT 9.29 ± 0.02 (9.27–9.31); CFA 7.31 ± 0.09 (7.25–7.38); CFP 15.18 ± 0.14

(15.08–15.29); CTP 12.42 ± 0.021 (12.41–12.44); CCE 20.33 ± 3.05 (18.17–22,49).

Fêmea (n= 03): CC 20.65 ± 1.40 (19.14–21.92); CCT 26,40 ± 0.38 (26.13–26.84);

CP 3.87 ± 0.18 (3.67–4.02); LP 4.95 ± 0.24 (4.68–5.17); LC 4.16 ± 0.16 (3.98–4.30);

CFA 6.51 ± 0.29 (6.31–6.85); CFP 14.81 ± 0.73 (14.18–15.62); CTP 11.63 ± 0.37

(11.23–11.96); CCE 21.75 ± 5.20 (15.74–24.98); CO 15.14 ± 0.57 (14.51–15.62).

Condição do holótipo: acondicionado em via úmida. Tégmina direita destacada e

genitália masculina dissecada e colocadas em microtubo com glicerina. Microtubo

mantido junto ao holótipo.

Registros de ocorrência: Brasil, Espirito Santo, Santa Teresa e Sooretama.

Discussão: Ver discussão em Paragryllus sp. nov. 1.

Material examinado: holótipo macho. Etiquetado: BRASIL, ES, Santa Teresa, Est.

Biol. Santa Lúcia, 19°58’ 6.98” S, 40°32’22’.56W, 31.vii – 04.ix.2015. Coleta ativa.

L.P. Martins; L.G. Silva; M.R. Pereira e G.L. Oliveira, 161 BOB (INPA). Parátipos:

um macho e três fêmeas, mesmos dados do holótipo, 158 BOB (INPA); um macho e

uma fêmea, etiquetados: Brasil, ES, Rebio A. Ruschi, licença Sisbio 37717,

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17.vi.2013. Coleta ativa. Marcelo R. Pereira; Thiago G. Kloss, Fabiene M. de Jesus e

Gabriel L. de Oliveira Col (MZUSP); uma fêmea etiquetada: Brasil, ES, Sooretama,

19°1’ 30.87” S, 40°9’ 33.59” W, 05-08.ix.2015. Coleta ativa. Licença Sisbio n°37717.

L.P. Martins; L.G. Silva; M.R. Pereira e G.L. Oliveira (INPA).

Figura 48. Características morfológicas externas do holótipo de Paragryllus sp. nov. 2. (A) cabeça, vista frontal; (B) cabeça e pronoto, vista dorsal; (C) cabeça e pronoto, vista lateral; (D) tégmina direita, vista dorsal; (E) dentes da fileira estridulatória, vista ventral; (F) fêmur posterior; (G) ápice da tíbia posterior, seta indicando o primeiro esporão apical interno, vista lateral; (H) placa supra-anal, vista dorsal; (I) placa subgenital, vista ventral.

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Figura 49. Características morfológicas externas feminina de Paragryllus sp. nov. 2. (A) cabeça, vista frontal; (B) cabeça e pronoto, vista dorsal; C. cabeça e pronoto, vista lateral; D. fêmur posterior; (E) placa supra-anal, vista dorsal; (F) placa subgenital, vista ventral.

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Figura 50. Genitálias e ovipositor de Paragryllus sp. nov. 2. (A-C) Genitália do holótipo; (D-F) fêmea. (A) vista dorsal; (B) vista ventral; (C) vista lateral; (D) região apical do ovipositor, vista lateral; (E) papila copulatória, vista dorsal; (F) papila copulatória, em vista lateral. Legenda: ae = apódema endoparâmico; bel = braço epifálico lateral; b.l.pem = base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; hg = haste guia; l.pem = lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; pem = ponte epifálica mediana; pd.bel= projeção dorsal do ápice do braço epifálico lateral; pv.bel = projeção ventral do ápice do braço epifálico lateral; p.l.pem = projeção ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; r = rami.

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Figura 51. Hábito dorsal de Paragryllus sp. nov. 2. (A) macho; (B) fêmea. Foto: L. Martins.

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Paragryllus sp. nov. 3

(Figuras 52-56)

Diagnose: ápice da projeção ventromedial do lobo lateral posterior da ponte

epifálica mediana (p.l.pem) chegando até a borda posterior da base do lobo lateral

posterior da ponte epifálica mediana (b.l.pem) (Fig. 55B); Projeção ventromedial do

lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana (p.l.pem) com formato de triangular

(tão larga quanto longa), em vista lateral; projeção ventromedial do lobo lateral

posterior da ponte epifálica mediana (p.l.pem) com apenas seu ápice visível em vista

dorsal (Fig. 55A)

Descrição. Holótipo macho (Fig. 53, 55A-C, 56A,C). Mensurações (mm): CC

26.41; CCT 29.82; CP 4.65; LP 5.98; LC 4.81; CT 21.56; LCDT 10.23; CFA 9.35;

CFP 17.93; CTP 15.07; CCE 27.42. Cabeça (Fig. 53A-C): coloração marrom;

occipício amarelado; vértice marrom claro; olhos proeminentes; três ocelos, sendo

um central superior entre os olhos e dois inferiores, alinhados com a borda inferior

dos olhos; escapos e pedicelos marrom claro, flagelo marrom claro; gena amarela

manchada de marrom claro; face marrom claro com manchas amareladas, sendo

duas medianas pequenas e arredondadas, uma entre os escapos antenais, duas na

cavidade antenal arredondada, uma terminando antes da sutura epistomal e duas na

região inferior dos olhos; fastígio marrom; clípeo pálido; palpos maxilar marrom com

o ápice do quinto palpômero pálido, palpos labial marrom claro com o último

palpômero acinzentado e pálido apicalmente, palpos maxilar e palpos labial marrom

claro, quinto artículo do palpo maxilar e terceiro artículo do palpo labial mais longo

que os demais, com ápice pálido e arredondado. Tórax (Fig. 53B-G): coloração

geral marrom; borda anterior e posterior do pronoto com cerdas longas; disco dorsal

rugoso, de coloração marrom com manchas amareladas em toda região dorsal,

borda posterior e uma linha central amarelada; disco dorsal com um par de manchas

marrom e amarelo em formato piriforme, em vista dorsal (Fig. 54B); lobo lateral com

coloração marrom escuro na porção superior e porção inferior amarelada, portando

uma mancha oval centralizada com coloração marrom (Fig. 53C); primeiro, segundo

e terceiro pares de pernas com coloração marrom; tíbia anterior com tímpano

externo e interno ovais; tíbia anterior com dois esporões apicais e tíbia mediana

com três esporões apicais; fêmur posterior marrom e manchado de amarelo na

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região posterior (Fig. 53F); tíbia posterior com três esporões dorsais internos e três

esporões dorsais externos, primeiro esporão apical bastante dilatado e em formato

ovoide (Fig. 53G); tégmina excedendo o abdome, área apical desenvolvida (Fig.

53D); espelho com nove veias arqueadas e concêntricas; harpa com nove veias: oito

veias principais e uma veia ramificada em cinco oblíquas; fileira estridulatória com

103 dentes; asas posteriores ultrapassando o ápice das tégminas; dentes com

formato triangular, côncavo e simétrico; fileira de dentes presente sobre a porção

mediana da veia Cu2 (Fig. 54E). Abdome (Fig. 53H,I): coloração geral marrom;

tergitos com faixa pubescente nas porções medianas e laterais; esternitos com

coloração marrom claro; placa supra-anal com borda posterior arredondada; par de

projeções lamelares, formando um ângulo obtuso (Fig. 53H); placa subgenital longa

com formato trapezoidal, tendo sua região proximal mais alargada e com ápice

arredondado apresentando uma leve reentrância; cercos marrom claro. Genitália do

macho (Fig. 55A-C): ponte epifálica mediana (pem): base do lobo lateral posterior

da ponte epifálica mediana (b.l.pem) com largura aproximada a da ponte epifálica

mediana (pem), quando em vista dorsal (Fig. 55A); base do lobo lateral posterior da

ponte epifálica mediana (b.l.pem) com margem póstero-dorsal truncada e adornada

com longas cerdas, em vista dorsal (Fig. 55A); projeções ventromediais da ponte

epifálica mediana (p.pem) com reentrância em formato de “V” e com angulação de

aproximadamente 90 graus, em vista dorsal, ausência de reentrâncias laterais (Fig.

55A); projeção ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana

(p.l.pem) delgada desde a sua base e reta, quando em vista ventral (Fig. 55B); em

vista lateral, esta projeção (p.l.pem) apresenta-se com formato triangular, curta (tão

longa quanto a base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana) e com

ápice arredondado (Fig. 55C); projeção ventromedial do lobo lateral posterior da

ponte epifálica mediana (p.l.pem) curta, não sobrepondo o esclerito do braço

epifálico lateral (bel), quando em vista lateral (Fig. 55C); margem latero-posterior da

ponte epifálica mediana (pem) sobrepõem parcialmente a base do lobo lateral

posterior da ponte epifálica mediana (b.l.pem) (Fig. 55C). Haste guia (hg):

ultrapassando a margem posterior da base da projeção ventromedial do lobo lateral

posterior da ponte epifálica mediana (b.l.pem) e com ápice redondo, em vista dorsal

(Fig. 55A). Braço epifálico lateral (bel): forma um ângulo de aproximadamente 45

graus com a base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana (b.l.pem),

quando em vista lateral (Fig. 55C); margem dorsal da porção mediana do braço

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epifálico lateral (bel) arredondada e sutilmente projetada medialmente, em vista

dorsal (Fig. 55A);braço epifálico lateral (bel) com ápice bifurcado em forma de “U”

com projeções dorsal (pd.bel) e ventral (pv.bel) afiladas, vista lateral (Fig. 55C);

projeções dorsais do ápice do braço epifálico lateral (pd.bel) 2-3 vezes mais alta que

as projeções ventrais do ápice do braço epifálico lateral (pv.bel), em vista lateral

(Fig. 55C); porção posterior das projeções ventrais do ápice dos braços epifálicos

laterais (pv.bel) falciformes, convergentes e não se sobrepõem, em vistas dorsal e

ventral; porção anterior das projeções ventrais do ápice dos braços epifálicos laterais

(pv.bel) com uma expansão em formato de carena, em vistas dorsal e ventral; braço

epifálico lateral (bel) mais curto que a ponte epifálica mediana (pem + b.l.pem),

quando em vista dorsal (Fig. 55A). Apódema endoparâmico (ae): curvado

dorsalmente no terço posterior e sub-reto nos 2/3 anterior, em vista lateral; terço

anterior divergente e com aumento gradual em largura em direção ao ápice, em

vistas dorsal e ventral (Fig. 55A,B). Fêmea (Fig. 54, 55D-F, 56B): forma corporal e

padrão de cor semelhante ao macho, apresentando apenas as seguintes diferenças:

placa supra-anal em formato trapezoidal com ápice truncado, portando reentrância

na região lateral medial; ausência de projeções lamelares na placa supra-anal (Fig.

55E); duas manchas marrom circular na região proximal; placa subgenital mais larga

do que longa, com reentrância no ápice em formato de v e angulação inferior a 90

graus (Fig. 55F). Ovipositor (Fig. 55D): marrom claro com a expansão lateral

subapical das valvas dorsais marrom escuro; margem dorsal do ápice das valvas

dorsais nitidamente serrilhadas e margem ventral do ápice das valvas ventrais com

serrilhas pouco evidentes; valvas dorsais com aproximadamente o mesmo

comprimento; três projeções na margem ventral das valvas ventrais, duas anteriores

e outra posterior a expansão lateral subapical das valvas dorsais; uma reentrância

presente com formato de “U” na margem ventral das valvas ventrais anteriormente a

expansão lateral subapical das valvas dorsais. Papila copulatória (Fig. 55E,F):

cônica, membranosa, com base mais larga que o ápice, em vista dorsal (Fig. 55E);

ápice bifurcado, projeções afiladas, com uma projeção esclerosada triangular

centralizada (Fig. 55E); em vista lateral, elipsoide e com ápice fortemente curvado

ventralmente, vista lateral (Fig. 55F).

Som de chamado: som estruturado em frases contendo duas (Fig. 52) ou três

notas. Duração das frases com duas notas de 0,054 0,001 s (0,050 – 0,056, n =

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35) e com três notas de 0,088 0,001 s (0,086 – 0,090, n = 12). Intervalo entre

frases de 1,363 0,375 s (0,687 – 2,102, n = 33). Duração das notas de 0,023

0,001 s (0,022 – 0,026, n = 15), intervalo entre notas de 0,010 0,002 s (0,006 –

0,011, n = 09). Variação: frases com 4 notas. Banda de frequência de 1800 a 2670

Hz e frequência dominante de 2201 e 2380 Hz.

Figura 52. Espectrograma do som de chamado de Paragryllus sp. nov. 3. Trecho estruturado com frases contendo duas ou três notas.

Mensurações (mm): macho (n= 03, incluindo o holótipo): CC 26.95 ± 1.27

(26.03–28.41); CCT 28.89 ± 0.98 (27.85–29.82); CP 4.60 ± 0.06 (4.53–4.65); LP 5.93

± 0.07 (5.85–5.98); LC 4.71 ± 0.01 (4.61–4.81); CT 20.75 ± 1.29 (19.26–21.56);

LCDT 10.25 ± 0.30 (9.96–10.56); CFA 8.82 ± 0.56 (8.22–9.35); CFP 17.47 ± 0.65

(16.72–17.93); CTP 14.41 ± 0.65 (13.77–15.07); CCE 24.77 ± 5.12 (18.87–28.03).

Fêmea (n= 03): CC 25.90 ± 3.42 (22.15–28.87); CCT 29.38 ± 2.01 (27.51–31.51);

CP 4.58 ± 0.39 (4.25–5.02); LP 6.01 ± 0.45 (5.58–6.49); LC 4.69 ± 0.28 (4.43–5.00);

CFA 7.94 ± 0.62 (7.45–8.65); CFP 16.74 ± 1.05 (15.62–17.71); CTP 13.23 ± 1.10

(12.44–12.77); CCE 19.94 ± 8.59 (11.61–28.78); CO 23.91 ± 1.72 (21.98–25.31).

Condição do holótipo: acondicionado em via úmida. Tégmina direita destacada e

genitália masculina dissecada e colocadas em microtubo com glicerina. Microtubo

mantido junto ao holótipo.

Registros de ocorrência: Brasil, Ceará, Crato.

Discussão: Paragryllus sp. nov. 3 possui diversas semelhanças com os demais

Paragryllus. Paragryllus sp. nov. 3 possui: cabeça: face marrom claro com manchas

amareladas, sendo duas medianas pequenas e arredondadas, uma entre os

escapos antenais, duas que se iniciam abaixo dos escapos antenais e terminam

antes da sutura epistomal e duas na região inferior dos olhos, semelhante com

Paragryllus sp. nov. 6 e Paragryllus sp. nov. 7, sendo que os demais caracter são

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diferentes; tórax: lobo lateral com porção superior marrom escuro, porção inferior

amarelada e portando uma mancha centralizada com coloração marrom, semelhante

com Paragryllus sp. nov. 4 e Paragryllus sp. nov. 5, sendo que os demais caracter

são diferentes. Apenas Paragryllus sp. nov. 3 e Paragryllus sp. nov. 5 emitem sons

de chamado estruturados em frases contendo três notas, sendo as frases de duas

notas mais comuns que as de três notas naquela espécie. Além disso, Paragryllus

sp. nov. 3 apresenta frases com menor duração (0,086 – 0,090 s, n = 12) quando

comparado aquelas emitidas por Paragryllus sp. nov. 5 (0,094 – 0,099, n = 06)

Material examinado: holótipo macho. Etiquetado: BRASIL, CE, Crato, Flona

Araripe-Apodi, 15-18.i.2013. E. Zefa e equipe. CNPq-SISBIOTA (INPA). Parátipos:

15 machos e cinco fêmeas, mesmos dados do holótipo 103 BOB \ 111BOB \ 118

BOB \ 119 BOB \ 120 BOB (INPA); um macho e uma fêmea, idem (MZUSP).

Figura 53. Características morfológicas externas do holótipo de Paragryllus sp. nov. 3. (A) cabeça, vista frontal; (B) cabeça e pronoto, vista dorsal; (C) cabeça e pronoto, vista lateral; (D) tégmina direita, vista dorsal; (E) dentes da fileira estridulatória, vista ventral; (F) fêmur posterior; (G) ápice da tíbia posterior, seta indicando o primeiro esporão apical interno, vista lateral; (H) placa supra-anal, vista dorsal; (I) placa subgenital, vista ventral.

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Figura 54. Características morfológicas externas feminina de Paragryllus sp. nov. 3. (A) cabeça, vista frontal; (B) cabeça e pronoto, vista dorsal; (C) cabeça e pronoto, vista lateral; (D) fêmur posterior; (E) placa supra-anal, vista dorsal; (F) placa subgenital, vista ventral.

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Figura 55. Genitálias e ovipositor de Paragryllus sp. nov. 3. (A-C) Genitália masculina; (D-F) fêmea. (A) vista dorsal; (B) vista ventral; (C) vista lateral; (D) região apical do ovipositor, vista lateral; (E) papila copulatória, vista dorsal; (F) papila copulatória, em vista lateral. Legendas: ae = apódema endoparâmico; bel = braço epifálico lateral; b.l.pem = base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; hg = haste guia; l.pem = lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; pem = ponte epifálica mediana; pd.bel= projeção dorsal do ápice do braço epifálico lateral; pv.bel = projeção ventral do ápice do braço epifálico lateral; p.l.pem = projeção ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; r = rami.

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Figura 56. Hábito dorsal e indivíduo estridulando de Paragryllus sp. nov. 3. (A) hábito dorsal do macho; (B) hábito dorsal da fêmea; (C) macho estridulando no tronco de uma árvore. Fotos: L. Martins.

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Paragryllus sp. nov. 4

(Figuras 57-59)

Diagnose: fronte, vértice e porção da gena abaixo dos olhos marrom escuro, porção

da gena atrás dos olhos amarelada e occipício manchado de marrom claro (Fig.

58A-C); ápice da projeção ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica

mediana (p.l.pem) chegando até a borda posterior da base do lobo lateral posterior

da ponte epifálica mediana (b.l.pem) (Fig. 58B).

Descrição. Holótipo macho (Fig. 57-59). Mensurações (mm): CC 25.07; CCT

26.71; CP 4.59; LP 6.17; LC 4.54; CT 13.30; LCDT 9.96; CFA 8.50; CFP 17.01; CTP

14.52; CCE 26.71. Cabeça (Fig. 57A): coloração geral marrom escuro; occipício

manchado de marrom claro, vértice marrom escuro; olhos proeminentes; três ocelos,

um central superior entre os olhos e dois inferiores, alinhados com a borda inferior

dos olhos; escapos, pedicelos marrom claro e flagelo marrom escuro, em vista

dorsal; ; face marrom escuro; uma linha sutil amarela abaixo da cavidade antenal;

gena marrom escuro abaixo dos olhos e amarelada atrás dos olhos; pós-clípeo

marrom escuro; labro pálido; mandíbula marrom claro e manchada de amarelo, com

ápice enegrecido; palpos maxilar e palpos labial marrom claro, quinto articulo do

palpo maxilar mais longo que os demais, com ápice pálido e arredondado, terceiro

articulo do palpo labial mais longo que os demais, com coloração acinzentada,

pálido e ápice arredondado . Tórax (Fig. 57B-G): borda anterior e posterior do

pronoto com longas cerdas longas, disco dorsal rugoso, de coloração marrom

escuro, com manchas amareladas na região dorsal, porção central manchada de

marrom escuro e borda posterior marrom claro; disco dorsal com um par de

manchas em formato piriforme (Fig. 58B); lobo lateral com porção superior marrom

escuro, porção inferior amarelada e portando uma mancha centralizada com

coloração marrom (Fig. 57C); primeiro, segundo e terceiro pares de pernas com

coloração marrom escuro; tíbia anterior com tímpanos externo e interno ovais; tíbia

anterior com dois esporões apicais, tíbia mediana com três esporões apicais; fêmur

posterior manchado de marrom escuro (Fig. 57F); tíbia posterior com três esporões

dorsais internos e três esporões dorsais externos, primeiro esporão apical interno

bastante dilatado, arqueado e em formato ovoide, segundo esporão apical interno

mais longo que o terceiro (Fig. 57G); tégmina excedendo o abdome, área apical

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desenvolvida (Fig. 58D); espelho com 9 veias arqueadas e concêntricas; harpa com

10 veias: 09 veias principais e uma veia ramificada em sete; asas posteriores

ultrapassando o ápice das tégminas; fileira estridulatória com 113 dentes; dentes

com formato triangular, sub-côncavo e assimétrico, com projeção lateral anterior

mais proeminente do que a posterior; fileira de dentes presente sobre a porção

mediana da veia Cu2 (Fig. 57E). Abdome (Fig. 57H-I): coloração geral marrom

escuro; tergitos com faixa pubescente nas porções medianas e laterais; esternitos

com coloração marrom claro; placa supra-anal com borda posterior arredondada e

par de projeções lamelares, formando um ângulo obtuso (Fig. 58H); placa subgenital

aproximadamente tão larga do que longa, borda posterior com reentrância (Fig. 58I);

cercos marrom claro. Genitália do macho (Fig. 58A-C): ponte epifálica mediana

(pe.m): base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana (b.l.pem) com

largura aproximada a da ponte epifálica mediana (pem), quando em vista dorsal (Fig.

58A); base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana (b.l.pem) com

margem postero-dorsal truncada e adornada com longas cerdas, vista dorsal (Fig.

58A); projeções ventromediais da ponte epifálica mediana (p.pem) com reentrância

central em formato de “v” e reentrâncias laterais rasas e arredondada, vista dorsal

(Fig. 58A); projeção ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana

(p.l.pem) delgada desde a sua base e reta, quando em vista dorsal e ventral (Fig.

58A,B); em vista lateral, esta projeção (p.l.pem) apresenta-se com formato de

triângulo isósceles e ápice arredondado (Fig. 58C); projeção ventromedial do lobo

lateral posterior da ponte epifálica mediana (p.l.pem) curta, não sobrepondo o

esclerito do braço epifálico lateral (bel), quando em vista lateral (Fig. 58C); margem

latero-posterior da ponte epifálica mediana (pem) sobrepõem parcialmente a base

do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana (b.l.pem) (Fig. 58C). Haste guia

(hg): ápice arredondado e ultrapassando a margem posterior do lobo lateral posterior

da ponte epifálica mediana (b.l.pem), em vista dorsal (Fig. 58A). Braço epifálico

lateral (bel): formando um ângulo de aproximadamente 40 graus com a base do lobo

lateral posterior da ponte epifálica mediana (b.l.pem), quando em vista lateral (Fig.

58C); margem dorsal da porção mediana do braço epifálico lateral (bel)

arredondada, convergente e projetada medialmente, em vista dorsal (Fig. 58A);

braço epifálico lateral (bel) com ápice bifurcado em forma de “V” e angulação entre

as projeções dorsal (pd.bel) e ventral (pv.bel) de aproximadamente 70 graus, vista

lateral (Fig. 58C); projeções dorsais do ápice do braço epifálico lateral (pd.bel) 2-3

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vezes mais alta que as projeções ventrais do ápice do braço epifálico lateral (pv.bel),

em vista lateral (Fig. 58C); projeções dorsais do ápice do braço epifálico lateral

(pd.bel) com sua margem inferior arredondada e superior formando um ângulo reto

(90 graus), em vista lateral (Fig. 58C); projeções ventrais do ápice do braço epifálico

lateral (pv.bel) filiforme, com ápice arredondado e projetado ventralmente, quando

em vista lateral (Fig. 58C); quando em vistas dorsal e ventral, as projeções ventrais

do ápice do braço epifálico lateral (pv.bel) são curvadas, convergentes, com ápices

sutilmente sobrepostos e porção anterior com uma expansão arredondada (Fig.

58A,B); braço epifálico lateral (bel) mais longo que a ponte epifálica mediana (pem +

b.l.pem), quando em vista dorsal (Fig. 58A). Apódema endoparâmico (ae): sub-reto

na metade posterior e divergente na metade anterior, em vistas dorsal e ventral; em

vista lateral, sutilmente curvado dorsalmente na metade anterior (Fig. 58C).

Mensurações (mm): macho (n= 02, incluindo o holótipo): CC 26.19 ± 1.58

(25.07–27.31); CCT 27.32 ± 1.01 (26.61–28.04); CP 4.76 ± 0.24 (4.59–4.93); LP 6.22

± 0.07 (6.17–6.27); LC 4.59 ± 0.07 (4.54–6.65); CT 20.85 ± 0.72 (20.34–21.36);

LCDT 10.17 ± 0.30 (9.96–10.39); CFA 8.55 ± 0.07 (8.50–8.61); CFP 17.42 ± 0.57

(17.01–17.83); CTP 14.42 ± 0.13 (14.33–14.52); CCE 23.57 ± 4.44 (20.43–26.71).

Condição do holótipo: acondicionado em via úmida, ausência das pernas anterior

direita, mediana esquerda e da posterior esquerda. Tégmina direita destacada e

genitália masculina dissecada e colocadas em microtubo com glicerina. Microtubo

mantido junto ao holótipo.

Fêmea: desconhecida.

Registros de ocorrência: Brasil, Espírito Santo, Sooretama.

Discussão: Paragryllus sp. nov.4 é similar a Paragryllus sp. nov. 5 pela face marrom

escuro; gena marrom escuro abaixo dos olhos e amarelada atrás dos olhos; pós-

clípeo marrom escuro; tórax com lobo lateral com porção superior marrom escuro,

porção inferior amarelada e portando uma mancha centralizada com coloração

marrom. Difere pela a tíbia posterior com primeiro esporão apical interno bastante

dilatado, arqueado e em formato ovoide; fileira estridulatória com 113 dentes;

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projeções dorsais do ápice do braço epifálico lateral (pd.bel) com sua margem

inferior arredondada e superior formando um ângulo reto (90 graus), em vista lateral.

P. sp. nov. 5 possui a tíbia posterior com primeiro esporão apical interno bastante

dilatado e arqueado; fileira estridulatória com 102 dentes; projeções dorsais do ápice

do braço epifálico lateral (pd.bel) com extremidade arredonda, curvada ventralmente

e apresentando uma pequena projeção espiniforme dorsal, em vista lateral.

Material examinado: holótipo macho. Etiquetado: BRASIL, ES, Sooretama, Rebio

Sooretama, 19°1’ 30.87” S, 40°9’ 33.59” W, 05-08.ix.2015. Coleta ativa. Licença

Sisbio n°37717. L.P. Martins; L.G. Silva; M.R. Pereira e G.L. Oliveira (INPA).

Parátipos: dois machos, mesmos dados do holótipo (INPA); um macho etiquetado:

Brasil, ES, Linhares, Reserva Natural Vale, Trilha das laranjeiras. 17.vi.2015. Coleta

manual no solo (areia). R.A. Heleodoro (MZUSP).

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Figura 57. Características morfológicas externas do holótipo de Paragryllus sp. nov. 4. (A) Cabeça, vista frontal; B. Cabeça e pronoto, vista dorsal; C. Cabeça e pronoto, vista lateral; D. Tégmina direita, vista dorsal; E. Dentes da fileira estridulatória, vista ventral; F. Fêmur posterior; G. ápice da tíbia posterior, seta indicando o primeiro esporãoapical interno, vista lateral; H. Placa supra-anal, vista dorsal; I. Placa subgenital, vista ventral.

Figura 58. Genitália do holótipo de Paragryllus sp. nov. 4. (A) vista dorsal; (B) vista ventral; (C) vista lateral. Legenda: ae = apódema endoparâmico; bel = braço epifálico lateral; b.l.pem = base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; hg = haste guia; l.pem = lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; pem = ponte epifálica mediana; pd.bel= projeção dorsal do ápice do braço epifálico lateral; pv.bel = projeção ventral do ápice do braço epifálico lateral; p.l.pem = projeção ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; r = rami.

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Figura 59. Hábito dorsal do macho de Paragryllus sp. nov. 4. Foto: L. Martins.

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Paragryllus sp. nov. 5

(Figuras 60-64)

Diagnose: fronte, vértice e porção da gena abaixo dos olhos marrom escuro, porção

da gena atrás dos olhos e occipício amareladas (Fig. 62A-C); base do lobo lateral

posterior da ponte epifálica mediana (b.l.pem) com margem postero-dorsal

subtruncada, em vista lateral (Fig. 64C); projeção dorsal do ápice do braço epifálico

lateral (pd.bel) com margem superior sub-reta e com espinho pontiagudo, em vista

lateral (Fig. 64B); projeções ventromediais da ponte epifálica mediana (p.pem) com

reentrâncias laterais ausentes, vista dorsal (Fig. 64A);

Descrição. Holótipo macho (Fig. 61, 63A-C, 64A). Mensurações (mm): CC 26.66;

CCT 30.26; CP 4.89; LP 6.99; LC 4.76; CT 22.91; LCDT 11.99; CFA 9.49; CFP

18.47; CTP 15.08; CCE 30.26. Cabeça (Fig. 61A): coloração geral marrom;

occipício amarelado; vértice marrom escuro; olhos proeminentes, três ocelos, um

central superior entre os olhos e dois inferiores, alinhados com a borda inferior dos

olhos; escapos, pedicelos e flagelo marrom claro; um par de pequenas manchas

amarelas e arredondadas abaixo da cavidade antenal; face marrom escuro; gena

marrom escuro abaixo dos olhos e amarelada atrás dos olhos; pós-clípeo marrom

escuro; anticlípeo e labro pálido; mandíbula marrom escuro, manchada de marrom

claro e com ápice enegrecido; palpos maxilar e palpos labial marrom claro, quinto

articulo do palpo maxilar mais longo que os demais, com coloração acinzentada,

ápice pálido e arredondado, terceiro artículo do palpo labial mais longo que os

demais, com coloração acinzentado, ápice pálido e arredondado. Tórax (Fig. 61B-

G): borda anterior e posterior do pronoto com longas cerdas longas, disco dorsal

rugoso, de coloração marrom escuro, com manchas amareladas na região dorsal,

porção central manchado de marrom escuro e borda posterior marrom claro,

portanto uma mancha oval centralizada e com coloração pálida; disco dorsal com

um par de manchas amareladas em formato piriforme (Fig. 61B); lobo lateral com

porção superior marrom escuro, porção inferior amarelado e portando uma mancha

centralizada com coloração marrom (Fig. 61C); primeiro e segundo pares de pernas

com coloração marrom escuro; terceiro par de pernas marrom claro, manchado de

marrom escuro; tíbia anterior com tímpanos externo e interno ovais; tíbia anterior

com dois esporões apicais, tíbia mediana com três esporões apicais; fêmur posterior

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com coloração marrom claro e manchado de marrom escuro (Fig. 61F); tíbia

posterior com três esporões dorsais internos e três esporões dorsais externos,

primeiro esporão apical interno bastante dilatado e arqueado, segundo esporão

apical interno mais longo que o terceiro (Fig. 61G); tégmina excedendo o abdome,

área apical desenvolvida (Fig. 61D); espelho com 9 veias arqueadas e concêntricas;

harpa com 10 veias: 09 veias principais oblíquas e uma veia ramificada em oito;

asas posteriores ultrapassando o ápice das tégminas; fileira estridulatória com 102

dentes; dentes com formato triangular, sub-côncavo e assimétrico, com projeção

lateral anterior mais proeminente do que a posterior; fileira de dentes presente sobre

a porção mediana da veia Cu2 (Fig. 61E). Abdome (Fig. 1H,I): coloração geral

marrom claro; tergitos com faixa pubescente nas porções medianas e laterais;

esternitos com coloração marrom claro; placa supra-anal com borda posterior

arredondada e par de projeções lamelares, formando um ângulo obtuso (Fig. 62H);

placa subgenital aproximadamente tão longa do que larga, borda posterior com leve

reentrância em formato de “V” (Fig. 62I); cerco marrom claro. Genitália do macho

(Fig. 63A-C): ponte epifálica mediana (pem): base do lobo lateral posterior da ponte

epifálica mediana (b.l.pem) com largura aproximada a da ponte epifálica mediana

(pem), quando em vista dorsal (Fig. 63A); base do lobo lateral posterior da ponte

epifálica mediana (b.l.pem) com margem postero-dorsal subtruncada e adornada

com longas cerdas, em vistas dorsal e lateral (Fig. 63A,C); projeções ventromediais

da ponte epifálica mediana (p.pem) com reentrância central em formato de “V” e

reentrâncias laterais ausentes, vista dorsal (Fig. 63A); projeção ventromedial do lobo

lateral posterior da ponte epifálica mediana (p.l.pem) delgada desde a sua base e

levemente convergente, quando em vista dorsal e ventral (Fig. 63A,B); em vista

lateral, esta projeção (p.l.pem) apresenta-se com formato triangular e ápice

arredondado (Fig. 63C); projeção (p.l.pem) mais longa do que alta (triângulo

isósceles), em vista lateral (Fig. 63C); projeção ventromedial do lobo lateral posterior

da ponte epifálica mediana (p.l.pem) sobrepõem o braço epifálico lateral (bel), quase

atingindo a margem inferior deste esclerito na sua porção mediana, quando em vista

lateral (Fig. 63C); margem latero-posterior da ponte epifálica mediana (pem)

sobrepõem parcialmente a base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana

(b.l.pem) (Fig. 63C). Haste guia (hg): ápice truncado, atingindo a margem posterior

da base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana (b.l.pem), em vista

dorsal (Fig. 63A). Braço epifálico lateral (bel): forma um ângulo de aproximadamente

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30 graus com a base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana (b.l.pem),

quando em vista lateral (Fig. 63C); margem dorsal da porção mediana do braço

epifálico lateral (bel) arredondada e projetada medialmente, em vista dorsal (Fig.

63A); braço epifálico lateral (bel) com ápice bifurcado em forma de “V” e angulação

entre as projeções dorsal (pd.bel) e ventral (pv.bel) de aproximadamente 80 graus,

em vista lateral (Fig. 63C); projeções dorsais do ápice do braço epifálico lateral

(pd.bel) aproximadamente 3-4 vezes mais espessa que as projeções ventrais

(pv.bel), em vista lateral (Fig. 63C); projeções dorsais do ápice do braço epifálico

lateral (pd.bel) com extremidade arredonda, curvada ventralmente e apresentando

uma pequena projeção espiniforme dorsal, em vista lateral (Fig. 63C); projeções

ventrais do ápice do braço epifálico lateral (pv.bel) direcionada ventralmente e

espiniforme, em vista lateral (Fig. 63C), em vista dorsal, apresenta-se espiniforme,

curvada medialmente, com ápices sobrepostos e porção anterior com uma expansão

arredondada (Fig. 63A); braço epifálico lateral (bel) mais curto que a ponte epifálica

mediana (pem + b.l.pem), quando em vista dorsal (Fig. 63A). Apódema

endoparâmico (ae): porção ântero-medial divergente e póstero-medial reta, em

vistas dorsal e ventral; em vista lateral, curvado ventralmente na porção ântero-

medial (Fig. 63C). Fêmea (Fig. 62, 63D-F, 64B): forma corporal e padrão de cor

semelhante ao macho, apresentando apenas as seguintes diferenças: placa supra-

anal com coloração marrom claro na porção ântero-medial e marrom escuro na

porção póstero-medial, ápice arrendado, portando reentrância na região médio-

lateral; duas manchas amarelas nos terços laterais, próximas da região anterior;

ausência de projeções lamelares na placa supra-anal; placa subgenital mais larga do

que longa, com reentrância no ápice em formato de “V” e angulação de

aproximadamente 80 graus (Fig. 62F). Ovipositor (Fig. 63D): marrom com a

expansão lateral subapical das valvas dorsais marrom escuro; margem dorsal do

ápice das valvas dorsais e margem ventral do ápice das valvas ventrais com

serrilhas pouco evidentes; valvas dorsais com aproximadamente o mesmo

comprimento; porção anterior a expansão lateral subapical das valvas dorsais com

duas projeções e uma leve reentrância na margem ventral. Papila copulatória (Fig.

63E,F): cônica, membranosa, com base mais larga que o ápice, em vista dorsal (Fig.

63E); ápice bifurcado, projeções afiladas, com uma projeção esclerosada triangular

centralizada (Fig. 63E); em vista lateral, porção ântero-medial plissada e porção

póstero-medial mais dilatada, lisa e curvada ventralmente (Fig. 63F).

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Som de chamado: som estruturado em frases contendo três notas (Fig. 60).

Duração das frases de 0,096 0,002 s (0,094 – 0,099, n = 06) e intervalo entre

frases de 1,937 0,636 s (1,235 – 2,837, n = 05). Duração das notas de 0,026

0,002 s (0,023 – 0,030, n = 09), intervalo entre notas de 0,007 0,001 s (0,006 –

0,010, n = 06). Banda de frequência de 1800 a 2580 Hz e frequência dominante de

2184.

Figura 60: Espectrograma do som de chamado de Paragryllus sp. nov. 5. Trecho estruturado com frases contendo três notas.

Mensurações (mm): macho (n= 02, incluindo o holótipo): CC 26.34 ± 0.44

(26.03–26.66); CCT 29.03 ± 1.73 (27.81–30.26); CP 4.77 ± 0.16 (4.65–4.89); LP 6.45

± 0.75 (5.92–6.99); LC 4.71 ± 0.06 (4.67–4.76); CT 21.97 ± 1.32 (21.04–22.91);

LCDT 11.39 ± 0.84 (10.79–11.99); CFA 8.82 ± 0.94 (8.16–9.49); CFP 17.72 ± 1.05

(16.98–18.47); CTP 14.28 ± 1.13 (13.48–15.08); CCE 26.63 ± 1.56 (25.53–27.74).

Fêmea (n= 01): CC 30.15; CCT 33.74; CP 5.47; LP 6.42; LC 5.02; CFA 8.81; CFP

18.7; CTP 15.28; CCE 13.12; CO 27.16.

Condição do holótipo: via úmida; tégmina direita destacada, genitália masculina

dissecada e acondicionadas em microtubo com glicerina; todas as partes estão

acondicionadas em tubos junto ao holótipo.

Registros de ocorrência: Brasil, Espírito Santo, Santa Teresa.

Discussão: para morfologia externa e genitália masculina ver discussão em

Paragryllus sp. nov. 4. Para o som de chamado ver a discussão em Paragryllus sp.

3.

Material examinado: holótipo macho. BRASIL, ES, Santa Teresa, Est. Biol. Santa

Lúcia, 19°58’6.98”S, 40°32’22.56”W, 31.vii-04.viii.2015. Coleta ativa. L.P. Martins;

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L.G. Silva; M.R. Pereira e G.L. Oliveira (INPA). Parátipos: um macho e uma fêmea,

mesmos dados do holótipo (INPA).

Figura 61. Características morfológicas externas do holótipo de Paragryllus sp. nov. 5. (A) cabeça, vista frontal; (B) cabeça e pronoto, vista dorsal; (C) cabeça e pronoto, vista lateral; (D) tégmina direita, vista dorsal; (E) dentes da fileira estridulatória, vista ventral; (F) fêmur posterior; (G) ápice da tíbia posterior, seta indicando o primeiro esporão apical interno, vista lateral; (H) placa supra-anal, vista dorsal; (I) placa subgenital, vista ventral.

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Figura 62. Características morfológicas externas feminina de Paragryllus sp. nov. (A) cabeça, vista frontal; (B) cabeça e pronoto, vista dorsal; (C) cabeça e pronoto, vista lateral; (D) fêmur posterior; (E) placa supra-anal, vista dorsal; (F) placa subgenital, vista ventral.

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Figura 63. Genitálias e ovipositor de Paragryllus sp. nov. 5. (A-C) Genitália masculina do holótipo; (D-F) fêmea. (A) vista dorsal; (B) vista ventral; (C) vista lateral; (D) região apical do ovipositor, vista lateral; (E) papila copulatória, vista dorsal; (F) papila copulatória, em vista lateral. Legendas: ae = apódema endoparâmico; be l= braço epifálico lateral; b.l.pem = base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; hg = haste guia; l.pem = lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; pem= ponte epifálica mediana; pd.bel = projeção dorsal do ápice do braço epifálico lateral; pv.bel = projeção ventral do ápice do braço epifálico lateral; p.l.pem = projeção ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; r = rami.

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Figura 64. Hábito dorsal de Paragryllus sp. nov. 5. (A) macho; (B) fêmea. Foto: L. Martins.

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Paragryllus sp. nov. 6

(Figuras 65-67)

Diagnose: projeção ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica

mediana (p.l.pem) apresenta-se bastante alongada, arqueada ventralmente e com

ápice sub-arredondado, em vista lateral (Fig. 68C); placa interna do lobo lateral

posterior da ponte epifálica mediana (pi.l.pem) pouco visível, quando em vista

ventral (Fig. 68B); reentrância acentuada em forma de “U” entre a base dos lobos

laterais posteriores da ponte epifálica mediana (b.l.pem) (Fig. 68C).

Descrição. Holótipo macho (Fig. 66, 68A-C). Mensurações (mm): CC 21.63; CCT

22,51; CP 3.58; LP 4.51; LC 3.95; CT 16.03; LCDT 8.06; CFA 6.57; CFP 14.49; CTP

11.98; CCE 16.58. Cabeça (Fig. 66A): coloração marrom claro; occipício amarelado;

vértice marrom escuro; olhos proeminentes, três ocelos, um central superior entre os

olhos e dois inferiores, alinhados com a borda inferior dos olhos; escapos, pedicelos

e flagelo marrom claro; face marrom claro com manchas amareladas, sendo duas

medianas pequenas e arredondadas, uma entre os escapos antenais, duas que se

iniciam abaixo dos escapos antenais e terminam antes da sutura epistomal e duas

na região inferior dos olhos; gena amarela e mancada de marrom claro; clípeo com

coloração pálida; mandíbula marrom claro e manchada de marrom amarelo; palpos

maxilar e palpos labial marrom claro, quinto artículo do palpo maxilar mais longo que

os demais, com coloração acinzentada na região interna e ápice arredondado,

terceiro artículo do palpo labial mais longo que os demais, com coloração

acinzentada na região interna e ápice arredondado. Tórax (Fig. 66B-G): borda

anterior e posterior do pronoto com longas cerdas longas, disco dorsal rugoso, de

coloração marrom escuro, com manchas amareladas na região dorsal, porção

central manchado de marrom escuro e borda posterior amarelado (Fig. 66B); disco

dorsal com um par de mancha amarelada em formato piriforme; lobo lateral marrom

escuro e uma linha amarela próxima a margem inferior (Fig. 66C); primeiro, segundo

e terceiro pares de pernas com coloração amarelado e manchado de marrom claro;

tíbia anterior com tímpanos externo e interno ovais; tíbia anterior com dois esporões

apicais, tíbia mediana com três esporões apicais; fêmur posterior com coloração

amarelado e manchado de marrom claro (Fig. 66F); tíbia posterior com três esporões

dorsais internos e três esporões dorsais externos, primeiro esporão apical interno

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pouco dilatado, segundo esporão apical interno mais longo que o terceiro (Fig. 66G);

tégmina excedendo o abdome, área apical desenvolvida (Fig. 66D); espelho com

seis veias arqueadas e concêntricas; harpa com sete veias: seis veias principais

oblíquas e uma veia ramificada em quatro; asas posteriores ultrapassando o ápice

das tégminas; fileira estridulatória com 246 dentes; dentes com formato lamelar, sub-

côncavo, com presença de projeções aliformes assimétricas, fileira de dentes

presente sobre a porção mediana da veia Cu2 (Fig. 66E). Abdome (Fig. 66H,I):

coloração geral marrom claro; tergitos com faixa pubescente nas porções medianas

e laterais; esternitos com coloração marrom claro; placa supra-anal com borda

posterior arredondada e par de projeções lamelares, formando um ângulo agudo

(Fig. 66H); placa subgenital aproximadamente tão larga do que longa, borda

posterior com leve reentrância côncava. (Fig. 66I); cerco marrom claro. Genitália do

macho (Fig. 68A-C): ponte epifálica mediana (pem): base do lobo lateral posterior

da ponte epifálica mediana (b.l.pem) mais estreita que a ponte epifálica mediana

(pem), quando em vista dorsal (Fig. 68A); base do lobo lateral posterior da ponte

epifálica mediana (b.l.pem) com margem póstero-dorsal arredondada e portando

longas cerdas, vista dorsal (Fig. 68A); projeções ventromediais da ponte epifálica

mediana (p.pem) proeminentes, com reentrância central acentuada em forma de “U”

e reentrâncias laterais côncavas (Fig. 68C); projeção ventromedial do lobo lateral

posterior da ponte epifálica mediana (p.l.pem) robusta desde a sua base, divergente

e com ápice convergente, quando em vista dorsal e ventral (Fig. 68B); em vista

lateral, esta projeção (p.l.pem) apresenta-se bastante alongada, arqueada

ventralmente e com ápice sub-arredondado (Fig. 68C); projeção ventromedial do

lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana (p.l.pem) sobrepõem o braço

epifálico lateral (bel), na sua região apical, entre as projeções dorsal (pd.bel) e

ventral (pv.bel), quando em vista lateral (Fig. 68C); margem latero-posterior da ponte

epifálica mediana (pem) sobrepõem parcialmente a base do lobo lateral posterior da

ponte epifálica mediana (b.l.pem) (Fig. 68C). Haste guia (hg): ápice arredondado e

não ultrapassando a margem posterior da base do lobo lateral posterior da ponte

epifálica mediana (b.l.pem), quando em vista dorsal (Fig. 68A). Braço epifálico lateral

(bel): paralelo a base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana (b.l.pem),

sendo a região de transição entre estes dois escleritos em formato de “U” (Fig. 68C);

margem dorsal da porção mediana do braço epifálico lateral (bel) com formato

lamelado retorcido e projetado medialmente, em vista dorsal; presença de uma

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projeção lamelada, robusta e proeminente, convergente, na, em vista dorsal (Fig.

68A); braço epifálico lateral (bel) com ápice bifurcado em forma de “U”, vista lateral

(Fig. 68C), placa interna do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana

(pi.l.pem) pouco visível, quando em vista ventral (Fig. 68B); projeções dorsais

(pd.bel) sutilmente mais alta que as projeções ventrais (pv.bel); projeções dorsais do

ápice do braço epifálico lateral (pd.bel) com formato lanceolado, acuminado, e com

um recorte em formato de “U” próximo a base, em vista lateral (Fig. 68C); projeções

ventrais do ápice do braço epifálico lateral (pv.bel) com 2/3 anterior expandido e

terço posterior afilado e com ápice arredondado e curvado ventralmente, quando em

vista lateral (Fig. 68C); projeções ventrais do ápice dos braços epifálicos laterais

(pv.bel) com a base alargada e possuindo uma projeção aculiforme em cada lateral

e ápice mais afilado, falciforme e convergente, com sobreposição das extremidades

posteriores, quando em vista ventral (Fig. 68B); braço epifálico lateral (bel) mais

curto que a ponte epifálica mediana (pem + b.l.pem), quando em vista dorsal (Fig.

68A). Apódema endoparâmico (ae): sub-reto, terço apical divergente em vistas

dorsal e ventral; em vista lateral, curvado dorsalmente na metade anterior (Fig. 68C).

Fêmea (Fig. 67, 68D-F): forma corporal e padrão de cor semelhante ao macho,

apresentando apenas as seguintes diferenças: placa supra-anal com coloração

marrom claro na porção anterior e borda posterior, portando reentrância na região

médio-lateral, borda posterior reta e ápice arredondado; ausência de projeções

lamelares na placa supra-anal (Fig. 67E); placa subgenital mais larga do que longa,

com reentrância no ápice em formato “V”, com angulação de aproximadamente 70

graus (Fig. 67F). Ovipositor (Fig. 68D): marrom com a expansão lateral subapical

das valvas dorsais marrom escuro; margem dorsal do ápice das valvas dorsais

nitidamente serrilhadas e margem ventral das valvas ventrais com serrilhas pouco

evidentes; valvas dorsais com aproximadamente o mesmo comprimento. Papila

copulatória (Fig. 68E,F): membranosa, sub-retangular, mais longa que larga e base

mais larga do que o ápice e levemente plissada em toda sua extensão; ápice com

uma projeção arredondada, centralizada, em vista dorsal, e próximo a margem

inferior, em vista lateral; terço posterior curvado ventralmente.

Som de chamado: discreto, notas emitidas isoladas e bastante espaçadas (Fig.

65). Duração das notas de 0,057 0,008 s (0,046 – 0,072, n = 10) e intervalo entre

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notas de 16,820 7,149 s (5,510 – 26,39, n = 09). Banda de frequência de 2920 a

4040 Hz e frequência dominante de 3351 e 3606 Hz.

Figura 65: Espectrograma do som de chamado de Paragryllus sp. nov. 6. Trecho com nota isolada.

Mensurações (mm): macho (n= 03, incluindo o holótipo): CC 20.73 ± 0.97

(19.70–21.63); CCT 22.25 ± 0.29 (21.93–22.51); CP 3.43 ± 0.19 (3.21–3.58); LP 4.23

± 0.26 (3.99–4.51); LC 3.86 ± 0.08 (3.79–3.95); CT 15.61 ± 0.36 (15.37–16.03);

LCDT 7.87 ± 0.17 (7.72–8.06); CFA 6.31 ± 0.36 (5.89–6.47); CFP 3.63 ± 0.19

(13.98–14.49); CTP 11.52 ± 0.46 (11.06–11.98); CCE 16.86 ± 1.58 (15.43–18.57).

Fêmea (n= 02): CC 18.43 ± 2.72 (16.51–20.36); CCT 22.41 ± 019 (22.27–22.55); CP

3.51 ± 0.00 (3.51–3.52); LP 4.56 ± 0.21 (4.41–4.71); LC 3.85 ± 0.05 (3.81–3.89);

CFA 5.72 ± 0.24 (5.55–5.90); CFP 13.45 ± 0.17 (13.33–13.58); CTP 10.28 ± 0.22

(10.12–10.44); CCE 22,03 ± 0,00 (22,03); CO 15.04 ± 0.31 (14.82–15.26).

Condição do holótipo: acondicionado em via úmida; porção apical da tíbia posterior

direita e tarsômeros ausentes. Tégmina direita destacada e genitália masculina

dissecada e colocadas em microtubo com glicerina. Microtubo mantido junto ao

holótipo.

Registros de ocorrência: Brasil, Amazonas, Manaus.

Discussão: a fêmea de Paragryllus sp. nov.6 é similar a Paragryllus sp. nov. 7 pela

face marrom claro com manchas amareladas, sendo duas medianas pequenas e

arredondadas, uma entre os escapos antenais, duas que se iniciam abaixo dos

escapos antenais e terminam antes da sutura epistomal e duas na região inferior dos

olhos; tórax com lobo lateral marrom escuro e uma linha amarela próxima a margem

inferior. Difere pela placa subgenital mais larga do que longa e com angulação de

aproximadamente 70 graus; ovipositor com valvas dorsais com aproximadamente o

mesmo comprimento; papila copulatória com projeção arredondada no ápice e

centralizada, em vista dorsal, e próximo a margem inferior, em vista lateral.

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Paragryllus sp. nov. 7 possui placa subgenital aproximadamente tão larga do que

longa e com angulação de aproximadamente 90 graus; ovipositor com valva dorsal

esquerda mais longa que a direita; papila copulatória com ápice bifurcado, com

expansões apicais digitiformes, robustas e com as extremidades arredondadas;

presença de uma projeção pouco proeminente entre as expansões apicais, em vista

dorsal. A genitália masculina de Paragryllus sp. nov.6 é semelhante a genitália de

Paragryllus elapsus, mas se disferencia pela placa interna do lobo lateral posterior

da ponte epifálica mediana (pi.l.pem) ser pouco visível e por possuir reentrância

acentuada em forma de “U” entre a base dos lobos laterais posteriores da ponte

epifálica mediana (b.l.pem). O som de chamado de Paragryllus sp. nov. 6 é diferente

das demais espécies analisadas por ser a única a não agrupar as notas em frases,

sendo o som bastante discreto e composto por notas isoladas emitidas bastante

espaçadamente, geralmente, uma nota a cada 10 segundos ou mais.

Material examinado: holótipo macho. Etiquetado: BRASIL, AM, Manaus, R.F.

Adolpho Ducke, AM-010, 02°55’49”S, 59°58’31”W, 25-29.iii.2015. Coleta ativa. L.P.

Martins; L.G. Silva e L.D. Oliveira, 187PROSET (INPA). Parátipos: um macho e

uma fêmea, mesmos dados do holótipo, 186PROSET (INPA); um macho e uma

fêmea, idem 01-05.xi.2014. Coleta ativa. L.G. Silva e L.D. Oliveira (INPA); um

machos: idem 26-31.viii.2011. Coleta ativa. L.P. Martins e V. Linard (MZUSP); um

macho, idem 14-19.x.2011. Coleta ativa. L.P. Martins e A. Souza (INPA); um macho,

idem 26-31.i.2012. Coleta ativa. L.P. Martins e K. Soares (INPA).

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Figura 66. Características morfológicas externas do holótipo de Paragryllus sp. nov. 6. (A) cabeça, vista frontal; (B) Cabeça e pronoto, vista dorsal; (C) cabeça e pronoto, vista lateral; (D) tégmina direita, vista dorsal; (E) dentes da fileira estridulatória, vista ventral; (F) fêmur posterior; (G) ápice da tíbia posterior, seta indicando o primeiro esporão apical interno, vista lateral; (H) placa supra-anal, vista dorsal; (I) placa subgenital, vista ventral.

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Figura 67. Características morfológicas externas feminina de Paragryllus sp. nov. 6. (A) cabeça, vista frontal; (B) cabeça e pronoto, vista dorsal; (C) cabeça e pronoto, vista lateral; (D) fêmur posterior; (E) placa supra-anal, vista dorsal; (F) placa subgenital, vista ventral.

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Figura 68. Genitálias e ovipositor de Paragryllus sp. nov. 6. (A-C) Genitália do holótipo; (D-F) fêmea. (A) vista dorsal; (B) vista ventral; (C) vista lateral; (D) região apical do ovipositor, vista lateral; (E) papila copulatória, vista dorsal; (F) papila copulatória, em vista lateral. Legenda: ae = apódema endoparâmico; bel = braço epifálico lateral; b.l.pem = base do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; hg = haste guia; l.pem = lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; pem = ponte epifálica mediana; pi.l.pem = placa interna do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; pd.bel = projeção dorsal do ápice do braço epifálico lateral; pv.bel = projeção ventral do ápice do braço epifálico lateral; p.l.pem = projeção ventromedial do lobo lateral posterior da ponte epifálica mediana; r = rami.

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Paragryllus sp. nov. 7

(Figuras 69-70)

Diagnose: papila copulatória com ápice bifurcado e com expansões apicais

digitiformes, quando em vista dorsal (Fig. 70A); papila copulatória com projeção

pouco proeminente entre as expansões apicais, em vista dorsal (Fig. 70A).

Descrição. Holótipo fêmea (Fig. 69-70). Mensurações (mm): CC 23.91; CCT 30.21;

CP 4.52; LP 6.08; LC 4.81; CFA 7.91; CFP 17.39; CTP 14.28; CCE 17.79; CO 20.28.

Cabeça (Fig. 69A): coloração geral marrom claro; occipício amarelado; vértice

marrom claro; olhos proeminentes, três ocelos, um central superior entre os olhos e

dois inferiores, alinhados com a borda inferior dos olhos; escapos, pedicelos e

flagelo marrom claro; face marrom claro com manchas amareladas, sendo duas

medianas pequenas e arredondadas, uma entre os escapos antenais, duas que se

iniciam abaixo dos escapos antenais e terminam antes da sutura epistomal e duas

na região inferior dos olhos; gena amarelada e manchada de marrom; fastígio

marrom; clípeo com coloração pálida e borda amarelada; mandíbula marrom,

manchado de amarelo; palpos maxilar e palpos labial marrom claro, quinto artículo

do palpo maxilar mais longo que os demais, com coloração acinzentada na porção

superior, ápice pálido e arredondado, terceiro artículo do palpo labial mais longo que

os demais, com coloração acinzentado, ápice pálido e arredondado. Tórax (Fig.

69B-D): borda anterior e posterior do pronoto com longas cerdas longas, disco

dorsal rugoso, de coloração marrom claro, com manchas amareladas na região

dorsal, porção central manchado de marrom escuro e borda posterior marrom claro,

portanto uma mancha oval centralizada e com coloração pálida (Fig. 69B); disco

dorsal com um par de mancha amarelada em formato piriforme; lobo lateral marrom

escuro e uma linha amarela próxima a margem inferior (Fig. 69C); primeiro e

segundo pares de pernas com coloração amarelada com manchas marrom claro;

terceiro par de pernas marrom claro, manchado de marrom escuro; tíbia anterior

com tímpanos externo e interno ovais; tíbia anterior com dois esporões apicais, tíbia

mediana com três esporões apicais; tíbia posterior com três esporões dorsais

internos e três esporões dorsais externos, segundo esporão apical interno afilado e

mais longo que o primeiro esporão apical; fêmur posterior com coloração amarelada

e manchas marrom claro (Fig. 69D); tégmina excedendo o abdome; asas posteriores

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ultrapassando o ápice das tégminas. Abdome (Fig. 69E,F): coloração geral marrom

claro; tergitos com faixa pubescente nas porções medianas e laterais; esternitos com

coloração marrom claro; placa supra-anal com borda posterior arredondada e leve

reentrâncias na região médio-lateral (Fig. 69E); ausência de projeções lamelares na

placa supra-anal (Fig. 69E); placa subgenital aproximadamente tão larga do que

longa, borda posterior com reentrância em formato de “V” e com angulação de

aproximadamente 90 graus (Fig. 69F); cerco marrom claro. Ovipositor (Fig. 70C):

marrom claro com margens dorsal e ventral do ápice marrom; margem dorsal do

ápice das valvas dorsais e margem ventral das valvas ventrais nitidamente

serrilhadas; valva dorsal esquerda mais longa que a direita. Papila copulatória (Fig.

70A,B): membranosa, mais longa do que larga, base mais larga que o ápice,

levemente plissada, com ápice bifurcado e com expansões apicais digitiformes,

robustas e com as extremidades arredondadas; presença de uma projeção pouco

proeminente entre as expansões apicais, em vista dorsal (Fig. 70A); projeções

apicais levemente curvadas ventralmente, em vista lateral (Fig. 70B).

Mensurações (mm): fêmea (n= 02, incluindo o holótipo): CC 23.1 ± 1.14 (23.91–

22.29); CCT 28.63 ± 2.23 (30.21–27.05); CP 4.35 ± 0.24 (4.18–4.52); LP 5.78 ± 0.41

(5.49–6.08); LC 4.59 ± 0.30 (4.38–4.81); CFA 7.34 ± 0.80 (6.77–7.91); CFP 16.55 ±

1.18 (15.72–17.39); CTP 13.36 ± 1.29 (12.45–14.28); CCE 17.75 ± 0.05 (17.71–

17.79); CO 19.39 ± 1.25 (18.51–20.28).

Condição do holótipo: acondicionado em via úmida. Tégmina direita destacada e

genitália masculina dissecada e colocadas em microtubo com glicerina. Microtubo

mantido junto ao holótipo.

Macho: desconhecido.

Registros de ocorrência: Brasil, Espírito Santo, Santa Teresa.

Discussão: Ver discussão em Paragryllus sp. nov. 6.

Material examinado: holótipo fêmea. Etiquetado. BRASIL, ES, Santa Teresa, Est.

Biol. Santa Lúcia, 19°58’6.98”S, 40°32’22.56”W, 31.vii-04.viii.2015. Coleta ativa. L.P.

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Martins; L.G. Silva; M.R. Pereira e G.L. Oliveira (INPA). Parátipo: uma fêmea,

mesmos dados do holótipo (INPA).

Figura 69. Características morfológicas externas do holótipo de Paragryllus sp. nov. 7. (A) cabeça, vista frontal; (B) cabeça e pronoto, vista dorsal; (C) cabeça e pronoto, vista lateral; (D) fêmur posterior; (E) placa supra-anal, vista dorsal; (F) placa subgenital, vista ventral.

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Figura 70. Genitália e ovipositor do holótipo de Paragryllus sp. nov. 7. (A) papila copulatória, vista dorsal; (B) Papila copulatória, vista lateral; (C) região apical do ovipositor, vista lateral.

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5. Conclusões

A partir das coletas e descrições dos táxons novos presentes neste trabalho

foi possível mais que triplicar o número de espécies de Paragryllus registradas para

o Brasil, passando de três para onze espécies conhecidas.

As estruturas das genitálias masculina e feminina, bem como características

da tégmina, foram os principais caracteres para a separação das espécies de

Paragryllus, inclusive para aquelas que apresentaram muitas das características

morfológicas externas semelhantes ou indistinguíveis.

Os resultados acústicos foram importantes para a corroboração da

determinação inicial dos táxons pela genitália e tégmina. Portanto, o som de

chamado além de ser uma característica comportamental que conduz as espécies

ao isolamento reprodutivo pré-copulatório, sua aplicação como ferramenta

taxonômica mostrou-se válida para as espécies de Paragryllus.

Através das diferenças verificadas nas tégminas, nas pernas posteriores, nas

placas supra-anais e nas genitálias masculinas, entre Paragryllus e Aclogryllus, foi

sugerida a elevação deste último para o status genérico, sendo estes caracteres

suficientes para justificar esta separação.

As descrições, as diagnoses e as ilustrações aqui apresentadas fornecem um

ótimo suporte para futuros trabalhos em Paragryllus, bem como a determinação de

suas espécies de forma clara e segura. Adicionalmente, a chave taxonômica permite

a identificação dos machos adultos das espécies brasileiras deste gênero de forma

direta, a partir de características diagnósticas pontuais.

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7. Fontes Financiadoras

Toda a infraestrutura e equipamentos necessários para a condução deste

projeto foi disponibilizada pelo Laboratório de Sistemática de Diptera da

Coordenação de Biodiversidade do INPA e o material custeado por recursos do

projeto institucional intitulado “PRJ: 12.301 – Entomologia na Amazônia: Diversidade

de insetos”. As coletas adicionais foram parcialmente financiadas no âmbito do

projeto "Taxonomia, bioacústica, morfologia e espermiogênese de grilos (Orthoptera:

Grylloidea) e (Orthoptera: Mogoplistoidea: Myrmecophilidae) da Mata Atlântica"

(Edital MCTI/CNPq/Universal 14/2014 processo n° 461854/2014-7).