35
INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Escola Superior Agrária Mestrado em Direito Alimentação e Desenvolvimento Rural Comércio Internacional e Marketing Mandioca, Uma Cultura para o Desenvolvimento. Análise e Tendências no Mercado Global João Gomes; Patrícia de Sousa Coimbra, Junho de 2011

INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA

Escola Superior Agrária

Mestrado em Direito Alimentação e Desenvolvimento Rural

Comércio Internacional e Marketing

Mandioca, Uma Cultura para o Desenvolvimento.

Análise e Tendências no

Mercado Global

João Gomes; Patrícia de Sousa

Coimbra, Junho de 2011

Page 2: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

ii

Índice

1 A Mandioca .............................................................................................................. 1

1.1 Classificação botânica ........................................................................................ 1

1.2 Condições edafoclimáticas................................................................................. 1

2 Utilização da mandioca ........................................................................................... 2

2.1 Uso alimentar ..................................................................................................... 2

2.2 Uso para rações .................................................................................................. 2

2.3 Uso em diversas indústrias ................................................................................ 3

3 Mercado mundial .................................................................................................... 3

3.1 Produção ............................................................................................................ 3

3.1.1 Top de produção mundial ........................................................................... 3

4 Mercado da mandioca ............................................................................................. 4

4.1 Área de mandioca colhida em 2009 ................................................................... 4

4.2 Rendimento da produção de mandioca .............................................................. 5

4.3 Top de produtores de mandioca ......................................................................... 5

4.4 Importações /exportações .................................................................................. 6

4.4.1 Importação de mandioca desidratada ......................................................... 6

4.4.2 Importação de amido de mandioca ............................................................. 7

4.4.3 Exportação de mandioca desidratada ......................................................... 7

4.4.4 Exportação de amido de mandioca ............................................................. 8

5 Tendências e evolução de Mercado........................................................................ 8

5.1 Enquadramento a uma análise estratégica ao desenvolvimento da Mandioca .. 8

5.2 Produto Mandioca, do presente para o futuro .................................................. 12

5.2.1 Produto: O Tubérculo e as Folhas ............................................................ 13

5.2.2 Produto: Mandioca seca............................................................................ 15

5.2.3 Produto: O amido ..................................................................................... 18

5.3 Analise SWOT ................................................................................................. 19

5.3.1 Critérios de quantificação e conjugação de parâmetros ........................... 21

5.3.2 Análise e quantificação de quadrantes ..................................................... 22

5.3.3 Análise e interpretação da matriz SWOT ................................................. 23

5.3.4 Análise do Posicionamento Estratégico ................................................... 24

5.3.5 Análise do posicionamento estratégico global: ........................................ 25

Page 3: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

iii

6 A Mandioca: o Mercado e o Desenvolvimento – Considerações Finais ........... 26

7 Referências bibliográficas..................................................................................... 31

Ilustração 1 - Percentagem em peso correspondente de folhas, caule e raiz da mandioca 1

Ilustração 2 - Secagem da Mandioca, Comunidade Rural, Malange, Angola ................ 15

Ilustração 3 - Escala de posicionamento......................................................................... 25

Gráfico 1 - Top de produção mundial (2008) ................................................................... 3

Gráfico 2 - Área de mandioca colhida -ha (2009). ........................................................... 4

Gráfico 3 - Rendimento da produção de mandioca (2008). ............................................. 5

Gráfico 4 - Top de produtores de mandioca (2008) ......................................................... 5

Gráfico 5 - Importação de mandioca desidratada (2008). ................................................ 6

Gráfico 6 – Importação de amido de mandioca (2008) .................................................... 7

Tabela 1 - Exportação de mandioca desidratada (2008) ................................................... 7

Tabela 2 – Exportação de amido de mandioca (2008) ..................................................... 8

Tabela 3- Análise das forças da matriz SWOT .............................................................. 20

Tabela 4 -Análise das fraquezas da matriz SWOT ......................................................... 20

Tabela 5 -Análise das oportunidades da matriz SWOT ................................................. 20

Tabela 6 - Análise das ameaças da matriz SWOT.......................................................... 21

Tabela 7 - ::::::::::::::::: .................................................................................................... 21

Tabela 8- Interacção entre os parâmetros considerados. ................................................ 22

Tabela 9 - Análise e quantificação de quadrantes. ......................................................... 23

Tabela 10 - Quantificação de factores ............................................................................ 24

Tabela 11 - Quantificação relativa de quadrantes .......................................................... 24

Tabela 12 - Quantificação da capacidade ofensiva ........................................................ 25

Page 4: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

iv

“Em tempos idos apareceu gravida a filha d’um chefe selvagem, que residia nas

imediações do lugar em que está hoje a cidade de Santarém. O chefe quis punir no

autor da deshonra de sua filha, a offensa que soffrêra seu orgulho e, para saber quem

ele era, empregou debaldes rogos, ameaças e por fim castigos severos. Tanto diante

dos rogos como diante dos castigos a moça permaneceu inflexivel, dizendo que nunca

tinha tido relação com homem algum. O chefe tinha deliberado matal-a, quando lhe

apareceu em sonho um homem branco, que lhe disse que não matasse a moça, por que

ella eflectivamente era inocente, e não tinha tido relação com homem. Passados os

nove mezes ella deu á luz uma menina lindissima, e branca, causando este ultimo facto

a sorpreza, não só da tribu, como das nações vizinhas, que vieram visitar a creança,

para ver aquella nova e desconhecida raça. A creança, que teve o none de Mani, e que

andava e falava precocemente, morreu ao cabo de um anno, sem ter adoecido, e sem

dar mostras de dôr.

Foi ella enterrada dentro da propria casa, descobrindo-se-a, e regando-se

diariamente a sepultura, segundo o costume do povo. Ao cabo de algum tempo brotou

da cova uma planta que, por ser inteiramente desconhecida, deixaram de arrancar.

Cresceu, floresceu, e deu fructos. Os passaros que comeram os fructos se embriagaram,

e este fenómeno, desconhecido dos indios, augmentou-lhes a superstição pela planta. A

terra afinal fendeu-se; cavaram-n’a e julgaram reconhecer no fructo que encontraram

o corpo de Mani. Comeram-n’o, e assim aprenderam a usar da mandioca.

O fructo recebeu o nome de Mani oco, que quer dizer: casa ou transformação de

Mani.”

Lenda Tupi1

Em O Selvagem de Couto de Magalhães

1 Povo indígena que habitava o litoral brasileiro.

Page 5: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

Mestrado em Direito à Alimentação e Desenvolvimento Rural

Comércio Internacional e Marketing

1

1 A Mandioca A mandioca é uma planta originária da América do Sul. Os nativos já faziam o

seu cultivo desde a antiguidade. Cultivada em climas tropicais e subtropicais, o seu

cultivo está difundido por toda a região tropical e subtropical. Mandioca é uma raiz

comestível, mais vulgarmente conhecida do género Manihot (EMBRAPA).

As variedades mais conhecidas do género Manihot são Manihot esculenta -

mandioca e Manihot utilissima - macaxeira. A sua principal diferença é a presença, ou

não do ácido cianídrico. O ácido contido na variedade Manihot esculenta tem carácter

venenoso. Para que a raiz desta variedade seja comestível, utiliza-se a acção do calor,

quer seja pela cozedura, quer pelo Sol, para desactivar o ácido (EMBRAPA).

A variedade de utilizações da mandioca conferem-lhe uma versatilidade enorme,

o seu uso vai desde a alimentação humana até aos biocombustíveis (MARQUES).

1.1 Classificação botânica Ordem: Malpighiales

Família Euphorbiaceae

Género Manihot

Espécie M. esculenta (EMBRAPA):

1.2 Condições edafoclimáticas Qual o tipo de solo ideal – Uma vez que o principal produto para comércio é a raiz,

o tipo de solo mais indicado para o seu cultivo varia, indo de uma textura de franco-

argilosa a argilo-arenosa isto porque em primeiro lugar permite o desenvolvimento da

raiz, segundo porque confere uma boa drenagem das águas e por último facilita a

colheita. No entanto existem variedades adaptadas a solos argilosos, uma vez que em

algumas regiões esta planta é cultivada com sucesso em regiões com teores de argila

que ultrapassam os 90% (EMBRAPA):

10% Folhas

40% Caule

50% Raiz

Fonte: USET, 2008

Ilustração 1 - Percentagem em peso correspondente de folhas,

caule e raiz da mandioca

Page 6: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

Mestrado em Direito à Alimentação e Desenvolvimento Rural

Comércio Internacional e Marketing

2

Qual o tipo de clima ideal

Temperatura: A faixa de temperatura ideal está entre 24 a 25ºC, no entanto a

planta desenvolvesse satisfatoriamente numa faixa de temperaturas que vai

de 20ºC a 27ºC.

Precipitação: Os valores ideais de precipitação variam de 1.000mm a

1.500mm anuais, com uma distribuição durante os 6-8 meses do ciclo

vegetativo. A precipitação é um factor determinante por se tratar de uma

cultura quase exclusivamente sem rega.

Altitude: Altitudes elevadas estão associadas a baixas temperatura nocturnas

durante quase todo o ano, e nos meses mais frios durante o dia também. Tal

factor é desfavorável à normal acumulação de amido na raiz (EMBRAPA):

2 Utilização da mandioca Sendo uma cultura bastante produtiva e muito versátil, o seu uso é muitas vezes

uma surpresa, pois vão desde métodos rudimentares até a indústrias com tecnologia de

ponta (EMBRAPA).

2.1 Uso alimentar Pode ser consumida como alimento para o ser humano, transformada em farinha,

fécula e amido, estas são as formas tradicionais de fazer uso da mandioca. No entanto

produtos inovadores estão surgindo no mercado, temos por exemplo o aproveitamento

das raízes de mandioca para elaboração:

De alimentos funcionais, como os xaropes e cápsulas com propriedades

funcionais na nutrição humana;

Aproveitamento de mandioca açucarada:

Concentrados de glicose natural, usado como adoçante;

Amido (glicogénio vegetal) solúvel em água fria;

Bebidas fermentadas da mandioca.

Indústria da cerveja, farinha de mandioca é rica em carbohidratos,

substituindo os adjuntos do malte e do arroz

Todos estes produtos são de extrema importância económica, pois trazem vantagens

comercias e económicas, uma vez que são derivados dos recursos disponíveis e não

carecem de um elevado investimento em infra-estruturas (DINIZ,2004) (QUANTA,

1993).

2.2 Uso para rações A mandioca é também utilizada na alimentação animal, quer na forma in natura,

pelo uso dos seus subprodutos (restos culturais, folhas e caule) quer pela forma

processada - pallets (MARQUES).

A parte aérea da mandioca (folhas e caule) contém um alto valor nutritivo, no

entanto as folhas contêm mais do dobro das proteínas em relação aos talos, e são bem

aceites pelos animais. Já as raízes têm um baixo valor proteico, assim como a presença

de aminoácidos essenciais, sendo necessário incluir ingredientes com teores destes

aminoácidos quando os animais são alimentados com grandes quantidades de mandioca

(USET, 2008).

Page 7: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

Mestrado em Direito à Alimentação e Desenvolvimento Rural

Comércio Internacional e Marketing

3

2.3 Uso em diversas indústrias O uso da mandioca não é exclusivo do sector alimentar e pecuário. Muitas outras

indústrias fazem uso dessa raiz. Um desses exemplos vêm da utilização do amido para

diversos fins, que passam pela indústria farmacêutica (revestimento de comprimidos,

excipientes), na indústria do papel, na indústria química (obtenção de dextrina e

dextrose e colas) e até na indústria têxtil (fixação do tingimento) (USET, 2008).

Outro exemplo da sua utilização é relativo ao uso da farinha de mesa (farinha de

mandioca) na indústria mineira (limpeza de ferro e alumínio), na indústria petrolífera

(misturada com lama e usado como abrasivo na perfuração de poços). É também

possível a produção de álcool de mandioca (QUANTA, 1993).

3 Mercado mundial Os dados que de seguida são apresentados têm como fonte a Faostat.

A fim de fazer uma análise ao mercado internacional da mandioca interessa

primeiro analisar a situação do mercado onde se encontra. Para tal faremos uma breve

análise ao mercado internacional.

3.1 Produção No que diz respeito à produção mundial de alimentos em 2008 os dados relativos

à produção de alimentos è de 233.795.973 t , já os valores da área total colhida no

mesmo ano é de 18.916.569 ha

3.1.1 Top de produção mundial

Como pode ser verificado pelo gráfico 1 a produção de mandioca situa-se no oitavo

lugar no que diz respeito aos produtos com maior produção mundial em termos de

toneladas (233.359.379 t).

A importância económica da cultura da mandioca está na produção de raízes

tuberosas e feculentas que representa valioso alimento para humanos e animais,

fabricação de produtos alimentícios ou de aplicação industrial e produção de álcool.

Gráfico 1 - Top de produção mundial (2008)

020.000.00040.000.00060.000.00080.000.000100.000.000120.000.000140.000.000160.000.000

0200.000.000400.000.000600.000.000800.000.000

1.000.000.0001.200.000.0001.400.000.0001.600.000.0001.800.000.0002.000.000.000

Am

ido

Arr

oz

Ban

ana

Bat

ata

Bat

ata

do

ce

Bet

erra

ba

saca

rin

a

Can

a aç

úca

r

Ceb

ola

, sec

a

Cev

ada

Feijã

o d

e so

ja

Ind

igen

ou

s C

hic

ken

Mea

t

Ind

igen

ou

s P

igm

eat

Lara

nja

Leit

e d

e b

úfa

la, i

nte

iro

Leit

e d

e va

ca, i

nte

iro

Man

dio

ca

Mel

anci

a

Milh

o

Tom

ate

Veg

etai

s fr

esco

s

Val

or

(In

t $

1.0

00

)

Pro

du

ção

(M

t)

Produção (Mt)

Valor (Int $1000)

Page 8: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

Mestrado em Direito à Alimentação e Desenvolvimento Rural

Comércio Internacional e Marketing

4

4 Mercado da mandioca Apesar da grande diversidade, o sistema produtivo da cadeia da mandioca

apresenta três tipologias básicas distintas

Unidade doméstica:

Caracterizada por usar mão-de-obra familiar, não utilizar

tecnologias modernas, baixa participação no mercado e dispor de

capital de exploração de baixa intensidade.

Unidade familiar:

Adopta algumas tecnologias modernas, tem uma participação

significativa no mercado e dispõe de capital de exploração em

nível mais elevado.

Unidade empresarial:

Contratação de mão-de-obra de terceiros

Essa tipologia considera as ligações entre a origem da mão-de-obra, o nível

tecnológico, a participação no mercado e o grau de intensidade do uso de capital na

exploração. As unidades empresariais, simultaneamente com as unidades do tipo

familiar, são responsáveis pela maior parte da produção de raízes.

4.1 Área de mandioca colhida em 2009

Gráfico 2 - Área de mandioca colhida -ha (2009).

Ao analisar os dados do gráfico 2, relativo ao top dos 29 países com maior área

colhida no ano de 2009, podemos concluir que, a área colhida está concentrada em 3

países, produzindo acima de 1.500.000 há, são eles a Nigéria, a República Democrática

do Congo e o Brasil.

0500.000

1.000.0001.500.0002.000.0002.500.0003.000.0003.500.000

Títu

Áre

a co

lhid

a (h

a)

Page 9: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

Mestrado em Direito à Alimentação e Desenvolvimento Rural

Comércio Internacional e Marketing

5

4.2 Rendimento da produção de mandioca

Gráfico 3 - Rendimento da produção de mandioca (2008).

Relativamente ao rendimento da produção da mandioca, podemos verificar que,

cruzando os dados do gráfico 3 com os dados do gráfico 2, os 3 países com maior

rendimento (Índia, Ilhas Cook e Camboja) não correspondem aos com maior área

colhida (Nigéria, República Democrática do Congo e Brasil)

4.3 Top de produtores de mandioca Em relação aos produtores mais significativos no mercado da mandioca, em

termos de quantidade produzida, está a Nigéria, o Brasil e a Tailândia. Produzindo no

total dos três países, 96.440.800 Mt em 2008.

Gráfico 4 - Top de produtores de mandioca (2008)

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

400.000R

end

imen

to (

hg/

ha)

1

0500.0001.000.0001.500.0002.000.0002.500.0003.000.0003.500.000

0

10.000.000

20.000.000

30.000.000

40.000.000

50.000.000

An

gola

Bra

sil

Cam

bo

ja

te d

'Ivo

ire

Índ

ia

Mad

agás

car

Mo

çam

biq

ue

Par

agu

ai

Rep

úb

lica …

Uga

nd

a

Val

or

(In

t1.0

00

)

Pro

du

ção

(M

t)

Produção (Mt)

Valor (Int $1000)

Page 10: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

Mestrado em Direito à Alimentação e Desenvolvimento Rural

Comércio Internacional e Marketing

6

4.4 Importações /exportações O comércio internacional da mandioca, frequentemente, realizado entre países

vizinhos, e não é, geralmente, registado nas estatísticas oficiais. A sua expansão tem

sido prejudicada pela perecibilidade das raízes, tornando-se um produto de risco de

mercado. No entanto, o aumento de população originária da América latina e África nos

países desenvolvidos, levou a um aumento da sua exportação para a Europa e América

do norte.

Convém esclarecer que segundo a FAO, a descrição mandioca desidratada

engloba mandioca em fresco ou seca, fatiada ou não, poderá também englobar pellets.

4.4.1 Importação de mandioca desidratada

Em relação às importações de mandioca desidratada, os 3 países que mais

toneladas do produto importam são: a China a República da Coreia e a Espanha.

Gráfico 5 - Importação de mandioca desidratada (2008).

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

400.000

450.000

0

500.000

1.000.000

1.500.000

2.000.000

2.500.000

Ale

man

ha

Au

strá

lia

Bél

gica

Can

adá

Ch

ina

El S

alva

do

r

Esp

anh

a

EUA

EUA

Fran

ça

Ho

lan

da

Itál

ia

Jap

ão

No

va Z

elân

dia

Po

rtu

gal

Rei

no

Un

ido

Rep

úb

lica

da

Co

reia

Suíç

a

Val

or

($1

.00

0)

Qu

anti

dad

e (t

)

Quantidade (t)

Valor ($1.000)

Page 11: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

Mestrado em Direito à Alimentação e Desenvolvimento Rural

Comércio Internacional e Marketing

7

4.4.2 Importação de amido de mandioca

Gráfico 6 – Importação de amido de mandioca (2008)

È de notar que a China aparece, novamente, como maior importador, desta vez

de amido de mandioca.

4.4.3 Exportação de mandioca desidratada

Tabela 1 - Exportação de mandioca desidratada (2008)

Área Quantidade (t) Valor (1000 $) Unit value ($/t)

Tailândia 2882850 477639 166

Vietnam 753335 133920 178

Holanda 234250 70353 300

Costa Rica 76230 65036 853

Indonésia 129696 20770 160

Bélgica 32675 8880 272

Equador 6559 3885 592

Nicarágua 4440 1390 313

Fiji 1828 1386 758

Sri Lanka 2582 1365 529

Brasil 962 1112 1156

Filipinas 1040 1052 1012

México 6148 981 160

Reino Unido 508 915 1801

Colômbia 1009 898 890

EUA 542 665 1227

Uganda 9143 606 66

Honduras 1536 596 388

França 333 569 1709

Portugal 214 350 1636

0

50000

100000

150000

200000

250000

300000

0

100000

200000

300000

400000

500000

600000

700000

800000

Val

or

($1

.00

0)

Qu

anti

dad

e (t

)

Quantidade (t)

Valor (1000 $)

Page 12: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

Mestrado em Direito à Alimentação e Desenvolvimento Rural

Comércio Internacional e Marketing

8

4.4.4 Exportação de amido de mandioca

Tabela 2 – Exportação de amido de mandioca (2008)

Área Quantidade (t) Valor (1000 $) Unit value ($/t)

Tailândia 1216760 432294 355

Indonésia 36990 15101 408

China, Hong Kong SAR 30703 10777 351

Paraguai 17404 7329 421

Brasil 9311 6624 711

Holanda 5172 4309 833

Alemanha 1798 3927 2184

Singapura 985 1773 1800

China 3067 1376 449

Bélgica 1677 1187 708

EUA 606 918 1515

Índia 1348 607 450

Reino Unido 249 443 1779

Dinamarca 137 317 2314

Japão 110 223 2027

França 151 194 1285

Polónia 315 139 441

Áustria 36 99 2750

Equador 1551 92 59

África do Sul 103 78 757

5 Tendências e evolução de Mercado

5.1 Enquadramento a uma análise estratégica ao desenvolvimento da

Mandioca Em reunião de 22 especialistas da FAO no âmbito da estratégia global de

desenvolvimento da mandioca em 1999, concluiu-se que a mandioca podia tornar-se a

matéria-prima base para uma série de produtos processados e que, efectivamente, iria

aumentar a procura da cultura em termos mundiais, contribuindo assim para a

transformação agrícola e o crescimento económico em economias subdesenvolvidas.

Pode-se afirmar que, foi apenas no século XXI, que a cultura da mandioca se

afirmou como alvo de interesse e reconhecimento em termos mundiais e no mercado

internacional.

A mandioca é o terceiro alimento de fonte proteica dos trópicos, ficando atrás do

milho e arroz, com a particularidade de que, a maioria da cultura é cultivada por

pequenos e pobres agricultores, tendo as mulheres uma dependência forte, em que

assentam na cultura a ferramenta para uma segurança alimentar para si e para os seus.

Page 13: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

Mestrado em Direito à Alimentação e Desenvolvimento Rural

Comércio Internacional e Marketing

9

Devido ao facto de ser uma cultura de recurso e maioritariamente limitada a uma

agricultura familiar e de subsistência, foi sendo negligenciada pela investigação e

desenvolvimento agrário. Até à três décadas atrás o conhecimento global da cultura era

escasso e incipiente. Só desde então é que começou a existir uma compreensão da

cultura, da sua importância e potencial no panorama agrícola e alimentar. Tendo-se

alcançado avanços significativos, mas no entanto, ainda continua muito abaixo do

conhecimento em relação a outras culturas como os cereais. Fazendo com que as

principais fraquezas da cultura sejam devido à falta de conhecimento que existe e não

propriamente a limitações de sobre-exploração ou de potencial alcançado.

O grande raio de adaptação agro-ecológica da mandioca permite-lhe crescer e ter

produtividades satisfatórias em zonas onde outras culturas não o podem fazer,

contribuindo assim, para uma base de uma segurança alimentar a um nível económico-

familiar e uma fonte importante de energia nas dietas alimentares. Admiravelmente com

uma grande tolerância a seca e capacidade produtiva em solos pobres, esta rude cultura

tem tido a sua adaptabilidade a modernas práticas agrícolas demorada.

A mandioca é vista várias vezes como um ingrediente pobre na oferta alimentar

que provem de culturas de tubérculos, apesar de ser uma parte essencial da dieta de mais

de metade de mil milhões de pessoas, e fornecer um modo de vida a milhões de

agricultores, processadores e comerciantes pelo mundo fora.

A mandioca pode crescer e desenvolver produtividades em zonas onde outras

culturas como os cereais não o conseguem, devido, em grande parte, a uma grande

resistência ao deficit hídrico e adaptabilidade a solos com baixos índices de fertilidade e

de estrutura. Com esta valência de adaptação a mandioca apresenta igualmente uma boa

resposta à utilização de fertilizantes e irrigação bem como a condições de alta

pluviosidade. A mandioca é uma cultura em que a gama de tractos culturais necessários

à sua exploração é altamente flexível, com um grande potencial de produção e eficiência

energética por unidade de terra cultivada.

Devido á sua alta resistência e capacidade de adaptação considerou-se que seria

uma cultura resistente de forma natural a pestes e pragas, o que, por sinal, permite um

grau de evolução enorme nas áreas de investigação e desenvolvimento de cultivares

mais resistentes e adaptáveis a diversos cenários, possibilitando ainda mais o aumento

Page 14: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

Mestrado em Direito à Alimentação e Desenvolvimento Rural

Comércio Internacional e Marketing

10

da sua capacidade de produção em conjunto com as já conhecidas potencialidades de

adaptação.

As produtividades de mandioca podem ser muito elevadas, entre valores de 30 a

40 t por ha, apesar da média mundial se situar à volta das 10 t/ ha, esta discrepância de

valores possibilita, numa análise imediata e projectando condições óptimas, um

potencial de crescimento da produção na ordem dos 50 a 75%, fazendo com que faça

parte da gama de culturas estratégicas ao cenário de falta de alimentos e

constrangimentos ao aumento de produtividades de outras culturas essenciais a uma

segurança alimentar global.

A cultura é propagada vegetativamente, com utilização de estacas preparadas

durante a colheita da cultura anterior. As estacas de propagação têm cerca de 30 cm o

que faz com que ocupem um grande volume, não são fáceis de armazenar e têm um

custo de manuseamento alto. A reprodução vegetativa sofre de defeitos ao nível da

manutenção da carga genética mais favorável a um aumento de produção, fazendo com

que a capacidade selectiva de híbridos por cruzamento sejam práticas, com efeito mais

reduzido em percentagem de suporte genético, resultando numa adaptação de novas

variedades mais lenta em relação a outras culturas.

Tem existido uma necessidade de promover uma mudança no meio de propagação

da cultura, de modo a que os custos de logística e eficiência operacional diminuam, e

possibilite uma intervenção em larga escala para produções comercias, baixando os

custos directos de produção.

A mandioca foi, e ainda é, devido à natureza da sua produção, considerada como

uma cultura de subsistência de pequenos agricultores e de agricultura familiar, mas já é

cultivada em grandes plantações de foco comercial, para fornecimento de matéria-prima

a uma indústria de transformação.

A cultura é usada de forma típica como reserva e ferramenta de intervenção a

fenómenos de fome e escassez de alimentos. Dado que ela não tem um ponto de

maturação definitivo, a sua colheita pode ser atrasada consoante necessidades de

mercado e de consumo, constituindo a plantação como forma de armazenamento e de

gestão de stocks de matéria-prima ou produto alimentar, para fornecimento a unidades

de consumo familiar ou de processamento.

Page 15: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

Mestrado em Direito à Alimentação e Desenvolvimento Rural

Comércio Internacional e Marketing

11

Sendo uma cultura de tubérculo, requer uma necessidade de trabalho considerável

nas suas operações de colheita. O tubérculo é altamente perecível e susceptível de

degradação, por tal, a necessidade de processamento é imediata, com um intervalo

inferior a 24 horas, de modo a que possa ser armazenável ou conservada. Tudo isto faz

com que a cultura em termos competitivos seja de custo mais alto e extremamente

necessitada de mão-de-obra ao seu cultivo e processamento do que outras culturas

fornecedoras de carbo-hidratos à alimentação humana.

A mandioca é frequentemente relegada para solos e zonas de produção mais

pobres e marginais, devido à competição com culturas de alto rendimento e de maior

valor comercial. Esta tendência pode acentuar-se devido a um aumento da capacidade

dessas culturas em adaptação a essas áreas mais marginais fruto da investigação que se

promove sobre elas. Podendo, por tal, as zonas para a cultura da mandioca serem

invariavelmente áreas com mais prospecção a seca ou inundações, para não falar que

essas zonas são geralmente caracterizadas por fracos acessos e deficientes estruturas de

apoio.

A mandioca ainda sofre de um estigma de má informação junto do consumidor

devido aos glicósidos cianogénicos. Em que a mandioca é tóxica se não for preparada

ou processada de modo a ser desintoxicada, mas na verdade as variedades alimentar

podem ser comidas cruas, no entanto, em contraponto, são mais susceptíveis a ataques

de pragas e doenças.

No geral a mandioca é considerada como uma cultura com capacidade de

crescimento no mercado de consumo mundial, não apenas em quantidade mas também

em diversidade de produtos.

Os produtos acabados de mandioca têm de competir em mercados de grão,

portanto o baixar de custos de produção torna-se essencial para a sua viabilidade como

cultura industrial. Desenvolve-se assim um menor interesse na investigação e

desenvolvimento na cultura em comparação com outras culturas, já por si de grande

viabilidade e importância nos mercados mundiais. Esta falta de investigação resulta não

só num menor desenvolvimento de produtos acabados da mandioca mas também para

uma produção de maior variabilidade e com métodos processuais não definitivos e

parametrizados, promovendo uma má qualidade e diferenciação nos produtos finais.

Page 16: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

Mestrado em Direito à Alimentação e Desenvolvimento Rural

Comércio Internacional e Marketing

12

Como produto da mandioca o amido tem ganho um papel preponderante devido a

aspectos de sabor, organolépticos e de multi-aplicabilidade em diversas indústrias com

procura e potencial para nicho de mercado.

5.2 Produto Mandioca, do presente para o futuro É reconhecido que os produtos e derivados da mandioca detêm um potencial de

desenvolvimento de oportunidades de mercado, as quais para serem aproveitadas terão

que ser guiadas por factores estratégicos de intervenção a uma evolução positiva da

mandioca no mercado.

A mandioca é a base de uma multi-gama de produtos, incluindo comida, farinha,

ração animal, álcool, amidos para o dimensionamento de papel e de têxteis, adoçantes,

comidas preparadas e produtos biodegradáveis. Os produtos são derivados da mandioca,

desde as raízes às folhas, sendo que o seu grau de processamento e os requisitos

técnicos tendem a aumentar desde do produto em fresco ao fabrico e extracção do

amido.

Apesar de a mandioca ser vendida em fresco, como as suas folhas, mesmo estes

produtos necessitam de um processamento pós colheita de modo a possibilitar o seu

consumo. Por tal toda a cadeia de valorização que é necessário para esta cultura através

de processamento, agro-indústria e de todo o processo de conservação a jusante da

produção agrícola torna-se a base essencial para uma estratégia de desenvolvimento da

cultura e os seus produtos. Será dai que a implementação no mercado terá as suas

vantagens para os produtos/culturas concorrentes, pode-se dizer que o futuro da

mandioca se encontra na sua agro-indústria e processamento, sendo que uma produção

mais estável e previsível tanto em quantidade e qualidade será a ferramenta que o

viabilizará.

Enquanto as potencialidades de mercado são enormes, identificáveis e exploradas

desde o ano 2000, a não uniformização do produto e da oferta, tornam estas

oportunidades limitadas e específicas em local e tempo.

As oportunidades de mercado são diversificadas, diferenciadas e especificas entre

si, o que tem resultado numa dificuldade em desenvolver uma lista de prioridades ou

guia orientador de medidas e prioridades globais, face á pouca maturação de alguns dos

Page 17: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

Mestrado em Direito à Alimentação e Desenvolvimento Rural

Comércio Internacional e Marketing

13

produtos existentes e possibilidade de penetração em novos mercados bem como a

diferenciação que existe na produção mundial.

O desenvolvimento da mandioca encontra-se assim fragmentado, pela

possibilidade de crescimento em diversas oportunidades de mercado, que variam

consoante os produtos finais concebidos, importa portanto caracterizar estratégias de

desenvolvimento e de penetração em mercados de consumo consoante os produtos

produzidos pelas diversas partes da planta. O aproveitamento segmentado da planta

permite definir uma estratégia segmentada em oportunidade de mercado, de modo a que

um unir de pontas se conclua numa avaliação estratégica ou global ao desenvolvimento

da cultura no mercado mundial.

5.2.1 Produto: O Tubérculo e as Folhas

Tubérculos frescos e folhas são usados primeiramente como Alimentação

humana. Por causa da sua perecibilidade existe uma necessidade de comercialização do

produto perto das suas zonas de produção. Métodos tradicionais de preservação em

fresco normalmente se desenvolvem na envolvência das raízes em cobertura húmida, ou

pelo retirar das folhas duas semanas antes da colheita.

Na Colômbia, investigação da CIAT2 proporcionou a que o comércio de

exportação em fresco tivesse as suas condições base para um crescimento. Foi definido

que a preservação por mergulho em cera ou parafina, seguido do armazenamento em

sacos de plástico, reduzia o rachar dos tubérculos conserva o teor de humidade interior e

aumenta a capacidade de armazenagem em duas a três semanas, o que proporcionou o

desenvolvimento de técnicas que hoje são aplicadas e possibilitam a comercialização de

mandioca em fresco num contexto global. A Costa Rica foi a pioneira em demonstrar o

sucesso de estratégia de exploração da mandioca em fresco, pela maneira atractiva e

utilitária de embalamento e uso da raiz.

As raízes podem ser peladas, cortadas em pedaços e congeladas, a possibilidade

de vender a mandioca pré cozinhada congelada ou em vácuo é por si um novo eixo de

oportunidade de mercado especializado face à emergência dos fenómenos de migração e

com a necessidade dos novos hábitos alimentares que se formam nas regiões alvo das

2 Centro de Investigação de Agricultura Tropical

Page 18: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

Mestrado em Direito à Alimentação e Desenvolvimento Rural

Comércio Internacional e Marketing

14

migrações, onde as comunidades não se desligam dos seus costumes, antes pelo

contrário fortalecem os laços afectivos a toda uma cultura e gastronomia, promovendo

uma nova oferta culinária e alimentar, que tem a tendência de ser mais valorizada à

medida que penetra nos hábitos comuns da região. Também aqui o crescimento do meio

urbano nos países produtores se transforma como veículo de um aumento da procura

destes alimentos e consequentemente uma necessidade de em termos produtivos existir

uma melhoria da oferta, estruturando-se assim uma base sólida para o crescimento no

mercado exportador.

As folhas de mandioca são comercializadas como produto sob a forma de

vegetais frescos, secos ou enlatados. As folhas de mandioca tem um equilíbrio

nutricional maior do que os tubérculos e o seu consumo tem um efeito preventivo a

certas doenças. Apesar do seu consumo em fresco ser possível este pode ser

condicionado pelo possível valor alto de ácido hidrocianico, este efeito pode ser

facilmente controlado pela cozedura ou moagem.

Um factor que é promotor ao desenvolvimento de oportunidades para os produtos

de mandioca em fresco é o aumento de rendimentos das populações e do fenómeno da

urbanização, por estes estarem associados e caracterizados por uma tendência de

consumo mais selectivo de alimentos, que implica que o crescimento do produto em

fresco está dependente do convenientemente embalado, de como é apresentado e

desejável, mais uma vez a estratégia da Costa Rica é dado como exemplo. Em que a

mandioca em fresco tem vindo a ganhar uma grande importância, pelo facto dos

circuitos de distribuição se tornaram mais eficientes e que possibilite uma exportação

onde predomina a qualidade e frescura do tubérculo, em conjunto com o aumento da

procura em mercados onde habitualmente o produto não se consumia.

O potencial para a mandioca em fresco em países produtores representa um

crescimento primeiro através da concentração e em segundo pela competição e

inovação.

O potencial para a mandioca em fresco em países não produtores representa-se

num crescimento pela competição e inovação.

Page 19: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

Mestrado em Direito à Alimentação e Desenvolvimento Rural

Comércio Internacional e Marketing

15

O crescimento pela concentração sugere a necessidade de melhorar a produção,

armazenamento, tecnologia de processamento e logística, eficácia de distribuição e uma

melhoria na infra-estruturação de apoio à cultura.

Neste âmbito reduzir os efeitos das pragas e doenças, particularmente nas

variedades alimentares, reduzir a concentração de HCN nas raízes e folhas, controlo de

infestantes, baixar os custos gerais de operações culturais são necessidades prioritárias.

O crescimento pela competição e inovação requer um implemento em toda a

cadeia de vários actores. Existe uma necessidade de desenvolver cada vez mais e

adoptar novas tecnologias de processamento para manter a frescura do produto e

promover a viabilidade em termos mundiais do produto em fresco. A necessidade de se

promover esta abordagem é a chave para o desenvolvimento dos mercados.

Enquanto se desenvolve e promove mercados para a mandioca em fresco é

necessário enquadrar factores que advêm do seu uso como produto de cozinha familiar e

tradicional, a forma, a cor, a facilidade de descasque, o tempo de cozedura, aroma e

sabor.

5.2.2 Produto: Mandioca seca.

Em muitos países de África e América latina a mandioca é processada em casa ou

a um nível local e comunitário, de modo a produzir farinha torrada, farinha fina ou tipos

de pão.

Ilustração 2 - Secagem da Mandioca, Comunidade Rural, Malange, Angola

Page 20: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

Mestrado em Direito à Alimentação e Desenvolvimento Rural

Comércio Internacional e Marketing

16

Estes produtos que sempre foram produzidos em pequena escala, podem e são

produzidas em média e larga escala, com soluções modulares faces á disponibilidade de

produção matéria-prima.

A mandioca conservada em seco e processada em forma de pellet ou tiras secas

como ingrediente para ração animal, é um produto de sucesso em indústrias na Europa

sendo os principais exportadores a Tailândia e Indonésia. A Tailândia, China, Brasil e

Paraguai são regiões que incorporam o produto na alimentação não intensiva de

suiniculturas, aviários e aquacultura. Na maioria dos outros países cerca de 20% é usado

em ração animal.

A mandioca em seco é usado como ração animal de fornecimento interno das

unidades de exploração pecuária ou piscícola desde à muito tempo, com essa

experiencia e com o aumento do uso em cada vez mais produtos comercializáveis, uma

óptica de crescimento de mercado tem ganho preponderância devido ao reconhecimento

do equilíbrio que promove à constituição nutricional da ração.

Os hábitos alimentares e de vida no meio urbano tem uma consequência na

diminuição da procura de alimentos frescos e por preparar, em contraposição surge o

aumento de procura de alimentos fáceis de comprar, de conservação e preparo rápido e

fácil. Assim é naturalmente que a mandioca tem vindo a ganhar importância nos

mercados através de produto embalado, farinha e pães.

A farinha de mandioca está implementada no mercado mundial à uma década

sendo que o seu consumo tem vindo a crescer, este aumento de procura deriva não só do

aumento de qualidade dos produtos mas também pelo fenómeno da migração.

A farinha de mandioca tem sido alvo de investigação para uso regular na indústria

de panificação, devido à grande dependência de por exemplo países africanos da

importação de trigo para o fabrico do pão. A indústria brasileira tem levado a cabo

programas de incorporação de farinha de mandioca, tendo tido resultados da mistura de

20% de farinha mandioca sem adulteração da qualidade do produto final, mais uma vez

nesta área prevê-se uma oportunidade de crescimento e aplicação de um produto da

mandioca.

Page 21: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

Mestrado em Direito à Alimentação e Desenvolvimento Rural

Comércio Internacional e Marketing

17

A mandioca em seco na forma de ração, pellet, granulado é hoje em dia um

importante ingrediente para a alimentação animal. Numa lógica de aproveitamento de

recursos domésticos, os países produtores de mandioca tendem a aumentar a produção

pecuária, por tal entende-se que a necessidade para o fornecimento de ração animal irá

aumentar em comparação.

A mandioca em seco ou em fresco pode ser usada para produção de cola e álcool.

Estes mercados, especialmente a cola e álcool anidro, representam um potencial de

crescimento grande em muitos países, tendo como estratégia um fornecimento de

produto mais barato a uma procura alta mas não exigível em qualidade

Esta potencialidade diversificada da mandioca representa-se em crescimento

através da concentração, inovação e competição, a combinação entre os factores é

delineada pelas especificidades das zonas de produção.

Devido à grande variabilidade de métodos e práticas de crescimento, tem que se

ter atenção a estratégias de desenvolvimento enquadráveis com os sistemas de produção

existentes, referenciando uma óptica de avaliação a todo um sistema de mercado de

mandioca.

O crescimento pela concentração requer melhorias em produção, armazenamento,

Tecnologia de processamento e na infra-estruturação. Crescimento pela inovação sugere

uma necessidade de I&D ajudar a desenvolver novos ou refinação dos já existentes.

Os produtos e aproveitamentos que se faz ao nível local e numa óptica familiar

devem ser alvos de intervenção adaptativa para uma comercialização mais apetecível e

com isso desenvolver-se uma política de produtos em que a sua aceitação seja de

benefício não só para os países produtores a um nível de pequena escala mas também a

um nível maior para países importadores de mandioca, levando consigo uma identidade

própria às raízes da cultura e gastronomia dos pais produtores, o blend e a estratégia de

produto diferenciado é uma excelente ferramenta para a penetração do mercado de

exportação suportado pelo desenvolvimento da produção da cultura em cenários de

produção mais pobres mas altamente específicos e chamativos, como são caracterizados

os Africanos.

Page 22: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

Mestrado em Direito à Alimentação e Desenvolvimento Rural

Comércio Internacional e Marketing

18

Uma forte investigação com o objectivo de constituição de alternativas à matéria-

prima para a ração animal a partir das culturas de grão, é hoje uma actividade em forte

intensidade e desenvolvimento. A mandioca para ser elegível nesta necessidade de

mercado terá que sofrer uma diminuição de custos na sua produção, de facto esta

característica da cultura é transversal, essencial e de grande importância a qualquer

desenvolvimento de oportunidade de mercado Global. Enquanto que a garantia de

fornecimento a um ritmo constante pelo ano todo e a evolução de uma qualidade

parametrizada ao longo dos anos têm vindo a sofrer melhorias, a questão do seu índice

de custo em relação às culturas cerealíferas formam de facto um impedimento a uma

competição como matéria-prima base e não secundária à indústria de transformação em

ração animal. A investigação e Desenvolvimento são necessárias para esta tarefa, dado

que em termos de qualidade nutricional o produto é de óptimo aproveitamento.

5.2.3 Produto: O amido

O amido de mandioca tem um grande potencial de crescimento tanto no uso

industrial como humano. As propriedades únicas do amido de mandioca, sugerem

aplicações para mercados específicos tais como alimentação para bebés, produtos não

alérgicos e alimentação hospitalar. O amido pode ser modificado para prover

características que são requeridas por sectores da indústria alimentar mais específicos.

Podendo competir com outros amidos para a produção têxtil, dimensionamento de

papel, cartão ondulado, adesivos e colas, adoçantes, industria farmacêutica, produtos

biodegradáveis, butanos e acetona e explosivos. Este potencial representa-se em

crescimento pela inovação e competição.

O crescimento pela inovação requer um esforço ao nível de I&D, enquanto que o

crescimento pela competição pode requerer melhoramentos e intervenções em toda a

cadeia sectorial da mandioca. Nota-se assim que o produto amido requer toda uma

abordagem integrada ao seu desenvolvimento dado ser porventura o produto com maior

capacidade de crescimento numa óptica comercial global. É o produto da mandioca de

maior relevo no mercado das exportações, sendo afectado por medidas e politicas de

comércio internacional especificas, como impostos, tarifas internacionais e

proteccionismo produtor. O mercado internacional do amido se desenvolve em regras e

apoios próprios diferenciando amidos derivados de culturas e amidos de concepção

modificada. A análise neste contexto requer portanto uma avaliação comercial sobre a

Page 23: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

Mestrado em Direito à Alimentação e Desenvolvimento Rural

Comércio Internacional e Marketing

19

industria produtiva mais abrangente, o que não deixa de ser extremamente importante o

facto de a mandioca promover uma forte ligação vertical ao produtor em termos de

beneficio económico, social e cultural, factores que pesam numa avaliação contextual

sobre indústrias a investir.

È patente que face à multi-aplicabilidade do amido da mandioca em

competitividade é por si um factor de oportunidade de mercado, sendo que os mercados

domésticos terão que promover uma I&D capaz de identificar produtos com aptidões

específicas e assim existir um diferenciamento concorrencial e vantajoso face aos

amidos existentes no mercado.

5.3 Analise SWOT

Cabe referir que numa base experimental e dado à possibilidade de análise e

construção mediante interpretação própria, desenvolve-se aqui uma ferramenta que se

quer de uma maneira resumida e condensada apresentar as principais características da

cultura face ao mercado internacional.

A matriz SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats) constitui um

instrumento de decisão estratégica, que se apoia em quatro temas na sua análise: forças,

fraquezas, oportunidades e ameaças. Para cada um dos quatro temas foram identificadas

as variáveis que os definem, após a identificação enquadrámo-las em cinco

agrupamentos de parâmetros que as caracterizam, de forma pragmática e objectiva. De

modo a determos um resultado macro e consequente uma avaliação estratégica do

produto mandioca e sua evolução no mercado global.

Page 24: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

Mestrado em Direito à Alimentação e Desenvolvimento Rural

Comércio Internacional e Marketing

20

Tabela 3- Análise das forças da matriz SWOT

Tabela 4 -Análise das fraquezas da matriz SWOT

Tabela 5 -Análise das oportunidades da matriz SWOT

A perecibilidade e toxicidade altas são controladas por processos simples F1

O equipamento de processamento é de baixa especialização e de facil uso e aplicabilidade F1

Processamento adaptavel em pequena. Media e larga escala F1

Capacidade de produção em solos pobres F2

Tolerância a deficit hidrico F2

Rendimento Rural F3

Empregabilidade Rural F3

Investimento Rural F4

Segurança Alimentar F5

Forças

Custos de produção e processamento altos no mercado competitivo f1

Grande necessidade de mao de obra no processamento f1

Falta de parametrização cultural f2

Falta de parametrização industrial f2

Circuitos de distribuição e embalamento fracos f3

Infraestrturas de processamento de baixa qualidade f4

Alta perecibilidade f5

Variabilidade de qualidadee no produto final f4

Cadeia de processamneto morosa f5

Fraquezas

Especificação de variedades adaptadas a maquinaria agricola O1

Eficiencia de operaçoes culturais O1

Implementação em novas dietas alimentares O2

Consumo de mandioca diariamente sem sinais de intoxicação O2

Materia prima à industria de ração animal O3

Incorporação em larga escala na industria da panificação O3

Industrias consumidoras de amido O4

Produção de etanol e a Bioenergia O5

Oportunidades

Page 25: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

Mestrado em Direito à Alimentação e Desenvolvimento Rural

Comércio Internacional e Marketing

21

Tabela 6 - Análise das ameaças da matriz SWOT

5.3.1 Critérios de quantificação e conjugação de parâmetros

Neste ponto analisam-se e quantificam-se as interacções entre os diferentes

parâmetros conjugados dois a dois na matriz SWOT. O método quantifica as forças,

fraquezas, oportunidades e ameaças relacionadas entre si, considerando relações

binomiais entre os parâmetros em análise: segundo a forma como se conjugam em cada

um dos quadrantes. Resultando numa análise em que se quantifica num âmbito de uma

estratégia global de mercado a Potencialidade, Debilidade, Capacidade e

Vulnerabilidade.

O critério de quantificação simplifica-se a três valores, 0 – sem intensidade, 1 –

intensidade média, 2 – intensidade alta. A interacção entre os parâmetros considerados

dois a dois foi analisada e quantificada segundo os critérios supracitados e resume-se na

matriz que se segue:

Presença de glucosidos cianogenicos linamarino e lotaustralino A1

Toxicidade da mandioca A1

Competitividade A2

Baixa quantidade e qualidade de proteina A3

Ausência de estratégia no mercado mundial A4

Indice de Investigação e Desenvolvimento baixo A5

Ameaças

Tabela 7

-

::::::::::::

:::::

Page 26: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

Mestrado em Direito à Alimentação e Desenvolvimento Rural

Comércio Internacional e Marketing

22

Tabela 8- Interacção entre os parâmetros considerados.

5.3.2 Análise e quantificação de quadrantes

Procede-se de seguida à quantificação dos valores absolutos dos quatro quadrantes. Paralelamente, procede-se à quantificação dos valores das

diferentes linhas e colunas da matriz por quadrantes e por agrupamentos de quadrantes.

Page 27: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

Mestrado em Direito à Alimentação e Desenvolvimento Rural

Comércio Internacional e Marketing

23

Tabela 9 - Análise e quantificação de quadrantes.

5.3.3 Análise e interpretação da matriz SWOT

O conjunto de interacções mapeado pela matriz permite identificar, as oportunidades mais acessíveis, as ameaças com maior potencial de

impacto, as forças mais actuantes e as fraquezas mais prejudiciais e susceptíveis.

Page 28: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

Mestrado em Direito à Alimentação e Desenvolvimento Rural

Comércio Internacional e Marketing

24

De seguida com a análise efectuada concebe-se uma quantificação de factores

para uma estratégia com maior potencial de eficácia.

Tabela 10 - Quantificação de factores

5.3.4 Análise do Posicionamento Estratégico

Quantificação relativa de quadrantes:

A metodologia usada considera o peso relativo acumulado de cada quadrante,

relativamente ao resultado do somatório máximo de um quadrante (Qi).

Tabela 11 - Quantificação relativa de quadrantes

Q1 - Potencialidades de Actuação Ofensiva de 68% ( Forças & Oportunidades);

Q2 - Capacidade de Defesa 52% (Forças & Ameaças);

Q3 - Debilidade 60% (Fraquezas & Oportunidades);

Q4 - Vulnerabilidade 60% (Fraquezas & Ameaças)

Quantificação da capacidade ofensiva:

Operações Culturais Modernas 15

Dietas Alimentares sem toxicidade 13

Multi-aplicabilidade do amido 13

Competitividade 15

Fraca I&D 14

Ausencia de Estratégia 14

Segurança Alimentar 14

Geradora de rendimento Rural 14

Adaptação de produção competitiva 12

infraestrturas de processamento de baixa qualidade 16

Ausencia de parametrização de praticas 14

Custos altos 12

Que Oportunidades

são mais acessiveis

Que Ameaças têm

mais impacto

Que forças a serem

seguidas numa

estrategia

Que fraquezas a

compensar na

estrategia

FORÇAS Q1 Q1/∑Qi 68% Q2 Q2/∑Qi 56%

FRAQUEZAS Q3 Q3/∑Qi 60% Q4 Q4/∑Qi 60%

AMEAÇASOPORTUNIDADES

Page 29: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

Mestrado em Direito à Alimentação e Desenvolvimento Rural

Comércio Internacional e Marketing

25

Tabela 12 - Quantificação da capacidade ofensiva

A análise faz um balanço das forças e fraquezas face ao parâmetro oportunidades

– captura de oportunidades (Q1 – Q3 = 8 %). A capacidade ofensiva da Mandioca em se

implementar é positiva. Esta capacidade deverá ser considerada e ponderada como

importante factor para potenciar o processo de desenvolvimento de oportunidades de

mercado.

Quantificação da capacidade defensiva (neutralização de ameaças):

Σ Q2 – Σ Q4= -4%

A análise SWOT revela um contexto favorável a um desenvolvimento da cultura

no mercado global. A Capacidade de neutralização de ameaças é negativa mas a

capacidade ofensiva neutraliza a combinação de fraquezas internas e ameaças. A

orientação estratégica deverá reforçar-se aos possíveis efeitos das ameaças.

5.3.5 Análise do posicionamento estratégico global:

(Σ Q1 + Σ Q3) - (Σ Q2 + Σ Q4) = 12%

Ilustração 3 - Escala de posicionamento

Posicionamento estratégico equilibrado próximo de favorável, o que revela a

propensão crescente da cultura a um posicionamento de mercado em torno de uma

estratégia de desenvolvimento em oportunidades para crescimento e expansão.

FORÇAS Q1 Q1/∑Qi 68% Q2/∑Qi 56%

FRAQUEZAS Q3 Q3/∑Qi 60% Q4/∑Qi 60%

Capacidade Q1-Q3 Cap. Ofensiva 8% Cap.Defensiva -4%

AMEAÇASOPORTUNIDADES

(Q1+Q3)-(Q2+Q4)

12%

POSICIONAMENTO

ESTRATÉGICO

↘-100% -20% 0% 20% 100% 200%-200%

ESCALA DE POSICIONAMENTO

12 % - INDICE DE POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO

DA MANDIOCA NO MERCADO GLOBAL

Muito Desfavorável Desfavorável Equilibrado Favorável Muito Favorável

Page 30: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

Mestrado em Direito à Alimentação e Desenvolvimento Rural

Comércio Internacional e Marketing

26

Leitura comparada dos valores dos quatro quadrantes:

Q1 (68%)> Q3 (60%) = Q4 (60%)> Q2 (52%) ou seja

Q1 (Forças/oportunidades)> Q3 (fraquezas/oportunidades) =

Q4 (ameaças/fraquezas)> Q2 (Forças/Ameaças)

A relação entre os parâmetros Forças/Ameaças revela o valor mais frágil do

contexto enquanto o binómio Forças/Oportunidades tem o valor mais elevado da relação

de forças da matriz.

A análise demonstra um potencial ofensivo que importa valorizar, tendo ainda um

peso global dominado pela capacidade de neutralização de ameaças. A estratégia deverá

passar pela criação de condições que permitam neutralizar as ameaças que actualmente

condicionam o desenvolvimento e expansão da mandioca, melhorando a capacidade de

resposta, isto é, uma abordagem integrada ao sector produtivo e diversificação da

actividade comercial. Paralelamente, é fundamental coordenar esforços e sensibilizar

para a importância da cultura como garante actual de segurança alimentar e como

elemento essencial ao desenvolvimento sustentável do meio rural onde está inserida.

Para redução do impacto das ameaças propõe-se uma forte aposta na Investigação

e Desenvolvimento em diversas áreas, como operacionalidade cultural com capacitação

e introdução de tecnologias e soluções adequadas às condições naturais, a toxicidade

alimentar e processos de industrialização. Esta estratégia combate igualmente as

fraquezas mais actuantes. Em vista está a adequação das soluções aos diferentes meios

rurais e a definição de soluções que imprimam aos sistemas de produção

competitividade e promovam a sua progressiva orientação para o mercado.

6 A Mandioca: o Mercado e o Desenvolvimento – Considerações

Finais Numa primeira análise conclusiva torna-se claro que existe a capacidade de

crescimento em termos de mercados domésticos e a nível internacional para a

Mandioca, não esquecendo que o mercado internacional é caracterizado por

competitividade muito forte em termos de preços e volume.

Page 31: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

Mestrado em Direito à Alimentação e Desenvolvimento Rural

Comércio Internacional e Marketing

27

Segundo estimativas a mandioca tem uma capacidade de crescimento de 93 milhões

de toneladas em termos de mercados domésticos dado aos efeitos da concentração e

competição esperados, enquanto a China terá uma necessidade de aumento nas suas

importações de 23 milhões de toneladas, sendo considerado o maior potencial

importador Mundial, enquanto a Tailândia consolidará o seu estatuto como maior

exportador com um potencial aumento de 20 milhões de toneladas.

Estas estimativas terão que ser consideradas consoante um contexto de medidas

políticas de suporte e de avaliação ambiental e sustentabilidade.

De seguida importa realçar o contexto em que se desenvolve o sistema produtivo

desta cultura, sendo caracterizado a nível mundial pela importância que a pequena

escala e a agricultura nível familiar detêm. Para além do processamento e comercio

domestico e local, a cadeia de comercialização para o mercado de exportação em torno

do processamento desenvolve-se em que pequenos e médios agricultores promovem a

venda dos excedentes em fresco ou pré-processado, a uma unidade industrial de maior

dimensão que pode estar associado a produtores de maior dimensão. Nesta fase de

produção enquadra-se o embalamento e desenvolvimento de produtos baseado numa

estratégia de marketing, com a responsabilidade de distribuição aos consumidores.

Esta matriz de organização produtiva é a principal responsável que o impacto da

mandioca tem na promoção da segurança alimentar e combate à pobreza ao ser

favorecida a um mercado de exportação. Nenhuma cultura com a potencialidade da

mandioca está organizada desta maneira nem tem o consequente potencial de impacto

na redução de pobreza e capacidade de aumento do rendimento no meio rural.

Por tal o desenvolvimento de produtos comerciais e o crescimento em mercado são

de facto ferramentas estratégicas reais e activas a programas de Desenvolvimento.

O desafio de promover uma agricultura familiar e de contexto rural difícil a práticas

de produção enquadráveis numa estratégia de processamento industrial e de marketing

para um Mercado global, em que a uniformização de produto, capacidade de

fornecimento e de qualidade são necessárias, será o garante de um maior impacto da

cultura na redução da pobreza.

Page 32: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

Mestrado em Direito à Alimentação e Desenvolvimento Rural

Comércio Internacional e Marketing

28

Pelo contrário a necessidade de se prever a eventual mudança de uma

reestruturação produtiva tornar-se-á essencial, em que face a melhorias e oportunidades

de mercado em crescimento surge a transição de sistemas agrícolas de menor

dimensionamento para uma visão de operações em larga escala, com o deterioramento

dos pequenos agricultores. Por tal o plano de intervenção baseado no conceito de

concentração de produção tem que ser regido por políticas de apoio a economias

emergentes em estratégias de Desenvolvimento, responsáveis pela avaliação das

condições da cultura em penetrar nos novos mercados vis a vis não alterando uma

estrutura promotora de desenvolvimento humano, social e cultural em consonância com

um acrescento produtivo.

O desenvolvimento da mandioca no Mercado global tem que se basear numa

estratégia global em que a identificação dos mercados e que tipo de produtos são

necessários constitui-se como a primeira fase, ai uma análise industrial à cultura é

essencial.

A uniformização de produto a partir de processos industriais e de produção

parametrizada é absolutamente necessário a uma estratégia de marketing em termos

globais para a cultura.

O preço toma a sua posição decisiva numa estratégia de uniformização de produto,

em que o Mercado se adapta a uma realidade gerida à escala mundial, em que uma

qualidade é reconhecida a um preço que tem que ser obrigatoriamente competitivo e

consequentemente vá ao encontro das expectativas do consumidor, o embalamento,

produto pré cozinhado, garantia de fornecimento enquadram-se na necessidade de um

preço competitivo para se poder esperar um crescimento de mercado.

Devido às especificidades da produção mundial de Mandioca, existe uma

necessidade de organização produtiva em larga escala, países produtores mais

experienciados são afectados pela deficiência de produto em quantidade e qualidade por

parte de outros, que detêm uma grande parte da produção mundial e por tal têm um

papel preponderante na possibilidade de crescimento sustentável para um mercado em

expansão. A necessidade de parametrização de qualidades e produtos a nível mundial só

pode ser suplantada por uma estratégia organizativa seguida e elaborada pelos países

produtores, o esforço concertado e estrategicamente delineado a um espaço temporal e

Page 33: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

Mestrado em Direito à Alimentação e Desenvolvimento Rural

Comércio Internacional e Marketing

29

objectivos de produto, é o que permitirá à cultura da mandioca se implementar num

mercado alimentar e industrial. Caso não exista esta concertação de factores corre-se o

risco de que a evolução da produção não acompanhe a capacidade de crescimento do

mercado, tendo um impacto geral no atraso e aumento do défice de competitividade

para outras culturas.

Em muitos países em desenvolvimento, o comércio da mandioca é feito de forma

informal. A falta de uma cadeia madura de comercialização, infra-estruturas em más

condições, informação comercial de pouca fiabilidade, variação e falta de garantia de

fornecimento e baixa qualidade do produto, são invariavelmente os factores principais

que são apontados como limitantes ao comércio da mandioca.

Outro factor que terá grande importância no desenvolvimento da mandioca no

comércio será o factor Institucional do preço de mercado, em que as politicas

implementadas pelos principais importadores, baseadas nos preços domésticos das

culturas de cereais mais competitivos obrigará os mercados exportadores a

implementarem estratégias secundárias de exportação, não fugindo á necessidade de

apresentação de preços mais competitivos.

O comércio a um nível regional tem que ser continuamente promovido, pelo

assente que tem numa matriz produtiva à escala local, através de acções e programas de

incentivo ao processamento local, redes de partilha com divulgação de informação

comercial e a promoção de novos produtos para nichos de mercado.

Apesar das fragilidades do produto a questões de perecibilidade que incorrem num

aumento de custos ou menor eficiência de distribuição, levando a que produto seja

relativamente caro, este contraste pode ser ultrapassado pelo desenvolvimento das

unidades de processamento perto das unidades produtivas, em que produtos acabados

são fabricados sobre uma estratégia de marketing junto dos centros produtores.

Existindo assim a possibilidade de evoluir numa óptica de produtos de mais-valia como

pão, biscoitos, noodles, bolos, comida de bebés e adoçantes, em vez de existir um pré

processamento não final ao produto. A comercialização e o enfoque, mediante

oportunidades bem avaliadas, poderá realizar se no processamento em diversidade de

produtos acabados junto dos centros produtores.

Page 34: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

Mestrado em Direito à Alimentação e Desenvolvimento Rural

Comércio Internacional e Marketing

30

Outro factor de oportunidade já identificado é o que provem dos fluxos migratórios

para países desenvolvidos, em conjunto com a influência e o próprio despertar pelas

comunidades locais em provar comidas exóticas. O como cozinhar, preparar e degustar

tem que ser alvo de uma promoção e marketing. A culturalidade do produto, a sua

potencialidade e reconhecido impacto a uma Segurança Alimentar, são factores de

promoção e identificativos a uma imagem de marca junto do consumidor única e plena

de especificidade no universo dos produtos alimentares. A produção, comércio,

sustentabilidade e aspecto sócio cultural envolvente à cultura da Mandioca são factores

por si geradores de interesse ao seu consumo.

A utilização da mandioca como matéria-prima base industrial com capacidade de

crescimento, poderá ter como destino de maior crescimento a produção de Etanol,

ficando dependente de capacidade de fornecimento em escala e competitividade de

preço voltando o tema dos custos de operacionalidade e processamento a ser parte

fulcral na expansão da mandioca para utilização em escala crescente na indústria

bioenergética. Sendo o exemplo da China reconhecido como de sucesso na estratégia

adoptada para fornecimento à produção de Etanol, como investimentos de considerável

dimensão no sector produtivo do país e uma capacidade de procura e angariação de

produto nos mercados internacionais. A expectativa e o crescente mercado da

bioenergia, com os programas de integração de obrigatoriedade de etanol no mercado

dos combustíveis faz com que exista uma necessidade de oferta cada vez maior e por tal

o potencial de crescimento para a mandioca é real.

Estes factores e os demais já identificados tal como a forma macro de intervenção

estratégica para uma afirmação da cultura como ferramenta de combate à pobreza e

contribuidora a uma crescente necessidade alimentar mundial, é por sim um desafio de

sucesso que se traduz na complementaridade entre políticas de Desenvolvimento e de

Mercado.

Resumindo existem grandes oportunidades de mercado para esta cultura, na maioria dos

casos o crescimento domestico é mais favorável do que propriamente num plano

internacional, tendo como uma óptima vantagem a capacidade de mitigação de uma

insegurança alimentar bem pungente na maioria dos países produtores de Mandioca

.

Page 35: INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA Mestrado em Direito ...mdadr.weebly.com/uploads/5/8/8/5/5885454/cim_-_tp1.pdf · Lenda Tupi1 Em O Selvagem de Couto de Magalhães 1 Povo indígena

Mestrado em Direito à Alimentação e Desenvolvimento Rural

Comércio Internacional e Marketing

31

7 Referências bibliográficas

(2006). China Tapioca Market Research, acesso em 29.05.2011

<http://www.dft.moc.go.th/the_files/$$8/level4/00003299_China%20Tapioca%

20Market%20Research-Final.pdf>;

Alternativas de agroindustrialização para a cooperativa mista do vale de Ivaí

(1993).QUANTA – Sistemas Produtivos, Curitiba;

AUSAID - Cassava Trade information Brief, acesso em 03.06.2011,

http://www.sadctrade.org/files/Cassava-Trade-Information-Brief.pdf>;

DELAYEN, C.(2007). The Common Agricultural Policy: A Brief Introduction,

Institute for Agriculture and Trade Policy, Minneapolis, Minnesota;

DINIZ, F. (2004). Formas alternativas de aproveitamento da mandioca.

Embrapa – Recursos Genéticos e Biotecnologia. Brasília. Brasil;

EMBRAPA. (2005). Cassava the Bread of Brazil. Brasilia, Brasil;

FAO (2000). The world cassava economy, acesso entre 16.05.2011 e

30.05.2011, <http://www.fao.org/docrep/009/x4007e/x4007e00.htm>;

FAO. (Anos diversos). FAO Trade Statistics. Rome, Italy;

FAOSTAT. Acesso entre 16.05.2011 e 10.06.2011,

<http://faostat.fao.org/default.aspx>;

HWA, Ho Rih. (1988). Eating Salt: An Autobiography. Singapore: Times Books

International.

KOLAWOLE, P. et al. (2010) Sustaining World Food Security with Improved

Cassava Processing Technology: The Nigeria Experience

MAGALHÃES, C. (1876).O Selvagem. Rio de Janeiro. Tipografia da Reforma;

MARQUES, J., Maggioni, D. (data desconhecida) Utilização dos Subprodutos

da Mandioca na Alimentação de Ruminantes. UFRB. Brasil;

PHILLIPS, T. P. (2009). The Market for Cassava in the World.

REINHARDT,H. (2008). Cassava in Asia: A Potential new Green Revolution

in the making.

TIJAJA, J. (2010), The Evolution and Organization of cassava value chains in

Global trade landscape: lessons for africa from thailand, Open University:

Reino Unido;

USET, N. (2008). Producción de Mandioca y sus Usos. Ministerio de Desarrollo

Social de la Nación. Montecarlo

VESSIA, A. (2007), Cassava: the Food of the Poor for Future Food Security,

acesso em 06.06.2011,

<http://www.newsfood.com/q/6333/cassava_the_food_of_the_poor_for_future_

food_security/ 30 August 2007>;

WORLDBAN. Acesso entre 16.05.2011 e 30.05.2011.

<http://www.worldbank.org/>;