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Insuficiência Renal Aguda
Natália - 2006
• Caso 1- Paciente masculino, 72 anos é internado com queixa de anúria há mais de 12 horas e dor suprapúbica.
• Caso 2- Paciente masculino, 58 anos, portador de Diabetes Mellitus tipo 2 e Hipertensão Arterial está internado na UTI por Pneumonia e Insuficiência Respiratória Aguda há 17 dias. No momento em uso de CEFEPIME e AMICACINA.
• Caso 3- Paciente feminina de 64 anos, sabidamente portadora de ICC TF III é internada por dispnéia e oligúria
Exames:Caso 1- Cr- 4,8 Uréia- 289Caso 2- Cr- 1,8 Uréia- 158Caso 3- Cr- 1,9 Uréia- 150
Definição
O que é Insuficiência Renal Aguda?
• Mais de 30 definições
• Síndrome heterogênea
• Pobre correlação entre definição/desfechos
• Marcadores urinários são de pouco auxílio na condução dos casos
Necessidade de consenso na definição
• DRC• IAM• Ranson• Child-Pugh
– AUXILIAM MELHORES DESENHOS DE ESTUDOS. ESTUDOS COMPARÁVEIS. MAIOR FACILIDADE NA CONDUÇÃO DOS CASOS.
Definição Clássica
ADQI:
Critérios para Definição de IRA:
-Declínio da TFG deve ser abrupto (1 a 7 dias)-Deve ser sustentado por mais de 24 horas-Relação entre Creatinina sérica e TFG depende da fase da IRA:
-Durante a fase de injúria a Cr superestima a TFG-Durante a fase de recuperação, subestima a TFG-“Steady state” com respeito a Cr pode não ser alcançado -até TRS ser iniciada -Pra ambos: Cr e TFG, modificações devem sempre ser analisadas de acordo com os valores basais, se possível.- Se desconhecido: usar MDRD????
Marcadores de Lesão Renal
Marcadores Urinários
Teste Pré-renal NTA
BUN/Cr >20:1 10-15:1
EAS Normal ou com Cilindros cilindros hialinos granulosos
*Atentar para eosinofiluria-NTI ou hematúria, leucocitúria e proteinúria- glomerulonefrite
Na U <25mEq/l >40mEq/l
FENa <1 >1
Osmolalidade
Urinária >500mosmol/Kg 300-350
Rose et al, 1994
Problemas
• Como interpretar marcadores urinários em pacientes já manuseados terapeuticamente:– Diuréticos– Drogas vasoativas
– O conhecimento dos marcadores urinários muda a sua conduta?
Qual é o melhor marcador sérico/urinário para IRA
• Método Complexidade Acurácia Aplicação Clínica
• Creatinina Sérica + + ++++
• Depuração da Creatinina ++ ++ +++
• Depuração da Inulina ++++ ++++ +
• Depuração de Radioisótopos ++++ +++1/2 ++
• Estimativa da Depuração +1/2 +1/2 +++
• Cistatina C AINDA EM TESTE 2microglobulina AINDA EM TESTE
Considerações sobre a Creatinina sérica como estimador da função renal em IRA:
-Fatores que influenciam a produção de creatinina: -Aumentam: trauma, febre, imobilização. -Diminuem: doença hepática, idade
-Reabsorção tubular (backleak): pode ocorrer em condições de baixo débito urinário.-Hipervolemia altera a dosagem de cr sérica (<)-Não há informação da depuração extra-renal na IRA-Frequentemente não há estado de equilíbrio
Depuração de Creatinina vs Depuração da Inulina em IRA:
Epidemiologia
• Até 5% da população hospitalar geral• Até 30% da população em UTI• Alta mortalidade- 50%• Maior mortalidade em presença de outras
falências orgânicas• Melhor desfecho em IRA pós renal,
Comunitária e Não-UTI• Principal causa: NTA; Atenção:
Multifatorial
Insuficiência Renal Aguda Pré-Renal:
Patogênese da Insuficiência Renal Aguda Pré-Renal
Insuficiência Renal Aguda Pré-Renal
-Depleção de Volume-Diminuição do volume sanguíneo efetivo:
- ICC- Cirrose-Sd Nefrótica-Sepse
VC Renal:-Sd Hepato-renal-Hipercalcemia-AINH
Hemodinâmica intra-renal alterada:-IECA/BRAT
Aumento na pressão da Veia renal:-Sd compartimental abdominal
Insuficiência Renal Aguda Pós Renal
Fisiopatologia da IRA pós-Renal:-Precoce:
Aumento da pressão intratubularAumento do FPR (PG)
-Intermediária (2 a 5 horas):Pressão Intratubular aumentada
Diminuição do FPR (Aumento da Pressão interstícial)-Tardia (>24 horas):
Pressão intratubular normalDiminuição importante do FPR (30 a 50% do normal) AII e TXA2.
Etiologia da IRA Pós-Renal:
• Obstrução do TU superior: Obstrução do TU Inferior:• Intrinseca: - HPB
– Nefrolitíase - Ca prostata– Necrose de papila - Ca cels transicionais– Coágulo - Estenose uretra– Ca de cels transicionais - Cálculo de bexiga
• Extrínseca: - coágulo– Neoplasia maligna pélvica - Bexiga neurogênica
ou retroperitoneal– Fibrose de Retroperitôneo– Endometriose– Aneurisma de Aorta Abdominal
Diagnóstico da IRA pós renal:
• Volume residual da bexiga >100ml
• Estudo radiológico:
– USG
– CT
– Medicina Nuclear
– Pielografia retrógrada
– UGE
Tratamento da Ira Pós-Renal
• Desobstrução:
– TU inferior:
• SV
– TU Superior:
• Nefrostomias
• Stents ureterais
• Recuperação da função renal depende da duração da obstrução
• Monitorar diurese pós obstrução
Insuficiência Renal Aguda Intrínseca (Renal)
• Necrose Tubular Aguda
• Nefrite Tubulo-Intersticial
• Glomerulonefrite Aguda
• Síndromes Vasculares Agudas
• Obstrução Intratubular
Nefrite Túbulo-Intersticial
- IRA devido a infiltrado linfocítico no interstícioTríade clássica de :-Febre-Rash-Eosinofilia
História Achados Urinários:-Precedido de exposição -Proteinúria Não-Nefróticaa drogas ou infecção -Hematúria-Exame Físico: -Piúria -Febre e Rash -Cilindros-Achados laboratoriais: -Eosinofilúria -Eosinofilia
Causas de NTI
Tratamento da NTI
• Descontinuar a droga
• Tratar a infecção
• Tratar a Doença Sistêmica
• Terapia com glucorticóide tem sido utilizada em casos selecionados (sem TCR)
Glomerulonefrite Aguda
• Etiologias:– GNDA Pós estreptocócica
– GN Pós Infecciosa
– GN associada a Endocardite
– Vasculite Sistêmica
– Microangiopatia trombótica: • SHU
• PTT
– GNRP
IMPORTANTE:Alterações no Sedimento Urinário:
HematúriaProteinúriaLeucocitúria
Síndromes Vasculares Agudas
• Macrovascular:– Tromboembolismo da Artéria Renal
– Dissecção da Artéria Renal
– Trombose de veia renal
• Microvascular:– Doença Ateroembólica
Doença Ateroembólica
• Manifestações Renais:– IRA Subaguda
– IRA
– Exacerbação da Doença Renal
– Proteinúria (pode ser befrótica)
– Hematúria
– Infarto renal
Fatores de Risco: Fatores Precipitantes:Ateroesclerose Cateterização Arterial
DAC Arteriografia
AAA Cirurgia Vascular
DVP Anticoagulação
Hipertensão Terapia Trombolítica
Hipercolesterolemia
Diabetes Mellitus
Doença Ateroembólica
Doença Ateroembólica:Manifestações Não Renais
> Gerais: > GI:– Febre Anorexia– Mialgia - Nauseas e Vômitos– Perda de peso - Dor abdominal
>Cutâneas: - Sangramento TGI– Livedo reticular - Íleo– Isquemia digital - Isquemia
intestinal/infarto>Neurológica: - Pancreatite
– AIT/AVC -Hepatite– Alteração do status mental >Musculo esquelética;– Neuropatia Periférica - Miosite– Infarto do cordão espinhal >Olhos:
- Amaurose fugaz - Êmbolo de colesterol retina
DoençaAteroembólica- Tratamento
• Evitar anticoagulação
• Evitar intervenções vasculares
• IECA/BRAT
• Estatinas
• Suporte nutricional
• TRS quando necessário
Obstrução intratubular
• Depósitos de cristais intratubulares:– Sd lise tumoral:
• Nefropatia associada ao urato
– Toxicidade etileno-glicol:• Deposição de oxilato de cálcio
– Associada a medicação:• Aciclovir, indinavir, sulfadiazina
• Deposição de proteína intratubular:– MM:
• Deposição de proteína de Bence-jones
Necrose Tubular Aguda
• Isquêmica:– IRA pré-renal Prolongada– Hipotensão – Choque circulatório– PCR– By pass cardiopulmonar
• Sepse• Nefrotóxica
– Droga induzida:• Contraste, Aminoglicosídeo, Vancomicina, Anfo B, Cisplatina...
– Pigmento:• Mioglobina• Hemoglobina
NTA- Apresentação Clínica
• História
• Exame Físico
• Laboratório
• Volume urinário
• FeNa
• EAS
Prevenção/Tratamento de IRA
Reposição Volêmica
• Qual é a melhor solução?– Salina isotônica
• Quanto é melhor?– Condição cardíaca e pulmonar
• Cuidado com paciente séptico:– Relationship between fluid status and its
management on ARF in ICU patients with sepsis: A prospective analysis
Van Biesen W et al, Journal of Nephrology, 2004
Diuréticos
• Manitol: – bem indicado apenas em IRA relacionada a pigmento, em
fase precoce.– Pós tx renal?
• Furosemida:– Diminui o consumo de O2 renal. Não muda o curso da lesão
histopatológica, mas pode transformar uma IRA oligúrica em não oligúrica facilitando a condução do caso.
– Aumenta a mortalidade em UTI (Mehta R et al, JAMA, 2002). Não altera a mortalidade (Ushino S et al, Crit Care Med, 2004)
– Dose intermitente ou bolus?
Dopamina
• Meta- Analysis: Low-Dose Dopamine Increases Urine Output but Does Not Prevent Renal Dysfunction or Death.
Ann Intern Med, 2005: 142: 510-524
Fenoldopam
• Fenoldopam mesylate and renal function in patients undergoing liver transplantation: a randomized, controled pilot trial.
Della Rocca G et al , Anesth Analg, 2004; 99(6):1604-9
Efeito semelhante a Dopamina
Outras drogas Vasoativas
• Prevention of acute renal failure: role of vaso-active drugs, mannitol and diuretics.
Girbes AR, Int Art Organs, 2004; 27(12):1049-53
PAPEL DA DOPAMINA E NORADRENALINA NA RESSUCITAÇÃO PRESSÓRICA
IRA por Contraste
• Current trials of interventions to prevent radiocontrast-induced nephropaty.
Asif A et al, Am J Ther, 2005, 12(2):127-32
• Prevention of contrast-induced nephroaty with sodium bicarbonate
Merten GJ, JAMA, 2004, 291(9):2328-2334
IRA associada a Drogas
• Aminoglicosídeos:– Evitar em pacientes de risco- 33% evoluem
com IRA mesmo em doses terapêuticas
• Anfotericina B:– Hidratação prévia com salina isotônica e forma
Lipossomal
Stemm cells
Nutrição em Insuficiência Renal Aguda
Manter elevado aporte de calorias melhora a sobrevida (*)
Manter a ingesta proteica PODE melhorar a recuperação da IRA e sobrevida
Ingesta proteica entre 1,2 e 1,4g/Kg/dia PODEM AUMENTAR dramaticamente a produção de uréia, SEM evidência de melhora do desfecho
>Quando Iniciar TRS em IRA?Devemos fazer diálise precoce?
Diálise Profilárica?
>Qual é a dose de diálise ideal na IRA?
>Qual é o tipo de diálise ideal na IRA?