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INTERNACIONALIZAÇÃO DA PETROBRAS Introdução A Petrobrás é uma companhia do Estado brasileiro que tem uma estrutura de grande porte, tendo um grande domínio tecnológico, alto padrão operacional e de gestão. A companhia conseguiu vencer vários desafios impostos pelo mercado mundial e assim conseguiu se internacionalizar se expandindo para quase todos os continentes do mundo. O presente trabalho se ocupará da descrição e explicação do processo de internacionalização da Petrobrás. Visto que é uma das empresas brasileiras mais atuantes no exterior, a Petrobrás possui ainda um potencial de crescimento significativo no mercado externo e, conseqüentemente, sua marca se dissemina com força cada vez maior pelo mercado internacional de combustíveis. O objetivo, portanto, é apresentar a companhia Petróleo Brasileiro S/A - PETROBRÁS, mostrando a inserção da empresa no exterior durante seu processo de internacionalização, bem como sua posição na economia internacional e os lugares para os quais ela se expandiu. A Petrobrás é uma companhia integrada que atua na exploração, produção, refino, comercialização e transporte de petróleo e seus derivados no Brasil e no mundo. A companhia possui mais de 100 plataformas de produção, dezesseis refinarias, trinta mil quilômetros em dutos e mais de seis mil postos de combustíveis. Ela atua com quatro áreas de negócios. São elas: a área de exploração e produção; a área de abastecimento; a área de gás e energia e por último a área Internacional (PETROBRAS, 2011). A Companhia está inserida em diversas atividades no exterior e mantém uma consistente atividade internacional,

INTERNACIONALIZAÇÃO DA PETROBRAS

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INTERNACIONALIZAÇÃO DA PETROBRAS

Introdução

A Petrobrás é uma companhia do Estado brasileiro que tem uma estrutura de grande porte, tendo um grande domínio tecnológico, alto padrão operacional e de gestão. A companhia conseguiu vencer vários desafios impostos pelo mercado mundial e assim conseguiu se internacionalizar se expandindo para quase todos os continentes do mundo.

O presente trabalho se ocupará da descrição e explicação do processo de internacionalização da Petrobrás. Visto que é uma das empresas brasileiras mais atuantes no exterior, a Petrobrás possui ainda um potencial de crescimento significativo no mercado externo e, conseqüentemente, sua marca se dissemina com força cada vez maior pelo mercado internacional de combustíveis.

O objetivo, portanto, é apresentar a companhia Petróleo Brasileiro S/A - PETROBRÁS, mostrando a inserção da empresa no exterior durante seu processo de internacionalização, bem como sua posição na economia internacional e os lugares para os quais ela se expandiu.

A Petrobrás é uma companhia integrada que atua na exploração, produção, refino, comercialização e transporte de petróleo e seus derivados no Brasil e no mundo. A companhia possui mais de 100 plataformas de produção, dezesseis refinarias, trinta mil quilômetros em dutos e mais de seis mil postos de combustíveis. Ela atua com quatro áreas de negócios. São elas: a área de exploração e produção; a área de abastecimento; a área de gás e energia e por último a área Internacional (PETROBRAS, 2011).

A Companhia está inserida em diversas atividades no exterior e mantém uma consistente atividade internacional, que envolve, compra e venda de petróleo, tecnologias, equipamentos, materiais e serviços, acompanhamento do desenvolvimento da economia americana e européia, operação financeira com bancos e bolsa de valores, recrutamento de pessoal especializado, afretamento de navios, apoio em eventos internacionais, entre outros (PETROBRÁS, 2011).

O surgimento da Companhia se deve à descoberta de petróleo na Bahia onde foram iniciadas perfurações para a exploração em pequena escala, porém em 3 de outubro de 1953, devido a uma grande e intensa campanha popular, o presidente que na época era Getúlio Vargas assinou uma lei na qual instituía o monopólio estatal da exploração, produção, refino e transporte do petróleo e seus derivados, assim foi criada a Petrobrás, com o propósito de atuar no setor petrolífero no Brasil.

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A Petróleo Brasileiro S/A - PETROBRÁS começou suas atividades com o estoque recebido do ancestral Conselho Nacional do Petróleo (CNP), que assim se manteve como um setor com função de fiscalizar. A partir daí a companhia só cresceu. No período de 1954 a 1997, toda exploração e produção de petróleo, gás e derivados, dentro do Estado brasileiro eram de monopólio da Petrobrás, que neste período se tornou a maior companhia em comercialização de derivados do país. O ano de 1997 marca a história da empresa porque esta perde seu monopólio e passa a ter que competir com outras empresas no âmbito nacional, passando então a atuar no mercado internacional junto com grandes empresas do ramo (PETROBRAS, 2011).

Em 1997, o Brasil conseguiu entrar no grupo dos 16 países que tem produção acima de 1 milhão de barris de óleo diariamente, isso foi resultado de grandes investimentos tecnológicos que tornaram a empresa campeã em extração de petróleo em águas profundas.

Em 2003, a Petrobrás conseguiu dobrar sua produção diária de óleo e gás natural, passando para 2 milhões de barris no Brasil e no exterior. Em 2006, com o Presidente Lula, o Brasil atingiu a auto-suficiência em petróleo. Em 2007, a companhia foi classificada como a 7ª maior empresa do mundo no ramo do petróleo. Hoje a Petrobrás está presente em 27 países e é reconhecida como uma das companhias de petróleo mais sustentável do mundo (PETROBRAS, 2011).

Um grande número de publicações a respeito do tema foram feitas nos últimos anos, isso é resultado: do crescimento acentuado da empresa nas últimas décadas; investimentos em combustíveis renováveis; crescente participação da empresa no PIB brasileiro que fizeram com que o processo de internacionalização da Companhia e a conquista da auto-suficiência brasileira em petróleo fosse alcançada (PETROBRAS, 2011).

Desenvolvimento

Antecedentes e evolução da empresa

O período que começa no momento de criação da Petrobrás, seguindo todos os seus avanços e conquistas até a atualidade onde a empresa ganha credibilidade e se torna umas das maiores companhias de combustível do mundo.

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A história petrolífera do Brasil se iniciou em 1858, quando José de Barros Pimentel ganhou o direito de extrair no Estado da Bahia um produto chamado betume, a partir desta data foram feitas várias tentativas de perfurações de poços em todo o território brasileiro com o intuito de encontrar petróleo. Foi na década de 30 que o engenheiro agrônomo Manoel Inácio Bastos descobriu que os moradores de uma cidade da Bahia, chamada Lobato, utilizavam uma “lama preta” para iluminar suas casas. Foram feitas diversas pesquisas e coletas da substância e Bastos conseguiu comprovar ao presidente Getúlio Vargas que a tal lama era mesmo petróleo (PETROBRAS, 2011).

A partir desta data várias medidas foram adotadas por parte do governo brasileiro como: nacionalização dos recursos do subsolo e a atividade petrolífera passou a ser de exclusividade de brasileiros. Em 1938, foi criado o CNP (Conselho Nacional do Petróleo), que tinha a responsabilidade de avaliar os pedidos de pesquisas e extração de jazidas de petróleo. Concomitante à criação da CNP foi decretada a regulamentação das atividades de importação, transporte, exportação, distribuição e comércio do petróleo e seus respectivos derivados. A CNP funcionou até 1954 quando, em função de uma intensa campanha popular, foi assinada pelo presidente Getúlio Vargas a Lei 2004 que substituía a CNP por uma nova empresa com monopólio estatal de pesquisa, extração e comercialização do petróleo e derivados, chamada Petrobras – Petróleo Brasileiro S.A. (PETROBRAS, 2011).

Segundo Gurgel (1995) no que se refere à formação e a consolidação da Petrobras, entre sua fundação em 1954 até os anos setenta, pode-se perceber uma estratégia empresarial que teve sucesso, pois esta estratégia atendeu e coincidiu com os interesses do modelo de desenvolvimento econômico praticado na época pelo Estado, chamado de Modelo de Substituição de Importações8. Esta política protegeu e fortaleceu a companhia, na medida que o governo brasileiro dificultava a entrada de produtos importados no país e facilitava a expansão das empresas nacionais.

Segundo o mesmo autor, houve uma coincidência do objetivo da Petrobras com o objetivo principal do Brasil em criar condições favoráveis à industrialização. Assim dentro de uma conjuntura internacional favorável, houve um pacto entre as elites do país via Setor Produtivo Estatal e empresarial privado que possibilitou transformações essenciais para o desenvolvimento do capitalismo no Estado brasileiro, fazendo com que a economia do Brasil fosse uma das mais dinâmicas do mundo naquele período. A empresa soube usufruir de todos os momentos históricos favoráveis que serviram de base para sua expansão e fortalecimento.

Fazendo uma linha histórica dos momentos mais relevantes da Petrobras no que diz respeito à sua internacionalização, a história da empresa

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se inicia em 1953, quando o Presidente Getúlio Vargas decretou a Lei 2.004 que criava a empresa Petrobrás e dava ao governo federal o monopólio de exploração do petróleo. Logo, o trabalho, o capital e as técnicas usadas eram exclusivamente do Estado brasileiro (PETROBRAS, 2011).

Todo o processo de exploração e produção do petróleo, tais como atividades ligadas ao setor petrolífero, gás natural e os outros produtos relacionados, fazia parte do monopólio da Petrobrás. Este processo durou de 1954 a 1997 e foi neste período que a empresa conseguiu se tornar líder em negociação de derivados no país.

De acordo com o site da Petrobras, A década de 1950 representou, para a companhia, um período de aprendizagem das atividades ligadas extração e o governo aplicou todo o capital e os meios para facilitar a expansão da empresa no país. As estratégias usadas para o crescimento da instituição foram aquelas relacionadas ao aumento da produção, melhorias no transporte, pesquisas geológicas e geofísicas em todas as bacias sedimentares e especialização do corpo técnico. No final da década a empresa havia aumentado sua produção e suas reservas.

A década seguinte foi um momento de conquistas para Petrobrás, a companhia conseguiu a auto-suficiência na produção de produtos derivados do petróleo (gasolina, óleo diesel e querosene) e se iniciou o funcionamento de várias refinarias como a de Duque de Caxias no Rio de Janeiro e a Refinaria Gabriel Passos, em Betim, Minas Gerais. Foi também na década de 60, que foi feita a primeira descoberta de petróleo no mar. Em 1969 os países da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que agrupa os principais países detentores de petróleo, aumentaram os preços, abalando então o domínio das multinacionais privadas e triplicando o preço do petróleo

Os anos 70 foram marcados por crises no setor petrolífero. Os países que compõem a OPEP elevaram ainda mais os preços, fazendo com que houvesse os chamados “choques do petróleo” entre 1973 e 1979. Como conseqüência houve uma conturbação no mercado, gerando tanto uma incerteza em relação aos preços quanto à garantia de suprimento. Inserida neste contexto, a Petrobrás conseguiu sustentar o abastecimento no mercado brasileiro e isso se deve ao bom relacionamento existente entre a empresa e as empresas que compõe a OPEP.

Muitas foram as medidas econômicas que o governo brasileiro adotou para enfrentar os problemas trazidos pela crise, tais como redução do consumo de derivados e aumento da oferta interna de petróleo. Foi nesse período que a Petrobras assinou contratos com outras empresas com o intuito de aumentar pesquisas sobre novas jazidas e pesquisas de novas formas de energia como forma de substituir os derivados do petróleo. Como exemplo podemos destacar

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o Programa Nacional do Álcool que incentivou o uso do álcool como combustível que deveria substituir o uso da gasolina (PETROBRAS, 2011).

Nos anos 80, devido à crise, os preços do petróleo aumentaram elevando os gastos do país com derivados de petróleo. Este e outros problemas foram superados tendo em vista a ajuda da Petrobras. Nesta década, foram feitos investimentos em atividades como exploração e produção, desenvolvimento na área comercial fazendo com que diminuísse a dependência energética do país e gerando uma redução de gastos com divisas para fins de importação. No final dessa década a Petrobras já era a terceira maior empresa produtora da América Latina (PETROBRAS, 2011).

Ainda de acordo com a mesma fonte, na década de 80, a Petrobras começou a desenvolver no Brasil uma tecnologia capaz de extrair petróleo de águas profundas, um feito jamais visto antes em nenhum país do mundo. Em menos de 10 anos, a companhia conseguiu desenvolver essa tecnologia e foi indicada ao maior premio internacional do setor petrolífero pela intensificação e contribuição ao avanço tecnológico na perfuração em águas profundas que são consideradas como tal quando estão a mais de 500 metros da superfície. Foi também na década de 1980, que a empresa começou a investir em treinamento e proteção do meio ambiente, financiando pesquisas de desenvolvimento tecnológico.

Na década de 90, a companhia passou a atuar em um novo mercado devido ao fim de seu monopólio estatal sobre o petróleo. Com o fim do monopólio estatal aumentou-se as perspectivas da empresa em termos de negócios e autonomia. Em 1998, a companhia ocupou o 14º lugar no ranking de maiores empresas de petróleo do mundo, segundo a revista Petroleum Intelligence Weekly (ANTONIO E LARA, 2008).

É importante ressaltar que na década de 1990, a economia brasileira estava passando por um período de mudanças, uma vez que seguindo o fluxo mundial o Brasil acabou com o longo período da política protecionista de mercado. Com a abertura da economia brasileira, muitas empresas privadas brasileiras foram vendidas para grupos estrangeiros e empresas multinacionais. Logo, setores que eram tidos como estratégicos e que eram propriedade do Estado como a siderurgia e o petróleo, foram privatizados e alguns, devido a alterações na legislação brasileira, tiveram o monopólio quebrado (ANTONIO E LARA, 2008).

Ainda segundo os mesmos autores, para o setor do petróleo a nova legislação visava atrair novos concorrentes e diminuir a atuação da Petrobras no mercado nacional de insumos energéticos. Dentro deste cenário, a Petrobras encontrou como alternativa o aumento de sua atuação nos mercados externos, uma vez que já possuía capacidades competitivas para essa atuação.

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Todo esse processo revela que, o período posterior a quebra do monopólio do setor petrolífero junto com a perspectiva de ter que concorrer diretamente com outras empresas nacionais, a Petrobras se viu pressionada a expandir seus negócios para o exterior. O foco primário foi na América Latina que oferecia maiores oportunidades de atuação para a empresa como uma companhia integrada de petróleo, com maior integração dos mercados e vantagens logísticas (ANTONIO E LARA, 2008).

A Petrobras se tornou uma grande empresa, sendo a maior no ramo de exportação do Brasil. A empresa atingiu a marca de 1.877 metros de profundidade, batendo o recorde mundial em perfurações em águas profundas. A Petrobras foi classificada em 2007, como a 7ª maior empresa no ramo de petróleo do mundo (PETROBRAS, 2011).

Essa alteração na legislação foi com a Lei nº 9478 de 1997, a lei onde no seu primeiro parágrafo destacava o objetivo de promover a livre concorrência, atrair investimentos na produção de energia e ampliar a competitividade do País no mercado internacional. Esta lei faz mudanças na política energética nacional acabando como o monopólio estatal do petróleo pela Petrobras.

Papel e contribuição da empresa para o Brasil

Pode-se perceber que a empresa foi fundamental para o entendimento dos rumos da economia na época. Segundo ROCKMANN (2006), a Petrobras passou por vários obstáculos até conseguir se tornar uma empresa com competitividade internacional e toda sua saga se mescla com a história brasileira.

Segundo BOSCO (2003) foram muitos os momentos históricos do Brasil, que de alguma forma foram afetados pela empresa Petrobrás, por exemplo, até a década de 60 a Petrobras era composta principalmente por técnicos estrangeiros, isso porque no Brasil não existia mão-de-obra especializada para tal função, porém, a partir desta década os brasileiros começaram a assumir a gerência técnica da empresa, isso, depois de se especializarem no exterior. Depois de algum tempo o Brasil já possuía muitas faculdades de geologia devido à grande demanda por parte da Petrobrás.

No Plano de Metas estabelecido por Juscelino Kubitschek, presidente eleito em 1955, foram estabelecidos, ao todo, 31 objetivos para serem cumpridos ao longo de seu mandato, onde afetariam principalmente os setores de energia e transporte, indústrias de base, etc.

Apenas dois dos 31 objetivos não foram cumpridos, porém as melhorias dos outros objetivos foram de grande importância e ajuda para o país. Contudo,

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esse plano apenas foi concretizado por causa de duas políticas instituídas por Vargas: a criação da Companhia Siderúrgica Nacional em 1946, e a Petrobrás em 1953. Isso se deve, porque, a Petrobrás fornecia matéria-prima para o desenvolvimento da indústria de derivados do petróleo que eram a base para sustentar a grande industrialização no Brasil (PETROBRAS, 2011).

Em 1963, para tentar reduzir os custos das importações, o Presidente João Goulart adotou o monopólio estatal da empresa na importação de petróleo e seus derivados, conseguindo em pouco tempo sua auto-suficiência na produção de derivados do petróleo. A empresa começou a aumentar o número de fornecedores para o exterior a partir desse ano.

A década de 1960 também foi marcada pela exploração da Petrobras no mar e, isto foi muito importante para a economia brasileira, pois o país estava crescendo e a companhia se viu na necessidade de prover a crescente demanda por seus derivados, já que as bacias terrestres já não estavam mais atendendo toda a demanda, a empresa começou a investir em bacias marítimas, que foram descobertas naquela década. Em 1963, a Petrobrás passou a direcionar sua produção de exploração para o mar (PETROBRAS, 2011).

De acordo com o mesmo site, no início dos anos 70, o PIB estava crescendo mais de 10% ao ano, fazendo com que o consumo de derivados aumentasse também. A Petrobras era a única responsável pela demanda nacional de derivados, sendo necessário o aumento da capacidade de refino. Com a obrigação de ajudar no desenvolvimento do país, tanto na comercialização e distribuição, quanto na industrialização destes derivados do petróleo e outros produtos, a empresa criou a subsidiaria Petrobrás Distribuidora, que era responsável por 21% do mercado nacional, se tornando líder neste segmento até hoje.

Com os choques do petróleo, que ocorreram na década de 70, houve um grande aumento nos preços do petróleo. Antes da crise a Petrobrás importava em média 90% do petróleo que era consumido no país e este vinha quase todo do Oriente Médio. Como a exportação do Brasil era basicamente composta por café, a exportação de um saco de café era suficiente para arcar com os custos de 50 barris de petróleo, porém após a primeira crise um saco de café arcaria com os custos da importação de cinco barris de petróleo, já após a segunda crise um saco de café mal dava para comprar um barril e maio de petróleo (BOSCO 2003). Esta crise atingiu a economia brasileira em cheio, os preços fizeram com que aumentasse o valor das importações brasileiras mais de dois bilhões de dólares, a crise afetou drasticamente a balança comercial do país. Porém novas descobertas de bacias de petróleo no Brasil foram amenizando a crise e abrindo uma nova faze de exploração do petróleo brasileiro (ROCKMANN, 2006).

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Diante do cenário de crise do sistema internacional, o Brasil, criou o Programa Nacional do Álcool, mais conhecido como Proálcool, este programa tinha como finalidade aumentar as alternativas de energia para fazer frente ao petróleo e seus derivados. O programa foi direcionado ao investimento na produção e comercialização do álcool como combustível que poderia substituir a gasolina, isto junto com campanhas para diminuir o consumo de combustíveis (BOSCO, 2003).

Após o primeiro choque do petróleo junto com a expansão da empresa para o mar, foi criada em 1972 a Braspetro, subsidiária e de grande importância internacional para a Petrobrás, pois esta buscava no exterior o petróleo não encontrado no Brasil e trouxe capital para a economia brasileira e capacitação para os profissionais da empresa. (BOSCO, 2003).

Foi em 1997, no governo de Fernando Henrique Cardoso, que a Petrobrás deixou de ser monopólio estatal do petróleo, segundo a ANP (Agencia Nacional do Petróleo) as empresas privadas e a Petrobrás poderiam concorrer entre si na exploração de petróleo, assim a empresa, inserida neste novo cenário, começou a investir em novos segmentos, como o gás natural. A empresa continua sendo hoje uma empresa do governo brasileiro, porém a empresa também possui mais de 150 mil acionistas (PETROBRAS, 2011).

A partir do fim do monopólio a empresa foi expandindo seus negócios, se tornando cada vez mais competitiva no mercado internacional. Tendo como referência o continente latino-americano, o Brasil conta com quase 5 milhões de quilômetros quadrados em bacias sedimentares e possui uma das maiores reservas de petróleo. A Petrobras produz em torno de 1,2 milhões de barris de petróleo por dia, visto que a maior parte vem de plataformas marítimas. Cada vez mais esta produção é obtida sob maior lâmina de água, para a qual a Petrobras detém a tecnologia de ponta e possuindo recorde mundial de perfuração em águas profundas (REIS, FADIGAS e CARVALHO, 2005).

Áreas de atuação

De acordo com o site da PETROBRAS (2011) são várias as áreas de atuação nas quais a empresa atua, dentre elas estão as de abastecimento, exploração e produção, gás e energia, e negócios internacionais, nesta seção serão expostas cada uma destas áreas e como elas se inserem no sistema da empresa Petrobras.

Setor de Abastecimento: a companhia é responsável por praticamente toda a procura de derivados de petróleo do Brasil, são aproximadamente 1,7 milhões de barris ao dia. A companhia possui excelência na área de abastecimento, possuindo a nona posição no setor de downstream (Segmento

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da Petrobras que abrange refino, marketing, comercialização, transporte e logística.), que abrange desde o refino, o transporte ate a comercialização.

Grande parte da estrutura operacional da empresa esta ligada a este termo são onze refinarias, duas fábricas de fertilizantes, navios, bases, dentre outros. Dentre os desafios que a empresa enfrenta neste setor, está na tentativa de aumentar a produção de outros tipos de óleos em suas refinarias e acabar totalmente com a dependência da importação destes.

Setor de Exploração e Produção: cabe a este setor a responsabilidade pelas pesquisas, localização, identificação, desenvolvimento e produção de reservas de óleo e gás natural. Como já foi dito antes a companhia é excelência mundial neste setor, onde possui e investe em desenvolvimento de tecnologias na produção de águas profundas.

Setor de Gás & Energia: inserida na nova estrutura organizacional da companhia, este setor atua estrategicamente na área de negócios de gás e energia, onde possui a responsabilidade de comercializar o gás natural tanto nacional, quanto importado e também por implantar projetos com parcerias no setor privado, que garantem a oferta de combustível por todo o país. Este setor corresponde no mercado brasileiro cerca de 8,9% da matriz energética brasileira. A companhia acredita que este valor só tende a crescer e acredita que este consumo chegará a 12% em 2015. A Petrobras não mede esforços para ampliar o uso do gás, tanto na indústria, automóveis, quanto na geração de energia. Dentre todos os combustíveis usados em larga escala, o mais limpo e econômico é o gás natural.

O setor de Gasodutos: atualmente existem aproximadamente 8.860 quilômetros de dutos em operação e mais 4.160 serão postos à rede. São redes que ligam as principais regiões do Brasil, sul, sudeste, norte, dentre outros. (PETROBRAS, 2011).

Gasodutos móveis: também são investidos em ações que viabilizam e levam a distribuição de gás natural em locais onde não são atendidas por gasodutos, que são conhecidos como gasodutos móveis. Através da tecnologia de compressão onde o gás natural é comprimido ou pela liquefação onde o gás é liquefeito, se torna possível o transporte deste devido à redução do volume do gás.

Área de Negócios Internacionais: a companhia trabalha com várias atividades no exterior, que abrangem, exploração em outros países, compra e venda de petróleo, pesquisas tecnológicas, pesquisas em equipamentos, materiais e serviços, contratação de funcionários especializados, ajuda em eventos internacionais, dentre outros projetos. São várias as empresas em que a Petrobras está associada, faz se incluso as maiores companhias na área de

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petróleo do mundo. Dentre os países que fazerem parte se encontram Angola, Argentina, Bolívia, Colômbia, Cazaquistão, Estados Unidos, Nigéria, etc.

Setor de Transporte e Refino: após ser extraído, o petróleo é enviado para oleodutos ou navios petroleiros até que este chegue aos terminais marítimos, assim o petróleo é transportado para as refinarias para o alcance dos derivados. A companhia subsidiária da Petrobrás que é responsável por este setor é a Transpetro (Petrobras Transportes S.A.).

O setor de Distribuição: a distribuição é a última etapa, onde os derivados do petróleo chegam ao consumidor. Este abrange a obtenção do produto até sua comercialização.

Apenas para apresentar os dados, a Petrobras Distribuidora subsidiária da Petrobras, que é a responsável por este setor, possui mais ou menos sete mil postos, em todo o Brasil. Ela está presente em vários setores, como automotivo, marítimo, ferroviário e aéreo e seus produtos são para os mais diferentes usos.

O Processo de internacionalização da empresa

A primeira alusão da companhia Petrobras em respeito à internacionalização ocorreu na década de 50, pelo geólogo Walter Link, que na época era o responsável por guiar as atividades de exploração e produção. Este redigiu um relatório conhecido como “Relatório Link”, que apresentava recomendações e precauções na área de exploração. Segundo Link, a empresa deveria se dedicar em buscar reservas no exterior e para o nacional.

Em 1968, vários motivos foram colocados pelo diretor da Petrobras Geonísio Carvalho, criando o Grupo de Trabalho de Exploração no Exterior pelo conselho de Administração (REAL, 2000).

Ainda segundo o autor, em 1972, foi concretizada a atuação da Petrobras no exterior com a criação de Braspetro – Petrobrás Internacional S.A., assim foi lhe dado o poder de decisão sobre todos os acordos já firmados. A Braspetro, atuando tanto sozinha quanto através de subsidiarias e, associadas às maiores empresas de petróleo do mundo, conseguiu atingir quatro continentes e 32 países.

Segundo GURGEL (1995), novos desafios foram surgindo para a Petrobras quando a empresa começou a exploração e a produção em águas profundas, foi neste período que a empresa começa a atuar frente a indústria mundial de petróleo e competir também em termos tecnológicos. A empresa só pode competir em termos tecnológicos por meio de cooperação internacional e parecerias com universidades brasileiras e Institutos.

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Ainda segundo o autor, a empresa teve que ampliar suas relações com as empresas internacionais, pois esta foi induzida a se atualizar competitivamente frente à nova realidade e desafios tecnológicos a serem enfrentados na exploração em águas profundas, isto ocorreu porque no início, a indústria brasileira estava impossibilitada de atender a demanda de equipamentos como plataformas e até mesmo a industria nacional como naval, bens de capitais, etc.

Quando a industria brasileira conseguiu crescer em termos tecnológicos a Petrobras se modernizou e atualizou sua tecnologia de acordo com os padrões internacionais, ampliando assim suas relações com sucesso. Nesse contexto a empresa se consolidou e criou condições para sua internacionalização competitiva frente ao oligopólio da indústria petrolífera mundial.

O primeiro passo da Petrobras, para o processo de internacionalização, foi a criação da Braspetro em 1972, neste mesmo ano a empresa fez duas ações importantes para sua expansão no mercado internacional: fez sua primeira operação no exterior que foi a aquisição de 50% das ações da empresa colombiana Tennecol, que passou a se chamar Colbras e assinou acordos para prestar serviços de exploração no Iraque, Egito e em Madagascar onde estabeleceu parcerias com a nacional de Madagascar Chevron.

A empresa só foi ganhando mercado com o decorrer do tempo, nos anos de 1973 e 1974 a Petrobras consegui estabelecer acordos com a estatal iraquiana (Irac National Oil Company) e faz acordo de exploração com Argélia, Líbia e Filipinas e obtém registro de empresa exportadora. Nesse período pode-se perceber que a empresa tinha muitas possibilidade de crescimento, com três anos atuando no exterior a empresa já estava presente em 7 países, atuando na área de exploração (PETROBRAS, 2011).

Em 1979 a empresa já estava prestando serviço de extração e produção em vários países, onde incluem China, Guatemala, Trindade e Tobago, Índia, Congo e Iêmen do Sul. No início de seu processo de internacionalização a Petrobras utilizou as estratégias de aquisição e uma parceria com empresas estrangeiras, nos outros paises a empresa só atuava com atividades de prestação de serviços e assistência técnica de engenharia e nas áreas de exploração de petróleo (PETROBRAS, 2011).

Com o tempo a empresa foi ganhando credibilidade e mercado no âmbito internacional, na medida em que a companhia foi expandindo ela foi fazendo mais aquisições como foi na Argentina onde a Petrobras fez a aquisição de 2 empresas e no Texas em 2005.

Fez 6 parcerias com empresas da Guiné Equatorial, comprou parte de empresas Nigerianas e abriu muitas filiais em todo o mundo. Outras políticas

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adotadas pela Petrobras foram de posicionar estrategicamente nos mercados vizinhos, por meio de parcerias e participação de leilões e licitações e também o desenvolvendo de projetos para aumentar sua demanda e sua expansão, como por exemplo, o aumento nos investimentos na petroquímica e em perfurações de águas profundas, o programa de geração da termoelétrica, construção de novas unidades de refino. (REAL, 2000).

Atualmente a formação de parcerias têm sido a principal ferramenta mobilizada pela Petrobrás para implementar sua nova estratégia competitiva. Para isto, a Petrobrás usa como principal moeda de troca sua posição hegemônica no mercado brasileiro. Assim, ainda que a Petrobrás venha a perder participação em segmentos específicos do mercado nacional, a diversificação de negócios e a internacionalização colaborarão para o aumento do faturamento e da rentabilidade da empresa, de forma a compensar estas perdas. São estas as expectativas dos acionistas nacionais e estrangeiros, que vêm apontando a Petrobrás como uma das melhores opções de investimentos na região (RODRIGUES et. al., 2002).

A posição atual da empresa é a de 7º maior empresa de petróleo do mundo, atuando nas áreas de exploração e produção, em Angola, Argentina, Bolívia, Colômbia, Estados Unidos, Nigéria, México, Peru e Trinidad & Tobago. Depois da aquisição da empresa Perez Companc, passou a trabalhar também em outras áreas no Equador, no Peru e na Venezuela. A Petrobras também trabalha na Argentina e na Bolívia nas atividades de refino, logística, comercialização, distribuição e ainda em gás e energia, setor no qual há pouco tempo assinou um contrato de produção com o México. Na Argentina a Petrobras está presente no setor petroquímico. No Uruguai, Paraguai e Chile, a Petrobras comercializa lubrificantes. Além do mais, a companhia vem tendo negociações com as empresas petrolíferas estatais da China e de Cuba. Sua atuação no exterior se completa com os escritórios de negócios no exterior, em Nova York, em Tóquio, em Londres, Buenos Aires, Cingapura e Houston nos EUA. Assim, a Petrobras atua no mercado internacional de petróleo e derivados, diretamente ou por intermédio de suas subsidiárias no exterior, até mesmo nos negócios das principais bolsas de energia mundiais e na realização de operações diretas com outras empresas. Toda sua atuação no mercado internacional é dividida por tipos de produção (PETROBRAS, 2011).

São três os segmentos nos quais ela atua tanto internamente quanto externamente:

Upstream que é a exploração e produção; Downstream que abrange refino, marketing, comercialização, transporte e logística; e na Middlestream que cuida da prestação de serviços de engenharia e perfurações de poços de petróleo e refino (PETROBRAS, 2011).

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A Petrobras também utiliza da tecnologia como um meio de expansão isso porque com o problema da extração do petróleo em águas profundas13 a Petrobras enfrentou esse desafio com um processo de desenvolvimento tecnológico direcionado para essa extração, se tornando a maior empresa brasileira em pesquisa e desenvolvimento. A Petrobras criou em 1966 uma unidade no Rio de Janeiro criada exclusivamente para a pesquisa e desenvolvimento, para criar tecnologias de extração de petróleo em grandes profundidades a unidade possui cerca de 1500 funcionários (CHEVARRIA, 2007).

Com esse intenso investimento em tecnologia a Petrobras se consolidou como uma das maiores empresas na tecnologia de exploração de petróleo em grandes profundidades. Apesar dos custos desse tipo de investimento serem muito altos, a empresa conseguiu produzir em grandes quantidades e com custos relativamente baixos (CHEVARRIA, 2007).

Com base no exposto pelo autor, percebe-se que a Petrobras, na busca de seu objetivo de produzir para seu mercado interno e crescer no mercado externo, no decorrer de seu desenvolvimento, com obstáculos a enfrentar, a Petrobras desenvolveu uma grande competência na tecnologia de perfurações, e atualmente essa habilidade de extrair petróleo em águas profundas é reconhecida por todo o mundo.

Por meio do plano estratégico para o período de 2000-2010, a companhia evidencia maior ênfase na sua atuação internacional. A Petrobras expandiu suas vendas de 6% para 21% em 2005 de gás natural de forma integrada e internacional. No novo aparato organizacional da empresa o setor internacional está incluído como uma das quatro áreas da companhia (RODRIGUES et. al., 2002).

Outro ponto de grande relevância que deve ser exposto, é que em 2007, uma enorme reserva de petróleo foi descoberta pela empresa no litoral brasileiro e que é conhecida como “Camada Pré-Sal”, ela possui este nome porque essas reservas então situadas abaixo de um camada de sal de mais ou menos 6 mil metros abaixo do nível do mar. Esta reserva, de acordo com alguns dados, pode ser considerada uma das ou a maior reserva mundial de petróleo e gás-natural e, se estas estimativas forem confirmadas, o Brasil pode se tornar futuramente em um dos maiores produtores e exportadores de petróleo e derivados do mundo (O GLOBO, 2008). Essa figura é para facilitar a visualização da profundidade do petróleo encontrado.

Figura 1: Profundidade da Camada Pré-Sal

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Fonte: Site Apollo11. Disponível em: <www.apolo11.com>.

Entretanto, o governo ainda está discutindo o que será feito dessa reserva, primeiro porque ela é considerada patrimônio brasileiro e segundo porque os investimentos para a extração dessa reserva serão muito altos, decorrente da profundidade dessa reserva, porém a Petrobras tem capacidade de explorar esse petróleo, a empresa acredita que em alguns anos, ela terá a tecnologia necessária para uma exploração de grandes proporções nesta reserva, porém já esta sendo extraído em poucas quantidades (O GLOBO, 2008).

Tendo em vista a grande quantidade petróleo descoberto pela Petrobras e a capacidade tecnológica que esta possui para a extração, a perspectiva da Petrobras no setor petrolífero, nos próximos anos só tende a crescer, uma vez que a necessidade por parte dos países por energia dentro de um mundo globalizado cresce a cada ano. A empresa possui todos as ferramentas para aumentar seu potencial, a tecnologia de águas profundas só da a ela o poder de expansão frente a outras empresas do ramo e a camada Pré-Sal que da a matéria-prima necessária para a exploração (PETROBRAS, 2011).

Mesmo sabendo que o petróleo é uma fonte de energia não-renovável as reservas brasileiras de petróleo são imensas e o potencial de extração da Petrobras só vem aumentando com o decorrer dos anos, isto pode ser visto no

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quadro abaixo. E vale ressaltar que a reserva do Pré-Sal foi pouco extraída, estando praticamente inalterada.

Gráfico 1: Relação entre Produção de petróleo da Petrobras nas décadas.

Fonte: Site Petrobras.

Assim pode-se concluir que, devido a liderança em tecnologia de águas profundas que a empresa possui, junto com a capacidade de produção que a empresa vem tendo nos últimos anos e a capacidade de produção que ela possui atualmente, faz pensar nas perspectivas de crescimento no setor petrolífero que a empresa terá, a companhia possui filiais e empresas com parcerias por todo o mundo, possui o Know-how juntamente com a estrutura necessária pra ser uma das maiores empresas de petróleo e derivados do mundo.

CONCLUSÃO

Baseado no que foi estudado neste trabalho, pode-se inferir que a internacionalização de empresas está diretamente associada ao fenômeno da globalização. As mudanças ocorridas na economia mundial, desde o final da Segunda Guerra Mundial e, principalmente, a partir da década de 80, têm movido à integração dos mercados de bens, serviços e capital, e o conjunto destas transformações entende-se por globalização. À essas transformações se seguem as mudanças nas bases sociais, tecnológicas, produtivas, comerciais e financeiras do capitalismo internacional.

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A globalização atingiu as empresas e fez com que elas buscassem a internacionalização como um meio de expandirem e sobreviverem em meio a um mundo globalizado e competitivo. Com a Petrobras não foi diferente, ela começou seu processo de internacionalização no ano de 1972, com a criação da Braspetro (Petrobras Internacional. Ela utilizou de várias estratégias de entrada em mercado externo na sua internacionalização, em cada situação e em cada país ela fez uma estratégia diferente, que foram desde alianças até joint ventures.

A empresa em um primeiro momento, buscou investir em tecnologia de perfuração como resolução de problemas vindos da produção nacional, porém, com o aumento de sua produção surgiu a necessidade de se expandir via exportação de seus produtos. A tecnologia da Petrobras com o tempo só foi melhorando e expandindo, tornando a empresa uma das maiores em perfuração em águas profundas. Junto com a capacidade de produzir e a novas descobertas de petróleo feitas pela empresa, como é o caso da camada Pré-Sal, que pode se tornar a maior reserva de petróleo do mundo, a Petrobras só tem capacidade de expandir.

Assim, concluí-se que a produção da Petrobras, no setor petrolífero, ainda possui forte tendência de crescimento no decorrer dos anos, visto que a empresa possui todas as ferramentas necessárias para extrair e produzir petróleo e seus derivados.

REFERÊNCIAS

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BOSCO, Flávio. O grande salto. 252 ed. 2003. Disponível em: <www.editoravalete.com.br>. Acesso em: 21/06/2011.

CINTRA, Rodrigo e MOURÃO, Barbara. PERSPECTIVAS E ESTRATÉGIAS NA INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS BRASILEIRAS. Revista Autor. Nº53. novembro de 2005. Disponível em: < www.revistaautor.com.br >. Acesso em: 23/06/2011.

CHEVARRIA, Diego Gonzáles. Multinacionais brasileiras e investimento externo direto: uma revisão da pesquisa nacional. Revista Eletrônica de Negócios Internacionais da ESPM, vol.2, 2007. Disponível em: <http://internext.espm.br>. Acesso em: 22/06/2011.

LINS, Luiz dos Santos. A Integração entre o planejamento estratégico e gestão ambiental no segmento de petróleo e gás. O caso da Petrobras S/A.

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Rio de Janeiro. 2007. Disponível em: <www.ppe.ufrj.br/ppe/production/tesis>. Acesso em: 23 de Jun. 2011.

OGLOBO. Petrobras descobre óleo leve em camada pré-sal da Bacia de Campos. O Globo online. Disponível em: < http://oglobo.globo.com>. Acesso em: 26 de junho de 2011.

PETROBRÁS, 2011 Histórico. Disponível em: <www.petrobras.com.br>. Acesso em: 26/06/2011.

RODRIGUES, Adriano et.al. O Controle Gerencial de Uma Empresa Estatal Brasileira Internacionalizada: O Caso da Petrobrás. 2002. Disponível em: <http://www.anpad.org.br/enanpad>. Acesso em: 25/06/2011.