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5/12/2018 Intestino Grosso Ou Colorretal - slidepdf.com
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Intestino Grosso ou Colorretal
O intestino grosso é uma parte do sistema digestivo que tem a função de absorver
água e nutrientes. Além disso, elimina substâncias não aproveitadas pelo
organismo através das fezes. É dividido em duas partes, o cólon e o reto. O cólon
é a parte que se continua a partir do intestino delgado e vai até o reto, que é a
parte final do intestino. As fezes formadas no intestino grosso são eliminadas pelo
ânus.
O intestino grosso pode ser dividido em 5 partes: ceco, cólon direito (ou
ascendente), cólon transverso (porção intermediária do intestino grosso, que cruza
o abdome da direita para a esquerda, unindo o cólon direito ao esquerdo), cólon
esquerdo (ou descendente), sigmóide (parte do intestino grosso que se continua a
partir do cólon esquerdo até chegar ao reto) e reto, que armazena as fezes até a
evacuação.
Os tumores malignos são formados por células que sofreram alterações e
adquiriram a capacidade de invadir as camadas do intestino ou órgãos vizinhos.
Estas células também são capazes de entrar na corrente sangüínea e atingir
órgãos de outros sistemas, como o fígado e pulmão, originando as metástases.
O câncer é fundamentalmente uma doença genética. Ao falarmos em doença
genética, não queremos dizer hereditária, e sim, doença causada por alterações
nos genes. Os genes são seqüências de DNA (código genético) que determinam
como a célula deve funcionar.
O desenvolvimento do câncer ocorre a partir de uma seqüência de alterações nos
genes que levam a transformação de uma célula normal da mucosa do intestino
(camada de revestimento interno que fica em contato com alimentos e as fezes) a
uma célula maligna. Para o aparecimento do câncer uma sucessão de alterações
genéticas específicas ocorre resultando na transformação da célula e na perda de
suas características originais. A célula transformada passa a ter um
comportamento diferente das células normais.
Este comportamento anormal da célula é causado por alterações da sua função e
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do controle de sua proliferação. Isto leva à formação de tecidos com maior
potencial de proliferação, com formação de pequenos pólipos com baixo potencial
de malignidade. A seguir, ocorre progressão para pólipos maiores e o
subseqüentemente aparecimento de pólipos com células transformadas, porém,
não invasivas, também chamados de carcinomas "in situ", que é o estágio inicialdo câncer. Ocorre então progressão para tumores malignos invasivos, e maiores.
Por fim, as células do tumor intestinal se desprendem, alcançam a corrente
sanguínea ou linfática e atingem outros órgãos dando origem às metástases.
Fatores de risco
Acredita-se que o câncer colorretal seja causado por uma associação entre fatores
genéticos e ambientais. Os fatores de risco podem aumentar a chance de um
indivíduo desenvolver uma doença. Os principais fatores considerados de risco
para o desenvolvimento do câncer colorretal são:
- Idade acima de 50 anos;
- História familiar de câncer, principalmente de intestino grosso e útero
(endométrio);
- Dieta com alto teor de gordura e pequena quantidade de fibras; - Hábitos e estilo
de vida (tabagismo, vida sedentária)
- Doença intestinal inflamatória (retocolite, doença de Crohn);
- História pessoal de câncer e de pólipos intestinais.
Idade
Quanto maior a idade, maior o risco de desenvolver câncer. Isto ocorre porque as
alterações genéticas que ocorrem nas células acumulam-se ao longo do tempo, e
com isso são maiores as chances de aparecimento de tumores.
A idade é um fator de risco importante, não só para os tumores de intestino, mas
também para outros tipos de câncer. O câncer colorretal é mais comum após os 50
anos, entretanto, a doença pode ocorrer em pessoas mais jovens.
História familiar de câncer colorretal
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Quanto mais pessoas dentro de uma família têm diagnóstico de câncer ou pólipos
colorretais, maior o risco de desenvolvimento da doença. Parentes de primeiro
grau (pais, irmãos e filhos) de uma pessoa com câncer colorretal têm maior risco
de desenvolver câncer colorretal, especialmente se essa pessoa com câncer tem
menos de 45 anos.
O câncer colorretal pode ser dividido, de acordo com a hereditariedade em três
grupos:
- câncer colorretal esporádico: ocorre por alterações genéticas em células que não
são transmitidas de pai para filho; é caracterizado pela ocorrência de câncer
colorretal em idade avançada, em geral após os 60 anos e em um único familiar;
correspondem a 70% de todos os casos de câncer colorretal;
- câncer colorretal familiar: corresponde a 20% de todos os casos de câncer
colorretal, e é caracterizado pela ocorrência de câncer colorretal em mais de um
familiar; ainda não estão determinados quais genes levam ao desenvolvimento
desses tumores;
- câncer colorretal hereditário: correspondem a cerca de 10% de todos os tumores
colorretais, ocorre por alterações genéticas em genes que são transmitidos de pai
para filho. São conhecidas diversas síndromes de câncer colorretal hereditário, as
mais freqüentes são o câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC) e
polipose adenomatosa familiar (FAP).
O câncer colorretal hereditário sem polipose, responde por a 6 a 8% dos casos de
câncer colorretal. A sigla HNPCC corresponde ao inglês "Hereditary Nonpoliposis
Colorectal Cancer" ou Síndrome de Lynch. É uma doença hereditária, ou seja, que
pode ser transmitida de pais para filhos, caracterizada pela presença de vários
casos de câncer colorretal na família. Outros tumores, como câncer de intestino
delgado, endométrio (corpo do útero), pelve renal (parte do rim) e ureter também
são observados em familiares que têm esta síndrome. A polipose adenomatosa
familiar ou FAP corresponde a 1% dos casos de câncer colorretal. Caracteriza-se
por centenas de pólipos adenomatosos em todo o intestino. São detectados,
geralmente, na puberdade. Uma vez detectados, se a retirada do intestino grosso
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não for feita transformam-se em câncer. É importante destacar que a determinação
de uma doença hereditária de predisposição ao câncer é baseada em critérios
específicos e deve ser realizada avaliação por profissionais experientes.
Dieta com alto teor de gordura e pequena quantidade de fibras
A freqüência de câncer colorretal é muito elevada em regiões desenvolvidas, como
por exemplo, o Nordeste dos Estados Unidos e Europa Ocidental. O Brasil, por ser
um país com diferenças regionais extremamente marcantes, apresenta variações
de freqüência, com maior número de casos nas regiões Sul e Sudeste.
Estas diferenças nas freqüências de câncer colorretal podem ser explicadas pelas
diferenças na dieta. Populações com maior poder econômico têm acesso a
alimentos com maior concentração de gorduras de origem animal, o que não
acontece com a maioria das populações de baixo nível sócio-econômico, que
consomem maior quantidade de fibras de origem vegetal.
O consumo excessivo de alimentos de origem animal, ricos em gordura, em
especial de carnes vermelhas e processadas, e o consumo insuficiente de fibras
de origem vegetal aumentam o risco de câncer colorretal
. Isto ocorre porque dietas à base de gordura animal levam a níveis elevados de
colesterol e ácidos biliares no intestino, que podem ser convertidos em agentes
causadores de câncer (carcinógenos). Além disso, o baixo consumo de fibras de
origem vegetal faz com que o funcionamento intestinal se torne mais lento,
causando constipação intestinal e fezes endurecidas, mantendo os agentes
causadores de câncer mais tempo em contato com o intestino. Carne, manteiga,
queijos amarelos são os principais alimentos ricos em gordura. Este processo, no
entanto, é lento, acredita-se que o desenvolvimento de câncer colorretal ocorra ao
longo de décadas, por isso, a freqüência de câncer de cólon aumenta após os 50anos.
Hábitos e estilo de vida
Estudos mostram que indivíduos que não praticam exercícios têm maior risco em
desenvolver câncer colorretal. Além disso, o tabagismo e o álcool estão direta e
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indiretamente relacionados com vários tipos de tumores, incluindo o câncer
colorretal.
Antecedentes pessoais de câncer
Mulheres que tiveram câncer de ovário, corpo do útero (endométrio) ou mama têm
maior risco de desenvolver câncer colorretal.
Indivíduos que tiveram câncer colorretal têm maior risco de desenvolver um
segundo tumor.
Doença intestinal inflamatória
A retocolite ulcerativa e a doença de Crohn são doenças inflamatórias benignas,
que causam inflamação em graus variados na mucosa do intestino grosso. As
doenças inflamatórias intestinais estão associadas ao maior risco de câncer
colorretal, especialmente em indivíduos com doença com mais de 8 anos de
evolução.
Pólipos intestinais
Muitas evidências sugerem que a maioria dos tumores do intestino grosso se
desenvolvem a partir de pólipos benignos. Pólipo intestinal adenomatoso ou
adenoma é um crescimento benigno na mucosa do cólon e do reto. São mais
comuns após os 50 anos, porém, podem aparecer em idade mais precoce,
especialmente se há história de câncer colorretal na família.Cerca de 40% dos
indivíduos com mais de 60 anos apresentam pólipos.
Indivíduos que apresentaram adenomas no passado têm chance muito maior que
a população em geral em apresentar novas lesões. Essa chance pode chegar até
a 80% de desenvolver novo pólipo.
Prevenção do câncer colorretal
Prevenção significa evitar os fatores de risco e aumentar os fatores protetores, o
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que reduz a chance de desenvolvimento câncer. Alguns fatores de risco, como a
idade, a história familiar e pessoal de câncer não podem ser evitados. Além disso,
ainda que alguns fatores de risco possam ser eliminados ou atenuados, isto não
garante que o indivíduo não irá desenvolver câncer. Por outro lado, grande parte
dos indivíduos com algum fator de risco não desenvolvem a doença.
Recomenda-se para prevenir o câncer colorretal:
- consumir dieta rica em fibras vegetais (verduras, legumes, frutas);
- praticar exercício físico de forma regular;
- evitar consumo de dieta com excesso de gordura animal e carnes processadas
(embutidos), não fumar e consumir bebidas alcoólicas com moderação;
- remover possíveis pólipos através da colonoscopia.
Além disso, estudos demonstram que o uso de determinados medicamentos
podem reduzir a freqüência de câncer de intestino (quimioprevenção). Algumas
substâncias como: antinflamatórios não-hormonais (medicamentos para
tratamento da dor), vitamina E e C e cálcio reduzem a freqüência de câncer
colorretal. Entretanto, esses resultados foram observados apenas em estudos
controlados de pesquisa. Por isso, a quimioprevenção só deve ser realizada sob
supervisão médica, e dentro de protocolos de pesquisa.
Diagnóstico precoce
O diagnóstico precoce do câncer é importante porque a identificação da doença
em suas fases iniciais aumenta as chances de cura.
Para o diagnóstico precoce do câncer colorretal podem ser utilizados os seguintes
exames:
- toque retal;
- pesquisa de sangue oculto nas fezes;
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- enema opaco;
- retossigmoidoscopia;
- colonoscopia.
Toque retal
É um exame onde o médico examina o ânus e a parte final do reto através do
toque para verificar alterações. É um exame barato e de fácil realização, porém só
permite examinar o ânus e o reto baixo.
Pesquisa de sangue oculto nas fezes
É um exame que analisa a presença de sangue escondido (oculto) nas fezes. A
presença de sangue pode ocorrer por sangramentos de úlcera gástrica,
hemorróidas, doença inflamatória intestinal, pólipos intestinais ou câncer colorretal.
São necessárias três amostras consecutivas de fezes e devendo-se evitar alguns
tipo de alimentos, alguns dias antes do exame.
É um exame barato e de fácil realização, no entanto, detecta apenas cerca de 10%
dos pólipos e metade dos casos de câncer. Podem ocorrer falsos-positivos (o
exame indica algum problema, mas na realidade não há nada alterado), em geral
por preparo dietético inadequado ou por outras fontes de sangramento (úlceras
gástricas, por exemplo).
Enema opaco
O enema opaco é um exame que utiliza raios-X após a introdução de ar e
contraste através do ânus. O objetivo é verificar se existe retenção (represamento)
do ar/contraste em algum ponto do intestino, que pode indicar a presença de um
tumor. É necessária limpeza prévia, geralmente com laxantes. Esse exame pode
ser empregado quando não é possível realizar a colonoscopia.
Permite visualizar todo o cólon e o reto e é mais barato que a colonoscopia, no
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entanto, não é capaz de detectar todos os tumores e pólipos pequenos.
Retossigmoidoscopia
Exame realizado através de um tubo com 25cm de comprimento(retossigmoidoscopia rígida), ou um aparelho de fibra ótica com 70cm de
comprimento (retossigmoidoscopia flexível) que é introduzido pelo ânus e permite
visualizar o reto e parte do cólon. Se for encontrada alguma lesão que possa
indicar presença de tumor, é realizada biópsia. É necessária uma pequena
lavagem intestinal.
É mais barato do que a colonoscopia, porém é possível visualizar apenas o reto e
parte do cólon distal, portanto, não deve ser usado como método de rastreamento
isoladamente.
Colonoscopia
É um exame realizado por aparelho de fibra ótica com cerca de 180cm de
comprimento, introduzido através do ânus, que permite a visualização do reto e de
todo o cólon em mais de 95% das vezes. Para a realização do exame é necessária
limpeza intestinal, feita com laxantes ou lavagem intestinal. Durante o preparo, é
importante beber líquidos sem resíduos para evitar a desidratação.
Durante o exame são administrados um sedativo e um analgésico. Após a
administração do medicamento, o aparelho é conduzido por todo o intestino
grosso. Se for verificada a presença de pólipos, estes podem ser removidos e
enviados para análise. Ao término do exame o paciente é liberado, não sendo
necessária internação.
É o melhor exame para o diagnóstico de pólipos e câncer colorretal, serve tambémpara tratamento, ou seja, para a retirada de pólipos, que são enviados para exame
anatomopatológico. Porém, tem custo mais elevado do que a retossigmoidoscopia
flexível.
Na Tabela a seguir estão as recomendações de exames para prevenção e
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diagnóstico do câncer colorretal de acordo com as orientações da US Agency
Health Care Policy and Research
Tabela 1 Resumo das recomendações de rastreamento de câncer colorretal
segundo orientações da US Agency Health Care Policy and Research
Grupo de risco Orientação de exames
Risco para câncer colorretal na
média da população: indivíduos
sem sintomas com idade maior ou
igual a 50 anos
Sangue oculto nas fezes anual ou
Retossigmoidoscopia flexível a cada 5 anos ou
Sangue oculto nas fezes anual +
Retossigmoidoscopia flexível a cada 5 anos ou
Enema opaco a cada 5 anos ou
Colonoscopia a cada 5 ou 10 anos
Indivíduos com antecedente de
câncer colorretal ou pólipos; ou
com parente de primeiro grau com
câncer colorretal ou adenomas
antes dos 60 anos, ou doisparentes de primeiro grau com
câncer colorretal diagnosticado em
qualquer idade
Colonoscopia, a partir dos 40 anos a cada 5
anos
Indivíduos com familiares com
polipose adenomatosa familiar
Colonoscopia a cada 1 ou 2 anos, a partir da
idade de aparecimento dos pólipos
Indivíduos com familiares com
câncer colorretal hereditário sem
polipose
Colonoscopia a cada 1 ou 2 anos, a partir dos
20-30 anos
Indivíduos com história de pólipos
adenomatosos
Colonoscopia a cada 3 anos após o exame
inicial em pacientes com pólipose
adenomatosos maiores que 1cm
Colonoscopia a cada 5 anos após o primeiro
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exame negativo, ou em pacientes com pólipos
menores que 1cm, únicos, pequenos
Indivíduos com história pessoal de
câncer colorretal
Colonoscopia periódica após cirurgia
Indivíduos com história de doença
inflamatória intestinal
Colonoscopia a cada 1-2 anos em indivíduos
com história de 8 anos de inflamação de todo
o intestino
Sinais e sintomas do câncer colorretal
O câncer colorretal pode produzir uma série de sinais e sintomas, sendo os mais
comuns citados abaixo:
- mudança no hábito intestinal;
- diarréia;
- constipação;
- sensação de que o intestino não esvaziou após a evacuação;
- cólicas, dor abdominal;
- sangramento;
- muco nas fezes;
- perda de peso.
Esses sinais e sintomas podem ser causados por outras doenças, portanto,
procure um médico para uma avaliação especializada.
Diagnóstico de câncer colorretal
Quando os sintomas do câncer colorretal estão presentes, são realizados testes
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para determinar se os sintomas estão sendo causados por câncer ou por outras
doenças. Para fazer o diagnóstico, o médico irá fazer algumas perguntas e irá
realizar um exame físico detalhado. Além disso, será solicitada a colonoscopia
com biópsias de tecidos suspeitos para verificação da presença de células
malignas.
A biópsia é o único exame que pode determinar a presença de câncer. Se o
câncer for encontrado (diagnosticado) são realizados mais exames para
determinar a extensão da doença (estadiamento).
Tratamento do câncer colorretal
A escolha do tratamento a ser utilizado depende das condições de saúde do
paciente, da localização e da extensão da doença e da opção do paciente e da
família. O tratamento do câncer colorretal é basicamente cirúrgico. A radioterapia e
quimioterapia podem ser usadas de forma complementar.
Na cirurgia para câncer de cólon é removido o tumor, uma parte de tecido normal e
os linfonodos regionais (gânglios linfáticos). Na maioria das vezes o intestino
funciona adequadamente após a cirurgia.
A partir de informações obtidas da análise do tumor após a cirurgia é feito o
planejamento do tratamento pós-operatório. O dado principal para definir a
necessidade de quimioterapia é o estadiamento. Estadiamento é classificação da
doença em grupos de acordo com a invasão do tumor nas camadas do intestino, a
presença ou ausência de linfonodos comprometidos pela doença, e presença ou
ausência de metástases em outros órgãos.
A principal forma de tratamento para o câncer do reto também é a cirurgia. Quandosão tumores pequenos e não há fixação do reto a outras estruturas, o tratamento
começa pela cirurgia, que consiste na retirada de parte do reto e do sigmóide,
fazendo-se a união das partes que restaram para que o paciente continue
evacuando pelo ânus. Quando são tumores são maiores ou existe fixação do reto
a outras estruturas, o tratamento inicia-se com sessões de radioterapia associada
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à quimioterapia. A retirada do ânus só é indicada em casos de tumores muito
baixos em relação ao esfíncter anal.
Cirurgia
O paciente é internado na manhã da véspera da operação quando é iniciado o
preparo intestinal. O preparo intestinal é necessário para limpar o intestino, para
diminuir o risco de infecções. Este preparo é feito através do uso de laxantes, e se
necessário, lavagens intestinais. Durante todo o dia a dieta do paciente deve ser a
base de líquidos para se mantenha hidratado. Geralmente, a partir das 22 horas o
paciente entra em jejum absoluto, podendo ingerir apenas os medicamentos
liberados pelo anestesista.
Se houver necessidade ou possibilidade de colostomia é realizada a demarcação
na pele pela enfermeira especializada, chamada estomaterapeuta (ver cuidados
com estomas). Colostomia é o desvio das fezes para uma bolsa plástica que é
colada no abdome.
Para a realização de cirurgia é necessária anestesia geral. Normalmente a incisão
na pele é no sentido longitudinal, de tamanho variável, a depender da necessidade
e da localização do tumor. Após abertura do abdome e avaliação inicial dos
órgãos, inicia-se a operação propriamente dita. O tipo de cirurgia dependerá da
localização do tumor. Após a remoção do segmento intestinal, faz-se a união das
duas extremidades restantes (anastomose intestinal) sempre que possível.
O paciente permanece internado entre 5 e 7 dias, a depender da operação e de
sua evolução, recebendo alta quando a função intestinal estiver normalizada.
O tipo de cirurgia para o tratamento do câncer colorretal depende da localização
do tumor, as cirurgias realizadas são:
Hemicolectomia Direita: os tumores do cólon direito são tratados por
hemicolectomia direita, que consiste na retirada do cólon direito. Após a retirada do
cólon direito e dos linfonodos da região, realiza-se uma sutura unindo a parte final
do intestino delgado à porção inicial do intestino grosso restante.;
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Colectomia transversa: retira-se o cólon transverso e realiza-se a união do cólon
direito e esquerdo. ; Hemicolectomia esquerda: retira-se o cólon esquerdo e
realiza-se a união do cólon transverso ao sigmóide.;
Retossigmoidectomia abdominal: realizada para tratamento dos tumores nosigmóide, nesta cirurgia retira-se o sigmóide e os linfonodos regionais e realiza-se
a união do cólon esquerdo, também chamado cólon descendente, ao reto. ;
Cirurgia ampliada: nos casos em que se observa invasão de órgãos e/ou
estruturas próximas ao tumor, e considera-se que a remoção pode ser completa,
isto é, não restará nenhum foco de tumor ao final da operação, a cirurgia deve ser
feita retirando-se o segmento do intestino que contém o tumor, os linfonodos
regionais e a parte ou a totalidade dos órgãos ou estruturas invadidas, sem
separar uma estrutura da outra. Faz-se então a união das extremidades do
intestino restante. Os órgãos ou estruturas a serem removidos dependem da
localização do tumor e da presença ou não de invasão.;
Colectomia total: cirurgia na qual se remove todo o cólon e se faz a união da parte
final do intestino delgado ao reto. A retirada completa do cólon pode levar, nos
primeiros meses após a operação, a um aumento da freqüência das evacuações,
com fezes mais líquidas e pastosas. No entanto, com o passar do tempo, ocorre
uma adaptação do intestino delgado e as evacuações passam a ser mais sólidas,
numa freqüência de cerca de 2 a 3 vezes por dia. ;
Proctocolectomia total: a cirurgia consiste na remoção de todo o intestino grosso e
reto, com a união do intestino delgado ao ânus. Como o reto precisa ser retirado,
faz-se um reservatório com o próprio intestino delgado para fazer seu papel de
conter as fezes antes da evacuação. Esse reservatório é então unido ao ânus. ;
Ressecção anterior do reto: cirurgia realizada para o tratamento de tumores
localizados no reto. Consiste na retirada do sigmóide e do reto, com anastomose
(ligação) do cólon ao ânus. Em algumas situações pode ser necessária uma
colostomia temporária, para proteção da anastomose.;
Amputação abdômino-perineal: cirurgia realizada para tumores do reto baixo
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(próximo ao ânus). Consiste na remoção do reto e do ânus, com a confecção de
uma colostomia definitiva.
Radioterapia
A radioterapia consiste no uso de radiação para matar as células do câncer. É um
tratamento local, pois age apenas no local tratado. Utilizada em tumores do reto, é
administrada de preferência antes da cirurgia para reduzir o tumor, facilitando a
sua retirada pela cirurgia. A radioterapia também pode ser usada após a cirurgia
para destruir células que possam ter ficado no local da cirurgia. Além disso, pode
ser utilizada para aliviar sintomas, quando a doença está em estágio mais
avançado.
A radioterapia é realizada através de uma máquina que libera um feixe de energia,
atingindo as células alvo. No tratamento complementar à cirurgia de reto,
geralmente são necessárias 25 sessões diárias, por 5 semanas, de segunda a
sexta-feira. Não é necessária internação. Antes, durante e após a radioterapia, o
paciente é avaliado por médicos especializados.
Quimioterapia
A quimioterapia utiliza medicamentos que causam a morte das células. É um
tratamento sistêmico, ou seja, age em todo o organismo, pois a droga é distribuída
por todo o corpo através do sangue. A quimioterapia pode ser administrada antes
da cirurgia, no caso dos tumores do reto, para aumentar o efeito da radioterapia.
Após a cirurgia a quimioterapia está indicada nos casos onde há risco aumentado
de retorno da doença.
Pode ser usada também em associação à radioterapia em casos de tumor de reto.
Também pode ser utilizada para aliviar sintomas da doença.
Na maioria das vezes, o quimioterápico é dado pela veia, de uma a cinco vezes
por semana, com semanas de descanso para recuperação do organismo. Também
estão disponíveis, para o tratamento do câncer, medicamentos por via oral.
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Seguimento após o tratamento
É importante que após o tratamento o paciente seja acompanhado pelo médico. As
avaliações regulares permitem a identificação precoce de alterações. As
recomendações quanto à freqüência das consultas e exames de seguimentodependem da extensão da doença, do tratamento realizado e das condições do
paciente. Os exames de seguimento mais comuns são os marcadores tumorais
(CEA), a colonoscopia, radiografia de tórax, ultrassom ou tomografia do abdome e
pelve. Os marcadores tumorais são medidos através do sangue e são substâncias
que estão aumentadas quando há tumores em atividade.