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1 Marcia Takagui Ed. Ala 1 sala 216 ramal 6811 Introdução às Medidas em Física 1 a Aula * http://fge.if.usp.br/~takagui/4300152_2011/ * Baseada em Suaide/ Munhoz 2006

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Marcia Takagui Ed. Ala 1

sala 216

ramal 6811

Introdução às Medidas em Física 1a Aula * http://fge.if.usp.br/~takagui/4300152_2011/

* Baseada em Suaide/Munhoz 2006

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Objetivos da disciplina...

!   Compreender a necessidade de se efetuar medidas na área de conhecimento chamada Física;

!   Compreender os cuidados necessários para uma tomada de dados;

!   Ser capaz de escolher e utilizar os equipamentos e procedimentos adequados;

!   Ser capaz de elaborar e testar modelos teóricos; !   Estimar incertezas de medidas e avaliar a propagação das

mesmas; !   Sistematizar o armazenamento de dados através de tabelas; !   Analisar dados experimentais através da utilização de gráficos; !   Discutir criticamente os resultados obtidos.

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 LABORATÓRIO DIDÁTICO Andar térreo do Edifício Principal (Ala Central).

 SEMANALMENTE Falta significa perda do experimento. Não há aula de reposição.

 ATRASO: TOLERÂNCIA DE 15 MINUTOS Acima deste valor o professor pode ou não autorizar a presença do aluno na aula. Conflitos de horários de trabalho ou outras atividades não serão considerados.

 EXPERIMENTOS Realizados no laboratório em grupo 2 – 3 alunos Alunos devem assistir aulas nas turmas designadas Trocas apenas com a permissão da coordenação Segurança – Cuidados necessários com equipamentos, manuseio,

sandálias, cabelos soltos

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 MATERIAL DA EXPERIÊNCIA O material e os instrumentos necessários na experiência deverão

estar na bancada do laboratório. Senão, deverão ser retirados pelo próprio aluno no balcão da sala

123, através da identificação e depósito de um documento. Ao final da aula, o aluno deverá devolver o material no mesmo

local.

 PAPÉIS Folhas de papel milimetrado (10), de papel mono-log (5) e di-log (5) devem ser providenciadas pelos alunos.

 CADERNO DE DADOS Cada aluno deve possuir um caderno para anotar todos os

resultados das medidas, cálculos, observações, referências, etc...

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 FOLHA DE DADOS Ao final de cada aula, em que foram realizadas medições, o

grupo deve entregar ao professor uma folha com os dados experimentais obtidos (pode ser uma cópia de carbono ou Xerox). Sem esta folha o relatório não será aceito.

Além dos dados medidos o aluno deve anotar todos os dados relevantes ao experimento, como, por exemplo, o número do equipamento utilizado, as incertezas instrumentais, alturas, comprimentos, etc..

Se possível o professor irá verificar imediatamente se os dados são satisfatórios, apontando eventuais falhas graves nas medições.

 OUTROS MATERIAIS: Calculadora Científica, Régua, etc....

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Haverá um total de 7 experimentos:

 Pêndulo simples, aulas 1 e 2.

 Densidade de sólidos, aulas 3 e 4.

 Distância focal de uma lente, aula 5.

 Queda livre, aulas 6 e 7.

 Curvas características, aulas 8 e 9.

 Resfriamento de um líquido, aula 10.

 Cordas vibrantes, aulas 11 e 12.

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  Um relatório pode ser entendido como a descrição detalhada, clara e objetiva de um trabalho realizado.   Descrição detalhada significa que o relatório deve apresentar todos os detalhes que sejam realmente relevantes, omitindo detalhes supérfluos.  Clareza e objetividade reduzem o esforço de leitura do relatório ao mínimo sem prejuízo da perfeita compreensão.

  em nossa disciplina: servir como um treinamento para escrever textos científicos e ajudar a articular idéias.

 O relatório deve ser um texto completo, dirigido a um leitor com conhecimentos suficientes para entender as experiências da disciplina, mas que nunca tenha visto nada sobre tais experiências.

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!   Experiência I - Resultados de medições, cálculos e análise de dados !   Experiência II - Resultados de medições, cálculos e análise de dados +

Discussões e conclusões; !   Experiência III - Descrição experimental + Resultados de medições, cálculos

e análise de dados + Discussão final e conclusões; !   Experiência IV - Introdução ao assunto + Descrição experimental +

Resultados de medições, cálculos e análise de dados + Discussão final e conclusões;

!   Experiência V - Resumo do trabalho + Introdução ao assunto + Descrição experimental + Resultados de medições, cálculos e análise de dados + Discussão final e conclusões;

!   Experiência VI - Resumo do trabalho + Introdução ao assunto + Descrição experimental + Resultados de medições, cálculos e análise de dados + Discussão final e conclusões + Referências bibliográficas; (completo)

!   Experiência VII - Resumo do trabalho + Introdução ao assunto + Descrição experimental + Resultados de medições, cálculos e análise de dados + Discussão final e conclusões + Referências bibliográficas; (completo)

Prazo de entrega: 1 semana

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Tipos de avaliações Frequência em aula

Relatórios Científicos

Provas

Frequência: maior ou igual a 70%

Relatórios: Média dos relatórios >= 5,0

Provas : Média das provas >= 4,0

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Média Final:

Relatórios: Média dos relatórios >= 5,0

Provas : Média das provas >= 3,0

MR =

Rii=1

7

∑ − Rmin

6≥ 5,0

MP =P1 + 2P23

≥ 4,0

MF = 0,6*MR + 0,4 *MP ≥ 5,0

• P1 – aulas 1 a 7 (até o experimento 4) • P2 – aulas 1 a 12 (experimentos de 1 a 7).

Não há prova substitutiva.

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!  Ler as informações da apostila; !  Ler o texto da apostila, referente a

cada experimento, antes da aula.

!  “Não é aceitável a alegação de desconhecimento dos critérios e informações apresentados na

apostila”!

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Observações finais

Os cursos de laboratório são compostos de experiências realizadas pelos alunos. Não é um curso

de demonstração. Assim, a participação na sala de aula e interação entre os colegas e professor é

fundamental.

Cuidado com os equipamentos. Cada aluno é responsável pelo equipamento que utiliza.

Siga as normas de segurança. Siga as instruções dos professores e do corpo técnico

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Observações finais -  Apostila e caderno: obrigatório trazer em todas as aulas -  Papel de gráfico: comprar 3 tipos

-  10 folhas milimetrado -  5 monolog -  5 dilog

-  Local e horário das aulas: -  aulas semanais -  sempre no andar térreo do Edifício Principal, Ala Central -  a sala pode mudar a cada aula, havendo um quadro informativo no balcão da sala 123 -  provas serão nos Auditórios Novo II (2ª a 5ª) e Adma Jafet (6ª) no horário da aula. Imprevistos serão avisados na tabuleta da sala dos técnicos.

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Observações finais -  Horários de consultoria:

Serão avisados oportunamente.

-  Locais da consultoria:   Serão avisados oportunamente.

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Conceitos fundamentais em uma medida em Física

!  O que é medir? –  Medir significa quantificar uma grandeza com

relação a algum padrão tomado como unidade;

!  Uma medida não é absoluta –  O que acontece se eu repetir várias vezes? E se

outra pessoa fizer a mesma medida?

–  Se eu usar outro instrumento? Qual o instrumento mais adequado para realizar uma medida?

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Peculiaridades de uma medida: objetos irregulares

2 3

O valor medido depende da região do objeto que é medida.

O que acontece se eu realizo medidas em regiões diferentes? Como expressar o resultado?

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Peculiaridades de uma medida: precisão do instrumento

2 3

2 3

Como a precisão do instrumento influencia a medida realizada?

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Uma medida não é absoluta

!   Irregularidades do objeto podem influenciar a medida final.

!  As características do instrumento influem na medida.

!  Mas, o que isso significa? –  Medidas experimentais não são absolutas. Sempre existe

uma “dúvida” no resultado obtido.

–  Como expressar essa “dúvida”? •  Supondo que exista um valor verdadeiro, que nunca saberemos qual

é, como avaliar a qualidade da medida efetuada?

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Erro e incerteza de uma medida

ERRO não é a mesma coisa que INCERTEZA!!!

!  Erro = valor verdadeiro - valor medido

pode-se afirmar que toda medida experimental apresenta um erro, que precisa ser estimado e compreendido.

O valor do erro NUNCA pode ser conhecido!

!   Incerteza = melhor estimativa do valor do erro

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Apresentando o resultado de uma medida com incerteza

!  Se toda medida tem uma incerteza, como representá-la? –  Forma mais comum

•  (Valor ± incerteza) unidade – Ex: (24,50 + 0,05) cm

–  Forma compacta •  Valor(incerteza) unidade

– Ex: 24,50(5) cm

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2 3

(2,74 + 0,05) cm

Tenho certeza

Apresentando o resultado de uma medida com incerteza

!  Se toda medida tem uma incerteza, como representá-la?

Estou em dúvida

Incerteza! Em geral, metade da

menor divisão

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Apresentando o resultado de uma medida com incerteza

!  Por que a incerteza é 0,05 e não 0,050 ou 0,053? –  Em geral, a incerteza é expressa somente com 1 algarismo

significativo (opcionalmente 2 algarismos, caso o primeiro seja 1 ou 2)

–  Caso o 1o. Algarismo seja >2, a importância do segundo é muito pequena e não vale a pena

!  Note que a representação da medida deve levar em consideração a incerteza –  (2,74 + 0,05) cm

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O que são algarismos significativos?

!  São, como o próprio nome diz, algarismos que têm significado

!  Ex: –  (2,746 + 0,050) cm

•  2 tem significado (eu tenho certeza dele). O mesmo com 7

•  4 é um número incerto mas é uma estimativa plausível, sendo assim, também tem significado

•  6 não faz sentido, pois se o 4 já é um “chute”, qual a importância do 6? Então ele não tem significado.

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Regras para algarismos significativos

!  Algarismos significativos são todos aqueles que temos certeza na medida mais o primeiro algarismo incerto (chute) –  Pode-se utilizar dois algarismos incertos quando o primeiro

algarismo correspondente na incerteza é 1 ou 2 •  Ex: (1,452 + 0,018) cm

!   Zeros à esquerda não são significativos, enquanto os à direita podem ser. –  Ex: 0,000043 tem apenas 2 algarismos significativos –  Ex: 2,3500 tem 5 algarismos significativos

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Alguns exemplos

!   Forma correta –  (2,74 + 0,05) cm –  2,74(5) cm –  (123,4 + 1,2) kg ou (123 + 1) kg

!   Forma incorreta –  (2,746 + 0,053) cm (dois algarismos na incerteza e primeiro

algarismo é >2) –  (2,7455 + 0,0532) cm (incerteza com muitos algarismos) –  (2,7 + 0,05) cm (a representação da medida não é

compatível com a incerteza)

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Como fazer no caso (1345 + 132) ml?

!   A incerteza deve sempre apresentar 1 (ou 2, em alguns casos) algarismo significativo. –  132 possui 3 algarismos significativos –  130 também (zero à direita É significativo )

!   Uso de potências –  1345 = 1,345 x 103

–  132 = 0,132 x 103 !   A forma correta é (1,34 + 0,13) x 103 ml ou ainda (1,34 + 0,13) l

(troca de unidades)

–  O importante é representar com o número correto de algarismos significativos

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Exp I: Medidas de tempo e Pêndulo Simples – Parte I

Objetivos !  Medidas de tempo

–  Pêndulo simples (parte I)

!  Noções de estatística –  Média e desvio padrão

–  Incerteza de um valor médio

–  Análise gráfica: histogramas

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O Pêndulo Simples O pêndulo é constituído por um ponto material

suspenso por um fio inextensível e sem massa; Apenas as forças peso e tração agem sobre o ponto

material; É válida a aproximação sen(θ) ≈θ, onde θ é o ângulo

entre o fio e a vertical, durante a oscilação.

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O Pêndulo Simples

Baseado nessas hipóteses, pode-se deduzir a relação entre o período de oscilação (T ) e o comprimento do fio (L):

onde g é a aceleração da gravidade e L é o comprimento do pêndulo.

gLT π2=

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O Pêndulo Simples

É possível construir um “pêndulo simples” com as condições que levam a essa expressão?

Não, porém podemos construir um pêndulo procurando nos aproximar das condições descritas.

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O Pêndulo Simples

Se a aproximação for razoável, isto é, as incertezas experimentais forem maiores que as diferenças entre a realidade e o modelo, a equação anterior descreverá nosso sistema físico.

Normalmente, uma teoria ou modelo é estudado dessa forma, com boas aproximações à realidade.

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Medidas de tempo: pêndulo simples

2 LT gπ=

Período não depende da massa nem da

amplitude de oscilação (estudos de Galileu)

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Medindo intervalos de tempo...

!   Medir um intervalo de tempo significa medir um intervalo entre dois instantes diferentes

–  1 evento define um instante no tempo

–  Para determinar o instante no qual 1 evento ocorre:

•  T=0 – ocorre o evento •  O evento deve ser processado (eletronicamente ou visualmente)

•  Uma resposta deve ser enviada ao instrumento de medida (por exemplo, pressionar o botão do cronômetro)

•  T=ΔT – o evento é registrado

‒  ΔT pode ser negativo!

»  O experimentador se adianta para disparar o cronômetro

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Determinando o intervalo de tempo a partir de dois instantes

!   Quer-se medir o intervalo de tempo

!   Porém, os tempos de cada evento são registrados em instantes diferentes àqueles onde ocorreram os eventos.

!   Os valores de ΔT0 e ΔT1 podem ser positivos (sinal é registrado após a ocorrência do evento) ou negativo (sinal é registrado antes da ocorrência do evento)

01 eventoevento ttT −=

0

1

0 0

1 1

evento

evento

medidoevento

medidoevento

t t T

t t T

= + Δ

= + Δ

1 0( )medidoT T T TT T

= + Δ −Δ

= + Δ

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Tmedido = T + ΔT

!   ΔT corresponde à flutuação, ou incerteza na medida de tempo. –  Como determinar?

–  Pode ser muito maior que a incerteza instrumental!

!  Similar ao problema da mesa

2 3

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Análise estatística de dados

!  Quando flutuações de medidas têm origem aleatória (ou quase) pode-se fazer análises estatísticas. –  Ex: As irregularidades da mesa –  A flutuação no disparo de um cronômetro

!  Nesse caso, pode-se separar as incertezas instrumentais destas de caráter aleatório, denominadas incertezas estatísticas.

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Como fazer uma análise estatística

!  Suponha que você repita um determinado experimento várias vezes, utilizando sempre o mesmo instrumento e procedimento de medida –  Cada medida efetuada apresenta um resultado

diferente devido ao caráter aleatório das flutuações experimentais (imperfeição da mesa, tempo de reação para disparar o cronômetro)

–  A análise desse conjunto de medidas permite determinar um resultado mais confiável, bem como estimar uma incerteza mais realista.

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Conceitos importantes

!  Média de um conjunto de medidas

!  Desvio padrão de um conjunto de medidas –  Grandeza que caracteriza a amplitude das flutuações

estatísticas observadas. É também a incerteza estatística associada a uma única medida efetuada.

!   Incerteza do valor médio –  Também denominado “desvio padrão da média”, é a

incerteza estatística do valor médio obtido.

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Média

!  Se forem realizadas n medidas de uma mesma grandeza, e cada uma delas possuir a mesma incerteza, a média de um conjunto de medidas é dada pela média aritmética simples, ou seja:

1

lim

n

ii

verdn

yy

ny y

=

→∞

=

=

Assim como cada medida é, por definição, diferente do valor

verdadeiro de uma grandeza, o valor médio também não corresponde ao valor verdadeiro de uma grandeza.

Quanto maior o número de medições, mais precisa é a medida

do valor médio.

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Desvio médio de um conjunto de medidas

!   O desvio é definido como a diferença entre a medida e o valor médio verdadeiro:

!   O desvio médio tende a zero:

!   Então, o desvio médio não fornece informação relevante

i i verdd y y= −

1 1 1 1( )

0

n n n n

i i verd i verdi i i i

verd

d y y y yd y y

n n n n= = = =

−= = = − = − →∑ ∑ ∑ ∑

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Desvio padrão de um conjunto de medidas

!  Utiliza-se o desvio quadrático

!  O desvio padrão (σ), ou desvio quadrático médio de uma medida é dado por:

( )22i i verdd y y= −

( ) ( )2 2

1 1

1 11

n n

i verd ii iy y y y

n nσ

= =

= − ≈ −−∑ ∑

(n-1) vem do fato da definição de desvio padrão ser a diferença entre a medida e o valor médio verdadeiro, que não pode ser

obtido experimentalmente. Ver Seção 7.4 do Livro “Fundamentos da Teoria de Erros”, J. H. Vuolo

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Qual o significado do desvio padrão?

!  Pode-se entender como sendo a “distância” média que qualquer medida tem em relação ao valor médio.

!  O desvio padrão é o correspondente à incerteza estatística de uma única medida realizada. Cada medida, além da incerteza instrumental, possui uma incerteza estatística dada pelo desvio padrão.

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Qual a incerteza estatística do valor médio?

!  De um conjunto de medidas, obtemos o seu valor médio !  Agora suponha que possamos repetir esse conjunto de

medidas k vezes e, em cada caso, obtem-se um valor médio

!  O desvio padrão dos valores médios corresponde à incerteza estatística de cada valor médio da amostra

1 2 3, , , ..., ky y y y

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Qual a incerteza estatística do valor médio?

!  Desvio padrão dos valores médios

!  Substituindo a expressão para o valor médio na expressão acima, pode-se deduzir que o desvio padrão do valor médio vale:

( )21

1 k

m i verdiy y

=

= −∑

m nσ

σ ≈Incerteza estatística do valor médio de

uma medida

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Atividade: Medida do período de oscilação de um pêndulo

!   Teste a sua resposta em relação ao cronômetro –  Qual o menor tempo que você consegue medir com o

cronômetro?

!  Utilizando um cronômetro, cada aluno deve medir o intervalo de tempo para 8 períodos consecutivos de oscilação do pêndulo posicionado na frente da sala de aula –  Note que um período de oscilação corresponde a um vai-e-volta

do pêndulo –  Porque 8 períodos e não apenas 1?

!  A medida deve ser realizada 5 a 8 vezes por aluno. –  Assim, o número total de medidas será (5 a 8) x número de

alunos em sala.

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Tabela de 8T(s)

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Tabela de 8T(s)

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Atividades: Calcular média, desvio padrão e desvio padrão da média

!  Média

!  Desvio padrão

!  Desvio padrão da média

1

n

iiy

yn

==∑

( )21

11

n

iiy y

=

≈ −− ∑

m nσ

σ ≈

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É suficiente conhecer somente a média e o desvio padrão?

!  Como os dados se distribuem em relação ao seu valor médio? Conhecer essa distribuição é importante?

!  Exemplo: Joga-se um dado de 6 faces 200 vezes e obtem-se o número de ocorrências para cada uma das faces: –  1 = 35; 2 = 31; 3 = 37; 4 = 39; 5 = 27; 6 = 31

–  Qual a probabilidade de sortear o número 1? E o número 4? •  P(1) = 35/200 = 17.5%; P(4) = 39/200 = 19.5%

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Distribuição dos dados

!  Saber avaliar a distribuição estatística dos dados é tão importante quanto obter a média e desvio padrão.

–  No caso dos dadinhos, a distribuição tende a ser uniforme, ou seja, todos os valores têm igual probabilidade de ocorrerem.

–  E no pêndulo? •  Qual a probabilidade de, realizando uma medida, obter um

certo valor para o período de oscilação do pêndulo?

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Histogramas

!   Histogramas são gráficos nos quais pode-se visualizar a distribuição dos dados obtidos

!   No eixo-x coloca-se intervalos de ocorrência das medidas efetuadas

!   No eixo-y coloca-se uma variável cuja amplitude reflita a probabilidade de obter um valor em um determinado intervalo de resultados (canais)

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Tipos de histogramas

!   Número de ocorrências –  Simplesmente conta-se o número de ocorrências em cada intervalo (canal)

para um determinado evento. –  Mais simples e rápido de ser obtido

!   Probabilidades ou frequências –  Determina-se a probabilidade de medir um evento em um certo intervalo. A

probabilidade é o número de ocorrências no intervalo dividido pelo número total de medidas.

–  O histograma é independente do número de medidas efetuadas !   Densidade de probabilidades

–  O valor graficado corresponde à razão entre a probabilidade de ocorrência para um dado intervalo e o tamanho desse intervalo.

–  Muito útil, pois o histograma é totalmente independente da escolha do intervalo e do número de medidas efetuadas.

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Como fazer um histograma

!  Escolher a largura dos canais do histograma !  Escolher o centro de cada canal (tomar cuidado para

não sobrar espaços vazios) !  Contar o número de ocorrência para cada canal !  Obter a frequencia para cada canal e/ou a densidade

de probabilidade –  Depende do tipo de histograma

!  Desenhar o histograma em papel gráfico adequado (milimetrado, em geral)

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Exemplo

2 3 4 5 6 7

1

2

3

4

5

Período (s)

[2,3[ → 1

[3,4[ → 0

[4,5[ → 2

[5,6[ → 4

[6,7[ → 1

medida período (s)1 2,42 5,33 5,84 6,15 5,56 4,77 4,18 5,2

Núm

ero

de o

corr

ênci

as

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Atividade: histograma dos dados

!  Ler a apostila, páginas 70-76.

!  Com o conjunto de dados obtidos nesta aula, cada grupo deve fazer um histograma de número de ocorrências e apresentá-lo ao professor no término da aula ou início da aula que vem.

!  Indique o valor médio e o desvio padrão, calculados anteriormente, no seu histograma