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1 Marcia Takagui Ed. Ala 1 sala 216 ramal 6811 Introdução às Medidas em Física 10 a Aula * http://fge.if.usp.br/~takagui/fap0152_2010/ * Baseada em Suaide/ Munhoz 2006

Introdução às Medidas em Física 10a Aula * ...fge.if.usp.br/~takagui/fap0152_2010/Aula10.pdf · 1 Marcia Takagui Ed. Ala 1 sala 216 ramal 6811 Introdução às Medidas em Física

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    Marcia Takagui Ed. Ala 1

    sala 216

    ramal 6811

    Introdução às Medidas em Física 10a Aula * http://fge.if.usp.br/~takagui/fap0152_2010/

    * Baseada em Suaide/Munhoz 2006

  • 2

    Nas últimas aulas…

    !   Tanto na queda livre como nas curvas características, um dos objetivos foi testar se determinadas hipóteses físicas se aplicavam ao sistema medido –  Queda livre: g = constante? –  Lei de Ohm: R = constante?

    !  Como fazemos quando o problema é muito complicado porém gostaríamos de saber prevê-lo? –  Modelos empíricos ou semi-empíricos

  • 3

    Resfriamento de um Líquido

    !  Objetivos: –  Medidas de temperatura:

    •  Estudar o resfriamento de um líquido aquecido colocado em temperatura ambiente;

    •  Realizar medidas de temperatura; –  Análise de dados:

    •  Análise gráfica – escala logarítmica; •  Fórmulas empíricas;

  • 4

    Lei Zero da Termodinâmica

    !  Dois corpos inicialmente a temperaturas diferentes, quando colocados em contato por um tempo suficiente, chegam a um estado final em que a temperatura de ambos se iguala. Esse estado é chamado de equilíbrio térmico.

    !  Portanto, um objeto mais quente que a temperatura ambiente irá perder calor para o ambiente até igualar sua temperatura com o mesmo.

  • 5

    Medida de temperatura

    !  A temperatura de um sistema é medida através de fenômenos físicos cuja dependência com a temperatura é conhecida.

    !  O tipo de termômetro mais comum é o de coluna de mercúrio. O fenômeno físico usado neste caso é o da dilatação volumétrica de líquidos quando estes são aquecidos.

  • 6

    Termopar

    !   Termopar é um tipo de termômetro bastante popular; !  Seu princípio de funcionamento baseia-se em um efeito

    descoberto em 1822 por um médico da Estônia chamado Thomas Seebeck;

    !  Esse efeito corresponde à produção de uma diferença de potencial na junção entre dois metais, cujo valor depende da temperatura na junção.

  • 7

    Termopar

    !  Um dos tipos de termopar mais populares é do tipo K, composto pela junção das ligas de níquel-cromo e níquel-alumínio.

    300 oC 12,2 mV

    Níquel-cromo

    Níquel-alumínio

  • 8

    Lei de Resfriamento

    !  O que estudaremos: –  Ao aquecermos uma substância a uma certa

    temperatura, como se dará o seu resfriamento até a temperatura se igualar à temperatura ambiente?

    –  A temperatura diminui linearmente com o tempo? Ou a diminuição da temperatura é descrita por outra função matemática?

  • 9

    Lei de Resfriamento

    !  O que estudaremos: –  Na ausência de um modelo, iremos estabelecer uma

    função matemática que descreve esse fenômeno de maneira empírica, isto é, com a ajuda dos dados.

    –  Naturalmente, precisamos usar hipóteses físicas também...

  • 10

    Fórmulas empíricas

    !  Fórmulas empíricas (ou modelos empíricos) são expressões matemáticas que tentam descrever o comportamento físico observado –  Não precisa ter fundamentos teóricos sólidos –  Não é um simples ajuste de curvas. A expressão

    matemática obtida deve ser capaz de “prever” resultados fora da região onde os dados foram tomados

  • 11

    Ex: Velocidade de queda de um pára-quedista

    !  Um ajuste de uma expressão qualquer aos dados nem sempre pode ser considerado um modelo empírico 10

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    5 0,0

    v( u.a. )

    0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 t (ua)

    Gráfico v vs t

    Ajuste aos dados. As previsões baseadas

    nesse ajuste não são

    razoáveis

    Modelo empírico. Pode-se realizar previsões fora da

    região onde os dados foram adquiridos

  • 12

    Como estabelecer um modelo empírico para um fenômeno físico

    !   Deve-se tomar os dados necessários !   A partir desses dados testam-se várias hipóteses diferentes !   Verifica-se qual hipótese descreve melhor os dados e se as

    previsões fornecidas por essas hipóteses são razoáveis •  Ex: no caso do pára-quedas, espera-se que a velocidade de queda seja

    constante após um intervalo de tempo. Assim, modelos empíricos devem satisfazer essas condições

    !   O modelo aplicado deve ser capaz de se adaptar a condições experimentais diferentes.

    •  Ex: devemos ser capazes de utilizar a mesma expressão matemática (não necessariamente com os mesmos valores de parâmetros) para dois pára-quedistas e pára-quedas diferentes.

  • 13

    Determinação de um modelo empírico para resfriamento de um corpo

    !   Arranjo experimental –  Tubo de glicerina no qual inserimos um termopar –  Tubo é colocado em um cilindro com fluxo de ar constante. Isso mantém a temperatura

    ambiente constante ao redor do tubo !   Procedimento:

    –  Familiarize-se com a leitura do cronômetro congelando o mostrador enquanto a cronometragem continua. DESPREZE os centésimos de segundo.

    –  No medidor de termopar selecione o terminal T1, escolha oC e resolução de 0,1 oC. Meça a temperatura TR do cilindro de ar (sem o tubo) (5 vezes em intervalos de tempo de 1 min). A incerteza instrumental nesta escala é 0,2% do valor lido.

    –  Meça a altura da coluna de glicerina e introduza o termopar até a meia altura. –  Aqueça o tubo até aproximadamente 112-115oC, mantendo a chama não tão próxima

    para não queimar a rolha. –  Insira o tubo no cilindro de ar. –  Inicie cronômetro quando a temperatura atingir 110oC. –  Meça o tempo para variações da temperatura T de 3oC até atingir uma temperatura

    aproximadamente 2oC maior que TR, produzindo uma tabela da temperatura T em função do tempo t.

  • 14

    Análise gráfica dos resultados

    !  Determine o valor médio de TR e a incerteza, sendo a incerteza instrumental 0,2%, a ser combinada com a incerteza da média.

    !  Complete a tabela calculando a incerteza de cada temperatura. !  Adicione à tabela os valores ΔT=T-TR e calcule as incertezas. !   Faça o gráfico de ΔT como função do tempo em papel

    milimetrado. –  O gráfico obtido é uma reta? –  Como descrever o comportamento esperado para a

    temperatura?

  • 15

    Modelo empírico

    !   Muitas leis de decaimento em Física possuem comportamento exponencial. Podemos utilizar o nosso conhecimento pré-estabelecido e aplicar essa mesma fenomenologia para o resfriamento da glicerina

    !   Como testar essa hipótese –  Teste gráfico

    •  Papel mono-log –  O papel mono-log é muito útil para fazer gráficos de funções

    exponenciais pois as mesmas são representadas como retas nesse tipo de papel (v. próx. slide).

    ΔT = ΔToe−t /τ

  • 16

    Linearizando a função exponencial

    Se ΔT = ΔToe−tτ

    ⇒ logΔT = log(ΔToe−tτ )

    ⇒ logΔT = logΔTo − (logeτ

    )t

    ⇒ Y =Yo + Bt, que é a equação de uma reta

    de coeficiente angular (− logeτ

    )

    Note que quando t = τ, ΔT = ΔΤo/e, ou seja, τ é o tempo que demora para ΔT cair a 1/e do valor inicial ΔΤo.

  • 17

    Escala Logarítmica

    !  A fim de facilitar a construção desse gráfico e evitar que tenhamos que calcular o logaritmo de todos os dados, podemos utilizar o chamado papel monolog;

    !  Nesse papel, o eixo-y é construído de forma que o comprimento real no papel é proporcional ao logaritmo do número marcado na escala do papel.

  • 18

    Década

    0,1 ou 1 ou 10

    0,2 ou 2 ou 20

    1 ou 10 ou 100

    ESCALA (sempre múltipla de 10)

    10 ou 100 ou 1000

  • 19

    Escala Logarítmica

    0,2 0,4 0,6 0,8 Log(1)=0,0

    Log(5)=0,7

    Log(10)=1,0 0,1 0,3 0,5 0,7 0,9 1,0 0,0

    Log(2)=0,3 Log(3)=0,47 Log(4)=0,6 Log(6)=0,78

    Log(7)=0,84

    Log(8)=0,90

    Log(9)=0,95

    4 6 2 3 5 7 10 1 8 9

    Então se quero representar o log(2), não preciso calcular o log(2) e marcar o número encontrado num papel milimetrado (escala linear). Eu posso simplesmente marcar o próprio 2 num papel com escala log, e aquilo que está sendo representado é o log(2).

  • 20

    Papel mono-log

    !  O papel mono-log é bom para gráficos do tipo

    !  Aplicando log dos dois lados

    !  Equação de reta

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    30 40 50

    100

    200

    300

    0 10 20 30 40 50 60 70 t (s)

    T (oC)

  • 22

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    30 40 50

    100

    200

    300

    0 10 20 30 40 50 60 70 t (s)

    T (oC) Como extrair os parâmetros da função exponencial?

    3. A inclinação é o expoente da exponencial (NÃO é calculado da mesma forma que no papel milimetrado)

    1. Traçar reta média 2. O ponto onde a reta cruza o eixo-y é a amplitude da exponencial (A).

    A

    L

    y = Aebx

    ⇒ log y = logA + (bloge)x log yF = logA + (bloge)xF log yi = logA + (bloge)xi

    ⇒ bloge = log yF − log yixF − xi

    =

    =Δy(cm) /L(cm)

    xF −xi

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    30 40 50

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    300

    0 10 20 30 40 50 60 70 t (s)

    T (oC) Como extrair as incertezas?

    3. As incertezas são metade das diferenças entre os parâmetros máximo e mínimo

    1. Traçar as retas máxima e mínima 2. Calcular os parâmetros para ambas as exponenciais

    4. Se as incertezas dos pontos forem tão pequenas que apenas permitam traçar a reta média, a incerteza no coef angular é obtida por propagação de erros.

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    0 10 20 30 40 50 60 70 t (s)

    T (oC) Algumas peculiaridades dos dados

    J. C. Sartorelli Rev. Bras. Ens. Fís. 21, 116 (1999)

    Em algumas situações, dependendo do arranjo (isolamento térmico) pode-se perceber que os dados não são descritos por apenas uma exponencial

  • 25

    Atividades !   Finalizar os gráficos de temperatura como função do

    tempo –  Milimetrado e mono-log

    !   Traçar as retas médias (mais de uma, quando necessário) e extrair os parâmetros da exponencial

    !  Calcular as incertezas nos parâmetros das exponenciais.

    !  Calcular o tempo característico de esfriamento da glicerina, τ, e sua incerteza, e discutir a compatibilidade com o valor obtido da definição de τ.

    ΔT = ΔToe−tτ ⇒ logΔT = logΔTo − (

    logeτ

    )t, coef. ang. = (− logeτ

    )

  • Relatório

    !  Resumo do trabalho !  Introdução ao assunto !  Descrição experimental !  Resultados de medições, com tabelas, cálculos,

    gráficos e análise dos dados

    !  Discussão final e conclusão !  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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