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INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

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Page 1: INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

Page 2: INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

SUMÁRIO1. Definição ....................................................................... 32. Conceitos Iniciais........................................................ 53. Formas de Apresentação ....................................... 74. Grau de Ionização do Fármaco: ..........................105. Lipossolubilidade e Tamanho da Molécula ...11Referências Bibliograficas .........................................15

Page 3: INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

3INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

1. DEFINIÇÃOA farmacologia corresponde ao es-tudo das substâncias que interagem com sistemas vivos por meio de liga-ção à moléculas reguladoras que ati-vam ou inibem processos corporais normais.As substâncias químicas podem pro-duzir efeitos no organismo que va-riam entre benéficos e maléficos. Quando o efeito produzido é benéfi-co, chamamos a substância química em questão de fármaco e a farmaco-logia médica é a ciência que estuda esses fármacos e seu uso para pre-venir, diagnosticar ou tratar doenças,

através de efeitos no próprio organis-mo humano ou por efeitos tóxicos re-guladores em parasitas que infectam o paciente. Quando o efeito produzido é apenas maléfico, chamamos a substância química em questão de agente tóxico e a ciência que estuda essa substân-cia e sua toxicidade é a toxicologia. Alguns fármacos podem apresentar efeitos benéficos e maléficos simul-taneamente, nestes casos, os efeitos maléficos são chamados de efeitos adversos e uso é realizado de acor-do com o ponderamento entre a ação benéfica x maléfica da substância.

Page 4: INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

4INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

MAPA MENTAL - DEFINIÇÃO

ESTUDA A INTERAÇÃO ENTRE

FARMACOLOGIA

SUBSTÂNCIA QUÍMICA ORGANISMO VIVO

POSSÍVEIS EFEITOS

EFEITO BENÉFICO EFEITO MALÉFICO/ADVERSO

FÁRMACO AGENTE TÓXICO

FARMACOLOGIA MÉDICA TOXICOLOGIA

Page 5: INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

5INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

2. CONCEITOS INICIAISDroga é um conceito amplo, que se refere a toda substância química que interage com receptores presentes em organismos vivos gerando uma ação, benéfica ou maléfica. Atual-mente, o termo droga está muito rela-cionado com substâncias de uso abu-sivo, como maconha, cocaína, LSD, entre outras.Fármaco é toda e qualquer substân-cia química que tem uma estrutura química bem definida, juntamente com os seus efeitos, sendo utilizado exclusivamente com caráter benéfi-co ou terapêutico ao organismo. Os fármacos, mesmo sendo utilizados exclusivamente pelos seus efeitos benéficos e terapêuticos, podem ge-rar efeitos adversos nos pacientes. Entretanto, esses efeitos são direta-mente proporcionais à quantidade de fármaco utilizado, duração da terapia medicamentosa, de doenças de base relacionadas ao paciente etc.Medicamento é a formulação química que contém o princípio ativo (fárma-co) e demais substâncias associadas (polímeros, açúcares, excipientes etc.), encontrado em farmácias e hospitais. Por conter o fármaco, todo medica-mento é utilizado com fins benéficos, mas podem existir efeitos maléficos.

SE LIGA! Os medicamentos são en-contrados em diversas “apresentações”, como comprimidos, cápsulas, xarope, supositório, entre outras.

O conceito de remédio é extrema-mente amplo, pois pode ser um me-dicamento, que contém um fármaco, ou algo que não contém substâncias químicas. Dessa forma, remédio signi-fica qualquer ação ou substância que promova uma efeito benéfico, como fisioterapia, massagem, conversas, terapias, alguns alimentos, etc.Veneno são drogas cujos efeitos são quase exclusivamente deletérios ao paciente. Um dos exemplos mais co-nhecidos é o carbamato (ou chumbi-nho), substância utilizada como vene-no de ratos. As toxinas são venenos de origem biológica, produzidas por animais ou plantas. Seus efeitos também são quase exclusivamente deletérios.O placebo é um “remédio simulado”, ou seja, uma substância química ou ação com pouco ou nenhum efeito, que o paciente acredita ser benéfi-co. Medicamentos simulados são os placebos mais comuns, mas um pla-cebo também pode ser uma dieta ou qualquer intervenção terapêutica simulada.

Page 6: INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

6INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

MAPA MENTAL - CONCEITOS INICIAIS

CONCEITOS INICIAIS

DROGA FÁRMACO MEDICAMENTO REMÉDIO VENENO TOXINA PLACEBO

EFEITO BENÉFICO

EFEITO MALÉFICO/ADVERSO

CONCEITO AMPLO

SUBSTÂNCIA QUÍMICA

DOIS POSSÍVEIS

EFEITOS

ESTRUTURA EFEITOS

SUBSTÂNCIA QUÍMICA

BEM DEFINIDOS

O QUAL

SE BUSCA SEMPRE O EFEITO

BENÉFICO

PORÉM, PODEM OCORRER EFEITOS

MALÉFICOS/ADVERSOS

trocarOUTRAS

SUBSTÂN-CIAS

FÁRMACO

FORMULAÇÃO QUÍMICA QUE

CONTÉM

CORRESPONDE AO QUE

ENCONTRAMOS À VENDA

CONCEITO AMPLO

QUALQUER AÇÃO QUE

GERE

EFEITO BENÉFICO

NÃO NECESSA-RIA MENTE

É UMINORGÂ-

NICA ORGÂNICA

CONCEITO AMPLO

DROGAS CUJOS EFEITOS SÃO QUASE SEMPRE DELETÉRIOS

PODEM TER

ORIGEM

CONCEITO RESTRITO

CORRES-PONDEM A VENENOS

DE ORIGEM

REMÉDIO SIMULADO

NÃO CONTÉM O PRINCÍPIO

ATIVO

O PACIENTE NÃO SABE

QUE É SIMULADO

Page 7: INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

7INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

3. FORMAS DE APRESENTAÇÃOUm mesmo medicamento pode ser encontrado sob várias formas de apresentação, facilitando, assim, sua administração em casos de restrições. A apresentação está diretamente re-lacionada à via de administração de-terminada em prescrição médica.Os medicamentos disponíveis na forma sólida são divididos em com-primidos, drágeas, pós, granulados, cápsulas, pílulas, supositórios e óvu-los. Os medicamentos na forma lí-quida são as soluções, os xaropes, os elixires, as suspensões, as emulsões e os injetáveis. Já os medicamentos na forma gasosa são os aerossóis e os semissólidos são os cremes, as pomadas, os unguentos, as loções, os géis e as pastas.

Forma sólida

• Cápsula: o medicamento é envol-vido por um invólucro de substân-cia gelatinosa, normalmente no formato cilíndrico. Apresenta como vantagens a possibilidade de eli-minar o sabor e/ou o odor desa-gradável do medicamento, facilitar a deglutição e a sua liberação.

• Comprimido: o medicamento sóli-do (pó) é submetido à compressão e apresenta formato específico. Os comprimidos podem ou não ser re-vestidos por substância açucarada.

• Drágea: normalmente é um com-primido revestido por uma subs-tância resistente à acidez gástri-ca. Nesse caso, o medicamento é liberado no intestino. Apresenta as vantagens de eliminar o odor e/ou o sabor desagradável da dro-ga, além de facilitar a deglutição e proteger o medicamento da ação estomacal.

• Granulado: constitui-se de peque-nos grãos a serem dissolvidos em água, podendo ser efervescente ou não. Após a diluição total, o me-dicamento fica com aspecto líqui-do, favorecendo a ingestão.

• Óvulo: medicamento em for-ma ovoide destinado à aplicação vaginal.

• Pastilha: essa forma apresenta a capacidade de dissolver-se lenta-mente na cavidade bucal. Encon-tra-se disponível em vários sabo-res para satisfazer o paladar do paciente, facilitando seu uso.

• Pílula: medicamento em forma de pó submetido à compressão, to-mando o formato esférico. Pode ou não ser revestido com substância açucarada.

• Pó: divide-se em dois tipos: os fa-cilmente solúveis em água e os não solúveis em água. Pode ser mistu-rado em alimentos, para disfarçar eventual sabor desagradável.

Page 8: INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

8INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

• Supositório: medicamento em formato cônico ou ogival, com fi-nalidade de administração por via retal.

Forma líquida

• Ampola: recipiente de plástico e/ou de vidro, utilizado para acondi-cionar o medicamento líquido ou em pó. É necessário aspirar o con-teúdo com seringa e agulha para administrar ao paciente.

• Elixir: preparado líquido contendo álcool, açúcar, glicerol ou propile-noglicol. Normalmente, apresen-ta como característica, o sabor do álcool.

• Emulsão: é uma solução que con-tém pequenas partículas de um líquido dispersas em outro líqui-do. Geralmente, as emulsões en-volvem a dispersão de água em óleo. É necessário agitar antes de administrar.

• Frasco-ampola: é o acondiciona-mento de medicamento em um frasco que permite a retirada de doses parciais, sendo possível o reaproveitamento da dosagem restante, considerando-se os cui-dados necessários de manuseio e conservação. Possibilita o fraciona-mento da dose total em doses me-nores, permitindo sua reutilização.

• Suspensão: é uma forma de apre-sentação em que se percebe niti-damente a forma sólida e a forma líquida. Ao agitar-se o frasco, a so-lução torna-se homogênea.

Forma semissólida

• Creme: emulsão semissólida con-tendo água e óleo. Apresenta boa penetração na pele.

• Xarope: solução preparada à base de açúcar e água com adição do medicamento. Existe versão para pacientes diabéticos e para crian-ças, com diversos sabores. Apre-senta sabor mais agradável devido à presença do açúcar.

• Gel: formado por um material ge-latinoso no qual a parte dispersa encontra-se em estado líquido, e a parte dispersante, em estado sólido.

• Loção: formada por um pó inso-lúvel em água ou por substâncias dissolvidas em líquido espesso. É necessário agitar a loção antes de administrá-la.

• Pasta: caracteriza-se pela elevada porcentagem de sólidos insolúveis em sua composição. Produz efei-to protetor, oclusivo e secante na pele onde é aplicada.

• Pomada: preparado de consis-tência pastosa, preferencialmente oleosa e de fácil adesão ao local de

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9INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

aplicação. Apresenta pouca pene-tração na pele.

• Unguento: é o medicamento com aparência de “papa”, utilizado em

áreas do organismo que estejam doloridas ou inflamadas. Pode ser extraído de plantas, gordura de animais ou resíduos minerais.

MAPA MENTAL – FORMAS DE APRESENTAÇÃO

SÓLIDA LÍQUIDA SEMISSÓLIDA

Cápsula

Comprimido

Drágea

Granulado

Óvulo

Pastilha

Supositório

Ampola

Elixir

Emulsão

Frasco-ampola

Suspensão

Creme

Xarope

Gel

Loção

Pasta

Pomada

Unguento

Page 10: INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

10INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

4. GRAU DE IONIZAÇÃO DO FÁRMACO:Fármacos são ácidos ou bases orgâ-nicas fracas, definidos através do pKa dessas substâncias. Substâncias com pKa baixo são ácidos fracos (quanto mais baixo o pKa, mais forte é o ácido fraco) e substâncias com pKa alto são consideradas bases fracas (quanto mais alto o pka, mais forte é a base fraca).De acordo com o pH do meio em que o fármaco se encontra ele pode ou não adquirir carga. Caso ele adqui-ra carga, o fármaco se torna parcial-mente ionizado, o que dificulta a sua absorção (transposição de barreiras). Fármacos ácidos se tornam ionizados em pH básico, dessa forma, são me-lhor absorvidos em meios ácidos. Já fármacos básicos se tornam ioniza-dos em pH ácido, sendo melhor ab-sorvidos em meios com pH básico.[Box Se liga!: Bases fracas se acumu-lam em pH ácido, enquanto ácidos fracos se acumulam em pH básico.]Em casos de intoxicação, deve-se for-çar a eliminação do fármaco na urina, ou seja, fazer com que esse fármaco se acumule na urina. Para tal, o grau de ionização é uma ferramenta impor-tante. Para intoxicações por fármacos ácidos se deve aumentar o pH da uri-na, originando um meio mais básico

ao administrar, por exemplo, bicarbo-nato ou citrato. Já em intoxicações por medicamentos básicos, se deve dimi-nuir o pH da urina, ou seja, torná-la mais ácida ao administrar, por exem-plo, cloreto de amônio. Essa mudança no pH da urina fará com que o fárma-co em questão se acumule, facilitan-do a sua eliminação.Alguns medicamentos contêm metais pesados e, com o uso abusivo, pode ter efeitos deletérios ao organismo. A ingestão de metais tóxicos através do consumo de medicamentos fito-terápicos pode contribuir significati-vamente para a ingestão semanal to-lerável provisória (PTWI), chegando a 442% da PTWI para chumbo em castanha da Índia. Com o aumento do consumo de medicamentos fito-terápicos pela população brasileira, os níveis de metais pesados tóxicos presentes devem ser estimados e os riscos da exposição para a saúde hu-mana avaliados.A presença de metais pesados em preparações de medicina alternativa ou medicamentos à base de ervas medicinais, pode advir tanto de con-taminações ambientais do solo, água ou ar e consequente contaminação das plantas, bem como de adições intencionais.

Page 11: INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

11INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

5. LIPOSSOLUBILIDADE E TAMANHO DA MOLÉCULA A lipossolubilidade e o tamanho da molécula são um dos principais fato-res que podem influenciar na absor-ção de um fármaco já que este, para que exerça sua função, deve atraves-sar membranas citoplasmáticas. A membrana citoplasmática é uma du-pla camada fosfolipídica que permite a passagem de substâncias seletiva-mente. Por sua característica lipídica, substâncias lipossolúveis tendem a atravessar essa membrana com fa-cilidade. Além disso, pela organiza-ção da membrana, substâncias pe-quenas, mesmo que hidrossolúveis também apresentam fácil absorção

e transporte pelas membranas. Des-sa forma, para que as substâncias transponham membranas com fa-cilidade estas não devem ser muito grandes e devem apresentar certa lipossolubilidade.A maioria dos fármacos apresentam pesos moleculares entre 100 e 1000. E existe essa faixa de limite do tama-nho para um fármaco, pois para se conseguir uma ligação seletiva entre fármaco e receptor, é necessário que ele tenha, no mínimo, 100 unidades PM de tamanho e para que ele se lo-comova dentro do corpo, ele precisa ter, no máximo 1000 unidades PM de tamanho. Fármacos maiores do que esse tamanho não se difundem

MAPA MENTAL – GRAU DE IONIZAÇÃO DOS FÁRMACOS

GRAU DE IONIZAÇÃO

FÁRMACO ÁCIDO É MELHOR ABSORVIDO EM MEIO ÁCIDO CASO ADQUIRA CARGA FÁRMACO BÁSICO É MELHOR

ABSORVIDO EM MEIO BÁSICO

ÁCIDO FRACO BASE FRACA

↓ ABSORÇÃO

Page 12: INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

12INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

de imediato entre compartimentos do corpo, dificultando ou impedindo a sua ação.

SE LIGA! Fármacos que apresentam tamanhos muito grandes, como o caso da Alteplase, uma enzima que dissolve coágulos, precisam ser administrados diretamente no compartimento onde exercem a sua ação. Isso ocorre pois se esses medicamentos fossem adminis-trados por outras vias, eles dificilmente se difundiriam até o local onde seriam necessários.

Necessidade de encaixe adequado

O formato da molécula de um fárma-co deve ser tal que permita a agluti-nação a seu sítio receptor por meio de ligações covalentes, forças eletrostá-ticas ou ligações de hidrogênio. Em excelentes condições, o fármaco e o seu receptor agem como uma chave e uma fechadura, onde seus formatos se encaixam perfeitamente.

Formato do fármaco

Todo e qualquer fármaco tem um for-mato tridimensional, estando nos três planos: x, y e z. Esse fármaco precisa se acoplar corretamente ao seu re-ceptor, na sua célula alvo, para que seja gerado o mecanismo de ação e, na sequência, a sua resposta tera-pêutica. Existe um fenômeno na far-macologia, chamado fenômeno da quiralidade ou estereoisomerismo que, resumidamente, significa que

ainda que algumas moléculas tenham a mesma fórmula química, elas se apresentam tridimensionalmente de maneiras diferentes, não conseguin-do haver o encaixe chave-fechadura.Para entender melhor o fenômeno da quiralidade, citado acima, alguns con-ceitos básicos são importantes:

• Isômeros são compostos que pos-suem os mesmos constituintes atômicos, porém suas disposições na molécula são diferentes, confe-rindo consequentemente caracte-rísticas químicas diversas.

• Estereoisômeros são aqueles isô-meros cujos átomos ou grupos de átomos possuem uma distribui-ção espacial diferente na molécula. Eles podem ser divididos em geo-métricos ou ópticos.

Os isômeros geométricos são es-tereoisômeros que não apresentam atividade óptica e sua terminologia está centrada em cis (do mesmo lado) e trans (lados opostos) para descre-ver sua disposição espacial. Para os alquenos, na maioria da vezes, pode--se igualmente falar em Z e E para cis e trans, respectivamente.Isômeros ópticos são aqueles que apresentam atividade óptica, pos-suindo centros quirais ou centros assimétricos. Dentro deste concei-to, podemos dizer que a quiralidade

Page 13: INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

13INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

manifesta-se quando a molécula pos-suir uma das seguintes características:

• Um centro de quiralidade.

• Um eixo de quiralidade (alenos, espiranos).

• Um plano de quiralidade.

• Uma forma de hélice (hexaeliceno).

As moléculas com um elemento de qui-ralidade apresentam enantiomeria.Os enantiômeros são estereoisô-meros relacionados entre si por uma simetria em relação a um pla-no e são também conhecidos como antípodas ópticos.As moléculas que apresentam dois ou mais elementos de quiralidade apresentam a diastereoisomeria.Diastereoisômeros não são enan-tiômeros; por exemplo, para uma molécula com dois centros quirais, teremos neste caso dois diastereoisô-meros e todos os seus quatro isô-meros não serão sobreponíveis no espelho plano.Enquanto que os enantiômeros pos-suem as mesmas características físi-cas, como solubilidade ou ponto de fusão, os diastereoisômeros podem apresentar diferentes propriedades físicas e também químicas.A maioria dos fármacos são pares enantioméricos, onde um desses enantiômeros é mais potente do que o

outro. Infelizmente, uma parcela con-siderável dos estudos não leva isso em consideração, sendo realizado com mistura racêmica dos fármacos.Isso traz uma forte implicação clínica, pois poucos medicamentos quirais utilizados clinicamente são comer-cializados como isômeros ativos (a maior parte é comercializada como uma mistura racêmica), o que faz com que muitos medicamentos tenham cerca de 50% de substâncias menos ativas, inativas ou ativamente tóxicas.

SE LIGA! A ketamina/quetamina, um anestésico dissociativo, apresenta dois enantiômeros: o positivo e o negativo. O enantiômero positivo é muito mais potente e muito menos tóxico do que o outro. Esse medicamento normalmente é comercializado em uma mistura racê-mica (mistura dos dois enantiômeros), porém algumas indústrias farmacêuti-cas comercializam o enantiômero mais potente, com isso, os anestesiologistas precisam levar em consideração esse fenômeno e esse fato para a utilização do medicamento.O carvedilol, um fármaco da classe dos betabloqueadores, também apresenta dois enantiômeros, sendo um negativo (mais potente – consegue antagonizar melhor os receptores β) e um positivo (que se liga 100 vezes mais fracamen-te ao receptor β). Uma particularidade desses enantiômeros é que ambos têm a mesma potência como bloqueadores do receptor α, o que faz com que esse medicamento também seja considerado um α-bloqueador.]

Page 14: INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

14INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

Interação fármaco-corpo

Todo fármaco vai agir no paciente e, consequentemente, ser absorvido, distribuído e eliminado pelo organis-mo desse paciente. A parte da farma-cologia que estuda esses processos é

a farmacocinética. Já a farmacodinâ-mica, é a parte da farmacologia que estuda quais ações o fármaco pro-duziu no organismo. Ambos temas serão abordados com detalhes em aulas e super materiais próprios.

MAPA MENTAL - FARMACOCINÉTICA E FARMACODINÂMICA

FÁRMACO

FARMACOCINÉTICA

VIAS DE ADMINISTRAÇÃOABSORÇÃO

DISTRIBUIÇÃOBIOTRANSFORMAÇÃO

ELIMINAÇÃO

ORGANISMO

FARMACODINÂMICA

LOCAL DE AÇÃOMECANISMO DE AÇÃO

EFEITOS

Page 15: INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

15INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

MAPA MENTAL – INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

trocar

FORMA SÓLIDA

UM MESMO MEDICAMENTO PODE TER VÁRIAS FORMAS ÁCIDO FRACO BASE FRACA FÁRMACOS

LIPOSSOLÚVEISFÁRMACOS PEQUENOS

↓CARGA ELÉTRICA DO

FÁRMACO

GRAU DE IONIZAÇÃO

FORMAS DE APRESENTAÇÃO

FORMA LÍQUIDA

FORMA SEMISSÓLIDA FORMA

GASOSA

DIRETAMENTE RELACIONADAÀ

VIA DE ADMINISTRAÇÃO

FÁRMACO ÁCIDO É MELHOR

ABSORVIDO EM MEIO ÁCIDO

CASO ADQUIRA CARGA

FÁRMACO BÁSICO É MELHOR

ABSORVIDO EM MEIO BÁSICO

LIPOSSOLUBILIDADE

ATRAVESSAM A MEMBRANA PLASMÁTICA

MAIS FACILMENTE

TAMANHO DA MOLÉCULA

ATRAVESSAM A MEMBRANA PLASMÁTICA

MAIS FACILMENTE

AINDA QUE NÃO SEJAM

CARGA DA MOLÉCULA

↑PERMEABI-LIDADE PELOS

COMPARTI-MENTOS

DEVE PERMITIR AGLUTINAÇÃO AO

SEU SÍTIO RECEPTORPODEM SER

FARMACO-CINÉTICA

ENCAIXE FÁRMACO-RECEPTOR

EM UM MODELO SEMELHANTE

À CHAVE-FECHADURA

LIGAÇÃO AO RECEPTOR

COVALENTES

LIGAÇÕES DE HIDROGÊNIO

FORÇAS ELETROSTÁ-

TICAS

LIGAÇÕES FORTES

LIGAÇÕES MAIS FRACAS

MESMA FÓRMULA QUÍMICA

DIFERENTE CONFORMAÇÃO

TRIDIMENSIONAL

TRIDIMENSIONAL

FENÔMENO DA QUIRALIDADE DEVE

SER OBSERVADO

MOLÉCULAS APRESENTAM

IMPORTANTE NA PRÁTICA

CLÍNICA

ALGUNS ENANTIÔMEROS SÃO MAIS POTENTES DO

QUE OUTROS

FORMATO DA MOLÉCULA

INTERAÇÃO FÁRMACO-

CORPO

FARMACO-DINÂMICA

CAMINHO QUE O FÁRMACO FAZ NO ORGANISMO

EFEITOS DO FÁRMACO NO ORGANISMO

INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

↓ABSORÇÃO

Page 16: INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

16INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICASKATZUNG, Bertram G. Farmacologia básica e clínica. 12. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.

Rang, H.P., Dale, M.M., Ritter, J.M., Flower, R.J., Henderson, G. Farmacologia. 7ª

Vera Lucia Eifler Lima. OS FÁRMACOS E A QUIRALIDADE: UMA BREVE ABORDAGEM. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/qn/v20n6/v20n6a15.pdf

Page 17: INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

17INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA