Introdução à Psicologia Organizacional

Pós – Empresarial e Gestão de Pessoas – Psicologia das Organizações

1

Conceito: Psicologia Organizacional • O’Brien (1986) – “Psicologia Organizacional é comumente

definida como o estudo científico do comportamento humano em organizações de trabalho”.

• Zanelli (2009) – “A Psicologia Organizacional é uma área de aplicação dos princípios e métodos psicológicos no contexto do trabalho. Firmou-se por meio da história da psicologia e das ciências sociais como uma das mais vigorosas transposições dos princípios derivados de pesquisas e de formulações teóricas para a prática.

2

Conceito: Organização • Schein (1982) – “(...) uma organização é a coordenação planejada das

atividades de uma série de pessoas para a consecução de algum propósito ou objetivo comum, explícito, por meio da divisão de trabalho e função e por meio de uma hierarquia de autoridade e responsabilidade.”

• Hall (1984) – “(...) uma organização é uma coletividade com uma fronteira relativamente identificável, uma ordem normativa, escalas de autoridade, sistemas de comunicações e sistemas de coordenação de afiliação; essa coletividade existe numa base relativamente contínua em um ambiente e se engaja em atividades que estão relacionadas, usualmente, com um conjunto de objetivos.”

• Zanelli (2009) – “O termo organização, como tem sido amplamente compreendido, representa um sistema social orientado, em essência, para a consecução de objetivos específicos.”

3

O Escopo da Psicologia Organizacional

• Alemanha 1913 – Hugo Münstenberg escreve “Psicologia e Eficiência Industrial” e “Fundamentos Básicos da Psicotécnica”.

• USA fim do séc. XIX e início do séc. XX: • Taylor – Controle do comportamento no trabalho; • Walter Dill Scott – Considerado o primeiro psicólogo industrial • Frank Gilbret – Estudo de tempo e movimento com pedreiros • Desde os anos 30 a Psicologia Organizacional é fortemente

influenciada por autores norte americanos.

4

Breve História • Anos 20 - Crise cafeeira leva à necessidade de diversificação que torna definitivo o

vínculo entre a escola e a produção. Cabia à escola preparar a mão de obra exigida pelas indústrias diante da demanda de um novo mercado.

• “No plano social, tenta-se atrelar a escolaridade à ascensão social, e no plano econômico, a educação volta-se para a formação de técnicos.” (Crochik, 1987)

• Anos 30 – Criadas as primeiras Universidades Brasileiras.

• Anos 50 – Força do movimento estudantil e debates sobre a reforma universitária.

• 1961 – Surge a Lei de Diretrizes Básicas da Educação Nacional com “conseqüente descentralização da educação e desencadeamento dos estabelecimentos particulares, caracterizados como empresas de ensino.” (Zanelli, 2009)

• 1964 – Influenciada pelo modelo norte americano de desenvolvimento, as empresas demandam cada vez mais mão de obra especializada. Cresce o número de Universidades particulares, principalmente na área de humanas.

5

Psicologia Organizacional no Brasil • 1934 – Escola de sociologia e política de São Paulo –

Formação de especialista em psicologia aplicada: psicotécnico.

• 1947 – Instituto de Seleção e Orientação Profissional – Preparação de Técnicos para o tratamento científico dos problemas administrativos.

• Anos 50 – Surgimento da Psicologia Industrial ou do Trabalho “por obra de Roberto Mange, Emilio Mira y Lopez, Betty Katzestein e Oswaldo de Barros Santos, criadores de diversas instituições e autores de textos importantes(...)”.

6

Desenvolvimento Histórico: diferentes concepções

• Início – As atenções se voltavam ao que se passava dentro das organizações apenas.

• Atualmente – Atenção nas relações entre o contexto imediato do trabalho, a organização e seu ambiente externo.

• Esse desenvolvimento foi fruto da “necessidade de ampliar o contexto de explicação do comportamento individual em organizações”. (Schein; Katz e Kahn; Bass)

• Em 1966, Gardner usa pela primeira vez o termo Psicologia Organizacional (antes chamada sociologia organizacional) e chama a atenção para o aspecto multidisciplinar da matéria.

• “A Psicologia Organizacional contemporânea enfatiza a interação das características do trabalhador, a natureza do trabalho, a estrutura organizacional e o ambiente externo.” (Zanell, 2009)

7

Contextualização do Termo • Europa – Psicologia Organizacional e do Trabalho: “Traz a idéia

tanto dos fatores contextuais imediatos do trabalho quanto das características organizacionais que exercem influência sobre o comportamento do trabalhador.”

• USA – Psicologia Industrial e Organizacional (I/O Psychology): Industrial – como foi chamada após a psicotécnica Organizacional – atualização e ampliação do conceito • Brasil – Segue atualmente o modelo europeu. O Catálogo Brasileiro

de Ocupações do Ministério do trabalho, denomina a ocupação como Psicologia do Trabalho.

8

CBO – Catálogo Brasileiro de Ocupações

0 – 74.15 – Psicólogo do Trabalho

Exerce atividades no campo da psicologia aplicada ao trabalho, como recrutamento, seleção orientação, aconselhamento e treinamento profissional, realizando a identificação e análise de funções, tarefas e operações típicas das ocupações, organizando e aplicando testes e provas, realizado entrevistas, sondagem de aptidões e de capacidade profissional e no acompanhamento e avaliação de desempenho de pessoal, para assegurar às empresas ou onde quer que se dêem as relações laborais a aquisição de pessoal dotado das habilidades necessárias, e ao indivíduo maior satisfação no trabalho: desempenha atividades relacionadas ao recrutamento, seleção, orientação e treinamento, análise de ocupações e profissiográficas e no acompanhamento de avaliação de desempenho de pessoal, atuando em equipes multiprofissionais e aplicando os métodos e técnicas da psicologia aplicada ao trabalho, como entrevistas, testes, provas, dinâmicas de grupo, etc. para possibilitar a identificação dos candidatos mais adequados ao desempenho da função e subsidiar as decisões na área de recursos humanos como: promoção, movimentação de pessoal, incentivo, remuneração de carreira, capacitação e integração funcional e promover, em consequência, a auto-realização no trabalho;

9

10

desenvolve e analisa, diagnostica e orienta casos na área da saúde observando níveis de prevenção e reabilitação, participando de programas e/ou atividades na área da saúde e segurança de trabalho, subsidiando os quanto a aspectos psicossociais para proporcionar melhores condições ao trabalhador; atua como consultor interno/externo, participando do desenvolvimento das organizações sociais, para facilitar processos de grupo e de intervenção psicossocial nos diferentes níveis hierárquicos de estruturas formais; planeja e desenvolve ações destinadas a otimizar as relações de trabalho, o sentido de maior produtividade e da realização pessoal dos indivíduos e grupos , intervindo nos conflitos e estimulando a criatividade, para buscar melhor qualidade de vida no trabalho; participa do processo de desligamento de funcionário, colaborando nos processos de demissões e no preparo para aposentadorias, a fim de ajudar a elaboração de novos projetos de vida. Pode elaborar, executar e avaliar, em equipe multiprofissional, programas de desenvolvimento de recursos humanos. Pode participar dos serviços técnicos da empresa, colaborando em projetos de construção e adaptação das ferramentas e máquinas de trabalho do homem (ergonomia). Pode realizar pesquisas e ações no campo das relações capital/ trabalho , bem como de assuntos relacionados à saúde do trabalhador e condições de trabalho. Pode participar da elaboração, implementação e acompanhamento das políticas de recursos humanos. Pode elaborar programas de melhoria de desempenho, aproveitando o potencial e considerando os agentes motivacionais. Pode atuar na relação capital/trabalho no sentido de minimizar conflitos.

A prática • Muchinsky (1990) – Divide em seis ramos ou subespecialidades a prática do psicólogo industrial ou organizacional:

1. Psicologia de pessoal: concentra-se nos aspectos das diferenças individuais, determinando os requisitos do trabalho, realizando seleção, avaliando o desempenho e treinando o pessoal;

2. Comportamento Organizacional: A organização determina e é determinada pelos indivíduos e pelos grupos. Estuda a formação e o funcionamento dos grupos, estilos de liderança, comprometimento com os objetivos da organização, padrões de comunicação entre outros;

3. Ergonomia: Busca compreender o desempenho humano no trabalho associado às relações estabelecidas pelo sistema homem-máquina;

4. Aconselhamento e carreira vocacional: Preocupa-se com a integração da pessoa com o trabalho, visando à satisfação do trabalhador;

5. Desenvolvimento Organizacional: Busca a eficiência da organização por meio de diagnóstico de seus problemas e o planejamento de mudanças. Envolve modificações no sistema psicossocial, no sistema técnico e nos procedimentos de trabalho;

6. Relações Industriais: Voltada para o problema das relações entre empregados e empregadores. O psicólogo deve conhecer a legislação trabalhista, interagir com sindicatos e intermediar as negociações entre os segmentos da força de trabalho.

• É importante ressaltar que são várias as possibilidade de atuação em organizações. 11

Outras denominações

• Psicologia:

de Pessoal;

do Trabalho (CBO – Brasil);

do Trabalhador;

do Comportamento no Trabalho;

Aplicada ao Trabalho;

Aplicada à Administração;

Aplicada aos Negócios;

• Ainda: Psicologia Ocupacional; Psicologia Social das Organizações; Comportamento Organizacional; Comportamento humano em Organizações; Desenvolvimento Organizacional; Teoria das Organizações; Administração de R.H.; Sociologia Organizacional.

• Todas tratam de temas comuns à Psicologia Organizacional.

12