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Contrato de trabalho - Estabilidade 9 de Agosto de 2011 Em face da publicação da Resolução TST nº 174/2011 - DEJT de 30 e 31.05 e 1º.06.2011, este procedimento está atualizado. Tópicos atualizados: 2.2 A estabilidade provisória e a candidatura de empregado pré-avisado da rescisão contratual a cargo de cipeiro ou representante sindical; e 4. Dirigente sindical. Contrato de trabalho - Estabilidade Sumário 1. Introdução 2. Membro da CIPA 2.1 A possibilidade legal de renúncia à estabilidade de emprego do cipeiro 2.2 A estabilidade provisória e a candidatura de empregado pré-avisado da rescisão contratual a cargo de cipeiro ou representante sindical 3. Gestante 3.1 Estabilidade da empregada gestante no contrato a prazo determinado 4. Dirigente sindical 5. Membros do Conselho Curador do FGTS 6. Decenal 7. Membros do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) 8. Acidente do trabalho 8.1 O empregado aposentado que sofre acidente do trabalho com afastamento da atividade por mais de 15 dias 9. Diretores de sociedades cooperativas 10. Representantes dos empregados na Comissão de Conciliação Prévia 11. Mulher em situação de violência doméstica e familiar 12. Documento coletivo de trabalho 13. Discriminação 14. O encerramento da empresa ou do estabelecimento e as estabilidades provisórias 15. Pedido de demissão de empregado em gozo de estabilidade provisória 1. Introdução A estabilidade, qualquer que seja, representa uma das maiores conquistas dos trabalhadores ao longo do tempo e consiste no direito de permanecer no emprego, desde que haja a ocorrência das hipóteses reguladas em lei. É adquirida pelo empregado a partir do momento em que seja legalmente vedada sua dispensa sem justa causa. A seguir, relacionamos algumas hipóteses de estabilidade no emprego, acompanhadas, quando for o caso, de decisões dos Tribunais Trabalhistas. 2. Membro da CIPA Conforme determina o art. 10, inciso II, alínea "a", do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal/1988 (ADCT/CF/1988) é vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes ( Cipa ), desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato. http://www.iobonlineregulatorio.com.br/print/module/print.html?s... 1 de 21 09/08/2011 15:24

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Contrato de trabalho - Estabilidade

9 de Agosto de 2011

Em face da publicação da Resolução TST nº 174/2011 - DEJT de 30 e 31.05 e1º.06.2011, este procedimento está atualizado. Tópicos atualizados: 2.2 Aestabilidade provisória e a candidatura de empregado pré-avisado da rescisãocontratual a cargo de cipeiro ou representante sindical; e 4. Dirigente sindical.

Contrato de trabalho - Estabilidade

Sumário

1. Introdução

2. Membro da CIPA

2.1 A possibilidade legal de renúncia à estabilidade de emprego do cipeiro

2.2 A estabilidade provisória e a candidatura de empregado pré-avisado da rescisão contratual a cargo de cipeiro ourepresentante sindical

3. Gestante

3.1 Estabilidade da empregada gestante no contrato a prazo determinado

4. Dirigente sindical

5. Membros do Conselho Curador do FGTS

6. Decenal

7. Membros do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS)

8. Acidente do trabalho

8.1 O empregado aposentado que sofre acidente do trabalho com afastamento da atividade por mais de 15 dias

9. Diretores de sociedades cooperativas

10. Representantes dos empregados na Comissão de Conciliação Prévia

11. Mulher em situação de violência doméstica e familiar

12. Documento coletivo de trabalho

13. Discriminação

14. O encerramento da empresa ou do estabelecimento e as estabilidades provisórias

15. Pedido de demissão de empregado em gozo de estabilidade provisória

1. Introdução

A estabilidade, qualquer que seja, representa uma das maiores conquistas dos trabalhadores ao longo do tempo econsiste no direito de permanecer no emprego, desde que haja a ocorrência das hipóteses reguladas em lei. Éadquirida pelo empregado a partir do momento em que seja legalmente vedada sua dispensa sem justa causa.

A seguir, relacionamos algumas hipóteses de estabilidade no emprego, acompanhadas, quando for o caso, dedecisões dos Tribunais Trabalhistas.

2. Membro da CIPA

Conforme determina o art. 10, inciso II, alínea "a", do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias daConstituição Federal/1988 (ADCT/CF/1988) é vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleitopara cargo de direção de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes ( Cipa ), desde o registro de suacandidatura até um ano após o final de seu mandato.

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O art. 165 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) determina que os titulares de representação dos empregadosna CIPA não poderão sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar,técnico, econômico ou financeiro. Ocorrendo a despedida, caberá ao empregador, em caso de reclamação à Justiçado Trabalho, comprovar a existência de qualquer dos motivos mencionados, sob pena de ser condenado a reintegraro empregado.

Salientamos que essa estabilidade não se estende aos representantes dos empregadores, titulares e suplentes.Estes, designados pelos empregadores, como se sabe, não participam do processo eletivo.

A Justiça do Trabalho tem entendido que essa garantia se estende, também, ao suplente da CIPA.

Nesse sentido, os itens I e II da Súmula TST nº 339 do Tribunal Superior do Trabalho dispõe:

"I - O suplente da CIPA goza da garantia de emprego prevista no art. 10, inciso II, alínea 'a', do ADCT a partir dapromulgação da Constituição Federal de 1988".

II - A estabilidade provisória do cipeiro não constitui vantagem pessoal, mas garantia para as atividades dosmembros da CIPA, que somente tem razão de ser quando em atividade a empresa. Extinto o estabelecimento, nãose verifica a despedida arbitrária, sendo impossível a reintegração e indevida a indenização do período estabilitário".

É, também, nesse sentido a posição do Supremo Tribunal Federal (STF):

"Garantia de emprego - Integrante de comissão interna de prevenção de acidente - Suplente. O preceito daalínea 'a' do inciso II do artigo 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias , da Carta de 1988, encerragarantia de emprego considerado o cargo de direção de comissões internas de prevenção de acidente, semdistinguir as figuras do titular e do suplente, mesmo porque este é comumente chamado a atuar em substituição aotitular, podendo, assim, arrostar interesses do empregador." (Ac un da 2ª T do STF - AgRg em Ag 191.864-1-SP -Rel. Min. Marco Aurelio - DJU 14.11.1997, p 58.772)

2.1 A possibilidade legal de renúncia à estabilidade de emprego do cipeiro

Por vezes, nos deparamos com questionamentos relativos à possibilidade legal de o empregado renunciar a umagarantia que lhe é conferida por lei. Via de regra, as garantias legalmente asseguradas são irrenunciáveis, como é ocaso da estabilidade provisória da gestante, do acidentado no trabalho, membros do Conselho Curador do FGTS etc.

O art. 468 da CLT reza que, nos contratos individuais de trabalho, só é lícita a alteração das respectivas condiçõespor mútuo consentimento e, ainda assim, desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos aoempregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.

Da análise da legislação mencionada, concluímos que:

a) o legislador, quando concede a estabilidade ao empregado, o faz visando a manutenção do emprego, o qual,por determinados motivos, se encontra em risco, ou seja, protege o trabalhador que, em virtude do exercíciodas suas atividades (cipeiro, membros da Comissão de Conciliação Prévia (CCP), representante sindical etc.) oupor se encontrar em determinadas situações físicas ou biológicas (gestante, acidentados no trabalho etc.), podevir a ser perseguido pelo seu empregador, vindo a sofrer uma dispensa imotivada;

b) algumas estabilidades provisórias de emprego constituem vantagem pessoal do trabalhador, como é o casodas estabilidades da gestante e do empregado acidentado no trabalho; outras constituem condição para oexercício, a contento, da atividade - por exemplo, as estabilidades do cipeiro e membro da CCP.

Quando a estabilidade constitui condição para o bom e efetivo exercício da função, está atrelada à atividadeexercida, isto é, o fundamento, o fato que autoriza a concessão da garantia é a atividade desempenhada pelotrabalhador. Os exemplos mais comuns desse tipo de garantia vinculada à função desempenhada são o cipeiro e odirigente sindical, os quais, se não protegidos por lei, ficariam em situação de sujeição ao empregador, o queinviabilizaria o satisfatório exercício da função.

Dessa forma, entendemos que, nos casos em que a estabilidade provisória constitui uma vantagem pessoal dotrabalhador (gestante, acidentado no trabalho), não há possibilidade legal de renúncia a ela, sob pena de ferir odisposto no art. 468 da CLT .

Quando a garantia de emprego se encontra atrelada à atividade exercida (cipeiro, membros da CCP etc.), deixando

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de haver o exercício da função, a garantia também deixa de existir.

Assim sendo, não há de falar em renúncia da estabilidade em si, mas sim em renúncia ao exercício da atividade queacarreta a garantia de emprego. Portanto, no caso em comento, se o empregado cipeiro, representante dosempregados, sem qualquer vício de vontade, renunciar à sua função na CIPA, ou se, em decorrência das hipótesesprevistas na NR 5, vier a perder o cargo, perderá, também, por conseqüência, a estabilidade respectiva, uma vezque essa garantia está vinculada ao exercício do cargo, e não ao trabalhador.

Lembre-se, porém, que qualquer que seja a estabilidade assegurada (vantagem pessoal ou não), o trabalhadordetentor dela pode romper o contrato de trabalho por sua livre iniciativa, mediante pedido de demissão.

Transcrevemos a seguir algumas decisões judiciais acerca do assunto.

"Reintegração - Estabilidade de membro da CIPA - Renúncia ao cargo de cipeiro - Não há que se falar emreintegração, quando o próprio obreiro, no pleno uso de suas faculdades mentais, renuncia ao cargo que tinha naCIPA, para obter, junto à empregadora, certa ajuda financeira. O instituto da estabilidade foi afastado pelo obreiro,que utilizou sua estabilidade como moeda de troca." (TRT 17ª Região - RO 00937.2002.005.17.00.4 - Rela JuízaCláudia Cardoso de Souza - J. 03.02.2004)

"Estabilidade provisória - Renúncia ao mandato - O empregado que renuncia ao cargo da CIPA (ComissãoInterna de Prevenção de Acidentes), perde a estabilidade provisória que detinha em função do exercício domesmo." (TRT 5ª Região - RO 01.07.99.0127-50 - (20.195/00) - 2ª Turma - Rel. Juiz Cláudio MascarenhasBrandão - J. 26.10.2000)

"CIPA - Renúncia a cargo - Representante dos empregados - Violação ao artigo 10, inciso II, alínea a, doADCT. - 1. Conquanto seja irrenunciável a estabilidade em si do membro da Cipa que ali exerce cargo na condiçãode representante dos empregados, tal não se confunde com a renúncia ao cargo, desde que absolutamente imunede vício de consentimento. 2. Livremente manifestada perante a Delegacia Regional do Trabalho, é válida arenúncia do empregado a cargo de direção de CIPA, pois se presume que visa a atender interesse pessoal. 3. Nãoostentando mais o empregado a condição de membro da CIPA, não se beneficia da respectiva garantia de emprego.Não traduz, assim, violação aos artigos 10, inciso II, alínea a, do ADCT , e 165 da CLT , decisão que não areconhece, em semelhante circunstância. 4. Recurso de revista de que não se conhece." (TST - RR 605.180/99.1 -1ª Turma - Rel. Min. João Oreste Dalazen - DJU 14.10.2005)

"Estabilidade - Membro da CIPA - Irrenunciabilidade - A estabilidade do empregado eleito para cargo da CIPAnão é passível de renúncia, mormente porque a supressão desta garantia representa alteração contratualprejudicial, o que é ineficaz, mesmo quando conta com a concordância do empregado (art. 468 da CLT ). Assim,nula se mostra a dispensa sem justa causa de empregado portador desta estabilidade, mesmo quandoacompanhada de termo firmado pelo empregado, com chancela sindical, onde renuncia ao cargo junto à CIPA, parao qual foi eleito." (TRT 9ª Região - RO 12438-2000 - (23201-2001) - 2ª Turma - Rel. Juiz Arion Mazurkevic - J.10.07.2001)

"Estabilidade - Renúncia - Vício de consentimento - O trabalhador detentor de estabilidade de cipeiro firmarenuncia a tal garantia e ato contínuo é demitido. Vício presumido, não se considerando um acordo o simplespagamento das parcelas rescisórias a que faria jus de qualquer forma ... ." (TRT 4ª Região - RO 01290.291/99-3 -3ª Turma - Rela Juíza Eurídice Josefina Bazo Tôrres - J. 30.10.2002)

Apesar do posicionamento adotado pelo Conselho Técnico IOB, o empregador deverá acautelar-se diante daocorrência concreta da situação ora retratada, caso em que é aconselhável, por medida preventiva, consultarantecipadamente o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), bem como o sindicato da respectiva categoriaprofissional, e lembrar que caberá ao Poder Judiciário a decisão final da controvérsia, caso seja proposta ação nessesentido.

Nota

As informações publicadas neste subitem trazem o entendimento do Conselho Técnico IOB, que leva emconsideração os posicionamentos adotados pela doutrina e pela jurisprudência, quando for o caso.

2.2 A estabilidade provisória e a candidatura de empregado pré-avisado da rescisão contratual a cargo

de cipeiro ou representante sindical

Não é raro os empregados, depois de pré-avisados da intenção da empresa de rescindir os respectivos contratos detrabalho, candidatarem-se a cargos eletivos na Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) ou derepresentação sindical das respectivas categorias.

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Nessa hipótese, é inevitável a dúvida acerca de qual decisão deve o empregador tomar, ou seja, manter o avisoprévio já concedido ou cancelar o aviso prévio em curso, passando o empregado a gozar de estabilidade provisóriano emprego.

Reza o art. 543, §§ 3º e 5º, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) que fica vedada a dispensa do empregadosindicalizado ou associado, a partir do momento do registro de sua candidatura a cargo de direção ou derepresentação de entidade sindical ou de associação profissional, até um ano após o final do seu mandato, caso sejaeleito, inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave, devendo a entidade sindical comunicar, por escrito, àempresa, dentro de 24 horas, o dia e a hora do registro da candidatura do seu empregado.

Conforme já informado no item 2, o art. 10, II, letra "a", do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT)estabelece ser vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção da CIPA,desde o registro de sua candidatura até 1 ano após o final de seu mandato.

No mesmo sentido, o art. 12 , I, "a" e "b", da Instrução Normativa SRT nº 15/2010 , que estabelece procedimentospara assistência e homologação na rescisão do contrato de trabalho, no âmbito do MTE, prevê que constituicircunstância impeditiva da homologação a candidatura do empregado para cargo de direção da CIPA ou para cargode direção ou representação sindical.

Conforme é sabido, o aviso prévio trabalhado nada mais é do que a comunicação feita por uma das partes à outrade que o contrato de trabalho mantido entre ambas será rescindido por falta de interesse em sua continuação.Contudo, a ruptura contratual só ocorre no último dia do aviso prévio, o que vale dizer que durante o período doaviso prévio trabalhado o contrato de trabalho flui normalmente em todos os seus aspectos.

O art. 487, § 1º, da CLT determina que o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado integra o tempo de serviçodo trabalhador. Entretanto, o item V da Súmula nº 369 do TST determina que o registro da candidatura doempregado a cargo de dirigente sindical durante o período do aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe assegura aestabilidade, visto que inaplicável a regra do § 3º do art. 543 da CLT .

Da análise da legislação mencionada, constata-se que a intenção do legislador, ao conceder a estabilidade provisóriatanto ao cipeiro quanto ao representante sindical não foi a de lhe conferir uma vantagem, mas sim de o proteger depossível sujeição no exercício da função e até mesmo de perseguições por parte do empregador, bem como que, porser livre a candidatura do empregado tanto a cargo de direção da CIPA quanto a cargo de representação sindical,não pode o empregador impedir que o trabalhador pré-avisado efetue a sua candidatura aos mencionados cargos.

Dessa forma, entendemos que, por ser a candidatura aos cargos de cipeiro ou representante sindical, ato volitivo, ouseja, dependente da vontade do trabalhador, se este, no curso do cumprimento do aviso prévio, candidata-se a taiscargos, não gozará da estabilidade provisória de emprego, posto que, no momento da concessão do aviso préviotrabalhado ou indenizado, não havia qualquer impedimento legal para a ruptura contratual, situação que permitiu aoempregador romper legalmente o contrato de trabalho. Portanto, não pode um ato volitivo praticado após acomunicação da dispensa impor a anulação dessa comunicação legalmente efetuada, mesmo porque, ao secandidatar aos cargos representativos em questão, o trabalhador já era sabedor da intenção do empregador em nãodar continuidade ao seu contrato de trabalho.

Reproduzimos adiante algumas decisões judiciais acerca do tema.

"Estabilidade - Membro de CIPA - Aquisição no período do aviso-prévio - Não reconhecida - 1. A jurisprudênciado TST já se firmou no sentido de não se reconhecer a estabilidade adquirida durante o período do aviso prévio. 2.Desse modo, contraria a Orientação Jurisprudencial no 40 da SBDI I do TST decisão regional no sentido dereconhecer estabilidade adquirida por membro de CIPA inscrito no curso do aviso prévio indenizado. 3. Recurso derevista a que se dá provimento para restabelecer a r. sentença." (TST - RR 45294 - 1ª Turma - Rel. Min. JoãoOreste Dalazen - DJU 11.06.2004)

"Estabilidade adquirida no curso do aviso prévio. Indevida a reintegração pleiteada. Com a dação do avisoprévio, a denúncia do contrato de trabalho opera-se de pleno iure, embora a eficácia da resilição contratual épostergada pelo prazo legal. Sendo instituída, neste período, por norma coletiva, estabilidade no emprego, estagarantia não alcança o autor, porquanto foi posterior à denúncia, não se revestindo de eficácia retroativa."(Acórdão unânime do TRT da 15ª Região - RO 9434/2000-5 - Rela Juíza Maria Cecília Fernandes Alvares Leite -DJSP II 10.10.2002)

"[?] Aviso prévio - Estabilidade - Instituição após a manifestação da vontade do empregador - Descabimento -O tempo do aviso prévio não abrange a estabilidade conferida no seu curso, uma vez que o empregador, aocomunicar a dispensa do empregado, expressou sua intenção em rescindir o contrato de trabalho, constituindo,desse modo, o aviso prévio, ato jurídico perfeito, o qual não pode ser modificado por força de estabilidade instituídaapós a manifestação de vontade do empregador'." (Acórdão da 6a Turma do TRT da 2ª Região RO 20010342260 -Rela Juíza Jucirema Maria Godinho Gonçalves - DOSP 12.07.2002)

"Garantia de emprego. Salários. Projeção do aviso prévio. A cláusula da convenção coletiva que concede obenefício da garantia de emprego não tem aplicação nos casos em que o vínculo empregatício houver sido rompidoanteriormente à sua vigência. O fato de o aviso prévio indenizado projetar-se no tempo não torna o contrato

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vigente a ponto de se reconhecer a estabilidade do empregado. Os efeitos retrooperantes das convenções coletivasnão podem violentar o ato jurídico perfeito e consumado antes da existência da cláusula convencional. Revistaparcialmente conhecida e provida." (Acórdão unânime da 1ª Turma do TST - RR 237.648/95.9-2a R - Rela Min.Regina Rezende Ezequiel - J. 26.06.1996 - DJU 1 09.08.1996)

"Agravo em agravo de instrumento em recurso de revista - Garantia de emprego - Norma coletiva - OJ-40 daSDI-TST - Matéria fática - Mantém-se o despacho agravado que negou provimento ao agravo de instrumento, comfulcro no Enunciado 333 do TST, por entender que a decisão proferida pelo regional está em consonância com aOrientação Jurisprudencial no 40 da SBDI-1, que não reconhece a estabilidade provisória adquirida no curso doaviso prévio e pela impossibilidade de reexame das provas, já que a decisão resultou também do exame das provasdos autos. Agravo desprovido." (TST - A-AIRR 998 - 3ª Turma - Rela Juíza Conv. Dora Maria da Costa - DJU02.04.2004)

"Estabilidade provisória adquirida no curso do aviso prévio indenizado - Não caracterização - A estabilidadeprovisória decorrente de norma coletiva não alcança o empregado que já tenha recebido o aviso prévio, ainda que otempo de serviço seja projetado para além do início da vigência da norma que a previu. Revista conhecida eprovida, no particular." (TST - RR 361030 - 5ª Turma - Rel. Min. Rider Nogueira de Brito - DJU 16.06.2000)

"Aviso prévio. Aquisição de estabilidade durante seu prazo. A superveniência durante o transcurso do prazo doaviso prévio de qualquer norma ou fato impeditivos de resolução contratual, desconhecidos à época da despedida,não impossibilita a rescisão do contrato de trabalho já sujeito a um termo. É óbvio devem-se excluir dessaconclusão as hipóteses de fraude, quando o empregador despede o empregado de má-fé apenas para que este nãoadquira a estabilidade, quando já sabia que tal iria acontecer nos 30 dias subseqüentes. Recurso de revistaparcialmente conhecido e provido." (Acórdão unânime da 2ª Turma do TST - RR 217.152/95.7-12a Região - Rel.Min. Vantuil Abdala - DJU 1 07.06.1996)

Apesar do posicionamento adotado pelo Conselho Técnico IOB, o empregador deverá acautelar-se diante daocorrência concreta da situação ora retratada, caso em que é aconselhável, por medida preventiva, consultarantecipadamente o Ministério do Trabalho e Emprego, bem como o sindicato da respectiva categoria profissional, elembrar que caberá ao Poder Judiciário a decisão final da controvérsia, caso seja proposta ação nesse sentido.

Nota

As informações publicadas neste subitem trazem o entendimento do Conselho Técnico IOB, que leva emconsideração os posicionamentos adotados pela doutrina e pela jurisprudência, quando for o caso.

3. Gestante

Com base no mesmo dispositivo constitucional citado no item 2 (ADCT/ CF/1988 , art. 10 , inciso II, alínea "b"),também é vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa da empregada gestante, desde a confirmação dagravidez até 5 meses após o parto.

"Gestante - Dispensa imotivada - Gravidez desconhecida do empregador - Irrelevância - Inteligência do art.10, II, letra "b", da constituição federal. Dois e únicos são os pressupostos para que a empregada tenhaassegurado seu direito ao emprego ou o direito à reparação pecuniária: que esteja grávida e que sua dispensa nãoseja motivada por prática de falta funcional prevista no art. 482 da CLT . Em momento algum cuidou o constituintede subordinar a existência de referido direito ao fato de o empregador conhecer seu estado gravídico, quando adespediu imotivadamente. Essa exigência de aferição do elemento subjetivo do empregador, para imputar seu atode ilícito, se de seu conhecimento a gravidez, e lícito, porque a desconhecia, quando da imotivada dispensa, étotalmente estranha à norma constitucional em exame. Recurso de revista não conhecido." (Acórdão unânime da4ª Turma do TST - RR 608651/1999 - Rel. Min. Milton de Moura França - DJU de 13.02.2004)

"Gestante. Estabilidade provisória. Esta Corte Especializada já sedimentou o seu entendimento, mediante aOrientação Jurisprudencial nº 88 da SBDI1, no sentido de que o desconhecimento do estado gravídico peloempregador, salvo previsão contraria em norma coletiva, não afasta o direito ao pagamento da indenizaçãodecorrente da estabilidade, conforme art. 10, inciso II, alínea "b", da ADCT. Já com relação especificamente àrenúncia da reclamante ao emprego, segundo o entendimento da SBDI1, no ERR 52397/92, AC. 4722/97,publicado no DJ de 24/10/97, a empregada gestante, ainda que não aceite retornar ao emprego posto à suadisposição pelo empregador, em audiência, tem direito ao salário maternidade, em razão da dispensa imotivada.Recurso provido." (Acórdão unânime da 4ª Turma do TST - RR 626896/2000 - Rel. Juíza convocada Maria doPerpétuo Socorro W. de Castro - DJU de 07.11.2003)

Nota

Com a promulgação da Lei nº 11.324/2006 (DOU de 20.07.2006) esta garantia de emprego (a partir da confirmação

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da gravidez até 5 meses após o parto) foi estendida à empregada doméstica gestante.O TST, por meio da Súmula nº 244, consubstanciou o seu entendimento acerca do tema ao dispor:"Nº 244 - Gestante. Estabilidade provisória. (Incorporadas as Orientações Jurisprudenciais Nºs 88 E 196 DA SDI-1)I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenizaçãodecorrente da estabilidade. (art. 10, II, 'b' do ADCT). (ex-OJ nº 88 - DJ 16.04.2004)II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o período de estabilidade.Do contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade.(ex-Súmula nº 244 - Res 121/2003, DJ 21.11.2003)III - Não há direito da empregada gestante à estabilidade provisória na hipótese de admissão mediante contrato deexperiência, visto que a extinção da relação de emprego, em face do término do prazo, não constitui dispensaarbitrária ou sem justa causa. (ex-OJ nº 196 - Inserida em 08.11.2000)"

3.1 Estabilidade da empregada gestante no contrato a prazo determinado

O instituto da estabilidade provisória da gestante é incompatível com o contrato por prazo determinado, uma vezque essa modalidade de contrato tem seu termo final predeterminado desde a sua celebração, mediante vontadeexpressa das partes, a qual se sobrepõe a qualquer tipo de estabilidade. Dessa forma, atingido o termo do prazoavençado, o contrato estará plenamente cumprido, independentemente do fato de a empregada se encontrargrávida ou não.

Nesse sentido, o TST publicou a Súmula nº 244, reproduzida no item 3, a qual, entre outras disposições, estabelece,em seu inciso III, que a empregada gestante não faz jus à estabilidade provisória na hipótese de admissão mediantecontrato de experiência, visto que a extinção da relação de emprego, em face do término do prazo, não constituidispensa arbitrária ou sem justa causa.

4. Dirigente sindical

É vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou associado a partir do registro da candidatura a cargo de direçãoou representação sindical ou de associação profissional e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final domandato, salvo se cometer falta grave devidamente comprovada nos termos da lei ( CF/1988 , art. 8º , VIII, e CLT ,art. 543 ).

É considerado cargo de direção ou de representação sindical aquele cujo exercício ou indicação decorre de eleiçãoprevista em lei.

Para que o empregado tenha direito à estabilidade é necessário que a entidade sindical comunique por escrito àempresa, dentro de 24 horas, o dia e a hora do registro da candidatura do seu empregado e, em igual prazo, suaeleição e posse.

Nesse sentido ensina o TST, por meio da Súmula nº 369, com a redação dada pela Resolução TST nº 174/2011 ,adiante reproduzida:

SÚMULA Nº 369. DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. (nova redação dada ao item II)

I - É indispensável a comunicação, pela entidade sindical, ao empregador, na forma do § 5º do art. 543 da CLT. (ex-OJ nº 34 da SBDI-1 - inserida em 29.04.1994)

II - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. Fica limitada, assim, a estabilidade aque alude o art. 543, § 3.º, da CLT a sete dirigentes sindicais e igual número de suplentes.

III - O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical só goza de estabilidade se exercer naempresa atividade pertinente à categoria profissional do sindicato para o qual foi eleito dirigente. (ex-OJ nº 145da SBDI-1 - inserida em 27.11.1998)

IV - Havendo extinção da atividade empresarial no âmbito da base territorial do sindicato, não há razão parasubsistir a estabilidade. (ex-OJ nº 86 da SBDI-1 - inserida em 28.04.1997)

V - O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o período de aviso prévio,ainda que indenizado, não lhe assegura a estabilidade, visto que inaplicável a regra do § 3º do art. 543 daConsolidação das Leis do Trabalho . (ex-OJ nº 35 da SBDI-1 - inserida em 14.03.1994)

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Decisões do TST

"Embargos de declaração - Estabilidade provisória - Delegado eleito dirigente sindical - Os arts 543, § 3º, daCLT e 8º, VIII, da Constituição Federal não têm o condão de conferir estabilidade provisória ao reclamante, eleitosuplente de delegado sindical, na medida em que o ordenamento jurídico pátrio somente ampara aqueles queexerçam ou ocupem cargos executivos nos sindicatos, o que não é o caso. Embargos de declaração acolhidos,apenas para prestar esclarecimentos, sem efeito modificativo." TST - ED-ED-AIRR 88107/2003-900-04-00.4 - 4ªTurma - Rel. Juiz Conv. José Antonio Pancotti - DJU 16.09.2005)

"Delegado sindical - Estabilidade provisória - Inexistência - Cargo não eletivo. O art. 8º, VIII, da Lex Legumagasalhou, sob o manto da estabilidade provisória no emprego, o dirigente sindical e o representante sindical, cujoprocesso eletivo observa as disposições do art. 543 da CLT . Nesse compasso, o delegado sindical, condição detidapelo Autor, à míngua de sujeição ao aludido processo eletivo, não foi contemplado pela benesse instituída pelocomando constitucional, não fazendo jus, pois, à estabilidade provisória e, por conseguinte, à reintegração noemprego. Recurso de revista conhecido e provido." (Acórdão unânime da 4ª Turma do TST - RR -80341-2003-900-22-00 - Rel. Min. Ives Gandra Martins Filho - DJ de 31.10.2003)

"Estabilidade provisória - Dirigente sindical - Súmula nº 369 do TST - A entidade sindical deve comunicar àempresa, por escrito, o registro da candidatura do empregado, dentro do prazo de 24 horas, para que possa sergarantido ao trabalhador o direito à estabilidade prevista no caput do artigo 543 da CLT. Havendo dúvida acercadessa comunicação fato expressamente reconhecido pelo Egrégio Tribunal Regional não há como se declarar aexistência da estabilidade provisória. Aplicabilidade da Súmula no 369 desta Corte. Recurso de revista conhecido eprovido." (TST - RR 267/2001-731-04-00.0 - 5ª Turma - Rel. Min. Aloysio Corrêa da Veiga - DJU 19.08.2005)

"Dirigente de associação profissional - Inexistência de direito à estabilidade provisória - Antes da promulgaçãoda atual Carta da República, a associação profissional era etapa necessária de criação, autorização e registro dafutura entidade sindical, o que atualmente não ocorre mais. Ora, não sendo mais a associação profissional oembrião do sindicato, razão jurídica não há para assegurar-se aos dirigentes daquela a proteção contra despedidaimotivada. Em observância à ordem constitucional é que esta Corte cancelou a Súmula nº 222. Recurso de Revistaconhecido e provido." (TST - RR 654303/00.4 - 1ª Turma - Rel. Juiz Conv. Guilherme Bastos - DJU 19.08.2005)

"Recurso de revista - Estabilidade provisória - Dirigente sindical - Comunicação da eleição - Extemporaneidade- Eficácia - A comunicação, ao empregador, da eleição da empregada para cargo de dirigente sindical, ainda queextemporânea, mas antes da rescisão do contrato de trabalho, atende à formalidade exigida no parágrafo 5o doartigo 543 da CLT , porque a substância do ato é a comunicação, em si, e não a observância do prazo estabelecidono referido preceito legal. Recurso de revista conhecido e parcialmente provido." TST - RR 537.915/1999.8 - 1ªTurma - Rel. Juiz Conv. Altino Pedrozo dos Santos - DJU 01.07.2005)

5. Membros do Conselho Curador do FGTS

Aos membros do Conselho Curador do FGTS , enquanto representantes dos trabalhadores, efetivos e suplentes, éassegurada a estabilidade no emprego, desde a nomeação até um ano após o término do mandato derepresentação, somente podendo ser demitidos por motivo de falta grave, regularmente comprovada por meio deprocesso sindical (Lei nº 8.036/1990 , art. 3º , § 9º).

6. Decenal

Aos empregados admitidos como não optantes pelo regime do FGTS anteriormente à Constituição Federal/1988confere-se a estabilidade no emprego, desde que contassem com 10 ou mais anos de serviço na mesma empresaem 05.10.1988 (Lei nº 8.036/1990 , art. 14 ).

Decisão TST

"...Recurso de revista do reclamante - Estabilidade decenal - Demissão sem justa causa - Indenização emdobro - Art. 496 da CLT . O art. 496 da CLT estabelece a faculdade de o julgador deferir a indenização por tempode serviço, quando for desaconselhável a reintegração do empregado, sem condicionar, expressamente, odeferimento da indenização ao pedido explícito de reintegração. Nesse sentido, uma vez estabelecido pelo e.Regional que o reclamante alcançou a estabilidade decenal, antes mesmo da promulgação da Constituição Federal ,já que trabalhou para as reclamadas durante mais de quinze anos, e tendo sido despedido sem justa causa, faz jusao pagamento da indenização por tempo de serviço em dobro..." (Acórdão unânime da 4ª Turma do TST - RR -67109-2002-900-04-00 - Rel. Min. Milton de Moura França - DJ de 1º.08.2003)

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7. Membros do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS)

Aos membros do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), enquanto representantes dos trabalhadores ematividade, titulares e suplentes, é assegurada a estabilidade no emprego, desde a nomeação até um ano após otérmino do mandato de representação. Somente poderão ser demitidos por falta grave, regularmente comprovadaem processo judicial (Lei nº 8.213/1991 , art. 3º , § 7º).

8. Acidente do trabalho

O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de 12 meses, a manutenção do seucontrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepçãode auxílio-acidente (Lei nº 8.213/1991 , art. 118 ).

Dessa forma, para ter direito à estabilidade é necessário que o acidente do trabalho tenha ocasionado o afastamentodo trabalhador das suas atividades por mais de 15 dias, posto que somente nesta hipótese haverá concessão dobenefício previdenciário, findo o qual inicia-se a contagem do período de estabilidade.

Acerca do assunto dispõe a Súmula nº 378 do TST:

"Nº 378 - Estabilidade provisória. Acidente do trabalho. Art. 118 da Lei nº 8.213/1991 . Constitucionalidade.Pressupostos. (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 105 e 230 da SDI-1) - Res. 129/2005 - DJ20.04.2005

I - É constitucional o artigo 118 da Lei nº 8.213/1991 que assegura o direito à estabilidade provisória por período de12 meses após a cessação do auxílio-doença ao empregado acidentado. (ex-OJ nº 105 - Inserida em 01.10.1997)

II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a conseqüente percepçãodo auxílio-doença acidentário, salvo se constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação decausalidade com a execução do contrato de emprego. (Primeira parte - ex-OJ nº 230 - Inserida em 20.06.2001)"

Nota

São equiparadas ao acidente do trabalho a doença profissional e a do trabalho. A doença profissional é aquelaproduzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da relação deque trata o Anexo II do Regulamento da Previdência Social - Decreto nº 3.048/1999 . A doença do trabalho, por suavez, é adquirida ou desencadeada em função das condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele serelaciona diretamente, desde que constante do mencionado Anexo II.

Decisões TST

"... Estabilidade provisória - Acidente do trabalho - Artigo 118 da Lei 8.213/91 - Pressupostos - A constataçãode doença profissional mesmo após a despedida do empregado garante-lhe o direito à estabilidade acidentária,desde que guarde relação de causalidade com a execução do contrato de emprego, conforme estabelece o item IIda Súmula 378 do TST. Recurso de revista não conhecido." (TST - RR 413/1999-018-15-00.4 - 5a Turma - Rel.Min. Aloysio Corrêa da Veiga - DJU 03.02.2006)

"Agravo de instrumento - Doença profissional - Estabilidade provisória - Registrado pelo Tribunal Regional queos documentos acostados pela reclamante confirmam o seu afastamento do trabalho em decorrência de moléstiaprofissional, equiparando-se ao acidente de trabalho, tem-se como ilegal a rescisão contratual efetivada durante operíodo da estabilidade provisória. Agravo de instrumento não provido." TST - AIRR 798323/2001.3 - 4a Turma -Rela Juíza Conv. Maria Doralice Novaes - DJU 03.02.2006)

"Estabilidade decorrente de acidente do trabalho - Fechamento do estabelecimento - Indenização devida -Risco do empreendimento e preservação da higidez do empregado. Imperiosa a conclusão de que, extinto oestabelecimento, em razão de sua inviabilidade econômica-financeira, os ônus são do empregador, que assume osriscos da atividade econômica (art. 2o da CLT), inclusive no que se refere a obrigação de indenizar o empregadoportador de estabilidade decorrente de acidente do trabalho, que não pode e nem deve ter restringidos ou extintosseus direitos, nos termos do que, igualmente, reza o art. 10 da CLT . A garantia de emprego assegurada pelo art.118 da Lei no 8.213/91 ao empregado acidentado no trabalho é personalíssima e visa obstar a sua discriminaçãoem razão da ocorrência do infortúnio, assegurando-lhe a permanência no emprego por período necessário à suatotal recuperação imprescindível para que possa continuar exercendo as suas funções. Recurso de revista nãoconhecido." (Acórdão unânime da 4a Turma do TST - RR 693174/2000 - Rel. Min. Milton de Moura França - DJU de

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10.10.2003)

"Recurso de revista. Contrato a termo. Estabilidade provisória advinda de acidente de trabalho.Incompatibilidade. Partindo do pressuposto de que o instituto da estabilidade acidentária objetiva a proteção dacontinuidade do vínculo de emprego, supondo, necessariamente, a vigência do contrato por tempo indeterminado,há concluir ser esse incompatível nos contratos a termo, máxime porque o fato de o autor ter sofrido acidente detrabalho e ter entrado em gozo de benefício previdenciário não implica transmutação do contrato a termo em prazoindeterminado. Recurso conhecido e provido." (Acórdão unânime da 5a Turma do TST - RR -24434-2002-900-03-00 - Rel. Juiz convocado André Luiz Moraes de Oliveira - DJ de 27.02.2004)

"Violação do art. 896 da CLT . Acidente de trabalho. Estabilidade provisória. Agência bancária. Fechamento nalocalidade da prestação de serviços. O fechamento do estabelecimento bancário na localidade em que trabalhava aempregada não implica extinção do seu contrato de trabalho se, no mesmo período, encontrava-se afastada doemprego em decorrência de acidente de trabalho. O contrato nesse período fica suspenso e garantida a estabilidadeprovisória no emprego. Recurso de Embargos não conhecido." (Acórdão unânime da SBDI 1 - ERR 586324/1999 -Rel. Min. José Luciano de Castilho Pereira - DJ de 30.01.2004)

8.1 O empregado aposentado que sofre acidente do trabalho com afastamento da atividade por mais

de 15 dias

Na ocorrência de acidente do trabalho que envolva empregado já aposentado, é comum o empregador ter dúvidasquanto à possibilidade legal de proceder à rescisão contratual quando do seu retorno ao trabalho findo o prazo doafastamento motivado pelo acidente.

A garantia ou não de estabilidade acidentária ao empregado já aposentado que vem a sofrer acidente do trabalho ématéria controvertida tanto na doutrina como na jurisprudência trabalhistas, inexistindo até o presente momentouma corrente de entendimento majoritária.

Antes de expormos o nosso entendimento acerca do tema, é necessário tecer algumas considerações relativas àlegislação que rege a matéria. Assim temos:

a) conforme já comentado, a Lei nº 8.213/1991 , art. 118 e o Regulamento da Previdência Social , aprovadopelo Decreto nº 3.048/1999 , art. 346 , estabelecem que o segurado da Previdência Social que sofrer acidentedo trabalho terá garantida, pelo prazo mínimo de 12 meses, a manutenção do seu contrato de trabalho naempresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente.Analisando isoladamente as determinações dos mencionados arts. 118 e 346, constata-se que, para fazer jus àestabilidade acidentária, é necessário que o empregado atenda a 2 requisitos concomitantemente:

- que o acidente acarrete o afastamento do trabalhador das suas atividades por mais de 15 dias;

- que o segurado receba o benefício do auxílio-doença acidentário, posto que apenas após a cessação doreferido benefício é que começa a fluir o período de estabilidade;

b) o art. 124 da citada lei e o art. 167 do RPS dispõem, entre outros, que não é permitido o recebimentoconjunto dos benefícios de aposentadoria e de auxílio-doença, inclusive quando decorrente de acidente dotrabalho.

O Tribunal Superior do Trabalho (TST), por meio da Súmula nº 378, item II, esclarece que são pressupostos para aconcessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a conseqüente percepção do auxílio-doençaacidentário, salvo se constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com aexecução do contrato de emprego.

Com base na análise do disposto na mencionada Lei nº 8.213/1991 , art. 118 , parte da doutrina e da jurisprudênciadefende o entendimento de que, se o empregado já aposentado vier a sofrer acidente do trabalho, mesmo que esteocasione um afastamento superior a 15 dias, ele não terá direito à estabilidade provisória respectiva, uma vez quenão houve concessão do benefício de auxílio-doença acidentário. Portanto, nesta situação, o empregado não atendeuaos 2 requisitos exigidos por lei, ou seja, o afastamento por mais de 15 dias e o recebimento do benefício, conformese verifica na decisão a seguir transcrita.

"Garantia de emprego - Art. 118 da Lei nº 8.213/1991 - Empregado já aposentado que sofre acidente detrabalho - A tese esposada pelo TRT, no sentido de que a percepção do auxílio-doença acidentário é condição sinequa non para a garantia provisória do emprego, encontra-se em consonância com o item nº 230 da OrientaçãoJurisprudencial da SBDI1 do TST. Por outro lado, o recorrente não impugna a tese do TRT no sentido de que oempregado aposentado não tem direito ao auxílio-doença acidentário e, por conseguinte, à estabilidade. Recurso derevista não conhecido. (TST - RR 623786 - 5ª Turma - Rel. Min. Rider Nogueira de Brito - DJU 07.02.2003)"

"Recurso de revista - Estabilidade provisória - Art. 118 da lei nº 8.213/91 - Empregado aposentado - Auxílio-

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"Notícias do Tribunal Superior do Trabalho

13/10/2004

TST assegura estabilidade provisória a aposentado acidentado

O trabalhador que mesmo após ter se aposentado pelo INSS permanece em atividade na empresa e sofre acidente detrabalho tem direito à estabilidade provisória de doze meses prevista na legislação previdenciária (art. 118, Lei8213/91 ). Essa possibilidade, defendida pelo ministro João Oreste Dalazen (relator), foi admitida pela Primeira Turmado Tribunal Superior do Trabalho ao afastar (não conhecer) um recurso de revista interposto por uma empresacatarinense. A decisão do TST resultou de uma interpretação da lei mais favorável ao trabalhador.

Em princípio, esclarece o ministro Dalazen, a estabilidade provisória para o acidentado pressupõe o preenchimento dedois requisitos para sua concessão: o afastamento do empregado do trabalho por mais de quinze dias e a percepçãodo auxílio-doença acidentário, pago pelo INSS. A essa previsão legal corresponde também o entendimento expressona Orientação Jurisprudencial (OJ) 230 da Subseção de Dissídios Individuais - 1 do TST.

O obstáculo ao aposentado que permanece em serviço e sofre acidente é imposto pelo regulamento geral daPrevidência Social que proíbe a percepção acumulada de auxílio doença e do provimento da aposentadoria. Umainterpretação meramente literal da norma levaria à inviabilidade da estabilidade provisória.

O entendimento do ministro Dalazen sobre o tema, contudo, foi diverso. 'Na atual conjuntura sócio-econômica, emque se torna imperativo o reingresso do aposentado no mercado de trabalho a fim de complementar os parcos ganhosadvindos da aposentadoria, não me parece justo apená-lo com a perda da estabilidade no emprego em virtude doóbice ao recebimento cumulado de dois benefícios pela Previdência Social'.

A afirmação do relator serviu como fundamento à confirmação de decisão tomada anteriormente pelo TribunalRegional do Trabalho de Santa Catarina. Ao confirmar sentença da Vara do Trabalho de Brusque, o órgão de segundainstância reconheceu o direito à estabilidade acidentária a um mecânico aposentado pelo INSS que continuou atrabalhar na Companhia Industrial ..., uma empresa de fiação e tecelagem.

Segundo os autos, em dezembro de 1996, o mecânico sofreu um acidente ao tentar consertar um tear, que lhe causoua perda da vista esquerda. O fato provocou seu afastamento do trabalho até março do ano seguinte. Voltou àsatividades, mas em julho de 1997 foi demitido sem justa causa.

A empresa alegou, no TST, que o direito à estabilidade provisória, convertido pelo TRT em indenização correspondenteaos salários dos 12 meses em que o mecânico deveria ter sido mantido no emprego, violou o art. 118 da Lei nº8213/91 e afrontou a OJ 230 do TST. A impossibilidade de concessão do benefício foi rebatida pelo relator do recursono TST. 'No caso dos autos, o empregado sofreu acidente de trabalho, e, ainda, segundo informa o Tribunal Regional ea própria empresa ratifica no recurso de revista, foi afastado do trabalho por prazo superior a quinze dias'.

'E a circunstância de o empregado não poder auferir concomitantemente auxílio-doença acidentário não lhe retira odireito à estabilidade se o afastamento do serviço dá-se por período superior a quinze dias e há nexo causal entre oacidente e o trabalho prestado ao empregador', acrescentou o ministro Dalazen ao assegurar a percepção do benefícioao acidentado catarinense. (RR 590638/99.0)"

doença acidentário - Esta corte já firmou jurisprudência no sentido de que o afastamento do trabalho por prazosuperior a quinze dias e a conseqüente percepção do auxílio-doença acidentário constituem pressupostos para odireito à estabilidade prevista no art. 118 da Lei nº 8.213/1991 , assegurada por período de doze meses, após acessação do auxílio-doença (Orientação Jurisprudencial nº 230 da SBDI-1). Recurso de Revista de que se conhece ea que se dá provimento." (TST - RR 61.383/02.4 - 5a Turma - Rel. Min. João Batista Brito Pereira - DJU03.12.2004)

Não obstante as considerações anteriormente expostas, entendemos, salvo melhor juízo, que o empregado jáaposentado que sofre acidente do trabalho o qual determine o seu afastamento das atividades na empresa por maisde 15 dias tem direito à estabilidade acidentária de 12 meses a contar da data da alta médica, uma vez que atendeuaos requisitos necessários à concessão do auxílio-doença acidentário, isto é, ser segurado da Previdência Social eencontrar-se incapacitado para o trabalho por mais de 15 dias em decorrência do acidente sofrido. Se o benefício emquestão não lhe foi concedido, tal fato se deu em virtude de a legislação previdenciária vedar a concessãosimultânea dos dois benefícios (aposentadoria e auxílio-doença acidentário). Portanto, a não-concessão do benefíciodo auxílio-doença acidentário não dependeu da vontade ou ação do empregado, não podendo este sofrer umprejuízo motivado por uma proibição legal.

Posicionamento no mesmo sentindo foi adotado em decisão da 1ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST),conforme notícia colhida no site desse Tribunal em 13.10.2004, adiante reproduzida.

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Reproduzimos a seguir o acórdão que originou a notícia em comento.

"Estabilidade. Acidente de trabalho. Artigo 118 da Lei nº 8.213/91 . Empregado aposentado. Auxílio-doençaacidentário. 1. Em princípio, para o empregado beneficiar-se da estabilidade provisória do art. 118 da Lei nº8.213/91 é necessário o atendimento a dois requisitos: o afastamento do empregado do trabalho por prazosuperior a 15 dias e o recebimento de auxílio-doença acidentário (Orientação Jurisprudencial nº 230 da SBDI1 doTST). 2. Se, todavia, o empregado acidentado acha-se aposentado, resulta inviabilizada pela própria lei a percepçãotambém de auxílio-doença, em virtude de óbice imposto pelo regulamento geral da Previdência Social à percepçãocumulada de auxílio-doença e aposentadoria. Em casos que tais, cada vez mais comuns na atual conjuntura sócio-econômica, em que desafortunadamente se torna imperativo o reingresso do aposentado no mercado de trabalho afim de suplementar os parcos ganhos advindos da aposentadoria, a circunstância de o empregado não poder auferirconcomitantemente auxílio-doença acidentário não lhe retira o direito à estabilidade se o afastamento do serviçodá-se por período superior a 15 dias e há nexo causal com o labor prestado ao empregador. 3. Inexistência deafronta ao art. 118 da Lei nº 8.213/91 . Recurso de revista não conhecido." (Acórdão da 1ª Turma do TST - RR590638/1999 - DJ de 28.10.2004)"

Apesar do posicionamento adotado pelo nosso Conselho Técnico Editorial, alertamos que o assunto é polêmico,comportando, inclusive, posicionamento contrário, razão pela qual recomendamos que o empregador se acautelediante da ocorrência concreta da situação ora retratada, sendo aconselhável, por medida preventiva, consultar oMinistério do Trabalho e Emprego, bem como o sindicato da respectiva categoria profissional e lembrar que caberá àJustiça do Trabalho a decisão final da controvérsia caso seja proposta ação neste sentido.

9. Diretores de sociedades cooperativas

Os empregados de empresas que sejam eleitos diretores de sociedades cooperativas pelos mesmos criadas, gozamdas mesmas garantias asseguradas aos dirigentes sindicais, mencionadas no item 4 anterior (Lei nº 5.764/1971 ,art. 55 , a qual define a política nacional de cooperativismo e dá outras providências).

Decisões TST

"Recurso de revista. Estabilidade provisória. Diretor de cooperativa. Reconhece-se a estabilidade provisóriaprevista no artigo 543 da Consolidação das Leis do Trabalho ao dirigente de cooperativa, com amparo no dispostono artigo 55 da Lei nº 5764/71 . Constatada a estabilidade provisória, aplica-se, por analogia, o disposto noEnunciado nº 244 do TST, sendo assegurado ao empregado o direito a salários e vantagens correspondentes aoperíodo estabilitário. Recurso de revista conhecido e provido." (Acórdão unânime da 1ª Turma do TST - RR588839/1999 - Rel. Juiz convocado Guilherme Bastos - DJ de 23.05.2003)

"Recurso de revista. Estabilidade de membro de conselho de administração de cooperativa. Inexistência dediretores. Embora o art. 55 da Lei nº 5764/71 aluda ao termo 'diretor', não se pode afastar o direito à estabilidadeno caso em que a cooperativa é dirigida, de fato e mediante delegação estatutária, por um conselho administrativoque exerce típicas funções de uma diretoria. O acórdão regional, com base na prova documental produzida,somente poderia concluir pela condenação da reclamada, ante o pressuposto lógico de que, não sendo assim,estar-se-ia admitindo a existência de uma cooperativa sem responsáveis nominais por sua direção, já queadministrada obliquamente por meros conselheiros. A decisão recorrida, fundamentada no espírito da Lei nº5764/71 , extraiu do seu preceito interpretação razoável e que se revela a melhor para a atipicidade do casoconcreto (En. nº 221 do TST). A jurisprudência colacionada, por sua vez, ressente-se da falta de especificidade,atraindo a aplicabilidade do Enunciado nº 296 deste Tribunal Superior. Recurso de revista não conhecido." (Acórdãounânime da 3ª Turma do TST - RR - 27312-2002-900-04-00 - Rel. Juíza convocada Wilma Nogueira de A. Vaz daSilva - DJ de 21.03.2003)

Nota

Por meio da Resolução TST nº 129 , de 05.04.2005 (DJU de 20.04.2005), o Egrégio Pleno do Tribunal Superior doTrabalho (TST), resolveu, por unanimidade, alterar a denominação dos verbetes de sua jurisprudência predominantede "Enunciado" para "Súmula", bem como, converter em Súmulas da jurisprudência daquela Corte ou incorporá-lasàs existentes, conforme a hipótese, várias das Orientações Jurisprudenciais da Subseção I da Seção Especializadaem Dissídios Individuais, resultando na edição, na alteração ou no cancelamento de algumas Súmulas, cujos textosencontram-se no Anexo à citada Resolução.

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10. Representantes dos empregados na Comissão de Conciliação Prévia

Veda-se a dispensa dos representantes dos empregados, membros da Comissão de Conciliação Prévia , titulares esuplentes, até um ano após o final do mandato (que é de um ano, permitida uma recondução), salvo se cometeremfalta grave, nos termos da lei.

11. Mulher em situação de violência doméstica e familiar

Por força da Lei nº 11.340/2006 (DOU de 08.08.2006), foram criados mecanismos para coibir e prevenir a violênciadoméstica e familiar contra a mulher e entre as medidas de assistência e proteção asseguradas, foi determinadoque, para preservar a integridade física e psicológica da mulher em situação de violência doméstica e familiar, o juizlhe assegurará, entre outros, a manutenção do vínculo trabalhista por até 6 meses, quando for necessário o seuafastamento do local de trabalho.

12. Documento coletivo de trabalho

Confere-se estabilidade no emprego ou no serviço quando referida estabilidade estiver prevista em documentocoletivo de trabalho , regulamento interno da empresa ou no próprio contrato de trabalho .

Entre as estabilidades concedidas por meio de documento coletivo de trabalho, as mais comuns são:

a) gestante com prazo superior ao legalmente previsto;

b) retorno de férias;

c) proximidade de aposentadoria;

d) retorno de afastamento por doença.

Decisões TST

"Agravo de instrumento - Recurso de revista - Estabilidade pré-aposentadoria - Reintegração - Invalidada adispensa ocorrida em período estabilitário pré-aposentadoria, previsto em acordo coletivo, pois contatado ematestado e laudo médico distúrbios mentais da reclamante, impõe-se manter a reintegração determinada. Agravode Instrumento a que se nega provimento." (TST - AIRR 87477/2003-900-01-00.0 - 3a Turma - Rel. Juiz Conv.Ricardo Machado - DJU 03.02.2006)

"Agravo de instrumento - Recurso de revista - Despedida obstativa - Caracterização - Incidência do artigo129, do Código Civil de 2002 - Tratam os autos de acordo coletivo, que confere garantia no emprego para osempregados que contarem com mais de 15 anos na empresa e que estejam a 3 anos ou menos para adquirir odireito à aposentadoria integral. In casu, o empregado fazia parte do plano AERUS de seguridade social, queconcede aposentadoria àqueles que possuam no mínimo 58 anos. Nestes termos, o reclamante faria jus àestabilidade, prevista na mencionada norma coletiva, aos 55 anos, sendo despedido pela empresa, faltando apenasdois meses para completar tal idade. Assim, o exíguo tempo faltante para se implementar a cláusula coletiva,autoriza a conclusão de que o empregador agiu de forma maliciosa e tendente a impedir que o obreiro alcançasse agarantia no emprego, motivo pelo qual deve ser considerada obstativa a sua dispensa, por aplicação do artigo 129,do CC/2002. Ademais, a divergência trazida é obstada pela Súmula 296, item I, do C. TST, posto que inespecífica.Agravo de Instrumento a que se nega provimento." (TST - AIRR 90041/2003-900-01-00.9 - Rel. Juiz Conv.Josenildo dos Santos Carvalho - DJU 16.09.2005)

"Estabilidade garantida por norma coletiva. Inexistente motivo relevante para a dispensa do empregado,cabível a condenação da estabilidade prevista no dissídio coletivo da categoria." (Acórdão da 1a Turma do TRT da6a R, por maioria de votos - RO 527/1996 - Rel. Juiz Geraldo Costa - DJ PE 27.03.1997, p 37)

13. Discriminação

Veda-se a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado por motivo de discriminação de sexo, origem, raça,cor, estado civil, situação familiar ou idade, ressalvadas, neste caso, as hipóteses de proteção ao menor , em que se

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proíbe o trabalho noturno , perigoso ou insalubre aos que ainda não tenham completado 18 anos e qualquertrabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz .

Decisões TST e TRT 9ª Região

"Discriminação no trabalho - Rescisão contratual - Empregado portador do vírus HIV - Constatação -Reintegração no emprego - Reintegração. Empregado portador do vírus HIV. Dispensa discriminatória. 1.Caracteriza atitude discriminatória ato de Empresa que, a pretexto de motivação de ordem técnica, dispensaempregado portador do vírus HIV sem a ocorrência de justa causa e já ciente, à época, do estado de saúde em quese encontrava o empregado. 2. O repúdio à atitude discriminatória, objetivo fundamental da República Federativado Brasil (art. 3o, inciso IV), e o próprio respeito à dignidade da pessoa humana, fundamento basilar do EstadoDemocrático de Direito (art. 1o, inciso III), sobrepõem-se à própria inexistência de dispositivo legal que assegureao trabalhador portador do vírus HIV estabilidade no emprego. 3. Afronta aos arts. 1o, inciso III, 5o, caput e incisoII, e 7o, inciso I, da Constituição Federal não reconhecida na decisão de Turma do TST que conclui pelareintegração do Reclamante no emprego. 4. Embargos de que não se conhece." (TST - ERR 439.041/98.5 - SBDI-1- Rel. Min. João Oreste Dalazen - DJU 23.05.2003 - pág. 544)

"Reintegração - Despedida nula - Discriminação por idade. A 'usual' prática da reclamada de promover adespedida de funcionários por motivo de idade extrapola o poder potestativo do empregador e vai de encontro aparâmetros constitucionais refletidos nos artigos 5o, caput, e 7o, XXX. Sentença que se reforma para declarar anulidade da despedida e determinar a reintegração ao emprego." (Acórdão unânime da 2a Turma do TRT da 9aRegião - RO 16633/95 - Rel. Juiz Ricardo Sampaio - DJ PR 18.07.1997, pág. 58)

14. O encerramento da empresa ou do estabelecimento e as estabilidades provisórias

Uma questão que tem causado polêmica no direito trabalhista refere-se à estabilidade provisória dos empregados,em caso de encerramento das atividades da empresa ou do estabelecimento em que trabalham. Nesse aspecto,indaga-se se a empresa pode rescindir os contratos de trabalho dos empregados em gozo de estabilidade, sem opagamento da indenização dos salários relativos ao período da estabilidade.

As estabilidades provisórias legais (gestante, representante sindical, cipeiro etc.) adquiridas pelo empregado sãoconsideradas circunstâncias impeditivas da rescisão contratual arbitrária ou sem justa causa. Assim, inexistedispositivo legal expresso que trate da situação dos contratos de trabalho dos empregados com estabilidadeprovisória, quando ocorre a extinção da empresa ou do estabelecimento em que trabalhem. O que pode ocorrer éque aquela situação esteja prevista em documento coletivo de trabalho da respectiva categoria profissional, o quedeverá ser cumprido pelas partes.

Vale ressaltar que a Consolidação das Leis do Trabalho ( CLT , arts. 497 , 498 e 501 ), estabelece apenas a situaçãodo pagamento de indenização aos empregados que gozam de estabilidade decenal, ou seja, aqueles que jácontavam com 10 ou mais anos de atividade na empresa, na condição de não optantes pelo Fundo de Garantia doTempo de Serviço ( FGTS ), quando da promulgação da Constituição Federal/1988 , determinando que, em caso derescisão contratual em virtude de extinção da empresa ou de estabelecimento desta, sem a ocorrência de motivo deforça maior, esses empregados terão direito à indenização em dobro.

Na ocorrência de a extinção da empresa ou estabelecimento ter ocorrido por motivo de força maior, a indenizaçãoserá paga de forma simples. Caso o empregado não tenha direito à estabilidade decenal (menos de 10 anos naempresa na condição de não optante) fará jus à indenização pela metade.

No âmbito doutrinário verifica-se inexistir um posicionamento pacífico sobre a questão. Parte da doutrina sustenta oentendimento de que, ocorrendo a ruptura contratual em decorrência da extinção da empresa ou de um ou mais dosseus estabelecimentos, os empregados em gozo de estabilidade provisória não terão direito à indenização relativa aoperíodo de estabilidade, uma vez que, nesta situação, não estaria ocorrendo uma dispensa arbitrária ou sem justomotivo. O contrato seria extinto por absoluta impossibilidade de se dar sua continuidade, em decorrência dodesaparecimento de um dos pólos da relação empregatícia (empregador).

Outra corrente doutrinária é favorável ao pagamento da indenização correspondente ao período da estabilidade,embasada no fato de que, excetuando a ocorrência de extinção da empresa ou de seu estabelecimento por motivode força maior, o encerramento da atividade é ato volitivo do empregador ou conseqüência da ação deste. Portanto,a atividade da empresa poderá ser encerrada pelo desejo do empregador de não mais continuar o negócio, por máadministração, por inviabilidade do negócio etc. Segundo esta corrente, todas as mencionadas hipótesesenquadram-se no conceito do ônus empresarial que deve ser assumido exclusivamente pelo empregador, nãopodendo ser transferido ao empregado, razão pela qual, ocorrendo a ruptura contratual, o pagamento daindenização será devido.

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Ressaltamos, por oportuno, que a Consolidação das Leis do Trabalho ( CLT , art. 469 , § 2º) preceitua que "é lícita atransferência quando ocorrer extinção do estabelecimento em que trabalhar o empregado."

Assim, o entendimento predominante no caso em que existam outros estabelecimentos da empresa, é no sentido deque, havendo empregados estáveis provisoriamente pela legislação (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa ), acidente de trabalho , dirigente sindical etc.), eles poderão normalmente, por ato do empregador, sertransferidos para outra unidade, filial ou setor da empresa.

Por outro lado, em se tratando de estabelecimento único, dada a extinção total da empresa, predomina najurisprudência trabalhista o entendimento de que é possível a rescisão contratual dos empregados detentores deestabilidade provisória de emprego, sendo devidas, nesta situação, as verbas correspondentes a uma dispensa semjusta causa, ou seja, saldo de salários, férias vencidas e proporcionais, acrescidas de 1/3 constitucional, 13º salário,indenização do tempo que faltar para o término da estabilidade provisória, período este que deverá ser projetadopara efeito do cálculo de férias e 13º salário, aviso prévio e FGTS, mais 40% sobre o seu total.

É oportuno mencionar a existência de algumas decisões judiciais no sentido de que a obrigação do pagamento dossalários perdura tão-somente até a data em que se verifica a extinção total do estabelecimento, não sendo,portanto, devida a indenização dos salários até o final do período compreendido pela estabilidade provisória deemprego.

Diante da controvérsia relativa à indenização do período de estabilidade, salvo previsão em contrário constante dodocumento coletivo de trabalho da categoria profissional respectiva, caberá ao empregador, após prévia consulta aoMinistério do Trabalho e Emprego (MTE) e ao sindicato da categoria profissional de seus empregados, adotar oposicionamento que julgar mais acertado, cabendo à Justiça do Trabalho a decisão final, caso seja acionada.

Havendo empregados afastados (acidente do trabalho, licença-maternidade, auxílio-doença etc.), vez que a empresanão deixará de ser extinta em função desses afastamentos, além dos requisitos acima, a empresa, quando darescisão do contrato de trabalho, deverá comunicar ao empregado o motivo da rescisão contratual (extinção daempresa), convocando-o a comparecer ao ato homologatório, se for o caso, para receber e dar quitação das verbasdevidas e, por medida de cautela, comunicar ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a ocorrência do fato.

Vale ressaltar que no caso da dispensa da gestante o § 12 do art. 214 do Regulamento da Previdência Social (RPS),aprovado pelo Decreto nº 3.048/1999 , estabelece que o valor pago à empregada gestante, inclusive doméstica, emfunção do disposto na alínea "b" do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT)da Constituição Federal , integra o salário-de-contribuição, excluídos os casos de conversão em indenizaçãoprevistos nos arts. 496 e 497 da CLT .

Do exposto no parágrafo anterior depreende-se que, em casos de extinção da empresa, a indenização paga agestante pela estabilidade prevista na Constituição Federal (parte relativa ao ADCT) não tem caráter de salário-de-contribuição; logo, não há que cogitar em aplicar sobre tal verba (indenização por estabilidade provisória dagestante) a incidência da contribuição previdenciária. Para melhor visualização do assunto tratado neste texto,apresentamos adiante as Súmulas do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e alguns acórdãos judiciais atinentes aoassunto.

Para melhor visualização do assunto tratado neste texto, apresentamos adiante as Súmulas do Tribunal Superior doTrabalho (TST) e alguns acórdãos judiciais atinentes ao assunto.

a) Súmulas do TST

"173. Salário. Empresa. Cessação de atividades

Extinto, automaticamente, o vínculo empregatício com a cessação das atividades da empresa, os saláriossó são devidos até a data da extinção. Ex-prejulgado no 53. (RA 102/1982, DJ 11.10.1982 e DJ15.10.1982)"

"339. CIPA. Suplente. Garantia de emprego. CF/1988. (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs25 e 329 da SDI-1) - Res. 129/2005 - DJ de 20, 22 e 25.04.2005)

.........................................................................

II - A estabilidade provisória do cipeiro não constitui vantagem pessoal, mas garantia para as atividadesdos membros da CIPA, que somente tem razão de ser quando em atividade a empresa. Extinto oestabelecimento, não se verifica a despedida arbitrária, sendo impossível a reintegração e indevida aindenização do período estabilitário. (ex-OJ nº 329 - DJ 09.12.2003)"

"369. Dirigente sindical. Estabilidade provisória. (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 34, 35,86, 145 e 266 da SDI-1) (Res. 129/2005 - DJ de 20, 22 e 25.04.2005)

.........................................................................

IV - Havendo extinção da atividade empresarial no âmbito da base territorial do sindicato, não há razãopara subsistir a estabilidade. (ex-OJ nº 86 - Inserida em 28.04.1997)

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........................................................................ "

b) acórdãos do TST

Cipeiros

"Agravo de instrumento em recurso de revista - Cipeiro - Extinção do estabelecimento - Reintegração indevida- A decisão recorrida está em consonância com a iterativa, notória e atual jurisprudência desta Corte,consubstanciada na Orientação jurisprudencial nº 329: A estabilidade provisória do cipeiro não constitui vantagempessoal, mas garantia para as atividades dos membros da CIPA, que somente tem razão de ser quando ematividade a empresa. Extinto o estabelecimento, não se verifica a despedida arbitrária, sendo impossível areintegração e indevida a indenização do período estabilitário. Agravo de instrumento desprovido." (TST - AIRR40417 - 4ª Turma - Rel. Juiz Conv. Vieira de Mello Filho - DJU 25.06.2004)

"Membro da CIPA - Estabilidade provisória - Extinção da unidade da empresa - A garantia de emprego dotrabalhador eleito membro da CIPA apenas obsta sua dispensa arbitrária ou sem justa causa. Havendo motivo denatureza técnica, econômica ou financeira, como a extinção do estabelecimento, é cabível a dispensa, não sendodevido qualquer ressarcimento pela frustração do restante do período estabilitário. A extinção das atividades nosetor da empresa na qual prestava serviços o empregado detentor da estabilidade provisória faz cessar a causa ouo fato gerador da garantia de emprego, ficando afastada, via de conseqüência, a hipótese de indenizaçãosubstitutiva. Recurso de revista provido." (TST - RR 81590 - 5ª Turma - Rel. Min. Rider Nogueira de Brito - DJU21.05.2004)

"Estabilidade provisória - Cipeiro - Extinção do estabelecimento - Encontra-se consagrado nesta Corte, atravésda Orientação Jurisprudencial nº 329 da SDI-1 do TST, o entendimento de que a estabilidade provisória do cipeironão constitui vantagem pessoal, mas garantia para as atividades dos membros da CIPA, que somente tem razão deser quando em atividade a empresa. Extinto o estabelecimento, não se verifica a despedida arbitrária, sendoimpossível a reintegração e indevida a indenização do período estabilitário. Acrescente-se a irrelevância de teremsido transferidos para outro estabelecimento 65% dos empregados, haja vista que o que infirma a estabilidade é aextinção do estabelecimento. Assim, não se vislumbra a ofensa legal e constitucional apontada, bem comoencontra-se superada a assinalada divergência jurisprudencial, nos termos do Enunciado nº 333 do TST, erigido apressuposto negativo de admissibilidade do recurso de revista. Recurso não conhecido." (TST - RR 43012 - 4ªTurma - Rel. Min. Barros Levenhagen - DJU 05.03.2004)

"Estabilidade provisória de membro da CIPA - Extinção da empresa - Consonância com entendimento pacíficodo TST - Não-conhecimento dos embargos - Se o estabelecimento em que prestava serviços o reclamante vem aser extinto, torna-se insubsistente a estabilidade de que era detentor em razão de integrar a CIPA, tendo em vistaque deixa de existir o próprio fato gerador do direito em si. Exegese que se extrai da Orientação Jurisprudencial nº329 da SBDI-1. Recurso de Embargos de que não se conhece." (TST - E-RR 625634 - SBDI 1 - Rel. Min. JoãoBatista Brito Pereira - DJU 06.02.2004)

"Embargos - Estabilidade provisória - Membro da CIPA - Extinção do estabelecimento - A garantia de empregoprevista no artigo 165 da CLT e no artigo 10, inciso II, alínea a do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias ,não constitui uma vantagem pessoal que a Lei defere a um empregado, mas uma garantia que visa a proteção daatividade dos membros da CIPA, dirigindo-se a todos os seus integrantes, com o intuito de coibir a despedidaarbitrária destes empregados. Quando a perda do emprego se dá por extinção da empresa, não fica caracterizada adespedida arbitrária, e fica impossibilitada a reintegração do empregado, já que não existem mais os serviços. Nãohá, por isso, fundamento para se condenar a empresa extinta a pagar os salários do período estabilitário. Recursode Embargos desprovido." (TST - ERR 651150 - SESBDI 1 - Rel. Min. Carlos Alberto Reis de Paula - DJU12.03.2004)

Acidentado no trabalho

"Recurso de revista - Dispensa de empregado detentor da estabilidade conferida a acidentados - Extinção daempresa - Conversão do período de estabilidade em indenização - Na hipótese de encerramento das atividades doempregador, não há falar em direito do empregado detentor de estabilidade temporária, prevista no art. 118 da Leinº 8.213/1991 , à manutenção do contrato de trabalho e tampouco em conversão do período em indenização,porquanto não caracterizada a intenção obstativa à garantia de emprego. Recurso a que se dá provimento." (TST -RR 2290 - 5ª Turma - Rel. Min. Gelson de Azevedo - DJU 02.04.2004)

"Estabilidade provisória - Doença profissional - Impossibilidade de reintegração - Indenização - Impossibilitadaa reintegração do empregado, face à extinção do estabelecimento, impõe-se a condenação ao pagamento deindenização referente aos salários dos meses em que ocorreria a dita estabilidade, ou seja, desde a data dadispensa até a data do encerramento das atividades da empresa, quando esvai-se a garantia de emprego. Recursode revista não conhecido integralmente." (TST - RR 371554 - 4ª Turma - Rel. Min. Conv. Horácio R. de Senna Pires- DJU 25.10.2002)

"Estabilidade provisória - Doença - Fechamento do estabelecimento - Com a extinção da empresa, desaparecea prestação dos serviços e, conseqüentemente, o direito do empregado às vantagens decorrentes da estabilidadeprovisória, porquanto, a dispensa, no caso, não encontra obstáculo legal, porque não revelou impedimento oufraude por parte do empregador e se reveste de motivo econômico. Portanto, não há que se falar na indenizaçãopor despedida injustificada, se o Reclamante recebeu os seus salários até a data da extinção do estabelecimento.

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Recurso de Revista conhecido e provido." (TST - RR 371700 - 3ª Turma - Relª Minª Conv. Deoclécia Amorelli Dias -DJU 07.12.2000)

"Violação do art. 896 da CLT - Acidente de trabalho - Estabilidade provisória - Estabelecimento empresarial -Fechamento na localidade da prestação de serviços - O encerramento das atividades e o fechamento doestabelecimento empresarial na localidade em que trabalhava o empregado não implica extinção do seu contrato detrabalho se, no mesmo período, encontrava-se afastado do emprego em decorrência de acidente de trabalho. Ocontrato nesse período fica suspenso e, portanto, garantida a estabilidade provisória no emprego. Recurso deEmbargos conhecido e não provido." (TST - ERR 503124 - SBDI 1 - Rel. Min. José Luciano de Castilho Pereira - DJU27.08.2004)

"Recurso de revista - Dispensa de empregado detentor da estabilidade conferida a acidentados - Extinção daempresa - Conversão do período de estabilidade em indenização - Na hipótese de encerramento das atividades doempregador, não há falar em direito do empregado detentor de estabilidade temporária, prevista no art. 118 da Leinº 8.213/1991 , à manutenção do contrato de trabalho e tampouco em conversão do período em indenização,porquanto não caracterizada a intenção obstativa à garantia de emprego. Recurso a que se dá provimento." (TST -RR 2290 - 5ª Turma - Rel. Min. Gelson de Azevedo - DJU 02.04.2004)

"Estabilidade decorrente de acidente do trabalho - Fechamento do estabelecimento - Indenização devida -Risco do empreendimento e preservação da higidez do empregado - Imperiosa a conclusão de que, extinto oestabelecimento, em razão de sua inviabilidade econômica-financeira, os ônus são do empregador, que assume osriscos da atividade econômica (art. 2º da CLT ), inclusive no que se refere a obrigação de indenizar o empregadoportador de estabilidade decorrente de acidente do trabalho, que não pode e nem deve ter restringidos ou extintosseus direitos, nos termos do que, igualmente, reza o art. 10 da CLT . A garantia de emprego assegurada pelo art.118 da Lei nº 8.213/91 ao empregado acidentado no trabalho é personalíssima e visa obstar a sua discriminaçãoem razão da ocorrência do infortúnio, assegurando-lhe a permanência no emprego por período necessário à suatotal recuperação imprescindível para que possa continuar exercendo as suas funções. Recurso de revista nãoconhecido." (TST - RR 693174 - 4ª Turma - Rel. Min. Milton de Moura França - DJU 10.10.2003)

"Violação do art. 896 da CLT - Acidente de trabalho - Estabilidade provisória - Estabelecimento empresarial -Fechamento na localidade da prestação de serviços - O encerramento das atividades e o fechamento doestabelecimento empresarial na localidade em que trabalhava o empregado não implica extinção do seu contrato detrabalho se, no mesmo período, encontrava-se afastado do emprego em decorrência de acidente de trabalho. Ocontrato nesse período fica suspenso e, portanto, garantida a estabilidade provisória no emprego. Recurso deEmbargos conhecido e não provido." (TST - ERR 503124 - SBDI 1 - Rel. Min. José Luciano de Castilho Pereira - DJU27.08.2004)

"Estabilidade provisória - Acidente de trabalho - Fechamento de estabelecimento filial - Indenizaçãosubstitutiva - 1. assegura-se ao empregado em gozo da estabilidade decorrente de acidente de trabalho aindenização substitutiva, em caso de fechamento de estabelecimento filial ou agência. interpretação teleológica doart. 118 da Lei nº 8.213/91 e aplicação analógica do art. 498 da CLT . 2. recurso de que se conhece e a que senega provimento, no particular." (TST - RR 503124 - 1ª Turma - Rel. Min. João Oreste Dalazen - DJU 06.02.2004)

"Embargos - Estabilidade - Acidente de trabalho - Extinção do estabelecimento empresarial - A OrientaçãoJurisprudencial nº 230 da SBDI-1, ao elencar as duas condições para o empregado adquirir o direito à estabilidadeprovisória - afastamento do trabalho por prazo superior a 15 dias e conseqüente percepção do auxílio-doençaacidentário, não fez nenhuma ressalva ao direito do trabalhador. Cumpridos os requisitos, a estabilidade ou aindenização correspondente deve ser assegurada, mesmo na hipótese de fechamento do estabelecimento.Embargos não conhecidos." (TST - ERR 704998 - SBDI 1 - Relª Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi - DJU05.12.2003)

Dirigente sindical

"Recurso de revista - Empresa individual - Extinção - Morte do empregador - Dirigente sindical - Estabilidade -Insubsistência - A iterativa e notória jurisprudência da SBDI-1 há muito firmou o entendimento de não subsistir aestabilidade do dirigente sindical, em caso de extinção da atividade empresarial no âmbito da base territorial dosindicato (Orientação jurisprudencial nº 86). A conclusão de insubsistência da estabilidade do dirigente sindical, emrazão do falecimento do empregador constituído em empresa individual, é a mesma, uma vez que o seufalecimento acarretou a extinção da empresa, conforme verificou o E. Tribunal Regional." (TST - RR 549068 - 1ªTurma - Rel. Juiz Conv. Aloysio Corrêa da Veiga - DJU 30.04.2004)

"Dirigente sindical - Estabilidade provisória - Cessação de atividade da empresa na localidade - Oencerramento da atividade empresarial em determinado local, ainda que se cuide de empresa com atividade emdiversas localidades, tem o mesmo efeito que a extinção de estabelecimento, em relação à garantia de estabilidadedo dirigente sindical, que está diretamente ligado à defesa dos interesses coletivos da categoria. Em se tratando desindicato com base territorial que alcance, por inteiro, o Estado da Federação, não implica exigir que o empregadorofereça ao dirigente sindical a faculdade de transferir-se para outro estabelecimento. Recurso de revista conhecidoe provido." (TST - RR 577350 - 4ª Turma - Rel. Juiz Conv. José Antônio Pancotti - DJU 26.03.2004)

"Recurso ordinário em ação rescisória - Dirigente sindical - Extinção do estabelecimento - Fim da estabilidade- In casu , não se há falar em violação dos arts. 8º, VIII, da CF e 543, § 3º da CLT , eis que, extinto oestabelecimento onde prestava serviços o Obreiro, cessa o fundamento que respalda a estabilidade conferida aodirigente sindical, uma vez que esta não é uma garantia pessoal do empregado, mas, sim, uma prerrogativa dacategoria para possibilitar o exercício da representação sindical. Desse modo, extinto o vínculo laboral com o

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fechamento da empresa naquela localidade, não tem mais razão de existir a estabilidade (Inteligência daOrientação Jurisprudencial no 86 da SBDI-1).... Recurso Ordinário parcialmente provido." (TST - ROAR 82554 -SBDI 2 - Rel. Min. José Simpliciano Fernandes - DJU 05.09.2003)

"Estabilidade sindical - Extinção do estabelecimento - 1. Sobrevindo o fechamento do estabelecimentoempresarial, o empregado dirigente sindical faz jus ao pagamento dos salários somente até a extinção, pois agarantia de emprego esvai-se com o encerramento das atividades da empresa. 2. Recurso de revista de que seconhece e a que se dá provimento." (TST - RR 510776 - 1ª Turma - Rel. Min. João Oreste Dalazen - DJU14.03.2003)

"Estabilidade sindical - Extinção da empregadora - Indenização - Extinto o estabelecimento onde prestavaserviços o empregado, cessa o fundamento que respalda a estabilidade conferida ao dirigente sindical uma vez queesta não é uma garantia pessoal do empregado, mas sim uma prerrogativa da categoria para possibilitar o exercícioda representação sindical. Desse modo, extinto o vínculo laboral com o fechamento da empresa naquela localidade,não tem mais razão de existir a estabilidade. Assim sendo, o Reclamante não faz jus ao pagamento de indenização,mas apenas dos salários devidos até a data da extinção. Incidência do Enunciado nº 173 do TST e OrientaçãoJurisprudencial nº 86 da SBDI1 deste TST... Revista conhecida e provida parcialmente." (TST - RR 496055 - 2ªTurma - Rel. Min. José Simpliciano Fernandes - DJU 27.09.2002)

"Estabilidade sindical - Extinção do estabelecimento - A intenção do legislador, tanto o constituinte, como oordinário, ao criar a garantia de emprego para o dirigente sindical, não foi garantir ao empregado um benefíciopessoal, com a manutenção de seu emprego e salários, mas assegurar o livre exercício de seu mandato sindical,sem pressões ou ameaças. Assim, inexistindo qualquer arbitrariedade por parte da empresa no ato de dispensa doempregado detentor de mandato sindical, quando ocorre a extinção de um de seus estabelecimentos, não há quese falar em pagamento das verbas salariais até o término da garantia de emprego." (TST - RR . 478809 - 2ª Turma- Rel. Min. Conv. Aloysio Corrêa da Veiga - DJU 08.02.2002)

"Ação rescisória - Violação literal de lei - Dirigente sindical - Extinção do estabelecimento - Indenização doperíodo de garantia - 1 - Viola o art. 498 da CLT acórdão que defere à empregada detentora de estabilidade sindicalsalários e vantagens decorrentes do vínculo de emprego, até o término do período de estabilidade, apesar dofechamento de agência do Banco na localidade. 2. Sobrevindo o fechamento do estabelecimento empresarial, oempregado dirigente sindical faz jus ao pagamento dos salários somente até a extinção, pois a garantia deemprego esvai-se com o encerramento das atividades da empresa. Orientação Jurisprudencial nº 86, da Eg. SBDI1.3. Recurso ordinário do Requerente a que se dá parcial provimento." (TST - ROAR 579970 - SBDI 2 - Rel. Min. JoãoOreste Dalazen - DJU 29.06.2001)

"Estabilidade no emprego - Dirigente sindical - Extinção da empresa - Apesar de ter opinião pessoal de serdevida ao empregado a indenização substitutiva da garantia de emprego descumprida pelo empregador, com aextinção da empresa ou o fechamento do estabelecimento, a verdade é que esta Corte tem posição diametralmenteoposta, conforme se infere do Verbete 86 da Orientação Jurisprudencial da SDI-I, no sentido de não subsistirestabilidade do dirigente sindical no caso de extinção da atividade empresarial no âmbito da base territorial dosindicato. Dele emerge incontrastável a tese majoritária de a extinção da empresa ou o fechamento doestabelecimento não ser óbice ao poder potestativo de resilição contratual, cujo exercício não acarreta para oempregador o pagamento de indenização compensatória da garantia de emprego, limitando-se o direito doempregado aos proverbiais títulos trabalhistas referentes ao contrato de trabalho resilido. Recurso conhecido eprovido." (TST - RR 577003 - 4ª Turma - Rel. Min. Antônio José de Barros Levenhagen - DJU 29.06.2001)

"Estabilidade provisória - Dirigente sindical - Encerramento das atividades da empresa - No caso deencerramento das atividades da empresa, não subsiste a estabilidade do empregado dirigente sindical, razão pelaqual é indevida qualquer indenização pelo período correspondente ao mandato extinto. Recurso de Revista nãoconhecido." (TST - RR 691355 - 2ª Turma - Rel. Juiz Conv. Samuel Corrêa Leite - DJU 12.03.2004)

"Estabilidade sindical - Extinção do estabelecimento - 1. Sobrevindo o fechamento do estabelecimentoempresarial, o empregado dirigente sindical faz jus ao pagamento dos salários somente até a extinção, pois agarantia de emprego esvai-se com o encerramento das atividades da empresa. 2. Recurso de revista de que seconhece e a que se dá provimento." (TST - RR 510776 - 1ª Turma - Rel. Min. João Oreste Dalazen - DJU14.03.2003)

"Ação rescisória - Estabilidade provisória - Extinção do estabelecimento da empresa - Decisão rescindenda emque se deferiu ao Reclamante o pagamento dos salários do período de estabilidade, em função do exercício decargo de direção sindical, entendendo-se que a extinção do estabelecimento do empregador, sem comprovação demotivação de ordem técnica, econômica ou financeira, não o libera do pagamento de uma indenizaçãocompensatória. Inexistência de afronta à literalidade dos arts. 8º, VIII, da Constituição Federal e 543, § 3º, da CLT.HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Consonância da decisão regional com a orientação traçada no Enunciado no 219 doTST. Recurso ordinário a que se nega provimento." (TST - ROAR 648850 - SBDI 2 - Rel. Min. Gelson de Azevedo -DJU 24.05.2002)

Gestante

"Estabilidade da gestante - Extinção do estabelecimento - A empregada gestante tem jus à estabilidade deemprego conferida pelo art. 10, II, b, do ADCT , ainda que a despedida tenha ocorrido em virtude do fechamentoda empresa, a qual assume os riscos da atividade econômica e com eles deve arcar em caso de perdas advindas doempreendimento, consoante o disposto no artigo 2º da CLT. Recurso conhecido e provido..." (TST - RR 627917 - 1ªTurma - Rel. Min. Lélio Bentes Corrêa - DJU 12.03.2004)

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"Estabilidade provisória da gestante - Fechamento de estabelecimento da empresa - Dois e únicos são ospressupostos para que a empregada tenha assegurado seu direito ao emprego ou à reparação pecuniária: queesteja grávida e que sua dispensa não seja motivada por prática de falta funcional prevista no 482 da CLT . Oescopo da garantia constitucional é, não só a proteção da gestante contra a dispensa arbitrária, por estar grávida,mas principalmente a tutela do nascituro. A interpretação teleológica do art. 10, II, b, do ADCT , conduz àconclusão de que, confirmada a gravidez durante o vínculo de emprego, nasce o direito da empregada àestabilidade provisória, com conseqüente restrição do direito de o empregador dispensá-la, salvo por justa causa.Nesse sentido, o fechamento do estabelecimento em que trabalha a empregada gestante não elide o direito àreparação pecuniária da estabilidade provisória interrompida. O art. 2º da CLT atribui ao empregador os riscos daatividade econômica, enquanto o 449 da CLT assegura a manutenção dos direitos decorrentes do contrato detrabalho, mesmo em caso de falência, concordata ou dissolução da empresa. Recurso de revista não provido." (TST- RR 66985 - 4ª Turma - Rel. Min. Mílton de Moura França - DJU 23.04.2004)

"Recurso de revista - Gestante - Estabilidade provisória - Extinção do estabelecimento - Malgrado a dispensada empregada gestante não se caracterize como arbitrária, em face de a rescisão ter se operado por força daextinção do estabelecimento, tal fato, por si só, não tem o condão de afastar a incidência da hipótese do artigo 10,II, b, do ADCT , o qual enseja a indenização à gestante pelo período estabilitário, haja vista que a simples extinçãodo estabelecimento não pode impedir a aplicação de um direito previsto constitucionalmente de natureza pessoal, oqual visa à proteção do nascituro. Recurso conhecido e provido." (TST - RR 628954 - 5ª Turma - Rel. Juiz Conv.André Luís Moraes de Oliveira - DJU 16.04.2004)

"Garantia de emprego à gestante - Fechamento de empresa - Art. 10 , inciso II, letra b, do ADCT - Aempregada gestante faz jus à estabilidade de emprego conferida pelo art. 10 , inciso II, alínea b, do ADCT , aindaque a despedida tenha ocorrido em virtude do fechamento da empresa, a qual assume os riscos da atividadeeconômica e com eles deve arcar em casos de perdas advindas do empreendimento, consoante o disposto no artigo2º da CLT. O fato referente à recusa da empregada a transferir-se para a cidade de Criciúma não pode por si gerarprejuízos à gestante, em que pese não haver condições de mudar-se de localidade e afastar-se do apoio financeiroe afetivo de familiares, essenciais para uma gestação e recebimento de uma nova vida. Revista conhecida eprovida." (TST - RR 3197 - 1ª Turma - Rel. Min. Conv. Vieira de Mello Filho - DJU 08.08.2003)

"Gestante - Estabilidade provisória - Fechamento de agência bancária - Imprevidência do empregador - Forçamaior não configurada - O encerramento parcial da atividade empresarial, com o fechamento de uma agênciabancária, não acarreta a perda da garantia de emprego assegurada à gestante. O fechamento de uma, dentreinúmeras, agência do Banco não configura motivo de força maior, uma vez que a assunção dos riscos do negócio éinerente à figura do empregador no desempenho da sua atividade econômica, nos termos do art. 2º da CLT ,especialmente levando em consideração que o Banco continuou existindo como pessoa jurídica, sujeitando-se aosriscos do empreendimento. Nesse passo, pode equiparar-se o encerramento parcial da atividade econômica àimprevidência patronal, motivo que afasta a alegação de força maior, nos termos do § 1º do 501 da CLT . Cumpreobservar que, em relação ao empregado dirigente sindical, esta Corte firmou sua jurisprudência no sentido deafastar o direito quando o estabelecimento fechado situa-se no âmbito da base territorial do sindicato, conformediretriz abraçada pela Orientação Jurisprudencial nº 86 da SBDI-1 desta Corte. A estabilidade do empregadodirigente sindical é diferente da relativa à empregada gestante, embora ambos tenham adquirido estabilidadeprovisória por força de mandamento constitucional. A diferença reside no fato de a estabilidade do dirigente sindicalestar ligada a representação da categoria naquela base territorial, enquanto que a da gestante independe dalocalidade em que a empregada irá prestar seus serviços. A garantia, para o dirigente sindical, é institucional,enquanto a da gestante é pessoal. Recurso conhecido e desprovido no particular, e provido quanto à correçãomonetária." (TST - RR 635682 - 4ª Turma - Rel. Min. Ives Gandra Martins Filho - DJU 25.10.2002)

"Gestante - Garantia de emprego - Fechamento de empresa - Art. 10, II, letra b, do ADCT - A empregadagestante faz jus à estabilidade de emprego conferida pelo art. 10, II, letra b, do ADCT , ainda que a despedidatenha ocorrido em virtude do fechamento da empresa, por se tratar, no caso, de uma garantia visando a não privara gestante da conservação de um emprego que é vital para o nascituro, já que o salário percebido será utilizado emfavor da subsistência e nutrição deste." (TST - RR 402.630/1997.6 - 2ª Turma - Rel. Min. Vantuil Abdala - DJU05.10.2001)

"Estabilidade provisória à gestante - Fechamento da empresa - Indenização correspondente ao períodoestabilitário - Embora não se considere arbitrária nem discriminatória a dispensa de empregada gestante nahipótese de fechamento da empresa, tem-se que lhe é devida a indenização correspondente ao períodoestabilitário, uma vez que o objetivo dessa estabilidade é assegurar a sua sobrevivência e a de seu filho, já quenessa condição será bastante difícil obter um novo emprego. Recurso de Revista a que se nega provimento." (TST -RR 363032 - 5ª Turma - Rel. Min. Rider Nogueira de Brito - DJU 24.05.2001)

15. Pedido de demissão de empregado em gozo de estabilidade provisória

Muitas empresas têm dúvidas sobre a legalidade de se proceder a rescisão contratual a pedido do empregado que seencontra em gozo de estabilidade provisória. A questão é saber se o trabalhador em questão pode renunciar àgarantia que legalmente lhe é concedida.

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O que a lei assegura ao trabalhador quando lhe confere o direito à estabilidade provisória é a garantia de que o seucontrato de trabalho será protegido contra a dispensa imotivada promovida pelo empregador. Em outras palavras,ao conferir a garantia provisória de manutenção do vínculo empregatício, a lei limita o poder de mando doempregador ao proibir que este, por iniciativa própria e sem fins justificados, proceda à ruptura do contrato detrabalho do empregado beneficiado pela garantia. Dessa forma, o trabalhador legalmente estável não pode serdispensado do seu emprego, salvo no caso de justa causa devidamente comprovada.

Quando a estabilidade provisória é concedida por força de documento coletivo de trabalho (acordo, convenção ousentença normativa) é comum à cláusula instituidora da garantia permitir a conversão do período de estabilidade emindenização, situação em que o contrato de trabalho poderá ser rompido desde que o empregador além das verbasrescisórias normais pague, a título de indenização, o período de estabilidade, o que não ocorre com as estabilidadeslegais, as quais vedam a ruptura contratual e não permitem a transação da garantia em indenização.

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) determina em seu art. 500 que o pedido de demissão do empregadoestável só será válido quando feito com a assistência do respectivo sindicato e, se não o houver, perante aautoridade local competente do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) ou da Justiça do Trabalho.

Ante todo o exposto, uma vez atendidos os dispositivos legais anteriormente mencionados e, ainda, considerandoser a estabilidade uma limitação ao poder de ação do empregador e não do empregado e, ainda, dada à inexistênciade qualquer dispositivo legal, vedando em qualquer circunstância o pedido de demissão, mesmo porque não haveriacomo obrigar o empregado a manter um contrato que não mais lhe interessa, entendemos que o trabalhador emgozo de estabilidade provisória pode romper por sua livre iniciativa o contrato de trabalho, renunciando, porconseqüência, à garantia que lhe foi conferida por lei ou pelo documento coletivo de trabalho.

Para que posteriormente não haja a alegação de que a renúncia à garantia de emprego se deu por coação, poderá oempregador exigir a emissão do pedido de demissão de próprio punho, no qual o trabalhador deixe claro que o fazde livre e espontânea vontade, estando ciente de que o pedido em questão configura a renúncia à estabilidade.

Reproduzimos a seguir algumas decisões judiciais acerca do tema.

Agravo de instrumento - Recurso de revista - Gestante - Pedido de demissão - Estabilidade provisória indevida- Matéria fática - Decisão denegatória - Manutenção - O art. 10, II, "b", do ADCT veda a dispensa arbitrária ou semjusta causa da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto, sem exigir opreenchimento de nenhum outro requisito que não a própria condição de gestante. A par disso, a estabilidadeprovisória assegurada à empregada gestante prescinde da comunicação da gravidez ao empregador, uma vez que alei objetiva a proteção do emprego contra a resilição unilateral do contrato de trabalho, impedindo que a gravidezconstitua causa de discriminação. Na hipótese, o Regional, diante do contexto-fático probatório examinado (oral edocumental), consignou a Reclamante pediu demissão e que não restou comprovado qualquer vício deconsentimento capaz de invalidar o seu ato. Assim, somente pelo reexame do conjunto fático-probatório seriapossível decidir em sentido contrário - O que, contudo, é vedado nesta instância recursal. Inteligência da Súmula126/TST . Decisão denegatória que se matem. Agravo de instrumento desprovido. (TST - AIRR2194/2004-038-02-40.6 - Rel. Min. Mauricio Godinho Delgado - DJ-e 12.11.2010, pág. 1155)

[?] Membro Cipa - Estabilidade - Quando as razões de recurso vão além do que consta na decisão recorrida,temse como ausente o devido prequestionamento do tema. Na hipótese, a decisão regional consignou que o pedidode demissão, formulado pelo autor, se deu de forma legal, segundo documento juntado aos autos, sendoimpertinente a discussão acerca da estabilidade de cipeiro, não se inferindo da fundamentação da decisão recorridaa abordagem sob o prisma da necessidade, quando do pedido de demissão pelo autor, da anuência das entidadesmencionadas no art. 500 do CLT . Recurso de revista não conhecido. (TST - RR 8193/2002-900-02-00 - Rel. Min.Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - DJ-e 27.11.2009, pág. 498)

Estabilidade provisória da gestante - Pedido de demissão destituído de validade - Aplicação do artigo 500 daCLT - Em se tratando de empregada gestante, detentora de estabilidade provisória, a validade do pedido dedemissão está condicionada à assistência do respectivo Sindicato ou da autoridade do Ministério do Trabalho, nostermos do artigo 500 da CLT. Este dispositivo legal prevalece inclusive nas hipóteses de estabilidade provisória,com a finalidade de resguardar a aplicação da legislação trabalhista e os direitos da trabalhadora. Assim, édispensável a prova de coação e vício de consentimento do referido ato, mesmo que firmado de próprio punho pelaobreira, porquanto imprescindível a assistência legal, garantindo-se à empregada a plena ciência das consequênciasdo ato. Logo, o pedido de demissão formulado é nulo de pleno direito, nos termos dos artigos 9º e 500, da CLT c/cartigos 104, inciso III , e 166, inciso IV, do CCB , aplicáveis à espécie por força do artigo 8º Consolidado. (TRT-3ªRegião - RO 485/2010-136-03-00.3 - Rela Desa Deoclécia Amorelli Dias - DJ-e 14.09.2010, pág. 121)

Doença equiparada a acidente do trabalho - Direito à estabilidade provisória - Pedido de demissão - Renúncia- Validade - O pedido de demissão de empregador detentor da estabilidade acidentária, por implicar em renúncia dodireito à estabilidade provisória (art. 118 da Lei 8.213/91 ) só é válida mediante assistência do sindicato dacategoria, sobretudo quando se tratar de empregado com mais de um ano de casa. Aplicação do disposto nos art.477, § 1º, e 500, ambos da CLT. No caso dos autos, ficou demons trado não ter sido o reclamante assistido pelosindicato da categoria no momento em que subscreveu o pedido de demissão, comprovando-se também que apósformalizar tal pedido o reclamante enviou telegrama à reclamada comunicando sua retratação ao seu pedido dedesligamento. Neste contexto, não se pode validar o pedido de demissão, tornando devida a indenizaçãosubstitutiva da estabilidade acidentária. (TRT-3ª Região - RO 411/2009-043-03-00.3 - Rela Juíza Conv. Maristela

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Iris S. Malheiros - DJ-e 17.03.2010, pág. 90)

Empregada gestante - Pedido de demissão renúncia à estabilidade provisória no emprego - À empregadagrávida que se demite espontaneamente do emprego não há como assegurar a estabilidade provisória disciplinadano art. 10, II, "b", do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. (TRT-3ª Região - RO 492/2009-050-03-00.0- Rel. Des. Marcus Moura Ferreira - DJ-e 18.12.2009, pág. 127)

Estabilidade provisória da gestante - Pedido de demissão - A estabilidade provisória da gestante somenteprotege a trabalhadora da dispensa arbitrária ou sem justa causa, nos termos do art. 10, inciso II, alínea "b", doADCT da Constituição da República . Tendo a autora pedido demissão, não tem direito à referida estabilidade,tampouco à indenização decorrente do desrespeito ao referido dispositivo legal. (TRT-4ª Região - RO0042500-55.2008.5.04.0781 - 5ª Turma - Rel. Juiz Conv. Clóvis Fernando Schuch Santos - DJ-e 20.08.2010)

Estabilidade provisória - Empregada gestante - Renúncia à estabilidade por pedido de demissão - Inexistênciade prova de suposto vício de consentimento - Validade - A presunção de coação ou vício de consentimento quedecorre da renúncia gratuita, pura e simples, da estabilidade provisória, formalizada por pedido de demissão, nãoprescinde de prova para sua caracterização. Empregada que sustenta a nulidade do ato por intermédio do qualdenuncia o contrato de trabalho ao argumento de titularizar estabilidade provisória de gestante, não tem em seuproveito presunção de vício de consentimento a macular o ato, o qual deve restar devidamente provado. (TRT-4aRegião - RO 0061900-90.2009.5.04.0661 - 10ª Turma - Rel. Des. Milton Varela Dutra - DJ-e 04.06.2010)

Estabilidade provisória - Acidente de trabalho - Transação - Pedido de demissão formulado pelo reclamante -Se o empregado, ciente da condição de detentor de estabilidade em virtude de acidente de trabalho, propõe a suarescisão contratual, mediante acordo que lhe assegura vantagens que não auferiria na hipótese de demissão apedido (dentre elas 50% da indenização a que teria jus, nos termos do art. 118 da Lei nº 8.213/1991 ), dúvida nãohá acerca da sua intenção de transacionar o direito que lhe foi conferido de permanecer no emprego. Saliente-seque, na presente hipótese, não restou demonstrado qualquer vício de consentimento capaz de invalidar atransação, sendo certo, ainda, que houve participação do sindicato no ato da rescisão contratual. Recurso a que senega provimento. (TST - RR 691.535/2000.6 - 1ª Turma - Rel. Min. Lelio Bentes Corrêa - DJU 02.09.2005)

Estabilidade provisória - Extinção do contrato por iniciativa do empregado - O art. 118 da Lei nº 8.213/91garante o emprego do trabalhador acidentado por 12 meses, após a cessação do auxílio-doença acidentário. Seneste período o vínculo de emprego se extinguiu por iniciativa do empregado, sem a comprovação de coação ouvício na manifestação de vontade, a iniciativa implica na renúncia tácita à estabilidade. (Acórdão unânime da 7ªTurma do TRT da 3ª Região - RO 7.912/02 - Rela Juíza Wilméia da Costa Benevides - DJ MG 22.08.2002, pág. 14)

Observe-se que, apesar do posicionamento adotado pelo Conselho Técnico da IOB, tendo em vista a possibilidade deentendimento diverso, o empregador deverá acautelar-se diante da ocorrência concreta da situação ora retratada,podendo, por medida preventiva, consultar o MTE ou, ainda, o sindicato da respectiva categoria profissional acercada questão, e lembrar que caberá à Justiça do Trabalho a decisão final caso seja proposta ação nesse sentido.

Nota

A informação publicada neste tópico traz o entendimento do Conselho Técnico IOB, que leva em consideração osposicionamentos adotados pela doutrina e pela jurisprudência, quando for o caso.

( Constituição Federal/1988 , art. 8º , inciso VIII; CLT , arts. 497 , 498 , 500 , 501 , 502 , 543 e 625-B ; Lei nº11.340/2006 , art. 9º , § 2º, inciso II; Lei nº 8.213/1991 , arts. 3º , § 7º e art. 118 ; Lei nº 8.036/1990 , art. 3º , §9º e art. 14 ; e Súmulas TST nºs 173 , 339 e 369 do Tribunal Superior do Trabalho)

Legislação Referenciada

Ato das Disposições Constitucionais Transitórias

Constituição Federal/1988

Regulamento da Previdência Social

Consolidação das Leis do Trabalho

Instrução Normativa SRT nº 15/2010

CCB

Lei nº 11.324/2006

Lei nº 11.340/2006

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Lei nº 5.764/1971

Lei nº 8.036/1990

Lei nº 8.213/1991

Resolução TST nº 129

Resolução TST nº 174/2011

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