12
Acesse a versão eletrônica deste fascículo em www.iob.com.br/boletimiobeletronico Boletim j Manual de Procedimentos Veja nos Próximos Fascículos a IPI - Conserto, restauração ou recondicionamento de produtos usados a ICMS - Substituição tributária nas operações com rações para animais domésticos ICMS - IPI e Outros Fascículo N o 28/2016 Rio Grande do Norte / a Federal IPI Bens do Ativo Imobilizado 01 / a Estadual ICMS Substituição tributária nas operações com lâmpadas, reatores e star- ter 04 / a IOB Setorial Estadual Produtos farmacêuticos - ICMS - Isenção do imposto nas operações com preservativos 08 / a IOB Comenta Federal ICMS/IPI - Sped - EFD - Bloco K - Exigência a partir de 1º012017 08 / a IOB Perguntas e Respostas IPI Ativo Imobilizado - Venda - Hipótese de incidência 09 Crédito fiscal - Insumos aplicados na industrialização de produtos não tributados - Impossibilidade 09 ICMS/RN Demonstração - Suspensão 09 Regime especial - Empresas seguradoras 10

IOB - ICMS/IPI - Rio Grande do Norte - nº28/2016 - 2ª Sem Julho

  • Upload
    sintese

  • View
    218

  • Download
    4

Embed Size (px)

DESCRIPTION

IOB ICMS-IPI, Rio Grande do Norte,28-2016,2a Sem Julho

Citation preview

Page 1: IOB - ICMS/IPI - Rio Grande do Norte - nº28/2016 - 2ª Sem Julho

Acesse a versão eletrônica deste fascículo em www.iob.com.br/boletimiobeletronico

Boletimj

Manual de Procedimentos

Veja nos Próximos Fascículos

a IPI - Conserto, restauração ou recondicionamento de produtos usados

a ICMS - Substituição tributária nas operações com rações para animais domésticos

ICMS - IPI e OutrosFascículo No 28/2016

Rio Grande do Norte

/a FederalIPIBens do Ativo Imobilizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01

/a EstadualICMSSubstituição tributária nas operações com lâmpadas, reatores e star-ter . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04

/a IOB SetorialEstadualProdutos farmacêuticos - ICMS - Isenção do imposto nas operações com preservativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08

/a IOB ComentaFederalICMS/IPI - Sped - EFD - Bloco K - Exigência a partir de 1º .01 .2017 . . . 08

/a IOB Perguntas e RespostasIPIAtivo Imobilizado - Venda - Hipótese de incidência . . . . . . . . . . . . . 09Crédito fiscal - Insumos aplicados na industrialização de produtos não tributados - Impossibilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09

ICMS/RNDemonstração - Suspensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09Regime especial - Empresas seguradoras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

Page 2: IOB - ICMS/IPI - Rio Grande do Norte - nº28/2016 - 2ª Sem Julho

© 2016 by SAGE | IOB

Capa:Marketing SAGE | IOB

Editoração Eletrônica e Revisão: Editorial SAGE | IOB

Telefone: (11) 2188-7900 (São Paulo)0800-724-7900 (Outras Localidades)

Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio ou processo, sem prévia autorização do autor (Lei no 9.610, de 19.02.1998, DOU de 20.02.1998).

Impresso no BrasilPrinted in Brazil Bo

letim

IOB

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

ICMS, IPI e outros : IPI : bens do ativo imobilizado.... -- 12. ed. -- São Paulo : Sage - IOB, 2016. -- (Coleção manual de procedimentos)

ISBN 978-85-379-2750-2

1. Imposto sobre Produtos Industrializados - Brasil 2. Tributos - Brasil I. Série.

16-04458 CDU-34:336.223(81)

Índices para catálogo sistemático:

1. Brasil : Imposto sobre Produtos Industrializados : IPI : Direito tributário 34:336.223(81)

Page 3: IOB - ICMS/IPI - Rio Grande do Norte - nº28/2016 - 2ª Sem Julho

Manual de ProcedimentosICMS - IPI e Outros

Boletimj

28-01Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 28 RN

a Federal

IPI

Bens do Ativo Imobilizado SUMÁRIO 1. Introdução 2. Origem dos bens 3. Incorporação dos bens 4. Bens destinados à execução de serviços pelo remetente 5. Bens destinados a locação ou arrendamento 6. Suspensão 7. Bens importados diretamente pelo contribuinte 8. Bens de fabricação própria 9. Crédito fiscal 10. Solução de Consulta RFB

1. INTRODUÇÃOExaminaremos, neste texto, os aspectos fiscais

aplicáveis às saídas, promovidas pelo estabe-lecimento industrial ou equiparado a indus-trial, de bens adquiridos para integrar o Ativo Imobilizado (máquinas, aparelhos, equipamentos, móveis, utensílios, etc.).

Embora a matéria esteja voltada exclusivamente à análise de disposições pertinentes ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), aplicáveis às saídas dos referidos bens, destaca-se, de imediato, que a citada legislação, em contraste com a do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), não admite o crédito do imposto pago na entrada de bens destinados a integrar o Ativo Imobilizado.

Contudo, se o bem vier a ficar sujeito à incidência do imposto por ocasião de sua eventual saída, nesse momento o contribuinte poderá apropriar o crédito corres-pondente à respectiva entrada (examinar item 9).

Cabe ainda acrescentar que, em conformidade com o art. 178, caput, § 1º, da Lei nº 6.404/1976 (Lei das S/A), no balanço, as contas serão classificadas segundo os elemen-tos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia. No Ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:

a) Ativo Circulante; e

b) Ativo Não Circulante, composto por Ativo Rea- lizável a Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado e Intangível.

Portanto, a partir da publicação da Lei nº 11.941/2009, que deu nova redação aos dispositivos citados, ficou suprimida a expressão “Ativo Permanente” das contas do Ativo, prevalecendo, atualmente, dentro do grupo “Ativo não Circulante” a conta “Imobilizado”.

(Lei nº 6.404/1976, art. 178, caput, § 1º; Lei nº 11.941/2009; RIPI/2010, arts. 225 e 226, I)

2. ORIGEM DOS BENSO contribuinte que promover eventuais saídas de bens incorporados ao Ativo Imobilizado (venda, transferên-

cia, etc.) deve, desde logo, verificar qual a sua origem, ou seja, se foram adquiridos no

mercado interno, produzidos pelo pró-prio estabelecimento ou importados diretamente por este.

Isso porque é a origem do bem que definirá as implicações fiscais

decorrentes da realização dessas operações, conforme focalizado nos

subitens seguintes.

2.1 Bens adquiridos no mercado internoQuando determinado contribuinte adquire, no mer-

cado interno, bens (de fabricação nacional ou de origem estrangeira) destinados a integrar o Ativo Imobilizado e, posteriormente, promove a saída desses bens, nenhuma implicação haverá perante a legislação do IPI, por se tratar de operação que está fora do campo de incidência do referido tributo, já que os bens não foram fabricados nem importados pelo estabelecimento.

2.2 Bens de fabricação própria ou importados diretamente pelo estabelecimentoTratando-se de bens do Ativo Imobilizado que tenham

sido fabricados pelo próprio estabelecimento ou por ele diretamente importados, a saída poderá sujeitar-se ao pagamento do imposto.

No balanço, as

contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem e

agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da

situação financeira da companhia

Page 4: IOB - ICMS/IPI - Rio Grande do Norte - nº28/2016 - 2ª Sem Julho

28-02 RN Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 28 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

Essa afirmativa resulta da aplicação do disposto no Regulamento do IPI (RIPI), art. 35, II, combinado com o art. 39, os quais dispõem que o fato gerador do imposto é con-figurado pela saída do produto industrializado ou importado do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial, independentemente da finalidade do produto e do título jurídico da operação (venda, empréstimo, etc.).

Como se verifica, o fato de se tratar de bens do Ativo Imobilizado da empresa (de fabricação própria ou importa-dos diretamente), por si só, não é suficiente para excluir a incidência do IPI por ocasião de sua eventual saída.

Em tais operações, a exclusão ou não da incidência do IPI (bem como a suspensão do seu pagamento) dependerá:

a) do tempo de incorporação do bem (item 3);

b) de ser ou não a primeira saída do bem (itens 4 e 5).(RIPI/2010, arts. 35, II, e 39)

3. INCORPORAÇÃO DOS BENS

3.1 Bens incorporados há mais de 5 anosNão constituem fato gerador do IPI as saídas de bens

incorporados há mais de 5 anos no Ativo Imobilizado pelo estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial, que os tenha industrializado ou importado diretamente.

(RIPI/2010, art. 38, III)

3.2 Bens incorporados há menos de 5 anosDo exposto no item anterior observa-se que a condição

para que a operação não fique sujeita ao IPI é que o bem esteja incorporado no Ativo Imobilizado há mais de 5 anos.

Logo, não sendo satisfeita essa exigência, a saída será tributada, qualquer que seja a finalidade ou o título jurídico da operação, ressalvadas, contudo, as operações a que nos referimos nos itens 4, 6 e 7.

(RIPI/2010, art. 38, III, a contrario sensu)

4. BENS DESTINADOS À EXECUÇÃO DE SERVIÇOS PELO REMETENTENos termos do RIPI, art. 38, II, “b”, não constituem fato gera-

dor do IPI as saídas subsequentes à primeira, de bens do Ativo Imobilizado (de fabricação própria ou diretamente importados), destinados à execução de serviços pelo próprio remetente.

(RIPI/2010, art. 38, II, “b”)

5. BENS DESTINADOS A LOCAÇÃO OU ARRENDAMENTOAs saídas de bens destinados a locação ou arrenda-

mento, quando eles tenham sido fabricados (ou importados) pelo locador ou arrendador, sujeitam-se normalmente à incidência do IPI, já que o título jurídico da operação (venda, locação, comodato, etc.) é irrelevante para efeito de carac-terização do fato gerador.

Todavia, a incidência do imposto nessas operações fica limitada somente à primeira saída.

As saídas subsequentes não se sujeitam ao lançamento do imposto, na forma do RIPI, art. 38, II, “a”, salvo se o bem tiver sido submetido à nova industrialização.

(RIPI/2010, art. 38, II, “a”)

6. SUSPENSÃO

6.1 Transferência Poderão sair com suspensão do IPI os bens do Ativo

Imobilizado (máquinas e equipamentos, aparelhos, instru-mentos, utensílios, ferramentas, gabaritos, moldes, matrizes e semelhantes) remetidos pelo estabelecimento industrial a outro estabelecimento da mesma empresa para serem utilizados no processo industrial do recebedor.

O remetente deverá emitir nota fiscal, que deverá conter, além dos requisitos regulamentares normalmente exigidos, a seguinte expressão: “Saída com suspensão do IPI - art. 43, XI, do RIPI/2010”.

(RIPI/2010, arts. 43, XI, e 415, III)

6.2 Remessa para industrialização

A legislação do IPI também prevê a suspensão do imposto nas saídas de bens do Ativo Imobilizado enviados pelo esta-belecimento industrial a outro estabelecimento, do próprio remetente ou de terceiros, para serem utilizados no processo industrial de produtos encomendados pelo remetente, desde que devam retornar ao estabelecimento encomendante após o prazo fixado para a fabricação dos produtos.

Na saída do bem, o contribuinte deverá emitir nota fiscal com todos os requisitos regulamentares normalmente exigidos e, em especial, a declaração: “Saída com suspen-são do IPI - art. 43, XII, do RIPI/2010”.

(RIPI/2010, arts. 43, XII, e 415, III)

7. BENS IMPORTADOS DIRETAMENTE PELO CONTRIBUINTE

Se o contribuinte promover a saída do bem (o qual tenha sido importado diretamente com isenção) antes de decorridos 5 anos de sua incorporação, ela será tributada pelo imposto (como vimos no subitem 3.1); se a saída ocorrer após 5 anos da respectiva incorporação, a operação não estará alcançada pela incidência do IPI.

Nesse sentido, vejamos o que estabelece o Parecer Normativo RFB nº 17/2013:

Parecer Normativo RFB nº 17, de 06.09.2013 - DOU de 09.09.2013

Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI.

SAÍDA DO ESTABELECIMENTO IMPORTADOR. FATO GERA-DOR. OCORRÊNCIA

Ementa: A saída de produtos importados do estabelecimento importador constitui fato gerador do imposto. Não elide a obri-gação de recolhimento do imposto o fato de os produtos terem sido desembaraçados com isenção objetiva, caso esta tenha sido revogada antes da saída desses produtos do estabeleci-mento importador.

Page 5: IOB - ICMS/IPI - Rio Grande do Norte - nº28/2016 - 2ª Sem Julho

28-03Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 28 RN

ICMS - IPI e Outros

Manual de Procedimentos

Dispositivos Legais: Código Tributário Nacional (CTN), art. 105; Decreto nº 7.212, de 15 de junho de 2010, Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados - RIPI/2010, arts. 9º, I, e 35, II.

Relatório

Cuida-se da atualização do Parecer Normativo CST nº 429, de 1971, que, embora tenha vigorado até a presente data, faz referências a norma já modificada ou revogada.

2. No caso em questão, determinada empresa importa produtos com isenção objetiva do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), a qual, entretanto, é revogada antes de os produtos assim importados saírem de seu estabelecimento. Analisa-se se referida isenção deve ser aplicada quando da saída do referidos produtos.

Fundamentos

3. De acordo com o disposto no inciso II do art. 35 do Decreto nº 7.212, de 15 de junho de 2010, Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados - RIPI/2010, uma das hipóte-ses em que ocorre o fato gerador do IPI é a saída de produtos importados do estabelecimento importador, que é equiparado a industrial por força do inciso I do art. 9º do mesmo RIPI/2010:

Art. 9º Equiparam-se a estabelecimento industrial:

I - os estabelecimentos importadores de produtos de proce-dência estrangeira, que derem saída a esses produtos (Lei nº 4.502, de 1964, art. 4º, inciso I);

[...]

Art. 35. Fato gerador do imposto é (Lei nº 4.502, de 1964, art. 2º):

I - o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira; ou

[...]

II - a saída de produto do estabelecimento industrial, ou equi-parado a industrial.

4. Por outro lado, o Código Tributário Nacional (CTN), Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, estabelece, em seu art. 105, que a legislação tributária é imediatamente aplicável aos fatos geradores futuros e aos pendentes:

Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja com-pleta nos termos do artigo 116.

5. Isto posto, torna-se irrelevante para elidir a obrigação de recolhimento do imposto a circunstância de os produtos terem sido importados com isenção, caso esta tenha sido revogada antes da saída desses produtos do estabelecimento importador.

Conclusão

6. Diante do exposto, conclui-se que a saída de produtos impor-tados do estabelecimento importador constitui fato gerador do imposto. Não elide a obrigação de recolhimento do imposto o fato de os produtos terem sido desembaraçados com isenção objetiva, caso esta tenha sido revogada antes da saída desses produtos do estabelecimento importador.

7. Fica revogado o Parecer Normativo CST nº 429, de 1971.

À consideração do Coordenador-Substituto do GT-IPI.

RUI DIOGO LOUSA BORBA

Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB)

Portaria RFB nº 712, de 06 de junho de 2013

De acordo. À consideração do Coordenador da Cosit

MARCOS VINICIOS C. L. TAPAJÓS

AFRFB - Coordenador do GT-IPI

Substituto

Portaria RFB nº 712, de 06 de junho de 2013

De acordo. Encaminhe-se ao Subsecretário de Tributação e Contencioso (Sutri), com proposta de encaminhamento ao Secretário da Receita Federal do Brasil, para aprovação.

FERNANDO MOMBELLI

AFRFB - Coordenador-Geral da Cosit

De acordo. Encaminhe-se ao Secretário da Receita Federal do Brasil, para aprovação.

SANDRO DE VARGAS SERPA

Subsecretário de Tributação e Contencioso (Sutri)

Aprovo o presente Parecer Normativo

CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO

Secretário da Receita Federal do Brasil

Note-se que a subsequente saída do produto importado promovida pelo importador (antes de 5 anos da sua incorpo-ração) sujeita-se à incidência do IPI, por força da equipara-ção a estabelecimento industrial, de que trata o RIPI, art. 9º, I, segundo o qual “equiparam-se a estabelecimento industrial os estabelecimentos importadores de produtos de procedên-cia estrangeira, que derem saída a esses produtos”.

(RIPI/2010, art. 9º, I; Parecer Normativo RFB nº 17/2013)

8. BENS DE FABRICAÇÃO PRÓPRIANesta hipótese, a saída será tributada pelo IPI, com direito

ao aproveitamento do crédito do imposto relativo aos insumos adquiridos e empregados na industrialização do bem, salvo se a operação estiver enquadrada na hipótese do subitem 3.1, isto é, se a saída ocorrer após 5 anos da respectiva incorpo-ração, caso em que não ficará sujeita à incidência do tributo.

(RIPI/2010, arts. 35, II, 38, III, e 225)

9. CRÉDITO FISCAL Em determinados casos, como já visto, a saída de bens

do Ativo Imobilizado de produção própria ou importados diretamente pelo contribuinte está sujeita à incidência do IPI, especialmente quando esta ocorrer antes de decorridos 5 anos contados da incorporação.

Assim, é de indagar se em relação a essas operações o contribuinte teria direito ao aproveitamento do crédito do imposto anteriormente pago (por ocasião das respectivas entradas).

A resposta, sem dúvida, há de ser afirmativa, em face do princípio da não cumulatividade, incorporado ao RIPI, art. 225.

Para efeito de ilustração, elaboramos, a seguir, exem-plo para fins de aproveitamento do crédito, partindo dos seguintes pressupostos:

a) determinado estabelecimento fabricou equipamento para integração no Ativo Imobilizado, tendo emprega-do diversos insumos, em relação aos quais foi pago (por ocasião das respectivas entradas), a título de IPI, o equivalente a R$ 10.000,00;

b) decorridos 6 meses da incorporação, o contri-buinte resolve vender esse equipamento por R$ 120.000,00. Como a operação não se enquadra nas condições a que se refere o subitem 3.1 nem naquelas de que trata o item 7, o contribuinte deve lançar o IPI na nota fiscal que acobertar a saída, mediante aplicação da alíquota a que estiver su-jeito o produto, segundo a Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI). Su-pondo-se que a referida alíquota seja de 10%, en-tão, teremos: R$ 120.000,00 x 10% = R$ 12.000,00.

Page 6: IOB - ICMS/IPI - Rio Grande do Norte - nº28/2016 - 2ª Sem Julho

28-04 RN Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 28 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

Do exposto nas letras “a” e “b”, observa-se que o valor efetivamente devido a título de IPI corresponde a R$ 2.000,00, que é o resultado da diferença entre o tributo lan-çado na nota fiscal (R$ 12.000,00) e aquele pago por oca-sião das respectivas entradas dos insumos (R$ 10.000,00).

Acrescente-se, por último, que a escrituração do crédito do IPI (R$ 10.000,00) será feita diretamente no livro Registro de Apuração do IPI (modelo 8), no item “005 - Outros créditos”, descrevendo-se, resumidamente, o fato que deu origem ao lançamento (por exemplo: “Crédito relativo a bem do Ativo Imobilizado de fabricação própria, vendido em ......, conforme nota fiscal nº........., série, de ___/___/20XX”).

(RIPI/2010, arts. 225 e 477)

9.1 EFDO contribuinte obrigado à Escrituração Fiscal Digital (EFD),

nos termos do Ajuste Sinief nº 2/2009, deverá observar as orien-tações contidas no Ato Cotepe/ICMS nº 9/2008, que estabelece as especificações técnicas do leiaute dos arquivos digitais, no Guia Prático da EFD-ICMS/IPI e nos arts. 453 a 455 do RIPI.

O crédito do IPI referido no final do item 9 deverá ser lançado nos registros respectivos do Bloco E (Apuração do ICMS e do IPI), em especial, nos Registros E520, campo 06 - Valor de “Outros Créditos” do IPI, e E530, campos 02, item 1 - Ajuste a Crédito, e 07 - Descrição detalhada do ajuste com citação dos documentos fiscais, conforme exemplo anteriormente demonstrado.

(Ajuste Sinief nº 2/2009; Ato Cotepe/ICMS nº 9/2008; RIPI/2010,

arts. 453 a 455; Guia Prático da EFD-ICMS/IPI)

10. SOLUÇÃO DE CONSULTA RFBTranscrevemos, a seguir, o texto da Solução de Consulta

nº 48/2013, que trata do assunto:

MINISTÉRIO DA FAZENDA

SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL

SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 48 de 27 de Fevereiro de 2013

[...]

ASSUNTO: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI

EMENTA: PRODUTOS INCORPORADOS AO ATIVO PERMA-NENTE. FATO GERADOR. OCORRÊNCIA. A saída de produtos tributados do estabelecimento industrial e do estabelecimento equiparado a industrial é a hipótese, por excelência, que cons-titui o fato gerador do IPI. Sendo assim, na incorporação de veículos industrializados ou importados ao ativo permanente do estabelecimento industrial que os fabricou ou importou não ocorre o fato gerador do IPI, desde que esses veículos não saiam do referido estabelecimento antes de 5 anos de sua incorpora-ção. Nestas circunstâncias, os veículos nacionais que forem incorporados ao ativo imobilizado do estabelecimento fabricante (estabelecimento industrial) ou os veículos de origem estrangeira que forem incorporados ao ativo imobilizado do estabelecimento industrial importador (estabelecimento equiparado a industrial) e que deles saírem antes de cinco anos de sua incorporação estão sujeitos à incidência do IPI. Se a saída dos veículos se der para execução de serviços da própria firma remetente, a incidência do imposto se dará na primeira saída, existindo a obrigação acessória de emissão de nota fiscal. Na segunda saída ou outras subseqüentes, não haverá nova tributação, não sendo o estabe-lecimento, nestas saídas, contribuinte do imposto.

N

a Estadual

ICMS

Substituição tributária nas operações com lâmpadas, reatores e starter SUMÁRIO 1. Introdução 2. Responsabilidade pela retenção 3. Base de cálculo 4. Valor a ser retido 5. Prazo e forma de recolhimento 6. Cálculo do imposto retido 7. Itens abrangidos pela ST 8. MVA 9. Modelo de nota fiscal 10. Escrituração - Principais reflexos na EFD 11. Penalidades

1. INTRODUÇÃOO regime de substituição tributária atribui a determinado

contribuinte do ICMS, qualificado como contribuinte substi-tuto, a responsabilidade pela retenção do imposto devido

das saídas posteriores de outros contribuintes, nomeados como contribuintes substituídos.

Em outras palavras, a legislação atribui a responsabi-lidade do pagamento do imposto ao contribuinte que não praticou o fato gerador, mas possui vinculação direta com ele. É o que chamamos de substituição tributária, que pode ser “para frente” ou “para trás”, dependendo do produto envolvido ou da operação realizada.

Na substituição tributária “para frente”, o contribuinte nomeado como substituto tributário paga o imposto devido pelas operações posteriores até chegar ao consumidor final, ou seja, paga o imposto de uma operação que ainda não ocorreu, não sabendo se irá ocorrer ou não.

Já no caso da substituição tributária “para trás” (diferimento), o pagamento do imposto será em momento posterior à ocorrência do fato gerador.

Ressalta-se que os procedimentos a serem adotados pelos contribuintes substitutos tributários nas operações com lâmpadas, reatores e starter serão abordados neste texto, o qual foi elaborado tendo como base as disposições contidas no RICMS-RN/1997, aprovado pelo Decreto nº 13.640/1997.

Page 7: IOB - ICMS/IPI - Rio Grande do Norte - nº28/2016 - 2ª Sem Julho

28-05Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 28 RN

ICMS - IPI e Outros

Manual de Procedimentos

2. RESPONSABILIDADE PELA RETENÇÃONas operações internas, interestaduais e de importação

com lâmpadas elétricas, lâmpadas eletrônicas, reatores para lâmpadas ou tubos de descarga e starter, realizadas entre contribuintes situados nos Estados signatários do Protocolo ICM nº 17/1985, fica atribuída ao estabelecimento industrial ou importador, na qualidade de sujeito passivo por substi-tuição, a responsabilidade pela retenção e pelo recolhimento do ICMS, relativo às saídas subsequentes, bem como à entrada destinada a uso ou consumo do estabelecimento destinatário.

Nota

O Estado do Rio Grande do Sul fica excluído da substituição tributária nas operações com reator, classificado na posição 8504.10.00 da NCM/SH.

Nas operações interestaduais realizadas por contribuinte com lâmpadas, reatores e starter, a ele fica atribuída a res-ponsabilidade pela retenção e pelo recolhimento do imposto em favor do Estado destinatário, na qualidade de sujeito passivo por substituição, mesmo que o imposto já tenha sido retido anteriormente.

(RICMS-RN/1997, Anexo 191, Seção IX, art. 10, §§ 3º e 4º)

2.1 Inaplicabilidade do regimeO regime de substituição tributária não se aplica às

transferências de mercadoria entre estabelecimentos da mesma empresa industrial nem às operações entre contri-buintes substitutos industriais, hipótese em que a respon-sabilidade pela retenção caberá ao estabelecimento da empresa industrial ou ao contribuinte substituto destinatário que promover saída de mercadoria para estabelecimento de pessoa diversa.

(RICMS-RN/1997, Anexo 191, Seção IX, art. 10, §§ 1º e 2º)

3. BASE DE CÁLCULOA base de cálculo do imposto, para os fins de substituição

tributária, será o valor correspondente ao preço máximo de venda a varejo fixado por autoridade competente ou, na falta deste, o preço sugerido ao público pelo fabricante ou importa-dor, acrescido, em ambos os casos, do valor do frete quando não incluído no preço.

Inexistindo os valores mencionados, a base de cálculo corresponderá ao montante formado pelo preço praticado pelo remetente, acrescido dos valores correspondentes a frete, seguro, impostos e outros encargos transferíveis ou cobrados do destinatário, adicionado da parcela resultante da aplicação, sobre o referido montante, do percentual de margem de valor agregado ajustada (“MVA ajustada”).

O cálculo será feito segundo a fórmula “MVA ajustada = [(1 + MVA-ST original) x (1 - ALQ inter)/(1 - ALQ intra)] - 1”, em que:

a) “MVA-ST original” é a margem de valor agregado (MVA) para operação interna que corresponde a 40%;

b) “ALQ inter” é o coeficiente correspondente à alíquo-ta interestadual aplicável à operação;

c) “ALQ intra” é o coeficiente correspondente à alíquota interna ou percentual de carga tributária efetiva, quan-do este for inferior à alíquota interna, praticada pelo contribuinte substituto da Unidade da Federação de destino, nas operações com as mesmas mercadorias.

Na impossibilidade de inclusão do valor do frete na composição da base de cálculo, o recolhimento do imposto correspondente será efetuado pelo estabelecimento destina-tário, acrescido dos percentuais de MVA.

Vale destacar que, na hipótese de operação interesta-dual cuja alíquota interna do Estado de destino seja inferior à alíquota interestadual, não se fará o ajuste do MVA, devendo ser utilizada a MVA-ST original.

(RICMS-RN/1997, Anexo 191, Seção IX, art. 10, §§ 5º ao 8º e 11)

4. VALOR A SER RETIDO

O valor do imposto retido corresponderá à diferença entre o calculado na forma do tópico 3 e o devido pela operação própria realizada pelo contribuinte que efetuar a substituição tributária.

(RICMS-RN/1997, Anexo 191, Seção IX, art. 10, § 9º)

5. PRAZO E FORMA DE RECOLHIMENTO

O imposto retido pelo sujeito passivo por substituição, inscrito no Cadastro de Contribuinte do Estado, será reco-lhido até o dia 10 do mês subsequente ao da remessa da mercadoria, mediante a Guia Nacional de Recolhimento de Tributos Estaduais.

(RICMS-RN/1997, Anexo 191, Seção IX, art. 10, § 10)

6. CÁLCULO DO IMPOSTO RETIDO

Para exemplificar o regime de substituição tributária, simulamos uma venda interna de reatores para lâmpadas ou tubos de descargas. Assim, exemplificamos com os seguintes valores:

Valor das mercadorias: R$ 10.000,00;

Frete, seguro etc.: R$ 1.000,00;

Alíquota interna do produto: 18%;

ICMS operação própria destacado: R$ 1.980,00;

MVA: 40%;

BC-ST: (R$ 10.000,00 + R$ 1.000,00) + 40% = R$ 15.400,00;

ICMS-ST = R$ 15.400,00 x 18% = R$ 2.772,00;

ICMS a ser retido: R$ 2.772,00 - R$ 1.980,00 = R$ 792,00.

7. ITENS ABRANGIDOS PELA STSegue a tabela com itens sujeitos à substituição tribu-

tária:

Page 8: IOB - ICMS/IPI - Rio Grande do Norte - nº28/2016 - 2ª Sem Julho

28-06 RN Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 28 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

PRODUTO/MERCADORIA

Item Cest NCM/SH Descrição

1.0 09.001.00 8539 Lâmpadas elétricas

2.0 09.002.00 8540 Lâmpadas eletrônicas

3.0 09.003.00 8504.10.00 Reatores para lâmpadas ou tubos de descargas

4.0 09.004.00 8536.50 Starter

8. MVANas operações interestaduais, a MVA-ST será conforme

a tabela a seguir:

LÂMPADAS, REATORES E STARTER - MVA AJUSTADA

Produtos Alíquota interestadual

MVA ajustada MVA originalAlíquota interna 18%

Lâmpadas elétricas; lâmpadas eletrônicas; reatores para lâmpa-das ou tubos de des-cargas; starter.

4,00% 63,90% 40%

7,00% 58,78% 40%

12,00% 50,24% 40%

9. MODELO DE NOTA FISCALTomando-se por base os valores exemplificados no

tópico 6, apresentamos modelo de nota fiscal:

NF-E

Page 9: IOB - ICMS/IPI - Rio Grande do Norte - nº28/2016 - 2ª Sem Julho

28-07Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 28 RN

ICMS - IPI e Outros

Manual de Procedimentos

10. ESCRITURAÇÃO - PRINCIPAIS REFLEXOS NA EFDAo contribuinte que estiver obrigado à apresentação da

Escrituração Fiscal Digital (EFD), para o lançamento fiscal da NF-e apresentada no tópico 9, a título exemplificativo, apresentamos, a seguir, o preenchimento dos principais registros/campos.

Salientamos que, para a efetiva geração da EFD, outros registros deverão ser apresentados, devendo o contribuinte observar as disposições do Ato Cotepe/ICMS nº 9/2008 e posteriores alterações, bem como o Guia Prático da Escrituração Fiscal Digital - EFD-ICMS/IPI.

10.1 Registro C100Este registro destina-se ao lançamento dos totais de

valores apresentados na nota fiscal. Para a NF-e exemplifi-cada, teríamos o preenchimento da seguinte forma:

REGISTRO C100

Nº Campo Valor Obrigatoriedade

1 REG C100 O

2 IND_OPER 1 O

3 IND_EMIT 0 O

4 COD_PART *Código interno declarante O

5 COD_MOD 55 O

6 COD_SIT 00 O

7 SER 1 OC

8 NUM_DOC 2 O

9 CHV_NFE 24160268039694000104550010000000021000000639 O

10 DT_DOC 010220XX O

11 DT_E_S 010220XX OC

12 VL_DOC 11792,00 O

13 IND_PGTO 0 O

14 VL_DESC OC

15 VL_ABAT_NT OC

16 VL_MERC 10000,00 OC

17 IND_FRT 0 O

18 VL_FRT 1000,00 OC

19 VL_SEG 0,00 OC

20 VL_OUT_DA OC

21 VL_BC_ICMS 11000,00 OC

22 VL_ICMS 1980,00 OC

23 VL_BC_ICMS_ST 15400,00 OC

24 VL_ICMS_ST 792,00 OC

25 VL_IPI OC

26 VL_PIS OC

27 VL_COFINS OC

28 VL_PIS_ST OC

29 VL_COFINS_ST OC

A representação deste registro no arquivo TXT da EFD, considerando as informações deste exemplo, será:

|C100|1|0|* Código interno declarante|55|00|1|2|24160268039694000104550010000000021000000369|010220

XX|010220XX|11792,00|0|||10000,00|0|1000,00|0,00| |11000,00|1980,00|15400,00|792,00|| | | | |

10.2 Registro C190Este registro tem por objetivo representar a escritura-

ção dos documentos fiscais totalizados por CST, CFOP e alíquota de ICMS. Para o exemplo em questão, teríamos o seguinte preenchimento:

REGISTRO C190

Nº Campo Valor Obrigatoriedade

1 REG C190 O

2 CST_ICMS 010 O

3 CFOP 5401 O

4 ALIQ_ICMS 18 OC

5 VL_OPR 11792,00 O

6 VL_BC_ICMS 11000,00 O

7 VL_ICMS 180,00 O

8 VL_BC_ICMS_ST 15400,00 O

9 VL_ICMS_ST 792,00 O

10 VL_RED_BC 0,00 O

11 VL_IPI 0,00 O

12 COD_OBS *Código interno declarante OC

A representação deste registro no arquivo TXT da EFD, considerando as informações deste exemplo, será:

|C190|010|5401|18|11792,00|11000,00|180,00|15400,00|792,00|0,00|0,00|*Código interno declarante|

11. PENALIDADESA fiscalização e a orientação fiscal sobre o ICMS

competem à Secretaria de Tributação, sendo exercida no território do Estado do Rio Grande do Norte sobre todos os sujeitos passivos de obrigações tributárias previstas na legislação específica, inclusive as que gozarem de isenção, forem imunes ou não estejam sujeitas ao pagamento do imposto.

A aplicação de penalidades é feita mediante critério discricionário do agente fiscal, que analisa as previsões legais e nelas deve enquadrar o motivo de autuação.

Nota

O ato discricionário é definido como aquele que a administração públi-ca pratica com certa liberdade de escolha, mas pautada em critérios de con-veniência e oportunidade, obedecidos os parâmetros legais. Dessa forma, o contribuinte, ao analisar a penalidade aplicável ao seu caso, deve fazê-lo com certa cautela e considerar que, devido a esse critério discricionário do agente fiscal, pode haver interpretações diversas quanto ao enquadramento do caso à lei. Nada impede, no entanto, que a penalidade imposta seja dis-cutida administrativa e judicialmente, na hipótese de o contribuinte se sentir prejudicado pela interpretação do fiscal.

O contribuinte ou responsável que infringir as deter-minações legais ficará sujeito à aplicação de penalidades por parte do Fisco. As penalidades estão relacionadas no RICMS-RN/1997, arts. 340 e seguintes.

(RICMS-RN/1997, arts. 340 e seguintes)

N

Page 10: IOB - ICMS/IPI - Rio Grande do Norte - nº28/2016 - 2ª Sem Julho

28-08 RN Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 28 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

ESTADUAL

Produtos farmacêuticos - ICMS - Isenção do imposto nas operações com preservativos

É difícil estimar o uso dos preservativos. As pesquisas de comportamentos adotados para enfrentar a aids produ-zem dados sobre o uso de preservativos que são diferentes dos produzidos pelas pesquisas de planejamento familiar.

Estima-se que 6 a 9 bilhões de preservativos são usados anualmente no mundo. Esta estimativa é baseada parcialmente nas pesquisas de uso real e assume que 10% a 20% dos 8 a 10 bilhões de preservativos produzidos anualmente nunca serão usados.

A defasagem no uso de preservativos representa uma crise global de saúde pública. A despeito do aumento da conscientização sobre o problema de HIV/Aids, nem todos os governos dão apoio aos programas de promoção e distribuição de preservativos em larga escala.

No que tange à área tributária, o Estado do Rio Grande do Norte, por meio do RICMS-RN/1997, estabelece a isen-ção nas operações com preservativos, conforme explicare-mos adiante.

A isenção é um benefício que dispensa o contribuinte do pagamento do imposto devido na operação. Apesar

de ocorrer o fato gerador e de o imposto ser devido, o seu pagamento é dispensado.

Contudo, a fruição desse benefício implica ao con-tribuinte o atendimento de condições estabelecidas na legislação que o concede, pois, caso contrário, o imposto deve ser recolhido como se a isenção não existisse.

As isenções são concedidas mediante celebração de convênios entre os Estados, nos termos da Lei Complementar nº 24/1975, e podem ser concedidas por prazos determina-dos ou indeterminados, razão pela qual o contribuinte deve estar sempre atento às alterações na legislação relativas às condições e aos prazos de aplicação do benefício.

As operações com preservativos classificados no código 4014.10.00 da Nomenclatura Brasileira de Mercadorias - Sistema Harmonizado (NBM/SH) estão amparadas pela isenção do ICMS por prazo determinado até 30.04.2017.

Cabe esclarecer que, por se tratar de operação com benefício fiscal, fica condicionado a que o contribuinte abata do preço da mercadoria o valor equivalente ao imposto que seria devido se não houvesse a isenção, indicando expres-samente no documento fiscal.

(RICMS-RN/1997, art. 9º, VII; Convênio ICMS nº 116/1998, cláusula primeira, § 1º; http://www.boasaude.com.br/artigos-de--saude/4458/-1/02-defasagem-no-uso-dos-preservativos-uma-crise-da--area-de-saude.html)

N

a IOB Setorial

a IOB Comenta

FEDERAL

ICMS/IPI - Sped - EFD - Bloco K - Exigência a partir de 1º.01.2017

O Registro de Controle da Produção e do Estoque (RCPE) que corresponde ao Bloco K do Guia Prático da EFD-ICMS/IPI, previsto no inciso VII do § 3º da cláusula primeira do Ajuste Sinief nº 2/2009, cujo ato instituiu a Escrituração Fiscal Digital (EFD), será exigido a partir de:

a) 1º.01.2017, dos estabelecimentos industriais classi-ficados nas divisões 10 a 32 da Classificação Nacio-nal de Atividades Econômicas (CNAE) pertencentes a empresas com faturamento anual igual ou superior a R$ 300.000.000,00;

b) 1º.01.2018, dos estabelecimentos industriais classi-ficados nas divisões 10 a 32 da CNAE pertencentes a empresas com faturamento anual igual ou supe-rior a R$ 78.000.000,00; e

c) 1º.01.2019, dos demais estabelecimentos indus-triais, dos estabelecimentos atacadistas classifica-dos nos grupos 46.2 a 46.9 da CNAE e dos estabe-lecimentos equiparados a industrial.

Para efeito de apuração do faturamento mencionado nas letras “a” e “b”, deverá ser observado o seguinte:

1º) considera-se faturamento a receita bruta de venda de mercadorias de todos os estabelecimentos da empresa no território nacional, industriais ou não, excluídas as vendas canceladas, as devoluções de vendas e os descontos incondicionais conce-didos; e

Page 11: IOB - ICMS/IPI - Rio Grande do Norte - nº28/2016 - 2ª Sem Julho

28-09Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 28 RN

ICMS - IPI e Outros

Manual de Procedimentos

2º) o exercício de referência do faturamento deverá ser o 2º exercício anterior ao início de vigência da obri-gação.

Tendo em vista o cumprimento da obrigação em referência, foi disponibilizada, no site do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), http://sped.rfb.gov.br/, para download, a versão 2.0.19 do Guia Prático da EFD-ICMS/IPI.

A Seção 4 do Capítulo IV dessa versão relaciona as principais alterações do guia, dentre as quais destacamos as que se referem ao Bloco K:

a) Bloco K: inclusão dos Registros K210, K215, K260, K265, K270, K275 e K280;

b) Registro K220: alterada a orientação de preenchi-mento em razão da inclusão dos Registros K210 e K215; e

c) Registros K230, K235, K250 e K255: alterada a orientação de preenchimento em razão da inclusão dos novos registros no Bloco K.

A seguir, reproduzimos os diversos registros do Bloco K, os quais constam da Seção 7 do Capítulo III do referido guia prático:

Descrição Registro

Abertura do Bloco K K001

Período de apuração do ICMS/IPI K100

Descrição Registro

Estoque escriturado K200

Desmontagem de mercadorias - Item de origem K210

Desmontagem de mercadorias - Itens de destino K215

Outras movimentações internas entre mercadorias K220

Itens produzidos K230

Insumos consumidos K235

Industrialização efetuada por terceiros - Itens produzidos K250

Industrialização em terceiros - Insumos consumidos K255

Reprocessamento/reparo de produto/insumo K260

Reprocessamento/reparo - Mercadorias consumidas e/ou retor-nadas K265

Correção de apontamento dos Registros K210, K220, K230, K250 e K260 K270

Correção de apontamento e retorno de insumos dos Registros K215, K220, K235, K255 e K265 K275

Correção de apontamento - Estoque escriturado K280

Encerramento do Bloco K K990

Vale acrescentar que a Instrução Normativa RFB nº 1.652/2016 estabeleceu a obrigatoriedade de apresentação do Bloco K pelos estabelecimentos industriais fabricantes de bebidas e de produtos do fumo, com efeitos em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º.12.2016.

(Ajuste Sinief nº 2/2009, cláusulas primeira, § 3º, VII, e terceira, §§ 7º a 9º; Instrução Normativa RFB nº 1.652/2016; Guia Prático da EFD--ICMS/IPI, versão 2.0.19, Capítulo III, Seção 7)

N

a IOB Perguntas e RespostasIPI

Ativo Imobilizado - Venda - Hipótese de incidência

1) Na operação de venda de bem do Ativo Imobilizado, ocorre o fato gerador do IPI?

Em geral, não há ocorrência do fato gerador do IPI na venda de bens incorporados ao Ativo Imobilizado, quando o bem tenha sido adquirido de terceiros, no mercado interno.

Contudo, tratando-se de venda do bem antes de completados 5 anos de sua incorporação e que tenha sido fabricado ou importado pela própria empresa, ocorrerá o fato gerador do IPI.

Nesse caso, a nota fiscal deverá ser emitida com o des-taque do IPI, observada a classificação fiscal do produto e a sua alíquota correspondente, fixada na Tabela de Incidência do IPI (TIPI), aprovada pelo Decreto nº 7.660/2011, vigente na data da saída.

Tendo em vista o princípio da não cumulatividade, o contribuinte tem o direito de apropriar o IPI pago por ocasião do desembaraço, para compensar com o imposto devido por ocasião da saída.

(RIPI/2010, arts. 35, II, 38, III, e 225; TIPI - Decreto nº 7.660/2011)

Crédito fiscal - Insumos aplicados na industrialização de produtos não tributados - Impossibilidade

2) Os insumos adquiridos para industrialização de pro-dutos não tributados, imunes ou saídos com suspensão, po-dem ser escriturados mediante apropriação do crédito fiscal?

Não. Se o contribuinte já sabe, por antecipação, que os insumos serão empregados na industrialização de produtos não tributados, imunes ou com suspensão, cujo estorno seja determinado por disposição legal, não deve escriturar tais entradas com apropriação do crédito fiscal.

(RIPI/2010, art. 251, § 1º)

ICMS/RNDemonstração - Suspensão

3) Na saída de mercadoria em demonstração, dentro do Estado, há incidência do ICMS?

Não. É suspensa a incidência do ICMS na saída de mer-cadorias em demonstração, dentro do território do Estado, desde que retornem ao estabelecimento que promoveu a saída dentro do prazo de 30 dias.

(RICMS-RN/1997, art. 29, VII)

Page 12: IOB - ICMS/IPI - Rio Grande do Norte - nº28/2016 - 2ª Sem Julho

28-10 RN Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 28 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

Regime especial - Empresas seguradoras

4) Segundo a legislação do ICMS, há previsão de regime especial para as operações promovidas por empresas segura-doras?

Sim. Segundo a legislação do ICMS, a circulação de mercadoria identificada como salvado de sinistro e a aquisição de peça a ser empregada em conserto de veículo segurado, sem passar pela empresa seguradora, estarão amparadas pelo regime especial de que tratam os arts. 172 e seguintes do RICMS-RN/1997.

(RICMS-RN/1997, art. 172)