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Boletim j Manual de Procedimentos Acesse a versão eletrônica deste fascículo em www.iob.com.br/boletimiobeletronico Veja nos Próximos Fascículos a IRPJ/CSL/Cofins/PIS-Pasep - Tratamento tributário da SCP a IRRF - Integralização de cotas de fundos ou clubes de investimento por meio de entrega de ativos financeiros (fundos de índice de renda fixa - ETF Renda Fixa) a IRRF - Operações de empréstimos de ações, títulos e outros valores mobiliários Imposto de Renda e Legislação Societária Fascículo N o 36/2014 / a Tributos e Contribuições Federais IRPJ/CSL Incorporação, fusão e cisão - Regras aplicáveis a partir de 1º.01.2015 . . . 01 / a Legislação Falimentar Recuperação judicial e falência - Assembleia-Geral de Credores .... 13 / a IOB Setorial Cooperativa PIS-Pasep sobre folha de salários ........................... 17 / a IOB Perguntas e Respostas IR Fonte Fundos de investimento - Pagamentos efetuados - Tributação..... 18

IOB - Imposto de Renda - nº 36/2014 - 1ª Sem Setembro · 1. Falência - Leis e legislação - Brasil 2. Imposto de renda - Leis e legislação - Brasil 3. ... visando à aplicação,

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Boletimj

Manual de Procedimentos

Acesse a versão eletrônica deste fascículo em www.iob.com.br/boletimiobeletronico

Veja nos Próximos Fascículos

a IRPJ/CSL/Cofins/PIS-Pasep - Tratamento tributário da SCP

a IRRF - Integralização de cotas de fundos ou clubes de investimento por meio de entrega de ativos financeiros (fundos de índice de renda fixa - ETF Renda Fixa)

a IRRF - Operações de empréstimos de ações, títulos e outros valores mobiliários

Imposto de Renda e Legislação Societária

Fascículo No 36/2014

/a Tributos e Contribuições Federais

IRPJ/CSLIncorporação, fusão e cisão - Regras aplicáveis a partir de 1º.01.2015 . . . 01

/a Legislação FalimentarRecuperação judicial e falência - Assembleia-Geral de Credores . . . . 13

/a IOB Setorial

CooperativaPIS-Pasep sobre folha de salários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

/a IOB Perguntas e Respostas

IR FonteFundos de investimento - Pagamentos efetuados - Tributação . . . . . 18

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© 2014 by IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE

Capa:Marketing IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE

Editoração Eletrônica e Revisão: Editorial IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE

Telefone: (11) 2188-7900 (São Paulo)0800-724-7900 (Outras Localidades)

Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio ou processo, sem prévia autorização do autor (Lei no 9.610, de 19.02.1998, DOU de 20.02.1998).

Impresso no BrasilPrinted in Brazil Bo

letim

IOB

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Imposto de renda e legislação societária : IRPJ/CSL : incorporação, fusão e cisão : IOB setorial : coopperativa : PIS-Pasep sobre folha de salários. -- 10. ed. -- São Paulo : IOB Folhamatic EBS - SAGE, 2014. -- (Coleção manual de procedimentos)

ISBN 978-85-379-2242-2

1. Falência - Leis e legislação - Brasil 2. Imposto de renda - Leis e legislação - Brasil 3. Pessoa jurídica - Brasil 4. SIMPLES - Leis e legislação - Brasil I. Série.

14-08839 CDU-34:336.2:347.72(81)

Índices para catálogo sistemático:

1. Brasil : Tributação : Empresas : Direito tributário 34:336.2:347.72(81)

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Manual de ProcedimentosImposto de Renda e Legislação Societária

Boletimj

36-01Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Set/2014 - Fascículo 36 IR/LS

IRPJ/CSL

Incorporação, fusão e cisão - Regras aplicáveis a partir de 1º.01.2015 SUMÁRIO 1. Introdução 2. Novo regime tributário (Lei nº 12.973/2014) 3. Conceitos 4. Obrigações fiscais decorrentes da incorporação,

fusão ou cisão 5. Avaliação de bens e direitos 6. Ágio por rentabilidade futura (goodwill) ou ganho

proveniente de compra vantajosa 7. Aquisição de participação societária com controle 8. Aquisição de participação societária sem controle 9. Reservas de reavaliação transferidas 10. Compensação de prejuízos fiscais 11. Incentivos fiscais 12. Responsabilidade por sucessão

1. IntRodução

A incorporação, a fusão e a cisão podem ser operadas entre sociedades de tipos iguais ou diferentes e devem ser deliberadas na forma prevista para a alteração dos respectivos estatutos ou contratos sociais das empresas envolvidas.

Nas operações em que houver criação de nova sociedade, devem ser observadas as normas regula-doras da constituição das sociedades do tipo criado (Lei nº 6.404/1976, art. 223, §§ 1º, 3º e 4º).

Cabe observar que, com relação aos atos de registro de comércio, não se aplicam aos empresários (antigas firmas individuais) os processos de incorpora-ção, cisão e fusão de empresa (Instrução Normativa Drei nº 10/2013, item 2.3.12, e Portaria Drei nº 1/2014).

Segue uma abordagem do tratamento tributário aplicável a tais eventos, observando-se que a complexi-dade das normas exige que cada operação da espécie seja concretamente analisada para que se possa,

efetivamente, aferir os efeitos dela decorrentes e, assim, aplicar corretamente as regras aqui explanadas.

Vale ressaltar que, a partir de 1º.01.2015, ou a contar de 1º.01.2014, no caso de opção pela apli-cação antecipada do novo regime tributário instituído pela Lei nº 12.973/2014, devem ser observadas as regras previstas nesse texto.

2. novo RegIme tRIButáRIo (LeI nº 12.973/2014)

A partir de 1º.01.2015, começará a vigorar o novo regime tributário introduzido pela Lei nº 12.973/2014, resultante da conversão, com emendas, da Medida Provisória nº 627/2013. Entretanto, conforme estabele-

cem os arts. 75 e 119, § 1º, da Lei nº 12.973/2014, a pessoa jurídica pode optar pela apli-

cação antecipada das disposições contidas nos seus arts. 1º e 2º e

4º a 70, a contar de 1º.01.2014, observando-se que, nessa hipó-tese, a opção será irretratável e acarretará na aplicação de todas

as alterações trazidas pelos artigos mencionados anteriormente, bem

como os efeitos das revogações pre- vistas no art. 117, caput, I a VI e VIII e X.

2.1 Adoção inicial

Para efeito da adoção inicial do novo regime tribu-tário, nas operações ocorridas até 31.12.2013, para os optantes, ou até 31.12.2014, para os não optantes, per-manece a neutralidade tributária (Regime Tributário de Transição - RTT, estabelecida nos arts. 15 e 16 da Lei nº 11.941/2009), e a pessoa jurídica deverá proceder, nos períodos de apuração a contar de janeiro/2014, para os optantes, ou a partir de janeiro/2015, para os não optantes, aos respectivos ajustes nas bases de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), da Contribuição Social sobre o Lucro (CSL), da contri-buição para o PIS-Pasep e da Cofins, observados os

a Tributos e Contribuições Federais

O contribuinte que avaliar investimento

pelo valor de patrimônio líquido deverá, por ocasião da aquisição

da participação, desdobrar o custo de aquisição em valor de patrimônio

líquido na época da aquisição, mais ou menos-valia, e ágio

por rentabilidade futura (goodwill)

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36-02 IR/LS Manual de Procedimentos - Set/2014 - Fascículo 36 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

critérios de ajuste a serem realizados na transição, con-forme dispõem os arts. 66 e 67 da Lei nº 12.973/2014.

Porém, cumpre mencionar que continuam a ser aplicados os critérios a seguir, somente às opera-ções de incorporação, fusão e cisão, ocorridas até 31.12.2017, cuja participação societária tenha sido adquirida até 31.12.2014 em relação:

a) à equivalência patrimonial, cujas disposições estão contidas nos arts. 7º e 8º da Lei nº 9.532/1997; e

b) à realização da reavaliação de bens, nos termos dos arts. 35 e 37 do Decreto-lei nº 1.598/1977.

Ressalta-se que, no caso de aquisições de par-ticipações societárias que dependam da aprovação de órgãos reguladores e fiscalizadores para a sua efetivação, o prazo para incorporação poderá ser de até 12 meses da data da aprovação da operação.

As regras quanto à adoção inicial da Lei nº 12.973/2014 serão disciplinadas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), que poderá instituir controles fiscais alternativos à evidenciação contábil de que tratam os arts. 66 e 67 da referida lei e instituir controles fiscais adicionais.

(Lei nº 12.973/2014, arts. 64, 65 e 68)

2.2 Implicações da opção antecipada

A RFB estabeleceu as regras para a opção visando à aplicação, no ano-calendário de 2014, das disposições constantes da Lei nº 12.973/2014, que altera a legislação tributária federal relativa ao IRPJ, à CSL, à contribuição para o PIS-Pasep, à Cofins e revoga o RTT, instituído pela Lei nº 11.941/2009, relativamente à opção pelos efeitos da aplicação das novas regras tributárias no ano-calendário de 2014.

A pessoa jurídica poderá optar pela aplicação, para o ano-calendário de 2014, das disposições conti-das nos seguintes dispositivos da Lei nº 12.973/2014:

a) arts. 1º e 2º e 4º a 70, que alteram diversos dispositivos da legislação tributária federal; e

b) arts. 76 a 92, que dispõem sobre a tributação em bases universais.

As opções serão irretratáveis e acarretarão a observância, a contar de 1º.01.2014, de todas as alterações trazidas pelos seguintes dispositivos da Lei nº 12.973/2014:

a) arts. 1º e 2º e 4º a 70 e dos efeitos produzidos pelas disposições previstas nos incisos I a VI, VIII e X do caput do art. 117, no caso da opção prevista no inciso I do caput do art. 1º; e

b) pelos arts. 76 a 92 e dos efeitos produzidos pelas disposições previstas nos incisos I a VII e IX do caput do art. 117, no caso da opção prevista no inciso II do caput do art. 1º.

2.3 manifestação da opção

As opções para aplicação das novas regras tributá-rias para o ano-calendário de 2014 são independentes e deverão ser manifestadas na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) referente aos fatos geradores ocorridos no mês de agosto/2014.

No caso de início de atividade ou de surgimento de nova pessoa jurídica em razão de fusão ou cisão, no ano-calendário de 2014, as referidas opções deverão ser manifestadas na DCTF referente aos fatos geradores ocorridos no 1º mês de atividade. Todavia, no caso de o 1º mês de início de atividade ou de sur-gimento de nova pessoa jurídica em razão de fusão ou cisão ocorrer no período de janeiro a julho/2014, as opções deverão ser exercidas na DCTF referente aos fatos geradores ocorridos no mês de agosto/2014.

O exercício da opção não produzirá efeito quando a entrega da DCTF ocorrer fora do prazo.

(Instrução Normativa RFB nº 1.469/2014, art. 2º, §§ 1º a 5º; Instrução Normativa RFB nº 1.484/2014, art. 2º)

3. ConCeItoS

3.1 Incorporação

A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações.

Desaparecem as sociedades incorporadas, per-manecendo, porém, com a sua natureza jurídica inal-terada a sociedade incorporadora (Lei nº 6.404/1976, art. 227, caput, e Perguntas e Respostas IRPJ 2014, Capítulo IV, questão nº 16).

3.1.1 Processamento da incorporação

Para que se processe a incorporação, a Lei nº 6.404/1976, art. 227, §§ 1º a 3º, exige o cumprimento, por essas sociedades, das seguintes formalidades:

a) a assembleia geral da companhia incorpora-dora, se aprovar o protocolo da operação, de-verá autorizar o aumento de capital a ser subs-crito e realizado pela incorporada mediante versão do seu patrimônio líquido, e nomear os peritos que o avaliarão;

b) a sociedade que houver de ser incorporada, se aprovar o protocolo da operação, autorizará seus administradores a praticarem os atos ne-

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36-03Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Set/2014 - Fascículo 36 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

cessários à incorporação, inclusive a subscri-ção do aumento de capital da incorporadora;

c) aprovados pela assembleia geral da incorpo-radora o laudo de avaliação e a incorporação, extingue-se a incorporada, competindo à pri-meira promover o arquivamento e a publica-ção dos atos da incorporação.

Para as demais sociedades (por exemplo, as limi-tadas), o vigente Código Civil (cujo art. 1.116 dispõe que “na incorporação, uma ou várias sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações, devendo todas aprová-la, na forma estabelecida para os respectivos tipos”) deter-mina, em seus arts. 1.117 e 1.118, que:

a) a deliberação dos sócios da sociedade incor-porada deverá aprovar as bases da operação e o projeto de reforma do ato constitutivo;

b) a sociedade que houver de ser incorporada tomará conhecimento desse ato, e, se o apro-var, autorizará os administradores a praticar o necessário à incorporação, inclusive a subs-crição em bens pelo valor da diferença que se verificar entre o ativo e o passivo;

c) a deliberação dos sócios da sociedade incor-poradora compreenderá a nomeação dos pe-ritos para a avaliação do patrimônio líquido da sociedade que tiver de ser incorporada;

d) aprovados os atos da incorporação, a incorpora-dora declarará extinta a incorporada e promove-rá a respectiva averbação no registro próprio.

3.2 Fusão

A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações, observado que:

a) com a fusão, desaparecem todas as socie-dades anteriores para dar lugar a uma só, na qual todas elas se fundem, extinguindo-se to-das as pessoas jurídicas existentes, surgindo outra em seu lugar;

b) a sociedade que surge assumirá todas as obrigações ativas e passivas das sociedades fusionadas (Lei nº 6.404/1976, art. 228, caput, e Perguntas e Respostas IRPJ 2014, Capítulo IV, questão nº 18).

3.2.1 Processamento da fusão

Para que se processe a fusão, a Lei nº 6.404/1976, art. 228, §§ 1º a 3º, exige o cumprimento, por essas sociedades, das seguintes formalidades:

a) a assembleia geral de cada companhia, se aprovar o protocolo de fusão, deverá nomear os peritos que avaliarão os patrimônios líqui-dos das demais sociedades;

b) apresentados os laudos, os administradores deverão convocar os sócios ou acionistas das sociedades para uma assembleia geral, que deles tomará conhecimento e resolverá sobre a constituição definitiva da nova sociedade (ob-servando-se que é vedado aos sócios ou acio-nistas votar o laudo de avaliação do patrimônio líquido da sociedade de que fazem parte);

c) constituída a nova companhia, incumbirá aos primeiros administradores promover o arquiva-mento e a publicação dos atos da fusão.

Para as demais sociedades (por exemplo, as limitadas), o Código Civil (cujo art. 1.119 dispõe que “a fusão determina a extinção das sociedades que se unem, para formar sociedade nova, que a elas sucederá nos direitos e obrigações”) determina, em seus arts. 1.120 e 1.121, que:

a) a fusão deve ser decidida, na forma estabele-cida para os respectivos tipos, pelas socieda-des que pretendam unir-se;

b) em reunião ou assembleia dos sócios de cada sociedade, deliberada a fusão e aprovado o projeto do ato constitutivo da nova sociedade, bem como o plano de distribuição do capital social, devem ser nomeados os peritos para a avaliação do patrimônio da sociedade;

c) apresentados os laudos, os administradores de-vem convocar reunião ou assembleia dos sócios para tomar conhecimento deles, decidindo so-bre a constituição definitiva da nova sociedade;

d) é vedado aos sócios votar o laudo de avaliação do patrimônio da sociedade de que façam parte;

e) constituída a nova sociedade, incumbe aos administradores fazer inscrever, no registro próprio da sede, os atos relativos à fusão.

3.3 Cisão

A cisão é a operação pela qual a sociedade trans-fere todo ou somente uma parcela do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a sociedade cin-dida - se houver versão de todo o seu patrimônio -, ou dividindo-se o seu capital - se parcial a versão.

Deve ser observado que (Lei nº 6.404/1976, art. 229, modificado pela Lei nº 9.457/1997, e Perguntas e Respostas Pessoa Jurídica 2014, Capítulo IV, ques-tões nºs 20 a 22):

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36-04 IR/LS Manual de Procedimentos - Set/2014 - Fascículo 36 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

a) quando houver versão de parcela de patrimô-nio em sociedade já existente, a cisão obede-cerá às disposições sobre incorporação, isto é, a sociedade que absorver parcela do patri-mônio da pessoa jurídica cindida suceder-lhe--á em todos os direitos e obrigações;

b) nas operações em que houver criação de so-ciedade, serão observadas as normas regu-ladoras das sociedades, conforme o tipo da sociedade criada;

c) efetivada a cisão com extinção da empresa cindida, caberá aos administradores das so-ciedades que tiverem absorvido parcelas do seu patrimônio promover o arquivamento e a publicação dos atos da operação;

d) na cisão com versão parcial do patrimônio, a obrigação supra caberá aos administradores da companhia cindida e da que absorver par-cela do seu patrimônio.

NotaNo caso de cisão de sociedade anônima, as ações integralizadas com

parcelas de patrimônio da companhia cindida deverão ser atribuídas a seus titulares, em substituição às extintas, na proporção das que possuíam. A eventual atribuição em proporção diferente requererá aprovação de todos os titulares, inclusive das ações sem direito a voto.

4. oBRIgAçõeS FISCAIS deCoRRenteS dA InCoRPoRAção, FuSão ou CISãoResumidamente, as pessoas jurídicas incorpo-

radas, fusionadas ou cindidas devem ficar atentas ao cumprimento das seguintes obrigações, em decorrên-cia desses eventos (Lei nº 9.249/1995, art. 21; Lei nº 9.430/1996, art. 1º, §§ 1º e 2º; Lei nº 9.648/1998, art. 6º; Lei nº 9.959/2000, art. 5º; RIR/1999, art. 235, § 1º; Lei nº 12.973/2014, arts. 9º e 119, § 1º, e Perguntas e Respostas IRPJ 2014, Capítulo IV, questões nºs 28 e 29):

a) levantamento, até 30 dias antes do evento, de balanço específico para esse fim, observada a legislação comercial (veja as notas a seguir);

Notas

(1) De acordo com a redação original do art. 21 da Lei nº 9.249/1995, a pessoa jurídica que tiver parte ou todo o seu patrimônio absorvido em virtude de incorporação, fusão ou cisão, deve levantar balanço específico para esse fim, no qual os bens e direitos serão avaliados pelo valor contábil ou de mer-cado. Porém, a partir de 1º.01.2015, ou a contar de 1º.01.2014, no caso de a pessoa jurídica optar pela aplicação antecipada do novo regime tributário da Lei nº 12.973/2014 (veja o tópico 2), para fins do balanço específico para o evento especial, aplica-se o critério adotado pela legislação comercial.

(2) Considera-se ocorrido o evento na data da deliberação que aprovar a incorporação, fusão ou cisão, feita na forma prevista para a alteração dos respectivos estatutos ou contratos sociais.

(3) Com referência às empresas incluídas em programas de privatiza-ção da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o balanço mencionado na letra “a” deverá ser levantado dentro do prazo de 90 dias que antecederem a incorporação, fusão ou cisão.

b) apuração da base de cálculo do IRPJ e da CSL na data do evento (ou seja, na data da deliberação que aprovar a incorporação, fu-

são ou cisão), computando os resultados apu-rados até essa data (veja subitens 4.1 a 4.3);

c) apresentação, pela incorporada, fusionada ou cindida, da Declaração de Informações Econô-mico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) corres-pondente ao período transcorrido durante o ano--calendário, em seu próprio nome, até o último dia útil do mês subsequente ao da data do evento;

d) se houver IRPJ e CSL devidos (relativos ao pe-ríodo de apuração que estará sendo encerra-do), estes deverão ser recolhidos, em quota única, até o último dia útil do mês subsequente ao do evento (veja subitem 4.3). Exemplo: em uma incorporação cujo evento tenha ocorrido em 31 de julho (processada com base no ba-lanço levantado em 30 de junho), a entrega da DIPJ e o pagamento do IRPJ e da CSL por-ventura devidos deverão ser efetuados até o último dia útil do mês de agosto;

e) apresentação, pela incorporadora, da DIPJ tendo por base balanço específico também le-vantado até 30 dias antes do evento. A apre-sentação, pela incorporadora, da DIPJ e o re-colhimento dos tributos devidos também de-verão ser efetuados no prazo mencionado nas letras “c” e “d”;

NotaA obrigatoriedade citada na letra “e”, que vigora desde 1º.01.2000, não

se aplica nos casos em que as pessoas jurídicas, incorporadora e incorpora-da, estiverem sob mesmo controle societário desde o ano-calendário anterior ao do evento.

Ressalta-se, porém, que a DIPJ será substituída pela Escrituração Con-tábil Fiscal (ECF), a partir do ano-calendário 2014, a qual deverá ser assinada digitalmente, mediante utilização de certificado digital válido (Instrução Nor-mativa RFB nº 1.422/2013, art. 1º, Ato Declaratório Executivo Cofis nº 98/2013).

Nos casos de extinção, cisão parcial, cisão total, fusão ou incorpora-ção, a ECF deverá ser entregue pelas pessoas jurídicas extintas, cindidas, fusionadas, incorporadas e incorporadoras, até o último dia útil do mês sub-sequente ao do evento, observando-se que:

a) a obrigatoriedade de entrega da ECF não se aplica à incorporadora nos casos em que as pessoas jurídicas, incorporadora e incorpora-da, estejam sob o mesmo controle societário desde o ano-calendário anterior ao do evento; e

b) nos casos de extinção, cisão parcial, cisão total, fusão ou incorpo-ração, ocorrida de janeiro a maio junho do ano-calendário, o prazo mencionado será até o último dia útil do mês de julho do referido ano, mesmo prazo da ECF para situações normais relativas ao ano--calendário anterior.

Vale mencionar que a Secretaria da RFB informou no Portal do Sped, em seu site na Internet (www.receita.fazenda.gov.br), que, no caso de situ-ações especiais (cisão, fusão, incorporação etc.) que ocorrerem em 2014, devem ser entregues por meio da DIPJ. Ressaltou, ainda, que a ECF somente será utilizada para transmissão de situações especiais de 2015 em diante.

f) apresentação da DIPJ relativa ao ano-calendário anterior, caso ainda não haja decorrido o prazo normal de entrega, já que, nesse caso, haverá uma antecipação automática do prazo. Portan-to, tal declaração deverá ser entregue junta-mente com a correspondente a incorporação, fusão ou cisão. O pagamento do IRPJ e da CSL

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36-05Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Set/2014 - Fascículo 36 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

porventura nela apurados poderá ser realizado nos mesmos prazos originalmente previstos;

g) encerramento do período de apuração do IPI, da Cofins e da contribuição ao PIS-Pasep na data do evento (tais tributos devem ser pagos nos mesmos prazos originalmente previstos);

h) baixa da empresa extinta por incorporação, fusão ou cisão total no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), observadas, atualmente, as re-gras da Instrução Normativa RFB nº 1.470/2014;

i) apresentação de outras declarações (DCTF, Dirf, Dimob, EFD-Contribuições, ECD), obser-vados os prazos e as instruções específicas.

Notas(1) A Solução de Consulta Cosit nº 119/2014 esclareceu que a opera-

ção societária da cisão parcial sem fim econômico deve ser desconsidera-da quando tiver por objetivo o reconhecimento de crédito fiscal de qualquer espécie para fins de desconto, restituição, ressarcimento ou compensação, motivo pelo qual será considerado como de terceiro se utilizado pela cinden-da ou por quem incorporá-la posteriormente.

(2) A Solução de Consulta Cosit nº 139/2014 esclareceu que são aplicá-veis à cisão parcial as disposições do art. 132 da Lei nº 5.172/1966 (Código Tri-butário Nacional - CTN), respondendo a sociedade cindida e a que absorveu parcela do seu patrimônio, solidariamente, pelos tributos devidos pela cindida. A norma esclareceu, ainda, que os direitos transferidos à sucessora, relacio-nados no ato de cisão parcial, passam a ser próprios desta. É ela, portanto, o sujeito passivo das obrigações tributárias atinentes a esses direitos, relativas ao IRPJ e à CSL, cujos fatos geradores ocorram a partir da data da cisão.

4.1 A questão da data de apuração do imposto

É interessante registrar as conclusões da Decisão nº 112/1999, da 9ª Superintendência Regional da Receita Federal (SRRF), que demonstram o entendimento do Fisco sobre a confusa questão “levantamento de balanço 30 dias antes da data do evento” (letra “a” do item 4) versus “obrigatoriedade de apuração do IRPJ e da CSL devidos na data do evento” (letra “b” supra).

De acordo com essa Decisão:

a) desde 24.02.1999, quando foi publicada a Ins-trução Normativa SRF nº 15/1999, em que o art. 6º revogou o § 4º do art. 57 da Instrução Nor-mativa SRF nº 93/1997, as empresas fusionadas, cindidas ou incorporadas passaram a ser obri-gadas a apurar o imposto na data do evento em que se efetivar qualquer dessas ocorrências;

b) desde então, o balanço específico levantado em data de até 30 dias antes do evento não mais serve como base na apuração do imposto;

c) independentemente da data em que tenha ocorrido o evento, desde 1º.08.1999, a empre-sa incorporada, fusionada ou cindida fica obri-gada a apresentar a DIPJ com a inserção, na declaração, das operações efetuadas em todo o período transcorrido durante o ano-calendá-rio, ou seja, até a data do evento.

Em outras palavras, a Secretaria da RFB exige, na prática, o levantamento de balanço (e todas as de-mais providências de encerramento de período-base) na data do evento para fins de determinação da base de cálculo dos tributos.

Notas(1) Embora a Decisão em foco não mencione o fundamento legal, o

fato é que a controvérsia decorre da Lei nº 9.430/1996, art. 1º, § 1º. Segundo esse dispositivo, “nos casos de incorporação, fusão ou cisão, a apuração da base de cálculo e do imposto de renda devido será efetuada na data do evento” (grifo nosso), embora ressalve “observado o disposto no art. 21 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995”. O art. 21, em seu § 1º, admite que o balanço seja levantado até 30 dias antes do evento.

(2) As orientações para preenchimento da DIPJ/2014, constantes do programa gerador dessa declaração, confirmam o entendimento expendido pela Decisão supracitada ao afirmarem que “sem prejuízo do balanço de que tratam a Lei nº 9.249/1995, art. 21, e Lei nº 9.648/1999, art. 6º, e da responsabi-lidade por sucessão, para fins fiscais, os impostos e contribuições devem ser apurados até a data do evento pela pessoa jurídica incorporadora, incorpora-da, fusionada ou cindida. Considera-se data do evento aquela em que houver a deliberação que aprovar a incorporação, fusão ou cisão” (grifo nosso).

4.2 Forma de tributação na incorporação, fusão ou cisãoO IRPJ e a CSL relativos ao ano-calendário do

evento podem ser calculados com base nas regras do lucro real ou com base no lucro presumido (desde que atendidas as condições necessárias à opção).

Até 31.12.1995, as pessoas jurídicas incorpora-das, fusionadas ou cindidas estavam obrigadas à tri-butação dos seus resultados pelo lucro real. Todavia, a Lei nº 9.249/1995, art. 36, V, revogou, em 1º.01.1996, o parágrafo único do art. 36 da Lei nº 8.981/1995, que previa essa obrigatoriedade (Perguntas e Respostas Pessoa Jurídica 2014, Capítulo IV, questão nº 27).

Nota

Vale registrar que a Instrução Normativa SRF nº 11/1996, art. 58, caput, declara expressamente que a obrigatoriedade de levantar o balanço específico relativo a incorporação, fusão ou cisão aplica-se, inclusive, à pessoa jurídica submetida ao regime de tributação com base no lucro presumido ou arbitrado.

4.3 Pagamento dos tributos devidos e declarados em nome da pessoa jurídica incorporada, fusionada ou cindida

Na questão nº 30, Capítulo IV, do “Perguntas e Respostas IRPJ 2014”, a RFB orienta que:

a) o IRPJ e a CSL devidos em função da incorpo-ração, fusão ou cisão total, tal como aqueles re-lativos ao período de incidência imediatamente anterior e ainda não recolhidos, devem ser pa-gos pela sucessora em nome da sucedida;

b) o IRPJ e a CSL relativos ao período encerrado em virtude do evento devem ser pagos, em quo-ta única, até o último dia útil do mês subsequen-te ao do evento (até 31.12.1996, o pagamento, neste caso, deveria ser efetuado até o 10º dia subsequente ao da ocorrência do evento);

c) com relação ao IRPJ e à CSL apurados na DIPJ relativa ao ano-calendário anterior ao

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evento, poderão ser observados os prazos ori-ginalmente previstos para pagamento.

5. AvALIAção de BenS e dIReItoSPara efeitos tributários, a Lei nº 9.249/1995, art.

21, com a redação dada pela Lei nº 12.973/2014, estabelece que, a partir de 1º.01.2015, ou a contar de 1º.01.2014, no caso de opção pelo novo regime tributário, a pessoa jurídica que tiver parte ou todo o seu patrimônio absorvido em virtude de incorporação, fusão ou cisão deverá levantar balanço específico para esse fim, observada a legislação comercial.

Vale mencionar que, além da legislação comercial prevista na Lei nº 6.404/1976 (Lei das S/A) e na Lei nº 10.406/2002 (Código Civil), o contribuinte deverá observar os procedimentos contábeis emanados do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Banco Central do Brasil (Bacen), Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e demais órgãos reguladores.

Conforme mencionado anteriormente, o balanço deverá ser levantado até 30 dias antes do evento, observando-se que se considera ocorrido o evento na data da deliberação que aprovar a incorporação, fusão ou cisão, feita na forma prevista para a alteração dos respectivos estatutos ou contratos sociais. Porém, em se tratando de empresas incluídas em programas de privatização da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o balanço mencionado na letra “c” deverá ser levantado dentro do prazo de 90 dias que antecederem a incorporação, fusão ou cisão.

Nota

Até 31.12.2014, ou até 31.12.2013, no caso de optantes pelo novo re-gime tributário:

a) a pessoa jurídica que tiver parte ou todo o seu patrimônio absorvido em virtude de incorporação, fusão ou cisão deverá levantar balanço específico para esse fim, no qual os bens e direitos poderão ser avaliados pelo valor contábil ou de mercado. Nessa hipótese, o cri-tério de avaliação dos bens e direitos - valor contábil ou de mercado - adotado para a incorporação, fusão ou cisão deverá ser observado igualmente por todas as empresas envolvidas na operação (Instru-ção Normativa SRF nº 11/1996, art. 59);

b) no caso de pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido ou arbitrado, se a empresa optar pela avaliação a valor de mercado, a diferença entre este e o custo de aquisição, diminuído dos en-cargos de depreciação, amortização ou exaustão, será considerada ganho de capital, observando-se que:

b.1) os encargos de depreciação, amortização ou exaustão devem ser considerados incorridos, ainda que não tenham sido regis-trados contabilmente;

b.2) o ganho de capital deverá ser adicionado à base de cálculo do IRPJ devido e da CSL;

b.3) inexistindo ou sendo imprestável a escrituração contábil da pessoa jurídica, o ganho de capital será apurado a partir de demonstrativo e dos respectivos documentos de aquisição, benfeitorias ou reformas dos bens e direitos vertidos (Instrução Normativa SRF nº 11/1996, art. 58, § 2º);

c) no caso de pessoa jurídica tributada com base no lucro real: c.1) se a avaliação for feita por valor de mercado, a diferença entre

este e o valor contábil não será computada na determinação do lucro real enquanto mantida em conta de reserva de reavaliação;

c.2) a regra referida em “c.1” decorre do tratamento dado pela legis-lação do IRPJ à chamada “reavaliação na fusão, incorporação ou cisão”, conforme o RIR/1999, art. 440, segundo o qual a contrapar-tida do aumento do valor de bens do ativo em virtude de reavalia-ção na fusão, incorporação ou cisão não será computada para de-terminar o lucro real enquanto mantida em reserva de reavaliação na sociedade resultante da fusão ou incorporação, na sociedade cindida ou em uma ou mais das sociedades resultantes da cisão;

c.3) o valor da reserva deverá ser computado na determinação do lucro real e na base de cálculo da CSL (Instrução Normativa SRF nº 390/2004, art. 38, § 1º, II), em cada período de apuração, no montante do aumento do valor dos bens reavaliados que te-nha sido realizado no período, inclusive mediante:

c.3.1) alienação, sob qualquer forma; c.3.2) depreciação, amortização ou exaustão; c.3.3) baixa por perecimento;d) desde 1º.01.2000, nos termos da Lei nº 9.959/2000, art. 4º, a contra-

partida da reavaliação de quaisquer bens da pessoa jurídica somen-te é computada em conta de resultado ou na determinação do lucro real e da base de cálculo da CSL quando ocorrer a efetiva realização do bem reavaliado.

Lembra-se que, para efeitos contábeis, desde a publicação da Lei nº 11.638/2007, não mais se apresenta a figura da reavaliação de bens, em vir-tude da revogação do dispositivo legal que autorizava essa prática (Lei nº 6.404/1976, art. 187, § 2º), o qual traz, em seu lugar, o instituto Redução ao Valor Recuperável de Ativos (Impairment), de que tratam a Deliberação CVM nº 639/2010 e a Resolução CFC nº 1.292/2010 (NBC TG 01), que recepciona-ram as normas constantes do Pronunciamento Técnico CPC nº 01 (R1). Dessa forma, os saldos existentes na conta de Reservas de Reavaliação constituídos antes da vigência da Lei nº 11.638/2007 poderão ser mantidos até sua efetiva realização ou devem ter sido estornados até o final do exercício social de 2008.

As disposições contidas na legislação tributária sobre reservas de reava-liação aplicam-se somente aos saldos remanescentes na escrituração comercial em 31.12.2013, para os optantes pelo novo regime tributário, ou em 31.12.2014, para os não optantes, e até a sua completa realização (Lei nº 12.973/2014, art. 60).

(Lei nº 9.249/1995, art. 21, caput e § 1º; Lei nº 9.430/1996, art. 1º, § 1º; Lei nº 9.648/1998, art. 6º; Lei nº 12.973/2013, arts. 9º, 60 e 75)

5.1 desdobramento do custo de aquisiçãoO contribuinte que avaliar investimento pelo valor

de patrimônio líquido deverá, por ocasião da aquisição da participação, desdobrar o custo de aquisição em:

a) valor de patrimônio líquido na época da aquisição;b) mais ou menos-valia, que corresponde à dife-

rença entre o valor justo dos ativos líquidos da investida, na proporção da porcentagem da participação adquirida, e o valor de que trata a letra “a”; e

c) ágio por rentabilidade futura (goodwill), que corresponde à diferença entre o custo de aqui-sição do investimento e o somatório dos valo-res de que tratam as letras “a” e “b”.

(Lei nº 9.249/1995, art. 21; Decreto-lei nº 1.598/1977, art. 20; Lei nº 12.973/2013, arts. 2º, 20 e 21)

5.2 Laudo de avaliação

A Lei nº 6.404/1976, arts. 227 a 229, refere-se expressamente à obrigatoriedade de nomeação de peritos para avaliação do patrimônio líquido da empresa incorporada, fusionada ou cindida. O Código Civil Brasileiro (CCB), arts. 1.117 e 1.120, também menciona a necessidade de laudo de avaliação no caso de incorporação e fusão.

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O valor da mais ou menos-valia deverá ser ava-liado com base em laudo elaborado por perito inde-pendente que deverá ser protocolado na Secretaria da RFB ou cujo sumário deverá ser registrado em Cartório de Registro de Títulos e Documentos, até o último dia útil do 13º mês subsequente ao da aquisição da parti-cipação (veja também o subtópico 5.3, letra “a”).

(Decreto-lei nº 1.598/1977, art. 20, II; Lei nº 12.973/2013, arts. 2º e 20, § 3º)

5.3 mais-valiaNos casos de incorporação, fusão ou cisão, o saldo

existente na contabilidade, na data da aquisição da par-ticipação societária, referente à mais-valia, decorrente da aquisição de participação societária entre partes não dependentes, poderá ser considerado como integrante do custo do bem ou direito que lhe deu causa, para efeito de determinação de ganho ou perda de capital e do cômputo da depreciação, amortização ou exaustão.

A dedutibilidade da despesa de depreciação, amortização ou exaustão está condicionada ao cum-primento da condição de estarem intrinsecamente relacionadas com a produção ou comercialização dos bens e serviços, na forma estabelecida no inciso III do caput do art. 13 da Lei nº 9.249/1995.

Vale ressaltar que o contribuinte não poderá utili-zar o critério da mais-valia quando:

a) o laudo não for elaborado e tempestivamente protocolado ou registrado, observando-se que:a.1) será desconsiderado na hipótese de os

dados nele constantes apresentarem comprovadamente vícios ou incorreções de caráter relevante; ou

a.2) essa vedação não se aplica a participações societárias adquiridas até 31.12.2013, para os optantes do novo regime tributário, ou até 31.12.2014, para os não optantes;

b) os valores que compõem o saldo da mais-valia não puderem ser identificados pelo fato de não terem sido contabilizadas em subcontas distintas:b.1) a mais ou menos-valia e o ágio por renta-

bilidade futura (goodwill) relativos à parti-cipação societária anterior, existente an-tes da aquisição do controle ou antes da incorporação, fusão ou cisão; e

b.2) as variações nos valores a que se refere a letra “b.1”, em decorrência da aquisi-ção do controle ou da incorporação, fu-são ou cisão.

Notas(1) Consideram-se partes dependentes quando (Lei nº 12.973/2014, art. 25):a) o adquirente e o alienante são controlados, direta ou indiretamente,

pela mesma parte ou partes;

b) existir relação de controle entre o adquirente e o alienante;c) o alienante for sócio, titular, conselheiro ou administrador da pessoa

jurídica adquirente;d) o alienante for parente ou afim até o 3º grau, cônjuge ou companhei-

ro das pessoas relacionadas na letra “c”; oue) em decorrência de outras relações não descritas nas letras “a” a “d”,

em que fique comprovada a dependência societária.

No caso de participação societária adquirida em estágios, a relação de dependência entre o(s) alienante(s) e o(s) adquirente(s) de que trata este artigo deve ser verificada no ato da primeira aquisição, desde que as condi-ções do negócio estejam previstas no instrumento negocial.

(2) Os subtópicos 5.3 e 5.4 aplicam-se inclusive quando a empresa incorporada, fusionada ou cindida for aquela que detinha a propriedade da participação societária.

(Decreto-lei nº 1.598/1977, art. 20, § 3º; Lei nº 12.973/2013, arts. 2º, 20, 24, 37, § 3º, 39, § 1º)

5.4 menos-valiaNos casos de incorporação, fusão ou cisão, o

saldo existente na contabilidade, na data da aquisição da participação societária, referente à menos-valia deverá ser considerado como integrante do custo do bem ou direito que lhe deu causa para efeito de deter-minação de ganho ou perda de capital e do cômputo da depreciação, amortização ou exaustão.

A dedutibilidade da despesa de depreciação, amortização ou exaustão está condicionada ao cum-primento da condição de estarem intrinsecamente relacionadas com a produção ou comercialização dos bens e serviços, na forma estabelecida no inciso III do caput do art. 13 da Lei nº 9.249/1995.

O valor mencionado será considerado como inte-grante do custo dos bens ou direitos que forem realiza- dos em menor prazo depois da data do evento quando:

a) o laudo não for elaborado e tempestivamente protocolado ou registrado, observada a letra “a” do subtópico 5.3; ou

b) os valores que compõem o saldo da menos--valia não puderem ser identificados em de-corrência da não observância da letra “b” do subtópico 5.3.

(Decreto-lei nº 1.598/1977, art. 20, § 3º; Lei nº 12.973/2013, arts. 2º, 21, 37, § 3º, 39, § 1º)

5.5 Bens não transferidos na cisãoNa hipótese de cisão, se o bem ou direito que deu

causa ao valor:a) da mais-valia não houver sido transferido para o

patrimônio da sucessora, esta poderá, para efei-tos de apuração do lucro real, deduzir a referida importância em quotas fixas mensais e no prazo mínimo de 5 anos contados da data do evento;

b) da menos-valia não houver sido transferido, para o patrimônio da sucessora, esta poderá, para efeitos de apuração do lucro real, diferir o reco-nhecimento da referida importância, oferecen-

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do à tributação quotas fixas mensais no prazo máximo de 5 anos contados da data do evento.

(Lei nº 12.973/2013, arts. 20, § 1º, e 21, § 1º)

5.6 Bens e direitos transferidos de entidades isentasA transferência de bens e direitos do patrimônio

das entidades isentas para o patrimônio de outra pessoa jurídica, em virtude de incorporação, fusão ou cisão, deve ser efetuada pelo valor de sua aquisição ou pelo valor atribuído, no caso de doação.

(Lei nº 9.532/1997, art. 16, parágrafo único)

5.7 exemploAdmitamos que a pessoa jurídica “A” adquirisse

70% do patrimônio líquido da pessoa jurídica “B”,

por R$ 20.500.000,00, cujo valor contábil, na data da aquisição era de R$ 19.000.000,00.

Tendo em vista que o valor do patrimônio líquido de “B” fosse de R$ 19.000.000,00, temos que o valor contábil da participação adquirida corresponde a R$ 13.300.000,00 (70% de R$ 19.000.000,00).

Consideremos, ainda, que o valor justo dos ativos identificáveis e dos passivos assumidos em “B” totalizasse R$ 20.000.000,00, e que, portanto, a empresa “A”, adquirindo 70% desse valor, ou seja, R$ 14.000.000.00, assume uma mais-valia de R$ 700.000,00, conforme demonstrado a seguir.

Imobilizado existente em “B”:

Ativo Não Circulante- Imobilizado - Imóveis .................................... R$ *

- Mais-valia ...................................R$ 700.000,00**

(*) Dado irrelevante para a demonstração da mais-valia.

(**) Será eliminado na consolidação.

Neste caso, teríamos:

a) apuração do ágio sobre a rentabilidade futura (goodwill): Valor pago do montante transferido .............................................................................. R$ 20.500.000,00 (-) Valor justo dos ativos identificáveis e passivos assumidos ...................................... R$ 14.000.000,00 Ágio sobre a rentabilidade futura (goodwill) ................................................................. R$ 6.500.000,00

b) apuração da mais-valia: Valor justo dos ativos identificáveis e passivos assumidos........................................... R$ 14.000.000,00 (-) Valor patrimonial e contábil da participação adquirida de “B” ................................. R$ 13.300.000,00Mais-valia ....................................................................................................................... R$ 700.000,00

c) registro contábil da aquisição do investimento:

Contas Contábeis Débito - R$ Crédito - R$

Investimentos (valor patrimo-nial e contábil de “B”) R$ 13.300.000,00Mais-valia (investimentos) R$ 700.000,00Ágio sobre a rentabilidade fu-tura - goodwill (Investimentos) R$ 6.500.000,00Bancos conta movimento (Ativo Circulante) R$ 20.500.000,00

Suponhamos que, posteriormente, a pessoa jurí-dica “A” decida pela incorporação da pessoa jurídica “B”, que na ocasião apresentasse a seguinte situação patrimonial:

Demais ativos .......................... R$ 15.000.000,00

Imóveis ..................................... R$ 4.000.000,00

Patrimônio Líquido ................... R$ 19.000.000,00

Neste caso, a mais-valia teria o seguinte tratamento:Registro contábil no momento da incorporação:

a) pela incorporação

Contas Contábeis Débito - R$ Crédito - R$

Demais ativos R$ 15.000.000,00

Imóveis R$ 4.000.000,00

Capital social R$ 5.700.000,00

Investimentos (valor patri-monial e contábil de “B”) R$ 13.300.000,00 *

* Eliminação do investimento em função da incorporação.

b) pela transferência da mais-valia ao valor do bem que lhe deu causa

Contas Contábeis Débito - R$ Crédito - R$

Imóveis R$ 700.000,00Mais-valia (investimentos) R$ 700.000,00

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6. ágIo PoR RentABILIdAde FutuRA (goodwILL) ou gAnho PRovenIente de ComPRA vAntAJoSA

Conforme mencionado anteriormente, o con-tribuinte que avaliar investimento pelo valor de patrimônio líquido deverá, por ocasião da aquisição da participação, desdobrar e registrar o custo de aquisição em contas distintas:

a) valor de patrimônio líquido na época da aqui-sição;

b) mais ou menos-valia, baseada em laudo ela-borado por perito independente (veja o subtó-pico 5.2), que corresponde à diferença entre o valor justo dos ativos líquidos da investida, na proporção da porcentagem da participação adquirida, e o valor de que trata a letra “a”; e

c) ágio por rentabilidade futura (goodwill), que corresponde à diferença entre o custo de aqui-sição do investimento e o somatório dos valo-res de que tratam as letras “a” e “b”.

6.1 Avaliação pelo valor do PL

A aquisição de participação societária sujeita à avaliação pelo valor do patrimônio líquido (PL) exige o reconhecimento e a mensuração:

a) primeiramente, dos ativos identificáveis adqui-ridos e dos passivos assumidos a valor justo; e

b) posteriormente, do ágio por rentabilidade futu-ra (goodwill) ou do ganho proveniente de com-pra vantajosa.

A RFB disciplinará o disposto neste artigo, podendo estabelecer formas alternativas de registro e de apresentação do laudo.

Notas

(1) Valor justo é preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência de um passivo em uma transação não forçada entre participantes do mercado na data de mensuração (Glossário do Pronun-ciamento Técnico CPC 15 (R1) - Combinação de negócios - Apêndice A).

Para efeitos da segregação do investimento, devem ser reconhecidos todos os ativos e passivos contabilizados na investida para, depois, identificar o valor justo dos ativos líquidos identificáveis que eventualmente não foram reconhe- cidos contabilmente nas demonstrações contábeis da investida, sendo assim:

a) a diferença apurada entre o valor justo desses ativos líquidos e o valor contábil da parcela adquirida do PL será considerada mais ou menos-valia de ativos líquidos; e

b) a diferença entre o valor pago e o valor justo dos ativos líquidos constitui o goodwill.

Vale mencionar que as letras “a” e “b” integram o saldo contábil do investimento; para fins de controle interno, a empresa deve segregá-Ios em subcontas distintas.

São situações que geram pagamentos superiores às aquisições de in-vestimentos, ou seja, maiores que o PL da investida, quais sejam:

a) quando os ativos da investida, Iíquidos dos passivos, mensurados a valor justo individualmente, são superiores ao valor contábil; ou

b) quando o valor justo dos ativos Iíquidos da investida são inferiores ao valor investido (pago), por haver ágio por expectativa de rentabi-lidade futura (goodwill).

(2) O ganho proveniente de compra vantajosa corresponde ao excesso do valor justo dos ativos líquidos da investida, na proporção da participação adquirida, em relação ao custo de aquisição do investimento, será computado na determinação do lucro real no período de apuração da alienação ou baixa do investimento, ou seja, a compra vantajosa (ou deságio) ocorre quando o investimento destinado a aquisição de empresa ou parte dela é menor do que realmente valem seus ativos e passivos mensurados a valor justo individualmente.

(Decreto-lei nº 1.598/1977, art. 20; Lei nº 12.973/2013, art. 2º)

6.1.1 goodwill

A pessoa jurídica que absorver patrimônio de outra, em virtude de incorporação, fusão ou cisão, na qual detinha participação societária adquirida com ágio por rentabilidade futura (goodwill) decorrente da aquisição de participação societária entre partes não dependentes, apurado segundo o disposto no inciso III do caput do art. 20 do Decreto-lei nº 1.598/1977, poderá excluir, para fins de apuração do lucro real dos períodos de apuração subsequentes, o saldo do referido ágio existente na contabilidade na data da aquisição da participação societária, à razão de 1/60, no máximo, para cada mês do período de apuração.

Ressalta-se que o contribuinte não poderá utilizar a amortização do ágio por rentabilidade futura quando:

a) o laudo não for elaborado e tempestivamente protocolado ou registrado;

b) os valores que compõem o saldo do ágio por rentabilidade futura (goodwill) não puderem ser identificados em decorrência da não observân-cia do disposto nos subtópicos 5.3 e 5.4.

A contrapartida da redução do ágio por rentabili-dade futura (goodwill), inclusive mediante redução ao valor recuperável, não será computada na determina-ção do lucro real.

Salienta-se que, no caso de a redução se referir ao valor da avaliação do investimento por ocasião da aquisição da participação, de que trata o inciso III do art. 20 do Decreto-lei nº 1.598/1977, deve ser observado que a contrapartida da redução dos valo-res da mais ou menos-valia e do goodwill, não será computada na determinação do lucro real, conforme o disposto no art. 25 do mesmo Decreto-lei.

6.1.1.1 exemplo

A pessoa jurídica “A” adquire 100% do patrimônio da pessoa jurídica “B”, pelo valor de R$ 40.000.000,00. Na data da aquisição, o valor patrimonial de “B” era de R$ 20.000.000,00. O valor justo dos ativos iden-tificáveis e passivos assumidos em “B” era de R$ 36.000.000,00.

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Imposto de Renda e Legislação Societária

Neste caso, o ágio sobre a rentabilidade futura (goodwill)* seria assim calculado:

Valor pago do montante transferido .................................................................R$ 40.000.000,00

(-) Valor justo dos ativos identificáveis e passivos assumidos .........................R$ 36.000.000,00

(=) Ágio sobre a rentabilidade futura (goodwill) ...............................................R$ 4.000.000,00

Posteriormente, a pessoa jurídica “A” decide pela incorporação da pessoa jurídica “B”.

Na data do evento de incorporação, o valor da participação da pessoa jurídica “A” em “B” é eliminado, sobrando o valor do ágio por rentabilidade futura (goodwill).

Conforme o caput do art. 22 da Lei nº 12.973/2014, este valor, se registrado em subconta na contabilidade da pessoa jurídica “A”, poderá ser excluído para fins de apuração do lucro real nos períodos subsequen-tes, à razão de 1/60, no máximo, para cada mês do período de apuração. Para fins de controle, deve-se registrar o valor do ágio na Parte B do Lalur.

* Para a simplificação, não apresentamos o valor da mais-valia (veja o exemplo prático no subtópico 5.7).

Notas(1) O laudo mencionado na letra “a” será desconsiderado na hipótese

de os dados nele constantes apresentarem comprovadamente vícios ou in-correções de caráter relevante, observando-se, ainda, que a vedação men-cionada não se aplica a participações societárias adquiridas até 31.12.2013, para os optantes, ou até 31.12.2014, para os não optantes.

(2) Os subtópicos 6.1.1 e 6.1.2 aplicam-se inclusive quando a empresa incorporada, fusionada ou cindida for aquela que detinha a propriedade da participação societária.

(Lei nº 12.973/2013, arts. 22, 24 e 25)

6.1.2 ganho por compra vantajosaA pessoa jurídica que absorver patrimônio de

outra, em virtude de incorporação, fusão ou cisão, na qual detinha participação societária adquirida com ganho proveniente de compra vantajosa, conforme definido no § 6º do art. 20 do Decreto-lei nº 1.598/1977, deverá computar o referido ganho na determinação do lucro real dos períodos de apuração subsequentes à data do evento, à razão de 1/60, no mínimo, para cada mês do período de apuração.

O ganho decorrente do excesso do valor líquido dos ativos identificáveis adquiridos e dos passivos assumidos, mensurados pelos respectivos valores justos, em relação à contraprestação transferida, será computado na determinação do lucro real no período de apuração relativo à data do evento e pos-teriores, à razão de 1/60, no mínimo, para cada mês do período de apuração, observando-se, conforme o caso, que:

a) será computado na determinação do lucro real no período de apuração da alienação ou baixa do investimento; ou

b) o disposto no art. 22 da Lei nº 12.973/2014.

Exemplificando:

a) a pessoa jurídica “A” adquiriu 80% da pessoa jurídica “B” e pagou pela aquisição a impor-tância de R$ 2.000.000,00, à vista.

O valor líquido, na data da aquisição, dos ativos identificáveis adquiridos e dos passivos assumidos da pessoa jurídica “B”, conforme NBC TG 15 - Combinação de negócios, soma a importância de R$ 2.400.000,00.

O saldo contábil do patrimônio líquido da pessoa jurídica “B” é de R$ 1.600.000,00.

Conforme a nova redação do art. 20 do Decreto--lei nº 1.598/1977, alterado pelo art. 2º da Lei nº 12.973/2014, na aquisição da participação societária, o contribuinte deve desdobrar o custo de aquisição e registrar nas subcontas distintas de:

a.1) valor de patrimônio líquido na época da aquisição;

a.2) mais ou menos-valia; ea.3) ágio por rentabilidade futura (goodwill).

Assim, no exemplo, o lançamento contábil na aquisição da participação societária seria:

Contas contábeis Débito - R$ Crédito - R$

Investimentos e participações societárias (ANC) R$ 1.600.000,00

Mais-valia (ANC - Investimentos) * R$ 800.000,00

Ganho na compra vantajosa (Conta de Resultado)** R$ 400.000,00

Bancos conta movimento (Ativo Circulante) R$ 2.000.000,00

* Valor líquido dos ativos identificáveis adquiridos e passivos assumidos da pessoa jurídica “B”, na data da aquisição do investimento, menos o saldo contábil do patrimônio líquido da pessoa jurídica “B”.

** Valor líquido dos ativos identificáveis adquiridos e passivos assumidos da pessoa jurídica “B”, na data da aquisição do investimento, menos o valor pago pela aquisição.

Nota

A pessoa jurídica “A”, ao incorporar o patrimônio da pessoa jurídica “B”, deverá computar o ganho proveniente de compra vantajosa na deter-minação do lucro real. Para isso, ela deve excluir esse valor na Parte “A”

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Manual de Procedimentos

e controlar na Parte “B” do Lalur, diferir e oferecer à tributação, a partir do mês seguinte ao do evento, à razão de 1/60, no mínimo, para cada mês do período de apuração (arts. 23 e 27 da Lei nº 12.973/2014).

(Lei nº 12.973/2013, arts. 23 e 27)

6.1.3 Avaliação com base no valor justo na sucedida transferido para a sucessora

Nos casos de incorporação, fusão ou cisão, os ganhos decorrentes de avaliação com base no valor justo na sucedida não poderão ser considerados na sucessora como integrante do custo do bem ou direito que lhe deu causa para efeito de determinação de ganho ou perda de capital e do cômputo da deprecia-ção, amortização ou exaustão.

Os ganhos e perdas evidenciados nas subcontas de que tratam os arts. 13 e 14 da Lei nº 12.973/2014, transferidos em decorrência de incorporação, fusão ou cisão terão, na sucessora, o mesmo tratamento tributário que teriam na sucedida.

(Lei nº 12.973/2013, art. 26)

7. AquISIção de PARtICIPAção SoCIetáRIA Com ContRoLe

Na hipótese de aquisição de participação societária em estágios, caso ocorra incorporação, fusão ou cisão:

a) deve ocorrer a baixa dos valores controlados no livro de apuração do lucro real, sem qualquer efeito na apuração do lucro real, registrados por ocasião da aquisição do controle de empresa na qual se detinha participação societária anterior dos seguintes valores;a.1) o ganho decorrente de avaliação da partici-

pação societária anterior com base no valor justo, apurado na data da aquisição, po-derá ser diferido, sendo reconhecido para fins de apuração do lucro real por ocasião da alienação ou baixa do investimento;

a.2) a perda relacionada à avaliação da parti-cipação societária anterior com base no valor justo, apurada na data da aquisi-ção, poderá ser considerada na apura-ção do lucro real somente por ocasião da alienação ou baixa do investimento; e

a.3) o ganho decorrente do excesso do va-lor justo dos ativos líquidos da investida, na proporção da participação anterior, em relação ao valor dessa participação avaliada a valor justo, também poderá ser diferido, sendo reconhecido para fins de apuração do lucro real por ocasião da alienação ou baixa do investimento;

b) não deve ser computada na apuração do lucro real a variação da mais-valia ou menos-valia, que venha a ser:b.1) considerada contabilmente no custo do

ativo ou no valor do passivo que lhe deu causa; ou

b.2) baixada, na hipótese de o ativo ou o pas-sivo que lhe deu causa não integrar o pa-trimônio da sucessora; e

c) não poderá ser excluída na apuração do lucro real a variação do ágio por rentabilidade futura (goodwill).

Excetuadas as hipóteses previstas nas letras “b” e “c”, aplica-se ao saldo existente na contabilidade, na data da aquisição da participação societária, referente a mais ou menos-valia e ao ágio por rentabilidade futura (goodwill), tratados nos subtópicos 5.3, 5.4 e 6.1.1.

Nota

Deverão ser contabilizadas em subcontas distintas:

a) a mais ou menos-valia e o ágio por rentabilidade futura (goodwill) relativos à participação societária anterior, existentes antes da aqui-sição do controle; e

b) as variações nos valores a que se refere a letra “a”, em decorrência da aquisição do controle.

(Lei nº 12.973/2014, arts. 37 e 38; Decreto-lei nº 1.598/1977, art. 20)

8. AquISIção de PARtICIPAção SoCIetáRIA Sem ContRoLe

Nas incorporações, fusões ou cisões de empresa não controlada na qual se detinha participação socie-tária anterior que não se enquadre na situação prevista no tópico 7, não terá efeito na apuração do lucro real:

a) o ganho ou perda decorrente de avaliação da participação societária anterior com base no valor justo, apurado na data do evento; e

b) o ganho decorrente do excesso do valor justo dos ativos líquidos da investida, na proporção da participação anterior, em relação ao valor dessa participação avaliada a valor justo.

8.1 tratamento da variação de mais ou menos-valia

Cumpre mencionar que não deve ser computada na apuração do lucro real a variação da mais-valia ou menos-valia que venha a ser:

a) considerada contabilmente no custo do ativo ou no valor do passivo que lhe deu causa; ou

b) baixada, na hipótese de o ativo ou o passivo que lhe deu causa não integrar o patrimônio da sucessora.

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8.2 tratamento da variação do ágio por rentabilidade futura

Não poderá ser excluída na apuração do lucro real a variação do ágio por rentabilidade futura (goodwill).

Excetuadas as hipóteses previstas nos sub-tópicos 8.1 e 8.2, aplica-se ao saldo existente na contabilidade, na data da aquisição da participação societária, referente a mais ou menos-valia e ao ágio por rentabilidade futura (goodwill) de que tratam os subtópicos 5.3, 5.4 e 6.1.1.

Nota

Deverão ser contabilizadas em subcontas distintas:

a) a mais ou menos-valia e o ágio por rentabilidade futura (goodwill) relativos à participação societária anterior, existentes antes da incor-poração, fusão ou cisão; e

b) as variações nos valores a que se refere a letra “a”, em decorrência da incorporação, fusão ou cisão.

(Lei nº 12.973/2014, art. 39; Decreto-lei nº 1.598/1977, art. 20)

9. ReSeRvAS de ReAvALIAção tRAnSFeRIdAS

O RIR/1999, art. 441, dispõe que as reservas de reavaliação transferidas por ocasião da incorporação, fusão ou cisão devem ter, na sucessora, o mesmo tratamento tributário que teriam na sucedida.

Portanto, tais reservas não são consideradas realizadas pela simples ocorrência desses eventos.

Isso significa que permanece, em relação a elas, a regra segundo a qual o valor da reserva de reavaliação deve ser computado na determinação do lucro real, em cada período de apuração, no montante do aumento do valor dos bens reavaliados que tenha sido realizado no período, inclusive mediante (RIR/1999, art. 435, II):

a) alienação, sob qualquer forma;b) depreciação, amortização ou exaustão;c) baixa por perecimento.

NotaNão é demais lembrar que, até 31.12.1999, o valor da reserva de rea-

valiação que fosse utilizado para aumento do capital social também devia ser computado na determinação do lucro real, no montante capitalizado (RIR/1999, art. 435, I). Contudo, desde 1º.01.2000, em decorrência da Lei nº 9.959/2000, art. 4º, a contrapartida da reavaliação de quaisquer bens da pessoa jurídica somente deve ser computada em conta de resultado ou na determinação do lucro real e da base de cálculo da CSL quando ocorrer a efetiva realização do bem reavaliado, ou seja, nos termos anteriormente citados (letras “a” a “c”).

10. ComPenSAção de PReJuízoS FISCAISNos termos da regra contida no RIR/1999, art. 514:a) a pessoa jurídica sucessora por incorporação,

fusão ou cisão não pode compensar prejuízos fiscais da sucedida;

b) no caso de cisão parcial, a pessoa jurídica cin-dida poderá compensar os seus próprios pre-

juízos, proporcionalmente à parcela remanes-cente do Patrimônio Líquido (PL).

Exemplo: se admitirmos que determinada empresa tenha, na Parte B de seu Lalur, prejuízo fiscal a com-pensar no valor de R$ 50.000,00 e que esta empresa seja cindida parcialmente, com transferência de 40% de seu PL para outra sociedade, teremos, conside-rada a regra da letra “b” supra:

a) R$ 20.000,00 de prejuízos fiscais a serem baixa-dos no Lalur por ocasião da cisão, já que este valor (resultante da aplicação do percentual do patrimônio transferido na cisão - 40% - sobre os R$ 50.000,00 de prejuízo fiscal a compensar) não poderia mais ser objeto de compensação;

b) R$ 30.000,00 (parcela restante do prejuízo fis-cal) que permaneceriam registrados no Lalur para serem compensados normalmente, ob-servadas as regras gerais sobre compensa-ção de prejuízos fiscais.

(Decreto-lei nº 2.341/1987, art. 33, parágrafo único)

10.1 Contribuição Social sobre o Lucro

As regras supracitadas aplicam-se também à CSL (Medida Provisória nº 2.158-35/2001, art. 22).

A propósito, a Instrução Normativa SRF nº 390/2004, art. 81, declara que:

a) a pessoa jurídica sucessora por incorporação, fusão ou cisão não poderá compensar bases de cálculo negativas da CSL da sucedida rela-tivas a períodos de apuração anteriores, nem a apurada na demonstração do resultado ajus-tado correspondente ao evento;

b) no caso de cisão parcial, a pessoa jurídica cin-dida poderá compensar as suas próprias ba-ses de cálculo negativas, proporcionalmente à parcela remanescente do patrimônio líquido.

10.2 LimiteA compensação de prejuízos fiscais é limitada a

30% do lucro líquido ajustado pelas adições e exclu-sões previstas na legislação do Imposto de Renda (Lei nº 9.065/1995, art. 15). Essa limitação, conhecida como “trava de 30%”, aplica-se também à compen-sação de bases de cálculo negativas de CSL (Lei nº 9.065/1995, art. 16).

Notas

(1) O saldo de prejuízos não operacionais de que trata o art. 31 da Lei nº 9.249/1995, existente em 31.12.2013, para os optantes pelo novo regime tribu-tário (tópico 2), ou em 31.12.2014, para os não optantes, somente poderá ser compensado com os lucros, a que se refere o art. 43 da Lei nº 12.973/2014 (veja a nota 2), observado o limite de 30%, previsto no art. 15 da Lei nº 9.065/1995.

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(2) Os prejuízos decorrentes da alienação de bens e direitos do ativo imobilizado, investimento e intangível, ainda que reclassificados para o Ativo Circulante com intenção de venda, poderão ser compensados, nos perío-dos de apuração subsequentes ao de sua apuração, somente com lucros de mesma natureza, observado o limite de 30%.

(Lei nº 9.065/1995, art. 15; Lei nº 12.973/2014, arts. 43 e 70)

11. InCentIvoS FISCAIS

Nas hipóteses de fusão, incorporação ou cisão de pessoa jurídica titular de participação acionária, o direito à utilização do incentivo de aplicação de parcelas do IRPJ em empreendimento próprio (de setor da economia considerado, pelo Poder Executivo, prioritário para o desenvolvimento regional) é automa-ticamente transferido à pessoa jurídica sucessora, que deve manter o percentual de integralização de recur-sos próprios (Lei nº 8.167/1994, art. 9º, § 11, incluído pela Medida Provisória nº 2.199-14/2001, art. 4º).

12. ReSPonSABILIdAde PoR SuCeSSão

Nos casos de incorporação, fusão ou cisão de empresas, a responsabilidade tributária está definida no RIR/1999, art. 207 (cuja matriz legal é o Código Tributário Nacional - CTN, art. 132, além do Decreto-lei nº 1.598/1977, art. 5º), e estabelece que respondem pelos tributos das pessoas jurídicas transformadas, incorporadas, fundidas, extintas ou cindidas:

a) a pessoa jurídica resultante da transformação de outra;

b) a pessoa jurídica constituída pela fusão de ou-tras, ou em decorrência de cisão de sociedade;

c) a pessoa jurídica que incorporar outra, ou par-cela do patrimônio de sociedade cindida;

d) a pessoa física sócia da pessoa jurídica ex-tinta mediante liquidação, ou seu espólio, que

continuar a exploração da atividade social sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual;

e) os sócios, com poderes de administração, da pessoa jurídica que deixar de funcionar sem proceder à liquidação, ou sem apresentar a declaração de encerramento da liquidação.

Importa, ainda, registrar que respondem solida-riamente pelo imposto devido pela pessoa jurídica:

a) as sociedades que receberem parcelas do pa-trimônio da pessoa jurídica extinta por cisão;

b) a sociedade cindida e a sociedade que ab-sorver parcela do seu patrimônio, no caso de cisão parcial;

c) os sócios, com poderes de administração, da pessoa jurídica extinta que deixar de funcionar sem proceder à liquidação, ou deixar de apre-sentar a declaração de informações no encer-ramento da liquidação.

Notas(1) A jurisprudência administrativa e judicial predominante é no sentido

de que o sucessor não é responsável por multa punitiva aplicada à sucedida. Exatamente pelo caráter de punição, a multa não pode ser transferida a outra pessoa que não o infrator. Além disso, o CTN, art. 132, restringe a respon-sabilidade a “tributos”, nos seguintes termos: “a pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até a data do ato pelas pes-soas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas” (grifamos). Todavia, há dúvidas quanto à transferência de responsabilidade da multa moratória e dos juros de mora, sobretudo pela menção exclusiva a “tributos” (e não a “crédito tributário”) do dispositivo transcrito.

(2) O Conselho de Contribuintes, contudo, tem decidido que a respon-sabilidade por multa lançada antes do ato sucessório transfere-se à incor-poradora por representar passivo já constituído. Como exemplo, citamos o Acórdão nº 108-07.745 /2004, assim ementado: “A jurisprudência da CSRF tem sido no sentido de que a responsabilidade da sucessora, nos estritos termos do CTN, art. 132, e da lei ordinária (Decreto-lei 1.598/77), restringe-se aos casos de tributos não pagos pela sucedida. A transferência de respon-sabilidade sobre a multa fiscal somente se dá quando ela tiver sido lançada antes do ato sucessório, porque, neste caso, trata-se de um passivo da so-ciedade incorporada, assumido pela sucessora. [...]”.

N

a Legislação Falimentar

Recuperação judicial e falência - Assembleia-Geral de Credores SUMÁRIO 1. Introdução 2. Atribuições 3. Convocação 4. Composição 5. Funcionamento da assembleia 6. Voto 7. Quórum de deliberação 8. Participação de pessoas ligadas

9. Eleição dos membros do Comitê de Credores 10. Deliberações sobre plano de recuperação judicial 11. Deliberações sobre forma alternativa de realização do

ativo do falido

1. IntRodução

O diploma legal disciplinador dos processos de falência e recuperação judicial (Lei nº 11.101/2005) inovou com a criação e os contornos que deu à Assembleia-Geral de Credores.

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Conforme veremos adiante, esse órgão colegiado tem importância relativa para os casos de falência, mas é fundamental no caso de recuperação judicial.

Nota

Cabe assinalar que, no caso de recuperação judicial de microempresa ou empresa de pequeno porte (regida pelos arts. 70 a 72 da Lei nº 11.101/2005), não é convocada Assembleia-Geral de Credores para deliberar sobre o plano. Fica a critério exclusivo do juiz conceder ou não a recuperação judicial.

2. AtRIBuIçõeS

O art. 35 da citada lei define atribuições específicas para a Assembleia-Geral de Credores, conforme se trate de processo de recuperação judicial ou falência.

2.1 na recuperação judicial

A Assembleia-Geral de Credores tem por atribui-ções, na recuperação judicial, deliberar sobre:

a) a aprovação, rejeição ou modificação do pla-no de recuperação judicial apresentado pelo devedor;

b) a constituição do comitê de credores, bem como a escolha de seus membros e suas substituições;

c) o pedido de desistência do devedor após o deferimento do processamento da recupera-ção judicial;

Nota

Após o deferimento do processamento da recuperação judicial, a de-sistência é, em princípio, vedada, exceto se o devedor obtiver aprovação da Assembleia-Geral de Credores (art. 52, § 4º, da Lei nº 11.101/2005).

d) o nome do gestor judicial, quando do afasta-mento do devedor;

e) qualquer outra matéria que possa afetar os in-teresses dos credores.

2.2 na falência

Nos processos de falência, a Assembleia-Geral de Credores tem por atribuições deliberar sobre:

a) a constituição do comitê de credores, bem como a escolha de seus membros e suas substituições;

b) a adoção de outras modalidades de realiza-ção do Ativo do falido (Lei nº 11.101/2005, art. 145 - veja nota a seguir);

c) qualquer outra matéria que possa afetar os in-teresses dos credores.

Nota

De acordo com o art. 145 da lei em foco, o juiz pode homologar outras modalidades de realização do Ativo do devedor (alternativamente às previs-tas nos arts. 139 a 144), desde que aprovadas pela Assembleia-Geral de Credores, inclusive com a constituição de sociedade de credores ou em-pregados do próprio devedor (com participação, se necessário, dos atuais sócios ou de terceiros).

3. ConvoCAção

Nos termos do art. 36 da Lei nº 11.101/2005, a Assembleia-Geral de Credores será convocada pelo juiz por edital publicado no órgão oficial e em jornais de grande circulação nas localidades da sede e das filiais, com antecedência mínima de 15 dias.

A cópia do aviso de convocação da assembleia deve ser afixada de forma ostensiva na sede e nas filiais do devedor.

O edital deve conter:

a) o local, a data e a hora da assembleia, em pri-meira e em segunda convocação, não poden-do esta ser realizada antes de 5 dias a contar da primeira;

b) a ordem do dia;

c) se for o caso, o local onde os credores poderão obter cópia do plano de recuperação judicial a ser submetido à deliberação da assembleia.

3.1 Convocação pelos credores

Credores que representem, no mínimo, 25% do valor total dos créditos de uma determinada classe também podem requerer ao juiz a convocação de assembleia geral (art. 36, § 2º, da Lei nº 11.101/2005).

3.2 despesas com a assembleia

As despesas com a convocação e a realização da assembleia geral correm por conta do devedor ou da massa falida, salvo se convocada em virtude de requerimento do comitê de credores ou de credores que representem, no mínimo, 25% do valor total dos créditos de uma determinada classe, conforme su-bitem 3.1 (art. 36, § 3º, da Lei nº 11.101/2005).

4. ComPoSIção

A Assembleia-Geral é composta pelas seguintes classes de credores (art. 41 da Lei nº 11.101/2005):

a) titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho;

b) titulares de créditos com garantia real;

c) titulares de créditos quirografários, com privi-légio especial, geral ou subordinados.

Deve ser observado que, por determinação dos §§ 1º e 2º do mesmo art. 41:

a) os titulares de créditos derivados da legisla-ção do trabalho votam com a classe mencio-

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nada na letra “a” com o total de seu crédito, independentemente do valor;

b) os titulares de créditos com garantia real vo-tam com a classe a que se refere a letra “b” até o limite do valor do bem gravado e com a classe indicada na letra “c”, pelo restante do valor de seu crédito.

5. FunCIonAmento dA ASSemBLeIA

A assembleia é presidida pelo administrador judicial, que deve designar um secretário dentre os credores presentes.

Nas deliberações sobre o afastamento do admi-nistrador judicial ou em outras em que haja incompa-tibilidade com este, a assembleia será presidida pelo credor presente que seja titular do maior crédito.

Devem ser observadas as seguintes regras for-mais de instalação e funcionamento da assembleia, conforme estabelece o art. 37 da lei em foco:

a) a assembleia será instalada, em primeira convo-cação, com a presença de credores titulares de mais da metade dos créditos de cada classe, computados pelo valor, e, em segunda convo-cação, com qualquer número de participantes;

b) para participar da assembleia, cada credor deve assinar a lista de presença, que será en-cerrada no momento da instalação;

c) o credor pode ser representado na Assembleia--Geral por mandatário ou representante legal, desde que entregue ao administrador judicial, até 24 horas antes da data prevista no aviso de convocação, documento hábil que comprove seus poderes ou indique as folhas dos autos do processo em que se encontre o documento;

d) os sindicatos de trabalhadores podem repre-sentar seus associados titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decor-rentes de acidente de trabalho que não com-parecerem, pessoalmente ou por procurador, à assembleia;

e) para efeito da prerrogativa mencionada em “d”: e.1) o sindicato deverá apresentar ao admi-

nistrador judicial, até 10 dias antes da as-sembleia, a relação dos associados que pretende representar; e

e.2) o trabalhador que conste da relação de mais de um sindicato deverá esclarecer, em até 24 horas antes da assembleia, qual sindicato o representa, sob pena de não ser representado em assembleia por nenhum deles;

f) será lavrada ata sobre todo o ocorrido na as-sembleia, contendo o nome dos presentes e as assinaturas do presidente, do devedor e de 2 membros de cada uma das classes votan-tes, a ser entregue ao juiz, juntamente com a lista de presença, no prazo de 48 horas.

5.1 Suspensão ou adiamento

O art. 40 contém uma norma cujo intuito é assegu-rar a realização da assembleia.

Esse dispositivo prevê que não será deferido pro-vimento liminar, de caráter cautelar ou antecipatório dos efeitos da tutela, para a suspensão ou adiamento da Assembleia-Geral de Credores em razão de pendência de discussão acerca da existência, da quantificação ou da classificação de créditos.

6. voto

O art. 38 da lei em comento estabelece que o voto do credor será proporcional ao valor de seu crédito.

Fica ressalvada, contudo, a hipótese de delibe-ração sobre o plano de recuperação judicial, porque nesta, entre os titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho, a proposta deve ser aprovada pela maioria simples dos credores presentes, independentemente do valor de seu crédito.

Na recuperação judicial, exclusivamente para fins de votação em assembleia geral, o crédito em moeda estrangeira será convertido em moeda nacional pelo câmbio da véspera da data de realização da assembleia.

6.1 direito de voto

O art. 39 estabelece que terão direito a voto, na assembleia geral, as pessoas:

a) arroladas no quadro-geral de credores ou, na sua falta, na relação de credores apresentada pelo administrador judicial, ou, ainda, na fal-ta desta, na relação apresentada pelo próprio devedor (conforme previsão dos arts. 51, III e IV, 99, III, e 105, II, da Lei nº 11.101/2005); e

b) que estejam habilitadas na data da realização da assembleia ou que tenham créditos admi-tidos ou alterados por decisão judicial, inclusi-ve as que tenham obtido reserva de importân-cias, observado que (art. 10, §§ 1º e 2º, da Lei nº 11.101/2005):b.1) na recuperação judicial, os titulares de cré-

ditos retardatários, excetuados os titulares de créditos derivados da relação de traba-

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36-16 IR/LS Manual de Procedimentos - Set/2014 - Fascículo 36 - Boletim IOB

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Imposto de Renda e Legislação Societária

lho, não terão direito a voto nas delibera-ções da Assembleia-Geral de Credores;

b.2) a regra mencionada em “b.1” se aplica ao processo de falência, salvo se, na data da realização da assembleia geral, já houver sido homologado o quadro-geral de cre-dores contendo o crédito retardatário.

É importante sublinhar que não terão direito a voto e não serão considerados para fins de verificação do quórum de instalação e de deliberação:

a) o credor titular da posição de proprietário fidu-ciário de bens móveis ou imóveis;

b) o arrendador mercantil;c) o proprietário ou promitente vendedor de imó-

vel cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilida-de, inclusive em incorporações imobiliárias;

d) o proprietário em contrato de venda com re-serva de domínio;

e) o credor de importância, entregue ao devedor em moeda corrente nacional, decorrente de adianta-mento a contrato de câmbio para exportação.

Notas

(1) As deliberações da assembleia-geral não serão invalidadas em ra-zão de posterior decisão judicial acerca da existência, da quantificação ou da classificação de créditos.

(2) No caso de posterior invalidação de deliberação da assembleia, ficam resguardados os direitos de terceiros de boa-fé, respondendo os cre-dores que aprovarem a deliberação pelos prejuízos comprovados causados por dolo ou culpa.

7. quÓRum de deLIBeRAção

O art. 42 estabelece que se considerará aprovada a proposta que obtiver votos favoráveis de credores que representem mais da metade do valor total dos créditos presentes à assembleia geral, exceto nas deliberações sobre:

a) o plano de recuperação judicial;b) a composição do comitê de credores; ouc) a forma alternativa de realização do ativo do

falido.

8. PARtICIPAção de PeSSoAS LIgAdAS

Os sócios do devedor, bem como as sociedades coligadas, controladoras, controladas ou as que tenham sócio ou acionista com participação superior a 10% do capital social do devedor ou em que este ou algum de seus sócios detenham participação superior a 10% do capital social, podem participar da Assembleia-Geral de Credores, contudo, sem direito a voto e sem serem considerados para fins de verificação do quórum de instalação e de deliberação da assembleia.

Essa restrição também se aplica ao cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, colateral até o segundo grau, ascendente ou descendente do devedor, de admi-nistrador, do sócio controlador, de membro dos conselhos consultivo, fiscal ou semelhantes da sociedade deve-dora, e à sociedade em que quaisquer dessas pessoas exerçam essas funções (art. 43 da Lei nº 11.101/2005).

9. eLeIção doS memBRoS do ComItÊ de CRedoReS

O art. 44 dispõe que, na escolha dos representan-tes de cada classe no comitê de credores, somente os respectivos membros podem votar.

10. deLIBeRAçõeS SoBRe PLAno de ReCuPeRAção JudICIAL

Nos termos do art. 45, nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial, todas as classes de cre-dores mencionadas no item 4 devem aprovar a proposta.

A proposta deve ser aprovada por credores que representem mais da metade do valor total dos crédi-tos presentes à assembleia e, cumulativamente, pela maioria simples dos credores presentes em cada uma das seguintes classes:

a) titulares de créditos com garantia real;b) titulares de créditos quirografários, com privi-

légio especial, geral ou subordinados.

Entre os titulares de créditos derivados da legis-lação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho, a proposta deve ser aprovada pela maioria simples dos credores presentes, independentemente do valor de seu crédito.

Nota

O credor não terá direito a voto e não será considerado, para fins de verificação de quórum de deliberação, se o plano de recuperação judicial não alterar o valor ou as condições originais de pagamento de seu crédito.

11. deLIBeRAçõeS SoBRe FoRmA ALteRnAtIvA de ReALIzAção do AtIvo do FALIdo

O art. 145 da lei em foco prevê que o juiz homo-logará modalidade alternativa de realização do Ativo do falido, devidamente aprovada pela Assembleia--Geral de Credores, inclusive com a constituição de sociedade de credores ou dos empregados do próprio devedor, com a participação, se necessário, dos atuais sócios ou de terceiros.

Por seu turno, o art. 46 define que a aprovação dessa forma alternativa de realização do Ativo depen-derá do voto favorável de credores que representem dois terços dos créditos presentes à assembleia.

N

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Manual de Procedimentos

COOPeRaTIva

PIS-Pasep sobre folha de salários

1. IntRodução

Nos meses em que a sociedade cooperativa fizer uso de qualquer das exclusões ou deduções previs-tas na Medida Provisória nº 2.158-35/2001, art. 15, bem como na Instrução Normativa SRF nº 635/2006, deverá também efetuar o pagamento da contribuição para o PIS-Pasep incidente sobre a folha de salários.

2. ContRIBuInteS

De acordo com a Instrução Normativa SRF nº 635/2006, que trata exclusivamente da contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins, devidos pelas socie-dades cooperativas, também estão sujeitas à contri-buição para o PIS-Pasep sobre a folha de salários a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), as organizações estaduais de cooperativas e as seguin-tes sociedades cooperativas de:

a) produção agropecuária que fizerem uso das seguintes deduções e exclusões na determi-nação da base de cálculo do PIS-Pasep sobre faturamento:a.1) exclusão do valor repassado ao associa-

do, decorrente da comercialização, no mercado interno, de produtos por ele en-tregues à cooperativa;

a.2) exclusão das receitas de venda de bens e mercadorias ao associado;

a.3) exclusão das receitas decorrentes da pres-tação, ao associado, de serviços espe- cializados aplicáveis na atividade rural, rela- tivos a assistência técnica, extensão rural, formação profissional e assemelhadas;

a.4) exclusão das receitas decorrentes de beneficiamento, armazenamento e in-dustrialização de produto do associado;

a.5) dedução dos custos agregados ao produ-to agropecuário dos associados, quando da sua comercialização;

a.6) exclusão das receitas financeiras decor-rentes de repasse de empréstimos rurais contraídos de instituições financeiras, até o limite dos encargos a estas devidos, na hipótese de apuração das contribuições no regime cumulativo;

a.7) dedução das sobras líquidas apuradas na Demonstração do Resultado do Exercício, antes da destinação para a constituição do Fundo de Reserva e do Fundo de Assistên-cia Técnica, Educacional e Social (Fates), previstos na Lei nº 5.764/1971, art. 28;

b) eletrificação rural que fizerem uso das seguintes deduções e exclusões na determinação da base de cálculo do PIS-Pasep sobre faturamento:b.1) dedução dos custos dos serviços presta-

dos aos associados;b.2) exclusão da receita referente aos bens

vendidos aos associados, vinculados às atividades destes;

b.3) dedução das sobras líquidas apuradas na Demonstração do Resultado do Exer-cício, antes da destinação para a consti-tuição do Fundo de Reserva e do Fates;

c) crédito que fizerem uso das seguintes dedu-ções e exclusões na determinação da base de cálculo do PIS-Pasep sobre faturamento:c.1) dedução das despesas incorridas nas

operações de intermediação financeira;c.2) dedução dos encargos com obrigações

por refinanciamentos, empréstimos e re-passes de recursos de órgãos e institui-ções oficiais ou de direito privado;

c.3) dedução das perdas com títulos de ren-da fixa e variável, exceto com ações;

c.4) dedução das perdas com ativos financei-ros e mercadorias em operações de hedge;

c.5) exclusão dos ingressos decorrentes de ato cooperativo;

c.6) dedução das sobras líquidas apuradas na Demonstração do Resultado do Exer-cício, antes da destinação para a consti-tuição do Fundo de Reserva e do Fates, previstos no art. 28 da Lei nº 5.764/1971;

d) transporte rodoviário de cargas que fizerem uso das seguintes deduções e exclusões na determinação da base de cálculo do PIS-Pa-sep sobre faturamento:d.1) exclusão dos ingressos decorrentes de

ato cooperativo;d.2) exclusão das receitas de venda de bens

a associados, vinculados às atividades destes;

a IOB Setorial

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d.3) exclusão das receitas decorrentes da prestação, aos associados, de serviços especializados aplicáveis na atividade de transporte rodoviário de cargas, rela-tivos a assistência técnica, formação pro-fissional e atividades assemelhadas;

d.4) exclusão das receitas financeiras decor-rentes de repasse de empréstimos con-traídos de instituições financeiras, para a aquisição de bens vinculados à atividade de transporte rodoviário de cargas, até o limite dos encargos devidos às institui-ções financeiras;

d.5) dedução das sobras líquidas apuradas na Demonstração do Resultado do Exer-cício, antes da destinação para a consti-tuição do Fundo de Reserva e do Fates.

3. FAto geRAdoR

O fato gerador da contribuição para o PIS-Pasep incidente sobre o total da folha de salários é o paga-mento dessa folha efetuado pelas pessoas jurídicas de que trata o tópico 2.

4. ALíquotA

A alíquota da contribuição para o PIS-Pasep inci-dente sobre a folha de salários é de 1%.

5. BASe de CáLCuLo

A base de cálculo da contribuição para o PIS--Pasep, incidente sobre a folha de salários mensal,

corresponde à remuneração paga, devida ou credi-tada a empregados.

A folha de pagamento mensal compreende os valores dos rendimentos do trabalho assalariado de qualquer natureza, tais como salários, gratificações, comissões, adicional de função, ajuda de custo, aviso--prévio trabalhado, adicional de férias, quinquênios, adicional noturno, horas extras, 13º salário, repouso semanal remunerado e diárias superiores a 50% do salário.

Não integram a base de cálculo os valores relativos a salário-família, tíquete-alimentação, vale--transporte, aviso-prévio indenizado, férias e licença--prêmio indenizadas, incentivo pago em decorrência de adesão a plano de demissão voluntária (PDV), ao FGTS pago diretamente ao empregado, decorrente de rescisão contratual, e outras indenizações por dispensa, desde que dentro dos limites legais.

(Instrução Normativa SRF nº 635/2006, art. 28; Instrução Normativa SRF nº 247/2002, art. 51; Perguntas e Respostas DIPJ 2014, Capítulo XXIV, questões nº 1 a 4; Medida Provisória nº 2.158-35/2001)

6. PRAzo e CÓdIgo de ReCoLhImento

O vencimento da contribuição para o PIS-Pasep, incidente sobre a folha de salários, é até o 25º dia do mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores, sob o código de Darf 8301.

(Medida Provisória nº 2.158-35/2001, art. 18; Instrução Normativa SRF nº 635/2006, art. 37, III)

N

a IOB Perguntas e Respostas

IR FOnTe

Fundos de investimento - Pagamentos efetuados - Tributação

As importâncias pagas ou creditadas por fundos de investimento a pessoas jurídicas, pela prestação de serviços profissionais, estão sujeitas à retenção do Im-posto de Renda na Fonte?

Não. As importâncias pagas ou creditadas por fundos de investimento a pessoas jurídicas pela pres-tação de serviços caracterizadamente de natureza

profissional não estão sujeitos à retenção do Imposto de Renda na Fonte de que trata o art. 647 do RIR/1999.

Tal retenção só se aplica aos pagamentos referidos quando efetuados por pessoas jurídicas, qualificação na qual não se enquadram os fundos de investimentos, dado consistirem em uma comunhão de recursos, constituída sob a forma de condomínio e, portanto, sem personalidade jurídica.

(Solução de Consulta Cosit nº 9/2014)