16
Boletim j Manual de Procedimentos Veja nos Próximos Fascículos a DIPJ - Entrega com atraso e retificação a IRPJ/CSL - Juros remuneratórios do capital próprio de empresas tributadas pelo lucro real a Imposto de Renda - Mútuo (empréstimo) de dinheiro entre pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física Imposto de Renda e Legislação Societária Fascículo N o 27/2014 / a Tributos e Contribuições Federais IRPJ/IRPF Incentivos fiscais para as atividades de caráter desportivo 01 / a Legislação Societária Sociedade em nome coletivo 06 / a IOB Setorial Importação Cofins-Importação - Alíquotas majoradas 08 / a IOB Comenta Registro do Comércio Crimes de lavagem de dinheiro deverão ser comunicados ao Coaf pelas Juntas Comerciais 12 / a IOB Perguntas e Respostas Atividade imobiliária Loteamento - Conceito 13 Cofins/PIS-Pasep Cooperativas - Exclusão da base de cálculo 13 IRPJ/CSL Lei nº 12973/2014 - Opção pelos efeitos em 2014 14 Receita bruta - Novo conceito pela Lei nº 12973/2014 14 Serviços prestados no território nacional - Lucro real - Obrigato- riedade 14

IOB - Imposto de Renda - nº 27/2014 - 1ª Sem Julho · entre pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física Imposto de Renda e Legislação Societária Fascículo

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Boletimj

Manual de Procedimentos

Veja nos Próximos Fascículos

a DIPJ - Entrega com atraso e retificação

a IRPJ/CSL - Juros remuneratórios do capital próprio de empresas tributadas pelo lucro real

a Imposto de Renda - Mútuo (empréstimo) de dinheiro entre pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física

Imposto de Renda e Legislação Societária

Fascículo No 27/2014

/a Tributos e Contribuições FederaisIRPJ/IRPFIncentivos fiscais para as atividades de caráter desportivo . . . . . . . . . 01

/a Legislação SocietáriaSociedade em nome coletivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06

/a IOB SetorialImportaçãoCofins-Importação - Alíquotas majoradas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08

/a IOB ComentaRegistro do ComércioCrimes de lavagem de dinheiro deverão ser comunicados ao Coaf pelas Juntas Comerciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

/a IOB Perguntas e RespostasAtividade imobiliáriaLoteamento - Conceito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

Cofins/PIS-PasepCooperativas - Exclusão da base de cálculo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

IRPJ/CSLLei nº 12 .973/2014 - Opção pelos efeitos em 2014 . . . . . . . . . . . . . 14Receita bruta - Novo conceito pela Lei nº 12 .973/2014 . . . . . . . . . . 14Serviços prestados no território nacional - Lucro real - Obrigato-riedade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

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© 2014 by IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE

Capa:Marketing IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE

Editoração Eletrônica e Revisão: Editorial IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE

Telefone: (11) 2188-7900 (São Paulo)0800-724-7900 (Outras Localidades)

Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio ou processo, sem prévia autorização do autor (Lei no 9.610, de 19.02.1998, DOU de 20.02.1998).

Impresso no BrasilPrinted in Brazil Bo

letim

IOB

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Imposto de renda e legislação societária : IRPJ/IRPJ : incentivos fiscais para as atividades.... -- 10. ed. -- São Paulo : IOB Folhamatic, 2014. -- (Coleção manual de procedimentos)

ISBN 978-85-379-2192-0

1. Imposto de renda - Leis e legislação - Brasil 2. Pessoa jurídica - Brasil I. Série.

14-05797 CDU-34:336.2:347.72(81)

Índices para catálogo sistemático:

1. Brasil : Tributação : Empresas : Direito tributário 34:336.2:347.72(81)

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Manual de ProcedimentosImposto de Renda e Legislação Societária

Boletimj

27-01Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 27 IR/LS

IRPJ/IRPF

Incentivos fiscais para as atividades de caráter desportivo SUMÁRIO 1. Introdução 2. Dedução do IR para patrocínios e doações 3. Conceitos interferentes 4. Projetos incentiváveis 5. Vedações 6. Projetos desportivos e paradesportivos 7. Penalidades 8. Divulgação pela Internet 9. Menção do apoio institucional

1. INTRODUÇÃO

A Lei de Incentivo ao Esporte foi instituída pela Lei nº 11.438/2006, com a redação dada pela Lei nº 11.472/2007, e regulamentada pelo Decreto nº 6.180/2007. Trata-se de uma excelente ferra-menta de fomento ao desporto e ao paradesporto brasileiro, a qual permite às pessoas jurídicas tributadas com base em seu lucro real reduzirem até 1% do Imposto de Renda (IR) devido a projetos esportivos aprovados pelo Ministério dos Esportes. A Lei de Incentivo ao Esporte também permite às pessoas físicas deduzirem até 6% do valor devido ao Imposto de Renda, desde que optem pelo modelo completo na Declaração de Ajuste Anual.

Neste texto, abordaremos os requisitos neces-sários e a remissão à legislação pertinente para a fruição da Lei de Incentivo ao Esporte, especialmente em relação ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e ao Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF).

2. DEDUÇÃO DO IR PARA PATROCÍNIOS E DOAÇÕESA partir do ano-calendário de 2007 até o ano-

-calendário de 2015, inclusive, poderão ser deduzidos

do Imposto de Renda devido, apurado na declaração de ajuste anual pelas pessoas físicas ou em cada pe-ríodo de apuração (trimestral ou anual) pela pessoa jurídica tributada com base no lucro real, os valores despendidos a título de patrocínio ou doação, no apoio direto a projetos desportivos e paradesportivos previamente aprovados pelo Ministério do Esporte.

Saliente-se, porém, que as deduções devem observar os seguintes limites:

a) pessoa jurídica: 1% do imposto devido (sem inclusão do adicional do imposto, se devido - Lei nº 9.249/1995, art. 3º, § 4º) em cada pe-ríodo de apuração;

b) pessoa física: 6% do imposto devido na de-claração de ajuste anual, conjuntamen-

te com as deduções relativas a in-centivos à cultura, às atividades

audiovisuais e às contribui-ções no âmbito do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 9.532/1997, art. 22).

Notas(1) Os benefícios aqui focalizados não

excluem ou reduzem outros benefícios fiscais e deduções em vigor.

(2) De acordo com o Manual de Instruções da DIPJ 2014, as deduções relativas às atividades de caráter desportivo ficam limitadas a 1% do imposto devido antes do adicional, com base (Decreto nº 6.180/2007, art. 1º, § 1º):

a) no lucro real trimestral;b) no lucro real apurado no ajuste anual.

A dedução também se aplica ao imposto determinado com base no lucro estimado, calculado com base na receita bruta e acréscimos. Porém, o valor deduzido do imposto com base no lucro estimado:

a) não será considerado imposto pago por estimativa; e

b) deve compor o valor a ser deduzido do imposto devido no ajuste anual.

(3) O valor máximo das deduções supracitadas será fixado anualmente em ato do Poder Executivo, com base em percentual da renda tributável das pessoas físicas e do Imposto de Renda devido por pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real. Do valor máximo, o Poder Executivo fixará os limites a se-rem aplicados para cada uma das manifestações indicadas no tópico 4 adiante.

(4) De acordo com o Decreto nº 6.684/2008, o valor máximo das dedu-ções do imposto sobre a renda devido, a título de patrocínios ou doações,

a Tributos e Contribuições Federais

Não são dedutíveis os valores destinados a

patrocínio ou doação em favor de projetos que beneficiem, direta ou indiretamente, pessoa física ou

jurídica vinculada ao doador ou patrocinador

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27-02 IR/LS Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 27 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

no apoio direto a projetos desportivos e paradesportivos de que trata a nota anterior, foi fixado, para o ano-calendário de 2008, em R$ 400.000.000,00, sendo que desse valor:

a) R$ 200.000.000,00 correspondem às deduções do imposto sobre a renda devido, relativo aos patrocínios e às doações em favor de proje-tos desportivos e paradesportivos na área do desporto educacional;

b) R$ 53.320.000,00 correspondem às deduções do imposto sobre a ren-da devido, relativo aos patrocínios e às doações em favor de projetos desportivos e paradesportivos na área do desporto de participação; e

c) R$ 146.680.000,00 correspondem às deduções do imposto sobre a renda devido, relativo aos patrocínios e às doações em favor de proje-tos desportivos e paradesportivos na área do desporto de rendimento.

(5) A Instrução Normativa RFB nº 1.131/2011, arts. 39 a 49, disciplina, no âmbito da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), sobre a dedução do Imposto de Renda apurado na Declaração de Ajuste Anual, dos valores despendidos a título de patrocínio ou doação, no apoio direto a projetos des-portivos e paradesportivos previamente aprovados pelo Ministério do Esporte.

(Lei nº 11.438/2006, arts. 1º e 13-A; Decreto nº 6.180/2007, art. 1º; Decreto nº 6.684/2008)

2.1 Valores não dedutíveisNão são dedutíveis os valores destinados a patro-

cínio ou doação em favor de projetos que beneficiem, direta ou indiretamente, pessoa física ou jurídica vinculada ao doador ou patrocinador.

Para esse efeito, consideram-se vinculados ao patrocinador ou ao doador:

a) a pessoa jurídica da qual o patrocinador ou o doador seja titular, administrador, gerente, acionista ou sócio, na data da operação ou nos 12 meses anteriores;

b) o cônjuge, os parentes até o terceiro grau, in-clusive os afins, e os dependentes do patroci-nador, do doador ou dos titulares, administra-dores, acionistas ou sócios de pessoa jurídica vinculada ao patrocinador ou ao doador, con-forme letra “a”; e

c) a pessoa jurídica coligada, controladora ou controlada, ou que tenha como titulares, admi-nistradores, acionistas ou sócios alguma das pessoas mencionadas na letra “b”.

(Lei nº 11.438/2006, art. 1º, §§ 4º e 5º; Decreto nº 6.180/2007, art. 1º, §§ 4º e 5º)

2.2 Indedutibilidade dos dispêndiosAs pessoas jurídicas não podem deduzir, como

custo ou despesa operacional, os valores despen-didos a título de patrocínio ou doação para fins de determinação:

a) do lucro real (base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica - IRPJ); e

b) da base de cálculo da Contribuição Social so-bre o Lucro Líquido (CSL).

(Lei nº 11.438/2006, art. 1º, § 2º; Decreto nº 6.180/2007, art. 1º, § 2º)

3. CONCEITOS INTERFERENTESPreliminarmente, esclareça-se que os incentivos

e benefícios para fomentar as atividades de caráter desportivo, a que nos referimos no tópico 2, obede-cerão às normas aqui focalizadas e, também, aos demais atos normativos que os Ministérios do Esporte e da Fazenda, por intermédio da RFB, expedirem no exercício de suas respectivas atribuições.

Para fins do incentivo, considera-se:a) projeto desportivo: o conjunto de ações orga-

nizadas e sistematizadas por entidades de na-tureza esportiva, destinado à implementação, à prática, ao ensino, ao estudo, à pesquisa e ao desenvolvimento do desporto, atendendo a pelo menos uma das manifestações desporti-vas mencionadas no tópico 4 adiante;

NotaA definição mencionada na letra “a” se aplica, no que couber, aos pro-jetos paradesportivos.

b) entidade de natureza esportiva: pessoa jurí-dica de direito público, ou de direito privado com fins não econômicos, cujo ato constitutivo disponha expressamente sobre sua finalidade esportiva;

c) apoio direto: patrocínio ou doação efetuados diretamente pelo patrocinador ou doador ao proponente;

d) patrocínio:d.1) transferência gratuita, em caráter defini-

tivo, ao proponente, de numerário para realização de projetos desportivos e pa-radesportivos, com finalidade promocio-nal e institucional de publicidade; e

d.2) cobertura de gastos ou utilização de bens, móveis ou imóveis, do patrocina-dor, sem transferência de domínio, para a realização de projetos desportivos e paradesportivos, pelo proponente;

e) doação:e.1) transferência gratuita, em caráter defini-

tivo, ao proponente, de numerário, bens ou serviços para a realização de projetos desportivos e paradesportivos, desde que não empregados em publicidade, ainda que para divulgação das ativida-des objeto do respectivo projeto; e

e.2) distribuição gratuita de ingresso para eventos de caráter desportivo e para-desportivos por pessoa jurídica a empre-gados e seus dependentes legais ou a integrantes de comunidades de vulnera-bilidade social;

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27-03Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 27 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

f) patrocinador: pessoa física ou jurídica, contri-buinte do Imposto de Renda, que apoie proje-tos desportivos ou paradesportivos aprovados pelo Ministério do Esporte;

g) doador: pessoa física ou jurídica, contribuinte do Imposto de Renda, que apoie projetos des-portivos ou paradesportivos aprovados pelo Ministério do Esporte; e

h) proponente: pessoa jurídica de direito público, ou de direito privado com fins não econômi-cos, de natureza esportiva, que tenha projetos aprovados conforme explanado neste texto.

Nota

Os recursos provenientes de doações e patrocínios deverão ser depo-sitados e movimentados em conta bancária específica, no Banco do Brasil S/A ou na Caixa Econômica Federal, que tenha por titular o proponente do projeto desportivo ou paradesportivo aprovado.

(Lei nº 11.438/2006, art. 3º; Decreto nº 6.180/2007, arts. 2º e 3º)

4. PROJETOS INCENTIVÁVEIS

Os projetos desportivos e paradesportivos, em cujo favor serão captados e direcionados os recursos oriundos dos incentivos em tela, devem obrigato-riamente atender a pelo menos uma das seguintes manifestações:

a) desporto educacional, cujo público beneficiário deverá ser de alunos regularmente matriculados em instituição de ensino de qualquer sistema, nos termos dos arts. 16 a 20 da Lei nº 9.394/1996 (que estabelece as diretrizes e bases da edu-cação nacional), evitando-se a seletividade e a hipercompetitividade de seus praticantes, com a finalidade de alcançar o desenvolvimento inte-gral do indivíduo e a sua formação para o exer-cício da cidadania e a prática do lazer;

b) desporto de participação, caracterizado pela prática voluntária, compreendendo as modali-dades desportivas com finalidade de contribuir para a integração dos praticantes na plenitude da vida social, na promoção da saúde e edu-cação e na preservação do meio ambiente; e

c) desporto de rendimento, praticado segundo re-gras nacionais e internacionais, com a finalidade de obter resultados, integrar pessoas e comuni-dades do País e estas com as de outras nações.

Saliente-se que poderão receber os recursos oriundos dos incentivos os projetos desportivos ou paradesportivos destinados a promover a inclusão social por meio do esporte, preferencialmente em comunidades de vulnerabilidade social.

(Lei nº 11.438/2006, art. 2º; Decreto nº 6.180/2007, art. 4º)

5. VEDAÇÕESÉ vedada a utilização dos recursos oriundos dos

incentivos às atividades de caráter desportivo para o pagamento de remuneração de atletas profissionais, nos termos da Lei nº 9.615/1998 (que institui normas gerais sobre desporto), em qualquer modalidade desportiva.

Para essa finalidade, considera-se a definição de remuneração que consta dos arts. 457 e 458 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-lei nº 5.452/1943.

É vedada, ainda, a utilização dos recursos para o pagamento de quaisquer despesas relativas à manu-tenção e à organização de:

a) equipes desportivas ou paradesportivas profis-sionais de alto rendimento (Lei nº 9.615/1998, art. 3º, parágrafo único, I); ou

b) competições profissionais (Lei nº 9.615/1998, art. 26, parágrafo único).

(Lei nº 11.438/2006, art. 2º, § 2º; Decreto nº 6.180/2007, art. 5º)

6. PROJETOS DESPORTIVOS E PARADESPORTIVOS

6.1 Cadastramento dos proponentes

O proponente de projeto desportivo ou parades-portivo deverá cadastrar-se previamente no Ministério do Esporte, que estabelecerá requisitos necessários e indispensáveis para tanto.

O cadastramento será efetuado por meio eletrô-nico, conforme especificado pelo Ministério do Esporte. Somente serão analisados pela Comissão Técnica os projetos cujos proponentes estejam com o cadastro devidamente atualizado no Ministério do Esporte.

NotaRegistre-se que os arts. 6º e 7º do Decreto nº 6.180/2007 dispõem so-

bre a composição e o funcionamento da Comissão Técnica, à qual cabe a avaliação e a aprovação do enquadramento dos projetos apresentados.

(Decreto nº 6.180/2007, art. 8º)

6.2 Apresentação dos projetos

Os projetos desportivos e paradesportivos serão acompanhados dos seguintes documentos (sem prejuízo de outros a serem definidos pelo Ministério do Esporte), sob pena de não serem avaliados pela Comissão Técnica:

a) pedido de avaliação do projeto dirigido à Co-missão Técnica, com a indicação da manifes-tação desportiva (tópico 4);

b) cópias autenticadas do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), do estatuto e das res-

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27-04 IR/LS Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 27 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

pectivas alterações, da ata da assembleia que empossou a atual diretoria, do Cadastro de Pessoa Física (CPF) e do documento de iden-tidade dos diretores ou responsáveis legais, todas relativas ao proponente;

c) descrição do projeto contendo justificativa, ob-jetivos, cronograma de execução física e finan-ceira, estratégias de ação, metas qualitativas e quantitativas e plano de aplicação dos recursos;

d) orçamento analítico e comprovação de que os preços orçados são compatíveis com os pratica-dos no mercado ou enquadrados nos parâme-tros estabelecidos pelo Ministério do Esporte;

e) comprovação da capacidade técnico-operati-va do proponente;

f) comprovação de funcionamento do proponen-te há, no mínimo, 1 ano; e

g) nos casos de construção ou reforma de imó-vel, comprovação de pleno exercício dos po-deres inerentes à propriedade do respectivo imóvel ou da posse, conforme dispuser o Mi-nistério do Esporte.

Notas(1) Considerando a especificidade de cada caso, o Ministério do Es-

porte ou a Comissão Técnica poderão exigir documentação complementar para avaliação do projeto apresentado.

(2) O Ministério do Esporte poderá estabelecer modelos para apresen-tação dos projetos e parâmetros de valores para itens apontados no orça-mento analítico.

(3) O Ministério do Esporte poderá exigir que as aquisições de bens e serviços comuns, relacionados aos projetos desportivos ou paradesportivos, ocorram por meio da modalidade pregão eletrônico.

(4) O registro de inadimplência do proponente no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) impede a avaliação do projeto desportivo ou paradesportivo pela Comissão Técnica.

(Lei nº 11.438/2006, art. 5º; Decreto nº 6.180/2007, art. 9º)

6.2.1 Projeto que verse sobre doação de ingressoSe o projeto desportivo ou paradesportivo versar

sobre incentivo fiscal a título de doação nessa modali-dade, dele deverá constar, necessariamente:

a) a quantidade prevista de ingressos que serão distribuídos;

b) o valor unitário do ingresso, que será igual ou inferior ao definido pela entidade promotora do evento desportivo (o qual deverá guardar compatibilidade com outros eventos da mes-ma natureza); e

c) a comunidade de vulnerabilidade social bene-ficiária da distribuição gratuita dos ingressos individuais, se for o caso.

Nesse caso, a distribuição dos ingressos deverá ser individual, vedado o fornecimento de mais de um ingresso por integrante do público beneficiário.

O valor correspondente aos ingressos não devi-damente distribuídos será restituído pelo proponente, por ocasião da prestação de contas final.

Nota

É vedada a distribuição gratuita de ingressos para locais com preço acima da média cobrada para o evento.

(Decreto nº 6.180/2007, art. 10)

6.3 Limite das despesas administrativasAs despesas administrativas relacionadas aos

projetos ficam limitadas a 15% do orçamento total, e deve haver previsão específica para tanto no orça-mento analítico.

Entende-se por despesas administrativas aquelas executadas na atividade-meio do projeto, excluídos os gastos com pagamento de pessoal indispensável à execução das atividades-fim.

Os encargos sociais e trabalhistas, de recolhi-mento obrigatório pelo empregador, poderão ser inclu-ídos no orçamento analítico, observando-se, quanto às despesas administrativas, o limite supracitado.

NotaTambém é vedada a inclusão no projeto de despesas para aquisição

de espaços publicitários em qualquer meio de comunicação com os recursos incentivados.

(Decreto nº 6.180/2007, arts. 11 e 13)

6.4 Vedação à intermediaçãoNenhuma aplicação dos recursos em foco pode

ser feita por meio de qualquer tipo de intermediação, observado que:

a) a contratação de serviços destinados à ela-boração dos projetos desportivos ou parades-portivos ou à captação de recursos não confi-gura a intermediação;

b) o Ministério do Esporte estabelecerá os limi-tes máximos para as despesas de contratação dos serviços mencionados na letra “a”, poden-do, inclusive, estabelecer gradações quanto à manifestação desportiva envolvida no projeto desportivo ou paradesportivo apresentado.

(Decreto nº 6.180/2007, art. 12)

6.5 Outros requisitos dos projetosAcrescente-se que, de acordo com a regulamen-

tação do incentivo:

a) as receitas e apoios economicamente mensu-ráveis que eventualmente sejam auferidos em razão do projeto devem estar previstos no or-çamento analítico;

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27-05Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 27 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

b) é vedada a cobrança de qualquer valor pecu-niário dos beneficiários de projetos voltados para a prática de atividade regular desportiva ou paradesportiva;

c) nos projetos desportivos e paradesportivos, desenvolvidos com recursos oriundos dos in-centivos, deverão constar ações com vistas a proporcionar condições de acessibilidade a pessoas idosas e portadoras de deficiência, observando-se que o Ministério do Esporte poderá estabelecer outras formas para a de-mocratização do acesso a produtos e serviços resultantes dos projetos desportivos e para-desportivos aprovados;

d) os projetos de desporto educacional, que vi-sem à prática de atividade regular desportiva ou paradesportiva, deverão contemplar, no mí-nimo, 50% dentre os beneficiários de alunos regularmente matriculados no sistema público de ensino.

(Decreto nº 6.180/2007, arts. 14 a 17)

6.6 Análise e aprovação dos projetos

Os arts. 18 a 26 do Decreto nº 6.180/2007 trazem as regras gerais relativas à análise e à aprovação dos projetos.

Tal decreto estabeleceu que serão definidos pelo Ministro de Estado do Esporte os procedimentos administrativos relativos a apresentação, prazos, protocolização, recebimento, seleção, análise, apro-vação, acompanhamento, monitoramento, avaliação de resultados e emissão de laudo de avaliação final dos projetos desportivos e paradesportivos.

Sobre o assunto, importa, ainda, destacar que:

a) os projetos serão protocolizados no Ministé-rio do Esporte e encaminhados ao presidente da Comissão Técnica, que os remeterá à área competente para manifestação;

b) em qualquer fase do processo, a Comissão Técnica, seu presidente ou a área afim do Mi-nistério do Esporte poderão solicitar diligências;

c) só poderão ser apresentados até 6 projetos por proponente no ano-calendário, observan-do-se que os projetos encaminhados em nú-mero superior não serão analisados pela Co-missão Técnica;

d) a Comissão Técnica poderá aprovar parcial-mente o projeto apresentado;

e) é vedada a concessão de incentivo a projeto desportivo:

e.1) que venha a ser desenvolvido em circui-to privado, assim considerado aquele em que o público destinatário seja pre-viamente definido, em razão de vínculo comercial ou econômico com o patroci-nador, doador ou proponente; e

e.2) em que haja comprovada capacidade de atrair investimentos, independentemente dos incentivos fiscais.

Notas

(1) Da decisão da Comissão Técnica ou de seu presidente cabe pedi-do de reconsideração à Comissão Técnica no prazo de 5 dias. Contudo, é irrecorrível a decisão tomada pela Comissão Técnica em pedido de recon-sideração.

(2) Nos casos de não atendimento tempestivo de diligência requerida ao proponente, indeferimento do projeto ou do pedido de reconsideração, o projeto será rejeitado e devolvido ao interessado.

6.7 Captação

A captação dos recursos far-se-á após a publica-ção do respectivo ato de autorização no Diário Oficial da União, observadas as regras gerais estabelecidas nos arts. 27 a 29 do Decreto nº 6.180/2007.

O proponente só poderá efetuar despesas após a captação integral dos recursos autorizados ou poste-riormente à aprovação do plano de trabalho ajustado pela Comissão Técnica.

6.8 Acompanhamento, avaliação e prestação de contas

Os recursos provenientes de doações ou patro-cínios devem ser depositados e movimentados em conta bancária específica, no Banco do Brasil S/A ou na Caixa Econômica Federal, que tenha por titular o proponente do projeto desportivo ou paradesportivo aprovado.

A conta bancária para movimentação de recursos incentivados deve ser exclusiva para fins de cumpri-mento do projeto aprovado.

Todo projeto desportivo ou paradesportivo bene-ficiário dos recursos incentivados será monitorado e avaliado pelo Ministério do Esporte.

Os projetos aprovados serão acompanhados e avaliados tecnicamente durante e ao término de sua execução pelo Ministério do Esporte, ou por intermé-dio de entidades que receberem delegação.

(Lei nº 11.438/2006, art. 12; Decreto nº 6.180/2007, arts. 30 a 33)

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27-06 IR/LS Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 27 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

7. PENALIDADES

Constituem infração à disciplina normativa dos incentivos fiscais a atividades de caráter desportivo:

- o recebimento, pelo patrocinador ou doador, de qualquer vantagem financeira ou material em decorrência do patrocínio ou da doação in-centivados;

- agir o patrocinador, o doador ou o proponente com dolo, fraude ou simulação para utilizar o incentivo fiscal;

- desviar para finalidade diversa da fixada nos respectivos projetos dos recursos bens, valores ou benefícios obtidos no âmbito do incentivo;

- adiar, antecipar ou cancelar, sem justa cau-sa, atividade desportiva beneficiada pelos incentivos;

- o descumprimento de qualquer das disposi-ções do Decreto nº 6.180/2007 ou das estabe-lecidas em sua regulamentação.

As infrações às normas do mencionado Decreto, sem prejuízo das demais sanções cabíveis, sujeitarão:

a) o patrocinador ou o doador ao pagamento do imposto não recolhido, além das penalidades e demais acréscimos previstos na legislação;

b) o infrator ao pagamento de multa correspon-dente a duas vezes o valor da vantagem au-ferida indevidamente, sem prejuízo da obriga-ção mencionada na letra “a”.

Nota

O proponente é solidariamente responsável por inadimplência ou irre-gularidade verificada quanto à obrigação a que se refere a letra “a”.

(Lei nº 11.438/2006, arts. 10 e 11; Decreto nº 6.180/2007, arts. 34 e 35)

8. DIVULGAÇÃO PELA INTERNETTodos os recursos utilizados no apoio direto a

projetos desportivos e paradesportivos deverão ser disponibilizados na Internet pelo Ministério do Esporte.

Os projetos autorizados, além da publicação no Diário Oficial da União, serão disponibilizados no site oficial do Ministério do Esporte (www.esporte.gov.br), contendo razão social e CPNJ do proponente, número e nome do projeto, número do processo, valor auto-rizado para captação, valor captado e abrangência geográfica e quantitativa de atendimento do projeto.

(Lei nº 11.438/2006, art. 13; Decreto nº 6.180/2007, art. 37)

9. MENÇÃO DO APOIO INSTITUCIONALA divulgação das atividades, dos bens ou servi-

ços resultantes de projetos desportivos e paradespor-tivos (bem como de projetos culturais e de produção audiovisual e artística) financiados com recursos públicos deve mencionar o apoio institucional, com a inserção da Bandeira Nacional, nos termos da Lei nº 5.700/1971 (que dispõe sobre a forma e a apresenta-ção dos Símbolos Nacionais).

(Lei nº 11.438/2006, art. 6º; Decreto nº 6.180/2007, art. 38)

N

a Legislação Societária

Sociedade em nome coletivo SUMÁRIO 1. Conceito 2. Quem pode participar 3. Limitação da responsabilidade dos sócios entre si 4. Execução de bens dos sócios 5. Contrato social e administração 6. Dissolução 7. Liquidação da quota de sócio devedor

1. CONCEITO

A sociedade em nome coletivo é caracterizada por possuir um único tipo de sócio, qual seja, o sócio solidário e ilimitadamente responsável pelas obriga-ções sociais.

Esse tipo societário é regido pelas normas do Código Civil (Lei nº 10.406/2002), arts. 1.039 a 1.044,

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27-07Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 27 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

e, no que forem omissos esses dispositivos, pelas regras dos arts. 997 a 1.038 do referido diploma legal.

2. QUEM PODE PARTICIPAR

Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais.

3. LIMITAÇÃO DA RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS ENTRE SI

Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, os sócios da sociedade em nome coletivo podem, no ato constitutivo, ou por unânime conven-ção posterior, limitar entre si a responsabilidade de cada um.

Todavia, sublinhe-se: eventual pacto de limitação de responsabilidades não será oponível perante ter-ceiros.

4. EXECUÇÃO DE BENS DOS SÓCIOS

Em decorrência da regra constante do Código Civil, art. 1.024, os bens particulares dos sócios somente podem ser executados por dívidas da sociedade em nome coletivo depois de executados os bens dessa mesma sociedade, ou seja, apenas se estes não forem suficientes para saldar os débitos sociais.

Neste particular, cabe observar, ainda, a regra do art. 596 do Código de Processo Civil, segundo a qual:

Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da sociedade senão nos casos previstos em lei; o sócio, demandado pelo pagamento da dívida, tem direito a exigir que sejam primeiro excutidos os bens da socie-dade.

5. CONTRATO SOCIAL E ADMINISTRAÇÃO

O contrato da sociedade em nome coletivo deve mencionar a firma social e, além de cláusulas estipuladas pelas partes, as indicações exigidas pelo Código Civil, art. 997, tais como qualificação dos sócios, denominação, objeto e sede da sociedade, o capital desta e as pessoas naturais incumbidas de sua administração.

A administração da sociedade em nome coletivo compete exclusivamente a sócios, sendo o uso da firma, nos limites do contrato, privativo dos que têm os necessários poderes.

5.1 Nome empresarial

Nos termos do Código Civil, art. 1.157, o nome a ser utilizado pela sociedade em foco é a firma.

A IN Drei nº 15/2013, art. 5º, II, letra “a”, dispõe que a firma da sociedade em nome coletivo, se não individualizar todos os sócios, deverá conter o nome de, pelo menos, um deles, acrescido do aditivo “e companhia”, por extenso ou abreviado (“& Cia.”).

6. DISSOLUÇÃO

A sociedade em nome coletivo se dissolve de pleno direito por qualquer das seguintes causas:

a) vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por tempo indeterminado;

b) consenso unânime dos sócios;

c) deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo indeterminado;

d) falta de pluralidade de sócios, não reconstituí-da no prazo de 180 dias;

e) extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar; e

f) declaração de falência da sociedade empre-sária.

7. LIQUIDAÇÃO DA QUOTA DE SÓCIO DEVEDOR

O credor particular de sócio não pode, antes de dissolver-se a sociedade em nome coletivo, pretender a liquidação da quota do devedor.

Poderá fazê-lo quando:

a) a sociedade houver sido prorrogada tacita-mente;

b) tendo ocorrido prorrogação contratual, for acolhida judicialmente oposição do credor, le-vantada no prazo de 90 dias contados da pu-blicação do ato dilatório.

N

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27-08 IR/LS Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 27 - Boletim IOB

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Imposto de Renda e Legislação Societária

a IOB Setorial

ImPORTaçãO

Cofins-Importação - Alíquotas majoradas

1. INTRODUÇÃO

A Lei nº 12.546/2011, que é resultante da conver-são, com emendas, da Medida Provisória nº 540/2011, promoveu diversas alterações na legislação tributária federal com o objetivo de estimular a competitividade da indústria nacional.

No início, o Governo federal havia aumentado em 1,5 pontos percentuais a alíquota da Cofins na impor-tação de produtos têxteis, calçados e acessórios, majorando-a de 7,6% para 9,1%. Com a edição da Medida Provisória nº 563/2012, convertida na Lei nº 12.715/2012, esse percentual da Cofins foi majorado em 1 ponto percentual, ou seja, 8,6%, na hipótese de importação dos bens mencionados no tópico 2.

Posteriormente, a Medida Provisória nº 612/2013 alterou o art. 8º, § 21, da Lei nº 10.865/2004, esten-dendo o acréscimo de 1 ponto percentual para todas as alíquotas da Cofins-Importação previstas no art. 8º da referida Lei, inclusive no caso de importação de produtos farmacêuticos, de produtos de perfumaria, de toucador ou de higiene pessoal, de máquinas e veículos, pneus novos de borracha e câmaras de ar de borracha, de embalagens para refrigerante e cerveja, de combustíveis e autopeças.

Com o advento da Lei nº 12.844/2013, resultante da conversão, com emendas, da Medida Provisória nº 610/2013, foram incorporadas algumas disposições da Medida Provisória nº 612/2013, e reeditada a Medida Provisória nº 601/2013, que, entre outras providências, promove diversas alterações na legislação tributária federal, dentre elas, o art. 8º, § 21, da Lei nº 10.865/2004, que majora, em 1 ponto percentual as alíquotas da Cofins-Importação na hipótese de importação dos bens classificados na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI), relacionados no Anexo I à Lei nº 12.546/2011, observados os acrés-cimos e as subtrações de determinados produtos.

Com a elevação da alíquota da Cofins-Importação, o Governo federal espera recuperar as perdas de

arrecadação que terá com a desoneração da folha de salários com os respectivos setores.

Neste texto, abordaremos a incidência da Cofins--Importação sobre os produtos alcançados pela majoração da alíquota, bem como a sua vigência.

(Lei nº 10.865/2004, art. 8º, § 21; Lei nº 12.546/2011, arts. 8º e 21; Lei nº 12.715/2012, arts. 53 e 79, II; Lei nº 12.844/2013, arts. 14 e 49, II, III e V)

2. COFINS-IMPORTAÇÃO

A alíquota da Cofins-Importação fica acrescida de 1 ponto percentual, passando, portanto, a 8,6%, na hipótese de importação dos bens relacionados a seguir, observando-se que:

a) no período de 1º.08.2012 a 31.07.2013, apli-ca-se aos produtos relacionados no Anexo à Lei nº 12.546/2011, classificados na TIPI, ob-servando-se, ainda, que:a.1) a contar de 1º.01.2013, a majoração da

alíquota da Cofins-Importação na forma mencionada neste tópico aplica-se tam-bém aos produtos relacionados no Ane-xo da Lei nº 12.794/2013;

a.2) a contar de 19.07.2013, serão subtraídos do Anexo à Lei nº 12.546/2011 os seguin-tes produtos:a.2.1) classificados nos códigos

7403.21.00, 7407.21.10, 7407.21.20, 7409.21.00, 7411.10.10, 7411.21.10 e 74.12 da TIPI;

a.2.2) classificados nos códi-gos 3006.30.11, 3006.30.19, 7207.11.10, 7208.52.00, 7208.54.00, 7214.10.90, 7214.99.10, 7228.30.00, 7228.50.00, 8471.30, 9022.14.13 e 9022.30.00 da TIPI;

b) a contar de 1º.08.2013, aplica-se aos produtos relacionados no Anexo I à Lei nº 12.546/2011:b.1) acrescidos dos produtos classificados

nos códigos 9404.10.00 e 9619.00.00 da TIPI; e

b.2) subtraídos dos produtos classificados no Capítulo 93 e nos códigos 1301.90.90, 7310.21.90, 7323.99.00, 7507.20.00, 7612.10.00, 7612.90.11, 8309.10.00, 8526.10.00, 8526.92.00, 9023.00.00,

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27-09Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 27 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

9603.10.00, 9603.29.00, 9603.30.00, 9603.40.10, 9603.40.90, 9603.50.00 e 9603.90.00 da TIPI;

c) a contar de 1º.11.2013, aplica-se aos produtos relacionados no Anexo I à Lei nº 12.546/2011, acrescido dos produtos classificados nos có-digos da TIPI, constantes do Anexo I da Lei nº 12.844/2013.

Notas

(1) De 1º.12.2011 a 31.03.2012, a alíquota da Cofins-Importação foi acrescida de 1,5 pontos percentuais, passando, portanto, a 9,1% na hipótese da importação dos bens classificados na TIPI:

a) nos códigos 3926.20.00, 40.15, 42.03, 43.03, 4818.50.00, 63.01 a 63.05 e 6812.91.00, 9404.90.00 e nos Capítulos 61 e 62;

b) nos códigos 4202.11.00, 4202.21.00, 4202.31.00, 4202.91.00 e 4205.00.00;

c) nos códigos 6309.00, 64.01 a 64.06; e

d) nos códigos 94.01 a 94.03.

(2) De 1º.04 a 31.07.2012, a alíquota da Cofins-Importação foi acres-cida de 1,5 pontos percentuais, passando, portanto, a 9,1% na hipótese de importação dos bens classificados na TIPI:

a) nos códigos 3926.20.00, 40.15, 42.03, 43.03, 4818.50.00, 63.01 a 63.05, 6812.91.00 e 9404.90.00 e nos capítulos 61 e 62;

b) nos códigos 4202.11.00, 4202.21.00, 4202.31.00, 4202.91.00 e 4205.00.00;

c) nos códigos 6309.00 e 64.01 a 64.06;

d) nos códigos 41.04, 41.05, 41.06, 41.07 e 41.14;

e) nos códigos 8308.10.00, 8308.20.00, 96.06.10.00, 9606.21.00 e 9606.22.00; e

f) no código 9506.62.00.

(3) Os produtos subtraídos (excluídos) na forma da letra “b” deste tópi-co terão a alíquota da Cofins-Importação restabelecida, ou seja, retornarão à alíquota de 7,6%.

(Lei nº 10.865/2004, art. 8º, § 21; Lei nº 12.546/2011, arts. 21 e 52; Lei nº 12.715/2012, arts. 53 e 79, II; Lei nº 12.844/2013, arts. 14 e 49, II, III e V)

2.1 Esclarecimentos do Fisco

O Parecer Normativo RFB nº 2/2013 traz esclare-cimentos quanto às alterações promovidas pelos arts. 53 a 56 da Lei nº 12.715/2012, que dispõem sobre a majoração da alíquota da Cofins-Importação (Lei nº 10.865/2004, art. 8º, § 21), bem como sobre a desone-ração da folha nos produtos especificados. A referida norma esclarece, ainda, que tais dispositivos estão em plena produção de efeitos, tendo o Decreto nº 7.828/2012 cumprido a exigência de regulamentação estabelecida pelo § 2º do art. 78 da Lei nº 12.715/2012.

Nesse sentido, a norma em referência cuida da análise dos termos de vigência e de produção de efeitos das alterações promovidas pelos arts. 43 e 46 da Medida Provisória nº 563/2012, e pelos arts. 53 e 56 da Lei nº 12.715/2012, nas regras relativas ao adicional à alíquota da Cofins-Importação instituído no § 21 do art. 8º da Lei nº 10.865/2004, cuja alíquota foi majorada em 1 ponto percentual, passando, por-

tanto, a 8,6% na hipótese de importação dos bens classificados na TIPI, relacionados no Anexo da Lei nº 12.546/2011.

Diante da estrutura complexa e condicionada esta-belecida pela Medida Provisória nº 563/2012 e pela Lei nº 12.715/2012, as mencionadas alterações têm oca-sionado divergências interpretativas. Nesse contexto, dúvidas têm sido suscitadas e a falta de uniformidade na interpretação da matéria em referência tem gerado insegurança jurídica, tanto para os sujeitos passivos como para a Administração Tributária, impondo-se a edição de ato uniformizador acerca da matéria.

Ressalta-se que, inicialmente, a majoração da alíquota da Cofins-Importação na forma mencionada foi instituída simultânea e conjugadamente com a contribuição previdenciária sobre a receita (arts. 7º a 9º da Lei nº 12.546/2011), a qual substitui a contribui-ção sobre folha de salários de pessoas jurídicas de determinados setores econômicos.

Com efeito, a justificativa da correspondência entre os gravames encontra-se explanada nos itens 33 a 36 da Exposição de Motivos Interministerial nº 122 - MF/MCT/MDIC, que acompanha a Medida Provisória nº 540/2011, a qual instituiu o adicional e a contribuição substitutiva supracitados.

Após diversas normas versarem sobre os temas, a Medida Provisória nº 563/2012, em seus arts. 43 a 46 e 54, alterou a legislação relativamente à contribuição substitutiva e a majoração da alíquota mencionadas, notadamente suas abrangências.

Ademais, constata-se que a produção de efeitos de tais alterações não está sujeita a qualquer condi-ção específica, pelo que, inexoravelmente, coincidi-ria com sua entrada em vigor. A par disso, por ser didático e importante para a argumentação posterior, conclui-se que as alterações promovidas pela Medida Provisória nº 563/2012, na formatação do adicional da Cofins-Importação de que trata o § 21 do art. 8º da Lei nº 10.865/2004, não dependiam da edição de regulamento para produzirem efeitos.

Posteriormente, sobreveio a conversão da Medida Provisória nº 563/2012, na Lei nº 12.715/2012, que, acerca da contribuição substitutiva e do adicional em análise, alterou o texto da referida Medida Provisória, adotando disposições em seus arts. 53 a 56. Entre-tanto, em relação ao adicional da Cofins-Importação, a Lei nº 12.715/2012 não alterou significativamente as disposições da Medida Provisória nº 563/2012. Deve-

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27-10 IR/LS Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 27 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

ras, em comparação com a referida Medida Provisória, o art. 53, c/c o art. 56 da Lei nº 12.715/2012, apenas incluiu alguns produtos no campo de incidência do adicional de alíquota, mantendo as demais regras inicialmente instituídas pela Medida Provisória em referência.

Fixadas essas premissas interpretativas, pode-se analisar especificamente as regras de vigência e de produção de efeitos das alterações promovidas nas regras relativas ao adicional da Cofins-Importação e à contribuição substitutiva pela Lei nº 12.715/2012, estabelecidas em seu art. 78:

Art. 78. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos:

[...]

§ 2º Os arts. 53 a 56 entram em vigor no 1º (primeiro) dia do 4º (quarto) mês subsequente à data de publicação da Medida Provisória nº 563, de 3 de abril de 2012, produ-zindo efeitos a partir de sua regulamentação, à exceção:

I - da nova redação dada ao § 15 e ao novo § 23 do art. 8º da Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004, que entram em vigor na data de publicação desta Lei;

II - do disposto no inciso III do caput do art. 7º e no § 3º do art. 8º da Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011, que entra em vigor em 1º de janeiro de 2013;

III - da contribuição sobre o valor da receita bruta relativa às empresas que fabricam os produtos classificados nas posições 2515.11.00, 2515.12.10, 2516.11.00, 2516.12.00, 6801.00.00, 6802.10.00, 6802.21.00, 6802.23.00, 6802.29.00, 6802.91.00, 6802.92.00, 6802.93.10, 6802.93.90, 6802.99.90, 6803.00.00, 8473.30.99, 8504.90.10, 8518.90.90 e 8522.90.20 da TIPI, que entra em vigor no 1º (primeiro) dia do 4º (quarto) mês subsequente à data de publicação desta Lei; e

IV - da contribuição sobre o valor da receita bruta relativa às empresas que fabricam os produtos classificados nas posições 01.03, 02.06, 02.09, 05.04, 05.05, 05.07, 05.10, 05.11, 10.05, 11.06, 12.01, 12.08, 12.13, no Capítulo 15, no Capítulo 16, no Capítulo 19, nas posições 23.01, 23.04, 23.06, 2309.90, 30.02, 30.03, 30.04 da TIPI, que entra em vigor no 1º (primeiro) dia do 4º (quarto) mês subseqüente à data de publicação desta Lei.

Como se observa, em relação às alterações em comento, o dispositivo transcrito distinguiu os momen-tos de entrada em vigor e de produção de efeitos. Quanto à vigência, determinou-se que as disposições coincidentes entre a Medida Provisória nº 563/2012 e a Lei nº 12.715/2012, bem como algumas outras que não dependiam da concessão de prazo, entrassem em vigor na mesma data inicialmente fixada pela Medida Provisória nº 563/2012, ou seja, 1º.08.2012.

As determinações do dispositivo supramencio-nado acerca da produção de efeitos das alterações efetuadas nas legislações da contribuição substitutiva

e da majoração da alíquota da Cofins-Importação e a forma escolhida para sua implementação, nos termos do § 2º do art. 78 da Lei nº 12.715/2012, arts. 53 a 56, somente produzem efeitos “a partir de sua regu-lamentação”. Dessa forma, a produção de efeitos dos dispositivos da Lei nº 12.715/2012, relativos à contri-buição previdenciária sobre a receita e ao adicional da Cofins-Importação restou condicionada à edição de regulamento pelo Poder Executivo.

Quanto ao adicional da Cofins-Importação, exigiu--se regulamentação exclusivamente para manter cor-respondência com a citada contribuição previdenciá-ria, especialmente para garantir a simultaneidade da produção de efeitos das alterações protagonizadas pela Lei nº 12.715/2012 em suas legislações.

Assim, segundo o Parecer Normativo em funda-mento:

a) em comparação com a Medida Provisória nº 563/2012, as alterações da Lei nº 12.715/2012, na legislação do adicional da Cofins-Importa-ção limitam-se à inclusão de produtos em seu campo de incidência. Assim, considerando que a mencionada Medida Provisória, que já houvera incluído produtos na base imponível do adicional, não condicionou a produção de efeitos de seus dispositivos à edição de regu-lamento, impende concluir que a exigência de regulamentação feita pelo § 2º do art. 78 da Lei nº 12.715/2012, para produção de efeitos dos dispositivos objetiva unicamente garantir a coincidência de datas de início da produção de efeitos dos dispositivos dessa Lei que versam sobre a contribuição previdenciária em comen-to e sobre o mencionado adicional de alíquota;

b) corrobora com essa conclusão o fato de nenhu-ma das demais normas que cuidam do adicio-nal de alíquota da Cofins-Importação (Medida Provisória nº 540/2011, Lei nº 12.546/2011, Me-dida Provisória nº 563/2012, Medida Provisória nº 582/2012, Medida Provisória nº 601/2012) ja-mais haver condicionado a vigência ou a pro-dução de efeitos de seus dispositivos correla-tos ao tema à expedição de regulamento;

c) foi editado o Decreto nº 7.828/2012, que cum-priu a exigência de regulamentação estabele-cida no § 2º do art. 78 da Lei nº 12.715/2012, para produção de efeitos das disposições dos arts. 53 a 56 dessa Lei relativas à contribuição previdenciária sobre a receita de que tratam os arts. 7º a 9º da Lei nº 12.546/2011, e ao adicio-nal de alíquota da Cofins-Importação de que trata o § 21 do art. 8º da Lei nº 10.865/2004;

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27-11Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 27 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

d) conquanto o Decreto nº 7.828/2012 mencione apenas a regulamentação da contribuição pre-videnciária sobre a receita de que tratam os arts. 7º a 9º da Lei nº 12.546/2011, mostra-se eviden-te que sua edição se destina a cumprir a deter-minação estabelecida no § 2º do art. 78 da Lei nº 12.715/2012, relativa à citada contribuição e ao adicional de alíquota da Cofins-Importação;

e) o Decreto nº 7.828/2012 não se referiu expres-samente ao mencionado adicional da Cofins--Importação porque, conforme explicado, não havia dispositivos legais referentes a tal adicio-nal que demandassem regulamentação, como jamais houve no histórico da legislação desse adicional, e continuou não existindo nas normas correlatas posteriores à Lei nº 12.715/2012;

f) considerando a desnecessidade de regula-mentação das disposições legais relativas ao adicional da Cofins em voga, o Poder Executi-vo optou por não apor dispositivos inócuos no Decreto nº 7.828/2012 concernentes ao tema. Daí a inexistência de referência ao adicional no citado Decreto.

Todavia, o referido Parecer Normativo justifica, ainda, que:

a) isso não muda o fato de que o referido Decre-to foi editado para promover a regulamentação exigida pelo § 2º do art. 78 da Lei nº 12.715/2012 para viabilizar a produção de efeitos das nor-mas constantes dessa Lei relativas ao adicional de alíquota da Cofins-Importação e à contribui-ção previdenciária sobre a receita, o que resta evidente na observação da urgência na edição do indigitado Decreto (menos de 1 mês após a publicação da Lei regulamentada);

b) interpretação diversa conduziria à conclusão de que atualmente, conquanto as normas re-lativas à contribuição previdenciária sobre a receita estejam em plena produção de efei-tos, as normas relativas ao adicional da Co-fins-Importação não produziriam efeitos, pois estariam à espera de regulamentação, e essa conclusão é absolutamente inaceitável por três motivos fundamentais:b.1) caso as normas relativas ao adicional de

alíquota da Cofins-Importação estives-sem impossibilitadas de produzir efeitos à espera de regulamentação, forçosa-mente as inclusões de novos produtos na sistemática da contribuição previdenciá-ria sobre a receita promovidas pela Lei nº 12.715/2012 estariam com sua vigência suspensa à espera de efetiva compen-

sação da renúncia fiscal que ensejaram. Isso porque, nos termos do § 2º do art. 14 da Lei Complementar nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), medida que enseja renúncia de receitas, como a inclusão de produtos na sistemática da referida contribuição previdenciária, so-mente entra em vigor quando implemen-tada a medida de compensação estabe-lecida, no caso a instituição do mencio-nado adicional de alíquota;

b.2) fragmentaria todo o sistema planejado quando da implementação da alcunhada “desoneração da folha de pagamentos”, que, conforme explanado, baseou-se na coexistência inseparável da contribuição previdenciária sobre a receita e do adicional da Cofins-Importação para garantir a equi-valência de tratamento tributário dispensa-do a produtos nacionais e importados;

b.3) tornaria a produção de efeitos das nor-mas relativas ao adicional de alíquota dependentes da edição de regulamento desnecessário.

Portanto, o referido Parecer Normativo concluiu que as alterações promovidas pelos arts. 53 a 56 da Lei nº 12.715/2012, na legislação que dispõe sobre a majoração da alíquota da Cofins-Importação de que trata o § 21 do art. 8º da Lei nº 10.865/2004, estão em plena produção de efeitos, tendo o Decreto nº 7.828/2012 cumprido a exigência de regulamentação estabelecida pelo § 2º do art. 78 da Lei nº 12.715/2012.

3. CRéDITOSAs pessoas jurídicas sujeitas à apuração da con-

tribuição para o PIS-Pasep e da Cofins, nos termos dos arts. 2º e 3º das Leis nºs 10.637/2002 e 10.833/2003, sujeitam-se ao regime não cumulativo e poderão des-contar créditos em relação às importações sujeitas ao pagamento das referidas contribuições, na forma do art. 15 da Lei nº 10.865/2004.

O direito ao crédito da contribuição para o PIS--Pasep e da Cofins, em regra geral:

a) aplica-se em relação às contribuições efeti-vamente pagas na importação de bens e ser-viços;

b) será apurado mediante a aplicação das alí-quotas de 1,65% e de 7,6% (respectivamente, do PIS-Pasep e da Cofins) sobre o valor que serviu de base de cálculo das contribuições, acrescido do valor do IPI vinculado à importa-ção, quando integrante do custo de aquisição;

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27-12 IR/LS Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 27 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

c) o crédito não aproveitado em determinado mês poderá sê-lo nos meses subsequentes.

Ressalta-se que, na hipótese de importação dos bens referidos no tópico 2 inexiste previsão legal para o crédito da Cofins-Importação no mesmo percentual de 8,6% pago por ocasião da importação. Dessa forma, as pessoas jurídicas importadoras desses produtos que estiverem sujeitas ao regime de incidência não cumulativa devem continuar a descontar crédito da Cofins-Importação mediante a aplicação da alíquotas de 7,6% sobre o valor que serviu de base de cálculo das contribuições, acrescido do valor do IPI vinculado à importação, quando integrante do custo de aquisição, salvo no caso das pessoas jurídicas importadoras dos produtos de alíquotas diferenciadas, referidos nos §§ 1º a 3º, 5º a 10, 17 e 19 do art. 8º da Lei nº 10.865/2004 e no art. 58-A da Lei nº 10.833/2003, os quais pode-rão descontar crédito, para fins de determinação da Cofins, em relação à importação desses produtos na forma do art. 17 da Lei nº 10.865/2004.

Nesse sentido, recentemente, a Coordenação--Geral de Tributação manifestou-se, por meio da Solução de Consulta Cosit nº 113/2014, esclarecendo

que, no regime de apuração não cumulativa da Cofins, o crédito relativo à importação de produtos, exceto aqueles referidos nos §§ 1º a 3º, 5º a 10, 17 e 19 do art. 8º da Lei nº 10.865/2004 e no art. 58-A da Lei nº 10.833/2003, deve ser apurado mediante a aplicação da alíquota padrão da Cofins (7,6%), nos termos do § 3º do art. 15 da Lei nº 10.865/2004, independentemente de a Cofins-Importação ter sido paga com a alíquota adicional (de 1%, ou seja, ter pago o percentual de 8,6%, na hipótese de importação dos bens relacionados no Anexo I da Lei nº 12.546/2011), de que trata o § 21 do art. 8º da Lei nº 10.865/2004.

Nota

Para efeito da contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins na importa-ção, a base de cálculo será:

a) o valor aduaneiro, quando da entrada de bens estrangeiros no terri-tório nacional; ou

b) o valor pago, creditado, entregue, empregado ou remetido para o exterior, antes da retenção do imposto de renda, acrescido do Im-posto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) e do valor das próprias contribuições, na hipótese de pagamento, crédito, entrega, emprego ou remessa de valores a residentes ou domiciliados no ex-terior como contraprestação por serviço prestado.

(Lei nº 10.637/2002; Lei nº 10.833/2003; Lei nº 10.865/2004, art. 7º, alterado pela Lei nº 12.865/2013, e arts. 15 e 17)

N

a IOB Comenta

RegISTRO dO COméRCIO

Crimes de lavagem de dinheiro deverão ser comunicados ao Coaf pelas Juntas Comerciais

Um tema que merece toda a atenção da socie-dade, inclusive internacional, é o crime da lavagem de dinheiro, através do qual o criminoso, por meio ardiloso, consegue transformar recursos oriundos de atividades ilegais em ativos com aparente legalidade.

O Brasil, que não podia ficar de fora dessa ques-tão, aprovou, em março de 1988, a Lei nº 9.613, que tipifica o crime de lavagem de dinheiro e institui medi-das que conferem responsabilidade a intermediários econômicos e financeiros com a criação do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Algumas alterações foram introduzidas nessa norma, por meio da Lei nº 12.683/2012, que ampliou o conceito dos crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, e incluiu no art. 9º as pessoas físicas e jurídicas obrigadas às disposições dos arts. 10 e 11, mais especificamente o inciso XIV, que insere os profissionais e organizações contábeis no rol de responsáveis pela prestação de informações ao Coaf.

Recentemente, o Departamento de Registro Empresarial e Integração (Drei) publicou a Instrução Normativa Drei nº 24/2014 - DOU 1 de 06.06.2014 -, disciplinando e uniformizando o procedimento a ser adotado, no âmbito das Juntas Comerciais, para o cumprimento do disposto nos arts. 10 e 11 da Lei nº 9.613/1998, que tratam, respectivamente, da identifi-cação dos clientes e manutenção de registros e da comunicação de operações financeiras, dispondo, entre outras providências, que:

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27-13Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 27 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

a) para fins de identificação das pessoas e ma-nutenção de registros, a Junta Comercial de-verá observar o disposto no Título II do De-creto nº 1.800/1996, que trata dos atos e da ordem dos serviços de registro público de em-presas mercantis e atividades afins; e

b) no caso de haver sério indício dos crimes su-pramencionados, caberá ao técnico, analista ou vogal do Registro Empresarial responsável pelo procedimento solicitar o encaminhamen-to ao Coaf.

Salienta-se, ainda, que as informações sobre pos-sível lavagem de dinheiro deverão ser encaminhadas

ao Coaf por meio do site www.coaf.fazenda.gov.br, de acordo com as instruções ali definidas, observando--se que o conteúdo das informações prestadas ao Coaf é protegido por sigilo.

Vale lembrar que o não cumprimento das obri-gações mencionadas sujeita a Junta Comercial às sanções previstas no art. 12 da Lei nº 9.613/1998.

As regras ditadas pela Instrução Normativa Drei nº 24/2014 deverão estar integralmente implementa-das pela Junta Comercial até janeiro/2016.

N

a IOB Perguntas e Respostas

aTIvIdade ImOBILIáRIa

Loteamento - Conceito

1) O que deve ser entendido por loteamento na atividade imobiliária?

Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes.

Também pode ser entendido como loteamento o desmembramento por meio da subdivisão de glebas em lotes destinados a edificação, com o aproveita-mento do sistema viário existente, desde que não implique a abertura de novas vias e logradouros públicos nem prolongamento, modificação ou amplia-ção das vias que já existam.

(Lei nº 6.766/1979, art. 2º, §§ 1º e 2º)

COFInS/PIS-PaSeP

Cooperativas - Exclusão da base de cálculo

2) Quais cooperativas poderão excluir da base de cálculo da contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins os valores e receitas constantes do art. 30-A da Lei nº 11.051/2004?

As cooperativas de radiotáxi, bem como aquelas cujos cooperados se dediquem a serviços relacio-nados a atividades culturais, de música, de cinema, de letras, de artes cênicas (teatro, dança, circo) e de artes plásticas, poderão excluir da base de cálculo da contribuição para PIS-Pasep e da Cofins:

a) os valores repassados aos associados pes-soas físicas decorrentes de serviços por eles prestados em nome da cooperativa;

b) as receitas de vendas de bens, mercadorias e serviços a associados, quando adquiridos de pessoas físicas não associadas;

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27-14 IR/LS Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 27 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

c) as receitas financeiras decorrentes de repas-ses de empréstimos a associados, contraídos de instituições financeiras, até o limite dos en-cargos a estas devidos.

Observa-se que, até a publicação da Lei nº 12.973/2014, no dia 14.05.2014, somente as coope-rativas de radiotáxi poderiam efetuar tais exclusões.

Vale ressaltar que, na hipótese de utilização de uma ou mais das referidas exclusões, a cooperativa ficará também sujeita à incidência da contribuição para o PIS-Pasep sobre a folha de salários, em con-formidade com o disposto no art. 13 da MP nº 2.158--35/2001.

(Lei nº 11.051/2004, art. 30-A, incluído pela Lei nº 12.973/2014, art. 113)

IRPJ/CSL

Lei nº 12.973/2014 - Opção pelos efeitos em 2014

3) Como a pessoa jurídica deve proceder em caso de optar, para o ano-calendário de 2014, pela aplica-ção das disposições contidas nos arts. 1º e 2º e 4º a 70 e 76 a 92 da Lei nº 12.973/2014?

Conforme estabelecem os arts. 75 e 96 da Lei nº 12.973/2014, a pessoa jurídica poderá optar pela aplicação, para o ano-calendário de 2014, das dis-posições contidas nos arts. 1º e 2º, 4º,a 70 e 76 a 92, todos da Lei nº 12.973/2014.

As opções são independentes e deverão ser manifestadas na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) referentes aos fatos gera-dores ocorridos no mês de maio de 2014.

Observa-se que, no caso de início de atividade ou de surgimento de nova pessoa jurídica em razão de fusão ou cisão, no ano-calendário de 2014, as opções deverão ser manifestadas na DCTF referente aos fatos geradores ocorridos no 1º mês de atividade.

As opções serão irretratáveis e acarretarão a observância, a contar de 1º.01.2014, de todas as alterações trazidas pela Lei nº 12.973/2014.

(Lei nº 12.973/2014, arts. 75 e 96; Instrução Normativa RFB nº 1.469/2014, art. 2º)

Receita bruta - Novo conceito pela Lei nº 12.973/2014

4) Qual o conceito de receita bruta, a partir do ano--calendário de 2015, para fins de aplicação da Lei nº 12.973/2014?

Com a publicação da Lei nº 12.973/2014, foi rede-finido o conceito de receita bruta, para fins de apura-ção do IRPJ e da CSL, passando a compreender:

a) o produto da venda de bens nas operações de conta própria;

b) o preço da prestação de serviços em geral;c) o resultado auferido nas operações de conta

alheia; ed) as receitas da atividade ou objeto principal da

pessoa jurídica não compreendida nos itens anteriores.

Vale destacar que na receita bruta não se incluem os tributos não cumulativos cobrados, destacada-mente, do comprador ou contratante pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de mero depositário. Porém, na receita bruta, incluem--se os tributos sobre ela incidentes e os valores decor-rentes do ajuste a valor presente de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404/1976.

(Decreto-lei nº 1.598/1977, art. 12, alterado pela Lei nº 12.973/2014)

Serviços prestados no território nacional - Lucro real - Obrigatoriedade

5) As pessoas jurídicas que prestarem serviços dentro do território nacional para tomadores estrangei-ros cuja fonte pagadora é domiciliada no exterior esta-rão obrigadas à tributação pelo lucro real?

Não. As pessoas jurídicas que obtiverem receitas e, consequentemente, lucros auferidos com a pres-tação de serviço dentro do território nacional, ainda que tenham como fonte pagadora pessoa jurídica domiciliada no exterior, não estarão obrigadas à apuração do lucro real, podendo optar pela tributação com base no lucro presumido.

(Lei nº 9.718/1998, art. 14, III; Instrução Normativa SRF nº 213/2002, art. 1º, §§ 1º a 3º; Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 5/2001; Solução de Consulta Cosit nº 94/2014)