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1 ALEGRIA Ir. Marlise Regina Severino Peters 0. MOTIVAÇÃO PARA PREPARARMOS NOSSO TERRENO/CORAÇÃO “Estas coisas vos tenho dito, para que a minha alegria permaneça em vós, e a vossa alegria seja completa”. (João 15,11) Como concepcionistas, geradoras de vida, continuamos nossa caminhada de fé, unidas à Igreja e ao povo amado e querido de Deus, unidas Aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida, unidas Aquele que é a razão de ser nossa realização e alegria como mulheres, religiosas, consagradas e Testemunhas do Amor. A nossa alegria vem de estarmos na presença de Deus. A Bíblia diz em Salmos 16,8-9 “Tenho posto o Senhor continuamente diante de mim; porquanto ele está à minha mão direita, não serei abalado. Porquanto está alegre o meu coração e se regozija a minha alma; também a minha carne habitará em segurança.” Há alegria em guardar os mandamentos de Deus. A Bíblia diz em João 15,10-11 “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor. Estas coisas vos tenho dito, para que o meu gozo permaneça em vós, e o vosso gozo seja completo.” A alegria é um dom do Espírito Santo. A Bíblia diz em Gálatas 5,22-23 “Mas o fruto do Espírito é: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão, o domínio próprio; contra estas coisas não há lei.” Podemos ter alegria apesar das nossas circunstâncias. A Bíblia diz em Filipenses 4,4 “Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai- vos.” Nesse caminho de fé, regozijamos no Senhor que se faz um conosco e torna-se nosso companheiro de caminhada.

Ir. Marlise Regina Severino Peters 0. MOTIVAÇÃO PARA ... · faculdades superiores, encontra sua satisfação na posse de um bem conhecido e amado (cf. Santo Tomas de Aquino, Suma

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Page 1: Ir. Marlise Regina Severino Peters 0. MOTIVAÇÃO PARA ... · faculdades superiores, encontra sua satisfação na posse de um bem conhecido e amado (cf. Santo Tomas de Aquino, Suma

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ALEGRIA

Ir. Marlise Regina Severino Peters

0. MOTIVAÇÃO

PARA PREPARARMOS NOSSO TERRENO/CORAÇÃO

“Estas coisas vos tenho dito, para que a minha alegria permaneça em vós, e a

vossa alegria seja completa”. (João 15,11)

Como concepcionistas, geradoras de vida, continuamos nossa caminhada de fé,

unidas à Igreja e ao povo amado e querido de Deus, unidas Aquele que é o

Caminho, a Verdade e a Vida, unidas Aquele que é a razão de ser nossa

realização e alegria como mulheres, religiosas, consagradas e Testemunhas do

Amor.

A nossa alegria vem de estarmos na presença de Deus. A Bíblia diz em Salmos

16,8-9 “Tenho posto o Senhor continuamente diante de mim; porquanto ele está à

minha mão direita, não serei abalado. Porquanto está alegre o meu coração e se

regozija a minha alma; também a minha carne habitará em segurança.”

Há alegria em guardar os mandamentos de Deus. A Bíblia diz em João 15,10-11

“Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo

modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu

amor. Estas coisas vos tenho dito, para que o meu gozo permaneça em vós, e o

vosso gozo seja completo.”

A alegria é um dom do Espírito Santo. A Bíblia diz em Gálatas 5,22-23 “Mas o

fruto do Espírito é: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a

bondade, a fidelidade, a mansidão, o domínio próprio; contra estas coisas não há

lei.”

Podemos ter alegria apesar das nossas circunstâncias. A Bíblia diz em Filipenses

4,4 “Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai- vos.”

Nesse caminho de fé, regozijamos no Senhor que se faz um conosco e torna-se

nosso companheiro de caminhada.

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1. ABERTAS À PALAVRA QUE É SEMEADA EM NOSSO

TERRENO/CORAÇÃO

FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA E TEOLÓGICA

I. NECESIDADE DA ALEGRIA EM TODOS OS HOMENS

A alegria cristã remete-nos a Deus Criador que nos dá o testemunho a partir

de sua experiência criadora: “E Deus viu que tudo era bom” (Gn 1,

10.12.18.21.25.31). Pôs o homem no centro do universo, que é obra de seu poder,

de sua sabedoria, de seu amor, Deus dispõe a inteligência e o coração de sua

criatura — antes mesmo de manifestar-se pessoalmente mediante a revelação— ao

encontro da alegria e ao mesmo tempo da verdade. Precisamos prestar atenção ao

chamado que brota do coração humano, desde a infância até a velhice, como um

pressentimento do mistério divino: Sejam alegres!

Ao olharmos o mundo, sentimos um desejo natural de compreende-lo e

dominá-lo com nossa inteligência, assim como aspiramos realizar-nos e sermos

felizes. Sabemos que existem graus de “felicidade”. Sua expressão mais nobre é a

alegria ou “felicidade” em sentido estrito, quando o homem, através de suas

faculdades superiores, encontra sua satisfação na posse de um bem conhecido e

amado (cf. Santo Tomas de Aquino, Suma Teológica, I – II, q. 31, a.3). Desta

maneira o homem experimenta a alegria quando está em harmonia com a natureza

e a experimenta no encontro, na participação e na comunhão com os outros.

Principalmente quando faz a experiência profunda da alegria e felicidade espirituais;

quando seu ser entra na posse de Deus, do Deus conhecido e amado como bem

supremo e imutável (Santo Tomás de Aquino – Suma Teológica II – II, q. 28, a. 1 e

4). Poetas, artistas, pensadores, homens e mulheres que se dispuseram a luz

interior, puderam, antes da vinda de Cristo e podem em nossos dias, experimentar

de algum modo a alegria de Deus.

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Mas, ao mesmo tempo sabemos que a alegria é sempre imperfeita, frágil,

quebradiça. É um paradoxo: a mesma consciência do que constitui a verdadeira

felicidade (que vai além dos prazeres transitórios), percebe, também a certeza de

que não há alegria perfeita. A experiência da finitude, que cada geração vive como

pode, obriga a constatar e a perceber a distancia imensa que separa a realidade do

desejo de infinito.

A alegria não se compra, não se satisfaz com breves prazeres, ela é

espiritual. O dinheiro, o conforto, a higiene, a segurança material, o tédio, a aflição, a

tristeza estão na vida de muitos. Também a solidão, a sede de amor e de

companhia, o vazio; os sofrimentos físicos e morais!

No entanto nada disso pode nos impedir de falar da alegria de esperar e

desejar a alegria.

A solidariedade é obra de Deus e corresponde ao mandato de Jesus Cristo.

Ela busca a paz, restitui a esperança, fortalece a comunhão, dispõe para a alegria:

quem dá e quem recebe, porque há mais alegria em dar do que em receber (cf At

20,35). Não podemos esquecer do dever primordial de viver o amor, amor aos

outros, sem viver o mandamento do amor não podemos falar de alegria.

É também necessário um esforço paciente para aprender a gostar

simplesmente das múltiplas alegrias humanas que o Criador pôs em nosso caminho:

a alegria exultante da existência e da vida; a alegria do amor honesto e santificado;

a alegria tranquilizadora da natureza e do silencio; a alegria do trabalho bem feito; a

alegria e a satisfação do dever cumprido; a alegria transparente da pureza, do

serviço, do saber partilhar; a alegria exigente do sacrifício. Nós podemos nos

purificar, completar, sublimar: não podemos desprezar as dificuldades ascéticas que

se nos apresentam. A alegria cristã supõe pessoas capazes de alegrias naturais.

Foram através delas que Jesus Cristo anunciou o reino dos céus.

O ser humano em sua profundidade existencial deve buscar recursos que o

ajudem a compreender o sentido da vida; da sua vocação e destino transcendentes.

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Fomos criados a imagem e semelhança de Deus e somos orientados

instintivamente a Ele, ao Bem supremo e único, ao seu amor e portanto destinados a

experimentar a alegria que emana do conhecimento, ainda que seja imperfeito, de

Deus e a certeza de ter com Ele um vínculo que nem a morte pode romper. Santo

Agostinho disse: “Fizeste-nos para ti, Senhor, e nosso coração está inquieto até

repousar em Ti”. (Santo Agostinho, Confissões, I, c. I: PL 32,66).

O homem vive a alegria aproximando-se de Deus e fugindo do mal, do

pecado. “A carne e o sangue” são incapazes de conseguir. (cf. Mt 16, 17). A graça

nos converte, precisamos escutar a Boa Nova do Amor de Deus.

II. ANUNCIO DE LA ALEGRIA CRISTÃ NO ANTIGO TESTAMENTO

A alegria cristã é por essência uma participação espiritual da alegria

insondável, às vezes divina outra humana, do Coração de Jesus Cristo glorificado.

Quando Deus – Pai manifesta na história o desígnio amoroso que Ele havia formado

em Jesus Cristo, para realizar na plenitude dos tempos (cf. Ef 1,9-10), esta alegria

se anuncia misteriosamente no meio do Povo de Deus, ainda que sua identidade

não seja logo revelada.

Assim Abraão, nosso Pai, eleito para o cumprimento futuro da Promessa, e

esperando contra toda esperança, recebe, no nascimento de seu filho Isaac, as

primícias proféticas desta alegria (cf. Gn 21,1-7); Rom 4,18). Tal alegria se encontra

como transfigurada através de uma prova de morte, quando seu único filho lhe é

devolvido vivo, prefiguração da ressurreição de Aquele que virá: o Filho único de

Deus, prometido para um sacrifício redentor. Abraão exultou ante o pensamento de

ver o Dia de Cristo, o Dia da salvação: ele “viu e se alegrou” (Jo 8,56).

A alegria da salvação amplia-se e vai se manifestando ao longo da historia

profética de Israel. Ela se mantém e renasce indefectivelmente através de provas

trágicas devido as infidelidades do povo eleito e às perseguições exteriores que

buscavam separá-lo de seu Deus. Esta alegria sempre ameaçada e renascente é

própria do povo nascido de Abraão

.

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É marcada por uma experiência exultante de libertação e restauração —pelo

menos anunciadas— que têm sua origem no amor misericordioso de Deus para com

seu povo eleito, em cujo favor Ele cumpre, por pura graça e poder milagrosos, as

promessas da Aliança. Tal é a alegria da Promessa mosaica, que é uma figura da

libertação escatológica que será realizada por Jesus Cristo no contexto pascal da

nova e eterna Aliança. É também, da alegria atual, cantada tantas vezes nos

salmos: a de viver com Deus e para Deus. É, sobretudo, a alegria gloriosa e

sobrenatural, profetizada em favor da nova Jerusalém, resgatada do desterro e

amada misticamente por Deus.

O sentido último deste amor redentor transbordante aparecerá na hora da

nova Páscoa e do novo êxodo. Então o Povo de Deus será conduzido, por meio da

morte e ressurreição do seu Servo sofredor, deste mundo ao Pai; da Jerusalém

figurativa daqui de baixo à Jerusalém do alto: “De abandonada e amaldiçoada, sem

ninguém para te socorrer, farei de ti um objeto de admiração para sempre, um

motivo de alegria para as gerações futuras”. ... “assim como um jovem desposa uma

jovem, aquele que te tiver construído te desposará; e como a recém-casada faz a

alegria de seu marido, tu farás a alegria de teu Deus”. (Is 60,15; 62,5; cf. Gal 3,27;

Ap 21,1-4).

A alegria do justo no A.T. está fundamentada acima de tudo na demonstração

do poder de Deus, que se manifestou na história do povo de Israel. Os sinais com

que Deus se revelou e salvou a Israel sobretudo na libertação do Egito, são

comemorados de um modo patente no culto de Israel. O serviço divino no Tempo

torna-se expressão festiva da alegria no Senhor (sl 84,1; 122,1). O Cântico dos

Cânticos, parte importante do A.T., é significativo pelo fato de que as expressões

mais sublimes e mais alegres da vida humana podem se tornar imagem da

experiência de Deus.

III. A ALEGRIA NO NOVO TESTAMENTO

Mais que o justo do A.T. o cristão está marcado pela alegria, porque Cristo

realiza as promessas e as esperanças messiânicas. Já a própria encarnação inunda

de imensa alegria todos aqueles que a conhecem (cf. Lc 1 e 2).

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O próprio Cristo na sua humanidade, mas principalmente na consciência de

própria divindade, está imerso na alegria trinitária. “Disse-vos essas coisas para que

a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa” (Jo 15,11) E o

mistério da Encarnaçãoem figura de servo consiste em que a alegria se pode afastar

até dar lugar à dor e à morte. Cristo na forma de servo é um sinal de nosso pecado,

e não da presença divina; a forma de servo é um novo motivo para a assunção da

humanidade de Cristo na glória do Logos (Flp 2,6ss). A mensagem cristã é de

alegria, porque por meio de Cristo não só foi abolido o pecado, mas na ressurreição

de Cristo foram vencidas também as consequencias do pecado, de maneira que

possamos participar da sua bem-aventuirança (Jo 17,22; 1 Jo 1,3-4).

A alegria faz parte dos valores objetivos da filiação divina já aqui na terra:

”Sede sempre contentes. Orai sem cessar. Em todas as circunstâncias, dai graças,

porque esta é a vosso respeito a vontade de Deus em Jesus Cristo”. (1 Tes 5, 16-

18).

A alegria dos remidos frequentemente se manifesta em relação com o Espírito

Santo. A vinda do espírito Santo em Pentecostes dá aos discípulos a certeza de que

o mundo está profundamente transformado em Cristo, apesar da exígua aparencia,

nesta vida, dos frutos de salvação. Mas “os frutos do Espírito são: caridade, alegria,

paz” (Gal 5,22). “O Reino de Deus não é bebida nem comida, mas justiça, paz e

gozo no espírito Santo” (Rom 14,17). “O Deus da esperança vos encha de todo o

gozo e da paz na vossa fé, para que, pelo poder do Espírito Santo estejais repletos

de esperança” (Rom 15,3).

Ninguém está excluído da alegria. A grande alegria do anjo na noite de Natal,

que será de verdade para todo o povo (cf. Lc 8,10), tanto para o povo de Israel que

esperava ansioso um Salvador, como para todos os povos ao longo dos tempos que

acolherá sua mensagem e se esforçará por vive-la. A alegria da Virgem Maria a

primeira em receber o anúncio do anjo Gabriel e o Magnificat que já era o hino de

exultação de todos os humildes. Os mistérios gozosos nos situam nestas alegrias

cada vez que os rezamos, ante o acontecimento inefável, centro e cume da história:

a vinda à terra do Messias, Deus conosco. João Batista, que teve a missão de

mostrá-lo a Israel, saltou de gozo em sua presença, no seio materno (cf. Lc 1,44).

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Quando Jesus começou seu ministério, João “regozija-se sobremodo com a voz do

esposo. Nisso consiste a minha alegria, que agora se completa”. (Jo 3,29).

Reflitamos sobre a pessoa de Jesus. Ele experimentou em sua humanidade

todas nossas alegrias. Ele conheceu, apreciou, elogiou toda uma gama de alegrias

humanas, dessas alegrias simples e cotidianas que estão ao alcance de todos. A

profundidade de sua vida interior não lhe tirou a clareza de seu olhar, nem de sua

sensibilidade. Admira os passarinhos, os lírios do campo, exalta a alegria do

semeador e do ceifador daquele que encontra um tesouro, do pastor que encontra a

ovelha perdida, da mulher que encontra sua moedinha perdida; a alegria dos

convidados ao banquete, a alegria dos que vão ao casamento, dos que se casam, a

alegria do pai que recebe seu filho pródigo de volta; da mulher que acaba de dar a

luz a seu filho. Estas alegrias humanas tem para Jesus tanta consistência quanto o

fato de serem sinais das alegrias espirituais do Reino de Deus: alegria dos homens

que entram neste Reino, voltam a ele ou trabalham nele, alegria do Pai que os

recebe. Por outro lado, Jesus manifesta sua satisfação e sua ternura, quando se

encontra com as crianças que desejam se aproximar dele, com o jovem rico, fiel e

com desejos de ser perfeito; com amigos que abrem as portas de suas casas para

hospedá-lo como Marta, Maria e Lázaro.

Sua felicidade maior é ver a acolhida que é dada à Palavra, a libertação dos

possessos, a conversão da mulher pecadora e de um publicano como Zaqueu, a

generosidade da viúva. Ele mesmo se sente inundado por uma grande alegria

quando comprova que os mais pequeninos tem acesso à revelação do Reino, coisa

que fica escondida aos sábios e prudentes (Lc 10,21). Sim, “tendo Cristo partilhado

em tudo nossa condição humana, menos no pecado” (cf. Hb 4,15), ele aceitou e

sentiu as alegrias afetivas e espirituais, como um dom de Deus. E não descansou

até que não “tivesse anunciado a salvação aos pobres e aos aflitos o seu consolo”

(cf. Lc 14,18). O evangelho de Lucas é profícuo na maneira particular de semear a

alegria. Os milagres de Jesus, as palavras de perdão são outras tantas mostras da

bondade divina: as pessoas se alegravam por tantos prodígios que ele fazia (cf. Lc

13,17) e dava glorias a Deus. Para o cristão, como para Jesus, é necessário viver as

alegrias humanas, que o Criador nos dá, em ação de graças ao Pai.

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Destacamos o segredo da insondável alegria que Jesus carregava dentro de

si e que lhe é própria. É o evangelho de S. João quem melhor nos revela as palavras

íntimas do Filho de Deus feito homem. Jesus irradia paz, segurança, alegria,

disponibilidade, que se deve ao amor inefável com que se sabe amado por seu Pai.

Depois de seu batismo as margens do Jordão, este amor, presente desde o primeiro

instante de sua Encarnação, se manifesta: “Tu és meu filho amado, meu predileto”

(Lc 3,22). Esta certeza é inseparável da consciência de Jesus. É uma presença que

nunca o abandona (cf. Jo 16,32). É um conhecimento íntimo que o plenifica: “O Pai

me conhece e eu conheço o Pai” (Jo 10,15). É uma troca incessante e total: “Tudo o

que é meu é teu e tudo o que é teu é meu” (Jo 17,19). O Pai deu ao Filho o poder de

julgar e de dispor da vida. Entre eles dá-se uma reciprocidade profunda: “Eu estou

no Pai e o Pai está em mim” (Jo 14,10). Reciprocamente, o Filho tem para com o Pai

um amor sem medida: “Eu amo o Pai amo o Pai e procedo como o Pai me ordenou”.

(Jo 14,31). Faz sempre o que apraz ao Pai, é este seu “alimento” (cf. Jo 8,29; 4,34).

Sua disponibilidade chega até o dom de sua vida humana, com a confiança de

recobrá-la: “O Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar” (Jo 10,17).

Neste sentido, ele se alegra de ir ao pai. É, para Jesus a ressonância de sua

consciência de homem, do amor que ele conhece desde sempre, enquanto Deus, no

seio do Pai: “porque me amaste antes da criação do mundo” (Jo 17,24). Existe uma

relação incomunicável de amor, que se confunde com sua existência de Filho e que

constitui o segredo da vida trinitária: o Pai é o que se dá ao Filho, sem reservas e

sem interrupções, em uma generosidade gozosa e o Filho, como o que se dá da

mesma maneira ao Pai com um impulso de gozosa gratidão no Espírito Santo.

Daí que os discípulos e todos que creem em Cristo estão chamados a

participar desta alegria. Jesus quer que sintam interiormente esta mesma alegria em

plenitude: “Manifestei-lhes o teu nome, e ainda hei de lho manifestar, para que o

amor com que me amaste esteja neles, e eu neles” (Jo 17,26).

Esta alegria de estar dentro do amor de Deus começa já aqui na terra. É a

alegria do Reino de Deus. É uma alegria concedida e que requer confiança total no

Pai e no Filho e de fazer opção pelas coisas do Reino. A mensagem de Jesus

promete antes de tudo a alegria, essa alegria exigente das bem aventuranças.

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“Felizes os pobres, porque deles é o Reino dos céus. Felizes o que passais fome,

porque sereis saciados. Felizes os que agora chorais...” (Lc 6,20-21).

Misteriosamente, Cristo mesmo, para desenraizar o coração humano do

pecado de suficiência e manifestar ao Pai uma obediência filial e completa, aceita

morrer (cf. At 2,23), morrer sobre uma cruz. “Jesus afirmou essas coisas e depois,

levantando os olhos ao céu, disse: Pai é chegada a hora. Glorifica teu Filho, para

que teu Filho glorifique a ti” (Jo 17,1). E Deus ressuscita Jesus dentre os mortos.

Desde então Jesus vive para sempre na Gloria do Pai e os discípulos se sentiram

arrebatados por uma alegria indescritível ao ver Jesus no dia de Páscoa.

“O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; sobre aqueles que

habitavam uma região tenebrosa resplandeceu uma luz. 2. Vós suscitais um grande

regozijo, provocais uma imensa alegria; rejubilam-se diante de vós como na alegria

da colheita” (Is 9,1-2). O Exsultet da proclamação pascal canta um mistério

realizado acima de toda esperanças proféticas: no anúncio gozoso da ressurreição,

todo mal e sofrimento é transfigurado, enquanto que a plenitude da alegria surge da

vitória do Crucificado, de seu Coração transpassado, de seu Corpo glorificado e

ilumina as trevas.

A alegria pascal é a de uma nova presença do ressuscitado que outorga aos

seus o Espírito Santo, para que habite neles. Assim o Espírito Paráclito é dado à

Igreja como principio inesgotável de sua alegria de esposa de Cristo glorificado.

O Espírito Santo faz-nos templos vivos de Deus, doce hóspede da alma

(Sequencia da Solenidade de Pentecostes). Com ele habita no coração humano o

Pai e o Filho (cf. Jo 14,23). O Espírito Santo suscita no homem uma oração filial, que

brota do seu ser mais profundo e que se expressa em louvor, ação de graças,

expiação e súplica. Assim desfrutamos da alegria propriamente espiritual, que é fruto

do Espírito Santo (cf. Rom 14,17; Gal 5,22): consiste esta alegria em que o espírito

humano encontra repouso e uma satisfação íntima na possessão de Deus trino,

conhecido pela fé e amado com a caridade que provem dele. Esta alegria

caracteriza-se por todas as virtudes cristãs. As pequenas alegrias humanas que

constituem em nossa vida como a semente de uma realidade superior são

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transfiguradas. Esta alegria espiritual, aqui na terra, inclui sempre em alguma

medida a dolorosa prova da mulher o momento de dar a luz,na verdade as alegrias

na terra nunca estão plenas, mas são um vislumbre do que viveremos por toda a

eternidade em Deus (cf. Jo 16,20-22; 2Cor 1,4; 7,4-6).

Maria e a Alegria

Maria, a cheia de graça, a Mãe do Salvador, acolheu o anúncio do alto, fez-se

serva do Senhor, é chamada de esposa do Espírito Santo, mãe do Filho de Deus,

mostra alegria diante de sua prima Isabel que elogia sua fé: “Minha alma

engrandece ao Senhor e exulta de alegria meu espírito em Deus, meu Salvador...

Por isso, todas as gerações me chamarão de bem aventurada” (Lc 1, 46-48). Ela

melhor que ninguém, compreendeu que Deus faz maravilhas: seu Nome é santo,

mostra sua misericórdia, exalta os humildes, é fiel a suas promessas. No cotidiano

de sua vida medita os pequenos sinais de Deus, guardando-os em seu coração e

não foi isenta dos sofrimentos: está presente aos pés da cruz, associada de maneira

eminente no sacrifício de Jesus, como madre das dores. Mas ela está também,

aberta sem reservas à alegria da Ressurreição; também foi elevada à glória do céu.

Primeira redimida, imaculada desde o momento de sua concepção, morada

incomparável do Espírito, habitáculo puríssimo do Redentor dos homens, ela é ao

mesmo tempo a Filha armadíssima de Deus e em Cristo, a Mãe universal. Ela é o

tipo perfeito da Igreja terrestre e glorificada. Que maravilhosas ressonâncias

adquirem em sua singular existência de Virgem de Israel as palavras proféticas

relativas à nova Jerusalém: ”Com grande alegria eu me rejubilarei no Senhor e meu

coração exultará de alegria em meu Deus, porque me fez revestir as vestimentas da

salvação. Envolveu-me com o manto de justiça, como um neo-esposo cinge o

turbante, como uma jovem esposa se enfeita com suas jóias”. (Is 61,10). Junto com

Cristo, ela recapitula todas as alegrias, vive a perfeita alegria prometida a Igreja:

“Mãe plena da santa alegria” e com toda razão, seus filhos da terra, volvendo os

olhos para a mãe da esperança e mãe da graça, a invocam como causa de sua

alegria: “Causa de nossa alegria”.

Depois de Maria, a expressão da alegria mais pura e ardente a encontramos

naqueles que abraçam a cruz de Jesus com o mais fiel amor: os mártires, aos quais

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o Espírito Santo inspira, no momento crucial da prova, uma espera apaixonada da

vinda do Esposo. São Estevão, que morre vendo os céus abertos, é o primeiro das

inumeráveis testemunhas de Cristo. Também em nossos dias e em numerosos

países, quantos que arriscam a vida por Cristo, poderiam afirmar como o mártir

Santo Inácio de Antioquia: “Com grande alegria lhes escrevo, desejando morrer.

Meus desejos terrestres foram crucificados e já não existe em mim uma chama para

amar a matéria, mas há em mim uma água viva que murmura e diz dentro de mim:

"Vem até o Pai"”

Na vida dos filhos da Igreja, esta participação na alegria do Senhor é

inseparável da celebração do mistério eucarístico, onde comem e bebem seu Corpo

e seu Sangue. Eucaristia sustento dos caminhantes, no caminho da eternidade, são

as primícias da alegria escatológica.

A alegria é consequência da comunhão humano-divina cada vez mais

universal. Dá ao coração uma abertura aos outros. Ela nos faz semelhantes e nos

ajuda a viver de acordo com a vontade do Pai, porque ela faz o homem a imagem e

semelhança de Deus. E os santos nos vislumbram a alegria em Deus.

CONCUSÃO: UMA ALEGRIA PARA TODOS

“Se teu olho é são, todo o corpo será bem iluminado” (Lc 11,34).

“Jesus lhe disse ( a Tomé):Porque viste, creste. Felizes os que não viram e

creram.” (Jo 20, 28-29).

Como concepcionistas somos convidadas a contemplar o Senhor

Ressuscitado, o Senhor da Glória. Quando nossos olhos se voltam para Ele, todo

nosso ser é iluminado. Sentimos forte em nós a alegria da Boa Nova, a alegria

daqueles que crêem pela fé. E esse sentimento nos impulsiona a partilharmos essa

experiência do Cristo vivo com a humanidade. Ide e evangelizai, disse Cristo. Ide e

ensinai, disse Carmen.

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Cabe-nos como educadoras pensar nas crianças que necessitam encontrar

no amor dos que os rodeiam segurança, adquirir capacidade de recepção, de

maravilhar-se, de confiança, de espontaneidade e assim se tornarem aptas para a

alegria evangélica. Quem quiser entrar no Reino, nos diz Jesus, deve primeiramente

tornar-se criança (cf. Mt 10,14-15).

Pensemos em todos os que educam, o Espírito Santo deseja ajudá-los a

redescobrir a alegria das coisas simples: a solidariedade, a escuta, a partilha, o

colocar-se no lugar do outro, o ser dom, o saber brincar, o dedicar tempo aos outros.

E os jovens cristãos vivem a alegria? Que alegria? Oxalá seja a alegria da

busca da verdade, do ser dom aos outros através de trabalhos voluntários, de visitas

a creches, aos doentes, de levar amor e alegria aos que sofrem, aos abandonados e

esquecidos; ajudemos nossos jovens a serem fontes profundas de alegria

libertadora da Verdade divina reconhecida no olhar dos mais frágeis e pequenos.

A alegria de ser religiosa, a capacidade de saber expressar a alegria da

consagração, a alegria de que Carmen Sallés é declarada santa pela Igreja, a

alegria de podermos chegar a alcançar a santidade seguindo os passos de nossa

fundadora. Tudo isso leva-nos a dizer: Nosso ser engrandece o Senhor, pois fez

grandes coisas em nós e nosso espírito é feliz!

2. SEMENTES CONCEPCIONISTAS: A ALEGRIA NOS E

NA VIDA DE M. CARMEN

ECOS DO PENSAMENTO DE CARMEN SALLÉS:

2.“Saber-nos objeto do amor gratuito e da misericórdia infinita de Deus enche-nos

de alegria e nosso coração transborda em ação de graças”.

14. “O amor de Deus enche de alegria o espírito; os amores humanos, se são

puros, mortificam e atormentam”.

51. “Nossa vontade é, com frequência, fraca e instável; os desejos e mandamentos

de Deus são fiéis e seguros, produzem alegria ao espírito”.

153. “Que alegria poder dizer: nossa Mãe Imaculada”.

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13  

156. “Ao começar a jornada diária é bom expressar nossa alegre confiança: peço-

te um bom dia, minha Mãe, minha Senhora e minha Rainha”.

157. “Exercitemo-nos naquelas virtudes que nos façam humildes, benignos,

pacíficos, tratáveis, constantes e fiéis no trabalho, diligentes, alegres... como

corresponde aos filhos de Maria Imaculada”.

177. “Uma confiança grande e perseverante em nossa Mãe, nos obterá as maiores

graças. Ela é nossa força e causa de nossa alegria”.

200. “Amar e louvar Maria; saber-se amado por ela e amparado por seu poder; ter a

alegria de viver com ela em Deus ao finalizar a jornada da vida. Esta é a trajetória

do verdadeiro filho”.

209. “Maria é nossa Mãe. Louvá-la, conhecer suas alegrias, sentir seu amparo e

junto a ela, fazer a experiência de Deus, supõe viver sua maternidade”.

213. “Em nossa devoção a Santa Maria não deve sobressair o sentimental sobre o

efetivo. Mas, como evitar que o coração se encha de alegria quando a vemos

formosa, inundada de luz, alegre, poderosa, sábia, imaculada?”

221. “Quando passar perto de uma igreja, entre nela, ora e adora. Fala a Deus de

tuas preocupações e alegrias. Experimenta sua companhia”.

286. “A alegria e a jovialidade são bons enlaces em nossas relações com os outros,

especialmente com as crianças”.

315. “Faça-se toda para todos: criança com as crianças, alegre com os que riem,

triste com os sofredores, como nos manda São Paulo”.

371. “Se experimentamos sentimento de altivez, realizemos com simplicidade e

mansidão alguns dos trabalhos que consideramos humildes. Na realidade não o são,

se estivermos persuadidos de que com eles imitamos a Virgem, nossa Mãe. Assim

os desempenharemos com satisfação e alegria”.

385. “Feliz a pessoa que consegue estar sintonizada com a vontade divina. Ainda

que tenha dentro de si grande guerra está em situação de alto merecimento, como

vemos em tantos santos ou santas a quem o Senhor provou na tribulação”.

428. “Faça o bem de boa vontade, com alegria, sem buscar a gratidão humana; o

bem alcançará maiores proporções”.

429. “Somente agrada a Deus quem dá com alegria”.

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14  

ALEGRIA NA PALAVRA DE DEUS:

Puseste no meu coração mais alegria do que a deles no tempo em que se

lhes multiplicam o trigo e o vinho. Salmos 4,7

Tu me farás conhecer a vereda da vida; na tua presença há plenitude de

alegria; à tua mão direita há delícias perpetuamente. Salmos 16,11

Tornaste o meu pranto em regozijo, tiraste o meu cilício, e me cingiste de

alegria; Salmos 30,11

Então irei ao altar de Deus, a Deus, que é a minha grande alegria; e ao som

da harpa te louvarei, ó Deus, Deus meu. Salmos 43,4

Eu, porém, cantarei a tua força; pela manhã louvarei com alegria a tua

benignidade, porquanto tens sido para mim uma fortaleza, e refúgio no dia da

minha angústia. Salmos 59,16

A luz é semeada para o justo, e a alegria para os retos de coração.

Salmos 97,11

Celebrai com júbilo ao Senhor, todos os habitantes da terra; dai brados de

alegria, regozijai-vos, e cantai louvores. Salmos 98,4

Servi ao Senhor com alegria, e apresentai-vos a ele com cântico.

Salmos 100,2

Fez sair com alegria o seu povo, e com cânticos de júbilo os seus escolhidos.

Salmos 105,43

Acharam-se as tuas palavras, e eu as comi; e as tuas palavras eram para

mim o gozo e alegria do meu coração; pois levo o teu nome, ó Senhor Deus

dos exércitos. Jeremias 15,16

O Senhor teu Deus está no meio de ti, poderoso para te salvar; ele se

deleitará em ti com alegria; renovar-te-á no seu amor, regozijar-se-á em ti

com júbilo. Sofonias 3,17

Terás alegria e regozijo, e muitos se alegrarão com o seu nascimento;

Lucas 1,14

Pois logo que me soou aos ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha

saltou de alegria dentro de mim. Lucas 1,44

O anjo, porém, lhes disse: Não temais, porquanto vos trago novas de grande

alegria que o será para todo o povo: Lucas 2,10

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Em verdade, em verdade, vos digo que vós chorareis e vos lamentareis, mas

o mundo se alegrará; vós estareis tristes, porém a vossa tristeza se

converterá em alegria. João 16,20

Assim também vós agora, na verdade, tendes tristeza; mas eu vos tornarei a

ver, e alegrar-se-á o vosso coração, e a vossa alegria ninguém vo-la tirará.

João 16,22

E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em

casa, comiam com alegria e singeleza de coração, Atos dos Apóstolos 2,46

Porque o reino de Deus não consiste no comer e no beber, mas na justiça, na

paz, e na alegria no Espírito Santo. Romanos 14,17

“Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo” (Lc 1, 28).

“A caridade é paciente, é serviçal..., não se envaidece…, se alegra com a

verdade. Tudo desculpa. Tudo crê. Tudo espera. Tudo suporta. A caridade

jamais acabará” (1Co 13, 4-8).

ALEGRIA EM NOSSAS CONSTITUIÇÕES:

CC 2: “Nossa vida segundo o Evangelho é comunitária. O Espírito nos introduz na

comunhão com o Pai e o Filho. Esta comunhão trinitária é a fonte da vida fraterna. A

comunidade é espaço teologal onde descobrimos o amor do Pai e experimentamos

a presença do Senhor Ressuscitado, que partilhamos com as irmãs.” Esta

experiência é a alegria.

CC 6 a: “Nossa vida comunitária deve definir-se por atitudes de caridade e gestos de

amizade, mais que por suas estruturas. Queremos viver a espiritualidade de

comunhão, ser uma comunidade que partilha a oração, o apostolado, a dor e a

alegria”.

CC 6 c: “Procuramos eliminar toda indiferença, desprezo e injustiça, alegrando-nos

sempre com o bem de cada irmã, conscientes de que a caridade deve ser marcada

pela ativa esperança daquilo que cada uma pode chegar a ser, graças a nossa ajuda

fraterna.”

CC 8:” Nas comunidades propiciamos encontros fraternos que facilitam a

convivência, estimulam a partilhar experiências de vida e ajudam a crescer em

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comunhão. Neles recreia-se o espírito, cresce o sentido de família, criam-se

vínculos de amizade, alivia-se a solidão, estimula-se à vivência da própria

consagração e a entrega ao apostolado”.

CC 12 b:” A irmã idosa com sua experiência, fidelidade alegre e oração, é

testemunho que estimula o caminho espiritual e apostólico de todas. A comunidade

acolhe e valoriza sua presença e os serviços que possa realizar.”

CC 14a:” Nossa comunidade, que nos exige a caridade e nos impulsiona a comunicar

o que conhecemos, deve estender-se a todas as pessoas. Como membros do Povo de

Deus, queremos ser solidárias de suas tristezas, alegrias e esperanças, sendo

testemunhas de proximidade e acolhida”.

CC 24b: “Queremos, pessoal e comunitariamente, ter um estilo de vida simples,

humilde e austero; viver desprendidas no uso dos bens materiais, reduzir as

necessidades, excluir o supérfluo; aceitar com alegria as privações, e partilhar os

bens com nossos irmãos mais pobres”.

CC 53 b: “Este itinerário espiritual nos conduz gradualmente à paz e a alegria das

Bem aventuranças”.

CC 62: “O Mistério de Maria Imaculada inspira a missão educativa concepcionista:

preventiva, integral, libertadora e personalizada. Convida-nos a educar a inteligência

e o coração, a cultivar a interioridade e a verdade, a transparência e a gratuidade, a

bondade e a beleza.

Para realizar este ministério necessitamos de oração e estudo, atitude de

serviço, de ternura e misericórdia, de proximidade e paciência”... alegria.

CC 64 b: “ Proporcionaremos oportunidades para que as possam ser testemunhas

alegres de nossa vocação, oferecendo-lhes experiências de vida comunitária, de

oração e de reflexão, tornando-as participantes da ação pastoral, e partilhando, com

eles, realidades de sofrimento, ocasionadas por diferentes formas de pobreza e

injustiça.

CC 67 b: “A alegria de sentir-nos chamadas por Cristo e nosso testemunho

pessoal e comunitário são o convite mais eficaz para optar pela vida religiosa

concepcionista.”

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CC 85 a: “ Nesta etapa a postulante deve ter contato real com nossa forma de vida.

Residirá na casa noviciado ou em outra da Congregação, para fazer a experiência da

alegria e da ascese que exige a vida fraterna em comunidade”.

CC 89: “A noviça aprofunda-se na experiência de Deus, para ir assumindo

progressivamente os sentimentos de Cristo. Inicia-se no itinerário espiritual

concepcionista, através do conhecimento e vivência do carisma e espiritualidade

congregacional. Dedica-se ao estudo e aprofundamento da Sagrada Escritura e das

constituições, à formação doutrinal e litúrgica, ao cultivo das virtudes humanas e

cristãs e à compreensão e experiência da vida espiritual”.

CC 163 b: “Ao aceitar funções e responsabilidades contribuímos com nossos talentos,

reconhecemos e acolhemos os das outras, alegres pela oportunidade de servir à

comunidade e convencidas de que tanto ao assumi-los como ao deixá-los,

colaboramos na mesma missão”.

ALEGRIA NAS PALAVRAS DE M. CARMEN

“Sejamos como poços que se enchem, pelo estudo e oração, de ciência e

virtude – frutos do Espírito, a alegria - para depois partilhar”... “Meu coração

transbordando sempre de amor para convosco me leva a dar-vos uma notícia que

será sem dúvida de agrado, manancial de santas alegrias e origem de religioso

entusiasmo... nossa Congregação é terra de benção, como jardim onde o Senhor

quer viver alegrando-nos com suas graças...” (cf. CCS 15. 10. 1908)

“Que feliz é nossa missão, filhas minhas, somos esposas de Deus que nos

criou, somos depositárias e encarregadas do que mais ama neste mundo, que são

as crianças!” (cf. CCS 30/05/1909

“Obedeçam de boa vontade, porque só agrada a Deus aquele que dá com alegria"

(CC 1893, 41,1).

"Esta união com Cristo nosso bem, fará que nossos pensamentos, nossos desejos,

nossa vontade estejam em Cristo, de tal modo que possamos exclamar com São

Paulo: não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim. Sendo assim, o Senhor se

alegrará em morar em nós" (CCS 15.10.1900).

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3. HERDEIRAS DE UMA BÊNÇÃO: DOCUMENTOS

PARA ORAR, REFLETIR E PARTILHAR.

A partir da fundamentação explicitada no ítem 1, vamos REFLETIR E ORAR:

Ler o texto em atitude de abertura e adesão aos apelos e iluminações que o

Espírito me faz.

O saber/sentir – me amada por Deus é, para mim, fonte de alegria?

Ser convidada por Deus para trabalhar pelo Reino como Concepcionista é

motivo de alegria para mim?

Jesus “experimentou em sua humanidade todas nossas alegrias. Ele

conheceu, apreciou, elogiou toda uma gama de alegrias humanas, dessas

alegrias simples e cotidianas que estão ao alcance de todos.” Alegro-me com

as alegrias, conquistas, do povo de Deus?

Com meu agir, sou testemunha da alegria do Reino?

Através do exercício da missão, gero alegria aos irmãos?

+*****************+

«Gaudete in Domino semper”

Alegrai-vos sempre no Senhor (Fil. 4, 4).

Paulo, conhecedor da Lei e depois conhecedor profundo da pessoa de Jesus

pela ação do Espírito Santo, nos exorta: Alegrai-vos. Mas não alegrai-vos de vez em

quando ou em ocasiões especiais. Alegrai-vos sempre.

É possível estarmos alegres sempre? Depende da causa de nossa alegria.

Se ela for embasada por conquistas, sucessos humanos e profissionais, satisfação

no que fazemos, bem estar nas relações interpessoais, tranqüilidade financeira ou

social, reconhecimento por parte de outras pessoas... nossa alegria tende a ter

começo e fim, uma vez que nesse mundo tudo é efêmero. Por isso Paulo, que

experienciou essas situações: por uns aclamado, por outros rejeitado e agredido; em

alguns momentos teve o necessário para viver confortavelmente e em outros

experimentou a fraqueza e a fome.; por um tempo foi livre e depois prisioneiro...

embasou essa afirmativa em algo que não passa: Deus. Só Ele é eterno, imutável.

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Paulo, protagonista de uma linda história de conversão, nos diz: Alegrai-vos.

Alegrai-vos sempre. Alegrai-vos no Senhor. Aqui está o segredo da alegria

perene: ela não vem de experiências externas. Ela é fruto da íntima experiência que

fazemos da pessoa de Jesus.

Com Jesus podemos tocar e ser tocados pela Vida e Vida em plenitude. (Jo

10,10). Essa experiência fez Paulo e, a partir dela, tornou-se um novo homem. “Já

não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim”. (Gal 2,20). Como nos recorda

o catecismo da Igreja Católica, é pela ação do Espírito que chegamos a Jesus e,

abertos ao Espírito de Deus, produzimos frutos tão necessários à sociedade atual:

amor, paz, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio e ALEGRIA (Gal 5, 22-23).

Alegria que nos vem da experiência de que “nada nem ninguém pode nos separar

do amor de Deus manifestado em Cristo Jesus”. (Rom 8,39).

Bento XVI nos diz que a alegria cristã é a certeza de um Deus próximo. Essa

certeza viveu Paulo, essa certeza viveu Carmen Sallés. Em seus escritos lemos:

“A oração é o canal por onde desce a graça que fortalece e santifica a alma.”

“Na história concreta de cada um de nós, com seus pequenos e grandes

acontecimentos, vivendo conscientemente a presença de Deus, adquirimos a

unificação de nosso ser nele, porque Deus está conosco agora e sempre.”

“No campo vital da santificação não estamos sós; sejamos conscientes de

que Deus está conosco.”

Carmen: mulher orante; coração tocado pela graça e apaixonado por Deus.

Tão apaixonado que em tudo buscava a comunhão com Ele. Sabia-se limitada, mas

confiava na presença amorosa do Pai. E, como diz Bento XVI, a consciência dessa

presença amorosa é fonte de alegria no coração do cristão.

Nossa Igreja precisa de corações alegres, que vibram pela missão. Carmen

teve um coração assim. Foi capaz de enfrentar desafios e contrariedades; não

assumiu um “rosto/postura de sexta-feira da paixão”: abatido, triste, desanimado...

Pelo contrário, quantos disseram que dela emanava energia, vitalidade, coragem,

amor, alegria, esperança... Esperança que a Vida e o Amor são mais fortes que

todos os sinais de morte e desamor. Esperança que brota da confiança na

misericórdia divina.

“Não só devemos viver a esperança contínua na misericórdia de Deus, senão

também transmiti-la aos demais.” (Carmen Sallés).

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É tempo de nos questionarmos:

Como concepcionistas há espaço para a esperança em nosso

coração?

Com nosso testemunho de vida concepcionista transmitimos

esperança aos nossos irmãos? Principalmente aos pobres e

sofredores?

Testemunhas alegres de nossa vocação... Compartilhando com pessoas

realidades de sofrimento causadas por diferentes formas de pobreza e

injustiça. (cf. Constituições 64b)

“Alguns se perguntam: mas ainda hoje é possível esta alegria? A resposta é

dada, com suas vidas, por homens e mulheres de toda idade e condição social,

felizes de consagrar sua existência aos demais!”...

“Ser feliz com Deus significa: amar como Ele, ajudar como Ele, dar como Ele,

servir como Ele» (La gioia di darsi agli altri, Ed. Paoline, 1987, p. 143). Sim, a alegria

entra no coração de quem se coloca a serviço dos pequenos e dos pobres. Em

quem ama assim, Deus faz morada, e a alma está na alegria.” (Bento XVI)

Que a santa Carmen Sallés nos ajude a encarnar em nosso corpo

concepcionista a alegria e a esperança daqueles que trabalham a SERVIÇO DA

VIDA, porque “o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito

Santo que nos foi dado”. ( Rm 5, 5).

+*******************+

“A marca da “família concepcionista” é viver em ambientes serenos

estimulantes e cheios de alegria onde é possível manifestações coletivas, festivas

e criativa da pessoa e da comunidade, como forma simples e natural de desenvolver

e fortalecer o imaginário coletivo” (cf. Plano de Escola Concepcionista em Pastoral,

item: Estilo celebrativo, p. 70) e afirma também: “Uma educação marcada com

atitudes celebrativas: É um cenário para a alegria, fomenta o conhecimento mútuo

e facilita o fortalecimento de laços de convivência entre os participantes nas

atividades lúdicas e festivas e gera um ambiente peculiar de “família

concepcionista”.”É um convite a desfrutar em um clima de alegria e de festa, em

um ambiente positivo permeado de relações pessoais, vivificado pela presença

amorosa e soldaria, animadora e ativa dos educadores e o protagonismo dos

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educandos. ... Facilita um reencontro com o ser interior ao descobrir fortalezas e

debilidades, conhecer temores, desenvolver a alegria e desenvolver capacidades,

que tendem a firmar o sentido valorativo e a identidade pessoal” (Bidem, p. 71).

O perfil Pessoal e Profissional de nossos educadores (cf. Plano de Escola

Concepcionista em Pastoral p. 72 – 74): “Pessoas capazes de ensinar e aprender,

de criar um clima de simplicidade, próximo, afável, compreensão e alegria, que

aceitam os próprios erros e reconhecem que a verdade é para todos e estão

decididos a buscar entre todos”.

+*****************+

Caná: aliança, prazer e ternura.

Pe. Paulo Roberto Gomes,msc

Publicado na Revista Convergência, 1999, nº 322,maio, p. 204-208.

Rio de Janeiro/ RJ/Brasil.

O relato das Bodas de Caná nos faz questionar a respeito do que fizemos até agora

do Cristianismo. Jesus supera a purificação ritual e a Lei, os esquemas antigos

inaugurando a alegria, a festa e o prazer da novidade do Evangelho. Não raras

vezes constatamos que a situação parece invertida: o Direito Canônico, leis, normas

e estruturas matam a espontaneidade, criatividade, o prazer festivo e a ternura.

Homilias, documentos oficiais e a própria postura de muitos cristãos apresentam um

cristianismo triste, pesado com cheiro de proibições e condenações do mundo, muito

mais do que o sabor da novidade de Cristo. Liturgias formais, fúnebres, sem canto,

dança ou vida apontam mais para a ausência do Nazareno do que para a ação

eficaz e amorosa do ressuscitado. Apresentamos ao mundo uma fé ou “religião” que

por pensarmos em sua importância e seriedade damos-lhe o ar de rigidez,

proibições, moralismos, sem risos ou humor, sem a dimensão lúdica e gratuita com

a qual Jesus inaugurou sua missão. “Religião” sem prazer e ternura é religião sem

sabor, pode tocar a mente, mas não converte corações.

O cristianismo não é a “religião” festiva alienante, com fugas da história; seguir

Cristo pressupõe cruz que brota da fidelidade. Porém, ninguém busca o sofrimento e

a dor como um bem em si mesmo, mas sim a Vida divina oferecida por Jesus, que

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no mundo já se encontra presente e antecipada como sinal e realidade da felicidade

salvífica.

Para refletir e partilhar:

Faça com sua comunidade uma leitura orante do texto das Bodas de Caná

(Jo 2, 1-12)

Que contribuição oferece o episódio de Caná para uma adequada

compreensão da missão da religiosa no mundo de hoje?

Verifique como você vive a alegria da pertença a congregação

Concepcionista.

+*********************+

Propostas dos grupos de trabalho do Congresso Internacional de Vida

Religiosa – Roma, 2004

Grupo 4: As artes: criando uma imagem e expressando um canto novo.

Como pode a vida consagrada utilizar a arte – a música, a dança, a pintura, a

literatura, a poesia, o teatro – para criar novas expressões de sua imagem e

missão? (cfr. DT 84).

Algumas convicções:

A comunicação da beleza, onde Deus se revela, ajuda a criar um mundo

novo, levando a vida e a alegria lá onde reina a violência e a morte. Na harmonia e

simplicidade da beleza encontramos o mesmo ser de Deus. Neste mundo, tão ferido

pela violência, a beleza e a arte são ícones de esperança para todos.

Uma pergunta

Como criar novas linguagens que nos permitam aproximar Deus dos homens

e mulheres de hoje?

Alguns passos

Quais as medidas que podem ser tomadas no nosso contexto para que

aqueles que têm dons artísticos possam cultivar sua riqueza e partilhá-la?

Pense em duas medidas-opções que ajudariam embelezar os espaços comuns que

partilhamos com as pessoas e assim levar alegria e leveza aos outros.

(Cf. Convergência, 2005 nº 383, p.293 – 302)

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Novo “Pentecostes” para a vida Religiosa

Barbara P. Bucker, mc

Acolhendo o convite de Jesus para “nascer de novo” a partir da lógica da

Encarnação como projeto de humanização podemos entrever a trajetória da Vida

Religiosa como constante refundação em novas atitudes de: profundidade;

hospitalidade e gratuidade; não violência e mansidão; liberdade de espírito; audácia

e capacidade criadora; tolerância e diálogo e sensibilidade de valorizar os recursos

dos pobres e pequenos.

Construindo relação de transparência por meio de convicções que nos fazem

caminhar felizes porque somos portadores de uma Aliança de Amor, portanto

engajar nossas energias em tornar viável o exigido desde a consciência:

Faz falta uma transformação estrutural de nossa vida e de nossas obras.

O diálogo com as culturas como elemento que faz parte do coração da

missão da Vida Consagrada.

O irrenunciável do tríplice diálogo que a Vida Religiosa deve levar adiante: os

pobres, culturas e religiões.

A importância da arte e a beleza como ícones de diálogo. São os artistas que

nos ajudam a entender que na contraposição de uma mentalidade de

consumo podemos criar espaços de beleza e sensibilidade.

A conversão para o trato com o mundo da comunicação, interagindo e tendo

a coragem de mostrar-nos como somos realmente.

Ressaltar em nossas vidas a primazia da Palavra de Deus.

Viver o celibato como relação mais profunda com Cristo e partilha de amor

com as pessoas. Modo sadio de viver nossa sexualidade.

Convencimento de que para chegar a um autentico discernimento

comunitário, é necessário orientar nossa vida pela Palavra de Deus.

Voltar ao amor esponsal e radical por Cristo.

Viver em dinâmica de Formação Permanente como aprendizado de vida e

durante toda a vida.

Sermos testemunhas de um pluralismo crescente e irreversível, e desde aí

promover uma espiritualidade de comunhão intensificando esforço de

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colaboração entre as várias congregações, e fazendo da

Intercongregacionalidade o trilho por onde mover-nos seguros nas buscas e

discernimentos necessários.

Chegar a uma vida comunitária mais humana, significativa, aberta e

acolhedora.

Acordar para a realidade de que são os leigos que nos fazem descobrir que

nossos Carismas são dons para todos os cristãos, para a Igreja e para o

mundo.

As superioras serem testemunhas de uma experiência de consagração

marcada pelo entusiasmo, alegria e fortes convicções. Se o amor e a

criatividade caminham de mãos dadas, nosso caminho será estimulante.

Ser especialistas em comunhão.

Grandiosa ação que a divina Ruah faz possível na relação de homens e

mulheres consagrados de todo o mundo, de diversas culturas e línguas, em diálogo

neste tempo de Deus, que chamamos kairológico e leva-nos a refletir, dialogar,

debater e projetar o presente e futuro de nossa vida e missão. Que seja um novo

ponto de partida na bela aventura do Seguimento de Jesus em nosso tempo.

(Convergência – maio, 2005, nº 382. p. 254 – 256)

+***************+

ALEGRIA

Breve síntese:POR QUE SER CRISTÃO?

Thimothy Radcliffe. Ed. Paulinas, 2011.p. 84 a 113

Nos primeiros 1.500 anos do cristianismo partilhava a convicção de que a

principal razão para ser cristão ou, melhor ainda, para fazer fosse o que fosse, era

ser feliz. Santo Agostinho acreditava que a delectatio, o prazer, era mola-real de

toda a ação humana. “Porque devemos realizar as nossas ações de acordo com o

que nos dá maior alegria”; “Quem pode conscientemente aderir ao que não o

delicia?” O ímpeto de nossa vida é para a “pura alegria”. Toda a vida moral é uma

caminhada para a liberdade e a felicidade.

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Ao ser feliz, somos completamente nós mesmos. A nossa felicidade está em

dilatarmo-nos e abrirmo-nos para amar os outros. Realizamo-nos quando nos

voltamos para fora. A felicidade está no que só pode ser recebido como dom, a

própria vida de Deus. Somos feitos para o que supera o natural. Os seres humanos

estão feitos para apenas se realizar acolhendo uma felicidade que está para lá da

nossa natureza. Procurar a felicidade transforma o nosso ser.

O cristianismo é a boa notícia de que Deus nos criou para a felicidade e, em

última análise, para a felicidade que é Deus ser Deus. Jesus dizia palavras que

tinham autoridade, mas não como os escribas e os fariseus, e esta autoridade era

seguramente a sua alegria indescritível. Esta é a imprescindível alegria do educador.

Não pode haver aprendizado se não brotar da alegria.

A História de Jesus Mestre começa no Batismo com o agrado do Pai no Filho.

No coração da vida de Deus, está este encanto recíproco do Pai no Filho e do Filho

no Pai. Este encanto é o Espírito Santo. Mestre Eckhart, dominicano alemão do

século XIV, disse que “o Pai ri para o Filho e o Filho ri para o Pai, e o riso gera

prazer, e o prazer gera alegria, e a alegria gera amor”. (Sermão 18, Citado por P.

Murray op, in “Dominicans and Happiness”, setembro 2000, p. 132). Ele descreve a

alegria de Deus como a exuberância de um cavalo a galopar, em volta de um

campo, e a espinotear. O Evangelho é a história de como viajamos para casa, nessa

alegria.

A alegria é o ser de Deus. É o “Eu Sou” da sarça-ardente que Moisés

encontrou no deserto. Ser tocado pela alegria de Deus é ser habitado por algo que

está para lá de qualquer definição. Chesterton chamou-lhe o prodigioso segredo do

cristianismo: “Havia alguma coisa que Jesus escondia de todo mundo, quando subia

ao monte para orar. Havia uma só coisa que Ele encobria constantemente por

silencio repentino ou isolamento impetuoso. Havia uma única coisa grande para

Deus mostrar, quando andou pela nossa terra; e tenho, por vezes, imaginado que

era o seu contentamento”. (São estas as últimas palavras de ORTOXIA, K.

Chesterton).

Jesus não podia descrever esta alegria, só podia dar-lhe corpo. Ele era essa

alegria feita carne.

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26  

Santo Agostinho em Sermão 1,8 sobre o Salmo 32: “ Perguntas o que cantar

em júbilo? Significa perceber que as palavras não são aptas para exprimir o que

cantamos nos nossos corações. Na colheita, na vinha, sempre que os homens têm

de trabalhar esforçadamente, começam com canções que exprimem a sua alegria.

Mas quando a alegria transborda e as palavras já não são aptas, abandonam esta

coerência e entregam-se ao puro som do canto. O que é este júbilo, esta canção

exultante? É a melodia que significa que os nossos corações estão explodindo com

sentimentos que as palavras não podem exprimir. E a quem antes de mais nada

pertence este júbilo? Certamente a Deus que é indizível”.

Em todos os evangelhos, a entrada na alegria constitutiva de Deus começa

festejando, comendo e bebendo. No evangelho de Mateus, Jesus é até acusado de

ser “um glutão e um beberão” (Mt 11,19). Ele escandaliza as pessoas por ser tão

festivo. O primeiro sinal de Jesus, no Evangelho de João, é mudar a água em vinho

em Caná. Como Fiodor Dostoievsky escreveu:” Não foi a dor mas a alegria da gente

que Crisdto visitou> Fez o seu primeiro milagre para aumentar o regozijo humano”

em “Os irmãos Karamazov, 1972, p. 436). Jesus tinha prazer na companhia dos

pecadores. Não os “amava” apenas porque estava obrigado a fazê-lo; encontrava

prazer EME star com eles.

Se queremos partilhar a alegria de Deus, temos de partilhar também o seu

desgosto com o sofrimento do mundo. Se nos queremos isolar da dor do mundo

nunca seremos profundamente alegres. William Blake escreveu:

O homem foi feito para Alegrias e Desgraças

E quando isto bem sabemos

Pelo mundo vamos em segurança

Alegria e Desgraça são tecidas numa excelente

Roupagem para a divina Alma

Por debaixo de todo o desgosto e aflição

Corre uma alegria com cordão de seda. (Em Alegrias do Inocente, 1969, p.

432)

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A Alegria cristã é uma alegria de Páscoa, o que significa que apenas

podemos entrar plenamente nela através do sofrimento, da morte e da ressurreição.

Temos de nos confiar à narrativa dinâmica em que fomos batizados e que

reatualizamos no movimento de cada ano litúrgico. Conduz-nos para frente, para a

alegria final. Mas, mesmos quando chegamos ao triunfo da Páscoa, podemos estar

ainda, como as mulheres, fechados na infelicidade, se o medo nos torna cegos. O

medo pode fazer-nos ver a ausência de Jesus como fracasso em vez de promessa.

Se quisermos ser testemunha da alegria da Ressurreição, nós temos de

permanecer libertos do medo. Há demasiado medo – medo da modernidade, da

complexidade da experiência humana, de dizer o que realmente acreditamos medo

uns dos outros, medo de nos enganarmos, de não alcançar aprovação. É este medo

que pode, por vezes, apagar aquela alegria que deveria intrigar as pessoas e levá-

las a interrogar-se sobre o segredo de nossas vidas.

Viver com coragem para que a alegria, a liberdade e a felicidade, que são

fruto da participação na vida Deus, desabrochem e possamos dar o testemunho de

que o Verbo de Deus ressuscitou dentre os mortos, Ele está vivo.

+***********+

4. M. CARMEN: UMA VIDA QUE DEU FRUTO: DIAS

MAIS SIGNIFICATIVOS E “DIAS

CONCEPCIONISTAS” DO MÊS.

1º de maio: dia do trabalho – São José operário

VALOR E TRANSCENDÊNCIA DO MATRIMÔNIO E DA

PATERNIDADE DE SÃO JOSÉ EM ALGUNS TEÓLOGOS II

PE. JOSÉ ANTONIO BERTOLIN, OSJ

Enfocamos, no último artigo, a reflexão de Pe. Moralespara o qual o

fundamento dos privilégios de São José foi a sua paternidade em relação a Cristo e

essa em relação com o seu matrimônio com Maria. Deste duplo princípio da

josefologia: seu matrimônio e sua paternidade, decorre que ele como casado com

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Maria a ela se assemelha, por isso, o quanto a ela foi dado por Deus, foi outorgado

proporcionalmente a ele; e de sua paternidade Deus lhe deu aqueles dons que

foram necessários para o bom desempenho do encargo que recebeu e, por isso,

proporcionou-lhe graças para que fosse um digno pai de Jesus.

Um outro teólogo, Afonso Salmerón, em sua obra sobre o Comentário aos

evangelhos, escrita em 1612, defendeu que os dons que Maria possuía em grau

elevado, José os possuiu em grau proporcional. Particularmente que a sua grandeza

provém do fato de ser esposo da Virgem Maria, Mãe de Deus, e ter sido o pai de

Cristo, filho de Maria sua esposa. Disto decorre, segundo este teólogo, que São

José foi adornado de inúmeros privilégios, tais como: justiça, castidade, santidade,

virgindade, imunidade da concupiscência, virtudes em grau eminente e santificação

antes do seu nascimento.

Outro eminente teólogo e cardeal, Francisco de Toledo, em sua obra

comentários sobre o evangelho de Lucas afirma que Lucas ao mencionar o nome de

José quis não apenas determinar quem era o esposo de Maria, mas também suas

virtudes e excelência decorrente do significado deste nome: Joseph, “filius

accrescens” - filho que cresce. Ele cresceu em dignidade e graça devido sua missão

e esposo de Maria e de pai de Jesus.

Na mesma linha de exaltação das prerrogativas de São José esteve

Francisco Suárez o qual com suas reflexões exerceu uma grande influência sobre

uma grande maioria de teólogos. Este dedicou alguns capítulos de sua obra, “Os

mistérios da vida de Cristo”, a São José que para ele teve uma importância relevante

na vida de Jesus e de Maria. De fato, afirma que Maria tinha uma missão na terra

que era Jesus, visto que toda a sua pessoa e sua predestinação estavam em função

do Verbo encarnado da qual era a verdadeira mãe. Ao invés, a missão de José,

“predestinado desde a eternidade” foi dupla pois incluía duas pessoas: Jesus e

Maria. A ele foi-lhe confiado a difícil e humilde missão de ocultar o mistério de Cristo

e, para isso, Deus dispôs o seu casamento com Maria. Desde o momento de sua

predestinação José entrou na ordem hipostática e sua vida terrena se desenvolverá

em um clima de mistério, ao qual lhe corresponderá guardar zelosamente o segredo

e, além do mais, ser ele mesmo em parte a chave do mistério.

De fato, as pessoas não admitiram facilmente que Cristo é Deus, porque

podiam questionar: “Acaso não é este Jesus, o carpinteiro de Nazaré, o filho de

José, o carpinteiro?”. Suarez ensina que devido a sua missão são várias as razões

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da dignidade de São Jose: 1) Sua primeira dignidade é a de ter sido verdadeiro

esposo de Maria, com todo os direitos e responsabilidades desse chamado, com

exceção do uso da relação sexual (exceto “usu carnalis copulae”); 2) A segunda, é

que José mereceu que lhe chamassem e o tivessem por pai de Jesus. Esta verdade

não foi somente para o povo simples que ignorava a divindade de Cristo, mas

também para a Virgem Maria e São Lucas, os quais conheciam muito bem os

mistérios revelados.

Lucas diz: “com seus pais... seu pai e sua mãe estavam admirados...”. Por

sua vez, Maria afirma: “Teu pai e eu, angustiados, te procurávamos”. 3) Recebeu de

Deus não apenas o nome de pai, mas também a responsabilidade que isso

significava e em grau tão elevado (com exceção da geração carnal e Jesus) a que

um homem pode participar. São José teve, portanto, o afeto, a solicitude e, podemos

dizer, a autoridade de pai de Jesus.

Enfatiza Suárez que a missão de José como esposo de Maria e pai de Jesus

é superior a todas e quaisquer outras missões que as mais excelsas dos santos,

porque: 1) Ele esteve intimamente unido a pessoa de Cristo; 2) Ele foi o que mais

se aproximou da dignidade da mãe de Deus, que é a maior depois de Cristo; 3) Seu

trabalho era voltado totalmente para a pessoa de Cristo e por conseguinte tinha uma

finalidade e um valor máximo; 4) Sua missão lhe dava a maior possibilidade para a

vida contemplativa; 5) Sua convivência e o contínuo contato com Jesus eram-lhe um

meio excepcional de santificação.

13 de maio – Nossa senhora de Fátima

“Queremos ver Jesus – dizem alguns nossos contemporâneos afastados da

fé – na santidade de vida quotidiana dos cristãos, na pessoa e na vida dos

leigos, dos sacerdotes e dos consagrados: no testemunho duma fé viva, alegre,

irradiante; na presença dos cristãos no mundo como lugar de vocação e missão, de

graça e santificação; na qualidade de serviço, competência e dedicação com que

trabalham no seu sector profissional; no empenho em contribuir para o bem

comum na edificação duma sociedade justa, fraterna, solidária, pacífica. A

transformação da sociedade, o projeto de sociedade não se reduz a um boletim de

voto. É inseparável do empenho social pela dignidade da pessoa e da vida

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humana, pela justiça, pela verdade e transparência contra a corrupção e a

fraude.

Para ver Jesus e dar a vê-lo aos outros digo com o Beato João Paulo II

“precisamos de santos que vivam no mundo; que não tenham medo de viver no

mundo; que saboreiem as coisas boas do mundo; que se santifiquem no mundo,

mas que não sejam mundanos”!

Dirigindo-nos agora a Maria Santíssima, também nós lhe suplicamos:

“mostrai-nos Jesus bendito fruto do vosso ventre”! Mostrai-nos hoje na vossa ternura

materna como O mostrastes aqui aos Pastorzinhos deixando-os encantados pela

beleza do seu amor. Mostrai-nos hoje como o fizestes através do Beato João Paulo

II, há precisamente 27 anos, no dia da solenidade da Anunciação do Senhor, ao

dar cumprimento ao vosso pedido de consagração do mundo ao vosso

Imaculado Coração e desde então começaram a cair os muros de divisão entre os

povos. Ajudai-nos a ser testemunhas autênticas de Cristo no mundo de hoje de

modo que resplandeça e brilhe a beleza do rosto de Cristo, verdadeira Luz do

mundo.

( † António Marto, Bispo de Leiria-Fátima - 25/03/2012)

18 a 26 de maio - NOVENA DE PENTECOSTES

Tema: “Pelo Espírito, enraizadas em Cristo a serviço da Vida e da Alegria.”

Introdução:

Nesta novena em que nos preparamos para celebrar a vinda do Espírito

Santo, convidamos a pedirem o dom da alegria. A alegria do Espírito Santo:

apropriemo-nos da confidencia feita por Paulo a comunidade de Corinto: “Acolhei-

nos dentro do vosso coração. A ninguém temos ofendido, a ninguém temos

arruinado, a ninguém temos enganado.... Pois já vos declaramos que estais em

nosso coração, conosco unidos na morte e unidos na vida. Tenho grande confiança

em vós. Grande é o motivo de me gloriar de vós. Estou cheio de consolação,

transbordo de gozo em todas as nossas tribulações” (2Cor 7,3-4). Vamos participar

desta alegria sobreabundante que é um dom do Espírito Santo (cf. Gal 5,22). Que a

alegria se difunda em nossos corações neste ano de graça para nossa Congregação

quando a Igreja declara que Carmen Sallés é santa e nos interpela a sermos santas

na vivencia do carisma herdado. Unidas, como Congregação alegremo-nos no

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Senhor! Peçamos ao Espírito Santo luzes e bênçãos para que o XV Capítulo Geral

nos impulsione a enraizarmos em Cristo a serviço da vida, segundo os desejos de

Deus.

1º Dia: A presença do Espírito Santo em nossos corações

Oração: Vem Espírito Santo, Espírito de amor e de alegria! Seu dom faça em nós

maravilhas assim como fez na vida de Maria e de Carmen Sallés!

Introdução: Crer no Espírito Santo é professar a terceira Pessoa da Santíssima

Trindade, que procede do Pai e do Filho, e «com o Pai e o Filho é adorado e

glorificado». O Espírito foi «enviado aos nossos corações» (Gal 4,6) para

recebermos a vida nova de filhos de Deus. (Catecismo da Igreja Católica 136)

Canto:

Dirigente: Nosso coração foi tocado pelo desejo de gerarmos alegria nos irmãos

como concepcionistas missionárias do ensino. Esse desejo é fruto da ação do

Espírito Santo em nosso coração.

Reflexão

Gálatas 4, 4-7

Palavras de Carmen Sallés: “O Espírito Santo é nosso santificador, o fogo

que enche nosso coração de amor e alegria, o auxílio em que podemos nos

apoiar”.

Oração conclusiva: Espírito Santo dá - nos um coração sensível aos seus apelos.

Ajuda-nos a reconhecer, acolher e amar cada pessoa como sacramento da

Trindade. Que possamos, enraizadas em Cristo, gerarmos Vida e Alegria em nossos

irmãos, de modo especial nos pobres e sofredores. Amém!

Canto Final:

2º Dia: O Espírito se revela através de nossas ações

Oração: Vem Espírito Santo, Espírito de amor e de alegria! Seu dom faça em nós

maravilhas assim como fez na vida de Maria e de Carmen Sallés!

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Introdução: Na Trindade indivisível, o Filho e o Espírito são distintos mas

inseparáveis. De fato, desde o princípio até ao final dos tempos, quando o Pai envia

o Seu Filho, envia também o Seu Espírito que nos une a Cristo na fé, para, como

filhos adotivos, podermos chamar Deus de «Pai» (Rm 8,15). O Espírito é invisível,

mas nós conhecemo-lo através da sua ação quando nos revela o Verbo e quando

age na Igreja. (Catecismo da Igreja Católica 137)

Canto:

Dirigente: Que nosso ser feminino, consagrado como concepcionista, revele

através de nossas ações, o Espírito de amor e alegria que age na história

transformando mentes e corações.

Reflexão:

II Timóteo 1, 6-14

Palavras de Carmen Sallés: Se estamos cheios de Deus, sem nos darmos

conta, isso vai passando para as pessoas que nos cercam. Os exemplos de

vida falam com mais clareza que as palavras.

Oração conclusiva: Espírito Santo dá - nos um coração sensível aos seus apelos.

Ajuda-nos a reconhecer, acolher e amar cada pessoa como sacramento da

Trindade. Que possamos, enraizadas em Cristo, gerarmos Vida e Alegria em nossos

irmãos, de modo especial nos pobres e sofredores. Amém!

Canto Final:

3º Dia: Espírito Santo, Espírito Consolador

Oração: Vem Espírito Santo, Espírito de amor e gerador de alegria em nossos

corações! Seu dom faça em nós maravilhas assim como fez na vida de Maria e de

Carmen Sallés!

Introdução: «Espírito Santo» é o nome próprio da terceira Pessoa da Santíssima

Trindade. Jesus chama-lhe também: Espírito Paráclito, Consolador, Advogado e

Espírito de Verdade. O Novo Testamento chama-o ainda: Espírito de Cristo, do

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Senhor, de Deus, Espírito da glória, da promessa. (cf. Catecismo da Igreja Católica

138)

Canto:

Dirigente: No exercício de nossa missão concepcionista temos momentos de

dificuldades. Porém a fé na presença e ação do Espírito de Deus nos fortalece, nos

consola, nos alegra e nos faz caminhar com coragem testemunhando Jesus

Ressuscitado.

Reflexão:

João 15,18-27

Palavras de Carmen Sallés: Nossa vida espiritual tem suas bases na

fidelidade à vontade do Pai, seguindo assim a Jesus Cristo, sob a luz do

Espírito Santo, à imitação de Maria Imaculada.

Oração conclusiva: Espírito Santo dá - nos um coração sensível aos seus apelos.

Ajuda-nos a reconhecer, acolher e amar cada pessoa como sacramento da

Trindade. Que possamos, enraizadas em Cristo, gerarmos Vida e Alegria em nossos

irmãos, de modo especial nos pobres e sofredores. Amém!

Canto Final:

4º Dia: A ação do Espírito Santo em Maria

Oração: Vem Espírito Santo, Espírito de amor, Espírito da Alegria! Seu dom faça em

nós maravilhas assim como fez na vida de Maria e de Carmen Sallés!

Introdução: Em Maria, o Espírito Santo realiza as expectativas e a preparação do

Antigo Testamento para a vinda de Cristo. De forma única enche-a de graça e torna

fecunda a sua virgindade para dar à luz o Filho de Deus encarnado. Faz dela a Mãe

do «Cristo total», isto é, de Jesus Cabeça e da Igreja que é o seu corpo. Maria está

com os Doze no dia de Pentecostes, quando o Espírito inaugura os «últimos

tempos» com a manifestação da Igreja. E a alegria se faz! (cf. Catecismo da Igreja

Católica 142)

Canto:

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Dirigente: Maria, desde sua concepção, faz experiência da ação do Espírito: por

graça divina é a Imaculada. Na encarnação de Jesus torna-se mãe pela ‘sombra’ do

Altíssimo que a envolve. No cenáculo estava unida aos apóstolos quando a

promessa de Cristo se cumpre: Virá o Paráclito sobre vós. Em todos os momentos

de sua vida Maria esteve aberta à ação do Espírito de Deus. E pode dizer: “Minha

alma se alegra no Senhor e meu Espírito exulta de alegria em Deus meu Salvador!”

Reflexão:

Lucas 1,26-38

Palavras de Carmen Sallés: Maria é o modelo dos que seguem a Jesus,

porque ela foi a primeira a segui-lo, por seu amor, na sua alegria e por sua

disponibilidade.

Oração conclusiva: Espírito Santo dá - nos um coração sensível aos seus apelos.

Ajuda-nos a reconhecer, acolher e amar cada pessoa como sacramento da

Trindade. Que possamos, enraizadas em Cristo, gerarmos Vida e Alegria em

nossos irmãos, de modo especial nos pobres e sofredores. Amém!

Canto Final:

5º Dia: O Espírito Santo nos faz profetas

Oração: Vem Espírito Santo, Espírito de amor. Gerador de Alegria! Seu dom faça

em nós maravilhas assim como fez na vida de Maria e de Carmen Sallés!

Introdução: Com o termo profetas entende-se todos os que foram inspirados pelo

Espírito Santo para falar em nome de Deus. O Espírito conduz as profecias do

Antigo Testamento ao seu pleno cumprimento em Cristo, de quem revela o mistério

no Novo Testamento. (Catecismo da Igreja Católica 140)

Canto:

Dirigente: Como concepcionistas devemos ser profetas da esperança, da alegria

e da vida. Esperança de que é possível construirmos o Reino de Deus entre os

homens. Fé na vida renovada pelo amor e pela justiça. Alegria que manifestam as

testemunhas da ressurreição. Somos profetas; somos povo de Deus e com o povo

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construtoras de uma nova realidade social e religiosa, onde as pessoas sejam

respeitadas e tratadas com dignidade.

Reflexão:

Lucas 4,14-19

Palavras de Carmen Sallés: Nossa esperança deve dirigir-se não somente ao

céu, lugar de encontro com os companheiros de caminho, senão à construção

do Reino de Deus já aqui na terra.

Oração conclusiva: Espírito Santo dá - nos um coração sensível aos seus apelos.

Ajuda-nos a reconhecer, acolher e amar cada pessoa como sacramento da

Trindade. Que possamos, enraizadas em Cristo, gerarmos Vida e Alegria em

nossos irmãos, de modo especial nos pobres e sofredores. Amém!

Canto Final:

6º Dia: Em Pentecostes a Trindade é revelada

Oração: Vem Espírito Santo, Espírito de amor e de alegria! Seu dom faça em nós

maravilhas assim como fez na vida de Maria e de Carmen Sallés!

Introdução: Cinquenta dias após a Ressurreição, em Pentecostes, Jesus Cristo

glorificado infunde o Espírito em abundância e manifesta-O como Pessoa divina, de

modo que a Santíssima Trindade é plenamente revelada. A Missão de Cristo e do

Espírito torna-se a Missão da Igreja, enviada a anunciar e a difundir o mistério da

comunhão trinitária. (Catecismo da Igreja Católica 144)

Canto:

Dirigente: Como concepcionistas, filhas da Igreja, abraçamos a missão de

anunciar o Evangelho através da educação. Educação que liberta, transforma,

dignifica. Somos concepcionistas, somos educadoras, somos testemunhas da

Trindade que atrai e envia. E esse carisma recebido e vivido enche nosso

coração de zelo apostólico e alegria na missão.

Reflexão:

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Atos 2,1-4 e Mateus 28,16-20

Palavras de Carmen Sallés: Educar não é apenas uma tarefa, é também e,

sobretudo uma missão. Que exercemos com alegria.

Oração conclusiva: Espírito Santo dá - nos um coração sensível aos seus apelos.

Ajuda-nos a reconhecer, acolher e amar cada pessoa como sacramento da

Trindade. Que possamos, enraizadas em Cristo, gerarmos Vida e Alegria em

nossos irmãos, de modo especial nos pobres e sofredores. Amém!

Canto Final:

7º Dia: Sob a ação do Espírito produzimos bons frutos

Oração: Vem Espírito Santo, Espírito de amor e de alegria! Seu dom faça em nós

maravilhas assim como fez na vida de Maria e de Carmen Sallés!

Introdução: O Espírito edifica, anima, alegra e santifica a Igreja: Espírito de Amor,

Ele torna a dar aos batizados a semelhança divina perdida por causa do pecado e

fá-los viver em Cristo da própria Vida da Santíssima Trindade. Envia-os a

testemunhar a Verdade de Cristo e organiza-os nas suas mútuas funções, para que

todos dêem «o fruto do Espírito» (Gal 5,22). (cf. Catecismo da Igreja Católica 145)

Canto:

Dirigente: Cristo é a videira. Unidas a Ele, tendo a seiva do Espírito em nosso

coração, produzimos os frutos espirituais tão necessários à sociedade atual. Dentre

eles, o fruto da esperança e da alegria que brotam do Coração de Deus como

bálsamo para os momentos de lutas, dores e crises.

Reflexão:

João 15, 1- 8

Palavras de Carmen Sallés: Da união com Cristo brota o zelo apostólico, ao

mesmo tempo em que o apostolado nos une mais a Cristo.

Oração conclusiva: Espírito Santo dá - nos um coração sensível aos seus apelos.

Ajuda-nos a reconhecer, acolher e amar cada pessoa como sacramento da

Trindade. Que possamos, enraizadas em Cristo, gerarmos Vida e Alegria em nossos

irmãos, de modo especial nos pobres e sofredores. Amém!

Canto Final:

8º Dia: Espírito Santo, mestre da oração

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Oração: Vem Espírito Santo, Espírito de amor e de alegria! Seu dom faça em nós

maravilhas assim como fez na vida de Maria e de Carmen Sallés!

Introdução: O Espírito Santo é o Mestre da oração. (Catecismo da Igreja Católica

146). E através da oração faz-nos audazes e confiantes em Deus que nos guia de

modo novo e nos introduz no mistério do servir com alegria.

Canto:

Dirigente: Nosso apostolado deve ser fruto de nossa vida de oração. Cristo nos

convida a estarmos com Ele para em seguida estarmos com os irmãos. O Espírito

Santo nos ajuda a crescermos na vida de intimidade com Cristo e nos capacita para

sermos dom e alegria.

Reflexão:

Romanos 8,14-17.28

Palavras de Carmen Sallés: Falaremos de Deus se falamos com Deus. A

oração tem que preceder nossas ações. A oração é o canal por onde desce a

graça que fortalece, alegra e santifica a alma.

Oração conclusiva: Espírito Santo dá - nos um coração sensível aos seus apelos.

Ajuda-nos a reconhecer, acolher e amar cada pessoa como sacramento da

Trindade. Que possamos, enraizadas em Cristo, gerarmos Vida e Alegria em

nossos irmãos, de modo especial nos pobres e sofredores. Amém!

Canto Final:

9º Dia: O Espírito vivifica e santifica a Igreja

Oração: Vem Espírito Santo, Espírito de amor e de alegria! Seu dom faça em nós

maravilhas assim como fez na vida de Maria e de Carmen Sallés!

Introdução: Ao longo dos séculos, a Igreja continuou a viver do Espírito e a

comunicá-lo aos seus filhos. (Catecismo da Igreja Católica 265). O Espírito não age

sobre igrejas, papéis, imagens. O Espírito age em nosso íntimo transformando-o à

imagem e semelhança de Cristo que em tudo amou e fez a vontade do Pai. Que a

todos amou e fez partícipes da alegria dos que se sentem chamados à comunhão

com Deus e com a humanidade.

Canto:

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Dirigente: Pela Igreja recebemos o Espírito Santo e nela continuamos nossa

caminhada de conversão e santificação. E do mesmo modo como os corpos

límpidos e transparentes, quando são atingidos pela luz, se tornam também eles

luminosos e espalham ao seu redor um novo reflexo, assim também as almas

portadoras do Espírito, e por Ele iluminadas, se tornam também elas perfeitamente

espirituais e difundem, por sua vez, a graça aos outros. (Basílio, o Grande, Tratado

sobre o Espírito Santo, 9, 22-23).

Reflexão:

Efésios 4,1-13

Palavras de Carmen Sallés: Temos que aprofundar na Palavra de Deus

contida na Bíblia e no Magistério da Igreja. Eles serão sempre alimento para

nossa vida cristã. Somos como recipientes que vão se enchendo pela obra

amorosa das mãos de Deus Pai, do Filho Redentor e do Espírito Santo

vivificador.

Oração conclusiva: Espírito Santo dá - nos um coração sensível aos seus apelos.

Ajuda-nos a reconhecer, acolher e amar cada pessoa como sacramento da

Trindade. Que possamos, enraizadas em Cristo, gerarmos Vida e Alegria em

nossos irmãos, de modo especial nos pobres e sofredores. Amém!

Canto Final:

31 de maio - Visitação de Nossa Senhora - A ALEGRIA NOSSA DE CADA DIA

Celebração

DIRIGENTE: Queridas Irmãs, acolhamos com alegria o dom que o Senhor nos concede de

estarmos reunidas em Seu nome. Reunidas em nome de Deus que é Pai, Filho e Espírito

Santo. Amém.

VOZ 1: Pela graça de Deus somos o que somos: cristãs, concepcionistas, mulheres

consagradas a serviço do Amor e da Vida.

VOZ 2: Ser cristã é ser anunciadora da mensagem de esperança àqueles que

necessitam.

Ser cristã concepcionista é acreditar na força e na beleza do carisma que Carmen

Sallés recebeu para revelar ao mundo o amor de Deus através do Cristo mestre,

nascido de Maria, fiel discípula do Pai.

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VOZ 1: Nossa missão é anunciar Jesus Cristo razão de nossa fé, de nossa

esperança, de nossas atitudes de amor e doação. Anunciar Jesus sem nos

limitarmos por fronteiras:

“Ide por todo o mundo e proclamai o evangelho.” (Mc16, 15).

Anunciar Jesus mesmo que para isso tenhamos que enfrentar dificuldades:

“Que importa caminhar em carro ou sobre sacos de farinha? O importante é poder

evangelizar.” (Carmen Sallés)

DIRIGENTE: “Para estar em contacto com Cristo, é preciso primeiro ter sido tocado

pelo Espírito Santo.” ( Catecismo da Igreja Católica)

Deixemo-nos guiar pelo Espírito Santo; que Ele nos conceda a graça de

experienciarmos, em profundidade, a pessoa de Cristo e a alegria que brota de seu

Coração.

CANTO AO ESPÍRITO SANTO

VOZ 2: “É graças a esta força do Espírito que os filhos de Deus podem dar fruto.

Aquele que nos enxertou na verdadeira Vide far-nos-á dar «os frutos do Espírito:

caridade, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão,

autodomínio» (Gl 5, 22-23) (Catecismo da Igreja católica)

Um dos frutos do Espírito Santo é a alegria.

"Alegre-se o coração dos que buscam o Senhor!" (Sl 105,3).

DIRIGENTE: Nosso coração tem buscado, desejado o Senhor? Nosso coração

concepcionista tem sido tocado pela alegria, fruto do Espírito? Qual a causa de

nossa alegria?

MINUTOS DE SILÊNCIO - EM SEGUIDA PROJETAR:

http://www.youtube.com/watch?v=y806kwGmsMM&feature=related

JESUS ALEGRIA DOS HOMENS (BACH)

DIRIGENTE: De Carmen Sallés ouvimos: “O agradecimento aos dons de Deus nos

conduzirá ao amor.” Hoje, acrescentamos que o agradecimento nos conduz também

à alegria. Um coração grato é um coração alegre. Por isso, expressemos os motivos

pelos quais somos gratos ao Pai.

MANIFESTAÇÕES ESPONTÂNEAS.

VOZ 1: Ouçamos com atenção versículos de salmos e deixemos que essas palavras

da Sagrada Escritura nos toquem.

PEDIR QUE DUAS PESSOAS PROCLAMEM OS TEXTOS ABAIXO.

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Portanto não vos entristeçais, pois a alegria do Senhor é a vossa força. (Neemias

8,10).

O Senhor é a minha força e o meu escudo; nele confiou o meu coração, e fui

socorrido; pelo que o meu coração salta de prazer, e com o meu cântico o louvarei.

(Salmo 28,7).

Restitui-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário.

(Salmo 51,12).

Tenho posto o Senhor continuamente diante de mim; porquanto ele está à minha

mão direita, não serei abalado. Porquanto está alegre o meu coração e se regozija a

minha alma; também a minha carne habitará em segurança. (Salmo 16,8-9).

Puseste no meu coração mais alegria do que a deles no tempo em que se lhes

multiplicam o trigo e o vinho. (Salmo 4,7).

Tu me farás conhecer a vereda da vida; na tua presença há plenitude de alegria; à

tua mão direita há delícias perpetuamente. (Salmo 16,11).

Tornaste o meu pranto em regozijo, tiraste o meu cilício, e me cingiste de alegria;

(Salmo 30,11)

Então irei ao altar de Deus, a Deus, que é a minha grande alegria; e ao som da

harpa te louvarei, ó Deus, Deus meu. (Salmo 43,4).

Amaste a justiça e odiaste a iniquidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com

óleo de alegria, mais do que a teus companheiros. (Salmo 45,7).

Servi ao Senhor com alegria, e apresentai-vos a ele com cântico. (Salmo 100,2).

DIRIGENTE: Irmãs, nem sempre a missão é fácil. Em alguns momentos nos

sentimos fracas, temerosas. Mas o “adiante, sempre adiante” de Carmen Sallés e os

versículos dos salmos ouvidos a pouco devem ser estímulo na caminhada. Sempre

teremos um companheiro a nosso lado renovando nossas forças e esperanças. Ele

sempre falará ao nosso coração. É promessa sua:

Estas coisas vos tenho dito, para que a minha alegria permaneça em vós, e a vossa

alegria seja completa. (João 15,11)

VOZ 2: Maria confiou no poder da palavra de Deus. “Faça-se em mim segundo a tua

palavra.” (Lc 1,38)

E nos ensina a confiar também. “Fazei tudo o que ele vos disser.” (Jo 2,5)

VOZ 1: O que o Senhor lhe tem dito?

MOMENTOS DE REFLEXÃO PESSOAL

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DIRIGENTE: Após exultar de alegria no Senhor, Maria vai ao encontro de Izabel.

Coloca-se a caminho para viver o amor, para levar a Boa Nova a quem precisa.

Hoje, o Senhor nos convida a colocar-nos a caminho. A testemunharmos com a vida

que Jesus é a fonte de bênção, de alegria, de realização. Como concepcionistas

precisamos colocar-nos a caminho com criatividade, ardor missionário e desejo de

iluminarmos o palco da vida de nossos irmãos com a luz e a alegria que vem de

Deus.

PROJETAR:

http://www.youtube.com/watch?v=GGXfiyh17uY&feature=related

OU

http://www.youtube.com/watch?v=yHFzO32_at4&feature=related

Cirque del Soleil - Alegria

DIRIGENTE: Com Maria, exultemos e alegremo-nos no Senhor que em nós,

concepcionistas, tem realizado maravilhas. Seu amor nos cativa, fortalece e envia. Envia

aos pobres, sofredores, sedentos de justiça, de conhecimento, de amor. Envia de modo

especial às crianças e jovens tão queridos de nossa fundadora.

CANTO DO MAGNIFICAT