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IV UNI VERSI DAD ES I Diário Económico Terça-feira 21 Julho 2009 TEMA DE CAPA I CORRIDA AO ENSINO SUPERIOR OPORTUNIDADES o envelhecimento da população vai levar ao aumento de oportunidades de trabalho nas áreas não só ligadas à saúde, onde a abertura aos privados aumenta a oferta de emprego, mas também ao bem-estar e lazer. As profissões ligadas a todas as áreas tecnológicas são também outra grande aposta de futuro. ESPECIALIZAÇAO o futuro passa pela especialização. Os cursos serão mais sedoriais e orientados para a prática. Por exemplo, a gestão bancária, de seguros, de recursos humanos, etc ... substituirá o simples curso de gestão. Outra forte tendência do mercado de trabalho será a mobilidade. Adaptação à mudança será f_undamental. ra, mas são sistemas fechados. As empresas de comuni- cação, por exemplo, estão envolvidas no ensino e vão às escolas procurar os futuros colaboradores", adianta o presidente da Egor. Seja qual for a área de formação, a tendência é para a es- pecialização. "Os cursos tradicionais, como engenharia e gestão, serão substituídos por cursos mais específicos: gestão bancária, gestão de seguros, engenharia de som, de energias renováveis, etc ...", defende José Bancaleiro. Óptica e aeronáutica, por exemplo, tenderão a substituir o curso de física, engenharia alimentar o de química, in- formátíca o de matemática, acrescenta. A psicologia dará lugar à psicologia clínica, psicologia organizacio- nal, psicologia criminal, etc ... Conheça as profissões do futuro Cursos ligados à saúde e às tecnologias são duas boas apostas. "Oscursos tradicionais, como engenharia e gestão serão substituídos por cursos específicos: gestão bancária, gestão de seguros, engenharia de som, de energias renováveis", defende JoséBancaleiro. Além da especialização, a mobilidade é outra clara ten- dência do mercado de emprego. Mudar vai ser cada vez mais frequente. Se já não há empregos para sempre, vai deixar de haver também profissões para a vida. As pes- soas vão mudar cada vez mais de emprego, de país, de função e até mesmo de profissão. E a formação será cada vez mais ao longo da vida e já não um assunto que fica arrumado quando se tem 20 anos e se sai da faculdade. A capacidade de adaptação à mudança, a par da resiliên '- cia, será por isso uma das principais competências pro- fissionais do futuro. "As profissões vão morrer cada vez mais rapidamente" ,conclui José Bancaleiro .• CARLA CASTRO caeta.castroeeconomtco.ot O futuro construír-se-á muito em torno de profissões li- gadas à saúde e às tecnologias. São áreas onde a oferta de emprego tem espaço para crescer e, por isso, a aposta é mais segura. "A população envelhecida necessita de muitos cuidados, por isso, terão sucesso as profissões li- gadas não só à saúde, mas também ao bem -estar e ao la- zer" , defende Amândio da Fonseca, presidente da Egor, empresa de recursos humanos, que trabalha na área do recrutamento. ''A saúde está obviamente a crescer com a criação de no- vas unidades e a abertura aos privados", sublinha, por seu lado, Mariana Branquinho da Fonseca, 'partner' da 'executive search' Heidrick & Struggles. Além da saúde, as profissões "centradas nas áreas da tecnologia" terão também muita importância no futuro. A estas juntam-se as carreiras ligadas à fiscalidade, ao marketing e vendas e ao turismo, acrescenta Amândio da Fonseca. Por outro lado, gestão, economia e engenharia conti- nuarão a ser boas apostas no futuro. "Dão uma formação de base polivalente para a pessoa poder especializar-se depois", justifica Mariana Branquinho da Fonseca, que aconselha quem vai escolher agora o seu curso a procu- rar as suas oportunidades "olhando, com atenção, para os sectores que se têm vindo a desenvolver mais em Por- tugal". É o caso das empresas de telecomunicações ou da construção civil, com os investimentos previstos em grandes obras como o TGV ou a nova ponte. Para José Bancaleiro, CEO da recém-criada em Portugal empresa de 'executive search' Humancap International, toda a área do conhecimento tem também muito espaço para crescer em Portugal. "As empresas vão focar-se no seu 'core business' e deixar o resto para 'outsourcing', como é o caso da consultoria", defende. Raramente procurados, hoje em dia, são os sociólogos, os licenciados em direito, em relações internacionais, em comunicação. raro haver solicitações para os cur- sos de humanidades. Não quer dizer que não haja procu-

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IV UNI V E R S I DAD ES I Diário Económico Terça-feira 21 Julho 2009

TEMA DE CAPA I CORRIDA AO ENSINO SUPERIOR

OPORTUNIDADES

o envelhecimento dapopulação vai levar aoaumento deoportunidades detrabalho nas áreas nãosó ligadas à saúde, ondea abertura aos privadosaumenta a oferta deemprego, mas tambémao bem-estar e lazer.As profissões ligadas atodas as áreastecnológicas são tambémoutra grande aposta defuturo.

ESPECIALIZAÇAOo futuro passa pelaespecialização. Oscursos serão maissedoriais e orientadospara a prática. Porexemplo, a gestãobancária, de seguros, derecursos humanos, etc ...substituirá o simplescurso de gestão. Outraforte tendência domercado de trabalho seráa mobilidade. Adaptaçãoà mudança seráf_undamental.

ra, mas são sistemas fechados. As empresas de comuni-cação, por exemplo, estão envolvidas no ensino e vão àsescolas procurar os futuros colaboradores", adianta opresidente da Egor.Seja qual for a área de formação, a tendência é para a es-pecialização. "Os cursos tradicionais, como engenhariae gestão, serão substituídos por cursos mais específicos:gestão bancária, gestão de seguros, engenharia de som,de energias renováveis, etc ...", defende José Bancaleiro.Óptica e aeronáutica, por exemplo, tenderão a substituiro curso de física, engenharia alimentar o de química, in-formátíca o de matemática, acrescenta. A psicologiadará lugar à psicologia clínica, psicologia organizacio-nal, psicologia criminal, etc ...

Conheça as profissõesdo futuroCursos ligados à saúde e às tecnologias são duas boas apostas.

"Oscursos tradicionais, como engenhariae gestão serão substituídos por cursosespecíficos: gestão bancária, gestão deseguros, engenharia de som, de energiasrenováveis", defende JoséBancaleiro.

Além da especialização, a mobilidade é outra clara ten-dência do mercado de emprego. Mudar vai ser cada vezmais frequente. Se já não há empregos para sempre, vaideixar de haver também profissões para a vida. As pes-soas vão mudar cada vez mais de emprego, de país, defunção e até mesmo de profissão. E a formação será cadavez mais ao longo da vida e já não um assunto que ficaarrumado quando se tem 20 anos e se sai da faculdade.A capacidade de adaptação à mudança, a par da resiliên '-cia, será por isso uma das principais competências pro-fissionais do futuro. "As profissões vão morrer cada vezmais rapidamente" ,conclui José Bancaleiro .•

CARLA CASTRO

caeta.castroeeconomtco.ot

O futuro construír-se-á muito em torno de profissões li-gadas à saúde e às tecnologias. São áreas onde a oferta deemprego tem espaço para crescer e, por isso, a aposta émais segura. "A população envelhecida necessita demuitos cuidados, por isso, terão sucesso as profissões li-gadas não só à saúde, mas também ao bem -estar e ao la-zer" , defende Amândio da Fonseca, presidente da Egor,empresa de recursos humanos, que trabalha na área dorecrutamento.''A saúde está obviamente a crescer com a criação de no-vas unidades e a abertura aos privados", sublinha, porseu lado, Mariana Branquinho da Fonseca, 'partner' da'executive search' Heidrick & Struggles.Além da saúde, as profissões "centradas nas áreas datecnologia" terão também muita importância no futuro.A estas juntam-se as carreiras ligadas à fiscalidade, aomarketing e vendas e ao turismo, acrescenta Amândioda Fonseca.Por outro lado, gestão, economia e engenharia conti-nuarão a ser boas apostas no futuro. "Dão uma formaçãode base polivalente para a pessoa poder especializar-sedepois", justifica Mariana Branquinho da Fonseca, queaconselha quem vai escolher agora o seu curso a procu-rar as suas oportunidades "olhando, com atenção, paraos sectores que se têm vindo a desenvolver mais em Por-tugal". É o caso das empresas de telecomunicações ou daconstrução civil, com os investimentos previstos emgrandes obras como o TGV ou a nova ponte.Para José Bancaleiro, CEO da recém-criada em Portugalempresa de 'executive search' Humancap International,toda a área do conhecimento tem também muito espaçopara crescer em Portugal. "As empresas vão focar-se noseu 'core business' e deixar o resto para 'outsourcing',como é o caso da consultoria", defende.Raramente procurados, hoje em dia, são os sociólogos,os licenciados em direito, em relações internacionais,em comunicação. "É raro haver solicitações para os cur-sos de humanidades. Não quer dizer que não haja procu-