Provas Comentadas Dad Cyonil Borges

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  • 7/22/2019 Provas Comentadas Dad Cyonil Borges

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    PROVAS DA PF 2013 COMENTADAS

    porCyonil Borges em 29/07/2013 (link para este artigo)

    Oi Galerinha,O Edital de AFT-MTE est na Praa. E, como todos sabem (ou deveriam saber), a bancaorganizadora a "maledita" Cespe. As provas desta organizadora so "pra gente grande". De umaforma geral, so feitas com zelo e respeito aos concursandos que estudam com afinco.

    Tivemos, na semana passada, a prova de acesso aos quadros da Polcia Federal. Foi uma excelenteprova.

    Abaixo, os comentrios de Direito Administrativo e Constitucional. Fiz algumas crticas, afinalest-se diante de gabarito preliminar.

    Espero que as questes sejam teis a todos.

    Fiquem com Deus e um beijo no corao de todos.

    Cyonil Borges.

    Delegado da PF

    No que se refere CF e ao poder constituinte originrio, julgue os itens subsequentes.

    1 A CF contempla hiptese configuradora do denominado fenmeno da recepo material das normasconstitucionais, que consiste na possiblidade de a norma de uma constituio anterior ser recepcionada pelanova constituio, com status de norma constitucional.O item est CERTO.Os concursandos esto acostumados com o processo de recepo, mas no o citado pela ilustreorganizadora.A recepo tradicional aquela que ocorre com a compatibilidade de contedo das normasinfraconstitucionais por um novo Poder Constituinte de 1 Grau. Deu-se, por exemplo, com o

    Cdigo Tributrio Nacional, o qual foi recepcionado com o status de Lei Complementar, emboraeditado como Lei Ordinria, haja vista a CRFB exigir que as normas gerais em matria tributriasejam veiculadas por meio de Lei Complementar.Perceba que o quesito menciona recepo de normas constitucionais. O Poder ConstituinteOriginrio considerado relativamente ilimitado, e, bem por isso, pode, por exemplo, no lugar derevogar automaticamente todas as normas constitucionais pretritas, mant-las em vigncia, aindaque temporariamente.A parte mais difcil da questo, a meu ver, identificar se h ou no previso na CF de recepomaterial. E, de fato, o art. 34, caput e 1, do ADCT da CF, determina a continuidade de disposies

    da Constituio de 1967, logo com ostatus temporrio de norma constitucional.2 No sentido sociolgico, a CF reflete a somatria dos fatores reais do poder em uma sociedade.

    http://www.tecconcursos.com.br/professores/cyonil-borgeshttp://www.tecconcursos.com.br/artigos/provas-da-pf-2013-comentadashttp://www.tecconcursos.com.br/professores/cyonil-borgeshttp://www.tecconcursos.com.br/artigos/provas-da-pf-2013-comentadas
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    O item est CERTO.Esse modelo de questo bem frequente nos concursos pblicos, e, como sempre, as bancasesbarram pelos trs principais critrios: jurdico, poltico e sociolgico.

    Como sinaliza Pedro Lenza, valendo-se do sentido sociolgico, Ferdinand Lassale, em seu livroQu es una Constitucin?, defendeu que uma Constituio s seria legtima se representasse oefetivo poder social, refletindo as foras sociais que constituem o poder. Caso isso no ocorresse,ela seria ilegtima, caracterizando-se como uma simples folha de papel. A Constituio, segundo aconceituao de Lassale, seria, ento, asomatria dos fatores reais do poder dentro de uma

    sociedade.

    Considerando o controle de constitucionalidade no ordenamento jurdico ptrio, julgue os itenssubsecutivos.

    3 Na ao direta de inconstitucionalidade ajuizada perante o STF, apesar de lhe ser aplicvel o princpio dacongruncia ou da adstrio ao pedido, admite-se a declarao de inconstitucionalidade de uma norma queno tenha sido objeto do pedido, na hiptese configuradora da denominada inconstitucionalidade porarrastamento.O item est CERTO.Primeiro, vamos falar um pouco sobre a questo, para depois apresentar outra questo da ilustreorganizadora, a qual, no entanto, foi anulada.Relativamente ao julgamento de extenso a dispositivo no impugnado na ao, o STF, conquanto

    aplique o princpio da adstrio, admite, excepcionalmente, que dispositivos legais no atacados naao pelo proponente sejam declarados inconstitucionais.

    No entanto, h necessidade de conexo entre os dispositivos, isto , a inconstitucionalidade de umdos dispositivos implicar a inconstitucionalidade de outro no impugnado. A doutrina denominaeste fenmeno de inconstitucionalidade por arrastamento ou por atrao ou consequente.O arrastamento pode ser horizontal, quando ocorre dentro da mesma Lei (houve a impugnao doart. 1, no entanto, os arts. 2 e 3 so dependentes do 1, hipoteticamente, oportunidade em quesero, igualmente, declarados inconstitucionais). O arrastamento pode ser ainda vertical, quando,

    por exemplo, h Decreto regulamentador da Lei, isto , existe uma relao hierrquica.

    Ocorre que a questo no imune a crticas. Inclusive, a ilustre organizadora, na prova daAssembleia do Cear, props o seguinte quesito:

    Em anlise de ao direta de inconstitucionalidade (ADI), o Supremo Tribunal Federal (STF) podeestender a declarao de inconstitucionalidade a dispositivos que no foram impugnados na ao,desde que os fundamentos sejam os mesmos.O gabarito preliminar foi ERRADO. Depois dos recursos, optou-se pela anulao, haja vista grandedivergncia doutrinria.4 De acordo com entendimento do STF, no controle difuso de constitucionalidade, os tribunais no podemaplicar a denominada interpretao conforme a CF sem a observncia da clusula de reserva de plenrio.

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    O item est ERRADO.

    No Brasil, adotamos o controle judicial repressivo misto, isso porque, ao lado do sistema austraco(de controle em tese abstrato das leis), adotamos o controle difuso (de origem anglo-sax).

    No controle difuso, a decretao de inconstitucionalidade das leis pode ser efetuada por qualquer

    Tribunal ou juiz. No entanto, para a decretao de inconstitucionalidade h a necessidade de seobservar o princpio da Reserva de Plenrio, encontrado, atualmente, no art. 97 da CF, que assimprev:

    Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros dorespectivo rgo especial podero os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou atonormativo do Poder Pblico.

    A questo que se impe saber se h ou no necessidade de voto da maioria absoluta para a tcnicada interpretao conforme.

    Ento, o que interpretao conforme? Simples.A CF, de 1988, em determinada passagem, plurissignificativa, ou seja, admite duas ou maisinterpretaes possveis. Por exemplo: o inc. I do art. 114 da CF prev que o julgamento das aestrabalhistas dos servidores da Administrao Pblica de competncia da Justia do Trabalho. Sesegussemos a literalidade do dispositivo, seramos levados ao raciocnio de que as relaestravadas, pelo regime estatutrio, teriam o foro deslocado da Justia Comum para a Justia Obreira.Ocorre que, das interpretaes possveis, o STF manteve a orientao de que os servidoressubmetidos a regime jurdico administrativo continuam a ter a relao julgada pela Justia Comum.Perceba que, com a tcnica da interpretao conforme, no houve a declarao deinconstitucionalidade. Essa tcnica, portanto, alternativa decretao de inconstitucionalidade,

    permitindo s Cortes, sem invalidar o texto da norma, restrinjam-lhe o alcance, com efeitovinculante.Sobre o tema, veja uma questo de 2009 do Cespe (DP/ES):

    A interpretao conforme a Constituio determina que, quando o aplicador de determinadotexto legal se encontrar frente a normas de carter polissmico ou, at mesmo,

    plurissignificativo, deve priorizar a interpretao que possua um sentido em conformidadecom a Constituio. Por conseguinte, uma lei no pode ser declarada inconstitucional,

    quando puder ser interpretada em consonncia com o texto constitucional.Por fim, uma importante meno doutrinria, do autor Marcelo Novelino.

    (...) A exigncia, conhecida como clusula de reserva de plenrio, deve ser observada noapenas no controle difuso, mas tambm no concentrado, sendo que neste a Lei n. 9.868/99exigiu o quorum de maioria absoluta tambm para a hiptese de declarao deconstitucionalidade.(...)

    A observncia da clusula da reserva de plenrio no necessria na hiptese dereconhecimento da constitucionalidade (princpio da presuno de constitucionalidade das

    leis), inclusive em se tratando de interpretao conforme, e no se aplica s decises dejuzes singulares, das turmas recursais dos juizados especiais, nem ao caso de no recepode normas anteriores Constituio.

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    A inobservncia desta clusula, salvo no caso das excees supramencionadas, acarreta anulidade absoluta da deciso proferida pelo rgo fracionrio.

    No que diz respeito aos direitos fundamentais, julgue os itens que se seguem.

    5 Segundo o STF, caso o interessado alegue que a sentena condenatria tenha sido prolatada

    exclusivamente com fundamento em prova emprestada, possvel a arguio de nulidade dessa deciso emsede de habeas corpus.O item est ERRADO.Percebo, claramente, dois erros.O primeiro que a sentena condenatria pode ser no privativa de liberdade. E, na jurisprudnciado STF, no se admite o ajuizamento do habeas corpus para, por exemplo, impugnar penalidade demulta. Perceba que a questo foi omissa quanto ao resultado da sentena condenatria, donde ficainvivel concluirmos pela certeza do habeas corpus.

    Agora, o erro propriamente dito diz respeito pertinncia da prova emprestada.Como registra Vanessa Teruya, a prova emprestada aquele material probatrio produzido num

    processo e conduzido a outro, situao que gera infindveis discusses no mbito jurdico, eis que,segundo alguns doutrinadores, a utilizao vulneraria os princpios do contraditrio, devido

    processo legal, bem como feriria os princpios do juiz natural, da oralidade e imediao (domagistrado que examinar a prova e do que colheu).Portanto, para que seja admitida, sem que haja ofensa ao contraditrio, a prova emprestada deveadvir de processo em que h identidade das partes. Enfim, na produo das provas, houve amplo

    contraditrio.Para Wambier, para a validade da prova emprestada necessrio que a prova tenha sidovalidamente produzida, no processo de origem, e seja submetida ao crivo do contraditrio, no

    processo onde se busca surtam os efeitos da prova.Portanto, no h vedao da prova emprestada.Sobre o tema, o STF, no Inqurito 2.424, assim se manifestou:

    Dados obtidos em interceptao de comunicaes telefnicas e em escutas ambientais,

    judicialmente autorizadas para produo de prova em investigao criminal ou em instruoprocessual penal, podem ser usados em procedimento administrativo disciplinar, contraa mesma ou as mesmas pessoas em relao s quais foram colhidos, ou contra outros

    servidores cujos supostos ilcitos teriam despontado colheita dessa prova.

    6 O exerccio do direito de associao e a incidncia da tutela constitucional relativa liberdade deassociao esto condicionados prvia existncia de associao dotada de personalidade jurdica.O item est ERRADO.

    Abaixo, os principais incisos do art. 5 da CF:

    XVII - plena a liberdade de associao para fins lcitos, vedada a de carter paramilitar;

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    XVIII - a criao de associaes e, na forma da lei, a de cooperativas independem deautorizao, sendo vedada a interferncia estatal em seu funcionamento;

    XIX - as associaes s podero ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividadessuspensas por deciso judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trnsito em julgado;XX - ningum poder ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, tm legitimidade para

    representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;O erro que para o exerccio do direito de associao e a incidncia da tutela constitucional relativa liberdade de associao NO H condicionamento prvia existncia de associao dotada de

    personalidade jurdica. O direito constitucional de eficcia plena, e, portanto, o seu exerccioindepende de primeiro ser criada a associao. Na verdade, primeiro os particulares se agrupam,

    para s depois criarem as pessoas jurdicas associaes.Acerca das atribuies da Polcia Federal, julgue os itens a seguir.7 A Polcia Federal dispe de competncia para proceder investigao de infraes penais cuja prticatenha repercusso interestadual ou internacional, exigindo-se represso uniforme.

    O item est CERTO.Das provas da Polcia Federal dos ltimos tempos, essa foi uma das mais tranquilas. A ilustreorganizadora deve ter guardado as munies para as provas dissertativas.A resposta decorre da literalidade do inc. I do 1 do art. 144 da CF, de 1988. Vejamos (compete Polcia Federal):

    I - apurar infraes penais contra a ordem poltica e social ou em detrimento de bens,servios e interesses da Unio ou de suas entidades autrquicas e empresas pblicas, assim

    como outras infraes cuja prtica tenha repercusso interestadual ou internacional e exijarepresso uniforme, segundo se dispuser em lei;

    8 De acordo com a norma constitucional, cabe exclusivamente Polcia Federal prevenir e reprimiro trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins, portanto a atuao da polcia militar de determinadoestado da Federao no flagrante e apreenso de drogas implica a ilicitude da prova e a nulidade doauto de priso.O item est ERRADO.Questo que no oferece qualquer dificuldade. Uma simples passagem pelo texto constitucional foimais do que suficiente para matarmos a sentena.Dispe o inc. II do 1 do art. 144 da CRFB:

    Art. 144. A segurana pblica, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, exercida para a preservao da ordem pblica e da incolumidade das pessoas e do

    patrimnio, atravs dos seguintes rgos:(...)

    1 A polcia federal, instituda por lei como rgo permanente, organizado e mantido pelaUnio e estruturado em carreira, destina-se a:(Redao dada pela Emenda Constitucional n

    19, de 1998)II - prevenir e reprimir o trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e odescaminho, sem prejuzo da ao fazendria e de outros rgos pblicos nas respectivasreas de competncia;

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art19http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art19http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art19http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art19
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    Perceba que o papel da PF no exclusivo. A CF enftica ao ressalvar a ao de outros rgos

    pblicos.Sobre o tema, vejamos deciso do STF:

    Busca e apreenso. Trfico de drogas. Ordem judicial. Cumprimento pela Polcia Militar.Ante o disposto no art. 144 da CF, a circunstncia de haver atuado a Polcia Militar nocontamina o flagrante e a busca e apreenso realizadas. (HC 91.481, Rel. Min. MarcoAurlio, julgamento em 19-8-2008, Primeira Turma, DJE de 24-10-2008.) No mesmosentido: RE 404.593, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 18-8-2009, Segunda Turma,

    DJE de 23-10-2009.Considerando o disposto na CF acerca na ordem social, julgue os itens subsequentes.9 A floresta amaznica brasileira, assim como a mata atlntica, considerada bem da Unio, devendo suautilizao ocorrer na forma da lei, em condies que assegurem a preservao do meio ambiente, inclusive

    no que concerne ao uso dos recursos naturais.O item est ERRADO.Dispe o 4 do art. 225 da CF:

    Art. 225. Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de usocomum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes.(...)

    4 - A Floresta Amaznica brasileira, a Mata Atlntica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-

    Grossense e a Zona Costeira so patrimnio nacional, e sua utilizao far-se-, na formada lei, dentro de condies que assegurem a preservao do meio ambiente, inclusive quantoao uso dos recursos naturais.

    Veja que a CF fala que a Floresta Amaznica e a Mata Atlntica so patrimnio nacional e no

    bens da Unio.Sobre o tema, vejamos decises do STF:

    "No a Mata Atlntica, que integra o patrimnio nacional a que alude o art. 225, 4,da CF, bem da Unio. Por outro lado, o interesse da Unio para que ocorra a competncia

    da Justia Federal prevista no art. 109, IV, da Carta Magna tem de ser direto e especfico, eno, como ocorre no caso, interesse genrico da coletividade, embora a tambm includo

    genericamente o interesse da Unio." (RE 300.244, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em20-11-2001, Primeira Turma, DJ de 19-12-2001.) No mesmo sentido: RE 349.184, Rel. Min.Moreira Alves, julgamento em 3-12-2002, Primeira Turma, DJ de 7-3-2003.O preceito consubstanciado no art. 225, 4, da Carta da Repblica, alm de no haverconvertido em bens pblicos os imveis particulares abrangidos pelas florestas e pelas matasnele referidas (Mata Atlntica, Serra do Mar, Floresta Amaznica brasileira), tambm noimpede a utilizao, pelos prprios particulares, dos recursos naturais existentes naquelasreas que estejam sujeitas ao domnio privado, desde que observadas as prescries legais erespeitadas as condies necessrias a preservao ambiental. (RE 134.297, Rel. Min. Celsode Mello, julgamento em 13-6-1995, Primeira Turma, DJ de 22-9-1995.)

    http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=557295&codigoClasse=349&numero=91481&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=604641&idDocumento=&codigoClasse=437&numero=404593&siglaRecurso=&classe=REhttp://www.stf.jus.br/jurisprudencia/IT/frame.asp?PROCESSO=300244&CLASSE=RE&cod_classe=437&ORIGEM=IT&RECURSO=0&TIP_JULGAMENTO=Mhttp://www.stf.jus.br/jurisprudencia/IT/frame.asp?PROCESSO=349184&CLASSE=RE&cod_classe=437&ORIGEM=IT&RECURSO=0&TIP_JULGAMENTO=M&EMENTA=2101http://www.stf.jus.br/jurisprudencia/IT/frame.asp?SEQ=207731&PROCESSO=134297&CLASSE=RE&cod_classe=437&ORIGEM=IT&RECURSO=0&TIP_JULGAMENTO=&EMENTA=1801http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=557295&codigoClasse=349&numero=91481&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=604641&idDocumento=&codigoClasse=437&numero=404593&siglaRecurso=&classe=REhttp://www.stf.jus.br/jurisprudencia/IT/frame.asp?PROCESSO=300244&CLASSE=RE&cod_classe=437&ORIGEM=IT&RECURSO=0&TIP_JULGAMENTO=Mhttp://www.stf.jus.br/jurisprudencia/IT/frame.asp?PROCESSO=349184&CLASSE=RE&cod_classe=437&ORIGEM=IT&RECURSO=0&TIP_JULGAMENTO=M&EMENTA=2101http://www.stf.jus.br/jurisprudencia/IT/frame.asp?SEQ=207731&PROCESSO=134297&CLASSE=RE&cod_classe=437&ORIGEM=IT&RECURSO=0&TIP_JULGAMENTO=&EMENTA=1801
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    10 As terras tradicionalmente ocupadas pelos ndios, includas no domnio constitucional da Unio Federal,so inalienveis, indisponveis e insuscetveis de prescrio aquisitiva.O item est CERTO.

    Nos termos do inc. XI do art. 20 da CF, de 1998, as terras tradicionalmente ocupadas pelos ndios

    so bens da Unio. E, nos termos do CC, de 2002, os bens pertencentes s pessoas de DireitoPblico [como o caso da Unio] so PBLICOS.Esse pargrafo anterior, isoladamente, suficiente para concluirmos pela correo do quesito, afinal

    bens pblicos so impenhorveis, imprescritveis, insuscetveis de onerao e inalienveis[condicionalmente].Vejamos:

    "As terras tradicionalmente ocupadas pelos ndios incluem-se no domnio constitucional daUnio Federal. As reas por elas abrangidas so inalienveis, indisponveis e insuscetveis

    de prescrio aquisitiva. A Carta Poltica, com a outorga dominial atribuda Unio, criou,para esta, uma propriedade vinculada ou reservada, que se destina a garantir aos ndios oexerccio dos direitos que lhes foram reconhecidos constitucionalmente (CF, art. 231, 2, 3 e 7), visando, desse modo, a proporcionar s comunidades indgenas bem-estar econdies necessrias sua reproduo fsica e cultural, segundo seus usos, costumes etradies." (RE 183.188, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 10-12-1996, PrimeiraTurma, DJ de 14-2-1997.)

    A deciso do STF reforada pela leitura do 4 do art. 231 da CF: 4 - As terras de que trataeste artigo so inalienveis e indisponveis, e os direitos sobre elas, imprescritveis.

    Em relao ao processo legislativo e ao sistema de governo adotado no Brasil, julgue o seguinteitem.11 A iniciativa das leis ordinrias cabe a qualquer membro ou comisso da Cmara dos Deputados, doSenado Federal ou do Congresso Nacional, bem como ao presidente da Repblica, ao STF, aos tribunaissuperiores, ao procurador-geral da Repblica e aos cidados. No que tange s leis complementares, a CFno autoriza a iniciativa popular de lei.O item est ERRADO.Dispe o caputdo art. 61 da CF, de 1988:

    Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinrias cabe a qualquer membro ouComisso da Cmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao

    Presidente da Repblica, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, aoProcurador-Geral da Repblica e aos cidados, na forma e nos casos previstos nestaConstituio.

    O 2 do artigo reproduzido esclarece:

    2 - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentao Cmara dos Deputados deprojeto de lei subscrito por, no mnimo, um por cento do eleitorado nacional, distribudo pelo

    menos por cinco Estados, com no menos de trs dcimos por cento dos eleitores de cada umdeles.

    http://www.stf.jus.br/jurisprudencia/IT/frame.asp?PROCESSO=183188&CLASSE=RE&cod_classe=437&ORIGEM=IT&RECURSO=0&TIP_JULGAMENTO=M&EMENTA=1857http://www.stf.jus.br/jurisprudencia/IT/frame.asp?PROCESSO=183188&CLASSE=RE&cod_classe=437&ORIGEM=IT&RECURSO=0&TIP_JULGAMENTO=M&EMENTA=1857
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    Enfim, no h vedao de o cidado apresentar projetos Cmara dos Deputados. O fato de oassunto ser reservado Lei Complementar no tem, para o cidado, qualquer reflexo. Nesse caso, aCmara dos Deputados, ciente de a CF reservar o assunto LC, deve protocolar o Projeto como deLC, e seguir o processo legislativo inerente espcie.

    Com base nas disposies da CF acerca das competncias dos juzes federais, julgue o item a seguir.12 Aos juzes federais compete processar e julgar, entre outros crimes, os que atentem contra a organizaodo trabalho e os de ingresso ou permanncia irregular de estrangeiro no territrio nacional, bem como asdisputas sobre direitos indgenas.O item est CERTO.Questo do tipo: decorou, passou! No h o que explicar. A prova da PF, neste ano, parece no tersido elaborada pela velha e maligna banca organizadora Cespe.Dispe os incisos do art. 109 da CF (Compete Justia Federal):

    VI - os crimes contra a organizao do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra osistema financeiro e a ordem econmico-financeira;

    X - os crimes de ingresso ou permanncia irregular de estrangeiro, a execuo de cartarogatria, aps o "exequatur", e de sentena estrangeira, aps a homologao, as causasreferentes nacionalidade, inclusive a respectiva opo, e naturalizao;

    XI - a disputa sobre direitos indgenas.

    No que se refere classificao do rgo pblico e atuao do servidor, julgue os itens seguintes.

    13 O dispositivo constitucional que admite o afastamento do servidor do cargo, do emprego ou da funopara o exerccio de mandato aplicvel ao servidor contratado para atender a necessidade temporria deexcepcional interesse pblico, j que exerce funo pblica.O item est ERRADO.Dispe o caputdo art. 38 da CF, de 1988:

    Art. 38. Ao servidor pblico da administrao direta, autrquica e fundacional, no exercciode mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposies: (Redao da EC 19/1998)

    Ento, quem servidor pblico para efeito de afastamento para mandato eletivo?Perceba que a CF destaca AdministraoDireta, Autrquica e Fundacional. No houve citao das

    pessoas jurdicas de Direito Privado, como empresas pblicas e sociedades de economia mista.Portanto, o legislador parece ter adotado um sentido restrito de servidor pblico, que contemplaapenas os estatutrios, como os regidos, na esfera federal, pela Lei 8.112, de 1990. E no osempregados, submetidos Consolidao das Leis Trabalhistas (CLT).

    E os temporrios? Bem, estes no so celetistas. So agentes temporrios e submetidos a regimelegal [jurdico-administrativo], um verdadeiro Estatuto, como a Lei 8.745, de 1993, na esfera

    federal.Essa Lei Federal, no art. 11, determina a aplicao aos temporrios de certos direitos e vantagens,

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    como adicionais [noturno e extraordinrio, periculosidade], frias e as concesses [como para doarsangue].

    No entanto, no lhes foi estendido o afastamento para mandato eletivo. E por uma questo lgica:tais servidores so temporrios, seus contratos so passageiros, distintamente dos detentores decargos efetivos [de natureza permanente].

    14 Os ministrios e as secretarias de Estado so considerados, quanto estrutura, rgos pblicoscompostos.O item est CERTO.Quanto estrutura, os rgos so divididos em:

    Simples: so tambm chamados de unitrios, porque no h outros rgos abaixo deles(leia-se: no h desconcentrao do rgo em outros rgos). Hipoteticamente: aPresidncia rgo composto, porque desconcentrada em Ministrios, os quais, por suavez, so igualmente compostos, porque desconcentrados em gabinetes e em departamentos,

    j o servio de protocolo, localizado no departamento de pessoal do Ministrio, rgounitrio, porque o ltimo da cadeia de desconcentrao, no havendo outro rgo aseguir. Sntese: so rgos em que no h mais existem divises.

    Observao: no confundir o fato de rgo ser unitrio com o nmero de agentes. No nossoexemplo, o protocolo, apesar de unitrio, pode contar com 10, 15, 20 ou mais servidores lotados.

    Compostos: um exemplo bastante citado o de uma Secretaria de Educao, a qual tem

    sua funo principal (atividade finalstica) desempenhada por outras unidadesescolares. Perceba que estamos diante do processo de desconcentrao, sendo, portanto, otrao caracterstico da classificao dos rgos em compostos.

    Julgue o item que se segue, relativo administrao indireta e aos servios sociais autnomos.15 A sociedade de economia mista pessoa jurdica de direito privado que pode tanto executar atividadeeconmica prpria da iniciativa privada quanto prestar servio pblico.O item est CERTO.Acerca das sociedades de economia mista SEM, o Decreto Lei 200/1967 a conceitua como:

    Entidade dotada de personalidade jurdica de direito privado, criada por lei para aexplorao de atividade econmica, sob a forma de sociedade annima, cujas aescom direito a voto pertenam, em sua maioria, Unio ou a entidade daadministrao indireta.

    Perceba que, originariamente, tais entidades foram criadas com o propsito de interveno direta naeconomia pelo Estado.Ocorre que as sociedades mistas tambm podem ser prestadoras de servios pblicos. Vejamos(ADI-STF 1642):

    Distino entre empresas estatais prestadoras de servio pblico e empresas estatais quedesenvolvem atividade econmica em sentido estrito. (...). As sociedades de economia mista e

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    as empresas pblicas que explorem atividade econmica em sentido estrito esto sujeitas,nos termos do disposto no 1 do art.173da Constituio do Brasil, ao regime jurdico

    prprio das empresas privadas. (...). O 1 doart.173da Constituio do Brasil no seaplica s empresas pblicas, sociedades de economia mista e entidades (estatais) que

    prestam servio pblico.

    Com relao a atos administrativos, servios pblicos e procedimentos licitatrios, julgue os itenssubsequentes.16 O prego, modalidade de licitao para aquisio de bens e servios comuns, independentemente dovalor estimado da contratao, aplica-se tanto aos rgos da administrao direta quanto s entidadesintegrantes da administrao indireta, inclusive aos fundos especiais.O item est CERTO.Ao lado das clssicas modalidades de licitao, previstas na ultrapassada Lei 8.666, de 1993 [Lei deLicitaes], como concorrncia, convite e tomada de preos, o sistema administrativo brasileiro

    passou a prever o Prego.O Prego uma nova modalidade, inaugurada pela Lei 10.520, de 2002, de aplicao a todos osentes polticos, suas Administraes Direta e Indireta, inclusive os fundos especiais. Isso mesmo. ALei do Prego Lei Federal Nacional, ou seja, editada pela Unio, porm vlida a todos os entesfederados.Essa nova modalidade cercada de peculiaridades, que a diferencia, portanto, das j estabelecidas

    pela Lei de Licitaes, por exemplo:

    Objeto especfico: destina-se aquisio de bens e servios comuns;

    Princpio da celeridade: h a inverso de fases. O julgamento precede a habilitao;

    Princpio da economicidade: h a fase de lances verbais e sucessivos, o que, maior partedas vezes, permite uma reduo dos preos trabalhados perante a Administrao;

    Faixa de valores: enquanto concorrncia, tomada de preos e convite segue, de regra,

    limites de valores, o Prego independe dos valores envolvidos;

    Conduo: no h uma comisso de licitao. O certame conduzido pelo Pregoeiro, o qualconta com equipe de apoio.

    17 Quando um ministrio pratica ato administrativo de competncia de outro, fica configurado vcio deincompetncia em razo da matria, que pode ser convalidado por meio da ratificao.O item est ERRADO.

    Questo excelente! H dois erros. Vejamos.A convalidao o ato privativo da Administrao Pblica, dirigido correo de vcios

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    [ilegalidades] presentes nos atos administrativos, e, por conseguinte, mantendo-os vivos nomundo jurdico. vlida a regra de que a manuteno do ato invlido menos prejudicialaointeresse pblico do que a sua retirada.A convalidao se d, em regra, por meio de ao administrativa, em que se edita um segundo ato,remetendo-se, retroativamente, ao ato invlido para legitimar seus efeitos pretritos. Entretanto,

    por exceo, possvel que a convalidao se d por meio de ato do particular afetado pelo atoviciado, no que ela passa a ser nomeada de saneamento.A convalidao recebe o nome de ratificao, quando decorre da autoridade que produziu o ato;recebe o nome de confirmao, se procede de outra autoridade. Perceba que, no caso concreto, oato foi praticado por outra autoridade. Esse, portanto, um primeiro erro. Se admitida aconvalidao, teramos a CONFIRMAO E NO RATIFICAO.Vencida essa considerao terica, vejamos os pressupostos clssicos para a convalidao seradmitida.

    a) no pode prejudicar terceiros;

    b) deve visar realizao do interesse pblico;c) o vcio que atinge o ato deve ser sanvel.Ok! Mas o que vcio sanvel? o que recai sobre os elementos competncia e forma, e, ainda assim, se a competncia no forexclusiva [por admitir a delegao] e a forma no for essencial.

    No caso concreto, o vcio de competncia, porm no se est diante de competncia delegvel [indelegvel], e, bem por isso, no se admite a convalidao por confirmao.18 Em se tratando de permisso de servio pblico, o servio executado em nome do Estado por conta erisco do permissionrio, e atribudo exclusivamente pessoa jurdica.O item est ERRADO.Questo tranquila!O conceito legal de permisso de servios pblicos dado pelo inc. IV do art. 2 da Lei8.987/1995, a saber:

    A delegao, a ttulo precrio, mediante licitao, da prestao de servios pblicos, feitapelo poder concedente pessoa fsica ou jurdica que demonstre capacidade para seudesempenho, por sua conta e risco.

    Ora, a permisso pode ser outorgada a pessoas fsicas, da a incorreo do quesito.Para Celso Antnio Bandeira de Mello, dado o carter precrio da permisso, esta deveria serutilizada quando:

    a) o permissionrio no necessitasse alocar grandes capitais para o desempenho do servio,

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    b) poderia mobilizar, para diversa destinao e sem maiores transtornos, o equipamentoutilizado, ou, ainda,

    c) quando o servio no envolvesse implantao fsica de aparelhamento que adere ao solo,ou, finalmente,

    d) quando os riscos da precariedade a serem assumidos pelo permissionrio fossemcompensveis seja pela extrema rentabilidade do servio, seja pelo curtssimo prazo em quese realizaria a satisfao econmica almejada.

    Por fim, acrescento que h traos distintivos entre permisso e concesso de servios pblicos.Abaixo:

    Quanto ao executor do servio pblico: na concesso, o contrato s pode ser firmado compessoa jurdica ou consrcio de empresas; na permisso, com pessoa fsica ou pessoa

    jurdica. Conclui-se, portanto, que no h concesso para pessoa fsica, oupermisso

    para consrcio de empresas;

    Quanto precariedade: a permisso dotada de precariedade, caractersticanoencontrada na concesso. Por conseguinte, a permisso passvel de revogao (emboraseja contrato); a concesso, no.

    Julgue os itens a seguir, relativos a contratos administrativos, controle da administrao, benspblicos e processos administrativos.19 De acordo com a Lei n. 9.784/1999, que regula o processo administrativo no mbito da administraopblica federal, um rgo administrativo e seu titular podero, se no houver impedimento legal e quando

    conveniente, em razo de circunstncias de ndole tcnica, social, econmica, jurdica ou territorial, delegarparte da sua competncia a outros rgos, ainda que estes no lhe sejam hierarquicamente subordinados.O item est CERTO.Dispe o art. 12 da Lei 9.784, de 1999:

    Art. 12. Um rgo administrativo e seu titular podero, se no houverimpedimento legal, delegar parte da sua competncia a outros rgos outitulares, ainda que estes no lhe sejam hierarquicamente subordinados,quando for conveniente, em razo de circunstncias de ndole tcnica, social,

    econmica, jurdica ou territorial.Faamos juntos a leitura do dispositivo:

    um rgo administrativo e quem o titulariza podem, desde que no haja proibio legal,delegar parte da sua competncia a outros rgos ou titulares, ainda que estes no lhe

    sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razo de circunstnciasde ndole tcnica, social, econmica, jurdica, ou territorial (no poltica e sequermoral!).

    Duas observaes:I) no pode haver delegao de toda competncia. Veja que o primeiro trecho negritado fala emdelegao de parte. S no diz qual o tamanho dessa parte, o que pode levar a problemas no

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    cotidiano do mundo real.II) pode haver delegao, mesmo que no haja subordinao direta entre aqueles envolvidos ( osegundo trecho negritado).

    O ato delegatrio, quando for possvel, dever especificar os poderes transferidos, podendo ser

    revogado a qualquer tempo pelo delegante ( a qualquer tempo mesmo!).Por exemplo: Tcio diretor de uma rea do rgo X, e deve realizar determinada tarefaadministrativa. Mvio Diretor de outra rea, no mesmo nvel hierrquico de Tcio, que estmuito ocupado e no tem tempo para promover as diligncias e outros atos necessrios pararesolver a tarefa administrativa que tem que fazer. Zs, trs! Tcio delega os atos para

    Mvio, e no h nenhuma irregularidade nisso, dado que a Lei permite a delegao, mesmoque no haja hierarquia direta entre Tcio e Mvio.

    Pergunta interessante: Mvio pratica o ato em razo da delegao de Tcio. Afinal quem serresponsabilizado, se for o caso, pelas consequncias do ato?

    O ato praticado sob o manto da delegao reputa-se praticado pelo delegado (o delegatrio, quemrecebeu a delegao), dizer, por quem efetivamente o praticou, o qual, inclusive, responder poreventuais irregularidades no exerccio da competncia delegada. isso o que diz o art. 14. Vejamos:

    3o As decises adotadas por delegao devem mencionar explicitamente esta qualidade econsiderar-se-o editadas pelo delegado.

    Lembra o Otrio. aquele que se d mal. Delegatrio tambm termina em RIO.20 Considere que uma empresa vencedora de certame licitatrio subcontrate, com terceiro, o objetodo contrato firmado com a administrao pblica, apesar de no haver previso expressa para tantono edital ou no contrato. Nessa situao, caso o contrato seja prestado dentro do prazo estipulado ecom estrita observncia aos critrios de qualidade impostos contratualmente, no poder aadministrao rescindir o contrato unilateralmente, visto que no se configura hiptese de prejuzoou descumprimento de clusulas contratuais.O item est ERRADO.

    No um primor de questo. Explico.

    A Lei de Licitaes prev quatro tipos de resciso: unilateral (considerada clusula exorbitante),amigvel, judicial e de pleno direito.A resciso unilateral d-se por ato da Administrao, seja pela inexecuo culposa (erro por parte dacontratada), seja pela inexecuo sem culpa (convenincia e oportunidade).Dos casos de resciso, ento previstos na Lei 8.666, de 1993, acha-se a subcontratao do objeto docontrato, sem que haja previso expressa para tanto no edital ou no contrato.

    E qual a crtica?

    Perceba que o contrato foi prestado dentro do prazo estipulado. E o advento do termo contratual uma das formas de extino do contrato. Ora, se o contrato est extinto, no h espao para aresciso por parte da Administrao, por falta de objeto. Caberia, na hiptese, a aplicao de

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    sanes s empresas envolvidas.21 O controle prvio dos atos administrativos de competncia exclusiva da prpria administrao pblica,ao passo que o controle dos atos administrativos aps sua entrada em vigor exercido pelos PoderesLegislativo e Judicirio.O item est ERRADO.Quanto ao momento, o controle classificado em: prvio, concomitante e posterior.O Controleprvio ou preventivo ou a priori, como o prprio nome denuncia, o controleque se d antes mesmo da formao do ato em si. requisito formao do ato, de validade doato, e tambm de eficcia do ato. Sem esse controle o ato nem mesmo integrar o mundo jurdico.Exemplos deste tipo de controle so as autorizaes, as aprovaes, a liquidao de despesasmediante prvia nota de empenho.Ser que s a Administrao Pblica pode controlar previamente seus prprios atos?

    Obviamente que no! Se o administrado sentir-se prejudicado pode socorrer-se, por exemplo, deao preventiva perante o Poder Judicirio. Sobre o tema, o inc. XXXV do art. 5 da CF enfticoao prever que a lei no poder excluir do Poder Judicirio a ameaa a direito.Ademais, alguns atos produzidos pelo Executivo so aprovados previamente pelo PoderLegislativo. Cite o exemplo da sabatina do Senado Federal que habilita o chefe do ExecutivoFederal nomeao de Diretores do Banco Central.Um servidor pblico federal dispensou licitao fora das hipteses previstas em lei, o que motivou oMP a ajuizar ao de improbidade administrativa, imputando ao servidor a conduta prevista no art.

    10, inc. VIII, da Lei n. 8.429/1993, segundo o qual constitui ato de improbidade administrativaqualquer ao ou omisso, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriao,malbaratamento ou dilapidao dos bens pblicos, notadamente o ato que frustrar a licitude de

    processo licitatrio ou dispens-lo indevidamente.Com base nessa situao hipottica, julgue os itens que se seguem.22 Caso o MP tambm ajuze ao penal contra o servidor, pelo mesmo fato, a ao de improbidade ficarsobrestada at a prolao da sentena penal a fim de se evitar bis in idemO item est ERRADO.Dispe o caputdo art. 12 da Lei de Improbidade:

    Art. 12. Independentemente das sanes penais, civis e administrativas, previstas nalegislao especfica, est o responsvel pelo ato de improbidade sujeito s seguintescominaes: (...)

    Perceba que o comando do dispositivo expresso ao fixar a independncia entre as instncias. Logoa ao de improbidade no impede eventuais aes penais ou administrativas, conforme o caso.23 Na hiptese de sentena condenatria, o juiz poder, de acordo com a gravidade do fato, aplicar aoservidor pena de multa e deixar de aplicar-lhe a suspenso de direitos polticos, ambas previstas em lei.

    O item est CERTO.Aplica-se Improbidade Administrativa o princpio da dosimetria da pena. Ou seja, o juiz deve

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    levar em considerao, no momento da fixao da pena, por exemplo, os antecedentes e eventuaisatenuantes.Esse princpio, inclusive, foi reconhecido expressamente no caputdo art. 12 da LIA. Vejamos:

    Art. 12. Independentemente das sanes penais, civis e administrativas previstas na

    legislao especfica, est o responsvel pelo ato de improbidade sujeito s seguintescominaes, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com agravidade do fato: (Redao dada pela Lei n 12.120, de 2009).

    Perceba que as penalidades podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente.24 Caso o MP no tivesse ajuizado a referida ao, qualquer cidado poderia ter ajuizado ao deimprobidade subsidiria.O item est ERRADO.

    A banca, provavelmente, teve o propsito de confundir o candidato com o manejo da ao penal.Ocorre que a ao de improbidade de natureza administrativa, no havendo espao para a ao docidado.Os cidados podem representar pelo ato de improbidade, mas no contam com a capacidade deacionar, no lugar das autoridades competentes (pessoas jurdicas prejudicadas e MP), o PoderJudicirio.Escrivo da PFCom relao ao direito administrativo, julgue os itens a seguir.90 A posse de um candidato aprovado em concurso pblico somente poder ocorrer pessoalmente.

    O item est ERRADO.A posse o ato administrativo que aperfeioa a nomeao, dizer, sem a posse, de nada vale anomeao. Bem por isso a Lei 8.112/1990 registra que a investidura do servidor ocorrer com a

    posse.Alm disso, a doutrina sinaliza quese o nomeado no tornar posse, o ato jurdico [de nomeao]

    ser tornado sem efeito. O prazo para a posse improrrogvele de trinta dias, contados danomeao.

    Vejamos algumas informaes de interesse:1 - Na posse, no h que se falar em assinatura de contrato. assinado um termo, no qual sofirmados os compromissos do servidor;2 - possvel a posse mediante procurao especfica ( 3 do art. 13, Lei 8.112/1990), da,inclusive, a incorreo do quesito;

    3 - No se pode confundir posse com exerccio. O exerccio quer dizer comear a trabalhar.Pode no coincidir com a posse. Olha o que nos informa o 1 do art. 15 da Lei 8.112, de 1990:

    de quinze dias o prazo para o servidor empossado em cargo pblico entrar em exerccio,contados da data da posse.

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12120.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12120.htm#art1
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    Bom, s para registro: o servidor s far jus remunerao a partir do EXERCCIO e no daPOSSE. Tem de trabalhar para receber!91 A frequncia aos cursos de formao profissional da Academia Nacional de Polcia, nos casos deprimeira investidura em cargo de atividade policial, considerada de efetivo exerccio para fins deaposentadoria.O item est CERTO. uma questo da legislao especfica dos agentes policiais federais.Dispe o Decreto Federal 59.310, de 1966:

    Art. 25. A frequncia aos cursos de formao profissional da Academia Nacional de Polciapara a primeira investidura em cargo de atividade policial considerada de efetivo exercciopara fins de aposentadoria.

    92 O servidor pblico que revelar fato ou circunstncia que tenha cincia em razo das suas atribuies, eque deva permanecer em segredo, comete ato de improbidade administrativa.O item est CERTO.As consequncias primrias por atos de improbidade so previstas no 4 do art. 37 da CF, de 1988.

    No entanto, a matria detalhada pela Lei Federal 8.429, de 1992 (Lei de ImprobidadeAdministrativa).A Lei de Improbidade fornece-nos trs atos de improbidade: o enriquecimento ilcito, o prejuzo aoerrio e o ferimento a princpios da Administrao.

    Sobre o tema, o art. 11 da Lei prev ferimento a princpios da Administrao, como:

    Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princpios daadministrao pblica qualquer ao ou omisso que viole os deveres de honestidade,imparcialidade, legalidade, e lealdade s instituies, e notadamente:(...)

    III - revelar fato ou circunstncia de que tem cincia em razo das atribuies e que devapermanecer em segredo;

    93 As penas aplicadas a quem comete ato de improbidade no podem ser cumuladas, uma vez que estaria o

    servidor sendo punido duas vezes pelo mesmo ato.O item est ERRADO.Aplica-se Improbidade Administrativa o princpio da dosimetria da pena. Ou seja, o juiz develevar em considerao, no momento da fixao da pena, por exemplo, os antecedentes e eventuaisatenuantes.Esse princpio, inclusive, foi reconhecido expressamente no caputdo art. 12 da LIA. Vejamos:

    Art. 12. Independentemente das sanes penais, civis e administrativas previstas na

    legislao especfica, est o responsvel pelo ato de improbidade sujeito s seguintescominaes, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com agravidade do fato: (Redao dada pela Lei n 12.120, de 2009).

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12120.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12120.htm#art1
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    Perceba que as penalidades podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente.94 O Banco Central do Brasil uma autarquia federal e compe a administrao pblica direta da Unio.O item est ERRADO.

    Questo relativamente simples.O Estado pode atuar administrativamente de forma Centralizada ou Descentralizada. AAdministrao Indireta ou Descentralizada composta pelas seguintes pessoas jurdicas: autarquias,fundaes, sociedades de economia mista, empresas pblicas, e, mais recentemente, associaes

    pblicas (so os consrcios pblicos de Direito Pblico).Por isso, sendo o BACEN autarquia federal, integrar a Administrao Indireta do Estado.Perceba que o quesito menciona Administrao Direta.

    Acrescento que, para a criao das entidades da Administrao Indireta, o inc. XIX do art. 37 da CF,de 1988, estabelece um procedimento diferenciado, tratando-se da natureza da entidade. Se deDireito Pblico, a lei especfica criar a pessoa; se de Direito Privado, a lei especfica sautorizativa, e a personalidade, propriamente dita, ser adquirida com o registro do ato constitutivono rgo competente.Portanto, o BACEN, na qualidade de autarquia, foi criado diretamente por lei.Essa forma de descentralizao administrativa chamada de Descentralizao Por Servios ouTcnica ou Funcional, reconhecida, pela doutrina, como OUTORGA, em que o Estado transferetitularidade e execuo das medidas.

    No que se refere a licitaes, julgue o item abaixo.95 Haver dispensa de licitao nos casos em que houver fornecedor exclusivo de determinadoequipamento.O item est ERRADO.O procedimento de licitao regra constitucional, elevado, por alguns autores, como verdadeiro

    princpio. Porm no uma regra sem excees. Na Lei 8.666, de 1993, possvel a contrataodireta por: licitao dispensada, licitao dispensvel e inexigibilidade.

    E tais hipteses de contratao direta no se confundem entre si. A inexigibilidade, por exemplo, d-se por inviabilidade de competio. Sobre o tema, o art. 25 da Lei de Licitaes lista, de formaexemplificativa, os seguintes casos de inexigibilidade:

    - Fornecedor Exclusivo, vedada a preferncia de marca;- Contratao no Setor Artstico;- Servios Tcnicos Profissionais, com profissionais com notria especializao e objeto denatureza singular.

    Perceba que a banca menciona que tais hipteses so de licitao dispensvel, da a incorreo oquesito.

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    A respeito dos direitos e garantias fundamentais, julgue os seguintes itens, de acordo com asdisposies da Constituio Federal de 1988 (CF).96 Conforme a CF, admite-se a perda de direitos polticos na hiptese de cancelamento da naturalizaopor deciso administrativa definitiva.O item est ERRADO.

    A regra que o cidado detenha capacidade eleitoral ativa [de votar] e passiva [de ser votado]. Noentanto, h situaes de impossibilidade de alistamento eleitoral [conscritos e estrangeiros], e,

    portanto, ausncia da capacidade de votar e ser votado; como de inelegibilidade [de ser votado],exemplo dos analfabetos. Alm desses, h ocasies que afastam definitivamente [perda dosdireitos polticos] ou temporariamente [suspenso] o direito de votar e ser votado, listadas no art.15 da CF, de 1988, so elas:- Perda dos direitos polticos:

    - Cancelamento da naturalizao por sentena judicial transitada em julgado;

    - Imperativo de conscincia [recusa de cumprir obrigao a todos imposta ou prestaosocial alternativa].- Perda da nacionalidade brasileira por aquisio voluntria de outra;

    Perceba que a perda d-se em caso de SENTENA JUDICIAL e no POR ATOADMINISTRATIVO.Aproveito para apresentar os casos de suspenso.

    - Incapacidade Civil Absoluta [e no relativa];- Condenao Criminal com sentena transitada em julgado;

    - Improbidade Administrativa, conforme previsto no 4 do art. 37 da CF, de 1988;- Brasileiro que, em Portugal, exera a clusula de reciprocidade;- Quebra de decoro do Parlamentar[inelegibilidade por 8 anos].

    97 Considere que a Polcia Federal tenha recebido denncia annima a respeito de suposta prticadelituosa inserida em seu mbito de investigao. Nessa situao, o rgo no poder investigar, visto que aCF veda expressamente o anonimato e a consequente deflagrao da persecuo penal com fundamento nareferida denncia annima.O item est ERRADO.

    A busca pela verdade real orienta a atuao da Administrao Pblica. Isso se d, em especial,porque, diferentemente dos processos judiciais comuns (da esfera cvel), nos processosadministrativos a relao jurdica constituda bilateral e no trilateral.

    Nos processos administrativos, de um lado, tem-se a Administrao que, ao tempo que integra oprocesso como interessada, possui o dever de buscar as informaes (provas, quando for o caso)para a tomada de deciso.So caractersticas do processo administrativo (o inqurito de natureza administrativa):I) uma relao bilateral: de um lado estar a Administrao e de outro, o interessado, que pode

    ser um particular ou mesmo um agente pblico. J os processos judiciais comuns constituem umarelao trilateral;

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    II) cumpre Administrao movimentar o processo administrativo, uma vez que o integracomo interessada. Vale o princpio do impulso oficial.Assim, mesmo que no provocada, a Administrao poder instaurar um processo administrativo,desde que entenda necessrio. Por isso, um documento apcrifo (annimo), em casos concretos,

    poder dar incio a um processo administrativo, ainda que tal processo no seja constitudo a partir

    do expediente annimo.Para o STF (HC 100.042):

    Nada impede, contudo, que o Poder Pblico, provocado por delao annima (disque-denncia, p. ex.), adote medidas informais destinadas a apurar, previamente, emaveriguao sumria, com prudncia e discrio, a possvel ocorrncia de eventual

    situao de ilicitude penal, desde que o faa com o objetivo de conferir a verossimilhanados fatos nela denunciados, em ordem a promover, ento, em caso positivo, a formalinstaurao da persecutio criminis, mantendo-se, assim, completa desvinculao desse

    procedimento estatal em relao s peas apcrifas.

    luz do disposto na CF, julgue o item abaixo, a respeito dos crimes de responsabilidade dopresidente da Repblica.98 Nos crimes de responsabilidade, o presidente da Repblica ficar suspenso de suas funes aps ainstaurao do processo pelo Senado Federal.O item est CERTO. No entanto, a banca apontou para a incorreo do quesito. Vai entender! Ogabarito, provavelmente, vai ser trocado para CERTO.Dispe o inc. II do 1 do art. 86 da CF, de 1988:

    Art. 86. Admitida a acusao contra o Presidente da Repblica, por dois teros da Cmarados Deputados, ser ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nasinfraes penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.

    1 - O Presidente ficar suspenso de suas funes:(...)

    II - nos crimes de responsabilidade, aps a instaurao do processo pelo Senado Federal.A meu ver, o fato de a suspenso no ser eterna (prazo mximo de 180 dias) no justifica aincorreo do quesito. Ou a banca inverte o gabarito, ou anula a questo.Julgue os prximos itens relativos defesa do Estado e das instituies democrticas.99 A apurao de infraes penais cometidas contra os interesses de empresa pblica federal insere-se nombito da competncia da Polcia Federal.O item est CERTO.Questo relativamente simples, por decorrer da literalidade da CF, de 1988. Vejamos:

    Art. 144. A segurana pblica, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, exercida para a preservao da ordem pblica e da incolumidade das pessoas e do

    patrimnio, atravs dos seguintes rgos:I - polcia federal;(...)

    1 A polcia federal, instituda por lei como rgo permanente, organizado e mantido pelaUnio e estruturado em carreira, destina-se a:(Redao dada pela Emenda Constitucional n

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art19http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art19
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    19, de 1998)I - apurar infraes penaiscontraa ordem poltica e social ou em detrimento de bens,servios e interesses da Unio ou de suas entidades autrquicas e empresas pblicas, assimcomo outras infraes cuja prtica tenha repercusso interestadual ou internacional e exijarepresso uniforme, segundo se dispuser em lei;

    Acrescento que, tratando-se desociedade de economia mista, ainda que federais, a competnciainvestigativa reservada Polcia Civil.

    100 Considere que determinada lei ordinria tenha criado rgo especializado em percia e o tenha inseridono rol dos rgos responsveis pela segurana pblica. Nessa situao, a lei est em consonncia com a CF,a qual admite expressamente a criao de outros rgos pblicos encarregados da segurana pblica, almdaqueles previstos no texto constitucional.O item est ERRADO.

    Dispe o caputdo art. 144 da CF, de 1988:Art. 144. A segurana pblica, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, exercida para a preservao da ordem pblica e da incolumidade das pessoas e do

    patrimnio, atravs dos seguintes rgos: (...)Perceba que a CF menciona atravs dos seguintes rgos, enfim, no confere a possibilidade deampliao do rol por meio de instrumentos normativos diversos.Sobre o tema, disps o STF:

    Ao direta de inconstitucionalidade. (...) Criao do Instituto-Geral de Percias e inserodo rgo no rol daqueles encarregados da segurana pblica. (...) Observncia obrigatria,pelos Estados-membros, do disposto no art. 144 da Constituio da Repblica. (...)Impossibilidade da criao, pelos Estados-membros, de rgo de segurana pblicadiverso daqueles previstos no art. 144 da Constituio. (...) Ao Instituto-Geral de Percias,institudo pela norma impugnada, so incumbidas funes atinentes segurana pblica.Violao do art. 144, c/c o art. 25 da Constituio da Repblica. (ADI 2.827, Rel. Min.Gilmar Mendes, julgamento em 16-9-2010, Plenrio, DJE de 6-4-2011.) Vide:ADI 1.182,voto do Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 24-11-2005, Plenrio, DJ de 10-3-2006; ADI236, Rel. Min. Octavio Gallotti, julgamento em 7-5-1992, Plenrio, DJ de 1-6-2001.

    Os Estados-membros, assim como o Distrito Federal, devem seguir o modelo federal. O art.144 da Constituio aponta os rgos incumbidos do exerccio da segurana pblica. Entreeles no est o Departamento de Trnsito. Resta pois vedada aos Estados-membros apossibilidade de estender o rol, que esta Corte j firmou ser numerus clausus, paraalcanar o Departamento de Trnsito. (ADI 1.182, voto do Rel. Min. Eros Grau,

    julgamento em 24-11-2005, Plenrio,DJde 10-3-2006.) Vide: ADI 2.827, Rel. Min. GilmarMendes, julgamento em 16-9-2010, Plenrio,DJEde 6-4-2011.

    No que se refere ordem social, julgue o item seguinte.101 A CF reconheceu aos ndios a propriedade e posse das terras que tradicionalmente ocupam.

    O item est ERRADO.

    Nos termos do inc. XI do art. 20 da CF, de 1998, as terras tradicionalmente ocupadas pelos ndios

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art19http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=621461http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266686http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266262http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266262http://www.stf.jus.br/jurisprudencia/IT/frame.asp?PROCESSO=1182&CLASSE=ADI&cod_classe=504&ORIGEM=IT&RECURSO=0&TIP_JULGAMENTO=M&EMENTA=2224http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=621461http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art19http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=621461http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266686http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266262http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266262http://www.stf.jus.br/jurisprudencia/IT/frame.asp?PROCESSO=1182&CLASSE=ADI&cod_classe=504&ORIGEM=IT&RECURSO=0&TIP_JULGAMENTO=M&EMENTA=2224http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=621461
  • 7/22/2019 Provas Comentadas Dad Cyonil Borges

    21/21

    so bens da Unio. Ou seja, os ndios no detm a propriedade, mas exercem a mera posse.Vejamos:

    As terras tradicionalmente ocupadas pelos ndios incluem-se no domnio constitucional daUnio Federal. As reas por elas abrangidas so inalienveis, indisponveis e insuscetveis

    de prescrio aquisitiva. A Carta Poltica, com a outorga dominial atribuda Unio, criou,para esta, uma propriedade vinculada ou reservada, que se destina a garantir aos ndios oexerccio dos direitos que lhes foram reconhecidos constitucionalmente (CF, art. 231, 2, 3 e 7), visando, desse modo, a proporcionar s comunidades indgenas bem-estar econdies necessrias sua reproduo fsica e cultural, segundo seus usos, costumes etradies." (RE 183.188, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 10-12-1996, PrimeiraTurma, DJ de 14-2-1997.)

    http://www.stf.jus.br/jurisprudencia/IT/frame.asp?PROCESSO=183188&CLASSE=RE&cod_classe=437&ORIGEM=IT&RECURSO=0&TIP_JULGAMENTO=M&EMENTA=1857http://www.stf.jus.br/jurisprudencia/IT/frame.asp?PROCESSO=183188&CLASSE=RE&cod_classe=437&ORIGEM=IT&RECURSO=0&TIP_JULGAMENTO=M&EMENTA=1857