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/'relaC;;30 ao que produz: estar permaneniemente bemin- ' farmadasobre aarea que cobre. Essa e a condic;;aobasi- ca para sepoder avaliar 0 ass unto sobre a qual seescre- '/8. E :ssc tarnbeiii ;iaie para 0 jornaiismo em Geral, A ou- tra condic;;ao- que talvez ate preceda a anterior - e a hu- mildade: a pretensao invariav81mente vicia a crrtica, Abril nao Jjv8sse um mercado anunciante. A. publicac;;ao nao se pagaria s6 com 0 interesse do leitor. o problema, a primeira vis'ca, pode ser tambem de competencia dos realizadores dos programas. Grandes grupos tem como eonseguir PUbli~idade c~~n:ais profis~ sionalismo. E 0 espago conquistaao pela Clenela e tecno- logia ainda e reeente e tfmido. Gertamente um ,bom espe~ ciaI, tipo BBG inglesa ou Nova dos Estados Unldos,. pode- ria ocupar um horario melhor e contar com patrodnlo, co- mo ja existe no exterior. Mas nosso mercado comega agoraa tratar do assunto e os anunciantes ainda estao mais interessados em usar a crebilidade da clencia dire- lamente sobre 0 produto. Talvez ainda demorem um pou- co para um uso mais institucional, apoiando programas de divulgac;;ao cientffica. AlMVR GAJAIRIDONI - 0 publico de Superinteressante vai do jovem estud~tnte de 12, 15 anos, ao jovem profis- sional que deixou a universidade ha algum rempo e sente necessidade de se atualizar, ainda que superficialmente, passando pelo aposentado de 60,70 anos, ainda curiosa por saber como avanga ahumanidade. Todos tem em comum uma imensa curiosidade cultural. Nos parses de- senvolvidos, anunciam nessas revistas preferencialment~ os produtores de cultura - editoras, gravadoras -, fabn- cantes de produtos como telesc6pios, micross6pios, apa- relhagem de fotografia, cinema, vfde.o e comput~dores. Revistas inglesas contem vastas segoes de classlflcados onde se oferecem empregos a professores, pesquisado- resfuncionarios de bibliotecas, museus e universidades. , No Brasil, por motivos 6bvios, tais setores tem es· cassa capacidade de veiculag80 publicitaria. Os anun- ciantes comuns, compreensivelmente, demonstram prefe- r~ncia por vefculos destinados a publicos especfficos - homens de sofisticado nrvel de vida, donas de casa, usua- rios de computadores. Ou entao, por gigantes do tipo Ve- ja, que atingem todas as areas indistintamente. Superint~~ res sante apresenta potencial para ser um verculo de dl- vulgagao cientffica com massa de circ~lagao ~uficiente- mente grande para tambem interessar tals anunclantes. 32) Como esta 0 mercado intem~clonal de ci~nc.ia na TV?Por que seu pr@grama lIsa/nso usa matenal Inter~ nacional, js que Ii! ~tica e comum em jomais e revis- tas? ANDRE MOnA LIMA - Greio que muito mais avangado. 39 30) 0 Mercado ole jOima~ismo cientific@ asia crescen- do? bOor quea Cj!.Jl3is as e'Jid®!'1ciasdnsso'? lUiZ GONZAGA MOTTA - Esta. Basta ver 0 cresci- mento numerico de !ftulos de programas de radio e TV,re- vistas e artigos em jomais sobre ciencia e tecnologia. Hoje, todos os grandes jornais e as revistas de informa~ gao tem editorias de cienela e paginas especializadas so- bre 0 assunto. Os editores de jornais, revistas e TV ja perceberam que 0 pUblico quer notrcia sobre medic ina e saude, meio ambiente e qualidade de vida, 0 espago e sua i conquista, a engenharia da vida e outros assuntos. 0 mercado esta crescendo, 0 que nao esta crescendo ainda e a qualificagao dosj9m9JJ.~@.§,hQ9IEL91~r.L(jEO::::..---,=--'-- '- __ ..•" __ .. ~ "C·._··_> SERGIO iSlRANIDAO - Gertamente. Veja 0 crescente numero de jomais e revistas que dedicam espagos cad a vez maiores a ciencia e tecnologia. Vale cltar a criagao recente do caderno de Giencia da Folha de S. Paulo e da editoria de eiencia da TV Globo. Acredito que a tendencia e de que outros orgaos de comunicagao venham a seguir o exemplo. Ja era tempo •.. 31) A~gui"ls deibiatedores acreditam que 0 Mercado de jomaiismo cientffioo e bom etendea crs~r. Se e as~ sim, por que ha me pouca pUbiicidade apoiando os program as e mvistas especiaiizados? ANDRE MOTrA LIMA - Oft para comprovar com levan~ tamentoz que existe 0 impulsci;-a tendencia de se usar a credibilidade do avango cientffico vinculada ao consumo. Isso ajuda a explicar 0 pr6prio crescimento de espago. Ha algum tempo, lendo a edi9ao de 20 9 aniversario da Veja, verifiquei que nada menos que 30% dos anuncios usavam ciencia e tecnologiacomo gancho. Uma revista nova, co~ mo a Superinteressante, nao seria criada se a Editora

Ja sim, por que - WordPress.com · 2009. 8. 12. · seu tesao. Tambem citaria Hernan Olguin da TV chilena, que, apesar de sua· morte prematura, souba dar a imagem um valor excepeional,

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Page 1: Ja sim, por que - WordPress.com · 2009. 8. 12. · seu tesao. Tambem citaria Hernan Olguin da TV chilena, que, apesar de sua· morte prematura, souba dar a imagem um valor excepeional,

/'relaC;;30 ao que produz: estar permaneniemente bem in-' farmada sobre a area que cobre. Essa e a condic;;aobasi-

ca para se poder avaliar 0 ass unto sobre a qual se escre-'/8. E :ssc tarnbeiii ;iaie para 0 jornaiismo em Geral, A ou-tra condic;;ao- que talvez ate preceda a anterior - e a hu-mildade: a pretensao invariav81mente vicia a crrtica,

Abril nao Jjv8sse um mercado anunciante. A. publicac;;aonao se pagaria s6 com 0 interesse do leitor.

o problema, a primeira vis'ca, pode ser tambem decompetencia dos realizadores dos programas. Grandesgrupos tem como eonseguir PUbli~idade c~~n:ais profis~sionalismo. E 0 espago conquistaao pela Clenela e tecno-logia ainda e reeente e tfmido. Gertamente um ,bom espe~ciaI, tipo BBG inglesa ou Nova dos Estados Unldos,. pode-ria ocupar um horario melhor e contar com patrodnlo, co-mo ja existe no exterior. Mas nosso mercado comegaagora a tratar do assunto e os anunciantes ainda estaomais interessados em usar a crebilidade da clencia dire-lamente sobre 0 produto. Talvez ainda demorem um pou-co para um uso mais institucional, apoiando programas dedivulgac;;aocientffica.AlMVR GAJAIRIDONI - 0 publico de Superinteressantevai do jovem estud~tnte de 12, 15 anos, ao jovem profis-sional que deixou a universidade ha algum rempo e sentenecessidade de se atualizar, ainda que superficialmente,passando pelo aposentado de 60,70 anos, ainda curiosapor saber como avanga a humanidade. Todos tem emcomum uma imensa curiosidade cultural. Nos parses de-senvolvidos, anunciam nessas revistas preferencialment~os produtores de cultura - editoras, gravadoras -, fabn-cantes de produtos como telesc6pios, micross6pios, apa-relhagem de fotografia, cinema, vfde.o e comput~dores.Revistas inglesas contem vastas segoes de classlflcadosonde se oferecem empregos a professores, pesquisado-res funcionarios de bibliotecas, museus e universidades.

, No Brasil, por motivos 6bvios, tais setores tem es·cassa capacidade de veiculag80 publicitaria. Os anun-ciantes comuns, compreensivelmente, demonstram prefe-r~ncia por vefculos destinados a publicos especfficos -homens de sofisticado nrvel de vida, donas de casa, usua-rios de computadores. Ou entao, por gigantes do tipo Ve-ja, que atingem todas as areas indistintamente. Superint~~res sante apresenta potencial para ser um verculo de dl-vulgagao cientffica com massa de circ~lagao ~uficiente-mente grande para tambem interessar tals anunclantes.

32) Como esta 0 mercado intem~clonal de ci~nc.ia naTV? Por que seu pr@grama lIsa/nso usa matenal Inter~nacional, js que Ii! ~tica e comum em jomais e revis-tas?ANDRE MOnA LIMA - Greio que muito mais avangado.

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30) 0 Mercado ole jOima~ismo cientific@ asia crescen-do? bOor que a Cj!.Jl3is as e'Jid®!'1ciasdnsso'?lUiZ GONZAGA MOTTA - Esta. Basta ver 0 cresci-mento numerico de !ftulos de programas de radio e TV, re-vistas e artigos em jomais sobre ciencia e tecnologia.Hoje, todos os grandes jornais e as revistas de informa~gao tem editorias de cienela e paginas especializadas so-bre 0 assunto. Os editores de jornais, revistas e TV japerceberam que 0 pUblico quer notrcia sobre medic ina esaude, meio ambiente e qualidade de vida, 0 espago e sua

i conquista, a engenharia da vida e outros assuntos. 0mercado esta crescendo, 0 que nao esta crescendo aindae a qualificagao dosj9m9JJ.~@.§,hQ9IEL91~r.L(jEO::::..---,=--'--'- __ ..•"__ .. ~ "C·._··_>

SERGIO iSlRANIDAO - Gertamente. Veja 0 crescentenumero de jomais e revistas que dedicam espagos cad avez maiores a ciencia e tecnologia. Vale cltar a criagaorecente do caderno de Giencia da Folha de S. Paulo e daeditoria de eiencia da TV Globo. Acredito que a tendenciae de que outros orgaos de comunicagao venham a seguiro exemplo. Ja era tempo •..

31) A~gui"ls deibiatedores acreditam que 0 Mercado dejomaiismo cientffioo e bom e tende a crs~r. See as~sim, por que ha me pouca pUbiicidade apoiando osprogram as e mvistas especiaiizados?

ANDRE MOTrA LIMA - Oft para comprovar com levan~tamentoz que existe 0 impulsci;-a tendencia de se usar acredibilidade do avango cientffico vinculada ao consumo.Isso ajuda a explicar 0 pr6prio crescimento de espago. Haalgum tempo, lendo a edi9ao de 209 aniversario da Veja,verifiquei que nada menos que 30% dos anuncios usavamciencia e tecnologiacomo gancho. Uma revista nova, co~mo a Superinteressante, nao seria criada se a Editora

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A sse ja tem irsdig§o. A Europa lnieira e os parses sociamtlS"i8S em geral dao grande im~ortai1ci8 a lemas cientfficosroa TV, Alguns governos encaram a divulsag80 cientfficacomo estral§gia de imagem do pr6prio pars. 0 servi90~!Iemao ociden"ial de divuigaC;8o - OPA - 'live divulgandopequ8n8s reporlagens cienlmcas em seu rnateriai. AUSIS, dos Estados Unidos, tern uma serle que ja vem ateverMa para portugues - a Science World. Japao e Qutrospaises, em menor e5cala, tambem distrjb!'t~m material.

Quante a divuIgag80 pelo Tome Cienda, e impor-tante esclarecer que tambem abrimos espago para 0 ma-terial produzido por instituigoes brasileiras. Ou seja, naocolocamos no ar apenas 0 que produzimos diretamente.Se 0 material produzido for bom - e no aspecto formalquase sempre e excelente -, vamos divulgar. Nosso cui-dado e apenas com 0 conteudo, para evitar 0 usa propa-gandrstico. Se valer enquanto informagao eientffica, nacimporta a origem.

SERGIO I8:rilANDAO - A tendi'mcia de creseimento dojornalismo cientffico e mundial. Reflete 0 interesse do pu-blico em querer ser melhor informado para entender me-Ihor 0 mundo cada vez mais sofisticado em que vivemos.No caso do Globo Cieneia, temos optado por uma co-bertura prioritariamente "nacionalista", nao por xenofobia -ate porque a divulgagao cientffica e universal -, mas par"-que era. nriida a lacuna na divulgagao pela TV da cienciafeita por brasileiros. Isso nao quer dizer que nao esteja-mos atentos ao que se passa 18 fora nos dominios daciencia e tecnologia.

valoras, material priHabricado e 'enlataelOS, uevemcs carmais 'lrabalho para os proilssio1iais ioeals c<j ccrmmicac;sc,9 clencia. Deixar de comprar tanto de agencias do e:denore ester mais atento ao que faz a nossa gente,

:2.14~lC©M@ es\tfJiilJ) taliS ~l'!S[piSC'~U1f1Ol~ ~!J'18 © m~t<lIl:1© ~}te

jlOmraliusM@ c3®!1lMifi~ i1Ia~m®ro~ Latt3ii1J::J?StEfJGliO 1P1Fa1E~\9AFiETA - No perfodo de 1973 a "j982 me--dimos 0 espago dado pelos meios escritos do Chiie a in-forma98o cientffiea, comparando-a co.., Qutros assurrios.o resultado foi: esporte, 29%, arles e espeiacu!os, 17%,economia e neg6cios, 14%, hfpica, 11%, Seguem-se OU-

tros numeros menores ate se chegar a ciancia, que al-cancou 3 8%. Esses resultados, e tambem as projegoespar~ os ;nos seguintes, nos levaram a dizer que para osmeios de comunicagao escritos do Chile 0 que sa passa-va entre as patas dos cavalos era quasa tres vezes malsimportantes do que 0 destino da eiencia. Contudo, essejurzo tao categ6rico deve ser entendido como 0 inter~s~ede uma comunidade de jornalistas que foram assummaonovas e criativas tarefas dentro do que e possrvel fazercom eiencia e tecnologia e que, desde 1976, estao organim

zados na Associagao Chilena de Jornalistas Cien·ilficos -Achipec, •

Na America Latina, podemos dizer que nenhum parsalcanga indices maiores do que este para publicagao emci~ncia e tecnologia. Tem sido feilos grandes esforgos inm

dividuais - infe!izmente esta e uma das caracterrsticas dojarnalismo - e muitas segoes especiaiizadas foram criam

das em revistas semanais, femininas, de ins'dtuigoes, Inm

fantis alem de colunas em jornais e espagos no radio e oaTV. ~las sabrevivem de tal forma que causam grande in-tranqOilidade em seu publico.

Creio que seria justo eitar aqui 0 excalente trabaihorealizado na Venezuela por Aristides Bastidas por fazeruma ciencia amena em sua caluna e por criar uma escolade jornalismo fora da universidade com seu exemplo eseu tesao. Tambem citaria Hernan Olguin da TV chilena,que, apesar de sua· morte prematura, souba dar a imagemum valor excepeional, obtendo audi~ncjas que ninguemantes consegiu com qualquer outro tipo de mensagem. 0mereado para nossas mensagens sera bom na medidaem que nosso trabalho seja criativo, inovador e transpa-rente. Que tenha graga e, ao mesmo tempo rigor, e consi-ga identificar-se com 0 publico e com 0 destino do paIs

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33) lU~iioZ2U11d(ll urni'll omagcem ltlf6~ria ole um jreiSquisa-dor, voce di2 que e preciso "aquecer a temperatura dosistema". 0 que e 3$$0 e como ~o>desea'feste?EININiO CANIOOTfI - E uma imagem que uso para dizerque e precise haver mais movimento, energia, calor, nosistema de divulgac;ao cieniFfica. Isso significa mais genteescrevendo, mais jornalistas contactando pesquisadores,

.. mais pesquisadores divulgando saus resultados, mais eSm

pago nos jornais e na TV.Para transformar agua em vapor de'Ie haver "tran-

sigao de fase". Isto e, e preciso que haja mudanga de inte-resse, atengao, eXig~ncia de qualidade, capacidade deopinar sobre a polrtiea de ciencia e tecnologia. Para quetudo isso ocorra e precise injetar energia e entusiasmo nosistema e, sobratudo, evitar 0 e)(casso de importagao de

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mais do que com os 905t05 - por vazes penosamentesensacior.aiis'i8s - de nossos editores,

;3©y ~m (C]I!E® i<l ",\ij'~,",WiJli~li1l® ~fj©~ !l.DlMiI! 12~fi"lJrcatOl ~ li1l©tdiC3taill

ii.11®. ©~®iF.I:[!~[J~ ~®©Ii1l©~©@UiS) (f) ©©mti)) WlU ui'J©l@ ~ ®l(~IFl1®IfiI©Ui<l?

~::El~'K:jH©[PiFJ~U\g,!1I~r"- A experiencia 8rgentina rr.erecetoc:o110~SOrespaldo e respeito. 0 instituto de bioqurmica daUniversldade de Buenos Alres - Instituto Campomar _decidiu contraler ires jornalistas jovens, mas muito capa-zes, para que trabaihassem na divulgagao da ci~ncia e datecn%gla produzida dentro e fora do pars. A frente doprojeto estava 0 bioqufmlco Enrique Belocopitow, que naosabia nada de jornalismo, mas sabia onde encontrar a in-formagao, fazer contato com os especialistas e promovera ciencia. Para isso contava com 0 res paldo de quem 0colocou no projeto, 0 premio Nobel Luis Leloir. Curiosa-mente, a Universidade de Buenos Aires nao tinha 0 habitode divulgar sua produgao cientrfica. Se os jornalistas esti-vessem interessados em algum tema, elaos atendia dan-do a informagao. Mas neo havia nenhum interesse promo-cional, a exemplo de outros escaloes superiores argenti-nos. .

Belocopitow mudou totalmente essa imagem. Os jo-yens jornalislas tiveram sua ajuda e 0 apoio dos servigosbibliogr~Hicos do Instituto e comegaram a atender solicita-goes dos meios de comunicagao. Ao final de dois anosas contas eram positivas e a equipe produzia um impor~tante manancial de informagoes para jornais, revistas erl3dios. Esses jornalistas foram entao trabalhar nessesvefculos, ao mesmo tempo em que nova equipe era con-tratada.

A experi~ncia chamou a atengao da Unesco, quepromoveu urn sem/nario para que os parses vizinhos pu-dessem participar da redagao de material cientffico com 0grupo argentino. A iniciativa de Belocopitow tambem con-tou com 0 apoio de um banco, que a financiou sem ne-nhuma interferencia no trabalho. E uma ideia que mereceser conhecida pelas inst~ncias cientrticas de nossos par-ses.ENU\Il~OCANIiJ)OTII- A agencia Ciencia Y Tecnica (C&T)tem como prop6sito formar jornalistas cientfficos e produzirariigos de informagao cientffica para pUblicagao em jornaisda capital e do interior do pars. Os artigos sac revistos porpesquisadores ap6s a redagao, 0 que impede a veicula-gao de notrcias incorretas. Participam da equipe dirigida

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po'O pl'ciesGcr 8s~cccpj~cvv;cm2l~:etss ~s~e:i?fc:m~cceepesquisadores interessados em dedicar-se ao jomalismocien1ffico.

A evoiugao de C&T ~ significativa: em 1986 pub~ca-ram 800 artigos em jornais argentinas '.9 em 1987 Ch6ga~ram a 1,600, numero que tambem se confirmou em 1988.TratalT••.se de artigos'que procuram ganhar a atengao do lei-tor tanto palo tema como pela redagao, nao estando ne-cessariamente voltados para divulgagao de pasquisasrealizadas na Argentina, embora aproveitem tudo 0 quee feito la. Acho que deverfamos ter uma coisa .semelhj:mteno Brasil.

26) 0 Brasil e 0 Uf1ICO pais de Ungua latina que chama aSiDA de AiDS? Que medids!> podem $el' adotadas pa-ra aienuar nossa dependencia de informa~o do exte-rior?SIERGiOPRIENAFiETA - 0 Brasil adotou a sigla AIDSpara a Srndrome da Imunodefici~ncia Adquirida, a que ta-dos os parses latino-americanos chamam de SIDA, inclu-sive a imprensa hispanica dos Estados Unidos. Nos cha-ma a atengao que os meios de comunicagao brasileirosnao tenham reagido diante des sa nova ofensiva dos vo-c1lbulos e siglas em ingles.

Na America Latina as primeiras comunieagoes me-dicas chamaram a SIDA de AIDS. Mesmo a5im nenhummeio informativo utilizou esse nome no lugar da SIDA. Foium acordo tacito. Eu estive presente nessa discussaocom os jornalistas cientfficos, quando pala primeira vezabordaram 0 tema. Mas nao devemos nos restringir a es-se caso. Devemos defender nosso idioma - espanhol ouportugues - da invasao de termos estrangeiros.

/' Nao e uma tarefa facil. Software e hardware ja con-i seguiram certificado de nacionalidade em nossos parses.\ Pessoalmente, procuro fazer com que meus alunos seIi preocupem com 0 tema e se esforcem para encontrar tra-

dugoes para os termos que chegam ao exterior. Sao osque criam a ciencia e a tecnologia os que batizam osco~ceitos com terminologia nova. Como nossos parses sacmais consumidores do que criadores de conhecimentonovo, essa e a razaopela qual termos portugueses oucastelhanos nao signifiquem maiores problemas para osjornalistas e leitores dos parses desenvolvidos.

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___ ..........•~ __ ..,..-------_--=o-~,---------.,,-:-

~7)~)l!j:aj IS dif~r~m!ia,~m slUIa cpil"J~~~,~"tiC ii3 Cj~flclaHoje e ~ Caei1lc!a Hoy argerliina e S'.,ftrea SlJperinteres-~1liI~~e SlUlSIS congeiiler:.es espai"!l1oia e aieme?

iEiMNIOCANIOOTIl - A principal diferenga entre a Cien-cia Hoje e a Ciencia Hoy e que a primeira e brasi!eira e aoutra, argentina. Uma reHe'le as pesquisas realizadas noslaboratorios brasileiros e a outra, as realizadas 110S labo-ratorios argentinos. 0 "molho", os editoriais, a secao depolrtica cientrfica tambem sac locais. Isso nao impede quealguns' artigos, por escolha autonoma dos conselhos edi-toriais, sejam traduzidos de uma para outra. Para isso uni-ficamos os formatos e 0 estilo, de modo a poder intercam-biar os fotolitos e, assim, baratear os custos e diversificaras fontes de artigos e notas.

o importante e que as duas revistas tem objetivossemelhantes. Aproximam os pesquisadores do publico deseu pais e contribuem para a cooperagao cientffica naAmerica Latina. As duas revistas tambem participam delutas como a da defesa do patrim6nio genetico do conti-nente - especies da fauna e da flora -, bandeira que exigeum movimento coordenado de pesquisadores e associa-<;:oescientificas.

Quanto a Superinteressante, parece-me mais umprOjeto -a'ie-maona versao brasileira, como tamMm ha umaargentina, chilena e espanhola. Muitos artigos sao traduzi-dos ou reelaborados locaimente. Li 0 mesmo artigo - ouquase - com as mesmas fotos na Superinteressante e naMuy Interessante, assinados por jornalistas diferentes- M. Zanchetta na Superinteressante de outubro de 1988e Narcis. Fernandes na Muy Interessante de novembro de1988. Isso ocorre particularmente nas materias Superinte-ressantes, como as dedicadas a temas como piramides,gladiadores, astrologia e outras curiosidades. 0 que "inte-ressa" ao leitor e para essas revistas um dado "planeta-rio". 0 leitor e 0 rei? 0 interesse do leitar alemao sera 0mesmo do do brasileiro, do argentino ou do espanhol?

Quando se tenta chamar a atenc;:aopara determina-'dos acontecimentos do mundo da ci€mcia e da tecnologia,a dificuldade parece ser controlar a qualidade do que seesta divulgando ou acreditar que se esta explicando algu-ma coisa quando se esta apenas informando 0 que aeon-tece. E pagar direitos aos alemaes por essas "micro-in-formac;:5es" e desperdrcio. Ha profissionais no Brasil - ai-

. guns trabalham na pr6pria Superinteiessante - que 0 po-dem fazer.

~, is, ~g,:J~7iil'lW~~~i'iIW riI "' 1i~~:Q tfi;l(jl~~adi'adOllS~~-

~fi'ln~ii'ia$~i'iI\le~ de ~lerni<liUiai<l, 1E$~anil1lf2 ill iO!.iI~ro~~~.res'?tU.M'1!Fl GAJ~iFliDON! - !'Jao h~ tradu90es em Superinte-ressante. Todas as materias sao produzidas pela reda-g80, atraves de entrevistas feitas aqui no Brasil ou no ex-terior. Como todas as revistas do g~nero, compramosmaterial produzido em outros parses, sobretudo i1ustra-gOes, que e incorporado na medida do necessario aosnossos artigos. Naturalmente, artigos escritos por cien-tistas como 0 astr6nomo americano Carl Sagan ou 0 ffsicoingl~s Paul Davies sac traduzidos - nao terramos comopedir a eles que escrevessem em portugu~s como escre-vem 0 astrOnomo Ronaldo Rogerio de Freitas Mourao e 0

matematico Luiz Barco.A Editora Abril mantem com a Grunner & Jahr, que

edita as revistas PM, na Alemanha, e Mui Interessante, naEspanha, contrato para cessao de direitos autorais e u.sodo nome Interessante. Como aquelas revistas tambemcompram de ag~ncias e jornalistas independentes boaparte dos artigos que publicam, nao podem repassa-Ios an6s. Alem disso, a experi~ncia com varias outras revistasbaseadas em acordos semelhantes mostra a inviabilidadede apenas trazudir, reproduzindo aqui 0 que se fez parapublicos economic a e culturalmente diferentes,no nos so.Playboy e Nova, s6 para citar dois exemplos, nao sac tra-du((oes de suas cong~neres norte-americanas. Superinte-ressante tambem nao e.

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f8U©\GflA~iA iD)O~iE~fT;;;]~Vi~~J",DiC;B~ 10'0O~IGi~[/t:j~Z;i\i!J)©iB

ALM'i~~ ~~JAR!DO~~~- Nascido err. 1935,dej)wu 0 jaro

naiismo polfiico para langsr e dirigir a n3vists Superinteo

ressante, Comsc;:ou na Folhada Manha (atuai Foilia de S,Paulo), fixando-se em Bresma apas a inaugurac;:ao da ca-pital. Com 0 langamento da rsvista Veja, tornoU-S6 chefeda sucUfsal em Bresma, seguindo para Sac Paulo comoeditor-assistente e editor de Polltica, mesma cargo queexerceu depois no Jomal ,jo Brasil e na revista isto E.Antes do langamento de Superinteressante, foi redatoro

chefe da revista Claudia.

ANDRE Mon fA. UMJ.\- Nascido em 1949, dirige 0 pro-grama Tome Ciencia, veiculado pelo Sistema Nacicnal deTelevis6es Educativas desde outubro de 1987. Comas;ouno jornalismo estudantil e aos 17 anos ja trabaihava emjornal. Formado posteriormente em Comunic8g8o Social,foi professor do curso de jornalismo durante 10 Bnos. Eprofessor titular de radiojornalismo e trabaiha em televisaodesde 1972.

DARCY FOINITOUirRA DE AlLfu1!E~DA - NasCido em 1930,e diretor do Instituto de Biotrsica Carlos Chagas Filho daUFRJ e editor da revista Ciencia Hoje e do InformeSBPC/Ciencia Hoje. Formado em Medicina, professor ti~tuiar de bioffsica, integra os conselhos da SBPC, FINEP eCNPq. Presidiu a Sociedade Brasileira de Genelica e emembro titular da Academia Brasileira de Ciencias e deoutras instituig6es cientfficas brasileiras e estrangeiras.

ENNIO CANCOTTI - Nascido em 1942, e presidente daSociedade Brasileira Para 0 Progresso da Clencia (SBPC)e criador e editor da revista Ciencia Hoje, Dourar emfTsica, professor da UFRJ, pesquisou nas universidadesde Pisa, Muniqul?, Napoles e Milao, concentrando~se noestudo das teorias- dos campos. Exerceu sucessivos car-gos na SPBC a partir de 1977, quando fol eleita secretarioregional da entidade no Rio de Janeiro. Em 1988 participouda cria9ao, na Argentina, da Associac;:ao Ciencia Hay e darevista de mesmo nome, que incorpora naquele pais al-.gumas experiencias da Ciencia Hoje.

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~'Li~'fl© :GJ~'Qll\j~Z~ Nasdde em , 91:0, e ed~~orde Ciena

cia e Tecnoiogia do Guia Rural da Abril, Tem cursos inaa

cabado:s de erlgenharia, frsica e jornailsmo, Foi redatorlnt8macional de revista Veja, editor da colegZlo Retratosdo Brasil, edi'lorQ8ssistente da revista Isl0 E e editor lntera

nadonal do diario Retrato do Brasil,

~iEiPl~uO iPl'liEii'\']~U=E1A- Nascido de 1939,. roo Chile, ona

de dirige a Escola de Jomalismo da Unil/ersld~de Aus1r.al,Proiessor de bio!ogia, qufmica e joma!ismc, cem es~ecl~-iiz3cao em divulga980 cientffica, Presidiu a Assocl8gaoChi!~na de Jornalistas Cientfficos por 14 anos. Foi editorde public3goes e diretor do Departament~ de Divulga<;~oCientllica do Conselho Nacional de Ciencla e Tecnologla.Fundou e dirigiu as revistas Creces e Muy Interessante.Escreve uma coluna semanal sabre med~c!na no Jo~alLas Ul!imas Noifcias, de Santiago e tem varlas expenen~das em TV.

Jt3UO t.l\~~AMC2::VK- Nascido em 1932, €I mMco, re-dator cientffico da Folha de S, Paulo e presidente da ASasociagao !bero~Americana de Jornalismo Cientffico, "Not6--rio Saber" em jornalismo cientffico pela USP, foi vencedordos premios Jose Reis de Divulgagao Cientffica (1987),Esso de Jornalismo - categoria Informacao Cientrfica(J 970) e Govemador do ESlado de Sao Paulo para Re-portagens sobre Ciencia (1961). E)(spresidente da Asso-cia<;80 Brasileira de Jornalismo Cientftico.

W~l§OM MOHlEFdiDAUI\ - I'Jascido em 1950, e edito~-chefe dos jomais Informatica f-;l0je,Jarnal de Teleco~u~1-cac6es e Jomal de Software. E presidente da Assoclagaodo~ Jornalistas de Informatica de Sao Paulo, ex-diretor doSindicato dos Jornalistas no Estado de Sao Paulo e dasecao de Sao Paulo da Associa<;80 Brasileira de Impren-sa '(ABI). Foi rep6rter especiale editDi d0,i0rnal O.Estacode S, Paulo e diretor de reda<;8o da Revista Nacl~nal deTelematica. Trabalhou no Jamal da Tarde, TV Tupi e Ra-dio Joven Pan.

l!J)!Z GONIAGA MOl A - Nascido em 1942, e diretor daEma Vfdeo, produtora do programa Esta<;80 Ciencia.Mestre em jornalismo e doutor em comunicag80, e profes-sor do Departamento de Comunicag80 da Universidadede BrasOia. Foi assessor academico internacional da Fun-dagao Friederich Ebert, diretor da Empresa Brasileira deNotfcias e professor das . universidades .de Roma e Barscelona. Tern mais de 50 trabalhos publicados.

iUJJiZPH\lGUElU ROSA - Nascido em 1942, e diretor daCOPPE/UFRJ, com me_strado em engenharia nuclear edoutorado em trsica. Foi consultor e conselheiro da Fl·NEP, CAPES, CNPq, SBPC e Sociedade Brasileira deFfsica, entidade em que tamMm exerceu a secretaria-ge-ral. Presidiu a ASSOCiag80 dos Docentes daUFRJ e foisecretario-geral da Associa<;ao Nacional dos Docentes doEnsino Superior. Tem participado ativamente da discus-sac do programa nuclear brasileiro. .

ORGAlNiZADOR

flAiJlO l ViFSA- Nascido em 1959, e assessor de R~la-coes Institucionais da Secretaria Especial de Informatica(SEI) e diretor da Regional OF da Associa~ao Brasileirade Jornalismo Cientffico. Ao se formar em Jornahsmo, J8escrevia sobre informatica. Participou do I Curso de Es-pecializag80 em Divulgagao Cientffica da UnB. Foi as~es-sor de Imprensa do lVlinisterio da Ciencia e Tec~ologla ~criador e reporter da pagina de Ciencia do Correlo Bra:l-liense. Men<;80 Honrosa do Premio Ciencia e Informagaoda Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaria - Em-brapa (1989).

siEfAG~O I8IRANDAo - Nascido em 1949, e diretor doprograma Globo Ciencia e presidente da Associag80 deJornalismo Cientffico do Rio de Janeiro. Engenheiro comp6s-graduag80 em controle de poluig80, comegou no jor-nalismo trabalhando no programa para 0 Brasil da radioBBC'de Londres. De volta ao Pafs, foi rep6rter do Fantas-tico e do Globo Rep6rter, da TV Globo, ate passar para 0Globe Ciencia, onde foi pauteiro e rep6rter - atividade queainda exerce, ao lado da de diretor.