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Informativo do Jardim Botanico 43
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Coração Suburbano resiste no JBAos 104 anos, Carioca Esporte Clube luta para se renovar,
com atividades variadas. (Páginas 4 e 5)
Ilustre e premiado O documentarista Eduardo Coutinho só frequenta lugares
onde é permitido fumar (Página 7)
Programação infantil nas férias Dezembro e janeiro com programação intensa para
as crianças no bairro. (Página 3)
jb folhasnovembro/dezembro 2011 | ano 7 | nº43 distribuição gratuita
em
o informativo do jardim botânico
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ExpedienteO JB em Folhas é uma publicação bimestral, editadapelo Armazém Comunicação Projetos Jornalísticos Ltda.
www.armazemcomunica.com.br
Editora Responsável: Christina Martins (Mtb 15185 -RJ)
Redação: Betina Dowsley
Projeto Gráfico: Paulo Pelá - www.bolaoito.com.br
Revisão: Carla Paes Leme
Publicidade: Célia Medeiros - 9433-8321
Impressão: CMYK Gráfica - 2581-8406
Secretária de Redação: Sheila Gomes
Tiragem: 5.000 exemplares
Telefone: 2294-4926
e-mail: [email protected]
site: www.jbemfolhas.inf.br
Caro Leitor,
Há clubes para todos os gostos (e bolsos) no Jardim Botânico. Mas o Carioca Esporte Clube é diferente. Ele
não é o mais antigo, tampouco é o mais frequentado, mas não deixa de ter seu público e sua história.
Há quem simpatize com aquele jeito suburbano de ser, agregando diferentes classes, raças e credos. Há
os que não gostam justamente dessa mistura e adorariam que o valioso terreno fosse transformado no
tão sonhado cinema que falta no bairro, como chegou a ser especulado há alguns anos.
A equipe do JB em Folhas foi atrás da história do Carioca para nossa matéria de capa e descobriu
que o clube é uma referência em artes marciais, recebendo treinadores e lutadores interessados
em treinamento de qualidade. Outra boa notícia é que a tão esperada reforma finalmente deve
acontecer em março de 2012, como você vai ler nas páginas 4 e 5.
Até lá, para resolver a questão da má aparência, pensamos numa ação solidária que cai bem no
fim de ano: a turma de grafiteiros do bairro poderia deixar sua arte estampada na fachada do clube.
Certamente as pichações acabariam – ou pelo menos reduziriam – e ainda deixaria o Carioca com
um ar mais pop. Nós já passamos a sugestão para o clube, que gostou da ideia.
O horário de verão chegou e, com ele, a vontade de ficar na rua até mais tarde. Pena que a Lagoa
Rodrigo de Freitas não estará livre das obras de revitalização, que estão atrasadas. Em contrapartida,
o que não falta são novos estabelecimentos abrindo suas portas no bairro, de olho na estação mais
quente do ano. Essas e outras informações você confere na página 3.
Para quem não quer colocar a mão no bolso, há boas opções de programação cultural na região.
Também não poderíamos deixar de fora as dicas preciosas de colônia de férias para a criançada.
Tudo isso está na página 7, juntamente com o flagrante das vacas que estão em alguns pontos do
Jardim Botânico
Como acontece nessa época, o JB em Folhas faz o seu retiro espiritual em janeiro e fevereiro, para
voltar em março com muitas novidades para você.
Boas Festas e que 2012 seja especial e cheio de boas notícias. Até lá!
Christina Martins e Betina Dowsley
Distribuição:Bancas de jornais, galerias e prédios comer ciais do
Jardim Botânico, Bibi Sucos, Cavídeo, Jardim Botânico,
Parque Lage, Agência dos Correios da rua Jardim
Botânico. Display: Galeria da Rua Maria Angélica.
Fotos da Capa: Chris Martins/ divulgação. Da esquerda para a direita: Dalvani (esquerda) treinando com
Cesário, projeções do Mdc (I hate flash), aulas de natação e de Muay Thai.
Telefones úteisBombeiros 193 / 3399-1234Cedae (água e esgoto) 195 / 0800 281195CEG (emergência) 0800 240197CET-Rio 2286- 8010Comlurb 2204-9999Defesa Civil 199 / 2576-5665Disque-Denúncia 2253-1177Disque-Luz (Iluminação urbana) 2535-5151Disque-Barulho e Patrulha Ambiental 2503-2795Guarda Municipal 153Light 0800 21019615ª DP 2332-2871Polícia Militar 190Subprefeitura da Zona Sul 2274-4049 / 2511-0501Vigilância Sanitária 2503-2280Tele-Dengue 3553-4025Tele-gripe 0800 2810 100Procon 151
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Engajamento é palavra de ordem para Leila Fischer. Ela já participou de associações de moradores
de Santa Teresa e do próprio Jardim Botânico e, atualmente, é a Diretora Executiva da Associação
de Amigos do Jardim Botânico, da qual é associada há mais de 15 anos, desde que se mudou para
a vizinhança do parque. Comemorando 25 anos, a AAJB está em campanha para conquistar novos
sócios com o intuito de apoiar ainda mais a instituição que lhe dá nome.
“Somos uma organização sem fins lucrativos. O dinheiro arrecadado com as três mil famílias
associadas (cerca de sete mil pessoas), com as vendas da loja de souvenirs e com os cursos e as
atividades físicas que oferecemos é revertido para o Jardim Botânico. O parque é nossa razão de
existir”, reforça a diretora, que pretende estreitar ainda mais a relação da associação com o Jar-
dim Botânico, seja conseguindo patrocínio para áreas do parque ou voluntários para realizar seus
projetos. Leila adianta que até o final do ano o novo site entrará no ar, com informações que vão
desde a floração de cada temporada e vantagens de ser associado até o pagamento da anuida-
de – menos de R$ 200 por ano para uma família de até quatro pessoas: www.amigosjb.org.br.
Telefones: 2239-9742 / 2259-5026.
Cara do JB Leila Fischer
AULAS DE PIANO professora formada na França, com
mais de 10 anos de experiência, especializada em aulas para crianças a partir de
4 anos. Em domicílio ou na rua Pacheco Leão. Béatrice: 2512-1940 ou 8149-0070
CLASSIFICADOS
Editorial As muitas lutas do Carioca Esporte Clube
Tablado havia 40 anos, como aluno; e tornado-
se o terceiro professor do curso, ao lado de Maria
Clara Machado e de Aracy Mourthé, irmã da fun-
dadora. O corpo de Bernardo foi velado no palco
do teatro com muita emoção pela classe artística
e por colegas da PUC, onde também lecionava
no Departamento de Psicologia.
ABBR amplia horário de atendimentoAssociação Brasileira Beneficente de Reabilita-
ção (ABBR) estendeu o horário de atendimento
do setor de Medicina Esportiva e pequenas le-
sões, que passou a funcionar também das 17h
às 21h. A mudança de horário (que antes era
das 7h às 15h) visa a atender a demanda de
pacientes que procuram tratamento para dores
na coluna, problemas no joelho e reumatológi-
cos, pós-cirúrgico ortopédico e/ou lesões em de-
corrência da prática de esporte. O telefone para
informações é 3528-6363.
Um domingo para sempre no JBO evento “Um dia para sempre”, realizado em 30
de outubro, no Jardim Botânico, convocou o pú-
blico presente a refletir sobre a relação entre ter
uma vida saudável e preservar o meio ambiente.
O evento foi idealizado pelo ator Marcos Palmeira
e pelo pediatra Daniel Becker, cujo consultório fi-
ca aqui no bairro. A programação foi variada, com
ateliês de reciclagem; feira e restaurante de ali-
mentos orgânicos; oficinas de artes com argila e
exposição da ONG SOS Mata Atlântica; e debate.
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tesanato, cestas de natal, geleias e molhos são
algumas das opções para presentear. Já a Vila
dos Artistas (rua Engenheiro Pena Chaves 6)
promove seu tradicional Portas Abertas nos três
primeiros finais de semana de dezembro. Os
ateliês estarão abertos das 14h às 21h.
Final de ano movimentado no JBGastronomia, moda, saúde e decoração. São vá-
rias as inaugurações no bairro: Cine Delícia Bistrô,
Galeria Livre e loja de roupas e acessórios Dalulu
estão funcionando na galeria da rua Jardim Botâ-
nico, 719; Bistrô OX Natural, novo cartão de visitas
da academia OX Premium; A+ Medicina Diagnós-
tica, do grupo Fleury, substituindo o Laboratório
Bronstein; e o Gabinete Duílio Sartori, loja de de-
sign ao lado do Tocão, no início da Lopes Quintas.
Conforme anunciamos nesta mesma seção da edi-
ção maio/junho, a cevicheria. La Carioca finalmen-
te abriu suas portas, no início de novembro, na rua
Maria Angélica, e já promete ser o point do verão
2012 no bairro. Na Pacheco Leão, na altura do Ser-
pro, o botequim A Flor do Horto foi incorporado ao
Bar dos Amigos, formando um único estabeleci-
mento. E não deu nem pra saborear o Giusto, fast
food de massas que fechou suas portas menos de
um ano depois de sua inauguração.
Bloco da PracinhaAinda está cedo para o carnaval, mas é bom já
anotar na agenda a data do bloco infantil mais
querido do bairro. Em 2012, o Bloco da Pracinha
marca presença na Praça Pio XI, dia 11 de fe-
vereiro, das 10h às 14h, no esquema “concen-
tra, mas não sai”. Organizado pelo site www.
amigasdapracinha.com.br, o bloco conta ainda
com oficina de customização de fantasias e de
instrumentos musicais.
Tristes perdasO Ambulatório Praia do Pinto aproveitou a co-
memoração do seu aniversário, no último dia
25 de outubro, para fazer uma homenagem
póstuma a Gilda Pimentel Duarte e Audrey May
Mason, que foram, respectivamente, presidente
e vice-presidente da instituição, que faleceram
em agosto. Sarita Galliez Pinto e Eleonora Dale
assumiram os cargos.
Já no dia 28 de outubro, quando completou
60 anos de fundação, O Tablado recebeu uma
notícia do falecimento do ator, diretor e psicó-
logo Bernardo Jablonski. Ele tinha ingressado no
Folhas do Jardim
Revitalização da orla da Lagoa atrasada
Ainda não vai ser neste verão que o carioca vai
curtir totalmente a Lagoa Rodrigo de Freitas. Em
obras desde fevereiro de 2010, a reforma da orla
já acumula atraso de quase um ano, uma vez que
a revitalização deveria durar 12 meses! Até agora
já foram reformadas quatro quadras (duas de futsal
e duas de tênis) e a região do Baixo Bebê; mas a
pista de skate, os parques das Táboas e dos Patins,
a recuperação da ciclovia e a reformulação da ilu-
minação pública ainda estão em andamento.
Último Sebinho do ano traz novidades para Pio XIDia 10 de dezembro, sábado, das 10h às 14h, na
Praça Pio XI, o troca-troca de livros mais anima-
do da cidade se despede de 2011. O último Se-
binho do ano vai contar com a presença de Papai
Noel e oficinas para criar presentes e enfeites
a partir de materiais reciclados. Mas é sempre
bom lembrar para levar livros em bom estado
para o troca-troca.
Bazares de final de anoEste ano, o Natal chegou em novembro! O ba-
zar da multimarcas Fiz e Pronto (rua Fernando
Magalhães 57) reunirá roupas, joias, luminárias,
lingeries e produtos de cama e mesa, além de
comidinhas, vinhos e espumantes, no dia 19 de
novembro, a partir das 14h. O Ateliê Thereza
organiza bazar de Natal, de 25 a 27 de novem-
bro, das 14h às 21h, na rua Eurico Cruz 65. Ar-
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Histórias e lutas do Carioca Quem passa pelo número 650 da rua Jardim
Botânico e vê aquela parede pichada, ao lado
da Igreja Metodista, não tem ideia de quantas
histórias e lembranças estão por trás daquela
fachada descuidada.
O Club Sportivo Victorioso foi criado há 104
anos por funcionários da América Fabril, fábrica
de tecidos que funcionava no bairro. Foi apenas
em 1933, por conta da fusão com o Gávea Golf
Club, que passou a chamar-se Carioca Esporte
Clube. Seus dias de glória – entre os anos 1960 e
1980 – foram marcados pelo time de futebol de
salão, que conquistou alguns títulos importantes
como o de primeiro Campeão Brasileiro de Fut-
sal, em 1968. Hoje, a história é outra: sua área
de 3.000 m2 precisa de reformas e melhorias, e
o clube sobrevive do aluguel do seu espaço para
eventos e atividades esportivas.
O momento “patinho feio”, porém, pode estar
perto do fim. Com o boom imobiliário, o terreno
do Carioca teve uma grande valorização. Como os
sócios decidiram que o clube é invendável e de-
monstraram interesse em continuar oferecendo
serviços para os moradores do bairro, o presiden-
te do clube, Eduardo Armada Menezes (foto aci-
ma, segundo à esquerda), fechou acordo de lo-
cação – registrado em cartório – com a academia
Proforma, do empresário José Luiz Magalhães
Lins. “Com essa proposta, vamos conseguir aten-
der os moradores com atividades e trazer gente
jovem para o clube”, acredita o presidente.
Nos planos do locatário está a reforma total
do clube, cuja quadra de futebol de salão de-
ve ser transformada em academia de ginástica,
com espaço ainda para uma lanchonete e uma
loja de artigos esportivos. Embora a academia
esteja pagando mensalmente pelo aluguel do
espaço, o projeto ainda não saiu do papel por
falta de investidor que financie a obra. Segundo
Armada, a previsão é de que em março de 2012
a obra finalmente seja iniciada.
Enquanto a reforma não vem, o Carioca Espor-
te Clube vai se mantendo como pode. Além do
quadro de dez funcionários e um conselho de
20 membros efetivos e dez suplentes, o clube
ainda mantém o salário de três funcionários an-
tigos, que já não podem mais trabalhar. Eduardo
assegura que, mesmo depois da tão sonhada re-
forma, vai continuar mantendo os serviços que
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ofereciam antes. “Os parceiros dos momentos
difíceis têm de ser mantidos também na hora da
comemoração. É que nem casamento: na alegria
e na tristeza”, declara.
Apesar da aparência descuidada, o Carioca
ainda bate forte no coração de moradores anti-
gos do JB. Maria Augusta Carvalho, há 68 anos
no bairro, recorda do Bloco da Bicharada, criado
por Haroldo Lobo, que se concentrava no clube
nos anos 1950. “O Carioca era famoso pelos bai-
les de carnaval e de dança de salão. O bloco era
divertido e não ia muito longe, só até o (antigo)
posto de gasolina e voltava” – conta ela, que fez
natação no clube e onde iniciou seus netos.
Se o espaço tem uma mancha negra, ela se
deve ao funk. Os bailes promovidos na década
de 1990, aos domingos, não deixaram saudades.
O atual presidente reconhece que não foi bom
para o clube, mas que foi a solução encontrada
para saldar as dívidas naquela época: “Além da
música alta, botavam quatro mil pessoas aqui
dentro, aos domingos, no final da tarde, o que
incomodou os vizinhos”.
Atualmente, as festas são embaladas por forró,
aos sábados, e músicas dos Anos Dourados, às
quintas, organizadas pelo próprio departamento
social do clube. Em julho e em setembro, a Madu-
reira Disco Club (foto ao lado) lotou o Carioca, com
divulgação apenas nas redes sociais. Organizada
por quatro sócios – um deles morador do bairro –,
o baile de soul e charme apostou em projeções
de imagens nos muros do clube, dando um ar
descolado à festa. Apesar de ter esgotado os in-
gressos, o evento não causou tumulto.
Mesmo com tantas dificuldades, o Carioca não
perde a ternura e dá espaço à solidariedade. As
aulas de natação da professora Bárbara Oliveira
dos Santos têm a mensalidade fixada em R$ 50
para ajudar as crianças sem condições de pagar.
O valor se mantém o mesmo desde o tempo em
que sua mãe, Dalva Oliveira – que faleceu há dois
anos – era instrutora. Neste final de ano, Bárbara
vai criar um horário especial para crianças com
necessidades especiais da ABBR que enfrentam
dificuldades financeiras.
A atividade do clube que mais chama a aten-
ção é a academia de artes marciais Golden Fi-
ghters, de Flávio Almendra, que oferece há mais
de dez anos aulas de boxe, Muay Thai (boxe
tailandês) e jiu-jitsu, com média de 20 alunos
por turma, entre homens e mulheres, treinados
por Cesário Bezerra Souza, Claudio Celestino e
Igor Silva. A filosofia da Golden Fighters é en-
sinar não apenas as diversas modalidades, mas
PARA ANUCIAR LIGUE: 9433-8321
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Muitas atividades no final de ano no JBRJ
JBF INDICA apresentações do Duo Henrique Cazes e Marcelo
Gonçalves (dia 19/11) e do Zé Carlos Bigorna
Quarteto (26/11). Já o 49º Festival Villa-Lobos,
na segunda quinzena de novembro, aos sábados
e domingos conta com shows de Hamilton de
Holanda, trio Turíbio Santos, Zé Renato e Guinga.
E ainda tem a mostra “FilmAmbiente”, que acon-
tece de 21 a 24 de novembro. Confira a progra-
mação da mostra em http://fvl.art.br/programa-
cao/jardim-botanico-do-rio-de-janeiro/.
Livro “A arma escarlate”Um dos principais cenários do livro é uma esco-
la de bruxaria escondida dentro do Corcovado,
com entrada pelo Parque Lage! Voltado para
o público juvenil e para jovens adultos, o livro
conta a história de Hugo, jurado de morte por
chefes do tráfico da comunidade Santa Marta.
Ele foge com apenas um objetivo em mente:
aprender magia para enfrentar o bandido que
está ameaçando sua família.
As vacas invadiram o Jardim Botânico! O bairro foi um dos escolhidos pa-
ra acolher duas das 60 simpáticas e coloridas instalações do movimento
Cowparade: a “Cowbotânica”, obra de Ionir Geralda Martins, e a “Ácida
cowbulosa (foto)”, de Javier Pedroza. Elas podem ser aprecidas nos pos-
tos Ipiranga da rua Jardim Botânico e da Avenida Borges de Medeiros,
respectivamente. Pena que, por conta do patrocinador, elas estejam em
um lugar que não lhes dá o merecido destaque.
Flagrante
Colônia de fériasFinal de ano também é tempo de progra-
mar as férias das crianças. E o que não fal-
ta no bairro é atividade para os pequenos.
Algumas colônias já são tradicionais; como
o Projeto Dedo Verde, ccomandado por
Rosa Geszti, no Jardim Botânico do Rio de
Janeiro (3204-28860), de 2 a 10/1/2012;
e a Gato Mia (www.gatomia.com), no Ta-
bladinho, durante todo o mês de janeiro.
Mas tem programação especial também
no Espaço Tatibitati (www.espacotatibitati.
com.br), no Lunático Café e Cultura (www.
lunaticocafeecultura.com) e no Ateliê Cat-
tia Capistrano, que propõe atividades em
dezembro e em janeiro (3874-5889). Já a
colônia da escola de Artes Visuais do Par-
que Lage (www.eavparquelage.rj.gov.br)
chama a atenção por oferecer um encontro
divertido com as artes visuais, com pacotes
semanais ou para todo o mês de janeiro.
É quase verão e não há nada melhor do que
conciliar verde e cultura no maior pulmão
da cidade, que oferece uma programação
variada. Aos domingos, acontece a 3ª edi-
ção do projeto Música no Jardim (foto), com
também a filosofia das lutas, sem covardia. “Se
algum aluno brigar na rua, ele é expulso e fica
com a imagem queimada em outras academias
também”, garante Cesário.
Com 25 anos de boxe, Cesário é peso pesa-
do amador e chegou a vice-campeão do circuito
olímpico, em 2003. Atualmente, ele é sparring do
campeão Anderson Silva e já trabalhou com Murilo
Bustamante, Pedro Rizzo e Ronaldo Jacaré, dentre
outros lutadores. O professor também aproveita o
espaço do clube para preparar atletas com potencial,
visando às Olimpíadas de 2016, no Rio. Uma de suas
últimas descobertas é Dalvani dos Santos, 23 anos,
peso meio-médio, que já teve duas vitórias com o
novo treinador. “Vi que ele tinha potencial e o trou-
xe para treinar. É uma oportunidade que eu não tive
quando cheguei de Fortaleza”, lamenta.
As turmas são bem variadas, formadas por me-
ninas em busca da boa forma e rapazes querendo
um melhor condicionamento físico até lutadores
de Vale Tudo, como Maurício Deltinha (foto ao la-
do), que vez ou outra aparece para treinar no es-
paço. O ator João Velho é aluno assíduo de Muay
Thai do professor Claudio Celestino e até Wagner
Moura, quando se preparava para as filmagens de
“Tropa de Elite”, passou pela academia.
Entre os entusiastas do esporte – e do clube –
está Geraldinho Magalhães (foto pagina ao lado),
morador do bairro há 18 anos, produtor cultural e
empresário da Orquestra Imperial. Lutador de bo-
xe na categoria meio pesado em sua Recife natal,
ele se dedica ao esporte há mais de 24 anos. Cho-
va ou faça sol, ele bate ponto na academia duas
vezes por semana e, sempre que pode, leva a
filha Alice, de 13 anos, para o treino. “Para quem
gosta de boxe, é um privilégio poder treinar com
profissionais do nível do Cesário”, afirma.
O produtor torce pelas melhorias no clube, mas
espera que elas preservem suas características
mais marcantes, sem perder especialmente o con-
trastante ar suburbano num bairro com alto IDH
(Índice de Desenvolvimento Humano), que é justa-
mente o que dá charme ao Carioca Esporte Clube.
- Este é o clube mais carioca do Rio de Janeiro,
que reúne a classe trabalhadora em festas de-
mocráticas. Isso é a cara do bairro!
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Quando se pensa em um cineasta, especialmen-
te um documentarista, logo se imagina uma
pessoa observadora, atenta aos estímulos visuais
exteriores. Mas este não é o caso do premiado
Eduardo Coutinho. Morador do Jardim Botânico há
quase 40 anos, ele conhece pouca gente por aqui
e não costuma andar muito pelo bairro.
Mas se você quiser encontrar o diretor de
“As canções”, premiado pelo público e pela
crítica no Festival do Rio 2011, e selecionado
para a Mostra São Paulo e para o Festival de
Documentários de Amsterdã também deste
ano, é só bater o ponto na Livraria Ponte de
Tábuas, na esquina das ruas Jardim Botânico e
JJ Seabra. O lugar está entre seus favoritos não
só do bairro, mas de toda a cidade, para não
falar em Brasil e – quiçá – planeta Terra. Ali ele
costuma ler os jornais e livros, especialmen-
te os mais grossos, para não ter que carregar
grandes e pesados volumes, coisa que, com o
avançar da idade, é cada vez mais difícil para
ele. Coutinho não tem uma mesa preferida na
livraria. Sua única exigência é que seja do lado
de fora, na calçada, para poder fumar.
O cigarro, aliás, é um fator determinante dos
lugares que frequenta atualmente. Só vai aon-
de possa fumar: estabelecimentos com mesa na
calçada, como o Caroline Café, em que alterna
sempre entre dois pratos do cardápio, regados
a um bom licor. Radical no assunto, ele se ex-
cede ao afirmar:
- Estou fazendo fisioterapia agora para poder
fumar até morrer!
Com tantos anos passados aqui no bairro, ele
guarda lembranças de um tempo que não volta
mais, quando tinha conta no finado Banco Econô-
mico e passava no alfaiate Souto, este até hoje
em atividade, na galeria 719 da rua Jardim Botâ-
nico. Dois anos depois de ter se mudado para cá,
Eduardo Coutinho foi contratado pela TV Globo,
onde trabalhou de 1975 a 1984, período em que
se dedicou ao Globo Repórter: “Era muito confor-
tável ir e voltar a pé para o trabalho”, assinala.
Coutinho confessa ter sido viciado em corridas
de cavalos por quase toda sua vida. A primeira
vez que foi ao Jockey Club tinha apenas 12 anos
e a última foi há sete anos. Sobre o local, ele se
mostra favorável à sua transformação em algo
com mais apelo comercial.
- É um desperdício tanto espaço para tão
pouca gente! E o pior é que os poucos que
ainda frequentam o Jockey são velhos de
mais de 60 anos – destaca o documentarista
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que passou desta faixa etária há uma década.
Diretor de “Cabra marcado para morrer” (1964-
1984) e “Edifício Master” (2002), dentre outros
filmes, Coutinho aguarda a autorização das edi-
toras musicais para que “As canções” entre em
circuito nacional. Enquanto isso não acontece, vai
tocando um novo projeto. Nada que tenha como
cenário o Jardim Botânico, que fale sobre o bairro
ou envolva alguma figura daqui.
- É preciso guardar um distanciamento entre a
vida e a ficção mesmo quando se faz um docu-
mentário – argumenta.
Ilustre Morador
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A Fundação Laço Rosa (www.fundacaolacorosa.com) criou o projeto Onda Rosa, que visa a
despertar nas pessoas o espírito solidário e chamar a atenção sobre a importância da cons-
cientização para a detecção do câncer de mama. O Rio de Janeiro é a segunda capital com
maior índice de mortalidade pela doença, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (IN-
CA). O estilista Victor Dzenk criou uma coleção que inclui caneca, avental e camisetas, tudo à
venda no site da fundação ou na loja do artista, em Ipanema. Tel: 2259-2224.
Cidadania
PRÓXIMA EDIÇÃO: MARÇO/ABRIL 2012. RESERVE JÁ O SEU ESPAÇO: 2294-4926
Coração Suburbano resiste no JB