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Catequese 2: Quem sou Eu? 7º ano – Projeto + Jesus “Jesus” significa, em hebraico: “o Senhor (ou Iahvé) salva”. Nisso se baseia S. Mateus, quando, a propósito do nome de Jesus, escreve: salvará o povo dos seus pecados (Mt 1, 21). Trata-se, porém, de um nome próprio, apesar de indicar também a missão. Este nome foi comunicado pelo anjo Gabriel a Nossa Senhora, no momento da anunciação. O nome “Jesus” quer dizer que, n’Ele, Deus está presente para salvar toda a humanidade. O nome de Jesus está no coração da oração cristã; por isso, as orações litúrgicas terminam: “Por Nosso Senhor Jesus Cristo…” (cf CIC 430-435). Cristo “Perguntou-lhes de novo: «E vós, quem dizeis que Eu sou?» Tomando a palavra, Simão Pedro respondeu: «Tu és os Messias, o Filho de Deus vivo» ” (Mt 16, 15-16). “Cristo” é uma palavra grega, que significa o mesmo que “Messias” em hebraico: “Ungido”. Primeiro era um título dado ao rei, porque era ungido com azeite, quando era eleito, como sinal da força de Deus para cumprir a missão a que era chamado. E também o Enviado por Deus, tão esperado, que viria para salvar o podo, deveria ter a força do Espírito Santo, para exercer a sua missão de rei, sacerdote e profeta. Desde os primeiros cristão, liga-se a consagração messiânica de Jesus ao seu baptismo. Foi então que “Deus o ungiu com o Espírito Santo e com poder” (Act 10, 38). De facto, é a partir desse momento que Jesus inicia o anúncio do Reino de Deus, através de gestos e palavras (cf CIC 436 ss). Filho Único de Deus Já no Antigo Testamento se anunciava que o Messias haveria de ser chamado filho de Deus (cf 2 Sm 7, 14). Porém, isso não significa que fosse mais do que um humano. Pedro, não obstante, diz: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo” (Mt 16, 16). A resposta que Jesus lhe dá a seguir é reveladora, pois para Ele essa afirmação não era uma descoberta humana mas uma revelação do Pai (cf Mt 16, 17). Sabemos isso, sobretudo, depois da ressurreição, uma vez que é sobretudo nela que Deus se manifesta como “Deus vivo” e Deus que dá vida. É nesse acontecimento único que aparece totalmente a condição divina de Jesus: “verdadeiro Deus e verdadeiro homem” (cf CIC 441-445). É também por isso que o Novo Testamento chama a Jesus “Filho Primogénito” (o primeiro) e “Unigénito”(único Filho por natureza). Nós, n’Ele, somos filhos “adoptivos”, isto é, por amor e graça. Somos “filhos no Filho” (cf CIC 441 ss).

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Catequese 2: Quem sou Eu?

7º ano – Projeto +

Jesus

“Jesus” significa, em hebraico: “o Senhor (ou Iahvé) salva”. Nisso se baseia S.

Mateus, quando, a propósito do nome de Jesus, escreve: salvará o povo dos seus

pecados (Mt 1, 21). Trata-se, porém, de um nome próprio, apesar de indicar

também a missão. Este nome foi comunicado pelo anjo Gabriel a Nossa Senhora, no

momento da anunciação. O nome “Jesus” quer dizer que, n’Ele, Deus está presente

para salvar toda a humanidade. O nome de Jesus está no coração da oração cristã;

por isso, as orações litúrgicas terminam: “Por Nosso Senhor Jesus Cristo…” (cf CIC

430-435).

Cristo

“Perguntou-lhes de novo: «E vós, quem dizeis que Eu sou?» Tomando a palavra,

Simão Pedro respondeu: «Tu és os Messias, o Filho de Deus vivo» ” (Mt 16, 15-16).

“Cristo” é uma palavra grega, que significa o mesmo que “Messias” em hebraico:

“Ungido”. Primeiro era um título dado ao rei, porque era ungido com azeite, quando

era eleito, como sinal da força de Deus para cumprir a missão a que era chamado.

E também o Enviado por Deus, tão esperado, que viria para salvar o podo, deveria

ter a força do Espírito Santo, para exercer a sua missão de rei, sacerdote e

profeta. Desde os primeiros cristão, liga-se a consagração messiânica de Jesus ao

seu baptismo. Foi então que “Deus o ungiu com o Espírito Santo e com poder” (Act

10, 38). De facto, é a partir desse momento que Jesus inicia o anúncio do Reino de

Deus, através de gestos e palavras (cf CIC 436 ss).

Filho Único de Deus

Já no Antigo Testamento se anunciava que o Messias haveria de ser chamado filho

de Deus (cf 2 Sm 7, 14). Porém, isso não significa que fosse mais do que um

humano.

Pedro, não obstante, diz: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo” (Mt 16, 16). A

resposta que Jesus lhe dá a seguir é reveladora, pois para Ele essa afirmação não

era uma descoberta humana mas uma revelação do Pai (cf Mt 16, 17).

Sabemos isso, sobretudo, depois da ressurreição, uma vez que é sobretudo nela

que Deus se manifesta como “Deus vivo” e Deus que dá vida. É nesse acontecimento

único que aparece totalmente a condição divina de Jesus: “verdadeiro Deus e

verdadeiro homem” (cf CIC 441-445).

É também por isso que o Novo Testamento chama a Jesus “Filho Primogénito” (o

primeiro) e “Unigénito”(único Filho por natureza). Nós, n’Ele, somos filhos

“adoptivos”, isto é, por amor e graça. Somos “filhos no Filho” (cf CIC 441 ss).

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Catequese 2: Quem sou Eu?

7º ano – Projeto +

Senhor (cf Rm 10, 9; Fl 2, 11)

Porquê o título “Senhor”?

Era assim que na primeira tradução da Bíblia para grego – chamada Setenta ou LXX

– se chamava a Deus. Em vez do nome próprio de Deus (em hebraico “Iahveh”),

diziam “Kyrios”, que em português significa “Senhor”.

O Novo Testamento emprega este título para Deus Pai e usa-o, ao mesmo tempo,

para Jesus, reconhecendo assim a sua condição divina (cf Fl 2, 11).

O título “Senhor” pode indicar respeito, entrega e confiança. Por isso, depois da

ressurreição, era assim que os cristãos exprimiam a sua fé e adoração: “meu

Senhor e meu Deus” (Jo 20, 28).

Este título significa ainda que não há nenhum outro poder e nenhum outro senhor a

quem devamos entregar a própria vida, a não ser Jesus, o nosso Senhor. É n’Ele que

se concentra toda a história humaa (cf GS 19; 45). Por isso, a Igreja, quando olha

para o futuro, reza: “Maranatha”. Uma expressão aramaica que em português

significa: “Vem, Senhor!” (cf 1 Cor 16, 22 e CIC 446 ss)