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PÁGINA 1 JORNAL AEAMESP N o 4 – PRIMAVERA DE 2004 JORNAL AEAMESP NÚMERO 4, PRIMAVERA DE 2004 PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL DA AEAMESP – ASSOCIAÇÃO DOS ENGENHEIROS E ARQUITETOS DE METRÔ O LIÇÕES DA 10 a SEMANA DE TECNOLOGIA N RENOVAÇÃO DA DIRETORIA E DOS CONSELHOS DA AEAMESP OPINIÃO DA DIRETORIA DA AEAMESP [email protected] grande recado desta 10 a Semana de Tecnologia Metroviária é a necessidade de união. Em vários momentos,foi dito e percebido que o setor precisa ter um enfoque comum, agregar-se em torno de princípios claros e exercer ação conjunta, em especial para angariar a força necessária que possibilite pressionar democraticamente os governantes por políticas públicas coerentes e duradouras. Ficou evidenciado que o transporte não pode ser considerado isoladamente em cada um dos vários níveis de governo – tanto mais nas regiões metropolitanas, importantes instrumentos de indução do desenvolvimento nacional. Para essas áreas cruciais do País, é preciso encontrar logo uma solução político-institucional, que garanta comando único do planejamento, implementação e operação do transporte público, sobre tudo dos sistemas estruturadores e de maior capacidade. Falou-se da importância de romper um velho paradigma: o de que os sistemas de transporte constituem obras, que se encerram nelas próprias. Para evitar o desperdício dos escassos recursos públicos investidos, é necessário haver a integração física entre os diferentes modos. E é preciso que se que avance, de forma criteriosa, para uma integração tarifária, de maneira que o usuário seja beneficiado, sem que os sistemas se desequilibrem. atenteou-se, a necessidade de que a mobilidade seja tratada em sua inteireza, o que vale dizer: desde o momento em que a pessoa sai da sua casa até chegar ao seu destino final, considerando as necessidades de pessoas com graus reduzidos de mobilidade e todos os modos de transporte urbano. Reiterou-se a necessidade de que os três níveis de governo se comprometam com o financiamento da infra-estrutura de transporte e, também, em algum nível razoável, com o custeio das operações, de modo a garantir tarifas suportáveis para a maior parte da população. E para começar, é fundamental que cada uma dessas esferas destine para o setor os recursos da Cide, nos moldes propostos pelo MDT: 25% dos recursos federais, 50% dos recursos estaduais e 100%dos recursos municipais. icou claro que é preciso também examinar outras fontes de financiamento, como os recursos proveninetes da valorização imobiliária, dos impostos gerados pela construção de linhas de metrô e da utilização de créditos de carbono. Nesta 10 a Semana de Tecnologia Metroviária, comemoramos os 30 anos de operação do Metrô-SP e, em vários momentos, ficou claro o quanto o desenvolvimento desse sistema tem sido importante para que a cidade disponha não apenas de um transporte moderno e confiável, mas também possa se beneficiar de um caldo de cultura técnico e tecnológico, que contaminou todo o setor, permitindo que, nestas décadas, surgiessem na cidade e em outros pontos do País respeitáveis outras instituições voltadas para a mobilidade urbana. ão Paulo está passando por um momento especial. O governo do Estado está fazendo significativos investimentos na ampliação da malha metroviária e na recuperação da CPTM e a prefeitura procura priorizar o transporte público no sistema viário. A continuidade desse processo sinérgico e a união de propósitos são fatores que podem nos levar à construção de um futuro melhor, em que tenhamos efetivamente foco na mobilidade da pessoa e não no modo de transporte ou na tecnologia, levando em conta os vários tipos de sistemas, desde o transporte individual, passando pelos grandes sistemas estruturadores e pelos sistemas capilares, e chegando à possibilidade de qualquer um poder se deslocar com segurança sobre sua bicicleta ou caminhando calmamente por calçadas amplas e desobstruídas. F P S a segunda semana deste mês de novembro, serão realizadas eleições na AEAMESP para renovação da Diretoria Executiva, do Conselho Deliberativo e do Conselho Fiscal. Até o final do prazo,no dia 8 de outubro, houve o registro de apenas uma candidatura: a da chapa Integração, Consolidação e Expansão. Os nomes dos participantes dessa chapa, bem como sua plataforma de 14 pontos estão publicados na página 7 desta edição do JORNAL AEAMESP. Os eleitos deverão tomar posse no próximo mês de dezembro para um mandato de dois anos. PONTOS DO PROGRAMA. Manter a participação da AEAMESP, com representante, na Comissão Metroferroviária da ANTP e no MDT e aumentar o quadro associativo, procurando estimular a participação de outras modalidades profissionais, conforme estabelecido no novo Estatuto, são dois dos itens constantes da plataforma. A chapa inscrita também enfatiza que trabalhará para acompanhar a concretização de um outro aspecto permitido pelo novo Estatuto e já iniciado nesta gestão: a filiação da AEAMESP ao Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo (CREA-SP), inclusive com a possibilidade de vir a indicar conselheiros representantes das Câmaras de Engenharia e Arquitetura essa entidade. Acima, um bolo pelos 30 anos de operação do Metrô-SP. Ao lado, o presidente da AEAMESP junto com o secretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, Jurandir Fernandes.

Jornal AEAMESP - edição 04

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Jornal com notícias importantes sobre a comunidade metroferroviária brasileira

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PÁGINA 1JORNAL AEAMESP No 4 – PRIMAVERA DE 2004

JORNALAEAMESP

NÚMERO 4, PRIMAVERA DE 2004

PUBLICAÇÃOTRIMESTRAL DAAEAMESP –ASSOCIAÇÃODOS ENGENHEIROSE ARQUITETOSDE METRÔO

LIÇÕES DA 10a SEMANA DE TECNOLOGIA

N

RENOVAÇÃO DA DIRETORIA EDOS CONSELHOS DA AEAMESP

OPINIÃO DA DIRETORIA DA [email protected]

grande recado desta10a Semana deTecnologia Metroviária

é a necessidade de união. Emvários momentos,foi dito epercebido que o setor precisa terum enfoque comum, agregar-seem torno de princípios claros eexercer ação conjunta, emespecial para angariar a forçanecessária que possibilitepressionar democraticamente osgovernantes por políticaspúblicas coerentes e duradouras.

Ficou evidenciado que otransporte não pode serconsiderado isoladamente emcada um dos vários níveis degoverno – tanto mais nasregiões metropolitanas,importantes instrumentos deindução do desenvolvimentonacional. Para essas áreascruciais do País, é precisoencontrar logo uma soluçãopolítico-institucional, que garantacomando único do planejamento,implementação e operação dotransporte público, sobre tudodos sistemas estruturadores ede maior capacidade.

Falou-se da importância deromper um velho paradigma: ode que os sistemas detransporte constituem obras, quese encerram nelas próprias. Paraevitar o desperdício dosescassos recursos públicosinvestidos, é necessário haver aintegração física entre osdiferentes modos. E é precisoque se que avance, de formacriteriosa, para uma integraçãotarifária, de maneira que ousuário seja beneficiado, semque os sistemas sedesequilibrem.

atenteou-se, anecessidade deque a mobilidade seja

tratada em sua inteireza, o quevale dizer: desde o momento emque a pessoa sai da sua casaaté chegar ao seu destino final,considerando as necessidadesde pessoas com graus reduzidosde mobilidade e todos os modosde transporte urbano.

Reiterou-se a necessidadede que os três níveis de governose comprometam com ofinanciamento da infra-estruturade transporte e, também, emalgum nível razoável, com ocusteio das operações, de modoa garantir tarifas suportáveispara a maior parte da população.E para começar, é fundamentalque cada uma dessas esferas

destine para o setor os recursosda Cide, nos moldes propostospelo MDT: 25% dos recursosfederais, 50% dos recursosestaduais e 100%dos recursosmunicipais.

icou claro que épreciso tambémexaminar outras fontes

de financiamento, como osrecursos proveninetes davalorização imobiliária, dosimpostos gerados pelaconstrução de linhas de metrôe da utilização de créditos decarbono.

Nesta 10a Semana deTecnologia Metroviária,comemoramos os 30 anos deoperação do Metrô-SP e, emvários momentos, ficou claro oquanto o desenvolvimentodesse sistema tem sidoimportante para que a cidadedisponha não apenas de umtransporte moderno econfiável, mas também possase beneficiar de um caldo decultura técnico e tecnológico,que contaminou todo o setor,permitindo que, nestasdécadas, surgiessem nacidade e em outros pontos doPaís respeitáveis outrasinstituições voltadas para amobilidade urbana.

ão Paulo estápassando por ummomento especial.

O governo do Estado estáfazendo significativosinvestimentos na ampliaçãoda malha metroviária e narecuperação da CPTM e aprefeitura procura priorizar otransporte público nosistema viário.

A continuidade desseprocesso sinérgico e a uniãode propósitos são fatores quepodem nos levar à construçãode um futuro melhor, em quetenhamos efetivamente foco namobilidade da pessoa e não nomodo de transporte ou natecnologia, levando em contaos vários tipos de sistemas,desde o transporte individual,passando pelos grandessistemas estruturadores epelos sistemas capilares, echegando à possibilidade dequalquer um poder sedeslocar com segurançasobre sua bicicleta oucaminhando calmamente porcalçadas amplas edesobstruídas.

F

P

S

a segunda semanadeste mês denovembro, serão

realizadas eleições naAEAMESP para renovação daDiretoria Executiva, doConselho Deliberativo e doConselho Fiscal.

Até o final do prazo,no dia8 de outubro, houve o registrode apenas uma candidatura:a da chapa Integração,Consolidação e Expansão.

Os nomes dosparticipantes dessa chapa,bem como sua plataforma de14 pontos estão publicados napágina 7 desta edição doJORNAL AEAMESP.

Os eleitos deverão tomarposse no próximo mês dedezembro para um mandatode dois anos.

PONTOS DOPROGRAMA . Manter aparticipação da AEAMESP,

com representante, naComissão Metroferroviáriada ANTP e no MDT eaumentar o quadroassociativo, procurandoestimular a participação deoutras modalidadesprofissionais, conformeestabelecido no novoEstatuto, são dois dos itensconstantes da plataforma.

A chapa inscrita tambémenfatiza que trabalhará paraacompanhar a concretizaçãode um outro aspectopermitido pelo novo Estatutoe já iniciado nesta gestão: afiliação da AEAMESP aoConselho Regional deEngenharia, Arquitetura eAgronomia de São Paulo(CREA-SP), inclusive com apossibilidade de vir aindicar conselheirosrepresentantes dasCâmaras de Engenharia eArquitetura essa entidade.

Acima, um bolopelos 30 anos deoperação doMetrô-SP. Ao lado,o presidente daAEAMESP juntocom o secretário deTransportesMetropolitanos doEstado de SãoPaulo, JurandirFernandes.

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PÁGINA 2 JORNAL AEAMESP No 4 – PRIMAVERA DE 2004

EOBRAS DA LINHA 2 ABREM A NOVAFASE DE EXPANSÃO DO METRÔ-SP

SETOR TRANSPORTA4 MILHÕES POR DIAE GARANTE 21 MILEMPREGOS DIRETOS

O

EM BUSCA DE UMAPOLÍTICA PARAO SEGMENTOMETROFERROVIÁRIOsecretário estadual

de TransportesMetropolitanos,

Jurandir Fernandes, fez umbalanço da evolução do setormetroferroviário desde suaparticipação da 8a Semana deTecnologia Metroviária, em 2002,logo após ter assumido o cargo.

Assinalou que, naquelaocasião, nutria sonhos evontades, porém, poucascertezas, e que o sistema detransporte na RMSP precisariaavançar em três aspectos: aampliação do rede do Metrô, amodernização da CPTM, e aracionalização do sistemasobre pneus. Reconheceu quenão havia recursos para todasessas ações, mas assinalouque os recursos aparecemquando há perseverança:“Queríamos construir trêslinhas ao mesmo tempo e duasjá estão aí, e não vamosdesistir: se for possível, nósfaremos a terceira”, disse.

MAIS TRILHOS. Osecretário reiterou sua crença napossibilidade de que, em seisanos, a Região Metropolitana deSão Paulo possa contar com 400quilômetros de trilhos. “Faltam 70quilômetros, pois já estamoscom cerca de 330 quilômetros”,afirmou, acrescentando que oacréscimo teria a seguintecomposição: 13 quilômetros daLinha 4 – Amarela, os cincoquilômetros da extensão daLinha 2 – Verde; 11 quilômetrosda extensão da Linha 5 – Lilás;cerca de 30 quilômetros doExpresso Guarulhos, atéCumbica; a ampliação daLinha C da CPTM por mais oitoquilômetros, até Grajau, e asubstituição de bitolas no trechode Itapevi até Amador Bueno,com ganho de mais oitoquilômetros para o sistema.

“Uma malha metroferroviáriade 400 quilômetros, bem'azeitada', equilibrada, comintegração, não é desprezível.Podemos chegar a 7,2 milhõesde passageiros por dia e, comisso, aumentar a participaçãometroferroviária no transportepúblico da região metropolitanade 22% para 35%”

Sobre as fontes de recursos

JURANDIR, OTIMISTA COM EXPANSÃODO SISTEMA METROFERROVIÁRIO

para o que ainda não estácontratado, informou estarautorizado pelo governadorGeraldo Alckmin a buscar umaforma de financiamento paraestender a Linha 2 até o Sacomãe, se possível, até oTamanduateí.

Quanto aos 11 quilômetrosda Linha 5, disse que esse é umassunto para ser enquadradonas alternativas que envolvam ainiciativa privada, commodalidades como ParceriasPúblico-Privadas (PPPs) eOperações Urbanas. Ele elogiouo trabalho conjunto das equipesdo Metrô-SP e da atual gestãoda Prefeitura de São Paulo, queredundou na introdução, noPlano Diretor paulistano, dasatuais e das futuras linhasmetroviárias, permitindo quepossam dar base a Áreas deIntervenção Urbana (AIU), compossibilidade de, a partir de leismunicipais, tipificaremOperações Urbanas (OUs),gerando recursos para ossistemas de transporte.

ANIMADOR. Fernandesconcluiu afirmando que todo oesforço despendido até aqui vemobtendo êxito. “Estamosinaugurando a integração naEstação da Luz, temos aperspectiva do Metropass, e, noâmbito municipal, há aracionalização do transportepúblico, com o bilhete único. Ascoisas positivas começam a seavolumar, a tomar corpo, e issoé muito animador”.

presidente daComissão Metro-Ferroviária da ANTP e

diretor de Operações do Metrô,Décio Tambelli (foto), fez na10a Semana de TecnologiaMetroviária um balanço,mostrando a compleição dosetor metroferroviário no País.

Ele informou que,atualmente, osegmento contacom 862quilômetros delinhas para otransporte depessoas. São

3.020 carros e quatro milhõesde passageiros transportadostodos os dias. O setor éresponsável por 21 milempregos diretos e faturaR$ 1,3 bilhão por ano.

Como o secretário JurandirFernandes, Tambelli tambémestá otimista com relação aofuturo. E disse ser possívelduplicar esses números empouco tempo, bastando, paratanto, que os dirigentes vejamos sistemas metroferroviárioscomo “estadistas”. Ele faziaalusão a uma frase dopresidente do Metrô-SP, LuizCarlos David, que, em recenteentrevista, afirmou que, parainvestir na construção de trense metrôs, é preciso que osgovernantes pensem comoestadistas, se preocupandocom o futuro do País e nãoapenas em fazer as obras quepossam ser concluídas einauguradas em sua própriagestão.

INTERAÇÃO. Tambellitambém falou da parceria coma AEAMESP e agradeceu oapoio recebido. “Desde oprimeiro momento em queassumimos a Comissão Metro-Ferroviária, os colegas daAEAMESP muito têm nosapoiado, a ponto deplanejarmos juntos os eventosdas duas entidades”. Eleassinalou ainda que aComissão Metroferroviária fezquestão de prestigiar aAEAMESP, realizando suaterceira reunião deste ano nocontexto da 10a Semana.

m sessão da 10a

Semana deTecnologia Metroviária,

que contou com a participaçãodo diretor de Planejamento daCBTU, Raul de Bonis,diagnosticou-se que não há,hoje, no País, uma política parao setor metroferroviário.

Para reverter esse quadro,foi definida a criação de umgrupo de trabalho, reunindooperadoras metroferroviárias, aindústria e os órgãos técnicos dosetor, entre os quais aAEAMESP e a ComissãoMetroferroviária da ANTP, paraformular e levar propostasconcretas ao governo federal, aexemplo do que fez o setor detransporte ferroviário de cargas.

O presidente da AssociaçãoBrasileira da Indústria Ferroviária(ABIFER), Luíz Cesário daSilveira, se mostrou otimista comessa perspectiva. O primeirovice-presidente da ABIFER erepresentante do sindicatoempresarial do setor, oSIMEFRE, Ronaldo da Rocha,destacou que a instituição deuma política nacional para osegmento ajudará o transportepúblico e a indústria “Temos, noBrasil, tecnologia para produzirtrens e construir centros decontrole e, de forma alguma,queremos que isso se perca”,disse.

A diretoria da AEAMESPvem participando das reuniõespreparativas das atividades dogrupo de trabalho.

O

EXPANSÃO DA REDE

Obra da Linha 2 – Verde

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PÁGINA 3JORNAL AEAMESP No 4 – PRIMAVERA DE 2004

30 ANOS DE OPERAÇÃO

METRO-SP SE TORNOU REFERÊNCIA PARA O BRASIL E OUTROS PAÍSES

Em pronunciamento na10a Semana deTecnologia

Metroviária, o presidente daCompanhia do Metropolitanode São Paulo, Luiz CarlosDavid, se referiu aos 30 anosde operação do sistema. Disseque o Metrô-SP começou suasobras na época do prefeitoFaria Lima, que tinha comosímbolo de sua administraçãouma rosa depositada sobreuma colher de pedreiro, o querepresentava a necessidade dehumanização da cidade. “Foiexatamente com esse espíritoque o Metrô nasceu: humanizarSão Paulo, ajudando, comodizia o também prefeito edepois governador de SãoPaulo, Mário Covas, a reduzir adistância entre os Jardins e aperiferia”.

Para David, o Metrô-SP éum instrumento importante deinclusão social, por oferecermobilidade e qualidade de vidaaos habitantes da cidade. Eledisse que, ao longo destes 30anos, o Metrô venceu desafios,caminhando na velocidade daeconomia do País. “Na épocado ´milagre brasileiro`, fizemosrapidamente 18 quilômetros.Depois, quando a economiacomeçou a claudicar, o Metrô-SP também andou maisdevagar. Mas hoje o governodo Estado de São Paulo,demonstrando a importânciaque dá ao transporte coletivo,aplica no sistema 25% de todo

o seu orçamento deinvestimento”

O presidente do Metrô-SPressaltou ainda o fato de, pela

primeira vez, estarem sendoexecutadas simultaneamenteas obras de construção deduas linhas novas linhas doMetrô paulistano.

Ao concluir, afirmou que épreciso discutir como fazerinclusão social, o que, no seuentendimento, que passa pelacobrança de uma tarifa baixa,que a população possa de fatopagar, sem que secomprometam os recursospara investimento no Metrô.“No final, vamos ter quediscutir claramente quem pagaa conta”.

30 ANOS. A 10a Semana

teve uma sessão específica

sobre os 30 anos do Metrô-SP,mostrando a evolução da visãodos usuários, numa exposiçãode Cecília Guedes, do próprioMetrô-SP, e depoimentos doengenheiro Milton Coimbra, dojornalista Pedro Zan e daarquiteta e urbanista ReginaMeyer – todos destacando aimportância de um sistemacom as qualidades do metrôpara dinamizar a metrópole.

Em outro momento, CarlosAlberto Carmona, querepresentava o secretáriomunicipal de Transportes,Gérson Bittencourt, e PedroLuiz de Brito Machado,representando a EMTU,destacaram a contribuição doMetrô-SP para a formação, nacidade, de uma culturatecnológica, fundamental nãoapenas para o segmentometroferroviário, mas tambémpara os transportes públicos epara a mobilidade urbanacomo um todo.

O presidente da AEMESP,Emiliano Affonso, reforçouesse ponto de vista,assinalando que o Metrô-SP,deve ser reverenciado comoum marco para o Brasil eoutros países.

Num momento dedescontração, ao final doprimeiro dia dos trabalhos,foram servidos pedaços debolo e taças de vinho pelos 30anos de operação do Metrô-SPe pelos 14 anos da fundaçãoda AEAMESP.

UMA FUNDAÇÃO VAI REUNIR EX-FUNCIONÁRIOS DO METRÔ-SPAEAMESP estáapoiando a criação daFundação para o

desenvolvimento da Mobilidadeem Transporte, que reunirá ex-funcionários do Metrô-SP,aposentados. O objetivo daentidade será preservar edifundir o conhecimento e aexperiência que esses técnicose especialistas angariaram emanos de trabalho.

O grupo se reúne todas asquartas-feiras na sede daAEAMESP. Conta com aassessoria de um advogado ejá preparou uma minuta deestatuto. A previsão é de queem março de 2005 a entidadepossa estar atuando.

Em pronunciamento nasessão final da 10a Semana,em meio ao reconhecimentodos avanços da companhiaem três décadas de operação,o presidente da AEMESP

comentou o episódioenvolvendo a demissão deprofissionais do Metrô jáaposentados.

“Foi aplicada uma políticade redução de quadros, que

tirou gente muito competente,utilizando-se um critério com oqual não estávamosacostumados. Além do efeitodireto nos que saíram, foiprovocado um efeito perversoem quem ficou. Se nãotomássemos cuidado, issopoderia levar a uma situaçãode desânimo, quecomprometeria todo o futuroda empresa” disse, afirmando,em seguida, em tom otimista:“Felizmente, o que vemos éque o metroviário está dando avolta por cima, está tentandose realimentar com as novasobras, renovando-se e levandoa nossa empresa para afrente”.

A

EXPLICANDO A EXPANSÃO DA REDEA exemplo do que fez em duas exposições no Ciclo de

Debates da AEAMESP, o diretor de Engenharia e Construçõesdo Metrô-SP, Sérgio Salvadori (foto), falou sobre esta nova

fase de expansão da rede, com o início dos trabalhos da Linha4 – Amarela e o avanço das obras de extenção da Linha 2 –Verde em direção ao Sacomã e, posteriormente, rumo a uma

interconexão com a Linha 3.

Houve bolo também pelos 14 anos da AEAMESP

Luiz Carlos David

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PÁGINA 4 JORNAL AEAMESP No 4 – PRIMAVERA DE 2004

10a SEMANA DE TECNOLOGIA METROVIÁRIA

CONTRATOS DE GESTÃO, UM CAMINHO PARAA EFICIÊNCIA DO TRANSPORTE PÚBLICO

m dois momentosda 10a Semana deTecnologia Metroviária

a questão do financiamento tevemaior destaque nos debates.Em sessão realizada no terceirodia, o consultor Adriano Brancoapresentou um quadro com ummix de fontes que podem serutilizadas para o financiamentode sistemas de alta capacidade.

Ele afirmou que o própriomunicípio pode carrear para osistema metroferroviário umasérie de recursos que o própriosistema gera a partir dodesenvolvimento urbano e davalorização dos imóveis, com oconseqüente aumento dearrecadação. O consultor propõetambém que parte daarrecadação gerada por umaobra de infra-estrutura de

transporte retorne comoinvestimento para financiaresse mesmo projeto. Osecretário de Planejamento domunicípio de São Paulo, JorgeWilheim, apresentou ecomentou os mecanismos donovo Plano Diretor da cidade,que podem propiciarinvestimentos em sistemasmetroferroiviários, por meiodos Certificados de PotencialAdicional de Construção(Cepacs)

Jorge Rebelo, do BancoMundial fez uma provocação,sugerindo que, para racionalizardo setor, houvesse a fusão dastrês empresas estaduais –Metrô-SP, CPTM e EMTU – emuma só. Ele afirmou anecessidade de haver recursospara os sistemas

metroferroviários oriundos dostrês níveis de governo e nãoapenas da esfera estadual, comotem acontecido em São Paulo.Tocou na questão da exclusãosocial, asseverando que o BancoMundial tem colocado recursosno transporte público, justamentepor permitir a inclusão depessoas de baixa renda.

PPPs. Em sessão realizadano segundo dia, abordou-se aquestão das Parcerias Público-Privadas (PPPs), que sedesenham como uma dasopções para o financiamento desistemas de transporte públicoem um futuro próximo. Oconsultor Rubens Teixeira Alves,da KPMG, mostrou dados deestudos sobre as experiênciasinternacionais no emprego de

ntre 21 e 24 desetembro de 2004, emSão Paulo, a

10a Semana de TecnologiaMetroviária, organizada pelaAEAMESP, teve a participaçãode aproximadamente 1.500técnicos e autoridades,consolidando-se como oprincipal evento anual do setormetroferroviário em todo o País.

Houve a apresentação de 35trabalhos técnicos e 12 sessõescom temáticas políticas,direcionadas para acompreensão do tema geral doevento: qual exatamente afunção social do transportemetroferroviário no Brasil?

Um dos pontosevidenciados é que a formacusteio cada vez determina se otransporte público pode ser umefetivo instrumento paraotimizar a mobilidade urbana,fomentar o desenvolvimentoeconômico das cidades epromover a inclusão social,cobrindo com regularidade,qualidade e eficiência asdistâncias urbanas por umatarifa que a população possapagar.

UM EXEMPLO. Dos debatesda 10a Semana, cabe destacar oexemplo da RATP, operadora

multimodal que atende a Parise região, cuja remuneração éfeita de acordo com a qualidadee a extensão dos serviços.

Jean Pierre Balladour, daRATP, mostrou como é omodelo de parceria com ogoverno francês quanto àprestação e remuneração dosserviços.

O transporte público na Ile-de-France, onde está Paris, égerenciado e parcialmentefinanciado pelo Serviço deTransporte da Ile-de-France(STIF), autoridade que reúnerepresentantes do governocentral e de oitodepartamentos incluídos naregião.

A RATP firmou um acordocom a STIF, obrigando-se acumprir três compromissos:responder às expectativas enecessidades dos usuários deum modo mais eficiente,fornecer os serviçosesperados tanto em termos devolume como de qualidade egarantir qualidade ótima emtodos os serviços.

A avaliação, feita deacordo com critériospré-estabelecidos, revela se oacordo foi total ouparcialmente cumprido, oumesmo se foi excedido pela

operadora. Essa avaliaçãodeterminará se a remuneraçãopaga pela STIF à RATP serámenor, igual ou maior do que abásica acordada. Essasistemática substitui ossubsídios tradicionais,estimulando a operadora amelhorar seu desempenho.

A definição de uma linha deremuneração feita comrecursos públicos e aval dasociedade, mas respeitando acritérios muito bem delimitadose convenientemente avaliados,se mostra como o caminhomais adequado para o custeiode sistemas de transportepúblico, porque permite aopoder público desenvolverpolíticas que possam estimulara economia e promover ainclusão social, sem alterar oequilíbrio das operadoras esem desperdiçar recursospúblicos.

DESEMPENHO. Aexperiência da RATP mostraser possível automatizar umalinha sem demissões e, aindapor cima, melhorando osindicadores de desempenho.Ao desenvolver a apresentaçãodo tema AspectosOrganizacionais, Econômicos eSociais da Automação da Linha

uatro operadorasmetroferroviáriasapresentaram suas

experiências de gestão na10a Semana. O presidente daCPTM, Mário Bandeira, mostrouque sua companhia vem sepreocupando em estabelecerindicadores de desempenhooperacional, que, uma vezacompanhados, possamredundar em efetiva melhorapara os usuários. O Metrô Rio,representado por Eli BensoussanConetti, também apresentou oseu modelo de gestão, que seaproxima do adotado pela CPTM.

Bandeira informou que onúmero de passageirostransportados diariamente pelaCPTM aumentou de 800 mil, hádez anos, para mais 1,3 milhão,atualmente. A operadora adotoucomo paradigma os padrõesmetroviários de comunicaçãovisual, segurança, limpeza. Aslinhas já modernizadas e quereceberam melhorias têmíndices muito bons de aceitaçãopor parte dos usuários e dapopulação, com reflexospositivos até mesmo sobre aaceitação em linhas que aindanão receberam melhoramentos.Em franca ascensão, a CPTMprova que, quando há recursospermanentes para o setor e umagestão adequada, os efeitospositivos são logo percebidos.

INTEGRAÇÃO. ManoelMarinho de Barros Filho, doMetrorec, que opera na capitalpernambucana, e HumbertoKasper, da Trensurb, de PortoAlegre, apresentaram osesforços dessas companhiaspara efetivar a integração dossistemas. Em Recife, estáhavendo uma interação maiorentre o governo federal, ogoverno estadual e municipal, nabusca pela integração física etarifária dos dois maisimportantes sistemas detransportes, o metrô e o ônibus.

Quanto a Porto Alegre, oque se mostrou foi a evoluçãoda Trensurb, com a criação dedois grupos voltados para abusca da integração, um comescopo técnico e o outro paraexaminar questõesinstitucionais, também com aparticipação das três esferasde governo.

FINANCIAMENTO DO SETOR DEVERÁ SER FEITO POR MEIO DE UM

EQ

OPERADORAS MOSTRAMMODELOS DE GESTÃO

E

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PÁGINA 5JORNAL AEAMESP No 4 – PRIMAVERA DE 2004

O PARACO

AÇÃO PARLAMENTAR NO APOIO AO TRANSPORTE PÚBLICOm aspecto ressaltadoem diferentes sessõesda 10a Semana foi a

importância da açãoparlamentar, para que sejamimplementadas políticas deapoio ao transporte público.

O secretário de TransportesMetropolitanos de São Paulo,Jurandir Fernandes, apontou odesgaste que representa ver osesforços direcionados paragrandes projetos de transportepúblico serem derrubados empouco tempo, por falta de apoio.“Um projeto de transporte demassa exige um trabalhocontínuo e difícil, mas éimpressionante como pode serfacilmente destruído. Éimportante que tenhamos orespaldo das casas do legislativo,inclusive, para cobrar coerência econtinuidade dos governantes”,afirmou.

Na sessão inaugural, odeputado Rodrigo Garcia (foto),presidente da Comissão de

Transportes daAssembléiaLegislativa doEstado de SãoPaulo, secomprometeucom aformulação de

uma frente parlamentar estadualem defesa de recursos para

ampliação e qualificação dotransporte público, sugerindo queesse organismo incluaparlamentares municipais.

Renato Boareto, diretor doDepartamento de MobilidadeUrbana, da Secretaria Nacional deTransporte e Mobilidade Urbana,do Ministério das Cidades,concorda que, sem mobilização eapoio social, nada será mudado.Ele conclamou o setor a produzirbons projetos a serem financiadoscom verbas federais.

O coordenador da FrenteParlamentar doTransportePúblico, aliadado MDT,deputado federalDevanir Ribeiro(foto), falou daimportância da

ação parlamentar no CongressoNacional para que seja colocadana ordem do dia a inclusão social.Ele também acentuou anecessidade da criação de fundospara os transportes públicosurbanos. O deputado reiterou oque o ministro Olívio Dutra, dasCidades, afirmou no 1o Encontrodo MDT, em agosto: é precisopressionar o governo, pois oexecutivo “só trabalha sobpressão”.

Homens como JurandirFernandes e Renato Boareto, em

cargos do executivo, e RodrigoGarcia e Devanir Ribeiro, emcargos do legislativo, foramlevados a esses postos comorepresentantes do setor eprecisam ser apoiados edemocraticamente pressionadospara que as casas a quepertencem se movam no sentidode implementar políticas para osetor. O "bolo" de recursos épequeno, e a pressão tem que virda sociedade. Se o setor detransportes públicos não semobilizar, outros que estiveremmais organizados e capacitadospara exercer pressão levarão osrecursos.

MINISTÉRIO PÚBLICO. Oprocurador Ricardo Figueiredodeu apoio ao movimento paraampliar e qualificar otransporte público e baratearas tarifas. Ele entende que aexclusão no transporte públicodesrespeita o artigo primeiroda Constituição e ofende adignidade humana.

Figueredo crê também quea perda de mobilidade nascidades, reduz o dinamismoda economia, com redução dearrecadação – quadro que, senão for revertido, cominvestimentos no transportepúblico, determinará a falênciadas cidades.

EIO DE UM MIX DE FONTESPPPs, revelando que foramobservados três aspectospositivos: eficiência nos gastospúblicos, diminuição dos prazose, em sua grande maioria, ocumprimento das metasacertadas. A única ressalva quefez se refere à dificuldade muitogrande para conseguir a adesãode investidores quando anecessidade de recursosultrapassa a casa de um bilhãode reais.

Ronaldo da Rocha, doSIMEFRE e da ABIFER,assinalou que, para se firmarem,as PPPs devem estar apoiadasno tripé: retorno financeiro,garantias claras e liquidez –neste caso, permitindo aoinvestidor a oportunidade deeventualmente repassar onegócio a terceiros.

14 do Metrô de Paris, JeanPierre Balladour disse queautomação desta linha trouxesignificativa redução de custose, sem a diminuição de pessoal.

Os funcionários forammantidos e utilizados em outrasfunções dentro da própria linha,e geraram uma melhoria detodos os índices dedesempenho. Os índices daLinha 14 são melhores do queos observados nas demaislinhas.

U

Dança cigana na festa de encerramento

Jean Pierre Balladourmostrou como funciona o

acordo da RATP com oórgão gestor na região de

Paris

Ambientefacilitouacesso dopúblico aosestandes daexposição

Jorge Rebelo e Adriano Branco:idéias para o financiamento do

transporte público no Brasil

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PÁGINA 6 JORNAL AEAMESP No 4 – PRIMAVERA DE 2004

UM AGRADECIMENTO AOS PARCEIROS E AOS ASSOCIADOS

F .

O

alando em nome daDiretoria daAEAMESP

e da Comissão Organizadorada 10a Semana, o primeiro-secretário da AEAMESP,Manoel S. Ferreira Filho,agradeceu a organizações epessoas que apoiaram oevento. Ele mencionouespecialmente a Secretariade TransportesMetropolitanos do Estado deSão Paulo, a Companhia doMetropolitano de São Paulo,a Companhia Paulista deTrens Metropolitanos (CPTM),o Conselho Regional deEngenharia, Arquitetura eAgronomia (CREA-SP), oSindicato dos Engenheiros noEstado de São Paulo, oInstituto de Engenharia, bemcomo a associação industrial

e o sindicado do setor –ABIFER e SIMEFRE.

PATROCINADORES.Manoel S. Ferreira Filhoagradeceu às empresaspatrocinadoras, "que viramnesta 10a Semana deTecnologia Metroviária umaoportunidade de apresentar aum público altamentequalificado seus produtos eserviços e que, dessa forma,se tornaram parceiras nestanossa iniciativa". Eleanunciou os nomes de todasas empresas: Alstom,Amorim, Andrade Gutierrez,Bombardier, Camargo Correa,Ezalpha, Gerb/Getzner, IemeBrasil, Nossa Caixa, OAS,Odebrecht, Quart, QueirozGalvão, Siemens, Socicam,Teknits e Trends.

EQUIPE DA AEAMESP. Odiretor da AEAMESP sereferiu também ao apoiorecebido de funcionários,associados e diretores daAEAMESP, diretamenteenvolvidos na organização eque ajudaram a tornarrealidade a 10a Semana.

GRUPO DE APOIO. Eleagradeceu ainda, aosintegrantes do Grupo deApoio – pessoas que

ajudaram a AEAMESP aidealizar a formatação doevento em termos dospainéis técnicos e dassessões político-institucionais.

“Por fim, quero apresentarnosso muito obrigado aosassociados que atuaram nadireção das diferentes mesasde trabalho, apesar deeventualmente estareminteressados em outraspalestras", disse, concluindo.

número de trabalhostécnicos e tecnológicosapresentados na 10a

Semana de TecnologiaMetroviária foi cerca de 50%maior do que os mostrados noencontro do ano passado – 35contra 24. Os trabalhos técnicose outras exposições comenfoque sócio-econômicoestarão disponíveis no site daAEAMESP, no endereçowww.aeamesp.org.br

Uma novidade importantedeste ano foi quanto aos relatosfeitos por três grupos de trabalhoda Comissão Metroferroviária daANTP, que discutiram a revisãotarifária e a necessidade de umnovo modelo para o setorelétrico, em apresentação do GTde Energia; a apresentação dasações do GT de Manutenção eos resultados de um estudorealizado pelo GT de Integração,sobre a integração dos sistemasde transporte público no Brasil.

ABERTURA. As sessõestécnicas foram desenvolvidas noperíodo da manhã. No dia 22 desetembro, o público pôde optarentre a apresentação sobrecustos da energia elétrica para osetor, um debate sobre avançostecnológicos em sistemasmetroferroviários, a questão daredução de ruídos em vibrações

na Linha 5 e o monitoramento desistemas de máquinas de chavee proteção da sobre-tenção nosdispositivos de aterramento delinhas de metrô.

Houve, na seqüência, umaapresentação do projeto do VLTde Goiânia, a questão daautomação integral namovimentação de trens, oprojeto de modernização erestauro da Estação da Luz, emSão Paulo, e um estudo sobresegurança na determinação daposição no controle de trensbaseado em comunicação.

Outros temas focalizadosnesse primeiro dia se referiram ainovações tecnológicas emengenharia de túneis, um estudopara racionalização da energiaelétrica a nos trens do Metrô-SP,a modernização da CPTM easpectos organizacionais,econômicos e sociais daautomação da Linha 14 do metrôde Paris, gerenciado pela RATP.

SEGUNDO DIA. Asatividades do GT de Manutençãoda Comissão Metroferroviária foium dos temas na abertura dostrabalhos no dia 23 desetembro. Também foramapresentados: um estudo sobreevolução e perspectivas daquestão ambiental no metrô, umtrabalho sobre ganhos sociais

com a implantação de transportepúblico sobre trilhos e um projetode “integração cidadã”, a cargoda empresa Socicam.

Outros temas nesse diaforam: o uso de benefícios legaispara conservação de energia,reforço de instrução operacionalem programas de capacitaçãocontinuada, o emprego de redesneurais de planejamento paraimplantar terminaismetroferroviários e um trabalhosobre um sistema demonitoração de corrente de fuga.

Também houve aapresentação de estudos sobresupervisão de carga emsubestações retificadoras, oprograma de eduação para otrabalho do Metrô-SP, um estudocomparativo entre custos desistemas de média capacidade,e uma apresentação sobremanutenção e requalificação decarros de passageiros, a cargoda Alstom.

SESSÃO FINAL . Naabertura dos trabalhos no últimodia, houve uma apresentação

sobre integração em sistemasde transporte público no País,um trabalho sobre o sistema deinformações a respeito doscaminhos metropolitanos naRMSP, e estudos estudo sobreequivalência de semicondutoresde potência e sobre proteçãocontra corrosão.

Em seguida foramapresentados estudos arespeito da questão dosempreendimento associados alinhas de metrô, sobre comoinvestimentos em metrô podemintegrar uma estretégia deinclusão social, e usobre osimulador de marchas aplicado aprojetos de sinalização.

As últimas apresentaçõesversaram sobre compraseletrônicas no Metrô-SP, apossibilidade de uso de créditosde carbono, previstos noProtocolo de Kyoto para obterrecursos para a expansão daslinhas metroviárias; análiseprobabilística do desgaste de fiosde contato e um estudo sobrecontrole, comando e supervisãopara veículos metroviários.

CRESCE NÚMERO DE TRABALHOS TÉCNICOS

10a SEMANA DE TECNOLOGIA METROVIÁRIA

Integrantes da diretoria aplaudiram o apoio recebido

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PÁGINA 7JORNAL AEAMESP No 4 – PRIMAVERA DE 2004

ELEIÇÕES PARA A DIRETORIA E CONSELHOS DA AEAMESP

N

VISITE A NOVA PÁGINA DA AEAMESP NA INTERNET

é uma publicação da Associação dos Engenheiros e

Arquitetos do Metrô de São Paulo – AEAMESP, Rua doParaíso, 67, 2o andar, 041103-000, São Paulo-SP, telefone (11)287-4565, fax (11)285-4509. Diretoria Executiva. Presidente: Emiliano S. Affonso Neto. 1o Vice-Presidente: JoséGeraldo Baião. 2o Vice-Presidente: Ivan L. Piccoli. 1o Diretor Tesoureiro: Ayres R. Gonçalves.2o Diretor Tesoureiro: Mário De Mieri. 1o Diretor Secretário: Manoel S. Ferreira Filho. 2o

Diretor Secretário: Manoel S.S. Leite. Conselho Deliberativo Eduardo Curiati, Eduardo Maggi,José Nicodemos P. Barretos, Carlos A. Rossi, Nestor S. Tupinambá, Odécio Braga LoureiroFilho, Iria A. Hissnauer Assef, Antônio Márcio B. da Silva, Arnaldo Luiz Borges, Ivan Finimundi,Marcos Figueiredo Vicentini e Milton Carlos de Campos Vergani. Conselho Fiscal. PauloDonini, Antônio L. Videria Costa e Jelson Antônio S. Siqueira (titulares).ConselhoConsultivo. Laerte Conceição, José R. Fazzole, Luiz Felipe P. Araújo e Luiz C. Alcântara.Jornalista Responsável: Alexandre Asquini (MTb 28.624).

JORNAL AEAMESP

www.aeamesp.org.br

os dias 9, 10 e 11 denovembro de 2004serão realizadas as

eleições para renovar a diretoriada AEAMESP.

Foi enviado comunicado atodos os associados umcomunicado com os nomes e aplataforma da única chapainscrita, cujo nome e lema éIntegração, Consolidação eExpansão. A chapa eleita terámandato de dois anos.

Foi estabelecido umcronograma para funcionamentodos locais de votação. No dia 9de novembro, terça-feira, asurnas estarão no PátioJabaquara (das 8h30 às 12h30),e nos edifícios Cidade I eCidade II (das 14h30 às 18h).No dia 10, quarta-feira, os votosserão recolhido na Bresser(8h30 às 12h30) e no CCO (das14h30 às 18h). No dia 11,

ELEIÇÕES EM NOVEMBRO RENOVAM A DIRETORIA EOS CONSELHOS DELIBERATIVO E FISCAL DA AEAMESP

quinta-feira, as urnas estarão noMetrô I e Capão Redondo (das8h30 às 12h30) e na sede daAEAMESP (das 12h30 às 18h).

DIRETORIA EXECUTIVA.Os nomes que compõem achapa para a DiretoriaExecutiva são os seguintes:presidente, Manoel da SilvaFerreira Filho (DE/GEP/EPC/CVP); vice-presidentes AyresRodrigues Gonçalves (DE/GMO) e Jayme Domingo Filho(P/GCE/CEP); primeirotesoureiro, Sergio Henrique daSilva Neves (DO/GMT/MT5/MRV); segundo tesoureiro,Antonio Marcio Barros (DO/GMT/MTE/EML); primeirosecretário, Antonio LucianoVideira Costa (DO/GMT/MTO/OFJ) e segundo secretário,Carlos Augusto Rossi (DE/GMO/MOQ/CEM).

DELIBERATIVO . Para oConselho Deliberativo, foraminscritos dezesseis candidatos,dente os quais o associadodeverá escolher doze.Integram também o ConselhoDeliberativo os membros daDiretoria Executiva. Oscandidatos são estes: AntonioFioravanti (DF/GCP/CGE),Argimiro Alvarez Ferreira (DE/GEP/EPC), Carlos WanderleyAlves Carneiro (associado),Eduardo Curiati (DE/GMO/MOT), José Alberto HortaPimenta (DM/GPP/PPR), JoséCarlos Ganzarolli (associado),Luis Guilherme Kolle (DE/GEP/EPS/CTC), Luiz RobertoHiroshi Narata (P/GCE/CEC),Marcos Camelo Barbosa (DM/GPP/PPT), Maria BeatrizPestana Barbosa (DO/GOP/OPR/CPA), Mario Gallo (DM/GPP/PPR), Nelson Fernandes

da Silva Filho (P/GCE/CEP),Nestor Soares Tupinambá(DE/GEP), Paulo Donini(associado), Roberto TorresRodrigues (DO/GMT/MTR/MRN), Yoshihide Uemura (DO/GOP/OPG/CTC).

FISCAL . Para oConselho Fiscal, foraminscritos seis candidatos,dentre os quais o associadodeverá escolher três(número de integrantes doórgão). São estes oscandidatos: Antonio Garciade Medeiros (CPTM),Celso Franco Porto Alegre(DE/GMO/MOQ/CEM),Francisco Maria Baptista(GEP/EPP), Ivan Finimundi(DE/PMU), José IstenesEses Filho (P/GCE/CEC),Manoel Santiago da SilvaLeite( DE/GMO/MOQ/CQF).

CHAPA INSCRITA DIVULGA SUA PLATAFORMA DE 14 PONTOSsta é a plataforma de14 itens divulgadapela chapa

Integração, Consolidação eExpansão, inscrita para aseleições dos dias 9, 10 e 11 denovembro de 2004 naAEAMESP.

ASSOCIADOS. Aumentar oquadro associativo, buscandoa participação de outrasmodalidades profissionais,conforme estabelecido no novoestatuto.

QUESTÃO AMBIENTAL.Promover o desenvolvimentodas relações entre transporte emeio ambiente.

PRESENÇA INSTITUCIONAL.Manter a participação da

AEAMESP, com representante,na Comissão Metroferroviáriada ANTP e no MDT.

TRANSPORTE . Apoiar eparticipar de mobilizações emprol do transporte coletivo.

RELACIONAMENTO COMCREA. Efetivar o processo deregistro da AEAMESP noCREA.

CREA NA SEDE. Viabilizar ainstalação de um posto deatendimento do CREA na sededa AEAMESP.

PROFISSÃO. Apoiar eincentivar a participação deprofissionais da AEAMESPem entidades quedesenvolvam a tecnologia.

CONHECIMENTOTECNOLÓGICO. Intensificaras apresentações e osdebates tecnológicos, naAEAMESP, buscando adisseminação doconhecimento entremetroviários e associados deempresas ligadas aotransporte público;

SEMANA DE TECNOLOGIA.Promover a realização daSemana de TecnologiaMetroviária.

ATIVIDADES SOCIAIS EESPORTIVAS. Promoveratividades sociais eesportivas, buscando ocongraçamento entreassociados e o seuenvolvimento com a entidade.

SEDE SOCIAL. Adequar anossa sede social buscandoseu melhor aproveitamento.

EX-FUNCIONÁRIOS. Apoiar aconstituição da Fundaçãopara o Desenvolvimento daMobilidade em Transportevisando á manutenção datecnologia e conhecimentosadquiridos por metroviários eex-metroviários.

FINANÇAS. Manter oequilíbrio financeiro daAEAMESP e ampliar as fontesde recursos.

COMUNICAÇÃO . Divulgar oseventos do Setor deTransportes Público e asatividades desenvolvidas pelaAEAMESP.

E

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PÁGINA 8 JORNAL AEAMESP No 4 – PRIMAVERA DE 2004

MDT COMPLETA UM ANO DE LUTAS PELAPRIORIZAÇÃO DO TRANSPORTE PÚBLICO

a sessão final da10a Semana deTecnologia Metroviária,

em 24 de setembro de 2004,comemorou-se o primeiroaniversário do MovimentoNacional pelo Direito aoTransporte Público de Qualidadepara Todos (MDT), que querbarateamento das tarifas, maisqualidade no transporte públicourbano e recursos permanentespara o setor

Participam do MDT cerca460 organizações, incluindoorganizações não-governamentais, entidadesrepresentativas de trabalhadores,de empresas operadorasmetroferroviárias e rodoviárias ede fabricantes de equipamentospara transportes públicos,associações de profissionaisliberais, universidades, órgãos eempresas vinculados a governosestaduais e municipais eentidades populares organizadasnacionalmente e localmente.

O MDT tem como aliada aFrente Parlamentar do TransportePúblico, com 150 parlamentaresde todos os partidos na CâmaraFederal e no Senado.

As conquistas do MDT até

fato de o primeiroaniversário delançamento do MDT

ter sido comemorado duranteda 10a Semana de TecnologiaMetroviária foi uma espécie dehomenagem à AEAMESP, que,nos últimos anos, ao lado deoutras entidades, tem exercidopapel decisivo na luta por maisrecursos e mais qualidade parao transporte público e pelobarateamento das tarifas.

Na 7a Semana, em 2001,diante de um quadro deincertezas, entidades queexercem lideranças do setorconstataram a necessidade deiníciar uma mobilização, tendocomo eixo a luta para fazer comque os recursos da CideCombustíveis favorecessemtambém o setor.

O esforço inicial aproximouainda mais aquelas entidades eatraiu outras. Na 8a Semana,em 2002, foi criado o Grupo deAção Pró-Transporte (GAT), que

aglutinaria propostas e esforçospela qualificação do transportepúblico, e obteve a aprovaçãoda emenda constitucional quepermitia a destinação derecursos (hoje 29% da receita)para Estados e Municípios. Coma Cide Combustíveis, pelaprimeira vez em 20 anos estãosendo destinaodos recursosfederais a fundo perdido para oMetrô de São Paulo.

Em 2003, na 9a Semana,houve o pré-lançamento doMDT, já, então, um movimentoclaramente definido, com umdiagnóstico preciso da situação,um conjunto de propostas, eque hoje reúne cerca de 500organizações filiadas. Olançamento ocorreria em 25 desetembro de 2003, noCongresso Nacional.

“Uma medida de quantoavançamos com o GAT edepois com o MDT é que,naqueles primeiros tempos,tínhamos dificuldades para falar

com os parlamentares e há umano, quando lançamos o MDT,pudemos ajudar a criar e alançar também a FrenteParlamentar do TransportePúblico”, assinalou o presidenteda AEAMESP, Emiliano Affonso.Naquele mesmo dia, liderançasdo MDT foram recebidas empalácio pelo presidente daRepública em exercício .

A AEAMESP entende que,antes do MDT, as questões dosetor ficavam dentro dasentidades e das empresas, e,hoje, ganharam as ruas. Hoje, asociedade discute questões queenvolvem o transporte público,percebendo que estas questõessão reveladoras de problemasmais profundos, como o daexclusão social – comprovadapor estudos como os realizadospelo IPEA e pelo Itrans – e ainviabilidade econômica denossas principais cidades,ocasionada pelo agravamentoda crise de mobilidade.

aqui foram significativas, mashá muito mais a ser feito.

Na pauta de objetivos domovimento está, por exemplo,o descontingenciamentorecursos da Cide, de forma queMunicípios, Estados e a Uniãopossam direcioná-los para otransporte público urbano.

É preciso também conquistarum novo padrão de cobrança daenergia elétrica utilizada paratração dos sistemas de trens emetrôs. A tarifa horo-sazonal,hoje em vigor, pune asoperadoras do setor pelo excesso

NO ANIVERSÁRIO DO MDT, UMA HOMENAGEM À AEAMESP

esumidamente, oobjetivo do MDT éinserir na agenda

social e econômica do País otransporte público – um serviçoessencial para a população –como um direito para todos. Apergunta, depois de um ano queo movimento foi lançado, é aseguinte: quanto o movimentode fato conseguiu avançar?

O saldo de organização foigrande e houve tambémconquistas objetivas. Porexemplo, o MDT conseguiumobilizar os setores organizadosda sociedade e chamou aatenção da imprensa para aquestão da exclusão social.

No fim de 2003, comoresultado do trabalho do MDT ede sua aliada no Congresso, aFrente Parlamentar dosTransportes Pùblicos, o governomudou a medida provisória daCofins, excluindo o transportepúblico do aumento da alíquotade 3% para 7,6%.

Ao longo de 2004, o MDTconsolidou parceria com a FrenteNacional de Prefeitos, que, em 9e 10 de novembro de 2004,reunirá prefeitos eleitos nascapitais e regiões metropolitanaspara debater o transporte públicoe outros temas.

EIXOS. O 1o Encontro doMDT, em agosto deste ano, emSão Paulo, teve 350participantes de todos ossegmentos do setor, em especial115 lideranças, representandoentidades nacionais dosmovimentos sociais e populares- Central Nacional deMovimentos Populares(CNMP), União Nacional deMoradia Popular (UNMP),Confederação Nacional dasAssociações de Moradores(CONAM) e MovimentoNacional de Luta pela Moradia(MNLM). representantes diretosdos extratos que mais usam eprecisam do transporte público.Na ocasião, foram aprovadas aslinhas gerais de um documentocom propostas que corporificamos cinco eixos de luta do MDT:mobilidade para todos,investimento permanente notransporte coletivo,barateamento das tarifas parapermitir a inclusão social,prioridade ao transporte públicono trânsito e que o transportepúblico seja feito comdesenvolvimento tecnológico erespeito ao meio ambiente.

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EM UM ANO, QUANTOO MDT AVANÇOU?

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A imprensa mostra mais interesse por debates sobre o transporte público

PRIMEIRO ANIVERSÁRIO DO MDT

de consumo de energia,exatamente quando os sistemascirculam com seu maiorcarregamento.

Um terceiro desafio, entreoutros que se colocam para oMDT, é fazer com que otransporte público seja entendidopelas administrações públicas elideranças da sociedade comoinstrumento indispensável parapromover o desenvolvimentoeconômico das cidades e, porisso mesmo, o caminho paraauxiliar efetivamente odesenvolvimento do País.

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