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EDITORIAL Informativo Semanal Páginas 01 e 02 EDITORIAL FIQUE SABENDO Código FLorestal: no olho de brasileiro mata ciliar é colírio, no de europeu é pimenta Ações contra a seca Página 03 NOTÍCIA DA CNA Página 04 Ano 16 - Nº 668 - 18 a 24/07/2012 PEQUENAS NOTAS AGRICULTURA COM MAIS CRÉDITO Informativo Semanal 16 anos CNA leva propostas ao MAPA para amenizar grave crise dos suinocultores ESPAÇO DO AGROPACTO Resumo da reunião do dia 17/07/2012 Páginas 05 e 06 Página 05 Frango: queda de preço no país Ações contra a seca Após o enriquecimento no meio urbano, chegou a hora de o campo também colher os frutos do avanço do País EVENTOS Página 02 As estiagens prolongadas estão incorporadas à vida sertaneja, observando intervalos, entre uma e outra, de dois, quatro ou sete anos. Isso, ao longo da história do semiárido nordestino. Portanto, já deveria haver no governo nacional o planejamento de ações permanentes fundadas nas previsões realizadas pelos diversos institutos de meteorologia como a Funceme, a maior conquista do Ceará em termos de enfrentamento das secas. Entretanto, os longos anos de sofrimento da população rural, decorrentes da má distribuição das chuvas no tempo e no espaço, continuam se repetindo como se o progresso não tivesse proporcionado aos governantes mecanismos para minimizar os problemas. Os fatos do presente são encontrados com similitude nos textos produzidos pelo senador Tomaz Pompeu, por Arrojado Lisboa, Rodolfo Teófilo, Tomaz Pompeu Sobrinho, Graciliano Ramos ou Rachel de Queiroz, entre centenas de cronistas. A existência do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) se confunde com mais de um século de atuação voltada para diagnosticar, indicar soluções técnicas e preconizar saídas racionais para as secas, como a açudagem, os perímetros irrigados, a produção de pescado, as lavouras xerófilas e o reflorestamento do Nordeste, amparados numa infraestrutura dotada de rodovias, aeroportos, energia elétrica, agroindústrias e centros de tecnologia das secas. O Dnocs, colocado em compasso de espera, conseguiu tudo isso, e mais: o desenvolvimento de uma ciência gerada a partir das peculiaridades regionais, especialmente o bioma caatinga, único no mundo. O chamado Polígono das Secas continua como antes. A única mudança foi o seu crescimento para incluir o norte de Minas e o nordeste capixaba. A imprevidência nas ações governamentais em relação às secas tem sido o traço comum, ontem como hoje. As conseqüências da seca em curso, considerada como a pior dos últimos 40 anos, foram previstas no relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC). No fim de março, o relatório confirmava a tendência de aumento das temperaturas desde 1950, as variações climáticas não naturais e a sua provável causa: a interferência do homem. O documento, elaborado pelos maiores especialistas do mundo em ciência do clima, mostra claramente que as secas vão se tornar mais freqüentes. O Nordeste brasileiro será uma das regiões mais atingidas, ao lado da América Central, México, Europa Mediterrânea, norte da África, África do Sul e Austrália. No semiárido nordestino, tende a aumentar o risco de desertificação. O Ceará, nas últimas décadas, conseguiu reduzir a produção rural a apenas 8% do PIB agropecuário. Mesmo assim, em circunstâncias como esta, há a sobrevivência das populações rurais, dos animais e do meio ambiente. Um efeito imediato se opera nos preços dos produtos agrícolas, estando cotado o quilo do feijão em mais de R$ 6,00. O governo do Estado está anunciando o orçamento de R$ 426,5 milhões para o custeio das Os longos anos de sofrimento da população rural, decorrentes da má distribuição das chuvas no tempo e no espaço, continuam se repetindo como se o progresso não tivesse proporcionado aos governantes mecanismos para minimizar os problemas.

Jornal Agropacto 668

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Jornal Agropacto nº 668, data 18 a 24/07/2012.

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Page 1: Jornal Agropacto 668

EDITORIAL

Informativo Semanal

Páginas 01 e 02

EDITORIAL FIQUE SABENDO

Código FLorestal: no olho de brasileiro mataciliar é colírio, no de europeu é pimenta

Ações contra a seca

Página 03

NOTÍCIA DA CNA

Página 04

Ano 16 - Nº 668 - 18 a 24/07/2012

PEQUENAS NOTAS

AGRICULTURA COM MAIS CRÉDITO

Informativo Semanal16 anos

CNA leva propostas ao MAPA paraamenizar grave crise dos suinocultores

ESPAÇO DO AGROPACTOResumo da reunião do dia 17/07/2012

Páginas 05 e 06

Página 05 Frango: queda de preço no país

Ações contra a secaApós o enriquecimento no meio urbano, chegou a hora de o campo também colher os frutos do

avanço do País

EVENTOSPágina 02

As estiagens prolongadas estão incorporadas àvida sertaneja, observando intervalos, entre uma eoutra, de dois, quatro ou sete anos. Isso, ao longoda história do semiárido nordestino. Portanto, jádeveria haver no governo nacional o planejamentode ações permanentes fundadas nas previsõesrealizadas pelos diversos institutos demeteorologia como a Funceme, a maiorconquista do Ceará em termos deenfrentamento das secas.

Entretanto, os longos anos desofrimento da população rural,decorrentes da má distr ibuição daschuvas no tempo e no espaço, continuamse repetindo como se o progresso nãotivesse proporcionado aos governantesmecanismos para minimizar osproblemas. Os fatos do presente sãoencontrados com similitude nos textosproduzidos pelo senador Tomaz Pompeu,por Arrojado Lisboa, Rodolfo Teófilo,Tomaz Pompeu Sobrinho, Graci lianoRamos ou Rachel de Queiroz, entrecentenas de cronistas.

A existência do DepartamentoNacional de Obras Contra as Secas(Dnocs) se confunde com mais de umséculo de atuação voltada para diagnosticar, indicarsoluções técnicas e preconizar saídas racionais paraas secas, como a açudagem, os perímetros irrigados,a produção de pescado, as lavouras xerófilas e oreflorestamento do Nordeste, amparados numainfraestrutura dotada de rodovias, aeroportos,energia elétrica, agroindústr ias e centros detecnologia das secas.

O Dnocs, colocado em compasso de espera,conseguiu tudo isso, e mais: o desenvolvimento de

uma ciência gerada a partir das peculiaridadesregionais, especialmente o bioma caatinga, único nomundo. O chamado Polígono das Secas continua comoantes. A única mudança foi o seu crescimento paraincluir o norte de Minas e o nordeste capixaba.

A imprevidência nas ações governamentais emrelação às secas tem sido o traçocomum, ontem como hoje. Asconseqüências da seca em curso,considerada como a pior dos últimos 40anos, foram previstas no relatório doPainel Intergovernamental de MudançasClimáticas da ONU (IPCC). No fim demarço, o relatório confirmava a tendênciade aumento das temperaturas desde1950, as variações climáticas nãonaturais e a sua provável causa: ainterferência do homem. O documento,elaborado pelos maiores especialistasdo mundo em ciência do clima, mostraclaramente que as secas vão se tornarmais freqüentes. O Nordeste brasileiroserá uma das regiões mais atingidas, aolado da América Central, México, EuropaMediterrânea, norte da África, África doSul e Austrália. No semiárido nordestino,tende a aumentar o r isco de

desertificação.O Ceará, nas últimas décadas, conseguiu reduzir

a produção rural a apenas 8% do PIB agropecuário.Mesmo assim, em circunstâncias como esta, há asobrevivência das populações rurais, dos animais edo meio ambiente. Um efeito imediato se opera nospreços dos produtos agrícolas, estando cotado o quilodo feijão em mais de R$ 6,00.

O governo do Estado está anunciando oorçamento de R$ 426,5 milhões para o custeio das

Os longos anos desofrimento da

população rural,decorrentes da má

distribuição daschuvas no tempo e noespaço, continuam serepetindo como se o

progresso não tivesseproporcionado aos

governantesmecanismos para

minimizar osproblemas.

Page 2: Jornal Agropacto 668

CONSULTAPara maiores esclarecimentos sobre as infor-mações aqui divulgadas, favor comunicar-secom a SECRETARIA EXECUTIVA DO PAC-TO DE COOPERAÇÃO DA AGROPECUÁRIACEARENSE.Endereço: Rua Edite Braga, 50 -Jardim América - 60.410-436 Fortaleza - CETelefones: (0xx85) 3535-8006 Fax: (0xx85) 3535-8001E-mail: [email protected]: www.agropacto-ce.org.br

Órgão de divulgação de assuntos deinteresse do Setor Agropecuário e do Pactode Cooperação da Agropecuária Cearense.

Coordenação e Elaboração: GerardoAngelim de Abuquerque - Chefe de Gabineteda FAECCoordenador Geral do Agropacto:FLÁVIO VIRIATO DE SABOYA NETO(Presidente da FAEC) Membros do Comitê Consultivo: Setor PúblicoEvandro Vasconcelos Holanda Júnior - EmbrapaCaprinos e OvinosJoão Hélio Torres D'Ávila - UFCJosé Alves Teixeira - BNBLucas Antonio de Sousa Leite - EmbrapaAgroindustria TropicalPaulo Almicar Proença Sucupira - BBRaimundo Reginaldo Braga Lobo - ADECE

Setor PrivadoAlderito Raimundo de Oliveira - CS da CajuculturaÁlvaro Carneiro Júnior - CS de LeiteCristiano Peixoto Maia - CS do CamarãoEdgar Gadelha Pereira Filho - CS da CarnaúbaJoão Teixeira Júnior - CS da Fruticultura e UNIVALEPaulo Roque Selbach - CS. FloresVinícius Araújo de Carvalho - CS do MelCarlos Prado - Itaueira AgropecuáriaFrancisco Férrer Bezerra - FIECJoão Nicédio Alves Nogueira - OCB/CELuiz Prata Girão - BETÂNIAPaulo Jorge Mendes Leitão - SEBRAE-CE

Secretária:Teresa Lenice Nogueira da Gama MotaKamylla Costa De Andrade Editoração Digital:Brunno CarvalhoHelena Monte LimaTaquigrafia:Irlana GurgelPatrocínio:BANCO DO BRASIL S/ABANCO DO NORDESTE DO BRASIL S/ASEBRAE/CE

Nº 668

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PRODUTOR RURAL: Pague a Contribuição Sindical em benefício da

manutenção do Sistema Sindical Rural

16 anos

Eventos

ações contra a seca. Pela primeiravez, de forma ordenada, a força-tarefa encarregada de atuar juntoaos três níveis de gestão públicasabe onde aplicar os recursos: emsistemas de produçãoagroecológica integrada esustentável, projetos daagricultura familiar, irrigação dequintais produtivos, cisternas e

sistemas de abastecimentod´água.

A transparência será a tônicano emprego dessa massaexpressiva de recursos da Uniãoe do Estado, para apagar a tristememória da indústria das secas.

Fonte: Jornal Diário doNordeste, edição de 08.05.2012

Exposição: A Cooperativa Castrolanda, disposta amanter a tradição realiza este ano, no período de07 a 11.08.12, na cidade de Castro-Paraná, oAgroleite 2012, evento que reúne num só local todaa cadeia produtiva do leite com mote “a cadeia doleite...na terra do leite”. O evento tornou-se

referência ao concentrar as últimas aplicações práticas da tecnologiapara o segmento e ao mesmo tempo, aponta tendências. Durante 5dias, no Parque de Exposições Dario Macedo reúnem-se os principaiscriadores das raças holandesa, jersey, simental e pardo-suíça, órgãosgovernamentais e institutos de pesquisa e extensão rural, além derepresentantes da indústria de laticínios, insumos e equipamentos.Paralelamente à Agroleite são realizados diversos eventos: SeminárioInternacional, Simpósios, Dias de Campo, Leilões, Torneio Leiteiro,Troféu Agroleite, Clube de Bezerras, Trekker Trek e julgamentos.Informações pelo telefone: (42) 3234-8084, site:www.agroleitecastrolanda.com.br e e-mail: [email protected]

Curso: O Curso de Gestão eFiscalização dos ContratosAdministrativos das Entidades doSistema “S” acontecerá nos dias 15,

16 e 17 de agosto de 2012, no Victoria Villa Hotel, em Curitiba-PR. Ocurso tem como objetivo a capacitação plena dos profissionais no quetange à execução dos contratos administrativos, abordando questõespolêmicas derivadas da aplicação das normas que os regem, com análiseespecíficas sobre os principais aspectos relacionados à fiscalização desua execução à luz do entendimento atual do Tribunal de Contas daUnião, constituindo o seu público alvo os integrantes de comissões delicitação, advogados, assessores jurídicos, procuradores, especialmenteprofissionais que atuam nos departamentos de controle interno e externo,na fiscalização e gestão de contratos e os profissionais envolvidos diretaou indiretamente com os contratos administrativos. Todas as informaçõessobre o evento, como inscrições, pagamentos e outras poderão serobtidas através do site www.jmleventos.com.br ou pelo telefone (41)3595-9999.

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Fique SabendoCNA leva propostas ao MAPA para amenizar grave crise dos

suinocultores

Frango: queda de preço no país

A Comissão Nacional de Avese Suínos da Confederação daAgricultura e Pecuária do Brasil(CNA) apresentou ao Secretáriode Política Agrícola do Ministérioda Agricultura, Pecuária eAbastecimento (MAPA), CaioTibério Dornelles da Rocha,

propostas que visam amenizar osprejuízos que os produtores desuínos de todo o País estãoenfrentando, por causa do aumentodos custos de produção.

Segundo a superintendentetécnica da CNA, Rosemeire Cristinados Santos, “a situação é grave eexige medidas emergenciais porparte do Governo”. Entre aspropostas apresentadas pela CNA epela Associação Brasi leira dosCriadores de Suínos (ABCS), está aprorrogação automática dosempréstimos bancários com parcelasvencidas em 2012, para janeiro de2013; a inclusão da carne suína naPolít ica de Garant ia de Preços

Mínimos (PGPM) do GovernoFederal; a criação de uma linhaespecial de crédito (LEC) para asagroindústr ias estocarem oproduto; a implantação do PrêmioEqualizador Pago ao Produtor(PEPRO) para a carne suína e acriação de uma linha de créditoextra-l imite por produtor. Aspropostas serão discutidas emaudiência pública, que serárealizada na Comissão deAgricultura e Reforma Agrária doSenado, com a presença doministro da Agricultura, MendesRibeiro Filho e das associaçõesdos criadores de suínos de todoo Brasil.

Rentabilidade do setor avícola foi impactada no primeiro semestre por estoques elevados e recuo deconsumo no exterior

De janeiro a junho, o frangointeiro congelado acumulou, nomercado doméstico, queda nopreço de 15%, passando de R$3,19 para R$ 2,72 por quilo,enquanto o inteiro resfriado teverecuo de 10%, com cotação de R$3,02 para R$ 2,72/Kg, de acordocom o Cepea-USP. Não bastasseisso, no mesmo período, o preçoem dólar do frango inteiroexportado caiu, em média, 15%.Com os mercados em baixa, opresidente da Ubabef, FranciscoTurra, aponta que a rentabilidadedo setor foi impactada,diferentemente do ano passado,quando os problemas paraexportar foram amenizados pelademanda aquecida no País.“Estoques elevados e a estiagemimpactaram no preço doméstico,que se manteve baixo todo osemestre. Isso inviabiliza asempresas”, pondera o dirigente.

No acumulado do ano, o preçodo quilo do frango vivo teve quedade 4%, passando de R$ 1,93 para R$1,86, mas incremento, em junho, de12%. Segundo a pesquisadora deAves e Suínos do Cepea-USP CamilaOrtelan, a alta de junho deve-se aum ajuste que começou em abril, comredução dos alojamentos, graças àgrande oferta no mercado. Para Turra,no segundo semestre os preçosinternos devem reagir porque asituação nos primeiros seis meses doano forçou a redução da produção edos estoques.

No mercado externo será maiscomplicado. Turra acredita que oBrasil precisa tomar fôlego para imporpreço. Para ele, a meta modesta de2% de crescimento em faturamentodas exportações deve ser alcançada.Mas acredita que o volumeembarcado vai superar asexpectativas, que também eramentre 2% e 3% de alta. No acumuladodo ano, até junho, o crescimento foide 3,07%. Mesmo assim, o resultadogerou receita de 3,8 bi lhões dedólares, 4,51% inferior ao mesmoperíodo de 2011.

Segundo Turra, a situação ficaainda mais complicada para o setorporque também no mercado externoo preço está baixo e, assim, não hácomo obter equilíbrio nas receitas.Neste ano, as exportações têm sido

prejudicadas porque, apesar dodólar valorizado em relação aoreal, a crise na União Europeiacausou pressão pela redução depreços. Segundo Camila, a médiade preço de exportação do frangoin natura em dólar teve novorecuo, chegando a 1,77, frente a1,84 dólar por quilo registrado emmaio. Respectivamente, seriam R$3,64 e R$ 3,65.

Para ela, são ótimos preçosque estimulam a exportação,porque, em junho de 2011, o valordo frango in natura era de 2,05dólares, ou R$ 3,25. Em junho,graças à taxa cambial, houvecrescimento de 1,6% na receitadas exportações em reais, masTurra destaca que este é umganho aparente, neutralizado pelocusto. O presidente da Asgav,Nestor Freiberger, lembra que sojae milho com preços em altarepresentam metade do custoprodutivo por quilo de frango, queneste mês chegou a R$ 1,95,contra R$ 1,78 de maio. “Ascommodities e os insumos subiramdevido à alta do dólar, mas oconsumo no mundo, devido àcrise, freou.” Segundo Freiberger,para trabalhar com uma mínimamargem de lucro seria necessáriorepassar 15% e, para zerar, 13%,mas isso não é possível.

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Código Florestal: no olho de brasileiro mata ciliar é colírio, node europeu é pimenta

Notícia CNA

O senador Luiz Henrique(PMDB-SC) deve apresentar orelatório do Código Florestal,depois dos vetos de Dilma, paranova apreciação pelo Congresso.Haverá uma flexibilização daexigência de metragem para matasciliares, para os médios produtores.Segundo consenso, a recuperaçãodesta vegetação à beira dos riosnão poderá exceder 25% dotamanho da propriedade. Amudança está sendo feita porque,do jeito que veio da Dilma, umagricultor com cinco módulos e comum rio na sua propriedade, teriaque abrir mão de 60% da sua terra.

Agora leiam, abaixo, matériapublicada no Valor Econômico:

“Os ambientalistas europeus,que mais nos cobram, viram ascostas para seus própriosproblemas”, diz Kátia Abreu.Passado o debate acalorado sobrea revisão do Código Florestal, aprincipal entidade ruralista brasileiraprepara-se para lançar umdocumento mostrando o tamanhodo impacto à produção agrícolaeuropeia caso regras ambientaisvigentes no Brasil fossem aplicadastambém àquele continente. O focoda ação da Confederação Nacionalda Agricultura e Pecuária do Brasil(CNA) está nas chamadas matasciliares, a cobertura vegetal quemargeia os cursos d”água. Nospróximos dois meses, técnicos daentidade mapearão, através deimagens de satélite, propriedadesque beiram cinco grandes rios daEuropa - Reno, Danúbio, Tâmisa,Sena e Douro - e simularão quantoos produtores rurais perderiam emvalor bruto de produção se tivessemde dispor de áreas semeadas pararecomposição florestal.

A conclusão desse relatórioserá a carta na manga da senadoraKátia Abreu (PSD-TO), presidenteda CNA e mentora da ideia, a serpuxada sempre que o momentopolítico exigir. Há anos, ela defendeque o Código Florestal, hojecumprido à risca por pouquíssimosprodutores, imporia uma perda decompetitividade do campo brasileiroem relação a seus concorrentes.Transpondo o cenário nacional aoutros países, a senadora ruralista

tenta agora dar números a isso. “Osambientalistas europeus, que são osque mais nos cobram, viram as costaspara os seus próprios problemas”, dizKátia Abreu, referindo-se ao fato deque parte significativa das florestasnativas da Europa já terem sidoderrubadas. “Nesse estudo, nãoestamos levando em conta nem asReservas Legais [florestas que devemser mantidas intactas dentro daspropriedades privadas], porque nósnão concordamos com elas. Estamosolhando apenas para as matasciliares, porque todo agricultor sabeda importância que elas têm”.

Com esse argumento, a CNAlançou no início deste ano, no FórumMundial da Água, em Marselha(França), uma campanha em defesada recomposição global de matasciliares. Na Conferência das NaçõesUnidas sobre DesenvolvimentoSustentável, a Rio+20, a entidadevoltou a jogar a proposta. O discursooficial, nas duas ocasiões, foi o depreocupação com o ambienteassociado à necessidade desse bemprecioso às lavouras e, portanto, àsegurança alimentar. A campanha foiamarrada com outras duas entidadesbrasileiras de peso, na tentativa dedar um caráter menos político e maistécnico à discussão - Embrapa eAgência Nacional de Águas (ANA). Maso pano de fundo está lá: “Por que sónós vamos cumprir regras? Queremossimetria entre os países. Afinal, é umobjetivo justo. Água não é bom parao planeta?”, diz Kátia Abreu, com umriso contido de quem aproveita a deixapara cutucar críticos antigos. NaRio+20 ou fora dela, dificilmentealguém iria contra a uma causa tãonobre como salvar matas e água nomundo.

“Nem o ruralista mais radicaldiscute a necessidade de mata ciliar.O que se debatia no Brasil era alargura dessas matas”, afirma. Onovo Código Florestal, aprovado esteano, mexeu nesses tamanhos ediminuiu a espessura da vegetaçãonecessária dependendo do tamanhodo rio e da propriedade rural -desagradando ambientalistas eruralistas mais sedentos por terra. Orelatório da CNA sobre o impacto aosbolsos europeus se fossem sujeitosàs mesmas exigências de matas

ciliares que os brasileiros (quechegam a 100 metros para cadamargem do rio) vem no momentoem que a Comissão Europeiarediscute as bases de sua PolíticaAgrícola Comum (PAC).Reformulada a cada sete anos, acartilha de regras para concessãode US$ 75 bilhões ao ano emsubsídios rurais propõe atrelar até30% dos aportes a contrapartidasambientais.

Uma das ideias cogitadas édevolver terras hoje agricultáveispara fins ecológicos. A proposta temarrancado críticas de associaçõesruralistas. Segundo o Comitê doReino Unido para Ambiente,Alimentos e Assuntos Rurais, um dosmais críticos à medida, “esverdear oPAC feriria os produtores, osconsumidores europeus e tambémreduziria a segurança alimentar”. Apresidente da CNA agora riabertamente. “Viu só como é?”.

A ofensiva pelas matas ciliaresglobais será trabalhada por equipesde comunicação contratadas nosEstados Unidos e em Londres, comoparte da estratégica de ampliaçãodo lobby agrícola brasileiro noexterior. Além disso, a entidadedeverá inaugurar no segundosemestre, escritórios em Bruxelas ePequim, “porque é lá que está omercado e o dinheiro do mundo”.Kátia Abreu explica ser prioritárioabrir novos mercados, mas tambémmudar a imagem do agronegóciobrasileiro lá fora. “Precisamosmostrar a imagem verdadeira donosso setor”, diz. Segundo ela,paralelamente a essas ações para“encurralar” adversários, umacampanha de marketing de trêsanos terá início este ano parapromover carros-chefes da pautaagrícola brasileira, como o café, osuco de laranja e as carnes. Ogaroto-propaganda será Pelé.“Propus a Dilma [a presidente DilmaRousseff uma parceria parapromover nossos produtos. Etambém falei à Izabella [Teixeira,ministra do Meio Ambiente], naRio+20, sobre a ação global daságuas. Elas nos apoiam”. Asenadora parece estar só sorrisos.

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Espaço Agropacto

O Sr. Coordenador FlávioSaboya abriu a reunião,destacando a homenagem ao Sr.Euvaldo Bringel, que foi agraciadocom o Troféu Sereia de Ouro.Passou apalavra ao palestrante,Coronel José Helcio Costalima deQueiroz, que iniciou agradecendoo convite, no momento de tensãoem que vive o Estado atualmente.Informou que foi criado o ComitêIntegrado de Combate à Estiagemou de Convivência com a Seca, quecaminha para se tornar

permanente e uma dasdescobertas fundamentais foi afalta de interação entre as açõesdos diversos órgãos. Fez a definiçãode alguns termos ligados à defesaCivil: Desastres naturais: tem comoforça desencadeadora fenômenosou desequilíbr ios da natureza;Alguns autores desconsideram aclassificação e ponderam que tododesastre tem sempre naturezaantrópica. Ülrich Beck: “Sociedadede riscos”. Desastre: Etimologia:dias + astro = “divisão de astro” –sinal de algo ruim que acontece,Não é mera adversidade, Relaciona-se à intensidade da “adversidade”,à capacidade de resposta do entepúblico e à) vulnerabilidade dacomunidade alvo. Desastresrelacionados com a intensa reduçãodas precipitações hídr icas:estiagem, seca, queda intensa daumidade relativa do ar, incêndios

florestais. Estiagem, enquantodesastre: queda intensificada dasreservas hídricas de superfície, desubsuperfície, fluxo dos rios eprodutividade agropecuária,médias de precipitaçãopluviométricas mensais comlimites inferiores a 60% da médiasmensais históricas, relaciona-se àcapacidade de resposta. A perdade umidade do solo é superior àsua reposição, decorrente: doatraso dos períodos chuvosos,ausência de chuvas previstas paradeterminada temporada. Seca,enquanto desastre: de instalaçãolenta: efeitos se agravam com otempo e a área que afeta,persistência anômala de temposeco. É também fenômeno social:estagnação econômica. Estiagemprolongada: ruptura dometabolismo hidrológico (aumentaconsumo, reduz captação). Tipos:

Resumo da reunião de 17 de julho de 2012Tema: As ações desenvolvidas no Ceará pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil – CEDEC, face à

secaPalestrante: José Helcio Costalima de Queiroz, Cel COBM e Coordenador da CEDEC

Brasil com terras mais valorizadas: Com aceleração nos últimos 12 meses, os preços médios dasterras para o agronegócio no país subiram 50% em três anos. A tendência é que as cotações continuem

em níveis elevados. O aquecimento se deve à disparada das cotações de grãos, como a soja, e a queda nosjuros. Entre os meses de março de 2011 e abril deste ano, a valorização média da terra no Brasil foi de16,5%, segundo pesquisa da Economics FNP, consultoria especializada em agronegócio. A alta de preçosrepresenta mais que o triplo da inflação acumulada no mesmo período, de 5,1%, conforme o Índice dePreços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em abril deste ano, o preço médio de um hectare estava R$ 6,7 mil. Apesquisa mostra que a região mais valorizada foi a de terras para a soja, em Sinop, Mato Grosso, onde opreço subiu 73,3% até abril, de R$ 9 mil para R$ 15,6 mil o hectare. Já as terras mais valiosas do país estãoem Santa Catarina, na região de Itajaí, onde um hectare para a produção de uva sai por R$ 43 mil. Lá, avalorização em 12 meses até abril foi de apenas 2,5%.

Nestlé pesquisará alimentos: A Nestlé inaugurou um centro de desenvolvimento clínico de alimentosna cidade de Lausanne, na Suíça. O objetivo é criar produtos destinados a pessoas com problemas

de saúde, como diabetes e osteoporose, por exemplo. A nova unidade também desenvolverá pesquisaspara fins metabólicos em pessoas saudáveis, como atletas. De acordo com Thomas Beck, diretor do novo

centro, uma das diretrizes é diminuir os níveis de açúcar e sal em alguns alimentos.

Argentina investirá em lácteos funcionais: A Agência Nacional de Promoção Científica e Tecnológicada Argentina assinou um contrato de associação público-privada, pelo qual se destinarão US$ 4,5

milhões ao desenvolvimento de produtos lácteos capazes de prevenir o surgimento de doenças crônicasnão transmissíveis. Durante o fechamento do contrato, a coordenadora do projeto, Isabel Mac Donalddestacou que “os alimentos funcionais são considerados estratégicos, já que somam valor agregado àprodução de matérias-primas”. Disse, ainda, que “o setor lácteo tem muito espaço para a incorporação deinovações em seus processos na Argetina”.

PEQUENAS NOTAS

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seca meteorológica (precipitaçãox evaporação), seca agrícola (águadisponível x necessidade dasculturas), seca hidrológica, (níveld’água reservatórios x depleçãono solo), seca socioeconômica(fornecimento x procura). amonitor ização é feita por:FUNCEME: dados meteorológicos,previsões e prognósticos; SRH /COGERH: monitoramentohidrológico de bacias; Secretariado Desenvolvimento Agrário (SDA)/ EMATERCE (Empresa deAssistência Técnica e ExtensãoRural do Ceará): agropecuária eprogramas específicos para estasetorial; Companhias deAbastecimento: abastecimentod’água das sedes municipais.Planos de trabalho: operações desocorro: R$ 10 milhões;abastecimento carros-pipa: R$8.307.802,00; recuperação depoços: R$ 1.692.198,00.Operações de reconstrução:instalação e compra deequipamentos para poços jáperfurados: R$ 13.420.965,76;além de outros planos de trabalhoem andamento. Mostrou no mapaas oito macrorregiões e os valoresde distribuição da operação carropipa, do equipamento erecuperação de poços,destacando que eram 21municípios prioritários, alcançandoos 74 até o final de setembro.Como conclusão, frisou que asações estavam em início; que aprioridade era para operação carropipa; que a recuperação eequipamento poços seriarealizada pela SOHIDRA; que asações emergenciais estavam comatraso no cronograma, por contada burocracia. Finalizoucolocando-se à disposição paraquaisquer esclarecimentos.

DebatesO Sr. Coordenador Flávio

Saboya abriu os debates fazendoalgumas considerações, entreelas, que havia a preocupação deque as at ividades econômicastambém deveriam ser analisadasem termos de ações emergenciais.O Sr. Roberto Aguilar, Secretário deUruburetama falou da sua vivêncianaquele Município em relação àseca, que antigamente não haviaa preocupação com oabastecimento de água animal, edos problemas burocráticos queentravam todos os processos. OSr. José Sobrinho fez algumasobservações, entre as quais,sobre o problema do milho e o

esforço de solução por parte daCONAB. O Sr. Edilson Castro(Instituto Agropolos) perguntouquais os critérios de participação eseleção das cidades para serembeneficiadas pela operação carropipa. O Sr. palestrante respondeuque as ações eram concretas e ostécnicos já estavam em viagem parao imediato andamento da operaçãocarro pipa, mas que não tinhanenhum projeto da Defesa Civilpara ações emergenciais em relaçãoao milho, relatando quanto, onde,como e quem iria se beneficiar; queexist ia a determinação doGovernador que os critérios seriambem objetivos, sendo um deles aperda de safra e que o processo deUruburetama estava sendoacompanhado; que existia umagrande preocupação em relação aoano 2012 ser um ano político; quenão exist ia no momentodirecionamento de verbas paracestas básicas; que havia muitosentraves por conta da lei daslicitações, nº 8.666. No segundobloco de perguntas, o Sr. EuvaldoBringel agradeceu o destaque feitopelo recebimento do troféu Sereiade Ouro. Citou a frase docomunicado: que a seca era umfenômeno do semiárido, mas a fomeera falta de educação; que estavafel iz com a capacidade deart iculação apresentada pelaDefesa Civil; que passada a seca,era necessário atacar asvulnerabilidades visando próximosproblemas semelhantes em anosvindouros. O Sr. João Bastos Bitu(São Benedito) teceu diversasconsiderações, tais como a respeitoda pequena agricultura no contextoda economia do Estado do Ceará e

solicitou que o Banco do Brasiltivesse ações voltadas para apequena agricultura. O Sr. SabinoMagalhães perguntou como amigração geográfica e profissionalvinha se comportandoatualmente. O Sr. Eduardo Aragãoparabenizou o palestrante pelotrabalho que vem realizando edisse que o Brasil precisava depessoas de sua estirpe. O Sr.palestrante agradeceu o elogio,apesar de reconhecer queexistiam as limitações. Forneceuainda alguns esclarecimentos,entre eles: que realmente osproblemas da seca não são maisos de 40 anos atrás, que ninguémmais morria de fome por conta doproblema, pela rapidez deinformação, pelos programasexistentes, etc.; que a respostado município aos programas eraimportante e envolvia umaquestão cultural da população;que não tinha dados acerca damigração geográfica eprofissional. O Sr. Paulo Sucupiracolocou o Banco do Brasi l ádisposição para apoiar a DefesaCivil no que fosse necessário;colocou o seu gerente àdisposição para part icipar noplanejamento agropecuário detodas as Secretarias Municipais deAgricultura. O Sr. Coordenadorexplicou ao palestrante que oAgropacto era um espaço dedebates e ideias. Que seriainteressante reunião da DefesaCivil com os Secretários Municipaisde Agricultura para definição deestratégias. Fez mais algumasobservações e em seguidaagradeceu ao palestrante, aospresentes e encerrou a reunião.