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ESTE JORNAL FAZ PARTE DA EDIÇÃO 1.068 DE 6 DE FEVEREIRO DE 2014 DO SEMANÁRIO REGIÃO DE CISTER, NÃO PODENDO SER VENDIDO SEPARADAMENTE EPADRC comemora 25 anos de experiência e inovação Novos projetos Casos de sucesso Ao comemorar os seus 25 anos de experiência e ino- vação, a EPADRC apresenta em detalhe os novos projetos. Expansão da vinha, Loja EPADRC com venda direta de produtos da terra e iguarias gour- met são alguns dos projetos que ficará a conhecer nesta edição São muitos os antigos alunos da EPADRC que se torna- ram verdadeiros casos de sucesso nas mais diversas áre- as. Relembramos quatro casos de sucesso, certos de que os testemunhos aqui descritos são o reflexo de muitos ou- tros e que no fundo em todos existe uma identidade única: a Identidade EPADRC 3 7 download

Jornal da EPADRC

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Suplemento do Jornal Região de Cister - Ed. 1068 - 06 fev

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EPADRC comemora 25 anos de experiência e inovação

Novos projetos Casos de sucesso ao comemorar os seus 25 anos de experiência e ino-vação, a Epadrc apresenta em detalhe os novos projetos. Expansão da vinha, loja Epadrc com venda direta de produtos da terra e iguarias gour-met são alguns dos projetos que ficará a conhecer nesta edição

são muitos os antigos alunos da Epadrc que se torna-ram verdadeiros casos de sucesso nas mais diversas áre-as. relembramos quatro casos de sucesso, certos de que os testemunhos aqui descritos são o reflexo de muitos ou-tros e que no fundo em todos existe uma identidade única: a identidade Epadrc3 7

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Page 2: Jornal da EPADRC

Fazer parte da família EPA-DRC é, para mim, motivo de sa-tisfação. Ser da EPADRC é per-tencer a uma família de pessoas admiráveis - alunos, professo-res, funcionários - que deixam lembranças e memórias únicas; uma família onde o humano é fundamental; uma família que aceita as diferenças e as par-

ticularidades de cada um dos seus membros, que luta pelo de-senvolvimento integral dos seus jovens e acredita no seu futuro; uma família que enfrenta diaria-mente todo o tipo de problemas, alicerçada na solidariedade, na entreajuda e na amizade.

Jacqueline Sousa, Adjunta do Diretor da EPADRC

Passados quase 20 anos desde que abracei este projeto, sinto e acredi-to que a EPADRC será sempre uma Escola de todos e para todos. É com orgulho que vi este projeto crescer, e vejo com alegria muitos antigos alunos que hoje são verdadeiros ca-sos de sucesso. A EPADRC aposta no saber-fazer, nunca esquecendo o saber-ser, formando os profissionais

que serão a força motora da econo-mia da nossa região.

Diariamente aliamos o conheci-mento prático à dedicação e empre-nho de uma equipa de profissionais, que juntos fazem a diferença na for-mação dos nossos alunos.

Ontem, hoje e sempre sou EPADRC!Patrícia Monteiro,

Subdiretora da EPADRC

EPADRC - 25 anos de Experiência e Inovação – As conquistas do Passado e os desafios do Futuro

A Escola Profissional de Agricultu-ra e Desenvolvimento Rural de Cis-ter/Alcobaça, mais conhecida ape-nas por EPADRC, em colaboração com um grupo restrito de escolas e o extinto GETAP aventurou-se, a partir de 1989, na implementação de um subsistema de educação que se pretendia inovador, com forte com-ponente prática e estreita ligação com as empresas, criando assim o ensino profissional. Ao celebrar este ano o 25º aniversário da criação da EPADRC e do ensino profissional, considero que neste processo evo-lutivo já foram ultrapassados mui-tos constrangimentos, superados muitos momentos críticos e conse-guidos muitos objetivos, mas do

“sonho” inicial ainda há muita coisa por realizar.

A EPADRC integra atualmente uma rede de 14 escolas profissionais agrícolas públicas num universo de centenas de escolas profissionais privadas e dispõe de infraestrutu-ras que lhe permitem diversificar a oferta formativa de acordo com as necessidades das empresas da região. Nos primeiros anos o desta-que foi para a formação nos cursos da área de Ciências Agrárias, vis-to que dispõe de uma exploração agrícola com cerca de 36 hectares e edifícios antigos (entretanto recu-perados) onde no passado já foram lecionados Cursos de Fruticultura, que ainda hoje são lembrados pela sua qualidade, com destaque para a primeira Escola Agrícola Feminina (1918), Escola Agrícola Vieira Nati-vidade (anos 50), Escola de Pomicul-tura, etc.

Durante os primeiros tempos, na então EPACIS (primeira sigla da escola), com exceções pontuais em que foram oferecidos alguns cursos promovidos por outros Ministérios,

a EPADRC apenas ministrou forma-ção no Curso Profissional de Técni-co de Gestão Agrícola. Na última década a EPADRC alargou a oferta formativa a cursos profissionais e de Educação e Formação (CEF) nas áreas do Turismo, Restauração (nas variantes de cozinha/pastelaria e restaurante/bar), Apoio à Infância e, na agricultura, para além do curso profissional de Técnico de Produção Agrária, passou a oferecer os CEF de Operador de Máquinas Agríco-las e Tratador e Desbastador de Ca-valos.

Atualmente, a escola conta com cerca de 330 alunos distribuídos por 20 Turmas, sendo 13 Turmas do en-sino profissional e 7 de Cursos CEF, bem como um corpo docente cons-tituído por cerca de 48 professores, na maioria profissionalizados, e cer-ca de 10 funcionários.

O empenho da comunidade educa-tiva e da equipa diretiva tem permiti-do consolidar um projeto ambicioso de credibilização do ensino profis-sional na região e o reconhecimento

das aprendizagens pelas empresas como é demonstrado pelos elevados índices de empregabilidade dos alu-nos formados por esta escola.

O bom nome que a escola granjeou e a localização privilegiada (numa das mais importantes regiões Frutí-colas, Hortícolas e de Suinicultura do país) faz com que os alunos fina-listas dos cursos de agricultura não sejam suficientes para responder às necessidades das empresas agrí-colas da região. Nos cursos mais recentes da área de restauração e apoio à infância a evolução tem sido igualmente positiva e os espaços de aprendizagem foram apetrechados com as infraestruturas necessá-rias. No sentido de garantir melhor qualidade das aprendizagens e a continuidade dos alunos do ensino básico na escola até à conclusão do secundário, privilegiou-se a escolha dos cursos CEF das mesmas áreas de formação que os cursos profissio-nais.

Fazendo o “balanço” destes 25 anos do ensino profissional podemos

concluir que, embora cada escola te-nha a sua história e apesar de todas as dificuldades por que passamos, o seu sucesso é assinalável.O ensino profissional conquistou credibilida-de e isso deve-se também ao facto das escolas terem conseguido esta-belecer estratégias inovadoras de superação de dificuldades, transpor

“o muro da escola” e manter uma re-lação próxima com as empresas na definição de objetivos de formação e escolha de cursos.

Entendo que, chegados a este “pa-tamar” os alunos, num mercado de trabalho tão competitivo, deverão, para além de desenvolver compe-tências básicas e técnicas, investir mais na sua autoformação e nas no-vas tecnologias. Dada a abertura do espaço europeu, os alunos poderão aproveitar assim a facilidade de via-jar e enriquecer conhecimentos, ter novas ideias que depois de trabalha-das poderão ser uma mais valia.

João Raposeira, Diretor da EPADRC

Editorial

Page 3: Jornal da EPADRC

Novos projetos EPADRCVinte e cinco anos vividos entre

desafios e conquistas... Assim senti-mos a EPADRC: uma escola de ex-periência e inovação. Acreditamos nos nossos projetos, pois é com eles que construímos o futuro dos nos-sos alunos.

Orientados para o futuro, abraça-mos o presente com novos projetos sustentados na experiência do pas-sado. Desse passado com grande tradição agrícola, salientamos pro-jetos como a vinha, toda a produção animal e os pomares.

A nossa vinha, que produz o Vinho Tinto EPADRC amplamente reco-nhecido na nossa região, remonta ao ano 2000, fruto de uma extraordi-nária dedicação de alunos, docentes e funcionários. Nesse início de sécu-lo, foram escolhidas as castas de Pe-riquita/Castelão, Tinta Roriz e Tinta Miúda para cultivo nos dois primei-ros hectares de vinha da EPADRC. A história da nossa vinha faz-se de sete em sete anos, e, como tal, que-remos celebrar os nossos 25 anos com a sua expansão, sempre com a forte contribuição dos alunos.

Sete anos depois, outros desafios são lançados: aumentar a produção e redefinir a qualidade nosso vinho. Mais um hectare foi implementado com castas de Syrah, Cabernet Sau-vignon e Alicante Bouschet.

Ao longo dos tempos a produção animal tem igualmente integrado a formação dos nossos alunos. Des-tacamos a suinicultura, pela sua recente requalificação, que veio melhorar as instalações e, principal-mente, a saúde e o bem-estar animal. Pretendemos, igualmente, apostar na criação de raças autóctones,

principalmente na raça Malhado de Alcobaça, contribuindo para a sua preservação genética e divulgação.

Para reforçar esta variante da qual também fazem parte ovinos, caprinos, aves, coelhos e equinos, a EPADRC pretende criar brevemente um núcleo de bovinos.

Novos projetos nascem do sucesso de outros não tão recentes, como é o caso do projeto EPADRC Gourmet, que surge da conjugação da sólida experiência de produção de fruti-cultura e horticultura com a criati-vidade dos alunos de cozinha. Na

EPADRC, e ao longo de 5 hectares, encontramos pera Rocha e maçãs nas variedades Golden, Starking, Jo-nagold Red, Royal Gala e a saborosa Casanova de Alcobaça. São estas as frutas que tornam os nossos doces, geleias, bolos secos e licores verda-deiramente deliciosos em autênticas iguarias tão representativas da nos-sa região.

A apresentação deste projeto re-alizou-se na XV Mostra Internacio-nal de Doces e Licores Conventuais, no passado mês de novembro, com uma degustação dos produtos EPA-

DRC Gourmet. A resposta a esta ini-ciativa foi bastante positiva, dado a adesão e interesse dos visitantes em adquirir estes produtos.

Aceitando mais um desafio para os 25 anos da nossa escola, e indo ao encontro da tão expressiva pro-cura do que do melhor se faz na EPADRC, eis que surge o ambicioso projeto da Loja EPADRC.

São estes os novos projetos desta Escola com 25 anos de Experiência e Inovação. Apoiamo-nos na força e dedicação de alunos, professores e funcionários para os concretizar.

EPADRC Gourmet na XV Mostra Internacional de Doces e Licores Conventuais

Em 2013, o vinho tinto EPADRC esgotou em pouco mais de 3 meses. Este vinho, igual na sua génese a tantos outros, difere de muitos pelo seu caráter único, não fosse este mais um produto de excelência que resulta de muito em-penho dos alunos desta Escola.

Como já foi referido, sete anos passaram des-de a segunda expansão na Vinha da EPADRC. Agora, diante do mesmo desafio de aumentar a produção e sempre com o objetivo de redefinir

cada vez mais a qualidade do nosso vinho, a Escola prepara todo um projeto de uma nova expansão da sua vinha.

Num terreno atualmente em pousio, com uma dimensão de 1 hectare, será instalada a mais recente extensão da nossa vinha. As castas a adotar ainda estão em estudo, mas será sempre uma combinação entre quantidade e qualidade de modo a preservar e melhorar, as caracterís-ticas do vinho tinto que aqui é produzido.

Loja EPADRCQuando produzimos com gosto e dedicação

produtos de qualidade, acreditamos que deve-mos partilhá-los e possibilitar a sua aquisição por parte de toda a população. Assente neste pensamento está em desenvolvimento o proje-to Loja EPADRC.

Numa Escola que junta o melhor da terra com o melhor dos saberes, resulta o melhor dos sabores. Legumes frescos vindos direta-mente da terra, vinho tinto, doces, bolos secos, licores e um sem número de outras possíveis iguarias são o resultado da imaginação e co-nhecimento dos alunos e professores dos cur-sos agrícolas e de restauração.

A Loja EPADRC, espaço pitoresco e apelativo, terá exposto e colocará à disposição de todos os interessados produtos de elevada singulari-dade e qualidade. Uma vez aberta ao público, poderá contar com produtos ao longo de todo o ano, mas atenção… Apenas encontrará os ver-dadeiros produtos de cada época, cultivados sempre sobre o olhar atento dos nossos alunos.

Este espaço decorado com equipamentos antigos mas numa disposição moderna e ape-lativa, pretende ser um polo de identificação e identidade onde toda a população de Alcobaça se reveja e encontre os sabores de antigamente com a qualidade de hoje.

Expansão da Vinha da EPADRC

Page 4: Jornal da EPADRC

Estou na EPADRC! de Telma Lourenço (30 anos de serviço e 57 anos)

Fui recebida de uma forma muito especial na EPADRC. Digo especial, pela forma carinhosa, simpática e de imediata integração na equipa que me leva ao sentimento de per-tença e de ótima relação que man-tenho com todos os elementos que constituem a EPADRC, sejam eles direção, colegas, técnicos, funcioná-rios e alunos. A sensação é a de que sempre pertenci a este lugar.

Penso, aliás, que porventura esta-riam à minha espera…

Para além de um grupo de profes-sores e funcionários que se entrea-judam e visam partilhar os mesmos objetivos, fiquei encantada com a originalidade do espaço onde está implantada a escola, numa quinta com cerca de 36 hectares que pro-

move o apego à terra e à natureza. Coisas simples da vida que estrutu-ram e engrandecem o ser humano…

Alicerçar um ensino onde os alu-nos adquiram competências profis-sionais e pessoais consiste, de for-ma visível, no principal objetivo da EPADRC, grupo de que faço parte integrante desde o início deste ano letivo e por quem visto a camisola.

Assegurar um futuro promissor aos nossos jovens, será sempre o resultado de um esforço conjunto de toda esta equipa em prol da ex-periência e inovação, do dinamismo e da criatividade. Um reflexo des-se dinamismo é a concretização de atividades que orgulham os profes-sores e estimulam a autoconfiança dos alunos. Ninguém fica parado perante tamanho desafio. Vive-se a escola no quotidiano em toda a sua plenitude.

Partilhamos as alegrias mas, tam-bém, enfrentamos os problemas

sempre em conjunto porque só em conjunto se podem vencer os obs-táculos. Não ignoramos ou camu-flamos, fazemos por lhe dar uma resposta na hora. Não se adiam os problemas, previnem-se situações.

Assumimos a responsabilidade dos feitos e dos nossos atos me-nos conseguidos, aprendemos com o presente, olhando o percurso já construído mas olhando sempre em frente.

A EPADRC não é nem melhor nem pior que as restantes escolas por onde passei. É simplesmente uma escola diferente! Diferente na sua génese, na sua filosofia de atuação e nos seus reais e verdadeiros propó-sitos. Um local onde cada um de nós em particular, e todos em especial, temos que nos empenhar “de alma e coração” para prestar um ensino de qualidade e que vá ao encontro da vocação de cada aluno.

Como veem não consigo escre-

ver na primeira pessoa do singular. Quando se vem para a Escola Pro-fissional de Agricultura e Desenvol-vimento Rural de Cister, o nosso dis-curso retórico passa todo ele para a primeira pessoa do plural.

Eu não vim somente para a EPA-DRC. Estou na EPADRC!!!!

O que dizem sobre a EPADRC...

Obrigado EPADRC! de Vítor Sousa (Curso Técnico de Restauração - Restaurante/Bar | 2009-2012)

Inicialmente, seria única e exclusivamente com a intenção de concluir o 12º ano de escolaridade, uma vez que seria um curso mais prático, e por si só, mais acessível que o ensino regular. Com o passar do tem-po e com a adaptação à nova escola e interação com novos colegas, fui aprendendo a gostar do curso mas também do que a escola tinha para oferecer.

A minha primeira experiência na área da hotelaria foi no segundo ano do curso, quando tive que fazer o meu primeiro estágio. Estagiei na Casinha Velha (um restaurante em Leiria). A adaptação não foi fácil. A minha orientadora de estágio do restaurante chegou mesmo a pergun-tar-me o que estava lá a fazer, pois não tinha apti-dão nenhuma para o ramo. Mesmo assim nunca desisti! Sempre me esforcei e fico feliz de, no fim do estágio, ela ter reconhecido que tinha melho-rado e evoluído, congratulando-me pelo meu tra-balho.

No meu terceiro ano tive a felicidade de ser aceite como estagiário no hotel Marriott na Praia d’El Rey Este foi um estágio magnífico, com ex-celentes profissionais! Aprendi mesmo muito! Atualmente trabalho na Praia d’El Rey, tudo gra-ças ao estágio do terceiro ano do meu curso de restauração, proporcionado pela EPADRC. Devo agradecer, principalmente, à escola mas também a todos os professores que me acompanharam ao longo do meu percurso académico e que me acon-selharam quanto às opções a tomar e caminhos a seguir. A todos o meu MUITO OBRIGADO!

EPADRC Somos todos nós!de Susana Raimundo (funcionária da EPADRC)

Chamo-me Susana Raimundo, tenho 51 anos e trabalho há 11 anos na EPADRC, na altura com o nome de EPACIS. Atual-mente, exerço funções de coordenação da equipa de limpezas e trabalho no bar.

Gosto muito de aqui trabalhar nesta es-cola onde tenho mantido um bom relacio-namento com os meus colegas de trabalho, com os alunos e com os professores em ge-ral. O que mais aprecio neste estabeleci-mento é a evolução que tem havido a vários níveis, nomeadamente nas instalações e na coordenação do trabalho. Ainda assim, precisamos de melhores infraestruturas, tal como maiores salas de aula e uma me-lhor sala de convívio para os alunos.

Trata-se de uma escola que tem vindo a

influenciar esta região sobretudo na área da agricultura (tomate, maçã, pera rocha), da restauração e da produção de vinho.

No que diz respeito aos alunos é fantás-tico ver os progressos que fazem ao longo do tempo em que estudam aqui. Noto gran-des diferenças na maioria deles e, quando terminam os cursos, muitos vêm cá visi-tar-nos confessando que sentem saudades deste lugar e deste tempo. Há muitos alu-nos que mais tarde voltam cá com irmãos, primos e outros familiares que entretanto também vêm frequentar a escola.

Conheço também vários casos de alunos que frequentaram esta escola e hoje se-guem caminhos de sucesso. Muitos deles prosseguem os estudos, vão para as univer-sidades e hoje são engenheiros, professores e empresários na sua área de formação. Termino com a frase que melhor define esta escola: EPADRC Somos todos nós!

A escolha certa!de Isabel Pinto(enc.de educação da Rita Pinto,3ºano Técnico Apoio à Infância)

Desde cedo que a Rita dizia “Mãe, quando for grande vou to-mar conta de crianças!” E assim foi, até chegar ao 9ºano, altura em que teve de tomar uma decisão: ensino regular ou profissional? Informei-me e descobri a EPA-DRC! Todos sabemos que hoje em dia nem sempre é fácil seguir

os estudos a nível superior. Por isso expliquei à Rita que esta era a sua oportunidade de começar a aprender a profissão com que sempre sonhou, e quando conclu-ísse o curso profissional, poderia sempre optar pela vida ativa ou pelo seguimento de estudos. No ano em que termina o curso, vejo que tomámos a decisão certa, pois vejo a minha filha mais ma-dura, mais responsável e estou certa que irá ultrapassar os seus desafios e tornar-se numa boa profissional!

Como antigo aluno da EPADRC/EPACIS, escola à qual devo parte da minha formação académica, re-cordo o empenho e a entrega de todos que naquela altura tudo faziam para que fossemos uma família.

Quando há cinco anos surgiu a oportunidade de ser professor na EPADRC, soube que chegara a al-tura de tentar fazer a diferença na vida daqueles alunos, como um dia alguns professores fizeram na minha.

Hoje, tento que os meus alunos tenham o amor pela terra e o gosto pela agricultura, que vivam a escola e entendam a diferença que esta pode fazer nas suas vidas.

Acredito hoje, tal como acreditei enquanto aluno, que a EPADRC é um projecto vencedor, renovado e que tem muito para dar.

Délio Rosa (professor e antigo aluno da EPADRC)

A EPACIS em 1995 era reconhecida como a “escola da agricultu-ra”, lecionando apenas formação profissional de técnicos de ges-tão agrícola, com aproximadamente 100 alunos, oriundos de toda a região centro do país. O espaço físico era semelhante à atuali-dade, prevalecendo um ambiente familiar entre todos aqueles que partilhavam este lugar de ensinamentos agrícolas.

A EPADRC em 2014 é uma escola mais transversal, ensinando diversas áreas de formação e a diferentes níveis de ensino. A co-munidade escolar cresceu bastante, tornando-se mais versátil na sua área de atuação, encarando o futuro como uma tarefa promis-sora em virtude das diversas opções escolhidas.

Hélio Rosa (professor e antigo aluno da EPADRC)

Page 5: Jornal da EPADRC

Ideias Equestres reforça atividades no mundo equestre A Ideias Equestres, Lda surgiu em

Novembro de 2008 a fim de agilizar a gestão do projeto do Polo Eques-tre-EPADRC, onde foi celebrado um protocolo de cooperação/exploração entre as duas entidades, dando con-tinuidade a este projeto e à sua ex-pansão.

Ao longo do tempo, as diversas atividades e serviços prestados têm vindo a sofrer algumas alterações re-ajustando-se consoante os objetivos e estratégias traçados pela empresa. Atualmente, as atividades e serviços desenvolvidos são a equitação com fins terapêuticos (hipoterapia, equi-tação terapêutica/adaptada), aulas de equitação geral, atividades com crianças (ATL´s, escolas do 1º Ciclo e Jardins de Infância), estágios de equitação, passeios equestres, ma-neio de equinos, desbaste/ensino de equinos e organização/ participação em eventos equestres regionais e nacionais, bem como a reprodução de equinos.

Este projeto (Polo Equestre-EPA-DRC) tem sido um forte impulsiona-dor da “equitação para todos” e tem contribuído para a promoção do des-

porto equestre na região. Para além da EPADRC o projeto conta com as parceiras do CEERIA, do Município de Alcobaça e da Associação Hípica de Alcobaça.

No decorrer dos anos as infraes-truturas/instalações afetas ao Polo Equestre-EPADRC têm vindo a so-frer algumas melhorias com vista ao bem estar de toda a comunidade que frequenta as instalações e otimiza-ção dos serviços prestados. Com es-tas melhorias a empresa conta com novos projetos e reforça as ativida-des existentes

O Polo Equestre-EPADRC é um projeto da direção da EPADRC com vista à criação de um setor de equi-nos para ser utilizado nas aulas práticas dos cursos existentes e pro-porcionar a prática de equitação aos alunos da escola. O projeto iniciou as suas atividades no ano letivo de 2006/07 e foi evoluindo, conseguin-do-se melhorar as instalações ao nível do picadeiro, boxes e aumento do efetivo de cavalos. Neste proces-so houve uma forte colaboração do Município de Alcobaça, alargando-se a atividade não só aos alunos da

escola mas também ao público em geral.

O protocolo entre a Ideias Eques-tras e a EPADRC consiste no maneio e manutenção do efetivo de equinos da escola, manutenção das instala-ções do Polo Equestre-EPADRC, co-operação em atividades hípicas e de divulgação da escola, cooperação nas aulas práticas em que sejam ne-cessárias quer as instalações quer os animais e nos projetos de escola.

A forte cooperação da direção da EPADRC é um dos elementos de sucesso deste projeto. O Projeto Polo Equestre-EPADRC é importan-te para a escola quer ao nível dos serviços/atividades prestados aos alunos da própria escola nas ativi-dades hípicas e nos benefícios que daí retiram, quer para a divulga-ção e promoção da escola inserida no tema do seu projeto educativo, proporcionando à comunidade a prática de atividades hípicas (equi-tação, hipoterapia, etc.) no espaço da escola. A participação da escola e da comunidade insere-se em três projetos específicos, a hipoterapia (com a participação de jovens por-

tadores de deficiência divididos em várias valências), aulas de equita-ção (público em geral) e projetos de escola(prática em contexto de traba-lho e outras atividades proporciona-das aos alunos dos diversos cursos).

A empresa Ideias Equestres coope-ra com o CEERIA em várias ativida-des (hipoterapia, eventos, integração de jovens portadores de deficiência na vida ativa, entre outras). No pro-tocolo existente com o CEERIA as atividades de cooperação centram-se na hipoterapia, equitação tera-pêutica e equitação adaptada, bem como, em projetos de inclusão na vida ativa de jovens portadores de deficiência. Um grupo significativo de jovens, semanalmente, executam atividades terapêuticas de equita-ção, acompanhados pela equipa téc-nica que lhes proporciona atividades físicas e de bem-estar.

Os alunos da EPADRC convivem diariamente com as atividades de hipoterapia, com especial incidên-cia no curso de educação e formação Tratador Desbastador de Cavalos, que participam e intervêm neste pro-cesso em contexto prático do curso.

A Hipoterapia é uma atividade com fins terapêuticos, que utiliza o cavalo como mediador da interven-ção.

Alguns dos benefícios gerais da Hipoterapia são a melhoria da mobi-lidade, a melhoria da postura, a me-lhoria do equilíbrio, a normalização do tónus e a facilitação da interação na relação com os outros.

De um modo mais específico e no plano motor, a Hipoterapia ajuda ao fortalecimento muscular, à manu-tenção ou aumento das amplitudes articulares, ao aparecimento ou ma-nutenção das reações de equilíbrio, à melhoria da coordenação motora e óculo-manual, e contribui para um melhor funcionamento do sistema respiratório e cardiovascular.

No que se refere à interação, a Hi-poterapia facilita uma maior aber-tura à comunicação não verbal e verbal, estimula a atenção pelo meio envolvente, promove uma sensação de poder e consequente aumento de

autoconfiança.Nas pessoas que utilizam cadeira

de rodas o cavalo promove os movi-mentos que não podem ser realiza-dos pelas pessoas de forma voluntá-ria e ativa.

O CEERIA estabeleceu um proto-colo com o Polo Equestre-EPADRC já que esta escola reúne as condi-ções para a prática da Hipoterapia, promovendo a inclusão das pessoas com deficiência. O meio envolvente desta Escola é amplo e muito agra-dável, possibilitando que as sessões decorram em picadeiro e no campo.

Todos os anos, para além das ses-sões semanais, é organizada a Se-mana Aberta do CEERIA em que um dos dias é dedicado à Hipotera-pia. Neste dia todos os praticantes apresentam o trabalho desenvolvido ao longo do ano à sua família, bem como a outros técnicos que estejam envolvidos no seu percurso institu-cional, terminando com um almoço convívio.

Participámos também na 1ª Edi-ção da Feira Agrícola da EPADRC com o grupo da equitação terapêu-tica.

Todos os praticantes de Hipote-rapia gostam muito da atividade, anseiam pelo seu dia de montar e é evidente o prazer que demonstram nesta prática. Pessoas que muitas vezes apresentam dificuldades de organização temporal conseguem saber qual é o seu dia de ir à Hipo-terapia.

Outro indicador do grande im-pacto que esta atividade tem nos praticantes é a grande motivação e envolvimento que ocorre com al-guns deles, que muitas vezes não se interessam por mais nada do que os rodeia ou apresentam pouco in-teresse pelas outras atividades que realizam no CEERIA. Também na Hipoterapia alguns praticantes con-seguem realizar determinados mo-vimentos que em outras atividades não conseguem.

São muitos os casos de sucesso desta atividade, podemos até consi-derar que são a maioria. Por exem-plo um praticante que tinha muito medo de se aproximar dos cavalos e que hoje monta a passo, a trote e a galope e apresenta uma relação de proximidade e contacto físico (fes-tas) com o cavalo.

Consideramos casos de sucesso todos os praticantes que raramente utilizam a linguagem verbal para comunicar com os outros e que o fazem espontaneamente na Hipote-rapia.

Também damos muita impor-tância a todos os praticantes com dificuldades psicomotoras que, ao longo destes anos, têm mantido ou melhorado a sua condição física, mais especificamente as amplitudes articulares e de movimento.

As técnicas responsáveisAna Helena Rodrigues (terapeuta ocupacional)Célia Araújo (auxiliar de equitação terapêutica)

Hipoterapia: uma aposta de sucesso!

Page 6: Jornal da EPADRC

Alunas da EPADRC selecionadas para o projeto de estágios profissionais da Câmara Municipal de Alcobaça

Para o ano letivo 2013/2014, a Câmara Municipal de Alcobaça to-mou a iniciativa de abrir candida-turas para 11 estágios de Técnicos de Apoio à Infância, ao abrigo das Medidas “Passaporte Emprego Eco-nomia Social” e “Estágios Emprego” do Instituto do Emprego e Forma-ção Profissional. Os estágios, apesar de não consistirem em ocupação de postos de trabalho, foram uma for-te aposta do Município para este ano com o objetivo de contribuir na transição para a vida ativa de jo-vens do Município, proporcionar ex-periências práticas em contexto de trabalho e promover a aquisição de novas competências potenciadoras da empregabilidade dos jovens e in-

dispensáveis para um profissional que deseja estar preparado para en-frentar os desafios de uma carreira.

O perfil definido para a ocupação dos lugares disponíveis foi o de in-divíduos com idades compreendidas entre os 18 e 30 anos, detentores do curso de Nível de Qualificação IV, de Técnico de Apoio à Infância, com competências para acompanhar crianças com idades entre os 3 a 10 anos nas mais diversas atividades do quotidiano escolar, e colaborar na educação e formação das crian-ças. Tendo em conta o perfil preten-dido, e para com a colaboração da Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Cister, foram selecionados 11 alunos que

terminaram o curso de Técnico de Apoio na EPADRC em 2012 e 2013 e que reuniam os requisitos previs-tos.

Os estágios, que iniciaram em Se-tembro de 2013, têm uma duração de 12 meses e estão a decorrer em vários jardim-de-infância e escolas básicas do 1.º Ciclo do Concelho. Du-rante esse período, os estagiários desenvolvem atividades previamen-te definidas no seu plano de estágio que inclui atividades várias colabo-ração com o(a) educador(a) de in-fância/professor (a) na execução de atividades lúdicas e pedagógicas, e apoio na manutenção de condições de bem-estar e de segurança, física e afetiva, ao nível da saúde individu-

al e coletiva. Os estagiários têm di-reito, mensalmente, a uma bolsa de estágio em função do nível de quali-ficação de que é detentor e ainda a subsídio de alimentação.

Considerando o atual contexto na-cional, e tendo em conta a necessi-dade das entidades empregadoras encontrarem jovens qualificados, torna-se evidente que esta iniciati-va é uma mais-valia para todas as partes envolvidas, agora e o no fu-turo, uma vez que os estagiários têm desenvolvido até ao momento um trabalho valorizado pelos vários intervenientes e demostram ser pro-missores profissionais do futuro na área da educação.

A Câmara Municipal de Alcobaça

O que significa este estágio para as nossas alunas?Nos tempos que correm, conseguir um está-

gio profissional nem sempre é fácil, devido à elevada procura e à diminuta oferta. A EPA-DRC teve um papel fundamental no nosso progresso e integração neste projeto. Segui-mos em frente e aceitámos este desafio, muito por causa da força e coragem que nos trans-mitiram os professores responsáveis pelo cur-so de Técnico de Apoio à Infância.

Diariamente tentamos por em prática todas as atividades que aprendemos na escola com crianças que nos preenchem o coração de ale-gria. As expetativas fase ao estado atual do país não são favoráveis, o que, infelizmente, assombra o nosso futuro de algumas incer-tezas, uma delas o desemprego. Resta-nos lu-tar todos os dias de forma a ultrapassar tudo para nos sentirmos felizes e realizados.

Joana Matias(EPADRC, 2010-2013)Estágio profissional no Centro Escolar da Benedita

Andreia Bernardo(EPADRC, 2010-2013)Estágio profissional EB1 de Ataíja de Cima

Com o mesmo entusiasmo de há 5 meses quando iniciei este estágio, posso afirmar que esta experiência tem con-tribuído para o meu amadurecimento pessoal e profissio-nal. A nível pessoal, sinto que esta experiência fomentou o meu espírito de iniciativa e a capacidade de lutar pelos meus objetivos. Considero este projeto importante para a empregabilidade dos jovens, pois permite-nos crescer a nível profissional, adquirindo assim mais experiência dentro da nossa área, através das atividades que desen-volvemos, e acima de tudo, pelo contato e partilha de co-nhecimentos com os outros funcionários.

Durante estes meses de estágio tenho estado a traba-lhar com um grupo de crianças do primeiro ciclo, dando também auxílio a um grupo de crianças dos 3 aos 5/6 anos. No fim da realização deste projeto espero conse-guir alcançar o principal objetivo com que iniciei este es-tágio, que é o de poder continuar a exercer esta atividade profissional.

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Casos de Sucesso - Antigos alunosAo celebrar 25 anos de existência, são muitos os antigos alunos da EPADRC que se tornaram verdadeiros casos de sucesso nas mais diversas áreas.

Nesta edição relembramos quatro casos de sucesso, certos de que os testemunhos aqui descritos são o reflexo de muitos outros e que no fundo em todos existe uma identidade única: a Identidade EPADRC.

BINome: Rui AnselmoIdade: 36 anos Formação: Licenciatura em Engenharia Alimentar

Fui aluno na EPADRC de 1992 a 1995 onde frequentei o curso de Técnico de Ges-tão Agrícola. Presentemente sou Técnico de Gestão Agropecuária, exercendo, maiorita-riamente, a minha profissão numa empresa familiar do ramo Agropecuário. Esta empre-sa dedica-se à produção de suínos, bovinos, aves e sua comercialização. Com três nú-cleos de produção (dois na zona oeste e um outro na região do sudoeste alentejano), a empresa emprega 10 pessoas e fatura 1 050 000euros/ano. Acreditando no potencial de desenvolvimento da região, é aqui no Oes-te que esta empresa adquire a maioria dos fatores de produção e serviços necessários para a sua laboração.

A minha passagem pela EPADRC deu-me a oportunidade de adquirir formação muito específica na área agrícola e pecuária, con-tactar com outras empresas nos períodos de formação em contexto de trabalho (está-gios), bem como a oportunidade de conhecer excelentes profissionais/formadores.

Ao longo dos anos realizei outras forma-ções e, claro, fui mantendo contatos com an-tigos colegas da EPADRC e alguns formado-res, trocando algumas ideias e experiências que me ajudaram a melhorar e aperfeiçoar técnicas e a solucionar problemas. Atual-mente, a escola continua a fazer parte da mi-nha vida de uma forma muito especial, pois agora sou Professor na EPADRC!

BINome: Filipe RibeiroIdade: 36 anosFormação: Mestrado em Fruticultura Integrada

A minha formação académica na área agrícola começou na então EPACIS, de 1993 a 1996, no curso Técnico de Gestão Agrícola. Posteriormen-te frequentei o ensino superior no curso de Enge-nharia das Ciências Agrárias - ramo agrícola - na Escola Superior Agrária de Castelo Branco, onde tive a oportunidade de participar no programa Erasmus na escola “École Supérieure d’Angers” em França. Em 2011, viria a concluir o Mestrado em Fruticultura Integrada.

Após concluir os estudos na EPADRC assumi a gerência da empresa Casa Agrícola Ribeiros e é com orgulho que posso dizer que foi essa conju-gação entre trabalho e estudos que me permitiu alcançar tão boas médias. Esta empresa de fru-ticultura, fundada em 1989, é o resultado do co-nhecimento de várias gerações, estando presen-te em países da Europa, África e América do Sul, mantendo uma forte posição no mercado nacio-nal. Somos associados da Associação da Maçã de Alcobaça e da Associação de Agricultores da Região de Alcobaça.

Atualmente, com uma área de exploração cen-tralizada com 55 hectares, a empresa detém um volume de produção própria de cerca de 2.000 ton/ano. À experiência de mais de 20 anos, à qual somamos a qualidade técnica do pessoal que co-labora na exploração dos pomares (cerca de 30 pessoas na época da colheita), reunimos o me-lhor do saber agrícola e a mais vasta experiência na produção de pomóideas.

Na EPADRC conheci professores e colegas também ligados ao setor, com os quais sempre tive um contacto próximo, sendo que atualmente muitos deles constituem uma mais valia para a região no setor da fruticultura, região esta que contrasta com a realidade agrícola do país.

Os estágios curriculares e as visitas de estudo, das quais destaco um intercâmbio com a escola agrícola de Nijmegen na Holanda, permitiram co-nhecer a nossa realidade e outras. Numa altura em que ninguém via futuro no setor agrícola, já a EPADRC apostava no verdadeiro ‘saber fazer’. Esta foi a escola que me permitiu descobrir a mi-nha vocação, fazendo sempre mais e melhor.

BINome: Nuno BatistaIdade: 30 anos Formação: Licenciatura em Engenharia Zootécnica

A EPACIS no passado e agora a EPADRC, foram fundamentais na minha formação pes-soal e profissional. Fui aluno na EPADRC de 1998 a 2001 e foi aqui que comecei a sentir a importância de ser técnico pecuário e do valor que a aprendizagem adquirida iria ter na minha vida. A vontade em aprender era tanta que ficava ansioso que chegasse o fim de semana para colocar em prática, na explo-ração dos meus pais, o que tinha aprendido nas aulas. O gosto pelos animais começou a evidenciar-se cada vez mais. Tinha muito or-gulho em expressar que estudava na EPACIS, porque aprendíamos técnicas atuais e inova-doras. Recordo que foi aqui que tive o primei-ro contacto com a inseminação artificial em suínos.

Durante a frequência de um curso profis-sional, pensamos somente nos benefícios que daí advêm aquando da integração no merca-do trabalho. No meu caso foi diferente! Após terminar o meu curso de Técnico de Gestão Agrícola na EPACIS, e estar a trabalhar há dois anos em suinicultura, ingressei no curso superior que sempre ambicionei (Engenharia Zootécnica na Escola Superior Agrária de Castelo Branco) e para isso contribuiu os co-nhecimentos adquiridos na EPACIS. Presen-temente, encontro-me a realizar mestrado na área.

Para além de professor na EPADRC, sou também proprietário da Batista Suinicultu-ra. Uma empresa jovem que, desde 2009, está direcionada para produção de leitão em ciclo fechado, funcionando em sistema intensivo. Localizada na região de Alcobaça, região de forte implementação e competitividade em suinicultura (onde só os melhores conseguem triunfar) esta empresa assume-se como um caso de sucesso pelas suas estratégias e pro-cedimentos.

Desejo que a EPADRC continue a dedicar-se à nobre causa que é a agricultura e ao ensi-no dos futuros técnicos agrários. OBRIGADO EPADRC!

Page 8: Jornal da EPADRC

EPADRC inova no Projeto de Educação para a Saúde!Uma escola promotora de saúde desenvolve es-

tratégias no sentido de orientar toda a comunida-de educativa na adoção de uma postura favorável a uma vida saudável. Trata-se de uma entidade atenta e preocupada com a saúde de todos os seus membros - alunos, professores e restantes funcionários - assim como a de todos aqueles que nela interagem.

As solicitações da atualidade são múltiplas e compete à Escola, enquanto instituição formado-ra, dar-lhes resposta, de modo a integrá-las de forma contextualizada nas vivências dos seus alunos. Ajudar a revestir de sentido uma realida-de com contornos que, por vezes, podem mostrar-se confusos é uma missão que assiste à comuni-dade educativa enquanto veículo estruturador de vivências e edificador de saberes. É neste contex-to de visão integrada e concertada dos estímulos que chegam até aos jovens, que surge o Projeto Educação para a Saúde.

Viver Saúde é um projeto elaborado pela Esco-la Profissional de Agricultura e Desenvolvimen-to Rural de Cister, cujas linhas orientadoras e todo o fio condutor associados à sua conceção têm por base a necessidade de implementar, no seio da comunidade escolar, ações que funcio-nem como meio formador de jovens aptos a viver as suas vidas de forma saudável, dotando-os de capacidade crítica para decidir em consciência.

No âmbito do Projeto Educação para a Saú-de, realizaram-se as seguintes atividades:

Durante o mês de novembro, técnicos do Centro de Apoio ao Jovem de Alcobaça realizaram sessões dinâmicas de sensibilização sobre “Gestão de Con-flitos” dirigida aos alunos dos primeiros anos das turmas CEF e Profissional. Esta sessão teve como principais objetivos permitir a aquisição de atitudes e comportamentos de forma a evitar os bloqueios e sair de situações de conflito, utilização de um pro-cesso de negociação partilhada e equilibrada, foca-lizada na procura de soluções, bem como a constru-ção de relações de confiança com os colaboradores para encontro facilitado de soluções.

Igualmente neste período, deu-se início ao proje-to “Escola Limpa” em que todas as turmas da escola se responsabilizam, duas vezes por semana e num sistema rotativo, pela limpeza do todo o espaço es-colar, promovendo assim não só a sensibilização para um espaço escolar mais limpo e agradável para todos, como também alertar para a importância da separação de resíduos de acordo com a sua nature-za. Munidos de luvas e sacos para reciclagem e para lixo orgânico, os nossos alunos assumem a respon-sabilidade que é de todos a responsabilidade de uma escola mais limpa e um ambiente mais puro. Um por todos, todos pela defesa do ambiente!

No passado dia 14 de janeiro realizou-se a primeira de muitas sessões de sensibili-zação junto dos nossos Encarregados de Educação intitulada “Novas Dependências e Relações Interpessoais”. Nem o frio, nem a chuva demoveu os Encarregados de Edu-cação desta iniciativa, pautada pelos desa-bafos, curiosidades e troca de experiências, onde o debate se centrou no paradigma en-tre o SER e o TER.

A ação “Seja responsável. Beba com moderação!” foi realizada em dezembro e dinamizada pelo Engº Costa Oliveira da Fenadegas que alertou os alunos presentes (cursos Técnico de Produção Agrária e Técnico de Restauração) para os perigos da embria-guez em idade escolar e informou sobre os benefí-cios do consumo moderado de determinadas bebi-das alcoólicas. A inciativa “Vinho e Saúde”, inserida no programa europeu “Vinho com Moderação”, an-dou em 2013 pelas Escolas Profissionais Agrícolas e de Turismo de Portugal.

No início de janeiro, o Dr. José Fernando da Unidade de Saúde Pública do ACeS Oeste, rea-lizou uma série de sessões de educação para a saúde no âmbito da “Prevenção do Tabagismo” junto de todas as turmas da nossa escola. Estas sessões tiveram como objetivo principal colocar a informação ao serviço da tomada de consciên-cia e da mudança de atitudes e comportamentos.

O projeto prevê ainda outras ati-vidades que se irão desenvolver ao longo do ano letivo, nomeadamen-te:- sessão de sensibilização “Violên-

cia no Namoro” (para alunos das

turmas profissionais);-“Gestos que Salvam” (aprendi-

zagem de procedimentos técnicos que objetivam o suporte básico de vida à vítima);

-“Planeamento Familiar e Doen-

ças Sexualmente Transmissíveis”;- oficina “Despertador” para alunos

do segundo ano das turmas CEF e todas as turmas Profissionais com o intuito de preparar estes alunos para a Formação em Contexto de

Trabalho que se avizinha;- sessões de sensibilização direcio-

nadas a Encarregados de Educação, nomeadamente “Suicídio na Ado-lescência” e “Ambientes Familiares Positivos na Adolescência”.

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Acontece(u) na EPADRCVindimas e Adiafa 2013

O vinho tinto EPADRC é o resultado de todo um conjunto de esforços de alunos e professores desta Escola, sem os quais não seria possível tal feito. Assim, e mais uma vez em outubro, após muitos meses de cuidados com a vinha, os alunos das turmas de Técnico de Produção Agrária e Operador de Máquinas Agrícolas vindimaram e produziram o tão aclamado vinho da nossa escola.

A vindima da uva para vinificação decorreu durante as aulas da componente técnica, onde os alunos tiveram a oportunidade de par-ticipar na colheita e descarga da uva na adega. Acompanharam todo o processo de vinificação, desde o esmagamento mecânico, passando pela fermentação tumultuosa, remontagens do mosto, sangria e prensagem dos engaços e ainda o envasilhamento do vinho nos depósitos até à próxima trasfega.

Esperamos que este projeto, iniciado acerca de 12 anos e com no-vas castas de excelente qualidade, continue e perdure por muitos e muitos anos.

E como todo o trabalhador tem direito ao seu descanso e di-versão, também os alunos da EPADRC puderam recuperar forças num grande almoço convívio para assinalar o fim da vindima de 2013.

A adiafa de 2013 contou com muita animação e, uma vez que as forças já estavam recuperadas, nada melhor que um jogo de rugby!

Já conhece o Dolce Campo Real? A EPADRC já!

Poderíamos mencionar muitas das visitas técnicas que os alunos da EPADRC realizam nas mais diferentes áreas de formação, con-tudo, pela especificidade que a caracteriza, vamos apresentar-vos, nesta edição, a visita técnica ao recentemente reaberto Dolce Cam-po Real.

Se já teve a oportunidade de conhecer este hotel, irá concordar com os nossos alunos quando o descrevem como “soberbo”.

O Grupo Dolce, enquanto grupo global de hotelaria especializado no segmento busi-ness, acaba de chegar a Portugal, escolhendo a região Oeste (Torres Vedras), para nos pre-sentear com o seu excecional serviço de at-endimento ao cliente.

Imagine um lugar onde a excelência se funde com a serenidade. Onde as colinas onduladas salpicam a idílica paisagem rural. Onde até o ar parece mais limpo, fresco e respirável. É no coração deste lugar que se situa o Dolce Campo Real.

Com 151 quartos, um desafiante campo de golfe de 18 buracos, centro equestre e insta-lações para conferências com capacidade para mais de 650 pessoas, esta unidade de luxo pro-porciona experiências únicas sejam de cariz profissional ou de lazer.

Mais uma vez a EPADRC está na vanguarda das visitas técnicas, dando a oportunidade aos seus alunos de conhecerem e contactarem com profissionais que vivem diariamente a paixão por este recente e inspirador projeto de hotelaria.

Num futuro próximo, várias parcerias pod-erão surgir entre a Escola e o Dolce Campo Real, nomeadamente no que concerne a For-mação em Contexto de Trabalho.

Numa região com tanto potencial para o tu-rismo de qualidade, assistimos à chegada de um forte grupo hoteleiro, que irá certamente alargar as oportunidades e horizontes dos nos-sos jovens, potencializando o desenvolvimento da nossa região.

Brevemente: Há Gastronomia no Museu do Vinho de AlcobaçaO evento Há Gastronomia no Museu

do Vinho de Alcobaça irá decorrer nos dias 23 e 24 de abril no Museu do Vi-nho de Alcobaça e insere-se no plano de promoção e consolidação dos cur-sos da área da restauração da EPA-DRC. Trata-se de um evento que visa a integração dos alunos dos Cursos Pro-fissional e Cursos de Educação e For-

mação numa atividade de dimensão significativa, em que possam eviden-ciar as competências adquiridas em sala de aula e em Formação em Con-texto de Trabalho.

Para a realização deste evento con-tamos com a parceria do Município de Alcobaça, Museu do Vinho de Alcobaça, Adega Cooperativa e Academia de Mú-

sica de Alcobaça. A base de parceria é a promoção das atividades de cada par-ceiro, através de um evento concertado com uma forte união de esforços.

Do programa, que se encontra ainda em fase de execução, destacamos o vi-nho, a gastronomia e produtos locais como elementos dominantes de todas as atividades, das quais se destacam

palestras sobre os temas, um almoço no dia 23 e um jantar de gala no dia 24 de abril.

Para o jantar de dia 24 que é aberto a toda a comunidade, será necessário fazer uma inscrição.

Brevemente será efetuada uma divul-gação à imprensa por meio de um even-to de apresentação do projeto.

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O que dizem os nossos parceiros...Parque dos Monges

O Parque dos Monges é um espaço no meio da natureza. O qual está associado à he-rança Cisterciense de Alco-baça, no qual se desenvolvem atividades lúdico didáticas. O parque encontra-se aberto todo o ano para grupos, com marcação prévia, e de abril a setembro para o público em geral. Dos grupos que nos vi-sitam destacamos as Escolas, as Empresas e o Turismo Re-ligioso.

O Museu dos Doces con-ventuais, o Jardim Bíblico, a Granja do Convento, bem como o slide, a canoagem, as representações históricas e o parque zoológico são alguns

dos motivos que justificam uma visita ao parque dos monges.

Em 2014 algumas novida-des vão surgir, novos conte-údos, novos espaços para apresentação de algumas pe-ças agrícolas antigas, novos jogos e muitas outras novida-des que iremos divulgar a seu tempo.

Para nós, a parceria que estamos a desenvolver com a EPADRC é de extrema im-portância no enriquecimento do nosso espaço e na partilha de novas experiências entre a escola e o parque e vice-versa. Vários projetos estão pensa-dos para serem desenvolvi-dos em conjunto com a escola, projetos esses que serão não

só uma mais-valia para am-bas as partes, como também para a região num âmbito mais vasto de divulgação do que melhor temos e produzi-mos.

A EPADRC é muito impor-tante para o desenvolvimento da nossa região, principal-mente porque proporciona a partilha de conhecimentos adquiridos pelos alunos em áreas tão importantes como a agricultura e a restauração/hotelaria. São escolas como esta que nos ajudam a recupe-rar as nossas origens e mos-tram às novas gerações uma realidade que muitos deles desconhecem, conseguindo valorizar assim a terra e a nossa região como um todo.

Suzana Branco (Training Manager)

As escolas não podem es-tar sozinhas na construção dos saberes dos seus alunos, precisam do apoio da socie-dade. Esta complementari-dade, traduzida em parce-rias de formação, permite dar resposta às necessida-des do tecido empresarial da região onde se inserem as escolas profissionais.

Conscientes da nossa co-responsabilização na forma-ção de jovens, na Praia D’El

Rey Golf & Beach Resort, empresa que atua no sector dos serviços hoteleiros e tu-rísticos, temos vindo a esta-belecer parcerias de longo prazo com instituições de ensino profissional, nomea-damente com a Escola Pro-fissional de Agricultura da Região de Cister, na verten-te de hotelaria e restaura-ção, acolhendo estagiários das áreas profissionais de Cozinha e de Mesa/Bar. Pa-ralelamente, colaboramos

também, sempre que solici-tados, noutros projetos que visam aproximar as empre-sas e as escolas.

Uma experiência de está-gio deverá abrir caminho a uma oportunidade de tra-balho e felizmente podemos testemunhar que já se veri-ficaram vários casos de en-quadramento profissional de alunos da EPADRC, bem como de jovens oriundos de outras escolas profissio-nais.

A Cartilha Papelarias Livrarias Lda

Há muito que está prova-do que os cursos profissio-nais contribuem, segura-mente, para a construção de uma sociedade mais estável e evoluída, em que a igual-dade de oportunidades para todos seja uma realidade.

Hoje é notório o quanto a sociedade perdeu pela mar-ginalização e descredibiliza-ção deste tipo de formação.

O empenho da instituição, aliado ao esforço de todos que com ela colaboram, tem tido como resultado, ampla-mente provado, o sucesso de muitos jovens, que tomaram esta como a sua opção.

A Cartilha, que sempre acreditou nesta vertente de

ensino, tem colaborado den-tro do possível em todas as iniciativas, eventos e demais solicitações da EPADRC. Relembramos a última Fei-ra do Livro que, mais uma vez, revelou o empenho e de-dicação desta instituição.

Com muita honra e cari-nho, A cartilha, com 25 anos de dedicação ao apoio es-colar, estará sempre atenta à evolução educativa e em estreita colaboração com todas as instituições da região, nas mais diversas vertentes. Assim temos con-tribuído para o sucesso de todos aqueles que, durante todo o seu percurso escolar e profissional, a tomaram como parceira.

Votos de continuação de excelente sucesso para to-dos.

Goretti Coelho (Diretora)

Foi com agrado que ao longo minha experiência profissional em hotelaria e restauração me fui cruzan-do com os alunos da EPA-DRC em experiência de Formação em Contexto de Trabalho e posteriormente também enquanto colabora-dores e membros da Equipa.

Estes alunos têm alguns traços comuns que os iden-tificam: uma forte ligação com a Escola e com os seus Formadores com uma noção muito clara da sua missão e dos seus objetivos, excelen-te formação cívica e grande

sentido de responsabilidade, caraterísticas estas que são para mim essenciais numa primeira avaliação dos for-mandos.

A acrescer, são alunos com bons conhecimentos técnicos e capazes de aplicar com facilidade e em ambien-te profissional, os conheci-mentos adquiridos. Na sua generalidade, demonstram interesse na aprendizagem e com capacidade de inicia-tiva. Destacaria os alunos de Cozinha/Pastelaria desta Escola, que apresentam um nível muito interessante de formação.

Reinaldo Agostinho (Gerente)

A experiência com os for-mandos foi muito positiva. Terminado o estágio, uma das formandas, Joana Mil-lhinhos, foi convidada para vir trabalhar connosco, tal a

qualidade que demonstrava com apenas 17 anos. Bebeu da nossa cultura de traba-lho, tornou-se uma excelente profissional e hoje é uma das nossas.

Hotel Mestre Afonso Domingues

A sociedade Agrícola da Quinta do Brejo de Vale de Maceira tem nos últimos anos aderido à realização de está-gios na área da Fruticultura. Desta colaboração realço a motivação e boa integração dos estagiários, que denota que encaram esta oportuni-

dade como um enriquecimen-to importante no seu proces-so de aprendizagem.

Para a empresa a partilha de experiências com os esta-giários tem sido muito grati-ficante a vários níveis, pelo que gostaríamos de continua-la nos próximos anos.

Praia D’El Rey Marriott Golf & Beach Resort

Paulo Pechorro (Diretor de Restaurante)

Tive oportunidade de coor-denar os estágios de dois for-mandos da EPADRC, Joana Milhinhos e João Rodrigues, que deixaram na nossa unida-de uma imagem muito positi-

va deles e também da escola. Tecnicamente bem prepara-dos e também motivados para esta exigente profissão.

Da escola guardo também um sentimento positivo pela

forma como acompanharam os estágios e foram tentando sempre perceber das dificul-dades de adaptação dos seus formando a uma nova realida-de.

Hotel Quinta das Lágrimas

Quinta do Brejo de Vale de Maceira

Restaurante Costa Brava

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11JORNAL DA

QUINTA-FEIRA, 6 DE FEVEREIRO DE 2014

Cooperativa Agrícola de Alcobaça

1. Importância da Agricultura na região

A agricultura no Concelho tem for-tes tradições históricas assentes na comunidade Cisterciense - monges agrónomos - que durante sete sécu-los foram senhores da região e che-gou a atingir níveis de exemplarida-de nacional, quer pela inovação das suas técnicas e modos de produção, quer pela qualidade dos seus pro-dutos. De facto, as excelentes condi-ções de solo e clima da região ainda hoje se constituem como fator com-petitivo deste sector de atividade no Concelho.

Apesar das atuais dificuldades vividas pelo sector agrícola, prin-cipalmente devido ao aumento dos custos dos fatores de produção, a um mercado cada vez mais compe-titivo e exigente, ao envelhecimen-to da população e ao seu reduzido grau de instrução e de profissio-nalização, tudo isto agravado pela escassez de recursos hídricos, pelo desequilíbrio da dimensão da estru-tura fundiária, pelo longo período de desinteresse das camadas mais jovens e, sobretudo, pela falta de políticas integradas de apoio, a agri-cultura continua a ser uma área de atividade com grande expressão no Concelho.

Os sectores dominantes a nível agropecuário no Concelho são, sem dúvida, a fruticultura e a suinicultu-ra.

A importância do primeiro pode-se avaliar pela extensa área plantada de pomares e frutos frescos com re-levo para a produção de maçã e pera (rocha). A qualidade dos produtos, assim como a segurança alimentar e o respeito pelo meio-ambiente são exemplares situando-se já em pata-mares muito elevados, mesmo a ní-vel mundial.

Apesar do domínio destes dois sectores, a produção do Concelho é bastante variada incluindo a horti-cultura, a vinha, o olival, os peque-nos frutos, os cereais, assim como os bovinos, caprinos, ovinos, aves e coelhos, por exemplo.

2. Importância da formação na área Agrícola

A problemática produção de ali-mentos tem assumido uma relevân-cia sem precedentes a nível mundial. Por um lado temos um crescimento da população mundial que, segundo a ONU, deverá atingir os 9,6 bilhões em 2050 aliado ao facto da melhoria de vida (e de alimentação) de alguns países menos desenvolvidos, em particular os mais populosos. Por outro lado temos, em particular na Europa, um forte condicionamento aos métodos de produção agrícola em termos de respeito pela saúde humana, segurança alimentar e pre-servação do meio ambiente que se traduzem numa grande restrição quanto aos produtos químicos e téc-nicas a utilizar.

Noutra perspetiva desta problemá-tica verifica-se, por um lado, uma

pressão para que o preço da ali-mentação baixe (ou pelo menos não aumente) de forma a estar acessível a uma maior parte da população, e por outro lado, uma forte subida do custo dos fatores de produção em consequência das restrições men-cionadas.

Este tem sido o grande desafio da produção agrícola nos últimos anos - a produtividade e a qualidade. A forma encontrada tem passado pela aplicação de técnicas de produção inovadoras e, essencialmente, pelo aumento de eficiência das unidades de produção.

Um fator crítico para o sucesso na transposição deste desafio é, indis-cutivelmente, a formação e qualifi-cação técnica das pessoas.

Este aspeto é transversal a todos os níveis, cargos e funções das pes-soas ligadas à produção agrícola: proprietários, trabalhadores (per-manentes e eventuais), prestadores de serviços, etc.

Neste cenário destaca-se o surgi-mento de uma nova geração de em-presários agrícolas, mais jovens e formação média ou superior e, ape-sar disso, um recurso frequente (di-ria mesmo padronizado) a um staff técnico especializado externo à uni-dade de produção.

3. Cooperativa Agrícola de Alcobaça

A Cooperativa Agrícola de Alcoba-ça, Crl é uma das cooperativas mais antigas (senão mesmo a mais anti-ga) do país. Foi fundada em 1932 por autonomização da secção de compra e venda do Sindicato Agrí-cola de Alcobaça.

Chegou a ter mais de 60 delegações por todo o concelho e freguesias li-mítrofes com uma atividade que satisfazia integralmente as neces-sidades dos agricultores da região: formação, fornecimento dos meios de produção, apoio técnico, finan-ciamento, venda de produto final e mesmo capitalização de poupanças dos sócios. Concentrava os serviços

administrativos num edifício com 5 pisos no centro da cidade de Alcoba-ça que ainda hoje existe.

Desde cedo (década de 50/60) re-velou a sua preocupação social com a atribuição do subsídio de natal e completando o diferencial salarial não pago pela Caixa de Previdência em caso de doença. Publicava um Boletim Cultural e tinha uma bi-blioteca disponível aos sócios onde inclusivamente eram projetados fil-mes.

Foi membro fundador do Merco-alcobaça (Mercado distribuidor da fruta de Alcobaça) e da Escola Profissional de Agricultura de Cis-ter. Criou ainda a marca “Maçã de Alcobaça” hoje projetada pela As-sociação de Produtores da Maçã de Alcobaça.

Com o agravar da situação finan-ceira durante a década de 90, a Co-operativa inicia um Processo de Recuperação Especial de Empresas onde se assiste a uma elevada redu-ção do seu património e estrutura. No ano de 2006 o processo chega ao fim e a Cooperativa começa a conso-lidar progressivamente a sua situa-ção financeira.

A Cooperativa tem atualmente um universo de 4.350 sócios dos quais 2.000 estão ativos e efetuam com-pras na Cooperativa. Este conjunto de sócios é bastante heterogéneo sendo composto por sociedades agrícolas, empresários em nome in-dividual e indivíduos particulares que tem na agricultura uma ativida-de secundária.

Em 2013 o seu volume de negócios ultrapassou os 4.000.000€.

Atualmente a sua atividade está dividida em 6 áreas: A Loja de Fa-tores de Produção, onde se inserem todos os artigos necessários à pro-dução desde sementes aos artigos de rega passando pelas ferramen-tas; A loja dos Agroquímicos com especial relevo dos Fitofármacos tendo em consideração o enqua-dramento legal específico; Os Ser-viços incluindo o Apoio Técnico no

Campo, o Laboratório de Vinhos e o Apoio Administrativo como a ela-boração de candidaturas a fundos comunitários e outros; Os Combus-tíveis incluindo o Gasóleo Agrícola; e (ainda em fase de implementação) o Turismo e a Formação.

4. EPADRC

É com orgulho que a Cooperativa se assume como um dos fundadores da “Escola Agrícola”. Em 1989, jun-tamente com o Município e a Coo-perativa Agrícola da Benedita (esta essencialmente ligada ao sector ani-mal), como forma de dar resposta a uma necessidade de formação técni-ca na área agrícola, estas 3 entida-des unem esforços e criam a Escola Profissional de Cister (designação inicial).

No ano de 2000 foi integrada na rede pública de ensino permitindo uma estabilização do seu funciona-mento.

Há no entanto três caraterísticas que se mantem inalteradas desde a sua fundação: ensino numa verten-te técnico-pratica, envolvência com a comunidade local e a agricultura como área central de formação.

Pela Cooperativa têm passado muitos estagiários do curso de Téc-nico de Produção Agrária onde te-mos constatado o nível de qualidade da formação dos alunos. A EPADRC tem sido uma fonte de recrutamento privilegiada pela Cooperativa.

Também temos a informação po-sitiva dos nossos sócios relativa aos estagiários curriculares que são efe-tuados nas suas explorações agríco-las.

São normalmente jovens com uma forte ligação à agricultura onde a formação académica/técnica é com-plementada, e quase sempre valori-zada, por uma experiencia de produ-ção agrícola dentro da família.

É um facto digno de registo o ní-vel de empregabilidade dos alunos deste curso, em especial, quando se observa o nível de desemprego do país.

5. Nota Final

O relacionamento entre a Coopera-tiva e a Escola sempre foi intenso e profícuo, com início no processo de fundação, passando pelo período de dificuldades financeiras da Coope-rativa durante o qual teve de reduzir a sua relação com a escola e com o reforço da relação nos últimos anos quando a Cooperativa assumiu o apoio técnico na produção agrícola da Escola.

No presente, e com excelentes pers-petival no futuro, estão em cima da mesa novos projetos de cooperação que podem envolver outras áreas de formação da Escola para além da área agrícola (como é o caso da res-tauração), juntamente com novas áreas de atividade da Cooperativa (como é o caso do agroturismo).

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