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1 2013 4º TRIMESTRE VERÃO | OUTONO AS REPORTAGENS MAIS INTERESSANTES DE CAÇA E PESCA DA PENÍNSULA IBÉRICA. OS MELHORES CONTEÚDOS INTERNACIONAIS. 300 HORAS DE ESTREIAS ANUAIS SAIBA COMO ISCAR COM LINGUEIRÃO INTEIRO CHEGOU A INTERNET MÓVEL MAIS RÁPIDA DE SEMPRE! JERKBAITS Conheça o seu poder. p. 26 BARRA DE AVEIRO Pescar com isco vivo. p. 22 LIGHT JIGGING Nos estuários dos rios. p. 10 MAXIM FEEDER Uma gama completa. p. 5 p. 16 16 ANO IV VERÃO | OUTONO 4º TRIMESTRE 2013 TRIMESTRAL GRATUITO DIRECTOR VIRGILIO MACHADO [email protected]

Jornal da Pesca Nº 016

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Maxim feeder - Light Jigging - Isco vivo - Jerkbaits - Iscar

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12013 4º TRIMESTRE VERÃO | OUTONO

AS REPORTAGENS MAIS INTERESSANTES DE CAÇA E PESCA DA PENÍNSULA IBÉRICA.

OS MELHORES CONTEÚDOS INTERNACIONAIS.300 HORAS DE ESTREIAS ANUAIS

SAIBA COMO ISCAR COM LINGUEIRÃO INTEIRO

CHEGOU A INTERNET MÓVEL MAIS RÁPIDA DE SEMPRE!

JERKBAITSConheça o seu poder.

p. 26

BARRA DE AVEIROPescar com isco vivo.

p. 22

LIGHT JIGGINGNos estuários dos rios.

p. 10

MAXIM FEEDERUma gama completa.

p. 5

p. 16

16ANO IV

VERÃO | OUTONO4º TRIMESTRE 2013

TRIMESTRALGRATUITO

DIRECTORVIRGILIO MACHADO

[email protected]

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"Dura inquietação d'alma e da vida,Fonte de desamparos e adultérios,Sagaz consumidora conhecidaDe fazendas, de reinos e de impérios:Chamam-te ilustre, chamam-te subida,Sendo dina de infames vitupérios;Chamam-te Fama e Glória soberana,Nomes com quem se o povo néscio engana!

Vem este soneto do canto IV da mais conhecida obra de Luis Vaz de Camões a propósito do pessimismo que vivemos nos dias que correm, muito por culpa dos duros e difíceis tempos que vivemos, mas também pela falta de acredi-tarmos que podemos contribuir para melhorar o pessimismo em que caí-mos, tão típico dos derrotados ou dos que temem a mudança e a descoberta de novos Caminhos.Na pesca em Portugal, que não é caso único na Europa que conheço, con-tinuamos demasiado agarrados ao passado e com o receio de traçar novos caminhos.Isto apesar dos bons sinais que vamos colhendo por parte dos nossos pesca-dores, quando lá por fora enfrentam as tormentas provocadas por gigantes que com um tom de voz nos falam horrendo e grosso, que mais parecem sair do mar profundo, arrepiando as carnes e o cabelo. A verdade é que esses sinais encorajadores que os nossos nos trazem de fora de portas, não chegam para alterar o panorama nacional e assim contribuir para uma pesca mais forte, que é uma obrigação de todos. Pescadores, Des-portistas da pesca, Empresas do Sector, Dirigentes Desportivos, entre outros que há muito se habituaram a viver na praia entre gente, mas com pouca vontade de aceitarem opinião diferente e caminhos longe da confrontação e do mal-estar.

PROPRIEDADE Mundinautica, Lda.

REDACÇÃO, PUBLICIDADE E MARKETING

Lourel Park, Ed. 5

2710-363 Sintra

T. 219 617 455 F. 219 617 457

EDITOR

Jorge Mourinho

DIRECTOR

Virgílio Machado - [email protected]

REDACÇÃO

Paulo Soares - [email protected]

DEPARTAMENTO GRÁFICO

Fernando Pina

COLABORAM NESTE NÚMERO

Bruno Carvalho, Fernando Encarnação, Jaime Sacadura, José Calado, Paulo Santos, Paulo Soares, Rui

Carvalho, Tiago Pacheco, Virgilio Machado e Vega.

IMPRESSÃODilazo, S.A.ZI Frielas - Rua Cidade de Aveiro, 7 - AArmazém C - 2660-081 FRIELAST. 219 897 340 F. 219 886 058DISTRIBUIÇÃO Chronopost

TIRAGEM 7.500 Exemplares

PERIODICIDADE Trimestral

PREÇO Gratuíto

ERC Nº registo: 125807

DEPóSITO LEGAL Nº 305112/10

Nº 16 ANO IVVERÃO | OUTONO4º TRIMESTRE 2013

NOTA: As opiniões, notas e comentários são da exclusiva responsabilidade dos seus autores ou das entidades que fornecem os dados.Nos termos da lei está proibida a reprodução ou a utilização, por quaisquer meios, dos textos, fotografias e ilustrações constantes destas publicações, salvo autorização por escrito.

© Mundinautica Portugal, Lda.

Má SORTE DO ASSOCIATIVISMO E DA PESCA

Medalhas dos mais jovens e mais velhos na pesca, das senhoras e dos ho-mens, do Mar e do Rio, deixam antever que precisamos de continuar a tra-balhar para levar a pesca a bom porto.Algumas das recentes distinções que a pesca portuguesa recebeu revelam que se está num caminho certo que precisa de apoios e de opiniões cons-trutivas para que seja possível levar o trabalho de muita gente a bom porto.Destruir por destruir o trabalho de quem o faz por vontade e dedicação é próprio dos fracos e em nada vai contribuir para fomentar e melhorar a pes-ca desportiva nacional.É em tempo de dificuldades que se torna necessário um trabalho de grande união para ultrapassar as dificuldades e assim levar a bom porto o trabalho que se tem vindo a realizar nos últimos anos.Resta esperar por isso que os Velhos do Restelo, da nossa Pesca, venham de uma vez por todas a passar para o lado do que trabalham e que umas vezes bem e outras mal assumem os erros e contribuem para a construção de resultados.

Virgílio Machado

EDITORIAL

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32013 4º TRIMESTRE VERÃO | OUTONO

5º OPEN CAP SETÚBALRealizou-se no dia 6 de Outubro de 2013, na Praia da Comporta, o 5º Open CAP Se-túbal, com a participação de 39 atletas, exclusivamente patrocinado pela VEGA.Num dia de sol, com bom tempo e com o mar calmo, os atletas disfrutaram de uma boa jornada de pesca, que para os federados que participaram serviu de treino para os Campe-onatos Nacionais de Clubes que se iniciaram a 11 de Outubro na praia do Carvalhal.O Regulamento do open era baseado nas regras da competição da Federação Portuguesa de Pesca Desportiva.Era intenção do CAP Setúbal realizar o open na praia do Carvalhal, mas a Capi-tania do Porto de Setúbal não autorizou dado que havia exercícios militares nas imediações da Praia da Raposa (Pinheiro da Cruz), e nesses casos não podem acon-tecer eventos num raio de 10Km, para evi-tar acontecimentos como o que se verifi-cou em 2012 no Campeonato Nacional de Clubes da 1ª divisão.

PAULO BARROSO é CAMPEÃO NACIONAL PELO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO.

O Campeonato Nacional de Pesca ao Achigã de Margem, terminou no passado mês de Outubro, com a vitória de Paulo Barroso.O pescador do Clube Desportivo de Paços de Arcos, repetiu assim a vitória alcançada em 2012 e relevando que é um dos melhores pescadores nacionais de pesca ao achigã. O Jornal da Pesca esteve à conversa com o Campeão Nacional de Margem, que nos confidenciou lamentar que a Federação Internacional de Pesca Desportiva não tenha ainda lançado um Mundial da Disciplina, como acontece na vertente embarcada."Acho que esta modalidade tem bastante potencial para evoluir nesta disciplina. Se for criada uma prova internacional, acredito que terá muitos mais participantes e que passará a ser mais competitiva, é o desejo ainda de todos os que cá estamos, que no futuro se possa tornar uma realidade.No meu ponto de vista era importante a Federação Portuguesa de Pesca Desportiva convencer a Federação Internacional e as suas congéneres mundiais para a neces-sidade de se criar um campeonato do Mundo. No caso de não ser possível para já, tentar realizar um campeonato da Europa, ou mesmo uma taça Ibérica ou uma pro-va que envolvesse Portugal, Espanha e Itália para começar.Se este tipo de prova avançar, será melhor para todos porque estou certo que vai trazer mais pescadores ao campeonato.!

Porque a pesca também é amizade e so-lidariedade, realizou-se no passado dia 27 de Outubro na Praia do Carvalhal, o 2º Open de pesca solidária, com as receitas a reverterem para o Centro Social do Car-valhal. Este Open foi apoiado pelo CAP de Grândola, Vega, Sert e pela loja A Barbata-

As espécies que apareceram foram mui-to variadas o que tornou as opções dos pescadores mais difíceis.Acabou por ganhar o Vítor Grilo á base de agulhas e palmetas, em 2º ficou o An-tónio Silva com tainhas, e em 3º, 4º e 5º ficaram respectivamente o João Ribeiro, o Luís Nascimento e o Miguel Ângelo, todos com uma pesca à base de cavalas.1º Vítor Grilo - CAP Setúbal 2378g2º António Silva - CAP Setúbal/ Sadopesca 2232g3º João Ribeiro - Olhos de Água 2090g4º Luís Nascimento - CAP Grândola 1422g5º Miguel Ângelo - Sadopesca 1394gPor equipas:1º CAP Grândola 28 pontos2º Sadopesca 43 pontos3º APD Grândola 56 pontos

na e teve como vencedor individual o atle-ta do CAP de Grândola Arménio Sequeira com um total de 4420g, seguido por Fer-nando Encarnação e Vítor Messias com 1990g e 1850g respectivamente. Por equi-pas venceram “os Vilas”, secundados pelo CAP de Grândola e pela APD Grândola.

2º OPEN SOLIDáRIO DE PESCA SOLIDáRIO.

CAmpeãO NACIONAl

PEDRO MARqUES.

O Pedro Marques, pescador do Team Vega, sagrou-se Campeão Nacional de Juvenis de água doce, no ano em que o jovem pescador conquistou o titulo de Vice-Cam-peão do Mundo de Pesca Desportiva U14 no Mundial que decorreu em França. Assim depois da brilhante prestação no Campeonato do Mundo, que consagrou a dedicação do Pedro e principalmente do seu Pai, António Marques, reconhe-cido pescador, chegou a conquista do Campeonato Nacional da sua categoria.Parabéns Pedro.

NOTICIAS

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VERÃO | OUTONO 4º TRIMESTRE 20134

Casa Guilhermino, es-paço comercial dedica-do á comercialização de

artigos para a pesca na cidade do Entroncamento, realizou recen-temente uma série de workshops com o apoio da marca Vega, com o intuito de promover e divulgar a pesca lúdica/desportiva em águas interiores. Todas estas ini-ciativas tiveram efeito no Açude do Bonito, no parque da cidade. O primeiro desses workshops, que contou com a presença de cerca de 30 pescadores, versou a pesca com feeder, contando com um pequeno concurso no seu início, seguido de uma sessão de esclarecimentos técnicos e di-vulgação de materiais orientada por José Calado, atleta bastante conhecido na pesca de com-petição nacional e que este ano vai uma vez mais representar a nossa seleção no Campeonato do Mundo de feeder a realizar na Africa do Sul. Patrocinado na pesca com feeder pela marca

francesa Garbolino, referência europeia nesta técnica de pesca, José calado divulgou técnicas e truques muito uteis a quem dá os primeiros passos nesta pes-ca e deu a conhecer alguns dos equipamentos da marca com exemplos da sua aplicação/uti-lização. No final do workshop a Casa Guilhermino ofereceu uma sardinhada aos participan-tes que aproveitaram para ir co-locando mais algumas dúvidas a José Calado.O segundo workshop, realizado duas semanas depois, foi direc-cionado á pesca do achigã com amostras e o convidado para a formação foi Jaime Sacadura, atleta de competição com vários títulos e participações na seleção nacional da especialidade. Ora-dor experiente e com profundos conhecimentos técnicos, Jaime Sacadura prendeu a atenção de todos os participantes com es-clarecimentos técnicos sobre as opções que deveremos tomar

nas diferentes situações com que nos deparemos em acção de pesca. Particularmente interes-santes foram as demonstrações práticas de algumas técnicas de lançamento com equipamentos de spinning e casting e a anima-ção que devemos imprimir aos diferentes iscos artificiais que temos disponíveis no mercado. A divulgação de alguns mate-riais das marcas Vega e Sakura foram outro ponto forte do workshop. Como já se torna-ra um hábito, seguiu-se uma sardinhada em que todos con-fraternizaram e aproveitaram para mais esclarecimentos.O terceiro workshop dedicado á pesca de ciprinídeos á fran-cesa e á inglesa, contou com a

participação de Augusto Sousa, pescador do TeamVega com vá-rios títulos individuais e colec-tivos e com um pequeno con-curso a que se seguiu a seção de esclarecimentos e o tradicional almoço.A Casa Guilhermino promo-veu ainda e também no mesmo espaço, um workshop sobre Carpfishing que contou desta vez com o apoio da Synergy Fishing Plus na formação.Destacar o empenho e paixão pela pesca do promotor destas iniciativas, Sr. Guilhermino, que com o apoio e dinamismo da marca Vega, continuam a lutar pela divulgação e pres-tigio de um desporto que é de todos nós.

DIVULGAR A PESCA.A

TEXTO E IMAGENSRedação

Jaime Sacadura demonstrando algumas animações de amostras. José Calado no seu ambiente natural.

NOTICIAS

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52013 4º TRIMESTRE VERÃO | OUTONO

AXIM é sinónimo de qualidade e tra-dição na casa Gar-bolino. Esta gama

compreende entre outros pro-dutos, 15 modelos de canas dedicadas á pesca á inglesa e ao feeder, todos diferenciados e complementares entre si de for-ma a cobrir todas as situações de pesca que possamos encon-trar. A gama de feeder, inteira-mente produzida em carbono HR divide-se nas canas Picker e Feeder num total de 9 mode-los. As Picker são constituídas por duas secções mais ponteiras amovíveis e estão disponíveis em dois comprimentos, 2,70m e 3,00m. Ambas incluem três ponteiras amovíveis em fibra maciça de diferentes potências (¼ OZ), ½ OZ e ¾OZ ) a uti-lizar em função dos peixes pro-curados e das condições parti-culares de cada pesqueiro em que as utilizemos. Estão mon-tadas com passadores T-Ring monopata sobreelevados o que garante o afastamento do fio do carreto do blank, evitando cola-gens do mesmo e percas de ren-

dimento nos lançamentos. A capacidade de lançamento está compreendida entre as 10g e as 35g e os punhos, em cortiça e EVA, apresentam um diâmetro bastante cómodo assim como

um comprimento muito ade-quado que ajuda ao excelente equilíbrio das canas. Estas duas canas são especialmente indica-das para pescas curtas e rápidas como as que se praticam na

Quinta da Boavista e na pista de Coruche. As Maxim Picker são bastante resistentes, apre-sentando uma acção parabólica

e elevada sensibilidade das pon-teiras o que permite a utilização de fios muito finos, garantindo elevada facilidade de detecção até dos toques mais ligeiros.As Maxim Feeder incluem uma

cana em duas secções mais ponteiras (½OZ, ¾OZ e 1OZ) com 3,30m e capacidade de lan-çamento até 75g. É uma cana intermédia para pescas curtas em que necessitemos um pouco

mais de potência e feeder mais pesados. É igualmente indica-da para as pistas mencionadas anteriormente. Com a mes-

ma capacidade de lançamento (Medium) mas com 3,60m, três secções e acção semi-para-bólica, temos uma cana muito versátil, sendo talvez a mais popular no nosso mercado. As ponteiras são em carbono ma-ciço (½OZ, ¾OZ e 1OZ), ofe-

recendo também uma enorme sensibilidade aos toques. Está especialmente indicada para pescas a média e longa distancia como se pratica na pista do Ca-beção e em algumas circunstân-cias, na pista do Prado. No se-guimento, temos duas canas de

3,90m, também em três secções e com potência de lançamento 30/100g (acção M) e 75/150g (acção P). São indicadas para pesca a grandes distancias e/ou a peixes grandes. A sua acção é igualmente semi-parabólica como se exige nestas situações, sendo equipadas com pontei-ras com acções de ¾OZ, 1OZ e 2OZ na acção M (Medium) e 2OZ, 3OZ e 4OZ na acção P (Power). Ainda com 3,90m temos uma cana de acção XP (Extra Power),com ponteiras de acção 4OZ, 5OZ e 6OZ e com capacidade para lançar feeders de grandes dimensões, até 200g. A acção neste caso já é de pon-teira e apesar de pouco utiliza-da no nosso país, pode ser uma opção a ter em conta em situa-ções específicas que por vezes encontramos na pista do Prado em que temos de pescar muito longe, com engodagens muito fortes e na presença de barbos de grande dimensão. A gama é completada por uma cana de 4,20m atingidos através de uma mini-extensão de 30 cm. É uma cana com características seme-

lhantes á anterior e confirma--se muito útil nalgumas pistas internacionais. A gama Maxim é verdadeira-mente versátil e completa, com todas as suas canas a apresentar diâmetros muito finos e blanks extremamente equilibrados. São todas montadas com os

anteriormente referidos passa-dores T-Ring, monopata ou de dupla pata conforme a versão. É uma gama média alta que no entanto é comercializada a preços muito competitivos ao nível das gamas baixas das marcas concorrentes.

MAXIM(AS) EXPECTATIVAS M

TEXTOJosé Calado

IMAGEMRedação

mAXIm FeeDeR

mAXIm pICKeR

BANCO ENSÁIO

Page 6: Jornal da Pesca Nº 016

VERÃO | OUTONO 4º TRIMESTRE 20136

ealizaram-se no passa-do mês de Setembro, em Setúbal, os 49º e 13º Campeonatos do

Mundo de Pesca Embarcada de Seniores e Sub-21, respectiva-mente. Bastante participada, a prova de seniores contou com a presença das 16 seleções nacio-nais da Alemanha, Bélgica, Cro-ácia, Eslovénia, Espanha, França, Holanda, Inglaterra, Irlanda, Itá-lia, Luxemburgo, São Marino e Suíça. Já a prova de Sub-21, con-tou apenas com a participação de 7 seleções, no caso da Alemanha, Croácia, Eslovénia, França, Itália, Montenegro e Portugal. A orga-nização a cargo da FPPDAM, por sinal muito elogiada, con-tratou a maioria das embarca-ções de marítimo-turística de Setúbal, tendo ainda de recorrer a algumas oriundas de Sesim-bra. Foram definidas 4 zonas de pesca, uma delas de reserva. Deu-se início a estes Campeo-natos do Mundo no dia 8 com a cerimónia de abertura, seguida da “Reunião de Capitães” e do sorteio dos pescadores de ambos os escalões pelos barcos. O dia 9 de Setembro foi dedicado aos treinos oficiais, tendo as equipas uma última oportunidade para afinar os seus materiais e estraté-gias. O primeiro dia de prova que viria a ser disputado na “zona 1”, por decisão da direção de prova, confirmaria a ideia de que Por-tugal poderia ter uma palavra a dizer nestes mundiais. A Seleção Nacional Sénior alcançou o 3º lu-gar da geral, enquanto a seleção Sub-21 alcançava igualmente a 3ª posição da classificação, su-perando assim as espectativas dos menos crentes. A nível indi-

vidual, João Bernardo Farinha, pescador do Grupo Desportivo Os Amarelos, conseguia um ex-celente 2º lugar na classificação geral dos Sub-21. Para o 2ºdia de prova, a direção da mesma optou por manter a “Zona 1” o que não agradaria a todos, no-meadamente aos italianos que preferiam uma zona mais baixa, que beneficiaria os pescadores mais rápidos. Apesar da menor presença de peixe, o alto desem-penho de ambas as equipas por-tuguesas, permitiu aos seniores fazer o 1º lugar por equipas, fruto de três primeiros lugares e dois segundos lugares, seguidos pela Itália e pela Croácia. Os Sub-21 alcançaram também o 1º lugar do dia, assumindo assim o lugar cimeiro da geral enquanto os seniores subiam uma posição, assumindo a vice-liderança. No 3º dia de prova, o das decisões, a opção foi mudar para a “Zona 3”, em que se perspectivava maior presença de peixe. Esta zona, menos profunda revelar-se-ia ideal para os italianos, nomeada-mente Marco Volpi que se viria a sagrar Campeão do Mundo individual pela 6ª vez. Os por-tugueses Bruno Cabrita e Sílvio Santos ganharam os seus barcos, tendo os restantes elementos al-cançado um 2º, um 3º e um 4º lu-gar, o que não era suficiente para vencer por equipas. No final, os portugueses sagraram-se Vice--Campeões Mundiais em ambas as categorias, atrás dos italianos em seniores e dos eslovenos nos Sub-21. Individualmente Bruno Cabrita atingiu um excelente 3º lugar final enquanto João Ber-nardo dos Sub-21, alcançava um meritório 4º lugar.

CAMPEONATOS DO MUNDO DE PESCA EMBARCADA

SETÚBAL 2013R

TEXTO E IMAGENSRedação

SENIORES - INDIVIDUAL1º Lugar - Marco Volpi, Itália2º Lugar - Mauro Salvatori, Itália3º Lugar - Bruno Cabrita, Portugal

SENIORES - EQUIPAS1º Lugar - Itália2º Lugar - Portugal3º Lugar - Croácia

SUB-21 - INDIVIDUAL1º Lugar - Anthony Giacomini, Itália2º Lugar - Kocjancic Nik, Eslovénia3º Lugar - Luka Pejakovic, Croácia4º Lugar - João Bernardo Farinha Portugal

SUB-21 - EQUIPAS1º Lugar - Eslovénia2º Lugar - Portugal3º Lugar - Itália

Fernando Fernandes no 3º dia de prova.

PESCA EMBARCADA

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72013 4º TRIMESTRE VERÃO | OUTONO

Finalizados os Campe-onatos do Mundo de Pesca Embarcada 2013 que se realizaram em

Setúbal, quisemos saber jun-to dos atletas Bruno Cabrita e João Bernardo Farinha, quais as suas impressões sobre o mesmo e perspectivas para as respectivas carreiras na pesca de competição. Bruno Cabrita e João Farinha são atletas do Grupo desportivo “Os Amare-los”, apoiados pela marca Vega e pela Casa Pita, tendo obtido as melhores classificações indivi-duais entre os atletas nacionais, com um 3º lugar na competição de seniores e um 4º lugar na competição de Sub-21 respec-tivamente.Jornal da Pesca – Bruno, a ida ao pódio com o 3º lugar é uma excelente classificação in-dividual, tendo em conta as in-dividualidades presentes neste campeonato, era esperada?Bruno Cabrita – Esperada não era mas qualquer dos atle-tas portugueses presentes tinha essa ilusão. Trabalhámos muito, atletas, capitães e federação para que isso fosse possível e conse-guimos ser vice-campeões do mundo e a minha ida ao pódio.JP – João, o teu 4º lugar deixa um certo amargo de boca…João Bernardo – Após os dois primeiros dias pensei que pode-ria chegar ao pódio mas se me perguntassem antes, diria que só em sonhos. Fomos vice-campe-ões por nações com os mesmos pontos da Eslovénia que venceu e isso apesar de dignificante, dei-xa um amargo ainda maior.JP – A pressão de pescar em casa terá pesado…JB – Mais que pressão, senti alguma ansiedade inicial mas o que terá feito diferença foi o “jogo de equipa” feito no segun-do dia pelos atletas da Croácia e Eslovénia com o “vizinho”

italiano que disputava o 1º lugar do barco comigo. A determina-da altura lançavam as monta-gens ostensivamente para cima da minha, embrulhando tudo. Perdi cerca de 12 montagens e tempo precioso. No final perdi para o italiano por 6 pontos que são 2 sarguetas.JP – Aconteceu-te alguma si-tuação idêntica Bruno?BC – Não, acho que correu bem. Fui-me adaptando du-rante a pesca, apostando nos peixes de 3 pontos mas tendo de optar algumas vezes pelas andorinhas pela sua quanti-dade em determinados mo-mentos. A maior dificuldade era passar pelas cavalas que não pontuam e eram imensas. As chumbadas muito pesadas ajudavam mas não resolviam.JP – Que acham da classificação final, podia ser ainda melhor?BC – Dificilmente, os italianos

são realmente muito bons tec-nicamente e têm um grande apoio federativo para preparar todas estas competições. Por cá, os apoios á nossa federação são escassos pelo que é impos-sível para esta apoiar-nos mais.JB - Acho que foi uma óptima participação Júnior, foi a nos-sa estreia em mundiais, logo com um 2º lugar colectivo e 3 atletas entre os nove primei-ros dos quais o meu 4º lugar á beirinha do pódio. Penso que estamos de parabéns.JP – Vocês são apoiados pela Vega e pela Casa Pita, isso de alguma forma influencia estes momentos?BC – Obviamente, este é um apoio que já dura á alguns anos e penso que nos ajuda a evoluir a nós atletas e á marca. Por um lado vamos partici-pando no desenvolvimento de alguns produtos e por outro

temos acesso mais facilitado a esses mesmos produtos que se-rão por consequência os mais adaptados às nossas pescas. JP – Esta classificação indivi-dual trouxe ainda um prémio adicional para ti Bruno…BC – É verdade, o Campeo-nato Nacional não me correu da melhor forma mas a ida ao pódio garante-me a ida ao próximo Campeonato do Mundo a realizar em Inglater-ra no próximo ano.JP – Joao, quais as perspecti-vas para o futuro?JB – Este Mundial é mais um estimulo para continuar a tra-balhar, quero continuar a evo-luir para num futuro próximo poder voltar a representar o país em provas destas, voltar a ouvir o hino nacional e se pos-sível melhorar a classificação colectiva, atingindo o titulo mundial.

IMPRESSÕES

DO MUNDIALF

TEXTO E IMAGEMRedação

PESCA EMBARCADA

Page 8: Jornal da Pesca Nº 016

VERÃO | OUTONO 4º TRIMESTRE 20138

MICAS - VEGAPARCERIA

A empresa Mundinau-tica, Lda. através da sua marca Vega, re-alizou recentemente

um protocolo de parceria com a embarcação de marítimo--turística Micas, a operar em Cascais. Esta parceria, que se espera frutuosa para ambas as partes, visa dar mais visibilida-de local á marca, ajudando a divulgar alguns dos seus pro-dutos, assim como a activida-de desenvolvida pelo Micas. Este projecto de marítimo-tu-rística nasceu á cerca de 3 anos na loja de artigos para a pesca lúdica, X-Pesca, também loca-lizada em Cascais e que conta já com dezoito anos de activi-dade. Após a fase inicial com um barco mais pequeno, a ac-tividade sofreu um interregno, sendo reatada mais tarde de-vido às constantes solicitações que chegavam diariamente á X-Pesca. Ponderada a situa-ção, decidiram-se os sócios, Luís Oliveira e António Santos,

pela aquisição de uma embar-cação de maior dimensão, que permitisse o normal desenvol-vimento das saídas de pesca em total segurança e conforto. Optaram por um casco em fibra com 8,20m da marca Si-lcar, que depois de adaptado oferece excelentes condições para a prática de diferentes pescas, desde a fundeada até ao jigging. O mais fácil estava feito, faltava agora o mais difí-cil que era encontrar o skiper que pudesse oferecer através dos seus conhecimentos da zona e experiencia na pesca desportiva e lúdica, um servi-ço diferenciador das demais ofertas não só em Cascais, como em toda a zona da gran-de Lisboa. Após uma primeira abordagem recusada por ter projectos próprios, consegui-ram chegar a entendimento com um jovem e experimenta-do skiper local, conhecido por não se limitar a “transportar” os pescadores para as zonas de

pesca. Efectivamente, André, revelou-se um trunfo decisi-vo para o Micas, alcançando muito rapidamente resulta-dos que lhe permitiram em muito pouco tempo, alcançar o estatuto de referência da pesca embarcada da zona. O profundo conhecimento dos fenómenos climáticos e dos excelentes equipamentos elec-trónicos do Micas, permiti-ram a André juntamente com os seus conhecimentos da

zona, empenho e dinamismo, oferecer um nível de sucesso nas capturas que rapidamen-te transformou o Micas num exemplo a seguir por todos os seus concorrentes.

TEXTO E IMAGENSRedação

António Frade a fazer estragos com a NITROX.

O skiper André com a nova GOTHICA da Vega.

PESCA EMBARCADA

Page 9: Jornal da Pesca Nº 016

PROJECTO MICASFalámos com Luís Oliveira da X-Pesca para melhor entender este projectoJornal da Pesca - Luís, já sabemos como nasceu o projecto mas como o enquadram no negócio da loja?Luís Oliveira - Na realidade são projectos que se complementam. Éramos abordados constantemente por pescadores que nos solicitavam informação sobre as embarcações de marítimo-turística a operar na zona e se podíamos organizar as saídas. Isso despertou-nos para a oportunidade de oferecer um serviço mais personalizado e que se diferenciasse dos já oferecidos, complementando também a oferta da loja que já não se limita a vender material a esses mesmos pescadores. Por outro lado, pensámos que o risco não seria muito elevado, uma vez que a divul-gação da actividade do Micas seria natural e imediata na loja, sendo o inverso também importante junto dos pescadores que ainda não conhecessem a X-Pesca, apesar da sua já longa história.JP – O sucesso está á vista, como pretendem manter-se no topo da oferta sendo a concorrência tão forte.LO – Só o conseguiremos se mantivermos o padrão de qualidade que oferecemos actualmente. Temos uma embarca-ção muito confortável e segura, com uma grande estabilidade quer em navegação quer quando poitada. Por outro lado, não nos limitamos às saídas para a pesca do “pica-pica”, como agora lhe chamam, procurando ir sempre ao encontro das solicitações dos nossos clientes. O André é um profundo conhecedor da zona e das diferentes pescas que podemos ofe-recer, desde os pargos ao jigging ou á chumbadinha até às douradas ou inclusive a pesca aos robalos em Light jigging. Abordamos qualquer solicitação com muita seriedade, aconselhando sempre aos nossos clientes, as melhores opções de pesca do momento. De igual modo, quando solicitados para pescas muito específicas, normalmente não praticadas, se acharmos que as mesmas não são praticáveis por qualquer que seja a rasão, mantemos a postura de seriedade e desa-conselhamo-las.JP – Como vê a parceria com a Vega?LO – A relação comercial com a marca vem de longe e esta parceria é mais um passo na estratégia de comunicação de ambas as empresas, numa fase de grandes exigências. Certamente que será positivo para todos incluindo o Jornal da Pesca, onde contamos ter uma colaboração estreita no sentido de divulgar não só a nossa actividades enquanto agentes comerciais como a pesca lúdica no geral.

luis Oliveira da X-peSCA, o mentor do projecto micas.

PESCA EMBARCADA

Page 10: Jornal da Pesca Nº 016

VERÃO | OUTONO 4º TRIMESTRE 201310

agaiar nas nossas águas não é novidade, os par-gos foram a primeira espécie alvo para as

zagaias quando a técnica co-meçou a ser desenvolvida em Portugal. O robalo e a corvina, entre outros predadores menos usuais, também começaram a cair nesta técnica ao longo da nossa costa.Ao olharmos para esta técnica, reparamos que o Jigging tem quase sempre a vertente de ser trabalhada longe da costa, e geralmente a profundidades consideráveis. Já tentou traba-lhar com zagaias mais peque-nas dentro dos estuários? Não temos pargos, mas temos, ro-balos, corvinas, bailas e não só.Certamente quase todos os pescadores mais informados já ouviram falar de colheres ondulantes, light jigs, casting jigs, etc. mas estes continuam a ser subvalorizados pela grande maioria de nós.O Light Jigging é uma técnica encantadora, utilizada maiori-tariamente a partir de uma em-barcação, pois a maioria destas zagaias estão concebidas para trabalhar na vertical onde são mortais.Este Outono, tive o prazer de testar no rio Tejo algu-mas zagaias da SAKURA, as MIRROR JIG de 38g e os re-sultados foram fantásticos. Entre robalos, corvinas e bai-las, também o polvo, o ruivo

e o inevitável xarroco deram o ar da sua graça. As Mirror Jig são na realidade casting jigs, que é o mesmo que dizer que foram desenhadas para que trabalhem perfeitamente numa acção de lançar/reco-lher, por exemplo para pescar da praia quando necessitamos de atingir distâncias a que não conseguimos chegar com os clássicos jerkbaits rígidos ou mesmo quando embarcados, não podemos aproximarmo--nos do objectivo para apre-sentações mais verticais. A uti-lização que lhes dei no entanto, foi precisamente com apresen-tações verticais e aí revelou-se “mortífera”. Pouco espessa, tem as laterais largas com inserções holográficas com efeitos espe-lhados que reflectem qualquer raio de luz. Na recuperação

apresenta um rolling pronun-ciado e na queda um efeito de folha que diminui a velocidade da descida, facilitando o ata-que dos predadores. Está dis-ponível em 6 cores com pesos entre as 18g e as 38g.Trabalhar com estas pequenas zagais tem um potencial enorme, chega-mos a pescar com apenas 3m de água com resultados muito positivos.O Light Jigging exige mate-rial muito mais… “Light”, as

canas devem rondar 1,80m, não ultrapassando nunca os 2,10m. A acção da cana pode variar, consoante a profundi-dade e corrente, pois o peso da zagaia também vai variar. A SAKURA tem algumas op-ções de muita qualidade para esta técnica, sendo a SHUKAN NEO SKS 601 M JIG, a mais adequada na minha opinião. Foi desenhada especificamente para estas técnicas e apresenta um blank extra-fast, extrema-

ZLIGHT JIGGING.

TEXTO E IMAGENSRui Carvalho

As SAKURA mIRROR JIG de 38g. Nem só de robalos e corvinas se fazem as capturas.

JIGGING

Page 11: Jornal da Pesca Nº 016

112013 4º TRIMESTRE VERÃO | OUTONO

mente sensível com 6’ (1,83m). Construída com napas de carbono Mitsubishi M36 do Japão, garante uma versatilida-de pouco comum, permitindo trabalhar pequenas zagaias ou cabeçotes e ao mesmo tempo lidar com facilidade e segu-

rança com peixes de grande porte como são as corvinas. É uma cana muito confortável devido á ergonomia e correcto comprimento do seu cabo, que permite um excelente apoio, e ao peso muito reduzido que não ultrapassa 165g. Está equi-pada com componentes Fuji, sendo os passadores em Al-conite do modelo Low Rider, ideais para trabalhar com fios finos. Os carretos a utilizar nesta técnica devem ser de tamanhos reduzidos, entre o 4000 e o 5000 e apresentar boa resistência estrutural e mecâ-nica, se possível com cárter e rotor em alumínio, e engrena-gens precisas e bem apoiadas. É o caso do Akada MT40 e do Camaro 5000, ambos da Vega. Além das características ante-riormente descritas, apresen-tam ambos uma recuperação bastante rápida com um rácio de 5,5 voltas de rotor por vol-ta de manivela. O Akada tem as suas engrenagens móveis apoiadas em 12 rolamentos de esferas blindados e é fornecido com duas bobines de alumínio de diferentes capacidades. É um carreto muito versátil que também permite a sua utiliza-ção em técnicas de spinning e bóia, pelo que será sempre uma opção a considerar por quem também pratique estas modalidades.

O Camaro é um carreto mais encorpado, com um drag po-tente e progressivo, tem 10 rola-mentos e é fornecido com duas bobines de alumínio com capa-cidade para 360m de monofila-mento 0,35mm. É relativamen-te ligeiro pelo que permite a sua utilização no spinning pesado que se faz às corvinas, na pesca á chumbadinha, etc.Muito importante no Light Jigging é a utilização de um multifilar de qualidade que nos permita utilizar diâmetros re-duzidos sem riscos de ruptura.

Pessoalmente utilizo o POTEN-ZA BRAIDED LINE em diâme-tros entre 0,22mm e 0,28mm pois além de muito resistente é macio e impermeável. Utilizo sempre uma ponta de fluorocar-bono, geralmente entre 0,28mm e 0,35mm conforme as situações pois garante-me uma invisibili-dade quase total com uma enor-me resistência á abrasão. O light jigging é uma técnica muito eficaz não só nos estuários mas em todas as áreas que permitam a concentração de exemplares a profundidades controladas.

mais uma captura com a mIRROR JIG.

CAmARO 5000

AKADA mT 40

JIGGING

Page 12: Jornal da Pesca Nº 016

VERÃO | OUTONO 4º TRIMESTRE 201312

xistem muitos pesca-dores que por como-didade ou por falta de tempo livre, optam

por comprar todas as suas iscas. Outros há, não por uma ques-tão de economia ou excesso de tempo livre, que preferem apa-nhar o próprio isco sempre que isso seja possível. Eu sou dos que prefere apanhar os próprios iscos, mais ainda por o meu isco preferido ser a tiagem que não se encontra normalmente á venda nas lojas da especiali-dade. E como para mim não há ida á pesca sem tiagem…A tiagem é provavelmente o melhor anelídeo para a pesca de mar. Não há peixe que lhe resista desde sargos, doura-das, robalos, etc.Mas como "nem todo o chão dá orégãos ", uma velha ex-pressão usada pelos homens do mar, que serve neste caso para distinguir entre os sítios bons e os piores para a apanha da famosa tiagem, deixo aqui algumas dicas para apanha e conservação da tiagem.Este anelídeo apanha-se em ambientes de areia e pedra, preferencialmente onde esta apresente limos, sinonimo da presença de vida. Em Portugal, na maior parte das praias que

apresentam aflorações rochosas podemos encontrar a tiagem.Preferencialmente, devemos escolher marés de lua, pois pela sua grande amplitude possibilita-nos aceder a locais, como fendas, poças, buracos e pedras onde mais facilmente se encontram.A melhor maneira para o fa-zer é a mão. Removendo as pedras (aconselho o uso de um ferro), escavando por de-baixo ou à volta de pedras grandes. Deverá escavar com os dedos abertos (nunca com luvas para ter mais sensibi-lidade) para as sentir e não as partir visto que são muito sensíveis. Depois de termos a quantidade ideal e necessária convém voltar a colocar as pe-dras no mesmo sítio para se-gurar a areia e a tiagem voltar a ocupar os  mesmos lugares, assim o ecossistema não sofre grandes alterações.Enquanto vamos apanhando a tiagem, esta vai formando uma bola que não devemos tentar desfazer de qualquer forma, ou corremos o risco de as partir. O sangue libertado pelas minho-cas partidas dificulta a conser-vação das inteiras que morrem mais facilmente. A melhor for-ma de separar estes novelos de

tiagem, é mergulha-los num balde com água (obviamente do mar), e com muito jeitinho ir alargando o novelo e sepa-rando as minhocas.Quanto á conservação, se pre-tendermos conservar a tiagem bastante tempo, temos de uti-lizar um aquário ou recipiente semelhante, oxigenado e com areia da praia. A água deve ainda assim ser trocada com alguma frequência. Se vamos utilizar a tiagem no imediato ou no espaço de poucas horas, devemos prepara-la misturan-do-a com serradura de pinho. A serradura ajuda a separar a tiagem, engrossa-a e enrijece-a,

permitindo um melhor manu-seamento e iscagem, no entan-to retira-lhe também tempo de vida, pelo que o devemos ter em conta quando a utilizamos. Devemos ter também em conta que quanto mais fina for essa serradura, mais desidrata a tia-gem e mais rapidamente mor-re. Pessoalmente, utilizo serra-dura mais fina no Inverno e um pouco mais grossa no Verão.Voltando um pouco ao princí-pio, a tiagem é o isco que mais utilizo e aquele que melhores resultados me dá, nomeada-mente com as douradas, seja em técnicas de pesca á bóia ou ao fundo.

TIAGEMA RAINHA DAS MINHOCASE

TEXTO E IMAGENSBruno Carvalho

A tiagem garante excelentes resultados.Já preparada e pronta a iscar.A tiagem é um isco bastante frágil.

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Page 13: Jornal da Pesca Nº 016

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Page 14: Jornal da Pesca Nº 016

VERÃO | OUTONO 4º TRIMESTRE 201314

ma das questões que nos levanta maiores interrogações é sem dúvida o spinning no-

turno e a escolha da melhor cor de artificial para essa variante. A noção de melhor artificial é rela-tiva, pois a melhor é sem dúvida aquela que faz capturas, e por si-nal é complicado estarmos a uti-lizar a maioria dos artificiais que temos numa jornada de pesca, sendo que aqueles que não uti-lizamos, não têm hipótese de efetuar capturas. Que amostras são mais indicadas para pescar à noite, com resultados? Como não podemos dizer que existem amostras infalíveis em termos de capturas, podemos tentar identificar algumas regras bá-sicas que pela experiência, têm comprovado que na ausência de luz as artificiais com tonalidades mais escuras funcionam na per-feição, pois a regra básica man-tem-se, águas claras amostras claras e águas escuras e noite amostras escuras. Alguns artificiais que pode-rão dar excelentes resultados noturnos são:

Existe contudo um outro fator onde podemos utilizar artifi-ciais mais claras, aquando de fases da lua onde a claridade da mesma ilumina de forma gra-dual a noite, sendo que artifi-ciais brilhantes, por exemplo a paleta de cores dos modelos da Akada Slash e Slim Minnow, onde estas tonalidades irão produzir um cintilar de flancos das suas próprias cores propor-cionalmente às animações de ponteira que efectuamos. Para maximizarmos o efeito do arti-ficial que escolhemos podemos aceder a outra característica dos artificiais disponíveis, ou seja, o sistema de “rattling” e os sons que o mesmo poderá produzir aquando da anima-ção flanqueada, já que o som na água propaga-se a uma dis-tância superior, o que vai efe-tuar um alerta aos predadores que se encontram a caçar na zona, aumentando considera-velmente a sua eficácia.

Algum equipamento que deve ser utilizado no Spinning no-turno:

SEGURANÇA

Lanterna de cabeça

Permite-nos com um simples acionamento on/off ter ilumi-nação quando necessá-rio, permitindo assim a liberdade de mo-vimentos.

Fato de neopreno 3,5 mmAlem de propor-cionar conforto térmico, cria uma segurança a possí-veis escoriações motivadas por pequenas quedas.

U

SPINNING NOTURNO VAMOS PESCAR À NOITE.

ARTIFICIAIS VEGA

mODelO ReF.

Akada Slash Minnow 130 F HA17

Akada Slim Minnow 145 F

NI-06

SP04-4

G12-12

Akada Original

BA

BM

BS

CLB

GP

GR

TEXTO E IMAGENSFernando Encarnação

SPINNING

Page 15: Jornal da Pesca Nº 016

152013 4º TRIMESTRE VERÃO | OUTONO

Colete flutuante refletor

Alem de proporcionar uma segurança extra, permite a fá-cil identificação, dispõe ainda de vários compartimentos que permitem guardar material

Grip

Um utensilio para proporcio-nar capturas em segurança, ou auxiliar na desferragem dos anzóis triplos

Alicate multifunção

Auxilia na desferragem de an-zóis triplos, permite o corte ou a abertura de componentes dos artificiais (triplos, argolas)

MATERIAL

Carreto

Indispensável no lançamento e recuperação dos artificiais, deve possuir um drag razoável, o seu corpo deve ser de componen-te rija (alumínio), convém ser robusto mas também leve. O Akada MT 40 em alumínio ou o BZ 400 são ambos excelentes opções para esta modalidade

CanaIndispensável no lançamento, animação e recuperação, quer dos artificiais, quer dos exem-plares ferrados.A sua ação deverá rondar os 15-35/40/50, poderá ter o com-primento de 2,7m (ideal para trabalhar amostras de superfície);

3 (ideal para trabalho de qualquer tipo de artifi-cial, sendo a mais utiliza-da) ou 3,3m (ideal para zonas rochosas compos-tas por obstáculos). Nes-te ultimo comprimento a Salt Jerk, construída em carbono de alto modulo C5 e montada com pas-sadores Fuji K Alconite, é uma opção que reco-mendo vivamente.Tal como os carretos, as canas deverão ser robus-tas e leves, pois o binómio cana/carreto deverá ser equilibrado e ao mesmo tempo confortável para jornadas de 4 a 6 horas (ou mais), 4 horas no mí-nimo compreenderão a altura ideal do spinning, ou seja, as duas últimas horas do vazante e as primeiras duas horas do enchente.

ClipPermite uma rápida troca de amostras, não alterando, se de dimensão re-duzida, a natação característica a cada modelo de artificial. Deve-

rá ser resistente, por norma não deverá ser utilizado por muitas jornadas seguidas, mediante o número de vezes que o mesmo é aberto e fechado, é um utensi-lio de desgaste rápido.

ArtificiaisDevemos dispor de várias op-ções, quer em tonalidade/cor, como em tipologia de técnica, por exemplo, devemos dispor de artificiais que trabalhem numa capa de água superficial (tipo Akada Moran Pencil 135 F), arti-ficiais que trabalhem numa capa até 0,5 cm (tipo Akada Slim Min-now 145 F), artificiais que traba-lhem numa capa entre 0,5 e 1,5 cm (tipo Akada Slash Minnow 130 F e Akada Original 140 F).

Mochila dupla de Spinning

Ideal para o transporte e armaze-namento dos artificiais e compo-nentes na jornada de spinning, para além do sistema prático da sua composição (dupla) de com-partimentos frente/trás, permite a entrada na água até à cintura sem perigo de submersão.

Multifilamento

É de extrema sensibilidade e resis-tência linear devido à ausência de elasticidade. Deve ser imperme-ável já que se absorver água, esta retira-lhe a capacidade de saída do carreto, aumentando-lhe o peso e a tração nos passadores e dimi-nuindo a capacidade de lança-mento. Deve ainda possuir gran-de resistência á abrasão e ao nó.

FluorocarbonoServe para efetuar a baixada que liga o multifila-mento ao artificial devendo o mesmo ter resistência á abra-são e ao nó, como se trata de um fio de baixa elasticidade possui uma elevada sensibili-dade e durabilidade.

SPINNING NOTURNO VAMOS PESCAR À NOITE.

SPINNING

Page 16: Jornal da Pesca Nº 016

VERÃO | OUTONO 4º TRIMESTRE 201316

oje vamos falar da pesca com lingueirões intei-ros com casca para apa-nhar sargos e douradas,

principalmente em zonas de estuário. À semelhança da is-cada com batata os lingueirões com casca são excelentes para capturar sargos e douradas de bom porte, pois quando se uti-liza esta isca o peixe pequeno raramente pega na mesma, ou seja quando há um toque a hipótese de ser peixe grande é quase certa.Esta é uma pesca de espera, dai o pescador poder utilizar 2 ou 3 canas equidistantes entre si.Nas imagens mostro a forma de iscar com 1 anzol, no entan-to, há quem utilize esta técnica com 2 ou 3 anzóis empatados na mesma linha, distancia-dos em função do tamanho dos lingueirões utilizados. De salientar que o fio do empa-te passa por dentro da casca e o elástico deve ser enrolado na parte final com as voltas a passarem por dentro das an-teriores, dado que a casca do lingueirão é muito lisa e com voltas simples tem tendência a desenrolar.

Eu, pessoalmente, gosto de zonas onde haja alguma cor-rente e onde não haja muitas prisões no fundo nomeada-mente redes velhas, pedras ou cabos por forma a quando fer-

re um bom exemplar este não parta o fio, pois os exemplares de maior porte tendem a refu-giar-se nestas zonas quando se sentem presos.Lembro também que quando se pesca em muralha ou pontão deve-se ter sempre á mão um enxalavar ou pucheiro isto para a eventualidade de capturar peixes com mais de 1Kg, e não cometer o erro de os içar com a cana for-

çando muitas vezes o fio a partir.Aconselho também a ter sem-pre a embraiagem do carreto calibrada para que quando o peixe arranca o fio não parta.Nesta pesca todo o cuidado

é pouco porque às vezes es-tamos uma manhã ou uma tarde à espera de ter um toque e esse toque é que vai ditar o sucesso ou o fracasso da pes-caria, dai termos de fazer para que tudo funcione de forma perfeita e sintonizada.Quando se pesca em estuários ou pontões acontece frequente-mente, que os barcos para evi-tarem a corrente, passam junto

à muralha ou pontão, o que faz com que o pescador tenha uma preocupação acrescida com as canas, mantendo sempre os su-portes bem presos, para evitar perdas de material.

Os materiais que utilizo nesta pesca são:· Canas POTENZA HIBRID de 4,20m e POTENZA SU-PERCORE de 4,50m com ponteira tubular. A primei-ra tem a potência suficiente para fazer um excelente lan-çamento e ao mesmo tempo a flexibilidade de ponteira para trabalhar um peixe de bom porte e sentir os toques. A

segunda, igualmente potente é no entanto um pouco mais parabólica permitindo utilizar fios mais finos e se necessário iscadas mais frágeis. Esta cana é comercializada com pon-

lINGUeIRãO COm CASCAPARA SARGOS E DOURADAS GRANDES

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Artes_Toros_PH_200x140_C.pdf 1 2/12/13 5:12 PM

TEXTO E IMAGENSPaulo Santos

SURF CASTING

Page 17: Jornal da Pesca Nº 016

teira hibrida mas tem opcio-nalmente disponível ponteira tubular pelo que podemos optar por qualquer delas na compra ou adquirir ambas,

o que recomendo vivamente pois permite-nos diferentes opções conforme as condições em que vamos pescar.· Ao nível do carreto aconselho duas op-ções, o INSIGNIA 60 e o BRAVA 5500. O INSIG-NIA é sobeja-mente conhecido no mercado e ga-rante prestações

muito elevadas no que respeita ao lançamento e ao funciona-mento do drag. Vem equipado com 6 rolamentos, rodizio so-bredimensionado e duas bobi-nes de capacidades diferentes, sendo uma delas perfeita para a utilização de fios finos. Já o BRAVA que é uma novidade no mercado, oferece duas bobines suplentes permitindo-nos três opções de fios de diferentes di-âmetros e características. Está

equipado com 13 rolamentos blindados e drag micrométri-

co, tem um rácio de recuperação de 4.6 voltas

de rotor por volta de manivela e dupla oscilação o que permite uma bo-

binagem perfei-ta com resulta-dos na distância de lançamento.

· Fio VEGA POTENZA SURF--TECH 0,25 no carreto, que é um fio de excelente resistência, e elasticidade quase nula, excelente durabilidade à abrasão e excelen-

te relação preço /qualidade, do melhor que há no mercado. Uti-lizo também as pontas de shock cónicas POTENZA SHOCK LEADER, maioritariamente no diâmetro 0,26-0,50mm embora estejam também disponíveis des-de o 0,18-0,47mm. Nos empates o POTENZA FLUOROCAR-BON ST é uma óptima opção do 0,28mm ao 0,35mm, conforme a zona onde pesco, ou seja se o fundo for arenoso 0,28, se tiver

pedras 0,35, este é um fio 100% fluorocarbono, macio e de me-mória muito reduzida, excelente resistência à abrasão e com uma boa protecção contra a salinidade· Chumbadas entre as 100 e as 160 gr, no formato bala ou pi-ramidal consoante a distância de pesca, correntes, vento e estado do mar.· Anzóis VEGA refª1132 BN nº 2 ou nº1 também da gama PO-TENZA. Apesar de muito finos

são muito resistentes e garan-tem uma elevadíssima capaci-dade de penetração mesmo nas cartilagens mais densas.

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Artes_Toros_PH_200x140_C.pdf 1 2/12/13 5:12 PMBRAVA 5500

2337 - potenza Supercore

INSIGNIA 60

SURF CASTING

Page 18: Jornal da Pesca Nº 016

VERÃO | OUTONO 4º TRIMESTRE 201318

uitos pescadores se questionam das ra-zões que levam a que alguns sintam imen-

sas dificuldades em conseguir algumas capturas enquanto outros, nas mesmas circunstân-cias e pesqueiros, apresentem grande consistência e regulari-dade na obtenção das mesmas. Certamente que os materiais utilizados têm influência, mas também os iscos e a capacidade individual de cada um, podem influenciar o resultado final de uma pescaria. Decidimos realizar algumas experiências com iscos e para isso convidámos alguns pes-cadores do CAP de Grândo-la, clube apoiado pela Vega e pela loja A Barbatana, tam-bém de Grândola, para uma sessão nocturna. Combina-do o encontro para a loja, até pela facilidade de aquisição e preparação dos iscos, lá se encontravam os amigos Edgar Costa, Arménio Sequeira, re-cém-chegado á primeira divi-são nacional, e Luís Anastácio, atleta do CAP e sócio gerente da “A Barbatana”. Decidimos então rumar á Praia do Car-

valhal embora as perspectivas não fossem as melhores pois na véspera lá se tinha realiza-do uma prova do campeonato nacional com resultados deve-ras desanimadores.

Chegados á praia, escolhidos os pesqueiros e montado todo o ma-terial, lançou-se a estratégia. Pes-cariam com duas canas cada um, utilizando montagens diferentes, e pescando a distâncias diferen-tes, iscando alternadamente com os iscos disponíveis que eram o ganso coreano, grilo, lingueirão e casulo. Todas as montagens foram feitas com o novo Sunset Silanium, fluorocarbono híbrido de última geração, sendo os em-pates feitos com o Potenza ST fluorocarbon, no caso 0,23mm e os anzóis os 1132 da Poten-za, nº 2 e nº 4. A experiência que teve a duração de 3 horas, iniciou-se com o cair da noite.

Logo no primeiro lançamento o Edgar Costa logrou capturar um linguado a que se seguiu uma baila capturada pelo Luís Anastácio, ambos com grilo. As capturas foram-se suce-dendo a bom ritmo com o Ar-ménio Sequeira a não deixar os créditos por mãos alheias. Após a captura de sete ou oito peixes que incluíam mais al-guns linguados, uma ferreira, um carapau e um robalo, ve-rificou-se que apenas dois dos peixes não tinham sido cap-turados com o grilo. O peixe mesmo sendo relativamente pequeno, estava presente e espalhado entre os 30/40m

peSCAR À NOITe

COM GRILOM

TEXTO E IMAGENSRedação

Arménio Sequeira, luís Anastácio e edgar Costa

SURF CASTING

Page 19: Jornal da Pesca Nº 016

PESCA DESPORTIVA DE ALTO MAR FUNDEADA, JIGGING, CORRICO E SPINNING

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e os 100m da praia. A pesca continuou e no final das 3 ho-ras planeadas doze das quinze

peças tinham sido capturadas com o grilo que se revelou determinante para o sucesso desta jornada. Sendo especulativo, até por termos pescado á noite, podemos no entanto supor que o peixe já se encontraria presente na re-ferida competição da véspera, tendo a diferença sido feita, nesse caso pela negativa, pela ausência deste isco. Durante esta experiencia em que foram utilizadas as canas Potenza Hybrid e Potenza Su-

percore, houve ainda oportu-nidade para testar uma nova cana da Sunset, a Impact Zone de 4,50m e o carreto Sunlab da mesma marca. A cana inteira-

mente produzida em carbo-no “Technifibre” reforçado e equipada com passadores

tipo Low Rider, tem capa-cidade de lançamento

de 200g e revela-se muito equilibra-da o que facilita o lançamento. Muito fina, com somente 21mm na secção

do cabo, e com ac-ção semi-parabólica

progressiva é uma cana muito sensível e “marcadora”,

oferecendo também uma ele-vada capacidade de lançamento sem danificar as iscadas mais frágeis. Já o Sunlab 8000 FD, é construído em alumínio e está equipado com duas bobines “Long Cast”, ideais para pescar com fios finos. Está equipado com 7 rolamentos e tecnologia de enrolamento “Double Os-cillation” lento que permite uma melhor bobinagem com benefí-cios no lançamento e na força de recuperação.

O grilo mostra-se determinante nos dias difíceis. A agulha revela-se fundamental na iscagem destes iscos frágeis.

As potenzas em acção.

A Impact Zone com o Sunlab.

Anastácio com um doble de linguados.

SURF CASTING

Page 20: Jornal da Pesca Nº 016

VERÃO | OUTONO 4º TRIMESTRE 201320

Sendo um adepto da pesca de Surfcasting e um apreciador da mar-ca portuguesa Vega,

propus-me testar na óptica de-sassombrada do utilizador, duas das propostas da marca para o segmento médio desta técnica, a Evidenza e a Kinetic surf.Numa primeira análise visual às duas canas, devido á sua seme-lhança, nomeadamente ao nível da decoração e preços, poderí-amos pensar estar na presença de duas versões de uma mesma “família” ou por assim dizer, duas canas de características muito semelhantes. Não pode-ríamos estar mais enganados. Na realidade, em vez de canas que se igualam são canas que de certa forma se complementam.A Evidenza, disponível so-mente no tamanho 4.50m, está equipada com passadores SIC do tipo “Mn”, tem uma acção de 100-300g, e um peso de 688g. O Carbono é de alto módulo C5 reforçado. A Kinetic está actualmente disponível nos tamanhos de 4.50m e 5,00m, estando a marca a considerar a inclusão da versão de 4,20 proximamente. Vem equipada com passadores SIC do tipo “Kw”, cujo objectivo é permitir uma saída óptima do fio, preve-nindo ao mesmo tempo os en-leios com consequente ruptura do fio durante os lançamentos. A capacidade de lançamento é de 80-250g e o peso de 555g. O carbono é exactamente o mes-mo da Evidenza.

EVIDENZAA primeira coisa que salta à vista neste modelo é a qualida-de dos acabamentos. Da bonita pintura e dos passadores, que quanto a mim têm um claro salto de qualidade em relação a outros modelos de semelhante preço, ao sistema de marcação para um alinhamento perfeito das secções (Joint Alignment System), tudo foi pensado e cuidado no processo de cons-trução e montagem. Meca-

nicamente, apercebemo-nos imediatamente de que esta é uma cana com elevado poder, e que parece ser equilibrada. Sendo assim era grande a es-pectativa para levar a Evidenza até à praia. Chegado à praia e colocando uma chumbada de 150g, pude constatar o que tinha imaginado, a Evidenza “gosta” destes pesos e até quer mais, muito mais. É incrível a potência e equilíbrio desta

cana, que nos permite fazer grandes lançamentos com fa-cilidade. É uma cana como podem perceber, incrível para aquele mar maior, para pescar no inverno com iscadas fortes, e com chumbadas de 165g e até mais. Apesar desta potên-cia, mostra-se muito sensível e marcadora. No primeiro dia que pesquei com ela, consegui tirar fanecas de tamanho bas-tante diminuto, e no entanto

as suas picadas eram bem perceptíveis na ponteira da Evidenza. Quanto à ferragem é bastante rápida como seria de esperar numa cana com estas características. A Evi-denza é pois uma cana ideal para quem procure uma cana de qualidade, tendo um orça-mento mais controlado, e com esse facto em mente, penso que será das melhores senão a melhor opção no mercado.

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TEXTO E IMAGENSTiago Pacheco

ARTIGO LEITOR

Page 21: Jornal da Pesca Nº 016

KINETIC SURFSe por ventura a Evidenza é uma cana bastante forte, tinha curiosidade em ver como se comportava a Kinetic Surf. Na mão ficamos imediatamente com uma sensação de leveza, pelas suas 555g, a Kinetic é

das canas tubulares mais leves do mercado em 4.50m, e tam-bém com a sensação de que estamos na presença de uma cana macia. A lançar, a cana é bastante cómoda e também diferente da Evidenza, que começa a trabalhar bem a par-

tir das 150g, a Kinetic fá-lo a partir das 100g. As nossas costas agradecem e permite pescar longe mas leve o que se mostra muito difícil quando as canas são muito potentes. Os lançamentos saem fluidos, sem esforço, e consegui as me-lhores distâncias com chum-badas na ordem das 135g, posso mesmo referir que consegui lançar mais 10/15m do que com uma cana hibri-da de segmento alto de outra marca que tenho á uns anos. Em condições de lançamento mais pesado, apesar de perder algum rendimento consegui distâncias interessantes com chumbadas de 170g, que foi o peso máximo ao qual sujeitei a Kinetic. Como é macia, é uma cana que detecta picadas com facilidade, e não “parte” as is-cadas no lançamento.

CONCLUSÃOParece-me evidente que a Ki-netic é uma cana para quem prefere leveza e suavidade a poder, uma cana para pescar em mar pequeno, com algumas incursões a um mar maior pois suporta com fiabilidade pesos maiores. A Evidenza está nou-tro plano, uma cana mais bruta, para ser carregada com chum-badas maiores, acima das 150g, e capaz de atingir boas distâncias. Como referi ao início, são duas canas que se complementam, e que apelam a dois tipos de pesca diferentes. Para o preço, ambas são uma boa aposta que servem diferentes necessidades.

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ARTIGO LEITOR

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PESCA EMBARCADA

á muito ouvimos fa-lar da barra de Aveiro como um spot mági-co, quase mítico para a

pesca aos robalos com iscas vi-vas. Com vontade de comprovar todas as histórias que vamos es-cutando aqui e ali, entrámos em contacto com o Pedro Barrento, proprietário da loja Barrento na Praia da Barra, para que nos proporcionasse essa oportuni-dade. Com encontro marcado na loja, podemos comprovar o porquê desta ser uma referência não só na Praia da Barra como em toda a zona de Aveiro. A oferta é enorme e muito diversi-ficada e o atendimento é bastan-te personalizado e conhecedor, aconselhando a aquisição dos produtos com propósito e “ofe-recendo” umas dicas em relação aos pesqueiros e técnicas a utili-zar a cada dia. Outra mais-valia da Barrento é a oferta diversi-ficada de iscos vivos, desde os clássicos anelídeos como o grilo ou minhoca de balão para o surf casting, ao caranguejo pilado ou camarão. Efectivamente estes são dos iscos mais procurados na zona, tanto para a pesca á bóia como para a pesca de barco aos robalos que nos propúnha-mos fazer nesse fim de tarde.

Saídos para o mar por volta das 17:00h, logo nos aperce-bemos pela agitação e concen-tração de embarcações que a presença de peixe se deveria fazer notar. Iniciada a pesca, imediatamente notei que ao

contrário de muitos que fa-ziam as derivas um pouco á toa sem grandes resultados, os que obtinham boas capturas faziam derivas relativamente curtas e muito localizadas em spots específicos. A iscar com pilado e carapau pequeno, começámos a obter algumas capturas em ambos os iscos

embora os peixes grandes sa-íssem com pilado enquanto os pequenos, robalos kileiros, pareciam ter uma especial predilecção pelos carapaus.Esta é uma pesca que sem ser demasiado técnica é exigente com os materiais e condições a bordo. É quase imperati-vo dispor de um viveiro com um bom sistema de oxigena-ção para manter em perfeitas condições os iscos durante as várias horas que pode durar a jornada de pesca, sendo que em condições de temperatura alta a dificuldade em manter essas mesmas condições, au-menta exponencialmente.

NA BARRA De AVeIROROBALOS

H

TEXTO E IMAGENSRedação

Nuno pandeirada e pedro Barrento da loja Barrento.

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232013 4º TRIMESTRE VERÃO | OUTONO

ISCOS ENGODOSPESCA EMBARCADA

Quanto aos materiais, as canas mais utilizadas são canas de spinning com comprimentos habitualmente entre 2,40m e 2,70m. As acções devem ser relativamente fortes para li-darem com chumbadas que podem ir desde 30g quando a corrente é praticamente nula, por a maré ser pequena, nos encontrarmos no seu reponto e não termos deriva provocada pelo vento, até às 180g quando as condições são precisamente as inversas, marés grandes e vento moderado a forte ainda mais se for no mesmo sentido da corrente. Note-se que esta é uma pesca que deve ser fei-

ta praticamente na verti-cal e em fundos que vão normalmente dos 10m aos 30m, pelo que não temos necessidade de lançar, de outra forma teríamos de utilizar ca-

nas muito mais potentes com a respectiva diminuição de sensibilidade e aumento de peso. Boas opções são por exemplo a TWISTER da Vega, disponível nestas duas medi-das e construída em carbono de alto modulo C4 e a SHIN-JIN SIS 822 XH+ da Sakura, cana com 2,50m, fabricada com recurso a carbono MIT-SUBISHI IM30T e montada com passadores FUJI KW de ALCONITE. Esta é uma cana muito versátil com capacidade de lançamento entre as 14 e as 100g, acção Regular Fast e com um peso de somente 194g. O carreto deve ser robusto, ter um bom drag e tamanho 5000 ou aproximado como é o caso do Camaro 5000. No carreto devemos utilizar um entrançado de preferência de 8 fios de alta qualidade como

é o caso do Sakura Sensibraid. Produzido com fibras 100% by NIPPON DYNEEMA CO., LTD, com o processo MICRO PITCH que consiste no cruza-mento ultra cerrado de 32 cru-zamentos de fios por polegada (2,54cm), tem um revestimen-to único “VELVET GLOVE” que lhe confere uma suavidade difícil de igualar.A montagem, simples, consiste numa baixada em fluorocarbo-no 0,40mm com cerca de 4,0m a terminar num destorcedor rolling triangle Joint rolling de onde saem o empate também em fluorocarbono entre 0,3mm e 0,37mm para a lateral e um fio mais fino, para que sirva de fu-sível, com cerca de 70cm onde vamos fixar a nossa chumbada. O anzol mais utilizado na zona é um modelo Wide Gape como o POTENZA 7592 BN nos

tamanhos 3/0 e 4/0. Além de muito resistente, o seu formato e abertura facilitam bastante a ferragem dos robalos quando pescamos com estes iscos vivos.Para uma próxima oportu-nidade ficou já o desafio de fazer uma “competição” entre os iscos vivos e os soft baits da Sakura, tão em moda nos últi-mos dois anos.

NA BARRA De AVeIRO

VeGA 1294 - TWISTeR

SAKURA SINJIN

Quim com dois belos exemplares.

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TENTO

Canal 142

zon.pt

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A PESCA DIRETA

pesca do tento no mar é uma adaptação da pes-ca à francesa que nor-malmente se pratica em

águas interiores, a mesma é ca-racterizada pela utilização de ca-nas telescópicas sem passadores e sem carreto, fixando o fio de pesca na extremidade da cana, a linha (baixada) que é presa na ponteira e calibrada com pouco peso apenas para permitir que a

isca afunde com mais facilidade. A montagem da baixada não deve ser do comprimento da cana, uma vez que ao ferrar um exemplar o peso do mes-mo vai trabalhar pela ação parabólica da cana, como tal, teremos alguma dificuldade em levantar o peixe. O ideal é utilizar uma baixada com menos cerca de meio metro que o tamanho da cana para facilitar a retirada do peixe da água. Este tipo de pesca pode ser efetuado normalmente com canas de tamanhos entre os seis e os nove metros (má-ximo), sendo que uma cana de sete ou oito metros dispõe dos tamanhos mais indicados e versáteis, que proporcionarão sem dúvida boas sensações. A pesca do tento é habitualmen-

te apelidada de pesca fina, pelo elevado grau de sensibilidade ao toque do peixe promovida pela ação direta desta técnica de pesca e proporciona-nos a ca-pacidade de conseguir grandes performances na ferragem de exemplares e na exata colocação da isca diretamente no local pre-tendido (oxigenação, caneiros, fendas, lavadiços e rebolos).Nesta técnica de pesca é neces-sário uma cana com uma boa resistência, dada a necessidade de “medir forças” com os exem-plares a capturar. Teremos de ter em conta a qualidade razoá-vel da cana, para que possamos aliar uma ação relativamente rápida, resistência, leveza e di-âmetro reduzido. A vega tem algumas canas com estas ca-racterísticas das quais gostaria

de destacar a 1442 BLIZZARD, construída em carbono de alta resistência C3 e a 2446 GENE-SIS, construída em carbono de alto modulo C4. Ambas apresentam as características necessárias às exigências desta técnica. Também a 1432 EU-PHORIA com que tenho pesca-do ultimamente, se revela bas-tante interessante, com acção e potência bastante apreciáveis. Quanto ao fio utilizado neste tipo de pesca teremos de ter em atenção a qualidade e o diâmetro a utilizar na laçada direta, que anda pelos 0,28 a 0,33 mm de monofilamento de preferência revestido a flu-orocarbono ou fluorocarbono 100%. Embora estes diâmetros pareçam um pouco elevados efetivamente não o são, uma

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NO MARTEXTO E IMAGENSFernando Encarnação

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ISCOS ENGODOSTENTO

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vez que os pesqueiros escolhi-dos deverão ter bastante oxi-genação de água. Além disso, o fluorocarbono, como sabemos, dá-nos a invisibilidade necessá-ria assim como uma resistência

acrescida á abrasão. Com qua-lidade mais que comprovada e comercializados a preços muito competitivos, o AKADA FC e o POTENZA ST, confirmam-se óptimas opções. O tipo de pes-queiro, espécie de peixe a captu-rar, cor da água e a experiência do pescador ditarão a escolha do fio, são estas as condicionan-tes que permitem bons resulta-

dos nas jornadas de pesca.Outro dos fatores essenciais neste tipo de pesca é a “camuflagem” do pescador, pois devido à pro-ximidade da linha de água e do pesqueiro propriamente dito, as

roupas muito claras são como que um sinal luminoso para os peixes. Não nos aproximarmos demasiado da água e mantermos uma silhueta com o mínimo de destaque, ditará a fronteira entre uma boa e uma razoável jornada, já que o peixe supostamente en-trou no pesqueiro e anda a comer o engodo ou a mariscar no local.Pela proximidade da água a que

este tipo de pesca obriga devemos ter em conta também o estado do mar e as condições mínimas de segurança por forma a evitarmos acidentes desagradáveis. Este tipo de pesca é executado

com o mar manso ou de pe-quena vaga, muito mar preju-dica o trabalhar do engodo e as correntes levam o mesmo para fora o que origina a que o peixe muitas das vezes o acompanhe se a cadência do engodo não for continua. É de salientar que a gramagem dos chumbos utilizados nesta técnica deve ser a mínima pos-

sível e deve ter a função de colo-car a isca a afundar ligeiramen-te na água. Com a experiência adquirida poderemos controlar a profundidade levantando a cana na posição vertical.Os resultados deste tipo de pes-ca melhoram significativamen-te com a utilização de engodo, sendo a sardinha o supra sumo da sua confeção. As capturas mais vulgares nesta vertente de pesca são os, sargos, douradas, robalos, safias, etc. Para finalizar pode-se dizer em suma que todas as iscas pode-rão ser utilizadas neste tipo de pesca, desde a sardinha, cama-rão, amêijoa, mexilhão, caran-guejo, ralos, percebe e ouriço a todo o tipo de anelídeos, lula, lingueirão, lapa,etc.

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VERÃO | OUTONO 4º TRIMESTRE 201326

ACHIGÃ

ma das amostras que se tem mantido no leque das preferidas dos pescadores de

achigã são os jerkbaits. Estas imitações de peixe rígidas são artificiais que continuam, ao longo do tempo, a assegurar captura após captura. Quais são as razões para a enorme eficácia deste grupo de amos-tras? O que as torna tão letais e sedutoras para os achigãs? As respostas a estas perguntas encontram-se num conjunto de características únicas que os jerkbaits possuem e que as tornam tão apelativas para os predadores. Vamos então ana-lisá-las em pormenor.

O PERFIL A silhueta dos jerkbaits asse-melha-se na perfeição à de um conjunto de peixes que são presas habituais dos achigãs. A forma esguia tradicional que permite incluir muitas destas amostras num grupo que se costuma designar por pencil baits e que parece ser tão do agrado dos achigãs, é a mesma de muitos alevins de peixes que são presas habitu-ais destes predadores. A mo-derna tendência dos fabrican-tes é desenvolver modelos que se afastam, por vezes bastante, deste tipo de silhueta, com jerkbaits mais “gordinhos” e curtos a criarem uma zona de

fronteira mais difusa com os crankbaits. Estes modelos são também muito úteis e podem ser muito interessantes quan-do as presas reais também são um pouco mais encorpadas. A oscilação que produzem continua a ser mais apertada do que nos crankbaits “nor-mais”, pelo que são amostras de “transição” entre estre dois grupos e que podem ser utili-zadas, com vantagens, nalgu-mas situações. No entanto, os puristas continuam a apostar no perfil tradicional, uma for-ma alongada que consegue se-duzir os achigãs como poucas outras amostras são capazes de fazer.

O TAMANHO E A FORMA DA PALETADois aspetos que condicionam a profundidade a que estas amostras conseguem chegar além de influenciarem o tipo de oscilação que produzem são o tamanho e a forma da paleta. Os jerkbaits não são amostras conhecidas por atingirem gran-des profundidades. A maioria não ultrapassa o metro e alguns não afundam mais que pou-cas dezenas de centímetros de profundidade. O tamanho e a orientação da paleta condicio-nam a profundidade que estas amostras atingem e a maioria possui paletas curtas e com ângulos de inserção pronuncia-

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JERKBAITSIRRESISTÍVEIS PARA O ACHIGÃ

TEXTO E IMAGENSJaime Sacadura

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ACHIGÃ

dos, em relação ao corpo. Afun-dam, assim, muito pouco, e a resistência provocada pela pale-ta obriga a amostra a oscilar, de forma mais ou menos violenta. Além disso, essa oscilação pode ser potenciada pela utilização de paletas mais largas e menos arredondadas. Alguns modelos mais recentes entram na cate-goria dos jerkbaits deep diving, pois possuem paletas mais lon-gas e largas que permitem levar estas amostras afiladas a pro-fundidades mais elevadas.

COMPORTAMENTO DURANTE A RECUPERAÇÃOA animação destes pencils baits é relativamente simples. Pode-se sempre optar pelo

simples lançar e recuperar que produz um tipo de oscilação característica dos jerkbaits - oscilação que é extremamente sedutora e irresistível para os achigãs. Outro tipo de recu-peração bastante popular e eficaz passa por efetuar su-cessivos toques de ponteira, mais ou menos pronunciados, violentos e quase contínuos. Este tipo de movimento, co-nhecido por jerk dá, inclusi-vamente, o nome a este grupo de amostras.Com estes tipos de recupera-ção ou as suas variantes, como a opção por toques de pontei-ra mais ligeiros seguidos de pausas mais ou menos pro-longadas, os jerkbaits conse-

guem simular uma presa des-controlada e fácil de capturar. Qualquer destes movimentos envia vibrações semelhantes às de uma presa viva quando se desloca em fuga dos pre-dadores - vibrações essas que conseguem despertar achigãs de letargias profundas. Aliás, este grupo de amostras rígi-das é das poucas que se pode utilizar em pleno inverno. Nesta época do ano, os jerk-baits conseguem surpreender pelos resultados que podem proporcionar quando as bai-xas temperaturas e os achigãs menos ativos recomendariam amostras de vinil e recupera-ções muito lentas ou extrema-mente pausadas.

A SUBTILEZA DA qUEDAMuitos modelos são extrema-mente leves o que é uma vanta-gem adicional quando é neces-sário colocar amostras perto de achigãs que se conseguem loca-lizar visualmente, por exemplo, na primavera ou no verão, em zonas mais baixas.As rapalas originais eram em balsa o que lhes proporcionava uma extrema leveza e tiveram e continuam a ter um enorme sucesso, mas existem modelos mais recentes que conseguem obter quase os mesmos resul-tados sem recorrer a este mate-rial e que permitem lançamen-tos mais longos, mesmo contra o vento.A queda na água destas amos-tras é suave e não assusta os achigãs como acontece com a queda de outros artificiais de maior peso. Por outro lado, ao conseguir colocar uma amos-tra tão perto do peixe podem--se despertar imediatamente ataques, como reação do peixe à surpresa e à extrema pro-ximidade da amostra. Com amostras mais pesadas o resul-tado seria o oposto.

A COLORAÇÃO E O FLASHA utilização de padrões de co-loração idênticos aos das presas vivas é um fator extremamente importante na maioria das amostras. No caso dos jerkbaits pode ser decisivo. Quando se pesca em águas extremamen-te transparentes, o peixe tem mais capacidade para visuali-zar perfeitamente a amostra e aperceber-se dos mais peque-nos pormenores que podem denunciar artificialidade. Nes-te tipo de condições os achigãs são, habitualmente, muito mais desconfiados e tudo aquilo que contribuir para reduzir a sua desconfiança é uma mais--valia. Uma amostra com um padrão de cor bem concebido e que imita perfeitamente uma presa viva tem menos hipótese de ser reconhecida como imi-tação. Deve-se, por isso, optar por jerkbaits que reproduzam padrões de cor tradicionais, em cada massa de água, e que os achigãs reconhecem como alimento habitual.

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VERÃO | OUTONO 4º TRIMESTRE 201328

AS ESFERAS INTERNAS - SOM E ATITUDEA presença de esferas metálicas internas nos modelos mais mo-dernos é a norma. Em muitos modelos estas esferas podem movimentar-se e permitem uma transferência de peso que mo-difica o centro de gravidade da amostra durante o lançamento e a recuperação. Estes modelos apresentam várias vantagens em relação aos que não as possuem. A primeira diz respeito à maior facilidade de lançamento, pois a transferência de peso para a par-te terminal da amostra ajuda a atingir maiores distâncias - prin-cipalmente quando se lança con-tra o vento - e mantêm a amostra na posição ideal, de forma a mi-nimizar a possibilidade do fio se enredar num dos anzóis.A segunda vantagem diz res-peito à alteração da atitude da amostra durante a recuperação. Consoante a posição das esferas, as amostras flutuantes, em re-pouso, podem apresentar-se in-

clinadas para a frente, para trás ou na horizontal. Esta diferença de atitudes - que se pode provo-car com pequenos movimentos de ponteira que deslocam as esfe-ras internas - ajuda a criar a ilusão de uma presa viva. Por último, mas não menos importante, o som produzido pelas esferas in-ternas constitui um fator atrativo adicional que desperta a atenção do achigã e contribui para este se concentrar na nossa amostra.

MODELOS FLUTUANTES OU SUSPENDINGOs modelos flutuantes conti-nuam a ser os mais utilizados dentro dos jerkbaits. São mo-delos mais leves e que têm as vantagens já apontadas, no ca-pítulo da subtileza. No entanto, existe a possibilidade de optar por modelos suspending em certas situações. Neste caso, o peso das esferas internas é cal-culado de forma a proporcionar à amostra uma flutuabilidade neutra. Isto leva a que a amos-

tra permaneça na mesma posi-ção, na coluna de água, quando se interrompe a recuperação. Esta pausa, a meia-água, con-trasta com aquilo que acontece com os modelos flutuantes que, quando pararmos de recuperar, iniciam imediatamente o re-gresso à superfície. Conseguir manter a amostra à profundi-dade a que se encontra, duran-te períodos de tempo mais ou menos longos, pode revelar-se fundamental quando se tentam seduzir achigãs que se encon-tram num estado de atividade muito baixo.

OS MODELOS AFUNDANTESPor último, os fabricantes pro-põem ainda modelos afun-dantes que, embora não sejam muito utilizados na pesca de achigã, podem ter as suas apli-cações. Por exemplo, quando se pretendem explorar camadas de água mais profundas, onde a maioria dos jerkbaits não pode ir, pois, em média, rara-

mente conseguem ir para além dos 2 metros de profundidade, estes modelos afundantes são a solução. Podemos, desta for-ma, enviar, à profundidade de vários metros, amostras que os achigãs raramente têm oportu-nidade de ver nesses locais.

CONCLUSÃOEste grupo de amostras revela uma enorme versatilidade e continua a ser um dos favori-tos dos pescadores de achigã. Os jerkbaits podem ser utiliza-dos em todas as épocas do ano e de acordo com a capacidade do pescador de lhes imprimir uma animação adequada, po-dem despertar ataques de achi-gãs em quase todas as situações de pesca. Os jerkbaits são ferra-mentas extremamente precisas e cada tipo de modelo, quando bem utilizado, pode revelar--se de uma eficácia impressio-nante, pelo que devem sempre fazer parte do arsenal de pesca de qualquer pescador.

AKADA KILLER MINNOW95SU95mm, 14g, 0 - 0,4mSuspending

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ACHIGÃ

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292013 4º TRIMESTRE VERÃO | OUTONO

campeonato nacional de pesca embarcada ao Achigã, chegou fi-nalmente ao fim, de-

pois de seis intensas provas.Será difícil encontrar na história da pesca embarcada ao Achigã em Portugal, campeonatos mais disputados, como os realizados nos dois últimos anos.Fruto de um trabalho de ca-lendarização correcta por par-te da Federação Portuguesa de Pesca Desportiva, a pesca em-barcada ao Achigã está a viver nos últimos anos interessantes lutas até à última prova pelos lugares do pódio.Se não vejamos. O campeona-to iniciou-se em Santa Clara, debaixo de um mau tempo que não havia memoria. João Pedro Queiroga e Paulo Va-les, eram os primeiros líderes do campeonato, fruto de dois segundos lugares nas duas pri-meiras provas da temporada.Gualdino Angelino e António

Casimiro, da Marietel Compe-tição, terminavam na segunda posição com 8 pontos, resul-tantes de dois quartos lugares.Na terceira posição Nuno Bizarro e Pedro Sêncio, cam-peões Nacionais em 2012, so-mavam 14 pontos depois de terem registado um 13º lugar no primeiro dia e um primei-

ro lugar no segundo dia de Santa Clara.À saída de Santa Clara João Pedro Queiroga não escondia que a liderança da sua equipa era fruto “dos treinos que reali-zamos e que permitiu perceber como o peixe estava a reagir. Contudo a entrada de muita água na barragem devido à chu-va obrigou a trabalhar mais para podermos localizar o peixe”.A segunda ronda do campeo-nato aconteceu no Alqueva.O maior lago artificial da Eu-ropa continua a ser uma cai-xa de surpresas para todos os pescadores desta modalidade. Assim este ano apresentou-se com um nível de água inédito. Joaquim Moio, vice-campeão do Mundo com o seu compa-nheiro João Grosso, explicou que “o elevado nível da água com que nos deparamos no Alqueva fez com que pesquei-ros que estavam a 3 metros de

profundidade passassem a es-tar a 30 ou a 40 metros, o que alterou por completo os dados que tínhamos”.No primeiro dia de prova, Nuno Mateus e Vítor Nunes, conseguiram chegar a vitória com a captura de cinco peixes com um total de 5,146Kg, fru-to de uma pesca “cujo objecti-vo foi bater margem constan-temente e que nos permitiu perceber como o peixe reagia”, explicou Vítor Nunes.Já Rui Matos e André Guer-reiro alcançaram o segundo lugar no Alqueva com o peso total de 4,011 Kg.Na segunda prova do Alqueva, foi a vez de Pedro Félix e Paulo Ramos brilharem. A equipa Sul-pesca venceu o segundo dia de prova com cinco peixes captu-rados que totalizaram 3,578 Kg.Entre os homens da frente da classificação, Joaquim Moio e João Grosso eram quintos, en-

O

TEXTOVirgílio Machado

IMAGENSManuel Gonçalves

Campeões.

Gualdino e Casimiro a caminho do título.

GUALDINO E ANGELINOCAmpeÕeS De 2013.

ACHIGÃ

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VERÃO | OUTONO 4º TRIMESTRE 201330

ISCOS ENGODOSACHIGÃ

quanto Silvestre Pinto e Sérgio Sequeira ocupavam o quarto lugar, Ramon Meneses e André Fidalgo 10º, Gualdino Angeli-no e António Casimiro 12º.Com esta classificação, as equi-pas Gualdino Angelino e An-tónio Casimiro, Silvestre Pinto e Sérgio Sequeira e Joaquim Moio e João Grosso saiam do Alqueva empatados na Clas-sificação geral com 35 pontos, menos um que João Pedro Queiroga e Paulo Vales.Assim, no primeiro fim-de--semana de Setembro, o Cabril em Pedrogão Grande, recebeu a derradeira jornada de um

campeonato de grande compe-titividade.Com três equipas empatadas na liderança Joaquim Moio não escondia que “ vamos voltar a lutar um ano depois nesta barragem pela conquista do campeonato, o que é bem o exemplo do bom trabalho que a Federação tem vindo a fazer em matéria de calendarização das provas”.Já Silvestre Pinto lembrava ao Jornal da Pesca que “ quem conseguir capturar um peixe de maior porte, que faça a di-ferença será o vencedor deste campeonato”.

Assim logo no primeiro dia de prova se percebeu que as equi-pas não iriam ter uma tarefa fácil. Após as oito primeiras horas de prova, a formação Nuno Melo e Pedro Campos vencia o primeiro dia, ten-do apresentado à pesagem cinco peixes que totalizaram 4,072Kg, enquanto entre os que lutavam pelo campeona-to, Gualdino Angelino e An-tónio Casimiro alcançavam o 12º lugar, Silvestre Pinto e Sérgio Sequeira o 13º lugar e Joaquim Moio e João Grosso um 14º lugar, o que deixava tudo em aberto para o último

dia de prova.Contudo neste primeiro dia de Cabril, foi a formação Ra-mon Menezes e André Fidalgo que encetavam uma recupera-ção notável ao alcançar um sexto lugar com cinco peixes que totalizaram 2,116kg e lhes valia um 6º lugar, enquanto Pedro Félix e Paulo Ramos com 2,728kg eram 4ºs nesta primeira ronda do cabril.No segundo dia e com os três primeiros presos por um pon-to, todos reconheciam que seria o peixe grande a fazer a diferença. E a verdade é que a equipa Gualdino Angelino e

Queiroga-Vale. Silvestre pinto e Sérgio Sequeira.

moio e Grosso na luta.

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ISCOS ENGODOSACHIGÃ

António Casimiro consegui-ram capturar um peixe com mais de dois quilos nos 20 minutos finais de prova. “ Foi um golpe de sorte, estávamos com dificuldade em fazer os cinco peixes e insistimos com amostras para peixes de maior porte e conseguimos capturar um belo peixe na parte final da prova”, reconheceu Antó-nio Casimiro.Assim com três peixes captu-rados que totalizaram 3,563kg, esta equipa da Marietel sagra-va-se campeã nacional pela primeira vez, relegando para a segunda posição, Silvestre Pin-to e Sérgio Sequeira que na úl-tima prova da época não foram além de um quinto lugar com 2,068kg, enquanto Joaquim

Moio e João Grosso, termina-ram no terceiro lugar do cam-peonato depois de na derradei-ra prova da temporada terem alcançado um sexto lugar.Destaque para o segundo lu-gar no último dia de Cabril para a formação Ramon Me-neses e André Fidalgo que capturaram cinco peixes que totalizaram 3,424kg e que lhes valeu um quarto lugar na clas-sificação final do campeonato.Uma excelente prestação assim para as equipas da Marietel neste campeonato nacional de pesca embarcada ao Achigã que conseguiram a primeira, tercei-ra, quarta e vigésimo terceiro lugar no campeonato, este últi-mo alcançado por José Moreira e David Ala. A dupla Ramon menezes/André Fidalgo alcançou o 4º posto final.

José moreira e David Ala fecharam a classificação das equipas marietel.

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