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Sincoplan sob a ótica de um especialista no direito sindical Prevenção Conheça as dicas da ANS para evitar o contágio pelo H1N1, que já matou 40 pessoas em São Paulo 6 • Homenagem • Nova diretoria • Assessoria jurídica conteúdo + Editorial No momento da troca de comando na Acoplan, saiba como pensam os líderes da associação 4 3 Sincoplan A luta de uma entidade pelos direitos dos trabalhadores da área de comercialização de planos de saúde Informativo da Associação dos Corretores de Planos de Saúde e Odontológicos do Estado de São Paulo. Distribuição gratuita. Venda proibida. Dirigido e especializado para quem vende Planos de Saúde Jornal da Saúde Ano XI | nº55 | 2016 JS: Diga em rápidas palavras a sua experi- ência no segmento de Direito Sindical? Dr. João Gabriel: Na condição de integrante do Escritório Alino & Roberto e Advogados, que possui mais de 78 anos de experiência em direito coletivo do trabalho, atuo no assessoramento de entidades sindicais de primeiro, segundo e terceiro graus em litígios entre sindicatos, além de ter par- ticipado de inúmeros fóruns de discussões sobre o tema no âmbito da advocacia e da academia. JS: Como o senhor avalia o papel dos sindi- catos no Brasil? Dr. João Gabriel: Por expressa menção constitucional, os sindicatos são os defensores dos interesses coletivos de suas respectivas cate- gorias profissionais e econômicas, seja adminis- trativamente ou judicialmente. Nessa condição, têm eles o dever de atentar para as reais neces- sidades dos grupamentos por eles representados e, consequentemente, de lutar pela concretiza- ção de tais objetivos, valendo-se, para tanto, das prerrogativas que a legislação brasileira confere aos sindicatos devidamente registrados no Mi- nistério do Trabalho e Emprego. JS: O Sincoplan está legalmente constituído? Dr. João Gabriel: Sim, totalmente legal, pois para conceder a certidão de registro sindical, o Ministério do Trabalho e Emprego atestou a plena legalidade inerente à constituição do Sinco- plan, bem como a capacidade deste em exercer a representatividade da categoria profissional por ele pretendida, nos termos do art. 8º, I e II, da Constituição Federal. Na dicção literal da certidão em referência, to- dos os “trabalhadores corretores com atividades relacionadas no setor de planos de saúde médicos e odontológicos das empresas corretoras, admi- nistradoras, operadoras e empresas de planos pri- vados de assistência à saúde suplementar” regula- João Gabriel Lopes é advogado, coorde- nador da Unidade São Paulo do Escritó- rio Alino & Roberto e Advogados, Mestre em Direito, Estado e Constituição pela Universidade de Brasília, professor de Direito Individual e Coletivo do Traba- lho e membro integrante do Grupo de Trabalho Constituição e Cidadania da Universidade de Brasília. “Nosso sistema sindical talhado na Constituição Federal de 1988 permite que se agregue dentro de uma mesma categoria trabalhadores que atuam com vínculo empregatício e sem vínculo em- pregatício. É esse o caso dos profissio- nais liberais, os ditos empregados e os profissionais autônomos”. mentadas pela Lei nº 9.658/98 são representadas pelo Sincoplan. A expressão “trabalhadores” ali estabelecida é gênero da qual os “empregados” e os “autônomos” configuram espécies. JS: O Sincoplan representa toda categoria de corretores e trabalhadores com atuação em planos de saúde ? Dr. João Gabriel: Sim, a representação é extensiva a corretores e todos os trabalhadores e profissionais liberais que atuam na corretagem de planos de saúde, médicos e odontológicos na área compreendida pelo Estado de São Paulo, seja na condição de intermediário autônomo ou com firma individual utilizando seu CPF como pessoa física ou na condição de empregado atuando em regime de conexão funcional ligado à atividade de planos de saúde, sendo assim, todos profissionais deste setor são representados pelo Sincoplan. JS: O que é autonomia sindical? Dr. João Gabriel: Nos moldes anteriores à Constituição Federal de 1988, um sindicato só poderia ser criado se a categoria profissional a ser representada estivesse prevista no “quadro de atividades” estabelecido previamente pelo Minis- tério do Trabalho. Com o advento do princípio da autonomia sindical, os próprios trabalhadores coletivamente organizados passaram a definir o tipo de organiza- ção sindical que melhor atende aos seus interesses, assim, o âmbito de representatividade, a base ter- ritorial, a estruturação interna e os programas de ação da entidade a ser criada, desde que observada à regra da unicidade sindical prevista no art. 8º, II, da própria Constituição Federal. Tal orientação emanada do princípio da autono- mia sindical foi reconhecida pelo próprio Supremo Tribunal Federal em 1992, por ocasião do julga- mento do Mandado de Injunção nº 144/SP. Desde então, não restam dúvidas sobre o sentido e o alcan- ce do art. 8º, I, da Constituição Federal e sobre a in- subsistência do antigo enquadramento sindical. JS: Qual seu entendimento jurídico referen- te à categoria dos intermediadores de pla- nos de saúde? Dr. João Gabriel: Entendo que, nesse con- texto, a categoria dos intermediadores - vulgos vendedores ou corretores - quando considerados profissionais liberais corretores de planos médi- cos e odontológicos, podem atuar profissional- mente como autônomo ou como empregado, por reunirem, na forma do art. 511, §§ 2º e 3º da CLT, condições de vida e de trabalho em comum. Sendo assim, se tais profissionais fizeram a opção de maneira livre e autônoma pela constituição de uma entidade destinada à representação sindical de seus interesses. JS: O atual sistema sindical permite que duas entidades sindicais atuem na mesma base territorial ? Dr. João Gabriel: Não. Havendo duas enti- dades na mesma base territorial, aplica-se o cri- tério da especialidade, a teor do art. 571 da CLT. No caso dos corretores de planos médicos e odontológicos representados pelo Sincoplan, a categoria em referência é mais específica devido à atividade econômica e laboral ser do setor es- pecífico de prestação e intermediação de serviços ligados ao setor de planos de saúde suplementar. Por esse motivo, a representatividade da ati- vidade deste grupo profissional mais específico é exercida pelo Sincoplan. JS: Nosso sistema sindical permite que se agregue dentro de uma mesma categoria trabalhadores que atuam com vínculo ou sem vnculo na qualidade de autônomos? Dr. João Gabriel: Sim, é o caso específico Página 03>>

Jornal da Saúde - Nova Acoplan · saiba como pensam os líderes da associação 3 4 Sincoplan A luta de uma entidade pelos direitos dos trabalhadores da área de comercialização

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Sincoplan sob a ótica de um especialista no direito sindical

Prevenção Conheça as dicas da ANS para evitar o contágio pelo H1N1, que já matou 40 pessoas em São Paulo

6• Homenagem• Nova diretoria• Assessoria jurídica

conteúdo+Editorial No momento da troca de comando na Acoplan, saiba como pensam os líderes da associação

43Sincoplan A luta de uma entidade pelos direitos dos trabalhadores da área de comercialização de planos de saúde

Informativo da Associação dos Corretores de Planos de Saúde e Odontológicos do Estado de São Paulo. Distribuição gratuita. Venda proibida.

Dirigido e especializado para quem vende Planos de Saúde

Jornal da SaúdeAno XI | nº55 | 2016

JS: Diga em rápidas palavras a sua experi-ência no segmento de Direito Sindical?

Dr. João Gabriel: Na condição de integrante do Escritório Alino & Roberto e Advogados, que possui mais de 78 anos de experiência em direito coletivo do trabalho, atuo no assessoramento de entidades sindicais de primeiro, segundo e terceiro graus em litígios entre sindicatos, além de ter par-ticipado de inúmeros fóruns de discussões sobre o tema no âmbito da advocacia e da academia.

JS: Como o senhor avalia o papel dos sindi-catos no Brasil?

Dr. João Gabriel: Por expressa menção constitucional, os sindicatos são os defensores dos interesses coletivos de suas respectivas cate-gorias profissionais e econômicas, seja adminis-trativamente ou judicialmente. Nessa condição, têm eles o dever de atentar para as reais neces-sidades dos grupamentos por eles representados e, consequentemente, de lutar pela concretiza-ção de tais objetivos, valendo-se, para tanto, das prerrogativas que a legislação brasileira confere aos sindicatos devidamente registrados no Mi-nistério do Trabalho e Emprego.

JS: O Sincoplan está legalmente constituído?Dr. João Gabriel: Sim, totalmente legal,

pois para conceder a certidão de registro sindical, o Ministério do Trabalho e Emprego atestou a plena legalidade inerente à constituição do Sinco-plan, bem como a capacidade deste em exercer a representatividade da categoria profissional por ele pretendida, nos termos do art. 8º, I e II, da Constituição Federal.

Na dicção literal da certidão em referência, to-dos os “trabalhadores corretores com atividades relacionadas no setor de planos de saúde médicos e odontológicos das empresas corretoras, admi-nistradoras, operadoras e empresas de planos pri-vados de assistência à saúde suplementar” regula-

João Gabriel Lopes é advogado, coorde-nador da Unidade São Paulo do Escritó-rio Alino & Roberto e Advogados, Mestre em Direito, Estado e Constituição pela Universidade de Brasília, professor de Direito Individual e Coletivo do Traba-lho e membro integrante do Grupo de Trabalho Constituição e Cidadania da Universidade de Brasília.

“Nosso sistema sindical talhado na Constituição Federal de 1988 permite que se agregue dentro de uma mesma categoria trabalhadores que atuam com vínculo empregatício e sem vínculo em-pregatício. É esse o caso dos profissio-nais liberais, os ditos empregados e os profissionais autônomos”.

mentadas pela Lei nº 9.658/98 são representadas pelo Sincoplan. A expressão “trabalhadores” ali estabelecida é gênero da qual os “empregados” e os “autônomos” configuram espécies.

JS: O Sincoplan representa toda categoria de corretores e trabalhadores com atuação em planos de saúde ?

Dr. João Gabriel: Sim, a representação é extensiva a corretores e todos os trabalhadores e profissionais liberais que atuam na corretagem de planos de saúde, médicos e odontológicos na área compreendida pelo Estado de São Paulo, seja na condição de intermediário autônomo ou com firma individual utilizando seu CPF como pessoa física ou na condição de empregado atuando em regime de conexão funcional ligado à atividade de planos de saúde, sendo assim, todos profissionais deste setor são representados pelo Sincoplan.

JS: O que é autonomia sindical?Dr. João Gabriel: Nos moldes anteriores à

Constituição Federal de 1988, um sindicato só poderia ser criado se a categoria profissional a ser representada estivesse prevista no “quadro de atividades” estabelecido previamente pelo Minis-tério do Trabalho.

Com o advento do princípio da autonomia sindical, os próprios trabalhadores coletivamente organizados passaram a definir o tipo de organiza-ção sindical que melhor atende aos seus interesses, assim, o âmbito de representatividade, a base ter-ritorial, a estruturação interna e os programas de ação da entidade a ser criada, desde que observada à regra da unicidade sindical prevista no art. 8º, II, da própria Constituição Federal.

Tal orientação emanada do princípio da autono-mia sindical foi reconhecida pelo próprio Supremo Tribunal Federal em 1992, por ocasião do julga-mento do Mandado de Injunção nº 144/SP. Desde então, não restam dúvidas sobre o sentido e o alcan-

ce do art. 8º, I, da Constituição Federal e sobre a in-subsistência do antigo enquadramento sindical.

JS: Qual seu entendimento jurídico referen-te à categoria dos intermediadores de pla-nos de saúde?

Dr. João Gabriel: Entendo que, nesse con-texto, a categoria dos intermediadores - vulgos vendedores ou corretores - quando considerados profissionais liberais corretores de planos médi-cos e odontológicos, podem atuar profissional-mente como autônomo ou como empregado, por reunirem, na forma do art. 511, §§ 2º e 3º da CLT, condições de vida e de trabalho em comum. Sendo assim, se tais profissionais fizeram a opção de maneira livre e autônoma pela constituição de uma entidade destinada à representação sindical de seus interesses.

JS: O atual sistema sindical permite que duas entidades sindicais atuem na mesma base territorial ?

Dr. João Gabriel: Não. Havendo duas enti-dades na mesma base territorial, aplica-se o cri-tério da especialidade, a teor do art. 571 da CLT.

No caso dos corretores de planos médicos e odontológicos representados pelo Sincoplan, a categoria em referência é mais específica devido à atividade econômica e laboral ser do setor es-pecífico de prestação e intermediação de serviços ligados ao setor de planos de saúde suplementar.

Por esse motivo, a representatividade da ati-vidade deste grupo profissional mais específico é exercida pelo Sincoplan.

JS: Nosso sistema sindical permite que se agregue dentro de uma mesma categoria trabalhadores que atuam com vínculo ou sem vnculo na qualidade de autônomos?

Dr. João Gabriel: Sim, é o caso específico Página 03>>

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Dr. João Gabriel Lopes“...O MEI não se encontra autorizado a atuar no setor de serviço de saúde

Planos de Saúde, não havendo, tampouco, códigos de atividade econômica específica para a atuação de MEI no setor de Planos de Saúde”2 Entrevista

dos trabalhadores chamados profissionais libe-rais que exercem suas atividades ora como em-pregados, ora como autônomos, nos termos dos artigos 583 e 585 da CLT.

É importante recordar que o princípio da autonomia sindical consagrado no art. 8º, I, da Constituição de 1998, ao assegurar às categorias a possibilidade de se organizarem da forma que melhor lhes convier, possibilitou o aglutinamen-to dos trabalhadores empregados e autônomos dentro de uma mesma entidade sindical, desde que observada a exigência de unicidade sindical.

JS: A contribuição sindical é obrigatória por lei?

Dr. João Gabriel: Sim. A Contribuição Sin-dical dos empregados é obrigatória, sendo des-contada da folha de pagamento de uma só vez no mês de março de cada ano e correspondendo à remuneração de um dia de trabalho, a teor do art. 149 da Constituição Federal, bem assim do art. 582 da CLT.

Com relação aos profissionais liberais autôno-mos, deverão estes procederem ao recolhimento da contribuição sindical aos seus respectivos sin-dicatos profissionais até o último dia do mês de fevereiro, nos termos do art. 583 da CLT.

JS: Existem vantagens ao ser associado de uma entidade sindical representante da categoria?

Dr. João Gabriel: Sim, pois ao se associar ao sindicato, o trabalhador está fortalecendo a sua categoria profissional e ampliando o poder de negociação da referida entidade, o que é fun-damental para poder melhorar os salários e as condições de vida e trabalho de toda a coletivi-dade profissional.

JS: Qual seria a medida que o senhor reco-mendaria para que as empresas de comer-cialização de planos de saúde (no caso as corretoras) não incorram no erro de des-contar o imposto sindical de seus funcioná-rios de modo a repassá-lo para o sindicado

indevido? Esse processo é muito complicado de se realizar?

Dr. João Gabriel: Recomendo o correto en-quadramento que as mesmas se atentem à sua atividade econômica preponderante, nos termos do art. 511, § 2º, da CLT. Sendo a atividade pre-ponderante relacionada ao setor de planos de saúde. Consequentemente, é o Sincoplan o des-tinatário da respectiva contribuição sindical a ser descontada dos funcionários.

JS: Optando pagar outro sindicato não re-presentante da categoria profissional do se-tor e por não repassar a contribuição sindi-cal devida ao Sincoplan, existe algum risco das empresas serem penalizadas por agirem de forma errada?

Dr. João Gabriel: Sim. Devido ao fato legal do Sincoplan ser o destinatário legal da contri-buição sindical obreira, por força de sua certidão de registro sindical, tem ele o direito de acionar judicialmente as corretoras com vistas ao reco-lhimento pretérito das contribuições não recolhi-das nos anos anteriores, ainda que as empresas tenham repassado o montante correspondente para outra entidade sindical.

JS: O Sincoplan assina Convenções Coleti-vas com a Federação das Empresas de Ser-viços do Estado de São Paulo – Fesesp. Isso é correto?

Dr. João Gabriel: Sim, pelo fato da não exis-tência de um sindicato patronal representante das empresas corretoras de planos de saúde, o Sincoplan recorreu ao art.611 da CLT o qual o habilitou a assinatura das respectivas conven-ções coletivas. Tive acesso à documentação e constatei que o Ministério do Trabalho e Empre-go procedeu ao regular registro das convenções coletivas firmadas entre o Sincoplan e a Fesesp, validando-as nos termos do art. 614 da CLT.

JS: As Convenções Coletivas firmadas entre o Sincoplan e a Fesesp têm valor legal?

Dr. João Gabriel: Sim, pois como a categoria econômica das empresas dedicadas à corretagem de planos médicos e odontológicos no Estado de São Paulo não possui um sindicato patronal espe-cífico, encontra-se ela inorganizada, nos termos do art. 611, § 2º.

O dispositivo em apreço estabelece que ante a inexistência de sindicato a representar uma determinada categoria econômica ou profissio-nal, a federação da respectiva categoria pode vir a supri-lo no que diz respeito à pactuação de convenções e acordos coletivos, por isso da CCT Sincoplan/Fesesp.

À esquerda, em ATA Oficial, o M.T.E. convoca mais de 150 Empresas e define a representação do Sindicato SINCOPLAN extensiva a todos os Trabalhadores do setor

JS: Quem representa o trabalhador, in-termediário, ou “corretor” registrado como pessoa jurídica e que atua de forma preponderante com corretagem de pla-nos de saúde?

Dr. João Gabriel: O Sincoplan. O registro sindical concedido ao Sincoplan pelo Ministério do Trabalho e Emprego é expresso ao estabe-lecer que a referida entidade é a representante sindical dos “corretores (...) pessoa física sem vínculo empregatício, ou seja, autônoma com inscrição na prefeitura municipal ou com firma individual” e os trabalhadores, corretores com atividades relacionadas no setor de planos de saúde médicos e odontológicos das empresas Corretoras, Administradoras, Operadoras e em-presas de planos privadas de assistência a saúde suplementar, desde que regulamentadas pela Lei 9656/98 e com registro na ANS.

Diante disso, não restam dúvidas no sentido de que os corretores individuais constituintes de pessoa jurídica encontram-se sujeitos à repre-sentatividade exercida pelo Sincoplan, a teor de sua certidão de registro sindical, pois tais traba-lhadores mesmo possuindo um CNPJ continuam atuando para o exercício de sua atividade profis-sional via seu CPF como pessoa física.

JS: É correto as empresas corretoras obri-garem seus trabalhadores a fazer abertura de CNPJ como MEI ou ME?

Dr. João Gabriel: Não. É importante ressaltar, nesse particular, que tal conduta, conhecida vulgarmente como “pejotização”, representa fraude à legislação trabalhista, pre-videnciária e tributária.

No caso da legislação trabalhista, estando pre-sente os requisitos previstos no art. 3º da CLT a caracterizarem o vínculo trabalhista (não-even-tualidade, onerosidade, subordinação e pessoa-lidade) ter-se-á, inafastavelmente, típica relação empregatícia, ainda que os corretores tenham constituído CNPJ e estejam prestando serviços por intermédio de pessoa jurídica.

JS: O Sincoplan representa o profissional com Firma individual?

Dr. João Gabriel: Sim. O Sincoplan repre-senta os referidos profissionais, desde que os mesmos atuem laborando via seu CPF. A Recei-ta Federal define que tais profissionais são equi-parados às pessoas jurídicas, mas essa conside-ração ocorre apenas para fins de pagamentos de tributos, ou seja, os mesmo não são obrigados a fazer abertura de CNPJ (Decreto-Lei nº 1.706, de 23 de outubro de 1979, art. 2º).

JS: O profissional atuando como firma indivi-dual é obrigado a pagar contribuição sindical?

Dr. João Gabriel: Sim, pois, para fins de representação sindical, o profissional dotado de firma individual é enquadrado como trabalhador autônomo, devendo recolher a contribuição sin-dical ao Sincoplan nos termos do art. 583 da CLT.

JS: O que fazer quando a corretora exerce várias atividades econômicas ao mesmo

tempo. O que é necessário para fazer o cor-reto enquadramento sindical?

Dr. João Gabriel: Primeiro, é se atentar para o correto enquadramento sindical dos emprega-dos. Também é necessário levar em consideração a atividade preponderante da empresa. Isso por-que se a empresa exercer várias atividades econô-micas, o enquadramento sindical se faz pela ativi-dade preponderante. Já se não houver atividade preponderante, os empregados serão enquadra-dos na categoria profissional equivalente a cada atividade econômica da empresa.

JS: O corretor de planos de saúde pode ser microempreendedor individual MEI?

Dr. João Gabriel: Não, pois o MEI não se encontra autorizado a atuar no setor de serviço de saúde e de planos de saúde, não havendo, tam-pouco, códigos de atividade econômica específica para atuação de MEI no setor de planos de saúde.

Recorde-se, nesse particular, que a atuação do MEI encontra-se limitada àquelas atividades constantes do anexo XIII da Resolução CGSN nº 94, de 29 de novembro de 2011 e das respectivas alterações, a teor do art. 18-A, § 4º-B, da Lei Com-plementar nº 123/2006.

A referida norma não contempla as atividades de intermediação e corretagem de planos de saú-de, de modo que o corretor de planos de saúde não pode ser, atualmente, um MEI.

JS: Existe alguma proibição para as empre-sas que são classificadas como corretoras de seguros mas atuam como corretoras de pla-nos de saúde?

Dr. João Gabriel: Não. O exercício de qual-quer atividade é livre desde que seja legalmente enquadrada em conformidade com os códigos CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) determinados pela Receita Fe-deral. Assim, se a preponderância da atividade econômica desempenhada pela entidade em re-ferência é a comercialização de planos de saúde, as respectivas empresas devem colocar o código de atividade correspondente ao verdadeiro exer-cício da atividade.

JS: Como o senhor vê a questão profissional de exercer atividades distintas sendo uma econômica e outra profissional, isso pode?

Dr. João Gabriel: Sim. O Sincoplan é o le-gítimo representante laboral daqueles que atuam vendendo produtos de planos de saúde regulados pela Lei nº 9.656/98 e Lei nº 10.185/2001 das empresas operadoras de planos de saúde.

Os corretores de seguros são regulados pela Lei nº 4.594/64, específica para as corretoras e corretores de seguros, pessoas físicas e jurídi-cas, desde que autorizados pela SUSEP (Supe-rintendência de Seguros Privados), regulamen-tada pelo Decreto-lei nº 73/66 para o setor de produtos de seguros das empresas segurado-ras. Desta forma fica claro que não há conflito de leis e tão pouco de atividades econômicas ou profissionais, ou seja, são segmentos distintos devendo ser observada a forma legal de atua-ção em cada um deles.

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Sincoplan e a luta pelos Direitos do TrabalhadorNão se faz uma luta sozinho. Para fazer a diferença em face às injustiças cometidas no mercado de Planos de Saúde, a união dos Trabalhadores do setor é essencial. Por isso, juntem-se ao Sincoplan, que legitimamente representam os trabalhadores, pois só assim, começaremos a fazer a verdadeira diferença Sincoplan 3

O Sincoplan, como entidade sindical regula-mentada e autorizada pelo Ministério do Traba-lho e Emprego possui a prerrogativa de represen-tar todos os trabalhadores que atuam laborando na qualidade de profissional liberal na condição de vida singular junto às empresas Corretoras, Operadoras, e Administradoras de Benefícios, atuação esta que se dá de forma preponderante e em regime de conexão funcional onde o interme-diário ou corretor comercializa, intermedia, ope-ra, e disponibiliza de Planos de Saúde Médicos e Odontológicos. Neste momento de incertezas

repercutem no direito ou no bolso do trabalha-dor ou do corretor . Há milhares de profissionais que trabalham e dependem desta atividade para sustentar suas famílias. Reafirmamos a nossa disposição em trabalhar pelo bem da categoria, continuando na nossa firme convicção de que só o diálogo franco poderá levar a uma evolução das relações de trabalho. Mas, para que isso ocorra é fundamental que as partes envolvidas procurem defender os interesses da categoria que realmen-te representem sem procurar por privilégios e vantagens fora dos padrões. O momento é espe-cialmente interessante e oportuno já que as me-didas governamentais que entrarão em vigor nos

próximos exercícios provocarão uma mudança radical na forma de atuar das corretoras de pla-nos de saúde. Temos plena ciência que qualquer mudança é incômoda e provoca desconforto, mas é necessária para a nossa evolução e o progresso.

Gostaríamos de aproveitar a oportunidade para agradecer a abertura dada pelo setor patro-nal na pessoa da diretora da Acoplan, Rosa Antu-nes, empresária bem sucedida e competitiva, que acredita na necessidade de conscientização deste mercado tão desregulado.

Agradecemos em especial às mulheres, hoje a maioria neste segmento, e em nome de toda a categoria profissional pedimos aos responsáveis que não discriminem trabalha-dores celetistas de autônomos, que não haja discriminação de cor, idade, raça, ou sexo, que as empresas operadoras respeitem os direitos conquistados pelos trabalhadores.

“Ninguém nasce odiando uma pessoa por sua cor de pele ou religião. Pessoas são en-sinadas a odiar. E se elas aprendem a odiar elas podem ser ensinadas a amar”

Nelson Mandela

A incansável batalha do Sincoplan

Palavra da SINCOPLAN que rondam a atividade, sentimo-nos no dever e obrigação de trazer os esclarecimentos necessá-rios à categoria em torno da questão de represen-tação sindical. Para tanto, buscamos a orientação jurídica do escritório Alino & Roberto Advoga-dos, especializado em direito sindical há mais de 70 anos, que atua com profissionais altamente gabaritados para estes esclarecimentos e demais informações. Desde a sua fundação, o Sincoplan tem como objetivo aprimorar, profissionalizar e contribuir para a organização dos trabalhadores da área comercial dos planos de saúde suplemen-tar, pois além de ser nossa atividade profissional, entendemos ser um setor primordial para os con-sumidores e usuários de planos de saúde no Esta-do de São Paulo. Como profissionais que militam na área comercial, somos a favor de um diálogo objetivo, honesto e aberto, com todos os envolvi-dos neste mercado, órgãos públicos, em especial a ANS, Corretoras e as Operadoras por meio das suas associações e seus sindicatos.

Na questão sindical relacionada aos profis-sionais corretores, tenham a certeza de que sem-pre estivemos abertos e dispostos a encontrar a melhor solução para os erros e distorções que

Presidente Sincoplan Carlos Lima e presidente da FESESP Dr. José Luiz

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Hipertensos são mais velhos Levantamento da Orizon mostra que, em 2014, 47% dos hipertensos tinham mais de 50 anos. Em 2015, este número subiu para 52%. Na faixa entre 30 e 49 anos,

o índice saiu de 42% em 2014 para 39%, em 20154

Acoplan - Novos temposNo dia 30 de abril de 2003, foi assinada

a ata de criação da Acoplan - Associação dos Corretores de Planos de Saúde e Odontoló-gicos do Estado de São Paulo. Desde o início acreditávamos que seria possível criar uma entidade que trabalhasse pelo desenvolvimen-to do nosso mercado e pela qualificação e aper-feiçoamento dos profissionais que nele atuam, sempre contando com o apoio das operadoras e das entidades que congregam o nosso setor.

Estes 13 anos foram de muita luta e de muitas conquistas. A maior delas, a nossa maior bandeira, sem dúvida, foi a criação do Programa de Aperfeiçoamento para Correto-res, pelo qual já passaram mais de 2.000 pro-fissionais.

A importância deste curso se dá por con-ta das informações que são transmitidas, que fortalecem os laços de transparência com o mercado e de qualidade para o consumidor. E também o aval de uma respeitada instituição de ensino deste país, o SENAC.

É o único curso voltado para o corretor que trabalha com planos de saúde. Em breve, teremos mais novidades nessa área, que com-plementará o nosso compromisso com o aper-feiçoamento do corretor. Em breve, também divulgaremos novas parcerias propiciando mais benefícios.

Mas existem outras mudanças em an-damento, sejam na área fiscal, trabalhista ou política. Estamos atentos para informar,

Editorial

orientar e defender os interesses dos nossos associados e parceiros, sempre buscando o ca-minho do diálogo, da ética e obedecendo ao que diz a legislação em vigor.

Agradeço a confiança depositada nesta nova Diretoria, a qual tenho a honra de presi-dir, e aproveito para conclamar a todos os en-volvidos na trajetória da Acoplan: os parceiros corretores, que acreditam num mesmo ideal e se pautam pela busca incansável do aprimo-ramento profissional e na conquista de mais valores para a sua atuação; as operadoras, que apóiam esta associação e a reconhecem, e investem, como a representante de sua for-ça de vendas, para trabalharmos ainda mais sintonizados.

Aproveito para agradecer o trabalho da di-retoria anterior, na pessoa do Ariovaldo Go-mes Marques, que pautou o seu trabalho pela ética e dedicação, e que continuará colaboran-do conosco.

Lembro que medidas tomadas em conjun-to têm muito mais força do que as inglórias batalhas individuais. Juntos, podemos in-fluenciar decisões e fazer reivindicações com mais propriedade e poder. Pensemos nisso! Os novos tempos exigem uma nova atitude.

Boa leitura.

Rosa AntunesPresidente da Acoplan

Agradeço a confiança depositada em nossa gestão e na diretoria dos dois últi-mos mandatos. Podemos afirmar que neste período não faltou empenho em buscar o que era necessário para a nossa categoria. Conquistas aconteceram, os associados es-tão mais comprometidos em transformar o nosso mercado, sempre no rumo da pro-fissionalização e da qualificação dos seus profissionais.

A credibilidade da Acoplan aumentou, entidades ligadas à saúde suplementar e aos seguros nos procuraram para que par-ticipássemos dos seus fóruns de discussão, entendendo que somos o canal que pode congregar todo o nosso segmento.

Nesses novos tempos, assume uma nova Diretoria na Acoplan, o que nos deixa ainda

mais esperançosos, pois a nova presidente, Rosa Antunes, e a diretoria eleita, além da experiência de cada um, estão muito com-prometidos em alcançar novos patamares para a nossa associação e, consequente-mente, para o nosso mercado.

De nossa parte, o trabalho continuará, pois o trabalho é no dia a dia. continua-remos a colaborar com a Acoplan, pois há muito trabalho a ser feito e é necessário que cada de um de nós continue o esforço por um canal de vendas melhor.

Reitero os meus agradecimentos aos nossos funcionários, parceiros e associados e aproveito para desejar pleno êxito à nova Diretoria eleita.

Ariovaldo Gomes Marques

Continuando o trabalho

Nova diretoria já foi eleitaA Acoplan - Associação dos Corretores

de Planos de Saúde do Estado de São Pau-lo, realizou em 27 de abril de 2016, em sua sede, a Assembleia Geral que elegeu a nova Diretoria Executiva e o Conselho Fiscal para o período de 01/05/2016 até 30/04/2018. Tendo sido apresenta-da chapa única, a mesma foi eleita por unanimidade de votos. A nova composi-ção da Diretoria Executiva e do Conselho Fiscal é a seguinte:

Diretoria Executiva: Presidente: Rosa AntunesVice Presidente: Loo Djun Njan (Johan)Tesoureiro: João Carlos MorroneSecretário: Roberto Ramos Conselho Fiscal: Elza Papaiano - PresidenteJeanete Tamarindo, Gilberto CoelhoDirceu Canal, Ernani Ferreirae Samuel Miranda Sinesio

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Rede de atendimento para Zika Vírus As empresas associadas à Fenasaúde (Federação Nacional das Seguradoras/Operadoras de Saúde) começam a realizar o mapeamento e a mobilização da rede de atendimento para identificar as pessoas que tenham sido internadas com suspeita ou confirmação da enfermidade Especial 5

Reconhecimento do setor de seguros e saúde

Aconteceu no último dia 14 de abril a 13ª edição do Prêmio Segurador Brasil, um dos mais conceituados eventos do setor, realizado pela Editora Brasil Notícias para homenagear as empresas e profissionais que mais se desta-caram na área de seguros e saúde e contou com a presença dos principais executivos, lideranças, empresas e entidades do mercado nacional.

José Silva dos Santos, Diretor Administra-tivo Financeiro e principal executivo da Ope-radora de Saúde Ameplan Assistência Médica Planejada, foi agraciado com uma premiação na categoria “Profissional Empreendedor”, pelo sucesso do projeto Gestão Profissional, implantado na Ameplan, que resultou em números expressivos e crescimento linear nos

últimos três anos, contradizendo todas as in-formações de crise anunciadas.

Com sólida carreira de duas décadas no mercado financeiro e especialista na implanta-ção de projetos institucionais, posicionamento de produtos, ampliação de targets, acompa-nhamento de planos de metas e planejamento estratégico comercial, José Silva dos Santos foi convidado em 2008 pelo Presidente da Ameplan para implantar um projeto de Gestão Profissional, avaliando o cenário financeiro, treinando e fortalecendo a equipe de gestores com competitividade e competência, avaliando a estrutura da rede e traçando estratégias que permitissem adequação à demanda de merca-do e a própria sobrevivência da Operadora.

José Silva dos Santos, Diretor Administrativo Financeiro e principal executivo da Operadora de Saúde Ameplan Assistência Médica Planejada

Principal executivo da Ameplan é homenageado durante o Prêmio Segurador Brasil 2016

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Prevenção6

Como a crise impacta os planos de saúde Assessoria jurídica A crise econômica no país agravou o ce-

nário de saída dos beneficiários de seguros e planos de saúde privados. Nos 12 meses terminados em março deste ano, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suple-mentar (ANS), 1,3 milhão de brasileiros dei-xaram de ter planos de assistência médica – redução de 2,7%, totalizando, atualmen-te, 48,8 milhões de vínculos; 1,9 milhão de postos de trabalho com carteira assinada foram extintos no país. Com essa redução, o estoque de empregos atingiu 39,4 milhões

Font

e: F

enas

aúde

Cumprindo o seu papel de apoio aos nossos associados a Acoplan fez uma par-ceria com o Dr. Antônio da Silva Cruz, ad-vogado, buscando esclarecer e orientar os associados em Processos Cíveis e Proces-sos Trabalhistas. Outra atribuição do de-partamento é assessorar as comissões da Acoplan e a Diretoria quando necessário.

Com este convênio, os associados e par-ceiros terão a possibilidade de utilizar os ser-viços do escritório, em condições especiais.

Este é mais um Beneficio da Acoplan.Vale lembrar a importância de se ter

uma assessoria jurídica especializada,

Banco de talentos O Sindicato dos Corretores de Seguros de São Paulo lançou o portal

Emprego Seguro. Quem quiser, pode cadastrar seu currículo para tentar uma vaga no setor. Acesse: www.empregosseguros.com.br

Acoplan Jornal da Saúde é uma publicação bimestral da Acoplan (Associação dos Corretores de Planos de Saúde e Odontológicos do Estado de São Paulo). Conselho Editorial: Rosa Antunes, Loo Djun Njan (Johan), João Carlos Morrone e Roberto Ramos Jornalista Responsável: Kelly Lubiatto Diretor de arte: Rogério Callamari Macadura Fotos: Divulgação e Shutterstock Gráfica: DUO GRAF Tiragem: 5.000 exemplares Departamento de Marketing e Comercial Marlene Campos e Marcos A. Silva Contatos (11) 9 9135.6932 | 3333.4800 | 3333.4475 | [email protected]

neste mês, queda de 4,3% em 12 meses. O subsegmento mais impactado foi justa-mente o de planos coletivos empresarias, de-vido ao fechamento de vagas formais. Para se ter uma ideia da recente reconfi-guração, o desemprego ultrapassou a marca his-tórica dos 10% – chegan-do a mais de 10 milhões de pessoas sem vínculo emprega-tício em todo o país.

sempre, e este novo beneficio será funda-mental para todos.

Os interessados devem entrar em contato com a Acoplan, [email protected].

ANS dá orientações para evitar o contágio por H1N1Todos os anos há ocorrência de gripe em

todo mundo por conta da circulação do ví-rus Influenza. No Brasil, o período de maior transmissão coincide com inverno, já que o vírus circula com mais intensidade quando há queda na temperatura. Caracterizada como doença viral febril e aguda, geralmen-te é benigna e autolimitada, mas também pode levar a casos graves e óbitos. De acor-

do com o Ministério da Saúde, a gripe, ou Influenza sazonal, inicia-se, em geral, com febre alta, seguida de dor muscular, dor de garganta, dor de cabeça, coriza e tosse seca. A febre é o sintoma mais importante, e dura em torno de três dias.

Os sintomas respiratórios, como a tosse e outros, tornam-se mais evidentes com a progressão da doença, e mantêm-se em ge-

ral de três a cinco dias após o desapareci-mento da febre. Alguns casos apresentam complicações graves, como pneumonia, necessitando de internação hospitalar. De-vido aos sintomas em comum, a gripe pode ser confundida com outras viroses respira-tórias causadoras de resfriado. Por isso, é importante procurar orientação de um pro-fissional de saúde para assegurar o diagnós-tico adequado e oportuno da doença.

Existem três tipos de vírus influenza: A, B e C. O vírus Influenza C causa apenas infec-ções respiratórias brandas, não possui im-pacto na saúde pública e não está relacionado com epidemias. Já os vírus influenza A e B são responsáveis por epidemias sazonais, quando há aumento de casos da doença, sendo o vírus A responsável pelas grandes pandemias (de-tecção de casos em vários países no mundo). Os vírus influenza A são ainda classificados em subtipos, sendo o H1N1 um deles.

Para garantir o diagnóstico aos bene-ficiários de planos de saúde, em 2008 a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) incluiu o exame de cultura do vírus influenza tipo A (H1N1) no Rol de Proce-dimentos e Eventos em Saúde. Portanto, o teste tem cobertura obrigatória. Além do exame para a detecção do vírus influenza, os planos de saúde também devem cobrir consultas e atendimento ambulatorial na rede credenciada. Para aqueles que têm plano de assistência médica com segmen-tação hospitalar, há cobertura para inter-nação e tratamento completo do paciente com gripe, incluindo medicamentos.

Mas para reduzir o risco de adquirir ou transmitir doenças respiratórias, incluindo a gripe, é muito importante adotar medidas gerais de prevenção, muitas delas simples ações de higiene pessoal. Veja abaixo:

Transmissão A influenza pode ser transmitida de

forma direta por meio das secreções das vias respiratórias de uma pessoa conta-minada ao espirrar, ao tossir ou ao falar. Ou, ainda, por meio indireto pelas mãos, quando um indivíduo, após contato com superfícies recentemente contaminadas por secreções respiratórias de pessoa in-fectada, pode levar o vírus diretamente para a boca, nariz e olhos.

Tratamento

O tratamento dos sintomas da influenza sem complicações deve ser realizado com, medicação sintomática, hidratação, anti-térmico, alimentação leve e repouso. Nos casos com complicações graves, são neces-sárias medidas de suporte intensivo. Atu-almente, existem medicamentos antivirais (fosfato de oseltamivir e zanamivir) para o tratamento que devem ser prescritos pelos profissionais médicos a todos os pacientes que apresentem condições e fatores de ris-co para complicações por influenza (gripe) e aos casos em que a doença já se agravou. Esses medicamentos são assegurados aos beneficiários de planos de saúde de assis-tência médica com segmentação hospitalar durante internações.

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