21
Publicação oficial da Sociedade Brasileira de Dermatologia Ano VII N o 7 Setembro / Outubro 2003 O ministro da Saúde Humberto Costa reve - la as principais ações da sua gestão. Entre as suas principais metas estão o contro- le das doenças endêmicas e a efetivação de uma política na- cional de prevenção e detecção precoce do câncer. Em entrevis- ta ao JSBD, o ministro fala so- bre a nova política para a rede pública, a regularização das carreiras e a valorização dos médicos. 58º Congresso Brasileiro de Dermatologia Principal evento da SBD é sucesso em Vitória Departamentos e Serviços Produção de folders para pacientes e reunião entre professores trazem novidades aos sócios Pág.8 Pág.12 Pág.14 Pág.13 Pág.5 E n t r e v i s t a Qualidade de Vida Ouvir o paciente é a base fundamental para o processo de cura. Indústria da Beleza Promessas conquistam clientes e invadem consultórios. Como o dermatologista deve agir? Resolução do CFM para publicidade médica Proibida a vinculação de médicos à indústria farmacêutica Consultórios Planejamento e definição de metas produz bons resultados na administração Pág.16 Pág.18

Jornal da SBD - Nº 7 Setembro / Outubro 2003

Embed Size (px)

DESCRIPTION

 

Citation preview

Page 1: Jornal da SBD - Nº 7 Setembro / Outubro 2003

Publicação oficial da Sociedade Brasileira de DermatologiaAno VII No 7

Setembro / Outubro 2003

Om i n i s t ro da SaúdeHumberto Costa reve-la as principais ações

da sua gestão. Entre as suasprincipais metas estão o contro-le das doenças endêmicas e aefetivação de uma política na-cional de prevenção e detecçãoprecoce do câncer. Em entrevis-ta ao JSBD, o ministro fala so-bre a nova política para a redepública, a regularização dascarreiras e a valorização dosmédicos.

58º Congresso Brasileirode Dermatologia Principal evento da SBD é sucesso em Vitória

Departamentos e ServiçosP rodução de folders para pacientese reunião entre pro f e s s o res trazemnovidades aos sócios

Pág.8

Pág.12

Pág.14

Pág.13

Pág.5

E n t r e v i s t a

Qualidade de VidaOuvir o paciente é a base fundamental para o processode cura.

Indústria da BelezaP romessas conquistam clientese invadem consultórios. Como od e rmatologista deve agir?

Resolução do CFM parapublicidade médicaP roibida a vinculação de médicosà indústria farm a c ê u t i c a

ConsultóriosPlanejamento e definição demetas produz bons resultadosna administração

Pág.16

Pág.18

Page 2: Jornal da SBD - Nº 7 Setembro / Outubro 2003

Este número do Jornal da SBD é especialmente importante paranós. Nele comemoramos os enormes passos dados pela SociedadeBrasileira de Dermatologia em Vitória, não só pela qualidade e

organização do 58º Congresso (veja o que o presidente Márcio diz emsua coluna), como atestam as diversas opiniões dos convidados estran-geiros e que você pode ler nessa edição. Também ficarão marcadas nahistória da SBD as várias demonstrações democráticas vistas emVitória! A começar pelas reuniões do Conselho Deliberativo e daAssembléia Geral que, com maturidade, capacidade de trabalho, har-monia e cabeças voltadas para o bem-estar comum, aprovaram asmudanças estatutárias que nos deixaram mais modernos e adaptadosao Código Civil em vigor. As reuniões das Comissões, dos Depar-tamentos, dos Chefes de Serviços Credenciados e dos presidentes deRegionais foram muito proveitosas e delas você também terá notíciasnesse número.

Além das colunas tradicionais do seu JSBD, essa edição traz diver-sas notícias importantes para nós: as boas novas da Tesouraria, a recer-tificação do Título de Especialista, a nova regulamentação do CFM sobrea propaganda médica e duas excelentes entrevistas: com o ministroHumberto Costa, da Saúde, e com outro de nossos grandes mestres - oProfessor Sebastião Sampaio.

Continuamos aguardando as opiniões dos leitores sobre o Jornal daSBD e sobre as matérias nele publicadas pelo e-mail [email protected].

Boa leitura!

Jackson Machado-Pinto

Setembro / Outubro - 2003JSBD l Ano VII no 7 1

E X P E D I E N T E

DIRETORIA 2003 - 2004

PresidenteMárcio Santos Rutowitsch (RJ)

Vice-PresidenteSérgio Talarico Filho (SP)

Secretário-GeralJosé Ramon Varela Blanco (RJ)

TesoureiroCelso Tavares Sodré (RJ)

1o SecretárioSamuel Henrique Mandelbaum (SP)

2a SecretáriaLúcia Helena F. Arruda (SP)Diretora de Biblioteca

Ivonise Follador (BA)

Diretor Geral e OperacionalMarco Antônio S. Abreu Rocha

Sociedade Brasileirade Dermatologia

Filiada à Associação Médica Brasileir a

Esta é uma publicação da SociedadeBrasileira de Dermatologia, dirigidaaos seus associados e órgãos de

imprensa.

Publicação bimestral - Ano VII – nº 7 Setembro / Outubro - 2003

Diretor responsável: Jackson Machado Pinto (MG)Jornalista responsável: Tatiana Gentil- Reg. no 2 2 . 3 7 5Redação: Tatiana Gentil e Andréa Fantoni Conselho editorial: Márcio Santos Rutowitsch (RJ),Sérgio Talarico Filho (SP), José Ramon Varela Blanco (RJ),Celso Tavares Sodré (RJ), Samuel Henrique Mandelbaum(SP), Lúcia Helena F. Arruda (SP), Ivonise Follador (BA)

Editoração eletrônica: Nazareno Nogueira de Souza e Tatiana GentilContatos Publicitários: Marco Antônio S. Abreu Rochae Tatiana Gentil

A equipe editorial do Jornal da SBD e a Sociedade Brasi-leira de Dermatologia não garantem nem endossam osp rodutos ou serviços anunciados, sendo as pro p a g a n d a sde responsabilidade única e exclusiva dos anunciantes. As matérias e textos assinados são de inteira re s p o n s a b i l i-dade de seus autor e s .

Correspondência para a redação do Jornal da SBDAv. Rio Branco, 39/18º andar Rio de Janeiro – RJ - CEP: 20090-003E-mail: [email protected]

Assinatura anual: R$ 100,00Número avulso: R$ 20,00Tiragem: 5000 exemplares

S B D

E d i t o r i a l

2 CalendárioPainel

3 Coluna da DiretoriaPalavra do Tesoureiro

4 Coluna da OmbudswomanRecertificação do Título de Especialista

5 Entrevista: Ministro da Saúde Humberto Costa

8 58º Congresso Brasileiro deDermatologia

13 A Indústria da Beleza

14 Residência MédicaQualidade de Vida para pacientes

15 I n t e rdic@as e Literatura M é d i c a

16 CFM proíbe propaganda médica

17 Produção Científica

18 Administração: o segredo é planejar

19 Regionais

20 E x p ressões da Derm a t o l o g i a :Dr. Sebastião Sampaio

S u m á r i o

Page 3: Jornal da SBD - Nº 7 Setembro / Outubro 2003

S B DJSBD l Ano VII n o 72

P a i n e l

PremiadosOs primeiros colocados na

prova de Título de Especialista daSBD, o Dr. José Rogério RegisJúnior (Santa Casa de BH) e a Dra.Janine Miranda (Santa Casa doRJ), foram premiados com bolsaspara o Meeting de 2004, que acon-tecerá em Washington. O prêmio éoferecido pela FIDE (Foundation forI n t e rnational Dermatologic Edu -cation) e pela organização do Con-gresso Mundial de Dermatologia.

AlertaA resolução do CFM nº 1634/

2002 dispõe sobre convênio deentidades médicas e determina as

especialidades médicas no país. Oconvênio reconhece apenas 52especialidades. E atenção: anorma diz que fica vedada aomédico a divulgação de especia-lidade ou área de atuação quenão seja reconhecida peloConselho Federal de Medicina oupela Comissão Mista de Es-pecialidades. Ou seja, o profissio-nal pode apenas declarar vincu-lação com especialidade ou áreade atuação quando tiver o títulode especialista, que é obtido atra-vés da Comissão Nacional deResidência Médica ou pelas socie-dades médicas reconhecidas pelaAssociação Médica Brasileira.

Polêmica sobre filtro ssolares

Em recente trabalho divulgadopela ONG Raft, pesquisadore singleses afirmam que os filtro ss o l a res não protegem adequada-mente contra os efeitos nocivosdo sol. Publicado na edição deo u t u b ro da revista Journal ofInvestigative Dermatology, o estu-do revela que, apesar de pro t e g e-rem a pele contra a radiação UVB,os filtros solares não bloqueiamcompletamente a radiação UVA ,que incide diretamente na T e r r adurante todo o dia e pro v o c a ,além de envelhecimento, o mela-n o m a .

Outubro15 a 18 Quarta a sáb. Congresso Europeu de Dermatologia- Barcelona - Espanha16 Quinta-feira Curso Teórico-Prático (Pré-Jornada) Reg. RS17 Sexta-feira Dia do Dermatologista Gaúcho Reg.RS17 e 18 Sexta e sáb. XXVIII Jornada Gaúcha de Dermatologia - RS Reg. RS21 a 25 Terça à Sáb. XV - CILAD - Buenos Aires - Argentina23 à 25 Quinta à sáb. II Jornada Alagoana de Dermatologia - AL Reg. AL24 Sexta-feira Conf. Dermatologia Hospitalar Reg.CE24 Sexta-feira Conferência/Curso - RN Reg. RN25 Sábado Reunião de discussão de casos clínicos ao vivo - RN Reg. RN25 Sábado Reunião de Casos Clínicos - CE Reg. CE25 Sábado Reunião Clínica - João Pessoa Reg. PB25 Sábado Reunião Científica Mensal - HUCAM Reg. ES29 Quarta-feira Reunião Mensal - RJ Reg. RJ29 Quarta-feira Reunião de Casos Clínicos - AL Reg. AL29 Quarta-feira Reunião de Casos Clínicos - MA Reg. MA31 Sexta-feira Curso de Imunologia Reg. PI31 Sexta-feira Reunião Científica - AM Reg. AM

Novembro01 Sábado Curso de Dermatologia Pediátrica Reg. PI07 e 08 Sexta e sáb. Jornada Mineira de Dermatologia - MG Reg. MG07 Sexta-feira Reunião Ordinária de Dermatologia - ADS-RS Reg. RS07 à 09 Sexta a dom. XI Jornada de Dermatologia e I Simpósio Internacional - BA Reg. BA08 Sábado III Jornada Paranaense de Dermatologia - 2003 Reg. PR13 Quinta-feira Reunião Científica - AL Reg. AL21 Sexta-feira XXIII Jornada Goiana de Dermatologia Reg. GO21 e 22 Sexta e sáb. V Dermatologia do 3º Millenium - Florianópolis Reg. SC22 Sábado Campanha do Câncer da Pele23 e 23 Sáb. e Dom. XII Jornada Mineira de Dermatologia - MG Reg. MG26 Quarta-feira Reunião Mensal - RJ Reg. RJ26 Quarta-feira Reunião de Casos Clínicos - AL Reg. AL26 Quarta-feira Reunião de Casos Clínicos - MA Reg. MA28 Sexta-feira Reunião Científica - AM Reg. AM28 e 29 Sexta e sáb. Curso Teórico Prático - AMRIGS - RS Reg. RS29 Sábado Reunião de Casos Clínicos - CE Reg. CE29 Sábado Reunião Científica Mensal - EMESCAM Reg. ES

Page 4: Jornal da SBD - Nº 7 Setembro / Outubro 2003

Congresso da SociedadeBrasileira de Dermatologia

Essa é a nova denominação esta-tutária de nosso Congresso. Anova nomenclatura, decidida peloConselho Deliberativo, em reuniãoem setembro, não é apenas umasimples mudança de nome: quere-mos que venha a ser uma mudan-ça de postura. Mais do que nunca,está na hora de o Congre s s oB r a s i l e i ro ser efetivamente daSBD. As decisões a respeito doCongresso têm que ser tomadasem sintonia. Para isso, elaboramosmudanças no Regimento doCongresso, em vigor, que será exa-minada pelo Conselho Delibe-rativo, e conversamos com o Dr.Arnóbio da Penha Pachêco, presi-

Setembro /Outubro- 2003

3

C o l u n a d a D i r e t o r i a

superiores aos de balcão; ou no caso de nos-sos patrocinadores, como o leilão do metroquadrado e a falta de urbanização da área deexposição, tivessem menor chance de ocorrer.

Temos certeza que todos os Presidentesde Congresso e suas Comissões Or g a n i-zadoras buscaram e buscam o melhor para aSBD e para os congressistas. Entretanto, afalta de vivência na área comercial os faz víti-mas de negociadores profissionais, cujo inte -resse nem sempre coincide com o nosso. Oprincipal objetivo do Congresso da SBD é ofe-recer o maior benefício científico possível,pelo menor custo, assegurado o conforto e asegurança necessários. Estamos certos que oDr Arnóbio Pachêco, presidente do Congressode 2004 em Natal, embora não tenha conse-guido realizar licitação para a contrataçãodas empresas organizadoras, saberá negociarcom toda a atenção a fim de evitar que fatoscomo estes ocorram. Um abraço!

Caro associado, a situação financeirada SBD continua estabilizada ecomeçou a ficar confortável, namedida em que pro v a v e l m e n t e

fecharemos o ano sem necessidade de tocarna receita proveniente do Congresso, poden -do dar início a novos projetos que revertamem benefício de todos os associados. Apósanálise das receitas provenientes das anui-dades e dos contratos de patrocínio, nós ire-mos avaliar com o mesmo posicionamentocrítico, aquela que, historicamente, se trans-formou numa das três principais fontes derecursos da SBD: o Congresso Brasileiro,que responde por aproximadamente 20 a30% do total de nossas receitas.

Inicialmente, é necessário lembrar que,até 1997, a presidência do Congresso erae x e rcida pelo presidente da SBD, e que a par-tir daquela data, considerado o enorme tra-balho proveniente da realização do mesmo, afunção foi desvinculada da pre s i d ê n c i a ,sendo então garantida estatutariamente àComissão Organizadora do Congresso comtotal autonomia para a organização, estabele-cimento de preços de inscrição (r e g i m e n t a ldesde abril de 2000), captação de patro c í n i o s ,

dente do Congresso de 2004.Acertamos vários pontos queserão consubstanciados em umacarta compromisso, que serápublicada no Jornal da SBD.

Participação do médico emanúncios, propagandas e

divulgação públicaO Conselho Federal de Medi-

cina (CFM) publicou em 10 desetembro de 2003, a ResoluçãoCFM n.º 1701/2003, que estabe-lece os critérios e as condiçõespara que o profissional médico fa-ça anúncios ou a divulgação dep rodutos ou assuntos médicospara a população. É importanteque leiamos e procuremos enten-der o conteúdo e a importância

dessa resolução, que vem enfati-zar a necessidade da adoção deuma postura ética no exercício daprofissão, e os riscos a que esta-mos agora sujeitos na desobediên-cia dos critérios preconizados peloConselho Federal de Medicina.

JSBD l Ano VII n o 7

Márcio Rutowitsch

contratação de empresas para execução doevento, etc, tendo apenas a obrigação dea p resentar contas à Diretoria da SBD ao finaldo evento, com o fato consumado. Portanto,todos os créditos e débitos provenientes dao rganização do Congresso são de direito e defato da sua Comissão Organizadora.

Por acreditarmos ser absurda a totalindependência gerencial e financeira de umevento da SBD, responsável por quase 30%de suas receitas, e que no mínimo deveriahaver um co-gerenciamento da Diretoria daSBD, propusemos e foram aprovadas modifi-cações estatutárias e pro p o remos aoConselho Deliberativo, modificações noRegimento Interno do Congresso, que garan-tam uma participação efetiva da Diretorianas decisões quanto à sua organização.

Parece-nos, por exemplo, imprescindívelrealizar licitação para a contratação dasempresas envolvidas na sua organização,devendo nestes contratos estar contempladoo menor custo/benefício para o associado.Assim, estaríamos garantindo que fatos gera-dores de justa revolta por parte de nossosassociados, tal como o bloqueio da rede hote-leira, com as tarifas dos pacotes com valores

P a l a v r a d o T e s o u re i r o

Celso Sodré

Page 5: Jornal da SBD - Nº 7 Setembro / Outubro 2003

Luna Azulay

S B DJSBD l Ano VII no 74

C o l u n a d a O m b u d s w o m a n

Desde nosso últimocontato, surgiram al-guns pontos impor-tantes para o debate.

Ainda com relação ao Título deEspecialista em Derm a t o l o g i aexistem sugestões de que fosseacolhido pela SBD o títulodado pelo CFM. Afinal, as re s i-dências em dermatologia sãoreconhecidas pelo MEC e auto-rizam ao profissional o uso dotítulo de Derm a t o l o g i s t a .Ainda está de pé a idéia de quea prova para título da SBDpudesse ser organizada sob

f o rma de módulos. Estamosa g u a rdando as consultas jurí-dicas pertinentes.

Também foi feita a pro p o s t ada mudança de local para ap rova, sugerindo-se que fossena época do congresso ou quefosse feita de forma descentra-lizada, entretanto a dificuldadeoperacional aumentaria muito.

Foi colocada em discussãoa possibilidade da avaliaçãodo C u r r i c u l u m para pontua-ção, permitindo a incorpora-ção de associados contri-buintes de longos anos deexperiência, que por motivosvários, não os têm. Quere m o sque saibam que este tema nosp reocupa. Estamos desejososde encontrar soluções, entre-tanto, não podemos ser injus-tos com aqueles que obtiveramo título por meio de concurso.E n t retanto, está longe consi-derar o associado contribuinte

como cidadão de segundaclasse.

Na próxima reunião doConselho Deliberativo deveráser discutida a modificação devários regimentos, inclusive odos Congressos, perm i t i n d op reços mais adequados paraestes colegas. Com relação aoúltimo, surgiram algumasquestões. Especialmente comrelação aos preços pagos nareserva de hotéis quando fei-tas diretamente no balcão oupor intermédio da agência deviagens oficial, sendo estesmais elevados. Não é a primei-ra vez que isso acontece.O u t ro ponto a considerar é oredimensionamento dos sim-pósios satélites, pois desper-tou descontentamento emvários congressistas. Cer-tamente o debate e a re f l e x ã olevam ao encontro de soluçõesjustas para todos.

OConselho Científico daAssociação Médica Bra-sileira (AMB), form a d opor re p resentantes das

sociedades de especialidades,aprovou por unanimidade o projetodo diretor científico da AMB, Dr.Fábio Biscegli Jatene, sobre arecertificação de Título de Es-pecialista. “A recertificação é umestado de competência do profis-sional e a garantia da atualizaçãoconstante de técnicas e conheci-mentos” - defende Jatene.

O projeto prevê o prazo de vali-

Recertificação do Título deEspecialista será obrigatória

dade de cinco anos para os títulos,e tem como base experiências rea-lizadas em outros países. O novosistema irá considerar a soma decréditos conseguidos em diversasatividades profissionais, como tes-tes, participação em congressos epalestras reconhecidos pelas socie-dades de especialidades.

No dia 5 de setembro foi defini-da uma comissão responsável porelaborar detalhes operacionais daproposta, composta por represen-tantes da AMB e membros dasSociedades que já vêm desenvol-

vendo programas semelhantes. Opróximo passo será a aprovação daproposta da comissão pelos repre-sentantes da classe médica.

Dr. Fábio Jatene, autor do projeto

Divulgação

Page 6: Jornal da SBD - Nº 7 Setembro / Outubro 2003

Setembro / Outubro - 2003JSBD l Ano VII no 7 5

JSBD - O Ministério da Saúdetem como uma das prioridades ocombate às endemias como dengue,hanseníase, leishmaniose, filarioseetc. Quais são os planos do governonessas frentes e os prazos para osresultados?

Humberto Costa: O controle dasdoenças endêmicas, como dengue,malária e hanseníase, está entre asgrandes prioridades desta gestão. Paraenfrentar de maneira mais incisiva aquestão, o Ministério da Saúde contaagora com a Secretaria de Vigilânciaem Saúde, que está coordenando asatividades de prevenção e acompanha -mento da manifestação dessas doen-ças. Reunindo as ações de combatedas endemias numa mesma estrutura,o governo quer atuar de forma maisintegrada e eficaz. Assim, em parceriacom as secretarias estaduais e munici-pais de Saúde, estamos fortalecendo avigilância epidemiológica, em todo opaís. Já em 2003, foi atualizado orepasse para as ações de controle ep revenção de doenças. O chamadoTeto Financeiro de Epidemiologia eControle de Doenças foi aumentado emR$ 32,94 milhões, resultado da atuali -zação da forma de cálculo, que agoratem como base as projeções populacio-nais feitas pelo último censo do IBGE.

A queda na ocorrência de casos dedengue já é resultado deste trabalho.No primeiro semestre de 2003 (atéjunho) foram notificados 259.800

casos, enquanto em 2002, o número deregistros totalizou 734.754. Ou seja,uma redução importante de 64,64%.Os casos de malária também sofreramredução de 13,7% se comparados osanos de 2002 e 2003, no período dejaneiro a agosto. Isso graças às açõesconduzidas pelo Programa Nacional dePrevenção e Controle da Malária.

JSBD - No caso da hanseníase,qual a meta do governo e como édesenvolvido o programa?

Humberto Costa: Em relação àhanseníase, o Ministério da Saúde estáreestruturando o programa brasileiropara obter melhores resultados nacura e prevenção da doença. Hoje, onúmero de novos casos no Brasil chegaa 38 mil por ano. A meta é diminuireste índice em 30% ao ano até 2005.Para atingir este objetivo, o Ministérioda Saúde propõe o envolvimento deagentes comunitários de saúde e demédicos do Programa de Saúde daFamília na detecção e acompanhamen-to da doença.

JSBD - Segundo dados da So-ciedade Brasileira de Dermatologia,69% da população brasileira ainda seexpõe ao sol sem proteção. O câncerde pele é o de maior incidência noBrasil (a previsão do Inca para 2003é 86,5 mil novos casos da doença). ASBD realiza a Campanha Nacional dePrevenção ao Câncer da Pele que

visa a esclarecer a população sobreos riscos da exposição solar sem pro-teção. Outra ação que está sendorealizada junto com o Inca é umacampanha de educação e prevençãopara crianças da rede pública, feitapor médicos voluntários da SBD. Og o v e rno tem algumas iniciativaspara a prevenção contra a doença?

Humberto Costa: A prevenção e adetecção precoce são eixos fundamen-tais da política nacional de controle docâncer promovida pelo Ministério daSaúde. As estratégias desenvolvidas pormeio do Instituto Nacional de Câncer(Inca) figuram, segundo a Org a n i z a ç ã oMundial da Saúde (OMS), entre asm e l h o res do continente Americano. Ocâncer de pele, incluindo melanoma,continua a ser o mais incidente emnosso país. Para 2003, as Estimativasdo Inca apontam a ocorrência de 41.185casos novos entre os homens e de45.340 entre as mulhere s .

Sem dúvida, a melhor forma dereduzir os casos de câncer da pele éreforçar a prevenção. E é nisso que oMinistério da Saúde vem trabalhando,inclusive com a parceria da SociedadeBrasileira de Dermatologia. Uma impor-tante ação, plenamente apoiada pelog o v e rno, é a Campanha Nacional deP revenção ao Câncer da Pele, com oobjetivo de orientar a população sobre osriscos da exposição excessiva ao sol.Além da campanha, o Inca tambémdesenvolve o Programa de Pr e v e n ç ã o

Entrevista Humberto Costa Ministro da Saúde

Ocontrole das doenças endê-micas está entre as grandesprioridades da gestão do

atual Ministro da Saúde do governoLula, Humberto Costa. Nascidoem Campinas - SP, em 1957, foimorar em Recife e construiu toda asua vida profissional e política emPernambuco. É médico, com pós-graduação em Medicina GeralComunitária, Clínica Médica ePsiquiatria. Presidiu a AssociaçãoPernambucana de Médicos Re s i-

dentes e foi primeiro-secretário doSindicato dos Médicos de Pe r-nambuco. É filiado ao Partido dosTrabalhadores desde a sua criação,em 1980. Ex-deputado estadual efederal, foi o vereador mais votadode toda a história de Recife, em2000. No Ministério da Saúdeajuda a conduzir um dos principaispilares do governo federal: a defesado social e o combate às desigual-dades. Costa falou à equipe doJornal da SBD:

Page 7: Jornal da SBD - Nº 7 Setembro / Outubro 2003

S B DJSBD l Ano VII no 76

Primária do Câncer, em conjunto com ass e c retarias estaduais e municipais desaúde, com ações educativas nas esco-las, no trabalho e nos hospitais. O apoioda SBD para estas ações também émuito bem vindo. Os derm a t o l o g i s t a sfiliados à Sociedade podem, por exem-plo, apoiar por meio de palestras nasescolas, ambientes de trabalho e unida-des de saúde, fomentando as ações jádesenvolvidas pelo Ministério da Saúde.Além disso, os integrantes da SBDpodem participar ativamente na org a n i-zação local de campanhas, juntamentecom as coordenações estaduais do pro-g r a m a .

JSBD - A medicina é a única dasprofissões de saúde praticadas noBrasil sem campo de trabalho defini-do. O projeto de Lei do Ato Médicoque está tramitando no Senado defi -ne legalmente o que é ato médico edelimita suas responsabilidades. Oque o senhor pensa sobre a aprova-ção desse projeto?

Humberto Costa: Por gerar muitac o n t rovérsia entre as categorias pr o f i s-sionais da área da saúde, a definição deato médico é uma questão que pre c i s aser discutida com cautela. O trabalhodo médico mudou muito ao longo dotempo. Daí a necessidade de analisarcada circunstância em separado. Aschamadas equipes paramédicas, porexemplo, formadas em grande parte porb o m b e i ro s - m i l i t a res realizam pr o c e d i-mentos que, no passado, eram exclusi-vos da ação médica. Hoje, entr e t a n t o ,seria um contra-senso desqualificaresses sistemas emergenciais de assis-

tência pré-hospitalar. Também é neces-sário levar em consideração as modifi-cações ocorridas nos processos de tra-balho em saúde, devido às novas tecno-logias, à especialização profissional e àatuação das equipes multi-pro f i s s i o-nais. Diante disso, a posição doMinistério da Saúde é de que uma legis-lação sobre ato médico não pode sera p rovada sem que antes haja um inten-so debate social sobre os limites daatuação desses profissionais da saúde.

JSBD - No Brasil funcionam atual-mente 119 escolas de medicina, comum número considerável de pedidosde abertura de novas escolas. A clas-se médica é contra a multiplicaçãoindevida dessas instituições, emfavor da excelência da capacitaçãop rofissional. Quais as propostas doMinistério da Saúde em relação aoa s s u n t o ?

Humberto Costa:Realmente, a aber-tura indiscriminada de cursos superiore sde medicina preocupa o Ministério daSaúde. Nos últimos seis anos, houveuma explosão de novas faculdades demedicina guiada, na grande maioria dasvezes, apenas por interesses econômicos,com ausência de critérios para assegurara qualidade das propostas e sua conso-nância com as necessidades de saúde dapopulação. Este é um problema graveque o atual governo vai combater deperto. Um primeiro e importante passofoi dado, em junho deste ano, quando oConselho Nacional de Saúde apro v o up roposta apresentada pelo Ministério daSaúde e recomendou ao ConselhoNacional de Educação e ao Ministério da

Educação a suspensão da abertura denovos cursos superiores na área desaúde por seis meses.

Neste período de moratória, a idéiaé que uma comissão interinstitucionaltrabalhe na proposta de critérios paraa abertura de novos cursos. Os novoscritérios, que serão apresentados aoConselho Nacional de Educação, vãolevar em conta a necessidade de demo-cratização do ensino superior, a neces-sidade de formar profissionais comperfil, número e distribuição adequa-dos ao Sistema Único de Saúde e a deestabelecer desenhos pedagógicoscompatíveis com a reorganização daatenção à saúde no país.

Além disso, o governo vai trabalharpara que, na criação de novos cursoss u p e r i o res da área da saúde, sejampriorizados os estados e municípioscom real necessidade desses pro f i s s i o-nais. Estamos realizando um estudopara identificar a carência de especia-listas na área da saúde em nosso país,considerando as características demo-gráficas, epidemiológicas e sociais dasd i f e rentes regiões, bem como as singu-laridades do sistema de saúde. Combase nesse levantamento é que vamosp ropor a normatização para aberturade faculdades.

JSBD - Em algumas entrevistas osenhor declarou que o seu ministériovai trabalhar para um atendimento àsaúde de forma universal e igualitá-ria, conforme estabelece a Consti-tuição Brasileira. Quais as ações queestão sendo desenvolvidas nesses e n t i d o ?

Page 8: Jornal da SBD - Nº 7 Setembro / Outubro 2003

Setembro / Outubro - 2003JSBD l Ano VII no 7 7

a ser adotadas este ano, está o aumen-to da terapia intensiva e dos serviços deresgate médico. O Ministério da Saúdeestá credenciando novos leitos de UTIem todo o país. Até o primeiro semestrede 2004, o usuário do SUS poderá con-tar com mais 2.233 leitos de terapiaintensiva. Ao longo deste ano, R$ 120milhões serão investidos na compra deequipamentos e contratação de pro f i s-sionais que vão atuar nos Serviços deAtendimento Móvel de Urgência nascidades com mais de 100 mil habitan-tes. Até 2004, serão adquiridas 650ambulâncias (suporte básico) e 150

UTIs móveis (suporte avançado) paraatender cerca de 68 milhões de pessoasem 132 municípios e 20 capitais. Osrecursos também vão garantir a compo-sição de 152 Centrais de RegulaçãoMédica de Urgência, que vão funcionar24 horas por dia, com acesso pelo tele-fone 192.

Em outra frente, o Ministério daSaúde vem atualizando os valores databela do SUS que estavam defasados.E n t re os procedimentos re a j u s t a d o sestão: as consultas especializadas r e a-lizadas pelos hospitais públicos (re a j u s-te de 196%), as sessões de hemodiálise(em 5%), os serviços ambulatoriais e asi n t e rnações de média complexidade(um aumento de até 46%). Buscandodesafogar a rede hospitalar, estamosampliando a atuação do Pr o g r a m aSaúde da Família (PSF), principal exe-cutor das ações na área da atenção

básica. Para tanto, aumentamos oinvestimento para os Programas Saúdeda Família e Agentes Comunitários deSaúde de R$ 1,3 bilhão para mais deR$ 1,7 bilhão por ano. Ao longo de2003, vem sendo criadas 4 mil novasequipes do PSF e incorporando 3 milequipes de saúde bucal ao pr o g r a m a .Assim, teremos 21 mil equipes deSaúde da Família assistindo 73milhões de pessoas. Até o final da ges-tão, nossa meta é duplicar o número deequipes e expandir a assistência odon-tológica dentro do pro g r a m a . Q u e re m o sa p resentar o seguinte panorama em2007: 34 mil equipes levando saúde emcasa para mais de 100 milhões brasilei-ros. Ainda na área dos atendimentosbásicos, aumentamos em R$ 152milhões o repasse anual para paga-mento dos Pisos de Atenção Básica.

Mas sabemos que não bastam equi-pamentos para garantir um bom aten-dimento. É fundamental que existauma equipe profissional bem pre p a r a d ae trabalhando com dignidade.Pensando nessa questão, o Ministérioda Saúde vem planejando uma novapolítica de recursos humanos para arede pública, que vai tratar da re g u l a-ção das carreiras, da valorização dost r a b a l h a d o res e também da for m a ç ã ovoltada para as necessidades do siste-ma. Como parte dessa política, re a t i v a-mos a Mesa Nacional de Negociação doSUS. Um espaço permanente de diálogoe n t re governo federal, gestores esta-duais e municipais, re p resentantes dose m p re g a d o res e trabalhadores do SUSpara discutir questões como plano dec a rgos e salários, jornada de trabalho,f o rmação e qualificação profissional.

No combate às endemias, estamosintensificando um plano de trabalhopara controlar doenças como malá-ria, dengue, hanseníase, filariose eleishmaniose, como re f o rcei anterior-mente. Além disso, este governo temcomo uma de suas premissas o re f o r-ço ao controle social. A retomada doscursos de capacitação de conselhei-ros de saúde, a realização do Fórumde Saúde Suplementar e da 12ª edi-ção da Conferência Nacional deSaúde são exemplos de como o gover-no tem conduzido a questão. q

Humberto Costa: Hoje, cerca de90% dos brasileiros são de algummodo assistidos pelo Sistema Único deSaúde (SUS), seja nas campanhas devacinação, nos serviços ambulatoriaisou de alta complexidade. Isso mostra oquanto o serviço cresceu nos últimosanos, permitindo a um número maiorde brasileiros o acesso à assistênciagratuita à saúde. Entretanto, aindafalta muito a ser feito rumo à totalimplementação do SUS e à garantiadas diretrizes da universalidade, eqüi-dade e integralidade que regem o siste-ma. E é com este objetivo que o atualg o v e rno vem trabalhando. A atuaçãodo Ministério da Saúde não é apenasno sentido de aumentar o número depessoas assistidas pelo SUS mas,s o b retudo, garantir a qualidade do ser-viço. Afinal, não basta atender mais. Éfundamental atender melhor, comequipamentos, medicação e pro f i s s i o-nais capacitados para responder pro n-tamente às demandas da população.

Um primeiro passo adotado pelog o v e rno foi r e d i recionar as prioridadespara fortalecer o trabalho em equipe,evitar o desperdício de esforços ee n f rentar de forma mais incisiva pro-blemas que ainda não foram plenamen-te solucionados, como o controle dasendemias, a ausência de uma políticade recursos humanos para o SistemaÚnico de Saúde (SUS) e o acesso dapopulação aos medicamentos. Estamostambém reforçando o processo de des-centralização das ações, para queUnião, estados e municípios abracemsuas responsabilidades numa gestãocompartilhada. Além disso, pro g r a m a sde sucesso, como para controle dotabagismo e de prevenção e contr o l edas DST/Aids ganham mais força nesteg o v e rno. No caso do tabagismo, adota-mos, já a partir de 2003, medidas degrande peso como a restrição dos locaisde venda. Numa iniciativa inédita, og o v e rno brasileiro iniciou a distribuiçãode preservativos nas escolas e umacampanha de incentivo ao teste do HIV.Também apresentamos um plano demetas na luta contra a doença até2006, que prevê, por exemplo, o atendi-mento a 100% das gestantes soro p o s i-tivo. Entre as medidas que já começam

“O Ministério da Saúdevem planejando uma

nova política de recursos humanos

para a rede pública, que vai tratar da

regulação das carreiras,da valorização dos

trabalhadores e também da formação

voltada para as necessidades do sistema”

Page 9: Jornal da SBD - Nº 7 Setembro / Outubro 2003

S B DJSBD l Ano VII n o 78

Ce rca de três mil pessoas cir-cularam pelos pavimentosdo Centro de Convençõesde Vitória, durante o 58º

C o n g resso Brasileiro de Derm a-tologia. O evento reuniu 59 exposito-res, movimentando cerca de R$ 6,5milhões. Uma curiosidade intere s-sante foi a elevada participação dejovens profissionais da área. A exten-sa programação abrangeu o univer-so de interesse da comunidade der-matológica permitindo aos congre s-sistas participar de 24 sessões cientí-ficas, 256 apresentações de mini-casos e de 61 trabalhos de investiga-ção. O presidente do 58º Congre s s oB r a s i l e i ro de Dermatologia, Dr. JoãoBasílio de Souza Filho, considera oresultado feliz. “Várias pessoas meparabenizaram pela organização eesse re t o rno é gratificante” – afirm a .

O estande da Sociedade Brasi-leira de Dermatologia ficou dispostoestrategicamente em lugar de desta-que, no h a l l de entrada do setor depalestras. A montagem bonita e ino-vadora permitiu recepcionar melhoros associados, e tornou-se um pon-to de encontro entre colegas.

Mas a grande novidade da SBDficou por conta da distribuição def o l d e r s explicativos para leigos,p roduzidos pelos DepartamentosEspecializados da SBD. Foram 12temas diferenciados e cada sóciorecebeu um k i t com todos ostemas. Os interessados em adqui-rir maiores quantidades podemencomendar novas remessas naSBD, pelo telefone (21) 2253-6747.

A Sociedade Brasileira de Der-matologia produziu um filme insti-tucional baseado na pesquisa“ P e rfil do Dermatologista”. Em for-mato de telejornal, o vídeo temduração de 21 minutos e apre s e n-tação do ator Eduardo Moscovis.Um passeio pelas principais carac-terísticas da vida do derm a t o l o g i s-ta é a abordagem da fita. Englobadesde o número de horas traba-

“Perfil dos Dermatologistas” é apresentado em vídeo

lhadas, as capitais de maiorconcentração de profissionais, tipode formação, profissão por sexoetc. O vídeo teve a sua avant pre-m i è re na reunião do Conselho, e foimostrado permanentemente noestande da SBD e no simpósio dolaboratório La Roche Posay.

Os Drs. João Basíliode Souza Filho, DórisHexsel e Celso Sodré

durante o evento

Estande da SBD

Page 10: Jornal da SBD - Nº 7 Setembro / Outubro 2003

Setembro / Outubro - 2003JSBD l Ano VII no 7 9

Os Departamentos no Congre s s oLaser

Durante o 58º Congresso foi re a-lizada uma reunião com vários usuá-rios de laser no Brasil. O objetivo foidiscutir algumas questões re l a c i o n a-das à utilização das máquinas. “Agrande preocupação se refere àmoralização dos serviços de manu-tenção dos aparelhos, pois a sensa-ção geral é de que estamos sendoexplorados devido aos preços absur-dos da mão-de-obra e das peças, eem relação à demora no tempo deconserto dos aparelhos” – conta oc o o rdenador do departamento deL a s e r, Alexandre Filippo (RJ).

Os participantes resolveram con-tratar firmas e profissionais autôno-mos que ofereçam serviços de manu-tenção para analisar propostas detrabalhos. “Algumas conversas jáestão em andamento e, em bre v e ,c o l o c a remos os resultados à disposi-ção de todos os derm a t o l o g i s t a s .Buscamos pessoas que trabalhemcom seriedade, vamos negociar pre-ços e qualidade” – explica Dr. Filippo.Ele pede que os colegas indiquempessoas ou empresas do ramo paraanalisar propostas, enviando para oe-mail [email protected]. “Essa éuma luta de todos nós. Se todos coo-p e r a rem vamos resolver um dosm a i o res problemas em nossa áre a .Só depende de nós, conto com aajuda de todos” – encerra.

AlergiaO grupo do departamento de

Alergia apresentou os resultados

obtidos com mais de três mil testesepicutaneos, realizado com asbaterias de testes padrão. “Osdados já estão prontos para serempublicados“ – afirma a coordenado-ra Dra. Ida Duarte (SP). De acordocom ela, outro trabalho, tambémuma bateria de testes para cosmé-ticos, foi testada em 130 pacientes,e, em breve, será publicado. Elaainda pôs em pauta os projetospara 2004. São eles: o protocolopara farmacodermias realizado em100 casos que, após uma reavalia -ção, será enviado aos serviços inte-ressados; a elaboração final doprotocolo sobre urticária; o iníciodo trabalho com bateria para corti-cóides e a elaboração de bateriapara metais e resinas.

CosmiatriaA Dra. Dóris Hexsel (RS), coor-

denadora do Departamento deCosmiatria, considerou o eventoum grande sucesso. Na área cos-miátrica diversos assuntos foramdebatidos. Ela julgou interessantesas apresentações de novidades eopções para o manejo dos proble-mas comuns ao especialista. Eladestaca alguns assuntos: no sim-pósio de “Dificuldades no trata-mento de doenças inestéticas”, aDra. Rosemari Mazzuco (RS) de-monstrou obstáculos na correçãocosmética de lipodistrofias. Entreos principais, está a obtenção deum material preenchedor durável eseguro para ser usado em grandesvolumes, com custo acessível.

“Acho que o granden ú m e ro de residentes ejovens presentes em todasas sessões do congresso éum bom sinal de saúde daSBD. O programa apre s e n-tado foi muito bom, comalto nível científico. Minha únicaobjeção seria a de que a derm a t o l o-gia cosmética ocupou um espaçomuito grande do programa, masesta parece ser a tendência dos últi-mos anos em todos os congre s s o sd e rmatológicos ao redor do mundo.” Luis Requena Cabalerro (Espanha)

“O 58o C o n g resso Bra-s i l e i ro de Dermatologia foiexcelente em todos os aspec-tos que pude avaliar. O local,pessoas e apresentações fo-ram magníficos. Infelizmente,como não falo português, nãopude entender todas as apre s e n t a-ções. Fiquei feliz, entretanto, pelo fatode que a maioria dos derm a t o l o g i s t a sb r a s i l e i ros que encontrei falavam uminglês excelente. Receberemos umresidente em dermatologia do Rio deJ a n e i ro aqui na Universidade doTexas no mês que vem e esperamos avisita de outros dermatologistas brasi-l e i ros no futuro.”

Dr. Stephen Tyring (EUA)

“Foi uma experiênciamaravilhosa e acredito queo Congresso tenha sido umgrande sucesso.”

Francisco Tausk, (EUA)

Page 11: Jornal da SBD - Nº 7 Setembro / Outubro 2003

S B DJSBD l Ano VII no 710

Dentre as opções existentes, osmelhores são o gel de poliacrilami -da, recentemente lançado nosEUA, e, num futuro próximo, o sili-cone líquido injetável, que aguardaaprovação do FDA.

O Dr. Sérgio Talarico (SP) pro f e-riu palestra destacando todos oscuidados que envolvem a fotopro-teção. Segundo o médico, os fil-t ros desempenham papel auxiliar,tendo evolução das fórmulas. Ofoco, antes exclusivo na RUVB,modificou à medida que se verifi-cou uma participação da RUVAnão só no envelhecimento da pele,mas com ação sinérgica na gênesede alguns cânceres cutâneos, ou,também no desenvolvimento dec o m p rometimento das re s p o s t a simunes do organismo. “Esses fato-res justificam uma fotopro t e ç ã oassociada aos cuidados de vesti-mentas adequadas, seleção doshorários de exposição, entreo u t ros” - explicou.

Representantes reúnem-se em Vitória nos dias que antecederam o evento

Conselho Deliberativo estudatexto do novo Estatuto

Na reunião do Conselho Deli-berativo foi comunicado o re s u l t a d oda eleição dos Drs. Sinésio Ta l h a r i(AM) e Gerson Penna (DF), para pre-sidente e vice-presidente, re s p e c t i-vamente, da gestão de 2005/2006.O novo Estatuto foi apre s e n t a d opelo tesoure i ro da SBD, o Dr. Celso

Sodré em conjunto com a advogada,Dra. Nely Porter, que prestou escla-recimentos de ordem técnica aosp re s e n t e s .

As comissões da SBD apresen-taram os resultados dos seus tra-balhos e todos os relatórios foramaprovados pelo grupo. Houve elei-ção de membros para a Comissãodo Título de Especialista da SBD,na qual assumem os Drs. JacksonMachado Pinto, Bernardo Gontijo eDenise Takahaski. Também forameleitas a Dra. Cacilda da SilvaSouza (Comissão de Ensino); a Dra.Vitória Bogdana Kadunc (Comissãode Ética e Defesa Profissional), e aDra. Andréa Machado CoelhoRamos (Comissão Científica). Oc a rgo de suplente do ConselhoFiscal passa a ser ocupado pelo Dr.José Roberto Pegas.

No mesmo dia, foi colocada empauta a extinção da Comissão deEducação Sanitária e Relações Pú-blicas. Outra determinação do Con-selho se re f e re à mudança do depar-tamento de Unhas para Depar-tamento de Cabelos e Unhas, com o

“Em resumo, o con-gresso ocorreu na me-lhor tradição de seuseventos anuais, ou seja,de modo espetacular. OC o n g resso Brasileiro é

único entre os encontros de der-matologia de todo o mundo, sendomais caloroso, alegre e vibrante. Oconteúdo científico das sessões àsquais estive presente sobre derma-topatologia foi de altíssimo nívelem virtude da competência e entu-siasmo dos dermatologistas e pato-logistas brasileiros. Só espero quea dermatologia brasileira nãoacabe se transformando em cos-metologia brasileira! Seria umtriste fim para uma nobre discipli-na na medicina brasileira.”

Bernie Ackerman (EUA)

“O 58º Congre s s oB r a s i l e i ro de Derm a-tologia me impre s s i o n o uem primeiro lugar porsua magnitude. Suao rganização foi excelente,com um programa cientí-

fico equilibrado e interessante e aexposição comercial bem montada.”

Ramón Ruiz-Maldonado (México)

Reunião do Conselho Deliberativo

Tatiana Gentil

Page 12: Jornal da SBD - Nº 7 Setembro / Outubro 2003

Setembro / Outubro - 2003JSBD l Ano VII no 7 11

objetivo de ampliar os temas deestudo. Os associados determ i n a-ram ainda que a reunião doConselho será anual, no mês des e t e m b ro, por ocasião do Congre s s o .Ainda decidiu-se que a cidade deCuritiba, no Estado do Paraná, seráa sede do Congresso em 2006.

59º Congresso Brasileiro deD e rmatologia será em NatalE já começaram os pre p a r a t i v o s

para o principal evento do calendá-rio da SBD. O 59º Congresso Bra-s i l e i ro de Dermatologia será emNatal, no Rio Grande do Norte, entreos dias 25 a 29 de setembro de2004. O presidente do evento, Dr.A rnóbio da Penha Pachêco, afirm aque a comissão organizadora estáempenhada em prepará-lo com altonível e boas novidades. Em 2005, acidade de Brasília sediará o evento.

Aprovado estatuto na Assembléia Geral

Foi aprovado em 05 de setem-b ro pelo Conselho Deliberativo daSBD, e ratificado pela AssembléiaGeral, o novo Estatuto da SBD,incorporadas as mudanças exigi-das pelo novo Código Civil.Basicamente, atribuiu-se com-petência exclusiva à AssembléiaGeral para aprovar contas, alterarestatuto e destituir o presidente e ovice, em casos previstos, bem comoser instância final em julgamentode processos de associados. A prin-cipal mudança, em decorrênciadisso, foi a definição explícita de

“O evento foi realmen-te extraordinário em todosos aspectos: a excelenteo rganização e qualidadecientífica. As mostras téc -nica das companhiasc o m e rciais também foram bemorganizadas e completas.”

Dr. Enrique Hernández-Pérez (ElSalvador)

“Com a presidência deJoão Basílio de SouzaFilho e Evandro Rivitti naComissão Científica, as-sistimos em Vitória a umCongresso formidável emtodos aspectos. Um pontoa destacar é a oportunidade de per-guntar e discutir abertamente como palestrante. Chamo a atençãopara a participação e o conheci-mento dos jovens. As empresas far-macêuticas nos pr o p o rc i o n a r a mconhecer novas técnicas e equipa-mentos. No aspecto social, as noi-tes se caracterizaram por recep-ções animadas. Quando conclui oCongresso me perguntei: valeu apena participar? Aprendi algo?P e rmito-me falar em nome dosassistentes: sim e muito!”

Prof.Dr.Alberto Woscoff(Argentina)

quais são as infrações estatutáriase qual a sanção prevista para cadauma delas. Após o r e g i s t ro, oestatuto estará disponível, na ínte-gra, no site www.sbd.org.br .

Reunião de Presidentes deRegionais em Vitória

A valorização do derm a t o l o g i s t afoi o principal assunto tratadodurante a reunião dos pre s i d e n t e sdas Regionais, que aconteceu no dia5 de setembro, em Vitória. Os pro-fissionais alertaram para a pro l i f e-ração de profissionais não qualifica-dos espalhados pelo país praticandoc i r u rgias evasivas, o que é pro i b i d o .A presidente da regional Alagoas,Dra. Maria José de Medeiros Barro se Melo, contou que, re c e n t e m e n t e ,veiculou uma campanha de esclare-cimento da população com distri-buição de outdoors pela cidade coma frase “Entregue a sua pele a quementende dela”.

A Dra. Jussamara Brito, presi-dente da regional Bahia, apresen-tou um panfleto sobre a importân-cia da especialidade, elaboradopelo grupo que coordena. Com otítulo “Dermatologista: a sua peleprecisa dele”, toca aspectos sobre aformação do médico, os avanços dad e rmatologia, as atividades quedesempenham e as doenças maiscomuns. Concluindo a reunião, osp residentes acharam que aComissão de Ética da SBD deve terum papel cada vez mais atuante navalorização do especialista em der-matologia.

Page 13: Jornal da SBD - Nº 7 Setembro / Outubro 2003

S B DJSBD l Ano VII no 712

Departamentos preparam novosprodutos para os sócios

O clima da reunião dos coord e-n a d o res de departamentos, emVitória, era de dever cumprido. Otrabalho do grupo possibilitou olançamento de 12 diferentes f o l -d e r s explicativos para leigos.“ Todos ficaram encantados com oresultado e com a certeza doimpacto positivo perante aossócios e pacientes” – afirmou umadas coordenadoras da re u n i ã o ,Dra. Ivonise Follador.

Serão lançados ainda outros comtemas, como vitiligo, líquen plano,psoríase, melanoma e alopecia are a-ta. Foi definido também que oManual de Conduta deverá ser con-cluído no primeiro trimestre de 2004.A publicação vai conter atualizaçõesde condutas terapêuticas das princi-pais dermatoses. O material deveráser distribuído gratuitamente aossócios. De acordo com a Dra. IvoniseF o l l a d o r, os textos já estão pro n t o s ,em fase de padro n i z a ç ã o .

Outra decisão do encontro é queos departamentos disponibilizem nos i t e da SBD sugestões de leitura dasrespectivas áreas, com atualizaçãobimestral. “Futuramente cada de-partamento estruturará um cursoque ficará disponível para as diver-sas regionais ministrarem quandooportuno, seja em jornadas, eventosou congressos que org a n i z a rem” –revela Follador.

Qualidade do ensino é tema dereunião entre p ro f e s s o res de

d e rm a t o l o g i aA formação em dermatologia foi

o principal assunto em pauta naprimeira reunião entre os chefesdos serviços credenciados e ascomissões Científica, de Ensino ede Título de Especialista, daSociedade Brasileira de Derm a-tologia. O encontro aconteceu nodia 3 de setembro, em Vitória, e foicoordenado pelo vice-presidente daSBD, Dr. Sérgio Talarico Filho (SP),acompanhado pelos doutores SilvioAlencar Marques (SP), da EMC-D,Jackson Machado-Pinto (MG), do

Jornal da SBD, Lúcia Arruda (SP) eSamuel Mandelbaum (SP), secretá-rios da SBD. Dos 60 serviços cre-denciados pela SBD, 47 foramrepresentados, além de 14 mem-bros das comissões convocadas.

A qualidade do ensino nas re s i-dências e especializações foi o pontode partida para a discussão. Na opi-nião dos pro f e s s o res presentes, od e rmatologista re c é m - f o rmado podenão estar sendo bem preparado parae n f rentar o mercado de trabalho. Háuma defasagem entre o que é possí-vel ensinar e o que seria ideal apre n-d e r. ”A questão maior é que o quedeve ser ensinado não está definidopara o conjunto da Sociedade”. Paraampliar e aprofundar a discussão,foi criada uma força-tarefa que dis-cutirá democraticamente sobretodos os fatores que influenciam op roblema”, acrescenta Dr. Silvio.

Os assuntos mais discutidosserão avaliados pela força-tarefa.Um deles é o progressivo enfraque-cimento da enfermaria de dermato-logia nos hospitais de ensino. Ooutro é a ausência da cirurgia der-matológica no programa curricularestipulado pela CNRM (ComissãoNacional de Residência Médica). AResolução nº 05/2002 estabeleceque os requisitos mínimos dos pro-gramas de residência médica emd e rmatologia são: unidade deinternação, com mínimo de 10% dacarga horária total; ambulatório,com 40%; dermatologia sanitária,com 10%; micologia, com 5%; der-matopatologia, com 10%; alergia eimunologia, com 5%. Como está-gios opcionais estão medicina ocu-pacional, cirurgia plástica, infecto-logia e outros.

- Como se vê, a cirurg i ad e rmatológica não esta cla-ramente contemplada. Poro u t ro lado, a Resoluçãodefine as áreas de atuaçãoda Dermatologia, entreoutras normas re g u l a d o r a srelativas às especialidadese à residência. E aí estãolistadas a cirurgia derm a-tológica, a hansenologia e a

Tatiana Gentil

cosmiatria. Isso demonstra quetemos que ampliar o nosso trabalhojunto à CNRM. – ponderou Dr. Silvio

A Dra. Denise Steiner (SP),membro da Comissão de Ensino,observou as diferenças entre osserviços durante as visitas parare c redenciamento. “Os serviçoso f e recem diferentes estruturaspara cirurgias, assim como noestudo da cosmiatria. É precisosaber de que forma, quando ecomo devem ser ensinados os pro-cedimentos. Devemos buscar umpadrão”. Outro aspecto apontado éa falta de pesquisa e produçãocientífica dos serviços credencia-dos. Para o Dr. Ney Romiti (SP), daFundação Lusíadas, isso se deve apouca dedicação dos professores,que buscam outras atividadespara o complemento da re n d amensal. A observação procede: dos66 participantes, apenas quatrodos presentes dedicavam-se exclu-sivamente à Universidade.

Para montar um programa queatenda à formação completa do der-matologista, os pro f e s s o res decidi-ram reunir propostas e sugestõescom base no currículo exigido peloMEC e CNRM. Será elaborado umdocumento único, em nome daSBD, para ser apresentado às enti-dades competentes sugerindo umarevisão do programa de re s i d ê n c i amédica. Mas a principal decisão dareunião é a uniformização doscritérios de residência e especializa-ç ã o. Sendo assim, os serviços cre-denciados passarão a exigir doisanos em clínica médica para aespecialização em derm a t o l o g i a ,como já acontece nas residências.

Page 14: Jornal da SBD - Nº 7 Setembro / Outubro 2003

Uma gama enorme de pro d u t o sd i recionados para tratamentosestéticos é lançada anualmenteno mercado. Segundo a Indús-

tria Brasileira de Higiene Pessoal, Per-fumaria e Cosméticos (IBHPEC), o merc a-do movimentou 10 bilhões de reais em2002. Curiosamente as mulheres brasilei-ras gastam o mesmo que as inglesas comp rodutos de beleza, embora os paísestenham PIB (Produto Interno Bruto) dife-rentes. E mais: 82% das brasileiras con-sideram esses produtos uma necessidade,e não um luxo. Diante de tantas ofertasnas prateleiras das perfumarias, muitasvezes o paciente chega ao consultóriopedindo que o médico pre s c reva os pro d u-tos recomendados pela mídia, por amigos,independentemente da sua real necessi-dade. Como o médico deve lidar com essas i t u a ç ã o ?

O vice-presidente da SBD, Dr. Sérg i oTalarico (SP), considera essa r e a l i d a d ecada vez mais freqüente nos consultó-rios. Nem sempre encontramos re s p a l d ocientífico nas fórmulas” – afirm aTalarico. Para ele, o médico deve teruma conduta franca e explicar comsegurança o que é melhor para o seucliente. E quando a explicação é dadacom precisão, no lugar de criar frustra-ção, fica valorizada a postura do médico.

“Não podemos em hipó-

tese alguma permitir uma situação emque nos tornemos reféns da indústria ouda mídia” - afirm a .

O Dr. Alexandre Filippo (RJ), coord e-nador do departamento de laser, concor-da. Ele diz que o perfil das pessoas quebuscam tratamentos comésticos mudoumuito nos últimos anos. “Hoje atende-mos pacientes na faixa dos 20 aos 80anos, enquanto que há poucos anosatrás esta idade variava entre 40 e 60anos. A busca das pessoas para melho-rar a auto-estima, ter boa aparênciapara conseguir emprego, ou mesmo sesentir bem perante a sociedade, fizeramcom que a indústria cosmética tivesseum b o o m. As novidades surgem de umaf o rma avassaladora prometendo às pes-soas a fonte da juventude” - conta. Paraficar atualizado, ele busca infor m a ç õ e sna mídia especializada em beleza.“Sabendo sobre o que estão falando,temos a nossa visão crítica, para comética oferecer o melhor tratamento aosnossos pacientes. Cabe-nos solicitar das

e m p resas, sempre, estu-dos científicos que com-p rovem a eficácia dosp rodutos”. – explica Filippo.

Segundo a coordenadora dodepartamento de Cosmiatria daSBD, Dra. Dóris Hexsel (RS), umaem cada 11 propagandas na TV, nosj o rnais e nas revistas traz uma mensa-gem direta sobre beleza. As estatísti-cas informam, por exemplo, que opeso das mulheres que têm suas ima-gens estampadas nas capas de r e v i s-tas e comerciais de TV é inferior em, nomínimo, 23% da mulher média ociden-tal européia e americana. Na busca dopadrão de beleza ideal, tanto homensquanto mulheres não medem esforços.Para a especialista, o der m a t o l o g i s t adeve sempre pr e s c rever ou r e c o m e n-dar os remédios que conhece, e quec o m p rovadamente possam beneficiar opaciente. “Em geral, procedem deindústrias que re c o n h e c i d a m e n t einvestem em pesquisa” – afirm a .

A Indústria da Beleza

o sexto em produtos masculinos;

o sétimo em bronzeadores e protetores solares;

Conforme dados fornecidos pelo(IBHPEC) de 2001 em relação ao

mercado mundial de Higiene Pessoal,Perfumaria e Cosméticos, o Brasil

ocupa a sexta posição.

É o terceiro mercado mundial em Desodorantes;

o quarto em produtos para o cabelo,higiene oral, fragrâncias, produtos

infantis, fraldas descartáveis eabsorventes higiênicos;

Page 15: Jornal da SBD - Nº 7 Setembro / Outubro 2003

S B DJSBD l Ano VII no 714

Ações do meioambiente re-sultam direta-

mente no ser huma-no. Na medicina nãoé diferente, é claro.De acordo com aDra. Maria de Lour-des Viegas (RJ), narelação com o doente cabe ao médico possibilitar a eleas melhores condições de vida possível. “Tanto que,hoje, uma das melhores opções é o tratamento inter-disciplinar, enfocando vários grupos de profissionaisde saúde, oferecer educação, orientação e o trata-mento propriamente dito. Essas atitudes interferempositivamente no bem estar do indivíduo, e caberá aomédico a liderança. As doenças de pele são, muitasvezes, aparentes e mexem com a psique do indiví-duo.” - declara.

A corrente dos que consideram o paciente demodo psicossocial engrossa com a Diretora da SBD,Dra. Ivonise Follador Oliveira (BA). “A relação médico-paciente é a base fundamental para o processo decura, não podemos tratar doenças e sim doentes eesse conhecimento apesar de parecer tão bem aceito,não vem sendo aplicado na prática médica” – afirma.Para ela, com o desenvolvimento de uma medicinacada vez mais tecnológica foi ficando como algo dis-tante, a individualização do tratamento. Ela acreditaque o médico deve se perguntar: Quem é essa pessoaque está à frente? Qual o impacto da doença na vidadela? Por que adoeceu? Por que ela me procurou?Qual a sua expectativa? “Essa abordagem deve acon-tecer em qualquer área da medicina. O ser humanoprecisa ser visto, ser atendido como um todo. Na áreadermatológica as doenças atingem a auto-imagem,ele fica muito exposto, todos perguntam, se metem,querem dar sugestões” – explica Dra. Ivonise.

Médicos devem oferecer qualidade de vida aos pacientes Residência Médica

Apolítica nacional de formação de especialistas é aprincipal atribuição da Comissão Nacional deResidência Médica (CNRM), órgão do Ministério

da Educação. Todos os critérios para a residência médi-ca e especialização são definidos pela CNRM, que tem,em cada estado, uma comissão regional. Cabe a elas, arealização de vistorias, estudos de demandas etc. Deacordo com o Dr. Ruy Barbosa, coordenador regional dosudeste I da CNRM e presidente da Comissão Estadualde Residência Médica de São Paulo (Cermesp), as visto-rias são mais pedagógicas e orientadoras do que puni-tivas. “Antes de tudo, são diagnosticados o cumprimen-to da Lei nº 6.932, de 1981, que define residência médi-ca, e a Resolução nº 5 do CNRM de 2002 que se refereaos requisitos mínimos do Programa de ResidênciaMédica” – afirma.

As instituições devem obedecer às normas legaisquanto a recursos humanos, planta física, instalaçõese equipamentos. Outra determinação é um regulamen-to interno com os requisitos de qualificação e asatribuições dos profissionais da área dermatológica,atendendo a padrões éticos, técnicos e científicos com-patíveis. De acordo com Barbosa, o atendimento der-matológico é predominantemente ambulatorial. “Sãochecados principalmente, o movimento ambulatorial.Também os locais onde são feitos os exames, no setorde anatomia patológica, as lâminas. É necessário tersala de cirurgia e de curativos adequadas e separadas”- explica.

Indagado sobre as faltas mais comuns aponta o nãocumprimento da carga horária dos residentes. “Algunstêm dificuldades em preencher a vaga de dermatologiasanitária, por exemplo. Orientamos que se faça con-vênios com outras instituições de modo a preencheressas lacunas” – declara. Nas vistorias, entre 10% e20% dos serviços são descredenciados. “Essa é acondição mais drástica. Dependendo das falhas e situ-ação da instituição, a comissão estadual instala o esta-do de diligência. Em um prazo que varia entre 60 e 120dias, volta para reavaliação” – explica.

Page 16: Jornal da SBD - Nº 7 Setembro / Outubro 2003

Setembro / Outubro - 2003JSBD l Ano VII no 7 15

I n t e r d i c@s Apresentamos o resumo daDra. Cláudia Pires AmaralMaia, do Depto. de DoençasBolhosas, coordenado pelo D r. Iphis Campbell

Clube de Revistas

H A S H I M O T O, T. Recent advances in the study of thepathophysiology of pemphigus. A rch Dermatol Res.,v.295,suppl1, p.2-S11,abr.2003.

Neste artigo o autor faz uma completa revisão sobreos atuais conhecimentos da fisiopatologia dos pênfigos,tendo em vista os rápidos e recentes avanços na áre a .A descoberta feita por Amagai e col. do teste soro l ó g i c oELISA para detecção de anticorpos anti-desmogleína 1(160-kDa) e anti-desmogleína 3 (130- KDa) possibilitouum importante pro g resso no diagnóstico e classificaçãodos pênfigos. Este teste altamente sensível e específicoé feito através da produção de proteínas re c o m b i n a n t e s- desmogleínas (Dsg) 1 e 3 através de um sistema dee x p ressão por baculovírus, que absorvem os anticorposespecíficos. Será dentro de um futuro não muito dis-tante, um exame de alta aplicabilidade clínica, queindica a patogênese, e possibilitará a instituição de tra-tamentos seguros para os pênfigos, como a plasmafé-rese específica.

Foram identificados 2 subtipos de pênfigo vulgar:a forma mucosa, que reage apenas à Dsg-3, e a formacutâneomucosa, que reage à Dsg-1 e Dsg-3. O pênfi-go foliáceo endêmico (EPF) apresenta anticorpos IgGanti-Dsg-1, porém quase metade dos casos brasileirostambém apresentam Anti-Dsg-3. Foram tambémidentificados pelo teste ELISA a transformação decasos de pênfigo vulgar em foliáceo, e vice-versa, coma exata correlação temporal entre a modificação dosaspectos clínicos, e a expressão de auto anticorpos.Novas variantes dos pênfigos foram identificadas,através da identificação de diversos auto-antígenos.Recomendamos a leitura do artigo pois sintetiza osprincipais avanços mais recentes na patofisiologia dospênfigos.

Osite da Sociedade Brasileira de Dermatologia estác o n c o r rendo ao Prêmio iBest 2004 em três catego-rias: Associações Profissionais, Saúde e Bem-estar

e Educação e Treinamento. A classificação dos TOP 10 daprimeira etapa só depende da votação dos internautas, eserão recebidas até o dia 11 de dezembro. Para votar,basta entrar no endereço www.sbd.org.br e clicar no ban-ner no lado esquerdo da página. O Prêmio iBest não sóincentiva visitas ao site da SBD, como também aumenta asua credibilidade junto ao público leigo e aos médicos. Oresultado final será divulgado em maio de 2004. Vote nosite da SBD e valorize a sua especialidade!

SBD concorre a prêmio de melhor site

Page 17: Jornal da SBD - Nº 7 Setembro / Outubro 2003

S B DJSBD l Ano VII no 716

clientela, fazer concorrência desleal,pleitear exclusividade de métodos diag-nósticos e terapêuticos e permitir adivulgação de endereço e telefone deconsultório, clínica ou serviço. O médi-co não poderá anunciar uma aparelha-gem de forma que lhe atribua capaci-dade privilegiada, ou participar deanúncios de empresas ou pro d u t o sligados à Medicina.

O nome do profissional deve serresguardado, fica então proibida a suainclusão em propaganda enganosa dequalquer natureza, também em maté-rias desprovidas de rigor científico aser divulgada em qualquer mídia,inclusive na Internet. Nos trabalhos eeventos científicos em que a exposição

do paciente for imprescindível, o médi-co deverá obter autorização prévia domesmo ou de seu representante legal.O texto completo está disponível napágina da SBD (www.sbd.org.br).

CFM regulamenta propaganda médica

OConselho Federal de Medi-cina (CFM) publicou, no dia26 de setembro, a ResoluçãoN° 1701/2003, que estabele-

ce novos critérios para a propagandaem Medicina. A iniciativa de revisar asnormas que regem a publicidade médi-ca tornou-se fundamental com a dispu-ta pelo mercado de trabalho, o aumen-to da oferta de serviços e a moderniza-ção dos meios de divulgação.

O relator da medida, Dr. Rubensdos Santos Silva, explicou que o objeti -vo das propostas é evitar que a publici-dade médica seja semelhante a umcomercial de produtos. “Os médicostêm que ter uma comunicação com asociedade de forma verdadeira, ética eeducativa, ficando claro que não podemficar a serviço de empresas comerciaisou da indústria” - declara.

“ Verificou-se nos diversos meiosde comunicação a publicidade deanúncios com formas imoderadas. Ouseja: causam dúvidas ou criam expec-tativas de resultados, em desacor d ocom os objetivos da medicina científi-ca. Essa Resolução fortalece a classemédica e demonstra o respeito àpopulação, que sempre espera domédico um comportamento ético” -enfatiza Dr. Rubens Silva.

A Resolução define como autopro-moção a utilização de entrevistas, infor-mações ao público e publicações deartigos com a intenção de angariar

Aresponsabilidade ética na p ropaganda foi o tema dapalestra ‘Exercício da Derma-

tologia’, no 58º Congresso Brasileirode Dermatologia. O Dr. José RamonVarela Blanco, secretário geral daSBD, lembrou que o ConselhoRegional de Medicina (CRM) fiscaliza,registra denúncias e julga os médi-cos. Ele alerta que o processo é ini-ciado com uma queixa. Em seguida éfeita uma sindicância e depois deapurados os fatos os médicos são jul-gados. A punição varia de acordocom a falta e pode chegar à cassaçãodo registro profissional. Ele explicouainda que o médico está sujeito acinco fontes fiscalizadoras: os Có-digos de Ética Médica, Civil, Penal,Defesa do Consumidor e de Dis-ciplina da Área trabalhista. Blancodestacou que no trato com o pacien-te “saber examinar, ouvir e registraro que o paciente diz” é fundamentalpara o médico evitar problemas.

Ética na Medicina

Dr. Rubens dos Santos Silva, relatorda Resolução

Marcio Arruda

Page 18: Jornal da SBD - Nº 7 Setembro / Outubro 2003

Setembro / Outubro - 2003JSBD l Ano VII no 7 17

LILACS e Qualis C, revistas locais.“Os Anais Brasileiros deDermatologia, por exemplo, na sualuta pela re-indexação no Medline,têm diminuído os espaços pararelatos de casos clínicos e amplia-do para trabalhos de investigação ede revisão, pois são os que confe-rem maior solidez científica aosperiódicos” - comenta Dr. Silvio.

O curso busca motivar acomunidade científica a pre s t i g i a ros Anais com suas produções. “Énosso interesse transformar oconteúdo do curso em publicação.Também vamos sugerir enfatica-mente que o mesmo seja transfor-mado em fórum, para que, mes-clado à discussão de questões deo rdem prática que dificultam apesquisa em Dermatologia, possaobter a re p e rcussão que merece” –finaliza o coord e n a d o r.

ASociedade Brasileira deDermatologia, através dosAnais Brasileiros de Der-matologia, realizou mais

uma edição do Curso de Intro-dução à Metodologia em Pesquisa,durante o 58º Congresso Bra-s i l e i ro. O principal objetivo docurso é ampliar a capacitação cien-tifica e acadêmica dos dermatolo-gistas, e melhorar a produção cien-tífica nacional. Coordenado pelosDrs. Mauro Ramos (RGS), Silvio A.Marques (SP) e Maurício Pereira(DF), o principal tema discutido foio Fator de Impacto (FI) das revistascientíficas. Foram abordados tam-bém “Delineamentos de estudos,população e seleção de amostras”,“Impacto na validade interna eexterna do estudo”, “Projetos pilo-tos”, “Exeqüibilidade da pesquisa eferramentas para editoração cienti-fica. “O conteúdo foi riquíssimo,como se vê” – contou o Dr. SilvioMarques.

O Fator de Impacto dos periódi-cos é usado para ranquear publica-ções científicas. As 30 mais impor-tantes da dermatologia têm seusdados publicados, anualmente, noJ o u rnal Citation Report, periódico doInstitue for Scientific I n f o rm a t i o n(ISI), o qual lista os FI de difere n t e sá reas. “Para calcular o Fator deImpacto divide-se o número de cita-

ções no corrente ano, de qualqueritem publicado no mesmo veículonos dois anos anteriores, pelon ú m e ro de artigos (não entra re l a-tos de caso) publicados nos mesmoperiódicos e períodos (os dois anos).Vou exemplificar: em 2001, foramregistradas 10657 citações de arti-gos publicados nos A rc h i v e sD e rm a t o l o g y, nos anos de 1999 e2000. Essa quantidade é divididapelo número de artigos (388), queforam publicados nos A rc h i v e s, em1999 e 2000. Portanto, 10657 divi-didos por 388, resulta 27,47. Esse éo valor do FI da revista para 2001.Já a Acta Derm Ve n e r tem FI igual a16, 57; a JAAD 15,65 e assim pordiante – explica Dr. Marques.

Ainda de acordo com o coorde-nador, no Brasil, a Capes - Coor-denação de Aperfeiçoamento dePessoal de Nível Superior – órgãodo Ministério da Educação, utilizaesses dados e denomina de QualisA Internacional àqueles periódicoscom FI > 1; Qualis B = FI < 1 eQualis C ao periódico indexado noMedline, mas não detectável, isto é:com número de citações irrisórioou não citação nos periódicos dereferência. Em nível nacional, aCapes, considera periódico QualisA, se indexado no SciELO (nesseano os Anais passaram a ser inde-xados), Qualis B, se indexado no

Curso discute a produção científica nacional

Page 19: Jornal da SBD - Nº 7 Setembro / Outubro 2003

S B DJSBD l Ano VII no 718

Gerenciamentopode ser algo intuitivo, mas

dependerá semprede critérios

definidos para apresentar bons

resultados

Anvisa - Agência Nacional deVigilância Sanitária. Seguir ospadrões na escolha de piso eparedes, cumprir rigorosamenteos processos de esterilização dematerial, até a exigência de terpia em qualquer sala onde semanipula o paciente, são obriga-tórios.

“É necessário estar atento amínimos detalhes como, porexemplo, ter atenção àquelaamostra grátis vencida, pois émotivo para multa. Do mesmomodo, a geladeira para conserva-ção de produtos medicinais nãopode conter nenhum alimento.Ainda que seja aquele inocente oiogurte do intervalo” – aconselhaD r. Abdiel. Vale lembrar que cadamunicípio tem normas próprias.“Isto torna difícil um esclare c i-mento único, pois as variaçõessão grandes entre cada cidade. Ad i retoria está estudando umaf o rma de oferecer algum tipo desuporte nas consultas que sefaçam necessárias junto aosó rgãos competentes” – completao Dr. Sérgio Talarico. Porenquanto, quaisquer dúvidas emrelação às normas determ i n a d a s

pela Anvisa podemser esclarecidas atra-vés do site da insti-tuição (www.anvi-s a . g o v . b r ) ” .

Embora o médico carre-gue uma enorme baga-gem científica, muitasvezes não tem a mesma

desenvoltura no mundo dosnegócios. Essa é a opinião do Dr.Abdiel Figueira Lima (RJ). Desde2000, ele coordena um cursos o b re organização e gere n c i a-mento de consultório nos con-g ressos de dermatologia. EmVitória, dividiu o curso com o Dr.S é rgio Talarico (SP). “Os enfo-ques principais da aula são osaspectos físicos, normativos eadministrativos de um consultó-rio, procurando oferecer umpouco da minha experiência de14 anos como professor nasá reas de administração e dei n f o rmática” – declara Dr. Abdiel.

Para ele, gerenciamento podeser algo intuitivo, mas dependerás e m p re de critérios definidos paraa p resentar bons resultados. Ocaminho das pedras para atingi-los está em analisar, planejar,executar e controlar todas as eta-pas de um processo administrati-vo. Por exemplo, não podem faltarem um consultório equipamentosde informática. “No mundo atual

é implícito e necessário utilizar ocomputador como ferramenta detrabalho para, entre outras fun-ções, fazer o controle financeiro .Na nossa área essa função estácada vez mais complicada, poistemos que administrar a r e l a ç ã ocom os convênios” – ensina Dr.Abdiel.

Quem administra um consul-tório deve ter em mente que adermatologia é, por natureza,uma especialidade clínico-cirúr -gica. Qualquer pro c e d i m e n t oinvasivo implica em cumprirtoda a regulamentação da

Planejamento é um dos segredos da boa administração

Page 20: Jornal da SBD - Nº 7 Setembro / Outubro 2003

Setembro / Outubro - 2003JSBD l Ano VII no 7 19

R e g i o n a i s

Bahia A Regional Bahia realizou o ISeminário Sobre Oncologia Cutânea, nodia 27 de setembro. O encontro reuniu op residente do Grupo Brasileiro deMelanoma, Francisco Belfort e o derm a-tologista Mauro Enokihara, professor daEscola Paulista de Medicina.

Na abertura do seminário, a Dra.Jussamara Brito, presidente da Regional,lançou a participação na CampanhaNacional de Prevenção ao Câncer da Pele,que será realizada no dia 22 de novem-b ro. A próxima atividade da regional será

a XI Jornada Baiana de Der m a t o l o g i a ,nos dias 7, 8 e 9 de novembro. Quemparticipar poderá conferir as seguintespalestras: O que Há de Novo naCicatrização; Vasculites – Investigação eManejo Clínico; Atualização em Psoríase,Pesquisa em Dermatologia na Bahia,H T LV e Pele; Etiologia das Úlceras dosM e m b ros Inferiores; Como eu Trato eTu m o res Cutâneos Menos Fre q ü e n t e s .Outras informações podem ser obtidaspelo telefone (71) 336-5644 ouw w w . i n t e r l i n k e v e n t o s . c o m . b r

O lançamento doprimeiro informativoda regional, em ju-nho, foi mais umarealização. O veículo,voltado para os só-cios, tem a tiragem de500 exemplares. “Te-mos ainda participado de formaativa dos movimentos em defesa dacategoria médica com representa-ção efetiva no Movimento pelaDignidade Médica em nossoEstado” – conta a Dra. SílviaCarvalho. O telefone da regional é(81) 3222.0369.

A SBD - DF realizou nos dias 29e 30 de agosto a reunião científicamensal. Na ocasião, acontecerameleições para a gestão 2004/2005. OD r. Gilvan Ferreira Alves foi aclama-do presidente da regional e terá aDra. Ana Maria Costa Pinheiro comov i c e - p residente. Já as secre t a r i a sserão ocupadas pelas doutorasJussara Soledade do Nascimento eCristina Salaro, e o cargo de tesoura-ria será da Dra. Beatriz Moreira deM e d e i ros.

Brasília

A Regional Maranhão pro-moverá a I Jornada Mara-nhense de Dermatologia nosdias 7 e 8 de novembro, noHospital Universitário da Uni-versidade Federal doMaranhão. Presidido pelo Dr.Ivan Abreu Figueiredo (MA), oevento está programado emtrês módulos. Na sexta-feira(7/11), serão ministradasaulas sobre aspectos dermato-lógicos em pediatria abordan-

do os temas Dermatite Ató-pica, Piodermites, Derm a-t o v i roses, Foto-proteção eLeishmaniose. No dia seguin-te, palestrantes discorr e r ã osobre os painéis: Dermatologiaem Ginecologia e Obstetrícia eD e rmatologia em ClínicaMédica. Os interessados pode-rão se inscrever a partir de 20de setembro pelo telefone daregional (98) 227.5016.

Maranhão

A SBD-RS promoverá a XXVI-II Jornada Gaúcha deDermatologia nos dias 7 e 8 den o v e m b ro, no Centro deConvenções da Fiergs. O princi-pal enfoque do encontro é fotopro-teção, já que as discussões relacionadas à radiação ultravioleta estãoem voga. “Nada melhor do que fazermos uma minuciosa revisão dostipos de lâmpadas ultravioletas encontradas no mercado, assunto queserá abordado pelo físico Elton Ferlin, que trabalha há muitos anosdando assistência no campo das radiações no Hospital de Clínicas dePorto Alegre” - conta o Dr. Sérgio Dornelles.

Serão trazidas ainda novidades sobre peelings e fotoprotetores. ADra. Bogdana Victória Kadunc ministrará um curso prático de"Procedimentos em Consultório", e a Dra. Tânia Ferreira Cestari falarásobre os "Fotoprotetores”. O telefone da organização do evento é (51)3231.4931 e da SBD-RS (51) 3339.19.11.

Rio Grande do SulPe r n a m b u c o

Page 21: Jornal da SBD - Nº 7 Setembro / Outubro 2003

S B DJSBD l Ano VII no 720

Há quem diga que a dermatologia se divi-de em antes e depois do Prof. Sebastiãode Almeida Prado Sampaio (SP). Foi ele oresponsável por trazer dos EstadosUnidos a escola terapêutica de aliviar ecurar as doenças, em contraponto à pos-tura francesa, na época dominante noBrasil, mais preocupada em descrever as

moléstias. Aos 84 anos, ainda participaativamente das atividades da SBD.Acompanhou de perto a programação do58º Congresso Brasileiro de Derm a-tologia, onde ministrou cursos e org a n i-zou uma caminhada na praia. Leia ae n t revista que o ex-presidente da SBDconcedeu a nossa equipe.

JSBD l Ano VII no 720

JSBD - Muitos colegascomentam que o consideramum mestre pela sua extremasabedoria. Como o sr. recebea opinião de seus discípulos?

SS - Mestre é quem é ultra-passado pelos seus discípulos.Certamente muitos já me ultra-passaram.

JSBD - Por favor, fales o b re a evolução da derm a-tologia no Brasil. Qual a par-ticipação da Sociedade Bra-sileira de Dermatologia nessep rocesso?

SS - A dermatologia noBrasil teve uma evolução im-p ressionante nos últimos 50anos, em todos os campos.Novos recursos terapêuticos e aformação de excelentes derma-tologistas. A SBD com a realiza-ção da 1ª Reunião dos Derma-tologistas Brasileiros (1944) e

p o s t e r i o rmente a criação doTítulo de Especialista (1967) ec redenciamento de serviçosd e rmatológicos foi uma dasresponsáveis por esta evolução.

JSBD - Que conselhos osenhor poder dar aos jovensdermatologistas?

SS - O único lugar em quesucesso vem antes de trabalho éno dicionário. Portanto, plante oseu jardim, cultive a sua almasem esperar que alguém lhetraga flores. E saiba que paravencer é preciso lutar, sofre r,suportar e nunca desanimar.Faça da dermatologia umarazão para a sua vida, para quetenha um encanto nela.

JSBD – Fale um pouco dasua trajetória profissional ede suas atividades profission -ais hoje em dia?

SS - Fui diplomado em 1943e assistente na Clínica Derma-tológica até 1960, quandofiquei professor catedrático.Atualmente, ainda aos 84 anos,vou semanalmente á Clínicad e rmatológica e participo daCongregação da Faculdade deMedicina. Atualmente dedico24 horas por semana paraatendimento em consultório.

JSBD - O que o sr. gosta defazer no seu tempo livre?

SS - No meu tempo livre,diariamente ando a pé cinco,seis quilômetros e aos sábadosentre 10 e 12. Sou Presidentedo Conselho Deliberativo doClube Piratininga e, duas vezespor semana, jogo bridge das13:00 às 17:00 horas. Na tele-visão acompanho algumas par -tidas de futebol, noticiário eeventualmente algum filme.

E x p r e s s õ e s d a D e r m a t o l o g i a

Sebastião A. P. Sampaio