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Enem em Brasília Saiba o que aconteceu durante o 10º Encontro Nacional de Entida- des Médicas que reuniu em Brasília representantes da categoria. Ato médico em discussão Leia entrevista com o presidente do CFM, Dr. Edson Oliveira de An- drade. Consultórios A matéria aborda, agora, a higie- nização de ambiente Publicação oficial da Sociedade Brasileira de Dermatologia Ano VII N o 5 Maio / Junho 2003 O principal encontro entre os represen- tantes da instituição reuniu presidentes de regio- nais e diretoria, represen- tantes dos departamentos especializados, das comis- sões científicas e o Conse- lho Deliberativo para discu- tir questões administrativas e institucionais relevantes aos dermatologistas. Pág.9 Pág.11 Mercado de Trabalho Conceitos administrativos podem ajudar no sucesso profissional dos jovens médicos. Título de Especialista Última edição do exame aprova 226 novos especialistas em Der- matologia. Expressões da Dermatologia Entrevista com o Dr. Antar Pa- dilha inaugura o espaço para renomes da especialidade. Pág.8 Pág.13 Pág.20 SBD reúne Conselho Deliberativo SBD reúne Conselho Deliberativo Pág.12 Pág.5

Jornal da SBD - Nº 5 Maio / Junho 2003

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Page 1: Jornal da SBD - Nº 5 Maio / Junho 2003

Enem em BrasíliaSaiba o que aconteceu durante o 10º Encontro Nacional de Entida-des Médicas que reuniu em Brasíliare p resentantes da categoria.

Ato médico em discussãoLeia entrevista com o presidente doCFM, Dr. Edson Oliveira de An-d r a d e .

ConsultóriosA matéria aborda, agora, a higie-nização de ambiente

Publicação oficial da Sociedade Brasileira de DermatologiaAno VII No 5

Maio / Junho 2003

Oprincipal encontroe n t re os re p re s e n-tantes da instituição

reuniu presidentes de re g i o-nais e diretoria, re p re s e n-tantes dos departamentosespecializados, das comis-sões científicas e o Conse-lho Deliberativo para discu-tir questões administrativase institucionais re l e v a n t e saos dermatologistas.

Pág.9

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Mercado de TrabalhoConceitos administrativos podemajudar no sucesso profissional dosjovens médicos.

Título de EspecialistaÚltima edição do exame aprova226 novos especialistas em Der-matologia.

Expressões da DermatologiaEntrevista com o Dr. Antar Pa-dilha inaugura o espaço pararenomes da especialidade.

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SBD reúne Conselho DeliberativoSBD reúne Conselho Deliberativo

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Maio / Junho 2003JSBD l Ano VII n o 5 1

S u m á r i oE X P E D I E N T E

DIRETORIA 2003 - 2004

PresidenteMárcio Santos Rutowitsch (RJ)

Vice-PresidenteSérgio Talarico Filho (SP)

Secretário-GeralJosé Ramon Varela Blanco (RJ)

TesoureiroCelso Tavares Sodré (RJ)

1o SecretárioSamuel Henrique Mandelbaum (SP)

2a SecretáriaLúcia Helena F. Arruda (SP)Diretora de Biblioteca

Ivonise Follador (BA)

Diretor Geral e OperacionalMarco Antônio S. Abreu Rocha

Sociedade Brasileirade Dermatologia

Filiada à Associação Médica Brasileira

Esta é uma publicação da SociedadeBrasileira de Dermatologia, dirigida

aos seus associados e órgãos deimprensa.

Publicação bimestral - Ano VII – nº 5 Maio / Junho - 2003

Diretor responsável: Jackson Machado Pinto (MG)Jornalista responsável: Tatiana Gentil- Reg. no 2 2 . 3 7 5Redação: Tatiana Gentil e Andréa Fantoni Conselho editorial: Márcio Santos Rutowitsch (RJ),Sérgio Talarico Filho (SP), José Ramon Varela Blanco (RJ),Celso Tavares Sodré (RJ), Samuel Henrique Mandelbaum(SP), Lúcia Helena F. Arruda (SP), Ivonise Follador (BA)

Editoração eletrônica: Nazareno Nogueira de Souza e Tatiana GentilContatos Publicitários: Marco Antônio S. Abreu Rochae Tatiana Gentil

A equipe editorial do Jornal da SBD e a Sociedade Brasi-leira de Dermatologia não garantem nem endossam osp rodutos ou serviços anunciados, sendo as pro p a g a n d a sde responsabilidade única e exclusiva dos anunciantes. As matérias e textos assinados são de inteira re s p o n s a b i l i-dade de seus autore s .

Correspondência para a redação do Jornal da SBDAv. Rio Branco, 39/18º andar Rio de Janeiro – RJ - CEP: 20090-003E-mail: [email protected]

Assinatura anual: R$ 100,00Número avulso: R$ 20,00Tiragem: 5000 exemplares

S B D

2 Cartas

Calendário

3 Coluna da Diretoria

Palavra do Tesoureiro

4 Painel

Coluna da Ombudswoman

5 Conselho Deliberativo aprova primeirotrimestre da gestão

7 Novidades da Biblioteca

8 O dermatologista e as dificuldades no início da carreira

9 Ato médico: entrevista com Dr. Edson de O. Andrade

10 Artigo: Crônica de uma necessidade anunciada

11 Consultórios: os cuidados com a higiene

Título de Especialista: 226 aprovados

12 Enem

13 58o Congresso Brasileiro de Dermatologia

14 Interdic@s

15 Serviços Credenciados

Atendimento: humanização cada vez mais presente

16 Literatura

Departamentos

18 Regionais

19 Clube de Revistas

20 E x p ressões da Dermatologia: Dr. Antar Padilha Gonçalves

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S B DJSBD l Ano VII no 52

C a r t a s a o J S B D

“Como membro da Sociedade Brasileira deD e rmatologia, venho manifestar minha indignaçãodiante dos fatos que têm ocorrido nos exames paraobtenção do Título de Especialista em Derm a t o l o g i a .Entendo que a finalidade desta prova seja aferir oconhecimento sobre temas que devam ser de domíniode todo candidato que pleiteia o Título deD e rmatologista, entretanto, não é isto que tem ocorri-do ultimamente. Ainda que neste 37º exame paraobtenção do Título a prova teórica e as provas teórico-práticas de Micologia e Clínica tenham sido bem ela-boradas, a prova de Histopatologia mostrou grau dedificuldade despropositado. É pretensioso e por q u enão dizer ridículo que alguns membros da banca pen-sem que o jovem dermatologista precise conheceraspectos histopatológicos de entidades raras taiscomo Cisto Broncogênico, Prototecose, Coccidio-domicose, Oncocercose, dentre outros. Conversei comd e rmatopatologistas experientes (pro f e s s o res univer-sitários) que jamais viram algumas destas entidadesem todos os seus anos de prática. Isto sem falar nofato de que até mesmo aqueles que têm noções rudi-m e n t a res de Dermatopatologia (nos quais me incluo)

sabem que é impossível definir a espécie de um hel-minto baseando-se apenas em cortes transversais, ouainda, identificar doenças raras com colorações eaumentos inadequados. É evidente que questões comgrande grau de dificuldade podem ser abordadas emuma prova de título, desde que não constituam amaior parte da prova, especialmente se esta consta deapenas dez questões de múltipla escolha. Diante detemas tão mal escolhidos e de prova tão mal form u l a-da, resta-me a pergunta: qual é o objetivo dos mem-b ros da banca? O que eles pretendem avaliar?

Confesso, estou cansado de ver jovens colegascompetentes e estudiosos serem re p rovados a despei-to de todo empenho e sacrifício desprendidos e tere msua alto estima abalada por não obterem o Título deEspecialista. Cabe mais uma pergunta: porque exigirtanto dos mais jovens, se o Título não garante nenhumbenefício junto ao mercado de trabalho? Está na horada SBD se posicionar como um órgão que apóia edefende o interesse do dermatologista (cada vez maisaviltado por planos de saúde e banalizado pela mídia).O pior é que estas arbitrariedades criam um ambientede descontentamento propício para divisões e form a-

ção de outras sociedades deD e rmatologia, que em última análiseenfraquecem cada vez mais nossa especialidade.

Escrevo com atraso, o deveria ter feito em 2000,quando fui aprovado em concurso igualmente injus-to, pois acredito que ao omitir-me estaria sendoconivente com este desrespeito aos mais jovens.”

Marcelo Rosandiski LyraSócio efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia

Mestrando em Medicina T ropical pela FIOCRUZ.

JULHO01 a 05 Terça à sábado XV Congresso de Cirurgia Dermatológica - SBCD Gramado RS02 Quarta-feira Reunião Mensal - MG Regional MG10 Quinta-feira Reunião Científica - AL Regional AL12 Sábado XX Jornada de Dermatologia do HCPA Regional RS19 Sábado Curso Prático - Preenchimento Cutâneo - BA Regional BA24 a 27 Quinta à dom. Dermatopatologia - MT Cuiabá MT25 Sexta-feira Reunião Científica - AM Regional AM26 Sábado Reunião de Casos Clínicos - CE Regional CE26 Sábado Reunião Clínica - João Pessoa Regional PB30 Quarta-feira Reunião de Casos Clínicos - MA Regional MA30 Quarta-feira Reunião Mensal - RJ Regional RJ30 Quarta-feira Reunião de Casos Clínicos - AL Regional AL31 a 03 Quinta a dom. Dermanatal - RN Regional RN

AGOSTO31/Jul a 03/Ago Quinta a dom. Dermanatal - RN Regional RN08 e 09 Sexta e sábado III Jornada Internacional de Terapêutica Dermatológica Camburiú SC08 e 09 Sexta e sábado Jornada Terapêutica - MG Regional MG14 Quinta-feira Reunião Científica - AL Regional AL15 Sexta-feira Curso de Cirurgia de Consultório - CE Regional CE15 Sexta-feira 6ª Reunião Ordinária de Dermatologia - UNIFESP Regional SP15 Sexta-feira Reunião Ordinária de Dermatologia - HCPA/UFRGS Regional RS15 e 16 Sexta e sábado Curso Teórico - AMRIGS Regional RS16 Sábado 114ª Jornada Dermatológica Paulista - IAMSPE Regional SP16 Sábado Curso de Radioeletrocirurgia - CE Regional CE16 Sábado Curso Prático Rádio-Eletrocirurgia - BA Regional BA22 Sexta-feira Conferência/Curso - RN Regional RN23 Sábado Reunião de discussão de casos clínicos ao vivo - RN Regional RN27 Quarta-feira Reunião Mensal - RJ Regional RJ27 Quarta-feira Reunião de Casos Clínicos - MA Regional MA28 Quinta-feira Reunião Mensal - PI Regional PI29 Sexta-feira Reunião Científica - AM Regional AM29 e 30 Sexta e sábado VIII Jornada Interiorana de Dermatologia - Sta. Maria Regional RS30 Sábado Reunião Clínica - Campina Grande Regional PB30 Sábado Reunião Científica Mensal - EMESCAM Regional ES

Gostaria de parabenizar a Sociedade Brasileira deD e rmatologia pela excelente prova do XXXVIIExame de Título de Especialista em Derm a t o l o g i a ,realizada dia 27 de abril de 2003, em relação à ava-liação de micologia – questões 51 a 55 – e tambéma prancha 5 de avaliação de histopatologia tegu-mentar – questões 46 e 47 – r e f e rentes as fotos1,2,3,4 e 5 – Prova Teórica Prática 2.

Jeferson Carvalhaes de Oliveira

Professor da Universidade Federal Fluminense

Page 4: Jornal da SBD - Nº 5 Maio / Junho 2003

ASBD, através de sua Tesouraria,está promovendo a regulariza-ção de seu cadastro de sócios,

adequando-o ao Estatuto da SBD.Para tanto está ocorrendo o desliga-mento de sócios que não pagaramsuas anuidades por dois anos conse-cutivos.

A medida, além de salutar para oconhecimento cada vez mais precisodas finanças da SBD, traz em seu bojoum elemento de justiça: o sócio pagan-te e assíduo não pode arcar com odébito do inadimplente. Isso está maisdetalhado pelo tesoureiro, em sua col-una abaixo.

O u t ro aspecto, este mais institucio-nal e político, é a necessidade de infor-mar precisamente quantos somos,perante várias instituições e em variadosfóruns. Uma hora, dependendo de quempagou, somos mais de 5000; logo em se-guida, somos 4900, e por aí vai. Oum e l h o r, íamos. Agora vamos pelo cami-nho da certeza. Não só nesse, mas emmuito outros aspectos que abarcam a

Maio / Junho 2003

3

C o l u n a d a D i r e t o r i a

novas fontes de recursos, o que temosfeito incansavelmente. Finalmente, nãopoderíamos deixar de registrar o nossopesar com o desligamento estatutário dossócios em débito por mais de dois anos,mas seria injusto que esses usufruíssemdas pre r rogativas dos sócios, às custasdos que se sacrificaram para manter aanuidade em dia. Encaminhamos a re l a-ção dos que foram excluídos para as re s-pectivas regionais, que se encarre g a r ã ode desligá-los das suas atividades. Nossodesejo é que re t o rnem e, para isto, bastaapenas saldar o seu débito – como pre v êo Estatuto.

Com um abraço e até a próxima,Celso Sodré

As notícias em relação às finançasda nossa SBD continuam tran-qüilizadoras. Embora tenhamos

realizado neste período alguns dos even-tos mais importantes e caros da nossaagenda anual, como as duas r e u n i õ e sde presidentes de regionais, do conselhodeliberativo, das comissões e dos depar-tamentos especializados. Além disso,p roduzimos dois números do Jornal daSBD e dos Anais Brasileiros deD e rmatologia, realizamos a EducaçãoMédica Continuada em Porto Alegre eBelém, a Prova do Título de Especialistae o Dia do Dermatologista. Tudo issocom vigilância constante das despesas esua racionalização, o que nos perm i t i umanter a maior parte dos custos abaixodo previsto. Também temos obtido bonsresultados nas nossas receitas, comuma captação de recursos dentro doesperado. A SBD tem três grandes fon-

tes de recursos financeiros: as anuida-des, o Congresso Brasileiro e o apoioe x t e rno, especialmente da industria far-macêutica, que responde por apro x i m a-damente 29% da receita, enquanto 10%p rovêm de fontes diversas.

Até o dia 9 de maio, recebemos 80%das anuidades deste ano, demonstrandoo reconhecimento pelo sócio da impor-tância da SBD. Lembramos que, do totala r recadado, aproximadamente 60% sãotransferidos para as regionais, quedesempenham um papel fundamental nanossa vida societária. Temos consciênciado peso que re p resenta no orçamento demuitos de nós o valor da nossa anuidade.É objetivo desta Diretoria torná-la amenor possível, talvez com facilitação nopagamento, desde que não haja compro-metimento da qualidade dos nossos ser-viços e riscos para nossa estrutura. Paratanto, há necessidade de encontrarm o s

P a l a v r a d o T e s o u r e i r o

Celso Sodré

constituição da SBD, sua estrutura eseus sócios. Havia, por parte de todosnós, um certo pudor em eliminar o sócioque não pagava. Ou o sócio que nãopagava dois anos, pagava um, faltavamais dois, voltava a pagar. Tudo issoaliado à situação financeira da SBD, queera precária, e nos impelia a re j e i t a rnenhuma entrada de recursos, o quetambém nos obrigou a empurrar semprepara frente a solução desse pro b l e m a .Agora, resolvemos adotar a posturamais justa e mais simples: cumprir inte-gralmente o Estatuto da SBD. Se achar-mos que a eliminação desses sócios nãoé justa, mudemos o Estatuto, mas nãodeixemos de cumpri-lo.

Perfil do dermatologistaO Projeto do Perfil do der m a t o l o-

gista, iniciado em 2000, na gestão doD r. Bern a rdo Gontijo, e continuadona gestão do Dr. Fernando Almeida,terá sua conclusão em junho. Essai n f o rmação nos foi passada pelaFiocruz, através da Coordenadora do

p rojeto, Dr.ª Maria Helena Machado.O perfil enfrentou obstáculos, pri-

meiro por parte dos próprios dermato-logistas, que não responderam, emn ú m e ro suficiente, ao questionário.Fizemos gestões juntos às regionais eatravés de contato direto, para poder-mos preencher os requisitos mínimospara uma pesquisa confiável. Depoishouve falha na compilação e digitaçãodos dados, que foi sanada pela Fiocruz.O perfil nos dará um referencial impor-tante para adotarmos decisões que afe-tem os nossos sócios, e, para podermoscriar e implementar projetos que inte-ressem a todas as camadas existentesem nossos quadros.

JSBD l Ano VII no 5

Márcio Rutowitsch

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S B DJSBD l Ano VII no 54

✔ Revista dos Anais comemorainclusão no SciELO

Os Anais Brasileiros de Derm a t o-logia serão disponibilizados na bibliotecaeletrônica SciELO (Scientific Eletro n i cLibrary Online), produzida no Brasil pelaB i reme. Há dois anos, a diretora dosAnais, Dra. Leninha Nascimento, solici-tou a inclusão da revista na biblioteca. OComitê Consultivo SciELO Brasil, nareunião de 23 de abril de 2003, apro v o uo ingresso do periódico Anais Brasileiro sde Dermatologia na coleção, o que pode-rá ser conferido em breve no sitew w w .s c i e l o . b r.

✔ Participação dos dermatologistasé insuficiente

Apesar da divulgação para que osd e rmatologistas respondessem aoquestionário sobre o uso da flutamida,apenas 85 participaram da pesquisada Anvisa. A amostra é consideradainsuficiente pelos profissionais da enti-dade para que se tenha uma opiniãogeneralizada da classe. Para se obterum consenso confiável entre os médi-cos, a Anvisa decidiu prorrogar o prazode finalização da pesquisa, que poderáser respondida pelo endere ç owww.anvisa.gov.br/questufarm.

✔ Anvisa determina apreensão deIsotretinoína e Cecnoin

A Agência Nacional de Vi g i l â n c i aSanitária (Anvisa) determinou a apre e n-são de três lotes dos medicamentosI s o t retinoína e Cecnoin, analisados emf e v e re i ro. O laudo de análise e perícia dec o n t r a p rova, solicitada pelo laboratórioRanbaxy, obteve resultados insatisfató-rios por não atender às exigências re g u-l a m e n t a res e aos requisitos técnicosregistrados na Anvisa. Os lotes re p ro v a-dos são: Isotretinoína 20mg, nº1186149;I s o t retinoína 10 mg, nº1162062; Cec-noin 10mg, nº1184538. A Ranbaxyd e c l a rou que dos cinco lotes analisadosdois foram aprovados, e que existemmais 34 lotes analisados, apro v a d o se l i b er ados pela A n v i s a para comerc i a l-ização. Segundo a empresa, os trêsl o t e s i n s at i sf at ór i o s já foram re c ol h id o sdo merc a d o .

C o l u n a d a O m b u d s w o m a n

Desde nosso último contato,novos assuntos surgiram esuscitaram grande discussão

d e n t ro da nossa SBD. A ordem emque serão abordados não desmer e c eem importância nenhum dos pontosque trataremos. A convite da dir e t o-ria participei da sua última r e u n i ã o ,levando os temas trazidos para mim.A prova para Título de Especialistaem dermatologia sempre pro v o c adescontentamentos, a comissão quea realiza tem a árdua tarefa de ano aano tentar melhorar este método deavaliação, o único que permite oi n g resso como sócio efetivo na nossaSociedade. Este ano os maiores pro-blemas foram em relação à prova ded e rmatopatologia. Por outro lado, on ú m e ro de cinco para as questões deMicologia, exigindo um acerto de60%, aumenta a dificuldade destaetapa. Recebi cartas de pr o f e s s o re st i t u l a res questionando o grau de difi-culdade das provas e, mais ainda,incitando à reflexão sobre quais asexigências para um bom pro f i s s i o n a l .Será que os pro f e s s o res atuais,sócios efetivos, seriam capazes des e rem aprovados neste exame?

Algumas propostas surg i r a m :aumentar o número de questões deMicologia, dar um prazo de validadepara as provas, por exemplo, o colegaa p rovou a parte teórica e fracassouem alguma etapa da “prática”. Elepoderia, no ano seguinte, submeter- s esomente àquela parte que havia ficadopendente. Será que pesos difere n t e spara as provas, somar as notas daparte prática, dando uma nota média,porém não permitindo totalidade dee r ros em nenhuma etapa, ajudaria?

O u t ro tema sempre abord a d opelos sócios contribuintes é o das for-mas de mudança para a categoria deefetivo. Supostamente, eles deveriamfazer prova para Título e, portanto,necessitam da reciclagem dada pelaEMC-D. Então, por que cobrar o dobropara inscrição nos Congressos deD e rmatologia ou outras atividades deEMC-D? Alguns contribuintes pro-põem avaliação de currículo paraaqueles que estão na prática derm a t o-lógica há muitos anos, trabalhandoem empregos por concurso público,inclusive como pro f e s s o res universitá-rios. É uma contradição que os pro-fissionais que formam eficientementef u t u ros sócios efetivos, não possamter este Título. Por outro lado, tambémé constrangedor submeter estes pro-f e s s o res a uma prova com tal grau dedificuldade. Sugerimos aos colegasque encaminhem propostas de modifi-cação dos Estatutos da nossaSociedade, no sentido de contemplaras várias situações abordadas.

Até a próxima!

P a i n e l

Luna Azulay

✔ Consultas e procedimentos médicosAs consultas médicas terão o mesmo

piso para todas as especialidades. Oconsenso foi estabelecido no último dia23, em São Paulo, no encontro entre associedades de especialidade, re a l i z a d ona Associação Médica Brasileira (AMB).O Dr. Márcio Rutowitsch, presidente daSBD, participou da reunião e manifes-tou o apoio dos dermatologistas àp roposição. Também ficou decidido quena Classificação Hierarquizada dosP rocedimentos Médicos deverão constara consulta inicial (primeiro re g i s t ro daqueixa) e a consulta (demais atendimen-

tos relacionados à inicial), e que os pro-cedimentos serão incorporados desdeque não envolvam equipamentos. Casocontrário, deverão ser cobrados à parte.

✔ Bens tombadosA diretoria da SBD realizou o tom-

bamento patrimonial da sociedade.Todos os bens móveis foram inventa-riados e estão devidamente emplaca-dos como pertencentes à SBD. Dessemodo, é possível obter o controle pre c i-so dos objetos, aferindo corr e t a m e n t esua valorização e facilitando o trabalhode auditoria.

Page 6: Jornal da SBD - Nº 5 Maio / Junho 2003

Maio / Junho 2003JSBD l Ano VII no 5 5

do relacionamento institucional desen-volvido entre a SBD e o ConselhoFederal de Medicina, a Associação Mé-dica Brasileira e a Comissão Nacional deResidência Médica. Falou sobre a atua-ção da SBD junto a esses órgãos nadefesa do ato médico, na hierarq u i z a ç ã odos procedimentos médicos e na defini-ção das áreas de atuação das especiali-dades.

Elogiado pela clareza de sua apre-sentação, Dr. Celso Sodré falou sobreseu desempenho na tesouraria. Em suaexposição, mostrou que a SBD passapor um período de equilibro financeiro,graças ao trabalho desenvolvido nosúltimos anos. E para elucidar questõescomuns aos conselheiros, uma vez que

ele próprio já esteve nessafunção, utilizou seus ques-tionamentos dessa épocapara que os conselheiro sentendessem o funcionamen-to da SBD. Falou sobre afolha de pagamento dos fun-cionários, as despesas men-sais, os custos para amanutenção de todos osserviços prestados aossócios. Ao final de sua apre-sentação, foi muito elogiadopelos colegas que assistiramà sua exposição.

O presidente Márcio Rutowitschfalou sobre a necessidade de definirantecipadamente as cidades sedes doc o n g resso brasileiro, com a premissa det e rem centros de convenções com capa-cidade mínima de 3.000 pessoas, demanter uma constante avaliação doestatuto e, ainda, sobre a perda do mer-cado de trabalho para profissionais não-médicos. Como um dos presidentes maisexperientes da SBD, Dr. Márcio alertouaos conselheiros sobre a necessidade deo f e recer uma alternativa para os sócioscontribuintes, em função da re s o l u ç ã odo Conselho Federal de Medicina, queexige a obtenção do título de especialistapara se declarar derm a t o l o g i s t a .

Encerrando a manhã, o presidenteapresentou o vídeo institucional produ-zido pela Sociedade. O filme aborda aimportância dos dermatologistas napreservação da saúde da pele das pes-soas, e conta um pouco da história, dosprogramas e da estrutura da entidade.Ele também será exibido no stand daSBD durante o 58º Congresso Brasileirode Dermatologia, em Vitória.

O clima de cordialidade foi o princi-pal ponto destacado pela diretoria apósa reunião. Para o presidente da SBD, “aatuação dos presidentes de regionais edos conselheiros demonstram que aSBD está no caminho certo”.

ASociedade Brasileira de Der-matologia (SBD) realizou nosdias 25 e 26 de abril, no Rio deJaneiro, o principal encontro

entre os representantes da instituição.No primeiro dia, reuniram-se presiden-tes de regionais e diretoria, departa-mentos especializados e comissõescientíficas. No dia 26, o Conselho Deli-berativo, compostos por ex-presidentes,presidentes e delegados das regionais,discutiu sobre questões administrati-vas e institucionais relevantes para a SBD.

O principal item da pauta foi a dis-cussão do convênio que vai re g u l a m e n-tar a relação entre a SBD e suas re g i o-nais para adequação às normas daReceita Federal, conforme estabelecidopela Assembléia Geral em setembro .Segundo o acordo, as regionais deverãorepassar um percentual de seus lucro sde eventos para a sede, e adotar umsistema de CNPJ de acordo com a con-sulta feita pela SBD à Receita Federal.

Os diretores também apresentaramum relatório das atividades realizadasno primeiro trimestre do ano. Dr.Fernando Almeida, ex-presidente, abriua sessão fazendo um balanço da suagestão. Em seguida, a Dra. BeatrizTroppe, ex-tesoureira, apresentou oresultado financeiro de dezembro de2002, quando deixou o cargo.

O secretário-geral da SBD, Dr. JoséRamon Blanco, destacou a importância

Conselho Deliberativo aprova primeirotrimestre da gestão

A diretoria da SBD considerou positiva a primeira reunião do ano

Celso Sodré defendeu o convênio com as regionais

Page 7: Jornal da SBD - Nº 5 Maio / Junho 2003

S B DJSBD l Ano VII n o 56

Flashes do Conselho

SBD permanecerá na LigaInternacional

A associação da SBD na LigaI n t e rnacional de Dermatologia serárenovada por mais cinco anos. A deci-são foi tomada, após a consulta aoConselho Deliberativo que optou porpagar o equivalente ao número desócios efetivos cadastrados na Socie-dade. A divulgação da dermatologia bra-sileira foi considerada como o principalargumento favorável pela manutençãoda anuidade, que tem o valor deUS$7.50 por sócio.

Educação Médica teráselo de atualização

Os sócios que atingirem aos 350créditos até agosto, quando termina op r i m e i ro ciclo da Educação MédicaContinuada, receberão um certificadode atualização. A diretoria tambémestuda a viabilidade de distribuir selosadesivos para serem colados no recei-tuário do paciente. O objetivo da SBD évalorizar o dermatologista.

Congresso de 2005 seráem Brasília

A presidente da regional Pará anun-ciou a desistência da cidade de Belémpara sediar o 60º Congresso Brasileiro deD e rmatologia. Segundo ela, por motivospolíticos e estruturais não será possívelabrigar o evento. Com a desistência, foirealizada uma votação entre os delega-dos para a definição da nova sede. EntreBrasília e São Paulo, os conselheiro svotaram pela capital federal.

Site terá chat para discussão científicaO site da SBD (www.sbd.org.br) terá uma sala de bate-papo

para discussão de artigos científicos. A proposta do coordenadordo veículo, Dr. Roberto Barbosa Lima, será implementada embreve. A idéia é que os coordenadores dos departamentos espe-cializados façam a seleção de um artigo científico por mês comcomentários, que será utilizado como base para os internautasque participarem do chat.

“Guia de Conduta” será lançado em setembroOs coord e n a d o res dos departamentos especializados programam a

p rodução de um “Guia de Conduta em Dermatologia” com 15 temass o b re as dermatoses mais freqüentes. Abordarão diagnóstico e condu-ta terapêutica, com uma importante atualização bibliográfica. “ E s s ematerial será fonte de reciclagem e deverá estimular uma condutamais homogênea no Brasil”, explica a Dra. Ivonise Follador. Ela e o Dr.Silvio Marques são os re p resentantes da Diretoria junto aos departa-mentos. Também está prevista a confecção de folhetos explicativos,que serão vendidos para os sócios distribuírem nos seus consultóriosaos pacientes.

Manual de ética para dermatologistas

A Comissão de Ética e DefesaP rofissional programa um manualorientador, baseado nos principais ter-mos do código de ética médica, abor-dando os pontos de maior interessepara dermatologistas.

O coordenador da EMC-D, Silvio Marques

Os coordenadores dos departamentos especializados em reunião

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Maio / Junho 2003JSBD l Ano VII no 5 7

Durante a reunião do ConselhoDeliberativo, foi aprovada a indica-ção da chapa composta pelo Dr.Sinésio Talhari e Dr. Gerson Pennapara os cargos de presidente e vice-presidente da SBD em 2005/2006.O Jornal da SBD fez um ping-pongcom os candidatos.

Qual a sua visão atual sobre a SBD?Acreditamos que a história da Sociedade Brasileira de Dermatologia é

uma história de sucesso, apesar de pequenos problemas focais, graças aotrabalho contínuo e competente desenvolvido, desde a sua criação até os diasatuais. Nos empenharemos, técnica e politicamente, em dar continuidade aonível de excelência desta sociedade que, como sabemos, é a segunda maiorsociedade dermatológica do mundo.

Qual a sua expectativa para o carg o ?A nossa expectativa em relação ao cargo de presidente e vice-presidente

da SBD é continuar o trabalho que vem sendo feito, com esmero, por todasas diretorias que nos precederam, pela dignidade e grandeza da nossa espe-cialidade.

Novidades da Biblioteca

Um animado jantar foi oferecidopela Galderma aos presidentes dasregionais e à diretoria da SBD. Oeventou aconteceu na véspera dareunião do Conselho Deliberativo, econtou com a presença do presiden-te da Galderma, Henri Simon, e op residente da SBD, Dr. Márc i oRutowitsch.

Adiretora da Biblioteca da SBD, Dra. Ivonise Follador, ela-borou o projeto “Semente” com o objetivo de valorizar eestimular a leitura dos Anais Brasileiros de Dermatologia.“As ações, por enquanto, são filosóficas. Funcionam

quando falamos do assunto, enviamos o boletim, o jornal, enfim,reforçando sempre a idéia: leiam e divulguem os Anais” - explica.

Foi criada uma força-tarefa para atualizar o banco de dadosdos Anais Brasileiros de Dermatologia no LILACS (LiteraturaLatino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde). Em doismeses, o trabalho de alimentação da base foi concluído e atualiza-dos os números editados após 1998. A outra providência foi a assi-natura de dois novos títulos: European Journal of Dermatology eAmerican Journal of Clinical Dermatology. Alguns destaques de

publicações disponíveis no acervoda biblioteca são ainda o A u s -tralasian Journal of Dermatology e oJournal of Cutaneous Medicine andSurgery.

Quem pesquisa?A biblioteca da SBD recebe soli-

citações de todo o Brasil. De janeiro

a abril desse ano, foram mais de 400 atendimentos aos usuários.O estado que bate recorde de pedidos é o Rio de Janeiro, com52,5% das solicitações. Em seguida estão Minas Gerais e SãoPaulo, com 10,25% e 8,5% respectivamente. “O fato de a bibliote-ca estar localizada na cidade do Rio facilita de certa forma o aces-so aos usuários. O que não significa dizer que os mesmos têmatendimento especial ou mais rápido. Tratamos todos de igualmodo, seja o solicitante do Estado da Amazônia, seja um usuárioda comunidade, ou, um especialista na área” – explica a bibliote-cária Rosalynn Leite. Um dado curioso, de acordo com ela, é o con-siderável e crescente índice de atendimentos a não-sócios.

A residente em dermatologia, Dra. Cristiane Ferreira Dorn e l a s ,27, freqüenta a biblioteca desde o ano passado, quando ingre s s o upara o serviço do Instituto de Assistência aos Servidores do Estado doRio de Janeiro (Iaserj). Pelo menos duas vezes por mês vai à SBD, per-manecendo por cerca de duas horas. “Solicito uma pesquisa de arti-gos e livros sobre casos que acompanho na residência e acho intere s-sante. Quando chego o material está separado para mim” – afirma. Dea c o rdo com ela, a Biblioteca oferece um ambiente propício ao estudo,s u p e ro rganizado onde encontra uma bibliografia completa. “As pes-soas que nos atendem são muito agradáveis e o lugar tranqüilo, idealpara a leitura” – conclui.

Drs. Márcio,Dóris, Alice eHenri Simon(em pé) e asDras. Vivianee Ana Claudia(sentadas)

Eleição em agosto terá chapa única

Dra. Cristiane Dornelas freqüenta regularmente a biblioteca

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S B DJSBD l Ano VII no 58

As barreiras enfrentadasno início da carreirasão comuns emtodas as profis-

sões. Os salários baixos,a pouca experiência, odifícil re c o n h e c i m e n t o ,a necessidade de realizarcursos e participar deeventos são exemplos dasdificuldades que o novato deveadministrar até que a carreira des-lanche. No caso dos jovens derma-tologistas não é diferente. Omomento delicado pelo qual passao mercado de trabalho - quandoconvênios pagam pela consultavalores estagnados há anos, quan-do outros profissionais invadem acompetência médica - exigem abusca de alternativas que nems e m p re são as idealizadas naépoca acadêmica.

Atender por convênios em clíni-cas de terceiros é uma das maiscomuns alternativas adotadas -entre 75% e 90% dos médicos bra-sileiros dependem diretamente dosconvênios. Segundo o Dr. LuizRoberto Terzian (SP), que recente-mente promoveu uma palestrasobre a situação do jovem derma-tologista em São Paulo, o médicorealiza, em média, cerca de 15 con-sultas por um período de quatrohoras, podendo receber de R$ 750a R$ 4500 por mês. “Mas não tem

nenhuma garantia, nem estabilida-de, pois não existe contrato escrito”– justifica.

O médico normalmente temuma rotina estressante a cumprir.Com vários locais de trabalho – àsvezes mais de um por período –deve se submeter às regras dosdiretores de clínicas e hospitais,que podem ou não regularizar asituação do profissional. Segundoo Conselho Federal de Medicina, noBrasil, 75,6% dos médicos têm atétrês atividades e 24,4% trabalhamem quatro ou mais atividades.Boas opções são os serviços públi-cos, que garantem uma certa esta-bilidade. Para isso, é preciso con-correr a uma vaga em concursospromovidos pelo governo.

Montar um consultório no iníciode carreira é o caminho mais difícilpara o dermatologista. Dependendo

do padrão do consultório, o custogira em torno de 5 a 10 mil re a i s ,

além de R$ 2.000 a R$ 4.000mensais para a manu-

tenção. Isso semcontar a decoração

e equipamentospara cirurgia der-matológica, quepodem dobrar oinvestimento ini-

cial. Para o Dr.Luiz Roberto, a melhor

a l t e rnativa é trabalhar para montarum consultório com a associaçãode outros médicos, derm a t o l o g i s t a sou não. “Os jovens também devemse unir e não aceitar a exploraçãodos convênios e do mercado. Noprincípio da carreira não será fácil,mas é a única maneira de tere mm e l h o res perspectivas no futuro ” ,c o n c l u i .

Rio vai promover encontro com jovensA Regional Rio de Janeiro está

o rganizando um grupo de derm a t o-logistas voluntários, com até 10anos de formado, para participar dop rojeto Jovem Dermatologista. Oobjetivo é conhecer seus ideais,suas experiências e saber o queesperam da SBD. “Estou encon-trando dificuldades na adesão des-ses médicos, que curiosamentep a recem não dar importância parao assunto ou pensam que é só abriro consultório que a fila de pacientesvai se fazer” - reclama Dr. AbdielLima, presidente da SBD-RJ.

O dermatologista e as dificuldades no início da carreira

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Maio / Junho 2003JSBD l Ano VII no 5 9

JSBD - Por favor, fale sobre a lei doAto Médico e quais serão os benefíciospara os médicos e para a população?

EA - O Projeto tem como objetivo defi-nir, em lei, o alcance e o limite do atomédico. Para tanto, o artigo 1º expõe demaneira clara a definição adotada pelaOrganização Mundial da Saúde no tocan-te às ações médicas que visam ao benefí-cio do indivíduo e da coletividade, estabe-lecendo a prevenção, em seus diversosestágios, como parâmetro para a cura e oalívio do sofrimento humano. São duas asrazões para tal necessidade: primeira,porque cada profissional deve ter legal-mente bem definido o seu campo de ativi-dade, o que implica saber quais procedi-mentos profissionais pode realizar legal-mente; segunda, porque a sociedade temo direito de saber o que pode e o que deveesperar dos agentes de cada profissão.

JSBD - Por que é importante a lei doAto Médico ser aprovada no Congre s s o ?

EA - Hoje, temos mais de 280 milmédicos trabalhando no Brasil. Herd e i ro sde uma profissão com mais de vinte e cincoséculos de existência. Os médicos brasilei-ros necessitam de uma lei que re c o n h e ç asua efetiva importância social, seu espaçop rofissional e muito mais que isso: que dêà sociedade a justa e precisa tranqüilidadeno bom relacionamento que deve existire n t re as diversas profissões envolvidas naassistência à saúde. Bem como a garantiade que essa assistência atinja os níveis dequalidade e excelência à altura das exigên-cias do nosso povo. Os médicos necessitamque o legislador fixe os limites de seu obje-to de trabalho, da mesma maneira que já ofez com as outras profissões do setorsaúde. O PLS no 25/2002 objetiva re g u l a-mentar os atos médicos, fortalecendo oconceito de equipe de saúde e re s p e i t a n d oas esferas de competência de cada pro f i s-sional. Em nenhuma linha encontrare m o sviolações de direitos adquiridos, arro g â n c i a

ou prepotência em relação aos demaism e m b ros da equipe. Ninguém trabalhapela saúde da população sozinho, e muitomenos sem a presença do médico.

JSBD - A votação do ato médicogerou grande repercussão entre outrosprofissionais da saúde, como enfermei-ros, fisioterapeutas etc. O pro j e t o ,inclusive, sofreu algumas modificaçõesaté chegar à Comissão de AssuntosSociais. Quais os pontos divergentesentre os médicos e não-médicos?

EA - O Projeto do Ato Médico nãosubordina nenhuma outra profissão aosmédicos, nem retira de nenhuma outracategoria profissional as pre r ro g a t i v a sque detenha. Pretende apenas que osmédicos sejam dirigidos por médicos em

suas tarefas privativas (e esse mesmo dis-positivo está presente na maioria das leisdas demais profissões de saúde).

Todas ou quase todas as entidades dep rofissionais de saúde não-médicos org a n i-zam-se para tentar impedir que os médicostenham seu campo de trabalho efetivamen-te definido em lei. O argumento mais utiliza-do é o que diz ser este projeto prejudicial àsociedade ao considerar o diagnóstico dasdoenças uma pre r rogativa específica dosmédicos. Em primeiro lugar, é necessáriodivulgar que nenhuma das outras pro f i s-sões da área de saúde, à exceção daOdontologia, possui a pre r rogativa de diag-nosticar doenças. Procuramos mostrar queo u t ros tipos de diagnósticos, como o psico-lógico e o funcional, não são nosológicos e,portanto, não são exclusivos do médico.E n t retanto, não há como questionar que o

diagnóstico de doenças e as indicações tera-pêuticas a elas relacionadas sejam pre r ro-gativas exclusivas do profissional médico.Todas as demais profissões, em suas leis,participam da assistência à saúde de modoe maneira bem específicos, sem qualquerreferência ao diagnóstico de doenças. Cadap rofissão detém suas possibilidades diag-nósticas definidas na legislação que as ins-tituiu. E isso se conservará intocado,mesmo com a aprovação da lei dos médicos.

O CFM iniciou as negociações com oso u t ros Conselhos de fiscalização dasdemais profissões da área de saúde, pro c u-rando ouvir suas críticas e buscando oentendimento em torno do Projeto de Lei.Tivemos reuniões com os Conselhos deOdontologia, Farmácia, Fisioterapia, Fono-audiologia, Psicologia, Medicina Ve t e r i n á r i ae de Enfermagem. Participamos de algumasreuniões coletivas com entidades da área desaúde e debates na mídia sobre o ato médi-co. Não há como omitir a deliberada inten-ção de alguns gestores de saúde que pre-tendem excluir o médico da assistência,com o intuito de oferecer à população umamedicina mais barata.

J S B D - Como chegar a um consenso?EA - A perspectiva é boa, apontando

para uma proposta de consenso. As modi-ficações realizadas na CCJ já resolveramalguns litígios, mas ainda existem incom-preensões acerca do Projeto. A principaldelas diz respeito aos atos profissionaisque implicam em diagnóstico de doençase indicação terapêutica, considerados naLei como atos exclusivos dos médicos.Nosso objetivo é aprofundar estes debatese levar à Relatora do PLS na CAS umaproposta mais próxima possível do con-senso. Desta forma, estaremos assegu-rando a aprovação do Projeto no Senado etambém uma tramitação mais rápida emenos conflituosa na Câmara. Com issot e remos, finalmente, os atos médicosregulamentados em Lei. n

Lei do ato médico

“ Em nenhuma linha encontraremos violações

de direitos adquiridos, arrogância ou prepotência

em relação aos demais membros da equipe.”

O Jornal da SBD entrevistou o presidente doConselho Federal de Medicina, Dr. Edson de OliveiraAndrade. Leia a seguir:

Page 11: Jornal da SBD - Nº 5 Maio / Junho 2003

S B DJSBD l Ano VII no 510

Com o indispensável apoio doConsulado Britânico de SãoPaulo e do Laboratório Me-dley, tivemos a oportunida-

de de atender convite para participardo Curso sobre Avaliação do Apre n-dizado do Departamento de EducaçãoMédica da Faculdade de Medicina deDundee-Escócia, que, em conjuntocom as Universidades de Maastrichtna Holanda, McMaster no Canadá,Newcastle na Austrália e Illinois emChicago, tem se constituído na gran-de fonte de inovações ligadas àEducação Medica. Utilizando-se detécnica próxima àquela do apre n d i z a-do baseado em problemas (pro b l e mbased learning-pbl), discutiu-se noCurso os diferentes métodos de ava-liação do aprendizado do estudante edo residente. Desde o clássico Te s t ede Múltipla Escolha até a utilizaçãodo Paciente Simulado. Utilizando-secomo base ro t e i ro proposto porG e o rge Miller (Academic Medicine1990; 65: s63-67), conhecido como“pirâmide de Miller”, discutiu-se aquestão fundamental de adequar-se ométodo de avaliação àquilo que sequer avaliar. Neste sentido Millerdemonstra que além da necessidadede avaliar-se o conhecimento teórico(cognitivo), o que o aluno/re s i d e n t esabe (“knows”), há que discernir se o

mesmo sabe aplicar o conhecimento(“knows how”), e com que per f e i ç ã oaplica este conhecimento. E ainda,quais são suas habilidades (“showshow”) e finalmente como exerce o con-junto de conhecimentos e habilidadesna pratica medica (“does”). A funda-mentação teórica da proposta deM i l l e r, que por sua vez apoiasse nosconceitos taxonômicos de Bloom,adaptados por Quellmaz (QuellmazES. Developing Reasoning Skills. In:Teaching Thinking Skills: Theory andPractice. Baron JR & Stern b e rg RJEds. Freeman – New York, 1987), temrevolucionado a avaliação nas áre a sda saúde. Na medida que demonstraque o aluno/residente além de conhe-c e r, tem que demonstrar que sabefazer e com que ética e atitudes prati-ca o que sabe. A questão é como ava-liar de maneira válida, ou seja, o ins-trumento mede o que se quer medir ede forma re p roduzível, ou seja, omesmo instrumento quando re a p l i c a-do, demonstrará resultados coere n t e scom a avaliação anterior. Por exem-plo, é suficiente o exame de especia-lista (TED), tal qual existe hoje, paraa t e s t a rmos as diferentes competên-cias necessárias ao MedicoD e rmatologista na sua pratica?Certamente não. É factível transfor-ma-lo a curto-médio prazo? Talvez. A

a l t e rnativa poderia ser a pro g r a m a-ção, durante a Residência, de avalia-ções sistemáticas de conhecimentos,habilidades, ética e de atitudes, comfunção formativa e mesmo somativa.Aquilo que chamamos de “Conceito”,como produto da observação dos re s i-dentes nas suas atividades de dia adia, é considerada análise pouco vali-da e pouco re p roduzível, pois nãoestruturada, não sistemática e ac a rgo de diferentes observadore s ,invariavelmente com critérios distin-tos entre si. Mas este é assunto paraampla Mesa de Discussões. Quanto aEMC-D, a conexão se fez com a ênfa-se em duas modalidades de avaliação,que são a auto-avaliação e o “portfo-lio”, este, algo como um memorials o b re a vida acadêmica do estudan-t e / residente, com argüição sobre omesmo ao final da graduação/re s i-dência. Qual a conexão? A melhorEMC é aquela que o Médico buscapara resolver dúvidas ou falhas queele/ela auto-identificou. Se não temosa prática de nos auto-avaliarmos def o rma sistemática e criteriosa, comovamos buscar aprendizado conscien-te. Acabamos por buscar aquilo deque gostamos ou que nos será útilfinanceiramente. Vo l t a remos aoassunto. Enfim, foi um Curso extre-mamente útil e desafiante, e que,mais uma vez, mostra como a avalia-ção há que fazer parte do nosso coti-diano, quer como facilitadores doa p rendizado, quer como Médicos.

* Coordenador da EducaçãoMédica Continuada

Crônica de umaNecessidade Anunciada

Silvio Alencar Marques *

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Maio / Junho 2003JSBD l Ano VII n o 5 11

Para que seja concedido o alva-rá de funcionamento de clíni-cas e consultórios, alguns cri-

térios estabelecidos pela AgênciaNacional de Vigilância Sanitária(Anvisa) devem ser contemplados. Ouso de tapetes, por exemplo, é desa-conselhável. Além de acumularpoeira, pode provocar a queda dosf re q ü e n t a d o res. O piso deve ofere-cer condições de ser lavado e re s i s-tir a produtos de desinfecção.

De acordo com a assessora daUnidade de Controle de Infecçãoem Serviços de Saúde da Anvisa,Rosa Aires, outro ponto importan-te se refere ao mobiliário. É reco-mendado que tenham superfíciesde fácil higienização. Os móveisdevem ainda ter compartimentosadequados para evitar materiaisentulhados. Deste modo, o am-biente será agradável e de acordocom as normas. Todo cuidado coma limpeza é pouco. O lugar deveráser lavado com água e detergente,sempre que necessário, de acordocom uma rotina estabelecida pelomédico.

A equipe de trabalho do estabele-cimento deve esterilizar o local ondehouver matéria orgânica com a utili-zação dos produtos re c o m e n d a d o spela Portaria 15/88 da Anvisa. Osmateriais usados em pro c e d i m e n t o sinvasivos deverão ser desinfectadosem uma autoclave. “O médico podefazer a opção de terceirizar o serviço,p a rece ser mais prático e econômi-co. Os objetos não-invasivos tam-bém devem sofrer o processo dedesinfecção. Sempre em lugar ade-quado, assim como os pro d u t o s

devem ser guardados em comparti-mentos apropriados” - afirma a con-sultora da Anvisa, Rosa Aire s .

A responsabilidade pela fiscali-zação fica a cargo das vigilânciassanitárias dos estados e municí-pios. Sendo assim, a maioria dasinspeções conjuntas são re a l i z a-das sob solicitação dos gestore slocais. As punições para infraçõesà legislação sanitária federal estãop revistas na Lei 6437 de 20 deagosto de 1977 e variam desdeadvertência, multa, interdição par-cial ou total do estabelecimento,até cancelamento do alvará del i c e n c i a m e n t o .

Consultórios: os cuidados com a higiene

Título de Especialista: 226 aprovados

Foi realizado, no dia 27 deabril, o Exame para Ob-tenção do Título de Espe-

cialista em Dermatologia, no Rio deJaneiro. Dos 332 candidatos ins-critos, apenas dois faltaram àprova. O resultado, publicado noúltimo dia 29 no site da SBD, foipositivo para 226 candidatos.“Consideramos que a prova ficoubem elaborada, e certamente servi-rá de aprendizado para o próximopresidente” – afirma o presidenteda Comissão de Título de Espe-cialista, Dr. Sinésio Talhari (AM).

As tarefas da organização foramdivididas entre os seis membros da

Comissão, visando melhores re s u l-tados. A elaboração da parte práticafoi feita com um mês de antecedên-cia, nas áreas de patologia, clínica emicologia. Depois de formatada, aredação passou pela avaliação e foia p rovada pelo grupo re s p o n s á v e lpela realização, a Fesp (FundaçãoEscola do Serviço Público), com asupervisão da Comissão.

De acordo com Dr. Sinésio, oteste do ano passado foi muitobem elaborado. “Aprimoramosainda mais este ano. Consideroum salto modificarmos o númerode questões de cinco para 11 casosclínicos. Todos baseados no dia-a-

dia, envolvendo partes teóricas emicológicas, possibilitando ao can-didato mostrar melhor o seu nívelde conhecimento, assim como amelhor avaliação por parte dabanca” – observa.

A experiência de Talhari adqui-rida durante os sete anos que tra-balhou na Comissão garantiu umagrande experiência. “Aprendi bas-tante, mas isso não impede queenganos na elaboração da pro v aaconteçam. Pode ser que tenhampessoas re c o r rendo. A prova deespecialista em dermatologia é bemdemocrática e permite ao candidatod i s c o rdar” – explica o presidente.

O Jornal da SBD apresenta a continuação da matéria publicada naedição anterior sobre o “passo-a-passo” de um consultório exemplar

Pisos e móveis devem ser de fácil higienização

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Representantes da categoria, na Câmara dosDeputados

S B DJSBD l Ano VII no 512

Paulo Cunha. Em nome daSociedade Brasileira de Derm a-tologia, o presidente Marcio Ruto-witsch (RJ) contou com as pre s e n-ças dos doutores José RamonBlanco (RJ), secretário-geral, DórisHexsel (RS), coordenadora do depar-tamento de cosmiatria, e os re p re-sentantes das regionais, PaulaRebello e Silmara Pennini (AM),Gilvan Ferreira Alves e RaimundaNonata Sampaio (DF), Abdiel Fi-gueira Lima (RJ) e Mirian Peres (RS).

Os representantes das entida-des apresentaram aos parlamenta-res as principais questões discuti-das no Enem que envolvem o exer-cício profissional. A Frente Parla-mentar da Saúde, que conta com190 deputados, 17 senadores eatualmente é presidida pelo depu-tado Rafael Guerra (PSDB-MG),prometeu empenho às reivindica-ções dos médicos. Em seu pronun-ciamento, Rafael Guerra destacouque a união da classe médica terápapel fundamental para o desen-volvimento dos projetos apresenta-dos à Frente Parlamentar. "Contri-buiremos no que for possível, masdependemos fundamentalmentedo apoio e da assessoria que asentidades médicas possam nosdar", finalizou Guerra.

Do presidente da Câmara, João

Paulo Cunha, os médicostambém receberam ap romessa de compro m e-timento de todos osdeputados, integrantesou não da Fre n t eP a r l a m e n t a r, na luta porm e l h o res condições nos e t o r. "A saúde estáacima de legendas parti-dárias ou qualquer dis-puta política. A Frente jáobteve bons re s u l t a d o s

para o setor e agora a Câmara secoloca novamente à disposição parao diálogo necessário em qualquerreivindicação", garantiu. Para o Dr.M a rcio Rutowitsch, o encontro foipositivo e renderá melhorias nos e t o r. “Mas é necessário manter avigilância, perm a n e c e rmos unidos eatuantes na luta por nosso merc a-do de trabalho”, concluiu.

Novas escolas - A criação denovos cursos de Medicina poderáficar proibida por um prazo de dezanos. No Enem foi discutida a pro-posta do Projeto de Lei 65/03, dodeputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), que também veda a ampliaçãode vagas nos cursos já existentes. Op rojeto tem o objetivo de combateros cursos de Medicina de má quali-dade, além de proteger as condiçõesde trabalho dos médicos form a d o sem instituições de bom nível contraa invasão do mercado por diploma-dos em cursos com padrão abaixodo razoável. Atualmente, o paíspossui 119 escolas médicas emfuncionamento. As entidades re i-vindicaram o direito de participarda definição dos critérios para aabertura de novas instituições deensino.

Tabela de procedimentos - Opresidente do Conselho Federal deMedicina, Edson Andrade, anun-

Aconteceu em Brasília, de28 a 30 de maio, a 10ª edi-ção do Enem - EncontroNacional de Entidades

Médicas. O evento teve como princi-pal objetivo mobilizar re p re s e n t a n-tes de todas as categorias médicasno esforço em prol da aprovação dalei do ato médico. Também foramincluídas na pauta discussõess o b re a abertura de novas escolasde medicina, a tabela de hierarq u i-zação de procedimentos e Lei dosConselhos. Cerca de 700 pessoasestiveram presentes ao encontro ,e n t re médicos, deputados, senado-res e outras autoridades. A escolhada capital federal para a re a l i z a ç ã odo evento teve o intuito de apro x i-mar as entidades dos re p re s e n t a n-tes da Câmara dos Deputados e doSenado Federal.

Paralelamente à realização doEnem, as principais lideranças daá rea médica, incluindo os pre s i d e n-tes da Associação Médica Brasileira,D r. Eleuses Paiva, da FederaçãoNacional dos Médicos, Dr. ÉderMurari Borba, e da ConfederaçãoMédica Brasileira, Dr. Ricardo Paiva,se reuniram na Câmara com osm e m b ros da Frente Parlamentar deSaúde. Além dos parlamentare s ,também participou da reunião o pre-sidente da Câmara, deputado João

Frente Parlamentar da Saúde recebe médicosna Câmara dos Deputados

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Maio / Junho 2003JSBD l Ano VII no 5 13

58o CongressoBrasileirode Dermatologia

Os preparativos para o 58º Con-gresso Brasileiro de Dermatologiaestão a todo o vapor. De acordo

com o presidente do Congresso, Dr. JoãoBasílio de Souza Filho, no que se refere àparte científica, o grande trabalho é sele-cionar os mini-casos, pôsteres e traba-lhos de investigação. “Estamos confeccio-nando também o “CD Rom” com os resu-mos das conferências, dos fóruns, dostemas especiais e simpósios que serãoministrados durante o Congresso” –disse.

Vários atrativos estão sendo elabora-dos, tanto para a solenidade de abertura,como a “Festa Capixaba”. Os roteirosturísticos estão bem diversificados. Cons-tam desde passeios pela Ilha de Vitóriaaté programações que incluem restau-rantes, para apreciação da deliciosamoqueca Capixaba, à fábrica de Cho-colates Garoto. “E para quem gosta delevantar cedo, teremos em um dos dias,às 7:00 horas, sob a coordenação doProfessor Sampaio a “Caminhada Derma-tológica” pela orla marítima. Lá poderãoapreciar o lindo visual e tomar ar puropara iniciar o dia bem disposto” – ideali-za o presidente do Congresso.

ciou que a Classificação Hierar-quizada de Procedimentos Médicosserá lançada no dia 17 de junho,no Espírito Santo. Ele confirmouque a proposta terá o amparo deuma resolução do Conselho Fede-ral de Medicina. O Espírito Santofoi escolhido por contar com umalei estadual (nº 6628, de 6 de abrilde 2001), que concede ao ConselhoRegional o direito de elaborar listareferencial de trabalho médico emseu Estado.

Carta de Brasília – O documen-to resultante do Enem, “Carta deBrasília”, foi apresentado ao finaldo evento. A carta sintetiza as rei-vindicações e sugestões da classepara a área da saúde. Os principaispontos abordados são: a interrup-ção da abertura de novas escolasde medicina e a formação de umplano de carreira, cargos e saláriosdo Sistema Único de Saúde, a serimplementado por todos osEstados da Federação. Consta,e n t re outros assuntos, que osmédicos também defendem aimplantação da Lista Hierarq u i-zada de Procedimentos Médicos(LHPM), com o objetivo de valorizaro trabalho e regular as relaçõescom as operadoras de planos desaúde. Finalmente, o documentoa p resentado na capital federalreforça a vontade dos médicos departiciparem em todos os fóruns degestão e controle social do SistemaÚnico de Saúde. A íntegra da Cartade Brasília pode ser conferida nosite da SBD, www.sbd.org.br.

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S B DJSBD l Ano VII no 514

I n t e r d i c @ swww.skinema.com

Um divertido site para os amantes da película. O criadordo site – um dermatologista apaixonado por cinema – mostrauma série de problemas de pele retratados nos filmes. Sãoimagens tiradas das publicidades de divulgação dos filmes,onde é possível ver grandes astros de Hollywood sob “olhosde dermatologista” – como a alopecia de Keannu Reeves, pro-tagonista de Matrix: Reloaded.

http://dermatology.wustl.edu

O programa de Medicina da Universidade de Washington,reconhecido internacionalmente pela excelência em derma-tologia é realizado em conjunto com o Hospital de Barnes-Jewish e o Hospital Infantil de St. Louis. No site do departa-mento é possível conhecer as linhas de pesquisa que estãosendo desenvolvidas na especialidade.

http://www.pathology.iupui.edu/drhood.html

Site do Departamento de Dermatopatologia daUniversidade de Indianápolis. Excelente para consulta abanco de dados de imagens de diversas doenças da pele. Foicriado com a finalidade se tornar um guia para estudantesacompanharem as aulas de dermatopatologia, enfatizando acorrelação entre a clínica e a patologia.

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Maio / Junho 2003JSBD l Ano VII n o 5 15

S e r v i ç o s C r e d e n c i a d o s

✔As atividades do ano de 2003 da Universidade Federal do Pará( U F PA) foram iniciadas com uma programação científica que inclui par-ticipações em eventos acadêmicos no território nacional, projetos emandamento e aprovação de trabalhos para publicação em periódicosnacionais e estrangeiros. Chefiado pelo Dr. Arival Cardoso de Brito, oserviço tem a programação científica especialmente voltada para a pós-g r a d u a ç ã o .

De acordo com o chefe do departamento, estão sendo desenvolvi-dos projetos de extensão re g u l a res com atendimento derm a t o l ó g i c opara pacientes de DST-AIDS e de hanseníase à população carente econvênios com a Secretaria de Saúde do Estado.

✔A Dermatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade deMedicina de Ribeirão Pre t o - Universidade de São Paulo t e msuas atividades centralizadas na pós-graduação, Latu sensu eStritu sensu. Na residência médica, com dois anos de formação naespecialidade, os médicos trabalham durante dois períodos diários,em ambulatórios subdivididos em especialidades.

No curso de stritu sensu, os 11 pós-graduandos inscritos, sob ori-entação de docentes da Dermatologia, estão distribuídos nos níveis:no Doutorado, cinco deles, e seis, no Mestrado. Os projetos são desen-volvidos nas seguintes áreas: Tu m o res, Imunopatologia deD e rmatoses Infecciosas, Mecanismos envolvidos na cicatrização delesões ulceradas, Alterações metabólicas (diabetes) e lesões cutâneas,Zinco, metabolismo de triptofano e de porfirinas, Epidemiologiamolecular de dermatoses infecto-parasitárias, Etiopatogenia do pênfi-go foliáceo. Segundo a chefa do HCFMRP-USP, Dra. Norma T. Foss,para as atividades de assistência de ambulatórios e enfer m a r i a scontam com a colaboração de oito médicos.

✔O Serviço de Dermatologia da Santa Casa de Misericórdia deVitória - Espírito Santo, chefiado pelo Prof. Dr. João Basílio deSouza Filho, passou recentemente a ser considerado Centro deReferência Estadual em Dermatologia Sanitária, estando o Serviçode Hanseníase sob responsabilidade da Dra. Lucia Martins Diniz.

✔O Serviço de Dermatologia do Hospital Universitário doEspírito Santo (HUCAM), chefiado pelo Prof. Dr. DélioDelmaestro, é o Centro de Referência Estadual em Melanoma.

✔De acordo com o Dr. Jackson Machado Pinto, chefe da ClínicaD e rmatológica da Santa Casa de Misericórdia de BeloHorizonte, o evento que marcou os 86 anos do hospital e acon-teceu em Búzios, no Rio de Janeiro, foi um sucesso.

✔O Serviço de Dermatologia da Universidade Federal dePernambuco, chefiado pelo Dr. Josemir Belo do Santos está fun-cionando em toda sua plenitude. É a clínica de maior atendimen-to do Hospital das Clínicas da UFPE, recebendo em torno de1.500 pacientes por mês. Têm uma enfermaria com nove leitospróprios, além da enfermaria anexa de doenças infecto-conta-giosas, com laboratórios de histopatologia, hanseníase, DST,estomatologia, micologia e dermatoses pediátricas. Além de umasala de cirurgia e nove ambulatórios.

Atendimento: humanizaçãocada vez mais presente

Em decorrência do grande avanço tecnológico quedominou o mundo nas últimas cinco décadas, per-cebemos algo que urge no cenário de todas as pro-

fissões: a necessidade de uma retomada na valorizaçãodas pessoas, tendo em vista o quão o mundo se tornoupequeno, agitado e automático, em função da Globalizaçãocada vez mais geral.

Contudo e talvez em maior intensidade no momento,as pessoas esperam encontrar no consultório médico,muito mais que um atendimento atencioso, um ambienteagradável, organizado e limpo ou uma secretária atencio-sa e um médico dedicado e competente.

Esperam perceber nos detalhes, gestos e olhares umacumplicidade com sua presença e seu estado de espírito.Para isto, é necessário que o médico mantenha em alta obrilhantismo que por si só exala de sua opção pro f i s s i o n a l :aquela que salva vidas, aquela dá vida através de algo sim-ples, que é o respeito ao ser humano, o respeito à vida.

A competência técnica é sem dúvida fator r e l e v a n t e .Porém, vivemos em época de mudança e não mais mudan-ça de época, traduzidas na necessidade da retomada davalorização dos sentimentos que acometem a todos. As pes-soas somatizam sentimentos, cuja cura pode compre e n d e rdesde um tratamento mais complexo à simples mudançaestética. Seja como for, o papel do médico nessas etapas éindiscutivelmente importante, pois é o term ô m e t ro do oti-mismo e satisfação de seus clientes. No livro O LadoHumano da Qualidade (1992:111), Claus Moller diz: “Ohumor torna a vida mais divertida e, muitas vezes, tira ador das situações difíceis. O humor também torna maisfácil aceitar erros e lidar com defeitos e desapontamentos.”

A expectativa do médico em atender às necessidadesde seu cliente, torna-se mais leve e possível quando cria-se uma via de mão dupla, onde os desejos e as ansiedadesdas partes sejam recebidas com afeto e ternura.

* Administradora de Empresas

Flávia Fernandes *

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S B DJSBD l Ano VII no 516

lares apresentando recidiva, à neces-sidade da prescrição de drogas alter-nativas a corticoterapia. Além da apli-cação da talidomida para eritemanodoso hansênico em mulheres fér-teis. Um ponto comum na pesquisa foia observação da falta de interesse dosjovens dermatologistas e residentespela doença. “Identificados os princi-pais problemas no dia-a-dia da hanse-níase, o Departamento voltará a ouviros serviços buscando propostas parasoluções que serão, posteriormente,consolidadas no manual “Problemasno dia-a-dia da Hanseníase” – declarao Dr. Heitor de Sá Gonçalves.

Doenças Infecciosas eParasitárias

O Departamento de DoençasInfecciosas e Parasitárias, coordenadopelo Dr. Paulo Roberto Lima Machado(BA), vem promovendo diversas ativi-dades científicas e educativas. Umapequena mostra foi a realização da IJornada Brasileira de DermatologiaSanitária, que aconteceu em Belém,no Pará, no dia 24 de maio. Os repre-sentantes também estão empenhadosna produção de manuais para a popu-lação sobre assuntos relacionados aodepartamento. O primeiro tema seráLeishmaniose, com dicas de condutasdiagnósticas e terapêuticas. “Os servi-ços credenciados que atuem em doen-ças afins podem encaminhar à coor-denação do departamento sugestões

LaserO coordenador do Departamento,

Dr. Alexandre Filippo(RJ), alerta aossócios ainda não cadastrados no siteque inúmeros pacientes vêm solicitan-do à SBD a indicação de médicos quetrabalhem com laser. Como há poucossócios no cadastro do site, ele estásem condições de indicar os colegas.Acesse ao link disponível na primeirapágina do site www.sbd.org.br ecadastre-se!

PediatriaA Educação Médica Continuada

em Dermatologia Pediátrica teve comofoco “Pele do recém-nascido - derma-toses do neonato”, no dia 7 de junho,durante a Jornada Norte e Nordeste,em Aracaju - SE. O curso foi coorde-nado pelos doutores Silvio Alencar(SP), Bernardo Gontijo (MG) e ReginaCarneiro (PA).

H a n s e n í a s eO Departamento de Hanseníase,

dando seguimento à programação de2003, realizou uma pesquisa juntoaos serviços credenciados sobre osproblemas mais comuns e controver-sos no dia-a-dia relacionados à doen-ça. De acordo com o coordenador dodepartamento, Dr. Heitor de SáGonçalves (CE), as diversas contribui-ções foram consolidadas em 15 itens,que detectam desde a classificação depacientes multibacilares e paucibaci-

Departamentos

Professor de Cirurgia Plástica daUniversidade do Estado do Rio deJaneiro, Cláudio Cardoso de Castroé nome respeitado pelos seus traba-lhos sobre o complexo SMAS/platis-ma e desenvolvimento de técnicascirúrgicas pessoais.

Em “Cirurgia do Rejuvenes-cimento Facial” as ritidoplastiasrecebem uma abordagem didática,em um texto claro, por vezes atémesmo coloquial e ricamente ilus-trado. Obra importante aos que seinteressam em praticar com serieda-de a especialidade, ultimamenteaviltada pela presença de profissio-nais desprovidos de formação ade-quada em Cirurgia Plástica.

Bernardo GontijoO livro foi doado pela MEDSI à Biblioteca da SBD

Literatura

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Maio / Junho 2003JSBD l Ano VII n o 5 17

no e pesquisa. Pretendemos elaborarem breve um projeto e, se puder serviabilizado, deverá ter sua primeiraedição no segundo semestre ou nop r i m e i ro do próximo ano – afirma.

Ecoam ainda algumas novidadesvistas no último Congresso daAcademia Americana de Derm a t o l o g i a ,ocorrido este ano em San Francisco:

A vitamina K e outras derivadasda vitamina B3 foram tema de umapalestra ministrada pela Dra. LeslieBaumann, da Universidade de Miami.Ela destacou a vitamina K como umdespigmentante promissor, a nicoti-namida, por sua propriedade de reterágua, com efeito pronunciado sobreas peles secas, e a niancinamida porter efeito antiinflamatório, poderia terutilidade no tratamento da acne.

As proteínas STI e BBI (soybeantrypsin inhibitor e Bowman-Birk inhibi-tor), presentes na soja, foram à basecientífica da descoberta de um novop roduto tópico à base de soja. Esse pro-duto auxilia na diminuição dos pelosem locais indesejáveis, como a face, asp e rnas e outros. As proteínas STI e BBIdemonstraram ação despigmentante etambém afetam os parâmetros dospêlos, como a cor e a dimensão destes.

Para o tratamento da psoríasemoderada severa no couro cabeludo,um novo shampoo contendo 0,05%de propionato de clobetasol foi lança-do, com os resultados mais segurose efetivos do que os shampoos a base

de temas relevantes para elaborarmosos guias destinados ao público” – afir-ma o coord e n a d o r, Dr. PauloMachado.

CosmiatriaA coordenação do Departamento, a

c a rgo da Dra. Dóris Hexsel (RS), temsido freqüentemente consultada parae n t revistas à imprensa sobre diversostemas, com destaque para: pele e pH,vinoterapia, talassoterapia, manchasda pele, cuidados com a pele na praia,a rnica, ácido mandélico, pele e inver-no, sauna e envelhecimento masculi-no. Esses temas, alguns pouco explo-rados pelo dermatologista, demons-tram claramente as áreas de intere s s eda mídia, reflexo do interesse de seusclientes, leitores e expectadores. Poro u t ro lado, valorizam a Der m a t o l o g i acomo uma especialidade ampla e ino-vadora e o dermatologista como ump rofissional altamente capacitado paraorientar não apenas sobre as doençasda pele, mas também para atuar eorientar os pacientes em outras áre a s ,especialmente as de pre v e n ç ã o .

- O Depto. de Cosmiatria encami-nhou uma sugestão, aceita pela atualD i retoria, no sentido de elaborar cur-sos de capacitação destinados aossócios da SBD. Essa sugestão foi moti-vada pelo grande número de pedidosde indicação para cursos de form a ç ã oem Cosmiatria e também por ser aSBD uma instituição voltada ao ensi-

de coaltar, já existentes no mercado. Também foi muito comentado sobre

os usos do ácido hialurônico injetável,Restylane e Perlane, que ingressarão emb reve no mercado americano, cuja apro-vação pelo FDA encontra-se em fasefinal. A eficácia foi demonstrada supe-rior à do colageno bovino, sendo que oácido hialurônico teve o mesmo perfil deefeitos adversos imediatos pós-trata-mento e menor risco de reação alérgica.

Novo preenchedor à base de hidro-xiapatita de cálcio surge no mercadoamericano, com um custo bastanteelevado. Trata-se de partículas esféri-cas de hidroxiapatita de cálcio sintéti-cas, suspensas em um gel aquoso.

Para entrar em contato com acoordenadora, envie uma mensagempara [email protected].

C i r u rgia Derm a t o l ó g i c aO Departamento de Cirurgia da SBD, ac a rgo do Dr. Carlos D ’ A p a recida S.Machado Filho (SP), está elaborandoguias de conduta em Cirurgia Derm a t o-lógica. O tema inicial será “Diagnóstico,tratamento e prevenção da unha encra-vada”. “Para elaboração desse guia énecessário que haja um consenso emrelação às diversas condutas re a l i z a d a sno tratamento. Para tanto, solicitamos ap reciosa colaboração dos sócios, encami-nhando ao Departamento de Cirurgia daSBD como são suas condutas no trata-mento da unha encravada” – solicita oD r. Carlos Machado Filho.

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S B DJSBD l Ano VII no 518

O 1º Encontro dos Cirurg i õ e sD e rmatológicos do Rio de Janeiro foi re a l i-zado nos dias 4 e 5 de abril. Os 170 médi-cos inscritos, depois de assistirem às confe-rências, participaram das aulas transmiti-das diretamente do Centro Cirúrgico doHospital Geral de Bonsucesso. Foram apre-sentadas 40 cirurgias simultâneas, assisti-das em tempo real de três auditórios dife-rentes, com comunicação direta entre osparticipantes e as equipes. No primeiro diado evento, entre outros dermatologistas, osp residentes da SBD Nacional e da RegionalRJ, Dr. Márcio Rutowitsch e Dr. AbdielFilgueira Lima, respectivamente, ministra-ram palestras sobre o tema.

“ Também foram feitas exposiçõess o b re esterilização e normas para se mon-tar um c o ns u lt ório, com a participação deuma re p resentante da vigilância sanitária,seguindo-se de um painel de discussãodas cirurgias que seriam feitas no diaseguinte no Hospital Geral deBonsucesso” – explica um dos org a n i z a d o-res, Dr. Márcio Serra. Para a Dra. Ana

Mósca, o ponto alto do acontecimento foià transmissão simultânea com a partici-pação interativa do público. “A comunica-ção era feita através de um moderadorcom um microfone, que repassava as per-guntas dos participantes para o pro f e s s o rc i r u rgião da sala, interagindo com osdemais” – comenta a médica.

O principal objetivo do o 1º Encontrodos Cirurgiões Dermatológicos foi propor-cionar maior visibilidade à cirurgia derma-tológica. O coordenador geral do evento,Dr. Flávio Luz, acredita que o encontro foium marco. “Representou a integraçãoentre os médicos e a importância da cirur-gia dermatológica para os profissionais da

região” - afirma. No encontro foram minis-trados os cursos de preenchimento cutâ-neo, auto-enxertia de gordura, cirurgia deunha, tratamento de calosidades interdigi-tais, correção dos lóbulos auriculares ecirurgia micrográfica.

“Há muito não se via, em um eventodesse porte, com o aproveitamento atingi-do tanto no sentido teórico quanto prático”– completa a Dra. Ana Mósca. Segundo oDr. Flávio Luz já estão sendo realizadosencontros informais, mensalmente, sobreo tema. Também está programada para opróximo ano a edição do II Encontro deC i r u rgiões Dermatológicos do Rio deJaneiro, por ocasião da DermaRio.

R e g i o n a i s

Rio de Janeiro

A primeira reunião do ano da SBD –ES foi no dia 29 de março e teve a par-ticipação de 60% dos sócios. Forama p resentados e discutidos diversoscasos clínicos. Um dos destaques do dia

foi à presença do Dr. Sebastião Sampaioque ministrou a palestra “NovidadesDermatológicas no Novo Milênio”.

A Diretoria, o Conselho Fiscal, aComissão Cientifico e os Delegadosreuniram-se novamente no dia 13 de

maio. Na ocasião, o presidente da SBD-ES, Dr. Alberto de Paula Nogueira, apre-sentou os assuntos tratados durante areunião do Conselho Deliberativo, inclu-sive o Convênio a ser firmado entre SBDe as Regionais.

1º Encontro dos Cirurgiões Dermatológicos mostrou procedimentos em tempo real

Espírito Santo

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Maio / Junho 2003JSBD l Ano VII n o 5 19

Rio Grande do Sul

A XII Jornada Sulbrasileira deD e rmatologia aconteceu em PortoA l e g re, entre os dias 10 e 12 de abril,com a participação dos três estadosdo Sul (RS, SC e PR). Para a elabo-ração do programa, foram re u n i d o sassuntos do interesse de todos, comtemas clínicos importantes para odia-a-dia dos consultórios, como pro-cedimentos cirúrgicos de pequenoporte. Participaram do encontro osp ro f e s s o res: Alda Arévalo Brum(Uruguai), Jesus Santamaría (PR),J o rge José de S. Filho (SC), LúciaHelena F. Arruda (SP), Márcio SantosRutowitch (RJ), Nilton Nasser (SC),Orley A. Campagnolo (PR) e Vi c e n t ePacheco Oliveira (SC), além dos cole-gas gaúchos.

“Como novidade tivemos umaatividade que chamamos de “CasosClínicos ao Vivo”, com apresentaçãode casos selecionados, seguida deuma discussão anátomo-clínicarealizada pelos convidados” – expli-ca o Vice-presidente da SBD - RS,Dr. Sérgio Dornelles.

Os presidentes das regionais PR eRS, Dr. Orley Álvaro Campagnolo e

Dra. Miriam Pargendler

ANDRE P. Ingrowing nails and carbon dioxide laser surgery.Journal of the European Academy of Dermatology and Venereology2003; 17(3):288-290 (maio).

Como as unhas encravadas são comuns em indivíduos jovens, fre-qüentemente torna-se necessária a intervenção cirúrgica e como as reci-divas são comuns, o autor operou, sob anestesia local, 302 pacientesportadores dessa condição com o laser de CO2 continuo (10-15W), obje-tivando avaliar sua eficácia. Os pacientes foram acompanhados duran-te um ano. Houve recidiva da doença em nove casos (3%). O autor con-clui que as unhas encravadas são facilmente operadas com o laser deCO2, o sangramento é mínimo, praticamente não há dor no pós-opera-tório, a ocorrência de infecções é rara, a ferida cirúrgica cicatriza semexsudação e os resultados estéticos são bons.

K I R I YAMA K, SUGIURA H, UEHARA M. P re m e n s t r u a lDeterioration of Skin Symptoms in Female Patients with AtopicDermatitis. Dermatology 2003; 206:110-112.

Os autores estudaram 286 mulheres japonesas com dermatite ato-pica para avaliar se apresentavam modificações no seu quadro clinicoassociadas ao ciclo menstrual e se tinham sintomas de síndrome pré-menstrual. As que relatavam modificação do quadro foram então avalia-das durante e após a piora mensal. Das 286 mulheres entrevistadas,134 (47%) tinham piora do quadro cutâneo mensalmente, a maioriadelas na semana pré-menstrual. Houve diferenças individuais no graude gravidade da piora. Todas as mulheres com piora da dermatite ato-pica no período pré-menstrual tinham sintomas da síndrome pré-mens-trual (cefaléia, dor mamaria, dor abdominal, edema de extremidades,irritabilidade, depressão). Das 134 que pioravam no pré-menstrual, 122(91%) relatavam diminuição temporária da eficácia clinica de corticoes-teroides tópicos durante aquele período.

A partir dessa edição, a coluna

elaborada pelo diretor do Jornal da SBD,

Dr. Jackson M. Pinto, traz indicações de

artigos da literatura médica.

Clube de Revistas

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S B DJSBD l Ano VII no 520

JSBD - O senhor considera que ad e rmatologia como especialidadeevoluiu no Brasil? Como se comparaem relação a outros países?

AP - Embora o constante notávelprogresso, a relativa carência econômi-ca de nossa ciência médica, apesar doprogresso, ainda revela alguma interio-ridade em comparação com os maisavançados países europeus, bem comoa América do Norte.

JSBD - O senhor é um dos sóciosmais antigos as SBD. Como o senhoravalia o papel da Sociedade?

AP - Em resposta à afirmação de sereu o sócio mais antigo da SBD e, emverdade, de fato sou, simples é a res-posta a pergunta. Tenho muito orgulhoe vaidade em verificar o constante pro-g resso da mesma. É oportuno omomento de chamar atenção para acontinuada evolução da SBD que temcontribuído ininterruptamente para anossa dermatologia. Indiscutivelmente,colocando-a em posição de destaque,não só entre as diferentes sociedadesmédicas nacionais, bem como as socie-dades estrangeiras. A SBD é atualmen-

te uma das sociedades mundiais quetem o maior número de sócios.

JSBD - Do alto de sua experiên-cia, diga, por favor, quais conselhospoderia dar aos médicos para melho-rar o desempenho profissional?

A P - São simples os conselhos a sere mmodestamente indicados aos amigos der-matologistas, amigos sim, porque todos osnossos dermatologistas são, entre si, con-siderados e chamados respeitosamente deamigos e estende também para os colegase s t r a n g e i ros. Em síntese: freqüentem aSBD. Não faltem às reuniões médicas ecientíficas. Leiam sempre publicaçõesmédicas, sobretudo a literatura derm a t o-lógica. Cultivem suas amizades com oscolegas médicos, sobretudo com os der-matologistas.

JSBD - O que gosta de fazer nostempos livres?

AP - Cultivar os amigos, aproveitaro tempo para contatos pessoais. Os de

relação social, para a literatura científi-ca e literária e encontros científicos.Não nos esqueçamos que ‘nem só depão vive o homem’, devemos variar asnossas atividades. Para mim a atençãoà família é primordial. Gosto tambémde praticar esportes náuticos.

JSBD - Por favor, faça uma breveavaliação da importância do seu tra-balho no desenvolvimento da derma-tologia no Brasil.

A P - Minha ‘balança’ não estásuficientemente calibrada para mep e rmitir a uma avaliação pre c i s a m e n-te correta do que fiz de útil e de bompara a Dermatologia. Só posso dizerque me esforcei para este alvo. Se ol e i t o r, sabendo da minha biografiap rofissional, científica e social consi-derá-las satisfatórias, agradeço o jul-gamento. E me esforçarei para conti-nuar no mesmo caminho. Se o leitortiver um julgamento diferente, peço abondade de tolerar, pelo menos umpouco, os meus defeitos. Sempre mee s f o rcei, e, se foi possível conseguiralgo de útil, este é o prêmio obtido naminha vida. n

A importância do Dr. Antar PadilhaGonçalves na dermatologia é inquestio-nável. Aos 87 de idade, ainda mantémsuas atividades profissionais. Foi difícilreservar um tempo na agenda dele paraessa entrevista. Estava envolvido naorientação do concurso de doutorado deuma de suas alunas. Entre tantas ativi-

dades científicas, dá expediente em seuconsultório, no bairro de Botafogo, noRio de Janeiro. E ainda concilia seutempo para dedicar-se à náutica, seuhobby predileto. Para inaugurar a colu-na “Expressões da Dermatologia”, con-vidamos o sócio mais antigo daSociedade Brasileira de Dermatologia.

E x p r e ss õ e s d a De rm at o l o g i a

Antar Padilha Gonçalves