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JORNAL-LABORATÓRIO SOBPRESSÃO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIFOR ABRIL/MAIO 2012 ANO 11 N° 29 Slackline: conheça o simulador de dança sul-coreano que conquistou o mundo. A modalidade completou 12 anos com quatro campeonatos mundiais. Página 4 Esporte americano conquista adeptos no Ceará. Dragões do Mar e Ceará Cangaceiros treinam juntos visando o crescimento do esporte no Estado Lucas Matos e Glauber Peixoto O futebol americano aos pou- cos vem crescendo no do Ceará. Atualmente, o Estado contém dois times que usam equipa- mentos de proteção (Dragões do Mar e Estácio Ceará Can- gaceiros), porém, no caso das equipes que não utilizam ma- terial de proteção, a Federação Cearense de Futebol America- no (FECEFA) não considera as partidas realizadas por eles como oficiais. De acordo com o presiden- te da FECEFA, Diego Lima, a compra dos equipamentos é feita nos Estados Unidos, pois no exterior os equipamentos são mais em conta. “No Brasil, somente alguns da lista de ma- teriais necessários estão dispo- níveis no mercado, mas, como são muito caro, então prefe- rimos comprar dos Estados Unidos. Lá a venda de equipa- mentos é completa”, afirma. Ombreiros, chuteiras, capace- tes, bola e camisa, reunidos, custam entre R$ 600,00 e R$ 1.000,00. Ao entrevistar torcedores, atletas e treinadores sobre o que eles acham do esporte e da evo- lução no Estado constatou-se que, apesar de ser nenhum pou- co popular no Brasil, a prática já se insere no Ceará há 10 anos, e Dragões do Mar e Ceará Cangaceiros treinam juntos para o Campeonato Brasileiro FOTO: LUCAS MATOS Federação incentiva o novo esporte Dragões do Mar preparam sua defesa FOTO: GLAUBER PEIXOTO Rafael “Nêgo” (Técnico Dragões do Mar): 9713.7875 Diego Lima (Presidente FECEFA/ Técnico Cangaceiros): 8875.4676 A quem interessar Posições dos jogadores conseguiu, inclusive, criar uma entidade representativa. De acordo com a torcedora do Estácio Ceará Cangaceiros, Thais Sabóia, o esporte ainda tem muito o que crescer, mas estão conseguindo com que evolua. “Acompanho o futebol americano há mais de um ano. Acho o esporte interessante tanto Dragões do Mar quan- to Cangaceiros estão fazendo com que o esporte cresça”. Sobre o time pelo qual tor- ce, Thais afirma: “eles têm capacidade para superar os de- safios do dia a dia, mas ainda falta um pouco mais de orga- nização”.Para o “fullback”, do Dragões do Mar, Diego Stein- dorfer, o esporte cresceu muito com o apoio da Liga Nacional. “Acompanho o esporte há cin- co anos e, com o apoio da Liga Nacional, podemos aumentar o número de patrocinadores. No campeonato brasileiro, os times só jogam se tiver em pro- teção, ou seja, só jogamos com equipamentos. Um pouco de memória O futebol americano começou em 2002 no Estado, com a fun- dação do Ceará Cangaceiros, Em 2007, foi fundado o Dra- gões do Mar. Logo após, vie- ram mais times, como o A.S.R Gladiadores, Vikings, Artifices, Ceará Jaguars etc. Surgida em 2008, a Federação Cearense de Futebol Ameri- cano (FECEFA) vem traba- lhando pela popularização do esporte. De acordo com o Presidente da entidade, Diego Lima, a FECEFA tem por objetivo a “cap- tação de recursos tanto da Prefeitura quanto do Go- verno para o crescimento do futebol americano no Estado, além da divulgação e expansão do esporte”. Além de Presidente, Die- go também é “coach” do time Estácio Ceará Cangaceiros, o “primeiro time de futebol ame- ricano fora do eixo sul-sudeste”, afirma. Para Diego, o jogo-treino acompanhado pela reportagem do FÔLEGO serviu como prepa- ração para o Campeonato Brasi- leiro de Futebol Americano, que será realizado em julho desse ano. Dos seis times de Futebol Americano existentes no Ce- ará, apenas dois, o Dragões do Mar e o Estácio Ceará Cangaceiros participarão. Diego explica que somen- te os times que possuem equipamento participam de campeonatos. O Campeonato Bra- sileiro de Futebol Ame- ricano constitui-se de duas fases. A primeira é regionalizada, seguida de confrontos inter-regionais a partir das semifinais com con- frontos entre campeão da di- visão centro-norte e campeão da divisão sul, assim como entre campeão da divisão nor- deste e campeão da divisão sudeste. 1 0 - 2 0 - 3 0 - 4 0 - 4 0 - 3 0 - 2 0 - 1 0 - 5 0 1 0 - 2 0 - 3 0 - 4 0 - 4 0 - 3 0 - 2 0 - 1 0 - 5 0 End zone End zone Quarterback: Quem dita a jogada. Pode lançar para um receiver, dar para um corredor ou carregar a bola. Center: Inicia a jogada. Running back: Recebe a bola do quarterback. Linha ofensiva: Protege o quarterback. Wide receiver: Rápido, corre para receber os passes. Tight end: Desloca-se para receber os passes ou proteger o quarterback Linha Defensiva: Pressiona a linha de ataque para evitar corridas ou derrubar o quarterback Linebacker: Derruba rivais que corram com a bola ou o quarterback antes dele lançar. Cornerbacks: Marcam os wide receivers. Linebacker: Na última linha de defesa, ajuda os cornerbacks na marcação. Futebol americano atrai cearenses

Jornal Fôlego 29

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Jornal laboratorial de jornalismo da Universidade de Fortaleza

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Page 1: Jornal Fôlego 29

JORNAL-LABORATÓRIO SOBPRESSÃO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIFOR ABRIL/MAIO 2012 ANO 11 N° 29

Slackline: conheça o simulador de dança sul-coreano que conquistou o mundo. A modalidade completou 12 anos com quatro campeonatos mundiais. Página 4

Esporte americano conquista adeptos no Ceará. Dragões do Mar e Ceará Cangaceiros treinam juntos visando o crescimento do esporte no Estado

Lucas Matos e Glauber Peixoto

O futebol americano aos pou-cos vem crescendo no do Ceará. Atualmente, o Estado contém dois times que usam equipa-mentos de proteção (Dragões do Mar e Estácio Ceará Can-gaceiros), porém, no caso das equipes que não utilizam ma-terial de proteção, a Federação Cearense de Futebol America-no (FECEFA) não considera as partidas realizadas por eles como ofi ciais.

De acordo com o presiden-te da FECEFA, Diego Lima, a compra dos equipamentos é feita nos Estados Unidos, pois no exterior os equipamentos são mais em conta. “No Brasil, somente alguns da lista de ma-teriais necessários estão dispo-níveis no mercado, mas, como são muito caro, então prefe-rimos comprar dos Estados Unidos. Lá a venda de equipa-mentos é completa”, afi rma. Ombreiros, chuteiras, capace-tes, bola e camisa, reunidos, custam entre R$ 600,00 e R$ 1.000,00.

Ao entrevistar torcedores, atletas e treinadores sobre o que eles acham do esporte e da evo-lução no Estado constatou-se que, apesar de ser nenhum pou-co popular no Brasil, a prática já se insere no Ceará há 10 anos, e

Dragões do Mar e Ceará Cangaceiros treinam juntos para o Campeonato Brasileiro Foto: luCAs MAtos

Federação incentiva o novo esporte

Dragões do Mar preparam sua defesa Foto: GlAuBer peiXoto

Rafael “Nêgo” (Técnico Dragões do

Mar): 9713.7875

Diego Lima (Presidente FECEFA/

Técnico Cangaceiros): 8875.4676

A quem interessar

Posições dos jogadores

conseguiu, inclusive, criar uma entidade representativa.

De acordo com a torcedora do Estácio Ceará Cangaceiros, Thais Sabóia, o esporte ainda tem muito o que crescer, mas estão conseguindo com que evolua. “Acompanho o futebol americano há mais de um ano. Acho o esporte interessante tanto Dragões do Mar quan-to Cangaceiros estão fazendo com que o esporte cresça”.

Sobre o time pelo qual tor-ce, Thais afi rma: “eles têm capacidade para superar os de-safi os do dia a dia, mas ainda falta um pouco mais de orga-nização”.Para o “fullback”, do Dragões do Mar, Diego Stein-

dorfer, o esporte cresceu muito com o apoio da Liga Nacional. “Acompanho o esporte há cin-co anos e, com o apoio da Liga Nacional, podemos aumentar o número de patrocinadores. No campeonato brasileiro, os times só jogam se tiver em pro-teção, ou seja, só jogamos com equipamentos.

Um pouco de memória

O futebol americano começou em 2002 no Estado, com a fun-dação do Ceará Cangaceiros, Em 2007, foi fundado o Dra-gões do Mar. Logo após, vie-ram mais times, como o A.S.R Gladiadores, Vikings, Artifi ces, Ceará Jaguars etc.

Surgida em 2008, a Federação Cearense de Futebol Ameri-cano (FECEFA) vem traba-lhando pela popularização do esporte. De acordo com o Presidente da entidade, Diego Lima, a FECEFA tem por objetivo a “cap-tação de recursos tanto da Prefeitura quanto do Go-verno para o crescimento do futebol americano no Estado, além da divulgação e expansão do esporte”.

Além de Presidente, Die-go também é “coach” do time Estácio Ceará Cangaceiros, o “primeiro time de futebol ame-ricano fora do eixo sul-sudeste”, afi rma. Para Diego, o jogo-treino acompanhado pela reportagem do FÔLEGO serviu como prepa-

ração para o Campeonato Brasi-leiro de Futebol Americano, que será realizado em julho desse

ano. Dos seis times de Futebol Americano existentes no Ce-

ará, apenas dois, o Dragões do Mar e o Estácio Ceará Cangaceiros participarão. Diego explica que somen-te os times que possuem equipamento participam de campeonatos.

O Campeonato Bra-sileiro de Futebol Ame-

ricano constitui-se de duas fases. A primeira é

regionalizada, seguida de confrontos inter-regionais a

partir das semifi nais com con-frontos entre campeão da di-visão centro-norte e campeão da divisão sul, assim como entre campeão da divisão nor-deste e campeão da divisão sudeste.

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End zone Quarterback: Quem dita a jogada. Pode lançar para um receiver, dar para um corredor ou carregar a bola.

Center: Inicia a jogada.Running back: Recebe a bola do quarterback.Linha ofensiva: Protege o quarterback.Wide receiver: Rápido, corre para receber os passes.Tight end: Desloca-se para receber os passes ou proteger o quarterback

Linha Defensiva: Pressiona a linha de ataque para evitar corridas ou derrubar o quarterbackLinebacker: Derruba rivais que corram com a bola ou o quarterback antes dele lançar.Cornerbacks: Marcam os wide receivers.

Linebacker: Na última linha de defesa, ajuda os cornerbacks na marcação.

mundo. A modalidade completou 12 anos com quatro campeonatos

Futebol americano atrai cearenses

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Entrevista

Bruna Feijó

Fôlego: Onde nasceu seu inte-resse pelo futebol?Valério Gama: Eu comecei a gostar mesmo, de verdade, na copa de 94, que aconteceu nos EUA e o Brasil foi campeão. Antes eu não gostava de fute-bol, eu assisti aos jogos, me in-teressei e comecei a jogar aqui na praia. Eu era goleiro, pega-va bola mesmo, e achavam que eu jogava pra dar em cima dos meninos, porque eu sempre fui assim, sempre mostrei o que eu era, nunca neguei. Um dia faltou um juiz, que vinha api-tar a partida do meu jogo, aí o treinador me pediu pra apitar e eu fui, sem saber de nada, fui na doida mesmo. Eu gostei, fi-quei treinando, todos os jogos que tinham, eu apitava, até que virei juiz de verdade. Fiz curso aqui em Beberibe, ganhei ou-tro da Federação, mas, devido à idade, eu não pude fazer. Eu ganhei tudo direitinho, assina-do, aí fiquei como convidado de honra, qualquer jogo que tem no Ceará e Fortaleza, que vem pra cá, eu apito. Aqui, em Beberibe, de juiz homossexual sou só eu e, no Brasil e no mun-do, constatado como travestido só sou eu também.

F: Como você se descobriu ho-mossexual?V: Eu percebi logo que eu não gostava de mulher. Eu gostava de brincar de boneca. É uma coisa que ninguém colocou na minha cabeça. Ninguém disse: ”você vai ser mulher, você vai ser gay” já nasci assim. Aí eu percebi que eu era infeliz, eu tava com as meni-nas e não gostava, eu tava com os meninos e sentia alguma coisa, aí eu pensei: Quer saber de uma coisa, eu vou logo assumir.

F:Como sua família aceitou sua opção sexual?V: Uma parte da minha família aceitou. Até hoje, uma parte aceitou. O meu pai não acei-ta, é 0% de aceitação. A mãe é 100%. O pai tem ódio, mas eu disfarço, ele só me viu vestido de mulher uma vez, que foi no Ratinho, foi a maior polêmica,

Arbitragem depende de gênero?

Arbitragem: Laleska descobriu-se apaixonada pelo futebol Foto: Arquivo pessoAl

Laleska

Um repórter uma vez me perguntou como eu conseguia conciliar minha vida, entre tantas atividades: “apita jogo, trabalha na prefeitura e ainda faz programa?” e eu disse que não, programa eu não faço.

Árbitro de futebol em Beberibe

Projeto Jovem Guia: Conhecendo os ídolos do esporte Foto: Arquivo pessoAl

Valério Fernades Gama, 33 anos, mora em Beberibe, Ceará, e tem uma vida muito corrida. De manhã trabalha como coordenador do Projeto Jovem Guia, ensinando jovens a trabalhar com o turismo; à tarde é arbitro de futebol, já tendo apitado mais de 200 partidas estaduais; à noite se transforma em Laleska Valéria, um travesti bem vaidoso.

nunca me viu porque eu me vis-to de mulher na noite, aí eu me escondo, saio de casa escondido, mas todo mundo aqui sabe.F: Porque seu nome de travesti é Laleska Valéria?V: Aqui tem uma amiga que ba-tiza as outras mais novas. Meu nome era Valeska, mas eu não gostei, mudei pra Laleska Va-léria, pra ficar um nome pró-prio, aí ficou até hoje. Uns me chamam de Valério, outros de Laleska, eu não tenho raiva, eu sou moderna. (risos)

F: Há diferença entre homosse-xualismo e transexualismo?V: Na verdade todo mundo é ho-mossexual, o travesti é o homem que ainda tem o órgão do sexo masculino e tem umas formas fí-sicas de mulher, como eu que te-nho peito, cabelo grande, mas eu ainda sou travesti. O transexual é o que faz mudança de sexo, eu já pensei em fazer isso há muito tempo, mas eu não penso mais não, sei lá, já tô chegando aos 34 anos. Eu não vejo porque, tam-bém eu nunca fiz programa e, de-talhe, eu sou o único travesti do município que não faz programa. Um repórter uma vez me pergun-tou como eu conseguia conciliar minha vida, entre tantas ativida-des: “apita jogo, trabalha na pre-feitura e ainda faz programa?”, e eu disse que não, programa eu não faço. Muita gente tem a ima-gem do travesti ser marginalizado e não é, não é obrigado só porque é travesti, fazer programa não. Nin-guém é obrigado não, vai aquele que tem vontade, que não quer trabalhar, a maioria dos travestis não querem ganhar só um salário, eles ganham um salario só numa “saidinha”, como eles falam.

F: Tem como se sustentar só como árbitro?V: Não, até porque ser arbitro não é uma profissão, um jogador é profissional, só que um juiz não é um profissional, ele ganha e faz um curso na Federação, só que não é uma profissão. É tanto que não incomodou essa parte, que seria interessante eu virar profis-sional, só que o cara me falou que eu nem me incomodasse não, porque isso não é uma profissão

e o salário de arbitro é muito pouco, se não tiver campeonato tu não trabalha. É o que tá acon-tecendo comigo agora.

F: Jorge José Emiliano Santos, o Margarida, no fim da década de 80, ficou conhecido por se tran-sexual e trabalhar no futebol. Ele tem alguma relação com você, gosta dessa comparação?V: Eu não tenho nada a ver com o Margarida, a única coisa que tenho a ver com ele é porque ele é homossexual. Ele faz aqueles trejeitos, aquelas putarias, eu não faço não. Eu apito mesmo de verdade, parece até que um espírito incorpora em mim.

F: Como você foi recebido no futebol?

V: Por mais incrível que pareça, no futebol eu não tive problema. Eu não posso dizer que eu senti preconceito, porque eu não tive. Tem a torcida que fala alguma coisa, xinga, mas os jogadores me respeitam, até porque eles levam o cartão por causa disso, eu mos-tro mesmo. Mas eu nunca tive problema não, só aqueles nomes que a gente escuta na televisão, que até a emissora baixa o volu-me. Eu já apitei até em Fortaleza alguns jogos, Quixadá, fui pra São Paulo e lá eles disseram que mi-nha vida era uma vida bastante doida, porque eu tinha muita co-ragem, eu disse: Meu povo, eu lá vou viver dentro de casa escondi-do, já pensou se morrer e não der tempo de fazer o que gosta, aí eu jogo logo. Também não sou santa não, tenho um lado ruim também.

F: Qual é o lado ruim?V: É que eu não levo desaforo. Se chegar aqui me ofendendo, tu vai ouvir milhares de coisas. No fute-bol, graças a Deus, nunca acon-teceu, porque se um jogador me agredir ele é expulso e é punido. Tem as regras. Se eles me agredi-rem, física ou verbalmente, eles podem ser até expulsos, suspen-sos. É tanto que, no futebol, eles não batem mais por causa disso.Mas tem vontade bater não é porque é mulher, é homossexual, não. É porque é juiz.

F: Qual a sua rotina como árbi-tro de futebol?V: Às vezes, eu trabalho só uma vez, mas tem semana que dá três

jogos. Se ligar pra mim e disse-rem: olha o jogo é tal, dia tal. Aí eu pego só o endereço e me mando de ônibus, de carona, só sei que eu vou, tenho até medo, às vezes eu vou sozinho.

F: Já cometeu algum erro em uma partida?V: No futebol sempre tem, o pessoal diz até que a gente rou-ba, mas é tão ruim, tem vezes que eu apito só, sem bandeiri-nha, a gente não vê tudo como vemos na televisão, a bola as vez entra, o bandeirinha tá do lado, eles não veem, eles erram. Eu marquei uma falta que foi fora da área, eu marquei dentro, aí deu a maior polemica, mas o que o juiz marcou tá marcado, não volta atrás e ele volta se ele quiser, ele quem manda, a regra é antiga. Eu fiquei com vontade, mas a gente quer ter tanto pul-so, tanta moral e não volta.

F: A sua vida pessoal pode se unir com a profissional?V: Pode, não dá muito certo, mas já aconteceu caso com jo-gadores. Durante o jogo deu em cima de mim e eu até gostei. De-pois pegou o telefone, manteve contato, deu até namoro, que acabou em tragédia (risos). Bri-ga, muita briga, porque eu não admito ser traído, nem trair, eu não gosto. E apitar é a coisa mais estranha do mundo, você não se sente bem, parece que você tá apitando nua, sem roupa, é estranho, não é legal. É a única coisa que me dava nervosismo.Eu não sabia distinguir.

F: O que ainda precisa mudar no futebol, para os travestis?V: É tão difícil o pessoal acei-tar, mas a pessoa tem que saber se impor também, tem que ter respeito. Até a gente mesmo tem preconceito com a gente. Porque, sei lá, é uma coisa que já é pra ser juiz, eu acho. Por-que não é pra pegar os travestis, tirar da rua e botar dentro do campo. Num vai dar certo não.Vai virar bagunça. Ele tem que querer primeiro. Eu acho que é muito difícil, e os que têm tam-bém não têm a aparência que eu tenho, a forma física. Tem mui-to gay, é o que mais tem, só que não assume.

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3ABRIL/MAIO DE 2012

Corpo de Bombeiros em defesa da saúde

Terceira idade concentrada para a realização de mais um dia cheio de atividade física. Foto: Arquivo pessoAl

As obras da futura Arena Castelão já estão bem adiantadas. Segun-do o site da Secretaria Especial da Copa (Secopa), 75% da obra foi executada. A construção da Arena ocorre em quatro fases simultâ-neas. Duas delas já foram concluídas, e as outras avançam em ritmo acelerado. Foram concluídas o Estacionamento e a Praça de Acesso do Setor Norte e o Edifício Fares Cândido Lopes, obras da Etapa I. Na Etapa II, foram concluídas as obras do Estacionamento e Praça de Acesso do Setor Sul, além da primeira bilheteria. As Etapas III e IV, ainda não terminadas, correspondem à construção do Edifício Central, considerado o centro de comando de todo o estádio, que contará com 52 camarotes, áreas vips, área de imprensa e o estúdio de transmissão televisiva dos jogos. A Etapa IV compreende o tér-mino do projeto e a interação entre as demais etapas.

GP de InterlagosO próximo Grande Prêmio Brasil de Fór-mula 1 2012 será re-alizado no dia 25 de novembro, no circuito de Interlagos, na ci-dade de São Paulo. A edição de número 41 do GP Brasil F1 virá com um grande desa-fio para os pilotos brasileiros, que amargam grandes dificuldades durante esta temporada. Bruno Senna possui nas mãos um carro realmente competitivo, e é a aposta para um melhor resultado dos brasileiros na Fórmula 1 2012. Para você que quer conferir de perto, os ingressos para o GP Brasil já podem ser comprados online através do site www.gpbrasil.com.br.

NFLA NFL anunciou o calendário com-pleto da tempo-rada 2012. O New York Giants recebe o Dallas Cowboys no primeiro jogo da temporada. No primeiro domin-go à noite, Peyton Manning e o Denver Broncos recebem o Pittsburgh Steelers. Já na segunda-feira, rivalidade na rodada dupla, Chargers x Raiders, e Bengals x Ravens. Oito times jogam pelo menos 5 vezes nos horários principais da televisão: Bron-cos, Steelers, Chargers, Bears, Packers, Giants, Eagles e 49ers.

Para os times do interiorA taça Fares Lopes tem ínicio no segundo semestre de 2012. O campeonato é disputado pelos times do interior do Estado e pe-los times da Capital. O torneio tem formato de turno e returno e serve para não deixar parados os times que não disputam nenhum cam-peonato nacional. O clube cam-peão tem direito a uma vaga em um dos torneios máximos do fute-bol brasileiro, a Copa do Brasil.

Arena Castelão

Sprint

As pessoas da Terceira Idade estão dispostas a praticar esportes, seja por indicação médica, seja por realmente gostar e querer se man-ter em forma e com saúde

Maria de Lourdes

“Então eu vejo o projeto hoje com 189 senhoras aqui no núcleo do Iguape sendo cada vez mais benéfico a todas que participam”.

Coordenadora do Projeto Bombeiros e Sociedade

Lise Ane Alves

Os idosos escolheram prolongar a vida através de exercícios físi-cos, aliando o prazer à obrigação de manter uma vida saudável. Os idosos começam a praticar esportes, seja por recomenda-ção médica seja por vaidade, e sempre procuram cumprir o rit-mo de exercício recomendado, e com isso se mantêm sempre dispostos durante suas ativida-des diárias e com muito mais qualidade de vida.

O Corpo de Bombeiros tem um projeto chamado Saúde, Bombeiros e Sociedade em vá-rios bairros de Fortaleza e tam-bém na Região Metropolitana e Interior do estado, para ajudar pessoas com idade superior a 60 anos a sair do sedentarismo. Com lugares aconchegantes e

acessórios simples, as pes-soas melhoram a qualidade de vida e renovam a saúde. Praças e parques de alguns bairros são palcos da prática de exercícios duas vezes por semana, no horário de 6h às 7h a primeira turma e de 17h às 18h a segunda turma. Os bombeiros orientam os ido-sos com exercícios aeróbicos que os deixam mais dispostos para as atividades diárias. A equipe de profissionais que atuam neste projeto é com-posta por bombeiros forma-

dos e pós-graduados em Edu-cação Física.

“A atividade física não pode restaurar tecidos que já foram destruídos, no entanto pode proteger o idoso contra várias doenças crônicas relacionadas ao envelhecimento, maximi-zando as funções fisiológicas do organismo que ainda estão em bom estado”...

O idoso adere ao programa de forma espontânea. É pre-ciso preencher uma ficha de inscrição, apresentar atestado médico e responder a um ques-tionário no ato da inscrição.

Dona Maria de Lourdes co-meçou como aluna no Projeto e recebeu o convite para ser uma das coordenadoras do grupo na Região do Iguape. Dona Maria disse que gos-ta de participar e tem com o exemplo uma senhora de 91 anos que também participa, e melhorou bastante seu es-tado de saúde, já que tem al-zheimer. Então ela vê o proje-to hoje com 189 senhoras no núcleo do Iguape e considera cada vez mais benéfico a todas que participam.

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ABRIL/MAIO DE 20124

O Slackline é uma ótima opção para quem deseja se exercitar com baixo custo e alto benefício para a saúde do corpo e da mente

Maria Falcão

Andar na corda bamba não é mais coisa de treinamento mili-tar ou circense. O Slackline, que em português quer dizer “linha bamba”, é a novidade que está movimentando homens e mu-lheres de todas as idades, em Fortaleza. A modalidade radical começou a ser praticada no vale do Yosemite, na Califórnia, no fi nal da década de 1980, quan-do alguns alpinistas, entre uma escalada e outra, se divertiam amarrando suas cordas em ár-vores ou pedras e testando o equilíbrio. As cordas foram subs-tituídas por fi tas de 2,5 a 5 centí-metros de largura e hoje, amar-radas a árvores ou bases fi xas, a prática se espalhou, conquistan-do adeptos pelo mundo todo.

Aqui em Fortaleza, o nú-mero de praticantes cresce a cada dia. E, para aproveitar o clima e a paisagem, o local mais comum para encontrar os “ s l a -ckers”, como são conhecidos os atletas, é a Avenida Beira--mar. São em média 20 fãs do esporte que se encontram to-dos os dias, próximo ao aterro da Praia de Iracema, a partir das 19h. Quem comanda a tur-ma é Dyego Pires, um dos pio-neiros do Slackline em Forta-leza. Ele, que pratica há pouco mais de dois anos, também dá aulas do esporte para quem se interessar.

O slackline é um esporte rela-tivamente novo, mas já existem algumas modalidades para os que são atletas mais antenados, por exigir mais preparo físico e treino. São elas:

TricklineA partir de 50 a 60 cm de altura. A característica dinâmica da cor-

“O Equilibrista” (2008) retrata a maior aventura da vida de Philippe Petit: o dia 7 de agosto de 1974, quan-do o francês andou por 45 minutos da Torre Sul à Torre Norte do World Trade Center, sobre um cabo de aço, sem nenhum equipamento de segurança. O longa resgata fotos, fi lmagens de arquivo, entrevistas, e reconstitui, dramaticamente, o feito do slacker mais ousado de todos os tempos. Vencedor do Os-car de melhor documentário.

O Equilibrista (Man on Wire): Reino Unido / EUA, 2008 94min. Direção: James Marsh

Slackline no cinema

O slackline é um esporte alternativo, de fácil acesso e montagem. Para começar a praticar, não é necessário muito esforço. Também não há idade, peso mínimo ou máximo para praticar. Aliás, é uma ótima opção para quem deseja perder uns quilinhos ou melhorar a concentração, postura e consciência corporal, respiração, aumento do equilíbrio, fortalecimento do abdômen e tonifi cação dos músculos. Atualmente, por conta dos movimentos e da exigência muscular parecida, a modalidade vem sendo bas-tante utilizada nos treinos de muitos escaladores, surfi stas e skatistas. Leia estas dicas importantes que o Fôlego traz para quem deseja iniciar a praticar o Slack line:

Enquete

Como sou re-pórter, tive a oportunidade de tentar uma vez, enquanto fazia uma ma-téria. Não é tão fácil assim! É necessário equilíbrio, paciên-cia e força, mas os benefícios para o corpo são enormes. Eu pretendo praticar o slackli-ne mais vezes e quem sabe aprender algumas manobras.

Geovana RodriguesJornalista

Já vi várias pes-soas, inclusive amigos, prati-carem na praia de Iracema, mas ainda não tentei. Acho muito divertido e uma opção diferente de exer-cício físico. É muito comum nos Estados Unidos, onde eu morei, e o brasileiro está des-cobrindo e se destacando no esporte.

Luca Laprovitera Estudante de jornalismo

Você conhece o slackline?

Cuidados com o corpo e com a mente

1. Posicione os pés de maneira cor-reta; mantenha a coluna reta;

afinal, é muito importante subir reto na corda, para não gastar muita energia tentan-do se equilibrar;

2.

3.

Utilize os braços pois eles são importantes para ajudar a manter o equilíbrio;

Olhe para um ponto fi xo. É importante para manter a concentração. EQUILÍBRIO e força física são alguns benefícios do slackli-

ne Foto: Arquivo pessoAl

Esporte radical na corda bambada permite que o praticante faça manobras como saltos e fl ips.

WaterlineAs manobras podem ser mais ousadas, já que as quedas se-rão amortecidas pela água;

Highline É considerado a modalidade mais difícil e perigosa, por ser praticado em alturas superiores a 4 metros. Para esta modali-dade, é necessário a utilização de equipamento de segurança, experiência e conhecimento de alpinismo.

Longline É vertente do highline. O que diferencia é apenas a altura e a periculosidade. Este é ancorado sobre dois pontos, com uma dis-tância média de 25 a 50 metros;

Speedline É praticado com velocidade em-pregada na fi ta.

O equipamento utilizado va-ria entre as modalidades e os lo-cais de fi xação e custa de 150 a 300 reais. Os kits podem ser en-contrados em lojas especializa-das em esportes de aventura. Se desejar, também pode montar seu próprio equipamento, com ferragens e acessórios adqui-ridos em lojas para alpinismo. Uma dica importante é verifi car se o kit é especial para alpinis-mo ou slack. Fitas fracas podem comprometer a segurança do praticante.

Para os iniciantes, vale lem-brar que a modalidade, por atin-gir uma distância considerável do solo, pode ser perigosa. O ideal é começar a praticar com alguém que já pratique há algum tempo e tenha o conhecimento da montagem correta do equi-pamento. Outro cuidado impor-tante é com as árvores onde se deve amarrar a fi ta. O atrito pode danifi car o tronco das árvores. É recomendado utilizar placas de borracha EVA ou papelão espes-so para diminuir os danos.

EQUILÍBRIO e força física são alguns benefícios do slackline Foto: Arquivo pessoAl

Saiba mais...

Saiba mais

O Slackline é uma ótima opção para quem deseja se exercitar com baixo custo e alto benefício para a saúde do corpo e da mente

Andar na corda bamba não é mais coisa de treinamento mili-tar ou circense. O Slackline, que em português quer dizer “linha bamba”, é a novidade que está movimentando homens e mu-lheres de todas as idades, em Fortaleza. A modalidade radical começou a ser praticada no vale do Yosemite, na Califórnia, no fi nal da década de 1980, quan-do alguns alpinistas, entre uma escalada e outra, se divertiam amarrando suas cordas em ár-vores ou pedras e testando o equilíbrio. As cordas foram subs-tituídas por fi tas de 2,5 a 5 centí-metros de largura e hoje, amar-radas a árvores ou bases fi xas, a prática se espalhou, conquistan-do adeptos pelo mundo todo.

Aqui em Fortaleza, o nú-mero de praticantes cresce a cada dia. E,

Esporte radical na corda bamba