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Conheça os melhores momentos do periódico que acompanha o processo de revitalização do Centro do Rio. Através da produção de conteúdo exclusivo, o veículo conquista cada vez mais leitores e aumenta a área de distribuição. Para comemorar o terceiro aniversário do jornal, a Folha da Rua Larga lança página na internet. Romance raro de Machado de Assis ganha ilustrações de Daniel Senise Há mais de cem anos o ICP promove os direitos básicos da população e orienta os moradores da região na busca por emprego e ocupação. Hoje a instituição debate os efeitos da revitalização. Revitalização da Rua Larga | Zona Portuária | Centro do Rio DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Nº 26 ANO IV RIO DE JANEIRO | MARÇO – ABRIL DE 2011 Folha da Rua Larga completa três anos de diálogo com a região páginas 3 O artista fala sobre o Rio de Janeiro de hoje e o de Machado descrito em Casa Velha. A obra foi publicada em folhetins ao longo do ano de 1885. Central do Povo debate a revitalização O sociólogo João Guerreiro discute a situação da Casa Amarela, no Morro da Providência, onde são oferecidas diversas atividades culturais para a população. O diretor da Casa, Maurício Hora, ilustra o artigo com uma fotografia do imóvel. página 6 páginas 10 e 11 Página 5 Instalação de teleférico irá demolir centro cultural página 14 André Calazans apresenta a sua Poesia Pintada O jovem escritor é um dos sócios da editora Flaneur, que publica livros como o de André Dahmer, com capas únicas, pintadas à mão. Calazans presenteia o leitor com poesias curtas, inspiradas em telas, estampadas ao lado de cada texto. opinião Nilton Ramalho página 9 Arte para abrir o apetite gastronomia nossa rua Como parte do calendário de eventos do projeto Animando a Rua Larga, a SuperUber elaborou um espetáculo que transforma a arquitetura dos monumentos históricos em uma estrutura viva e mutável. O projeto engloba também apresentações de dança e música ao ar livre. Divulgação Som, luz e movimento fazem da Igreja de Santa Rita um palco contemporâneo página 15 Carolina Monteiro folha da rua larga lazer

Jornal Folha da Rua Larga 26

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Edição de março/abril do jornal de circulação gratuita no Centro do Rio.

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Page 1: Jornal Folha da Rua Larga 26

folha da rua larga

Conheça os melhores momentos do periódico que acompanha o processo de revitalização do Centro do Rio. Através da produção de conteúdo exclusivo, o veículo conquista cada vez mais leitores e aumenta a área de distribuição. Para comemorar o terceiro aniversário do jornal, a Folha da Rua Larga lança página na internet.

Romance raro de Machado de Assis ganha ilustrações de Daniel Senise Há mais de cem anos o ICP promove os direitos básicos da população e orienta os moradores da região na busca por emprego e ocupação. Hoje a instituição debate os efeitos da revitalização.

Revitalização da Rua Larga | Zona Portuária | Centro do Rio DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Nº 26 ANO IVRIO DE JANEIRO | MARÇO – ABRIL DE 2011

Folha da Rua Larga completa três anos de diálogo com a região

páginas 3

O artista fala sobre o Rio de Janeiro de hoje e o de Machado descrito em Casa Velha. A obra foi publicada em folhetins ao longo do ano de 1885.

Central do Povo debate a revitalização

O sociólogo João Guerreiro discute a situação da Casa Amarela, no Morro da Providência, onde são oferecidas diversas atividades culturais para a população. O diretor da Casa, Maurício Hora, ilustra o artigo com uma fotografia do imóvel.

página 6

páginas 10 e 11

Página 5

Instalação de teleférico irá demolir centro cultural

página 14

André Calazans apresenta a sua Poesia Pintada

O jovem escritor é um dos sócios da editora Flaneur, que publica livros como o de André Dahmer, com capas únicas, pintadas à mão. Calazans presenteia o leitor com poesias curtas, inspiradas em telas, estampadas ao lado de cada texto.

opinião

Nilton Ramalho

página 9

Arte para abrir o apetite

gastronomia

nossa rua

Como parte do calendário de eventos do projeto Animando a Rua Larga, a SuperUber elaborou um espetáculo que transforma a arquitetura dos monumentos históricos em uma estrutura viva e mutável. O projeto engloba também apresentações de dança e música ao ar livre.

Divulgação

Som, luz e movimento fazem da Igreja de Santa Rita um palco contemporâneo

página 15

Carolina Monteiro

folha da rua larga

lazer

Page 2: Jornal Folha da Rua Larga 26

março – abril de 2011

nossa rua

Se essa Rua fosse minha

Barbara Portilho, diretora do Colégio Rivadávia Correa

“Eu daria um ‘banho’ de humanidade nesta rua. Iria identificar os prédios históricos e organizaria passeios turísticos pela região. Não dá para preservar aquilo que você não reconhece. E esse significado tem que ser construído.”

Márcia Cardoso, auxiliar administrativo

“Eu reformaria as fachadas, restauraria os prédios e melhoraria a iluminação. A avenida ficaria muito mais bonita e colorida. As ruas transversais também precisam de cuidados e as calçadas poderiam ser padronizadas. ”

“Acho que esta rua merecia ser vista como um complexo de lojas, estacionamentos, teatros e (por que não?) cinema. Precisamos de segurança para passear nesta região e encontramos sempre muitos problemas com a guarda de carros. ”

Sérgio Martins, representante comercial

Fabiola Buzim

Fabiola Buzim

Fabiola Buzim

folha da rua larga

espaço dos leitores

2folha da rua larga

Redação do jornalRua São Bento, 9 - 1º andar - Centro

Rio de Janeiro RJ - CEP 20090-010 - Tel.: (21) 2233-3690

www.folhadarualarga.com.br [email protected]

A Folha da Rua Larga recebe opiniões sobre todos os temas. Reserva-se, no entanto, o direito de rejeitar acusações insultuosas ou desacompanhadas de docu-mentação. Devido às limitações de espaço, será feita uma seleção das cartas e, quando não forem concisas, serão publicados os trechos mais relevantes. As cartas devem ser enviadas para a Rua São Bento, 9 sala 101 CEP: 20090-010, pelo fax (21) 2233-3690 ou através do endereço eletrônico [email protected].

Conselho Editorial - André Figueiredo, Carlos Pousa,

Francis Miszputen, João Carlos Ventura, Mário

Margutti, Mozart Vitor Serra

Direção Executiva - Fernando Portella

Editora e Jornalista Responsável - Sacha Leite

Colaboradores - Ana Carolina Portella, André

Calazans, Carolina Monteiro, Fabiola Buzim, Fernando

Portella, João Guerreiro, Karina Howlet Martin,

Maurício Hora, Nilton Ramalho e Teresa Speridião

Projeto gráfico - Henrique Pontual e Adriana Lins

Diagramação - Suzy Terra

Revisão Tipográfica - Raquel Terra

Produção Gráfica - Paulo Batista dos Santos

Impressão - Maví Artes Gráficas Ltda.

www.maviartesgraficas.com.br

Contato comercial - Teresa Speridião

Tiragem desta edição: 5.000 exemplares

Anúncios - [email protected]

Estacionamento irregular

Lixo a céu aberto

Foto enviada por leitor

Ainda na Rua Miguel Couto, em frente à Rua Acre e Rua Major Daemon, é acumulada, ao longo do dia, gran-de quantidade de lixo descartado pela vizinhança local, propagando mau cheiro.

Na Rua Miguel Couto, ao lado da Igreja de Santa Rita, os veículos se acumulam e estacionam, sim-plesmente, porque não há vagas nas proximidades do local.

Foto enviada por leitor

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março – abril de 2011 folha da rua larga

nossa rua

Beltrame dança valsa em baile de debutantes coletivo, na Providência

Walter Alfaiate em véspera de espetáculo no CCL

Chico Anysio em entrevista sobre o filme O camelô da Rua LargaO superintendente do Iphan, Carlos Fernando Andrade, em seu gabinete, na Rio Branco

da redaçã[email protected]

Um jornal a serviço da cultura e da históriaHá três anos a Folha da Rua Larga circula gratuitamente pelas ruas do Centro

Gerar discussões entre moradores, trabalhado-res, governo e iniciativa privada sobre a revita-lização no Centro é a missão da Folha da Rua Larga.

Desde 2008, quando criada pelo Instituto Li-ght em parceria com o Instituto Cultural Cidade Viva, a Folha da Rua Larga já passou por três reformas gráficas e pelos cuidados de três editores responsáveis pela publi-cação: Márcia Derraik, Mário Margutti e Sacha Leite.

Através da produção de matérias exclusivas, o periódico acompanha o processo de mudan-ça da estrutura física do Porto do Rio e região da Rua Larga (Av. Presiden-te Vargas até o Cais do Porto, e Rua Primeiro de Março até a Central do Brasil). Além disso, o jornal testemunha as de-mandas da população por mudanças profundas, so-bretudo no que se refere a hábitos e costumes do carioca: limpeza urbana,

Entrevistas exclusivas para a Folha da Rua Larga

- João Havelange (outubro/2009)Depoimento exclusivo do presidente de honra da FIFA sobre a importância cultural da Rua Larga, citando os anos dourados da região como polo de comércio esportivo.

- Walter Alfaiate (outubro/2009)Matéria exclusiva com o músico e alfaiate que era a personificação do carioca gente boa. Uma das últimas entrevistas com o intérprete, que faleceu em fevereiro de 2010.

- Carlos Fernando Andrade (março/2010)Entrevista exclusiva com o superintendente regional do Iphan, sobre educação patri-monial voltada à valorização do Morro da Conceição.

- Chico Anysio (abril/2010)Entrevista exclusiva com um dos grandes ícones do humor brasileiro, que relevou os bastidores do filme O camelô da Rua Larga e do programa de rádio A turma da maré mansa.

- José Mariano Beltrame (julho/agosto 2010)Acompanhamento da ação realizada pela 7ª UPP, da Providência: o secretário de segurança do Rio e cabos da polícia dançaram valsa com jovens da comunidade.

- Maria da Silveira Lobo (janeiro/fevereiro 2011)Entrevista exclusiva com a pesquisadora que publicou listagem das 122 principais instituições no Centro ligadas à promoção dos direitos humanos.

prevenção de epidemias, concepção de projetos socioculturais e ambien-tais.

“O maior desafio para um veículo é conquistar confiança e fidelidade do público. Temos hoje um número de leitores que já

justificaria o aumento da tiragem do jornal, o que é muito gratificante para nós”, declara a editora Sacha Leite.

Para comemorar o ter-ceiro aniversário do ta-bloide, a equipe da Fo-lha da Rua Larga lança

o site do veículo: www.folhadarualarga.com.br. Através do portal, será possível acompanhar a produção das matérias, consultar lista de apoia-dores, participar de con-cursos e promoções, ler reportagens na íntegra, além de acessar conteúdo adicional às matérias do impresso.

A redação do jornal selecionou alguns mo-mentos de destaque para o periódico ao longo do triênio. Trata-se de ma-térias sobre temas diver-sos, porém, especialmen-te, a respeito de assuntos históricos, artísticos, cul-turais e políticos.

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Felipe O’Neil Carolina Monteiro

Sacha Leite

Sacha Leite

Page 4: Jornal Folha da Rua Larga 26

Cliques Rua Larga boca no trombone

fernando portella

[email protected]

Já reparou como a Avenida Marechal Floriano é arborizada? Muitos não notam esse festejável detalhe por conta da altura das copas, que ficam acima do topo dos casarios.

A lateral esquerda da Igreja de Santa Rita abriga um corredor dos devotos. Centenas de pessoas todo dia acendem velas, pedindo proteção aos seus entes queridos.

4folha da rua larga

nossa rua

Fabiola Buzim

Desconhecida íntima

março – abril de 2011

Carolina Monteiro

Encontrei num bar da Rua Larga uma jovem mulher. Devia ter uns 30 anos. E eu, com os meus quase 60, não pude deixar de perceber as linhas franzidas de sua testa. Ela tomava um copo de cerveja que subia au-tomaticamente até sua boca, deixando-lhe bigodes de espuma branca. Pela aparência, era uma pessoa, como eu, de classe média, bebendo no final de um dia de trabalho.

Não parecia feliz, mas tinha uma postura digna. Também não parecia estar de baixo astral, apenas re-flexiva, buscando respostas para tantas perguntas que fazemos a nós mesmos durante a vida. Quando tomava um gole, olhava ao redor, passando pelos meus olhos em reticências, sem estacionar. Às vezes me pergunto com quem conversamos quando estamos sós.

Com certeza era um momento de reflexão duro, pois não havia sequer um corte de sorriso em seus lábios. Não era feia nem bonita. Não era gorda nem magra. Pelo jeito não parecia ser chefe de ninguém, nem tra-balhava numa grande empresa, pois não usava crachá.

Sua bolsa, que repousava na cadeira ao lado da mesa, não era de grife. Apenas uma bolsa. Tomou ou-tro gole, acordando seus olhos para o ambiente. De-pois de alguns, percebi que me viu, mas não parou, voltou para o seu mundo, franziu a testa e continuou a refletir fora dali. Era uma pessoa comum e, por isso, especial. Acho que fazia um pouco de hora para ir para casa, pegar um ônibus, um trem, sei lá...

Pensei em me aproximar, me apresentar, mas isso me pareceu inconveniente. Com certeza ela iria pensar que eu a estaria paquerando, sendo inoportuno, inter-rompendo seu silêncio solitário. Mas a curiosidade era grande. Fiz uma autocrítica imediata: “Ei, cara! Não tem mais o que fazer do que ficar olhando para alguém que não deseja papo?”.

Que vergonha! Depois de uma quase olhada dela, pedi ao garçom que me trouxesse uma caneta. Peguei um guardanapo de papel e escrevi “Não sei o que você está passando, mas tenho certeza que vai superar”.

Dobrei para que o garçom lhe entregasse, mas re-cuei. Não entreguei: pedi mais um chope para me encorajar. Ela chamou o garçom e pediu a conta. Eu disse para mim mesmo: “É agora! Mando o bilhete, não mando...” – Não mandei. Ela pagou, se levantou, deu uma olhada de despedida para o salão, fixou seus olhos nos meus – dois pontos, travessão – deu um sorriso e se foi para sempre, deixando paga a minha cerveja.

Comece o seu dia com um delicioso café da manhã a kilo, na medida certa! Servimos café, chocolate, sucos, salgados, pães e guloseimas para deixar a sua vida mais gostosa.

Trabalhamos com o Café Orfeu, um dos mais puros grãos do Brasil.

UMA DELÍCIA

DE CAFÉ DA MANHÃ!

Rua da Quitanda, 187 loja A • Centro da Cidade • RJ

Tel.: 2253-5810 • www.baroa.com.br

Aprecie também o nosso almoço.Gastronomia internacional com um toque caseiro.

Page 5: Jornal Folha da Rua Larga 26

folha da rua larga

entrevista

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Carolina Monteiro

Imagens para obra quase inédita de Machado de AssisSenise se inspira em artistas de rua parisienses para ilustrar os personagens de Casa Velha

março – abril de 2011

O artista Daniel Senise e, ao fundo, uma de suas obras em sillhueta

sacha [email protected]

Qual é a diferença entre o Rio de Janeiro descrito em Casa Velha e o de hoje?

Acho que o mundo do qual Machado de Assis fala em Casa Velha e o Rio atu-al tem uma distância muito grande. É um discurso pa-ralisante dizer que o Rio é a cidade mais maravilhosa do mundo, já que as praias e ruas estão poluídas.

Qual tipo de público cos-tuma consumir a sua arte?

Sou um artista plástico. Esse tipo de arte atinge uma parcela ínfima da popula-ção. Só gente culta tem há-bito de consumir esse tipo de arte e não há muita gente culta no Brasil.

Casa Velha / The old houseSinopse: Versão em inglês por Mark Carlyon sobre texto original de Machado de AssisIlustrações: Daniel SenisePreço: R$ 65Páginas: 236Editora: Cidade Viva

Por que optou por ter um ateliê no Centro do Rio?

Acho interessante ter um ateliê no Centro porque isso gera um choque de realida-de. Aqui tem outro contexto social, muito mais diverso do que o da Zona Sul da ci-dade. Se ficar com a minha rotina o tempo todo, os mes-mos bairros, nada muda.

De que maneira enxerga

o processo de revitalização já deflagrado na Lapa?

O problema é bem profun-do. Essa história de choque de ordem... Ontem tinha um carro da polícia estacionado na calçada. Choque de or-dem é uma imposição. Fico viajando no Rio Antigo, mas

antes da civilização. O Rio ficou muito detonado, houve muito crescimento desorde-nado, as praias estão polu-ídas, as ruas estão sujas, e ainda se cultiva o hábito de sujar a cidade. É uma ques-tão de princípios.

Vê alguma solução para os problemas citados?

Acredito que a solução seja uma questão de longo prazo e, a meu ver, o proble-ma principal é a educação. Falta aqui a consciência de que o indivíduo faz parte de um grupo social.

toda a alegria que há no céu pareciam falar por ela aos homens. Pode ser que isto pareça exagerado a uns e vago a outros, mas não acho no momento um modo melhor de traduzir a sensação que essa me-nina produziu em mim. Contemplei-a alguns ins-tantes com infinito pra-zer. Fiei-me do caráter de padre para saborear toda a espiritualidade daquele rosto comprido e fresco, talhado com graça, como o resto da pessoa. Não digo que todas as linhas fossem corretas, mas a alma corrigia tudo”.

“Lalau aproximou-se de D. Antônia, que lhe compôs o cabeção do vestido; depois foi sen-tar-se defronte de mim, ao pé da outra hóspeda. Realmente, era uma cria-tura adorável, espigadi-nha, não mais de dezes-sete anos, dotada de um par de olhos, como nun-ca mais vi outros, claros e vivos, rindo muito por eles, quando não ria com a boca; mas, se o riso vi-nha juntamente de ambas as partes, então é certo que a fisionomia humana confinava com a angéli-ca, e toda a inocência e

Trecho de Casa Velha, de Machado de Assis

bate-papo

Novela publicada na revista A Estação ao lon-go do ano de 1885, Casa Velha, de Machado de Assis, ganha edição bi-língue e ilustrada pelo artista plástico Daniel Senise. Trazendo textos em português e inglês, lado a lado, a publicação será lançada na Academia Brasileira de Letras, no dia 25 de abril, às 18h30.

Assim como Machado de Assis, Daniel Senise optou por se instalar no Centro do Rio. Há mais de 25 anos desenvolve suas criações em um ate-liê próximo aos Arcos da Lapa.

Trabalhando com so-

bras de silhuetas feitas por artistas no bairro de Montmartre, em Paris, Senise dá o tom para o livro raro de Machado de Assis: “Fiquei observan-do os artistas que recor-tavam em papel os rostos das pessoas. As sobras eram descartadas. Isso serviu de inspiração para as ilustrações do livro”, conta.

Assim como Machado, Senise se concentrou em compor os perfis dos per-sonagens e isso foi feito de forma a interagir plas-ticamente com o texto e o tipo de papel escolhido.

“Silhueta é um artifí-cio muito interessante,

porque você está inter-pretando plasticamente o personagem, mas não está entregando o jogo. Você mostra apenas um lado do personagem. Um exemplo disso é que existem pessoas bonitas com perfis hediondos e vice-versa”, esclarece.

O artista visual expli-ca o processo de cria-ção das ilustrações, que mais parecem interven-ções na superfície do papel: “A mãe e o padre foram desenhados. Os outros dois personagens foram recriados através de fotografias de pes-soas reais, uma amiga e meu filho”.

Page 6: Jornal Folha da Rua Larga 26

joão [email protected]

6folha da rua larga

Casa Amarela na mira das obras do PortoOutras cores e novos caminhos para a Rua Larga

sacha [email protected]

opinião

Maurício Hora

março – abril de 2011

No dia em que se inicia-va o Fórum Urbano Mun-dial no Armazém do Porto do Rio (22/03/2010), hou-ve a ocupação do Morro da Providência pelo Bope. Era o início do processo que culminou na implanta-ção da sétima UPP no Rio de Janeiro.

Em janeiro de 2011, foi formalizado o início das obras de urbanização no Morro da Providência. Estimadas em R$ 131 mi-lhões, as obras preveem a construção de habitações populares em terrenos ain-da não definidos, um tele-férico ligando o Morro à Cidade do Samba e à Cen-tral do Brasil, além de um plano inclinado indispen-sável para a acessibilidade interna.

A Providência nunca teve tantos investimen-tos públicos nos seus 114 anos. Entretanto, morros ou comunidades não são guetos – ou pelo menos não deveriam ser vistos como tal – e estão inter-

ligados com todo o tecido social do seu entorno. No caso específico da Provi-dência, tem que se levar em conta o projeto de modificação da Zona Por-tuária: o Porto Maravilha, que busca transformar a região em “um polo turís-tico e de investimento para empresários de vários se-tores” (portomaravilhario.com.br/oprojeto/).

Para adequar a Zona Portuária aos interesses dos investimentos priva-dos – vistos pelo poder pú-blico como indispensáveis para o sucesso do projeto – parâmetros urbanísticos foram modificados, o que permitirá a construção de edifícios de até 25 andares em algumas áreas da re-gião. Como consequência, já há um processo de alta valorização dos terrenos nas proximidades do Cais do Porto.

Por esses motivos, no Morro da Providência, o preço dos imóveis já su-biu. Casas serão demo-

lidas para a implantação do plano inclinado, e seus moradores, indenizados. Os valores oferecidos até agora estão acima do que realmente pagaram e investiram em seus imó-veis. Porém, com a alta do preço das residências na Providência e no entorno, esses valores se tornam ir-risórios para a realocação desses moradores.

Já falamos, aqui neste espaço, da Casa Amarela: uma das instituições cul-turais da Providência que conta com um Balcão de Direitos para os morado-res e vem promovendo eventos como o Sarau Pro-videncial e o Cine Morro da Providência. Essa ins-tituição se vê agora com a necessidade de fechar as portas e buscar, com a indenização, outro espa-ço para desenvolver suas atividades. A inauguração da biblioteca que seria implantada no local – e se chamaria Espaço da Lei-tura Ana Maria Machado,

em homenagem à doação da escritora ao Sarau Pro-videncial – foi suspensa.

Neste caso, e no de ou-tros moradores com quem tivemos contato, muito mais do que dinheiro, o que se quer é uma realo-cação no mesmo espaço. Em algumas ocasiões, ampliando as construções de habitações populares no entorno e garantindo o reassentamento dessas fa-mílias. Em outras, criando espaços públicos comu-nitários para abrigar os projetos socioculturais já existentes ou, pelo menos, discutir seriamente com os envolvidos nesse processo de revitalização: mora-dores, agentes culturais e comerciantes locais. Pelo menos neste ponto, o pro-jeto deve ser democrático e participativo.

O Rio de Janeiro visto de cima é verde. A partir da foto da repórter do jornal, percebemos que a própria Avenida Marechal Floriano é arborizada. Já ouvimos dos alunos do Colégio Pe-dro II que esta é cinza. Mas a foto publicada na página 4 faz cair por terra esse tabu. Como pode ser cinza um lugar que apresenta um mo-numento tão idílico quanto a Paróquia de Santa Rita?

Que expõe as garrafas cromáticas do Armazém Paladino, bar que sempre conserva o letreiro fechado até a metade? Que segura, triunfante, os prédios do Colégio Pedro II, Light e Itamaraty? Que conserva os sapatos artesanais do Souza e os instrumentos da Bandolim de Ouro, assim, com viço de dedilhado dos instrumentistas que lá se reúnem, produzindo uma atmosfera de estudantina, tom sépia-amarelado?

Por essa rua passam ain-da hoje centenas de pesso-as. Antes da construção da Avenida Presidente Vargas, a Rua Larga era a via com maior circulação no Cen-tro do Rio. Inspirado nessa multidão, Chico Anysio deu título a um dos filmes que roteirizou O camelô da Rua Larga, apesar de não apre-sentar sequer uma locação na região, segundo entrevis-ta concedida pelo humorista à Folha da Rua Larga.

As sacarias da Saúde ventam os tecidos tonaliza-dos, panos de diversos tipos acenam uma época proferi-da pelos mais velhos como um tempo bom que não vol-ta mais. “Eu me lembro! Ia com a minha mãe comprar no Dragão, a fera da Rua Larga”. Ou: “Brincava car-naval com o bonde da Light todo enfeitado”. E ainda: “Passava noites maravilho-sas nas casas noturnas da região, tenho histórias im-publicáveis guardadas na recordação”.

Esses foram alguns dos depoimentos que colhi es-pontaneamente pelos cami-nhos, apenas por mencionar “Rua Larga”. Essa expressão dispara uma série de lem-branças de anos dourados, com palavreados, costumes e vestimentas distintos. Po-deríamos publicar coleções com o tema “Memórias da Rua Larga”, apesar da difi-culdade com o registro foto-gráfico.

Há três anos essas memó-rias vêm sendo registradas de forma dinâmica. A cada dois meses, publicamos este peri-ódico para que você, leitor, saiba do que se passa hoje nesta região. Este tabloide de distribuição gratuita visa dialogar com moradores, empresários, trabalhadores e autoridades competentes a respeito da intensa trans-formação pela qual a antiga Rua Larga e seus arredores estão vivenciando.

Tal como fez Pereira Pas-sos, o atual prefeito vem marcando o seu governo com ações estruturais no Centro do Rio. Fica a cargo dos cidadãos que frequen-tam o lugar, independente-mente de ideologia política, discutir de que forma essas ações impactarão a arquite-tura e a aura do coração da cidade.

Tiro a cartola para quem se interessar por ler sobre a região e postar imagens, de-poimentos, críticas e suges-tões em um intervalo menor que dois meses, acessando o site www.folhadarualarga.com.br. Não deixe de dar a sua opinião sobre o impresso e a página na internet do jor-nal. O registro do passar do tempo sempre foi algo im-portante para o ser humano, desde os anos dourados da Rua Larga, quando o Rio era mais verde, mas não mais colorido.

Page 7: Jornal Folha da Rua Larga 26

Com as usinas Angra 1 e Angra 2 gerando o equivalente a mais de 30% do consumo do Estado do Rio de Janeiro

e o avanço da construção de Angra 3, a energia nuclear se torna cada vez mais importante para o desenvolvimento.

Acesse www.eletronuclear.gov.br e conheça mais sobre a energia que está crescendo junto com a nossa cidade.

A EnERgiA dA ElEtRoBRAs ElEtRonuClEAR ContRiBui pARA o CEntRo do Rio CREsCER CAdA vEz MAis.

Foto

: vic

tor M

iran

da

Ministério de Minas e Energia

(21) 3289-2443 / 2206-1800Site: www.principado.com.br E-mail: [email protected]. MARECHAL FLORIANO, 153 A 161 - CENTRO - RIO DE JANEIRO - RJ

Page 8: Jornal Folha da Rua Larga 26

cultura

Carioca, cultural e cadenciadoDiretor do CCC e presidente do Polo Novo Rio Antigo coordena espetáculo na Rua Larga

8folha da rua larga

André Telles

Divulgação

março – abril de 2011

Isnard Manso e a Cia de Dança CCC, em apresentação no Largo de Santa Rita

Cena do espetáculo Bota Abaixo, sobre a reforma do prefeito Pereira Passos

“A dança é um

instrumento de inserção

social muito

importante”

sacha [email protected]

O Beco das Sardinhas, tra-dicional complexo de bares a céu aberto no coração da antiga Rua Larga, já tem o que comemorar. Mesmo não recebendo as melhorias em infraestrutura prometidas pela prefeitura, o lugar será palco de diversas atrações cultu-rais. Dança de rua, música ao vivo e espetá-culo de luzes são algumas das interven-ções que fa-rão parte da programação do Animando a Rua Larga, projeto ide-alizado pelo Instituto Light. Trata-se de um circuito de eventos culturais ao ar livre, que pretende revelar e promo-ver cultura e história locais.

O coreógrafo Isnard Manso mesclou trechos dos espetá-culos Bota Abaixo, em que aborda a reforma de Pereira Passos no Centro do Rio, no início do século XX, e Nove danças, Clarice e uma praça, inspirado em A descoberta do mundo, livro de Clarice Lis-pector: “Nossa matéria-prima é a dança popular. O samba é o princípio gerador de todo o nosso movimento de cena. Não fazemos dança de salão. Fazemos música para ver”, explica o diretor da Cia de Dança Centro Cultural Cario-ca.

O empresário e presidente do Polo Cultural Novo Rio Antigo explica como serão as

noites de 8, 15, 29 de abril e 6 de maio, sempre às sextas, das 18h às 21h, no Beco das Sar-dinhas: “Eu vou ser o DJ com pitombas, maxixes e sambas por uns 15 a 20 minutos. Daí, em seguida, vai entrar o Choro na Feira, tocando por 1h30”. Após a apresentação do gru-

po Choro na Feira, Isnard voltará a tocar por 30 minu-tos. Segundo ele, a cada sexta-feira será feita uma inter-venção urbana diferente.

De acordo com o produ-tor cultural, a performance não apresenta texto ou qual-

quer linguagem verbal: “Não contamos historinha. Todo su-porte é montado em maxixes e sambas. Queremos despertar no cidadão o gosto pela cida-dania e interagir com a pla-teia”, conta.

Nascido e criado em Copa-cabana, amante do rock n’ roll, Isnard revela que, há 20 anos, se apaixonou pelo Centro do Rio. Mudou-se para Santa Tereza e, em 1994, passou a trabalhar na Praça Tiradentes: “Através da dança você co-meça a conhecer a cidade. Ao conhecer a cidade você passa a gostar. Daí, começa a querer proteger”, conceitua.

Além de coreógrafo, é pro-prietário de dois centros cul-turais no Centro do Rio, mora no bairro há duas décadas e preside o Polo Cultural Novo

Rio Antigo, a fim de organizar as próprias reivindicações e as dos vizinhos. “No momento em que a região é palco de um processo de revitalização, é preciso reconstruir a autoes-tima do carioca. Fazemos isso através da dança”, esclarece.

Ele afirma que esta é uma boa oportunidade para conhe-cer a região da Rua Larga: “O objetivo da Light, há muito tempo, é trabalhar a reno-vação urbana da Rua Larga. Morro da Conceição, Cais do Porto... Escavando quatro me-tros para baixo da terra, com certeza irão descobrir muita coisa”.

DOM DE VINHO RUA DOM GERARDO 642516 2645 LOJA F

[email protected]

Page 9: Jornal Folha da Rua Larga 26

9folha da rua larga

cultura

Divulgação

março – abril de 2011

sacha [email protected]

SuperUber redesenha a fachada de Santa RitaArquitetura viva traz fusão do tradicional com o contemporâneo para a Rua Larga

Como parte do calendá-rio de eventos do projeto Animando a Rua Larga, a Light trará para a Ave-nida Marechal Floriano o mais novo conceito em iluminação de fachadas. A produtora SuperUber, que expôs sua obra re-centemente na Bienal Mundial de Criatividade, em Oklahoma, EUA, ex-plica o que é a arquitetura viva: “Múltiplos projeto-res sincronizados cobrem a volumetria com uma camada digital que dá luz, som e movimento ao objeto”. Através de uma técnica inovadora, os ar-tistas visuais Liana Bra-zil, Russ Rive, Marcelo Pontes e Fabiana Moraes transformarão a igreja, erguida em 1721, num objeto lúdico, dotado de som, luz e movimento.

Nos dias 26 e 27 de maio, as projeções terão início às 18h e acontecem de 20 em 20 minutos, até às 22h. Para que o espe-táculo seja completo, a rua será fechada para o trânsito, permitindo que os pedestres assistam ao espetáculo de perto.

A diretora de arte da SuperUber, Liana Brazil, explica que serão produ-zidas animações especial-mente para a arquitetura, por meio de um software customizado que permi-tirá alinhar as imagens sobre cada aresta da vo-lumetria. O projeto cria-ria um diálogo único e original entre arquitetu-ra, animações, software, sincronização, projeção e iluminação.

Que elementos ins-piraram a elabora-ção do roteiro para a projeção na facha-da da Igreja de Santa Rita? De que forma se dará a ambientação? Fabiana Moraes: O pró-prio cenário nos inspirou a criar essa narrativa. Ini-

cialmente, queremos cha-mar a atenção do público do Beco para algo que estará prestes a aconte-cer na Igreja Santa Rita. Ícones tradicionais ca-tólicos, como badaladas de sino, tique-taque do relógio e uma revoada de pombas brancas, marcam o início da performance. O sincronismo de músi-ca e efeitos sonoros com a imagem criará um am-biente fantástico. Num segundo momento, o va-lor histórico e cultural da arquitetura do século XVIII é ressaltado. Li-nhas de luz mostram a riqueza dessa construção. Num terceiro momento, ludicamente, mostrare-mos ao espectador uma transformação do que era concreto e imutável. Des-construiremos a fachada e inseriremos elementos fantásticos que reagirão ao espaço modificado. Quebraremos a tradição do concreto. Criaremos a ilusão de que a fachada está viva e em constante mutação. Será o auge da performance.

Liana Brazil: Quere-mos criar impacto com uma performance mais curta e intensa, que abre a noite, e se repete de meia em meia hora. Ela é segui-da de um conteúdo de am-bientação, que preenche o volume da igreja com cores, texturas e imagens lentas, mostrando que a igreja está viva, prestes a revelar mais imagens a qualquer momento. Para o momento performático, a ideia é começar com algo que chama atenção para a performance, mostrar que controlamos as curvas e ângulos do volume da fachada, e ir aos poucos desconstruindo-a. Múl-tiplos projetores sincro-nizados cobrem a volu-metria com uma camada digital que dá luz, som e movimento à igreja.

O que significa para você criar uma inter-venção urbana em uma área em processo de re-vitalização? Qual o sig-nificado de desconstruir um monumento históri-co do século XVIII no coração de um tradicio-nal complexo de bares a céu aberto na região da Rua Larga?

Fabiana Moraes: É iluminar esse espaço, le-var luzes para todo canto do Beco. É estabelecer a importância de preservar a cultura e o valor histó-rico de nossas obras. É levar ao turista e ao povo carioca o astral do Cen-tro tradicional e rico do Rio de Janeiro. É mostrar que existem outras coisas além da nossa crença, e que as questões mudam conforme necessidade sociocultural.

Liana Brazil: Chamar

a atenção das pessoas para a área, criar impacto e encantamento. Princi-palmente, mostrar que a igreja, o Beco em frente, a rua, a área são donos de uma identidade desenvol-vida ao longo de muitos anos, são espaços públi-cos com história, com vida, com características especiais que podem e devem ser aproveitadas por todos. A arquitetu-ra, principalmente de um prédio antigo, é tida como algo sólido, imutá-vel. A ideia é brincar com essa noção, transformar o real em algo irreal, ines-perado, mutável.

Novo pároco chama para o Dia de Santa Rita

Desde março, a tradi-cional Igreja de Santa Rita tem novo pároco. Bombeiro e devoto de São Jorge, o padre Wagner de Toledo tem algo de muito distinto: o gosto pela cul-tura. Ele convocará todos

os fiéis que visitarem a igreja em 22 de maio, dia de Santa Rita, para as projeções multimídia dos dias 26 e 27 do mesmo mês. O recém-empossado religioso manifesta apoio à cultura: lembra a todo tempo que, em 2011, a paróquia completa 260 anos: “Gosto muito do diálogo com a cultura. Vou chamar a todos do dia da Santa Rita, que costuma acumular mais de 20 mil pessoas na re-gião”, garante.

Padre Wagner costu-ma celebrar a missa de São Jorge, que, segundo ele, leva 150 mil pessoas durante todo o dia 23 de abril. O santo é uma mar-ca do padre, que colocou um cartaz com a imagem da entidade logo que che-gou à paróquia.

“Sou salgueirense, gos-tou muito de carnaval. A igreja é jovem, viva. Meu sonho é fazer um bloco na Avenida Rio Bran-co. Se a Bahia tem os Filhos de Gandhi, aqui, com certeza, teremos os Filhos de Rita”, brinca o padre, que promoveu ba-talha de confete na Igreja de Santo Antônio, onde era pároco, no Méier.

“Estou com uma expec-tativa muito grande. Para nós vai ser uma grande festa e uma homenagem tanto pelo dia de Santa Rita quanto pelos 260 anos da paróquia. Tenho grande preocupação com a conservação do patri-mônio. Temos que ver manutenção de fiação, telhados, calhas, verifi-car marquises e focos de água parada. Este lugar é uma coisa fantástica. O Morro da Conceição, logo ali, é um dos últimos morros remanescentes da fundação da cidade.

Divulgação

Page 10: Jornal Folha da Rua Larga 26

social

10folha da rua largamarço – abril de 2011

Inclusão digital, capacitação e cuidados médicos são alguns dos serviços prestados

Central do Povo completa 105 anos de cidadania

fabiola buzim e sacha [email protected]

Divulgação

ICP: auxílio em identificação civil e domínio da linguagem digital

O Instituto Central do Povo completa 105 anos no dia 13 de maio. Além do aniversário, a instituição comemora duas parcerias firmadas em 2011, com o projeto Criança Esperança e com a Coca-Cola. Nesta última, a proposta é quali-ficar 600 pessoas para tra-balharem nas fábricas da empresa.

“Temos boas expec-tativas nessas parcerias. É um modo de ampliar nossas ações”, explica Regina Camargo, asses-sora institucional do ICP. “Nós atuamos numa área onde vivem cerca de 400 mil moradores dos Mor-

ros da Providência, Gam-boa, Saúde, Santo Cristo, Central do Brasil e Zona Portuária. Há uma grande demanda de pessoas que procuram o Instituto sem perspectiva de trabalho e de vida”, comenta.

Já o diretor Ronaldo Pe-reira afirma que, atualmen-te, há uma preocupação em orientar os moradores da região para as transforma-ções que vão ocorrer com o Projeto de Revitalização do Centro, principalmen-te para os moradores que terão suas casas desapro-priadas. “Esperamos que o governo exerça o seu papel de estado democrático. Os

moradores devem ser re-conhecidos como cidadãos e ter seus direitos garanti-dos. Qualquer intervenção do governo (municipal, es-tadual ou federal) deve ser pautada pelo diálogo. Mas as pessoas que se sentirem prejudicadas podem con-tar com o ICP para ajudar, orientar, inclusive com a assessoria jurídica”, afirma.

O instituto, fundado em 1906 pelo missioná-rio norte-americano Hugh Tucker, desenvolve uma obra abrangente e está re-lacionado essencialmente à área de educação. Em parceria com a Prefeitura Municipal do Rio de Ja-

Page 11: Jornal Folha da Rua Larga 26

11março – abril de 2011

fabiola [email protected]

11folha da rua larga

Cuidado com os dentes é um dos inúmeros serviços oferecidos gratuitamente

neiro, mantém a Creche Escola, oferecendo ensi-no em horário integral às crianças a partir de três meses de idade. “Aqui elas recebem alimentação, banho e quatro refeições diárias. Temos uma sala de leitura multifuncional, um cineminha e um espa-ço para recreação”, expli-ca Regina.

Mantido pela Igreja Metodista do Brasil, o ICP recebe doações de pa-íses como EUA, Alema-nha, Espanha e Holanda. O Instituto também admi-nistra um centro médico, que oferece atendimento gratuito de clínico geral, dentista, fisioterapia e gastroenterologia. Só no ano passado, foram rea-lizados 5.500 atendimen-tos. “Também fazemos pequenas cirurgias e te-mos parcerias com médi-cos solidários, que abrem seus consultórios e assim

social

conseguimos atendimento para todas as especialida-des”, comenta a assesso-ra.

O Programa de Inclusão Digital e a Padaria Esco-la são outros projetos de-senvolvidos. O primeiro, em parceria com Comitê para Democratização da Informática (CDI), ofere-ce cursos de formação em informática, com duração de quatro meses. Já na padaria, os alimentos pro-duzidos nas aulas – pães, biscoitos, bolos e doces – são servidos na creche ou vendidos para a comuni-dade a preços populares.

O assistente social ame-ricano Marion Way reside no Brasil há 49 anos em função do projeto e acom-panhou de perto o cresci-mento do ICP. Ele explica que o fundador esperava que esse tipo de trabalho não fosse necessário por muito tempo, mas o que

acontece é o contrário. “É um histórico de ações concretas. Formamos uma rede de pessoas, são, ao todo, 65 funcionários e alguns voluntários. É gratificante relembrar as histórias de pessoas que chegavam aqui sem pers-pectiva e que saíram com outro olhar sobre a sua re-alidade”, comemora.

O pedagogo Sérgio Sil-va, de 37 anos, é fruto desse trabalho. Ele che-gou ao projeto com qua-tro anos de idade e hoje é coordenador pedagógico da instituição. “Eles pa-garam a minha faculda-de. Sou um exemplo de que o trabalho social bem estruturado pode de fato modificar a vida de uma pessoa”, garante.

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Page 12: Jornal Folha da Rua Larga 26

cidade

Volta às aulas na BandolimAs tradicionais oficinas de música voltam à antiga loja-luthier

12folha da rua largamarço – abril de 2011

sacha [email protected]

Carolina Monteiro

Riquinho dos Anjos, com seu cavaquinho, ao lado de Daniela Souto, dona da Ao Bandolim de Ouro

Após trocar de endere-ço – passou do número 52 ao 120, na mesma Avenida Marechal Floriano – a tra-dicional loja de instrumen-tos musicais Ao Bandolim de Ouro voltará a oferecer os seus celebrados cursos de música. Riquinho dos Anjos é um dos professores confirmados para ministrar oficinas de cavaquinho, violão, voz e bandolim. Segundo a proprietária, Daniela Souto, a previsão de abertura de vagas já é no início de maio.

Por ter como marca a fabricação própria de ins-trumentos de excelência, a loja conserva ícones da MPB em sua cartela de clientes, como Paulinho da Viola, Dudu Nobre e Beth Carvalho. Todos os sábados pela manhã uma roda de chorões ocupa quase todo o espaço da pequena loja. Estudantes, trabalhadores e curiosos param para assistir e mui-tos acabam “dando uma palhinha”. Os encontros são uma espécie de ensaio aberto, momento de expe-rimentação e celebração musical entre amigos.

As oficinas de música da

loja Ao Bandolim de Ouro já contaram com mestres como Dino Sete Cordas e Zé do Cavaco. Depois de quatro anos de interrupção nos cursos e mudança de endereço, as aulas prome-tem retornar a pleno vapor. Daniela Souto conta que nunca tinha conversado com Riquinho, apesar de ser cliente antigo: “Um amigo indicou o Riquinho como professor. Vi a apos-tila que ele faz: é exem-plar”, avalia.

Riquinho dos Anjos con-ta que sua vida se resume, desde o seu nascimento, a uma palavra: superação. “Nasci com 6 kg, língua presa, paralisia facial e uma deformidade congêni-ta nas mãos. Fui direto para a mesa de operação. Estar aqui com vocês é um mi-lagre”, relata. O integrante da Velha Guarda Musical da Portela cursou faculda-de de Matemática. Depois de graduado, passou a se dedicar inteiramente a mú-sica.

O músico lembra que o primeiro professor de ca-vaquinho a quem procurou disse que ele não poderia tocar o instrumento. Ao

ouvir um segundo mestre, Riquinho foi incentivado a prosseguir: “Quer tocar cavaquinho? Então você vai tocar”. A partir de en-tão trilhou sua trajetória na música passando a domi-nar diversos instrumentos.

Hoje, ele é professor: “Mestre é aquele que sen-sibiliza, faz a pessoa se de-senvolver, estimula. Desa-fiaram-me muito. Até hoje me desafiam, chamando de carregador de cavaquinho. Quando começo a passar o som, acham que dou o hoddie. Mas no momento em que começo a tocar, vi-ram fãs, querem tirar foto comigo”, comemora.

“O Zé do Cavaco se sur-preendeu em 2002, quan-do, aqui na loja, toquei com o cavaquinho de cabe-ça pra baixo”, lembra Ri-quinho, enquanto toca mú-sica clássica, bossa nova e dó re mi fá em um cavaqui-nho de destro, apesar de ser canhoto.

Para saber mais sobre os cursos, informe-se pelo te-lefone (21) 2233-2696.

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folha da rua larga

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Page 13: Jornal Folha da Rua Larga 26

folha da rua larga

13cidademarço – abril de 2011

morro da conceição As vantagens de se conservar o patrimônio histórico

sacha leite e fabiola [email protected]

teresa speridiã[email protected]

Vilma Lúcia Gomes Coutinho, uma educadora exemplar

José Matoso, dono do Gioconda Café, ao lado da gerente, Elisângela Araújo

Após formar-se em magistério, Vilma Lúcia Gomes Coutinho teve várias oportunidades de seguir outros caminhos profissionais, mas prefe-riu ensinar. A jovem pro-fessora então alugou uma pequena casa no Morro da Conceição, onde começou a dar aulas para acompa-nhamento escolar e cuida-dos iniciais nos primeiros anos de vida.

Em 1979, com um nú-mero crescente de crian-ças que necessitavam de um espaço de estudo e alimentação, ela criou a Cape Gamboa, que tinha como objetivo ajudar as mães carentes da região. Com o passar do tempo e o aumento da procura pelo espaço, as dificulda-des também aumentaram, pois ela não contava com nenhum apoio governa-mental ou empresarial.

Era preciso ter uma equi-pe técnico-pedagógica eficiente para assistência integral na educação dos alunos que chegavam de todos os lados.

A professora então criou a Creche Escolar Paraíso Infantil, com a finalida-de de obter recursos pró-prios para a continuidade da assistência às crianças bolsistas, que tanto neces-sitavam desse apoio.

Veio a nova fase da escola. Empreendedoris-mo e idealismo aliados à metodologia pedagógica

tradicional, voltada para a formação holística das crianças, associada a uma equipe eficiente foi a re-ceita certa para ensinar e preparar as crianças para um futuro bem-sucedido. Por esse motivo, o Para-íso Infantil está cada vez mais sólido e crível.

Hoje, o espaço físico é dez vezes maior do que quando começou, contan-do com turmas da pré-es-cola ao primeiro segmen-to do ensino fundamental (antigo primário) e do segundo segmento do en-sino fundamental (antigo ginásio), além de berçário e cursos de informática, inglês e capoeira.

São gerações que se sucedem, ex-alunos que hoje levam seus filhos para a escolinha. Vilma Lúcia Gomes Coutinho, uma iluminada do ensino, faz o nosso país mais rico

e o Morro da Conceição orgulhoso em colecionar personagens que passam com suas histórias fasci-nantes através dos seus quatro séculos. Não é por acaso que o uniforme do Paraíso Infantil é branco e verde: paz e esperança. E fica ali, na Travessa do Sereno, com a Pedra do Sal aos seus pés. É quase um paraíso mesmo!

Creche Paraíso Infantil

Como adequar a fachada do seu imóvel e conservar o melhor espírito do Rio An-tigo? As dúvidas de alguns leitores levaram a Folha da Rua Larga a buscar o códi-go de conduta exigido pelas autoridades competentes aos comerciantes que possuem imóveis tombados. “Em uma área de revitalização é natural que os cidadãos encampem incentivos”, opina José Mato-so, proprietário do restauran-te Gioconda Café. Uma vez feita a adequação, Matoso propõe que existam contra-partidas práticas para que os cidadãos possam manter os benefícios adquiridos com as obras.

Paulo Vidal, coordenador de Conservação da Secreta-ria do Patrimônio Cultural (Subpc), declarou à Folha da Rua Larga já existirem incentivos para os que con-servam o imóvel preservado: “Além da isenção de IPTU, eles ficam isentos de taxa de

Prefeitura responde às dúvidas dos comerciantes que ocupam imóveis tombadosCarolina Monteiro

dado, no caso de imóveis que estejam dentro do perímetro da Operação Urbana Consor-ciada Porto Maravilha: “Estão previstas na Lei 5128/2009 a remissão de dívidas de IPTU, a isenção de pagamento de ITBI na venda do imóvel, en-tre outras vantagens”. Além disso, Vidal adianta que está sendo elaborado um Plano de Investimento no Patrimô-nio Cultural da Área do Porto Maravilha, a fim de progra-mar financiamentos com cha-madas por edital, a ser lança-do pela CDURP em conjunto com a SMC/Subpc.

Ainda de acordo com Pau-lo Vidal, há previsão de mul-tas para os imóveis em estado inadequado de conservação, que venham a colocar em risco a população. As obras executadas sem prévia auto-rização e licenciamento tam-bém estão sujeitas a penaliza-ção. Segundo o coordenador, estas taxas são aplicadas pela Secretaria Municipal de Ur-banismo, e há, ainda, previsão de multa no valor de 50% do dano causado ao Patrimônio Cultural, conforme estabelece a legislação federal (Decreto Lei 25/1937).

Saiba como obter a isenção de taxas

Como saber se um imóvel é tombado? Entre em contato com a SUBPC, através do telefone 2976-6626, e informe o endereço do imóvel. A reposta é imediata.

Qual é o procedimento para solicitar a isenção de IPTU? Os processos são abertos na Secretaria Municipal de Fazenda, na Coordenadoria do IPTU. Anteriormente à abertura deste processo, deverá ser solicitado à SUBPC, em processo próprio, o Certificado de ade-quação do imóvel. Mais informações pelo telefone 2976-6626, com um dos arquitetos que compõem o quadro da SUBPC.

De que forma é possível solicitar a isenção de ISS? Os pedidos de reconhecimento de isenção de ISS deverão ser protocolados na Coordenadoria do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza da Secretaria Municipal de Fazenda e individualizados por tributo.

Como denunciar obras irregulares? Entrar em contato com os órgãos descentralizados da SMU responsáveis pelos embargos, a fim de registrar a denúncia, ou contatar a SUBPC, através do telefone 2976-1000, ou através da ouvidoria da Prefeitura do Rio de Janeiro, site www.rio.rj.gov.br e telefone 1746.

Posso parar de pagar IPTU porque o imóvel foi tombado ou preservado? Não. As isenções não são automáticas e devem ser solicitadas.

Em quanto tempo consigo obter a isenção de IPTU? Não há tempo determinado para conclusão dos processos.

Onde posso encontrar informações recomendáveis sobre manutenção e conservação de imóveis tombados? No site: www.rio.rj.gov.br/patrimonio ou pelo telefone 2976-6626.

Fonte: Subsecretaria do Patrimônio Cultural, Intervenção Urbana, Arquitetura e Design (SMC/Subpc)

licenciamento da obra, e a empresa contratada, isenta de pagamento de ISS”. O coor-denador reconheceu a impor-tância da divulgação dessas informações para a população: “É importante saber destes be-

nefícios, pois as obras ficam mais baratas, uma vez que a empresa contratada não paga-rá o imposto”, explica Vidal.

Ele enumera ainda outras vantagens de se conservar e manter o patrimônio resguar-

Page 14: Jornal Folha da Rua Larga 26

gastronomia

receitas carolSacabral: uma combinação perfeita de arte e boa comida

karina [email protected]

ana carolina [email protected]

Confira outras receitas da Carol no blog nacozinhacomcarol.

blogspot.com

14folha da rua larga

Todos os móveis são feitos de material reciclado

março – abril de 2011

O outono já chegou e o verão vai deixar saudades... Por outro lado, um clima mais fresco e ameno com-bina muito bem com a boa mesa. É nesse clima que vamos para a cozinha, ins-pirados numa culinária leve e aproveitando a Páscoa que já é no final do mês. Nessa época, as mesas ficam far-

tas e o bacalhau vira car-ro-chefe, porém temos ou-tros peixes que podem fa-zer esse papel muito bem, como na receita de hoje: tilápia ao alho e limão.

Isso na verdade é um in-centivo para aumentarmos nosso consumo de peixe e desmitificarmos a presença deles em nossa cozinha.

500 g de filés de tilápia ou outro peixe branco de carne firme, limpo e sem espinhas

10 dentes de alho partidos grosseiramente

10 molhos de alho

2 colheres de chá de azeite

6 colheres de sopa de suco de limão

Sal e pimenta a gostoSão oferecidas mais de 100 opções de pratos

Carolina Monteiro

Carolina Monteiro

O momento dedicado ao almoço não precisa ser sempre algo corrido e es-tressante. É possível unir uma boa refeição a um lo-cal aconchegante sem que se perca a hora de voltar ao batente. E o restaurante e bar Sacabral é uma prova concreta disso. Inaugura-do em maio do ano passa-do, o Sacabral Bar Art and Gallery é, como o próprio nome diz, uma mistura de restaurante, bar e galeria de arte.

Localizado na Rua Saca-dura Cabral, esquina com a Ladeira do Escorrega, o Sacabral Bar Art and Gal-lery ocupa um grande espa-ço de dois andares, decora-do por tudo quanto é tipo de arte. Atualmente, estão expostos na casa quadros de artistas do Morro da Conceição. Além de exibir obras que são colocadas à venda, a casa é também de-corada com objetos pesso-ais dos seus donos, que vão desde uma coleção de mo-tos de todos os tamanhos e tipos, até instrumentos musicais produzidos com os mais diversos materiais, como um baixo de tama-nho original feito de arame de solda ou um incrível sa-xofone de bambu.

“A maioria dos objetos decorativos do Sacabral vem da nossa casa. Nós adoramos o artesanato, as relíquias. Nossa casa pa-rece um antiquário. Então tivemos a ideia de trazer muitas coisas para cá para compartilhar essas bele-zas com outras pessoas”, explica a proprietária da casa e artista plástica Ana Tannus. Ela e o marido, Carlos Alberto de Sou-za, que é arquiteto, têm também outra “mania”: a reciclagem. Toda arte ex-posta na casa tem como tema o uso de materiais reciclados. Além disso, as

paredes e os objetos deco-rativos são feitos em mate-rial reutilizado. Os móveis e os lustres, desenhados por Carlos, são todos di-ferentes uns dos outros, e o resultado é um ambiente moderno e eclético.

A qualidade da comida servida no Sacabral não fica a dever em nada para a beleza do lugar. Os donos são experientes no ramo e já possuem outro restau-rante, o Astrobar, no Pla-netário da Gávea, de onde eles trouxeram o cozinhei-ro, que já trabalha com eles há seis anos.

A casa serve todos os tipos de pratos. O cardá-

pio muda diariamente para atender uma clientela fiel e exigente. “Servimos mais de 100 tipos de pratos. Sempre temos opções mais simples e baratas, e outras mais requintadas, assim conseguimos agradar a to-dos os nossos clientes, que podem comer aqui todos os dias, sempre variando de prato”, diz a proprietária.

De entrada, a sugestão é queijo brie com geleia de damasco (R$18) ou a clássica porção de pastel (R$12). Como prato prin-cipal, algumas sugestões são filé mignon ao molho de requeijão com fritas (R$ 22,20), risoto de ca-

marão (R$ 22,20), carne seca desfiada com purê de abóbora (R$16,80) ou a famosa lula com arroz de brócolis (R$ 22,20). Outro prato que faz muito sucesso é moqueca de pei-xe com pirão (R$ 24). Nos dias mais frios, a casa ser-ve também caldos, como os de batata baroa, ervilha e cebola (R$ 14,10).

É aconselhável guardar lugar para a sobremesa. São deliciosos os doces caseiros de frutas, feitos pela mãe da proprietária (R$ 4). A lotação da casa na hora do almoço, onde cabem mais de 120 pesso-as sentadas, é uma prova de que boa comida e am-biente agradável são uma combinação perfeita para quem quer almoçar no Centro da cidade.

Rua Sacadura Cabral 63A - Praça Mauá

Fone: (21) 2233-6030

Tilápia ao alho com limãoACP

Ingredientes

Aqueça uma frigidei-

ra com metade do azeite. Quando estiver bem quente coloque metade dos filés com a parte da pele para baixo, junto com metade do alho e das folhas de louro. Polvilhe sal e pimenta. Dei-xe que os peixes cozinhem levemente até ficarem com um tom dourado. Coloque metade do suco de limão na frigideira e vire os peixes com a ajuda de uma espá-tula, com cuidado para não machucá-los. O segredo é esperar a frigideira estar bem quente antes de colo-

Modo de preparo:

cá-los. Deixe que dourem de ambos os lados e reti-re-os do fogo, regue a fri-gideira com água e guar-de o caldo que se formar. Repita o mesmo processo. No momento de servir, re-gue os peixes com o caldo e decore com folhas de louro frescas e dentes de alho. Bon apetit!

Page 15: Jornal Folha da Rua Larga 26

Gastronomia Internacional

Rua Miguel Couto, 105 – Loja B – Centro – Rio de Janeiro Tel.: (21) 2516-2409

Além dos mais deliciosos

pratos espanhois,

o restaurante Fim de Tarde

oferecerá nesta páscoa

o imperdível bacalhau

da Noruega.

Vale a pena conferir!

março – abril de 2011 folha da rua larga

lazer

15

Menino, por que estás triste? Vai brincar, não me ouvistes?Menino de olhar calado,acorda cá do meu lado. O barquinho de papeltambém serve de chapéu.

andré [email protected]

O campo vermelho e branco.

No ombro, trabalho sem pranto. O corpo pesado que pede.

Poesia Pintada

E se não ficar perfeito,dá aqui que eu endireito. Deverias estar prosanesta fase azul e rosa.Devias ser poesiapra brincar no dia a dia.

Negra esguia,de vida bruta,que conduziacesta de fruta.

Tão coloridaa tua veste:vermelho sangue,azul celeste.

Da planta faz floco de neve.

AZUL E ROSA

COLORIDA

FLOCO DE NEVE

Page 16: Jornal Folha da Rua Larga 26

dicas da cidade Chorinho-matinê no Centro Cultural Light

16folha da rua larga

lazer

sacha [email protected]

março – abril de 2011

Você sabia que 2011 é o Ano Internacional dos Afrodescendentes? Pen-sando nos homenagea-dos, o Centro Cultural da Justiça Federal fará jogos, dramatizações e

contações de histórias so-bre o continente africano, em que o público parti-cipa como personagem. De terça a sexta, das 13h às 17h, durante o mês de abril. Entrada franca.

África hereditária e interativa

Rio antigo, um passeio no tempo

Centro do Rio a pé

O projeto Choro Ape-ritivo traz Ronaldinho do Cavaquinho ao pal-co do Centro Cultural Light. Grandes mestres do Chorinho, como Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth, Ana-cleto, Raphael Rabello, Pixinguinha, Jacob do Bandolim e Waldir Aze-vedo, e suas inesquecí-veis composições serão homenageados ao longo de dezesseis espetácu-los.

Desde 2008, Ronal-dinho do Cavaquinho apresenta o Show Itine-rante, realizado em 26 cidades do interior do estado e assistido por mais de nove mil pesso-as. Nesse projeto, duas mil crianças e jovens ouviram pela primeira vez o Choro e conhece-ram a história da MPB desde o século XIX. Em 2009, ele foi o anfitrião

do projeto Cavaqui-nho Delicado, tribu-to a Waldir Azeve-do pelos 60 anos de lançamento da obra Brasileirinho. Uma homenagem de gran-de repercussão de crítica e público. Os dois eventos foram patrocinados pela Light e pela Lei de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro.

Sempre às segun-das-feiras, 12h30, o grande público terá a oportunidade de conferir as apresen-tações, em que Ro-naldinho do Cava-quinho será o mestre de cerimônias. Com entrada a preços po-pulares (R$ 10 e R$ 5), a renda arrecada-da com a venda de ingressos será des-tinada à instituição Aliança dos Cegos.

O BISTRÔ DO BECO, localizado em um casarão secular do Centro Histórico, no Beco das Sardinhas, abre suas portas para almoço executivo com pratos ornamentais e culinária francesa.

Cada dia do ano, uma surpresa!

Além dos pratos fixos do cardápio, oferecemos um novo prato a cada dia.

Menu Executivo

Entrada - Prato Principal - Sobremesa - Taça de Vinho

Aceitamos todos os cartões de crédito.

Rua Miguel Couto, nº 139 - sobrado - Centro do Rio

Ligue e reserve: (21) 2223-3970

Ronaldinho do Cavaquinho recebe convidados

Ainda no CCJF: o de-partamento de educação da instituição contará a História do Rio desde a época indígena até os anos dourados da antiga capital federal. Vestimen-

tas e acessórios utilizados pelas mediadoras e pelo público contarão a história da cidade. De terça a sex-ta, das 13h às 17h, durante o mês de abril. Entrada franca.

Quer fazer algo dife-rente no domingo de Pás-coa? Na data, o Roteiro Geo Rio trilhará o (Re) Conhecendo o Centro do Rio a Pé. O ponto de en-contro será às 9h55, no Mosteiro de São Bento. O passeio seguirá pelas

ruas do Centro e seus monumentos até as 14h, finalizando no Largo da Carioca. As visitas são gratuitas e guiadas por um grupo de professores e pesquisadores da UERJ. Informações: [email protected]

Durante os meses de Choro Aperitivo, Ronal-dinho tem recebido solis-tas de grande expressão do Choro carioca. Ade-milde Fonseca, a rainha do chorinho (14/03), e o bandolinista Joel do Nas-cimento (28/03) já de-clararam amor ao ritmo tipicamente brasileiro no auditório do CCL. Fica o convite para assistir tanto aos consagrados Valmar Amorim, Zé Calixto, Déo Rian e Daniela Spiel-mann, como também aos representantes da nova geração de talentos, por exemplo, a flautista Ana Carolina, que fez uma apresentação no dia 4 de abril, e o guitarrista Mar-celo Nami, que se apre-senta no dia 6 de junho.

Choro Aperitivo

Segundas-feiras, às 12h30

Valmar Amorim | 18 de abrilZé Calixto | 2 de maioDéo Rian | 16 de maioMarcelo Nami | 6 de junhoDaniela Spielmann | 20 de junho