20
Ceará em Brasília Ceará em Brasília CORREIOS DEVOLUÇÃO GARANTIDA Impresso Especial 9912205638/DR/BSB Casa do Ceará em Brasília CORREIOS Jornal da Casa do Ceará Ano XXIII - 241 - Julho de 2012 www.casadoceará.org.br Editorial, pág. 2 Expediente, pág. 2 Espaço Luciano Barreira, Desabafo, pág.2 Conversando com o Leitor, pág. 2 Samburá - Avenida Beira Mar, pág. 3 Tribunal de Justiça tem nova desembargadora, pág. 4 PIB do Ceará cresce 3,4% no 1º trimestre e supera a média nacional no período, pág.4 Anúncio de José Lírio, pág. 4 Hospital Regional Metropolitano será construído em Maracanaú e terá 432 leitos, pág. 5 Senado aprovou incentivo do IPI para acabar com o “pau de arara”, pág. 5 Anúncio da Marquise, pág. 5 Cultura - Raimundo Cela e as jangadas do Ceará, de Isabel Lustosa, pág. 6 Leituras I - Artigo de Narcelio Limaverde, Aratacas em Ação, pág. 6 Leituras II - Artigo de Wilson Ibiapina, Pulando a cerca, pág.7 Anuncio do Uniceub, pág. 7 Leituras III - Artigo de Nelson Faheina, A cachaça “pau de urubu”, pág.8 Censo 2010 - Brasileiro vive 25 anos a mais em relação a 1960, pág. 8 Governo do DF anistia multas por falta de alvará, pág.8 Sancionada restrição à venda de uniformes militares e policiais, pág.8 Leituras IV - Artigo de JB Serra e Gurgel, As armas e os barões assinalados, pág.9 Censo - Ceará é segundo Estado mais Católico do País, pág.9 Anúncio do Governo do Estado do Ceará, págs. 10 e 11 Leituras V - Artigo de José Wilson Pereira, Retalhos de lembranças do menino do Choró, As lavadeiras do Rio Choró, pág.12 239 anos de fundação - Sobral amplia posição como polo de desenvolvimento pág. 12 Leituras VI - Artigo de Lustosa da Costa, Morrer não está com nada, pág. 13 Leituras VII - Artigo de João Soares Neto, O Centenário do “cearense” Luiz Gonzaga, pág.13 Anúncio da Confere, da Confederal, pág. 14 Leituras VIII - Artigo de Newton Pedrosa, Meu Avô Antonio Soares, pág. 15 Policlínica garante exames e consultas a 614 mil habitantes da Região Norte, pág. 15 UNIFOR formou seus 47 novos médicos. Éa primeira turma a colocar grau no Curso de Medicina, pág.15 Cid Gomes pede a Lojistas Programa Liquida no interior, pág. 16 Dos R$ 415 milhões do BNDES apenas R$ 28,4 milhões para o Ceará, pág. 16 Eleições 2012: Metade dos candidatos tem entre 45 e 59 anos, pág. 16 Anúncio da Nacional Gás, pás. 16 Castelão com 80% da obra pronta. Montagem da cobertura empolga Fortaleza, pág. 17 Anúncio de Aguiar de Vasconcelos, pág. 17 Página da Mulher - artigo de Regina Stella, Parece que foi ontem..., pág. 18 Receita da Culinária Cearense, pág. 18 Médicos alertam para vício em bronzeamento, pág. 18 Leituras IX - Humor Negro & Branco Humor, O eterno Joãozinho, pág. 19 Anúncio do Beach Park, pág. 20 Leia nesta edição Os ganhadores do troféu Sereia de Ouro 2012: procurador Roberto Gurgel, médico Alberto Lima de Souza, empresário Euvaldo Bringel Olinda e ex-Governador Ciro Gomes O brilho e o show da Festa Junina da Casa do Ceará em 2012 Educação Corporativa / Palestra de Bill Clinton abrirá projeto de Educação Corporativa na Unifor. Leia mais na pág. 19 Acarati ganhou Policlínica para 110 mil pessoas e Aeroporto Regional para o turismo do Litoral Leste. ministro Ayres de Brito, do STF Ciro Gomes (Sobral) Roberto Gurgel (Fortaleza) Euvaldo Bringel Olinda (Saboeiro) Foram anunciados em Fortaleza os quatro homenageados do troféu “Sereia de Ouro” da TV Verdes Mares em 2012, idealizado por industrial Edson Queiroz. Serão o procurador geral da República, Roberto Monteiro Gurgel Santos; o médico Alberto Lima de Souza, especialista pela Sociedade Brasileira de Pediatria; o empresário e presidente do Instituto Frutal, Euvaldo Bringel Olinda; e o ex-ministro da Integração Nacional e ex-governador, Ciro Ferreira Gomes. Os homenageados vão receber o troféu “Sereia de Ouro” no dia 28 de setembro, às 21h, no Theatro José de Alencar em Fortaleza. O troféu foi idealizado há 42 anos pelo industrial Edson Queiroz. dr. Alberto Lima de Souza Dois momentos cruciais da Refina. Na primeira foto, o ex-Presidente Lula e o governador Cid Gomes anunciaram a construção da Refinaria Premium no Pecém. O anúncio seu na gestão de Sergio Gabrielli, na Petrobrás, que nunca foi a favor, mas Lula falou mais alto. A atual presidente da Petrobras, Graça Foster, junto com os “indios” adiaram a Refinaria. Na segunda foto, o governador Cid Gomes foi a Graça Foster manifestar sua indignação contra o adiamento da Refinaria que levará anos para ser construida. A Refinaria pode até sair mais rápido com parceria com grupo privado, que não seja grego,espanhol e italiano, mas primeiro os “indios” terão que abandonar suas ocas, aldeias e “reservas” no Pecém. Presidente da Petrobrás garante refinaria Premium II no Ceará. Unidade deve entrar em operação entre o fim de 2017 e meados de 2018. Leia mais na pág. 13 O Governador Cid Gomes cumpriu mais duas de suas promessas em 04.08,entregando a Policlínica Regional de Aracati para o atendimento de 110 mil pessoas de Aracati, Fortim, Icapuí e Itaiçaba, com investimentos de R$ 8,1 milhões, e inaugurando o Aeroporto Regional de Aracati, com 2,200 metros de pista, por 30 de largura, e que vai atender a demanda turística do Litoral Leste, com investimentos de R$ 23,7 milhões. O Aeroporto será operado pela TAM Aviaçã Regional que lá instalará o Centro de Tecnologia, Manutenção e Comercializaçãode Aeronaves e Prestação de Serviços Aeronáuticos. Cravadas as primeiras estacas da Companhia Siderúrgica do Pecém. Leia mais na pág. 20

Jornal Julho 2012

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Jornal da Casa do Ceará

Citation preview

Page 1: Jornal Julho 2012

Ceará em BrasíliaCeará em BrasíliaCORREIOS

DEVOLUÇÃOGARANTIDA

ImpressoEspecial

9912205638/DR/BSBCasa do Ceará em Brasília

CORREIOS

Jornal da Casa do Ceará Ano XXIII - 241 - Julho de 2012www.casadoceará.org.br

Editorial, pág. 2Expediente, pág. 2Espaço Luciano Barreira, Desabafo, pág.2Conversando com o Leitor, pág. 2Samburá - Avenida Beira Mar, pág. 3Tribunal de Justiça tem nova desembargadora, pág. 4PIB do Ceará cresce 3,4% no 1º trimestre e supera a média nacional no período, pág.4Anúncio de José Lírio, pág. 4Hospital Regional Metropolitano será construído em Maracanaú e terá 432 leitos,

pág. 5Senado aprovou incentivo do IPI para acabar com o “pau de arara”, pág. 5Anúncio da Marquise, pág. 5Cultura - Raimundo Cela e as jangadas do Ceará, de Isabel Lustosa, pág. 6Leituras I - Artigo de Narcelio Limaverde, Aratacas em Ação, pág. 6Leituras II - Artigo de Wilson Ibiapina, Pulando a cerca, pág.7Anuncio do Uniceub, pág. 7Leituras III - Artigo de Nelson Faheina, A cachaça “pau de urubu”, pág.8Censo 2010 - Brasileiro vive 25 anos a mais em relação a 1960, pág. 8Governo do DF anistia multas por falta de alvará, pág.8Sancionada restrição à venda de uniformes militares e policiais, pág.8Leituras IV - Artigo de JB Serra e Gurgel, As armas e os barões assinalados, pág.9Censo - Ceará é segundo Estado mais Católico do País, pág.9Anúncio do Governo do Estado do Ceará, págs. 10 e 11Leituras V - Artigo de José Wilson Pereira, Retalhos de lembranças do menino do

Choró, As lavadeiras do Rio Choró, pág.12239 anos de fundação - Sobral amplia posição como polo de desenvolvimento pág. 12Leituras VI - Artigo de Lustosa da Costa, Morrer não está com nada, pág. 13Leituras VII - Artigo de João Soares Neto, O Centenário do “cearense” Luiz Gonzaga,

pág.13Anúncio da Confere, da Confederal, pág. 14Leituras VIII - Artigo de Newton Pedrosa, Meu Avô Antonio Soares, pág. 15Policlínica garante exames e consultas a 614 mil habitantes da Região Norte, pág. 15UNIFOR formou seus 47 novos médicos. Éa primeira turma a colocar grau noCurso de Medicina, pág.15Cid Gomes pede a Lojistas Programa Liquida no interior, pág. 16Dos R$ 415 milhões do BNDES apenas R$ 28,4 milhões para o Ceará, pág. 16Eleições 2012: Metade dos candidatos tem entre 45 e 59 anos, pág. 16Anúncio da Nacional Gás, pás. 16Castelão com 80% da obra pronta. Montagem da cobertura empolga Fortaleza, pág. 17Anúncio de Aguiar de Vasconcelos, pág. 17Página da Mulher - artigo de Regina Stella, Parece que foi ontem..., pág. 18Receita da Culinária Cearense, pág. 18Médicos alertam para vício em bronzeamento, pág. 18Leituras IX - Humor Negro & Branco Humor, O eterno Joãozinho, pág. 19Anúncio do Beach Park, pág. 20

Leia nesta edição

Os ganhadores do troféu Sereia de Ouro 2012: procurador Roberto Gurgel, médico Alberto Lima de Souza, empresário Euvaldo Bringel Olinda e ex-Governador Ciro Gomes

O brilho e o show da Festa Junina da Casa do Ceará em 2012

Educação Corporativa / Palestra de Bill Clinton abrirá projeto de Educação Corporativa na Unifor. Leia mais na pág. 19

Acarati ganhou Policlínica para 110 mil pessoas e Aeroporto Regional para o turismo do Litoral Leste.

ministro Ayres de Brito, do STF

Ciro Gomes (Sobral) Roberto Gurgel (Fortaleza) Euvaldo Bringel Olinda (Saboeiro)Foram anunciados em Fortaleza os quatro homenageados do troféu “Sereia de Ouro” da TV Verdes Mares em 2012, idealizado por industrial Edson Queiroz. Serão o procurador geral da República, Roberto Monteiro Gurgel

Santos; o médico Alberto Lima de Souza, especialista pela Sociedade Brasileira de Pediatria; o empresário e presidente do Instituto Frutal, Euvaldo Bringel Olinda; e o ex-ministro da Integração Nacional e ex-governador, Ciro Ferreira Gomes. Os homenageados vão receber o troféu “Sereia de Ouro” no dia 28 de setembro, às 21h, no Theatro José de Alencar em Fortaleza. O troféu foi idealizado há 42 anos pelo industrial Edson Queiroz.

dr. Alberto Lima de Souza

Dois momentos cruciais da Refina. Na primeira foto, o ex-Presidente Lula e o governador Cid Gomes anunciaram a construção da Refinaria Premium no Pecém. O anúncio seu na gestão de Sergio Gabrielli, na Petrobrás, que nunca foi a favor, mas Lula falou mais alto. A atual presidente da Petrobras,

Graça Foster, junto com os “indios” adiaram a Refinaria. Na segunda foto, o governador Cid Gomes foi a Graça Foster manifestar sua indignação contra o adiamento da Refinaria que levará anos para ser construida. A Refinaria pode até sair mais rápido com parceria com grupo privado, que não seja

grego,espanhol e italiano, mas primeiro os “indios” terão que abandonar suas ocas, aldeias e “reservas” no Pecém.

Presidente da Petrobrás garante refinaria Premium II no Ceará. Unidade deve entrar em operação entre o fim de 2017 e meados de 2018. Leia mais na pág. 13

O Governador Cid Gomes cumpriu mais duas de suas promessas em 04.08,entregando a Policlínica Regional de Aracati para o atendimento de 110 mil pessoas de Aracati, Fortim, Icapuí e Itaiçaba, com investimentos de R$ 8,1 milhões, e inaugurando o Aeroporto Regional de Aracati, com 2,200 metros de pista, por 30 de largura, e que vai atender a demanda turística do Litoral Leste, com investimentos de R$ 23,7 milhões. O Aeroporto será operado pela TAM Aviaçã Regional

que lá instalará o Centro de Tecnologia, Manutenção e Comercializaçãode Aeronaves e Prestação de Serviços Aeronáuticos.

Cravadas as primeiras estacas da Companhia Siderúrgica do Pecém. Leia mais na pág. 20

Page 2: Jornal Julho 2012

Ceará em Brasília2Julho/12

veja os sites do projeto Brasília 50 anos do Ceará: www.brasilia50anosdeceara.com.br e no facebook www.facebook.com/casadoceara

Edit

oria

l

A realização da festa junina de 2012 foi um retumbante sucesso. Depois de várias festas que deram prejuízo a Casa, esta deu lucro, pois tive-mos bons apoiamentos e patrocínios nas nossas iniciativas.

Há muito que a Casa não via uma multidão entusiástica nas suas dependências, onde se rea-lizaram eventos memoráveis para a comunidade de Brasília.

Adotamos várias iniciativas para que a festa voltasse com força e sem prejuízos para a Casa que cronicamente enfrenta dificuldades para se financiar.

Desta vez a coisa funcionou e mostrou que o nome da Casa é forte, traz lembranças, evoca saudades, reforça sentimentos, resgata a cearensidade que está em todos nós.

Isto nos incentiva a realizar mais eventos, enquanto definimos nosso futuro aqui neste espaço da 909/910 Norte, pois em outubro próximo abriremos o ano das comemorações dos 50 anos da Casa do Ceará que serão come-morados até outubro de 2013.

Estamos preparando uma programação que marcará a presença dos cearenses e do Ceará em Brasília.

Algo que acentuará ainda mais nossa identidade, largamente acentuada em setores como nos parques e jardins, bares, restaurantes, material de construção, lojas, armarinhos, aviamentos, farmácias, cultura e administração pública.

Agradecemos a parcela da população de Brasília que esteve em nossa festa junina, pois sua presença nos deu alento para prosseguirmos com os nossos sonhos de respeito à dignidade dos nossos irmãos e dos nossos amigos.

Inácio de Almeida (Baturité), jornalista, Diretor

Expediente

Conversando com o Leitor + Fechamos o mês de junho com 142.161 acessos acu-

mulados ao nosso site [email protected]+ No dia 30.06, no dia da Festa Junina, batemos o re-

corde de acessos diários no nosso site: foram 220. Tivemos momento de 30 pessoas on line no site.

+ Em Junho, o nosso outro site www.brasilia50anosde-ceara bateu os 18.496 acessos acumulados.

+ Recebemos o Binóculo, de maio de 2012, com artigos de Dias da Silva, Abilio Pacheco, Maria Lucia Silveira Rangel, Dimas Macedo, Fàtima Lemos e Batista de Lima.

+ No nosso site: www.casadoceara.org.br relaciona-mos os endereços eletrônicos das seguintes prefeituras: Aracati, Aquiraz, Aurora, Acopiara, Araripe, Barbalha, Boa Viagem, Beberibe, Baturité, Cariré, Caucaia, Ca-mocim, Crato, Crateús, Eusébio, Fortim, Guaramiranga, Horizone, Ituguau, Itapipoca, Icó, Ipu, Ipueiras, Jardim, Jaguari,e Juazeiro, Limoeiro do Norte, Juazeiro, Ma-ranguape, Maracanaú, Mombaça, Orós, Paracuru, Pedra Branca, Quixadá, Quixeramobim, Russas, Rendenção, São Benedito, Sobral, Tauá. Ubarajara, Varzea Alegre e Viçosa do Ceará. São 44 prefeituras que podem ser acessadas a partir do nosso site.

+ Nos próximos dias incorporaremos mais 25 prefei-turas.

+ Mais de 50 pessoas curtiram a página da Casa do Ceará e mais de mil pessoas foram alcançadas no total. Dentre as pessoas que curtiram a nossa página, podemos

destacar: cantora cearense Jô Alencar, cantora cearense Lúcia Menezes, a página da Sedest DF, escritora Anamélia Mota, de Tauá-CE, membro da Academia Tauaense de Letras, Paulo de Tarso, escritora Lília Diniz, da Fundação Cultural de Imperatriz -MA, empresário Geraldo Aguiar de Vasconcelos, deputado Distrital Chico Leite, artista plástico Oscar Araripe, da Fundação Oscar Araripe, Tira-dentes-MG, Maria Helena Alencar Scutti, ex-Procuradora do Crea-DF, profa. Adalva Maria Alves, do Crato e profa. Márcia de Oliveira, de Fortaleza.

+ Em junho, a nossa página na internet casadoceara.org.br bombou, com 11.080 visualizações. Com 8,920 vizualizações únicas, com taxa de rejeição de 54,96%.

+ A audiência do Google Analytics registrou 5.515 visitas das quais, 5.412 no pais e 93 no exterior, tendo sido acessado principalmente em Angola, Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Espanha, Gabão, Itália, Coreia do Sul, Portugal e Russia.

+ No Brasil, tivemos uma avalanche de visitas em Brasília (quase 4.500 visitas), o que nos torna um site de grande visibilidade, com média de 150 visitas diárias. No horário de pico, chegamos a ter 12/15 usuários on line.

+ Depois de Brasília, nossos acessos passaram, pela ordem, por São Paulo, Fortaleza, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Belém, Goiânia, Esteio (RS), Luziania (GO), Porto Alegre, Campo Grande, Recife, Curitiba, Barrei-ras (BA), Salvador, Tianguá, Teresina, Vitória, Manaus e Sobral.

Espaço Luciano Barreira“Se um dia você tiver que escolher entre o mundo e o amor,

lembre-se: se escolher o mundo, ficará sem amor; mas se você escolher o amor, com ele conquistará o mundo”

Albert Einstein DesabafoNa fila do supermercado o caixa diz a uma senhora idosa

que deveria trazer suas próprias sacolas, já que sacos de plás-tico não eram amigáveis ao meio ambiente.

A senhora pediu desculpas e disse:-Não havia essa onda verde no meu tempo. O empregado respondeu:-Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora.

Sua geração não se preocupou o suficiente com nosso meio ambiente.

E a velha senhora responde:-...Você está certo, nossa geração não se preocupou ade-

quadamente com o meio ambiente. Sabe por quê?-Naquela época, as garrafas de leite, refrigerante e cerveja

eram devolvidos à loja.-A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas

e esterilizadas antes de cada reuso, e as garrafas eram reutili-zadas muitas vezes.

-Realmente não nos preocupamos com o meio ambiente no nosso tempo.

-Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios.

-Caminhávamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro a cada vez que precisávamos ir a dois quarteirões.

-...Mas você está certo:-Nós não nos preocupávamos com o meio ambiente.-Até então, as fraldas de bebês eram lavadas, porque não

havia fraldas descartáveis.-Roupas secas não se conseguia usando máquinas bam-

boleantes de 220 volts, mas era -a energia solar e eólica que realmente secavam nossas roupas.

-Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, -e não roupas sempre novas.

-...Mas é verdade: não havia preocupação com o meio ambiente, naqueles dias.

-Naquela época só tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto.

-E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio; que depois será descartado -não sei como? ...

-Na cozinha, tínhamos que ‘bater’ tudo com as mãos porque não havia máquinas elétricas, que fizessem tudo por nós.

-Quando embalávamos algo frágil, usavamos jornal amas-sado, não plástico-bolha ou pets de plástico que duram séculos para se degradar.

-Naqueles tempos não se usava um motor à gasolina para cortar a grama, mas um cortador de grama que exigia músculos.

-O exercício era extraordinário, e não precisavámos ir a uma academia e usar esteiras elétricas.

-...Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o meio ambiente.

-Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos -plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos.

-As canetas recarregávamos com tinta umas tantas vezes ao invés de comprar uma outra.

-Usávamos navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos ‘descartáveis’ e poluentes só porque a lâmina ficou sem corte...

-...Na verdade, tivemos uma verdadeira ‘onda verde’ naquela época: -Naqueles dias, as pessoas tomavam o bonde ou o ônibus, as crianças iam em suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas.

-Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede.

-Nós não precisávamos usar um GPS para chegar num res-taurante, só íamos ao pizzaria mais próximo.

-...Sua geração que não quer abrir mão de nada e pensa que a minha época foi responsável.

-Então, a atual geração não deve falar da MINHA geração, mas resolver o problema que a SUA vem causando ao meio ambiente...

Tenham um bom futuro, se puderem, é claro! (Agora que você já leu o desabafo, envie para os seus amigos,

e especial para os que têm mais de 50 anos de idade.)

Fundada em 15 de outubro de 1963Fundadores – Chrysantho Moreira da Rocha (Fortaleza) e

Álvaro Lins Cavalcante (Pedra Branca)Diretoria

Presidente - Osmar Alves de Melo (Iguatu): Fernando Cesar Moreira Mesquista (Fortaleza), 1º vice; José Sampaio de Lacerda Junior (Fortaleza),

2º vice; Evandro Pedro Pinto (Fortaleza), Administração e Finança; Luiz Gonzaga de Assis (Limoeiro do Norte), Planejamento e Orçamento; Fer-nando Gurgel Filho (Fortaleza), Educação e Cultura; Francisco Machado

da Silva (Pedra Branca), Saúde; JB Serra e Gurgel (Acopiara), Comunicação Social, Angela Maria Barbosa Parente (Fortaleza), Obras, Maria Áurea Assunção Magalhães (Fortaleza), Promoção Social, e João Rodrigues Neto (Independência), Jurídico.

Conselho Fiscal Membros efetivos: José Ribamar Oliveira Madeira (Uruburetama), José

Colombo de Souza Filho (Fortaleza) e José Carlos Carvalho ( Itapipoca); Membros suplentes: Antônio Florêncio da Silva (Fortaleza), Edivaldo

Ximenes Ferreira (Fortaleza) e José Aldemir Holanda (Baixio). Jornal da Casa do Ceará

Fundador e Editor Emérito - Luciano Barreira (Quixadá)Conselho Editorial

Ary Cunha (Fortaleza), Carlos Pontes (Nova Russas), Edmilson Caminha (Fortaleza), Egidio Serpa (Fortaleza), Frota Neto (Ipueiras),

Geraldo Vasconcelos (Tianguá), Gervásio de Paula (Fortaleza), Haroldo Hollanda (Fortaleza), Jorge Cartaxo (Crato), J. Alcides

(Juazeiro do Norte), José Jézer de Oliveira (Crato), Lustosa da Costa (Sobral), Marcondes Sampaio (Uruburetama), Milano Lopes (Fortaleza),

Narcélio Lima Verde (Fortaleza), Orlando Mota (Fortaleza), Paulo Cabral Jr. (Fortaleza), Raimunda Ceará Serra Azul (Uruburetama),

Roberto Aurélio Lustosa da Costa (Sobral) e Tarcisio Hollanda (Fortaleza).Diretor

Inacio de Almeida (Baturité) Editores

JB Serra e Gurgel (Acopiara) e Wilson Ibiapina (Ibiapina)[email protected] / [email protected]

Editoração EletrônicaCasa do CearáDistribuição

Antonia Lúcia GuimarãesCirculação

O jornal não se responsabiliza por textos assinados.Banco de dados com apoio da ANASPS - Brasília – DF SGAN Quadra 910 Conjunto F - Asa Norte | Brasília-DF

CEP 70.790-100 | Fone: 3533 3800casadoCeará@casadoCeará.org.br / www.casadoCeará.org.br

Page 3: Jornal Julho 2012

Ceará em Brasília veja o site da Casa do Ceará em Brasília: www.casadoceara.org.br3 Julho/12

Tom, o Equilibrista do ano O empresário Ednilton Soárez

recebeu no Gran Marquise Ho-tel, o Prêmio O Equilibrista do Ano. A homenagem do Instituto Brasileiro dos Executivos de Fi-nanças (Ibef), do Ceará, destaca empresários de sucesso ou com trajetória à frente de casos de sucesso. Ednilton Soárez, que já foi secretário estadual da Fazenda e o Directo Control do Grupo Edson Queiroz, é um dos controladores da Rede de Ensino 7 de Setembro, Faculdade 7 de Setembro e também do Complexo Turístico Beach Park.

Livro póstumoO Presidente da Academia Cearense de Letras, Pedro

Henrique Saraiva Leão, convidou para o lançamento do livro Apenas a Espera, do inesquecível acadêmico e vice presidente Barros Pinho, vencedor do Prêmio Os mundo Pontes de Literatura 2009. A apresentação do livro foi feita pelo acadêmico Luciano Maia. Local: Palácio da Luz.

EsmaltecMarca líder do mercado brasileiro de fogões, a Es-

maltec - empresa do Grupo Edson Queiroz - é a maior consumidora de aço da região Nordeste e a única a produzir a Linha Branca completa fora do Sul e Sudeste. Instalada no Distrito Industrial de Maracanaú em área de 360 mil m², dos quais 75 mil m² ocupados pela fábri-ca, a Esmaltec dá emprego direto a 3.300 pessoas e pode produzir, mensalmente, até 300 mil eletrodomésticos que são exportados para países da América do Sul, Caribe, EUA, Oceania e Oriente Médio.

Revelações de um RepórterFoi lançado o novo livro do repórter e jornalista

Nelson Faheina. Em 336 páginas Nelson conta fatos interessantes sobre sua vida de repórter do Sistema Verdes Mares de Comunicação “causos” hilariantes acontecido com ele e colegas de profissão. Há episódio interessante relatado à página 285 quando o então governador do Ceará, Ciro Gomes foi a capital dos Estados Unidos, Washington assinar convênio com o Banco Mundial para obter recursos do saneamento básico de Fortaleza - Sanear II e o Cerimonial do Pa-lácio não enviou o nome do governador na relação das autoridades que deveriam entrar na sede do Banco. Houve a pronta intervenção do jornalista Macário Batista que conhecia a diretora Internacional para a área da América Latrina e Caribe - cargo este por sinal, posteriormente ocupado pelo cearense Martus Tavares - e somente assim o governador foi autorizado passar na roleta no térreo e subir ao 40 para a solenidade. O episódio foi presenciado também pelo jornalista Pedro Gomes de Matos Neto além do então secretário de Ciro, Bayron Queiroz. Preço do livro: 30 contos.

CandidaturaAdyrson Vasconcelos (Santana do Acaraú) que é da

Academia de Letras de Brasília está a caminho da Academia Brasiliense de Letras, onde fará companhia a Lustosa da Costa (Sobral).

SAMBURÁ - Avenida Beira Mar Agenor e Dilma - Iguatu na pauta Agenor Neto (PMDB),

prefeito de Iguatu, con-versa com a presidente Dilma Rouseff, duran-te entrega do Prêmio Abrinq, numa solenidade em Brasília, para a Pre-feitura de Iguatu, entre as 13 destacadas nacionalmente pela Associação Brasileira da Indústria de Brinquedos por projetos de apoio à criança e ao adolescente. Iguatu entrou nessa lista com o projeto Agentes da Educação, que leva reforço escolar para todos os alunos da rede municipal de ensino e que vem registrando bons resul-tados no plano da alfabetização.

Coisas de LavrasPublicou o Blog do Macário: “Pé de Chumbo,

Penico e Machado. Slogan um: Não jogue seu voto fora, jogue no Penico. Preserve a natureza, não vote no Machado. Pé de Chumbo, um candidato difícil de carregar. Comigo e contramigo. O humorado mote vem de Lavras da Mangabeira, onde os apelidos dos candidatos viraram gozação ou slogans de campanha, criados pelos adversários”.

Caso de superaçãoPublicou Anselmo Góis, em O Globo: Luiz Carlos

Barreto (Sobral), 83 anos, quer levar às telas a história de superação de João Carlos Martins, 72 anos, o grande pianista e maestro que enfrentou uma doença degenerativa nas mãos.

Cliques do Barretão...Publicouo Anselmo Góis, em O Globo: Aliás, Barretão,

que, antes do cinema, foi fotógrafo famoso na finada “O Cruzeiro”, deve ganhar um livro sobre este seu lado.

A BB Produções organiza a obra com fotos que ele fez nos anos 1950 e 1960. Poderá captar R$ 210 mil pela Lei Rouanet.

MucuripeA reforma do Porto de Fortaleza ainda está no início.

Em março foi assinada a primeira Ordem de Serviço para construção do Terminal Marítimo de Mucuripe. O contrato foi fechado com a empresa Constremac Serveng em fevereiro, resolvidos os problemas de irregularidades apontados por acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU). que encontrou no edital de licitação critério de medição inadequado e planilha orçamentária com in-formações incompletas. A CDC relançou o edital em de-zembro de 2011. Com as mudanças, o fim das obras ficou atrasado. O valor total para as obras no porto cearense é de R$ 149 milhões. Desse montante, R$ 118,5 milhões fazem parte do contrato com a Constremac Serveng.

Homenagem ao Xerém Deu no Jornal do Maçiço, de Baturité: O cearense

Xerêm é o autor e intérprete do primeiro forró gra-vado. Cantor, compositor e instrumentista nascido em Baturité, Pedro de Alcântara Filho ficou conhecido no mundo da música pelo apelido Xerêm. Foi com essa assinatura que ele lançou o primeiro forró registrado na história fonográfica, “Forró na roça”, de 1937. Hoje, quando chegaria aos 100 anos, esteve em cena entre os anos 30 e 70, aqui a homenagem do “Jornal do Maciço” a este Cidadão Baturiteense.

Os 30 de FaleOs 30 Cearenses mais influentes

de 2012, homenageados pela Revista Fale: gov Cid Gomes (Sobral), sen Eunício Oliveira (Lavras da Manga-beira) dep Roberto Claudio (Fortale-za), pref Luzianne Lins (Fortaleza), sec Arialdo Pinho, sec Camilo San-tana (Crato), ver Acrisio Sena, dep José Teodoro Soares (Sobral), vice gov Domingos Filho (Tauá), dep Patrícia Saboya (Sobral), empresários Amarilio Macedo (Fortaleza), Ivens Dias Branco (Fortaleza), Pio Rodrigues Neto, Binho Bezerra, Roberto Macedo (Fortaleza), Mário Feitoza (Tauá), Ednilton Gomes de Soárez, Luziane Caval-cante, Luiz Eduardo Girão e Roberto Sérgio, intelectuais e artistas Fagner (Orós), Italo & Reno, Alfredo Marques, Freitas Jr e Sávio Queiroz, Jesualdo Farias e Pedro Henri-que, profissionais liberais, Valdetário Monteiro, Fernando Mauro de Oliveira, Pompeu Vasconcelos, esportes Evandro Leitão e Silvana Lima e Icone Maria da Penha.

Família Gomes ParenteRecebemos de Francisco de Assis Vasconcelos Ar-

ruda: “Comunico aos estimados primos e amigos que estou publicando no dia 15 de agosto o DICIONÁRIO BIOGRÁFICO DA FAMÍLIA GOMES PARENTE, com 535 biografias de alguns membros de destaque da des-cendência de Inácio Gomes Parente, o patriarca, e na oportunidade será lançado o sêlo comemorativo, pela a passagem natalícia deste ilustre “Adão” com destacada descendência na história política e social no Estado do Ceará e no Brasil. É um momento de todos os familares desta augusta família se alegrar com tão significativa data. Guardem o sêlo acima como uma recordação. Es-pero contar com todos na Sede do Club Social do Banco do Nordeste em Fortaleza na Avenida Santos Dumont, 19:30 horas. Agradeço compartilhar este importante acontecimento com os demais amigos”.

Uma vergonhaAno passado, antes do campeonato nacional abrir,

mostramos que o Ceará não teria chances de continuar na Serie A. Não deu outra. Não havia um cearense no time. A coisa se complica. Já na serie B, o time continua com apenas um cearense, o Mota. Alias, entre os 220 titu-lares dos 20 clubes da série A há apenas quatro cearenses, assim mesmo só um é titular, Ceará, do Atlético Mineiro, após cinco anos no PSG, de Paris. Os outros três são reservas, inclusive Iarley, do Goiás. O Fortaleza está na mesma situação do Ceará. Um entra e sai de medíocres que não acreditam nos times que jogam.

João Grangeiro Faleceu, no dia 30 de julho, em Brasília, o oficial reforma-

do da Marinha João Alves Grangeiro, ao 80 anos. Cearense, membro de ilustre família de Barbalha, João Grangeiro era casado com a jornalista Maria Luiza Grangeiro, paulista, e pais de quatro filhos. O casal veio para Brasília no final dos anos 80 com a transferência dele para servir junto ao Ministério da Marinha e aqui permaneceu até a data do seu falecimento.O comandante João Grangeiro foi grande cola-borador da Casa do Ceará durante toda gestão de Mary Porto à frente da instituição, tendo inclusive integrado o quadro de membros de Conselho Fiscal. (José Jezer de Oliveira).

Page 4: Jornal Julho 2012

Ceará em Brasília4Julho/12 acesse o site da Casa do Ceará em Brasília na Web: www.casadoceara.org.br

Há 40 anos

Tribunal de Justiça tem nova desembargadora

A juíza Maria Vi-lauba Fausto Lopes foi eleita, em 29.06, desembargadora do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE). A es-colha ocorreu durante sessão plenária condu-zida pelo presidente da Corte, desembargador José Arísio Lopes da Costa.

A magistrada, titular da 5ª Vara da Fazenda Pública de Fortaleza, recebeu a terceira maior nota entre os concorrentes e foi eleita por figurar três vezes seguidas em lista de me-recimento, conforme preceitua o artigo 93 da Constituição Federal. Os juízes Raimundo Nonato da Silva Santos e Mário Parente Teófilo Neto receberam, respectivamente, a primeira e a segunda maior nota.

Maria Vilauba foi eleita pelo critério de merecimento, na vaga deixada pelo desembargador José Mário Dos Martins Coelho, que se aposentou em janeiro de 2012

Segundo ela, a magistratura é um exercício de devoção e uma vocação. “É uma renúncia constante de interesses particulares em prol do ideal de Justiça. É um sacerdócio”, afirmou. A escolha ocorreu em sessão pública, com votação nominal, aberta e fundamentada.

Maria Vilauba Fausto Lopes é natural de Icó e ingressou na magistratura em 17 de novembro de 1987, como juíza Substituta da Comarca de Tamboril. Atuou ainda nas co-marcas de Baturité e Tauá, sendo promovida para Fortaleza em 1996.

Na Capital, presidiu a Junta Eleitoral e desempenhou funções na Comarca Judiciária de Adoção Internacional e em Varas da Fazenda Pública. Atuou também na 8ª Vara Criminal de Fortaleza, entre outras.

PIB do Ceará cresce 3,4% no 1º trimestre e supera a média nacional no período

A economia cearense, medida pelo Produto Interno Bruto (PIB) a preços de mercado, que repre-senta a soma de todos os bens e serviços produzidos, cresceu 3,4% no primeiro trimestre de 2012, em comparação ao mesmo período do ano passado, superando a média nacional, que foi de 0,8% em igual período. As taxas do PIB dos últimos quatro trimestres mos-tram um crescimento de 3,7% para o Ceará e 1,9% para o Brasil. Com o resultado, o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) mantém uma estimativa de crescimento do PIB, para este ano, de 5,0%.

Os dados, que são preliminares e podem passar por alterações quando publicados os números definitivos de 2012 pelo IBGE e os demais estados do Brasil, constam do documento PIB Trimestral do Ceará – janeiro/março de 2012 – Contas Regionais. Foram estimados com base nos resultados de três setores: agropecuária; indústria e serviços. O trabalho foi divulgado nesta segunda-feira (18) pelo Ipece, órgão vinculado à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do Governo do Estado. Além do Ceará, apenas outros cinco estados realizam a estimativa de sua economia trimestralmente: Bahia, Espírito Santo, Goiás, Pernambuco, Minas Gerais e São Paulo.

De acordo com o professor Flávio Ataliba, diretor Geral do Ipece, o setor de serviços puxou o crescimento cearense nos três primeiros meses deste ano, com uma variação de 5,1%. Todas as atividades que compõem o segmento apre-sentaram taxas positivas, a destacar o comércio, com 6,9%, e alojamento e alimentação, com 7,2%. O desempenho do comércio foi confirmado pelo volume das vendas varejistas, medido pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC/IBGE).

De janeiro a março de 2012, o Índice simples ficou em 6,8%. Mas quando as atividades de Veículos, moto, partes e peças foram incluídas, a taxa baixa para 5,6%, contra o mesmo período de 2011.

Já a Indústria cearense apresen-tou, nos três primeiros meses de 2012, um crescimento de 1,6%,

sendo que, dos quatro segmentos que compõem o setor, o único a apresentar queda foi o de transformação, com uma taxa negativa de 2,3%, anulando, praticamente, as taxas positivas da eletricidade, gás e água, com 8,4%; extrativa mineral, com 5,6%, e Construção Civil, com 4,4%, dado o peso que exerce no índice geral da Indústria, que é mais de 50%. A construção civil – afirma Flávio Ataliba - vem man-tendo uma tendência ascendente desde 2004, em decorrência de uma série de fatores, como a maior disponibilidade de crédito direcionado ao segmento e a melhoria na renda dos trabalhadores.

O setor de transformação acusou uma queda de 2,3%, pois suas principais atividades enfrentam problemas de mercado, quer seja pelo fraco desempenho dos principais países de destinos, ainda em recuperação, e/ou por problemas de concorrência com produtos industrializados importados. Reforçando esse resultado negativo, os dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF/IBGE), referentes ao 10 trimestre de 2012, mostram que a produção física industrial cearense registrou uma queda de 3,8% sobre igual período de 2011. O resultado foi influenciado pelo recuo na produção de têxtil (-22,4%), vestuário e acessórios (-5,2%), calçados e artigos de couros (-1,1%) e alimentos e bebidas (-2,5 %), que são as atividades de maiores contribuições da Indústria de transformação cearense.

Page 5: Jornal Julho 2012

Ceará em Brasília acesse o site da Casa do Ceará em Brasília na Web: www.casadoceara.org.br 5 Julho/12

Senado aprovou incentivo do IPIpara acabar com o ‘‘pau de arara’’

Acabar com o transporte ‘pau-de-arara’. Foi com esse objetivo que a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou em caráter terminativo, em 03.07, o Projeto de Lei (PLS 131/11) do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), que concede isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos públicos utilizados para transporte de alunos e professores. Com a proposta, os órgãos municipais e estaduais passarão a contar com incentivo tributário, através da isenção de IPI, proporcionando preços abaixo do valor de mercado para aquisição desse tipo de veículo.

De acordo com a proposta do senador Eunício, ficam isentos do imposto os veículos automotores de transporte, de fabricação nacional e o reconhecimento da isenção será realizado pela Secretaria da Receita Federal e a manutenção do crédito do IPI relativo às matérias-primas, aos produtos intermediários e ao material de embalagem utilizados na fabricação dos veículos em questão será assegurada. Já no caso de alienação do veículo antes de dois anos, o alienante deve pagar o valor do IPI, acrescido de atualização, além de multa e juros de mora, na hipótese de fraude ou falta de pagamento do imposto.

Durante a análise da matéria, o senador Eunício pediu o apoio dos senadores e observou que ainda hoje, princi-palmente na região nordeste, estudantes e professores são transportados em veículos de péssima qualidade e subme-tidos a todo tipo de perigo, e em muitos casos, há registro de acidentes com mortes. “A aprovação desse projeto é para que tenhamos a oportunidade de banir de vez o transporte escolar em pau-de-arara”, defendeu.

Ao apresentar seu relatório, a senadora Lídice de Mata (PSB-BA) acrescentou emenda alterando o tipo de transporte que seria beneficiado com a isenção, incluindo os automó-veis de passageiros com capacidade para dez passageiros ou mais, e não para oito passageiros ou mais, como trazia o texto anterior.

Hospital Regional Metropolitano será construído em Maracanaú e terá 432 leitos

Avenida Quarto Anel Viário, em Maracanaú, a três quilômetros da Ceasa. Esse é endereço do Hospital Regional Metropolitano (HRM), que o Governo do Estado vai construir. Num terreno de 276.685 metros quadrados, o HRM terá 432 leitos. Desse total de leitos, 40 são de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), e 30 semi-intensiva. O número de leitos de internação é de 270. O novo hospital que vai atender toda a população da Região Metropolitana de Fortaleza terá 11 salas cirúrgicas, sendo quatro de grande porte, cinco de médio porte e duas ambulatoriais. Como pode ser visto pela foto da maquete digital, o novo hospital é vertical, com 10 andares.

Com perfil de assistência em alta complexidade, o Hos-pital Regional Metropolitano, como define o secretário da saúde do Estado, Arruda Bastos, terá “perfil híbrido entre o Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e o Hospital Instituto Dr. José Frota (IJF). Prestará atendimento em diferentes especialidades médicas, como faz o HGF, e de urgência e emergência, como o IJF”. Para retaguarda do pronto socorro, o novo hospital contará com 60 leitos, além de 20 leitos de observação do pronto socorro.

4 hospitaisO HRM é o quarto hospital do compromisso do Governo

do Estado em ampliar e qualificar a rede de assistência à saúde da população. O primeiro a ficar pronto foi o Hospital Regional do Cariri, em Juazeiro do Norte, que desde maio de 2011 atende a população dos 44 municípios da macrorregião do Cariri, com um balanço de 40.286 atendimentos na emer-gência até o último dia 12 de junho, 3.826 cirurgias e 189.329 exames e serviços de apoio diagnóstico e terapêutico, com destaque para 4.915 tomografias computadorizadas e 1096 ressonâncias magnéticas.

Em Sobral, está em fase de con-clusão o Hospital Regional Norte, um investimento de R$ 229.082.947,73, sendo R$169.653.512,73 em obras e R$ 59.429.435,00 na aquisição de equipamentos. No HRN, que atenderá a população dos 55 municípios da macror-região Norte, são 384 leitos. Em maio , o Governador Cid Gomes assinou a ordem

de serviço do Hospital e Maternidade Regional do Sertão Central, em Quixeramobim, com 252 leitos.

A rede de assistência em estruturação pelo Governo do Estado vai além de hospitais. Para garantir e facilitar o acesso a exames especializados, já foram entregues à população cinco policlínicas regionais em Baturité, Tauá, Camocim, Itapipoca e Pacajus. Mais duas policlínicas: Brejo Santo (inaugurada dia 29) e em Sobral (4 de julho). Outras 14 estão em construção e uma que iniciará as obras no Crato, região do Cariri. Foram entregues também a população 11 Centros de Especialidades Odontológicas em Ubajara, Acaraú, Baturité, Russas, Crateús, Crato, Juazeiro do Norte, Brejo Santo, Itapipoca, Limoeiro do Norte e Sobral. Serão inaugurados mais dois CEOs regionais. No último sábado (30), a inauguração ocorreu em Camocim, e no dia 5 de julho, em Caucaia. Há mais cinco CEOs regionais que estão sendo concluídos e equipados para serem entregues em Canindé, Cascavel, Icó, Maracanaú e Quixeramobim.

Na atenção básica, em apoio as ações dos municípios no Pro-grama Saúde da Família, o Estado investiu R$ 26,6 milhões na construção de 150 Unidades Básicas de Saúde da Família. Todas nos padrões da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e com instalações modernas para melhores condições de trabalho dos profissionais e de acolhimentos às famílias assistidas. Os con-sultórios médico e odontológico são climatizados. Há ainda nas novas UBSFs sala de vacinação, farmácia, espaço de educação em saúde e banheiros adequados para pessoas com deficiência.

Page 6: Jornal Julho 2012

Ceará em Brasília6Julho/12

veja os sites do projeto Brasília 50 anos do Ceará: www.brasilia50anosdeceara.com.br e no facebook www.facebook.com/casadoceara

Raimundo Cela e as jangadas do CearáIsabel Lustosa (*)

Raimundo Cela foi o pintor cearense mais importante de sua geração. Sua história de vida, que resumo aqui, foi contada por outro artista cearense, Nilo Firmeza, o Estrigas, em livro belíssimo publicado há alguns anos pela Pinakotheke. Cela era pintor e era engenheiro. Artista e engenheiro, uma contradição em termos? Pode ser, mas talvez a engenharia explique muito da qualidade de sua arte. Segundo Cláudio Valério Teixeira, na obra de Cela nada é inocência, tudo é fruto de planejamento, economia e técnica. Mas tudo é também movimento, força, agilidade e graça. Sua arte não procura simplesmente imitar as coisas representadas, é de uma beleza solene, meio melancólica, mas luminosa. Ela nos revela de maneira muito sutil, sem grandiloquência ou pieguice a poesia que inspira a visão dos pescadores e de suas jangadas nas praias do Ceará.

Raimundo Cela nasceu em 1890, em Sobral, no interior do Ceará, mas criou-se em uma cidade litorânea próxima: Camo-cim. O pai de Cela era espanhol, funcionário de uma empresa fer-roviária. Sua mãe era professora. O meio familiar em que o artista foi criado era um meio culto e a superioridade de sua educação e de sua cultura se patenteiam nas poucas cartas dele para o pai. Cela veio para o Rio de Janeiro em 1910, estudar engenharia como desejava o pai e pintura como ele mesmo desejava. Aqui formou-se sob a orientação dos maiores mestres do começo do século, ficando pessoalmente ligado a Eliseu Visconti. Termi-nado o engenharia, chegou a tra-balhar com o Marechal Rondon e, mais tarde, no escritório do então famoso arquiteto, Arquimedes Memória (autor do projeto da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, a famosa “gaiola de ouro”).

Em 1917, Cela ganhou o prêmio de viagem do Salão Na-cional de Belas Artes. Por causa da Guerra e da necessidade de concluir o curso de engenharia só viajou mesmo em 1920. Per-maneceu na França por dois anos, quando dedicou-se ao aprendi-zado da gravura em metal. Suas gravuras, segundo Adir Botelho, não são apenas registros gráficos, históricos, são obras universais no sentido e na expressão.

De volta ao Brasil foi viver no Camocim, onde trabalhou durante dez anos como engenheiro de uma pequena usina elétrica. Em 1938, a pintura de um painel para o governo do Estado representando a libertação dos escravos do Ceará o trouxe de volta à vida artística. Pouco depois, em 1940, estabeleceu-se em Fortaleza onde constituiu ateliê nos autos do teatro José de Alencar. O artista francês Jean Pierre Chabloz que o conheceu nessa fase nos diz que o mais lhe agradou no estilo pessoal de Cela foi seu cunho tipicamente francês: um artista requintado, cultíssimo, do-tado num alto grau de ́ mesure´, daquela ́ finesse´ afetuosa e ligeiramente irônica que fazem o encanto indiscutido dos

espíritos e das sensibilidades verdadeiramente franceses.Cela era um homem discreto e reservado sem, no en-

tanto, ser antipático. Ele fazia parte daquela geração de brasileiros que se criara sob a influência da cultura fran-cesa. E esta, aliada à influência dos mestres brasileiros do final do século XIX marcaram sua obra. Cláudio Valério Teixeira identifica em seu trabalho a simbiose da pintura com a aquarela: uma seleção de pigmentos de quem já havia olhado a pintura impressionista e por ela se deixado envolver, uma paleta aberta cujas cores luminosas tomam o lugar das terrosas. O artista soube se apropriar dos te-mas de sua terra, dando-lhes um tratamento natural, mas valendo-se de distorções quase caricaturais. Recurso que, na opinião de Cláudio Valério, subtrai de seus desenhos o caráter naturalista, fazendo-os ganhar em expressividade. O importante, diz ainda o mesmo crítico, é verificar como

o artista vai transformando a forma clássica - poses típicas de estudos de academia - em traços pessoais, desenhos menos laboriosos, realizados ao natural, agregando características for-mais inteiramente próprias.

Raimundo Cela, sendo um moderno, nunca foi um moder-nista. Ele apareceu justamente naquele momento de nossa his-tória cultural em que as artes iam ser atingidas pelo radicalismo de 1922. Criou-se então o mito, que hoje vem sendo revisto pelos es-tudos sobre o pré-modernismo, de que havido um hiato entre os mestres do século XIX e a Semana de Arte Moderna. Neste período nada teria sido produ-zido de interessante e criativo. Os que surgiram naquela fase foram mantidos assim numa espécie de limbo cultural. Mas o valor da arte de Raimundo Cela deve-se ao fato de ter sido con-cebida à margem das escolas, de não ter sido contaminada pelos modismo passageiros. O pintor retornou ao Rio de Janeiro em 1945. Aqui tornou-se professor de gravura em metal da Escola Nacional de Belas Artes (Enba) cargo que ocuparia até a sua morte, em 1954. Nesta última fase da carreira, Raimundo Cela foi duas vezes premiado com a medalha de ouro do Salão Nacional de Belas Artes. Retirado em Niterói, viveu ali seus últimos anos apegado aos quadros dos quais vendeu muito poucos. Não que lhes faltassem

compradores apenas porque o artista tinha-lhes um apego sentimental e raramente se dispunha a separar-se deles.

Além das imagens de surpreendente beleza, o que a obra de Raimundo Cela nos proporciona é uma janela para o Ceará. Um Ceará de praias oceânicas, de jangadas e de jan-gadeiros. Um Ceará da gente do mar, com muita luz, vento, areia e água salgada. Certamente está em seus quadros a melhor tradução pictórica dessa paisagem nordestina.

Isabel Lustosa (Sobral), escritora, historiadora, artigo publicado no Caderno Cultural do Diário do Nordeste, em 04.02.2012.

Cultura Leituras IAratacas em Ação

Narcélio Limaverde (*)Há alguns anos tentei melhorar o faturamento. Era fun-

cionário público e, por incrível que possa parecer, trabalhava muito e ganhava pouco... Resolvi me submeter a um concurso no IBGE. Passei e comecei meu trabalho como recenseador, no bairro Jardim América, conforme sorteio, e no dia deter-minado comecei meu trabalho, nas ruas Ana Neri, Delmiro de Farias, Major Weyne, com enorme pasta debaixo do braço, cheia de formulários para as anotações.

Na primeira casa quase apanhava de um maluco. Ele não aceitou minha presença em seu quarto. Na segunda um mais ajuizado pensou que eu estava recrutando homens para a guerra do Vietnam. Era no tempo dessa guerra comandada pelos sobrinhos do Tio Sam, lá pro fim do mundo... Foi difícil explicar que era um trabalho do governo brasileiro, para saber o número de habitantes do Brasil. Nem bem me livrava dos primeiros problemas, na casa de uma loura perguntei qual era a ocupação principal de seu pai. Ela ficou calada até que cho-rando muito disse: “ Meu pai está internado no Leprosário”. Foi difícil consolar a jovem, num tempo em que os leprosos eram segregados da sociedade e levados para hospital em Canafístula, distante uns 70 quilômetros de Fortaleza.

E o que me levou a pensar em Vietnam, Saigon, hoje Ho Chin Min? É que chegou as minhas mãos a revista Entre Lagos, editada em Brasília, último número. O título do artigo “Cabra Arretado. Um cearense na guerra” me encheu de curio-sidade. Quando a gente vai ficando velho a memória para as cousas antigas é muito boa, enquanto que para os fatos mais recentes, é mais difícil...

No artigo há referência a cearense que foi ser correspon-dente de Guerra no Vietnam. Luiz Edgar de Andrade foi o único jornalista cearense que cobriu a guerra no sudeste asiático. Eu sou daqueles cabeças chatas orgulhoso de seus conterrâneos. Fiquei logo interessado, porque eu sabia que um cearense, o jornalista Luciano Carneiro, teimoso como todos somos, também tinha viajado, como repórter da revista Cruzeiro, para bem distante de sua terra natal. E no deserto de Saara, num daqueles oásis, com sede, parara um pouco para um refrigerante. E, admirado, constatou, o vendedor era do Ceará.

Contavam também outra história de cabeça chata num circo na Europa. Ele procurava emprego e conseguiu um de leão. Para tanto vestiria uma roupa apropriada com juba e tudo característico de um rei dos animais. Ficou com medo, mas como estava com fome, aceitou a missão. Quando entrou na jaula viu outro rei dos animais vindo em sua direção. Com medo disse logo “Tou lascado”. O outro leão ouviu e: “ Arre égua, macho, tu também é cearense”?

Voltando ao artigo da revista Entre Lagos, o relato é bem interessante sobre Luiz Edgar de Andrade Furtado, este seu nome completo. Ele contou para Wilson Ibiapina, autor da ma-téria, que, na guerra, jornalistas como ele usavam fardamento semelhante aos dos soldados americanos. A diferença era que no lugar da arma usavam papel, caneta, máquina fotográfica. Com medo dos vietcongs, Edgar contou que, como um filho de Errol Flynn (aqui minha memória recorda o grande artista, protagonista do filme Capitão Blood) mandou bordar na farda a expressão Bao Chi, que na língua lá dos asiáticos significava “imprensa, não me mate”,ele fez o mesmo.

Soube que Luiz Edgar de Andrade Furtado escreveu um livro de memória sobre sua presença no Vietnam, com esse título, mostrando o ambiente de tensão e loucura, solidão e medo vivido pelo por ele como correspondente. E eu lendo esse artigo recordei Luiz Edgar, filho do líder católico Manuel Antonio de Andrade Furtado, dirigente do jornal O Nordeste relevante figura da administração e política dos anos 40/50 em nosso Estado. Em determinado momento de minha profissão apresentei com Luiz Edgar o Jornal Sonoro Iracema, emissora dos Irmãos Parente, Flávio e José, às seis horas da manhã.

Ele hoje, formado em direito e filosofia e com pós--graduação em jornalismo na França, nem deve se lembrar dessa humilde passagem dele pelo rádio, como meu colega, de Irapuan Lima, Peixoto de Alencar e Armando Vasconcelos. A história contada pelo jornalista Wilson Ibiapina, faz jus ao personagem, com o título Cabra Arretado. E eu aqui vibrei com mais esse heroísmo de uma cabeça chata.

(*) Narcelio Limaverde (Fortaleza). Radialista e escritor.

Page 7: Jornal Julho 2012

Ceará em Brasília veja o site da Casa do Ceará em Brasília: www.casadoceara.org.br7 Julho/12

Leituras IIPulando a cerca

(*) Wilson Ibiapina

As coisas mais bonitas do mundo são os filhos da gente e as mulheres dos outros. A frase do jornalista Rangel Cavalcante serve para mostrar que o décimo mandamento “não cobiçar a mulher do próximo” está atualíssimo. E também para provar que desde que o mundo é mundo o homem e a mulher não conseguem dominar o instinto sexual.

O cara tem uma mulher maravilhosa em casa, mas vai atrás da outra, até mais feia que a dele, por puro desejo, tara, sei lá o que. A verdade é que a traição está institucionalizada em todo o mundo. Existem no Brasil sites destinado aos que buscam pular a cerca com sigilo e discrição.

Em Brasília tem gente que especializou em rela-cionamento extra conjugal. Adora mulher casada, principalmente as dos amigos dele. Certa feita, um cidadão, vítima do conquistador, foi bater na casa de um amigo, no Lago Sul, tão logo descobriu que sua mulher estava de caso com o tal garanhão. Chegou e foi pedindo logo uma dose dupla de uísque. Aos prantos desabafou:

- Olha, minha mulher está me traindo com fulano. Juro que preferia que fosse com você.

O marido já sabia, também, que sua fogosa mulher já tinha passado no papo do confidente amigo.

Infidelidade é mais comum do que você pode pen-sar. O ator Marcos Caruso chegou a escrever a peça “Trair e coçar, é só começar”. Volta e meia nos sur-preendemos quando descobrimos que aquele vizinho com cara de inocente é um tremendo conquistador de

mulheres comprometidas. As casadas, se iludem, são mais discretas, não se apaixonam com facilidade, são melhores para rápidas aventuras. É aí que mora o peri-go.Um empresário cearense marcou um encontro com a mulher de um amigo dele. Ela estava no Rio e ele em Fortaleza. Foram para um hotel em São Paulo. Coisa rápida, encontro de uma noite. Teria sido uma maravilha se ela não tivesse morrido de enfarte. Até hoje não sei como ele se explicou pro marido traído.

Há poucos dias, numa roda de vinho, num bar em Brasília, o assunto era aventura extraconjugal. Um dos presentes contou o sufoco que passou certa noite. Levou uma garota para o Hotel Eron. Por volta da meia resolveu ir pra casa e a mulher pediu pra ficar mais um pouco no hotel. Ele até providenciou mais uma garrafa de champanhe. Já em casa, começou a lembrar a história de um jornalista mineiro que morava no Rio. Ele deixou a garota de programa no hotel e foi pra casa. No dia se-guinte, ao chegar à redação, soube que ela tinha pulado do prédio. O cara de Brasília disse que entrou em pânico.

TRANSFERÊNCIA E

SEGUNDA GRADUAÇÃO

AS PORTAS VÃO-SE

ABRIR PARA VOCÊ.

www.uniceub.br

AVALIAÇÃO

MÁXIMA

DO MEC

TRANSFERÊNCIA

SEGUNDA GRADUAÇÃO

Temendo que o caso se repetisse com ele, pegou o carro e foi direto pro Eron. Graças a Deus, a mulher já tinha ido embora.

Tem gente que adora contar seus casos. Contam suas traições como se fossem a maior aventura do mundo. Às vezes pinta arrependimento, mas aí, não tem mais jeito, traição é traição. Homens e mulheres traem na mesma proporção. Tem uns que, depen-dendo do traidor, até incentivam a mulher, pensando em recompensa, sei lá. O que não falta é corno manso.

Em Araxá, um fazendeiro que transava com a mulher do vaqueiro, foi surpreendido um dia com um pedido para uma conversa reservada. Armou--se de revólver e quase não acreditou no que o vaqueiro lhe disse: Doutor, tenho certeza que a Matilde está nos traindo.

Existem pessoas que adotam a poligamia como estilo de vida. Adoram ter duas mulheres como aquele deputado baiano que ficou viúvo. A amante toda alegre achou que iam casar. E ele, “se eu casar com você vou ter que arranjar outra amante”. Ela preferiu ficar no posto. Em Fortaleza, um cidadão setentão, que também ficou viúvo, ouviu a mulher com quem tinha um caso há mais de 30 anos fazer a proposta:

-E aí meu velho, então, vamos casar?- Quem vai querer nós minha velha...Donde se conclui: amante é também um cabra

descarado.

(*) Wilson Ibiapina (Ibiapina), jornalista

Page 8: Jornal Julho 2012

Ceará em Brasília8Julho/12

veja os sites do projeto Brasília 50 anos do Ceará: www.brasilia50anosdeceara.com.br e no facebook www.facebook.com/casadoceara

Leituras IIIA cachaça “pau de urubu”

Nelson Faheina (*)

Vou recordar uma época em que “éramos feli-zes e não sabíamos”, pegando carona no samba de Ataulfo Alves,”Meus Tempos de Criança”. Estudante do Ginásio Diocesano Pe. Anchieta, em Limoeiro do Norte,13 ou 14 anos de idade, nos reu-níamos à noite, na praça, ao lado da Igreja Matriz, para tentar um namoro com as alunas da Escola Normal, ouvir músicas de Nerlson Gonçalves, Ângela Maria, Dalva de Oliveira, Cauby Peixoto e outras celebridades que saiam na amplificadora “A Voz da Cidade” e ao mesmo tempo, tomar algumas doses de Martini, Rum Montilla ou cachaça “Chora na Rampa”. Isso prá criar coragem e abordar as meninas.

Nessa época, o dinheiro era difícil. Estudante não recebia nada dos pais. Para alegria nossa, Miguel Alves Maia, pai do jornalista Chico Alves Maia, lançou em todos os bares, mercearias e botecos de Limoeiro do Norte, a cachaça “Pau de Urubu”. Foi um verdadeiro sucesso, principalmente, porque ele ofereceu alguns litros de graça, como promoção. E depois estabeleceu um preço espetacular, para conquistar a freguesia.

Se uma garrafa de “Chora na Rampa” custava 1 cruzeiro, o litro de “Pau de Urubu” era vendido por dez centavos. Nós, dezenas de estudantes, passamos a beber o novo produto, “a coqueluche do momento” todas as noites .

Com o passar do tempo, observamos que no dia seguinte, amanhecíamos com a boca cheia de pintas brancas. Como se fosse afta. E as reclama-ções foram muitas por parte de pessoas adultas que aderiram ao novo produto. Meu pai, Nelson Forte, que sempre gostou de tomar umas e outras, prin-cipalmente, uma boa cachaça, certa vez, chegando num forró, na zona rural, acompanhado de Miguel Alves Maia, o produtor da “Pau de Urubu”, pediu num boteco duas doses de cachaça. O vendedor, de imediato afirmou: “ Tenho aqui, o melhor produto do momento. Cachaça” Pau de Urubu”. Miguel Alves olhou para o homem e disse: “ bote qualquer cachaça, menos essa”.

Aí, papai diss e: “A Pau de Urubu, nem o dono aguenta”. Também pudera.

Limoeiro do Norte nunca teve canavial para ex-trair aguardente. Descobriu-se que, de uma garrafa de “Chora na Rampa”, Miguel Alves Maia, desdo-brava oito litros. Era mais água do que cachaça que acabou com muitos “papudinhos”. A última vítima foi Pedro Caju, figura adorada na cidade que vivia de biscates. Morreu, foi para o Céu, onde foi rece-bido por São Pedro. Conta a lenda que o porteiro do céu perguntou: “Vem de onde? Venho de Limoeiro, afirmou Pedro Caju. Morreu de que? Morri bêbado, respondeu Caju. São Pedro consultou a Internet e disse: “ Você Caju, morreu afogado, de tanto beber cachaça misturada com água”.

(*) Nelson Faheina. (Limoeiro do Norte), jor-nalista e escritor.

CENSO 2010Brasileiro vive 25 anos

a mais em relação a 1960Rio de Janeiro. Dados do

último Censo divulgados on-tem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a ex-pectativa de vida do brasilei-ro atingiu 73,4 anos em 2010, um aumento de 25,4 anos em comparação com 1960.

No Ceará, a projeção de 2010 foi 2,1 anos menor que a média nacional. Os cearen-ses, em média, tinham uma expectativa de vida de 71,3 anos, para os homens essa estimativa foi de 67,1 anos, já para as mulheres esse número era 75,7 anos. Os dois Estados empatados com a média de expectativa de vida mais alta, 76 anos, são Santa Catarina e Distrito Federal. O pior resultado foi de Alagoas, com 68 anos.

Esses dados, segundo o analista do IBGE no Rio de Janeiro, Gabriel Borges, são projeções. Ele explica que os dados reais serão divulgados no dia 1º de dezembro. “Mas as nossas projeções têm coincidido com os dados reais. Esses números apresentados devem se confirmar em dezembro”, explica.

Outro assunto abordado no levantamento é como os entrevistados definem sua cor ou raça. O questionário do Censo revelou que mais da metade da população declarava ser parda ou preta em 2010, sendo que em 21 Estados este percentual ficou acima da média na-cional (50,7%).

As maiores proporções estavam no Pará (76,8%), Bahia (76,3%) e Maranhão (76,2%). Só em San-

ta Catarina (84,0%), Rio Grande do Sul (83,2%), Paraná (70,3%) e São Paulo (63,9%) mais da metade da população se declarou branca.

No Ceará, cuja popula-ção somava 8.452.381, em 2010, a maioria da popu-lação, 61,9%, respondeu ao censo dizendo que se considera da cor parda. Já as pessoas que se consideram brancas totalizam 32%. O menor percentual é de pre-

tos, com 4,6%.Em 2010, viviam no país 91 milhões de pessoas

que se classificaram como brancas (47,7%), cerca de 82 milhões que se declararam pardos (43,1%) e 15 milhões, pretos (7,6%). Os amarelos chegaram a quase 2 milhões (1,1%) e os indígenas a 817 mil (0,4%). A população indígena estava concentrada (60,8%) nas áreas rurais, enquanto 15,6% do total da população brasileira vivia nessas áreas.

FecundidadeOs dados apontam outras modificações nas carac-

terísticas gerais da população, como, por exemplo, a redução na taxa de fecundidade. O número médio de filhos por mulher caiu de 6,3 filhos em 1960 para 1,9 em 2010. O valor é abaixo do nível de reposição da população, o que provoca mudança na pirâmide etária, com estreitamento da base e o alargamento do topo.

Kélia Jácome, Especial para O NacionaL

Governo do DF anistia multas por falta de alvará

Cerca de 5 mil multas indevidas, que somam R$ 2 mi-lhões, poderão ser anistiadas

O governador Agnelo Queiroz sancionou, em 11.07 o Projeto de Lei 871/2012, que anistia multas aplicadas a parte dos ocupantes de imóveis destinados às atividades econômicas, religiosas e de assistência social que não apresentem Licença de Funcionamento.

Uma estimativa do GDF aponta que cerca de 5 mil multas que poderão ser anistiadas somam um valor de R$ 2 milhões. A medida pretende acabar com a insegurança jurídica, responsável por inúmeros casos pendentes de pedidos de alvarás.

A lei, que não incide sobre a totalidade das sanções aplicadas no DF por falta de alvarás, - cerca de 11 mil –, estabelece um prazo de até 90 dias, prorrogáveis por igual período, para recurso dos estabelecimentos autuados pela ausência de licença.

“O que nós estamos fazendo hoje é anistiar multas de pessoas que procuraram a administração, solicitaram seu alvará e não conseguiram porque tinham um problema fundiário, por exemplo, e, portanto, não estão de posse do seu alvará. O Estado não cumpriu sua função, não deu solução para os problemas e o comerciante foi penalizado”, detalhou Agnelo Queiroz.

“Esta lei não representa perdão para o sonegador. Ela é para aqueles que estão querendo trabalhar, não receberam uma resposta do governo e foram multados. É um reco-nhecimento, por parte do governo, dessa falha”, reforçou o vice-governador Tadeu Filippelli.

Sancionada restrição à venda de uniformes militares e policiais

A presidente Dilma Rousseff sancionou a lei pro-posta pelo senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) que restringe a venda de uniformes, distintivos e insígnias das Forças Armadas, polícias e corpos de bombeiros militares.

De acordo com a Lei 12.664/2012, o comércio desses itens só poderá ocorrer em estabelecimentos credenciados pelos respectivos órgãos, mediante apresentação de identificação funcional e autorização da instituição.

Pela lei, as empresas de segurança privada ficam proibidas de usar distintivos, insígnias e emblemas que possam ser confundidos com os dos órgãos oficiais. A presidente Dilma vetou, no entanto, artigo que res-tringia a venda de uniformes de empresas privadas a estabelecimentos credenciados pela Polícia Federal.

Segundo avaliação do Ministério da Justiça, o credenciamento das lojas não garantiria o controle da comercialização, sendo necessário criar um sistema de registro dos uniformes de empresas de segurança privada em circulação. A atividade de segurança pri-vada, contudo, permanece sob fiscalização da Polícia Federal.

A nova lei é oriunda do Projeto de Lei do Senado (PLS) 132/2011, do senador Eunício Oliveira (PMDB--CE), aprovado terminativamente pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) em junho do ano passado. A proposta foi aprovada na Câmara, sem mudanças.

Page 9: Jornal Julho 2012

Ceará em Brasília veja o site da Casa do Ceará em Brasília: www.casadoceara.org.br9 Julho/12

CENSO Ceará é segundo Estado mais católico do País

População evangélica dobrou em dez anos, mesmo assim, Estado possui a terceira menor proporção do Brasil

Apesar da redução no percentual de católicos nos últimos dez anos, o Ceará ainda é o segundo Estado brasileiro com maior proporção de seguidores desta religião em relação ao total da população. Dos 8,4 milhões habitantes, 78% declararam-se católicos no último Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou seja, 6,6 milhões de pessoas.

O Estado ficou atrás apenas do Piauí, que teve 85% dos cidadãos declarados católicos. Porém, ficou à frente da Paraíba (76,9%) e Sergipe (76,3%).

A redução detectada no estudo mostrou uma queda de oito pontos percentuais em relação ao ano 2000. Na época, a população existente no Ceará era de 7,4 milhões, e os seguidores do catolicismo somavam-se 6,4 milhões de pessoas, ou seja, 86,5%.

Já os evangélicos no Ceará seguiram a tendência nacional e apresentaram variação significativa em dez anos. De acordo com números do IBGE, o crescimento foi de 51%. Passaram de 612 mil, em 2000, para 1,2 milhões em 2010.

Mesmo com este crescimento, o Estado possui a

terceira menor proporção de evangélicos do País em relação à população.

Segundo o estudo do IBGE, há dois anos, 14,63% dos habitantes do Ceará declaram-se evangélicos. Já em 2000, esse percentual era de 8,24%.

CulturaO técnico responsável pelo Censo 2010, Cláudio

Crespo, explicou que os dados do estudo mostram uma solidez no trabalho da Igreja Católica na região, significando um cenário propício à manutenção desta religião.

Ele atribuiu a figura do Padre Cícero um dos fato-res que reforçam a renovação do credo. “Esses mitos reforçam a tradição religiosa do Estado. Isso explica a diferença do Ceará e o do Piauí na proporção de católicos na população e as menores quedas de segui-dores”, pontuou.

De acordo com Crespo, de um modo geral, a região Nordeste não apresentou tanta redução nesta religião, como aconteceu no restante do País, como, por exem-plo, no Norte.

Esta redução no percentual de católicos ocorreu em todas as regiões, mantendo-se mais elevada no Nordeste (de 79,9% para 72,2% entre 2000 e 2010)

e no Sul (de 77,4% para 70,1%). Ao passo que os evangélicos, na região nordestina, aumentaram sua representatividade de 19,8% para 28,5%.

O técnico responsável pelo Censo explicou, ainda, que o crescimento dos evangélicos é um fenômeno das periferias dos grandes centros urbanos. “Porque é onde temos pessoas desapegadas das tradições. O contrário acontece nas regiões Nordeste e Sul, onde as religiões mais tradicionais predominam”, completou Crespo.

Dos que se declaram sem religião, no Ceará, em 2010, somaram-se 361 mil, enquanto os espíritas es-tavam em 46.7 mil.

Âmbito nacionalNacionalmente, os católicos passaram de 73,6% em

2000 para 64,6% em 2010. Embora o perfil religioso da população mantenha, em 2010, a histórica maioria católica, esta religião vem perdendo adeptos desde o primeiro Censo, realizado em 1872.

Até 1970, a proporção de católicos variou 7,9 pon-tos percentuais, reduzindo de 99,7%, em 1872, para 91,8%. Entre os Estados, o menor percentual de católi-cos foi encontrado no Rio de Janeiro, 45,8% em 2010.

Thays Lavor, Repórter

Leituras IVAs armas e os barões assinalados

Por JB Serra e Gurgel (*)

Nos períodos do Brasil Reino e Brasil Império fo-ram com concedidos 1.400 títulos de nobreza à plebe colonial, a fina flor da lavoura, a elite escravocrata, a classe dominante imperial. Dom João VI foi mais comedido, concedendo apenas 254. Nos nove anos de dom Pedro I, foram poucos, 150. Na Regência, não houve concessão de títulos, felizmente. Nos 48 anos de reinado de dom Pedro II, a torneira foi aberta e mil títulos concedidos, quase 20 por ano. Houve uma chuva de concessões principalmente de barão sem grandeza, os magnatas do café, sendo que entre 1878 e 1889, 370 e 150 nos dois últimos anos do Império, 1888 e 1889.

Em 1829, a Aurora Fluminense, fez crítica aberta à torrente dos títulos, escrevendo: “A monarquia portu-guesa, fundada há´736 anos, tinha em 1803, época em que foi reformado o quadro, 16 marqueses, 26 condes, 8 viscondes e 4 barões. O Brasil, que tem 8 anos como potência, conta já no seu seio 28 marqueses, 8 condes, 16 viscondes e 21 barões”.

A Aurora não imaginaria o que viria mais tarde. Era só o começo.

Em 1869, a grande concentração da nobreza ti-tulada estava na Corte, 55 deles, além de outros 39 na Província do Rio de Janeiro, 24 na Bahia, 22 em Pernambuco, 19 em Minas Gerais, 17 em São Paulo, 10 no Rio Grande do Sul e na Paraíba 4 em Mato Grosso e Sergipe, 3 em Alagoas e no Maranhão, 2 no Ceará e Pará, 1 no Espirito Santo, Paraná e Piauí, 11 no exterior e 13 sem localização (?). Não havia nobreza no Amazonas e no Rio Grande do Norte!

Em 1869, o pais tinha 239 nobres, sendo 1 duque, 11 marqueses, 11 condes, 36 viscondes, e 180 barões.

Em 1879, pulou para 320 nobres, sendo 1 duque, 7 marqueses, 8 condes, 55 viscondes e 249 barões.

No final do Império, em 1889, ou como queira, a República encontrou Brasil dentro e afora a 387 no-

biliarcas, sendo marqueses, 10 condes, 54 viscondes e 316 barões.

Dom Pedro II exercitou com prodigalidade a arte de concessão de títulos de nobreza. A grande cobiça à nobreza no Brasil deu-se com grande velocidade no seu reinado fazendo contraponto com austeridade da gestão pública.

Teria começado em 1847, com a fixação de regras para concessão do uso de brasão de armas, em que se exigia “precedência da justificação da nobreza’, com base numa Provisão de 1807, que impunha “aos pretendentes a obrigação de produzirem, além das tes-temunhas, documentos autênticos, que provem legal-mente pertencerem eles às famílias, com que querem entroncar-se”. Mera formalidade que seria anotada pelo Juízo dos Feitos da Fazenda, com audiência do Procurador dos Feitos.

A concessão de títulos e brasões exigia também a “uma carta de mercê” que custava caro. Alias, o nobre teria que abrir a bufunfa para adquirir e portar um título. O título de duque 2:450$000 (dois contos e quatrocentos e cinquenta mil reis); marques 2:020$000 (dois contos e vinte mil reis), conde, visconde e barão com grande-za 1:575$000 (um conto e 575 mil reis), barão “sem grandeza” 750$000 (setecentos e cinquenta mil reis).

Habilitado a ser nobre, choviam os pagamentos: só a carta de brasão de armas seria emitida custava 170$000 (cento e setenta mil reis). As despesas totais, com im-postos, emolumentos, papel, lavratura, escritura, selos, carimbos, gorjetas, etc e tal, chegavam ainda 366$000 (trezentos e sessenta e mil reis), sendo 30$000 pelo re-querimento a S.M o Imperador, pergaminho para álbum quatro folhas, 32$000; carta de nobreza e fidalguia em caracteres góticos dourados, 130$000; Cópia das armas para Secretaria do Imperador 25$000; cópia para o ar-quivo do Rei das Armas, 25$000, composição de Armas Novas , 40$000; escrevente da Carta de Nobreza, 40$000, despacho à Secretaria do Império, 10$000. Emolumentos do Escrivão de Nobreza e Fidalguia, 50$000; Ditos do

Rei das Armas, 50$000; Novos Direitos no Tesouro 20$000; Selo da Carta de Nobreza 70$000.

O uso indevido de títulos condecorações e brazões viria s ser qualificado de estelionato e assim punido em 1871;

Havia também as “mercês honoríficas” : títulos de duque, marques, conde, visconde e barão. ; títulos de Conselho e os tratamentos de Excelência e Senhoria, empregados da Casa Imperial, Condecorações das várias ordens do Império, graduações militares ho-norárias. Rapapés, mesuras, precedência nas festas imperiais faziam parte do roteiro.

A nobreza poderia usar coroas. Muitos foram buscar no tupi-guarani uma nova identidade, com uma relação próxima da localidade onde nasceram o que deram tintas indígenas à nossa nobreza, que não simpatizavam coma causa dos índios e dos negros. Só com suas plantações, minas, cartórios, exportações, importações, vendas ao Império, comércio, pecuária.

Os títulos eram pessoais e não hereditários. Isto não impedia porem que as mulheres dos nobres carregassem os títulos, no feminino, condessa, vis-condessa, duquesa, baronesa. Na realidade, algumas mulheres (2,5% total) foram elevadas à nobreza por relevantes serviços prestados à Casa Imperial, o mes-mo tendo acontecido com muitas viúvas de nobres mortos, que foram promovidas de classe.

Os nobres do Ceará teriam sido o Visconde de Cauipe, Severiano Ribeiro da Cunha (Caucaia) e os Barões de Aratanha, João Francisco da Silva Albano (Fortaleza), Aracati, João Pereira da Graça (Aracati),e da Ibiapiaba, Joaquim da Cunha Freire (Caucaia). O barão de de Studart, Guilherme Chambly Studart (Fortaleza) foi designado pelo Vaticano e o barão de Camocim, Geminiano Maia (Aracati) pelo Rei de Portugal, dom Carlos).

(*) JB Serra e Gurgel (Acopiara), jornalista e escritor, com Lilia Moritz Schwarcz” em “Ar Barbas do Imperador”.

Page 10: Jornal Julho 2012

Ceará em Brasília10Julho/12 acesse o site da Casa do Ceará em Brasília na Web: www.casadoceara.org.br

Page 11: Jornal Julho 2012

Ceará em Brasília acesse o site da Casa do Ceará em Brasília na Web: www.casadoceara.org.br 11 Julho/12

Page 12: Jornal Julho 2012

Ceará em Brasília12Julho/12

veja os sites do projeto Brasília 50 anos do Ceará: www.brasilia50anosdeceara.com.br e no facebook www.facebook.com/casadoceara

Leituras VRetalhos de lembranças do menino do

Choró As lavadeiras do Rio ChoróJosé Wilson Pereira (*)

As lavadeiras do Rio Choró constituíam um gru-po de mulheres que tinham como ganha pão único o trabalho de lavar e engomar (passar a ferro) as roupas das famílias mais “arremediadas” do lugar.

Era uma gente que apesar da dureza da vida e do trabalho inóspito, encarava sua missão como um desígnio do destino e fazia suas tarefas pela vontade de Deus. É verdade que no seu olhar podia-se notar um certo ar de tristeza ou desilusão. Mas na faina propriamente dita de lavar aquela roupa suja, elas demonstravam conformação e até alguma felicidade por contar com trabalho certo que lhe garantisse o sustento da família.

Assim, elas iam às casas das patroas apanhar a roupa suja, acondicioná-la em forma de trouxa e conduzi-la na cabeça, num equilíbrio impressionan-te, com uma coreografia especial. Dirigiam-se para a beira do rio, seu local de trabalho. Ensaboavam com o famoso e único Sabão Pavão em barra, rajado de azul. Batiam cadenciadamente aquela roupa na pedra para depois estender ao sol, na areia, para “quarar”, como diziam. Quando tinham que lavar roupa mais pesada como rede, lençol ou colcha, batiam com um pequeno pedaço de madeira, de marmeleiro, sabiá ou outro, que mais parecia um bastão de beisebol. Era de se ver um espetáculo bonito das peças de roupas multicoloridas estendidas na areia quente da beira do rio. A etapa seguinte consistia em enxaguar naquela água não tão limpa do Rio Choró.

Todas essas ações eram acompanhadas de canti-gas de roda, modinhas da época, muitas estórias e porque não dizer, de muitos “fuxicos” também. Ali, se ficava sabendo das novidades e de tudo o que se passava no lugarejo.

Esse trabalho se estendia por toda a manhã. Lá pelas 11.00 horas com o sol quase a pino, recolhiam a roupa, faziam nova trouxa e retornavam do mesmo modo, conduzindo equilibrada na cabeça.

Dessas lavadeiras, uma se destacava, pelo seu porte e desenvoltura. Era Raimunda Barra, ou simplesmente Barra. Era uma afrodescendente alta, magra, negra retinta, reluzente até, cabelos encaracolados e de feições muito delicadas. O nariz pequeno, afilado, o queixo um pouco proeminente, a dentadura incompleta, faltando alguns incisivos e molares que se notavam quando abria aquele sorriso amplo, algumas vezes seguidos de gostosas garga-lhadas. Essa mulher forte, sem marido, cuidava de seus filhos, como dizia: “Como Deus é servido”. O que ganhava mal dava para sustentar a família. Com certeza vivia abaixo da linha da miséria. Geralmente, só consumia uma refeição diária que consistia de feijão de corda cosido com um pouco de tocinho de porco, quando disponível, e farinha de mandioca. Muitas vezes essa era a única refeição do dia, a não ser que “filasse” um prato de comida na casa da patroa, o que de vez em quando ocorria.

(*) José Wilson Pereira(Vazantes, Aracoiaba), Coronel Reformado do Exército.

Sobral amplia posição como polo de desenvolvimentoSobral Hoje, este Município comemora seu

239º aniversário em pleno desenvolvimento social, cultural e econômico. A cidade é polo comercial, industrial e educacional na zona norte. Chega à data de sua fundação com diversos motivos para come-morar. Entre eles, a implantação de quatro novas indústrias, três do ramo automotivo e uma do ramo alimentício. As vantagens geográficas e financeiras atraem investidores de todo o País, fazendo com que algumas indústrias mudem a localização de sua sede para o Município.Em seu quarto ciclo de desenvol-vimento, a cidade vive agora a implantação do polo metalmecânico, que se caracteriza pela implantação de indústrias. A fase que ainda se desenrola iniciou em 1993, com a vinda de uma unidade industrial da empresa Grendene.

De acordo com o último censo do IBGE, vivem 10.724 habitantes em Sobral que geram cerca de R$ 1,9 bilhão como Produ-to Interno Bruto (PIB). Para a Prefeitura Muni-cipal, grande parte des-ses cidadãos trabalham nas indústrias sediadas na cidade.

TrabalhoA Fábrica da Voto-

rantim Cimentos foi implantada em 1968 e tem capacidade para produzir cerca de 600 mil toneladas por ano de cimento da marca Poty e gerar mais de 500 empregos diretos. Já a Grendene, uma das maiores empresas do setor calçadista bra-sileiro, emprega mais de 17 mil funcionários de Sobral e localidades vizinhas.

Atualmente, são cerca de 150 empresas presentes em Sobral e está em curso a insta-lação da Rodomundi, montadora de veículos especiais e implementos rodoviários, dentre outras que estão em processo de negociação com a Prefeitura. Nela, serão produzidos, inicialmente, caminhões coletores e compactadores de lixo e viaturas de combate a incêndios. Para o gestor geral da fábrica de Sobral, Dilnei Gilgen, a vantagem de instalação no Município se dá devido à proximidade com o Porto do Pecém.

“A partir da estabilização da fábrica na cidade, nosso intuito é dar início à exportação para países da América Central, Europa e África”, afirma o empre-sário. A vantagem da localização também é apontada pelo secretário de Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, Pedro Aurélio Aragão, assim como os incentivos dados pela Prefeitura. “Fornecemos a infraestrutura e o terreno para que a empresa venha para a cidade”, diz o secretário.

Esse incentivo foi criado em 2001 por meio da

Lei do Programa do Desenvolvimento Econômico de Sobral (Prodecom), que trata de possibilitar aceso a incentivos municipais e financiamentos, impostos, construção civil e montagem industrial necessária. “Nós também nos destacamos devido à qualificação da nossa educação. Hoje, contamos com três insti-tuições de Ensino Superior públicas e tantas outras privadas” complementa ele.

A nova montadora é a terceira indústria do ramo que se estabelece na cidade. A TAC Motors, que está mudando sua sede de Joinville (SC) para Sobral, foi a primeira. A montadora deve investir mais de R$ 200 milhões e gerar 1.200 empregos no total. Outra indústria do ramo automobilístico que está sendo implantada é a Marcovel, fabricante de ônibus da marca Marcopolo.

No seguimento de temperos, irá se instalar, no Distrito de Jaibaras, a Sabor do Norte, que é vista

pelo secretário como um impulso para os produtores locais ven-derem seus produtos.

Pedro Aurélio lem-bra, ainda, da necessi-dade de mão de obra qualificada para a atu-ação nas indústrias. “Elas abrirão opor-tunidades imprescin-díveis para os jovens à procura de um pri-meiro empregou ou estágio”.

O estudante uni-versitário Flávio Bra-ga cursa Engenharia Elétrica e espera pela vinda das indústrias. Considera que as oportunidades de es-tágio prático serão maiores durante todo o processo de indus-trialização.

Para Pedro Auré-lio, o crescimento do polo industrial de So-

bral traz uma nova movimentação para a economia, tanto da cidade quanto de toda a Zona Norte, pois possui benefícios como a arrecadação de impostos, o aumento da renda da população e a ampliação do mercado de trabalho.

Ele também aponta que as pesquisas sobre a cida-de atraem os investimentos. “Revistas conceituadas apontam Sobral como uma das melhores cidades de mesmo porte para se viver. Juntando isso com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o perfil socioeconômico da cidade se mostra favorável para a vinda de empreendimentos”, diz.

Aos que buscam empregos, o investimento em cursos é uma tendência. Gaspar Ximenes está de-sempregado e não cursou o ensino superior. Agora, procurar fazer cursos técnicos para enriquecer seu currículo. “Estou fazendo principalmente cursos envolvendo mecânica”, afirma

239 ANOS DE FUNDAÇÃO

Page 13: Jornal Julho 2012

Ceará em Brasília veja o site da Casa do Ceará em Brasília: www.casadoceara.org.br13 Julho/12

Leituras VIMorrer não está com nada

Presidente da Petrobrás garante refinaria Premium II no Ceará.Unidade deve entrar em operação entre o fim de 2017 e meados de 2018

Depois de ter confirmado ao governo do Maranhão que a companhia manterá o projeto de construir a refinaria Premium I, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, garantiu a construção da refinaria Premium II ao governo do Ceará. Graça Foster recebeu o gover-nador do Ceará, Cid Gomes, na sede da companhia, no Centro do Rio de Janeiro, e reafirmou a importância da refinaria para que a Petrobras para o atendimento do mercado brasileiro de combustíveis.

Os governos dos estados do Maranhão e do Ceará ficaram preocupados pelo fato de as duas refinarias terem sido retiradas do Plano de Negócios 2012/16, divulgado há duas semanas. Graça Foster, na ocasião, garantiu, que os projetos não foram cancelados, mas que estavam tendo seus cronogramas revistos. Pelo plano de negócios anterior a Premium I iniciaria ope-ração a partir de 2016 e a Premium II em 2017.

Segundo a Petrobras, a demanda de combustíveis estimada para 2020 no país é de aproximadamente 3,4

milhões de barris por dia.A Petrobras informou que

Graça Foster apresentou o an-damento do projeto da Premium II, no município de Caucaia, a 50 quilômetros de Fortaleza, no Complexo Industrial e Portuário de Pecém. A empresa explicou que o projeto está em fase de avaliação para adequação aos parâmetros

internacionais de preço, prazo e uso de tecnologia padronizada.

A refinaria terá capacidade de processar 300 mil barris de petróleo por dia,para fornecer principalmente óleo diesel de 10 ppm (63,5% da produção), Nafta Petroquímica (15,3%), Querosene de Aviação (12,6%), Coque (2,8%) e Óleo Bunker (1,6%).

Agora, segundo a Petrobras, a operação da Premium II, a depender da solução tecnológica adotada, deve ser iniciada entre o final de 2017 e meados de 2018 .

Com Ramona Ondoñez, de O Globo

Lustosa da Costa (*) Hoje em dia, ninguém morre mais. Um ou ou-

tro morre porque quer. O terceiro por descuido. É só. O brasileiro passou a viver mais. Todos os conceitos de velhice passam por um processo de revisão. Fala-se em dar prioridade aos que têm mais de 65 anos. Só se for na fila do motel para que não arrefeçam o entusiasmo que eventualmente os domine. Porque na do banco, os idosos, às vezes, são mais numerosos que os jovens. O Código Penal instituiu pena máxima de cinqüenta anos porque naquele tempo a vida média do brasileiro era de cinqüenta anos.

Não de setenta, oitenta como hoje em dia.O Senado vem de aprovar emenda constitucional

permitindo que os membros de tribunais superiores exerçam o cargo até os 75 anos e não aos 70 como atualmente. Ora, nonagenário, hoje, em dia anda por aí dirigindo o próprio automóvel, bebendo uísque, falando até de mulheres.

SessentãoTodos lembram que foi aos setenta anos que

Roberto Marinho ousou o maior sonho da vida e fundou a TV Globo. Depois casou duas vezes, provando que é possível ao velho também ousar no plano sentimental, no amor.

O cara pode começar um empreendimento como ele ou uma profissão como Lauro Vinhas Lopes, Edmo Linhares e Valdeci Vasconcelos. Posso re-velar que já passaram dos setenta inclusive porque daqui a pouco os pego, chego lá. Pois bem, os joviais sentuagenários, depois de bem sucedidos na vida, decidiram ser advogados. Vocês precisam ver o zelo com que cumprem os deveres escolares. Taí exemplo a seguir. Sem ser um Roberto Marinho

As vantagens da caridadeA caridade é virtude que paga à vista, pelo prazer

que seu exercício nos proporciona. Quando convo-co mulher, filha, genro e neto para me acompanhar ao subúrbio remoto a fim de levar cesta básica à ex-empregada doméstica enferma, quero que eles me achem generoso, benemérito, solidário. Isto no âmbito familiar. Agora quando desejo que todo o mundo saiba de alguma ação deste tipo, sabem o que faço? Condiciono o beneficio ao sigilo do beneficiário e familiares, dos que intermediaram o pedido no sentido de que garantam boca fechada e que, nem sob tortura, revelem quem foi o autor do gesto Que jurem discrição por tudo quando é sagrado. O ideal é chamar os outros a um canto discreto e impor que nunca digam o nosso nome benemérito. Neste caso, é garantido. Tiro e queda. Ninguém resiste à vontade de revelar segredo tão ciosamente pedido e quem dele sabe trata de passá--lo adiante o quanto antes. E o caridoso, aquele que não queria, de modo algum soubessem de seu bem feito, ganha duas vezes. É elogiado por sua dádiva E muito mais por sua modéstia. Hão de dizer: Se ele faz isto em segredo, quantos outros atos iguais não está praticando por ai sem que o saibamos?

(*) Lustosa da Costa (Sobral), jornalista e escritor

O Centenário do “cearense” Luiz GonzagaJoão Soares Neto (*)

Luiz “Lua” Gonzaga é quase cearense. Nasceu em 1912, no Exu, Cariri pernambucano, próximo da divisa com o sul do Ceará. Dada a contiguidade, o filho de Januário tocava nas feiras do Crato e de Juazeiro. Ao tempo de “sentar praça” ou servir ao Exército, em 1930, preferiu vir para o 23º. Batalhão de Caçadores, em Fortaleza. Em 1939 Gonzaga mandou-se com mala, cuia, embornal e sanfona para o Rio de Janeiro. Sabia que ia enfrentar preconceito. Lá, por acaso, uniu-se a Humberto Teixeira, advoga-do cearense ali radicado que dirigia um escritório de direitos autorais e anteviu o sucesso do futuro “Rei do Baião”. Ele e Teixeira fizeram várias parcerias. E aí é que entro na história do Luiz Gonzaga.

HumbertoTeixeira, na linguagem política local da época, era “paraquedista”. Vivia no Rio e queria eleger-se deputado federal pelo Ceará, nascido que era em Iguatu. Trouxe, então, Gonzaga para animar os seus comícios. Nascia ali o embrião dos “show-mícios”. Menino, calça curta, saí de casa escondido para ver Luiz Gonzaga em show em frente da Igreja da Piedade. Tinha pouca gente, no princípio. Quan-do o Gonzagão começou a tocar, o adro foi ficando repleto de gente e o Humberto acenava para o povo. Cheguei perto do “Rei” e vi sua vestimenta adornada como os dos cangaceiros de Lampião.

Passa o tempo. Já adulto, via Gonzaga pela tele-visão que, preconceituosa, não dava a ele os créditos que merecia pelos versos simples, mas poéticos de suas músicas.

No ano de 1984, Gonzaga foi homenageado com o Troféu Sereia de Ouro, pelo Sistema Verdes Ma-res, quando tive a alegria de revê-lo em Fortaleza e reverenciá-lo. Morto em 1989, hoje, produtores

Leituras VIImusicais, veem que “Gonzaga foi o primeiro a atingir, com a mesma música, o povo e a elite”, no dizer de Thiago Marques Luiz. Thiago reuniu agora, entre outros, nomes como Dominguinhos, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, Amelinha, Zeca Baleiro e Zezé Mota para produzir e gravar três CDs com 50 músicas do Gonzagão. Em julho, o nosso Fagner estará em São Paulo, em show no Sesc Vila Mariana, também para louvá-lo.

O cantor e compositor Felipe Cordeiro considera que “ele afirmou, de uma vez por todas, a música nordestina no país, sem ser caricato. Ele foi um acontecimento do tamanho de um Tom Jobim”. Para quem não sabe o surgimento da agitação vanguar-dista “Tropicália”, nos anos 60/70, com Caetano, Gilberto Gil, Raul Seixas e muitos outros, tem um pezinho nas estacas musicais binárias plantadas pelo menino/homem de Exu que respeitava o pai Januário. Pena que o filho Gonzaguinha tinha outro pensar. Isso é outra história.

Agora, neste junho de 2012, quando se comemo-ra, antecipadamente, o centenário do seu nascimento que, de fato, será no próximo dia 13 de dezembro - paradoxalmente, Dia de Santa Luzia, a protetora da visão - resolvi homenageá-lo. E o fiz no 4º. Festival BenJunino, no BenficArte, evento musi-cal que empreendo para homenagear e incentivar compositores, cantores, promissores sanfoneiros de xotes e baiões, com prêmios e a mesma alegria que tive, quando criança, o vi em praça pública na boca da noite.

O menino que fui, afinal, está quite com o Gon-zagão.

(*) João Soares Neto (Fortaleza), escritor e empresário)

Page 14: Jornal Julho 2012

Ceará em Brasília14Julho/12

veja os sites do projeto Brasília 50 anos do Ceará: www.brasilia50anosdeceara.com.br e no facebook www.facebook.com/casadoceara

Page 15: Jornal Julho 2012

Ceará em Brasília veja o site da Casa do Ceará em Brasília: www.casadoceara.org.br15 Julho/12

Leituras VIIIMeu avô Antonio Soares

Por Newton Pedrosa (*)Meu avô Antonio Soares era um homenzarrão, mo-

reno, cabelos lisos de índio, falava pouco e ria pouco. Em Porteiras, sua cidadezinha no sopé do Araripe, fora tudo: delegado de polícia, juiz de paz, inspetor escolar e conselheiro da comunidade, onde gozava de amplo conceito e amizades. Isso, até meados do século pas-sado. Era senhor de grande prole, enviuvara, casara de novo, e morava em grande casa de esquina alpendrada, onde recebia e hospedava amigos. À noite, sob a luz da lua, pois, a cidade não tinha ainda luz elétrica,formava grande roda na calçada onde as conversas iam até tarde da noite. Não era, entretanto, dado a intimidades. Tudo funcionava no mais alto respeito e cordialidade.

Certa noite, chovia bastante, e lá pela madrugada velho amigo, montado a cavalo, roupa ensopada, lhe bateu a porta e lhe contou sua situação difícil, pedindo abrigo no alpendre onde passaria a chuva. Lá de den-tro, o velho respondeu: “Pois, não, fulano, amarre o cavalo aí, arme sua rede e pode se deitar.” O temporal prosseguia com relâmpagos e trovoadas, pois, são assim as chuvas daquele pé-de-serra. O matuto armou a rede em frente à janela do quarto de “seu Antõe,” e se deitou ficando em silêncio por alguns momentos. Daí a pouco, chamou: “Seu” Antõe, ou “seu” Antõe,” o senhor tá ouvindo um galo cantar ?” O velho res-pondeu: “Estou,sim!”

E o matuto comenta: “Tadim do bichim, né, “seu” Antõe, cantando na chuva...” Meu avô tentando dor-mir, isso já pelas três horas da manhã, foi novamente abordado: “Seu” Antõe, será que ele tá moiado, assim nessa chuva ?” Meu avô: “Deve estar, home, mas, va-mos dormir que é melhor.” Silêncio, mas, daí a pouco o intruso, de novo: “Seu Antõe, será que o bichim num vai morrer, tá morrendo de fri!” - “Home, vamos dor-mir, deixe esse galo de mão...” Novamente momento de silêncio e o matuto ataca: “Seu” Antõe, “seu” Antõe, o galo tá todo moiado e tá cantando longe! Se o senhor fosse um galo, o senhor tinha coragem de cantar na chuva ?” Meu avô desistiu de dormir, foi pra cozinha fazer café no fogão a lenha, acendeu um cigarro de palha e foi pro alpendre. Assim que chegou, o matuto disse:! ‘‘Seu Antõe, agora eu vou embora, muito obri-gado.” Desamarrou o cavalo e partiu.

(*) Newton Pedrosa (Várzea Alegre), jornalista

HistóriasNewton Pedrosa (*)No meu tempo de adolescência Vàrzea Alegre possuia

apenas dois caminhões mixtos (com x mesmo), além do K7 Internaional do Zé Filipe.Eram de duas boléias,cada um, e transportavamm passageiros, animais como cabras, porcos e carneiros misturados com outros passageiros lá em cima. O mixto de Otacilio tinha escrito em cima na cabine:” De Vàrzea Alegre a Cedro.” O outro, de Chagas Bezerra,indicava “De Várzea Alegre a Crato.” Nas boléias, ao lado do motorista,viajam as pessoas importantes,como meu paí,por exemplo,ainda viajava de graça porque era o delegado de polícia do lugar.Muitas vezes passava a viagem toda prosando com Otacílio. O mixto de Otacilio,conhecido como “barrão,” por ser a diesel e roncar,estava sempre sendo empurrado por falta de bateria. Em certo tempo Otacilio esolveu mudar e transportar apenas cargas. Chagas Bezerra trocou o caminhão por ônibus e criou a Viação Vàrzealegrense que, além do Crato, ia a São Paulo. O tempo passou e o “barrã o” do Otacilio se transformou na poderosa Mudanças Confiança com filial,inclusive, em Miami. A Autoviação Vàrzealegrense,que chegou a ter mais de vinte ônibus,depois faliu com a morte de Chagas Bezerra.

(*) Newton Pedrosa (Várzea Alegre), jornalista

Policlínica garante exames e consultas a 614 mil habitantes da Região Norte

A população de 614.103 habitantes dos 24 municípios da regional de Sobral estão com acesso a exames e consultas especializadas perto de casa, com a inau-guração da policlí-nica regional tipo II que o Governo do Estado. Há outras oito policlínicas tipo II em fase de conclusão. Entre elas, a de Caucaia, na Região Metropolitana de For-taleza, que já está sendo equipada para inauguração. Já em relação as policlínicas tipo I, o Governo do Estado concluiu e inaugurou seis, em Baturité, Tauá, Camocim, Pacajus, Itapipoca e Brejo Santo.

As policlínicas tipo II oferecem 13 especialidades médicas, três a mais do que as policlínicas tipo I. São acrescidas a neurologia, angiologia e endocrinologia às especialidades da oftalmologia, otorrinolaringo-logia, clínica geral, cardiologia, ginecologia, mas-tologia, cirurgia geral, gastroenterologia, urologia, traumato-ortopedia. Exames complexos também são assegurados nas policlínicas tipo II, como a regional em Sobral.

TecnologiaEm tecnologia moderna, que permite a realização

desses e outros exames, a exemplo da mamografia, endoscopia digestiva e audiometria, foram investi-dos R$ 5.383.051,78 na aquisição de equipamentos

para a policlínica regional em Sobral. Em obras, o investimento foi de R$ 6.403.601,90.

ProfissionaisChega a 103 o total de

profissionais na policlí-nica regional em Sobral. Desse número, 29 são médicos especialistas, 10 profissionais de nível su-perior, 29 de nível médio e

35 da área administrativa e técnicos. Como em todas as policlínicas e CEOs regionais da rede de assistência à saúde do Ceará, a gestão da nova policlínica ocorre por meio de consórcio público de saúde, estratégia utilizada para o custeio compartilhado entre o Estado e os municípios da microrregião.

HomenagemBernardo Félix da Silva, que fazia da saúde pública

missão de vida, será homenageado, in memoriam. Na fachada, a homenagem em letras garrafais: Policlínica Bernardo Félix da Silva. Natural de Sobral, ele nasceu em 1921. Desde jovem, ajudava as famílias quando estavam doentes. Mesmo nas madrugadas, com ajuda de sua bicicleta, saía de casa para socorrer os enfermos. Não tinha formação acadêmica, mas com a prática diária levava apoio às famílias, tendo o perfil do que hoje é o agente comunitário de saúde. Teve atuação na política. Foi vereador em Sobral por seis mandatos. Casado com Maria das Dores Costa da Silva, teve dois filhos – Juarez e Gorete. Faleceu em 1993.

UNIFOR formou seus 47 novos médicos. É a primeira turma a colar grau no Curso de Medicina

Eles passaram 6 anos se dedicando em tempo integral ao seu curso. E co-memoram a gradu-ação com um toque especial: fazem parte da primeira turma do curso de Medicina a colar grau na Univer-sidade de Fortaleza.

“Do ponto de vista da instituição, a for-matura da primeira turma representa a finalização da im-plantação do curso com muito sucesso. Do ponto de vista do aluno é importante ressaltar que a graduação não é terminal. Em qualquer profissão, e na Medicina não é diferente, o conhecimento é vasto e se renova a uma velocidade muito grande”, avalia o diretor do Centro de Ciências da Saúde, prof. Flávio Ibiapina.

Os 47 formandos são considerados médicos gene-ralistas e vão agora em busca de uma especialização, a chamada residência médica. Na graduação, foram 4 anos dedicados a disciplinas teóricas e práticas e 2 anos de internato, o que equivale ao estágio super-visionado do curso. Nesta última etapa, os alunos

trabalharam mais de 40 horas sema-nais em atividades práticas de serviço da saúde.

“É no internato que o aluno está tendo a prática real da profissão. Há um rodízio. Os alunos passam em média 1 mês em cada lugar. O aluno vivencia todas as especiali-dades e na hora de escolher a sua fica

muito mais fácil. Ele pode ainda optar por fazer 1 mês de estágio eletivo no local onde ele quiser”, explica a coordenadora do curso de Medicina, Olívia Bessa.

O curso de Medicina iniciou suas aulas em 2006 e conta com 147 professores, sendo mais de 70% deles mestres e doutores. A professora Olívia Bessa observa que um dos destaques do curso é o fato de se usar a metodologia da aprendizagem baseada em problemas (Problem Based Learning - PBL).“Essa metodologia existe há mais de 40 anos no mundo. No Brasil, ela tem pouco mais de 10 anos. Das 183 faculdades de Medicina no país, no máximo 30 a aplicam.

Page 16: Jornal Julho 2012

Ceará em Brasília16Julho/12 acesse o site da Casa do Ceará em Brasília na Web: www.casadoceara.org.br

Energia que faz parte da nossa vida.

Cid Gomes pede a Lojistas Programa Liquida no interior

O governador Cid Go-mes se reuniu na Câmara de Dirigentes de Lojistas de Fortaleza (CDL) onde recebeu do presidente da Câmara, Freitas Cordeiro; e do presidente da Federa-ção das CDLs do Ceará, Honório Pinheiro, deman-das do setor. Na ocasião, o Governador anunciou apoio para a promoção Fortaleza Liquida, implantação do Fundo de Desenvolvimento do Comércio Varejista (FDCV) e solução para o arquivo magnético.

Sobre o Fortaleza Liquida o Governador sugeriu que o Pro-grama fosse levado para todo o Interior cearense. “O Governo vai contribuir com o montante de R$ 600 mil, desde que a CDL encare o desafio de transformar o Fortaleza Liquida em Ceará Liquida”, sugeriu Cid Gomes. O sugestão foi prontamente acatada pelo Freitas Cordeiro. O governador também destacou que a pedido dos lojistas encaminhará a Assembleia Legislativa do Ceará (AL) um projeto de Lei para extinguir a entrega do arquivo magnético. “Se não acrescenta em nada esse decreto, o Governo vai contatar a Procuradoria para que seja criada uma lei que abra mão do arquivo”, explicou. Ele autorizou que o secretário da Fazenda, Mauro Filho, trabalhasse isso em regime de urgência para ser votado antes do recesso da Assembleia.

Quanto à implantação do Fundo de Desenvolvimento do Comércio Varejista (FDCV), o Governador Cid Gomes expli-cou que o Fundo já está em vigor e que restam apenas algumas questões relativas de investimentos. O Fundo prevê às empresas a redução de até 75% da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), desde que lojistas atendem critérios, tais como implantação ou ampliação das suas instala-ções no Interior e utilizar o emissor de cupom fiscal.

Eleições 2012: Metade dos canditados tem entre 45 e 59 anos Os números parciais

dos registros de candi-datos para concorrer ao pleito de outubro de 2012 já estão dis-poníveis na página do Tribunal Superior Elei-toral (TSE) na internet. A consulta pode ser feita pelo sistema de Estatísticas das Eleições 2012, que é atualizado diariamente. Até as 17h de hoje (9), foram contabilizados 284.638 registros de candidaturas em todo o Brasil.

Desse total, 9.485 são candidatos ao cargo de prefeito, 9.437 candidatos a vice-prefeito e 265.716 para o cargo de vereador. De acordo com as estatísticas, percebe-se também que a maioria dos candidatos aos cargos tem idade entre 45 e 59 anos, sendo 116.309. Os jovens entre 18 e 20 anos somam 2.522 pedidos de registro e 517 têm mais de 79 anos.

Proporção entre homens e mulheresCom relação ao sexo dos candidatos ao pleito de ou-

tubro de 2012, foram contabilizados 198.745 registros de homens e 85.893 de mulheres. Para o cargo de vereador, ao qual a lei impõe que cada legenda “deverá preencher o mínimo de 30% e o máximo de 70% para as candidaturas de cada sexo”, observa-se a proporção de 68,7% do sexo masculino e 31,3% do sexo feminino.

A exigência, criada em 2009, encontra-se prevista no parágrafo 3º do artigo 10 da Lei 9.504/87.

A estatística de candidatos é feita por meio da replicação diária dos dados dos tribunais regionais eleitorais para uma base consolidada no TSE, em horários pré-determinados.

Dos R$ 415 milhões do BNDES apenas R$ 28,4 milhões para o Ceará

A diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou empréstimos no valor de, aproximadamente, R$ 415 milhões para projetos de abastecimento de água e esgotamento sanitário dos Estados do Rio Grande do Sul (R$ 220,1 milhões) , Bahia (R$ 85,5,1 milhões), Paraná (R$ 81.5 milhões) e Ceará. Os governos do PT levaram mais de 70%. Projetos, que estão no âmbito do PAC, terão impactos positivos para a saúde pública.

Com o aumento na disponibilidade de água e redução da intermitência do abastecimento, haverá uma melhora na qualidade de vida da população atendida. Espera-se, ainda, redução da incidência de doenças transmitidas pela água, com impactos positivos para a saúde pública. Todos os projetos fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Cagece - Por último, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) receberá empréstimo de R$ 28,4 milhões para ampliar o ramal sul do sistema integrado de abasteci-mento de água da Serra do Ibiapaba. O financiamento do BNDES será de 90% do investimento total.

O projeto contempla obras para estações elevatórias, adução e armazenamento de água nos municípios de Car-naubal, Graça, Guaraciaba do Norte, Ibiapina, Mucambo, Pacujá, São Benedito e Ubajara. Também serão atendidos os distritos de Betânia, Imbuçu, Nova Veneza, Janeiro, Pituba e Sussuanha.

A Cagece presta serviços de água em 150 dos 184 municípios cearenses, beneficiando cerca de 4,9 milhões de habitantes. Seu índice de cobertura no abastecimento de água é de 97,7% da população urbana e deve crescer nos próximos anos. A empresa também presta serviços de esgotamento sanitário em 79 cidades, com benefício para cerca de 1,84 milhão de pessoas.

Page 17: Jornal Julho 2012

Ceará em Brasília acesse o site da Casa do Ceará em Brasília na Web: www.casadoceara.org.br 17 Julho/12

Castelão com 80% da obra pronta. Montagem da cobertura empolga Fortaleza O Castelão já recebeu

as primeiras tesouras tre-liçadas que compõem a estrutura metálica da nova coberta da arena. Após a conclusão da instalação dos 60 pilares de sustentação, 30 jogos da nova estrutura serão lançados. As peças são montadas em um vão de balanço de 50 metros e cada uma chega a pesar 28 toneladas.

Após a montagem da es-trutura metálica, a coberta ganhará as telhas metálicas do tipo sanduíche, composta por duas faces de metal e enchimento de espuma isolante. De acordo com da-dos do consórcio construtor, formado pelas empresas Galvão Engenharia e Andrade Mendonça, aproxima-damente 20% da cobertura será em policarbonato para proporcionar um degradê de sombreamento melhoran-do a qualidade de transmissão televisiva, bem como a insolação do gramado.

O projeto de cobertura foi concebido com o intuito de garantir conforto ao público presente proporcionan-do 100% dos assentos cobertos. O tipo de cobertura com telhas trapezodais cobertas por uma camada es-pessa de isolante térmico com um acabamento superior de membrana TPO foi escolhido por proporcional um ótimo conforto térmico aos espectadores. A utilização da parte transparente também será importante na me-

lhor insolação do gramado.A obra de reforma e modernização do estádio Plá-

cido Aderaldo Castelo, Castelão, com quase 85% das obras concluídas. A porcentagem se refere às duas da quatro etapas concluídas e ao bom adiantamento das outras duas. A Etapa III, que corresponde ao Edifício Central, considerado o centro de comando de todo estádio, está com 91,34% de execução. Já a Etapa IV, que compreende a interação entre as etapas e a finali-zação de todo projeto segue com 49,23% de conclu-são. Os dados são do último relatório de execução do consórcio construtor, formado pelas empresas Galvão Engenharia e Andrade Mendonça, do dia 30 de junho.

Um dos destaques do projeto da Arena Castelão é a nova cobertura. Com tecnologia inovadora, a estrutura terá um revestimento que vai proporcionar uma sensa-

ção térmica mais agradável por suportar os índices de insolação do Nordeste brasileiro, não absorven-do calor e permitindo a circulação de ar dentro do estádio. Também terá um isolamento acústico, o que melhora o acompanhamen-to dos jogos pela torcida e a transmissão dos jogos.

Outras mudanças ar-quitetônicas do Castelão que terão impacto positivo para os torcedores já estão prontas. O campo de jogo

foi rebaixado em quatro metros e a distância o anel inferior para o gramado caiu dos antigos 40 metros para apenas 10 metros. Essas alterações vão permitir que cada pessoa que for ao jogo no Castelão terá uma visão privilegiada de todo o campo.

Ao todo, estão sendo investidos recursos da ordem de R$ 518,6 milhões que incluem todas as transforma-ções do estádio e entorno com a construção da praça de acesso de 57 mil metros quadrados; estacionamento coberto para 1.900 veículos; edifício Fares Cândido Lopes, sede de dois órgãos estaduais; e a operação do estádio por oito anos. Hoje, a obra do Castelão gera mais de 1.363 empregos diretos e pode chegar a um pico de 1.500.

Page 18: Jornal Julho 2012

Ceará em Brasília18Julho/12

veja os sites do projeto Brasília 50 anos do Ceará: www.brasilia50anosdeceara.com.br e no facebook www.facebook.com/casadoceara

Página da Mulher

Receitas da culinária cearense

Ingredientes:

600 gramas de bacalhau1 xícara (chá) de azeite extra virgem4 cebolas médias, cortadas em rodelas finas3 dentes de alho picados1 colher (chá) de salsinha picada400 gramas de batatas cozidas e cortadas

em rodelas finasSal a gosto3 ovos cozidos e cortados em rodelas12 azeitonas pretas, cortadas em lascas

Médicos alertam para vício em bronzeamentoExposição ao bronzeamento estimula produção de subs-

tância ligada a sensação de bem-estarAos 13 anos, a americana Cynthia Bailey não perdia

uma oportunidade de se bronzear. Pelo menos uma vez por semana, assim que o inverno terminava, vestia um biquíni e ia para o sol, mesmo que o clima no norte da Califórnia, onde morava, ainda estivesse um tanto frio.

Com olhos e cabelos claros, Cynthia passava grande parte do ano com a pele vermelha e descascando. Ela tinha cerca de 15 anos quando um pequeno nódulo em sua perna chamou a atenção de um médico.

A mancha marrom-avermelhada foi logo identificada como um melanoma, tipo agressivo de câncer de pele que pode levar à morte caso não seja tratado a tempo. O médico chegou a recomendar a amputação de parte de sua perna para evitar que a doença se espalhasse.

“Eu estava provavelmente viciada em bronzeamento”, lembra Cynthia, que hoje é dermatologista e dirige uma clínica na cidade de Sebastopol, na Califórnia.

Novos exames, no entanto, mostraram que a mancha era inofensiva e afastaram o diagnóstico de câncer. Apesar do

susto, Cynthia voltou a tomar sol, em ses-sões cada vez mais intensas. Ela conta que só conseguiu dei-xar de se bronzear em excesso após se deparar com diversos pacientes com câncer de pele na Faculdade de Medicina.

Assim como Cynthia, homens e mulheres de várias idades se expõem em excesso e sem proteção a raios de sol e câmaras de bronzeamento artificial, embora estes hábitos sejam, segundo especialistas, os principais causadores do câncer de pele, doença que atinge anualmente cerca de 2 milhões de pessoas só nos Estados Unidos.

Para alguns médicos, há algo além da simples vaidade por trás desse hábito. Segundo pesquisas, o bronzeamento pode viciar, assim como substâncias como álcool, tabaco e outras drogas.

O vício em bronzeamento é chamado muitas vezes de

tanorexia, termo usado cada vez com mais frequência pela imprensa quando o assunto é bronzeamento excessivo - como no caso da americana acusada de ter causado uma queimadura na filha de cinco anos depois de levar a criança para fazer bronzeamento artificial.

VícioA dermatologista Cynthia Bayley diz ter sido viciada em

bronzeamento, apesar de risco de câncer“O vício em bronzeamento é provavelmente muito pa-

recido com o vício em drogas e outras substâncias”, disse o dermatologista Steven R. Feldman, professor do Wake Forest University Baptist Medical Center, em entrevista à BBC Brasil.

Segundo ele, os sinais de que uma pessoa pode estar fican-do viciada em bronzeamento são similares aos que ocorrem com outras substâncias, como a necessidade de “doses maio-res”, perda de controle, sintomas de abstinência e a utilização de muito tempo e recursos para a manutenção do vício.

A semelhança entre o vício em bronzeamento e o vício em drogas também foi apontada em outras pesquisas.

Caio Quero, De Nova York para a BBC Brasil

Parece que foi ontem...Regina Stella (*)Ela morava ali, tão perto, e eu nem sabia! E como poderia,

se não havia placa na fachada, nem número, sinal algum, alguma cousa que indicasse ou mencionasse, de longe, a possibilidade! Por ali passei, tantas vezes, que até perdi a conta, indiferente, alheia conversando, brincando e rindo de viver. Ninguém me deu, sequer, um aviso, um alerta e bem que poderiam!

Mas vale voltar o relógio. O pensamento é mágico e em segundos traz tudo de volta. A festa começava muitos dias antes.Nos preparativos, além da euforia e da excitação, muito se tinha que planejar. Diferente de hoje, nem tudo era fácil de achar.

Papel de seda, barbante, cordão, bacia, alguidar. Tesoura, vela, barbante, muita lenha. Pote de barro, grande, para o aluá, de prontidão no canto da cozinha. Tigelas, muitas e de todos os tamanhos, de preferência, brancas, para o arroz doce, para a canjica, para o mugunzá. Muito milho, pão dormido, rapadura, batata doce. E, mãos à obra.

- Varre bem esse terreiro, menino, que a festança vai ser toda aí! Afasta os bancos e vamos logo pendurar as bandeirinhas!

Começava cedo o vai e vem, um entra e sai sem fim. No fogão, chiava a panela, na sala, alto o rádio tocava, e cada um que chegava, entrava gesticulando, perguntando, fazendo coro às risadas que vinham lá de dentro, do fundo do quintal:

...é noite de São João o céu está todo estrelado está todo iluminado

pintadinho de balão quando eu era pequenino de pé no chão eu cortava papel fino pra fazer balão o balão ia subindo pelo azul da imensidãoO dia inteiro era aquela trabalheira, uma tarefa sem tré-

gua, seqüência infindável de iguarias, tipicamente nordes-tinas, espalhadas no alto dos móveis da copa e da cozinha, nas mesas, nas prateleiras, que a festa quando começava não tinha hora de terminar. Nenhuma iguaria poderia fal-tar, e muito menos o aluá e o quentão que prolongavam a animação e a alegria.

Ainda claro, havia um ritual. Começava a arquitetura da fogueira. Tinha que ser especialista o doutor da artimanha. A fogueira tinha que ficar de pé a noite inteira e era preciso habilidade para o fogo ir pegando, devagar ganhando força, se alteando. No início pequeno bruxulear, e depois, gigan-tesca labareda, lambendo o chão, as hastes finas, as toras, um Deus nos acuda! Ali, se assava a batata doce, o milho verde, e à sua volta se confirmava a velha amizade: “São João disse, São Pedro confirmou, que nós havíamos de ser comadres, que Nosso Senhor mandou”! E nas três voltas em torno da fogueira o pacto se afirmava com o aperto de mão, voto que deveria perdurar a vida inteira.

Já escuro, diante de cada casa uma fogueira se acendia, e a impressão, de longe, era que a rua inteira ardia, labareda na fogueira, fé no coração.

Os convidados iam chegando pouco a pouco, as meninas, os rapazes, os casais de mãos dadas, juntinhos. E o calor da fogueira e o fogo do coração se encarregavam de animar a festa. Um pouco mais, descontraídos, começavam a função: na bacia nova as moças casadoiras… trêmulas, segurando a vela que pingava, tentavam ver, na água, a letra que se ia formando, pouco a pouco, a primeira letra do nome do eleito, com quem partilharia a vida. No espelho virgem, bento na fogueira, levado para o escuro, ali, às escondidas, se poderia ver o semblante de alguém a quem se daria o bem-querer. De repente, no negrume da noite, um vulto se esgueirava, buscando o fundo do quintal. No cerne da bananeira, inteiro, enterrava com ímpeto, o facão, há pouco benzera na fogueira. Ao puxá-lo, milagre, ali fora escrito o nome do amado com quem se casaria.

E prosseguia a dança, ao som da sanfona, da alegria, e a quadrilha se enrodilhava, se desfazia, continuava e tudo era riso e cor, música e euforia. Os olhares se encontravam, enternecidos, e havia uma promessa nas palavras ditas, quase um balbucio, para não quebrar a magia do São João. Poderia ser apenas o começo de uma história linda... As mãos se encontravam, se uniam e havia ali um tácito entendimento, que poderia perdurar, quem sabe? Um depois que chegaria...

Ah! ela morava ali e eu não sabia. E como poderia? Não havia placa, nem número em porta alguma que dissesse da possibilidade! Dona Felicidade cantava, dançava, rodopiava e sorria! Ali, em volta da fogueira, dançava com a vida, e eu não sabia...

(*) Regina Stella (Fortaleza), jornalista e escritora

Bacalhau à Gomes Sá (Receita para 4 pessoas)não ficar uma camada espessa demais.

Levar ao forno bem quente, por 10 a 15 minutos. Decorar com rodelas de ovo e lascas de azeitona e servir

Preparo:Um dia antes, colocar o bacalhau de molho.

Trocar a água 4 vezes. No dia do preparo, cozinhar o bacalhau durante uns 5 minutos. Retirar, separar as espinhas e reduzir o bacalhau a lascas. Reservar.

Esquentar o azeite numa panela grande e refogar a cebola, o alho e a salsinha.

Refogar até a cebola começar a mudar de cor.Juntar, então, as lascas de bacalhau e as batatas.

Deixar no fogo por mais 10 minutos, até que as fatias de batata comecem a fritar. Verificar o sal.

Transfirir para um refratário bem largo, para

Page 19: Jornal Julho 2012

Ceará em Brasília veja o site da Casa do Ceará em Brasília: www.casadoceara.org.br19 Julho/12

Leituras IXHumor Negro e Branco Humor

O eterno Joãozinho1 - Sonho de Joãozinho e da MariazinaProfessora pergunta:- Joãozinho, o que você quer ser quando crescer?- Eu quero ser bilionário. Quero ir na boate mais cara, pegar

a puta mais cara, dá um carro de $500.000 prá ela e uma mansão em Londres.

E você, Mariazinha?- Porra, eu quero ser a puta2 - Joãozinho impagável Ao nascer o priminho de Joãozinho, a mãe de Joãozinho

e ele foram ao hospital fazer uma visitinha para a tia e o novo priminho.

A mãe já sabendo das aprontações de Joãozinho, antes de sair de casa avisou:

- João, olha só, seu priminho nasceu sem as duas orelhas, então por favor não comente nada sobre isso! Para a titia não ficar magoada.

Joãozinho concordou na hora e ficou curioso para ver o novo priminho. Ao chegar no hospital, entrou no quarto da tia e do primo e viu o priminho sem as orelhas e foi logo dizendo:

- Nossa que olhos lindos ele tem. Que Deus abencoe esses olhos lindos!

A tia agradeceu ao Joãozinho emocionada pelo carinho! Ao que 5 minutos

depois Joãozinho volta a falar:**- Mas que olhos lindos né, tia. Que Deus abencoe muito

esses olhos! Tomaraque ele sempre tenha olhos assim!E assim foi, após o décimo elogio aos olhos do priminho , a

tia ficou intrigada e perguntou:- Mas Joãozinho porque você elogia tanto os olhos dele e

pede tanto a bênção de Deus.- Ah! Tia! É porque se ele tiver que usar ÓCULOS... TÁ

FUDIDO!***3 - Joãozinho tucano ou petista Uma professora petista do ensino fundamental explicava

aos alunos o “ser petista”. Pediu que levantassem a mão todos aqueles que fossem simpáticos ao partido.

Todos os alunos, por temerem represálias, levantaram a mão, exceto um menino que estava sentado no fundo da sala.

A professora olhou para o menino com surpresa e lhe per-guntou:

- Joãozinho, por que não levantou a mão? - Por que não sou petista! - respondeu. A professora perguntou de novo: - Se não é petista, então com quem se simpatiza? - Com os tucanos! - respondeu com orgulho o menino. A professora cujos ouvidos fanáticos não podiam dar crédito

a algo assim exclamou: - Joãozinho, me diga: porque és simpático aos tucanos? O menino muito tranqüilo respondeu: Minha mãe é tucano, meu pai é tucano, meu irmão é tucano,

por isso eu também sou tucano! - arrematou. - Bem, replicou a professora - mas isso não é um bom motivo.

Você não tem que ser tucano como seus pais. Por exemplo, se sua mãe fosse uma vadia, seu irmão um meliante, vagabundo e contraventor e seu pai um fraudador ladrão de dinheiro público, o que você seria

- Bom... Aí sim, certamente eu seria um petista! A Oração do Joãozinho Espiritualidade é fundamental... Oração do JoãozinhoSenhor todo poderoso: há 2 anos o Senhor levou meu cantor

favorito, Michael Jackson!... Depois, levou meu locutor favo-rito Lombardi!... em seguida, o meu ator preferido - Patrick Swayze! Levou minha cantora favorita, Amy Winehouse! Este ano o senhor já levou os não menos favoritos Wando e Whitney Houston!!!

Agora, acabou de levar João Mineiro, Chico Anysio e Dicró...Quero lembrar ao Senhor que meus políticos favoritos são:,

Fernando Pimentel, Ideli Salvatti, Tarso Genro, Olívio Dutra, José Dirceu , Antonio Pallocci, Ricardo Berzoini, Aluísio Merca-dante, Guido Mantega, Jader Barbalho, Renan Calheiros, Paulo Maluf, Romero Jucá, Michel Temer (menos a mulher dele)...

Por favor coloque-os na ordem de Sua preferência.Amém!!!

Educação Corporativa / Palestra de Bill Clinton abrirá projeto de Educação Corporativa na Unifor

A Universidade de Fortaleza-Unifor, da Fundação Ed-son Queiroz, trará ao Ceará o presidente norte-americano Bill Clinton, que irá ministrar a palestra “Embracing our Common Humanity - Sustentabilidade e Desenvolvimento Global”, no próximo dia 27 de agosto, às 9h, no campus da Unifor. Clinton foi o 42º presidente dos Estados Unidos, a principal economia do mundo, e criou a William J. Clinton Foundation. O evento marca o lançamento do Programa de Educação Corporativa na Unifor.

Bill Clinton vai destacar a interdependência global e os desafios da globalização. O evento, aberto a convidados, é voltado aos políticos, empresários, acadêmicos, pro-fissionais liberais e nomes representativos da sociedade Foto: Reuters

A exposição do presidente enfocará, sobretudo, a inter-dependência global e os desafios da globalização. “Vamos abrir esse importante programa com um grande nome, enfim, com chave de ouro”, reiterou a reitora da Unifor, Fátima Veras, explicando que este novo projeto é voltado para a capacitação de executivos de grandes empresas, de forma continuada.

Segundo ela, o programa irá permitir atualizações para o mundo empresarial e tem como uma de suas metas trazer para a Unifor nomes de des-taque no cenário nacional ou mesmo internacional. “Bill Clinton é considerado ´top ten´ em sua área de aborda-gem”, acrescentou.

Com este projeto, a Unifor promoverá, também, cursos de curta duração ou especia-lização para o mundo corpo-rativo e para a comunidade. A reitora enfatizou, ainda, que, graças às iniciativas dessa natureza, a Universidade se consolida, ainda mais, como uma instituição de Ensino Superior que promove e aco-lhe o estudo e a discussão de temáticas de impacto global.

Aberto aos convidados, o evento destina-se aos políticos, empresários, acadêmi-cos, aos profissionais liberais e nomes representativos da sociedade.

É preciso destacar, lembra Fátima Veras, que os princí-pios da Fundação Edson Queiroz se assemelham aos ideais da William J. Clinton Foundation, que se voltam para a sustentabilidade, ao desenvolvimento da região e do País, à preservação ambiental, à implementação de políticas socioeconômicas justas e à responsabilidade social.

Polo de convergênciaJá o vice-reitor de Graduação da Unifor, o professor

Henrique Sá, ratificou que a Unifor tem a preocupação em ser um polo de convergência de grandes questões que envolvem o cenário local, regional e, também, global. “A escolha de Bill Clinton se dá porque ele continua sendo um expoente, uma referência na análise de temas como sustentabilidade, direitos humanos e democracia. Enfim, é um grande nome”.

O legado de Clinton, frisa, converge para os interesses dos diversos segmentos da sociedade, tais como a indústria, serviços, academia. “Ele possui uma fala que alcança um número muito grande de pessoas”, observa.

O objeto da palestra foi escolhido por ser de grande relevância e atual, pois considera-se que não existe pro-gresso sem o equilíbrio em diversos segmentos. “Não há como se pensar no progresso da economia sem considerar o desenvolvimento global”, comenta o vice-reitor.

Adiantou, ainda, que a vinda do presidente americano é um marco para o projeto de Educação Corporativa, no momento em que atrai para a Universidade personalidades de grande expressão da atualidade.

Conhecimento“A vinda de Bill Clinton ao nosso País para proferir

essa palestra na Universidade é extremamente importante para a nossa região”, considerou o coordenador do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Unifor, Oyrton Monteiro Júnior.

Para ele, isso demonstra que o a desenvolvimento sus-tentável e responsabilidade social encontram relevante interesse no empresariado nacional e nas organizações governamentais brasileiras. “Com a palestra, espera-se uma troca de informações e de conhecimento sobre o que se aplica e se anseia para o nosso desenvolvimento futuro”, citou.

Ações sociais desenvolvidasWilliam Jefferson Clinton, conhecido como Bill Clin-

ton, casado com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, foi o primeiro presidente democrata reeleito nos Estados Unidos em seis décadas - inicialmente em 1992 e, depois, em 1996. Em seu governo, o país viveu a maior

expansão econômica da sua história, com a criação de mais de 22 milhões de em-pregos.

Após deixar a Casa Bran-ca, Bill Clinton criou a Fun-dação William J. Clinton, que tem a missão de melhorar a saúde global, fortalecer economias e proteger o meio ambiente através de parcerias entre governos, empresas, organizações não-governa-mentais (ONGs) e sociedade civil em geral.

Hoje, a Fundação tem funcionários e voluntários no mundo todo para melho-rar vidas por meio de ações como a Clinton Health Ac-

cess Initiative (antes Clinton HIV/AIDS Initiative), que ajuda mais de quatro milhões de portadores do vírus HIV a terem acesso a medicamentos.

Busca de soluçõesOutras iniciativas - como a Clinton Climate Initiative,

a Clinton Development Initiative e a Clinton Giustra Sustainable Growth Initiative - são voltadas a orientar empresas do mundo todo acerca das mudanças climáticas e do desenvolvimento econômico sustentável na África e na América Latina.

Criada em 2005, a Clinton Global Initiative reúne líderes globais para implementar soluções para alguns dos maiores problemas do mundo.

Além disso, Clinton se juntou ao seu sucessor, George H. W. Bush, três vezes - depois do tsunami no sul da Ásia em 2004, após o Furacão Katrina em 2005 e do Furacão Ike em 2008 - com a finalidade de ajudar a arrecadar dinheiro para a reconstrução destes locais.

Devido ao seu trabalho no Haiti, Clinton foi nomeado enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) no país em 2009 para ajudar a população após uma série de furacões.

Em 2010, depois do terremoto no Haiti, ele juntou-se a Bush e implantou o Clinton Bush Haiti Fund, que apoia esforços de reconstrução, criação de empregos e cresci-mento sustentável.

Mozarly Almeida, Repórter, do Diário do Nordeste

Page 20: Jornal Julho 2012

Ceará em Brasília20Julho/12 acesse o site da Casa do Ceará em Brasília na Web: www.casadoceara.org.br

Cravadas as primeiras estacas da Companhia Siderúrgica do Pecém. “A Companhia Siderúr-

gica do Pecém (CSP) é um fato, não tem volta. Está em plena construção”. Com essas palavras do diretor--presidente da CSP, Marcos Chiorboli, deu-se início a construção do que, segundo o vice-presidente executivo sênior da Posco, Inhwan Chang, será a melhor usina siderúrgica do mundo. Durante a solenidade, que foi realiza-da nesta terça-feira (17), no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), foram cravadas as primeiras das 35 mil estacas que darão sustentação para a usina. “Esse é o maior contrato já assinado na história do Ceará. Serão US$ 4,5 bilhões só na parte de construção, gerando 17 mil empre-gos. E quando concluída, serão 16 mil empregos diretos e indiretos. A Siderúrgica vai mudar a história econômica do Ceará”, comemorou o governador Cid Gomes.

Quando em funcionamento, a CSP trará aumento de 48% no PIB industrial no Estado. Na primeira fase, serão 3 milhões de toneladas de placas de aço fabricadas por ano, mas com infraestrutura adequada para ter essa quantidade dobrada. “Visitei muitos lugares no Brasil, mas nunca tinha visto lugar melhor para a construção da Usina do que aqui”, afirmou o presidente do Conselho de Administração da Vale, Aristides Corbellini. Segundo o diretor-executivo da Vale, José Carlos Martins, o sonho da construção da Siderúrgica passou por muitos governos, mas coube a Cid Gomes o privilégio de viabilizar esse projeto. “Isso é um sonho aca-lentado pelos cearenses, muitas lideranças antes de mim trabalharam, se emprenharam, no sentido de viabilizar um

siderúrgica aqui no nosso Estado. Nós temos o privilégio de estarmos a frente do governo quando efetivamente este empreendimento se viabiliza. E vai ser um grande empre-endimento. É a maior siderúrgica do Norte Nordeste do Brasil e isso terá repercussão profunda na nossa economia, comemorou Cid Gomes.

Aproximadamente 60% do terreno já foi terraplenado. Atualmente, só nesse processo, são 1.000 pessoas trabalhan-do, e 90% delas são cearenses e 40% dessas são do muni-cípio de São Gonçalo do Amarante. “O que a Siderúrgica faz é induzir o processo de industrialização na área metal mecânica que com certeza vai atrair para o Estado centenas de milhares de empregos. Não só mais aqui no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), o Cariri, a Região Norte, a Ibiapaba, todo o Estado pode se desenvolver nesta área metal mecânica a partir do momento que a gente tem produzindo aqui o principal componente dessa indústria, que é o aço”, disse o Governador. Nos próximos anos, se-rão realizadas as obras civis dos galpões, edificações, vias internas e instalações diversas. A montagem e os testes dos equipamentos serão feitos em 2014 e 2015 e a usina entrará em operação em setembro de 2015.

Segundo o CEO da Don-gkuk, Sae-Joo Chang, a CSP produzirá o melhor aço do mundo. “É o sonho de milhares de cearenses. Um empreendimento que será fundamental no pro-gresso do Ceará”, disse emocionado. Primeira usina siderúrgica integrada da região Nordeste, a CSP vai

investir US$ 5,1 bilhões. Em 2012, o investimento será de US$ 600 milhões. Segundo Cid, “a gente já teve muitas frustrações com esta siderúrgica, ou com a luta por esta siderúrgica, mas agora é absolutamente irreversível, con-trato assinado, as obras em execução. Não posso deixar de agradecer ao apoio permanente do ex-presidente Lula e da atual presidenta Dilma Rousseff, que nos apoiou mesmo quando ainda era ministra da Casa Civil e mesmo de Minas e Energia”.

A CSP vai encerrar o mês de julho com um total de 48.481 toneladas de material recebido, o equivalente a aproximada-mente 35% do total previsto para o ano (139.120 toneladas). Além de estacas de concreto e de aço, serão transportados vergalhões e estruturas metálicas. Os outros 65% (90.639 toneladas) compõem os 16 carregamentos que devem chegar ao site até o fim de 2012.

Estiveram presentes o vice-governador Domingos Filho; os secretários do Planejamento e Gestão, Eduardo Diogo; da Infraestrutura Adail Fontenele; do Desenvolvimento Agrário Nelson Martins; o presidente da Cagece, Gotardo Gurgel; o Controlador Geral do Estado, João Melo, e mais prefeitos e autoridades locais e da Coreia do Sul.