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A Kizomba completa 14 anos, com muitas lutas e conquistas na bagagem. Nascemos com o intuito de defender e construir Uma Nova Cultura Política em nossa sociedade, baseado no Socialismo, com o objetivo de ter um mundo mais justo e igualitário para tod@s, combatendo o machismo, racismo, homofobia ou qualquer outro tipo de discriminação. Buscamos contribuir para a transformação da realidade da educação brasileira por meio do fortalecimento da UNE, participando da campanha dos 10% do PIB para a educação pública, da aprovação da destinação dos royalties do Pré-Sal para a educação, da aprovação da lei das cotas para as universidades brasileiras, pelo fim dos trotes machistas e racistas, defendemos o SUS, a criação da Comissão de Verdade da UNE, a organização da II Conferência Nacional da Educação (CONAE) e a organização das Conferências de Juventude. Aqui no Paraná não foi diferente, estivemos construindo diretamente a Conferência Estadual da Juventude, participamos da organização da Jornada Estadual da Juventude, estivemos na ocupação da Assembléia Legislativa contra a criação das Os's pelo governador Beto Richa, lutamos contra a redução do orçamento e da autonomia das universidades estaduais, também estivemos presentes em várias universidades contribuindo na organização de entidades representativas e aproximação da UPE e da UNE, mobilizamos várias estudantes para participarem do I Encontro de Mulheres Estudantes da UPE. Tudo isso reforça nosso luta e compromisso por uma educação de qualidade e emancipadora. Nos últimos anos, o movimento estudantil e a esquerda brasileira deram início a um ciclo de transformações políticas. No entanto estamos cientes de que ainda há muito chão pela frente e que demandas sociais e políticas clamam cada vez mais por aprovação. É preciso aprofundar as mudanças e avançar no processo da revolução democrática em curso. E é nessa perspectiva que a Kizomba vem mais uma vez dialogar com o conjunto de estudantes brasileiros e que dão significado ao nosso grito: EU SOU KIZOMBA PRA LUTAR! O Congresso da União Paranaense dos Estudantes, que será realizado em Ponta Grossa, nos dias 18 e 19 de maio, significa ao mesmo tempo o encerramento e abertura de um novo ciclo do Movimento Estudantil. Nesse espaço, os estudantes paranaenses irão debater, discutir, propor e encaminhar várias pautas para os próximos dois anos que seguirão, além de eleger a nova diretoria e executiva da entidade. É nesse contexto que a Kizomba vêm mobilizando estudantes de diversas instituições de ensino superior do estado, para que juntos possamos construir Uma Nova Cultura Política.

Jornal Kizomba 44ºCONUPE

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Jornal Kizomba 44ºCONUPE

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Page 1: Jornal Kizomba 44ºCONUPE

A Kizomba completa 14 anos, com muitas lutas e conquistas na

bagagem. Nascemos com o intuito de defender e construir Uma Nova

Cultura Política em nossa sociedade, baseado no Socialismo, com o

objetivo de ter um mundo mais justo e igualitário para tod@s,

combatendo o machismo, racismo, homofobia ou qualquer outro tipo de

discriminação.

Buscamos contribuir para a transformação da realidade da

educação brasileira por meio do fortalecimento da UNE, participando da

campanha dos 10% do PIB para a educação pública, da aprovação da

destinação dos royalties do Pré-Sal para a educação, da aprovação da lei

das cotas para as universidades brasileiras, pelo fim dos trotes

machistas e racistas, defendemos o SUS, a criação da Comissão de

Verdade da UNE, a organização da II Conferência Nacional da Educação

(CONAE) e a organização das Conferências de Juventude.

Aqui no Paraná não foi diferente, estivemos construindo

diretamente a Conferência Estadual da Juventude, participamos da

organização da Jornada Estadual da Juventude, estivemos na ocupação

da Assembléia Legislativa contra a criação das Os's pelo governador

Beto Richa, lutamos contra a redução do orçamento e da autonomia das

universidades estaduais, também estivemos presentes em várias

universidades contribuindo na organização de entidades representativas

e aproximação da UPE e da UNE, mobilizamos várias estudantes para

participarem do I Encontro de Mulheres Estudantes da UPE. Tudo isso

reforça nosso luta e compromisso por uma educação de qualidade e

emancipadora.

Nos últimos anos, o movimento estudantil e a esquerda brasileira

deram início a um ciclo de transformações políticas. No entanto estamos

cientes de que ainda há muito chão pela frente e que demandas sociais e

políticas clamam cada vez mais por aprovação. É preciso aprofundar as

mudanças e avançar no processo da revolução democrática em curso. E

é nessa perspectiva que a Kizomba vem mais uma vez dialogar com o

conjunto de estudantes brasileiros e que dão significado ao nosso grito:

EU SOU KIZOMBA PRA LUTAR!

O Congresso da União Paranaense dos Estudantes, que será realizado em Ponta Grossa, nos dias 18 e 19 de maio, significa ao mesmo tempo o encerramento e abertura de um novo ciclo do Movimento Estudantil.

N e s s e e s p a ç o , o s estudantes paranaenses irão debater, discutir, propor e encaminhar várias pautas para os próximos dois anos que seguirão, além de eleger a nova diretoria e executiva da entidade.

É nesse contexto que a Kizomba vêm mobilizando e s t u d a n t e s d e d i v e r s a s instituições de ensino superior do estado, para que juntos possamos construir Uma Nova Cultura Política.

Page 2: Jornal Kizomba 44ºCONUPE

No movimento estudan�l não nos faltam pautas de debate e de luta, afinal diante do recente e rápido avanço do ensino superior público no Brasil, e da já mais an�ga ampliação do setor privado, o número de estudantes cresceu significa�vamente, entretanto no mesmo modelo de ensino, nas mesmas estruturas já antes precárias para o ensino e com perspec�vas que, embora avancem, não acompanham os ritmos do crescimento educacional pelo qual o Brasil vem passando.

São diversos os temas a serem abordados, discu�dos e reivindicados junto às ins�tuições de ensino, ao governo do estado, ao governo federal e mesmo junto à sociedade em geral. Que vão desde a garan�a de acesso e ampliação do ensino superior público, de qualidade e gratuito, até a garan�a de permanência na universidade através das poli�cas efe�vas de assistência estudan�l, perpassando pela regulamentação do ensino privado, manutenção do Prouni, construção de poli�cas permanentes de cultura, esporte, lazer, emprego, oportunidades. Devendo passar pelo debate de financiamento da educação, currículo, modelo de ensino, programas de ensino, pesquisa e extensão.

Entretanto, para podermos avançar na construção das nossas pautas e efe�vação de poli�cas públicas que supram as nossas demandas, precisamos estabelecer um forte debate sobre nossa organização enquanto ins�tuição de representação, avançar na nossa organização interna, aproximar a UPE dos estudantes e garan�r representa�vidade de massa.

Para que a União Paranaense dos Estudantes possa desempenhar o papel fundamental que julgamos que ela tem na sociedade, é preciso que se passe a ter

democracia interna, que a representa�vidade proporcional imposta pelo congresso estudan�l seja na pra�ca efe�vada pela direção majoritária, que reuniões de execu�va e pleno sejam realizadas com frequência mínima e que as pautas destas sejam cole�vamente construídas, visando abordar os temas de luta e pautas estudan�s nas universidades e também temas da nossa organização interna. A UPE no próximo período precisará debater e avançar na sua poli�ca de finanças, de comunicação interna da d i reção, efe�va comunicação direta com os estudantes! Precisamos debater carteirinhas de estudante no âmbito de garan�r um direito já conquistado pelos estudantes e não de uma forma excludente que "venda" esse direito a estudantada.

P r e c i s a m o s n u m p r o c e s s o d i a l é � c o e permanente nos colocarmos de forma organizada nas lutas dos estudantes de todo o estado para assim fortalecer o movimento estudan�l paranaense, e conquistar significa�vas vitórias na sociedade, porém, precisamos também fazer uma autocrí�ca, e reconstruir nossa organização interna a fim de estabelecer parâmetros de democracia e transparência na gestão. Acreditamos que todo e qualquer estudante deve par�cipar dessa construção!

Movimento estudan�l na nossa concepção, demanda pra além de boa disposição e sede de revolução, uma boa organização interna, comunicação eficiente, poli�ca de finanças organizadas, pautas construídas e deba�das junto ao cole�vo geral de estudantes, confiança interna na direção, confiança da base, tempo, e aproximação da en�dade aos CA's, DA's, DCE's, e aos estudantes em geral, nestes e em muitos outros pontos ainda precisamos avançar, para que efe�vamente a UPE seja nosso força e nossa voz!

União Paranaense dos Estudantes

Uma Perspectiva de Luta

Page 3: Jornal Kizomba 44ºCONUPE

Acreditamos que, para haver transformação, é preciso dar

voz a quem sempre foi invisibilizado em nosso país. Indígenas,

negros e negras, população LGBT, mulheres, são e sempre foram

sujeitos de suas histórias, par�ciparam da construção desse país

social, econômica e culturalmente. No entanto, quem escreveu a

história “oficial” nunca foi essa parcela dos brasileiros, mas

sempre homens, brancos de origem europeia, detentores de

riquezas, e heterossexuais.

Acreditamos que para haver mudança, não basta estar

ciente dessa construção do Brasil, mas colocar essas pautas no

centro do debate e das ações rumo a uma sociedade justa e

socialista. Na trajetória de uma revolução democrá�ca, respeito

às diferenças, é preciso dar vez e voz a quem jamais foi

considerado para que, enfim, haja democracia.

Para isso, é preciso a construção de uma nova cultura

polí�ca entre as brasileiras e brasileiros, ampliar nosso olhar para

considerar a diversidade que cons�tui nosso país, desfazendo a

injus�ça do povo que aqui sempre habitou e trabalhou, foi pés e

braços de senhores, mas das riquezas não desfrutou. Do povo que

até hoje é dizimado na luta para estar em suas próprias terras. Ou

por aqueles que são exterminados diariamente pela sua

orientação sexual. Ou ainda aquelas que são ví�mas diárias de

agressão, mortas, e assimiladas como “culpadas”!

A universidade também é sociedade, e reproduz a

exclusão e a descriminação. Por isso acreditamos que ela é um

espaço onde enquanto estudantes devemos fazer a escolha de

promover ações que intervenham nessa realidade, priorizando

pautas como ampliação do acesso e permanência, e

democra�zação dos espaços delibera�vos da universidade, para

que todo e qualquer cidadão tenha acesso ao ensino superior.

Infelizmente o conhecimento acadêmico em nossa sociedade

toma proporções superiores a outros saberes. Portanto, é

importante ressaltar que valorizemos as diversas formas de

saberes também a par�r dessa percepção.

Pela popularização da universidade!

Para mudar a universidade

#SomosTodasFeministas

As mulheres estudantes hoje

compõe metade do corpo discente das

universidades brasileiras e, a par�r deste

espaço, con�nuam detectando a

presença do machismo, que está

arraigado no modo de organização da

nossa soc iedade e , também, do

ambiente educacional. Ao entrar na

universidade essa realidade já é ní�da.

Uma parcela significa�va das estudantes

ainda ingressa majoritariamente em

cursos considerados femininos, ligados

às ciências humanas ou aos cursos

associados ao cuidado.

S a b e m o s t a m b é m q u e o

conteúdo que estudamos em nada

reflete a vida das mulheres e isso passa

por todas as áreas do saber como na

saúde, história, direito. A contribuição

das mulheres às ciências é pouco

valorizada e as grades curriculares

con�nuam a ignorar as desigualdades de

gênero. Além disso, os espaços de poder

dentro da estrutura universitária

con�nuam dominados pelos homens,

havendo poucas mulheres reitoras,

chefes de departamentos e de pró-

reitorias.

Outro aspecto importante que

se destaca logo na entrada das

estudantes ao ambiente universitário é a

realidade dos trotes machistas. Essa

prá�ca, ao contrário de ser uma

brincadeira, tem o claro obje�vo de

m a r c a r, l o g o n o i n í c i o d a v i d a

universitária das mulheres, uma posição

de subordinação e desigualdade. Em

várias cidades, se repete um es�lo de

trote, em que as mulheres se submetem

a simulações de conotação sexual,

lembrando que a sexualidade das

mulheres está sempre cerceada e ditada

pelos homens. O trote machista é uma

expressão real dos desafios que as

mulheres vivenciam no ambiente

universitário e deve ser objeto de

campanha dos DCE's, CA's e DA's, assim

como tem sido objeto de denúncia pela

União Nacional dos Estudantes.

Combate ao Racismo, Machismo e a Homofobia, e priorização das pautas do campesinato e

de comunidades e povos tradicionais

Page 4: Jornal Kizomba 44ºCONUPE

Contato

E-mail [email protected]

Blog http://kizombapr.blogspot.com.br/

Facebookwww.facebook.com/KizombaParaná

"Para avançar nas pautas dos estudantes

precisamos de uma nova cultura poli�ca na UPE,

uma cultura verdadeiramente democrá�ca, seria

e compromissada, assim faremos avançar aqui no

Paraná as lutas estudan�s.»

Weli�on G. G. Ferreira - OPET

" Queremos uma UPE que dialogue d i retamente com os estudantes , queremos nossa en�dade dentro das universidades e faculdades do estado, resgatando toda a história de luta que um dia a UPE conquistou.»

Cássio Cardoso Carvalho - UTFPR

Extensão Universitária

D e n t r o d a s a � v i d a d e s

p e d a g ó g i c a s d o s c u r s o s n a s

universidades, deve-se cumprir o tripé

Ensino, Pesquisa e Extensão. Todos os

cursos preveem horas em sala de aula e

linhas de pesquisa, mas pouco se

trabalha com extensão na grande

maioria dos cursos. Das três atuações,

portanto, a Extensão é a que a

universidade tem menos atenção. A

E x t e n s ã o c o n s � t u i p r o c e s s o

permanente de interação dialógica com

comunidades internas e externas a

universidade de forma contextualizada,

v i sando inc lusão soc ia l junto à

construção do conhecimento. Ou seja,

esse eixo do tripé prevê relação direta de

alunos e professores com toda a

sociedade, como espaço de diálogo e

produção de conhecimento mútuo,

a l é m d e c o n t r i b u i r p a r a o

desenvolvimento da comunidade em

questão. É o momento quando nós,

estudantes, podemos de fato contribuir

com a sociedade antes mesmo de nos

fo r m a r m o s , exe rc i t a n d o o q u e

aprendemos e adquirindo novos

saberes. A Extensão resgata o papel

social que a universidade deve ter com a

sociedade. Estudantes, comunidade e

professores em interação e construindo

a sociedade.

O Plano Nacional de Educação

prevê em suas metas a implementação

de 10% das horas em Extensão em todos

o s c u r r í c u l o s , o u s e j a , q u e o s

professores, junto aos alunos, elaborem

um Projeto de Extensão para alguma

comunidade e o executem em algum

momento dos cursos obrigatoriamente,

contando como horas forma�vas dentro

do currículo. Para nós, isso é um avanço,

mas que só poderá ser alcançado se nós,

estudantes, em nossas universidades,

pautarmos na construção de nossos

c u r r í c u l o s e n o s c o n s e l h o s

universitários!

«Que nesse CONUPE e CONUNE levemos tudo o que acreditamos, ideias

de diversas formas e cores! Que assim façamos o Movimento...

e jamais nos esqueçamos: é no conflito saudável de ideias que construímos

o NOVO!»

"Se não posso dançar, não é minha revolução" Emma Goldman

Lays Gonçalves da Silva - UFPR