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Jornal N.º 93

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Jornal do STAL - N.º 93-Agosto-2009

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AGOSTO 20092 jornal do STAL

Derrotar as políticas Votar para mudar de rumo

Na resolução sindical, que foi entregue na Secretaria de Estado da Administra-

ção Local no final de um desfile rea-lizado após o plenário, o STAL e o STML salientam que «os processos eleitorais que se avizinham devem constituir um efectivo momento de luta dos trabalhadores da Adminis-

tração Local, que devem penalizar fortemente com o seu voto os res-ponsáveis pelas políticas de direita que vêm pondo em causa os seus direitos».

O STAL e o STML fazem uma apreciação profundamente negati-va da actuação do Partido Socialis-ta em maioria absoluta na Assem-bleia da República e do seu gover-no, lembrando os efeitos devasta-dores das políticas seguidas ao lon-go desta legislatura nas condições de vida e de trabalho da generalida-de dos portugueses.

O documento aprovado repudia igualmente a ofensiva contra o Po-der Local Democrático, sublinhan-do que o governo não só não cum-priu as promessas eleitorais como enveredou por uma «política de centralização das decisões e des-centralização das dificuldades e dos custos».

Condenação inequívoca

A estrondosa derrota do Partido Socialista nas eleições europeias traduz a inequívoca condenação geral das políticas de direita pros-seguidas pelo actual governo e a necessidade imperiosa de mudan-ça de rumo há muito demonstrada pela luta dos trabalhadores.

Numa saudação que dirigiu a to-dos os trabalhadores da Adminis-tração Local por terem levado «o voto até às urnas», o STAL aler-ta para a tentativa demagógica de aproveitamento destes resultados por parte de algumas forças que, procuram interpretá-los como um alegado apoio do eleitorado ao aprofundamento das políticas ne-oliberais.

Indicando a necessidade de «estarmos atentos» às manobras eleitorais, o STAL salienta que o facto de o partido governante se chamar «socialista» em nada alte-ra o carácter das políticas de di-reita que aplicou ao longo da le-gislatura e que foram estas polí-ticas neoliberais e não outras que os trabalhadores e a ampla maio-ria dos portugueses condenaram nas urnas.

Por isso, os resultados das elei-ções europeias só podem ser in-terpretados como uma clara exi-gência de «mudança de rumo e

Cedência de interesse público

Greve convocada abriu caminhos

negociais Contratação colectiva na Administração PúblicaA Frente Comum realizou em 31 de Julho uma vigília de protesto

contra a política do Governo para a Administração Pública, em parti-cular no que respeita ao processo negocial para um Acordo Colectivo de Carreiras Gerais no sector.

Os sindicatos denunciam a forma como a Secretaria de Estado da Administração Pública tem vindo a conduzir o processo, recusando-se nomeadamente a apresentar a fundamentação das suas propostas, e repudiam a indisponibilidade manifestada pelo próprio secretário de Estado de acolher medidas que tenham impactos orçamentais.

A proposta entregue aos sindicatos tem assim um conteúdo mini-malista, cingindo-se a matérias como direitos, deveres e garantias das partes, período experimental, duração e organização do tempo de tra-balho, férias, teletrabalho e actividade sindical.

Sobre esta matéria, o Plenário Nacional do STAL e do STML de 25 de Junho condenou a tentativa de limitação das matérias a negociar por par-te do executivo de Sócrates e reafirmou «o direito à negociação, à contra-tação colectiva e ao diálogo social», exigindo em simultâneo «o reconhe-cimento da autonomia do Poder Local para negociação própria».

Por outro lado, STAL e STML alertaram para o facto de o Gover-no estar a preparar um «cozinhado azedo com a UGT/SINTAP» pa-ra «aprovar regulamentação relacionada com o chamado regime de adaptabilidade de horários de trabalho com aferição a períodos de trabalho a 12 meses», o que conduziria «à destruição efectiva dos ho-rários de trabalho, do direito à família e a ter vida pessoal».

A greve nas empresas da esfera dos serviços da Administração Local, que esteve convocada para 17 de Julho, acabou por não se realizar na maioria das entidades, dada a disponibilidade negocial en-tretanto manifestada por várias autarquias.

O processo de negociação do acordo de cedên-cia de interesse público reivindicado pelo sindicato foi assim iniciado nos municípios de Aveiro, Braga, Barcelos, Esposende, Fafe, Guarda, Gaia, Santa-rém, Ponta Delgada, entre outros.

A greve, que acabou por ter um impacto redu-zido no plano nacional, realizou-se no entanto em diversos concelhos, designadamente em Guima-rães, onde registou uma forte adesão, e na empre-sa de Águas da Covilhã, também com adesão sig-nificativa.

Por seu lado, o Governo foi forçado a reconhecer em parte a legitimidade da reivindicação do STAL, ao incluir no projecto de diploma, que adapta a lei de vínculos, carreiras e remunerações à Adminis-tração Local, a obrigatoriedade de serem negocia-dos os acordos de cedência de interesse público até ao final do presente ano.

O STAL continuará a pugnar pela negociação destes acordos, combatendo quaisquer tentativas de automatismos de aplicação da lei e de limitação dos direitos dos trabalhadores.

Os próximos actos eleitorais constituem mais um momento de luta dos trabalhadores da Administração Local contra as políticas de direita «por uma efectiva mudança de rumo», salienta-se na resolução aprovada pelo Plenário Nacional do STAL e do STML, realizado em 25 de Junho, em Lisboa.

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AGOSTO 2009 3jornal do STAL

Editorial

Três momentos de lutade direita

Exigir a opção gestionáriaGreve Nacional 16 de Setembro

No sentido de minorar os impactos negativos das medidas legisla-tivas aprovadas pelo Governo, particularmente o regime de vínculos carreiras e remunerações, o STAL tem vindo a exigir e a negociar com as autarquias um conjunto de medidas com vista à valorização dos trabalhadores.

Entre estas assume particular importância a «opção gestionária» prevista pela lei, que permite proceder à mudança de posicionamento remuneratório sempre que os trabalhadores obtenham um conjunto de cinco menções de bom, evitando assim que as mudanças só ocor-ram ao fim de dez anos.

No entanto, apesar de sistematicamente evocarem as restrições le-gislativas impostas pelo Poder Central como justificação para o não atendimento das legítimas aspirações dos trabalhadores, muitos elei-tos autárquicos continuam a recusar-se a utilizar a «opção gestionária» que só deles depende.

Com o objectivo de pressionar as autarquias a utilizarem este meca-nismo legal em prol dos trabalhadores, atenuando a crescente degra-dação dos seus salários e das suas condições de vida, o STAL convo-cou uma Greve Nacional para o dia 16 de Setembro em toda a Admi-nistração Local e regional.

Para além do que se lhe já conhecia, particularmente enquanto responsável pela pasta do Ambiente no governo de António Guterres, onde deixou uma marca

profundamente negativa, nestes quase quatro anos de mandato enquanto primeiro-ministro, José Sócrates, revelou-se um homem obstinado, prepotente e autoritário, que privilegiou os interesses dos grandes grupos financeiros e do patronato e atacou violentamente os direitos dos trabalhadores e das populações.A forma como o candidato Sócrates, chegado a primeiro-ministro, rapidamente mudou de discurso, adaptando-o à verdadeira essência das suas acções políticas, particularmente em relação aos direitos dos trabalhadores da Administração Pública e às matérias gravosas do Código do Trabalho, faz do longo nariz, reproduzido em inúmeras caricaturas de protesto durante este quatro anos, a imagem que melhor simboliza a sua governação e que sem dúvida perdurará na memória dos trabalhadores.

No próximo dia 27 de Setembro, os portugueses serão chamados às urnas para elegerem uma nova Assembleia da

República, da qual sairá o próximo executivo governamental. Desesperadamente, sobretudo após o desastroso resultado do PS nas eleições europeias, Sócrates mudou mais uma vez de discurso, vestindo a pele do compreensivo e humilde cordeiro. Pura ilusão que não fará esquecer os quatro anos de governação da maioria absoluta do Partido Socialista, nos quais levou a cabo a maior ofensiva das últimas três décadas contra os direitos dos trabalhadores e das populações em geral.Tal como sucedeu nas recentes eleições europeias, os trabalhadores não deixarão de sancionar nas urnas os responsáveis pelos ataques aos direitos laborais – o roubo na aposentação, a destruição do vínculo público, a introdução do contrato de trabalho, dos despedimentos e das quotas de avaliação ou a aprovação de um código do trabalho de acordo exigências do patronato.

Em Outubro, dia 11, voltaremos às urnas para, com o nosso voto decisivo, escolhermos os próximos

executivos autárquicos. Enquanto trabalhadores das autarquias não poderemos esquecer que estaremos também a votar naqueles que serão os responsáveis pelas políticas de gestão de pessoal que directamente nos afectam. É pois o momento de penalizar práticas arrogantes antilaborais que têm imperado em muitas autarquias e de votar em projectos democráticos, respeitadores dos direitos dos trabalhadores e promotores de serviços públicos de qualidade para todos – objectivo no qual estamos duplamente interessados enquanto trabalhadores e enquanto munícipes.É certo que as políticas governativas têm produzido um forte e negativo impacto nas condições de vida dos trabalhadores e mesmo na capacidade realizadora das autarquias locais. Mas também é verdade que muitos eleitos autárquicos desprezam e espezinham frequentemente os direitos dos trabalhadores, não utilizando sequer os recursos de que dispõem para os promover e valorizar.

Autilização da opção gestionária para efectuar a mudança de posicionamento remuneratório dos trabalhadores que

tenham obtido o conjunto de cinco menções de bom é uma exigência central, em defesa da qual o STAL convocou a greve nacional de 16 de Setembro.

adopção de políticas de esquer-da verdadeiramente alternativas que respeitem os cidadãos, pro-movam o emprego e os direitos, valorizem os salários, incentivem o investimento público e os ser-viços públicos de qualidade para todos como factor de modernida-de, de progresso, de democracia e de justiça social.»

A necessidade da mudança

O combate à actual crise eco-nómica e financeira só poderá ter êxito mediante a ruptura com um modelo de sociedade subjuga-do à lógica do mercado, com «to-tal liberdade para o capitalismo e uma fria indiferença e desprezo pelos trabalhadores e pelos estra-tos mais desfavorecidos da popu-lação».

Para o STAL, os serviços públi-cos locais devem tornar-se «expo-ente privilegiado de investimento, desenvolvimento e criação de em-prego de qualidade, enquanto ver-dadeiro instrumento de combate a esta crise».

Também neste sentido a Frente Comum apresentou, em conferên-cia de imprensa realizada no dia 15 de Julho, o manifesto «Por uma Administração Pública democráti-ca e de qualidade – pela dignifica-ção e valorização dos seus traba-lhadores».

Neste documento, reafirma-se a «necessidade de uma política al-ternativa, que respeite e desenvol-va os princípios fundamentais da Constituição da República e que dê cumprimento às funções sociais a que o Estado está obrigado – trans-versais a toda a Administração Pú-blica –, respeitando os direitos dos trabalhadores e valorizando a sua intervenção e participação na toma-da de decisões».

A Frente Comum apela aos tra-balhadores para utilizarem par-ticiparem nas próximas eleições legislativas e autárquicas, «vo-tando naqueles que, consequen-temente e ao longo de muitos anos, sempre estiveram do seu lado», e «penalizando os partidos que têm desenvolvido uma políti-ca de direita, contra os trabalha-dores e as camadas mais desfa-vorecidas.»

Por seu lado, a CGTP-IN tornou público um documento intitulado «10 eixos estratégicos para mu-dar de políticas», no qual apresen-ta «propostas concretas, visando compromissos claros, para que das eleições legislativas e autár-quicas saiam programas de gover-nação a favor dos trabalhadores e das trabalhadoras, dos cidadãos e das cidadãs e do desenvolvimento do país.»

A central sindical exige aos par-tidos políticos compromissos na criação de emprego estável e com direitos, evitando os despedimen-tos; a garantia do direito constitu-cional de contratação colectiva; a valorização do trabalho e os direi-tos dos trabalhadores; o combate à precariedade laboral; o alargamento do subsídio de desemprego; a pro-moção do aumento real dos salá-rios, das pensões e do salário míni-mo nacional; o reforço da solidarie-dade, a promoção da coesão social e o combate às desigualdades; o investimento nos serviços públicos e na protecção social; a reorien-tação das políticas económicas; a criação de um sistema fiscal mais equitativo.

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AGOSTO 20094 jornal do STAL

Consultório Jurídico José Torres

A mudança de posicio-namento remunerató-rio está condicionada

à prévia avaliação do desem-penho anual dos trabalhado-res, processo que obrigatoria-mente ficou concluído no final de Abril.

Deste modo, o resultado ob-tido da avaliação de 2008 deve ser somado à pontuação acu-mulada no período de 2004 a 2007. Sublinhe-se que na au-sência de avaliações neste pe-ríodo, os trabalhadores têm di-reito a um mínimo de um ponto por ano, atribuição de que já de-veriam ter sido notificados pela entidade empregadora, com a possibilidade de reclamação no prazo de cinco dias úteis após a notificação (art. 113.º da cita-da Lei).

Assim, em condições normais, os trabalhadores já dispõem de todas as avaliações dos anos de 2004 a 2008, inclusive, para re-querer a mudança do posiciona-mento, a qual se torna obrigató-ria sempre que tenham acumu-lado dez pontos.

Recorde-se a propósito que a nota máxima corresponde a três pontos, a seguinte a dois pontos e, finalmente, a nota mais baixa positiva a um ponto.

Igualmente devem reclamar a mudança de posicionamento os que ainda não atingiram os dez pontos mas obtiveram consecu-tivamente duas menções máxi-mas («Excelente») ou três «Muito Bom» ou ainda cinco menções consecutivas de «Bom». Nestes casos, a mudança está condi-cionada à existência de verbas orçamentadas para essa finali-dade.

Questão prioritária

Todavia, esta é uma questão que as autarquias têm o dever de considerar prioritária, tendo em conta que a evolução na ca-tegoria é um direito dos trabalha-dores, sobretudo num momento em que praticamente deixaram de existir promoções e a referi-da mudança, ou seja a «progres-são», passou a ser a única forma de melhoria salarial.

O reconhecimento desse direito de «progressão» é tanto mais legí-timo quanto é certo que a maioria dos trabalhadores já não progride há muitos anos, particularmente por força do congelamento decre-tado em Agosto de 2005.

Sabemos que há autarquias que já tomaram medidas ade-quadas à atribuição do referi-do direito, enquanto outras na-da fizeram ou alegam não terem verbas orçamentadas para es-se fim.

Porém, todas podem e devem tomar medidas consentâneas com a justiça que os trabalha-dores esperam do Poder Local, sendo ainda possível a afecta-ção de verbas para o pretendido fim, nomeadamente através de adequada rectificação ou revi-são orçamental.

Sublinhamos que, no corrente ano, um vultoso número de tra-balhadores já preenche todos os requisitos necessários à mudan-ça de posicionamento mediante a afectação das verbas neces-sárias. A alteração remunerató-ria tem efeitos desde 1 de Janei-ro do corrente ano.

Mudança de posicionamento remuneratório

Reclamar o direito à progressão

O direito à mudança de posicionamento remuneratório, regulado na Lei 12-A/2008, de 27/2, antes chamado direito de progressão, deve ser reclamado por todos os trabalhadores que reúnam os requisitos exigidos.

O Tribunal de Trabalho de Bragança deu pro-vimento à providência cautelar interposta pe-lo STAL requerendo a suspensão provisória do despedimento de Maria Eduarda, delegada sin-dical nos Bombeiros de Mirandela.

Recorde-se que esta operadora de central de comunicações foi ilegalmente despedida na se-quência de uma intervenção sua no Encontro Regional de Bombeiros do STAL, realizado em Bragança, no final de Janeiro.

Na qualidade de representante sindical, Maria Eduarda denunciou o mau ambiente de trabalho vivido na associação humanitária, apontando designadamente as perseguições movidas pela direcção contra colegas que exigem o pagamento das horas extraordiná-rias e o gozo das folgas a que têm direito.

Depois destes factos terem sido relatados na imprensa, a delegada sindical foi alvo de um

processo disciplinar que culminou em Abril com a notificação do despedimento.

Já em Junho, o tribunal ordenou a imediata integração da trabalhadora, «sem prejuízo de quaisquer direitos ou regalias», condenando ainda a Associação à liquidação da importân-cia pecuniária de 100 euros «em caso de atra-so no cumprimento da decisão e por cada dia de atraso».

Congratulando-se com a decisão, o STAL reafirma a necessidade da regulamentação laboral nas associações humanitárias, exi-gindo ao governo a negociação da propos-ta de Regulamento de Condições Mínimas apresentada pelo Sindicato com vista a ga-rantir direitos e carreiras profissionais dignas a todos os trabalhadores destas entidades que prestam um serviço essencial às popu-lações.

Cerca de meia centena de dirigentes, delega-dos e activistas sindicais, oriundos de todas as câmaras dos Açores, entregaram ao Governo Regional, no dia 11 de Maio, um abaixo-assina-do com as primeiras 1583 assinaturas, exigindo a aplicação à Administração Local do mesmo estatuto profissional vigente na Administração Regional.

Em causa está a diferenciação de regimes estabelecida pelo diploma legislativo regional 26/2008/A, de 24 de Julho, que mantém na Ad-ministração Regional o regime de nomeação e as regras de progressão, mas exclui do seu âm-bito as autarquias, quebrando assim os princí-pios da igualdade, justiça e equidade que vi-

goravam entre trabalhadores da administração pública da região autónoma.

Na audiência com representantes do governo regional, o STAL insistiu igualmente na necessi-dade de publicação do Regulamento de Condi-ções Mínimas dos Bombeiros da Região, diplo-ma que esteve em fase de discussão pública em Fevereiro passado.

A delegação sindical, que contou com a par-ticipação do presidente do STAL, Francisco Braz, solicitou ainda esclarecimentos sobre a interrupção do programa de formação pro-fissional devido ao atraso na aprovação das candidaturas oportunamente entregues pelo Sindicato.

Bombeiros de MirandelaDelegada despedida ganha em tribunal

AçoresDiscriminação inaceitável

Dirigentes e activistas sindicais do STAL exigiram ao governo regional igualdade de condições na administração pública do arquipélago.

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AGOSTO 2009 5jornal do STAL

Se é verdade que pouco po-díamos fazer em relação à crise financeira internacional,

cujos impactos na nossa economia, podendo ser atenuados nunca seriam totalmente evitados, já em relação à crise interna, ela é produto de três dé-cadas de sucessivas políticas que con-duziram à destruição de grande parte do nosso aparelho produtivo, à subal-ternização do interesse nacional ao in-teresse dos nossos principais parcei-ros comerciais na União Europeia (Es-panha, Alemanha, França e Reino Uni-do) e que culminaram com a nossa su-bordinação ao Pacto de Estabilidade e Crescimento e com a adesão ao euro.

A evolução da nossa economia nos últimos oito anos ficará na nossa his-tória como um dos períodos mais ne-gros, em que, em permanente estag-nação e divergência com o resto dos países da zona euro, nos endividámos, nos fragilizámos e aumentámos a di-ferença entre os mais ricos e os mais pobres.

O que é que tudo isto tem a ver com o Poder Local, perguntarão os leito-res chegados aqui? Como veremos a seguir, o Poder Local pode desempe-nhar um papel fundamental na supera-ção deste período negro da nossa vida económica e social.

As capacidades do Poder Local

Os 308 municípios portugueses e 4260 freguesias, de acordo com a úl-tima informação disponível de 2004, empregavam 132.065 trabalhadores, 17,6 por cento dos trabalhadores da Administração Pública.

Este conjunto de autarquias locais era ao mesmo tempo responsável pela arrecadação de 11,1 por cento do to-tal das receitas da Administração Pú-blica e por uma realização de despesa que não ultrapassava 9,9 por cento do seu total.

A importância das autarquias locais no desenvolvimento do País espelha-se no facto de serem responsáveis por quase 50 por cento do investimento to-tal das Administrações Públicas.

Assim sendo, os municípios têm ho-je capacidades técnicas e humanas instaladas, que lhes permite respon-der a muito curto prazo à necessidade

de reanimar a actividade económica e o emprego, através da assunção de um grande conjunto de investimentos da responsabilidade do Governo e de que o Poder Local pode ser o execu-tor eficaz.

Concretamente refiro-me à possibili-dade de os municípios poderem avan-çar com a construção e recuperação de escolas do 2.º e 3.º ciclos do En-sino Básico e do Ensino Secundário, com a manutenção e construção de equipamentos de apoio a idosos, de centros de saúde e de outros edifícios da responsabilidade da administração central, com programas de reabilitação urbana nos centros históricos das nos-sas cidades, em suma todo um con-junto de investimentos públicos cuja responsabilidade é do Governo, cuja execução imediata contribuiria forte-mente para a reanimação da activida-de económica, em especial das micro, pequenas e médias empresas.

Para tal seria necessário que o Go-verno criasse um fundo para estes in-vestimentos ao qual os municípios te-riam acesso e cujo financiamento seria da responsabilidade do Governo.

Três décadas de asfixia financeira

Infelizmente para o nosso País, o ac-tual Governo PS continuou a subalter-nizar as capacidades do Poder Local e a olhar os municípios como os pa-rentes pobres do Poder Democrático, e embora a Constituição da República Portuguesa, no seu artigo 238.º, n.º 2, defina que o regime das finanças locais visará a justa repartição dos recursos públicos pelo Estado e pelas autar-quias locais, a verdade é que o Poder Central considera-se dono dos recur-sos financeiros do Estado e sempre que propõe alguma descentralização de competências para o Poder Local, quer fazê-lo poupando nos recursos fi-nanceiros necessários.

Uma constante ofensiva neste senti-do é facilmente detectável nas últimas três décadas. Distorcendo o enqua-dramento político e constitucional do regime de finanças locais, os governos têm procurado fazer passar a ideia de que as transferências financeiras pa-ra as autarquias seriam um encargo pesado para o Estado e de que essas transferências resultariam de um gesto de boa vontade do Estado (entendido como administração central ou poder político em exercício). Nada mais er-rado, as transferências para as autar-

quias são um imperativo constitucional que as concebe e consagra ao mes-mo nível dos recursos de que o Estado Central dispõe para alcançar os seus fins e as suas responsabilidades.

Na actual situação de crise profunda, constitui um imperativo nacional a co-operação estreita entre Poder Central e Local, transferindo o Poder Central os recursos financeiros necessários e executando o Poder Local as investi-mentos de que o nosso País necessita, reanimando o nosso tecido económico e empregando a nossa mão-de-obra local para, mais cedo do que tarde, po-dermos sair da crise.

Infelizmente para todos nós, os su-cessivos governos do PS, PSD e CDS-PP não têm tido esta visão do Poder Local.

Responsabilizar os eleitos locais

Mas se é um facto que as autarquias locais têm estado permanentemente submetidas a uma relação conflituosa com o Poder Central, que procura su-balternizá-las mediante uma crescente dependência financeira, também é ver-dade que, em muitos casos, os execu-tivos autárquicos não só capitulam de bom grado às pressões dos governos, como, de mote próprio, enveredam pela alienação crescente das suas res-ponsabilidades e competências, con-cessionando serviços directamente a empresas privadas ou transferindo-os para empresas municipais e outras de capital público, cuja gestão e explora-ção lucrativa é mais tarde entregue a interesses privados.

Os efeitos nefastos destas políticas locais são hoje fortemente sentidos por muitas populações. Os acentuados aumentos de taxas e tarifas, a degra-dação dos serviços, a falta de transpa-

rência nos procedimentos e a insensi-bilidade social marcam em geral a ac-tuação das empresas privadas na área dos serviços públicos. Por isso, as po-pulações preferem a gestão municipal directa e rejeitam as políticas priva-tizadoras, como ainda recentemente demonstrou uma sondagem efectuada pelo STAL sobre água, saneamento e resíduos.

Mas para além de prejudicar seria-mente o interesse das populações, atingindo em especial as camadas mais desfavorecidas, o caminho da pri-vatização de serviços municipais con-duzirá inevitavelmente ao esvaziamen-to e descaracterização do Poder Lo-cal, comprometendo perigosamente o seu enorme potencial enquanto agente promotor e dinamizador do desenvolvi-mento e do bem-estar social, com im-pactes inegáveis no todo nacional.

No actual contexto de profunda cri-se económica, o reforço do Poder Lo-cal – através da justa descentralização de competências do Poder Central, da implementação da regionalização e de alterações legislativas que aprofundem a democraticidade dos órgãos eleitos localmente – assume uma importância acrescida.

Assim, é legítimo que os trabalhado-res e as populações exijam às diferen-tes forças políticas que se pronunciem sobre a gestão municipal dos serviços e condicionem o seu voto a compro-missos formais das candidaturas de que se empenharão no desenvolvi-mento e melhoria dos serviços públi-cos, se absterão de lançar novas pri-vatizações e tudo farão para travar e inverter processos concluídos ou em curso.

Nos próximos actos eleitorais urge barrar o avanço das forças que promo-vem a ofensiva privatizadora dos servi-ços públicos.

O aprovei-tamento das enormes potencialidades do Poder Local, enquanto agente dinamizador do desenvolvimento e bem-estar das populações, passa pela descentralização de competências com os devidos recursos e pelo fim saga privatizadora nos serviços municipais.

O motor para a saída da crisePoder Local

José Alberto LourençoEconomista

O nosso País atravessa hoje uma crise profunda que resultou da junção de duas crises: a crise interna, que se arrasta pelo menos desde o início desta década (2002) e, a crise financeira internacional cujos primeiros sinais mais visíveis se registaram em meados do 3.º trimestre de 2007.

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AGOSTO 20096 jornal do STAL

A água foi durante muitos anos uma responsabilidade exclu-siva das autarquias locais e a

sua gestão uma tarefa nas mãos de órgãos democraticamente eleitos e orientados para a prestação de ser-viços públicos. Esta realidade alte-rou-se profundamente na década de 90 com a retirada às autarquias da competência exclusiva de ope-rar no sector.

Desde então verificou-se a cres-cente concentração da captação e do tratamento da água nas socie-dades entretanto criadas e contro-ladas em 51 por cento pelo Estado, via holding Águas de Portugal, e a abertura a capitais privados, por via das concessões, da gestão e ex-ploração das actividades de cap-tação, tratamento e distribuição de água para consumo público.

Este processo de concentração e privatização, sem dúvida estimu-lado e forçado pelos sucessivos governos – mediante pressões de todo o tipo sobre as autarquias e mesmo boicote declarado à possi-bilidade de estas organizarem entre si associações ou em empresas in-

termunicipais não submetidas à ló-gica do lucro para gestão comum do abastecimento em alta –, tem sido em muitos casos facilitado, e noutros até promovido, por maio-rias autárquicas que se apressaram a alijar responsabilidades, defrau-dando o interesse dos trabalhado-res e das populações.

Concentrar para privatizar

Apesar dos insistentes alertas, lançados designadamente pelo STAL, um número significativo de municípios não só abdicou das su-as infra-estruturas como cedeu a entidades terceiras a competência própria de decidir sobre a gestão e os preços da água. Sem excepção, todos estes processos decorreram nas costas ou à revelia da vontade das populações, que, em muitos casos, constituíram movimentos re-presentativos de utentes.

Na sequência ou não da adesão a empresas multimunicipais, várias câmaras optaram pela privatização directa da distribuição de água. Outras, como Braga, Covilhã, Fa-ro, Santarém, S. João da Madeira e Tavira, sob o pretexto da simplifica-ção e eficiência, criaram empresas

A criação desta empresa, que irá concentrar as redes e serviços de distribuição água de dez municípios do distrito de Aveiro,

teve desde o início a oposição dos trabalhado-res e do STAL.

A posição do Sindicato é desde logo motivada pelo facto de o contrato estipular o controlo do ca-pital pela Águas de Portugal, holding do Estado, cuja privatização foi já por várias vezes anunciada por diferentes governos.

Para além de não dar garantias de emprego e de manutenção de direitos ao universo dos tra-balhadores que hoje integram os serviços muni-cipais de água e saneamento, a nova estrutura implica a alienação tanto de um valioso patrimó-nio das autarquias como sobretudo de uma com-petência dos órgãos autárquicos democratica-mente eleitos nesta área vital do abastecimento de água.

Tal como tem sucedido em casos semelhan-tes, a entrada em funcionamento da nova em-presa significará menos direitos para os traba-lhadores, taxas e tarifas mais elevadas para as populações e métodos de gestão baseados na lógica do mercado que, mais cedo ou mais tar-de, se reflectirão numa degradação da qualida-de do serviço.

Neste quadro, o Sindicato considera que os trabalhadores dos municípios envolvidos (Águe-da, Albergaria-a-Velha, Aveiro, Estarreja, Ílhavo, Murtosa, Oliveira do Bairro, Ovar, Sever do Vou-ga e Vagos) têm fundadas razões para manifes-tar apreensão quanto ao seu futuro e salienta que «em consonância com o interesse público e das populações, tudo fará para combater a criação

desta empresa nos moldes anunciados», e «ga-rantir os direitos dos trabalhadores, nomeadamen-te o seu vínculo, estabilidade laboral e horários de trabalho.»

Gestão pública tem mais vantagens

Em carta dirigida aos eleitos das diversas as-sembleias municipais, reunidas, no dia 26 de Ju-nho, para discussão e aprovação desta proposta, o Sindicato alertou para os perigos deste projecto e apelou a uma maior ponderação da decisão.

A missiva sublinha que, «sem perder de vista as pressões e os constrangimentos a que as au-tarquias e os seus serviços se encontram actual-mente submetidos», o STAL considera que a ges-tão pública da água, democraticamente controla-da pelos munícipes, é o modelo que reúne «mais condições para a prestação de melhores serviços com superiores vantagens para as populações, relativamente a outros modelos sem rosto nem legitimidade democrática».

A gestão pública é aquela que melhor pode responder às necessidades sociais «no quadro do respeito pelos princípios da solidariedade, da coesão social e territorial e da sustentabilidade ambiental».

Para manifestar a sua oposição à criação da empresa, os trabalhadores dos serviços abran-gidos fizeram questão de marcar presença nas reuniões das assembleias municipais que deba-teram o projecto.

Em Aveiro, os trabalhadores dos Serviços Mu-nicipalizados manifestaram o seu protesto lo-go no dia 15 de Junho, decidindo concentrar-se frente à Câmara Municipal, onde decorria a reu-nião do executivo que iria aprovar a adesão da autarquia aveirense à empresa.

Por seu lado, o Município de Ovar decidiu não aderir ao processo. A mesma decisão foi toma-da num primeiro momento pela Assembleia Mu-nicipal de Oliveira do Bairro. Mais tarde, porém, a votação foi repetida, tendo a proposta sido apro-vada depois de alguns eleitos do PS e do PP te-rem mudado de posição sem darem qualquer ex-plicação válida.

Exigir na defesa

A adesão de vários municípios do distrito de Aveiro a uma entidade controlada pela Águas de Portugal é contestada pelo STAL e trabalhadores que manifestam preocupação sobre o futuro dos seus postos de trabalho e alertam para o perigo da privatização deste serviço público.

Concentração ameaça serviço público

Águas da região de Aveiro

Nas eleições

Num momento em que, pela mão do Governo PS/Sócrates, se acentuam as pressões para a mercantilização e privatização da água, a escolha de forças políticas e candidatos às próximas autárquicas com provas dadas na defesa da gestão pública municipal da água e dos que sem hesitações assumam esse compromisso político, será a melhor garantia para defender os direitos de quem trabalha e para assegurar o acesso de todos aos serviços de água e saneamento.

Os trabalhadores dos SM de Aveiro manifestaram-se espontaneamente, no dia 15 de Junho, frente à sede da autarquia

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AGOSTO 200910 jornal do STAL

A Comissão Sindical dos Trabalhadores das Autarquias Locais de Alcácer do Sal es-teve presente com um stand na Feira Anual do Pinhão e do Mel (PIMEL), que decorreu de 24 a 28 de Junho, na sede do concelho

À semelhança de anos an-teriores, a estrutura sindical aproveitou este certame de-dicado às actividades eco-nómicas do Pinhão e do Mel para chamar atenção para a luta e revindicações dos tra-balhadores da Administração Local.

Especial destaque foi dado à situação na empresa municipal EMSUAS, cujos trabalhado-res exigem o cumprimento do acordo de empresa. Na expo-

sição foram também lembra-das as promessas feitas pela autarquia, há cerca de quatro anos, de ceder uma sede con-digna à Comissão Sindical.

O funcionamento do stand foi assegurado em permanên-cia pelos membros da comis-são sindical e pelo delegado sindical da EMSUAS.

O Zé Quilhado, outra vez!

Conversas desconversadasAdventino Amaro

Vocês lembram-se do Zé Quilha-do Dassssilva, de quem aqui vos falei há quatro anos atrás?

Bom, a verdade é que o homem ainda é vivo e continua fiel à sua temência a Deus, à moral e aos bons costumes. E, ao contrário do suposto, quando em 2005 começou a interrogar-se so-bre as promessas que ouvia, sobre os sacrifícios que fez a pedido dos se-nhores que se foram revezando nas cadeiras do poder e que acusavam sempre os seus antecessores de to-dos os males que alegremente supor-tava, o nosso bom amigo Zé Quilhado voltou a ser enganado.

Sabem, é que o homem (que por acaso também é Zé, mas Sócrates e não Quilhado, pelo menos por en-quanto…) fala tão bem, põe tanta bri-lhantina no discurso, tem uma pose tão “nice”, que é difícil resistir-lhe.

Pensou o nosso superlativamente Quilhado que o «corajoso» Sócra-tes iria ser diferente dos que até es-sa altura o andaram a enganar. Do Soares, que culpava o Gonçalvismo pelo apertar do cinto; do Carneiro que culpava o Soares e o Gonçalvis-mo pelo apertar do cinto; do Soares, outra vez, que culpava ainda o Gon-çalvismo e também o Carneiro pelo apertar do cinto; do Cavaco, que cul-pava o Soares, sem esquecer ainda o Gonçalvismo, pelo apertar do cin-to; do Guterres, que culpava o Ca-vaco (o Gonçalvismo já não vendia muito bem…) pelo apertar do cinto e por isso desertou; do Barroso, que culpava o Guterres pelo apertar do cinto, e por isso foi mamar numa teta bem mais gorda lá nas Europas con-nosco; e do Santana, que não culpa-va ninguém em especial porque não fazia a mínima ideia de como tinha ido ali parar.

- Porra, minha Santa Bárbara, – gri-tou o nosso bom Zé frente à câmara de voto no momento decisivo. – Se não acredito neste que me fala ao cora-ção, se vou desconfiar deste que pro-

mete inovação, se me ponho a perder tempo fazendo a comparação com os que já me lixaram e os que nunca governaram, então vou fazer o quê? Eu sou um homem de fé, desconfiar é pecado. Pronto, cá vou outra vez e seja o que Deus quiser…

E o votinho cor-de-rosa lá caiu den-tro da urna com uma cruz estampada no quadrado armadilhado. O Zé caiu outra vez na mesmíssima esparrela, esperando porventura algum mila-gre divino que lhe adocicasse a vida amarga de muitos anos.

Depois, foi o que se viu. O tal ho-mem bem-falante com brilhantina na voz não passava, também ele, de um mentiroso encartado.

Após o que prometeu, acabou por lhe pedir que apertasse mais o cin-to porque a bem aventurança só viria bem mais tarde. Primeiro era preciso baixar o défice, não é?

Então, a bem da nação, encerra-ram-lhe a escola aonde o filho estu-dava, fizeram falir a fábrica aonde ele trabalhava, fecharam-lhe o hospital aonde ele se tratava e assim, glória a Deus nas alturas e paz na terra das boas vontades, o tal défice foi posto na sua devida ordem, o que até me-receu dos mandantes da Europa os mais rasgados encómios.

Pois é, mas o nosso Zé perdeu toda a alegria de andar cá neste mundo. A fome mal disfarçada, a vergonha in-dignada, a raiva por padecer de inge-nuidade encoirada, perseguem-no no dia a dia da sua pobre existência.

Há dias foi-se crismar. Continua a ser Quilhado mas deixou de ser Dassssssilva.

Aprendeu no «Magalhães», que também ele comprou, apelido mais moderno que mantém a substância do apelido que tinha.

Quem o quiser contactar vá à lista telefónica e procure pelo nome de Zé Quilhado Phoenix.

FOOONIX…

Motoristas profissionais da Administração Lo-cal e do sector privado concentraram-se, dia 8 de Julho, frente ao Ministério dos Transportes, em Lisboa, em protesto contra um novo diplo-ma que impõe a aquisição do Certificado de Aptidão Profissional, Carta de Qualificação de Motorista e frequência de formação contínua obrigatória.

O STAL e a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS), que convocaram conjuntamente a acção, conside-ram que a nova legislação se traduz «numa me-dida injusta e extremamente penalizadora».

Isto porque, já a partir de Setembro, o Gover-no pretende que sejam os próprios motoristas profissionais a custear os encargos relativos à

aquisição da qualificação inicial e à formação contínua, circunstância que põe em risco o em-prego de milhares de trabalhadores ao mesmo tempo que desresponsabiliza as entidades em-pregadoras pela nova obrigação legal.

Ao invés, sobre os trabalhadores pesam pe-sadas multas, entre mil e três mil euros, em caso de incumprimento das normas, sendo-lhe ainda imposta a frequência das acções de formação contínua fora dos horários de trabalho.

No protesto foi apresentada uma petição di-rigida à Assembleia da República, que exige a alteração da lei de modo a que sejam os em-pregadores a custear as certificações e que a formação profissional se realize em horário la-boral.

STAL e FECTRANSMotoristas rejeitam pagar certificado

STAL na feira do PIMEL

Os motoristas profissionais recusam custear os certificados e a formação contínua exigidos pela nova regulamentação

O stand do STAL na Feira do PIMEL

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AGOSTO 2009 11jornal do STAL

Apesar do grande conjun-to de propostas apre-sentadas pelo STAL com

vista a minorar os efeitos nefas-tos dos principais vértices da «reforma» (SIADAP; vínculos, carreiras e remunerações; mo-bilidade e extinção, fusão; e re-organização de serviços), o go-verno insistiu na sua aplicação rígida, sem levar em conta as especificidades das autarquias.

Ainda assim, as escassas me-lhorias em relação às intenções iniciais do Executivo socialista formam obtidas graças à per-sistência do STAL – o único sin-dicato a solicitar a marcação de uma última reunião negocial da primeira fase do processo.

SIADAP – a injustiça das quotas

Embora condenando viva-mente a imposição de quotas de avaliação, o STAL apresen-tou uma proposta, que foi recu-sada pelo Governo, no sentido de que: 1) pudessem ser as au-tarquias a definir sobre a aplica-ção ou não do sistema de quo-tas; 2) fossem aumentadas as percentagens das quotas, no-meadamente para 20 por cen-to a avaliação máxima e 40 por cento, a avaliação seguinte.

Porém, foi aceite a proposta do STAL de consagrar a pon-deração curricular como méto-do de avaliação a aplicar aos trabalhadores abrangidos pelo regime de cedência de interes-se público.

Igualmente, resultante de uma proposta do STAL, o diploma simplifica o sistema de avalia-ção nas juntas de freguesia com menos de 20 trabalhadores, on-de deverá aplicar-se apenas o parâmetro «competências». (O sindicato pretendia que aquele limite fosse de 60 trabalhadores e que em juntas com menos de dez trabalhadores se aplicasse apenas a ponderação curricular, o que foi recusado).

Mobilidade especial escondida

Também nesta matéria o go-verno recusou a generalidade das propostas do Sindicato, designadamente a necessidade de corrigir situações de injustiça relativa decorrentes da transi-

Governo lesa trabalhadores e instrumentaliza autarquias

Reforma adaptada à Administração Local

A falta de vontade política do actual Governo para entender e respeitar as especificidades e autonomia do Poder Local e a sua determinação cega em liquidar direitos dos trabalhadores condicionaram o processo negocial sobre a adaptação da chamada reforma da Administração Pública à Administração Local.

Os quadros técnicos da Adminis-tração Local das regiões do Centro do País (distritos de Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria, Santarém e Viseu), estiveram reunidos, no dia 7 de Julho, em Mangualde, num seminário dedicado às recentes alterações legis-lativas, no âmbito da chamada «Refor-ma da Administração Pública».

No debate foi realçado que as alte-rações produzidas agravaram subs-tancialmente a descaracterização profissional e a subalternização dos quadros técnicos na administração local, marginalizando e desvalorizan-do o conhecimento técnico e científi-

co destes trabalhadores nos diferen-tes processos decisórios.

Entre os aspectos mais gravosos da chamada «reforma», salienta-se a quebra do vínculo público, que acen-tua a precariedade, o congelamen-to da progressão e a destruição das carreiras, a que acresce o aumento da responsabilização civil individual destes trabalhadores.

Este seminário inseriu-se na série de iniciativas regionais realizadas no primeiro semestre, primeiro em Beja, com quadros técnicos das regiões do Sul, e depois no Porto, com profissio-nais dos distritos do Norte.

Uma delegação da CGT de França esteve nos dias 9 e 10 de Julho no nosso País para participar num encontro com representantes de vários sindica-tos da Frente Comum da Administração Pública.

Na iniciativa, que teve lugar na Sede Nacional do STAL, foram abordados os principais aspectos que caracterizam o regime jurídico dos trabalhadores da Administração Pública de ambos os países.

Particular atenção foi dada a organização dos serviços públicos, vínculos, carreiras, sistema retributivo, avaliação do desempenho, aposen-tação, protecção social, maternidade/paterni-dade e condições de trabalho no âmbito da Se-gurança, Higiene e Saúde no Trabalho.

A delegação sindical francesa deu conta das reformas destruidoras promovidas pelo gover-

no de direita contra a administração pública e os direitos dos cinco milhões trabalhadores que laboram actualmente no sector.

Tal como em Portugal, verifica-se a tendência para a externalização dos serviços e para a sua entrega a empresas privadas, designadamente nas áreas da água, energia e saúde.

A diminuição do peso do Estado tem sido, nos últimos tempos, um dos principais objecti-vos do governo presidido por Nicolas Sarkozy, sob o pretexto da redução da despesa pública.

O governo francês pretende assim eliminar até final do próximo ano cerca de 100 mil pos-tos de trabalho na Administração Pública, dos quais cerca de 30 mil pertencem à administra-ção hospitalar.

Quadros TécnicosSeminário debate «reforma»

Cooperação internacionalSindicatos partilham experiências

O logro do SINTAP

ção de carreiras (ex: a categoria de encarregado de brigada).

Todavia, por pressão da luta dos trabalhadores, e já após a convocação da greve de 17 de Julho (ver pág. 3), o Governo foi forçado a reconhecer em parte a legitimidade da reivindicação do STAL, ao incluir no projecto de diploma a obrigatoriedade de serem negociados os acor-dos de cedência de interes-se público, até ao final do ano de 2009, com os trabalhadores que estavam em situação de re-quisição em empresas privadas e municipais.

Sem acolhimento ficou a po-sição sindical de que não se

justifica a aplicação à Admi-nistração Local de qualquer regime de mobilidade espe-cial, já que não existem tra-balhadores excedentários nas autarquias, mas pelo contrá-rio, existem inúmeras situa-ções de emprego precário que urge regularizar.

No entanto, o Governo ad-mitiu a proposta do STAL de incluir os órgãos deliberativos (assembleias municipais e de freguesia), nos processos de decisão que acarretem gra-ves consequências para os trabalhadores, particularmen-te os de racionalização de efectivos.

No decorrer deste processo negocial, o Sintap alardeou que te-ria conseguido retirar a mobilidade especial, justificando assim a subscrição de uma «acta de concordância» com o governo sobre esta matéria.

O STAL desmentiu tais afirmações, lembrando que o art 16.º do projecto de diploma em causa determina que, em casos de ra-cionalização de efectivos, serão elaboradas listas dos postos de trabalho necessários. E, se os efectivos de pessoal forem supe-riores ao número de postos de trabalho, «há lugar à colocação de pessoal em situação de mobilidade especial ou, sendo o caso, à aplicação das disposições adequadas de cessação da relação jurídica de emprego público».

Estamos portanto perante mais um logro de um pseudo-sindi-cato que através da mentira procura valorizar-se aos olhos dos trabalhadores mais incautos e, ao mesmo tempo, salvar a ima-gem do Governo, que mantém intacto o seu odioso projecto de aplicar a mobilidade especial à Administração Local.

As negociações do Governo com os sindicatos foram um mero simulacro

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AGOSTO 200912 jornal do STAL

Governo defraudou expectativas

Polícias municipais protestam em Coimbra

Cerca de uma centena de técnicos de metrologia da Administração Pública participaram no 7.º Encontro de profissionais do sector, realizado dia 20 de Maio, em Penacova, no distrito de Coimbra

Na encontro, em cujos trabalhos participou o presi-dente do STAL, Francisco Braz, foram analisados os efeitos devastadores do novo regime da Administra-ção Pública, designadamente ao nível das carreiras, onde provocou distorções intoleráveis. Exemplo disto é o tratamento desigual dado à carreira de Técnico de Metrologia em relação à carreira de Fiscal.

Outra preocupação levantada no debate refere-se ao papel negativo do Instituto Português da Qualida-de, que tem vindo a dar preferência e incentivar a pri-vatização do serviço de aferição de pesos e medidas nas autarquias.

Os participantes notaram que enquanto a activida-de dos técnicos municipais se rege pelas normas vi-gentes, as entidades privadas, que operam crescen-temente nesta área, seguem práticas pouco transpa-rentes lesivas dos consumidores e cobram taxas mais elevadas.

Neste sentido, o Encontro decidiu realizar uma cam-panha de sensibilização e de alerta às instituições, Go-verno, autarquias locais e a Assembleia da República, mediante o envio de uma exposição demonstrando que todos perdem com a privatização deste sector vi-tal para todos os consumidores.

Há mais de três anos que os mo-toristas da Associação Humanitá-ria de Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Foz Côa cumprem quoti-dianamente horários de trabalho de 16, 17 e 18 horas seguidas de servi-ço, chegando fazer mais em alguns casos, sem auferirem qualquer com-pensação.

A denúncia desta situação inadmis-sível foi feita, em Maio, pela Direcção Regional da Guarda do STAL, após ter colocado por várias vezes o pro-blema à Autoridade para as Condi-ções de Trabalho (ACT).

Todavia, a intervenção da ACT tem-se revelado ineficaz. A direc-ção da Associação, apesar de já ter sido multada e estar ameaçada de novas sanções, nada tem fei-to para aliviar a carga horária dos motoristas, ignorando a legislação e os direitos elementares dos tra-balhadores.

Na mesma linha, tudo tem feito para entravar o pagamento das horas ex-traordinárias prestadas, reivindicação que o STAL levou a Tribunal há mais de um ano e que só ainda não foi sa-tisfeita devido aos sucessivos recur-

sos e impedimentos apresentados pela Associação.

O STAL condena a atitude negligente e irresponsável da direcção da associação humanitária, sublinhando que a imposi-ção de tais ritmos de trabalho provoca o esgotamento físico e psicológico dos motoristas e constitui uma violação gra-ve das normas básicas de segurança.

Nestas condições, o Sindicato res-ponsabiliza a direcção da associação por eventuais acidentes, multas e ou-tras penalizações causados por ho-rários excessivos, cansaço físico ou psicológico dos motoristas.

Na acção, que decorreu junto à sede da Associação Nacio-nal de Municípios Portugueses

(ANMP), em Coimbra, os presentes aprovaram uma resolução,entregue àquela entidade e enviada ao governo, onde se exige resposta imediata às principais reivindicações do sector.

O texto condena o Governo por ter retirado o projecto de diploma apre-

sentado em Março, cujo conteúdo continha alguns aspectos positivos, nomeadamente a manutenção do vínculo por nomeação, regras sobre carreiras e remunerações, que ali-mentaram justas expectativas dos trabalhadores.

Sem qualquer justificação, o Go-verno substituiu-o, em Junho, por um outro diploma que omite os aspec-tos anteriores, limitando-se a definir normas de natureza deontológica e outras ligados ao equipamento dos polícias.

Desprezando as legítimas aspira-ções dos trabalhadores, o executivo socialista fechou as portas ao diálogo e impôs unilateralmente o novo pro-

jecto, o qual foi aprovado na reunião de Conselho de Ministros de 30 de Julho, precisamente no dia em que os profissionais manifestavam o seu protesto em Coimbra.

Condenando esta manobra pre-potente, os polícias municipais vão continuar a reclamar o reconheci-mento por parte do Governo do di-reito à negociação e instam a Asso-ciação Nacional de Municípios, que deu parecer desfavorável ao primei-ro projecto, a alterar a sua posição e a intervir junto do poder central no sentido da urgente regulamentação das carreiras, remunerações e de-mais condições de trabalho destes profissionais.

Um motorista da Associação Humanitária de Bombei-ros Voluntários de Barcelos foi punido com 13 dias de suspensão por se ter recusado a transportar um doente sem a ajuda de outro bombeiro, como exige a lei.

Em comunicado à imprensa no dia 25 de Junho, o STAL recorda que «o motorista pediu ao chefe de ser-viço dos bombeiros a presença de um tripulante de ambulância de socorro no transporte de um doente cuja situação clínica se configurava muito grave», tal como a legislação em vigor obriga.

Face à negativa do responsável, o motorista consi-derou não ter condições para prestar o serviço, sendo substituído pela chefia por outro trabalhador. Mais tar-de foi alvo de um processo disciplinar que resultou na sua suspensão.

O STAL, que condenou e denunciou o caso, exige a anulação da sanção, acusando a direcção da associa-ção de afrontar os elementares direitos do trabalhador e violar sem qualquer justificação as normas vigentes de segurança.

7.º encontro de metrologistasDenunciar práticas dos privados

AHVB de BarcelosMotorista punido por respeitar a lei

Motoristas AHBV de Foz CôaNo limite das forças

Mais de meia centena de profissionais do sector, activistas, delegados e dirigentes sindicais concentraram-se, dia 30 de Julho, exigindo o direito ao vínculo por nomeação, carreiras profissionais valorizadas e melhores condições de trabalho.

O protesto dos polícias foi também dirigido contra a ANMP por esta associação ter dado parecer desfavorável sobre o primeiro projecto de regulamentação

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AGOSTO 2009 13jornal do STAL

O 8.º Congresso da Federação de Sindicatos Europeus dos Serviços Públicos (FSESP), na qual o STAL está filiado, terminou com um claro apelo à promoção e defesa dos ser-viços públicos, como um factor essencial de justiça social.

Os trabalhos, realizados de 8 a 11 de Junho, em Bruxelas, na Bélgica, terminaram com a aprovação de dez prioridades que irão orientar a acção dos 200 sindicatos filiados, repre-sentando cerca de oito milhões de trabalhadores.

À cabeça destas dez orientações surge a exigência de manter os serviços públicos fora das regras do mer-cado interno, isto é, fora da lógica do lucro e da con-corrência capitalista.

A FSESP propõe-se levar a cabo uma campanha pa-ra erradicar os baixos salários e diminuir o fosso sala-rial entre homens e mulheres. Em paralelo, empenhar-se-á na luta contra os cortes orçamentais nos servi-

8.º Congresso da FSESP

Serviços públicos para mais justiça social Neste fórum, em que o STAL

esteve representado pelo seu presidente, Francisco Braz,

foram debatidos os públicos servi-ços nos planos mundial, continental e regional; as causas e impactos da crise mundial; e o processo de unifi-cação do movimento sindical mun-dial.

A iniciativa, realizada nos dias 26 e 27 de Junho, na cidade de Brasília, contou com representantes de cinco centrais sindicais brasileiras (NCST, CGTB, CTB, Força Sindical e UGT), do Fórum Sindical dos Trabalhadores (FST) e dirigentes de organizações in-ternacionais como a Internacional de Serviços Públicos (ISP), a Federação Sindical Mundial (FSM), a União In-ternacional dos Sindicatos dos Ser-vidores Públicos e Similares (UIS) e

a Coordenadora Latino-Americana de Trabalhadores do Serviço Público (CLATSEP).

A Conferência terminou com uma sessão festiva de comemoração 50.º aniversário da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil.

Congresso da UIS-Serviços Públicos

Igualmente em Brasília decorreu, nos dias 28 e 29 de Junho, o XI Con-gresso Internacional dos Sindicatos de Trabalhadores de Serviços Púbi-cos (UIS-SP), no qual o STAL este-ve representado pelo seu presidente, Francisco Braz.

Durante os trabalhos, em que parti-ciparam mais de 150 representantes de 30 países, foi analisada a realidade dos serviços públicos no plano mun-dial e debatida a estratégia de luta e planos de acção.

O Congresso aprovou os novos Esta-tutos da organização e uma declaração internacional. Na última sessão, foi elei-to o novo Conselho Directivo e o Secre-tariado desta União Internacional que integra a Federação Sindical Mundial.

O sul-africano Lulamile Sotaka foi reconduzido ao cargo de presidente, enquanto o brasileiro Sebastião So-ares, secretário-geral da CSPB, foi eleito o novo secretário-geral da UIS – Serviços Públicos.

A FSESP exige que os serviços públicos não sejam submetidos às regras do mercado e do lucro

ços públicos, considerando que, no actual contexto de profunda crise económica, os trabalhadores e as camadas desfavorecidas não po-dem continuar a ser os mais pena-lizados.

Neste sentido, o Congresso exigiu que as políticas europeias tenham uma dimensão social, designadamente nas áreas sensíveis dos cuidados de saúde e no abastecimento de água, bem vital que a FSESP pretende que seja reco-nhecido a todos os níveis da UE como um direito humano

Por último, o Congresso defendeu uma regulamentação laboral mais forte e o reconhecimento de que os direitos laborais fundamentais pre-valecem sobre as «liberdades» do mercado.

No final dos trabalhos, os delegados reelegeram Anne Marie Perret como presidente e Carola Fischbach-Pyttel como secretária-geral da FSESP, que recolheram cerca de 90 por cento dos votos.

Juntar forças para resistir

Conferência Internacional no Brasil

Na conferência participaram mais de 250 delegados de vários sindicatos brasileiros e de cerca de 30 países

Organizada pela Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB), a 1ª Conferência Sindical Internacional reuniu mais de 250 delegados sindicais do Brasil e de cerca de 30 países dos vários continentes.

Um conjunto de sindicatos de países da UE da zona do Mediter-râneo, no qual o STAL se integra, está a desenvolver um projecto que pretende caracterizar a situa-ção dos bombeiros profissionais nos vários países, com vista defi-nir estratégias para políticas mais adequadas, designadamente na área da saúde, segurança e pro-tecção destes trabalhadores.

Nas reuniões já realizadas, a úl-tima das quais teve lugar em Ma-drid, nos dias 13 e 14 de Maio,

salientou-se a necessidade de reconhecer o sector dos bombei-ros como um serviço essencial e de inverter a política de desinves-timento por parte dos governos. Vendo vantagens na internacio-nalização da luta, sem prejuízo dos processos reivindicativos na-cionais, os sindicatos entendem que o bombeiro é essencialmen-te um trabalhador, devendo o vo-luntariado ser visto apenas como um complemento do profissiona-lismo. Neste sentido, sublinham

que os seus direitos e aspirações só podem ser adequadamente defendidos por organizações sin-dicais de classe.

Na área da saúde, segurança e protecção, que assume um lugar central nas preocupações dos bombeiros, destaca-se a neces-sidade de regulamentar o fabri-co e comercialização de equipa-mentos de protecção individual e adoptar medidas e programas específicos de combate e preven-ção das doenças profissionais.

Os sindicatos preconizam igualmente políticas de valo-rização salarial e dignificação profissional, a criação de con-dições favoráveis ao exercício da profissão pelas mulheres e a redução da idade de aposen-tação dos bombeiros, profissão que deve ser considerada de alto desgaste.

Este projecto de cooperação entre organizações sindicais da protecção civil partiu da ini-ciativa das centrais sindicais CGIL (Itália) e CCOO (Espa-nha), que obtiveram o apoio da Comissão Europeia para a sua realização.

No grupo de trabalho, para além do STAL, participam sindi-catos da Espanha, Grécia, Itá-lia, Malta e também da Bélgica, Croácia e Eslovénia.

Cooperação internacional

Sindicatos do Mediterrâneodebatem sector dos bombeiros

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AGOSTO 200914 jornal do STAL

N.º 93AGOSTO 2009Publicaçãode informação sindical do STAL

PropriedadeSTAL – Sindicato Nacional dos Trabalhadoresda Administração Local

Director:Santos Braz

Coordenação e redacção:José Manuel Marquese Carlos Nabais

ConselhoEditorial:Adventino AmaroAntónio AugustoAntónio MarquesHelena AfonsoIsabel RosaJorge FaelJosé TorresMiguel VidigalVictor Nogueira

Colaboradores:Adventino AmaroAntónio MarquesJorge Fael,José Alberto LourençoJosé TorresManuel GameiroRodolfo CorreiaVictor Nogueira

Grafi smo:Jorge Caria

Redacçãoe Administração:R. D. Luís I n.º 20 F1249-126 LisboaTel: 21 09 584 00Fax: 21 09 584 69Email: [email protected] Internet: www.stal.pt

Composição:pré&pressCharneca de BaixoArmazém L2710-449 Ral - SINTRA

Impressão:Lisgráfi caR. Consiglieri Pedroso, nº90, 2730-053 Barcarena

Tiragem:57 000 exemplaresDistribuição gratuitaaos sócios

Depósito legalNº 43-080/91

Horizontais: 1. Pequena igreja; é parecida com um tacho mas ta-cho não é... 2. Pus na cama; verbo transitivo de maçar. 3. Formais em alas; cilindros. 4. Fileira; Reunião Geral de Alunos. 5. Atmosfera; vir-tude; observa. 6. Duas vezes; varas com extremidade chata para impe-lir pequenas embarcações; caneiro televisivo que não é melhor que os outros. 7. Que está no lugar mais fundo; fiada; argola. 8. Dela; base aérea portuguesa, que esteve por trás do célebre «jamais» de um fi-gurão do governo; Assembleia da República (sigla). 9. Utensílios do-mésticos; óxido de cálcio. 10. To-ros; espiam. 11. Tornar-se pouco frequente; nitrogénios. 12. Cami-nhara; membrana interna do glo-bo ocular, onde se formam as ima-gens. 13. Flutuas no ar; Rezemos.

Verticais: 1. Aqui; estrutura trian-gular para pendurar roupa; estilo musical em que a letra é dita rápi-

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Palavras cruzadas

SOLUÇÕES:

Horizontais: 1. Capela; panela. 2. Acamei; ama-çar. 3. Alais; rolos. 4. Ala; RGA. 5. Ar; bem; ve. 6. Bis; remos; sic. 7. Imo; atida; aro. 8. Da; Ota; ar. 9. Pas; cal. 10. Cepos; coçam. 11. Rarear; azotos. 12. Andara; retina. 13. Pairas; oremos.

Verticais: 1. Ca; cabide; rap. 2. Aca; rima; cana. 3. Pala; so; perdi. 4. Emala; capear. 5. Leia; ra; soa-ra. 6. Ais; beto; sras. 7. Demite. 8. Par; moda; caro. 9. Amor; sa; cozer. 10. Nalga; pacote. 11. Ecoa; sa; latim. 12. Las; vira; mono. 13. Ar; decoro; sãs.

da e ritmadamente. 2. Mau cheiro; acto ou efeito de ri-mar; utensílio de pesca. 3. Parte do sapato que cobre o peito do pé; isolado; fiquei privado de. 4. Mete em mala; cobrir com capa. 5. Interprete o que está escri-

to; batráquio; ecoara. 6. Gemidos; jovem presumi-do, geralmente militante da JS ou JSD; abreviati-vo de senhoras. 7. Exonera. 8. Parceiro; hábito de determinada época; de elevado preço. 9. Afecto; apelido; cozinhar. 10. Nádega; é o da saúde, o da educação, o laboral… é só só embrulhos! 11. Re-percute-se; saudável; língua falada pelos antigos romanos. 12. Pêlos de certos animais; dança po-pular minhota; objecto sem valor. 13. Atmosfera; decência, compostura, dignidade, honestidade, vergonha, pundonor… enfim, tudo o que este go-verno não tem; saudáveis.

InternetVictor Nogueira

O sufrágio universal, hoje re-conhecido em grande par-te dos países, consagra a

todos os cidadãos o direito de par-ticipar na vida política e na direcção dos assuntos políticos do seu país ou, nalguns casos, no país de imi-gração, quer de modo directo quer indirectamente, através de repre-sentação partidária.

Contudo a história do sufrágio universal é bem recente e ainda há caminho a percorrer para que este direito humano possa ser ca-balmente exercido.

A Declaração de Independência dos EUA (1776) e a Revolução Fran-cesa de 1789, sob o signo da Liber-dade, Igualdade e Fraternidade es-tabeleceram o regime parlamentar e a separação (teórica) dos poderes legislativo, executivo e judicial.

Porém, vastas camadas da po-pulação continuaram afastadas do exercício do poder político e com direitos limitados ou nulos, em con-sequência de discriminações base-adas no sexo, na religião, na pro-priedade ou na raça.

Só à custa de duras lutas so-ciais ao longo do século XX es-tas restrições foram sendo pro-gressivamente atenuadas ou eli-minadas, destacando-se neste combate o papel das sufragistas e do movimento operário, atra-vés dos seus partidos e sindica-tos. Em 1893, a Nova Zelândia tornou-se no primeiro país a ga-rantir o sufrágio feminino, graças

ao movimento liderado por Kate Sheppard.

Foi também na sequência de ásperas lutas que as massas tra-balhadoras conquistaram direitos como os de associação, greve, fi-xação e limitação da duração da jornada de trabalho, melhoria de salários e assistência social, esta, inicialmente, através das associa-ções operárias de socorros mútu-os. Os trabalhadores criaram igual-mente sociedades de instrução e fundaram os seus próprios órgãos de imprensa.

A Comuna de Paris foi o primeiro governo operário da história, funda-do em 1871 na capital francesa, du-rante a resistência popular à invasão alemã, tendo sido sangrentamente

esmagado ao fim de cerca de seis semanas.

Outras revoluções, de que se destacam a Mexicana de 1910 e a Soviética de 1917, tiveram um pa-pel importante na luta dos povos por uma verdadeira democracia, a qual não se reduz ao ritual pe-riódico de votar, mas deve garantir o exercício efectivo dos direitos à saúde, ao trabalho, ao lazer, à edu-cação e à segurança social, entre outros.

Foi através da luta e na rua que os trabalhadores portugueses in-fluenciaram a redacção da Consti-tuição da República, aprovada em 1976, que, apesar de sucessivas re-visões, continua a consagrar várias importantes conquistas históricas,

como é o caso do sufrágio univer-sal que foi primeira vez reconheci-do em Portugal neste Texto Cons-titucional.

Atribuir aos parlamentos o que é devido à acção popular é pensar que basta existir uma Constituição para que haja liberdade e direitos respeitados, o que, como sabemos está longe de ser verdade.

Sobre este tema, pode consultar a Declaração Universal dos Direitos Humanos em: www.fd.uc.pt/hrc/enciclopedia/onu/textos_onu/du-dh.pdf; o Tratado Internacional dos Direitos Civis e Políticos em: www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/bi-bliotecavirtual/instrumentos/pacto.htm; e o Tratado Internacional dos Direitos Económicos, Sociais e Cul-turais em: www.pge.sp.gov.br/cen-trodeestudos/bibliotecavirtual/ins-trumentos/direitos.htm.

Outras hiperligações com interes-se referem-se à história da evolução do Conceito de Direitos Humanos (pt.wikipedia.org/wiki/Direitos_hu-manos), a textos legislativos mar-cantes (www.dhnet.org.br/direitos/textos/oquee/direitos_ac2.html ehttp://www.dhnet.org.br/direitos/anthist/index.html) bem como so-bre o exercício efectivo do poder (www.espacoacademico.com.br/064/64esp_tragatenberg.htm,).

Participar na vida política- um direito e um dever

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AGOSTO 2009 15jornal do STAL

Paisagem fantástica, mar de ter-ra ondulada a perder de vista, quietude infinita que nos corta

a respiração, sonho ou realidade, tanto faz, a cidade do rei Kassen (Cacém) e a toponímia mourisca tomam conta de nós. O castelo foi palco de lutas cons-tantes até 1217, quando os frades guer-reiros da Ordem de Santiago recupera-ram definitivamente a cidade de Kassen aos Almóadas e lhe outorgaram a sua actual denominação, juntando-lhe o no-me da ordem, Santiago.

Foi um povoado pré-celta, depois agi-gantou-se numa grande cidade romana até ao século V, como testemunham as ruínas de Miróbriga, a cerca de um qui-lómetro a Leste da actual urbe.

Os vestígios de povoados paleolíti-cos e neolíticos, mas também de ocu-pações das idades do cobre, bronze e ferro, lado a lado com as vilas e calça-das romanas notavelmente conserva-das, a que se junta a permanência ára-be durante 500 anos, talharam neste espaço do Alentejo uma permanência humana das mais ricas e documenta-das no nosso País.

Desde o início de 1800, estudiosos e apaixonados têm vindo a estudar siste-maticamente este sítio arqueológico e os trabalhos e recolhas efectuados per-mitem documentar Santiago do Cacém como a Salatia Imperatoria e a Mirbriga Celtici, centro de uma região com ex-traordinária importância económica, so-cial, cultural e religiosa, cidade opulenta e luxuosa, por certo a mais importante de toda a costa ocidental a Sul do rio Tejo.

A cidade velha terá fornecido a pedra para a cidade nova. As ruínas, o mais importante lugar a visitar no concelho a par do centro histórico, dão-nos a co-nhecer um património construído de grande esplendor para a época. Antigos templos romanos, um fórum de grandes dimensões, termas e balneários, vestí-gios habitacionais consideráveis, docu-mentos de grande actividade comercial caracterizados nas construções e até um hipódromo romano, o único que se conhece em Portugal. No Museu Muni-cipal é-nos dado a conhecer parte do

vasto património arqueológico recolhi-do e ainda a etnografia local.

Depois de Miróbriga, visitamos o co-ração de Santiago do Cacém, centro histórico de enorme interesse patri-monial e arquitectónico, localizado a Oriente do monte do castelo árabe (de realçar que também os centros histó-ricos de Cercal do Alentejo e Alvalade merecem uma visita).

Tradições de luta

Todo este vasto espólio documental mostra-nos a grandeza de uma cidade que nos fala da sua história plena de nobres acontecimentos, que legou aos homens e mulheres de hoje um carác-ter particular, entre eles, a entreajuda, a solidariedade e a dignidade – valores de uma cultura milenar.

D. Dinis entrega-lhe o seu primeiro foral, e o rei D. Manuel concede-lhe a tradição municipal que ainda hoje pos-sui bem arreigada, passando a cidade e a região a ser administrada por uma Câmara com vereadores e com assen-to nas Cortes dada a sua especial im-portância entre o Sado e o Mira.

Nas pelejas pela reconquista deste castelo transtagano, ocupado então

pelo exército de Castela, D. Nuno Alva-res Pereira uma vez mais se cobriu de glória expulsando os invasores desta praça de armas, em 1383. Esta terra e esta gente, sempre em busca de afir-mação e portugalidade, acompanham o Condestável e o Mestre de Avis na luta contra a tentativa de usurpação pelo país vizinho. Mais tarde, no sé-culo XVIII, durante as invasões france-sas, as populações da região uma vez mais se destacam pela sua valentia e resistência.

No século XIX grandes famílias terra-tenentes fazem vida faustosa em San-tiago graças à exploração do trabalho braçal mal pago. Florescem quintas e herdades agropecuárias que produzem cereais, cortiça, frutos e gado.

Paralelamente, por impulso de uma agricultura e pecuária em franco de-senvolvimento, surgem as indústrias e o comércio. Santiago contava então com uma dezena de fábricas de corti-ça, várias serrações de madeira, moa-gens, forjas, oficinas. Em seu torno, afirma-se a luta dos assalariados, dan-do corpo aos movimentos reivindicati-vos populares e sindicais que o escri-tor Manuel da Fonseca imortalizou em tantas páginas dos seus livros.

Depois na década de 30 a região es-tagna e é só com o 25 de Abril de 1974, libertada do jugo da grande exploração latifundiária, que volta a despertar para um novo ordenamento urbano, social e cultural.

Beleza natural

De frente para o mar, quase dez qui-lómetros de costa possuem uma defe-sa de dunas com algumas arribas a Sul, furadas pela praia da Fonte do Cortiço, de uma beleza rara. Também a serra se distingue pela sua diversidade orográfi-ca, com as serras de Grândola, S. Fran-cisco e Cercal. Aqui encontramos as velhas minas abandonadas, que já os romanos exploraram, e que hoje jazem como despojos de um tempo passado.

Lugares do concelho como Cercal do Alentejo, Alvalade, Er-midas do Sado e a cidade de Vila Nova de Santo An-dré completam o roteiro tu-rístico.

Um destaque especial pa-ra a famosa Lagoa de Santo André. Porto de barra aberta em tempos remotos, é hoje com os seus 200 hectares um lugar de atracção muito especial, com as suas en-guias saborosas, os seus peixes abundantes e um dos lares ornitológicos mais importantes de Portugal. Abraçada pelas copas enor-mes dos pinheiros mansos que a rodeiam, entrecruza-da por milhares de aves de todos os matizes, a Lagoa é o paraíso na terra e ninguém

que ame a natureza lhe fica indiferente, tal a beleza que irradia.

Sabores a apreciar

São horas de apreciar a gastronomia de Santiago do Cacem que é rica, sabo-rosa e variada. Que tal uma sopa de lebre para saber o que é bom ou então, mais le-ve, de beldroegas. Depois uma caldeira-da alentejana à moda de Santiago. Resta um pequeno espaço para o ensopado de enguias da Lagoa e, já agora, uma açorda de coentros ou de poejos.

Claro que os vinhos são da adega de Conqueiros ou então de Cebolal, néc-tares aromáticos e encorpados dos vi-nhedos do concelho. Para sobremesa a doçaria local, as típicas alcomonias, os torresmos e os bolos de Santiago de tradição conventual.

Terminamos a visita na Lagoa com a certeza de que voltaremos para co-mungar com esta gente a sensação de liberdade que colhemos do seu con-tacto:

Vamos lá saindoPor esses campos foraQue a manhã vem vindoDos lados d’aurora.(popular)

ConhecerAntónio Marques

Do alto do seu castelo, conquistado aos mouros por D. Afonso Henriques em 1158, Santiago do Cacém, ergue-se como atalaia árabe no cimo dum outeiro que domina o espaço em redor. Lá longe, a Oeste, a imensidão do Atlântico e, olhos postos a Norte, vemos a Serra da Arrábida e o Cabo Espichel.

Santiago do Cacém

Um Alentejodiferente

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AGOSTO 200916 jornal do STAL

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Resumo da luta

A negociação deste acordo de empresa, o primeiro na área

dos transportes municipais, foi desencadeada pelo STAL em 2006, desenvolvendo-se a partir daí um longo pro-cesso de luta marcado por avanços e recuos, no qual a persistência, o espírito com-bativo e a unidade dos tra-balhadores foram decisivos para a sua conclusão.

Nestes quatro anos de du-ras batalhas assumiu impor-tância crucial o período de greves consecutivas de 2008, convocadas após a tentativa do Conselho de Administra-ção de inverter o processo, recusando-se a consolidar as matérias acordadas pelas equipas negociais.

Face à firmeza dos traba-lhadores, a negociação foi finalmente desbloqueada permitindo o alcance de um acordo que põe fim às dis-criminações entre contrata-dos da empresa e funcioná-rios da autarquia.

Neste domínio destaca-se em particular a uniformi-zação do horário de traba-lho em 35 horas semanais, que se traduzirá numa re-dução faseada da semana de trabalho dos trabalhado-res com vínculo privado, aos quais era aplicado o regi-me das 40 horas, à razão de uma hora semanal por ano, a começar já a 2009.

O acordo mantém a pres-tação de trabalho nocturno entre as 20 e as 7.00 horas, consagra o pagamento do subsídio de turno 14 vezes por ano, incluindo já o Na-tal de 2009, e prevê uma valorização salarial de 28 euros mensais na transição

Acordo pioneiro nos transportes municipais

MoveaveiroO STAL assinou, em 30 de Julho, um acordo de empresa na Moveaveiro, que se aplica a todos trabalhadores dos transportes rodoviários, Bugas, parques de estacionamento, bem como dos transportes fluviais, tendo sido para o efeito subscrito pelo Sindicato dos Transportes Fluviais, Costeiros e da Marinha Mercante.

para as novas tabelas da empresa.

As partes acordaram ainda a definição de um dia certo para o pagamento dos salá-rios, pondo fim aos intolerá-veis atrasos antes verificados e que motivaram uma série de greves no ano passado. O acordo estipula que o paga-mento «será efectuado, em regra, a 20 de cada mês, po-dendo em casos pontuais e excepcionais ser efectuado

até ao dia 25 de cada mês». Recorde-se que os trabalha-dores da Moveaveiro chega-ram a receber o seu salário do dia 5 do mês seguinte.

No acto formal da assina-tura do Acordo de Empresa, que decorreu com forte pre-sença dos trabalhadores, o STAL fez-se representar pe-lo seu presidente, Francisco Braz, e pelo coordenador da Direcção Regional de Aveiro, Jaime Ferreira.

O acordo de empresa foi alcançado ao fim de quatro

anos de duras baralhas

13 a 14 de Maio – Representantes do grupo de trabalho de bombeiros do STAL participam num encontro de sindicatos eu-ropeus da zona do Mediterrâneo.

20 de Maio – Realiza-se em Penacova, Coimbra, o 7.º Encontro de profi ssionais de metrologia.

21 de Maio – Reúne em Lisboa o Plenário da Frente Comum.

30 de Maio – O STAL promove em Santarém um encontro regional de bombeiros.

7 de Junho – O Partido Socialista sofre uma estrondosa derrota nas eleições eu-ropeias. 8 a 11 de Junho – O STAL participa, em Brux-elas, no 8.º Congresso da Federação Europeia de Sindicatos de Serviços Públicos

15 de Junho – Os trabalhadores dos Serviços Municipalizados de Aveiro, numa acção espontânea, manifestam-se contra a criação da empresa Águas da Região de Aveiro.

25 de Junho – Realiza-se em Lisboa o Plenário Nacional do STAL e do STML

26 e 27 de Junho – O STAL participa numa Conferência Sindical Internacional realiza-da no Brasil e promovida pela Confeder-ação dos Serviços Públicos daquele país.

28 e 29 de Junho – Tem lugar no Brasil o XI Congresso Internacional dos Sindicatos de Trabalhadores de serviços Públicos (UIS-SP), que integra a Federação Sindical Mundial.

7 de Julho – Realiza-se em Viseu um en-contro de quadros técnicos do STAL.

8 de Julho – Motoristas profi ssionais da Administração Local e do sector privado protestam junto ao Ministério dos Trans-portes, em Lisboa

9 e 10 de Julho – Uma delegação da CGT de França reúne em Lisboa, na sede do STAL, com diversos sindicatos da Frente Comum, para troca de experiências.

15 de Julho – A Frente Comum apresenta um manifesto em defesa da Administração Pública tendo em vista os próximos actos eleitorais.

17 de Julho – A Greve Nacional do STAL não se realiza em muitas autarquias que aceitam as reivindicações do sindicato.

30 de Julho – Mais de meia centena de polícias municipais protestam em Coimbra.

30 de Julho – o STAL assina com a Moveaveiro o primeiro acordo de empresa na área dos transportes públicos

31 de Julho – A Frente Comum realiza em Lisboa uma vigília de protesto contra a lim-itação do âmbito das negociações para um Acordo Colectivo de Carreiras Gerais.

7 de Agosto – STAL e STML promovem uma concentração de bombeiros profi s-sionais junto à Secretaria de Estado da Ad-ministração Interna para exigir o direito de negociação.