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O LÁBARO A serviço da evangelização 1 Fevereiro 2015 Orgão Oficial da Diocese de Taubaté www.dt7.com.br/ A serviço da Evangelização “Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos” (Mc 10,45). O LÁBARO Ano CVI - Edição nº 2.137 - Fevereiro 2015 Distribuição Gratuita Eu Sou a Luz Págs. 8 e 9 Fevereiro, mês do carnaval, O LÁ- BARO vai até São Bento do Sapucaí para apresentar aos seus leitores a be- líssima festa de inclusão social promo- vida por iniciativa do Padre Ronaldo José de Castro Neto. Aproveitando a matéria princi- pal sobre o assunto, o entrevistado do mês é o Padre Ronaldo, que fala de seu trabalho a frente da Pa- róquia de São Bento e das ativida- des assistenciais que promove na cidade. Págs. 14 e15 Entrevista do mês Inclusão social marca sete anos do carnaval em São Bento do Sapucaí Sapucaí, mas é São Bento e não a Marquês no Rio. Na cidade da Serra da Mantiqueira é pro- movido um dos carnavais mais famosos do Vale do Paraíba. Se em São Luis do Paraitinga a fama vem das marchinhas, em São Bento do Sapucaí o que atrai turistas é a inclusão social promovida durante os festejos momescos. O LÁBARO visita os bastidores da preparação para essa festa, que há sete anos tem trazido ale- gria e promovido a dignidade humana. Iniciativa do Padre Ronaldo José de Castro Neto, pároco da cidade, a Escola de Samba Mocidade Inde- pendente de São Bento do Sapucaí é que anima o carnaval na cidade. Outra característica que destaca o carnaval em São Bento é a participação de entidades benefi- cientes como o CEPROCOM (Centro Promo- cional Comunitário), o Lar São Benedito para pessoas idosas e a Obra Social São Benedito. O objetivo claro da festa é incluir pessoas normal- mente marginalizadas dos eventos festivos da sociedade, tais como portadores de necessidades especiais, idosos, crianças, jovens e famílias ca- rentes. Novas ordenações para a Diocese de Taubaté A Diocese de Taubaté conta com dois novos padres e um diácono. Os padres Rafael e Cipriano foram ordenados em dezembro. O diácono Marcelo Henrique foi ordenado no início desse mês. Criadas, em dezembro, duas novas paróquias na Diocese de Taubaté, pág. 7 Campanha da Fraternidade 2015: leia artigo na pág. 4. Pág. 5

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O LÁBAROA serviço da evangelização 1Fevereiro 2015

Orgão Oficial da Diocese de Taubaté

www.dt7.com.br/

A s e r v i ç o d a E v a n g e l i z a ç ã o

“Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos” (Mc 10,45).

O LÁBARO Ano CVI - Edição nº 2.137 - Fevereiro 2015Distribuição Gratuita

Eu S

ou a

Luz

Págs. 8 e 9

Fevereiro, mês do carnaval, O LÁ-BARO vai até São Bento do Sapucaí para apresentar aos seus leitores a be-líssima festa de inclusão social promo-vida por iniciativa do Padre Ronaldo José de Castro Neto.

Aproveitando a matéria princi-pal sobre o assunto, o entrevistado do mês é o Padre Ronaldo, que fala de seu trabalho a frente da Pa-róquia de São Bento e das ativida-des assistenciais que promove na cidade.

Págs. 14 e15

Entrevista do mês

Inclusão social marca sete anos do carnaval em São Bento do Sapucaí

Sapucaí, mas é São Bento e não a Marquês no Rio. Na cidade da Serra da Mantiqueira é pro-movido um dos carnavais mais famosos do Vale do Paraíba. Se em São Luis do Paraitinga a fama vem das marchinhas, em São Bento do Sapucaí o que atrai turistas é a inclusão social promovida durante os festejos momescos.

O LÁBARO visita os bastidores da preparação para essa festa, que há sete anos tem trazido ale-gria e promovido a dignidade humana. Iniciativa do Padre Ronaldo José de Castro Neto, pároco da cidade, a Escola de Samba Mocidade Inde-pendente de São Bento do Sapucaí é que anima o carnaval na cidade.

Outra característica que destaca o carnaval em São Bento é a participação de entidades benefi-cientes como o CEPROCOM (Centro Promo-cional Comunitário), o Lar São Benedito para pessoas idosas e a Obra Social São Benedito. O objetivo claro da festa é incluir pessoas normal-mente marginalizadas dos eventos festivos da sociedade, tais como portadores de necessidades especiais, idosos, crianças, jovens e famílias ca-rentes.

Novas ordenações para a Diocese de Taubaté

A Diocese de Taubaté conta com dois novos padres e um diácono. Os padres Rafael e Cipriano foram ordenados em dezembro. O diácono

Marcelo Henrique foi ordenado no início desse mês.

Criadas, em dezembro, duas novas paróquias na Diocese de Taubaté, pág. 7

Campanha da Fraternidade 2015: leia artigo na pág. 4.

Pág. 5

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O LÁBAROA serviço da evangelização2 Fevereiro 2015

Diretor: Pe. Silvio José Dias Editor e Jornalista Responsável: Pe. Jaime Lemes MTB 62839/SPEditora Executiva: Iára de Carvalho - MTB 10655Conselho Editorial: Pe. Leandro Alves de Souza e Anaísa StippProjeto Gráfico: Sol Moraes

Departamento de Comunicação da Diocese de TaubatéAvenida Professor Moreira, nº 327 – Centro – Taubaté/SP. CEP 12030-070

Impressão: Katú Editora GráficaTiragem: 5.000 | Distribuição dirigida e gratuitaContatos: Tel.: (12) 3632-2855 / ramal: 216 (Redação) site: www.dt7.com.br email: [email protected] www.facebook.com/olabaro As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores, não emitem necessariamente a opinião deste veículo.

O LÁBAROA serviço da evangelização

Editorial

Além do CarnavalMaria Rita canta uma can-

ção intitulada ‘Novo Amor’ que diz assim: “A luz apaga porque já raiou o dia/ E a fantasia vai voltar pro bar-racão/ Outra ilusão desa-parece quarta-feira/ Quei-ra ou não queira terminou o carnaval”. É... mesmo a contra-gosto de muitos, o carnaval terminou, e como já é consenso popular por aqui, só agora o ano começa de fato. Mas a verdade é que muita coisa já aconteceu e está acontecendo. O tempo não espera e a vida precisa seguir o seu curso.

Por falar em carnaval, você já deve ter percebi-do que esse é o assunto de capa desta edição. O Lába-ro traz uma reportagem es-pecial sobre o carnaval de São Bento do Sapucaí, que tem um foco muito diferen-te de outros carnavais. Lá, o carnaval é a celebração da promoção humana, resulta-do do trabalho das entida-des de assistência social da comunidade. Nosso jornal traz também uma entrevis-ta com o Pe. Ronaldo que é pároco em São Bento e um dos principais responsáveis pelos trabalhos sociais na cidade.

Terminado o carnaval, a Igreja, com a celebração da bênção e distribuição das cinzas, na quarta-feira, co-meçou um novo tempo li-túrgico: a Quaresma. Este é um tempo em que somos chamados a uma prática mais intensa de penitência, de oração e de caridade, em vista de melhor nos configu-rarmos ao projeto de vida de Jesus. Por esta ocasião, desde o ano 1966, a Igreja no Brasil realiza a Campa-nha da Fraternidade, com o objetivo de despertar a cons-ciência das pessoas para os problemas sociais que ferem a dignidade humana. Neste ano, especificamente, a CF reflete sobre o papel da Igre-ja na sociedade, trazendo como tema: “Fraternidade: Igreja e Sociedade”, e como lema: “Eu vim para servir”. Nesta edição, você também poderá se inteirar mais da Campanha deste ano.

Boa leitura!

Soluções “criativas”

Conversão para o serviço à sociedade“O que mais falta aos homens da

Igreja é o Espirito de Cristo, a humil-dade, o despojamento de si mesmo, a acolhida desinteressada, a capacidade de ver o melhor do outro. Nós temos medo, queremos manter o que caducou, porque disso temos o hábito, queremos ter razão contra os outros. Dissimula-mos, sob o vocabulário de humildade estereotipada, o espírito de orgulho e de poder. Brincamos de pôr a vida à parte. Da Igreja fizemos uma organizadção como as ouras. Empregamos todas as nossas forças para organizá-la e agora as empregamos para fazê-la funcionar. E ela caminha mais ou menos, menos do que mais, mas caminha. O problema é que ela caminha como uma máquina, e não como a vida”.

Essa afirmação do patriarca ecumê-nico de Constantinopla, Atenágoras, feita há mais de quatro décadas, possui caráter exortativo também para a Igreja na atualidade. Por aquela mesma épo-ca, o Concílio Vaticano II, por meio

da Constituição Pastoral Gaudium et Spes, formulou princípios orientadores para a missão da Igreja num mundo em acelerada transformação. De lá para cá foram inúmeras as iniciativas, em todos os âmbitos, para organizar uma Igreja mais humana e solidária, respondendo aos clamores da sociedade, especial-mente das pessoas abandonadas.

Peregrina neste mundo, a Igreja pre-cisa avançar sempre mais, rompendo com a tentação de acomodar-se. E para avançar com liberdade evangélica, há necessidade de abandono de tudo o que a impede de ser verdadeiramente dis-cípula missionária do Senhor. O docu-mento da CNBB n. 100 – Comunidade de comunidades: uma nova paróquia – chama-nos à conversão pastoral e nos orienta a sair “de uma Igreja distante, burocrática e sancionadora” para uma Igreja mais evangélica, comunitária, participativa, realista e mística (n. 37).

O papa Francisco, atento às deman-das que emergem das comunidades

pelo mundo afora, abraçou essa causa com determinação. Seus ensinamen-tos, corroborados por seu testemunho, inspiram-se na prática da Igreja das ori-gens, seguidora de Jesus Cristo, servido-ra do seu evangelho e, por isso mesmo, promotora da vida digna sem exclusão. A Exortação Apostólica Evangelii Gau-dium apresenta o caminho a ser seguido pela Igreja em sua obra evangelizadora no mundo atual. É a proposta do evan-gelho que precisa ser retomada com co-ragem. “A proposta é o Reino de Deus (cf. Lc 4,43); trata-se de amar a Deus que reina no mundo. À medida que ele conseguir reinar entre nós, a vida social será um espaço de fraternidade, de jus-tiça, de paz, de dignidade para todos” (EG 180)._________________________________Celso Loraschi, mestre em Teologia Dogmática.Texto extraído da revista Vida Pastoral, Ano 56, n. 301, editora Paulus, páginas 3 e 4.

Os gastos públicos do governo federal superam a meta fiscal.

Solução do governo: “contabilidade criativa” (eufemismo para legalização de maquiagem contábil) deformando a LDO, lei implementada justamente para colocar limites as gastanças irres-ponsáveis do governo e dar transpa-rência às contas públicas.

Altos salários pagos aos servido-res públicos, desvio de dinheiro dos cofres públicos, e superfaturamento oneram o orçamento do governo e provocam rombos nas contas públicas que fecharam no vermelho em 2014. Solução política: aumentar impostos, criar novos e ressuscitar uns que foram instintos. Entre as novidades fiscais para 2015 estão a criação de novos impostos sobre produtos importados e cosméticos, volta da Cide (taxa co-brada no consumo de combustíveis)

e retorno da famigerada CPMF (por enquanto deixada de lado). Claro que essas taxas serão embutidas nos pre-ços de todos os produtos consumidos. Queira você ou não, tenha carro ou não, possua conta em banco ou não, você estará pagando esses impostos.

Outra solução pensada pelos “ho-mens de preto” do governo: reduzir as despesas pagas com encargos so-ciais, como o seguro desemprego. Isso apesar de se garantir, durante a cam-panha eleitoral, que não se mexeria nos direitos trabalhistas “nem que a vaca tussa”. Parece que a vaca tossiu e o governo quer fazer o que disse que não faria e aterrorizou os assalariados dizendo que a oposição faria exata-mente isso.

Na mente dos nossos políticos po-deriam passar ideias tais como: redu-ção dos seus salários; rigor na aplica-

ção da lei de responsabilidade fiscal e, por fim, restituição de tudo o que foi gasto além da meta ou foi desviado ou mesmo roubado dos cofres públicos.

Acho que essas medidas represen-tariam uma economia e tanto para se alcançar o tal de superávit primá-rio, equilibrando as contas e deso-nerando a já cambaleada economia do povo brasileiro. E quando falo de povo aqui, refiro-me a gente comum, ao trabalhador, o aposentado, enfim você. Não estou falando daquela enti-dade abstrata conhecida dos políticos a que eles chamam de povo. Mas não, eles preferem aumentar a carga de im-postos sobre o povo e garantir assim, seus privilégios. ______________________________Pe. Silvio Dias [email protected]

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O LÁBAROA serviço da evangelização 3Fevereiro 2015

A voz do pastor

Há 100 anos

Maria(Continuação do artigo anterior)

1 - No primeiro artigo comecei a es-crever sobre a necessidade de descobrir a importância de Maria na História da Salvação. Afirmei que se o povo da Antiga Aliança venerava seus heróis e heroínas, seus Patriarcas, Profetas e até Reis que até deixaram a desejar, como o grande Davi e, depois, seu filho Sa-lomão, muito mais nós, membros da Nova e definitiva Aliança, podemos e até devemos venerar, homens como João Batista, os Apóstolos, Evangelis-tas, São José, mulheres, como Tabita (cf. At 9,36), Ana (cf. Lc 2,36) e, princi-palmente, Maria.

2 - Não somos corolas, nem idóla-tras. Nada sonegamos do culto à Trin-dade e a cada uma das Pessoas Trinitá-rias. Curvamo-nos diante do mistério dos mistérios. Adoramo-lo, ou seja, lhe prestamos o culto máximo, e não abri-mos mão disso. Antes dos Evangelhos já conhecíamos o Credo Apostólico, como escrito normativo de nossa fé. Nossos catecismos e, por último, o de João Paulo II, aprofundam nossa fé e as verdades reveladas. Não somos de ontem, nem brincamos com as coisas religiosas. A Igreja incentiva seus filhos a aprofundar, a partir das Escrituras, as verdades da fé: “Sabei dar a todos as ra-zões da esperança que vos anima” (cf. 1 Pd 3,15). Em sua tradição bimilenar, ela apresenta diversas formas de culto.

2.1 - O Latrêutico (este somente a Deus). Trata-se do culto absoluto. Do-bramos os joelhos diante do inefável mistério dos mistérios. A Igreja sempre ensinou isso, mesmo antes, que as he-resias, cismas ou formas de denomina-ções religiosas diferentes aparecessem. O Credo, também, o Niceno-constanti-nopolitano, têm origem na Igreja quan-do esta era unida, ou seja, sem outras denominações que surgiram somente após o ano de 1054. Muitos não perce-beram que as verdades então professa-das eram da Igreja Una, Santa, Católica

e Apostólica. Portanto, vinculantes para todos.

2.2 - O de Hiperdulia: especial para cultuar a Mãe de Deus, a filha predileta do Pai, por Ele escolhida para se tornar a Mãe do Messias, do Salvador. Ela foi saudada pelo anjo: “Alegra-te ó cheia de graça” (cf. Lc 1,28; 31-32). Saudada, outrossim, por Isabel: “Quem sou eu para que venha a mim a Mãe do meu Senhor?” (cf. Lc 1,43), ou ainda: “Feliz porque acreditastes” (cf. Lc 1,45). Ser-viu, e obedeceu amorosamente (cf. Lc 1,37). Acompanhou o Filho até o fim, mesmo quando os Apóstolos haviam fugido, menos João, a quem Jesus de-licadamente confiou sua Mãe, antes de morrer (cf. Jo 19,25). Esteve presente em Pentecostes com os Apóstolos (cf. At 2,14). O Magnificat lembra a excla-mação de Maria: “Doravante todas as gerações me chamarão de Bem-Aven-turada” (cf. Lc 1,48). Por que alguns cristãos não reconhecem Maria, como Mãe de Deus? Preconceito? Ignorân-cia bíblica? Irreverência? Seria? Não! É ofensa a Deus. É lamentável. Maria tem um lugar todo especial na História da Salvação: É a Mãe de Jesus Cristo, que é Deus, por isso, é chamada e é Mãe de Deus. Em Cristo não havia duas pesso-as, mas uma só, em duas naturezas: a divina e a humana. Jesus disse a João: “Eis ai tua Mãe” (cf. Jo 19, 25-27). João, hoje, somos nós. Ele a levou para sua casa (cf. Jo 19,27). Você não? Por que não? Por desobediência, preconcei-to? A partitura da Igreja para interpretar as Escrituras é a tradição. Hoje os livros do Novo Testamento são os mesmos para católicos, luteranos e anglicanos. Quem o havia definido? A Igreja Cató-lica.

2.2.1 - Quando Isabel ouviu a sauda-ção de Maria, exultou, como também o filho que trazia em seu seio. “Bendita és tu entre as mulheres” (cf. Lc 1,42). A Mariologia é um tratado Teológico, como o são a Pneumatologia, a Cristo-

logia etc. Por isso, a Igreja, séculos a fora sempre exultou com a missão de Maria: Alegrando-se. Feliz és tu.. etc. Se o povo judeu venerava a Arca da Aliança, por que haveríamos nós de esquecer a Nova e Verdadeira Arca da Aliança – Maria? Não queremos polêmicas e não as pro-vocamos. Mas não podemos ser covar-des e omissos. Defenderemos sempre nossa Mãe, mesmo, quando, contra ir-mãos. Em 431, em Éfeso, foi definido o Dogma de Maria como Mãe de Deus (Theotokos). Então o povo foi às ruas, cantando feliz: foi salva a honra de nos-sa Mãe. A dedicação de tantos templos, Santuários e Basílicas à Maria, durante os séculos, se deve à gratidão do povo católico, e ao fato de que Maria foi, por nove meses, o templo vivo de Deus. Ou Jesus Cristo não é Deus? Isso sim seria herético.

2.3 - O culto de Dulia. É o culto que oferecemos aos Santos, nossos irmãos e irmãs vencedores. Fazem parte de nos-sa família. Cristo poderia ter-nos salvo por um ato de sua vontade salvífica. Bastaria. Poderia ter mandado, mais algum anjo ou arcanjo, com um “Te-lex celeste” e seria suficiente. Em sua Heurística divina poderia ter excogita-do, ainda, outro mecanismo salvífico. Por que então a encarnação? Quando vamos tentar de entender isso melhor? Ele veio ao encontro nosso. Não fugiu de nós, como Adão o fez com o Senhor, escondendo-se (cf. Gn 3,11). O Verbo, feito homem, aproximou-se da humani-dade. Não ficou escondido. Veio ao en-contro. Construiu sua tenda entre nós. Não foi um palácio, mas uma tenda (cf. Jo 1.14). Cristo encurtou as distâncias. Quis nascer numa família e fazer a ex-periência plena de ser humano, menos no pecado, que é realidade desumana. Quem não busca entender, este grande gesto de Amor Divino, não entenderá também a realidade da Igreja, nem seus sacramentos. A experiência de Deus que nós somos chamados a realizar

é “experiência de um Deus feito ho-mem”: Encarnado, Sofredor, Morto e Ressuscitado. Glorificado.

Os Santos são nossos irmãos e irmãs: nossos intercessores. Se Abraão e Moi-sés intercederam pelo povo, por que não Maria e os Santos? Aliás, Maria não o fez já em Caná? (cf. Jo 2,3-5). Não são os Santos, os verdadeiros membros da família da Nova e definitiva Aliança?

Conclusão.Maria para nós é a Mãe do Salvador

que é Deus feito homem, através dela. E por inclusão teológica, nossa Mãe, tam-bém (cf. Jo 19,25-27). Pela encarnação Cristo quis uma família e não relaciona-mentos avulsos. Temos um Pai Celeste e um Irmão –Cristo – o Primogênito - nos céus, intercedendo por nós, eficaz-mente. No entanto, ao lado da Família Trinitária, temos uma Mãe, Assunta ao Céu, pela graça do Filho. Em Caná, ela intercedeu pelos nubentes, hoje, e pelos séculos afora, pela família cristã. Não estamos sós. Somos uma grande famí-lia, amada. Jesus Cristo e sua Mãe fa-zem parte desta família. O humanismo cristão é um humanismo, onde, há pe-cadores amados, que tem defensores efi-cazes: Cristo, como Salvador, e Maria, como intercessora especial. Ela, Mãe Auxiliadora, e pastora da humanidade, da qual Cristo será sempre o Único Me-diador e Salvador (cf. 1º Tm 2,5). __________________________________Dom Carmo João Rhoden, SCJ Bispo Diocesano de Taubaté

Aniversário de fundação do jornal O LábarO

Na edição de janeiro de 1915, O Lábaro publicou um artigo comemorativo do sexto ano de sua publicação que se iniciava então. O texto exaltava a convicção do jornal diocesano de ter cumprido, nos cinco anos de sua existência, a missão que foi confiada pelo seu fundador, Dom Epaminondas Nunes D’Avila e Silva, primeiro Bispo de Taubaté.

Invocando o Sinal de nossa Salvação, a Cruz de Cristo, e impulsionado pelo lema que anuncia a vitória da fé, “O Lá-baro, no concerto de bons esforços, há cinco anos decorridos ininterruptamente, se entregou à campanha da verdadeira doutrina, com denodo sem ostentação e com energia sem exageração”.

Passados 100 anos, o jornal da Diocese de Taubaté conti-nua a sustentar a mesma esperança que animava seus primei-ros editores, de que “a boa imprensa, como toda instituição benéfica, necessita de vontade decisiva e da colaboração ativa de todos os que sabem devotar-se a propagação da verdade, à difusão do bem”.

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Fevereiro 2015 O LÁBAROA serviço da evangelização4

Tema do mês

Igreja, fraternidade e sociedade

A Campanha da Fraterni-dade de 2015 tem como

objetivo aprofundar, à luz do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre Igreja e sociedade, que na linha pro-posta pelo Concílio Ecumê-nico Vaticano II, se concre-tiza como serviço ao povo brasileiro, para a edificação do Reino de Deus.

O aprofundamento deste diálogo e colaboração, tanto da Igreja quanto da socieda-de, é fundamental, pois já superamos aquela visão pre-

conceituosa que enxergava na sociedade só elementos ruins e sombras. O diálogo e a colaboração não acon-tecem de forma unilateral, partindo somente da Igreja. A sociedade também cola-bora e dialoga com a Igre-ja. Como cristãos temos os nossos valores, fundamen-tados na Sagrada Escritura, na Tradição e no Magistério da Igreja. Esses valores te-cem a nossa vida de fé que implicam em nossa atuação social. Não obstante, a so-

ciedade tem também os seus valores, as suas leis, que aju-dam a organização e a for-mação de seus cidadãos em vista da justiça social e do bem comum.

Não é de agora que a Igre-ja dialoga e colabora com a sociedade. Historicamente, Deus, através dos profetas, sempre atuou em favor da pessoa humana, sobretudo da mais fragilizada, o pobre. Evidentemente, com Jesus não foi diferente, ele teve uma vida atuante na socie-

dade, envolvendo-se com as pessoas com as quais convi-via em seu cotidiano. O lema da Campanha da Fraterni-dade desse ano, “Eu vim para servir” (cf. Mc 10,45), expressa não um sentimento isolado de Cristo, mas o seu programa de vida. A vida toda de Jesus foi um serviço à pessoa humana. E a ima-gem do cartaz da Campanha ilustra bem isso. Nele vemos o Papa Francisco realizando a cerimônia do Lava-Pés na Quinta-Feira Santa. O gesto de Jesus de lavar os pés dos discípulos é a expressão de seu ministério vivido na doa-ção e no serviço aos irmãos. Ora, Cristo sendo o próprio Filho de Deus encarnado assumiu este gesto de amor e serviço, quem somos nós para não assumir o que ele significa? E o Mestre pediu aos seus seguidores: “Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros” (Jo 15,14). Portanto, é nossa missão como cristãos assu-mir esse compromisso com o Senhor servindo o próxi-mo. E não podemos nos es-quecer de que esse gesto do Senhor foi realizado no con-texto da instituição da Euca-ristia, como relata São João Evangelista. O nosso serviço à pessoa humana, portanto, é fruto da Eucaristia que ce-lebramos e comungamos.

A Igreja recebeu de Je-sus o mandato missionário. É sua vocação e missão ser sinal da presença de Cris-to no mundo. Por isso, a Campanha da Fraternidade 2015 é um instrumento de conversão para toda a Igre-ja repensar a sua missão e vocação. Sendo o Brasil ain-da o maior país católico do mundo em quantidade, é vergonhoso constatar que, em contrapartida, é um país que possui um mosaico de situações sociais que o fra-gilizam: desigualdade e in-justiça sociais, desemprego,

violência, drogas, corrup-ção, exclusão, pobreza, de-ficiências na saúde pública e no saneamento básico, etc.

Se o nosso retrato social é bem defeituoso, uma das falhas não será a falta de responsabilidade dos cris-tãos? Ainda, infelizmente, não somos aquilo que Je-sus deseja: uma comuni-dade comprometida com o amor aos irmãos. Por isso, a Campanha da Fraternidade deste ano, será um tempo oportuno para repensar-mos a nossa atuação cristã na sociedade. Não vivemos em outro planeta, vivemos aqui no mundo para cola-borarmos na construção do Reino de Deus. Assim, um dos desafios neste ano será a divulgação e o fortaleci-mento das pastorais sociais da Igreja, tais como a pasto-ral da criança, a pastoral da saúde, a pastoral carcerária, a pastoral da pessoa idosa, entre outras. Elas contri-buem para que estas diver-sas situações sociais sejam iluminadas pelo Cristo.

Assumamos, portanto, o nosso compromisso ba-tismal com Jesus Cristo de ser testemunhas autênticas do Reino de Deus vivendo intensamente a nossa fé em todos os espaços onde es-tamos em nosso cotidiano. Na Quaresma, a revisão de vida em vista à conver-são é indispensável para que o projeto de amor de Jesus seja também o nosso programa de vida. Que a quaresma seja, então, um tempo oportuno para assu-mirmos verdadeiramente a missão e a vocação da Igre-ja de ser sinal do amor e do serviço de Jesus no mundo._________________________Pe. Leandro Alves de SouzaCoordenador Diocesano de Pastoral e Assessor Diocesano da Campa-nha da Fraternidade da Diocese de Taubaté

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Fevereiro 2015O LÁBAROA serviço da evangelização 5

Diocese em foco

Ordenações na Diocese de Taubaté: dois novos sacerdotes e um diácono Da RedaçãoFotos: Mario Fotógrafo

Em dezembro, Dom Carmo João Rhoden, scj, Bispo Diocesano de Taubaté, ordenou dois novos padres para a sua diocese. Na festa de Nossa Senhora de Gua-dalupe, 12 de dezembro, sexta-feira à noite, foi ordenado o Diácono Rafael Thiago dos Santos, em Taubaté. Uma semana depois, no dia 20, sábado de manhã,

foi a vez do Diácono Cipriano Alexandre de Oliveira ser ordenado sacerdote, em Pindamonhangaba.

Padre Rafael foi ordenado em sua comunidade de origem, Nossa Senhora de Guadalupe, na Esplanada Santa Terezinha, em Taubaté. A igreja da comunidade, filial da Paróquia de São Sebastião, ficou lota-da para assistir a celebração da ordenação. Estavam presentes mui-tos sacerdotes, diáconos e seminaristas. Os familiares do novo padre compareceram cheios de emoção. Amigos e conhecidos vieram de várias cidades, paróquias e comunidades por onde ele havia passa-do fazendo o seu estágio pastoral. Nos agradecimentos finais, Padre Rafael falou emocionado de todos aqueles que colaboraram com sua vocação. A festa continuou com a celebração de sua Primeira Missa, que teve lugar na mesma igreja, no sábado, 13, às 19 horas. Uma das tarefas que desempenhará na Diocese, já como padre, será assessorar o a música e o canto Litúrgico.

Padre Cipriano foi ordenado no Santuário Mariano Diocesano de Nos-sa Senhora do Bom Sucesso, na cidade de Pindamonhangaba. A celebra-ção começou às 9 horas do sábado, dia 20 de dezembro. A Igreja Matriz estava repleta de convidados. A procissão de entrada foi formada por vários sacerdotes, diáconos e seminaristas. Parentes e amigos também compareceram. Aplausos espontâneos marcaram momentos especiais da ordenação, como o cumprimento do bispo e dos sacerdotes (que abraçando o recém-ordenado acolhiam-no no presbitério) e o abraço da mãe ao filho neosacerdote. Em sua saudação final, Padre Cipriano destacou momentos e pessoas que foram fundamentais em sua vocação e saudou carinhosamente os jovens presentes anunciando que iria tra-balhar com o Setor Juventude da Diocese de Taubaté (confira decreto de nomeação à pag. 06). A Primeira Missa do novo padre aconteceu em sua terra natal, São Bento do Sapucaí. Ele celebrou na Igreja Matriz de São Bento, no mesmo dia, às 19 horas.

Começando 2015, no sábado, dia 07 de fevereiro, o semina-rista Marcelo Henrique de Souza foi ordenado diácono por Dom Carmo. A ordenação aconteceu na Paróquia São José, na cidade de Tremembé. O novo diácono está cursando o último ano de teologia e se prepara para a sua ordenação sacerdotal. Marcelo Henrique tem 24 anos, é natural de Taubaté e está no Seminário da Diocese a 8 anos. Ele começou a sua formação seminarísti-ca em 2008, quando entrou no Convívio Propedeutico São José. Nesse período, fazendo estágio pastoral, o Diácono Marcelo já passou pela Capelania Rural de Taubaté, pela Paróquia Nossa Se-nhora do Belém e pela de São José Operário, ambas em Tauba-té, pela Paróquia São Miguel Arcanjo, em Pindamonhangaba e, atualmente, aos finais de semana ajuda na Paróquia São José, em Tremembé.

Padre Rafael Thiago dos Santos é comprimentado por Dom Carmo durante celebração de sua ordenação sacerdotal

Padre Cipriano Alexandre de Oliveira reza pela primeira vez a Oração Eucarística durante a celebração de sua ordenação.

Diácono Marcelo Henrique de Souza faz seus agradecimentos.

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O LÁBAROA serviço da evangelização6 Fevereiro 2015

Diocese em foco DOM CarMO JOÃO rHODEN - SCJ

por mercê de Deus e da Sé apostólica bispo de Taubaté

DECrETO DE NOMEaÇÃO DE aSSESSOr DO SETOr JUVENTUDE

aos que este Nosso DECrETO virem, saudação, paz e bênção no Senhor!

“Os jovens representam enorme potencial para o presente e o futuro da Igreja e de nossos povos, como discípulos e missionários do Senhor Jesus. Os jovens são sensíveis a descobrir sua vocação a ser amigos e discípulos de Cristo. São chamados a ser ‘sentinelas da manhã’, comprometendo-se na renovação do mundo à luz do Plano de Deus”. (Documento de Aparecida, nº 443)

O Bispo, pela plenitude do Sacramento da Ordem, participa em seu coração da caridade pastoral de Cristo, caridade pastoral que tem por finalidade criar a comunhão (Cf. P.G. nº 44), consequência do compromisso constante de anunciar o Evangelho de Cristo, salvação do mundo. Esse compromisso hoje é marcado por tantas urgências, circunstâncias e desafios, e não podemos minimizar, ao contrário, devemos privilegiar o trabalho com os jovens que despontam como valioso campo e instrumento de evangelização, mas, também, sérios problemas e riscos.

Assegurar a participação dos jovens na vida da Igreja, proporcionando-lhes pessoal, profunda e dinâmica vida em Cristo e contando com o apoio deles na evangelização hoje é de particular necessidade. A isso deve visar a Pastoral da Juventude. Dirigindo-se aos jovens e contemplando-os presente em todo o mundo, a Igreja proclamou solenemente ao final do Concílio Vaticano II e nós o repetimos hoje: “A Igreja olha-vos com confiança e com amor. Rica de um longo passado sempre vivo, e caminhando para a perfeição humana no tempo e para os destinos últimos da história e da vida, ela é a verdadeira juventude do mundo. Possui o que constitui a força e o encanto dos jovens: a faculdade de se alegrar com o que começa, de se dar sem nada exigir, de se renovar e de partir para novas conquistas” (Mensagem aos jovens).

Para viabilizar e tornar mais efetiva a participação dos jovens na Igreja, visando eficaz atuação da Pastoral, houvemos por bem nomear como de fato nomeamos aSSESSOr DO SETOr JUVENTUDE O rEVMO. PaDrE CIPrIaNO aLEXaNDrE DE OLIVEIra.

Cordialmente nós lhe externamos votos de uma proficiente e valiosa colaboração junto a nós neste dever de impulsionar e promover “as sentinelas da manhã”, na expressão de São João Paulo II. Assim, toda efetiva colaboração prestada a eles é prestada a nós, que pretendemos exercer um auspiciante e alegre serviço à causa do Reino.

Este Decreto tem validade até determinação em contrário e a partir do dia 20 de dezembro p.f., data da ordenação sacerdotal do recém nomeado.

Dado e passado na Cúria Diocesana de Taubaté, aos 16 dias do mês de dezembro A. D. 2014, sob Nosso Sinal e Selo de Nossas Armas.

E eu, Mons. Irineu Batista da Silva, Chanceler do Bispado, o subscrevi.

† DOM CarMO JOÃO rHODEN SCJ bISPO DIOCESaNO DE TaUbaTÉ

CONVITE:

II Caminhada do Movimento de Schoenstatt da Diocese de Taubaté para a Ermida de Tremembé

Venha participar da 2ª Caminhada de Taubaté a Tremembé para a Ermida de Nossa Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt.

Data: 22 de Março (Domingo)

Local da concentração e saída: Praça Monsenhor Silva Barros, 11, Centro

(próximo ao Supermercado Pão de Açúcar).

Horário: concentração a partir das 06hs, saída às 06h30min.

Distância: 5 km

Após a chegada à Ermida teremos a Santa Missa.

Esperamos você e sua família, para esse momento de fé, amor e louvor.

Cristo Folia anima juventude em TaubatéPor André Somensari

O Setor Juventude da Dioce-se de Taubaté, promoveu

um pré-carnaval reunindo jo-vens de vários juvenis da Dio-cese. Com o tema “Unidos em Cristo”, frase que estampava nos abadas dos “foliões”, teve por objetivo unir a juventude para servir e louvar a Deus num carnaval sadio, santo.

Realizado no sábado, 7 de fevereiro, a terceira edição do Cristo Folia reuniu cerca de mil jovens vindos das várias paróquias e grupos da diocese. O evento contou com inúme-ras atrações: bloco carnava-lesco (Jovens Sarados), peça teatral (Atores da Fé), pales-tra voltada ao público jovem (Padre Luciano), shows musi-cais que foram desde o samba (Samba & Adoração), passan-do pelo rap (Rato MC) e pela música eletrônica (DJ Mark).

O ponto mais alto e subli-me do evento foi a Adoração ao Santíssimo, conduzida pelo novo assessor do Setor Juven-tude, Padre Cipriano Olivei-ra, com música do Ministério Além do Som. “O evento pro-porcionou para a juventude da Diocese um carnaval saudá-vel, onde Jesus não é esque-cido, onde podemos falar de Jesus, anunciá-lo, louvá-lo de um jeito jovem”, disse Padre Cipriano.

Page 7: Jornal O Lábaro | Diocese de Taubaté | Fevereiro de 2015

O LÁBAROA serviço da evangelização 7Fevereiro 2015

Em Tremembé, Folia de Reis visita mais de duzentas familias

Diocese em foco

Desde dezembro, Diocese de Taubaté tem duas novas paróquias

Fachada Igreja Exaltação da Santa Cruz

Da Redação

No mês de dezembro de 2014, Dom Carmo João Rhoden,

scj, Bispo de Taubaté, presidiu ce-lebração eucarística criando duas novas paróquias na diocese. No dia 10, quarta-feira, o bispo elevou à categoria de paróquia a Quase-Pa-róquia de Sant’Ana, criada em ou-tubro do mesmo ano, separando-a da Paróquia de Nossa Senhora do Rosário de Fátima. Na mesma ce-lebração, Dom Carmo deu posse ao primeiro pároco, o Padre Antonio Carlos Gonçalves.

No dia 19 de dezembro, pre-sidindo outra celebração eu-carística, Dom Carmo instalou a Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Taubaté. No mes-mo ato, o bispo deu posse ao primeiro pároco, o Padre Luiz Claudio Winter Spolatori. Con-forme se lê no Decreto de cria-ção da Paróquia, ela constitui um “território desmembrado das Paróquias Menino Jesus e

Nossa Senhora do Belém” e foi instalada em uma “Matriz provi-sória na Igreja Exaltação da San-ta Cruz, estabelecida à Estrada Municipal do Barreiro, 5311, em Taubaté – SP”. A nova paróquia é formada por sete comunida-des. Além da Matriz, são filiais dessa paróquia as comunidades de Nossa Senhora de Fátima, Santo Antonio, São Camilo de Lelis, São Francisco, São Judas Tadeu e São Pedro. Todas essas comunidades estão situadas na região além Dutra da cidade de Taubaté. A nova Paróquia Nossa Senhora de Fátima faz parte do Decanato Taubaté II.

O pároco, Pe. Luiz Claudio, in-formou a O Lábaro, que a Secre-taria Paroquial funcionará provi-soriamente junto à Igreja Matriz, também provisória, no endereço acima. Ele celebra todos os do-mingos na Igreja de Santa Cruz, sempre às 19h30min. e, às 10 horas, na Igreja de Nossa Senho-

ra de Fátima, futura Igreja Ma-triz que está em construção no

bairro Continental II, Rua 7, sem número.

Da Redação

A gente vale-paraibana é sem dú-vidas um povo muito religioso e

devoto. Sua fé se manifesta de várias formas, entre elas, é muito forte as devoções populares. Não podemos descartar a cultura do nosso povo, mas antes, através dela, evangelizar (DAp,10). Vivemos tempos difíceis, o consumismo fala mais alto! Somos chamados a olhar o presépio e me-ditar a simplicidade e despojamento de um Deus que se fez homem e ha-bitou entre nós! (Jo, 1,14).

A paróquia São José de Tremem-bé atenta à devoção popular, sensí-vel à fé, simples, profunda e bonita de nosso povo e aos últimos apelos da Igreja em seus Documentos da Ação Evangelizadora, caminhou pelos bairros de Tremembé com a

“Folia de Reis” visitando mais de duzentas famílias entre os dias 26 de dezembro e 04 de janeiro, aben-çoando seus presépios e resgatando o antigo costume de montar o pre-sépio em família e diante dele rezar, fazendo com que as famílias, unidas, voltem seu olhar à gruta de Belém, a qual São Francisco, nosso Padro-eiro Diocesano, no ano de 1223 re-produziu com carinho meditando o grande Mistério da Encarnação do Verbo.

A Folia de Reis, resgata uma de-voção antiga e significativa, lem-brando a visita dos Três Reis Magos ao Menino Deus (Mt 2,9-11). Um grupo de pessoas canta cânticos an-tigos ao Senhor Menino, enquanto o padre lê um texto da Bíblia, aben-çoa e reza diante dos presépios.

Page 8: Jornal O Lábaro | Diocese de Taubaté | Fevereiro de 2015

O LÁBAROA serviço da evangelização8 Fevereiro 2015

Para deixar tudo pronto para o desfile, é necessário o trabalho dedicado de mui-ta gente. Em torno de 70 pessoas estão diretamente envolvidas na preparação do carnaval, e há meses vêm confeccionando e orga-nizando tudo. Numa tarde de muito calor, foi possível acompanhar um pouco do trabalho das mulheres no galpão da Obra Social São Benedito, onde são confec-cionadas as fantasias, e no galpão improvisado nos fundos da Igreja Santo An-tônio, onde são produzidos os carros alegóricos.

Maria Neuza dos San-tos, 51, gosta muito de trabalhos comunitários, é sambentista de nascimen-to, mas durante 11 anos morou em Ubatuba. Sem-pre acompanhava a repor-tagem sobre o carnaval de São Bento na TV e dizia a si mesma que quando vol-tasse para a sua cidade na-tal, seria uma voluntária no galpão da escola. O sonho

se realizou, e este é o ter-ceiro carnaval de que ela participa. “Isso aqui, para mim, é um bem-estar sem medida. Podia ter carnaval o ano inteiro”, diz com sa-tisfação.

Maria Alice Dias Venân-cio, 76, viu a escola nascer e, desde o início, trabalha como voluntária. Sente or-gulho de ajudar na confec-ção das fantasias. “A possi-bilidade de levar a alegria

a todas as pessoas e ver a participação das famílias, não tem preço”, afirma en-quanto prepara um dos ves-tidos das Baianas.

Leonor Maria Gonçal-ves, 57, sofria de depressão, mas, depois que se tornou voluntária da escola, voltou à convivência social e mui-ta coisa mudou. “Quando conheci o Pe. Ronaldo, eu era muito tímida e mal saía

de casa. A escola de sam-ba mudou a minha vida”, afirma a voluntária que também desfila na escola e considera essa oportunida-de um presente de Deus.

Josefina Teixeira da Rosa, 76, ou dona Zefa, como é chama por todos, é uma das voluntárias mais antigas. Desde que a escola foi criada, trabalha na de-coração dos carros alegóri-

cos. “É um trabalho mara-vilhoso. Para mim, é uma terapia. A gente chega aqui cheia de problemas e nem vê o tempo passar. O corpo cansa, mas é um alívio para a mente”, diz. Mulher fer-vorosa na fé, nunca tinha assistido de perto um des-file de carnaval, muito me-nos imaginava que poderia desfilar um dia. A convite do Pe. Ronaldo, há alguns anos passou a desfilar num carro alegórico com outras voluntárias. “É gratificante e dá um sentimento muito bom ver tudo aquilo e saber que ali tem um pouco de mim”, fala emocionada.

E assim, com a participa-ção de mulheres, homens, crianças e jovens que viram no carnaval uma forma de manifestar a alegria de viver e de servir a comunidade, a Mocidade Independente de São Bento do Sapucaí vai para a avenida celebrar as lutas de um povo que não se deixa sucumbir às amar-guras da vida.

Carnaval de São Bento do Sapucaí é celebração da promoção humanaHá sete anos, escola de samba da cidade leva para a avenida sambas-enredos que retratam o trabalho desenvolvido pelas entidades sociais.

Por Pe. Jaime Lemes, msjFotos: Maico Oliveira

Quem passa pela Serra da Mantiqueira sabe

de suas belezas e de seus en-cantos. Belezas e encantos presentes na natureza e na cultura do povo serrano. Em São Bento do Sapucaí, cidade paulista situada na serra, há 185 km da capital, durante o Carnaval, outra beleza se evi-dencia, o samba da Mocidade Independente de São Bento do Sapucaí, escola de samba que há sete anos leva para as ruas da cidade a genuína ale-gria dos que trabalham em prol da promoção humana, contagiando a todos.

“Gente que, de mil cores,/ Sabores, amores,/ Belas artes produz,/ Artistas da terra da serra,/ Numa aquarela de luz”. Ao som de tambores e tamborins, estes versos eram entoados em uníssono pelos mais de 300 componentes da escola e pelo povo que acom-panhou vibrante a mais um desfile.

A escola de samba foi ide-alizada pelo Pe. Ronaldo José de Castro Neto, 52, pároco da

cidade, e fundada no ano de 2008, quando a comunidade ainda vivia em clima de luto pela morte trágica de seu pre-feito. Para o Pe. Ronaldo, o carnaval da Mocidade Inde-pendente nasceu como antí-doto para curar a dor. “Hoje, vejo que o carnaval surgiu como pretexto para jogar um pouco de luz no contexto da vida do povo”, reflete.

No começo não foi nada fácil, havia muita resistência. Mas, aos poucos, as pessoas da comunidade foram ade-rindo ao projeto, à medida que iam compreendendo que aquela não era apenas uma escola de samba que iria sair às ruas para desfilar fantasias e alegorias. Mas, muito mais do que isso, seria a celebração de um intenso trabalho de promoção social. A beleza da arte sendo utilizada para ex-pressar a beleza do trabalho de tantas pessoas da cidade comprometidas com a soli-dariedade e com o resgate da diginidade humana.

Aliás, foi o tema beleza que a escola levou para a avenida neste ano. Com o samba--enredo “Que me perdoem

as coisas feias, mas beleza é fundamental”, a Mocidade Independente fez um elogio à beleza como obra do Cria-dor e reflexo do bem, mos-trando que ela é fundamental para a vida, porque o bem é fundamental. O samba foi

composto pelo professor Zé Rui e por João D’Olyveira. “É um grande prazer poder participar do carnaval de São Bento e ter a oportunida-de de dar essa contribuição. O samba-enredo deste ano quer ser uma homenagem

às coisas de nossa terra e às pessoas que trabalham para a construção do bem, que é pleno de beleza”, explicou o professor, filho da cidade e um dos compositores dos sambas da escola desde que ela começou.

Os bastidores

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O LÁBAROA serviço da evangelização 9Fevereiro 2015

Razões do samba: CEPROCOM

Lar São Benedito

“Ô abre alas, que eu quero passar”! É ela que vem toda enfeitada, uma verdadeira princesa na sua carruagem cheia de brilho e beleza, com sorriso estampado, esbanjan-do simpatia. A menina que desperta os olhares de todos na avenida é a Daiane Costa Galvão, destaque do carro abre-alas da Mocidade Inde-pendendente de São Bento do Sapucaí. Com 18 anos de idade, ela é portadora de ne-cessidades especiais, sofreu uma lesão cerebral ao nascer; para se locomover, necessi-ta de uma cadeira de rodas e para se comunicar não utiliza a nossa linguagem conven-cional. Porém, seus gestos e seu olhar dizem muito mais do que as palavras. Foi essa a impressão dos que na noite de domingo, 16, foram à avenida principal de São Bento do Sa-pucaí.

Desde os dois anos, Daine frequenta o Centro Promo-cional Comunitário (CEPRO-COM), onde recebeu todos os cuidados necessários para que crescesse com qualidade de vida. Lá ela não é identificada pela sua deficiência, mas pelo ser humano que é. E isso faz muita diferença.

O CEPROCOM é uma associação de caráter filan-trópica, fundada em oito de dezembro de 1969, pelo Pe. Teófilo Almeida Crestani, en-tão Paróco de São Bento, com a finalidade de atender crian-ças, jovens e famílias carentes do município. Começou a fun-cionar efetivamente no ano de 1971 com a implantação do PLIMEC, que era um progra-ma de alfabetização e alimen-tação do Governo.

Em 1996, quando os pa-dres Missionários de São José, Antônio Robson e Ronaldo, assumiram a paróquia, o CE-PROCOM passava por um momento administrativo crí-tico. A partir de então a paró-quia assumiu a entidade, sob a presidência do Pe. Ronaldo, que incutiu um novo espíri-to de trabalho, despertando a consciência da comunidade para a necessidade da promo-ção humano-social naquela realidade que tentava esconder as suas síndromes, ao invés de admiti-las e buscar a convivên-cia natural e possível. Assim, muitas crianças e jovens por-tadores de necessidades espe-ciais passaram a ser acolhidas e cuidadas no CEPROCOM. Lá, elas recebem assistência

psicológica, fonoaudiológica, fisioterápica, neuropediátrica, além de terem aula de educa-ção física, de informática e de reforço escolar.

Atualmente, a entidade tem 110 atendidos, dos quais 42 são portadores de necessida-des especiais. Eram mais nos anos anteriores, mas, neste ano, com a nova lei que proibe o repasse de recursos públicos a entidades filantrópicas, não é possível mais firmar convênio com a prefeitura. Isso gerou um grande problema adminis-trativo, que obrigou a diminuir o quadro de funcionários. A ideia agora é criar parcerias com a iniciativa privada e conseguir que alguns projetos sejam aprovados e amparados pela Secretaria de Desenvol-vimento Social do município através do Termo de Fomento.

Para Carmen, 47, Coor-denadora Geral do CEPRO-COM, o desafio maior da en-tidade sempre foi o financeiro, para manter os projetos e pagar os funcionários. “Nesses anos, nem sempre conseguimos o apoio da prefeitura. Já fizemos convênio com o Estado, mas as leis mudaram e, hoje, está cada vez mais difícil”, explica a coordenadora, que também

Daiane Costa Galvão, 18, destaque do carro abre-alas

Apresentação Cultural com alguns atendidos pelo CEPROCOM

Arquivo do CEPROCOM

ressaltou a importante partici-pação da Igreja e a solidarie-

dade da comunidade samben-tista.

Não só as crianças, os ido-sos também têm o seu lugar e recebem todo cuidado e atenção. O Lar São Benedi-to também foi fundado pelo Pe. Teófilo, com o objetivo de dar um lar e atendimento dignos aos idosos da comu-nidade, cujas famílias não ti-vessem condições de oferecer o cuidado adequado. O Lar é uma obra independente e atende atualmente 55 pesso-as idosas.

Obra Social São BeneditoAlém das entidades sociais

já apresentadas nesta repor-tagem, a comunidade de São Bento do Sapucaí conta ainda com a Obra Social São Bene-dito, fundada no ano 2006, graças à intuição e ao empe-nho do Pe. Ronaldo. Como está explicado no próprio flyer de divulgação da enti-dade, a Obra é “uma Asso-ciação, de caráter beneficente e filantrópico que tem como finalidade promover e inte-grar famílias de baixa renda,

crianças, jovens e idosos na promoção humano-afetiva, espiritual, cultural, no esporte e lazer”. Entre os projetos de-senvolvidos pela Obra Social, estão a oficinas de pintura, de culinária, de tapetes, de arti-gos religiosos, de patchwork, de música e o atelier artetera-pêutico. Para saber mais so-bre essa entidade social, leia, nesta edição, nas páginas 14 e 15, entrevista com o Pe. Ro-naldo.

... e a Mocidade segue na avenidaEm São Bento, o carnaval

vai além do desfile. Não é a festa pela festa. É a celebra-ção da vida, que encontra na solidariedade de muitas pes-soas a força para resistir às inconstâncias e às incertezas e persistir na luta pelo bem. É a mais viva expressão de alegria que a beleza tem o poder de gerar em nós.

Quanto às coisas feias, es-sas são mal que tem cura, como diz a letra do samba: “Anjos do céu nos abracem,/

Nos livrem da tentação./ Fei-úra é mal que se cura,/ Lavan-do a mágoa do coração”. La-vando literalmente, se poderia dizer, porque o desfile aconte-ceu debaixo de chuva. Porém, não diminuiu a empolgação dos foliões nem o brilho dos carros e fantasias. E a platéia permaneceu fiel até o fim, ex-tasiada pela beleza, enquanto a feiúra do mal ia, ao menos simbolicamente, sendo levada pela água da chuva.

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O LÁBAROA serviço da evangelização10 Fevereiro 2015

Em TempoPor Pe. Jaime Lemes, msj

Artigo de colaborador

O Leigo é,por missão e condição, um cristão de fronteira

O Decreto sobre o Apos-tolado dos Leigos

(Apostolicam Actuosita-tem), de 18/11/1965, veio dizer que, “para tornar mais intensa a atividade do povo de Deus, o Concí-lio deve voltar a sua aten-ção para os cristãos leigos, absolutamente necessá-rios à ação da Igreja... O apostolado dos leigos é conseqüência da própria vocação cristã e, por isso, nunca poderá faltar à Igreja”(n.1). Numa Igreja, marcada durante séculos pelo clericalismo, estas pa-lavras marcaram um rumo novo. Pela necessidade se chegou ao reconhecimento da dignidade.

O decreto é longo e inte-gra aspectos muito impor-tantes da vida e missão da Igreja. O Papa João Paulo II concretiza, em 1988, vá-rios pontos do apostolado laical na Exortação Apos-tólica sobre os Fiéis Leigos onde, numa linguagem di-nâmica, aponta caminhos e favorece vivências. Já à data do Concílio era cla-ro que o mundo em mu-dança exigia outro modo de agir eclesial, e este não seria possível sem um lai-cato formado e organiza-do. São os leigos que mais sentem estas mudanças com as suas possibilidades e perturbações.

Os leigos são, por voca-ção, “cristãos no mundo”. Não é por favor ou por necessidade da hierarquia que aí exercem a sua mis-são. É um direito e um de-ver de quem, mesmo agin-do em comunhão eclesial, não perde a autonomia própria da sua condição. O Concílio Vaticano II (1962-1965) recorda que a missão da Igreja de “dila-tar o Reino de Cristo em toda a Terra, ser sinal da salvação para todos, orde-nar o mundo e a sua ação à luz de Cristo e do seu Evangelho, são orientação para todas as atividades apostólicas”. E acrescenta

que a mesma missão será realizada a partir do que a todos é comum como participantes do sacerdó-cio, profetismo e realeza de Cristo, com o tom bem vincado do que é próprio de cada vocação.

Vivendo no meio do mundo e das atividades profanas, é próprio do lei-go contribuir para a evan-gelização e santificação de todos, animar e aperfeiço-ar as realidades humanas, de acordo com o espírito evangélico, fazer da sua vida e da sua atividade um testemunho claro de Cristo e uma ocasião para a sal-vação dos homens. Para isto deve o leigo ser forma-do, respeitado e acolhido.

Toda esta atividade de-termina, também, uma espiritualidade própria que se traduz no olhar de quem vê o mundo e os ou-tros com os olhos do Pai. Daí não poder o leigo dis-pensar a luz da Palavra, a vivência eucarística, a oração pessoal, o estudo da realidade humana e social, onde é chamado a agir e viver, no seguimen-to de Cristo, o espírito das bem-aventuranças. Casa-do, solteiro ou viúvo, e de acordo com a sua vida social e profissional, do-ente ou saudável, o leigo enriquece a sua espiritua-lidade diária no contexto em que se processa a sua vida. É da vivência da fé, esperança e caridade que sai a luz e a inspiração para realizar a sua missão de cristão no mundo, evan-gelizando , renovando pela força do Evangelho a vida temporal, dando como si-nal distintivo do cristão, onde quer que se encontre, o mandamento do amor.

Tudo isto traduzido em obras que vão desde o es-forço de reconciliação ao serviço da defesa dos direi-tos humanos e do exercício dos deveres próprios, ao empenhamento a favor dos mais pobres e mal-amados

na sociedade, sempre em atitude gratuita, solidária e fraterna.

Os campos de ação apostólica do leigo estão ligados ao que é específi-co da sua vida: família e educação, meio social, tra-balho, convivência e par-ticipação cívica. Deve ser realizado este serviço de-dicado em comunhão com a hierarquia e em espírito de serviço fraterno. Agirá de maneira individual ou associada, consciente do valor do apostolado asso-ciado no mundo de hoje, resistindo à tentação de se refugiar em atividades internas da Igreja, mais a seu gosto.

Há que sentir, porém, o apelo que lhe vem da socie-dade, mormente dos meios mais descristianizados ou onde o exercício da ver-dade e da justiça é menos cuidado ou mais esqueci-do. O leigo é, por missão e condição, um cristão de fronteira.

Certamente que o maior empenhamento da Igreja deve ir para a formação do laicato cristão, no sen-tido conciliar. Vê-se ainda a dificuldade sentida por muitos leigos de agirem no campo que lhes é próprio. Devido, por certo, ao do-mínio do poder clerical, que aprecia os que traba-lham dentro da igreja e retira para aí, muitos dos mais preparados e necessá-rios nas tarefas da socieda-de. Por outro lado, vemos a tentação de fomentar nos leigos uma espiritualidade de raiz clerical , fazendo com que alguns, mais for-mados e informados, rea-jam, legitimamente, a uma tal orientação.

Depois do Concílio an-dou-se muito em relação aos leigos, mas há rotinas e nostalgias que dificul-tam, ainda, o crescimento e a maturidade do laicato cristão._______________________Prof. José Pereira da Silva

20 novos Cardeais para a Igreja

Na manhã do dia 14, o Papa Francisco presidiu,

na Basílica de São Pedro, ao Consistório Ordinário Públi-co de 2015, durante o qual foram criados 20 novos Car-deais, 15 Eleitores e 5 Emé-ritos, provenientes de 14 paí-ses. Quatro deles contam pela primeira vez com uma sede cardinalícia: Cabo Verde, Pa-namá, Tonga e Myanmar, na Birmânia, o que reforça a di-versidade e universalidade do Colégio dos Cardeais.

Com este Consistório, o se-

gundo do Pontificado do Papa Francisco, o Colégio Cardinalí-cio fica agora composto de 227 Cardeais, dos quais 125 eleito-res e 102 não-eleitores. Os Car-deais provenientes da Europa são 118; da América do Norte, 27; da América do Sul, 26; da América Central, 8; da Ásia, 22; da África, 21 e da Oceania, 5. Durante a cerimônia, o papa refletiu sobre a dignidade cardi-nalícia, ressaltando que não se trata de um título honorífico, mas de um “serviço de amor e caridade à Igreja”.

Papa envia mensagem aos fiéis do Brasil Por ocasião do início da

Quaresma e da Campa-nha da Fraternidade 2015, o Papa Francisco enviou uma mensagem aos fiéis de todo o Brasil. Na mensagem o papa recorda o caráter penitencial, orante e caritativo da Quares-ma, que é um tempo de reno-var a vida e de melhor se con-figurar a Cristo.

Ressaltou também a im-portância da Campanha da Fraternidade, como contri-buição da Igreja na reflexão e ação frente às questões sociais. “Durante os quarenta dias em que Deus chama o seu povo à conversão, a Campanha da Fraternidade quer ajudar a aprofundar, à luz do Evange-

lho, o diálogo e a colaboração entre a Igreja e a Sociedade - propostos pelo Concílio Ecu-mênico Vaticano II - como serviço de edificação do Reino de Deus, no coração e na vida do povo brasileiro”, frisou Francisco.

Falou ainda do compro-misso que a Igreja deve assu-mir na libertação dos pobres. “De modo concreto, é preciso ajudar aqueles que são mais pobres e necessitados. Lem-bremo-nos que ‘cada cristão e cada comunidade são cha-mados a ser instrumentos de Deus ao serviço da libertação e promoção dos pobres, para que possam integrar-se plenamente na sociedade’”, afirmou.

Bispos falam da CF 2015 na Assembleia Legislativa

Durante sessão da Assembleia Legislativa

de São Paulo no dia 12 de fe-vereiro, Bispos do Regional Sul 1, apresentaram a Cam-panha da Fraternidade 2015, que tem como tema “Frater-nidade: Igreja e Sociedade” e como lema “Eu vim para servir”. Participaram do evento autoridades políticas e religiosas, deputados, as-sessores e os bispos dom Fer-nando Legal, referencial da CF no regional Sul 1, dom Pedro Luiz Stringhini, bis-po de Mogi das Cruzes (SP) e dom Edmar Peron, auxi-liar de São Paulo e vigário

episcopal da Região Belém. Também marcaram presen-ça o coordenador estadual da CF, padre Antonio Car-los Frizzo, e o secretário re-gional da Cáritas Brasileira e Economia Solidária, João Sérgio da Silva.

Dom Peron afirmou que Campanha da Fraternidade é um momento único e fa-lou do papel colaborador da Igreja. “Todo cristão é tam-bém um cidadão. Por isso, a Igreja quer colaborar com a sociedade e encontrar os melhores caminhos para o bem do povo brasileiro”, refletiu.

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O LÁBAROA serviço da evangelização 11Fevereiro 2015

Critérios para a dança na Liturgia, na América Latina e no Caribe

Liturgia

O CELAM (Conselho Epis-copal Latino Americano)

promoveu uma reunião das Comissões Episcopais de Li-turgia das regiões do Cone Sul e dos países Bolivarianos. Foi uma oportunidade para com-partilhar as diversas realidades litúrgicas de nosso continente e refletir sobre suas necessida-des pastorais. Entre as preocu-pações e desafios apontados emergiu a conveniência ou não da "dança litúrgica" nas cele-brações dos sacramentos nas comunidades da nossa Igreja latino-americana e caribenha.

Como resposta a este desafio pastoral, os bispos, juntamente com especialistas na área da Missão e Liturgia do Depar-tamento e Espiritualidade do CELAM presentes na reunião, assinalaram dez critérios a se-rem considerados para a aco-lhida da "dança litúrgica", nas celebrações litúrgicas. Segue o texto que é dividido em dois blocos: o primeiro bloco apre-senta uma rápida fundamen-tação para a dança na liturgia; o segundo bloco trata especifi-camente dos 10 critérios elen-cados pelos participantes da referida reunião.

“A Liturgia é o Louvor a Deus que envolve o todo da pessoa de Fé: seu corpo e seu espírito, seus gestos e pensa-mentos, suas ações e sentimen-tos. Todo o seu ser glorifica a Deus na Ação Litúrgica e aco-lhe os benefícios da obra Santi-ficadora do Espírito Santo.

Entre várias formas de Lou-vor Litúrgico, queremos referir--nos a uma que, em tempos re-centes, tem suscitado particular interesse para além das frontei-ras de continentes em que dela existe certa tradição. Falamos da Dança Litúrgica, realizada no interior das Celebrações Sa-cramentais.

A Igreja não exclui a dança como expressão de sua Fé. O

Antigo Testamento atesta que ela não estava fora do culto que Israel prestava ao Senhor. ‘Davi, cingido apenas com um efod de linho, dançava com todas as suas forças diante do Senhor’ (2 Sm 6, 14). A Consti-tuição Litúrgica Sacrosanctum Concilium afirma: ‘A Igreja aprova e admite no culto todas as formas de arte autêntica que estejam dotadas das devidas qualidades’ (SC 112).

A instrução sobre a Liturgia e Inculturação, Varietates Legi-timae (1994), da Congregação para o Culto e a Disciplina dos Sacramentos, afirma: ‘Entre alguns povos, o canto é instin-tivamente acompanhado por palmas, balançados rítmicos ou movimentos de dança, por parte dos participantes. Tais formas de expressão corporal podem ter lugar nas Ações Li-túrgicas desses povos, com a condição de que sejam sempre a expressão de uma verdadeira

Oração Comunitária de adora-ção, de louvor, de oferenda e de súplica, e não um simples espe-táculo’ (VL 42).

Afirma ainda que ‘a diversi-dade de alguns elementos das Celebrações Litúrgicas é fon-te de enriquecimento, desde que respeite sempre a unidade substancial do Rito Romano, a unidade de toda a Igreja e a integridade da Fé que foi trans-mitida aos santos de todos os tempos’ (cf Jd 3; VL 70).

Por outro lado, a corporei-dade é um meio natural de expressão do ser humano, de modo que também o movi-mento rítmico e os passos da dança podem ser a autêntica forma ritual.

Aexemplo disso, recorda-mos que a Dança Litúrgica está contemplada em um ritu-al particular africano, o Missal Romano para as Dioceses do Zaire (Congo), para acompa-nhar a apresentação das ofe-

rendas.1. A partir das normas já ex-

pressadas pelo Magistério da Igreja, há que se ter em conta os seguintes critérios, ofereci-dos para um ulterior discerni-mento e aprovação das Confe-rências Episcopais: (VL 31).

2. ‘Os ritos devem resplan-decer com nobre simplicidade; devem ser breves, claros, evi-tando repetições inúteis, adap-tados à capacidade dos fiéis e, de modo geral, não devem ne-cessitar de muitas explicações’ (SC 34).

3. Quando se introduz a Dança Litúrgica na celebração, deve ela partilhar da mesma finalidade de toda a ação den-tro da |Liturgia: ser uma ex-pressão da participação ativa e frutuosa, fruto da autêntica es-piritualidade litúrgica de toda a assembleia, mesmo que seja executada apenas por algumas pessoas. Evite-se, portanto, que seja mera apresentação teatral.

4. A Dança Litúrgica só se justifica na celebração se é algo conatural à cultura da assem-bleia. Não se pode forçar nem introduzi-la artificialmente na Liturgia.

5. A Dança Litúrgica não pode ser um espetáculo, e sim tal como se pede no Canto Litúrgico, deve acompanhar a ação ritual e fazer parte inte-grante dela.

6. Há que se considerar que nem todo momento da celebra-ção é apropriado à introdução da Dança Litúrgica. Deve ha-ver sintonia entre a ação ritual e os movimentos da dança, tal qual sucede no canto.

7. Mesmo assim, a dança deve estar em sintonia com os diversos tempos do ano litúr-gico, que podem ser mais ou menos apropriados para sua inclusão.

8. Os homens e as mulheres que executam a Dança Litúr-gica devem estar inspirados por uma autêntica espirituali-dade litúrgica, considerando sua participação como um serviço litúrgico que enriquece a assembleia e a ajuda a cele-brar. Sua vestimenta deve ser adequada à dignidade da ação sagrada.

9. A duração da dança deve ser proporcional à da ação ritu-al que ela acompanha, não se estendendo demasiadamente.

10. Sendo o Ordinário do lu-gar o primeiro responsável pela Liturgia da Diocese, a inclusão da Dança Litúrgica nas Cele-brações Sacramentais precisa contar com sua aprovação (cf SC 39)”.

Recordamos que os “dez critérios” acima apresentados não tem finalidade legislati-va, mas pretendem ser apenas uma ajuda às nossas comu-nidades no ato da aceitação ou não desse elemento típico de algumas culturas do nosso Continente.

Pastoral Litúrgica conta com assessor para a Comissão do Canto e MúsicaCom decreto nº 562/2014 da cúria diocesana de Taubaté (cf. edição de dezembro, n. 2.136), Dom Carmo nomeou Pe. Rafael Tiago dos Santos assessor

da Comissão de Música e Canto Litúrgico. Ele passará a compor a Pastoral Litúrgica de nossa Diocese, juntamente com Pe. Roger Matheus dos Santos que continua como assessor da Comissão de Liturgia.

Segundo a Sacrossanctum Concilium, documento conciliar que trata da vida litúrgica da Igreja, a Pastoral Litúrgica de uma Diocese precisa se organizar a partir de três comissões que devem trabalhar organicamente unidas: a Comissão Litúrgica, a Comissão de Canto e Música e a Comissão de Arte Sacra e Espaço Celebrativo. Com a chegada do Pe. Rafael, as comissões diocesanas de Liturgia e Música poderão se dedicar com maior empenho para o específico de sua missão, avançando em áreas deficitárias e solidificando as conquistas já alcançadas. Conforme afirma o decreto de nomeação do novo assessor: “Na raiz dos problemas da música litúrgica podemos constatar em nossas equipes de animação litúrgica uma formação insuficiente, quer quanto à liturgia em geral, quer quanto ao canto em particular. Muitas vezes uma sadia espiritualidade também se faz ausente”. Desse modo a nomeação de um novo assessor vem trazer esperança e ânimo para os agentes e ministros da música ritual em nossas paróquias e comunidades.

Page 12: Jornal O Lábaro | Diocese de Taubaté | Fevereiro de 2015

O LÁBAROA serviço da evangelização12 Fevereiro 2015

Santo do Mês

Falando de Maria

Santa Águeda (Ágata) 05 de Fevereiro

Santa Águeda, também conheci-da pelo nome italiano de Ága-

ta, aparece no calendário litúrgico desde tempo remotíssimo, cultua-da entre as virgens e mártires da Igreja. Ela nasceu na cidade de

Catânia, na Sicília, Itália, por vol-ta do ano 230 e pertencia a uma família nobre e rica.

Segundo a tradição cristã, aos quinze anos de idade, Águeda consagrou-se a Deus por um voto de virgindade perpétua e prome-teu manter-se casta para servir a Deus, na pobreza e humildade. Sua formosura e juventude, po-rém, atraiu o desejo sensual do governador romano da Sicília, que a pediu em casamento. A jovem recusou o convite, expondo seus motivos religiosos. Não quebrar seus votos acabou por lhe custar a vida. Enraivecido, o governador a enviou ao tribunal que a entre-gou a uma mulher de má conduta para desviá-la de Deus. Como isso não aconteceu, ela foi entregue aos carrascos para que fosse mor-ta por ser cristã. As torturas pelas quais passou a virgem foram ter-

ríveis, segundo relatos que chega-ram até os dias de hoje. Depois de esbofeteada e chicoteada, Águeda foi colocada sobre chapas de cobre em brasa e, posteriormente, man-dadas de volta à prisão.

À noite, em sua cela, a virgem teve uma visão do Apóstolo São Pedro, o que a revitalizou na fé e a curou de seus ferimentos. Seus carrascos que esperavam vê-la fra-quejar em suas convicções se sur-preenderam com sua firmeza na fé, por isso a submeteram a outras cruéis torturas, desta vez com o desconjuntamento dos ossos e o dilaceramento dos seios. Foi ar-rastada por sobre cacos de vidros e carvões em brasa.

Depois de passar por esses tor-mentos, foi conduzida ao cárcere e ali morreu, enquanto rezava pe-dindo a Deus para parar a erupção do vulcão Etna, que iniciara bem

na hora do seu martírio. Assim que ela expirou o vulcão se aquie-tou e as lavas cessaram. Até hoje, o povo da Sicília costuma pedir a sua intercessão para protegê-lo contra as lavas do vulcão Etna, sempre que este começa a ameaçá--los. Por esse motivo, Santa Águe-da costuma ser invocada também, contra os perigos do incêndio.

O martírio de Águeda aconte-ceu durante as perseguições aos cristãos movidas pelo imperador romano Décio, no ano de 251. Santa Águeda é uma das santas mais populares da Itália, e uma das mais conhecidas mártires do cristianismo dos primeiros sécu-los. Apenas em Roma a santa che-gou a ter doze igrejas dedicadas a ela._____________________________Fonte:www.paulinas.org.br/diafeliz

Livre da corrupção do pecado, livre da corrupção da morte

Promulgado por Pio XII em 1950, o dogma da Assun-

ção de Nossa Senhora é estabe-lecido após uma longa reflexão sobre os méritos da salvação em Cristo. A reflexão sobre a santidade de Maria e seu mé-

rito de ter sido levada ao céu em corpo e alma, única depois de Cristo, na verdade é uma reflexão sobre o seguimento do Senhor e sobre o resultado final desta opção. Em última análise o culto à Virgem e aos

santos só se justifica em relação ao Cristo. Porque foram fiéis ao Evangelho é que merecem, de nossa parte, uma veneração especial. Nem a Virgem é uma deusa, nem os santos têm po-deres especiais em si mesmos. Invocamos o auxílio deles porque queremos, como eles, imitar o Cristo e alcançar deste modo, a salvação eterna.

Nenhuma criatura deste mundo se equipara ao Cristo em mérito (cf. 1Cor 15,20-26). Ele foi o primeiro a ressuscitar e glorioso entrou no céu. Todos os que obedecerem aos seus en-sinamentos participarão de seu mérito e ressuscitarão. Com justiça a Igreja vê em Maria a discípula mais fiel de Cristo. Se toda criatura reflete, como num espelho, a glória de Deus, sem dúvidas Maria Santíssima foi, neste mundo, o espelho mais bem polido e nítido que refle-tiu a glória divina. O mérito de Nossa Senhora, que a levou à santidade e a ser levada ao céu em corpo e alma, foi, além do fato de ser a Mãe do Filho de Deus, o de ser sempre fiel à sua opção de servir a Deus. Dizen-do “sim” aquela vez ao anjo, continuou a dizê-lo sempre. Mesmo quando os aconteci-mentos foram extremamente duros para seu coração de mãe. Maria foi perfeita no segui-mento de Cristo salvador. Não só naqueles nove meses, mas

ela o trouxe sempre dentro de si enquanto o ouvia e guarda-va tudo em seu coração (cf. Lc 2.19).

Em seu coração Maria guar-dava o Evangelho que seu Fi-lho anunciava. Tornou-se as-sim, a Arca da Nova Aliança. Porque trouxe o salvador em seu seio e, sobretudo, porque inscreveu em seu coração os mandamentos da Nova Alian-ça. Desde o princípio da Igreja, a figura de Maria, mulher grá-vida do Salvador e que o revela ao mundo, é apresentada como figura da própria Igreja (cf. Ap 11,19;12,1-6). Todo cristão, discípulo de Jesus, que quiser encontrar a salvação e ser in-cluído entre o número dos san-tos deve fazer como Maria fez. Deve ser fiel ao Cristo em qual-quer condição e em qualquer circunstância.

A Igreja chegou à conclu-são de que Maria não podia ter conhecido a corrupção da morte observando na Sagrada Escritura, a íntima ligação en-tre ela e Deus. O seu Magnifi-cat (cf. Lc 1,46-55) reflete bem o grau desta intimidade. O canto de Maria manifesta uma vida espiritual evoluída em tal intimidade com Deus que ex-pressa uma esperança alegre e uma confiança incondicional às promessas de salvação fei-tas por Ele. Esta íntima liga-ção com o Criador fez daque-

la criatura aquela que mais se assemelhou a Ele. Com maior facilidade, podemos intuir que esta mesma intimidade existiu entre ela e o seu Filho divino. Ela alimentou a vida humana dele; Ele alimentou a vida es-piritual dela. Ele, o Justo, que não conheceu a corrupção do pecado, não conheceu tam-bém a corrupção da morte. Ela, a justificada, foi gerada sem a mancha do pecado e, mantendo-se pura em vida, também foi poupada da cor-rupção da morte. Intimamen-te ligada a Cristo, Maria parti-cipa de sua luta contra o mal. Luta que terminou com a vi-tória completa do Cordeiro so-bre o pecado e a morte. E por esse motivo, “assim como a gloriosa ressurreição de Cristo era parte essencial e o último sinal desta vitória, assim tam-bém devia ser incluída a luta da santa Virgem, a mesma que a de seu Filho, pela glorifica-ção do corpo virginal”, assim se expressou o Papa Pio XII, na Constituição Apostólica Muniifcentissimus Deus (n. 39), na qual promulgou a defi-nição do Dogma da Assunção de Nossa Senhora ao céu, em corpo e alma.________________________Pe. Silvio José DiasPároco da Paróquia de Nossa Senhora D’Ajuda, Caçapava-SP

Page 13: Jornal O Lábaro | Diocese de Taubaté | Fevereiro de 2015

O LÁBAROA serviço da evangelização 13Fevereiro 2015

Aniversários: Bispos, Padres e Diáconos

Aniversários auxiliares paroquiais

FEVEREIRO

01 - Flavio do Carmo – Cúria Diocesana

02 - Beneditoda Silva - Par. São Pedro Apóstolo (Taubaté)

03 - Lucia Helena – Par. Sao Benedito (Pinda)

03 - Henrique Bras – Par. Sao Vicente de Paulo (Pinda)

04 - Silvana dos Santos - Par. do Menino Jesus (Taubaté)

05 - Maria Jose Nardini – Par. São Jose Operário (Caçapava)

05 - Cionilda - Par. Espirito Santo (Taubaté)

05 - Gigliardi - Par. N.S. da Esperança (Caçapava)

07 - Marta - Par. Sagrado Coração De Jesus (Taubaté)

07 - Paula Cristina – Curia Diocesana

08 - Joyce - Par. Sao Sebastião (Taubaté)

12 - Claudia Regina - Par. N. Sra Rosario (Taubaté)

12 - Edilene - Paroquia Santa Cruz (Redenção da Serra)

13 - Sonia - Paroquia Santa Luzia (Taubaté)

16 - Maria de Lourdes - Par. Satissima Trindade (Taubaté)

18 - Silvana - Par. N. Sra Rosário (Taubaté)

21 - Francisca - Par. Sto Antonio De Pádua

23 - Rosangela – Par. Do Menino Jesus (Taubaté)

24 - Marco Antonio – Par. Sao Vicente de Paulo (Pinda)

24 - Juliana - Par São José Operário (Caçapava)

Agenda DiocesanaFEVEREIRO

02/seg – Pastoral Familiar, Reunião da Comissão Dioce-sana, 20h, Com. N. Sra. Lour-des, Taubaté

De 02 a 06 - Semana Cate-quética – ECAT, Faculdade Dehoniana

06/sex – Dia Mundial de Ora-ção - Ecumenismo e Diálogo Inter-Religioso, Paróquias e Comunidades

07/sab – Pastoral do Batismo, formação sobre Manual Dio-cesano, das 14h às 18h, Paró-quia Senhor Bom Jesus.

07/sab – COPS, formação sobre Segunda Urgência, 8h, Decanato Serra Mantiqueira

07/sab – COMIDI – IAM - Reunião, 14h30, Cúria Dioce-sana de Taubaté

07/sab – Equipe Diocesana da PJ: visita às paróquias que tem PJ, Paróquias

07/sab – Festival de Músicas com o tema da CF-2015, 16h, Auditório ETEC – Pinda

08/dom – Dia Internacional da Mulher, COPS (subsídios), MCS e Paróquias

09/seg – Decanato Taubaté II, reunião de coordenadores da catequese, 19h30, Paró-quia Sagrada Família

10/ter – Pastoral da Criança: Visita para iniciar pastoral, 14h, Tremembé.

11/qua – Pastoral Presbiteral: encontro com padres ordena-dos de 0 a 5 anos, das 08h30 às 12h, Seminário de Filoso-fia Santo Antônio

14/sab – Pastoral do Batismo: formação sobre Manual Dio-cesano, das 14h às 18h, Paró-quia Senhor Bom Jesus

14/sab – Reunião da Pasto-ral da Juventude, 16h, Centro Pastoral Santa Teresinha

14/sab – Catequese: reunião Sub-Região Aparecida, 8h30, Cúria diocesana de Taubaté

14/sab – Pastoral Carcerária: reunião Sub-Região Apareci-da, das 8h às 13h, Taubaté.

15/dom – Recolhimento da Obra dos Santos Anjos, das 09h às 17h, Seminário Cura D’Ars

15/dom – Decanato Taubaté II – Concentração do Deca-nato, 09h, Paróquia São João Bosco

17/ter – Pastoral da Criança: capacitação Bandeirantes-Ra-mo 564, 14h, Paróquia Sagra-do Coração de Jesus

17/ter – COPS: Reunião com entidades de inspiração reli-giosa, 14h, Cúria Diocesana de Taubaté

18/qua – Pastoral Pessoa Ido-sa: reunião da Equipe Dioce-sana, 14h30, Cúria Diocesana de Taubaté

21/sab – Pastoral da Crian-ça: reunião de coordenadores, das 8h às 12h, Cúria Diocesa-na de Taubaté

21/sab – Pastoral do Batismo: formação sobre Manual Dio-cesano, das 14h às 18h, Paró-quia Senhor Bom Jesus

21/sab – Reunião do Con-selho Diocesano de Leigos (CNLB), 9h, Cúria Diocesana de Taubaté

21/sab – Pastoral da Saúde: reunião da Comissão Dioce-sana, 9h, Cúria Diocesana de Taubaté

21/sab – Pastoral da Cateque-se: formação diocesana para coordenadores Paroquiais, 7h30, local a definir

21/sab – Liturgia: reunião co-ordenadores paroquiais e de canto litúrgico, 14h30, Colé-gio Pe. Anchieta

22/dom – Pastoral Familiar: formação para agentes

22/dom – Setor Juventude: reunião para Jornada Dioce-sana da Juventude, 15h, local a definir.

25/qua – Pastoral Presbiteral: encontro com padres ordena-dos de 6 a 11 anos, das 08h30 às 12h, Seminário de Filoso-fia Santo Antônio

27/sex – COPS: reunião men-sal, 19h30, Centro Past. Sta Teresinha

28/sab – Reunião Conse-lho Diocesano de Pastoral, 08h30, Cúria Diocesana de Taubaté

28/sab – Pastoral Carcerária: reunião ordinária, 14h, Colé-gio Anchieta

28/sab – RCC: Retiro do Mi-nistério para crianças, Casa do Shalom

29/dom – Domingo de Ra-mos, Coleta Nacional da Soli-dariedade CF/2015, Início da Semana Santa

Fevereiro

Natalício

02 – Diác. Gilberto Souza Santos 03 – Pe. Antônio Cláudio Dias Barbosa 04 – Diác. Aparecido Fernandes Neves 05 – Pe. Ronaldo José de Castro Neto, msj 06 – Pe. Osmar Cavaca 11 – Diác. Guilherme Leite Machado Filho 11 – Diác. Cláudio da Silva Barbosa 13 – Diác. Adônis Souza Pinto 14 – Diác. Nicola Ângelo Di Stefano 16 – Côn. Elair Fonseca Ferreira 19 – Pe. Antônio Caliciotti, pime 20 – Diác. Messias Gonçalves Mendes 25 – Pe. Antonio Carlos Monteiro 26 – Pe. Luis Carlos da Silva, scj 26 – Pe. Messias Francisco Rosário, sjc 26 – Pe. Leandro Alves de Souza 27 – Pe. Luiz Cláudio Winter Spolatori, sjr 27 – Pe. José Afonso Lobato

Ordenação

01 – Pe. José Andrade dos Santos 01 – Diác. José Carlos Caetano 02 – Côn. José Luciano Matos Santana 05 – Pe. Luís Paulo de Aquino Cunha 08 – Diác. Cláudio da Silva Barbosa 18 – Pe. Silvio José Dias 18 – Pe. Sebastião Raimundo Bizzaria 18 – Pe. Leandro Alves de Souza 19 – Pe. Hugo Bertonazzi 20 – Diác. Benedito Gobbo 22 – Diác. Roberto Gomes 22 – Pe. Luiz Antônio Alvares, msj 23 – Pe. José Adalberto Vanzella 28 – Diác. Vicente Inácio Alves Filho

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Page 14: Jornal O Lábaro | Diocese de Taubaté | Fevereiro de 2015

O LÁBAROA serviço da evangelização14 Fevereiro 2015

Entrevista do mês:

Pe. Ronaldo, um padre com alma de artistaMineiro de Além Paraíba, há 19 anos subiu a Serra da Mantiqueira rumo a São Bento do Sapucaí. Como o profeta Elias no Monte Horeb, ele não sabia exatamente o que o

aguardava por lá, e, como o profeta, se encantou. Ali, naquele pedaço de chão, onde a natureza é sinônima de beleza e o povo transpira fé, Pe. Ronaldo José de Castro Neto, 52, Missionário de São José, construiu o seu ministério com gente e arte. Aos 27 anos de sacerdócio, ele compartilha de forma generosa retalhos de sua história, em que experiência de fé, promoção humana, arte e carnaval são peças de uma mesma obra.

O LábarO – Quando o senhor chegou à cidade de São Bento do Sapucaí e qual foi a sua impressão da cida-de, da paróquia, das pesso-as...?

Pe. Ronaldo – Eu cheguei em fevereiro de 1996, junto com o Pe. Antônio Robson Gonçalves, que seria o páro-co e eu seria o seu vigário. A impressão que eu tive foi de um povo extremamente reli-gioso, que tem um profundo carinho pela pessoa do sacer-dote e grande amor à Igreja. Um povo muito lutador. Sem-pre me chamava à atenção, ao distribuir a eucaristia na hora da missa, quando pes-soas estendiam as mãos para recebê-la e eu via nas mãos de mulheres e homens, de muitos jovens inclusive, ca-los. Era gente da roça, gente da lida. Aquilo foi para mim sinalizando o quanto que me exigiria como sacerdote. Para estar num lugar onde há um povo que luta com a vida, o sacerdote não pode ser indo-lente, uma pessoa que funcio-ne com força menor. Então eu fui tentando entender um pouco da dinâmica da vida aqui. Acho que levei em mé-dia três anos nesse processo, tentando saber onde eu estava e o que eu poderia oferecer.

O LábarO – A partir de quando o senhor percebeu a necessidade de realizar um trabalho social na cidade e o que o inspirou a isso?

Pe. Ronaldo – A presiden-te do Centro Promocional Co-munitário (CEPROCOM), ela procurou à écopa o páro-co, Pe. Robson, dizendo que não poderia mais continuar com os trabalhos. Foi quando ela disse que se a Igreja não assumisse, possivelmente iria

para as mãos da Igreja Presbi-teriana, que estava chegando naquele ano aqui na cidade. Então, o padre me solicitou para acompanhar o CEPRO-COM, e eu sem nunca ter trabalhado especificamente numa instituição, achei um desafio interessante, ainda que tenha contrariado o meu sonho que era fazer Antropo-logia. Estudaria em São Pau-lo e ajudaria na paróquia nos finais de semana. Mas acho que a antropologia vem sendo feito de outra maneira. Não acadêmica, mas tem sido muito vivencial, bem na prá-tica. A partir daí, foi havendo um desdobramento, porque, indo para a zona rural, come-çou a me chamar à atenção crianças portadoras de defici-ência, e eu nunca as via nas coroações. Sempre tantas ou-tras crianças, mas nunca uma deficiente. Eu não via essas crianças em missas, no dia a dia da comunidade. Eram quase invisíveis no tecido so-cial sambentista. Começamos a ver a necessidade de trazer essas crianças para uma edu-cação mais formal, para que pudessem ser alfabetizadas. Daí, veio logo a fundação, em abril de 1997, do trabalho com os deficientes, depois também acolhemos adultos. A partir disso, foram nascen-do os desdobramentos, outras necessidades foram se impon-do. À medida que foram sur-gindo, nós fomos acolhendo e tentando encontrar pessoas simpatizantes, que abraças-sem a causa e, aos poucos, foi tomando um vulto grande, que hoje envolve muita gente, muitos voluntários.

O LábarO – Que ini-ciativas foram mais mar-cantes?

Pe. Ronaldo – Acho que

de tudo o que mais me mar-cou foi a acolhida dos defi-cientes. Até porque em São Bento ainda hoje há uma di-ficuldade grande com as dis-tâncias. Há casamentos entre parentes, e um pouco dessa realidade, eu acho que ela foi visualizada com a acolhida dos portadores de deficiência nesse Centro Promocional Comunitário sob os cuidados da Igreja. Foi muito marcan-te também quando da morte do prefeito Geraldo de Souza Dias, a comunidade viveu um momento de muita tensão e isso criou um clima de mui-ta insegurança. Aí a escola de samba foi outro momento muito importante, porque ela nasceu na hora da dor, e aju-dou de novo a trazer a comu-nidade ao curso da vida.

O LábarO – Que di-ficuldades ou resistências houve para a concretização das obras sociais que o se-nhor empreendeu?

Pe. Ronaldo – De início, nada foi visto com bons olhos. Recordo-me de quando eu e o seminarista Adilson passáva-mos na rua com os especiais. Nós não tínhamos estrutura, não tínhamos espaço, ocupá-vamos algumas garagens das casas, que cediam para nós. Hoje eu olho com orgulho muito grande. O trabalho nas-ceu assim e foi criando uma rede de solidariedade boni-ta. Pessoas cediam fundo de quintal, garagem, etc. Então aquilo, ao mesmo tempo que eu admirava, me encantava e me comprometia, porque eu tinha de corresponder, junta-mente com toda a equipe de trabalho. Mas isso não era o esperado de um sacerdote. O sacerdote, dele era esperado o serviço eminentemente reli-gioso, sobretudo a assistência aos sacramentos. Então um sacerdote que estava envere-dando pela àrea da promoção humana, tentando participar mais ativamente da vida da comunidade, tentando en-contrar luzes diante daquilo que se mostrava até um tan-to sombrio, era sempre visto com desconfiança, porque dele não era esperado isso, não era papel de um padre estar nesse meio. Daí, enten-diam que eu seria candidato a prefeito, que eu estava inten-cionando enveredar pelo ca-minho da política... Eu me re-cordo de um político que me perguntou quais eram as mi-

nhas reais intenções. Respon-di a ele: “Se o senhor, como político, souber das suas in-tenções como eu sei das mi-nhas como sacerdote, a cida-de terá um bom político e um bom padre”. Eu gosto desta resposta até hoje, porque ela, na realidade, me faz ainda hoje balizar a minha vida. Eu sou sacerdote, não quero vin-culação política, partidária com nenhum seguimento. Eu quero a liberdade que o evan-gelho me dá, que a doutrina da Igreja me dá, que o Insti-tuto me oferece, que o bispo confia, para continuar a fazer esse trabalho e nunca perder o vínculo com a missão da Igre-ja. Mas sempre fui visto com certa desconfiança. Um des-sabor também muito intenso foi na época em que me fize-ram a acusação de eu ter elei-to um prefeito aqui. E o que era sofrível é que não eram os de fora, mas os de dentro da Igreja. Teve uma época em que alguns deixaram de contribuir com o dízimo e al-guns outros faziam afrontas. Em relação ao Carnaval, oito anos atrás – não foi uma ação coletiva não, mas de um ou outro –, o que eles puderam me denegrir, me axincalhar, maltratar, humilhar, eles não me pouparam. Mas o traba-lho vai se impondo e a gente acredita que ele continua ten-do o dedo de Deus.

O LábarO – São Bento é uma paróquia geografi-camente extensa, com mui-tas comunidades rurais, e isso certamente gera uma demanda administrativo--pastoral um tanto exigen-te. Como o senhor faz para conciliar trabalho pastoral e trabalho social?

Pe. Ronaldo – O cus-to é muito alto. Eu tento ter sempre presente o que o Pe. Libânio [Cicuto] (fundador do Instituto Missionário São José), afirmou. Eu sempre me emociono quando me lembro de sua afirmação: “Deus, quando Ele quer, Ele exige muito, e às vezes exige tudo”. Então eu fico pensando quan-do também foi exigido tudo de Abraão. Ele tinha de dar o seu filho único. Às vezes, o trabalho em São Bento, ain-da que seja uma paróquia de interior, onde aparentemente não se tem muito horizonte ou não se deveria ter muitas outras preocupações, a não

ser de uma assistência religio-sa, sacramental, eu sinto que vai sendo exigido esse tudo. E esse tudo, em muitos mo-mentos, pesa. Eu sinto o peso disso na minha saúde, para conciliar a administração da paróquia com os trabalhos sociais, às vezes a não empa-tia de colegas com os quais já trabalhei, como se esse traba-lho fosse meu e não um im-perativo do evangelho. Pesa também pela insistência de alguns seguimentos da Igreja investirem numa espirituali-zação vazia, que não contem-pla a pessoa na sua realidade concreta. Há muita reza e pouca luta. Essa conciliação nunca foi fácil e continua não sendo. Penso que tem de ter um renúncia pessoal e diária. Mas estamos na luta.

O LábarO – O senhor é um artista plástico. Quan-do e como a arte entrou na sua vida?

Pe. Ronaldo – A arte en-trou na minha vida ainda na infância, com algumas ex-pressões: recebi influência de minha mãe, que fazia traba-lhos artesanais, e de meu pai, que era um artesão da terra. Por eu ter nascido numa co-munidade de gente muito lutadora, operária – nada foi fácil na vida – então a vida sempre trouxe o imperativo para ser reiventada, com mui-ta luta para conseguir aquilo que se quisesse conseguir. De-pois, no seminário, aprendi a pintar um quadro com um se-minarista, o Nelson Louzano, e a parti dalí eu me encantei e vi que podia desenvolver aquilo que já na infância ha-via recebido algumas semen-tes. Quando eu vim para São Bento, em 1996, eu fui, então, fazer aulas de desenho, de pintura, depois eu fiz cursos na área de mosaico, modela-gem em barro, vitral tradicio-nal e tífon. Eu fui aprenden-do com alguns mestres dessa área.

O LábarO – O senhor tem realizado também um projeto de arteterapia em São Bento. Fale um pouco sobre isso.

Pe. Ronaldo – Eu não quis fazer uma carreira como artis-ta plástico, de expor e viver de venda de trabalhos. Eu quis dá uma destinação coletiva para o meu aprendizado, para aqueles dons que Deus estava me concedendo. Aí foi quan-

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O LÁBAROA serviço da evangelização 15Fevereiro 2015

do eu descobri a arteterapia como ciência, e através dos estudos, montei um atelier ar-teterapêutico, que é onde eu cuido de pessoas com trans-tornos mentais, como de-pressão, síndrome do pânico, transtorno bipolar, transtorno de ansiedade, etc. Mantenho no atelier Fiat Lux, que é o atelier artístico, a venda dos meus trabalhos para ajudar a manter o outro, o terapêu-tico, onde os que frequentam não têm nenhuma obrigação com taxas ou pagamentos. É um trabalho da Igreja para a comunidade. Nós estamos com inteção de levar esse tra-balho para o bairro do Paiol, onde está sendo construído, há alguns anos, de maneira mais organizada e pensada, aquilo que nasceu no fundo de quintal da casa paroquial. A experiência deu certo e es-peramos em algum momento levar para lá, onde poderemos receber com melhores condi-ções, melhores acomodações e com equipe multidiciplinar, que poderá tratar daqueles que ali acorrerão buscando um alento para a vida, uma ressignificação do seu próprio mistério de vida.

O LábarO – Nos últi-mos anos a cidade de São Bento do Sapucaí tem ga-nhado notoriedade por con-ta do carnaval, sobretudo pelo desfile de escola de samba idealizado e orga-nizado pelo senhor. Como surgiu essa ideia? Qual a sua relação com o Carnaval e qual o significado desse evento em meio a tudo o que o senhor realiza?

Pe. Ronaldo – O carna-val nasceu aqui com a Esco-la Mocidade Independente quando houve a morte do ex-prefeito Geraldo de Souza Dias, que abalou a cidade. A comunidade ficou muito pas-sional, e até muito irracional, digamos assim. O carnaval veio como intuição naquele momento. Era preciso pensar numa saída, e pensamos no carnaval, que promove um ambiente em que vai o que crê, o que não crê, o visitan-te, o da cidade, e traz uma

leveza. Então nós vimos que podíamos ocupar aquele es-paço e dar uma mensagem de esperança e de alegria, num ambiente de caos. Porque em algum momento instaurou-se aqui um caos mesmo. A vida ficou bem desordenada, e o carnaval ajudou a acelerar a recomposição da comunida-de, para que tomasse de novo o seu curso de vida. Sempre gostei de carnaval. A minha cidade fica em Minas, na divi-sa com o estado do Rio de Ja-neiro. Então o carnaval sem-pre fez parte da nossa cultura local. Sempre estivemos nesse meio, eu e meus familiares. Quanto nós já trabalhamos, dentro de casa, nos quintais, nosso e da vizinhança, para o dia da apresentação! A força está no processo de como é feito, de como é construído. É uma aventura coletiva, uma experiência comunitária mui-to intensa. Quando jovem, saí em escolas de minha cidade, e sempre a partir da Igreja. Os mesmos que estávamos na Igreja eram os mesmos que estávamos na escola e nos grupos de amizade. Acho que isso é muito fundante. Tanto, que, hoje, no processo de cria-ção, eu tento cuidar bastante do ambiente. É mais do que fazer bonito para outro ver, primeiro, é se alimentar, cada um, da beleza ali produzida. E essa beleza é capaz de sal-var. Não tem nada mágico, mas a arte tem esse poder de encantamento. Ela tem o poder, daquilo que o profeta diz num outro contexto, de seduzir. Ela me seduz e eu me deixo seduzir. Ele se refere a Deus. Nós estamos falando da arte, e de Deus nela. Acho que é um processo bonito de sedução porque ela acalma aquilo que está em guerra dentro do coração humano, ela coloca brilho onde só tem opacidade, ela reinventa onde parece que já foi sinalizado fim, ela recria onde já foi de-cretada a centença de que não há mais jeito e possibilidade. Ferreira Goulart fala com propriedade, com um beleza que me chama muito à aten-ção, que “a arte existe porque a vida não basta”. De certa maneira, a vida é incomensu-rável, não se pode medi-la, e

ao mesmo tempo ela fica tão pequena em alguns momen-tos que a arte vem e a projeta, a coloca naquele lugar, na-quela dimensão que ela deve estar. Essa troca entre vida e arte, e arte e vida, é uma ta-refa bonita se enquanto Igreja nós pudermos contribuir para ajudar nossas comunidades de fé a terem a percepção de que o simples fato de você colocar flores naturais dentro de um templo religioso é tão artístico e tão divino! O fato de você, liturgicamente, am-bientar o espaço celebrativo, com o cuidado que se deve ter com os vasos sagrados, com as vestes, enfim... Acho que são formas, num primeiro momomento, da gente expe-rimentar essa beleza que vem a nós pela arte e depois isso tudo transcende e nos leva aos braços mesmo da Bele-za que salva, que é Deus. Eu tento conjugar um pouquinho isso aí.

O LábarO – Qual im-pacto que isso tem causado na comunidade e nas pesso-as de fora que vêm presti-giar o carnaval?

Pe. Ronaldo – O que mais eu ouço, que parece a mui-tos chamar à atenção, é que a aprovação é muito grande, porque eles creem que esse é o caminho da Igreja. A Igreja precisa estar aí. Recordo-me de que a Igreja ensina que o caminho da Igreja é o ho-mem. Onde o homem estiver, travando as lutas pela vida e com a vida, a Igreja precisará ali se fazer presente. A ideia que eu tenho quando eles me dão esse feedback é que se não seria também esse um dos areópagos para exaltar o nome de Deus, para falar de Deus, para semear alguns va-lores. Porque falar dentro da Igreja é falar para ouvintes que tem um interesse, porque sempre vão ali. Agora, falar através de uma produção ar-tística, coletiva, rezar na ave-nida para pessoas de diversos credos, num ambiente aparen-temente hostil – porque o car-naval, tradicionalmente é as-sociado aos excessos, ao que é impróprio, indevido para uma pessoa de bem –, como estar ali naquele meio sem ser presença, não se misturar e sem perder a referência que é a do evangelho, a partir da Igreja?! Então o que eu acho que chama a atenção dessas pessoas é isso: é que o carna-val dá uma mensagem, pro-duz beleza, congrega, mostra que nós podemos viver a fé sem perder a idoneidade, o caráter, a moral; podemos estar ali presentes de maneira alegre e saudável. Penso que isso traz um arejamento para a fé, ajuda a olhar a fé como algo também bonito de se vi-

ver. Não numa expressão usu-al, comum, mas que é muito forte e, coletivamente, faz um bem muito grande para São Bento.

O LábarO – O que é a Obra Social São Benedito, que trabalhos ela realiza e como se mantêm?

Pe. Ronaldo – A Obra So-cial São Benedito é uma ten-tativa de releitura da Irman-dade de São Benedito, que foi fundada na época da abolição da escravatura, e aqueles que eram alforriados das grande fazendas da região e do Sul de Minas, da Mantiqueira, eles se aglomeravam nas ma-tas, e sem assistência alguma: sem segurança de moradia, sem direito de educação, etc. A Irmandade nasceu naquele desejo de alimentar e ajudar essas famílias que, inicial-mente, iam chegando aqui no alto da Mantiqueira, es-pecificamente em São Bento. E ela cumpriu o seu papel, até, depois, sofrer com a mu-dança dos modelos de Igreja, aquelas transformações ne-cessárias. Há nove anos, nós vimos a possibilidade de fazer uma releitura da Irmandade. Não perder as raízes dela, mas atualizar o seu espírito, o seu carisma. Ela precisaria continuar a ajudar os pobres, que agora são outros. A Obra foi então fundada, e nós man-temos toda essa relação com a origem da Imandade para não perder o seu objetivo que é a promoção mais integral da pessoa humana, sobretu-do daquele empobrecido. A partir daí foram surgindo al-gumas iniciativas. As ações começam pequenas e depois vão ficando impactantes. Eu nunca tinha me dado conta, por exemplo, de que o carna-val da escola impactava a eco-nomia local, e acontece isso. Eu, preocupado com outro universo, que é o da produção coletiva, para levar um bonito carnaval, uma bonita men-sagem, só depois de alguns anos fui me despertado para a importância que ela tam-bém passou a desempenhar na economia local. Eu passei a me senti mais responsável e mais responsabilizado, por-que a Igreja vive da economia local. Então há aí uma troca. Se no carnaval eles são benefi-ciados, de certa maneira, eles devolvem através de patrocí-nios dos eventos. E com isso, vamos mantendo os trabalhos sociais.

O LábarO – Qual o sentimento de ter participa-do de todas essas realiza-ções?

Pe. Ronaldo – Eu sinto uma realização profunda. Sinto que através do Instituto Missionário São José na Pa-róquia de São bento, eu tenho

alicerçado o meu ministério. Sou muito grato a Deus pelo bispo diocesano confiar no trabalho, pelo Instituto pos-sibilitar aqui trabalhar e pela paróquia ser um espaço de construção do meu ministé-rio, me ajudando e me ensi-nando a ser um bom padre, que é o meu maior sonho. Se me perguntasse se eu tenho uma ambição na vida, seria essa: ser um bom padre. Nada muito além disso. A sensação é a de estar no lugar onde eu sinto que estou podendo fru-tificar, podendo, ministerial-mente falando, viver a missão de uma maneira a ajudar a vida da comunidade. Essa é uma realização bacana. Me sinto feliz com isso, um sacer-dote feliz.

O LábarO – Novos projetos, novas perspecti-vas?

Pe. Ronaldo – Eu alimen-to bastante a ideia de sedimen-tar o que existe ainda mais. Tudo precisa ser melhorado, aprimorado, buscar recur-sos junto a empresários, não criar dependência do poder público municipal, ajudar a Igreja, enquanto comunida-de, perceber-se corresponsável nessa tarefa, que não é projeto de um padre. O padre é só o encorajador, o animador, para que uma comunidade se des-cubra vocacionada para esse serviço à vida. O padre pode ajudar levando outros consigo. Eu coloco isso como meta, até como razão de ser, é le-var outros para essa aventura coletiva. Meu grande desafio é, com o tempo, ir fazendo o atelier arteterapêutico tomar forma. Poderá, quem sabe, no futuro, ser um local de acolhi-da, de pessoas necessitadas de cura, de saúde, de resgatar o brilho da vida que em algum momento se apaga. O objeti-vo é que lá seja um local para receber religiosos, leigos... enfim, um local onde a gente possa cuidar de lideranças que se cansaram, que perderam o vigor diante das inúmeras exi-gências da vida, para que elas continuem o caminho com mais ânimo e mais coragem.

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O LÁBAROA serviço da evangelização16 Fevereiro 2015

Paróquias e Horários de MissaDECANATO TAUBATÉ IDecano: Luis Lobato dos Santos

DECANATO TAUBATÉ IIDenaco: Pe. Arcemínio Leôncio Carvalho, msj.

DECANATO TAUBATÉ IIIDecano: Pe. José Vicente

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA ESPERANÇACôn. José Luciano 3652-1832Matriz: Nossa Senhora da Esperançadomingo 10h • 19h

PARÓQUIA SÃO PIO XFrei Deonir Antônio, OFMConv 3653-1404Matriz: São Beneditodomingo 6h30 • 9h30 • 11h • 18h • 20h

PARÓQUIA DO MENINO JESUS Pe. Carlos Alberto 3652-8459 Matriz: Menino Jesusdomingo 6h30 • 10h • 19h

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DAS DORESPe. Gracimar Cardoso 3978-1165

Matriz: Nossa Senhora das Doresdomingo 8h • 19h

PARÓQUIA SÃO JOSÉ OPERÁRIO Pe. Kleber Rodrigues da Silva 3653-4719Matriz: São José Operariosábado 19hdomingo 9h • 19h

DECANATO PINDAMONHANGABA

Decano: Pe. Vitor Hugo Porto

DECANATO CAÇAPAVA Decano: Pe. Décio Luiz da Silva Santos

PARÓQUIA SÃO LUIZ DE TOLOSAPe. Álvaro (Tequinho) 3671-1848Matriz: São Luiz de Tolosa(São Luiz do Paraitinga)domingo 8h • 10h30 • 19h

DECANATO SERRA DO MARDecano: Côn. Amâncio Calderaro Júnior

DECANATO SERRA DA MANTIQUEIRA

Decano: Pe. José Batista da Rosa

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIOMons. José Eugênio 3632-2479Matriz Santuário de Santa Teresinhadomingo 6h30 • 8h • 9h30 • 17h • 19hsábado 19h

PARÓQUIA SANTO ANTÔNIO DE LISBOA

Côn. Elair Ferreira 3608-4908Igreja de Santo Antônio de Lisboa(Vila São José)domingo 8h • 20h

PARÓQUIA SÃO JOSÉ OPERÁRIO

Pe. Luís Lobato 3633-2388Matriz: São José Operáriosábado 12h • 18h. domingo 7h • 10h30 • 18h • 20h

PARÓQUIA SÃO PEDRO APÓSTOLOPe. Fábio Modesto 3633-5906Matriz: São Pedro Apóstolodomingo 8h • 9h30 • 17h • 18h30 • 20h

PARÓQUIA NOSSA SENHORA MÃE DA IGREJAPe. Octaviano, scj 3411-7424Matriz: Santuário São Beneditodomingo 7h • 9h30 • 17h30 • 19h30

PARÓQUIA MENINO JESUSPe. Renato Marques, msj 3681-4334Matriz Imaculado Coração de Mariadomingo 8h • 11h • 19h

PARÓQUIA SANTA LUZIA Côn. Carlos Antonio da Silva 3632-5614Matriz: Santa Luziadomingo 10h • 19h

PARÓQUIA SAGRADA FAMÍLIAPe. Arcemírio, msj 3681-1456Matriz: Sagrada Famíliadomingo 8h • 10h30 •17h • 19h

PARÓQUIA SÃO VICENTE DE PAULOPe. Éderson Rodrigues 3621-8145

Matriz: São Vicente de Paulodomingo 7h • 10h • 17h • 19h30

PARÓQUIA Nª Sra. AparecidaCôn. Paulo César Nunes de Oliveira

sábado 19h30domingo 8h • 10h • 19h

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃOPe. Celso Batista de Oliveira, sjc 3686-1864Matriz: Nossa Senhora da Conceição (Quiririm)sábado 19h domingo 8h • 18h

PARÓQUIA SÃO SEBASTIÃO Pe. Rodrigo Natal 3629-4535domingo 8h • 10h • 19h

PARÓQUIA S JOÃO BOSCOPe. Ricardo Luís Cassiano 3631-2510

domingo 7h • 10h30 • 19h

PARÓQUIA SANTÍSSIMA TRINDADEPe. Alberto Aparecido FerreiraMatriz: Nossa Senhora das Graçasdomingo 7h • 9h • 10h30 • 19h

PARÓQUIA SAGRADO CORA-ÇÃO DE JESUSPe. Aloísio Wilibaldo Knob, scj 3621-4440Matriz: Sagrado Coração de Jesussábado 17hdomingo 7h • 9h30 • 17h30 • 19h30

PARÓQUIA SENHOR BOM JESUSPe. José Vicente 3672-1102Matriz: Basílica do Senhor Bom Jesusdomingo 7h • 8h30 • 10h • 17h • 18h30 • 20hIgreja São SebastiãoMissa:18h (Rito Bizantino)

PARÓQUIA SÃO JOSÉPe. Alan Rudz 3672-3836Matriz: São José (Jardim San-tana)sábado 18h30domingo 7h30 • 10h30 • 17h • 19h30

PARÓQUIA ESPÍRITO SANTOPe. Antônio Barbosa, scj 3602-1250domingo 10h • 19h

PARÓQUIA NOSSA SENHORA D’AJUDAPe. Sílvio Dias 3652-2052Matriz: São João Batistadomingo 6h30 • 9h30 • 11h • 18h30

PARÓQUIA SANTO ANTONIO DE PÁDUAPe. Décio Luiz 3652-6825Matriz: Santuário Santo An-tônio de Páduadomingo 7h • 9h • 19h....................................................Comunidade de São Pedro: Vila Bandeirantedomingo 17h

PARÓQUIA NOSSA SENHORADO BOM SUCESSOCôn. Luiz Carlos 3642-2605Matriz: Santuário Nossa Se-nhora do Bom Sucessodomingo 7h • 9h • 11h • 18h

PARÓQUIA NOSSA SENHORADAS GRAÇASPe. Vitor Hugo 12 3522-53181º e 3º domingos 10h • 18h302º, 4º e 5º domingos 7h • 10h • 18h30

PARÓQUIA SÃO VICENTE DE PAULOCôn. Geraldo 3637-1981

Igreja Matriz: São Vicente de Paulo (Moreira César)domingo 7h • 9h • 19h30

PARÓQUIA NOSSA SENHORADO ROSÁRIO DE FÁTIMACôn. Francisco 3642-7035Matriz: Nossa Senhora do Rosário de Fátimadomingo 7h30 • 9h • 19h

PARÓQUIA SÃO MIGUEL ARCANJO (ARARETAMA)Pe. Edson Rodrigues da Silva 3643-6171Matriz: São Miguel Arcanjodomingo 8h • 19h

PARÓQUIA SÃO BENEDITO (Moreira César)Pe. Antonio Carlos Monteiro 3641-1928Matriz: São Benedito (Vila São Benedito)domingo 8h

PARÓQUIA SÃO CRISTÓVÃO Cidade NovaPe. Geraldo Lelis 3648-1336

Igreja Matriz: São Cristóvãodomingo 7h • 19h

PARÓQUIA SANTA CRUZCôn. Amâncio 3676-1228Matriz: Santa Cruz (Redenção da Serra)domingo 8h • 18h30

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA NATIVIDADEPe. Alexandre 3677-1110Matriz: Nossa Senhora da Natividade (Natividade da Serra)domingo 9h30 • 19h

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO

Pe. Antonio Claudio 3677-4152Matriz: Nossa Senhora da Conceição - Natividade da Serra (Bairro Alto)domingo 10h (2º e 4º Domingos do mês)

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA SAÚDEPe. José Rosa 3662-7068domingo 10h • 20h

PARÓQUIA SANTA TEREZINHADO MENINO JESUSPe. José Alberto Luna Cavalcante (Pe. Beto), sjc 3662-1740Igreja Matriz: Santa Terezi-nha do Menino Jesus (Aber-néssia)domingo 7h • 9h • 19h

PARÓQUIA SÃO BENEDITO

Pe. Vicente Batista, sjc 3663-1340

Matriz: São Benedito (Capivari)domingo 10h30 • 18h

PARÓQUIA SÃO BENTO DO SAPUCAÍ

Pe. Ronaldo, msj 3971-2227Matriz: São Bentodomingo 8h • 10h • 18h

PARÓQUIA SANTO ANTONIO DO PINHALPe. João Miguel da Silva 3666-1127

Matriz: Santo Antôniodomingo 8h • 10h • 19h

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PARÓQUIA JOÃO PAULO IIPe. Antônio Fernando da Costadomingo 19h

PARÓQUIA DA CATEDRAL DESÃO FRANCISCO DAS CHAGAS Mons. Marco Eduardo 3632-3316sábado 12h • 16hdomingo 7h • 9h • 10h30 • 18h30 • 20h......................................................Convento Santa Clarasábado 7h • 19hdomingo 7h • 9h • 11h • 19h......................................................Santuário da Adoração Perpétua (Sacramentinas)domingo 8h30 .....................................................Igreja de Santanadomingo 9h30 (Rito Bizantino)

PARÓQUIA NOSSA SENHORADA ASSUNÇÃO

Pe. Celso Aloísio 3642-1320Matriz: São Beneditodomingo 7h • 9h30 • 18h • 19h30

PARÓQUIA NOSSA SENHORA RAINHA DOS APÓSTOLOS (Cidade Jardim)Côn. Joaquim Vicente dos Santosdomingo 8h • 19h

PARÓQUIA SANT’ANA Pe. Antonio Carlos Gonçalves 3527-1758

Igreja Matriz: Sant’anadomingo 8h • 19h3º domingo 11h (Motociclistas)

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DE FÁTIMAPe. Luiz Claudio Winter Spolatori, 3631-1023

Matriz provisória: Exaltação da Santa Cruzdomingo 19h30.....................................................Comunidade Nossa Senhora de Fátimadomingo 10h

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO BELÉMPe. Celso Luiz Longo 3621-5170Matriz Nossa Senhora do Belémdomingo 9h30 • 19h30