16
O LÁBARO A serviço da evangelização 1 Outubro 2015 Orgão Oficial da Diocese de Taubaté www.dt7.com.br/ A serviço da Evangelização “Quem quiser ser o primeiro entre vós seja o servo de todos. Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos”. (Mc 10,44-45) O LÁBARO Ano CVI - Edição nº 2.144 - Outubro 2015 Distribuição Gratuita Eu Sou a Luz Entrevista do mês Págs. 15 e 16 Págs. 8 e 9 IAM Infância e Adolescência Missionária, uma Pontifícia Obra de ação evangelizadora C riança e adolescente evangeli- zando outras crianças e ado- lescentes, eis a máxima que anima a Pontifícia Obra da Infância e Adolescência Missionária (IAM). A motivação da IAM encontra agora, mais impulso e razão de ser com a exortação do Papa Francis- co, convidando todos os batizados para ser uma “Igreja em saída” missionária. Com presença muito tímida na Diocese de Taubaté, no Mês Mis- sionário se faz oportuno apresen- tar essa obra que está presente em mais de 130 países e que, no Bra- sil, reúne mais de 30 mil crianças e adolescentes. Por isso, a edição de O Lábaro neste mês de outubro, traz uma reportagem sobre essa obra missio- nária. Fiel a sua missão de evan- gelizar e apresentar os trabalhos pastorais de nossa diocese, o jornal quer incentivar a presença dessa importante obra nas paróquias da Diocese de Taubaté. Paulo Teixeira e Padre Luís Pau- lo de Aquino Cunha, respectiva- mente coordenador e assessor dio- cesano da Infância e Adolescência Missionária na Diocese Taubaté, apresentam nesta edição alguns princípios desse belíssimo projeto missionário da Igreja. Dom Wilson abençoa feirantes em Taubaté, no domingo Semana Social Brasileira acontece na Cúria Diocesana de Taubaté Pág. 05 Pág. 10 N este mês em que se co- memora o Dia do Pro- fessor, O Lábaro realiza uma entrevista com alguém que faz dessa profissão um verda- deiro ministério: Profª Adria- na Cintra. Num bate-papo agradável, ela fala de sua experiência de 25 anos como profissional da educação, expõe os problemas enfren- tados pelo professor em sala de aula, manifesta de forma crítica a sua opinião sobre o sistema educacional brasilei- ro e, sobretudo, revela a sua paixão por aquilo que faz e como consegue conciliar ma- gistério e maternidade, duas preciosidades de sua vida.

Jornal O Lábaro | Diocese de Taubaté | Outubro de 2015

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Orgão Oficial da Diocese de Taubaté - A serviço da Evangelização - Visite: www.dt7.com.br

Citation preview

Page 1: Jornal O Lábaro | Diocese de Taubaté | Outubro de 2015

O LÁBAROA serviço da evangelização 1Outubro 2015

Orgão Oficial da Diocese de Taubaté

www.dt7.com.br/

A s e r v i ç o d a E v a n g e l i z a ç ã o

“Quem quiser ser o primeiro entre vós seja o servo de todos. Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos”. (Mc 10,44-45)

O LÁBARO Ano CVI - Edição nº 2.144 - Outubro 2015Distribuição Gratuita

Eu S

ou a

Luz

Entrevista do mês

Págs. 15 e 16

Págs. 8 e 9

IAMInfância e Adolescência Missionária, uma Pontifícia Obra de ação evangelizadora

Criança e adolescente evangeli-zando outras crianças e ado-

lescentes, eis a máxima que anima a Pontifícia Obra da Infância e Adolescência Missionária (IAM). A motivação da IAM encontra agora, mais impulso e razão de ser com a exortação do Papa Francis-co, convidando todos os batizados para ser uma “Igreja em saída” missionária.

Com presença muito tímida na Diocese de Taubaté, no Mês Mis-sionário se faz oportuno apresen-tar essa obra que está presente em mais de 130 países e que, no Bra-sil, reúne mais de 30 mil crianças e adolescentes.

Por isso, a edição de O Lábaro neste mês de outubro, traz uma reportagem sobre essa obra missio-nária. Fiel a sua missão de evan-gelizar e apresentar os trabalhos pastorais de nossa diocese, o jornal quer incentivar a presença dessa importante obra nas paróquias da Diocese de Taubaté.

Paulo Teixeira e Padre Luís Pau-lo de Aquino Cunha, respectiva-mente coordenador e assessor dio-cesano da Infância e Adolescência Missionária na Diocese Taubaté, apresentam nesta edição alguns princípios desse belíssimo projeto missionário da Igreja.

DENGUEA IGREJA TAMBÉM

COMBATE A

FAÇA A SUA PARTE

Dom Wilson abençoa feirantes em Taubaté, no domingo

Semana Social Brasileira acontece na Cúria Diocesana de Taubaté

Pág. 05

Pág. 10

Neste mês em que se co-memora o Dia do Pro-

fessor, O Lábaro realiza uma entrevista com alguém que faz dessa profissão um verda-deiro ministério: Profª Adria-na Cintra. Num bate-papo agradável, ela fala de sua experiência de 25 anos como profissional da educação, expõe os problemas enfren-tados pelo professor em sala de aula, manifesta de forma crítica a sua opinião sobre o sistema educacional brasilei-ro e, sobretudo, revela a sua paixão por aquilo que faz e como consegue conciliar ma-gistério e maternidade, duas preciosidades de sua vida.

Page 2: Jornal O Lábaro | Diocese de Taubaté | Outubro de 2015

O LÁBAROA serviço da evangelização2 Outubro 2015

Diretor: Pe. Silvio José Dias Editor e Jornalista Responsável: Pe. Jaime Lemes MTB 62839/SPEditora Executiva: Iára de Carvalho - MTB 10655Conselho Editorial: Pe. Leandro Alves de Souza e Anaísa StippDiagramadora: Sol Moraes

Departamento de Comunicação da Diocese de TaubatéAvenida Professor Moreira, nº 327 – Centro – Taubaté/SP. CEP 12030-070

Impressão: Katú Editora GráficaTiragem: 5.000 | Distribuição dirigida e gratuitaContatos: Tel.: (12) 3632-2855 / ramal: 216 (Redação) site: www.dt7.com.br email: [email protected] www.facebook.com/olabaro As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores, não emitem necessariamente a opinião deste veículo.

O LÁBAROA serviço da evangelização

Editorial

Política necrosadaEm recente artigo Reinaldo Aze-

vedo escreveu: “a necrose do PT é um momento inaugural” (Folha de São Paulo 2/10/2015). Mais a frente o colunista declara “vejo brotar em certos nichos o ódio à política, como se já tivéssemos descoberto outra maneira de resolver conflitos distri-butivos ou de opinião”. O articulista fazia referencia principalmente, aos grupos que movimentaram multidões nas ruas, protestando contra as polí-ticas do atual governo, apontando ali o surgimento de uma “juventude que tenta dar à luz o liberalismo em terras nativas”.

Em primeiro lugar, creio que a ne-crose atingiu não só o Partido dos Trabalhadores, mas todo um modo de fazer política que está levando o país à falência. Mensalão e Lava-a-Jato acusam igualmente de corrupção, po-líticos de várias siglas. O que espanta atualmente é a enormidade do rombo causado não apenas pelos desvios de verbas, como também pelo mau geren-ciamento do patrimônio público, resul-tado de incompetência, de populismo que serve somente ao narcisismo polí-tico e, principalmente pela gana de se

manter no poder, a qualquer custo. E isso não foi inaugurado no Brasil, pelo atual governo petista.

Depois, matrizes liberais e neo-libe-rais já foram testadas no país, desde a sua redemocratização, por políticos que agora se opõe a ações que busca-ram minimizar a desigualdade e pro-mover mais justiça social. Isso para não retroceder mais na história, que, aliás, politicamente falando, sempre priorizou o mercado e o capital em prejuízo dos pobres.

É preciso, no entanto, concordar, que as multidões nas ruas clamam por mudanças radicais. Sentimento geral, parece, é que todos estão cansados do modo de se fazer política dos atuais políticos, mais preocupados com seus mandatos, em conseguir cargos e pri-vilégios. Está difícil de acreditar no que diz políticos da situação e também os da oposição. Numa página do jornal se lê a crítica feroz de uma figura política expoente no país para, logo na página seguinte, ler notícia sobre um escânda-lo de corrupção envolvendo seu nome ou o de seu partido. Na TV, às vezes no mesmo telejornal, somos informados do mesmo modo.

O que fazer então? Tenho que con-cordar com Reinaldo Azevedo, não existe política sem os políticos. E não existe outro modo de organizar a socie-dade, administrar a justiça e governar os destinos da nação sem a política. Mas, ela pode sim ser purificada. Ela precisa voltar a atender seu objetivo ex-clusivo que é promover o bem comum. Políticos são servidores do povo que os elege. Não foram eleitos para atender a demanda das grandes corporações, ou para se locupletar, enriquecendo-se a si mesmo e a seus familiares e amigos.

Essa mudança não virá facilmente e imediatamente. Dependerá da mo-bilização constante dos movimentos sociais, da participação ativa dos bra-sileiros, do voto consciente e do acom-panhamento assíduo das atividades dos políticos. E claro, da consciência que todos temos responsabilidade mo-ral nessa transformação, seja como cidadãos, seja como cristãos. De todo modo, ficamos sabendo que, no fim, sempre vamos pagar o pato. ______________________________Pe. Silvio Dias [email protected]

Refugiados, imigração, crise de humanidadeEstamos vivenciando a maior de

todas as crises mundiais de huma-nidade na questão dos refugiados. De onde vêm e pra onde vão? Esta per-gunta é singularmente significativa, porque quem deixa sua pátria mãe não tem outro desejo senão de conseguir melhores chances de vida, fugindo de conflitos bélicos, desastres ambientais ou em busca de condições mais dignas de vida, seja na Europa, nas Américas ou em qualquer outro lugar no planeta.

O deslocamento geográfico dessas pessoas às vezes se transforma num verdadeiro pesadelo, tanto na travessia quanto na chegada ao país de destino. A Organização Internacional das Mi-grações anunciou que desde o come-ço do ano mais de duas mil pessoas morreram afogadas no Mediterrâneo (ONU Organização das Nações Uni-das).

No Brasil e outros países, a recente chegada de imigrantes haitianos, sene-galeses, paquistaneses, bengalis, gane-ses, entre outros, desperta um clima de alarmismo e crescente xenofobia. Se-gundo a UE (União Europeia), o fluxo de pessoas desesperadas que parte da Síria e do norte da África, na tentativa

de alcançar a Europa, já é muito maior que o registrado no mesmo período do ano passado e que milhares de pessoas estão usando uma rota perigosa através dos Bálcãs para chegar à Alemanha e a outros países do norte da União Eu-ropeia. Sobreviventes frequentemente relatam violência e abusos cometidos por traficantes de pessoas. Muitos imi-grantes pagam milhares de dólares aos criminosos, e também é comum que sejam alvos de roubos.

O maior grupo de imigrantes é de sí-rios fugindo da violenta guerra civil em curso no país. Afegãos e eritreus vêm em seguida, tentando escapar da pobre-za e de violações aos direitos humanos. Os grupos originários da Nigéria e do Kosovo também são grandes – pobres e marginalizados integrantes do povo romà (cigano) são boa parte dos imi-grantes vindos do último país.

E nós, Igreja de Jesus Cristo, o que devemos fazer? Devemos seguir o en-sinamento de São João Paulo II que disse, "Aquele mínimo de proteção à dignidade de todo ser humano, garan-tido pelo direito internacional humani-tário, é com muita frequência violado em nome de exigências militares ou

políticas, jamais deveriam prevalecer sobre o valor da pessoa humana. Sente--se hoje a necessidade de encontrar um novo consenso sobre o principio huma-nitário e de consolidar os fundamentos, a fim de impedir o repetir-se de atroci-dades e abusos (Discurso durante a au-diência geral, 11 de agosto de 1999, in Losservatore Romano, ed. português, 14 de agosto de 1999 p. 12).

Isto é um delito contra Deus e con-tra a própria humanidade e por isso a comunidade internacional deve inter-vir para que isto deixe de acontecer no mundo. E se isto aconteceu no passado agora, com mais força, retorna a nossa casa e não podemos fechar os olhos e fingir que o problema não é nosso. O problema dos refugiados é de todos nós. O que vai acontecer? Não sabe-mos. O amanhã nos dirá. Deus nos ajude para que conscientes, ajudemos a ajudar quem precisa. Outras preocupa-ções como religião, educação, emprego para esses refugiados, virão numa se-gunda etapa.______________________________Pe. José Batista da RosaPároco da Paróquia Nossa Senhora da Saúde, Campos do Jordão

Igreja em saída, Igreja servidora

O Papa Francisco tem insistido numa Igreja em saída, numa

Igreja que existe para servir, que vai ao encontro da pessoa, prin-cipalmente daquela mais pobre e necessitada. Eis que o mês de outubro nos propõe todos esses temas para nossa reflexão com o Mês Missionário.

Muito oportunamente, o tema do Mês das Missões desse ano, retomando a Campanha da Fra-ternidade, nos exorta a conversão para o serviço. Esse é o assunto do Tema do Mês dessa edição.

E ainda, a matéria de capa, em sintonia com a exortação do Papa Francisco, indicando a con-versão pastoral em vista de uma Igreja mais missionária, apresen-ta a Obra Pontifícia da Infância e Adolescência Missionária. Desde cedo, é preciso entender que ser cristão é ser discípulo missioná-rio de Jesus Cristo.

Tragédias tão atuais, como o caso dos refugiados, não podem passar sem um mínimo de refle-xão e sem que provoque em nós a conversão. Do contrário, esse, como outros acontecimentos do-lorosos que afetam tantos seres humanos, não passarão de uma comoção momentânea causada por uma imagem que se tornou viral nas mídias sociais. Por uma semana, a dor de milhões de refu-giados foi motivo de compaixão geral quando essa dor ganhou rosto na imagem de um menino sírio que, morto, foi fotografado debruçado numa praia da Tur-quia. E como tudo nos tempos atuais, tal comoção não passou de uma ou duas semanas para logo dar lugar a um novo assun-to, mais em voga.

Não podemos ser uma Igreja parada e inerte ante as dores e angústias da humanidade. Uma Igreja voltada para si mesma, mais preocupada em manter suas tradi-ções, demasiadamente ocupada com sinais de honrarias, com a manutenção de celebrações e ves-tes suntuosas, rica em títulos e prestígio, mas, pobre daquela vita-lidade missionária que marcou as primeiras comunidades, daquela energia de caridade mostrada em pródigos gestos de solidariedade e fraternidade que atraíram muitos para abraçarem a fé recebendo o batismo.

Ousemos, diz o Papa, ponha-mos empenho numa conversão pastoral! Sejamos missionários! Sejamos Igreja em saída!

Page 3: Jornal O Lábaro | Diocese de Taubaté | Outubro de 2015

O LÁBAROA serviço da evangelização 3Outubro 2015

Palavra do nosso Bispo

Por que um PadroeiroNo mês de outubro nós celebramos

São Francisco das Chagas, pa-droeiro de nossa Diocese. Embora, no calendário próprio dos Franciscanos, dia dezessete de setembro, seja data es-pecífica que se celebra São Francisco das Chagas, diocesanamente, nós o ce-lebramos na memória litúrgica do dia quatro de outubro.

Ter um patrono ou padroeiro é um costume que remonta aos primeiros sé-culos da era cristã.O bispo Santo Am-brósio, que morreu no ano 397, deixou registro escrito sobre os padroeiros de sua igreja (diocese). No século VI, ter um padroeiro já era uma prática co-mum. O termo padroeiro ou patrono vem do latim “patronus”, uma deriva-ção da palavra “pater” pai, transmitin-do a ideia de alguém que nos protege, nos defende, que age em nosso favor. Por essa razão e com esse intuito co-munidades e igrejas são confiadas ao patronato de um santo. Antigamen-te, por ocasião de um batismo, com a mesma intenção, sugeria-se a inclusão de algum santo no nome do batizando.

No início da oração eucarística, quando se reza o prefácio dos santos, repetimos os significativos dizeres: “Na assembleia dos santos vós (Deus) sois glorificado porque, coroando seus méritos, exaltais vossos dons. Nos vos-sos santos ofereceis um exemplo para nossas vidas, a comunhão que nos une, a intercessão que nos ajuda. As-sistidos por tão grandes testemunhas, possamos correr no certame que nos é proposto, e receber com eles a coroa imperecível por Cristo, Senhor nosso”. Temos aqui, nessa sintética fórmula, a riqueza de motivos para termos um padroeiro. Eles nos recordam que aco-

lhendo os dons de Deus nós somos santificados. Eles são a concretização do desejo de Jesus em vivermos a santi-dade, a busca de perfeição (cf. Mt.5,48 e IPd.1,16). Pela maneira como os santos viveram e corresponderam ao amor de Deus, nós temos neles um exemplo para nossa vida cristã, um es-tímulo para nosso seguimento a Jesus. Vivendo a comunhão entre todos os que foram santificados por Cristo, nós recebemos deles a intercessão que nos ajuda, pois, em Cristo, somos todos unidos e os méritos de uns concorrem para o bem dos outros. Por fim, os san-tos nos recordam que somos destina-dos à comunhão com Deus e que essa é a meta última de nossa existência. São esses os motivos que nos levam a ter um padroeiro.

Nós, que temos São Francisco das Chagas como padroeiro desta Igreja Particular (diocese), podemos nos per-guntar: o quê esse Santo nos inspira? Ao recordar São Francisco logo pen-samos em seu exemplo de humildade, pobreza e sua intensidade em viver o amor a Deus e a toda criação, obra de Deus. Francisco Bernardone era filho de rico comerciante da região da Úm-bria, na Itália. Queria “aproveitar” a vida e gastava prodigamente o dinhei-ro do pai em festas e na companhia de amigos. Com pouco mais de vinte anos, entrando numa pequena e semi-destruída igreja de São Damião, dian-te da imagem do Crucificado, viveu uma significativa experiência de Deus e sentiu-se chamado a reconstruir a igreja. Esse apelo foi compreendido, inicialmente, em referência material àquela pequena construção. Posterior-mente, ele o compreendeu em seu sen-

tido mais profundo fazendo a Igreja de Cristo redescobrir os ideais da humil-dade e da pobreza, tão desconsidera-dos naquela época. A reflexão de um trecho da Palavra de Deus, reportada no evangelho escrito por Mateus (10,7-13), foi decisiva para desencadear uma reviravolta na vida de Francisco. O texto relata o episódio em que Jesus envia seus discípulos a anunciar o Rei-no de Deus, a curar e restabelecer os sofredores, a serem artífices da paz, a agir com gratuidade, confiando na graça de Deus e não na segurança das posses. Ao ler esse texto São Francis-co exclamou: “É isto que eu quero, é isto que eu procuro, do íntimo de meu coração é isto que eu desejo fazer”. Renunciando a si mesmo, como Je-sus pede a quem o quer seguir (cf. Mc 8,34), Francisco buscou, intensamente, a Deus vivendo a pobreza e um amor que abrangia os outros e toda a cria-ção. Sua biografia registra que, no ano 1224, ao aproximar-se a festa da Santa Cruz, em oração, São Francisco diri-giu a Deus dois pedidos: que lhe fos-se concedido experimentar, ao menos um pouco, do amor que levou Jesus a entregar-se por nós e que também pu-desse sentir as dores da paixão do Se-nhor. Esses pedidos foram atendidos. Empenhado em viver o amor, ele com-preendeu que amar a Deus de todo o coração significa não ter o coração in-clinado a nenhuma outra coisa senão somente a Deus. Sua união a Jesus foi tão intensa e profunda que ele também experimentou, em seu corpo, os estig-mas, sinais da paixão do Senhor.

Esses exemplos são muito atuais, pois nossa época se caracteriza pela exagerada busca de nós mesmos,de

prestígio,de lucro e de poder. Muitos pensam só em si e desconsideram os semelhantes. Devido aos interes-ses mesquinhos de uns, muitos são condenados à miséria e à situações degradantes. Em vista de interesses pessoais e empresariais há desrespei-to e degradação da natureza, casa comum. Diante de tais realidades, o exemplo de São Francisco revela-se muito oportuno e atual. Não foi sem razão que, de modo profético, o então cardeal Bergoglio assumiu o significa-tivo nome de Francisco. Certamente, isso tem algo a dizer a nós e ao mun-do. _____________________________Dom Wilson AngottiBispo da Diocese de Taubaté

Há 100 anos

Homenagens ao primeiro Cardeal do Brasil

O Lábaro, na edição de 26 de outubro de 1915,

homenageou Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, primeiro cardeal do Brasil e da América La-tina. Ele foi o décimo bispo

de São Paulo, governando a diocese de setembro de 1894 a agosto de 1897. Nesse período ainda não existia a Diocese de Taubaté, portan-to, ele foi bispo também da região vale-paraibana.

No ano de 1915, quando era Arcebispo do Rio de Ja-neiro, Dom Joaquim come-morou o Jubileu de Prata de sua sagração episcopal, ocorrida no dia 26 de outu-bro, em Roma. Na edição comemorativa, de número 304, ano VI, O Lábaro es-creveu:

“Coroado com dupla au-reola da virtude e do saber, cercado de amor e de venera-ção de seu clero, de seus dio-cesanos, da estima e respeito de todo o Brasil, não era pos-sível que passasse desaperce-bida tão gloriosa data nesta nova Diocese de Taubaté. É uma parte destacada da vasta Diocese de São Paulo, onde o ilustre jubilar deixou os sul-cos mais vivos e profundos de sua passagem de Bispo devotado e afetuoso, e que, portanto, participa dos bené-ficos impulsos desse fecundo apostolado”.

Page 4: Jornal O Lábaro | Diocese de Taubaté | Outubro de 2015

Outubro 2015 O LÁBAROA serviço da evangelização4

Tema do mês

Como combater o mosquito da Dengue

Mês Missionário: um chamado ao serviço do ReinoO mês de outubro é tradicionalmen-

te celebrado pela Igreja como mês missionário. Não que nos outros meses do ano não se fale de missão. Mas este é um mês de campanha missionária, ou seja, período em que se intensificam as iniciativas de animação e orações em prol das missões em todo o mundo. Com isso, a Igreja busca sensibilizar e despertar a consciência missionária dos batizados, ajudando-os a perceber que todos são responsáveis pelo trabalho do Reino.

Este mês passou a ser denominado de missionário por causa do Dia Mun-dial das Missões, celebrado no terceiro domingo de outubro. Em 1926, o papa Pio XI, instituiu essa data com o objeti-vo de incentivar a oração pelas missões e de promover uma coleta em favor da evangelização dos povos. Essa iniciativa é inspirada no mandato de Jesus para anunciar o Evangelho a todas as nações (cf. Mt 16,15). Assim, todos os cristãos católicos são conclamados a rezar e a colaborar concretamente com sua ofer-ta para a realização da missão da Igreja no mundo.

O tema proposto para a reflexão des-te ano é: “Missão é servir”, inspirado no ensinamento de Jesus aos seus dis-cípulos: “Quem quiser ser o primeiro, seja o servo de todos” (Mc 10,44). Jesus dá este ensinamento depois que Tiago e João lhe fazem um pedido inusita-do: que um sente à sua direita e outro à sua esquerda na glória do céu. Jesus os questiona se eles estão preparados para participarem do seu destino neste mundo (receber o batismo e beber do cálice), ao que respondem afirmativa-mente. Jesus então esclarece que não lhe cabe conceder lugares à sua direita e à sua esquerda. Tais lugares são destina-dos para quem o Pai os reservou. Esse pedido causa desentendimento entre os discípulos, pois eles ainda não haviam compreendido o significado da missão de Jesus, cuja vida e ministério se iden-

tificam com o Servo de Javé, apresen-tado pelo Profeta Isaias (cf. Is 42,1-9; 49,1-9a; 52,13-53,12). Aqueles que se dispõem a seguir Jesus, não podem se comportar como os líderes deste mun-do, movidos por ganância e ambição pelo poder. O discípulo de Jesus deve se identificar e viver como o próprio Mestre, sendo aquele que serve, pois “o Filho do Homem não veio para ser ser-vido, mas para servi e dar a própria vida

como resgate por muitos” (Mc 10,45). Tal ensinamento não é apenas uma

orientação, mas imperativo do segui-mento a Jesus e de seu projeto de vida, que exige daquele que o segue a capaci-dade de renúncia para uma adesão total à causa do Reino.

Na mensagem do papa Francisco para o Dia Mundial das Missões deste ano, ele reforça essa ideia, ao dizer que “a existência de Cristo tem um caráter

missionário”, por isso “os homens e mulheres que o seguem mais de perto assumem plenamente esse mesmo cará-ter”. Por isso, a Igreja é, por natureza, missionária. Porque é herdeira da mis-são do próprio Cristo, de ser luz para os povos, anunciando e testemunhando o Evangelho.

O papa ressalta ainda em sua mensa-gem que “a missão não é proselitismo ou mera estratégia; a missão faz parte da ‘gramática da fé’, é algo imprescin-dível para quem escuta a voz do Espíri-to que sussurra ‘vem’ e ‘vai’”. Citando a sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, ele reafirma que quem segue Cristo se torna missionário e sabe que Jesus “caminha com ele, fala com ele e respira com ele. Sente Jesus vivo junto com ele no compromisso missionário” (EG, 266). Francisco fala da missão como paixão que emana do encontro com Jesus Cristo e contagia as pessoas. “Ele quer servir-se de nós para chegar cada vez mais perto de seu povo amado e de todos aqueles que o procuram de coração sincero”. Nessa missão, “todos são chamados a anunciar o Evangelho por meio de seu testemunho de vida”.

Assim, todo cristão, pela força do batismo que recebeu, participa da mis-são da Igreja: anunciar o Evangelho em todo canto, formando discípulos missionários (cf. Mt 28,19). A Igreja de Jesus Cristo é uma Igreja estado per-manente de missão, ou, como nos diz o papa Francisco, uma Igreja “em saída”, servidora, capaz de ir às periferias do mundo, não só geográficas, mas tam-bém existenciais, e aí “lavar os pés” de tantos irmãos, manifestando a ternura de Deus.

Que este mês missionário seja opor-tuno para que cada cristão católico re-aviva em si a vocação missionária e tes-temunhe com alegria a fé e a esperança que brotam do Evangelho._____________________________________Pe. Jaime Lemes, msj

Page 5: Jornal O Lábaro | Diocese de Taubaté | Outubro de 2015

Outubro 2015O LÁBAROA serviço da evangelização 5

Diocese em foco

Dom Wilson faz visita ao Mercadão de Taubaté no domingo e abençoa os feirantesDa Redação

No último dia 20 de setembro, três meses após iniciar seu ministé-

rio episcopal na Diocese de Taubaté, Dom Wilson Angotti foi fazer uma visita ao Mercado Municipal da cida-de, para saudar e abençoar os feirantes que lá trabalham. Tradicional ponto de encontro dos taubateanos nas ma-nhãs de Domingo, Dom Wilson pode também receber o carinho e a acolhi-da dos frequentadores do chamado “Mercadão de Taubaté”.

O bispo foi acompanhado pelo Pa-dre Roger Matheus que, antes de en-trar para o seminário, trabalhou no Mercadão junto com sua família. Na companhia do bispo estava também, a vereadora Maria Gorete Santos de To-ledo, filha da feirante mais antiga do Mercadão, Dona Túnica, que comple-tava 91 anos naquela semana. Dom Wilson iniciou sua visita com um mo-mento de oração no ponto central do

Mercado. Ali ele proclamou um texto do Evangelho, e, com rápidas pala-vras, exortou os feirantes e frequen-tadores do Mercado a sempre aco-lherem a vontade do Senhor em suas vidas. Muitos comerciantes levaram garrafas d’água para serem abençoa-das pelo bispo que rezou abençoando os presentes antes de iniciar as visitas às bancas da feira.

Após o momento de oração Dom Wilson passou pelos pontos principais do Mercado, saudando os feirantes. Muitos católicos que chegavam para suas compras, vindos das missas nas igrejas próximas, ficaram impressio-nados ao encontrar o Bispo de Tauba-té passeando pelo Mercadão. A inten-ção do bispo é tornar a Igreja sempre mais próxima da vida do povo e dos fiéis, mostrando assim, a proximida-de do Senhor Jesus que sempre se faz companheiro de todos que procuram, com o trabalho honesto, o sustento de sua família.

Padres de Taubaté participam de encontro regional dos presbíteros

Da Redação

De 21 a 24 de setembro, foi reali-zado o Encontro Regional dos

Presbíteros do Estado de São Paulo. Conhecido por “Paulistão”, o evento aconteceu na cidade mineira de Pas-so Quarto e reuniu 132 padres que re-sidem no Estado de São Paulo. Das 46 dioceses que compõem o Regio-nal Sul 1, a seção paulista da CNBB, somente três dioceses não foram re-presentadas. Da Diocese de Tauba-té, participaram três padres: Cone-go Paulo César Nunes de Oliveira, que coordena a Pastoral Presbiteral na diocese, Padre Leandro Alves de Souza e Padre Cipriano Alexandre de Oliveira.

O encontro foi assessorado pelo Padre Afonso Garcia Rubio, que refletiu com os presentes a temática “Presbíteros no Brasil Atual: a alegria

no anúncio do evangelho”. Impres-são geral entre os padres foi de que todos saíram satisfeitos e enriqueci-dos com a reflexão do palestrante. Estiveram presentes também, o bis-po referencial da Pastoral Presbíteral no regional, Dom Vicente Costa, e o Padre Anselmo Matias Limberg, Coordenador dos Presbíteros do Bra-sil. O encontro de presbíteros foi um momento rico em partilha de experi-ências entre as sub-regiões e com os padres das diversas dioceses presen-tes, que todos os dias celebravam em comum a Santa Missa, às 7h.

O Paulistão desse ano elegeu uma nova diretoria para a comissão regio-nal dos presbíteros, a qual terá man-dato para o quadriênio 2016-2019. Como coordenador foi eleito o Padre Romeu Leite Isidoro, da Diocese de Santo André. Cônego Paulo foi elei-to como vice-tesoureiro.

Page 6: Jornal O Lábaro | Diocese de Taubaté | Outubro de 2015

O LÁBAROA serviço da evangelização6 Outubro 2015

Diocese em foco

Campos do Jordão festeja sua padroeiraSilvio NegreirosDe Campos do Jordão

Com o tema “Santa Teresinha, ensi-na-nos a ser uma Igreja em saída,

acidentada e ferida pelas tentativas de ir ao encontro do outro”, a Paróquia de Santa Teresinha do Menino Jesus, de Campos do Jordão, celebrou a sua padroeira. O tema foi uma proposta de refletir sobre as palavras do Papa Francisco, em sua exortação apostóli-ca do Papa Francisco Evangelii Gau-dium, e sobre as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora propostas pela CNBB para o quadriênio 2015-2019.

As comemorações tiveram início na noite de segunda-feira, 21 de se-tembro, com celebração eucarística na Igreja Matriz da paróquia. Foi uma missa de envio, do qual participaram as 16 comunidades da paróquia, além de suas pastorais e movimentos. Fiéis das duas outras paróquias da cidade, São Benedito e Nossa Sra da Saúde, participaram também.

No dia seguinte, 22, teve inicio o novenário em preparação a festa da

padroeira. A novena prestou homena-gem às congregações religiosas, são 15 com residência em Campos do Jordão. Assim, a paróquia lembrou o Ano da vida Religiosa Consagrada. Comuni-dades, pastorais e movimentos, convi-dados da noite, levaram prendas para a quermesse. Entre os vários convi-dados para presidir a novena, esteve presente Dom Carmo João Rhoden, bispo emérito de Taubaté.

No primeiro dia de outubro, dia de Santa Teresinha, as comemorações começaram logo cedo. Às 7hs houve a Oração das Laudes, preparada pe-las religiosas da cidade. Em seguida aconteceu um passeio ciclístico, do qual participaram aproximadamen-te 220 ciclistas. À tarde, às 16 horas, Dom Wilson Angotti, bispo diocesa-no de Taubaté, presidiu Missa Solene. Terminada a missa, saiu a procissão, levando pelas ruas da cidade o andor de santa Teresinha e dos padroeiros das comunidades.

Concluída a parte religiosa das comemorações de Santa Teresinha, já de noite, a festa prosseguiu com

um show pirotécnico e a quermes-se, que se realizou no salão paro-quial, nas últimas 6 noites dos fes-tejos. “Festa muito bem preparada; juntos adoramos e prestamos ser-viços ao Senhor e, mais uma vez, exercitamos nossa fé”, disse Maria

do Carmo que, ao lado do marido, colaborou com a execução da fes-ta. Para ela, muito importante foi a presença dos bispos e a participa-ção de todas as comunidades da pa-róquia, contribuindo com o sucesso da festa.

Decanato de Caçapava promove Semana Bíblica

Pe. Silvio DiasDe Caçapava

Setembro, em Caçapava, é um mês com extensa programação para

celebrar o Mês da Bíblia. Programa-ção especial na rádio da cidade, com sorteio de brindes entre os partici-pantes, caminhadas, gincana bíblica e missa solene foram atividades re-alizadas durante o mês. Na Câmara Municipal da cidade, uma sessão so-lene reuniu autoridades civis e milita-res, padres, diáconos e pastores para homenagear a Bíblia Sagrada.

Pelo segundo ano consecutivo, o Decanato de Caçapava fez realizar a Semana Bíblica. De 21 a 25 de setembro, todas as noites, a partir das 19h, representantes das 7 paró-quias que fazem parte do decanato, se reuniram num salão da Paróquia do Menino Jesus para participar do evento. Inspirado no tema propos-to pela CNBB para o Mês da Bíblia deste ano, Discípulos Missionários segundo o Evangelho de São João, a Semana Bíblica propôs estudar o quarto evangelho. Para tratar do evangelho de João foi convidado Pa-dre Ari Ribeiro, da Diocese de Santa

Amaro.Além das palestras, feitas de

modo interativo, a Semana Bíblica contou com um dia especial de cele-bração, quinta-feira, 24, que uniu to-das as paróquias do decanato numa mesma intenção, colocada na missa celebrada em cada igreja matriz. Na noite de sexta-feira, 25, encerrando a Semana Bíblica, os participantes foram divididos em grupos de estu-dos, conforme o interesse de cada um. Cada grupo de estudo era cha-mado de tenda.

Como acontece todos os anos, para encerrar o Mês da Bíblia, no domin-go, 27, o Decanato de Caçapava pro-moveu a Caminhada Bíblica. A partir das 18h, fiéis vindos de todas as pa-róquias de Caçapava, concentraram--se diante do Monumento da Bíblia, numa praça logo à entrada da cidade. Depois, em procissão que atravessou o centro da cidade, seguiram para a Paróquia de São José Operário, onde foi celebrada missa campal presidida por Dom Wilson Angotti, bispo dio-cesano de Taubaté. A lado do bispo, concelebraram quase todos os padres e diáconos que atuam no Decanato de Caçapava.

Page 7: Jornal O Lábaro | Diocese de Taubaté | Outubro de 2015

O LÁBAROA serviço da evangelização 7Outubro 2015

Diocese em foco

Pastoral da Saúde realiza Congresso Nacional em São PauloAna Regina de Oliveira GamaCoordenadora Diocesana da Pastoral da Saúde.

Organizado pelo ICAPS (Ins-tituto Camiliano de Pastoral

da Saúde), com a colaboração da Pastoral da Saúde Nacional, acon-teceuo o 34º Congresso de Huma-nização e Formação da Pastoral da Saúde. O evento foi realizado no Centro Universitário Camiliano, no Ipiranga, São Paulo, nos dias 5 e 6 de setembro. A Diocese de Taubaté foi representada por 15 agentes.

Como das outras vezes, o Con-gresso apresentou um alto nível de discussão dos temas aborda-dos. No primeiro dia as palestras tiveram por tema a assistência es-piritual aos doentes, o modelo de espiritualidade a ser oferecido para quem está doente, a utilização das mídias sociais como ferramentas de marketing na pastoral da saúde e visão do capelão hospitalar como membro de uma equipe multipro-fissional.

No domingo, 6, foram aborda-dos temas como a Teoria da For-mação do Estado e controle social, serviço religioso versus capelania hospitalar, a Pastoral da Saúde no seu aspecto político-institucional, a Pastoral da Saúde Comunitária, a assistência aos familiares dos pa-cientes em cuidados paliativos (as-pectos sociais e psicológicos) e a assistência espiritual aos pacientes em cuidados paliativos.

Aproximadamente mil pesso-as participaram do congresso. Na tarde de sábado, 5, a partir das 17h45min., teve início a As-sembleia Nacional da Pastoral da Saúde. Seu principal objetivo foi a eleição de uma nova coordena-ção nacional, para o quadriênio de 2016 a 2020.

Nessa assembleia eletiva, apenas 50 participantes tiveram direito a voto.

A nova coordenação nacional foi eleita com 27 votos e será compos-ta da seguinte forma: Coordenador Nacional, Alex Motta (Diocese de Campos/RJ); Vice Coordenador,

Antonio Pitol (Arquidiocese de Maringá/PR); Secretária, Sebas-tiana Tibúrcio (Arquidiocese de

Vitória da Conquista/BA); Tesou-reira, Marcia Zambrin (Arquidio-cese de Londrina/PR).

MESC encerram sequência de encontros diocesanos neste ano

Numa sequência de três encon-tros, acontecidos ao longo deste

ano, foi oferecida aos MESC (Mi-nistros Extraordinários da Sagrada Comunhão) formação sobre o tema “Eucaristia, Sacramento real de sal-vação”. Segundo informou Cônego Paulo Cesar Nunes de Oliveira, as-sessor diocesano dos MESC, cada encontro proporcionou uma pro-posta diferente, mas, sempre ligada ao mesmo tema. Assim, em maio, Padre José Adalberto Vanzella, apre-sentou um conteúdo doutrinário. Em agosto, o encontrão diocesano, repre-sentou um momento de partilha. O último encontro aconteceu no dia 26 de setembro, e foi um momento de espiritualidade conduzido pelo Padre Osmar Cavaca.

Conforme informa ainda, o Cônego Paulo, sempre acontecem três encontros anuais: um primeiro para os coordena-dores paroquiais estudarem o tema, o segundo encontro é o encontrão para

todos poderem partilhar sobre o tema, o terceiro é um momento de espiritu-alidade para rezar em cima do tema, reunindo os coordenadores paroquiais e mais três ministros que participaram dos outros dois encontros anteriores.

Nesse último encontro, estiveram reunidos 84 ministros extraordinários da sagrada comunhão, na Paróquia Menino Jesus, em Taubaté. Dos sete decanatos da diocese, somente o da Ser-ra do Mar não se fez representar. Das 50 paróquias, 14 não enviaram nenhum ministro. Num primeiro momento, conduzido pelo Cônego Paulo, foi pro-posto um tempo de partilha entre os de-canatos, que aproveitaram para avaliar a caminhada na paróquia, no decanato e na diocese. Ao final, num plenário foram apresentadas as conclusões dos decanatos. Após esse momento, houve um momento de espiritualidade asses-sorado pelo Padre Osmar Cavaca, que abordou o tema “a espiritualidade Eu-carística dos ministros”.

Page 8: Jornal O Lábaro | Diocese de Taubaté | Outubro de 2015

O LÁBAROA serviço da evangelização8 Outubro 2015

Crianças e adolescentes tomam parte ativa na ação evangelizadora da IgrejaPor Paulo Teixeira ePadre Luís Paulo de Aquino Cunha

Em 19 de maio de 1843, Dom Carlos de Forbin

Janson, Bispo de Nancy na França, com o desejo de aju-dar as crianças da China de-vido ao grande sofrimento em que elas se encontravam, conforme cartas de missioná-

rios que lá atuavam, decide convocar as crianças de sua Diocese para ajudarem as crianças chinesas. Ele pro-põe a elas recitarem uma Ave Maria por dia e doarem um dinheirinho por mês em prol daquelas crianças chinesas. Nascia assim a “Santa Infân-cia”, em homenagem a uma devoção existente na França à Infância do Menino Jesus.

Infância e Adolescência Missionária (IAM)

Atualmente presente em mais de 130 países, a Infância Missionária alcança crianças necessitadas de todos os lugares, culturas, raças e crenças. Hoje com o nome de Infância e Ado-lescência Missionária (IAM), foi proclamada pelo Papa Pio XI, como Obra Evangeliza-dora à Serviço de toda Igreja, passando assim a ser uma Obra Missionária Pontifícia.

A IAM tem por objetivo suscitar o espírito missionário universal nas crianças, desen-volvendo o protagonismo na solidariedade e na evangeliza-ção. Sua máxima é “Crianças ajudam e Evangelizam crian-ças”.

As crianças e adolescentes da IAM tomam como exemplo Jesus Cristo e seus discípulos e tem em Maria uma fiel teste-munha da ação evangelizadora. Inspiram-se também em São Francisco Xavier e Santa Tere-sinha do Menino Jesus, Padro-eiros das Missões. Ambos vi-veram intensamente o carisma

missionário, doando suas vidas pelo anúncio do Evangelho.

Na IAM, grupos são forma-dos por 12 crianças ou adoles-centes, simbolizando os Após-tolos. A partir dos 4 anos já é possível a criança participar dos grupos e, a partir dos 16 anos, o adolescente pode tornar-se um assessor.

O menino e a menina da In-fância Missionária anunciam Jesus com palavras. Mas, antes disso, mostram com sua vida, com suas atitudes, pelo servi-ço fraterno e solidário que são amigos de Jesus. Ser missioná-rio, missionária é seguir Jesus e continuar aqui na terra a "mis-são de Jesus, Filho de Deus e do Espírito Santo que tem origem em Deus Pai".

A Infância Missionária e as outras Pontifícias Obras Mis-sionárias realizam esta tarefa de conscientizar todos os católicos, desde a infância, com este espí-rito verdadeiramente universal e missionário, no pleno sentido da palavra (cf. AG 38).

Presença da IAM na Diocese de TaubatéNo Brasil todo, a IAM con-

ta cerca de 30 mil crianças e adolescentes em seus grupos. Existe um secretário nacional, o Padre André Luiz de Ne-greiros, que trabalha em Bra-sília, na sede das Pontifícias Obras Missionarias (POM). Todo ano, ele se reúne com os coordenadores estaduais para avaliarem e traçarem planos para a caminhada da IAM no Brasil.

Na Diocese de Taubaté, a Obra da Infância Missionária

foi implantada por volta de 1996, pelo Padre João Francis-co Bernardes, que montou uma equipe diocesana e implantou a Obra em varias paróquias. Até o ano de 2002, eram realizados anualmente encontros diocesa-nos e formação para assessores e assessoras. Nesses eventos, assessores e crianças de varias paróquias participavam e parti-lhavam suas experiências entre os grupos. Os trabalhos foram retomados em 2006. Desde en-tão, a Diocese de Taubaté con-

ta com uma equipe diocesana, coordenada pelo casal Fátima e Paulo Teixeira e assessorada por Padre Luis Paulo de Aqui-no Cunha.

Atualmente, a IAM está presente em três paróquias da diocese. Em Caçapava, na Pa-róquia Menino Jesus, em Cam-pos do Jordão, na Paróquia Santa Teresinha do Menino Je-sus e, em Taubaté, na Paróquia Menino Jesus, que é conduzida pelo Instituto Missionário São José.Pe. Luís Paulo Cunha, assessor diocesano da IAM participando de Congresso Nacional

Page 9: Jornal O Lábaro | Diocese de Taubaté | Outubro de 2015

O LÁBAROA serviço da evangelização 9Outubro 2015

Igreja "em saída" missionária

Roteiro para implantar a IAM em sua paróquiaMuitas paróquias não conseguem encontrar a forma ideal para iniciar o trabalho da Infân-

cia Missionária. Eis algumas sugestões de planejamento:1- Realizar um encontro com as crianças interessadas em participar da Infância Missioná-

ria. Preferencialmente, escolha um sábado ou domingo, com duração de 3 horas, com lanche comunitário no intervalo e algumas brincadeiras sadias.

2 - Crianças e pré-adolescentes podem ser convidados através de cartazes espalhados pela paróquia e comunidades, nas escolas, nas missas etc. A participação deve ser controlada atra-vés de inscrições contendo o endereço completo, telefone, e informações, além do horário do encontro e lanche comunitário.

3 - No dia do encontro, uma equipe de acolhida deve identificar cada criança com um crachá e entregar o material disponível. Uma bandeira colorida, representando os cinco con-tinentes, deve ser entregue a cada criança. Se possível, outros materiais como Caderno Mis-sionário, Livro de Diretrizes e Orientações, Camisetas, Lenços, Terços Missionários, também podem ser distribuidos.

4 - Desde a chegada das crianças, a equipe de animação deve iniciar os cantos. Não é ne-cessário distribuir folheto de canto para as crianças. Porém, devem ser selecionadas apenas músicas conhecidas e com gestos. O Hino da Infância Missionária é a única música obriga-tória. Utilize dinâmicas como as músicas da Olaria, Jacaré, Formiguinha, Boi, dentre outras.

5 - O encontro deve iniciar com a entrada de Nossa Senhora (preferencialmente carregada pelo Padre), da imagem dos Santos Padroeiros (Santa Teresinha do Menino Jesus e São Fran-cisco Xavier), o terço missionário, o globo representando a universalidade da Missão, dos panos coloridos (ou fitas) representando os cinco continentes e outros símbolos pertinentes. Pode-se usar papel crepom colorido. Todo este material deve ser arrumado no altar, ou no palco ou na frente do salão.

Lembramos as cores que representa cada continente: Oceania/azul, África/verde, Euro-pa/branco, Ásia/amarelo, América/vermelho. O globo pode ser comprado em papelarias ou lojas de artigos importados, como as lojas de R$ 1,99 (os globos pequenos de 10 cm custam cerca de R$ 3,00). O terço missionário também pode ser feito usando bolas de isopor pintadas (tamanho grande) ou comprado pronto em lojas de artigos religiosos (terço comum).

6 - O Padre inicia agradecendo a presença de todos. Anuncia a alegria de estar iniciando a Infância Missionária na Paróquia e dá a bênção. Posteriormente, convida a equipe para iniciar os trabalhos.

O tema da Campanha Mis-sionária de 2015 destaca a es-sência da mensagem de Jesus. Ele veio “para servir” (cf. Mc 10, 45). Diante da tentação do poder, Jesus dá uma grande lição: “Quem quiser ser o pri-meiro, seja o servo de todos” (Mc 10,44). Essa sabedoria é o lema da Campanha.

O papa Francisco, nos re-corda que, “na doação, a vida se fortalece, e se enfraquece no comodismo e no isolamento. De fato, os que mais desfru-tam da vida são os que dei-xam a segurança da margem e se apaixonam pela missão de comunicar vida aos demais" (EG 10). O papa insiste ainda em uma Igreja “em saída”, com as portas abertas, despo-jada para servir.

A missão é de Deus, para a qual somos chamados a colaborar. Não podemos fu-gir dessa responsabilidade. O Decreto Ad Gentes do Con-cílio Vaticano II afirma que “toda a Igreja é missionária e a obra de evangelização, o dever fundamental do Povo de Deus” (AG 35). “A Igreja peregrina” é “missionária por natureza” (AG 2), essa é sua vocação própria, sua identida-de mais profunda (cf. EN 14), sua razão de ser, sua essência estruturante e seu serviço à hu-manidade (cf. DP 1145; RMi 2). Dizer Igreja é dizer missão. De fato, “a Igreja nasce da missão e existe para a missão” (DGAE 2011, 76). A Campa-nha Missionária nos lembra que “Missão é Servir” a hu-manidade.

A missão é a razão princi-pal da existência da comuni-dade de fé. Tudo o que se faz na comunidade é feito em fun-ção da Missão. Nesse sentido, toda a ação da Igreja, seus pla-nejamentos e objetivos devem girar em torno da missão. O Deus que aparece desde o Ge-nesis ao Apocalipse é sempre aquele que vem até nós, nos transforma pelo seu poder res-taurador e por fim nos envia. Não dá pra fugir dessa dinâ-mica.

“Vem, agora, e eu te envia-rei ao Faraó, para que tires o

meu povo, os filhos de Israel, do Egito” (Ex 3, 10). E n -volvimento com a missão sem envolvimento com Deus não perdura. A grande dificuldade da Igreja e de muitos em di-versos momentos reside nesta questão. Nós descobrimos que aqueles que estão oprimidos são nossos irmãos e irmãs, ficamos revoltados e interes-sados em ajudar, nos envolve-mos por um breve momento. Mas em meio aos desafios fu-gimos nos acomodamos e nos esquecemos. Nesta fase de sua vida Moisés ainda não conhe-cia a Deus. Participar plena-mente da missão implica num encontro pessoal com Deus. Foi no encontro com Ele que Moisés se envolveu definitiva-mente com a missão. Foi atra-vés do diálogo com Deus que Moisés descobriu que o seu povo ficara no Egito e que era preciso retornar e participar do movimento de libertação do povo.

Ser missionário não é privi-légio de determinadas pessoas, mas a essência de ser cristão: "Anunciar o evangelho é ne-cessidade que se me impõe" (I Cor 9, 16). É um compro-misso de toda a comunidade que vive e transmite a sua fé. "Nenhuma comunidade cris-tã é fiel à sua vocação se não é missionária". Ser missioná-rio não é só percorrer grandes distâncias, ir para outros conti-nentes, mas é a difícil viagem de sair de si, ir ao encontro do outro, ir ao encontro do diferente, ir ao encontro dos pobres e marginalizados, os preferidos de Jesus.

A missão nos permite criar novos laços, novas relações, um novo jeito de olhar a vida, um novo jeito de ser Igreja. E aqui vai o desafio: como eu posso ser missionário em minha casa, no trabalho e na comunidade em que vivo? Assumo o compromisso de cristão, vivendo e transmitin-do a boa-nova da paz, da jus-tiça, do amor, do perdão, da fraternidade, da acolhida? Ser missionário é fazer uma deci-são radical de entrega total ao reino de Deus.

Page 10: Jornal O Lábaro | Diocese de Taubaté | Outubro de 2015

O LÁBAROA serviço da evangelização10 Outubro 2015

Em Tempo DepoimentoPor Pe. Jaime Lemes, msj

Meu encontro com Dom Wilson e seus pais

Era o dia 12 de junho desse ano, véspera da

posse do novo Bispo de Taubaté. Dom Wilson aca-bara de chegar de viagem, em companhia de seus pais, para tomar posse como Bis-po Diocesano de Taubaté, em cerimônia que ocorreria na Catedral de São Fran-cisco das Chagas, no dia seguinte.

Foi quando me apresen-tei na Residência Episcopal e, com o objetivo de entre-gar ao Senhor Bispo um exemplar da Folha de Eco-logia da Paróquia Nossa Senhora da Boa Esperança, de Caçapava, que, na edi-ção de abril–maio–junho de 2015, dava as boas vin-das ao novo Bispo da Dio-cese de Taubaté.

Com a devida autori-zação de Dom Carmo e aquiescência de Dom An-tônio, ali presentes, passei a aguardar a chegada de Dom Wilson, que já estava na cidade, mas tinha saído para um breve compromis-so na Cúria Diocesana, en-quanto seus pais se encon-travam naquela casa. Em agradável conversa com seus genitores, fui informa-do sobre o árduo trabalho que o ilustre filho desen-volveu, inicialmente, por

ocasião de seus estudos, em Roma, na Pontifícia Uni-versidade Gregoriana, até sua ordenação sacerdotal, seguida da episcopal, antes da vinda para esta Diocese.

Logo após, chegou Dom Wilson, que tive a satis-fação de conhecer e com quem, por alguns momen-tos, tive a felicidade de con-versar, ali, junto de seus pais.

Na oportunidade, relatei a Dom Wilson que, como ele, também tivera a felici-dade e a honra de me hos-pedar no Pontifício Colégio Pio Brasileiro, de Roma, e de me formar em Filosofia e Teologia, na Universida-de Gregoriana da Cidade Eterna, embora, pelos de-sígnios do Altíssimo, não tenha chegado à ordenação sacerdotal.

Apresentei-lhe, então, a Folha da Pastoral de Ecologia com os votos de boas vindas, ocasião em que, também, lhe dediquei o livro, de minha auto-ria, “Singrando os Mares Rumo à Cidade Eterna”, um histórico dos meus tem-pos passados em Roma e no Velho Mundo, com um relato sobre o Concílio Va-ticano II e sua atualidade, que serviu como “Come-

moração e Homenagem do 50º Aniversário do Con-cílio Ecumênico Vaticano II”, iniciado no dia 11 de outubro de 1962.

O bispo, ao folhear o li-vro, lembrou os bons tem-pos em que, com alegria, morou no Pio B r a s i l e i r o e ali estudava as lições re-cebidas, diariamente, na Universidade Gregoriana, registrando, em seu currí-culo, Mestrado em Teolo-gia Dogmática pela referida Universidade.

Saí daquela visita a Dom Wilson com a convicção de haver identificado, em sua pessoa, o bom e acolhedor pastor do Evangelho, ora responsável pela Igreja de Taubaté, que demonstrou, em um simples gesto de aco-lhida, toda a grandeza de seu coração de pastor, ati-tude esta, também, sempre presente, por sinal, em Dom Epaminondas Nunes D’Ávila e Silva, o primeiro Bispo des-ta Diocese, que se prolongou em seus sucessores, chegando até aos mais recentes, Dom Antônio Afonso de Miranda e Dom Carmo João Rhoden, todos bons e acolhedores pas-tores da Igreja de Deus._____________________________Geraldo Ferreira Lanfredi

Diocese de Taubaté realiza Semana Social BrasileiraPe. Gabriel CastroAssessor do COPS

O Colegiado de Organis-mos e Pastorais Sociais

(COPS), juntamente com o Conselho de Leigos, Pas-toral do Batismo e Setor Juventude da Diocese de Taubaté promoveram de 1 a 3 de setembro, a Semana Social Brasileira. Foram noites de reflexão, come-çando sempre a partir das 19h30min, na Cúria Dioce-sana de Taubaté, abordando temáticas sociais e políticas muito atuais. O objetivo foi preparar melhor os cristãos e os homens de boa vontade para vivenciarem de forma mais consciente o dia 7 de setembro, data em que co-memoramos a Independên-cia do Brasil.

O tema central da Semana Social Brasileira foi ao en-contro da proposta de refle-xão do Grito dos excluídos deste ano: “Que país é este,

que mata gente, que a mídia mente e nos consome?”. A partir desta temática central, para cada noite foi trabalha-do um tema específico pelos professores convidados, a partir da proposta geral.

Foi apresentada uma aná-lise da situação do Brasil e também do mundo inteiro. Discutiu-se sobre a influên-cia da mídia sobre a forma-ção da consciência dos bra-sileiros. Nessa Semana, um debate foi promovido pelo

Setor Juventude da Diocese de Taubaté, com o tema “Ju-ventude, construindo uma nova sociedade”.

Meta esperada a ser alcan-çada pela iniciativa é que este momento tenha contribuído, da melhor forma possível, para a formação dos partici-pantes e que tenha agregado algo mais à vivência de uma fé mais encarnada, sobretu-do, diante da responsabilida-de de cada um face à socieda-de que vivemos.

Diocese de Taubaté faz Caminhada pela Paz

No dia 04 de outubro, a Diocese de Taubaté ce-

lebrou o seu padroeiro São Francisco das Chagas e, na oportunidade, realizou uma Caminhada pela Paz. Evento que foi também realizado nes-se dia por diversas dioceses no Brasil.

Com a participação de pessoas de diversas partes da cidade, a Caminhada partiu da Catedral, na Praça Dom Epaminondas, percorreu al-gumas ruas do centro da cida-de e retornou para a Catedral onde foi celebrada a missa em louvor a São Francisco (santo conhecido como arauto da paz), presidida pelo bispo dio-cesano, Dom Wilson Angotti.

"Precisamos fazer com que a sociedade seja mais justa e atenda seus filhos com vida mais digna. A reflexão que a Igreja faz neste ano, acom-panhada de orações e tam-bém de um ato como este, é mostrar que queremos a paz e estamos dispostos a ajudar a construir isso. Queremos com esse gesto dizer que temos que pensar na paz e somos to-dos desafiados a construí-la". Afirmou Dom Wilson sobre a Caminhada pela Paz, que foi uma ação celebrativa de 2015 como Ano da Paz, idealizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

O Ano da Paz, com o lema “Somos da paz”, que tem como objetivo superar as múltiplas formas de violência que agridem a dignidade dos filhos e filhas de Deus e des-pertar a convivência fraterna entre as pessoas, teve início no dia 30 de novembro de 2014 (1º Domingo do Advento) e se estenderá até o Natal deste ano.

Igreja realiza Sínodo sobre a família

Teve início no dia 04 deste mês, no Vaticano, a 14ª

Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre a família, com o tema: “A vocação e a missão da famí-lia na Igreja e no mundo con-temporâneo”. Participam

270 padres sinodais, além de especialistas, colaborado-res, auditores e casais. A co-mitiva brasileira é formada por 12 membros, entre eles cardeal Raymundo Dama-ceno, arcebispo de Apareci-da, Dom Sérgio da Rocha, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Bra-sil (CNBB) e arcebispo de Brasília, cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, e um casal de profes-sores da Unicamp, represen-tantes da Pastoral Familiar. O Sínodo vai até o dia 25, quando serão divulgadas as conclusões.

DNJ celebra 30 anosCom o lema “Jovens cons-

truindo uma nova socie-dade”, o Dia Nacional da Ju-ventude (DNJ) chega, neste ano, à 30ª edição. Criado em 1985 pela CNBB, é celebrado sempre no quarto domingo de outubro. O lema deste ano faz eco ao tema da Campa-nha da Fraternidade 2015 – “Fraternidade: Igreja e So-ciedade” –, e se propõe a re-fletir sobre o papel dos jovens cristãos na sociedade. No texto de apresentação da Car-tilha do DNJ, o secretário da

CNBB, Dom Eduardo Stei-ner, destaca a importância do lema, que, “deseja recordar a presença dos jovens cristãos na sociedade. Mulheres e ho-mens jovens são chamados a uma participação esperança-da e servidora. Os jovens são chamados serem uma ‘Igreja em Saída’”, como deseja o papa Francisco.

Na Diocese de Taubaté, o DNJ será realizado do dia 25, na Praça Santa Terezinha, a partir das 14h. Confira a pro-gramação na página 7.

Page 11: Jornal O Lábaro | Diocese de Taubaté | Outubro de 2015

O LÁBAROA serviço da evangelização 11Outubro 2015

Liturgia

Ano Santo da Misericórdia: a peregrinaçãoProsseguindo nossa série de

artigos sobre o Ano San-to da Misericórdia, iremos discorrer neste mês sobre o sentido espiritual de uma das práticas que mais caracteriza um Jubileu, a peregrinação. Assim explana o papa Fran-cisco: “peregrinação é um sinal peculiar no Ano Santo, enquanto ícone do caminho que cada pessoa realiza na sua existência. A vida é uma peregrinação e o ser humano é um peregrino que percorre uma estrada até a meta dese-jada. Também para chegar à Porta Santa, tanto em Roma como em outros lugares, cada pessoa deverá fazer, segundo as próprias forças, uma pere-grinação. Esta será sinal de que a própria misericórdia é uma meta a alcançar que exi-ge empenho e sacrifício. Por isso, a peregrinação há de ser-vir de estímulo à conversão: ao atravessar a Porta Santa, deixar-nos-emos abraçar pela misericórdia de Deus e com-prometer-nos-emos a ser mi-sericordiosos com os outros como o Pai o é conosco” (Mi-sericordie Vultus nº 14).

Por decisão de nosso Bispo Dom Wilson, tomada junta-mente com o Conselho de Pas-toral, em nossa diocese haverá dois lugares de peregrinação: A Catedral São Francisco das Chagas, único lugar da Dioce-se a contar com a Porta Santa, e a Basílica do Senhor Bom Je-sus. Os fiéis da diocese deverão ser motivados por seus párocos e demais ministros ordenados a peregrinarem para esses lu-gares, seja de forma pessoal ou preferencialmente em comuni-dade. Paróquias, movimentos, irmandades, associações, entre tantos outros grupos eclesiais, deverão organizar-se para pere-grinarem a estes lugares duran-te o Ano Santo, a fim de busca-rem a Misericórdia do Senhor.

Muitos poderão afirmar ser possível experimentar a Mise-ricórdia Divina em suas pró-prias paróquias, comunidades, em suas próprias casas, sem terem o “trabalho” de se diri-girem a estas igrejas. Outros, frequentadores assíduos desses dois lugares, poderão se ques-tionar sobre qual sentido há em “peregrinar” a essas Igrejas se

sempre lá estão. E a resposta está na motivação com que fa-rei meu deslocamento até esses lugares. Posso ficar em minha casa e experimentar a Miseri-córdia do Senhor, como posso deslocar-me para esses lugares de peregrinação tendo por mo-tivação o sair de mim mesmo e ir ao encontro do Senhor e dos irmãos. Eis o sentido da peregrinação, como afirmara o Papa Francisco na citação acima.

Logo, a peregrinação é como uma “parábola” da vida humana. O ser humano, nasci-do do coração de Deus, para lá deve retornar. Somos seres em movimento. Deste modo, toda peregrinação é composta de quatro elementos centrais:

1º - A decisão de partir. Di-ferente de um passeio turístico ou de um mero deslocamento funcional, a decisão de partir em peregrinação deve ter como motivação não apenas chegar a um lugar “sagrado”. Se con-cretamente o desejo é chegar a um lugar geográfico (a cida-de de Roma, à Porta Santa da Catedral, à Basílica do Senhor Bom Jesus), espiritualmente a intenção deverá ser sair de si, ir ao encontro do Senhor e do irmão. Por isso, convém que o momento da saída da peregri-nação seja marcado por uma intensa oração interior, na qual o peregrino se propõe a cami-nhar não apenas fisicamente.

2º - O caminhar. Pode-se fa-zer a peregrinação de diversas

formas, mas sempre é conve-niente que haja ao menos um trecho de caminhada. O can-saço pode nos abater, tanto quanto a caminhada da vida pode cansar. Quando se cami-nha com o Senhor o percurso se torna muito mais atraente e realizador. Não só se renova a esperança da chegada como se passa a desfrutar da bele-za do caminho e da grandeza que é conviver entre os irmãos que estão em busca da mesma meta. Sair de si é um desa-fio contínuo e a peregrinação deverá recordar esta verdade àquele que caminha. Por isso a caminhada, se for longa, pode-rá ser marcada por momentos de descontração e convivência, mas não poderá deixar de lado o principal objetivo da peregri-nação: a tomada de consciên-cia que estamos a caminho da “Casa do Pai”, como irmãos, apoiando-nos uns nos outros. Que festa será quando vislum-brarmos a “Jerusalém celeste”, se durante a própria caminha-da já desfrutamos de sinais des-ta festa?

3º - A chegada à meta al-cançada. “Que alegria quando ouvi que me disseram: Vamos à Casa do Senhor! E agora nossos pés já se detém, Jeru-salém, em tuas portas”. Assim como o salmista, deveremos nós também exultar quando nossos olhos avistarem à meta. A alegria da chegada à Casa do Senhor deverá recordar-nos a alegria que é chegar a toda

meta, e esta deverá também ser celebrada. Em nossa peregri-nação não poderá faltar uma jubilosa oração de gratidão ao Senhor que continuamente se faz companheiro dos seres humanos, como outrora se fez caminhante com os discípulos que peregrinavam para Emaús. Tal oração deverá ser feita com grande entusiasmo junto à Porta Santa, antes de passar por ela “entre cantos de festa e com grande alegria” (Sl 44), ou antes de entrar na Basílica do Senhor Bom Jesus. Ao entrar na igreja, o recolhimento do descanso no Senhor será fun-damental, para solenemente encontrarmo-nos com Ele na Eucaristia e na Palavra que atu-aliza sua misericórdia em nos-sa vida, tornando-nos “miseri-cordiosos como o Pai” (lema do Ano Santo). O Sacramen-to da Confissão será também uma excelente oportunidade de reconciliação, iniciando uma vida nova. Deste modo, a con-fissão é uma prática sacramen-tal muito recomendada, seja na própria meta da peregrinação quanto na saída em direção à ela, como desejo de despojar-se no “velho homem”.

4º - O retorno à vida ordiná-ria. Todavia, diferente de um passeio, de um evento turístico ou de uma ida meramente fun-cional a estes locais, a peregri-nação precisa despertar uma atitude concreta de transfor-mação interior. Retornar à vida ordinária renovados em nossa

espiritualidade e transbordan-tes da graça divina. Mais do que apenas um deslocar-se de um lugar a outro, a peregrina-ção precisa ser como que um “retiro interior”.“Peregrinação” dos acamados e encarcerados

E aqueles que não puderem passar pela Porta Santa ou re-alizarem alguma peregrinação, como os doentes e os encarce-rados? O Santo Padre assim definiu: “Penso nos que, por diversos motivos, estiverem im-possibilitados de ir até à Porta Santa, sobretudo os doentes e as pessoas idosas e sós, que muitas vezes não podem sair de casa. Para eles será de gran-de ajuda viver a enfermidade e o sofrimento como experiên-cia de proximidade ao Senhor que no mistério da sua paixão, morte e ressurreição indica a via mestra para dar sentido à dor e à solidão. Viver com fé e esperança jubilosa este mo-mento de provação, recebendo a comunhão ou participando na santa Missa e na oração comunitária, inclusive através dos meios de comunicação, será para eles o modo de obter a indulgência jubilar. O meu pensamento dirige-se também aos encarcerados, que expe-rimentam a limitação da sua liberdade. O Jubileu constituiu sempre a oportunidade de uma grande anistia, destinada a en-volver muitas pessoas que, mes-mo merecedoras de punição, todavia tomaram consciência da injustiça perpetrada e dese-jam sinceramente inserir-se de novo na sociedade, oferecendo o seu contributo honesto. A to-dos eles chegue concretamente a misericórdia do Pai que quer estar próximo de quem mais necessita do seu perdão. Nas capelas dos cárceres poderão obter a indulgência, e todas as vezes que passarem pela porta da sua cela, dirigindo o pensa-mento e a oração ao Pai, que este gesto signifique para eles a passagem pela Porta Santa, porque a misericórdia de Deus, capaz de mudar os corações, consegue também transformar as grades em experiência de li-berdade”.______________________Pe. Roger Matheus dos Santos

Page 12: Jornal O Lábaro | Diocese de Taubaté | Outubro de 2015

O LÁBAROA serviço da evangelização12 Outubro 2015

Santo do Mês

Falando de Maria

Nossa Senhora do Rosário de PompéiaA cidade romana de Pom-

péia, ao sul de Nápo-les, foi destruída pelo vulcão Vesúvio no ano 79. As ruí-nas permaneceram soterra-das sob dez metros de cinzas até o início do século XVII, quando foram encontradas. Os trabalhos arqueológicos sistemáticos, realizados até hoje, só começaram quase duzentos anos depois da des-coberta. Próximo ao local, a cerca de cinco minutos, existe o chamado Vale de Pompéia. Nele, à sombra do velho vul-cão adormecido, foi ergui-do um santuário dedicado à Nossa Senhora do Rosário, que deu vida à nova cidade de Pompéia, mais conhecida como: “Cidade da Caridade”, ou melhor ainda, “Cidade de Maria”. Vamos conhecer sua história e saber se faz jus ao nome.

Bartolo Longo nasceu em Latiana, seus pais eram a fi-lha de um alto magistrado e um respeitável médico, que lhe deram sólida formação re-ligiosa e intelectual. Estudan-te de direito em Nápoles, ele se tornou um ativista político anticlerical e abandonou o ca-tolicismo. Mas, um professor viu a possibilidade de resgatar a ovelha perdida e apresentou Bartolo ao Padre Radente, um dominicano com muito

carisma. Guiado pelo padre, reencontrou a fé em Cristo, voltou à oração do Rosário e sua devoção à Nossa Se-nhora se fez mais vigorosa. Ingressou na Ordem Terceira Dominicana e se tornou um Irmão leigo, com nome de “Irmão Rosário”.

Em 1864, aos vinte e três anos, advogado formado, abandonou a carreira para se dedicar a Deus e às obras de caridade. Em suas ativi-dades, Bartolo conheceu a Condessa Mariana de Fusco, viúva, de muita fé, dona de vasto patrimônio e também engajada em obras da Igreja, que o contratou como seu particular administrador. Em 1872, Bartolo foi ao Vale de Pompéia, verificar as terras da condessa e alí se deparou com um triste cenário: muitas famílias trabalhando nas es-cavações das ruínas da antiga Pompéia, afastadas do conví-vio da fé. Naquele instante, Bartolo sentiu que era alí que devia pregar o Rosário.

Juntos, Bartolo e a Con-dessa Mariana, animados por uma ardente fé, ergueram a capela paroquial da nova Pompéia, dedicada à Nossa Senhora do Rosário. A úni-ca dificuldade encontrada foi não ter uma imagem para essa devoção. Mas, Bartolo

acabou recebendo de uma irmã religiosa, uma antiga pintura, que a Condessa Ma-riana mandou restaurar.

No quadro Maria está sen-tada, segurando o Menino Jesus sentado sobre sua per-na direta. Aos seus pés estão São Domingos de Gusmão e Santa Catarina de Sena, que

recebem um Rosário do Meni-no Jesus e de Maria, respecti-vamente. Ele foi exposto pela primeira vez em 13 de feve-reiro de 1876 e, desde então, milagrosos prodígios ocorrem diante dele. A fama da inter-cessão da Virgem de Pompéia correu por toda a região e uma multidão de fiéis e peregrinos

foram para lá, ver a imagem. Em março do mesmo ano,

Bartolo iniciou a construção de uma igreja maior. Ao mes-mo tempo foi criando obras de caridade e instituições as-sistenciais destinadas às fa-mílias dos trabalhadores das escavações. Em 1884, para divulgar o projeto e arrecadar donativos, fundou uma tipo-grafia e criou a revista mensal “O Rosário e a nova Pom-péia”, difundida no mundo inteiro até hoje. Para dirigir os orfanatos e as escolas dos filhos e filhas dos encarcera-dos, fundou as congregações “Filhas do Santo Rosário” e “Irmãos das Escolas Cristãs”, ambas ligadas à Ordem Ter-ceira Dominicana.

A invocação à Virgem do Rosário de Pompéia cresceu tanto que, em 1887, ela foi co-roada com um rico diadema, antes benzido pelo Papa Leão XIII. Bartolo Longo ofereceu o Santuário e todas as obras de caridade a esse pontífice, em 1893. A igreja foi elevada à condição de Basílica, em 1901. Mas essa não é outra devoção mariana, senão ape-nas a veneração à Nossa Se-nhora do Rosário, em Pom-péia, na Itália._____________________________fonte: www.a12.com

São Francisco de Assis - 4 de outubroGiovanni Pietro di Ber-

nardone nasceu aos 5 de julho de 1182, em Assis, na região da Umbria, Italia. Era filho de Pietro Bernardone e de Dona Pica Bernardone. Seu pai era um rico e próspero co-merciante, que seguidamente viajava para a França, de onde trazia a maior parte de suas mercadorias. Os Bernadorne faziam parte da burguesia da cidade de Assis, e graças a ne-gócios bem sucedidos na Pro-vença, França, conquistaram ri-queza e bem estar. Na ausência de Pietro, em mais uma viagem à França, Dona Pica batizou o filho dando-lhe o nome de Gio-vanni (João), em homenagem a São João Batista. A origem do nome Francesco (Francis-co) é incerta. Para uns, depois de uma viagem à França, onde o menino teria ficado cativado pela vida francesa, sua músi-ca, sua poesia e seu povo, seu pai teria começado a chamá--lo de “francesco”, que signifi-ca “francês” em italiano. Para outros seu pai teria feito, em vez, uma homenagem ao país natal de sua esposa, embora

não haja provas de sua natu-ralidade francesa. Também foi sugerido que o nome foi dado por seu gosto pela língua fran-cesa, que perdurou por toda a vida de Francisco e era, em sua época, a língua por excelência da literatura cavaleiresca e da expressão amorosa, que tanto encantava o jovem Francisco

Cedo, o garoto Francisco aprendeu do pai a arte do co-mércio que manejava com in-teligência e proveito. Mas era um jovem alegre, amante da

música e das festas e, com mui-to dinheiro para gastar, tornou--se rapidamente um ídolo entre seus companheiros. Adorava banquetes, noitadas de diversão e cantar serenatas para as belas damas de sua cidade. Francisco era o líder da juventude de sua cidade.

Aconteceu que Francisco foi para a guerra como cavaleiro, mas doente ouviu e obedeceu a uma voz que lhe dizia: “Fran-cisco, a quem é melhor servir, ao amo ou ao criado?”. Ele res-pondeu que ao amo.“Porque, então, transformas o amo em criado?”, replicou a voz. No início de sua conversão, foi como peregrino a Roma, vi-vendo como eremita e na soli-dão, quando recebeu a ordem de Cristo, na igrejinha de São Damião: “Vai restaurar minha igreja, que está em ruínas”. Par-tindo em missão de paz e bem, seguiu com perfeita alegria o Cristo pobre, casto e obediente.

No campo de Assis havia uma ermida de Nossa Senhora chamada Porciúncula. Este foi o lugar predileto de Francisco e dos seus companheiros, pois na

primavera de 1200 já não esta-va só; tinham-se unido a ele al-guns valentes que pediam tam-bém esmola, trabalhavam no campo, pregavam, visitavam e consolavam os doentes. A partir daí, Francisco dedica-se a viagens missionárias: Roma, Chipre, Egito, Síria. Peregri-nando até aos Lugares Santos.

Assim, depois de uma ju-ventude irrequieta e mundana, Francisco voltou-se para uma vida religiosa de completa po-breza, fundando a ordem men-dicante dos Frades Menores, mais conhecidos por francis-canos. Com o hábito da pre-gação itinerante, quando os religiosos de seu tempo costu-mavam fixar-se em mosteiros, e com sua crença de que o Evan-gelho devia ser seguido à risca, imitando-se a vida de Cristo, desenvolveu uma profunda identificação com os problemas de seus semelhantes e com a humanidade do próprio Cristo. Sua atitude foi original também quando afirmou a bondade e a maravilha da Criação, num tempo em que o mundo era vis-to como essencialmente mau,

quando se dedicou aos mais pobres dos pobres, e quando amou todas as criaturas cha-mando-as de irmãos.

Depois de 20 anos ausen-te, quando Francisco voltou à Itália, encontrou a Ordem que fundara dividida. Parte dos frades não compreendia a simplicidade do Evangelho. Em 1223, foi a Roma e obte-ve a aprovação mais solene da Regra, como ato culminante da sua vida. Na última etapa de sua vida recebeu, no Monte Alverne, os estigmas de Cristo, em 1224. Já enfraquecido por tanta penitência e cego por chorar pelo Amor que não é amado, Francisco de Assis, na igreja de São Damião, encon-tra-se rodeado pelos seus filhos espirituais e assim, recita ao mundo o cântico das criaturas. O seráfico pai Francisco, en-tão, retira-se para a Porciúncu-la, onde morre deitado em hu-mildes cinzas, a 3 de outubro de 1226. Passados dois anos incompletos, a 16 de julho de 1228, o Pobrezinho de Assis foi canonizado pelo Papa Gre-gório IX.

Page 13: Jornal O Lábaro | Diocese de Taubaté | Outubro de 2015

O LÁBAROA serviço da evangelização 13Outubro 2015

Aniversários: Bispos, Padres e Diáconos

Novembro

Natalício

03 - Côn. Luiz Carlos de Souza

07 - Pe. José Bonifácio Ferreira Itou

09 - Diác. Washington Tomaz

10 - Pe. Edson Joaquim dos Santos

12 - Pe. Leandro dos Santos

21 - Côn. Joaquim Vicente dos Santos

21 - Diác. Joaquim Marcilio

24 - Diác. Misael da Silva Cesarino

25 - Diác. João Carlos Andrade

29 - Diác. João Batista da Costa

31 - Mons. José Eugenio de F. Santos

NOVEMBRO

01 – Olimpio dos Santos – Mitra Diocesana

01 – Flavia Cristina – P. N. S. da Assunção (Pinda)

06 – Ana Lucia – Par. São Pio X (Caçapava)

07 – Cassia Amancio – Mitra Diocesana

09 – Geraldo Mazela – P. Sta Cruz (Redenção da Serra)

11- Marli Ines – P. N. S. do Rosário (Taubaté)

16 – Denise Aparecida – P. N. S. Aparecida (Taubaté)

22 – Maria de Fatima – Mitra Diocesana

24 – Maria Helena – Par. Ssma. Trindade (Taubaté)

24 – Rosely Melo – P.S. Terezinha do M. Jesus (Campos do Jordão)

24 – Simone Alves – P. N. S. Mae da Igreja (Taubaté)

26 – Maria Helena – P. N. S. Mae da Igreja (Taubaté)

26 – Jose Claudio – Par. São Bento (São Bento do Sapucaí)

28 – Yesi Aparecida – Par. N. S. do Belém (Taubaté)

Aniversários de funcionários da Mitra Diocesana

Agenda Diocesana Novebro

PABX: (12) 3622-5314 / 3635-1010

www.engeaudio.com.brRua Chiquinha de Mattos, 100 - Centro - Taubaté/SP

Projetos e Instalação de Som e Multimídia

Som e Iluminação ProfissionalVenda e Consertos de Instr. Musicais

Assistência Técnica AutorizadaLaudos e Tratamentos Acústicos

CONHEÇA AS CAIXAS DE COLUNA COM 400 W RMS

REGISTRO0765358

[email protected]

PABX: (12) 3622-5314 / 3635-1010

www.engeaudio.com.brRua Chiquinha de Mattos, 100 - Centro - Taubaté/SP

Projetos e Instalação de Som e Multimídia

Som e Iluminação ProfissionalVenda e Consertos de Instr. Musicais

Assistência Técnica AutorizadaLaudos e Tratamentos Acústicos

CONHEÇA AS CAIXAS DE COLUNA COM 400 W RMS

REGISTRO0765358

[email protected]

JORNAL EXPRESSÃO 25 X 5

JORNAL O LÁBARO 27,7 X 5

Ordenação

13 - Diác. Joaquim Marcilio

21 - Pe. Osmar Cavacca

29 - Pe. José Batista da Rosa

30 - Pe. Roberto Marcelo da Silva

30 - Pe. Fernando Nascimento

07/Sab - COMIDI-IAM: Terço Missionário, Bate Lata, apresentação cultural por Diocese da Sub-Região, 14h, a definir

07/Sab – Romaria Diocesa-na Mãe Rainha, Aparecida.

07 a 09 – Assembléia Geral Ordinária do CNLB, Re-gional Sul 1, a definir.

08/Dom – Dia da Família, Paróquias.

08/Dom – Pastoral da Saú-de: Encontro Anual, 8h às 16h, Taubaté.

08/Dom – Setor Diocesa-no da Juventude: avaliação 2015, das 15h às 17h, a de-finir.

09/Seg – Pastoral Familiar: reunião da Comissão Dio-cesana, 20h, Comunidade N. Sra. de Lourdes.

09/Seg - Decanato Taubaté II: reunião com coordena-dores da catequese, 19h30, Paróquia Sagrada Família.

11/Qua – Decanato Tau-baté I: reunião com padres, 10h, Par. N. Sra. do Rosá-rio

14/Sab – Pastoral da Criança: reunião de coor-denadores, das 8h às 12h, Cúria Diocesana de Tau-baté.

14/Sab – Pastoral Fami-liar: reunião da Sub-Apare-cida, Diocese de Taubaté.

14/Sab – Reunião da Pas-toral da Juventude, 16h, Centro de Pastoral Sta Te-resinha

14/Sab – Catequese: reu-nião da Sub-Região Apare-cida, 8h30, Cúria Diocesa-na de Taubaté.

14/Sab – Mãe Rainha: reunião de coordenadores, 14h, Cúria Diocesana de Taubaté.

14/Sab – Pastoral Carcerá-ria: reunião para Avaliação 2015, 14h, Colégio Padre Anchieta.

14/Sab – Pastoral do Ba-tismo: reunião com coor-denadores ou representan-tes, 16h, Cúria Diocesana de Taubaté.

16/Seg - Formação CF-2016, Decanato Tau-baté III, 20h, Paróquia São José, Tremembé.

17/Ter - Formação CF-2016, Decanato Taubaté III, 19h30, Paróquia Sa-grado Coração de Jesus.

18/Qua – Reunião do Conselho de Presbíteros, 8h30, Cúria Diocesana de Taubaté.

18/Qua – Pastoral da Pes-soa Idosa: reunião da equi-pe diocesana, 14h30, Cúria Diocesana de Taubaté.

20/Sex – Dia da Consciên-cia Negra, envio de subs. pelo COPS, MCS e Paró-quias.

20/Sex - Assembleia Dio-cesana de Pastoral, 19h30, Paróquia N. Sra Apareci-da, Taubaté.

21/Sab - Assembleia Dio-cesana de Pastoral, 8h, Pa-róquia N. Sra Aparecida, Taubaté.

21 e 22 – RCC, 1º Retiro Anual Coorderaores, Pre-ventório, Campos do Jor-dão.

22/Dom – Solenidade de Cristo Rei, Dia Nac. dos Cristãos Leigos e Leigas, Paróquias e Diocese.

24/Ter – COMIDI-IAM: encerramento da Escola de Formação Missionária para Leigos(as), 20h15, Centro de Pastoral Sta Te-resinha

24/Ter – Catequese: reu-nião da Equipe Diocesana com representantes dos Decanatos, 8h30, Cúria Diocesana de Taubaté.

27/Sex – Reunião da COPS, 19h30, Centro de Pastoral Sta Teresinha

27/Sex – Decanato Tau-baté II: Confraternização dos MESC, 19h30, Paró-

quia N. Sra. Conceição.

28/Sab - Reuni Conselho Diocesano de Pastoral, 08h30, Cúria Diocesana de Taubaté.

28/Sab – Pastoral Carcerá-ria: reunião para Avaliação 2015, 14h, Colégio Padre Anchieta

28/Sab – Liturgia: reunião com coordenadores paro-quiais e de canto litúrgico, 14h30, Colégio Padre An-chieta.

28/Sab – Pastoral do Dízi-mo: reunião, Sub-Região, 9h, Diocese de Taubaté

28/Sab – Pastoral da Saú-de: reunião da Comissão Diocesana, 9h, Cúria Dio-cesana de Taubaté.

29/Dom – Vigília pela Vida Nascente (1º Domin-go do Advento), Paróquias.

30/Seg – Decanato de Taubaté II: reunião com os leigos, 19h30, Paróquia São Sebastião.

Page 14: Jornal O Lábaro | Diocese de Taubaté | Outubro de 2015

O LÁBAROA serviço da evangelização14 Outubro 2015

Entrevista do mês:

Adriana Cintra: uma professora apaixonada pela arte de ensinarPor Pe. Jaime Lemes, msj

Paulistana, filha de um pernambucano e uma mineira, Adriana, 42, mãe de trigêmios, carrega no sangue e na alma a determinação, a sabedo-ria e a fé de suas origens. Desde muito jovem sabia o que queria da vida: ser professora. Não perdeu o foco. Cursou Magistério, estudou Le-tras, fez mestrado e doutorado em Linguística Aplicada. Há 25 anos está nessa profissão tão bela e tão desafiadora.

O LÁBARO: Quando você decidiu que iria ser profes-sora e o que ou quem a influen-ciou a optar por essa profissão?

Profª Adriana: Quando criança, brincava de dar aula para minha irmã Solange. Meu bom desempenho na es-cola levava meus coleguinhas a me pedirem explicações sobre o que estávamos apren-dendo, principalmente em período de provas. Aos nove anos, ganhava "dinheirinho" dando aulas particulares na minha casa. Na Igreja, aos 13 anos, já era catequista, prepa-rava crianças para a primeira comunhão na então Capela São José, no Bairro do Jar-dim Santana em Tremembé. Meu desejo de ser professora surgiu dessas atividades na infância e foi alimentado pelo incentivo de meus pais, que queriam que eu me realizas-se profissionalmente, e pelo exemplo de sucesso de exce-lentes professores que eu tive, os quais sonhava ser quando crescesse.

O LÁBARO: Você é for-mada em Letras, com doutora-do em Linguística Aplicada. O que a levou a fazer opção por esta área do conhecimento?

Profª Adriana: Meu amor à alfabetização e ao en-sino de língua portuguesa e literatura. Um amor cultiva-do pelas aulas-espetáculo da querida professora Vera Lúcia Batalha de Siqueira Renda no curso de Letras da Universi-dade de Taubaté.

O LÁBARO: Como pro-fessora, você passou por todas as etapas de ensino: da Educa-ção Infantil à Pós-graduação. Alguma dessas fases foi mais especial para você? Por quê?

Profª Adriana: Hoje sou professora universitária ape-nas. Mas transitei, ao mes-mo tempo, pelos três níveis da educação fundamental (educação infantil, primeiro, segundo, terceiro e quarto ciclos, o que corresponderia à antiga pré-escola e às oito séries seguintes. Uma realida-de nada particular, visto que, até hoje, vemos professores que vivem na mesma circuns-tância, isto é, dão mais de 40 aulas semanais, em diferentes unidades escolares. Haja fôle-go! Não há fase mais especial ou menos especial. Todas fo-ram enriquecedoras porque, para alcançar o objetivo de todas elas, me pus por com-pleto: meu físico, minhas ca-pacidades mentais e práticas, minhas emoções. Mobilizei criatividade e conhecimentos para lidar com imprevistos. Transformei-me na interação com o outro criança e o outro adulto. Resolvi muitos confli-tos, fazendo escolhas perma-nentes. O trabalho docente consiste nisto: uma mobi-lização do professor do seu ser integral. E com isso ele se desenvolve e transforma seu entorno.

O LÁBARO: Em 2001, por conta de um projeto que você desenvolveu voltado para a educação infantil, você foi escolhida como finalista do prêmio “Professor nota 10”. Fale um pouco sobre esse proje-to e o que significou para você ser finalista de um prêmio de abrangência nacional?

Profª Adriana: Meu nome entre os finalistas signi-ficou que meu projeto de lei-tura para uma turma de edu-cação infantil, tema de minha dissertação de mestrado, não era apenas uma proposta,

mas um real instrumento para o ensino de leitura, reconhe-cido por uma banca de ava-liadores que tinha recebido relatos de experiências ma-ravilhosas de professores de todo Brasil. Para seguir a car-reira acadêmica, fiz Mestrado no Programa de Pós- gradua-ção em Linguística Aplicada da Universidade de Taubaté, em que, hoje, sou professora e pesquisadora, com muita honra, pois lá encontro gente verdadeiramente comprome-tida com a formação dos pro-fessores, gente que transforma o conhecimento em instru-mento na, pela, da e para a educação. Obtive o título de mestre em 2003, depois de defender a dissertação Desen-volvimento da competência genérica na prática de leitura de crianças não alfabetizadas como parte do processo de letramento, sob orientação da Profª Dra. Maria Aparecida Garcia Lopes Rossi.

O LÁBARO: Você tem uma longa trajetória como professora em instituição reli-giosa. Foi professora no Semi-nário Diocesano Santo Antô-nio durante muito tempo e já há alguns anos é professora na Faculdade Dehoniana. Qual a diferença entre exercer o magis-tério numa instituição religio-sa e numa instituição laica?

Profª Adriana: Em 1997, comecei minha carreira no ensino superior como profes-

sora de língua portuguesa e de latim no Seminário Diocesa-no Santo Antônio, no Curso de Filosofia. Hoje esse institu-to não existe mais, entretanto deixou-me muita saudade. Eu era a caçulinha do grupo de professores, e mais jovem do que muitos alunos. O tem-po em que estive lá me ajudou a abraçar definitivamente a carreira acadêmica, fui moti-vada pela admiração que ti-nha pelos colegas professores. Outra experiência minha no curso de Filosofia acontece desde 2004 com a Faculdade Dehoniana. Nessa faculdade, sou atualmente professora de língua portuguesa, nos cursos de graduação em Filosofia e Teologia, e de metodologia científica, nos cursos de pós--graduação. Meu trabalho na Faculdade Dehoniana é mui-to gratificante porque é uma instituição que nos oferece ótimas condições favoráveis ao desempenho da profissão docente, a destacar as rela-ções cordiais entre professor e aluno, o apoio pedagógico, o espaço físico agradável, en-tre outras. A diferença entre exercer o magistério numa instituição religiosa e numa instituição laica está no fato de que a maioria dos alunos de uma instituição religiosa entra na faculdade com um objetivo de vida traçado, ain-da que provisoriamente, em muitos casos. Esse objetivo é uma motivação muito gran-de para a participação dele. Dessa forma, o professor de

instituição religiosa tem mais facilidade de mostrar a impor-tância social do conhecimen-to relacionado à disciplina que leciona. Há uma justifica-tiva concreta. E isso colabora para a criação de um ambien-te favorável para a aprendiza-gem, intenção do professor.

O LÁBARO: Você é uma devota apaixonada de Santa Teresinha do Menino Jesus. Como começou essa devoção e com o que mais você mais se identifica na santa de Lisieux?

Profª Adriana: Apaixo-nada mesmo! Dei à minha filha o nome de Teresa em homenagem à Santa Tere-sinha e a todas as irmãs car-melitas, principalmente as do Carmelo Sagrada Face e Pio XII de Tremembé. Foram essas irmãs que me apresen-taram Santa Teresinha e seu pequeno caminho para a san-tidade. E foram essas irmãs que me convenceram, pelo próprio exemplo de vida, de que esse caminho é possível. De 1997 a 2006, visitei paró-quias de nossa diocese e de dioceses em todo Brasil le-vando a mensagem de Santa Teresinha em forma de mo-nólogo teatral, os quais eram, com base em História de uma alma, escritos por mim e revi-sados ora pela Madre Thereza Maria, ora pela saudosa Irmã Maria Luíza do Carmelo de Tremembé. Fazia as apresen-tações nas missas, caracteri-zada de Santa Teresinha. Tive

Crédito: Pe. Jaime Lemes

Page 15: Jornal O Lábaro | Diocese de Taubaté | Outubro de 2015

O LÁBAROA serviço da evangelização 15Outubro 2015

a graça, em 1998, de atuar diante da Urna das Relíquias de Santa Teresinha em várias cidades do Brasil, convidada pelos padres responsáveis pe-las igrejas que a receberam. Acredito que esse trabalho, sem querer ser pretensiosa, fez bem, de alguma forma, não só para mim, pois ainda hoje me perguntam "Você não é aquela moça que fazia Santa Teresinha?". E, ao res-ponder que sim, ouço: "Não dá para esquecer". Hoje, dei-xo essa tarefa às outras garo-tas, pois já não tenho mais cara de uma moça de 24 anos (idade em que morreu Santa Teresinha). Continuo falando dela com mesmo amor, mas de outra forma.

O LÁBARO: Que análise você faz do atual Sistema Edu-cacional Brasileiro?

Profª Adriana: O sistema educacional brasileiro tem muitos problemas. E pro-blemas antigos, como bem mostra o documentário Pro dia nascer feliz, de João Jar-dim. Não conseguiria falar de todos eles agora. Então, des-taco um dos problemas que meu grupo de pesquisa sobre o trabalho do professor, no Programa de Pós-graduação em Linguística Aplicada da Universidade de Taubaté, tem investigado em seus es-tudos. Qual seria? Bem, no sistema educacional, estão as instâncias que formulam as diretrizes gerais adotadas por uma sociedade para in-tegrar seus novos membros a ela. No caso do Brasil, a ins-tância maior desse sistema é o Ministério da Educação e do Desporto, nas pessoas dos especialistas chamados para prescrever conhecimentos a

serem ensinados a partir de conhecimentos científicos. Em relação a isso, notamos que as prescrições são confu-sas e generalizantes, como se uma coisa só coubesse a todos os "Brasis" que existem no nosso país. Daí, cabe ao pro-fessor, numa busca solitária e hercúlea, reelaborar conti-nuamente as prescrições, rea-daptando-as de acordo com a situação em que se encontra, selecionando instrumentos adequados, não encontrando suporte do coletivo de traba-lho. Quando isso acontece, dizemos que o professor tem a oportunidade de resolver conflitos e avançar. Entretan-to, quando esses conflitos são muitos, frequentes e, dadas as condições, intransponíveis, o professor adoece e chega a abandonar seu trabalho. É preciso olhar para a saúde do professor. Há uma cultura de

atribuir ao professor toda a glória do sucesso do aluno e toda a culpa do fracasso es-colar. Acho que essa carga é muito pesada para os ombros do professor. É preciso ver que o professor está fazendo muito, apesar de...

O LÁBARO: Qual a sua opinião sobre a inserção da “Ideologia de Gênero” nos Planos Municipais de Educa-ção?

Profª Adriana: Olha aí um exemplo do que acabo de falar. Chega às mãos do pro-fessor que ele tem de inserir a Ideologia de Gênero na escola e promover a inclusão dos alu-nos transexuais, que, como as outras minorias, ainda sofrem discriminação. Mas o profes-sor pergunta: "Como?". E a resposta é cruel: "Você como professor deveria saber". Isso é, no mínimo injusto, pois o professor como todo profis-sional precisa de um modelo de atividade, precisa de orien-tações claras. Por que ele tem de ser o único profissional a inventar a roda todos os dias? E, quando o professor, brilhantemente, tem alguma ideia, sua voz não se faz ou-vir no sistema educacional. Tratam o professor como um mero fazedor de tarefas.

O LÁBARO: Você é mãe de trigêmeos. Como foi para você essa experiência e como você concilia maternidade e magistério?

Profª Adriana: Posso tra-balhar graças à ajuda de mi-nha família, principalmente na pessoa de minha mãe, que

é meu braço direito. Enquan-to estou aqui, respondendo a essa entrevista, ela está lá em casa fazendo a sopinha para as crianças que estão na escola. Para os professo-res, a sala de aula não é um espaço físico, mas um espaço simbólico. A gente dá aula 24 horas por dia. Estamos fazendo compras pensando no exercício que vamos apli-car no dia seguinte. Estamos numa festinha de aniversário preocupados com o artigo que temos de publicar numa revista científica. Ser mãe me ensinou a viver bem cada coi-sa. Quando estou com meus filhos, vivo o momento. São raros esses momentos, mas são intensos. É evidente que o cansaço tem me impedido de fazer muitas coisas para mi-nha família e para meu traba-lho. Tenho fugido dos chefes, que graças a Deus são muito solidários. Mas, ao final do dia, volto meu olhar apenas para o que consegui fazer. Foi pouca coisa, mas fiz bem.

O LÁBARO: Ser profes-sor é, antes de tudo, uma vo-cação. O que mais te realiza no magistério?

Profª Adriana: As pe-quenas coisas me realizam, como o fato de ser professora na faculdade de pessoas que também foram meus alunos na educação infantil. Essas pessoas, por estarem tão di-ferentes, agora adultos, não são reconhecidas por mim no primeiro dia de aula. Mas elas se apresentam dizendo: "Fui seu aluno há vinte cinco anos, e é um prazer ser seu aluno de novo". Acho que isso me realiza, entre outras coisinhas.

O LÁBARO: No dia 15 deste mês se comemora o Dia do Professor. Que mensagem você deixa àqueles que abra-çaram essa missão?

Profª Adriana: Deixo o trecho de uma prosa poética de Cecília Meireles: "É, cer-tamente, uma grande obra o professor chegar a consolidar--se numa personalidade as-sim, segura e complexa. Ser ao mesmo tempo um resulta-do – como todos somos – da época, do meio, da família, com características próprias, energéticas, pessoais, e poder ser o que é cada aluno, descer à sua alma, feita de mil com-plexidades, também, para se poder pôr em contato com ela, e estimular-lhe o poder vital e a capacidade de evo-lução. E ter o coração para se emocionar diante de cada temperamento. E ter imagina-ção para sugerir. E ter conhe-cimento para enriquecer os caminhos transitados."

Profª Adriana na Basílica de Nossa Senhora Aparecida com o marido Celso e os trigêmeos Tereza, Francisco e Fernando.

Crédito: arquivo da família

Crédito: Pe. Jaime Lemes

Page 16: Jornal O Lábaro | Diocese de Taubaté | Outubro de 2015

O LÁBAROA serviço da evangelização16 Outubro 2015

Paróquias e Horários de MissaDECANATO TAUBATÉ IDecano: Luis Lobato dos Santos

DECANATO TAUBATÉ IIDenaco: Pe. Arcemínio Leôncio Carvalho, msj.

DECANATO TAUBATÉ IIIDecano: Pe. Antônio Barbosa, scj.

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA ESPERANÇACôn. José Luciano 3652-1832

Matriz: Nossa Senhora da Esperançadomingo 10h • 19h

PARÓQUIA SÃO PIO XFrei Deonir Antônio, OFMConv 3653-1404

Matriz: São Beneditodomingo 6h30 • 9h30 • 11h • 18h • 20h

PARÓQUIA DO MENINO JESUS Pe. Carlos Alberto 3652-8459 Matriz: Menino Jesusdomingo 6h30 • 10h • 19h

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DAS DORESPe. Gracimar Cardoso 3978-1165

Matriz: Nossa Senhora das Doresdomingo 8h • 19h

PARÓQUIA SÃO JOSÉ OPERÁRIO Pe. Kleber Rodrigues da Silva 3653-4719

Matriz: São José Operariosáb 17h30 (Com. NSra Saúde) • 19h (Matriz)domingo 7h • 9h • 19h30

DECANATO PINDAMONHANGABA

Decano: Pe. Vitor Hugo Porto

DECANATO CAÇAPAVA Decano: Pe. Décio Luiz da Silva Santos

PARÓQUIA SÃO LUIZ DE TOLOSAPe. Álvaro (Tequinho) 3671-1848

Matriz: São Luiz de Tolosa(São Luiz do Paraitinga)domingo 8h • 10h • 19h

DECANATO SERRA DO MARDecano: Côn. Amâncio Calderaro Júnior

DECANATO SERRA DA MANTIQUEIRA

Decano: Pe. José Batista da Rosa

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIOMons. José Eugênio 3632-2479

Matriz Santuário de Santa Teresinhadomingo 6h30 • 8h • 9h30 • 17h • 19hsábado 19h

PARÓQUIA SANTO ANTÔNIO DE LISBOA

Côn. Elair Ferreira 3608-4908

Igreja de Santo Antônio de Lisboa(Vila São José)domingo 8h • 20h

PARÓQUIA SÃO JOSÉ OPERÁRIO

Pe. Luís Lobato 3633-2388

Matriz: São José Operáriosábado 12h • 18h. domingo 7h • 10h30 • 18h • 20h

PARÓQUIA SÃO PEDRO APÓSTOLOPe. Fábio Modesto 3633-5906

Matriz: São Pedro Apóstolodomingo 8h • 9h30 • 17h • 18h30 • 20h

PARÓQUIA NOSSA SENHORA MÃE DA IGREJAPe. Octaviano, scj 3411-7424Matriz: Santuário São Beneditodomingo 7h • 9h30 • 17h30 • 19h30

PARÓQUIA MENINO JESUSPe. Aléscio Aparecido Bombonat-ti, msj. 3681-4334

Matriz Imaculado Coração de Mariadomingo 8h • 11h • 19h

PARÓQUIA SANTA LUZIA Côn. Carlos Antonio da Silva 3632-5614Matriz: Santa Luziadomingo 10h • 19h

PARÓQUIA SAGRADA FAMÍLIAPe. Arcemírio, msj 3681-1456Matriz: Sagrada Famíliadomingo 8h • 10h30 •17h • 19h

PARÓQUIA SÃO VICENTE DE PAULOPe. Éderson Rodrigues 3621-8145

Matriz: São Vicente de Paulodomingo 7h • 10h • 17h • 19h30

PARÓQUIA Nª Sra. AparecidaCôn. Paulo César Nunes de Oliveira

sábado 19h30domingo 7h • 10h30 • 19h

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃOPe. Celso Batista de Oliveira, sjc 3686-1864

Matriz: Nossa Senhora da Conceição (Quiririm)sábado 19h domingo 8h • 18h

PARÓQUIA SÃO SEBASTIÃO Pe. Rodrigo Natal 3622-6517

sábado 18h domingo 10h • 17h • 19h30

PARÓQUIA S JOÃO BOSCOPe. Ricardo Luís Cassiano 3631-2510

domingo 7h • 10h • 19h

PARÓQUIA SANTÍSSIMA TRINDADEPe. Alberto Aparecido Ferreira

Matriz: Nossa Senhora das Graçasdomingo 7h • 9h • 10h30 • 19h

PARÓQUIA SAGRADO CORA-ÇÃO DE JESUSPe. Aloísio Wilibaldo Knob, scj 3621-4440

Matriz: Sagrado Coração de Jesussábado 17hdomingo 7h • 9h30 • 17h30 • 19h30

PARÓQUIA SENHOR BOM JESUSPe. José Vicente 3672-1102

Matriz: Basílica do Senhor Bom Jesusdomingo 7h • 8h30 • 10h • 17h • 18h30 • 20hIgreja São SebastiãoMissa:18h (Rito Bizantino)

PARÓQUIA SÃO JOSÉPe. Alan Rudz 3672-3836

Matriz: São José (Jardim San-tana)sábado 18h30domingo 7h30 • 10h30 • 17h • 19h30

PARÓQUIA ESPÍRITO SANTOPe. Antônio Barbosa, scj

3602-1250

domingo 10h • 19h

PARÓQUIA NOSSA SENHORA D’AJUDAPe. Sílvio Dias 3652-2052

Matriz: São João Batistadomingo 6h30 • 9h30 • 11h • 18h30

PARÓQUIA SANTO ANTONIO DE PÁDUAPe. Décio Luiz 3652-6825

Matriz: Santuário Santo An-tônio de Páduadomingo 7h • 9h • 19h....................................................Comunidade de São Pedro: Vila Bandeirantedomingo 17h

PARÓQUIA NOSSA SENHORADO BOM SUCESSOCôn. Luiz Carlos 3642-2605

Matriz: Santuário Nossa Se-nhora do Bom Sucessodomingo 7h • 9h • 11h • 18h

PARÓQUIA NOSSA SENHORADAS GRAÇASPe. Vitor Hugo 12 3522-5318

1º e 3º domingos 10h • 18h302º, 4º e 5º domingos 7h • 10h • 18h30

PARÓQUIA SÃO VICENTE DE PAULOCôn. Geraldo 3637-1981

Igreja Matriz: São Vicente de Paulo (Moreira César)domingo 7h • 9h • 19h30

PARÓQUIA NOSSA SENHORADO ROSÁRIO DE FÁTIMACôn. Francisco 3642-7035

Matriz: Nossa Senhora do Rosário de Fátimadomingo 7h30 • 9h • 19h

PARÓQUIA SÃO MIGUEL ARCANJO (ARARETAMA)Pe. Edson Rodrigues da Silva 3643-6171

Matriz: São Miguel Arcanjodomingo 8h • 19h

PARÓQUIA SÃO BENEDITO (Moreira César)Pe. Antonio Carlos Monteiro 3641-1928Matriz: São Benedito (Vila São Benedito)domingo 8h

PARÓQUIA SÃO CRISTÓVÃO Cidade NovaPe. Geraldo Lelis 3648-1336

Igreja Matriz: São Cristóvãodomingo 7h • 19h

PARÓQUIA SANTA CRUZCôn. Amâncio 3676-1228

Matriz: Santa Cruz (Redenção da Serra)domingo 8h • 18h30

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA NATIVIDADEPe. Alexandre 3677-1110

Matriz: Nossa Senhora da Natividade (Natividade da Serra)domingo 9h30 • 19h

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO

Pe. Antonio Claudio 3677-4152

Matriz: Nossa Senhora da Conceição - Natividade da Serra (Bairro Alto)domingo 10h (2º e 4º Domingos do mês)

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA SAÚDEPe. José Rosa 3662-7068domingo 10h • 20h

PARÓQUIA SANTA TEREZINHADO MENINO JESUSPe. José Alberto Luna Cavalcante (Pe. Beto), sjc 3662-1740

Igreja Matriz: Santa Terezi-nha do Menino Jesus (Aber-néssia)domingo 7h • 9h • 19h

PARÓQUIA SÃO BENEDITO

Pe. José Eliomar de Almeida Soares, sjc 3663-1340

Matriz: São Benedito (Capivari)domingo 10h30 • 18h

PARÓQUIA SÃO BENTO DO SAPUCAÍ

Pe. Ronaldo, msj 3971-2227Matriz: São Bentodomingo 8h • 10h • 18h

PARÓQUIA SANTO ANTONIO DO PINHALPe. João Miguel da Silva 3666-1127

Matriz: Santo Antôniodomingo 8h • 10h • 19h

Participe do jornal

O LÁBARO

(12) 3632-2855

Envie suas

dúvidassugestõescríticas

[email protected] | facebook.com/olabaro

PARÓQUIA JOÃO PAULO IIPe. Antônio Fernando da Costa

domingo 19h

PARÓQUIA DA CATEDRAL DESÃO FRANCISCO DAS CHAGAS Mons. Marco Eduardo 3632-3316sábado 12h • 16hdomingo 7h • 9h • 10h30 • 18h30 • 20h......................................................Convento Santa Clarasábado 7h • 19hdomingo 7h • 9h • 11h • 19h......................................................Santuário da Adoração Perpétua (Sacramentinas)domingo 8h30 .....................................................Igreja de Santanadomingo 9h30 (Rito Bizantino)

PARÓQUIA NOSSA SENHORADA ASSUNÇÃO

Pe. Celso Aloísio 3642-1320

Matriz: São Beneditodomingo 7h • 9h30 • 18h • 19h30

PARÓQUIA NOSSA SENHORA RAINHA DOS APÓSTOLOS (Cidade Jardim)Côn. Joaquim Vicente dos Santos

domingo 8h • 19h

PARÓQUIA SANT’ANA Pe. Antonio Carlos Gonçalves 3527-1758

Igreja Matriz: Sant’anadomingo 8h • 19h3º domingo 11h (Motociclistas)

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DE FÁTIMAPe. Luiz Claudio Winter Spolatori, 3631-1023

Matriz provisória: Exaltação da Santa Cruzdomingo 19h30.....................................................Comunidade Nossa Senhora de Fátimadomingo 10h

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO BELÉMPe. Celso Luiz Longo 3621-5170

Matriz Nossa Senhora do Belémdomingo 9h30 • 19h30

PARÓQUIA JESUS RESSUSCITADOMatriz Nossa Senhora Rosa Mística Pe. Edgar Delbem, sjr.

domingos 8h30 • 19hquintas feiras 19h30 todo o dia 13 de cada mês 19h30