12
RESENDE E ITATIAIA - JANEIRO DE 2014 Nº 213 . ANO 19 - JORNAL MENSAL DISTRIBUIÇÃO GRATUITA [email protected] www.pontevelha.com JACU (Penelope obscura) Do tupi Ya‘ku (Aulete), sugnificando “molhado”. Muito conhecido na variedade jacuguaçu (jacu grande) Características- Mede em torno de 73 cm de compri- mento. Sua plumagem é verde-bronze bem escura. Manto, pescoço e peito finamente estriados de branco. Pernas anegradas. Asas grandes e arredon- dadas. O macho possui a íris vermelha e a fêmea, castanha. Ambos apresentam uma barbela verme- lha na garganta. Habitat- mata alta. Ocorrência- sudeste e sul do Brasil, de Minas Gerais e Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul; Uruguai, Paraguai, Argentina e Bolívia. No Rio de Janeiro ocorre nas montanhas, na Serra do Mar e no litoral. Hábitos- O sinal de excitação é abrir e fechar impe- tuoso da cauda. Têm o tique de sacudir a cabeça. À tardinha, antes de empoleirar-se, tornam-se muito inquietos, sendo tal nervosismo aparentemente an- siedade para achar um bom lugar de dormida. Voa relativamente bem apesar de sua capacidade de vôo ser reduzida. Vive nas árvores das florestas, descen- do ao solo muitas vezes para alimentar-se. Alimentação- Frutas, folhas e brotos. Bebem na beira dos rios. O ato de beber se assemelha ao dos pom- bos, é um processo de sugar, com o bico mantido dentro d’água, notando-se a ingestão do líquido pelo movimento rítmico da garganta. Reprodução- Monógamos. Os machos dão comida à sua fêmea, virando e abaixando gentilmente a cabeça, como os pais alimentam os filhos. O casal acaricia-se na cabeça. Conhece-se pouco sobre as cerimônias nupciais dessas aves. O par faz um ninho pequeno nos cipoais, às vezes no alto das árvores ou em ramos sobre a água ou ainda em troncos caídos. Aproveitam também os ninhos abandonados de outras aves. Pode instalar-se so- bre um galho entre gravatás cujas folhas ela pisa, obtendo assim um ninho. Os ovos são grandes, uniformemente brancos. O período de incubação é de 28 dias. As ninhadas são de dois a três filhotes Ameaças- O desmatamento e a caça indiscriminada reduziram drasticamente a população dessas aves. É necessário aproveitar-se da boa potencialidade de reprodução em cativeiro para se obter espécimes a serem utilizados em programas de repovoamento. Muito apreciada como caça, está em extinção. Alegre esvoaça e gargalha o jacu, Apita o hnambu e geme a juriti E a brisa farfalha por entre as verduras, Beijando os primores do meu Vale do Parahiba. Patativa do Assaré (adaptado) Só observando... Os jacus

Jornal Ponte Velha - Janeiro de 2013

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Jornal de cultura e opinião

Citation preview

Page 1: Jornal Ponte Velha - Janeiro de 2013

RESENDE E ITATIAIA - JANEIRO DE 2014Nº 213 . ANO 19 - JORNAL MENSAL

DISTRIBUIÇÃO [email protected]

www.pontevelha.com

JACU (Penelope obscura)

Do tupi Ya‘ku (Aulete), sugnificando “molhado”. Muito conhecido na variedade jacuguaçu (jacu grande)

Características- Mede em torno de 73 cm de compri-mento. Sua plumagem é verde-bronze bem escura. Manto, pescoço e peito finamente estriados de branco. Pernas anegradas. Asas grandes e arredon-dadas. O macho possui a íris vermelha e a fêmea, castanha. Ambos apresentam uma barbela verme-lha na garganta.

Habitat- mata alta.

Ocorrência- sudeste e sul do Brasil, de Minas Gerais e Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul; Uruguai, Paraguai, Argentina e Bolívia. No Rio de Janeiro ocorre nas montanhas, na Serra do Mar e no litoral.

Hábitos- O sinal de excitação é abrir e fechar impe-tuoso da cauda. Têm o tique de sacudir a cabeça. À tardinha, antes de empoleirar-se, tornam-se muito inquietos, sendo tal nervosismo aparentemente an-siedade para achar um bom lugar de dormida. Voa relativamente bem apesar de sua capacidade de vôo ser reduzida. Vive nas árvores das florestas, descen-do ao solo muitas vezes para alimentar-se.

Alimentação- Frutas, folhas e brotos. Bebem na beira dos rios. O ato de beber se assemelha ao dos pom-bos, é um processo de sugar, com o bico mantido dentro d’água, notando-se a ingestão do líquido pelo movimento rítmico da garganta.

Reprodução- Monógamos. Os machos dão comida à sua fêmea, virando e abaixando gentilmente a cabeça, como os pais alimentam os filhos. O casal acaricia-se na cabeça. Conhece-se pouco sobre as cerimônias nupciais dessas aves. O par faz um ninho pequeno nos cipoais, às vezes no alto das árvores ou em ramos sobre a água ou ainda em troncos caídos. Aproveitam também os ninhos abandonados de outras aves. Pode instalar-se so-bre um galho entre gravatás cujas folhas ela pisa, obtendo assim um ninho. Os ovos são grandes, uniformemente brancos. O período de incubação é de 28 dias. As ninhadas são de dois a três filhotes

Ameaças- O desmatamento e a caça indiscriminada reduziram drasticamente a população dessas aves. É necessário aproveitar-se da boa potencialidade de reprodução em cativeiro para se obter espécimes a serem utilizados em programas de repovoamento. Muito apreciada como caça, está em extinção.

Alegre esvoaça e gargalha o jacu, Apita o hnambu e geme a juriti E a brisa farfalha por entre as verduras, Beijando os primores do meu Vale do Parahiba.

Patativa do Assaré (adaptado)

Só observando... Os jacus

Page 2: Jornal Ponte Velha - Janeiro de 2013

Bombas -Fechadura -MotoresFerragens e Ferramentas

Utensílios Domésticos

SEMPRE FACILITANDO A SUA VIDACalçadão

Fone: 3355.2277

2 - O Ponte Velha - Janeiro de 2014

P O L I T I C Á L Y ACabo Euclides e Professor Silva

1. NOVIDADE NA POLÍTICA RESENDENSE - Cada vez mais, fala-se no Dr. Diogo Balieiro, jo-vem médico oftalmologista, para Prefeito de Resende. Membro de tradicionais famílias resendenses (Gonçalves, Ferraz, Balieiro e Diniz), Diogo vem se preparando em Gestão Pública, o que revela sua vontade política. Competen-te, carismático e simples, é uma grande promessa. Contudo, os candidatos a Deputado neste 2014 não precisam se preocupar com o Diogo, pois seu objetivo não contempla a eleição deste ano.

2. CANDIDATURAS A DEPU-TADO ESTADUAL - O resultado da eleição de Deputado, espe-cialmente o Estadual, dará uma noção do que será 2016. A peça mais instigante desta eleição é a candidatura da Soraia, que poderá minar a base política do Rechuan, levando-o a não lançar sua esposa, Dra. Ana Paula. Caso seja muito perturbado com o irritante fogo amigo, Rechuan poderá fazer como muitos: apoia vários candidatos de sua aliança política, pulverizando os votos, o que implicará em Resende não fazer nenhum Deputado, mais uma vez. O último e terceiro plano de Rechuan poderá ser o lançamento da candidatura do Dr. Daniel Brito a Deputado Estadual, apenas para um batismo de urna, visando tão somente consolidar o nome do preferido à sua suces-são. Ligados em todas essas possibilidades, alguns políticos já se movimentam como pré--candidatos a Deputado Estadual por Resende, quais sejam:

2.1- DR. JULIANELLI - Ve-reador mais votado da eleição de 2008, com 2.216 votos, pelo PSB , hoje está filiado ao PSOL, sendo pré-candidato a Deputado Estadual. De um lado, seu novo partido poderá não lhe ajudar na manutenção de seu eleitorado mais conservador, supostamen-te avesso a um partido tão à esquerda. Por outro lado, o PSOL poderá ajudá-lo na conquista de votos ideológicos nas demais cidades do Estado do Rio. A imprensa tem noticiado que o PSOL terá o Senador Randolphe Rodrigues como candidato a Pre-

sidente e o Milton Temer como candidato a Governador.Na eleição de 2010, Julianelli obteve 9.241 votos aqui em Re-sende e 10.883 no total, desem-penho que, se apenas repetido, não acena com capacidade de se eleger. Contudo, seu novo partido tem um potencial puxador de votos - o atual Deputado Estadual Marcelo Freixo, que poderá se eleger e levar junto mais alguns companheiros, hipótese que poderia favorecer o Julianelli e a nossa cidade. Julianelli é um óti-mo candidato, pessoa de ilibada reputação, ferrenho defensor da ética na política. Resta saber se essas qualidades são as mais apreciadas e escolhidas pelos eleitores.

2.2 - SORAIA BALIEIRO - vereadora mais votada na última eleição, com 2.266 votos, pelo PSB, solidamente ancorada em sua imagem de Secretária de Educação e na força das famílias Nunes e Balieiro. É muito simpáti-ca e muito trabalhadeira. Sabedo-ra de que político tem que andar em busca do voto, Soraya circula por todos os lugares do Municí-pio, até nos lugares mais ermos da zona rural, onde é muito forte. Resta saber se irá concorrer como integrante da base do go-verno Rechuan, ou se o PSB se desvinculará do governo, o que achamos improvável, mas não impossível. Seu partido terá can-didato a Presidente da República, o Governador de Pernambuco, Eduardo Campos, o que recla-mará candidaturas próprias, nos principais municípios brasileiros. Assim, poderá mesmo desenca-dear uma ruptura na base políti-ca do Rechuan. A permanecer a candidatura da Soraya, os votos em Resende se dividirão muito, dificultando a eleição de todos os concorrentes. Nosso colégio eleitoral é muito pequeno para suportar mais um candidato com bom potencial de votos.

2.3 - NOEL DE CARVALHO NETO - Apesar do fraco desem-penho na última eleição para Prefeito, Noel sempre é Noel. Ainda o político de Resende com o melhor currículo, Noel tem rele-vantes serviços prestados como Deputado Federal Constituinte, como Prefeito de Resende ou

como Deputado Estadual. Nesta função, a brilhante atuação de Noel revela-se, por exemplo, em dois assuntos importantíssimos e atuais: a Transposição do Rio Pa-raíba do Sul, em São Paulo, e a ameaça de redução dos royalties do petróleo para o Rio de Janeiro. Noel foi um dos primeiros políti-cos fluminenses a gritar contra a sangria do Rio Paraíba do Sul, no Estado de São Paulo. Quanto às questões dos royalties, Noel foi o autor da Lei Estadual 4.117/2003, justificadamente batizada como “Lei Noel”, objetivando à tributa-ção das operações das refinarias com o ICMS.Quem se interessar pelo assunto, poderá digitar no google: “Lei Noel Rio de Janeiro”, ou “Transposição do Rio Paraíba do Sul - Noel de Carvalho”. Pai-xões políticas à parte, Resende precisa muito mais do Noel do que Noel de Resende. Atualmen-te encontra-se filiado ao PSD. Não se descarta a possibilidade de o Noel resolver ficar em paz em seu hotel, passando o bastão do carvalhismo para seu filho, Silvinho.

2.4 - SILVIO DE CARVALHO - Caso o seu pai não seja candida-to a Deputado Estadual, é muito provável que Silvinho o seja. Ex Vereador em Resende (1997 a 2000), pelo PDT e Ex-Prefeito, de 2005 a 2008, pelo PMDB, consta que Silvinho filiou-se ao PR, de Antony Garotinho - for-tíssimo candidato a Governador do Estado do Rio de Janeiro. Foi um movimento muito inteligente do Silvinho, pois correrá em raia própria, sem nenhuma depen-

dência das forças que hoje estão no Poder Municipal ou Estadual. Se o Garotinho decolar (hipótese muito provável), Silvinho decolará junto. A força política de Silvinho em Resende reverterá em favor de Garotinho e vice-versa, reto-mando e fortalecendo uma antiga e promissora parceria. Em todo o caso, é muito bom para Resende ter um forte aliado ao Garotinho, que, como já dito, pode ser o nos-so novo Governador.

2.5 - DRA. ANA PAULA RE-CHUAN - Estivemos na cerimônia de filiação da Dra. Ana Paula, ao PMDB, há algum tempo. Naquele evento, sua pré-candidatura foi festejada pelo Presidente Esta-dual do PMDB, o poderoso Jorge Picciani e pelos demais políticos presentes, especialmente o Dr. José Rechuan Júnior. Além de candidata do Rechuan, o maior cabo eleitoral da microrregião, Ana Paula tem vôo próprio. É médica cardiologista super--requisitada, condição na qual tem inúmeros admiradores que, certamente, poderão redirecio-nar sua simpatia para a política Ana Paula. Em princípio, pare-ce uma pessoa muito elegante para colocar suas sapatilhas na poeira, mas enganam-se aque-les que assim pensam. Como médica, está acostumada a ver o direito e o avesso da vida, o que a credencia como pessoa que certamente colocará a mão na massa e os pés na poeira. Bonita, simpática e com classe, será a musa da Alerj, caso se eleja. Tem potencial para ser uma excelente parlamentar. O Professor Silva já presenteou os Ricardos (Bebê Johson e Banana Nanica) com um sugestivo slogan: “Ana Paula é Rechuan”!

2.6 - ROGÉRIO COUTINHO - Lembra aquele ótimo cantor, com excelente banda, mas pouco sucesso. Talvez por falta de um bom empresário, como o Richard Morales. Rogério é um bom sujeito e muito bem preparado, formado em Direito e em História. Funcionário Público Estadual, já foi Secretário de Administra-ção em Resende, no Governo Mehoas. Seus votos, porém, têm sido como o salário do Professor Raimundo. Nada impede, porém, que sua perseverança melhore a

sua condição eleitoral. Desta vez, o partido do Rogério terá um can-didato a Governador altamente competitivo (o Senador Lindberg) e a Presidente Dilma, como can-didata a reeleição. Não é possível que a força destes dois não se preste a quebrar o encanto do PT resendense.

3. PARA LER NA REUNIÃO DE SECRETÁRIOS - No apagar das luzes de 2013, Professor Silva esteve com o Professor Doutor C. S. Landrace, Motivador de RH, que lhe passou uma fábula própria para se ler na próxima reunião de Secretários, como segue:

Uma ocasião, um elefante deu carona para uma formiguinha. Para recuperar o tempo perdido ao atender ao pedido da carona, o elefante começou a correr. A formiga, entusiasmada com o de-sempenho de seu benfeitor, gritou para o elefante:-- Olhe para trás, Seu Elefante, e veja o poeirão que nós estamos levantando!

Moral da história: o Município precisa de mais secretários-ele-fantes e de menos secretários--formiguinhas

4. PROFESSOR SILVA VISITA VOVÔ NOELIUS - Professor Silva visitou vovô Noelius, na passagem do ano. Dentre outras coisas, queria saber o que o mestre pensa a respeito da troca do Zerotrês. Vovô Noelius saiu com esta pérola: “Homem é igual a cavalo de corrida: a gente co-nhece é no final da prova, porque no começo todos saem jogando pedriscos para trás”...

Getúlio Vargas e Gregório Fortunato (chapéu)Foto de Jean Manzon

Jornalista responsável: Gustavo Praça de Carvalho

Reg. 12 . 923 Arte gráfica: Afonso Praça

Edição: Marcos Cotrim

21-8833. 2248 24- 9301 . 5687

[email protected] www.pontevelha.com

Expediente

Quem é jacú aí?

Page 3: Jornal Ponte Velha - Janeiro de 2013

Janeiro de 2014 - O Ponte Velha - 3

Gustavo PraçaPositivismos Campestres

VENDO linda casa no Alto Penedo

Com 2.000 m2 de área de terreno, com dois braços de rio. Três quartos e mais duas suítes com entrada independente. Tel: 99301 5687

1- O Instituto Campo Belo edi-tou uma revista, organizada por Marcos Cotrim, para lembrar a passagem dos cem anos de publicação da primeira edição do livro “A Fazenda Moderna”, de Eduardo Cotrim, fazendeiro em Itatiaia ainda na repúbli-ca velha e bisavô de Marcos. Impresso na Bélgica, em 1913, o livro marcou o início de uma agropecuária que incorporava estudo, pesquisa, novas técni-cas, novas raças bovinas, maior produtividade e conquista dos mercados das grandes cidades com a introdução de pausteri-zação e refrigeração adequada no transporte.

O engenheiro Eduardo fazia parte de um movimento de produtores rurais que forma-ram a Sociedade Nacional de Agricultura, pioneira como ins-tituição formuladora de políti-cas públicas para o campo, bem como do grupo de intelectuais formados na Escola Polytéch-nica do Largo de São Francis-co, no Rio, influenciados pelo positivismo e evolucionismo então florescentes. Introduziam a ciência na lida agropastoril, superando o primitivismo de então, que só via valor nas ter-ras virgens - as gastas pelo café eram naturalmente abandona-das. Há quem o veja como um pioneiro do que hoje se chama de revolução verde - se bem que esta se dá com gado de corte e agricultura transgênica, e Eduardo se dedicou ao leite e seus derivados. Em comum, o caminho da ciência, da técnica, do positivismo.

É interessante observar que cerca de 15 anos depois da publicação do livro chegava à nossa região o finlandês Toivo Uuskallio, fundando em Pe-

nedo uma colônia vegetariana e espiritualista, cuja primeira providência foi dar o gado que havia na fazenda por considerar o leite alimento inadequado ao ser humano – sob protesto de algumas mães que depois bus-cavam o leite clandestinamente para seus filhos pequenos. Uuskallio também desenvolvia uma ciência positiva, de viés naturalista, com tabelas em que calculava o valor nutricional de nozes, frutas e grãos, compa-rando-os aos da carne e do leite para demonstrar que se poderia prescindir destes, cujos malefí-cios, para ele, eram evidentes. Pensava em dividir o Penedo em pequenas propriedades (tamanhos de terreno e arqui-tetura de casas iguais), com lida artesanal na terra e matas preservadas. A parte seu radica-lismo e autoritarismo, podemos vê-lo como um precursor do que chamamos de agricultura orgânica.

Então, na mesma região que hoje é Itatiaia, no final da Repú-blica Velha, semeavam-se duas formas de positivismo cam-pestre: a produtivista, ancestral

do agronegócio, e a de funda-mento espiritualista e artesanal, avó do pensamento orgânico. Resta-nos, como sempre, a busca dos pontos de equilíbrio, com tempero de humanismo - este último, uma “ciência” que vai bem além da racionalidade.

2- E narro aqui um caso que tem a ver com busca de equi-líbrio. Deu-se com um amigo meu, Oscar, que ali pelos anos 70 do século passado praticava rigorosamente a dieta macrobi-ótica. Andava com bolinhos de arroz integral nos bolsos e fazia jejum regularmente. E qualquer conversa que entabulava era pretexto para uma pregação sobre alimentação, sempre muito bem fundamentada com argumentos científicos. No en-tanto, Oscar havia emagrecido bastante e andava pálido, o que fez com que um nosso amigo comum que trabalhava com propaganda lhe fizesse um dia a seguinte observação: “Olha, Oscar, você expõe muito bem os benefícios dessa dieta macro, mas você não devia dizer que você come ela não...”

A propósito, anos atrás, quan-do entrevistei Nilo Valtonen, um dos participantes da colônia de Penedo, eu lhe perguntei sobre a causa da morte de Uuskallio, que não teve uma velhice plenamente desenvolvi-da – o que seria de esperar para quem cuidava tanto da alimen-tação. “Ele morreu de fome” – respondeu Nilo com convicção. “Sempre que achava que havia algo errado com a saúde, fazia jejum”.

3- Onde precisamos muito de ponto de equilíbrio é no trânsi-to das cidades. Em Resende, em algumas ruas bem residenciais, como, por exemplo, a coronel Rocha Santos, que passa pela padaria Trigal em direção à faculdade Estácio, a vertiginosa fluência dos carros e as faixas amarelas dos dois lados da via impedem o morador de esta-cionar, e mesmo uma rápida parada para saltar uma pessoa ou descarregar uma compra torna-se perigosíssima. Será que

caminhamos para cidades em que os carros conseguem fluir, mas não podem mais parar?

4- E onde o equilíbrio se mostrou luminoso nesse fim de ano foi no lago do Mirante das Agulhas, com sua bonita e discreta árvore de Natal toda verde em meio às águas e à tranquilidade daquela pracinha, sem carro passando, só com barulho de grilo à noite. Muito mais bonita do que a árvore da lagoa Rodrigo de Freitas, diria o poeta Fernando Pessoa se tivesse nascido em Resende. O velho do lago deve ter ficado feliz e esquecido por um mo-mento suas reivindicações.

Eduardo Cotrim (1857-1919) Toivo Uuskallio (1909-1969)

Page 4: Jornal Ponte Velha - Janeiro de 2013

4 - O Ponte Velha - Janeiro de 2014

Eliel de Assis Queiroz

Colégio de Aplicação Compromisso com a educação transformadora

Colégio de Aplicação – matrículas abertas www.aedb.br/aplicação - Tel.: (24) 3383-9039

Ameaça de “Bigode Grosso” é crime

Neste final do ano um grupo de pessoas, tudo “bigode grosso”, como diz a letra do funk para se referir a pessoas poderosas e influentes, resolveu me eleger para Cristo, me julgar, condenar e crucificar. Além de não ter a mínima aptidão para o divino papel, também não sou adepto da teoria de dar a outra face para baterem. Minha teoria é: bateu levou. Se os ataque não cessarem vou levar tudo ao conhecimento da opinião pública e dos órgãos de controle do poder público.

Se alguém deste grupo se sentiu ofendido com o que eu não fiz, e eles sabem que não ajo escondido atrás do anonimato, que me procure, que peça explicações, que me pro-cesse por calúnia e difamação. Mas não me ataque pelas costas, com ameaças à minha vida pessoal, aos meus negócios e aos meus meios de sobrevivência e da minha família. Agente público que age desta forma, além de covarde, comete crime.

Estão agindo assim para desviar o foco da minha verdadeira atuação à frente do COM-SOCIAL. Julgue, caro leitor, quem é quem nesta (ainda subterrânea) história. Estão me atacando não pelo que eles acham que eu fiz, mas pelo que eu faço e continuarei fazen-do, sem medo de ameaças e de cara feia, tenha o “bigode grosso” que tiver.

Veja o que eu faço. Para começar, denunciei ao Ministério Público Federal a constru-ção de uma montadora de automóveis em cima de um complexo lagunar de 600.000m². Enquanto o mundo já sente os efeitos da falta da água, aqui em Resende aterraram uma lagoa (Lagoa da Turfeira).

Divulguei para a mídia nacional o lançamento de toneladas de chorume de origem industrial no Rio Paraíba do Sul, a caixa d’água que abastece os três mais importantes estados brasileiros. Para quem não sabe ou não lembra mais deste crime ambiental, ele ocorreu em Resende, de forma dolosa, usando uma estação de tratamento de esgoto desativada.

Solicitei ao prefeito de Resende que cumprisse a Lei Federal de Acesso a Informação, colocando no portal da prefeitura a relação dos cargos de confiança por ele nomeados, com os respectivos salários, benefícios, lotação, local de trabalho, entre outros dados.

Solicitei a lista dos imóveis alugados pela prefeitura, com seus respectivos valores, destinação e nome dos proprietários. Solicitei a prestação de contas no uso de veículos próprios e alugados pela prefeitura: para onde vão, fazer o que, transportando quem, kms percorridos, gasto de combustível.

Solicitei prestação de contas de obras e de eventos, como o da EXAPICOR, eterna caixa preta da administração municipal; solicitei transparência na prestação de contas dos serviços das concessionárias de transporte público e de água e esgoto. Entre muitas ou-tras. Isso eu fiz. Se a intenção é me atacar, senhores do governo municipal e agregados, que me ataquem, sem covardia, pelo que eu faço, e vou continuar fazendo, e não pelo que não fiz. ( Eliel de Assis Queiroz/COMSOCIAL/Presidente)

Quem acompanha a minha militância socio-ambiental nos jornais, redes sociais, conselhos comunitários e outras instituições da sociedade civil, como o COMITÊ PELA TRANSPARÊNCIA, sabe que sou franco e direto, não ataco ninguém pessoalmente e nem pelas costas, assino e assumo tudo que escrevo e faço. Sei distinguir perfeitamente o papel que cada um de nós exer-ce na vida privada e na vida pública, a conhecida Teoria dos Papéis.

Ajo assim e exijo que me tratem da mesma forma, com respeito, sem covardias e golpes baixos. Sei de todos os riscos e consequências decorrentes da minha atuação como cidadão consciente dos seus direitos e deveres. Não sou do tipo que vive dizendo: “fazer o quê?” Grouxo Marx (1890-1977)

O Colégio de Aplicação de Resende, mantido pela Associação Educacional Dom Bosco, tem o compromisso com uma educação que busca conquistar o ideal da plena realização do ser humano. No Ensino Fundamental, os conteúdos propostos são desenvolvidos de forma a pro-porcionar espaço para o aluno manifestar-se, expondo suas habilidades e competências alcançadas no processo ensino-aprendizagem. No Ensino Médio, o currículo implantado se propõe a realizar uma ação transforma-dora em cada aluno, desenvolvendo sua capacidade interpretativa, crítica e reflexiva, dando-lhe condições de uma leitura atual e crítica dos fatos sociais e de como o homem estabelece relações com o outro e com o ambiente.

O colégio propõe uma educação ampla e capaz de formar o aluno para o exercício pleno da cidada-nia, independente da sua escolha profissional.

Os estudantes, orien-tados por professores, também desenvolvem o Projeto Empreendedor do Futuro que visa auxiliá-los na sua escolha profissional.

Diversas atividades complementares são desenvolvidas, como excursões, atividades nos laboratórios de Química, In-formática e Biologia, além de pesquisa de campo, entre outras.Alunos do CAR no laboratório

Exposição no MAM- ResendeCarlos Scliar nasceu em Santa Maria, Rio Grande do Sul, em 1920, e faleceu no Rio de Janeiro em 28 de abril de 2001. Foi aluno do pintor austríaco Gustav Eps-tein. Lutou pela FEB na Itália e participou dos movimentos de ruptura com o padrão acadêmico de arte. Foto do artista em 1981

Desejo a vocês...Fruto do mato

Cheiro de jardimNamoro no portão

Domingo sem chuvaSegunda sem mau humor

Sábado com seu amorFilme do Carlitos

Chope com amigosCrônica de Rubem Braga

Viver sem inimigosFilme antigo na TV

Ter uma pessoa especialE que ela goste de você...

DESEJOS

Carlos Drummond de Andrade

Page 5: Jornal Ponte Velha - Janeiro de 2013

Janeiro de 2014 - O Ponte Velha - 5

24 . 3351-1881 / 9851 1164

Pão integral com linhaça, Granola caseira, Arroz integral cateto, Açúcar demerara, Mascavo e outros produtos

[email protected]

Entrega em domicilio Encomendas para

Hotéis

Virginia Calaes

Vendemos pelo Construcard da CAIXA e pelo CDC do Banco do Brasil

Inútil passarela

Cassiano S. Silva Neto

Cirurgião Dentista Periodontista

CRORJ. 11229

Resende Shopping, sala 329

Tel: 24. 3354-4757

Tardiamente, venho a público fazer meu protesto contra a construção da passarela sobre a Avenida Presidente Kennedy, ligando a Praça da Concórdia à Ponte Velha. Como pedestre, posso opinar sobre a inutilidade daquela passarela. Nunca tive a menor dificuldade de atravessar a avenida para acessar a Ponte Velha. Existem outros pontos da cidade onde a travessia é muito mais difícil do que ali. Gostaria de saber se aquela obra passou pela avaliação técnica de um engenheiro de trânsito.

Sem falar que aquele mons-trengo, colado na Ponte Velha – que é tombada pelo Insti-tuto Estadual do Patrimônio Cultural – é uma agressão ao nosso patrimônio arquitetônico histórico.

Outros cidadãos de Resende enxergaram o absurdo dessa passarela totalmente desneces-sária e se manifestaram, desde o início, contra essa obra desca-bida, verdadeiro desperdício de dinheiro público. Não só protestaram como agiram para tentar impedi-la.

O Comitê pela Transparência e Controle Social de Resende – COMSOCIAL entrou com denúncia junto ao Ministério Público, alegando tratar-se de dinheiro público gasto em obra desncessária e mal feita, que agride o patrimônio histórico. A denúncia foi acatada e está em tramitação naquele Minis-tério.

A esta altura dos aconteci-mentos, com a obra pronta e

já liberada para utilização dos pedestres, meu protesto é tão inútil quanto a própria passare-la. Mas não posso ficar calada, nesse momento em que acabo de ler no jornal Beira-Rio que a Prefeitura está cogitando de construir uma mureta no local, para impedir a travessia pela avenida. Isso é um absurdo! Não podemos permitir. O cidadão não pode ser obrigado a usar aquela passarela.

Ainda não a utilizei, mas já a examinei de perto e deu para perceber que não oferece se-gurança ao deficiente físico ou visual. Eu, pessoalmente, vou me sentir insegura de atravessá--la com minha filha Luiza, por-tadora de deficiência, porque é muito alta e o seu alambrado parece não oferecer muita pro-teção. Receio que Luiza tenha vertigem e sinta medo de atra-vessar. Observei também que a rampa da passarela é muito íngreme, o que pode dificultar a subida de uma cadeira de rodas.

Como membro do Conse-lho Municipal dos Direitos

das Pessoas com Deficiência, representando a Associação Educacional Dom Bosco, enviei mensagem aos demais conselheiros propondo que o assunto seja tratado no âmbito desse Conselho. De imediato, recebi, em resposta, um e-mail da conselheira Silvia Scopacasa, informando que “após reunião com Sr. Secretário de Obras, foi afirmado por ele que não haverá mureta que impeça a travessia da Praça”, conforme transcrevo de sua mensagem.

Apesar da credibilidade da informante, pessoa merecedora de toda nossa confiança, con-vém ficarmos atentos e vigilan-tes. Pelo sim, pelo não...

Em tempo: sonho com o dia em que, na cidade de Resende, intervenções urbanas de maior impacto passem por consulta popular, através dos conselhos e entidades representativas da população.

Foto

de

Erc

ílio

Gal

hard

o/Fa

cebo

ok 2

014

A Mentira com Responsabilidade- 12

Depois dos caças suecos, vêm aí os tapetes voadores

iranianos e os teletransportadores belgas

Após a recente aquisição, pelo módico valor de 4,5 bilhões de dólares, de 36 caças Gripen NG, fabricados pela empresa sueca Saab, o governo brasileiro já decidiu de quem irá comprar os tapetes voadores e os teletrans-portadores. A empresa iraniana Al Khalifa Sfiha Habib’s irá fornecer os tapetes voadores, fabrica-dos há muito tempo dentro de uma tradição familiar, com seus produtos tendo sido usados deste os primeiros anos das invasões mouras na Europa, no século VIII.

Já os teletransportadores, fabricados pela J’aime Dá Bocú, instalada em Bruxelas (capital da Bélgica), deverão chegar até o meio do ano. Os caças, como todos já sabem, serão usados para atacar os países que ferirem o secreto acordo de perder para o Brasil na Copa do Mundo deste ano.

Caso o acordo seja cumprido, os caças não precisarão ser utilizados, e ficarão em expo-sição permanente como peças de museu dentro dos estádios, estes também transformados em museu após o evento esportivo, e esta inciativa de investimento em museus tem rendido muitos elogios internacionais, em que nota-se a preocupação governa-mental de que o povo brasileiro tenha mais acesso à cultura.

No caso dos tapetes voado-res, estes servirão para dar uma maior locomoção aos câme-ra mens da Globo, durante a transmissão dos jogos, propor-cionando ângulos mais precisos de filmagem para que ninguém perca nenhum detalhe das joga-das e possa continuar com seus olhares fixos nas telas de suas televisões.

Os teletransportadores, enfim, serão muito úteis para mandar as delegações esportivas direta-mente para as cidades dos jogos, evitando que os jogadores fiquem estressados com os já tumultua-dos aeroportos brasileiros.

Com tanto investimento assim, espera-se que a Copa do Mundo no Brasil seja um sucesso total, e que este sucesso se repita nas

Krishna Simpson

Nutricionista maranhense aprova dieta à base de lagostas

de Roseana Sarney

Apesar de algumas críticas, a nutricionista Nadja Foffa, profes-sora da Universidade Federal do Maranhão, teceu muitos elogios às escolhas alimentícias da governadora daquele estado, Rosena Sarney.

Considerou nutricionalmente maravilhosa a licitação, de cerca de 1,1 milhão de reais, para a compra de 80 quilos de lagosta, 2,4 toneladas de camarão, 750 quilos de patinha de caranguejo, 50 potes de foie gras, 30 potes de geleia de pimenta e outros 60 de geleia francesa, de diversos sa-bores, 30 quilos de castanha por-tuguesa, 100 quilos de castanha de caju, 50 quilos de castanha do Pará, 1,4 toneladas de três variedades de feijão, entre outros itens, visando o abastecimento das dispensas do Palácio dos Leões, sede oficial do governo, e da residência de veraneio da governadora.

Segundo Foffa, o equilíbrio de Ômega 3, HDL (bom colesterol), Cálcio, Magnésio, Ferro, vitami-nas do complexo B, carboidratos e proteínas é perfeito, e está de acordo com a recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde). Ela, que foi consultada antes do processo licitatório, aca-bou de publicar um livro propondo uma reeducação alimentar dos políticos brasileiros.

No livro, são apresentados diversos gráficos e tabelas com-provando que uma alimentação adequada favorece o raciocínio na hora de propor novas leis, e conclui-se que os governantes brasileiros, em geral, precisam se alimentar melhor, procurando valorizar receitas mais requinta-das de chefs nacionais e interna-cionais. Para a nutricionista, este ano de 2014 deve ser um dos melhores para o povo do Mara-nhão, já que, com a governadora se alimentando bem e se estres-sando menos, as coisas devem finalmente começar a funcionar no estado.

eleições deste ano, mantendo um governo que se preocupa real-mente com as questões funda-mentais da sociedade brasileira.

A jornalista Virginia Calaes é membro do Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência.

Page 6: Jornal Ponte Velha - Janeiro de 2013

6 - O Ponte Velha - Janeiro de 2014

Tel: (24) 3354-5454 / 8811-4454 / 8817-2254 - FAX (24) 3354-6273 End.: Albino de Almeida, 261 Loja 06 – Campos Elíseos

A nossa loja de materiais elétricos tem agora 1001 utilidades para o lar

Escadas de alumínio e aço // Varal de roupa para teto, parede e chão // Ventiladores de parede, teto e chão Toda a linha de chuveiros e duchas lorenzetti Lâmpadas econômicas, todos os modelos com garantia de 1 ano

Ferramentas em geral //Pilhas Golden, Rayovac e Duracell // Lanternas de todos os modelos Panelas, faqueiros e espelhos em vários tamanhos

Materiais para festas: globo espelhado, lazer verde, máquina de fumaça e bolhas de sabão

Venha nos visitar, atender bem é o nosso prazer! Lojas Leandro, em cada cliente, um amigo!!!Lojas Leandro = Barato vende, melhor atende. E lembre-se, faturamos para condomínios e pessoas jurídicas.

Rei das Trutas(Direção Irineu N. Coelho)

A mais saborosa da regiãoConsulte o Guia 4 Rodas

Agora com certificado de selo de qualidade concedido pela Fiperj

Av. das Mangueiras, 69 . Fone: 3351-1387

Desde1985

Itatiaia em pautaItatiaia comemora a vinda da Jaguar Land Rover- A assina-tura do memorando de intenções, que oficializou dia 5/12 último, a vinda da Jaguar Land Rover para Itatiaia está sendo comemo-rada com entusiasmo por muitos moradores da cidade.

A cerimônia aconteceu no Palácio Guanabara, no Rio de Janeiro e reuniu representantes do Governo do Estado, como o Governador Sérgio Cabral, o Vice Luis Fernando de Souza (Pe-zão), e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, Júlio Bueno. Representaram a Jaguar Land Rover o diretor de desenvolvimento global, Phil Hodkinson e o presidente da empresa para a América Latina e Caribe, Flavio Padovan. Durante o evento, o prefeito Luis Carlos Ypê ressal-tou a importância da vinda da empresa para a cidade.

- Itatiaia está muito feliz com a chegada da Jaguar Land Rover. É um grande orgulho para o nosso município receber uma empresa deste porte e que certamente irá contribuir muito para o desenvolvimento não só da nossa cidade, como também da região sul fluminense, disse Ypê.

Para receber a empresa o município ofereceu boas condições de topografia e infraestrutura, como vias de acesso, fornecimen-to de gás e energia, além uma localização privilegiada às mar-gens de um rodoferroviário e da rodovia Presidente Dutra. Com investimentos de R$ 750 milhões até 2020, a fábrica deve gerar cerca de 400 empregos diretos na primeira fase, número que poderá ser dobrado até o final desta década. Ela também terá capacidade para produzir até 24 mil veículos por ano. A previsão é que as obras iniciem em 2014 e os primeiros veículos deverão sair das linhas de produção em 2016. A fábrica de Itatiaia será a primeira da marca nas Américas. Além da unidade no município, a empresa só tem a filial da China e a matriz na Grã Bretanha. A Jaguar Land Rover possui presença no mercado brasileiro há mais de 20 anos.

Itatiaia no caminho do Desenvolvimento – Itatiaia conta hoje com importantes empresas instaladas, entre elas estão a Michelin, Procter&Gamble, Hyundai Heavy Industries, Rayovac, Paranapanema, IBR-LAM, Mundial Impala, AGIS, Houter, DHL, Mills Rental, e Grupo LC e Logística, etc. Novos investimentos também estão a caminho. O município deverá receber em breve outros grandes grupos industriais e a previsão é que no prazo de três a quatro anos sejam abertas mais de mil novas vagas de empregos.

Outra conquista da cidade é a construção do Rodoferroviá-rio, que ajudará a transportar produtos e matérias-primas das indústrias instaladas na região para portos e centros do sudeste.Serão 200 milhões de investimento, em uma área total de 700 mil metros quadrados. 50 mil metros quadrados darão lugar ao rodoferroviário e cerca de 160 mil metros quadrados serão de galpões, completando esse complexo logístico. Ao todo passarão mais de mil contêineres por mês. O rodoferroviário contribuirá com o trabalho de logística, tirando parte da movi-mentação da Dutra e transferindo para a linha férrea. A previsão de conclusão é para o 1º semestre de 2014. (Com PMI)

Cidade terá orquestra?A construção da Jaguar Land Rover em Itatiaia (RJ) vai começar no segundo trimestre de 2014. Porém, já nos primeiros três meses do ano, a multinacional quer investir em cultura na região, criando uma orquestra com alunos da rede pública. O anúncio foi feito durante a cerimônia de apresentação da fábrica que aconteceu na sexta--feira (13 de dezembro último), na Câmara Municipal. “Nós vamos começar com 100 crianças esse trabalho. Vai começar no primei-ro trimestre de 2014. Começar essa educação musical com as crianças até a gente formar uma grande orquestra. Esse é o nosso sonho”, explicou o presidente da Jaguar Land Rover na América Latina, Flavio Padovan.

(Com G1)

Detroit a Itatiaia - Eu sou você amanhã?Itatiaia está investindo num tipo de indústria que está com seus dias contados... Será a Detroit brasileira??

Marcelo Freixo comentou sobre a instalação da fábrica da Jaguar Land Rover em Itatiaia, que é preciso ter aten-ção aos detalhes do projeto.

“Uma coisa é o que se anuncia nos meios de comuni-cação e outra é o que vem escrito para a Alerj. Saiu na imprensa que todos os investimentos serão bancados pela própria montadora, ou seja, um ótimo negócio, vamos to-dos ganhar emprego. Mas quando você lê o projeto, não é bem assim. Esse primeiro projeto aponta para R$ 629 mi-lhões em crédito. É dinheiro público que eu gostaria de ver investido na mobilidade urbana e não em fábrica de auto-móveis. O Rio de Janeiro já tem um dos piores trânsitos do mundo e nosso investimento é na indústria automobilística. (...) No projeto diz que o governo oferece uma carência de 30 anos com 1% de juros, dispensa de apresentação de garantia para o financiamento e não prevê estudo de impacto ambiental para a instalação dessa fábrica. Esse projeto é absurdo. O que está escrito, do jeito que está, é inadmissível ser aprovado nesta casa.”

(http://www.youtube.com/watch?v=MdbOQEFPAGs)

Crescimento sem limites ou planejamento ambiental?

A notícia que anuncia a chegada da montadora Ja-guar Land Rover em Itatiaia reflete uma tendência que afeta muito diretamente a nossa Região das Agulhas Negras, o Vale do Paraíba e a Serra da Mantiqueira. Por isso, considero urgente discutirmos profundamente os enormes impactos, cumulativos e sinérgicos, que afetam a região a partir da somatória de indústrias de grande porte que vêm se instalando no Vale do Paraí-ba, quase sempre sem estudos de impacto ambiental (EIA-Rima), porque são tratadas caso a caso.

Qual será o resultado de tudo isso somado?

Luis Felipe Cesar

Land Rover é uma subsidiária da Tata Motors, a maior empresa indiana do ramo automotivo. É também o nome pelo qual é nor-malmente conhecido o primeiro veículo todo-terreno para uso civil, desenhado pelos irmãos Wilks e construído pela Rover em 1948. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Land_Rover)

Temos demandas locais fortes de recuperação de áreas degradadas, restauração de matas ciliares, pro-teção das florestas, saneamento, conservação dos ma-nanciais, apoio ao Parque Nacional, à APA da Serrinha e outras áreas protegidas de Resende, melhorias na APA da Mantiqueira, no pobre rio Paraíba... enfim não faltam problemas e vão sobrar impactos, inclusive em áreas como habitação, segurança, transporte, trânsito, educação, saúde...

Além disso, as prefeituras não parecem empenhadas em controlar o uso do solo e não existem novos investi-mentos significativos municipais em gestão ambiental.

Tudo isso sem os ZEE (zoneamento ecológico-eco-nômico) estaduais no RJ e SP para dar um norte, um limite, uma medida. Até quando?

Precisamos mobilizar todos os setores por um esfor-ço maior para que nossa região não se descaracterize profundamente! Com base no princípio da precaução, o ideal, neste momento, é estabelecer uma moratória a novos licenciamentos de empreendimentos de médio e grande porte, até que tenhamos o ZEE definido com parâmetros reais para o desenvolvimento SUSTENTÁVEL.

Maf

alda

, por

Qui

no

Page 7: Jornal Ponte Velha - Janeiro de 2013

Janeiro de 2014 - O Ponte Velha - 7

Há muita misér ia a inda em Ita t ia iaA frase do título foi dita pelo arquiteto Ruy Saldanha, itatiaiense nascido no bairro do Campo Alegre há 67 anos e um dos homens fortes do governo Ypê, como titular da Secretaria de Planejamento. Sua experiência como gestor público começou no Paraná, no governo Nei Braga, onde pode conhecer as ideias de Jaime Lerner nos anos 1980. Para ele, que já dirigiu o SENAC em Resende e integrou diversos governos na região, a “vida pública cansa e frustra”, sendo tentadora a ideia de sair da frente de luta e tornar-se consultor. O Ponte Velha foi ouvi-lo no Paço Municipal, dia 27 de dezembro passado, procurando entender o surto desenvolvimentista que a atual gestão promove no município. O tema é urgente, pois as mudanças ocasionadas pela abertura da Rodovia presidente Dutra em 1951 e a construção da Hidrelétrica do Funil em 1967 ainda nem foram assimiladas pela cidade. O que virá por aí?

Itatiaia está virando uma “Meca” do desenvolvimento

- Com uma concentração de 87% da população na área urbana, Itatiaia dobrou em 4 anos sua frota de veículos. Isto espelha o aumento de renda da população advindo da maior empregabilidade ocasionada pala chegada das dezenas de empresas que ao longo destes últimos quatro anos se estabe-leceram em Itatiaia. A chegada destas empresas gerou a possi-bilidade a mais de mil pequenos empreendedores locais viabili-zarem seus negócios.

Verifica-se no comércio, também uma expansão inclu-sive com a chegada de grandes marcas comerciais, assim como o investimento da rede bancá-ria em ampliar suas agencias e abertura de novos bancos.

Os hotéis e restaurantes, de Penedo principalmente, encon-tram-se lotados não mais so-mente no fim de semana , mas agora durante toda a semana. Isto gera novos empregos na importante área para a econo-mia local , que é o turismo.

Isto tudo demonstra o bom momento que através da polí-tica implantada pelo Prefeito Luiz Carlos determinou, para o desenvolvimento econômico e social de Itatiaia.

Outro fator que bem de-monstra a recuperação econô-mica do município verifica-se na valorização dos imóveis e na quantidade de construções residenciais e comerciais que superam ao longo destes quatro anos mais de 300 mil m², aqui não se computaram as áreas industriais, que já ultrapassam os 400 mil m².

A receita municipal quase triplicou neste período, possibi-litando maiores investimentos na área de saúde e educação principalmente. As dificulda-des ainda são muitas pois são muitas as responsabilidades do Município para com seus cidadãos e a forma como é feita a transferência de recursos aos

municípios, apequena parti-cipação nos impostos arreca-dados pelo governo federal e estadual , os torna dependen-tes destes poderes. Mas falando das dificuldades dos municípios é preciso conhecer ainda que superficialmente como a lei obriga aos municípios a utiliza-rem seus recursos. Veja : 25% para a educação, 15% para a saúde, estes são percentuais mínimos obrigatórios, 7% para a Câmara, e em média muni-cípios quando bem geridos gastam em torno de 43 a 45 % com despesa de pessoal, 3 a 5% com pagamento de divi-das, somando tudo dá algo em torno de 92 a 95% os 5 ou 8 % restantes para outras despesa como limpeza urbana, com-bustível manutenção de vias e prédios públicos, etc.. Aí esta o cerne do problema das cidades, não há recursos suficientes para investimentos em infra estru-tura.

“Incompetência é pior do que corrupção”

Perguntado por que Itatiaia demorou tantos anos para decolar – emancipou-se há 24 anos – Ruy atribui o bom mo-mento à “credibilidade que Ypê e a equipe construíram”. Para ele, “onde há planejamento há sucesso”.

– Itatiaia estava engessada... nunca fez o que devia fazer... não fez abairramento... o Plano Diretor estava ultrapassado. Em 20 anos perderam-se 3 gerações por má formação, coisas como aprovação automática... Este quadro é que a Elenir (Elenir Laurindo, Secretária de Educa-ção) está tentando reverter.

– Temos um déficit habitacio-nal crescente, e isto não é ape-nas em Itatiaia que estimamos em cerca de 1200 habitações. Na região é estimado para os próximos anos um déficit de 15mil, se nada for feito para minimizar as invasões. Ressalto o trabalho que nossa Secretaria de Assistência Social, Direitos

Humanos e Habitação, a Re-gina Fialho, vem desenvolven-do, são cerca de 3200 familias atendidas por programas tipo bolsa família e outros.

O nó ambiental

Segundo ele, os fatores ambientais da equação estão sendo satisfatoriamente resol-vidos, tem-se seguido à risca a legislação municipal e estadual., graças ao Secretário de Meio Ambiente, o biólogo Domingos Baumgratz. – A cidade é um ser vivo, tem que haver harmonia... falta continuidade das ações... O Governo federal cuida pouco das pequenas cidades... não tem mentalidade de prevenção... tem ainda a burocracia: quem vai ler a formatação jurídica de tanta legislação? Seria preciso criar uma especialidade do Direito Civil, algo como um “Direito Urbanístico”... . A Jaguar-Land Rover , nossa mais recente conquista, vem com consciên-cia de sustentabilidade; é uma fábrica pequena, mas com alto valor agregado, com cerca de 400 funcionários diretos e ca-pacidade de produzir 20.000 ve-ículos/ano para toda a América Latina., trazem o respeito ao meio ambiente e seus acionistas cobram os resultados , exigem compensações ambientais , seja pelo que produzem ou como produzem.

Muitas outras empresas pro-curaram se estabelecer no mu-nicípio, neste caso o Secretário de Desenvolvimento Econômi-

co – Denilson (Sampaio) tem sido criterioso, pois não nos interessam as que certamente serão causadoras de grandes impactos ambientais, esclarece.

Considera, sob esse prisma, o caso do Parque Estadual da Pe-dra Selada, criado por decreto. – O levantamento socioeconô-mico não foi feito e já se debate o Plano de Manejo...! A zona de amortecimento atinge nossa zona de expansão industrial, quando 70% do território do município são áreas de proteção especial... É preciso usar bem o solo de Itatiaia. O Parque foi um erro terrível! Itatiaia per-de (por baixo) em torno de 1 bilhão e 200 em investimentos e mais uns 60 milhões em taxas e impostos... Tudo foi monta-do sobre uma mentira; faltou consulta pública em Itatiaia, além de terem tomado 17,5% do território municipal. A lei do SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação) não foi respeitada. Atropelaram tudo... Há processo tramitando no Ministério Público.

O tema é complexo, concor-da Ruy, pois toca um setor de direitos difusos e um cenário em construção, o que não o impede de alinhavar a crítica:

– Há muito despreparo téc-nico, além da judicialização das políticas públicas... tem muito interesse envolvido: o 1 bilhão usado para fazer a Rio+20 daria para sanear 20 Itatiaias... Acredito que seria muito mais eficiente para o meio ambiente se esses recursos tivessem sido utilizados para sanear e não para promoção. Gostaria que me demonstrassem o que efeti-vamente este Rio +20 propor-cionou ao cidadão que não tem água tratada ou esgoto tratado.

Não somos contra a criação de parques, somos a favor da lei. Porque ao criarem parques não obedecem as leis ? Fica um problema eternizado para dezenas, centenas de famílias, por que ao criarem parques não definem os recursos desapro-priatórios que é o cerne das

disputas e questões. O próprio Parque Nacional do Itatiaia cor-re o risco de voltar aos marcos jurídicos de 1939, por falta de indenização dos antigos pro-prietários nas sucessivas expan-sões feitas, como a de 1982.

“É preciso dar ao itatiaiense oportunidade de disputar as vagas que estão se abrindo”

O entrevistado volta a olhar as empresas recém-chegadas como os melhores parceiros. – A IBR-LAN (fabricante de artefatos de cobre) está, por exemplo, abrindo uma ligação entre a área da Graal e o bairro Jardim Itatiaia, e ainda deverá manter uma escola técnica... vamos fazer uma incubadora de empresas no estilo do Sistema “S” (Senac, Senai, Sesi), disse. Não só o setor produtivo, apro-ximou-se do município, segun-do Ruy, mas os produtores de conhecimento, como a AEDB (Associação Educacional Dom Bosco). – Nosso entendimento com o Mário (Esteves) está adiantado para um projeto de “Engenharia Pública”, uma extensão do curso de Engenha-ria Civil. Prevemos mais ainda, com bolsas e formação de professores.

A Universidade Federal do Rio de Janeiro, que participou na elaboração do novo Plano Diretor, está estudando o Plano de Mobilidade, Acessibilidade e Transporte Público, que fica pronto em 2 anos, diz Ruy.

O secretário informou que já são 2500 os itatiaienses empre-gados. – Estamos resgatando a autoestima do povo itatiaiense, dando-lhes o direito e não o favor. Muitas boas novas acon-tecerão nestes próximos anos.

Orgulho-me de ser nascido nesta cidade e agradeço ao pre-feito Ypê de nos dar a oportu-nidade de trabalhar e contribuir para o crescimento e desenvol-vimento de nosso município.

Abraço aos demais colegas secretários que são tão impor-tantes quanto os citados.

Page 8: Jornal Ponte Velha - Janeiro de 2013

8 - O Ponte Velha - Janeiro de 2014

Huummmmm... Deixe falar toda essa gente maldizente!

Cá e lá, maos fados há... E ademais, quem sai aos seus não degenera.

Tá sabendo?

Ô maiada, os pessoá da cidade me chamaram de jacú...

Mandei eis tomar...banho.

JG Contábil Ltda.CRC-RJ 004984/0

Rua Luiz Pistarini, n.º 30, sala 327 A, Campos Elíseos – Resende-RJ.Tel: (24) 3354-4646

Rua Alfredo Whately 151 . Campos Elíseos Resende Tel.: (24) 3354.5111/22.42

Manipulação Homeopatia

Fitoterapia Cosméticos

Sergio Moraes Rego Fagerlande, arquiteto e urbanista, nascido no Rio de Janeiro, graduou-se pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universi-dade Federal do Rio deJaneiro – FAU/UFRJ, em 1987. Especialista em Histó-ria da Arte e Arquitetura no Brasil pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro– PUC/RJ, Mestre e Doutor em Urbanismo pela Faculdade de Ar-quitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Professor da Faculdade de Arquitetu-ra e Urbanismoda Universidade Federal do Rio de Janeiro – FAU/ UFRJ. Tem participado ativamente do resgate da cultura finlandesa em Penedo como Diretor do Clube Finlândia e do Instituto Cultural Nórdico Brasil Finlândia. Rea-liza pesquisas sobre a tematização em cidades turísticas, objeto de sua tese de doutorado. Trabalha como arquiteto em projetos residenciais,comerciais e turísticos.

“Porto Belo” - mosaicos de Regina Sampaio Pela segunda vez o CCVM recebe os mosaicos alegres e coloridos de Regina, uma artista da nossa região, apaixonada por essa arte milenar!

O Centro Cultural Visconde de Mauá convida para exposição

Exposição, 30 de dezembro de 2013 a 16 de fevereiro de 2014, aberto de quinta a segunda, das 10 às 18h. Durante a semana visitas escolares previamente agendadas.

Apoio: Restaurante Rosmarinus Oficinallis

Márcia Patrocínio

Centro Cultural Visconde de MauáPonto de Cultura – Ponto de Leitura

Nove anos de arte, cultura e educação para todos!(Foto: Lígia Skowronski/Divulgação)

Boa música e descontração marcam início do ano para hóspedes do Pequena Suécia

O ano de 2014 começou com muita música, harmonia e diversão para os hóspedes

do hotel Pequena Suécia. Aqueles que passaram a virada do ano no aconchegante hotel em Penedo participaram de um brunch na manhã do dia primeiro embalados ao som de um agradável encontro musical regido pela maestrina Alile Cuoco.

A apresentação contou ainda com a participação da soprano Lyria Cravo, do tenor Walnei Lopes e do pianista Líuam Cardoso. O repertório do grupo encantou o público e trouxe clássicos de Mozart, Beethoven e Vila Lobos, e também canções mais popu-lares como as de Renato Teixeira, The Carpenters, The Beatles, Chiquinha Gonzaga entre tantos outros.

O brunch já se tornou tradição entre os hóspedes do hotel. Durante o evento, o sentimento de renovação e sensação de começar bem o ano era comum entre os hóspedes e convidados, alguns deles ainda se arriscaram no microfone, participando e deixando a apresentação ainda mais intimista. O som contagiou o público que em determinado momento se reuniu no jardim formando uma grande ciranda.

O hotel, um pedaço da Suécia em Penedo, serviu comidas típicas daquele país e outras delícias da nossa cultura. O Pequena Suécia está localizado na Rua Toivo Suni 33, em Penedo.

Karla Fonseca

Page 9: Jornal Ponte Velha - Janeiro de 2013

Janeiro de 2014 - O Ponte Velha - 9

Marcos Cotrim

Gecilda GioiaFONOAUDIÓLOGACRFa 2728 RJ

Pós-graduada em Magistério do Ensino SuperiorEspecialista em voz

Av. Saturnino Braga, 369 sala 311 Resende Shopping - Tel. (24) 3354-2041

É raro os manuéis...Eu e Maria estamos conversan-

do com Rogério, nosso respec-tivo tio e tio-avô. Ele me sugere que o humanismo não está com nada, que eu deveria ler Heide-gger e tomar banho de ribeirão ao invés de ir a manifestações populares. Maria me cochicha:

- Tia, ele não parece aqueles portugueses, Pedro Alvares Ca-bral ou Pero Vaz de Caminha?

- Por que, Maria?- Ah, esse cabelo branco com-

prido com um rabicho...As coincidências às vezes são

curiosas. Pouco depois comecei a assistir

o abecedário do Deleuze, e sua articulação de professor mais preocupado com a intuição e com o resvalar de pensamentos geradores de novos pensamen-tos nos alunos. Ao explicar sua não defesa dos “direitos huma-nos”, mas da jurisprudência, o francês argumenta que acredita mais na luta por uma prática de justiça que seja aplicada da mesma forma para todos. De repente entendi tangencialmente – frente ao Rogério e ao Gilles sempre entendo tangencialmen-te – o que meu tio quis dizer. Os “direitos humanos” são requeri-dos sempre que estão em falta; o que implica que nossa juris-prudência não funciona como deveria, já que tanto clamamos por eles no Brasil.

Num momento em que o ter-mo “direitos humanos” se tor-nou senso comum, sua aplicação não equânime se reproduz, não obstante as batalhas travadas em seu nome. Nossa lei é aplicada de modo desigual em diversas instâncias da sociedade, nas remoções em nome de grandes eventos e no transitar livremen-te pela cidade, dependendo do

A palavra de Deus em vãoLila Almendra

endereço e da cor de pele. Os “direitos humanos” se tornaram o reme-reme dos que falam bo-nito e o usam como prerrogativa em prol da manutenção de um status quo que a alguns favore-ce. É como a palavra de Deus dita em vão, que serve menos a qualquer coisa do que para dizer que se está falando de Deus.

Essa aplicação diferenciada dos direitos parece estar em conso-nância com uma estrutura social historicamente problemática, es-treitamente relacionada à ques-tão étnica. Muitos jovens sofrem por serem negros, pobres ou por outra desvantagem frente ao trator inabalável do capital, que hoje caminha ao lado do Esta-do. E essa marcha parece ser uma constante avassaladora nas grandes cidades brasileiras cujas prisões comportam mais de 90% de jovens, que em comum são negros e pobres.

Quando aponta para a juris-prudência, Deleuze evidencia que o buraco é mais embaixo: nada de luta por migalhas, mas garantias de um Estado iguali-tário. A prática da jurisprudên-cia favorece a todos, pois seu resultado viabiliza mudanças reais sólidas, capazes de tornar mais saudável toda a socieda-de, uma vez que seus cidadãos

identificam-se entre si enquanto conformam um todo que só existe e pode estar em harmonia a partir da sua integração.

A garantia da jurisprudência é fundamental: se os direitos à ali-mentação, à moradia, transporte, saúde e educação – regidos pelo princípio da igualdade – repre-sentassem bens cujo acesso nos fosse oferecido da mesma forma, não precisaríamos lutar por direitos humanos, mas a luta seria una em prol de traje-tórias dignas do que significa ser humano, sem distinção de quem os prescinde.

Minha ilusão atual é que o Bra-sil crie seu próprio paradigma de sociedade e possamos nos recriar dentro disso. Quando o Estado oferecer lotes àqueles que desejam voltar à terra, de-sestimular uma satisfação social baseada no consumismo, e possamos nos cinemas e salas de aula encontrar brancos e negros lado a lado, saberemos, enfim, que nos tornamos uma nação de concidadãos e partilhamos orgulhosamente uma identidade nacional.

A pedido do tio, encontrei uma edição do Heidegger num sebo, e o avisei. Ele quer que eu leia, e desconfio que o huma-nismo vá se confundir depois da empreitada. Mas Heidegger foi o mestre de Hannah Arendt, aquela que viu nos nazistas não monstros, mas sujeitos que es-tavam simplesmente cumprindo ordens. É por isso que qualquer jurisprudência deve antes de tudo ser humana (para isso sim valem os “direitos humanos”!), da mesma forma como nós, que podemos nos tornar mais humanos ao celebrarmos a graça da vida longe dos shoppings.

Gilles Deleuze (1925-1995)

Mar

tin H

eide

gger

(188

9-19

76)

O jornalista italiano Eugenio Scalfari, do La Republica, resol-veu aproveitar a onda de bom senso criada pelo Papa Francisco para pôr em sua boca a sentença de que “o pecado foi abolido” por Sua Santidade.

O desmentido veio rápido. Afi-nal, não há religião sem pecado, cujo contraponto é graça, perdão e misericórdia. Tudo mais - cul-to, ética, instituição etc. - decorre disso, e por isso é relativo à humildade onde ecoam milênios de evangelho e sabedoria, não só católica, diz Francisco.

Exemplar é o drama de Antígo-na personagem de Sófocles, que apela à lei natural - e portanto à obediência humilde - inscrita no coração dos homens, para reivindicar os direitos do irmão, Polinice, perante o arbítrio do rei Creonte (o estado).

O pecado é a agressão a tal lei não escrita, desobediência em úl-tima análise à vontade de Deus, supremo legislador. E o poder humano é divinizado - mesmo nas democracias - quando se faz derradeira instância do Direito e fundamento da liberdade.

Ser livre não é fácil como parece a nós, modernos, que vemos a liberdade na afirmação da própria vontade, a colecionar direitos fundados na lei escrita.

Consagrou-se o mito da “pes-soa ética” feliz porque autôno-ma. Mas o dogma iluminista de que o indivíduo escolarizado se libertaria dentro do estado de direito cai por terra a cada abalo dos instintos ou dos fundamenta-lismos: políticos, religiosos, jurí-dicos, psiquiátricos, acadêmicos, econômicos..., moralismos que funcionam como religião para os crentes no progresso.

Libertos do pecado pela ilu-são de progresso, esqueceram a pequena sabedoria do senso comum, que Descartes ajudou a desmoralizar com o cientifi-cismo. A cultura tecnocrática trocou sábios por peritos e perdeu o siso. Com os projetos tecnológicos de felicidade, sumiu a consciência não só do pecado. Não se sabe nem mais curar uma gripe em casa, por exemplo. O estado vacina o rebanho, e os néscios enri-quecem os laboratórios com a bênção da utopia humanista.

A convicção de que há uma verdade inscrita nas consciên-cias criou santos, heróis e ar-tistas, cuja trajetória peregrina errava em busca do sagrado. Para eles, ser livre era sub-meter-se a este mistério; que o digam amantes e amadores, versados na arte da obediência, para quem a graça precede o esforço, e o espírito, a letra.

Quem provou da graça ou da gratuidade não esquece jamais. Torna-se pensativo... às vezes pensador, e porque “todo penso é torto”, por linhas tor-tas acaba tornando-se o que já é: uma errância pronta a voltar para casa, diria Heidegger.

Errare humanum est?

Page 10: Jornal Ponte Velha - Janeiro de 2013

10 - O Ponte Velha - Janeiro de 2014

Av. Casa das Pedras(a 800m do Portal de Penedo)

24 . 3351 2072

Assessoria Jurídica Ambiental - Licenciamento AmbientalCurso de Educação Profissional na Área Ambiental

(24) 3355.1006 | 9254.9851 | 8182.7570

www.grandiflora.com.br

Gás - Água - Ração

(24)3351.1047

3351.1616

Av. Brasil, 851 - Penedo - Itatiaia

Disk Entrega

Ministério da Educação autoriza curso de Engenharia Mecânica da AEDB

A Associação Educacional Dom Bosco – AEDB oferece, a partir de 2014, o curso de Enge-nharia Mecânica, para formar profissionais para o polo automotivo e siderúrgico do Sul Flu-minense. A implantação do novo curso foi autorizada pelo Ministério da Educação, através da Portaria nº 693, do dia 17/12/13. Este curso atende à crescente demanda de engenheiros mecânicos pelas indústrias da re-gião e, ao mesmo tempo, oferece aos vestibulandos nova opção de formação profissional com grande empregabilidade. Segundo a AEA (Associação de Engenheiros Automotivos), apenas 18% dos engenheiros especializam-se em mecânica, no Brasil, o que indica uma carência de profissionais dessa área no mercado de trabalho. A Faculdade de Engenharia da AEDB oferece, ainda, os cursos de Engenharia de Produção Automotiva, de Produção Metalúrgica, Elétrica-Eletrônica e Engenharia Civil.

Vestibular AEDB 2014 – 25 de janeiro * Inscrições: www.aedb.br/vestibular * Informações: 0800-282-1505

Baja da AEDB participando de competição nacional

RUÍNAS NOS CORAÇÕES

QUANDO PENETRO NESSAS ENTRANHAS EMUDECIDAS,QUANDO DEVASSO RUINAS QUE AINDA SENTEM DOR

AFOGADAS NO ESQUECIMENTO, O QUE VEJO SÃO CASAS SENHORIAIS QUE DESABAM, IGREJAS INCHADAS

QUE PURGAM ABANDONO, FAZENDAS QUE NÃO MUGEMNEM FLORESCEM, FORTALEZAS ANCESTRAIS, ESQUELETOS

DIGNOS SORVENDO SAL E BOLORES DA INDIFERENÇA...AH, PUNGE VER EMBLEMAS DOS TEMPOS DE ALTANARIA DESNUDADOS AO SOL IRREVERENTE DOS TRÓPICOS... SINTO PREMONIÇÕES QUANTO AO FUTURO DA RAÇA, SINTO MEDO POR MIM, POR TODOS, PELAS CULPAS

QUE TEMOS POR SONHOS SUFOCADOS, POR SAGAS PERDIDASE GRANDEZAS QUE DEIXAMOS APODRECER ENTRE ENTULHOS.

TARDE DEMAIS

A CIDADE PARECE CALMA. É DISFARCE, ENGANO:DORME SEM CONVULSÕES VISíVEIS PORQUE

TALVEZ SEJA TARDE DEMAIS PARA GRITAR.SONHA... VÊ REDIVIVOS OS POETAS SUBLIMES

QUE MAMARAM EM SUAS TETAS FARTAS DE GRANDEZA,EMBALADOS POR PAISAGENS DESLUMBRANTES.

SOLUÇA BAIXINHO ANTE O CORTEJO DA MEMÓRIAQUE SE AFASTA PARA O VAZIO NOS RASTROS

DO DOUTOR MAIA, DA NARCISA, DA DONA BENEDITA.AH! AGITA-SE COM OS PERCALÇOS DE MOMENTOS

EM QUE SE VIU ESVAZIADA DE SEUS NOTÁVEISQUANDO AS TERRAS EXAURIDAS MAL DEVOLVIAM

O SUSTENTO DE ELITES ARRAIGADAS NO ESCRAVAGISMO QUE PARA O BEM OU PARA O MAL SE ESCAFEDERAM...

RENEGA O CÁLICE DE MIL NOVECENTOS E OITENTA E OITOQUE CONVALIDOU MUTILAÇÕES DA HISTÓRIA

AO SABOR DE RELES POLÍTICAS LOCAIS.DEBATE-SE EM PESADELOS, RESPIRA COM DIFICULDADE

POR NÃO PODER ABORTAR MALEFICIOS, ABSURDOS QUE ALIENIGENAS OU MUNICIPES PRIMÁRIOS

INOCULAM-LHE AGORA NO VENTRE GENEROSO:VE ÁGUAS, MONTANHAS, ARES CONSPURCADOS

POR FUMAÇAS SIDERÚRGICAS, CARROS EM PROFUSÃOTUDO SOB O MANTO SEM REMISSÃO DA INDIFERENÇA.

Dois poemas de Somavilla

Page 11: Jornal Ponte Velha - Janeiro de 2013

Janeiro de 2014 - O Ponte Velha - 11

Posto AvenidaBob`s

Seu carro agradece e seu paladar tambémCREDIBILIDADE

Esta invocação é uma Prece MundialExpressa verdades essenciais.

Não pertence a nenhuma religião, seita ou grupo em especial. Pertence a toda humanidade como

forma de ajudar a trazer a Luz Amor e a Boa Vontade para a Terra. Deve ser usada

frequentemente de maneira altruísta, atitude dedicada, amor puro e pensamento concentrado.

A Grande Invocação

Desde o ponto de Luz na Mente de Deus,que aflua Luz às mentes dos homens.

Que a Luz desça à Terra.

Desde o ponto de Amor no Coração de Deus, que aflua Amor aos corações dos homens.

Que aquele que vem volte à Terra.

Desde o Centro, onde a Vontade de Deus é conhecida, que o propósito guie

as pequenas vontades dos homens.O propósito que os Mestres conhecem

e a que servem.

Desde o centro a que chamamos raça humana, que se cumpra

o plano de Amor e Luz. E que se feche a porta onde mora o mal.

Que a Luz, o Amor e o Poder restabeleçam o Plano Divino na Terra.

Unidade de Serviço para Educação IntegralAv. Nova Resende, 320 – sala 204

CEP: 27542-130 – Resende RJ – BrasilTels(0xx24) 3351 1850 / 3354 6065

A 10km de Penedo,ConheçA umA AutêntiCA

CriAção de trutAs

EntrEga Em Casa

Telefone 3381-7141 ou 9915-5084 www.trutasdaserrinha.com.br

Trutas da Serrinha Frescas, defumadas,

desossadas, patês, casquinhas.

Tanto se fala de alimentação e direitos humanos. Somos ávidos de alimento, embora consumimos tão pouco ou nenhum efetivo valor nutricional em nossas mesas. A segurança alimentar não depende apenas da capacidade produti-va, mas está ligada a outros problemas, como a questão do acesso aos alimentos, o poder aquisitivo, a qualidade nutri-cional, as contaminações de alimentos produzidos através de cargas pesadas de agrotóxicos, entre outros.

Desejamos qualidade, preservação e acesso, mas dificultamos o processo, pois praticamos uma conservação que exclui e aumenta as condições de desi-gualdade e pobreza.

Para reconhecermos a existência e promovermos a permanência dos agri-cultores familiares nas regiões urbanas e periurbanas do nosso município, pre-cisamos valorizar essas práticas, respei-tando suas especificidades e pensarmos estratégias que mobilizem de forma eficaz, as políticas públicas que viabili-zam essas ações.

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO),

Agricultura familiar e segurança alimentar ao nosso alcance!

lança 2014, o Ano Internacional da Agricultura Familiar (Aiaf), destacando o seu papel na diminuição da fome e da pobreza. Poucos são os países do mun-do que têm políticas para a agricultura familiar, estando o Brasil na lista dos que possuem, mas será que estas atingem um número efetivo de pessoas? Cum-prem realmente seus objetivos? Cabe a nós avaliarmos o que realmente esta-mos fazendo para contribuirmos com a fiscalização dos projetos apresentados e executados em nosso país.

Aproveitando este espaço, convida-mos a população resendense, através da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, com o apoio da EMATER, a visitarem a “Feira de Alimentos” e adquirirem verduras e frutas orgânicas a preços populares, oriundas de nossa agricultura familiar, na 2ª quarta feira de cada mês, no Restau-rante Cidadão Vereador Francisco Quirino, Resende, RJ. A feira acontece durante o horário de almoço, das 10:30 às 14:30 horas.

Lutemos pela visibilidade dos agri-cultores familiares do município, que contribuem para a dignidade da vida do Planeta! Que minhas palavras ecoem aos seus ouvidos como um apelo à garantia de acesso à alimentação saudável, respei-tando o direito humano à alimentação adequada e à segurança alimentar.

Cíntia Periard SoaresNutricionista, Especialista em Clínica, Es-porte e Fitoterapia

Page 12: Jornal Ponte Velha - Janeiro de 2013

12 - O Ponte Velha - Janeiro de 2014

Fala, Zé Leon

Casa sarquisSímbolo de distinção e confiança

Telefones: 3354-2162 / 3354-7245

Brinquedos - Tecidos - ArmarinhosConfecções - Cama e mesa

Joel PereiraAdvogado - OAB.RJ - 141147

[email protected]. Ten. Cel. Adalberto Mendes, 21/201

CEP: 27520-300 - Resende - RJ Fones: (24) 3360.3156 / 3354.6379

Zé Leon

Claude Monet, A Ponte japonesa, 1897

Dr. Maurício DiogoCirurgião Dentista - CRO-RJ 10689

Resende Shopping - sala 312 - Tel: (24) 3360.4646

ImplantodontiaEspecialista em implantes e prótese sobre implantes

La Nave VaOtanes Sólon

Como é doce a vida de quem esteve no poder. Recentemente fomos brin-dados por uma reportagem acidental sobre a fiscalização de embarcações feita por uma TV local na costa verde. Quem diria, abordaram logo a lancha do ex-prefeito de Porto Real. Não era uma lancha qualquer, mas um exem-plar luxuoso. Uma embarcação avalia-da em R$ 4.000.000,00 (isso mesmo! Quatro milhões de reais). Como ex-pressa a cifra, um brinquedo de milio-nário, onde com certeza cabem toda a câmara de vereadores, as controlado-rias, o tribunal de contas e promotoria pública e ainda sobra espaço para uns empreiteiros.

Feliz 20152013 foi um bom ano, para mim e

para o Brasil. Quer dizer, nem tanto, ele começa com a tragédia da boate Kiss, em Santa Maria – RS, onde mais de du-zentos jovens e duzentos sonhos foram destruídos num incêndio que resume o que é a fiscalização dos espaços públicos e privados desse país.

Mas foi um ano também que o povo saiu para as ruas para protestar contra tudo que está aí, não só pelos 20 cen-tavos de aumento da passagem. Mas é aquela história, não adianta ir para as ruas como leões, e ir para as urnas como jumentos.

Para mim, foi um ano em que final-mente consolidou-se o Festan – Festival de Teatro das Agulhas Negras, com sua quarta versão em Engenheiro Passos. Foi lindo, foi mágico. Quando criei esse festival, minha ideia seria, basicamente, não fazer em espaço fechado, e de prefe-rência em lugares que não tinham teatro. Assim foi nos primeiros 3 anos em Qua-tis e esse ano no distrito de Resende, mas sempre com apresentações também em Porto Real e Itatiaia.

Engenheiro Passos é um distrito afastado de tudo, que tem entre ele e sua sede – Resende – 28 quilômetros, uma barreira fiscal e um pedágio. 3 hotéis fa-zenda, uma farmácia, dois supermerca-dos, um armazém, algumas lojas e bares,

muitos bares. E igrejas, muitas igrejas. E a Indústrias Nucleares do Brasil –

INB, nossa principal personagem da his-tória que conto. Ela foi a patrocinadora master do Festan, e por conta disso, a base do festival foi no distrito. O que se viu? Até quinze dias antes do even-to, o que eu ouvia era “o povo de Eng. Passos não vai a nada, se forem duzentas pessoas no teu festival, já agradece”. E o que aconteceu? 700 pessoas na primeira noite e oito dias depois, mil pessoas na noite de encerramento. E muitas crian-ças, e muitos idosos, e família inteiras, até crianças de colo. E o cara do cachor-ro quente vendendo tudo, e o cara do churrasquinho vendendo tudo, e o cara da mini pizza vendendo tudo, e oficinas rolando na escola estadual. Ufa, enfim, Engenheiro passos não é mais a mesma depois desses 8 dias, e a INB se conso-lidando na comunidade onde ela está implantada, não fugindo da sua respon-sabilidade social além de ser a principal empregadora e uma das maiores arreca-dadoras de ICMS de Resende, se não for a maior.

Falando em Engenheiro Passos: por que diabo o custo da água no distrito custa o mesmo preço de Resende? Lá a água vem da serra, desce por gravidade, limpinha, é colocado cloro só por garan-tia, enquanto em Resende ela é retirada do Paraíba, tratada e distribuída por gigantescos e complexos sistemas?

E agora, em 2014, começo uma nova missão na minha vida. E das mais agradáveis. Assumi, a convite da prefeita Cida, a condução das politicas públicas de cultura de Porto Real. Corajosa essa prefeita. Primeiro porque fez uma refor-ma administrativa extinguindo cargos, enxugando a máquina, entrando 2014 sem uma dívida sequer. Segundo: De ter me convidado. Corações ao alto e ao trabalho.

Meus poucos, mas fiéis leitores devem ter achado estranho o título da coluna “Feliz 2015”, se estamos começando 2014.

Cáspita: com carnaval, semana santa, Copa do Mundo e eleições, vai ter 2014?

Como tem jacu em Engenheiro Passos...!

Cardoso Construção Fazemos sua obra do piso à

cobertura

Antônio e Walter

tels: 99057453 ou 99184877

É evidente no vídeo o constran-gimento do ex-prefeito mediante a surpresa inconveniente. São poucas as vezes que presenciamos políticos perto de uma câmera fingindo não estar ali. Encolhido à poupa, em sua vergonha (sim, porque a única vergonha que um político demonstra é quando pego em flagrante). Porto Real deve ter imenso orgulho de seus governantes, da turma da baixada fluminense que se encaste-lou à sombra de sua arrecadação. É a cidade do transporte gratuito.

Outro dia estava passando pelo trecho asfaltado da estrada de Bulhões pertencente ao município. Era evidente que se tratava de obra recente. O asfal-to já apresentava grandes ondulações denunciando a falta de qualidade do pavimento. Das rachaduras, como em um passe de mágica, brotavam a água salgada dos mares de Angra.