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IMPRESSO ESPECIAL CONTRATO N o 9912233178 ECT/DR/RS FUNDAÇÃO PRODEO DE COMUNICAÇÃO CORREIOS Porto Alegre, 1 o a 15 de fevereiro de 2011 Ano XVI - Edição N o 579 - R$ 1,50 Nosso jornal está na web. Acesse e deixe sua opinião e sugestões. www.jornalsolidario.com.br Com facilidades de compra cada vez mais acessíveis, as montadoras brasi- leiras comemoram recordes sucessivos de vendas de veículos. Mas as vias urbanas não acompanham a mesma expansão pelo que, cada vez mais, os deslocamentos se tornam sinônimo de estresse. Só no Rio Grande do Sul já são 4,7 milhões de veículos, um crescimento de 6,6 por cento entre 2009 e 2010, segundo o Departamento Estadual de Trânsito. Cada dia, 794 carros novos ganham as estradas e as ruas das cidades riograndenses. Nesse ritmo, em 2020 a frota gaúcha estará dobrada: 8,6 milhões de veículos. Paróquia S. Sebastião Assumir as alegrias e os sofrimentos, os sucessos e os fracassos junto com a co- munidade, concomitante às celebrações litúrgicas na Igreja. Essa é a tradição a ser continuada pelo novo pároco da Igreja S. Sebastião. Mas que também considera vitais para a Igreja Católica três grandes objetivos que desenvolve há mais tempo, expressos nas fotos ao lado, e que não quer interromper na sua nova missão: uso intensivo dos meios de comunicação, máxi- ma atenção à chaga social da drogadição e muita dedicação à consciência ecológica. Página 7 A insana vida urbana www.mundoeducacao.com.br/ Um jeito diferente de ser comunidade “A sabedoria deve vir pou- co a pouco - caso contrá- rio, ela esmagaria.” Idries Sha (Re)construindo um Projeto de Vida – Valorizando a Vida em todas as suas dimensões Sob esse lema, a Irmandade de Nossa Senhora dos Navegantes realiza a 136 a edição de sua festa que inclui a tradicional procissão do dia 2 de fevereiro. Nessa data, a imagem, transladada para a Igreja do Rosário em 23 de janeiro, centro de P. Alegre, voltará ao Santuário localizado na zona Norte da Capital, acompanhada por dezenas de milhares de devo- tos e pagadores de promessas, de todas as idades e de várias cidades da região metropolitana e interior do Estado. A Igreja do Rosário, rua Vi- gário José Inácio 402, Centro de P. Alegre, fica aberta diariamente para a visitação, com celebração de missas de segunda a sábado às 7h30min, 10h, 16h, 18h15min e no domingo, às 8h, 10h30min, 16h e 18h. Página 11

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IMPRESSO ESPECIALCONTRATO No 9912233178

ECT/DR/RSFUNDAÇÃO PRODEODE COMUNICAÇÃO

CORREIOS

Porto Alegre, 1o a 15 de fevereiro de 2011 Ano XVI - Edição No 579 - R$ 1,50

Nosso jornal está na web. Acesse

e deixe sua opinião e sugestões.www.jornalsolidario.com.br

Com facilidades de compra cada vez mais acessíveis, as montadoras brasi-leiras comemoram recordes sucessivos de vendas de veículos. Mas as vias urbanas não acompanham a mesma expansão pelo que, cada vez mais, os

deslocamentos se tornam sinônimo de estresse. Só no Rio Grande do Sul já são 4,7 milhões de veículos, um crescimento de 6,6 por cento entre 2009 e 2010, segundo o Departamento Estadual de Trânsito. Cada dia, 794 carros

novos ganham as estradas e as ruas das cidades riograndenses. Nesse ritmo, em 2020 a frota gaúcha estará dobrada: 8,6 milhões de veículos.

Paróquia S. Sebastião Assumir as alegrias e os sofrimentos, os sucessos e os fracassos junto com a co-munidade, concomitante às celebrações litúrgicas na Igreja. Essa é a tradição a ser continuada pelo novo pároco da Igreja S. Sebastião. Mas que também considera vitais para a Igreja Católica três grandes objetivos que desenvolve há mais tempo, expressos nas fotos ao lado, e que não quer interromper na sua nova missão: uso intensivo dos meios de comunicação, máxi-ma atenção à chaga social da drogadição e muita dedicação à consciência ecológica.

Página 7

A insana vida urbanawww.mundoeducacao.com.br/

Um jeito diferente de ser comunidade

“A sabedoria deve vir pou-co a pouco - caso contrá-

rio, ela esmagaria.” Idries Sha

(Re)construindo um Projeto de Vida – Valorizando a Vida em todas as suas dimensõesSob esse lema, a Irmandade de Nossa Senhora dos Navegantes realiza a 136a edição de sua festa que inclui a tradicional procissão do dia 2 de fevereiro. Nessa data, a imagem, transladada para a Igreja do Rosário

em 23 de janeiro, centro de P. Alegre, voltará ao Santuário localizado na zona Norte da Capital, acompanhada por dezenas de milhares de devo-tos e pagadores de promessas, de todas as idades e de várias cidades da região metropolitana e interior do Estado. A Igreja do Rosário, rua Vi-gário José Inácio 402, Centro de P. Alegre, fica aberta diariamente para a visitação, com celebração de missas de segunda a sábado às 7h30min,

10h, 16h, 18h15min e no domingo, às 8h, 10h30min, 16h e 18h. Página 11

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1o a 15 de fevereiro de 2011A RTIGOS 2

Fundação Pro Deo de Comunicação

Conselho DeliberativoPresidente: José Ernesto

Flesch ChavesVice-presidente: Agenor Casaril

CNPJ: 74871807/0001-36

Voluntários Diretoria Executiva

Diretor Executivo: Adriano Eli Vice-Diretor: Martha d’Azevedo

Diretores Adjuntos: Carmelita Marroni Abruzzi, Elisabeth Orofino e

Ir. Erinida GhellerSecretário: Elói Luiz ClaroTesoureiro: Décio Abruzzi

Assistente Eclesiástico: Pe.Attílio Hartmann sj

RedaçãoJorn. Luiz Carlos Vaz - Reg. 2255 DRT/RS

Jorn. Adriano Eli - Reg. 3355 DRT/RSCristiano Varisco - Estagiário de Jornalismo

Revisão Ronald Forster e

Pedro M. Schneider (voluntários)Administração

Elisabete Lopes de Souza e Norma Regina Franco LopesImpressão

Gazeta do Sul

Rua Duque de Caxias, 805 Centro – CEP 90010-282

Porto Alegre/RSFone: (51) 3221.5041 – E-mail:

[email protected]

Conceitos emitidos por nossos colaboradores são de sua inteira responsabilidade,

não expressando necessariamente a opinião deste jornal.

Conselho Editorial Presidente: Carlos AdamattiMembros: Paulo Vellinho,

Luiz Osvaldo Leite, Renita Allgayer e Beatriz Adamatti Diretor-Editor

Attílio Hartmann - Reg. 8608 DRT/RSEditora Adjunta

Martha d’Azevedo

EditorialVoz do Pastor

Dom Dadeus GringsArcebispo Metropolitano de P. Alegre

.

A guerra só acabou com a morte do rei inimigo, mas custou muito caro ao vencedor, que sentiu o peso da miséria na sua própria vida.

Foram necessários alguns anos para que o rei conseguisse de novo acumular fortuna, com muito trabalho nos campos e a conquista de outros lugares.

Assim, meditando na sorte e no azar, na riqueza e na pobreza, o rei chamou seus sábios consultores e pediu que eles definissem em uma única frase esses dois momentos tão opostos… e que desse força para que ele superasse a falta de recursos, os problemas e dificuldades e, quando na riqueza, não esquecesse dos mais pobres, das dificuldades do povo que ele comandava.

A frase vencedora daria honras e glórias ao seu criador e seria escrita na bandeira daquele reino, e seria inserida no brasão real do rei. Em vista disso, os gênios de todos os cantos man-davam sugestões, enviando frases que mais pareciam histórias.

Um dia, o rei, em um dos seus passeios pelos arredores do seu reinado, teve sede e parou perto dum casebre na estrada e um dos seus soldados bateu palmas.

Um senhor bem sorridente o atendeu e logo trouxe água para o rei em uma caneca simples, mas muito limpa, o que

A primeira é a justiça. Manda dar a cada um o que é seu. O sétimo mandamento proíbe roubar, ou seja, avançar sobre a propriedade alheia, apropriando-se indevidamente do que é dos outros ou é comum. A segunda virtude é a misericórdia, que ultrapassa os limites da justiça. É o novo relacionamento que Cristo veio estabelecer entre os homens, de serem misericordiosos como nosso Pai celeste é misericordioso. Manda ajudar os mais carentes com o que tem de próprio.

Diz o Gênesis que, no final de cada dia, Deus contemplava sua obra e constatava que o que fizera era bom (Gen 1,3). A narração, que constitui uma das bases de nossa fé, surge de um contexto polêmico acerca do mal. Quer garantir que Deus só fez o bem. E o mal? É carência de uma coisa ou ausência de Deus. Basta um exemplo para clarear a questão: a escuridão não existe em si, ou seja, não constitui nenhuma realidade própria. É apenas ausência de luz. Portanto não se há de combater a escuridão – algo que não existe. Basta acender uma luz, ou seja, basta proporcionar algo real que ela desaparece.

Deus criou somente o bem. Acontece que os homens transformam os bens em valores. Através do seu trabalho, apropriam-se deles. Quem diz eu pode também dizer meu. A posse fundamental nos é dada pela natureza: posso dizer que a mão é minha. Logo, a estendo para toda a vida. Nossa grandeza está na liberdade, que nos garante

Os bens materiaisque não só a existência, mas também os nossos atos: sou senhor de mim e de meus atos. Posso dispor de mim.

Esta posse fundamental da vida se vai estendendo, por necessidade de sobrevivên-cia. Necessitamos de roupa, de habitação, de alimentação... Como a natureza não a pro-porciona espontaneamente, como acontecia com os povos nômades, é preciso acumular, ou seja, reservar bens indispensáveis para a entressafra e garantir residência e recursos para a família inteira, não só para o inverno mas

para o tempo todo.A capacidade humana, sempre muito criativa, inventou

o dinheiro, como uma espécie de termômetro, para medir a propriedade e proceder às trocas cada vez mais volumosas. Criou-se uma cultura ampla da propriedade. Há até uma legislação complexíssima em todos os países a este respeito.

A fé nos põe, com amor, diante da riqueza. Não a despreza nem a idolatra. Determina o seu reto uso. Na raiz da propriedade está Deus, que criou todos os bens. Mas Ele confiou a nós sua administração. Portanto, a questão da propriedade é, no fundo, uma questão de administração. Trata-se de um dom que se torna tarefa. Somos constituídos administradores das coisas de Deus. E o que se espera dos administradores é que sejam fiéis. Isto significa que sejam justos, honestos e competentes.

O Evangelho nos propõe diversas parábolas para iluminar nossa tarefa administrativa. Hoje, vivemos numa civilização da fartura. Contudo, ainda muitos passam e morrem de fome. Sinal de que a riqueza está mal distribuída. Má administração. A fé tem algo a dizer a este respeito. É o que fará pela prática do amor. Administração é responsabilidade. Primeiro, pela virtude da justiça, providencia para que cada um tenha o que é seu e, depois, pela misericórdia, procura ir, em socorro, daqueles que não têm.

Quem não tem fé dificilmente en-tende o valor da castidade. Mas menos ainda consegue descobrir

o verdadeiro valor dos bens materiais. O sétimo mandamento regula nossa re-lação com estes bens.O amor inventou duas virtudes para se estabelecer entre os homens, no tocante à propriedade.

O rei e a fraseimpressionou o rei, que também ficou impressionado com a pureza e o frescor da água.

Curioso, o rei desceu e resolveu entrar no casebre e se surpreendeu com a paz do ambiente, com a limpeza e as pequenas flores em cada canto daquele cômodo humilde.

O rei então, perguntou ao camponês como conseguia ser feliz naquele lugar tão distante de tudo e viver em tamanha simplicidade.

O camponês contou que no passado tivera bens e posses, era alfaiate e tinha uma grande freguesia. Chegou a ter muito dinheiro, mas perdeu tudo com o ataque de um rei muito poderoso naquela região e ele teve que mendigar pelas ruas para comer.

Andou muito, conheceu muitas vidas e muitas realidades, até encontrar esse lugar que hoje chama de "pedacinho do céu". Mostrou ao rei uma tabuleta onde gravara a frase da sua vida, para lembrar sempre, na alegria ou na tristeza, na saúde ou na doença, na pobreza ou na riqueza, que ele podia superar tudo, desde que se lembrasse dessa verdade escrita na tabuleta.

Lá se encontrava a frase que o rei tanto buscava. Lá estava escrito, em apenas uma linha, toda a filosofia que seus sábios não souberam explicar: "Tudo passa!"

Em tempo de férias ou não, uma história como esta, sempre faz bem. Traz uma bela mensagem que cabe a cada pessoa aplicar para si. Também já escrevi em meu “pedacinho de céu” esta frase: TUDO PASSA! Passa a dor, a alegria, a tempestade, a juventude, a vida. Os bens materiais também passam. Em nosso “pedacinho de céu” só não passa Deus e o bem que fazemos!

Hélio Adelar RubertBispo de S. Maria

Co n t a a v e l h a l e n d a q u e u m re i , m u i t o p o d e -ro s o, a o e n f re n t a r u m o u t ro re i t ã o p o d e ro -so quanto ele, quase perdeu tudo. Foram anos de batalhas

onde muitos soldados perderam a vida, e muito ouro foi consumido.

No imaginário popular continua viva a imagem da paróquia católica como aquele lugar, junto da igreja, onde mora o “vigário”, se celebra

missa e se administram os sacramentos. Ainda não penetrou na mente e nos corações da maioria dos católicos uma concepção pós-conciliar de paróquia como espaço de irradiação de um Evangelho vivo e abrangente, onde, claro, se celebra a Eucaristia e se administra os sacramentos, mas onde se assume também as alegrias e os sofrimentos, os sucessos e os fracassos, a vida da comunidade cristã e a vida que palpita na sociedade, com atenção particular para os grande dramas individuais, familiares e sociais. Sempre mais, a paróquia deve ser a expressão de uma igreja ad gentes, uma igreja aberta ao mundo e comprometida com a realidade e com todas as pessoas, independentemente de raça, cor, religião, cultura. Uma igreja que seja sinal/sacramento de salvação para toda a humanidade. E a paróquia deve ser a vivência local da utopia conciliar da igreja universal.

O Solidário teve um encontro com o novo pároco da Paróquia S. Sebastião de Porto Alegre, Pe. Edu-ardo Delazeri. Jovem, dinâmico, bom comunicador, inculturado nas novas tecnologias de comunicação das quais faz uso sistemático, Pe. Eduardo tem esta nova concepção de paróquia. Para ele, a Igreja, nesta sua cumplicidade com a realidade e os grandes dramas da humanidade, deve enfocar três questões: o uso adequado e competente de todas as tecnologias da in-formação e comunicação (TICs), a questão das drogas e a ecologia. Para o Pe. Eduardo, a “Igreja ainda não acordou para isso (problema das drogas) e há quatro frentes de ação: prevenção, recuperação do indivíduo que não foi possível prevenir, apoio à família, que está completamente desestruturada, doente e a reinserção social do indivíduo” (página 7).

Talvez por ser antiga e não ter o triste “charme” de enfermidades recentes como a dependência química, o reumatismo é uma das doenças que afeta um cres-cente número de pessoas. E afeta não apenas pessoas de idade mais avançada, mas igualmente jovens e, mesmo, crianças. A tendinite, por exemplo, geralmente atribuída à intensiva repetição de movimentos, como por exemplo, o teclado de computador, é uma destas doenças reumatóides. Visando a colaborar na preven-ção, identificação e cura das mais de cem variantes de manifestações do que, genericamente, se chama “reumatismo”, o Solidário buscou um especialista no assunto. Henrique Staub, médico reumatólogo, mestre pela Universidade de Londres e doutor em Reumatologia pela PUCRS, comparece às paginas do Solidário (página 6), oferecendo ricas e abalizadas orientações nesta área. Leitura obrigatória. ([email protected])

Igreja aberta ao mundo

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1o a 15 de fevereiro de 2011 FAMÍLIA &SOCIEDADE 3

Elias Minasi/sxc.hu

Muitos pais costumam comentar suas dificuldades em relação a fazer-se obedecer pelos filhos, sejam crianças, sejam adolescentes. O que terá acontecido para que um casal de pessoas adultas, bem sucedidas no campo profissional e social, tenha dilapidado o capital de autoridade necessário para a estruturação de uma família?

O pai/mãe que reconhece não saber como agir frente a certas condutas de suas crianças ou ado-lescentes não pode desfrutar de uma boa qualidade de vida, por melhor que vá econômica, laboral e socialmente, porque se sente fracassado no “negó-cio” mais importante de sua vida: a educação de seus filhos.

Quais são os erros mais frequentes que pais e

mães cometem quando interacionam com seus filhos?

Antes que sigam lendo, vamos dizer que todos os pais cometeram alguns dos erros que serão apontados a seguir, mas, não se preocupem, isto não é um desastre. Em educação, o que deixa marca na criança não é o que se faz alguma vez na vida, mas o que se faz de modo repetitivo.

O que, então, debilita e diminui a autoridade dos pais?

A permissividadeÉ impossível educar sem intervir. A criança,

quando nasce, não tem consciência do que é bom ou mau. Não sabe se pode riscar as paredes ou não. Os adultos temos de decidir o que está bem e o que está mal. E deixar que suba no sofá com os sapatos, porque é pequeno, por medo de frustrá-lo ou por comodidade é o princípio de uma má educação. Um filho que faz coisas que não são aceitáveis dentro das boas regras de convivência, e o pai/mãe não o corrige, pensa que é porque o pai/mãe não o estima nem o valoriza. Os filhos necessitam pontos de referência e limites para crescer seguros e felizes.

Ceder depois de dizer nãoUma vez que você se decidiu a atuar, a regra de

ouro a respeitar é a do não. O não é inegociável. Não se pode negociar o não, e perdoe que insista, pois é o erro mais frequente e que mais mal faz aos filhos. Quando você vai dizer não ao seu filho, pense bem, porque não há marcha-a-ré. Se você disse ao seu filho que hoje não verá televisão, porque ontem não fez os deveres, seu filho não poderá ver TV ainda que lhe peça de joelhos e por favor, outra oportunidade.

Em contrapartida, o sim, sim se pode negociar. Se você acha que seu filho pode ver televisão esta tarde, negocie com ele qual o programa e por quanto tempo.

Exercício da autoridade junto aos filhos

Pablo Pascual SorribasProfessor. Licenciado em Historia e atendimento a crianças/adolescentes

Ter autoridade, não autoritarismo, é básico para a educação de um filho. Precisamos marcar limites e objetivos claros que permitam ao filho diferenciar o que está bem e o que está mal. E um dos erros mais comuns de pais e mães é

exceder-se na tolerância. Então começam os problemas. Há que se chegar ao equilíbrio, mas como consegui-lo, para ter autoridade?

O autoritarismoÉ o outro extremo da permissividade. É tentar que

a criança ou adolescente faça tudo o que o pai/mãe quer, anulando-lhe a personalidade. O autoritarismo persegue a obediência pela obediência. Seu objetivo não é uma pessoa equilibrada e com capacidade de autodomínio, senão fazer uma pessoa ser submissa, escrava, sem iniciativa, que faça tudo o que lhe dis-ser o adulto. É tão negativo para a educação como a permissividade.

Não negociar implica rigidez e inflexibilidade. Su-põe autoritarismo e abuso de poder, portanto, incomu-nicação. Um caminho ideal para que na adolescência se rompam as relações entre pais e filhos.

Falta de coerênciaJá dissemos que as crianças precisam referências

e limites estáveis. As reações do pai/mãe hão de ser sempre dentro de uma mesma linha diante dos mesmos fatos. Nosso estado de ânimo há de influir o menos possível na importância que se dá aos fatos. Se hoje está mal riscar a parede, amanhã também estará. Igualmente, é fundamental a coerência entre o pai e a mãe. Se o pai diz ao filho que deve comer com os talheres, a mãe deve apoiá-lo, e vice-versa. Não deve cair na armadilha: “Deixa que coma como quiser, o importante é que coma”.

Gritar. Perder as estribeirasÀs vezes é difícil não perdê-las. Todo educador

sincero reconhece havê-las perdido alguma vez em maior ou menor medida. Perder o controle supõe menosprezar a força que carrega uma humi-lhação e um detrimento da autoestima para a criança. Além disso, a tudo a gente se acostu-ma. A criança também se acostuma aos gritos aos quais cada vez dá menos importância: cachorro ladrador, pouco mordedor.

Gritar carrega um grande perigo inerente. Quando os gritos não dão resultado, a ira do adulto pode passar facilmente ao insulto, à humilhação e inclusive aos maus tratos psí-quicos e físicos, o que é muito grave. Se os pais se sentem incapazes, devem pedir ajuda: psicólogos, terapeutas, escolas de pais,

Não cumprir promessas nem ameaças

A criança aprende rápido que quanto mais promete ou ameaça um pai/mãe, menos cumpre o que diz. Cada promessa ou ameaça não cumprida é uma parcela da autoridade que fica perdida no caminho. As promessas e ameaças devem ser realistas, quer dizer fáceis de cumprir. Um dia sem TV ou sem sair é possível. Um mês é impossível.

Traduzido e resumido por Deonira La Rosa

Comer ou não com talheres?

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1o a 15 de fevereiro de 2011O PINIÃO 4

Osvaldo BizJornalista

Nos próximos meses, a partir de janeiro de 2011, a Rede Globo apresentará o11º Reality Show, pro-grama que estreou em 2001. A previsão do diretor

geral da televisão Globo, Octávio Florisbal, é que nin-guém deve ficar órfão tão cedo do “Big Brother Brasil’’, equiparado a um jogo da copa do mundo, com milhões de espectadores. A aceitação por parte do público é grande, comprovada pelos altos índices do IBOPE.

turIsmo relIgIosoCarmelita Marroni Abruzzi

Professora universitária e jornalista

Em recente encontro sobre o assunto, o então ministro do Tu-rismo destacou as possibilida-

des que se abrem para esse setor. Um mapeamento preliminar consta-tou que no Brasil existem 370 locais relacionados ao catolicismo, 96 ao protestantismo, 34 às manifestações afro-brasileiras e 40 a outras religiões.

O ministro salienta a importância de oferecer outros atrativos regionais, além do destino reli-gioso. Ainda segundo o ministro, o setor religioso é responsável por 3,6 das viagens nacionais e 0,5 das internacionais.

Lendo essa notícia, lembrei-me de várias pessoas e seus sonhos mais ou menos concre-tizáveis; alguns querem conhecer santuários do RS, como o de NN. Sra. do Caravaggio ou o de N.Sra. Medianeira, outros querem chegar a Aparecida. Mas nós, católicos, também almeja-mos chegar à Praça de S. Pedro, em Roma, ou à Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém. Muitos têm pedidos a fazer, outros graças a dar, alguns simplesmente querem estar nesses lugares que tanto falam à sua fé.

Recordo-me de vários momentos e emoções ligados a essa área: nossa primeira viagem à Apa-recida, a imagem encontrada pelos pescadores, tão próxima de nós, na antiga igreja; mais tarde, recordamos nossa chegada à Praça de São Pe-dro: a emoção forte, indescritível, poucas vezes experimentada, a audiência com Sua Santidade; a visita a Guadalupe, no México, a imagem de N.Sra. com seu manto de quase 500 anos, feito com fibras de cactus “maguey”; na Espanha, a Catedral de Santiago, em Compostela, e a missa com a presença dos peregrinos que concluíram a caminhada...São lembranças que nos acom-panham por toda a vida e nos unem, na fé, às pessoas de várias partes do Brasil e do mundo.

Em nossas visitas às paróquias, para divulgar o Solidário, temos contato com muita gente e diferentes iniciativas. Há paróquias que organi-zam excursões, incluindo santuários religiosos e outros pontos de interesse turístico, excursões a locais mais próximos ou mais distantes, de acordo com os recursos e com o tempo de que dispõem os grupos. Nesse sentido, Porto Alegre também oferece roteiros que podem atrair o pes-soal das cidades vizinhas e do interior.

Ao longo do ano, além das férias, sempre temos os feriadões nos quais as pessoas buscam oportunidade para viajar. Seria a ocasião de as paróquias e instituições se organizarem e ofe-recerem roteiros que atendam aos interesses e possibilidades de suas comunidades.

Se houver alguns cuidados na formação dos grupos, de acordo com afinidades e interesses comuns, haverá um saldo positivo dessas ativi-dades: as pessoas, além de visitar os lugares que almejam, ampliam seus horizontes, abrem-se para outras culturas e realidades. E as viagens deixam uma alegre sensação de objetivos alcan-çados, podem fortalecer um espírito de grupo e proporcionar uma integração que vai se refletir nas ações solidárias da comunidade. ([email protected])

O “Big Brother Brasil”, a “Baixaria Brega do Brasil”, faz de todos os telespectadores voyeurs de cenas protagonizadas na realidade de uma casa ocupada por pessoas que expõem publicamente suas zonas de vida mais íntima, em busca de di-nheiro e sucesso. Tentei acompanhar o programa. Suportei apenas dez minutos: o suficiente para notar que estes violadores da própria privacidade falam em péssimo português obviedades com pretenso ar pascaliano, com jeito ansioso de serem engraçadamente profundos.

Mas o público concede elevadas audiências de 35 pontos e aciona, mediante pagamento da ligação, 18 milhões de telefonemas para participar do chamado "paredão", quando um dos protago-nistas há de ser eliminado. Por sites da internet se pode saber do dia-a-dia desse reino do despudor e do mau gosto. As moças ensinam a dança do bumbum para cima. As festas abrem espaço para a sacanagem geral. Uma das moças no baile funk bebe sem parar. Embriagada, levanta a blusa a mostrar os seios. Depois, no banheiro, se põe a fazer depilação. Uma das participantes acorda

“big brOther”, máquina de fazer dinheirO

“big brOther”, tudO de nOvO

A participação do público pode ser mensurada pelos telefonemas feitos para retirar alguém da enorme casa. Com certeza, todos esses votantes e telespectadores nem pensaram nos ganhos finan-ceiros das Companhias Telefônicas e da Rede Glo-bo e, menos ainda, sobre os lucros com a inserção de publicidade e merchandising.

O jornalista Sérgio Augusto escreve: “Por que a imprensa não pára com isso, por que não diz que essas pessoas não têm a menor importância e que nós é que as valorizamos à exaustão. Dei-xem essa gente circular em revistas tipo Contigo, Quem e Caras e vamos falar de gente mais séria, vamos valorizar quem, de fato, faz alguma coisa importante”.

Nas semanas em que os escolhidos permane-

cem enclausurados, sem computa-dor, telefone ou qualquer tipo de leitura, ocupam-se com conversas tolas, onde os objetivos e aspirações misturam-se entre ganhar determi-nada quantia em dinheiro, tornar-se conhecido, conseguir notoriedade que possa render empregos ou opor-tunidade como aparecer nas mídias de comportamento e de exposição do próprio corpo.

As regras do jogo podem ser comparadas às do próprio sistema

capitalista e à doutrina neoliberal que grassa na sociedade mundial. Vale o individualismo, a ética da eficiência, onde a tônica é a eliminação do concorrente.

É importante ressaltar que a consciência crítica não nasce automaticamente. Ela é construída ao longo dos tempos, à medida que descobrimos o funcionamento do sistema capitalista e os interes-ses que estão em jogo. Frente a essas realidades é que cada cidadão deve se posicionar, sem resignar-se ante aquilo que é passado como inevitável.

O “Big Brother” é a inversão das coisas. Os escolhidos não estão na televisão por serem impor-tantes. É o contrário. Eles tornam-se celebridades porque estão aparecendo na televisão.

com sangue nos lençóis, a revelar ter tido menstruação durante a noi-te. Outra convivente resiste a uma conquista, mas depois de assediada cede ao cerco com cinematográfico beijo no insistente conquistador que em seguida, ridiculamente, chora por ter traído a namorada à vista de todo o Brasil. A moça assediada, no entanto, diz que o beijo superou as expectativas. É possível conjunto

mais significativo de vulgaridade chocante?Instala-se o império do mau gosto. O programa

gera a perda do respeito de si mesmo por parte dos protagonistas, prometendo-lhes sucesso ao custo da violação consentida da intimidade. Mas o pior: esti-mula o telespectador a se divertir com a baixeza e a intimidade alheia. O “Big Brother” explora os maus instintos ao promover o exemplo de bebedeiras, de erotismo tosco e ilimitado, de burrice continuada, num festival de elevada deselegância.

O gosto do mal e mau gosto são igualmente si-nais dos tempos, caracterizados pela decomposição dos valores da pessoa humana, portadora de digni-dade só realizável de fixados limites intransponíveis de respeito a si própria e ao próximo, de preserva-ção da privacidade e de vivência da solidariedade na comunhão social. O grande desafio de hoje é de ordem ética: construir uma vida em que o outro não valha apenas por satisfazer necessidades sensíveis.

Proletários do espírito, uni-vos, para se liberta-rem dos grilhões da mundialização que plastifica as consciências.

Miguel Reale JúniorAdvogado, professor titular da Faculdade de Direito da USP

Programas como “Big Brother” indicam a completa perda do pudor, ausência de noção do que cabe permanecer entre quatro paredes. Desfazer-se a

diferença entre o que deve ser exibido e o que deve ser ocultado. Assim, expõe-se ao grande público a realidade íntima das pessoas por meios virtuais, com absoluto desvelamento das zonas de exclusividade. A privacidade passa a ser vivida no espaço público.

Page 5: Jornal Solidario

1o a 15 de fevereiro de 2011 EDUCAÇÃO &PSICOLOGIA 5

Medo de não ser aprovado no Vestibular

O professor Juan Jose Mouriño Mosquera, em sua dissertação de Mestrado Relações do Adoles-cente face ao vestibular e sua autoestima, em 1974, na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) em seu Programa de Pós-Graduação em Educação – 1a turma – comprovou que o Vestibular se caracteriza como uma “provação”, não apenas um desafio, mas uma série de “provas” – exames e questões – que causam tensões e angústias. Em consequência, o adolescente que não obtém apro-vação sofre um rebaixamento de sua autoestima. Naquela época, embora a concorrência fosse me-nor, já se vivia o vestibular como uma “provação”. Isto se acentuou, as universidades aumentaram em número, mas as exigências e complexidades de ingresso tornaram-se mais rigorosas, tirando os adolescentes de suas zonas de conforto quanto ao ritmo, rigor e montante de conhecimentos e habilidades exigidos. Entretanto, o medo de não passar no vestibular continua, acrescido de outros conflitos não menos atemorizantes: pais separados, re-configurações familiares, briga entre irmãos, precariedade financeira. Mas alguns resistem e, superando todas as barreiras, mantém o foco de seu interesse maior que é “não rodar no vestibular”. Sua autoestima se afirma e vão tocando para frente os ideais que os impulsionam para um amanhã promissor. O medo de não ser aprovado no vestibular não mais os atemoriza tanto, aprendem a lidar melhor com variáveis impre-visíveis de uma época tumultuada.

Conhece-te a ti mesmo

O dito de Sócrates associa-se ao perguntar para conhecer-se a si mesmo: quais são meus pontos fortes? Em que aspectos das ma-térias estudadas sou mais fraco? O que gosto de fazer? Qual é a motivação que me sustenta?

Vestibular em tempos tumultuados

Juracy C. MarquesProfessora universitária, doutora em Psicologia

“Os peixes que nadam contra a corrente são mais fortes do que os que nadam em águas calmas, mesmo que seja entre pedras”.

O Vestibular 2010-2011, em nosso País, introduziu alguns procedimentos com novas regras para ingresso na universi-dade, trazendo dificuldades para instituições e candidatos. Além do sistema de cotas, adotado no ano anterior, com percentagens fixas para candidatos de escolas públicas e afros-descendentes, o ENEM (Exame Nacional do Ensino

Médio), sob a responsabilidade do INEP (Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos) do Ministério de Educação, foi apli-cado em começos de novembro e adotado por muitas universidades, de modo total ou parcial. Uma certa percentagem de candidatos teve de repetir o exame em dezembro, pois em algumas localidades houve troca de folhas. Disso resultou datas

coincidentes ou muito próximas aos vestibulares das várias universidades, o que evidentemente prejudicou os possíveis desempenhos dos candidatos.

Ezequiel resolveu inscrever-se em uma atividade da Escola, quando estava cursando a 3a. Série do Ensino Médio. Ao ser entrevistado pelo coordenador do Curso, João Manoel, sobre qual era sua paixão, respondeu vacilante que ainda não sabia. O coordenador do Curso respondeu: “Este Cursinho, na forma de oficina, só poderá te ajudar se souberes o que queres para ti, depois do vesti-bular. Assim, pensa sobre o assunto e torna a me procurar daqui a uma ou duas semanas”. Ezequiel saiu da entrevista atrapalhado, mas no outro dia es-

tabeleceu horários e decidiu fazer algumas visitas. Convidou uma colega, Elisabete, que sabia estar com o mesmo problema, a fazerem três visitas: um hospital geral para ver o que era feito em Pediatria e Obstetrícia; um Pronto Socorro, para entender traumatologia e atendimento de acidentados; uma empresa de agro-negócio para inteirar-se sobre ad-ministração e alguns aspectos de ecologia e influ-ências climáticas. Ezequiel e Elizabete aprenderam “um monte” (em sua expressão), sobre algumas áreas do conhecimento, bem como sobre mercado de trabalho. Ezequiel e Elisabete compareceram à entrevista com o coordenador João Manoel. Quan-do o coordenador tornou a perguntar sobre “Qual é tua paixão?”, Ezequiel respondeu: “ajudar os outros em suas necessidades e ambições”. Elisa-bete, por sua vez, disse: “liderar uma equipe para alcançar seus objetivos”. João Manoel os aceitou para a Oficina, na esperança que suas ‘paixões’os levariam a outras questões. Foram aprovados no vestibular, mas nenhum dos dois conseguiu pontos suficientes ao ingresso na Universidade, devido à alta concorrência dos cursos pretendidos. Au-mentaram, porém, sua autoestima, agora, um com o apoio do outro, iriam estudar com afinco para o próximo vestibular, determinados a persistir na realização de seus sonhos, voltados para o futuro, como profissionais conscientes de si mesmos e da realidade que os cerca.

Imagem: UFPEL

Page 6: Jornal Solidario

1o a 15 de fevereiro de 2011TEMA EM FOCO 6

S. - O que é reumatismo? .Dr. Staub - O termo reumatismo é genérico,

e abrange uma ampla gama de doenças (mais de cem, de acordo com o Código Internacional de Doenças). A apresentação clínica destas doenças é muito variada, desde formas leves e transitórias (tendinites, bursites) até formas crônicas como a artrite reumatóide. O reumatólogo deve se basear em critérios diagnósticos rígidos para diferenciar as doenças reumáticas entre si. É importante rei-terarmos que várias doenças reumáticas se carac-terizam por sintomas extra-articulações, como os que ocorrem em músculos, pele, olhos, via urinária e tubo digestivo.

S. - Quais são os sintomas mais comuns das doenças reumáticas?

Dr. Staub - Os sintomas mais comuns das doenças reumáticas são as dores e o inchaço das articulações, a sensação de rigidez articular pela manhã e as dores musculares. Algumas das do-enças reumatológicas se acompanham de febre, perda de peso e alterações em outros órgãos. Doenças reumáticas ocorrem em todas as faixas etárias, desde a infância (febre reumática e dores de crescimento, por exemplo) até a terceira idade, quando a artrose é característica.

S. - Quais os danos que o reumatismo pode causar no ser humano?

Dr. Staub - Certas doenças do dia-a-dia do

ReumatismoO que é, características, prevenção e tratamento

O doutor Henrique Luiz Staub, médico reumatólogo, é Mestre em Imunologia pela Universidade de Londres, Doutor em Reumatologia pela PUCRS; além da atividade clínica, é professor de Reumatologia e Imunologia respectivamen-te na graduação e pós-graduação da Faculdade de Medicina da PUCRS. Concedeu ao Solidário a presente entrevis-

reumatólogo são consideradas de bom prognóstico (tendinites de esforço e artrites pós-virais são exemplos). Outras são de evolução tipicamente crônica, como as doenças do tecido con-juntivo (artrite reumatóide, lúpus, esclerodermia). Estas podem causar dano propriamente nas articulações e, de forma eventual, em outros órgãos, requerendo acompanhamento reumatológico constante.

S. - Como se verifica se uma pessoa sofre ou não de uma doença reumática?

Dr. Staub - O diagnóstico de uma doença reumatológica deve se fundamentar na história clíni-ca (entrevista com o paciente), exame físico detalhado e exames complementares (laboratoriais, radiológicos, e por vezes bióp-sias).

S. - Quais os tratamentos indicados para o reumatismo?

Dr. Staub - O tratamento das doenças reumáticas é indi-vidualizado. Em linhas gerais, doenças de tendões são tratadas com antiinflamatórios, fisiotera-pia ou, eventualmente, infiltração local. Doenças funcionais como a fibromialgia requerem terapia antidepressiva, fisioterapia e, posteriormente, atividade aeróbi-ca. Doenças degenerativas como a artrose devem ser tratadas com fisioterapia, medi-cações antiartrósicas e, em casos especiais, terapia intra-articular. A ampla variedade de doenças autoimunes demanda tratamento imunomodulador com corticóides ou imunossupressores.

S. - Há relação entre alimentação e algum tipo de doença reumática?

Dr. Staub - Como regra geral, a dieta rica em gordura saturada piora o estado inflamatório do doente reumático. A mudança alimentar para dietas balanceadas e ricas em ômega-3 ajuda no controle das doenças reumáticas dado o seu efeito antiinflamatório, embora isto não dispense o trata-mento tradicional da doença em questão. Algumas entidades, como a gota, sofrem influência direta do excesso de purinas animais na alimentação (carne vermelha, miúdos, frutos do mar) e também da ingestão de bebidas alcoólicas.

S. - O que se pode fazer para retardar ou im-pedir o aparecimento de doenças reumáticas?

Dr. Staub - Certas doenças da área da Reuma-tologia (formas precoces de artroses, espondilites) trazem consigo um forte caráter genético, sendo de difícill prevenção. Indivíduos com histórico familiar de artrite reumatóide e lúpus eritematoso devem procurar ajuda reumatológica imediata se apresentarem dores articulares, febre ou alterações de pele. A prevenção das doenças tendinosas e mesmo da artrose se fundamenta em uma boa musculatura e adequação postural no dia-a-dia.

Considerações finais Dr. Staub - Conceitualmente, o reumatologista

é o clínico do aparelho locomotor. Suas aptidões in-cluem diagnóstico, tratamento e acompanhamento de doenças tendinosas, musculares, funcionais e articula-res, sejam as últimas degenerativas ou inflamatórias.

Esqueleto, de Da Vinci

Dr. Henrique Staub

Page 7: Jornal Solidario

1o a 15 de fevereiro de 2011 AÇÃO SOLIDÁRIA 7

Pe. Eduardo Delazeri, 38 anos, 11anos de padre, assumiu como

novo pároco em 9 de janeiro passado. Substitui ao Pe. Leandro Chia-

rello que foi designado novo Reitor do Seminário Maior da Arquidiocese,

depois de nove anos na Paróquia S. Se-bastião Mártir, zona leste de P. Alegre.

Natural de Cachoeirinha, segundo de uma família de quatro irmãos, Pe. Eduardo, além de Faculdade de Teologia, tem pós graduações em Pedagogia pelo CELAM/Bogotá e Juventude pela UNISINOS/São Leopoldo/RS. Também é gra-duado em Psicopedagogia e Química Industrial, tendo exercido a profissão de enólogo, em Bento Gonçalves, antes de decidir entrar no seminário aos 23 anos. Como padre mantém seu blog http://www.eradomilagre.com e participa do orkut e do facebook. Também tem atuação permanente como locutor âncora na Rádio Aliança 106.3fm, no pro-grama Pergunte e Responderemos, diariamente das 11 às 12 horas e no programa Escolhe Pois a Vida, todas As segundas das 21h30min às 23h. Vem da Paróquia Imaculada Conceição, Bairro Rio Branco, Canoas, e traz consigo três principais bandeiras de luta, objetivos que pretende continuar a implementar.

Solidário - Que projetos são esses? Pe. Eduardo – Penso que hoje há três questões

vitais para a ação pastoral da Igreja Católica para as quais ainda não acordamos o suficiente e que comparo ao enigma da pirâmide – decifra-me ou te devoro. Por outra, ou Igreja acorda para elas ou elas vão engoli-la: o uso competente e adequado de todas as tecnologias de informação, a questão das drogas e a ecologia.

S – Esmiuçando. Pe. Eduardo – Pastoral da Comunicação.

Sinto que ainda falta muito a ser feito. A Igreja conta com quatro redes de tevê no Brasil - Vida, Aparecida, Canção Nova e Século 21. No RS devemos ter mais de 50 emissoras de rádio. São números razoáveis e devem crescer. Mas estamos ainda engatinhando, muito tímidos, na área do jornalismo impresso. Claro que não vamos e nem devemos competir com a mídia sensacionalista onde o escândalo, a desgraça, são manchetes e que o povo quer ler. Não devemos seguir esse caminho. Devemos, cada órgão católico, desco-brir sua maneira cristã de formar opinião, manter sempre a postura de anunciadores de boa notícia, pois somos homens da esperança. Sabemos que a boa notícia não vende jornal, infelizmente! Mas não devemos cair nessa proposta.

S – Drogadição. Pe. Eduardo – Minha luta – e para isso man-

tenho o programa na Rádio – é derrubar o grande preconceito que existe sobre a doença. Sim, é doença, apesar de muita gente assegurar que de-pendente químico usa droga porque quer. E não

Paróquia S. SebastiãoUm jeito diferente de ser comunidade

pára porque não quer. Até o alcoólatra afirma que bebe porque quer e não se reconhece doente. Que o drogado é vagabundo. Provo o contrário: tenho 46 residentes (o religioso é presidente do Centro de Recuperação Imaculada Conceição, ligado e fundado em sua paróquia anterior), dos quais 40 tem carteira de trabalho, profissão, alguns com curso superior, ou curso técnico, e que sustentavam suas famílias até perder para a droga.

S - E o papel da Igreja? Pe. Eduardo – A Igreja ainda não acordou

para isso. Há quatro frentes de ação: prevenção; recuperação do indivíduo que não foi possível prevenir; apoio à família (ela está completamente desestruturada, doente); e reinserção social do indivíduo. Penso que todas as paróquias devem se engajar em todas as frentes. Um dos problemas da dependência química é a baixa ca-pacidade de assimilação de frustrações e perde para a droga.

S - E as campanhas na grande mídia?

Pe. Eduardo – São positivas. Trabalho há 10 anos com dependentes químicos e poderia apontar pelos me-nos 20 falhas metodológicas na mais conhecida campanha. Mas também posso falar em 20 coisas boas, entre as quais – e só por isso já é válida – a de ter trazido o assunto à pauta de discussão nacional. Através dela, conseguimos mais facilmente a comutação de penas. Os meus ‘filhos’ lá (Centro de Recu-peração) são a maioria condenados por crimes – pequenos furtos, roubos à mão armada, roubo de carros, etc – e puderam contar com a comutação par-cial ou total de suas penas para fazer tratamento. Também a tal campanha fez com que houvesse maior sensibilidade

na saúde pública para investimentos e construção de centros de atendimento psico-social,

S - Ecologia.Pe. Eduardo – Todos somos responsáveis pela

obra da Criação, não a destruindo e devastando. S. Francisco, já na idade média, conseguiu sintetizar de maneira fantástica a espiritualidade integra-dora da vida, a visão teológica de toda a criação, chamando a toda a criatura de irmão/irmã: terra, água, pássaro, etc. Devemos, por exemplo, lutar pelo uso racional da água, tratar corretamente o lixo que produzimos, atentando para os três erres: reduzir (o consumo); reutilizar e reciclar. Todas as comunidades deveriam ter centros de educa-ção ambiental. Está mais que na hora de todos agirmos ecologicamente corretos. Antes que seja tarde demais.

Pe. Eduardo mantém blog e participa do orkut e do facebook

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1o a 15 de fevereiro de 2011SABER VIVER 8

PÓS-GRADUAÇÃO PUCRSCursos de Especialização

Conhecimento para você chegar mais alto.

www.pucrs.br/pos

Dicas de NutriçãoDr. Varo Duarte

Médico nutrólogo e endocrinologista

alImentação alImentar (4)Vitamina B

A vitamina B é, em realidade, constituída de um grande grupo de vitaminas que são chamadas hidrossolúveis, porque são solúveis em água, em contrapo-sição às lipossolúveis Vit. A ,Vit. D, Vit. K e Vit. E, solúveis nas gorduras.

Cada uma delas exerce um papel diferente no organismo, que em diversos capítulos de nosso livro Alimentos Funcionais, da Editora Artes e Ofícios, detalhadamente descrevemos quanto à sua denominação, funções, indicações e dosagem necessária. Vitaminas B1(Tiamina), B2 (Riboflavina), B3 (Niacina) B5 (Acido Pantatênico), B6 (piridoxina) B12 (Cianocobalamina) Bc(Folacina ou Ácido Fólico). Vamos aos versinhos do prof. Eugênio.

DIZER vitamina B É uma força de expressão,Pois elas hoje são tantas Que formam “constelação”. Falaremos da B1 Delas a mais importante, Que hoje está tão popular, Tal qual outrora, o purgante. Os abusos são demais, Pensam que serve pra tudo,Para que vocês aprendam, Não poderei ficar mudo.Se deixarmos um pombinho, Arroz polido comendo, Em menos de 20 dias O pobre estará sofrendo. Os seus nervos ficam fracos, Podem até se alterar, E deixam como sinal A contração muscular. Mas se a gente, neste instante, A vitamina injetar,Os pombos em pouco tempo, Começarão a voar! Os nossos nervos também Poderão muito sofrer,E então, como consequência, Iremos adoecer.O que sentimos é vago: Um cansaço sem cessar,Uma falta de apetite, Dores em todo lugar!Precisamos, todo dia, uma dose pequenina:Um e meio miligramas, Apenas, da vitamina.Mas se a carência for grande, Nós teremos que aumentar,Mas nunca as doses crescentes Que querem nos injetar. Se tomarmos doses grandes, Excesso de vitamina,Poremos dinheiro fora, Pois elas sairão na urina!A enfermidade provocada pela carência da vitamina B1 chama-se de beribéri. A fonte mais importante, É pena que assim o seja, Pois quase não o usamos: É o levedo de cerveja. O fígado também é Uma fonte formidável,Pois além de nutritivo, Tem um sabor agradável. Nós devemos preferir O alimento natural,Usando, de preferência, O cereal integral. A carne de porco é rica, Gostosa, ninguém se engana;Deveríamos comê-la, Sem falta, toda semana.Também devemos trocar O café com pão, da ceia, Por um bom copo de leite, Engrossado com aveia. Assim, meus bons amiguinhos, Teremos força e vigor,Para enfrentar os estudos, Confiantes, sem temor.Porque o cérebro da gente, Não pensem que isto é estória,Quando estamos desnutridos, Tem muito pouca memória!

Na página 109 de nosso livro Alimentos Funcionais, encontramos alimentos que contém acima de 0,2 mg de vitamina B1 por 100 gramas de alimento, que aqui reproduzimos:Germe de trigo. carne de porco, presunto, feijão, coração, leite de vaca integral em pó, leite de vaca desnatado em pó, fígado.

Assim, dentro de um mesmo grupo etário, as taxas de morbi-mortalidade podem ser muito diferenciadas e dependem, fundamen-talmente, da forma de inserção do indivíduo na sociedade. Uma gripe num cidadão bem alimentado, que mora numa casa boa, situ-ada em um bairro urbanizado, com acesso a esgotamento sanitário, água de boa qualidade e luz não representa, em princípio, qualquer risco de vida ao mencionado cidadão. Já no caso de um idoso desnutrido ou mal alimen-tado, que mora numa favela ou bairro pobre, sem acesso a esgotamento sanitário, água de boa qualidade e luz, poderá ver sua “simples gripe” evoluir para uma pneumonia e, caso não tenha acesso rápido a uma instituição hospitalar, acabar indo a óbito.

No Rio Grande do Sul, o grupo etário de 60 anos ou mais (grupo dos idosos) re-presenta 14% da população total do Estado. São 01 milhão e 400 mil idosos. 56% deles possuem entre 60 e 69 anos de idade; 16% vivem sozinhos, 20% são analfabetos e 89% vivem de pensão.

Cinquenta por cento desse 1 milhão e 400 mil recebem entre um e menos de dois salários mínimos; 65% recebem até três salá-rios mínimos; 7% recebe entre cinco e nove salários mínimos e apenas 5% recebe salá-rios cujos valores superam os nove salários mínimos (R$ 4.770,00). 10% dos idosos não possuem renda própria. É importante destacar que entre os idosos, o número de mulheres vem aumentando proporcionalmente ao nú-mero de homens. Para cada 100 mulheres, em 1970, 87% eram homens. Em 2000, esse percentual baixou para 74%.

É dentro dessa realidade que as institui-ções governamentais ou não governamen-

saúde e cOndiciOnantes ecOnômicO-sOciaistais de saúde trabalham. Um dos principais problemas no enfrentamento da situação de saúde dos idosos é que, via de regra, as instituições governa-mentais, que são as que atuam em âmbito mais abrangente e possuem mais recursos fi-nanceiros, estabelecem prio-ridades e definem projetos e programas, sem levar em consideração essas enormes diferenças sócio-econômicas. De certa forma, elas planejam

no abstrato, como se a população fosse um ente uniforme com acesso igual aos serviços que elas ofertam. Só que a realidade não se en-quadra nesse plano. Os direitos dos cidadãos, previstos no Estatuto do Idoso e na Política Nacional do Idoso, não alcançam a todos de uma forma igual.

Em resumo, numa sociedade em crise, com um nível de pobreza crônico, com uma massa enorme de desempregados e subempre-gados, com um grau de violência crescente, não se pode pretender um acesso igual aos poucos serviços públicos que são ofertados.

De toda forma, dentro dos limites impostos pelas políticas de desfinanciamento, precari-zação e privatização dos serviços públicos, as instituições governamentais, ao longo dos úl-timos anos, adotaram políticas específicas para a população idosa. O que devemos questionar é o alcance e a abrangência dessas políticas. Qual a real proporção da população idosa que consegue ter acesso e se beneficiar delas? Com a palavra os gestores da saúde.

Lúcio BarcelosMédico sanitarista

Quando falamos de saúde, independente do grupo etário, sexo, raça ou qualquer outra variável desse tipo, devemos, em primeiro

lugar, situar os cidadãos ou grupos populacionais, de acordo com sua condição sócio-econômica. É essa localização dos indivíduos na sociedade que define e condiciona, em sua maior parte, suas condi-ções de saúde. Do ponto de vista da saúde pública, os condicionantes sociais importam mais do que fatores relacionados às pessoas ou ao ambiente.

Os direitos dos cidadãos, previs-

tos no Estatuto do Idoso e na

Política Nacional do Idoso, não al-cançam a todos

de uma forma igual.

Divulgação

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1o a 15 de fevereiro de 2011 ESPAÇO LIVRE 9

Miriam Souza - 06/02João Carlos Nedel - 07/02Rodolfo Pfitscher - 09/02

Martha G. A. D’Azevedo - 10/02Odete Gonçalves - 13/02

LIVRARIA PADRE REUSAdquira o lançamento da nova edição de cantos e orações do

Apostolado da Oração, Cantos e Orações.Também está disponível o Catecismo do Apostolado da Oração

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2.000 anos de turbulências - XIX

declínIo de guerrIlheIros

Noticia divulgada em outubro último informa que quase 2 mil guerrilheiros desertaram na Colômbia. Forças Revolucionárias da Co-

lômbia (FARC), Exército de Libertação Nacional (ELN), e um outro grupo inexpressivo, que monito-ravam a guerrilha na Colômbia, sofreram baixas consideráveis registradas neste ano em que 1924 guerrilheiros desertaram, 220 deles em setembro.

O governo colombiano distribuiu uma cartilha, elabo-rada pela Marinha, com a qual orienta eventuais desertores e, promete reintegração à vida civil com a ajuda gover-namental. A idéia de que militantes da guerrilha estariam buscando auxilio do governo para poder voltar à sua integração à sociedade colombiana, é acompanhada pelo depoimento de muitos deles que acusam as péssimas con-dições em que viviam na selva. Percebe-se que a maioria deles ingressou na guerrilha muito jovem, 16 anos alguns, quando os ideais libertários empolgavam toda a juventude.

Com o passar do tempo, a situação em que viviam foi-se tornando um pesadelo, alimentado pela corrupção que tomou conta das lideranças. O mundo mudou, a tec-nologia chegou até os acampamentos onde viviam em situação bastante precária e os jovens idealistas do inicio começaram a perceber que os ideais dos pioneiros haviam sido esquecidos e os atuais dirigentes encontravam-se en-volvidos com o narcotráfico, onde o dinheiro cresce cada vez mais, e alimenta a corrupção sem limites. E os jovens de ontem, adultos hoje, percebem a distorção acontecida e não vêem sentido em continuar colaborando para que o problema continue.

Michel, que ficou oito anos e tinha cargo de chefia, faz uma declaração sentida: “A luta deles não é pelo povo colombiano, como chegamos a acreditar. Há corrupção e roubos. Todos lá vivem como animais”.

Dos 20 mil guerrilheiros que militavam nas fileiras da guerrilha 10 anos atrás, calcula-se que hoje ainda existam 8 mil, que ainda não encontraram uma maneira de sair acei-tando as condições oferecidas. ([email protected]).

Queda do ImpérIo romano e mudanças

Com a invasão de Roma pelos Bárbaros, em 455, aconteceu aí a queda do Império Ro-mano, já desgastado e sem poder de reação.

O último imperador foi Rômulo Augústulo, que foi derrotado com a chegada dos francos. Curiosamen-te, esses bárbaros se converteram em 496, trazendo grandes mudanças políticas e religiosas, afetando diretamente inclusive a Igreja e iniciando a Ida-de Média, que durou cerca de dez séculos. Assim, podemos resumir as principais mudanças, provo-cadas com a conversão dos francos, nas seguintes:

1 – Antes, a cristandade estava concentrada no Oriente, tornando-se, depois, numerosa também no Ocidente. 2 – Diminuiu significativamente o interesse pelas discussões teológicas (muito a gosto dos orientais), e aumentou a pre-ocupação pela evangelização dos povos no Ocidente. 3 – A cristandade crescendo na Europa, Roma foi se tornando, aos poucos a “Capital da Fé”. Paralelamente, esse fato desper-tou no Patriarca do Oriente a vontade de ser uma espécie de “Papa” também, em parceria com o Império Bizantino, que tinha como centro Constantinopla. 4 – A fé dos novos con-vertidos – os francos – era mais fiel a Roma e tinha grande consideração pelo Papa. Daí a Igreja viu que era mais positivo evangelizar os francos do que tentar uma mudança na cabeça dos arianos (os bárbaros do Norte da Europa). 5 – O Papa, além de crescer como chefe religioso, começou também a ganhar prestígio político entre os reis e a sociedade.

Por outro lado, na medida em que as atenções do Ocidente se voltavam mais para Roma e o Papa, o Oriente, a partir de Constantinopla, começou se afastar de Roma. O Patriarca foi se acertando com o imperador bizantino e perdendo o interesse pela comunhão com o Papa, até chegar ao grande cisma, que foi consumado em 16 de junho de 1054, e que dura até hoje. É bom lembrar, que o primeiro nome de Cons-tantinopla foi Bizâncio, cidade fundada no ano 660 antes de Cristo pelo lendário Bizas. No ano 330 depois de Cristo, ela passou a se chamar Constantinopla, em homenagem ao imperador Constantino Magno, que a escolheu para capital do Império do Oriente. Hoje, chama-se Istambul, capital da Turquia (CA/Pesquisa).

QUESTÃO DE LADO

Estava o japonês de férias no Brasil, pescando na beira de uma lagoa, quando um amigo se aproxima e per-gunta:- Está pegando muito peixe aí?- Até agora japon pegô seis dorado, né?!E o sujeito, com ar de enten-dido:- Deixa de ser mentiroso! Esta lagoa aqui nunca deu dourado!- Sinhô é buro mesmo, né? Eu disse que seis dorado peguei... dois dorado de cá e quatro dorado de lá!!! Hai! LARINGITE O sorveteiro da praia ficou rouco de tanto gritar, mas mesmo assim se esforçava para anunciar seus produtos:- Olha o sorvete! - Tentava gritar ele - Tem de creme, chocolate, morango, tuti-fruti...Então, um médico que esta-va na praia perguntou:- O senhor tem laringite?E o sorveteiro:- Não senhor! Só creme, cho-colate, morango, tuti-fruti.

COMUNICAÇÃOUm missionário, perdido na selva, acabou encontrando um nativo que estava baten-do em um tambor:- Por que está fazendo isso? - perguntou.- Porque não temos água! - respondeu o nativo.- Entendo. Está batucando para chamar a chuva.- Não... Estou chamando o encanador!

CARGODois amigos futebolistas comentam: - O que é melhor, ser técnico de futebol ou ministro?- Ministro, é claro...- Não! Técnico de futebol. Fica muito mais tempo no cargo.

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1o a 15 de fevereiro de 2011IGREJA &CCOMUNIDADE 10

CatequeseSolidário Litúrgico

6 de fevereiro - 5o Domingo do Tempo ComumCor: verde

13 de fevereiro - 6o Domingo do Tempo ComumCor: verde

ainda sObre evangelizar as pessOas de hOje

Ao assinante leitor

Você, assinante leitor, é o sujeito de nosso trabalho e dedicação para oferecer-lhe um jornal de conteúdo que possa ajudá-lo e a seus familiares na caminhada rumo à casa do Pai. Jornais, com-panhias jornalísticas existem muitos que visam justamente seus lucros; Solidário - O Jornal da Família visa unicamente seu bem

espiritual, e trabalha na construção de um mundo mais humano e cristão, com menos contrastes sociais, menos violência e mais paz.Continue nos apoiando para que possamos levar avante esta obra; ao receber o boleto bancário, renove a assinatura, faça este gesto

de boa vontade.A Direção

Voltamos a destacar o documento Evangelii Nuntiandi, pois julgamos que sempre deve estar à mão de um catequista para ser meditado e colocado em prática.

Destacamos neste texto os comentários que o documento faz sobre como será o testemunho do catequista e de todo cristão:

Um amor fiel a Deus e ao homem. O evangelizador vive a tensão entre duas fidelidades: fidelidade a Deus e fidelidade ao homem. A «evangelização perderia algo da sua força e da sua eficácia, se porventura não tomasse em consideração o povo concreto». (EN 63)

Um amor comprometido. Papa, Bispos, Sacerdotes, Religiosos e Leigos, Família, Jovens – todos devem sentir o empenho do testemunho evangeliza-dor. A Igreja reconhece que “evangelizar um homem é dizer-lhe: Tu também és amado de Deus. E não somente dizê-lo, mas pensá-lo realmente. E não somente pensá-lo, mas lidarmos com esse homem de tal maneira que ele sinta e descubra que há nele qualquer coisa de grande...”

Uma Evangelização de novo estiloNum mundo de tirania cultural, marcado por opressão econômica, vio-

lência e guerra, há necessidade de encontrar um novo estilo de evangelização e de evangelizadores.

A Palavra de Deus é a mesma; porém, são profundamente diferentes a cultura e sensibilidade dos destinatários. Muito antes de aparecer a idéia da “Nova Evangelização”, já Paulo VI indicava a necessidade de um estilo novo, de novos meios e nova linguagem para o anúncio da Boa-Nova. Paulo VI mostra-se ousado nas propostas para tornar mais viva e entendível para o homem de hoje a Boa-Nova de Jesus Cristo. Eis algumas das propostas que a Evangelii Nuntiandi valoriza:

Meios aptos. Se é importante a atenção e fidelidade aos conteúdos da Evangelização, não deixa de ser igualmente relevante renovar os meios e métodos da mesma, entre os quais importa realçar o testemunho de vida e uma pregação viva e entusiasta. Faz falta, igualmente, recorrer “aos meios modernos criados por esta civilização” para a transmissão da Mensagem evangélica (EN 33).

A Liturgia e a Catequese. A preocupação evangelizadora deve manifes-tar-se na Liturgia, prestando atenção à homilia na Missa e noutras ocasiões; e na Catequese, não só das crianças, mas ainda lançando o Catecumenado onde numerosos jovens e adultos “possam descobrir, pouco a pouco, o rosto de Cristo e experimentar a necessidade de a Ele se entregarem” (EN 43-44).

O contato pessoal. Se a Boa-Nova precisa ser anunciada às multidões, não se pode esquecer a importância do contato pessoal tanto no dia-a-dia, como por ocasião da preparação e celebração dos mistérios sacramentais (EN 46 e 47).

Às comunidades de base. Paulo VI manifestou grande coragem ao “assu-mir” as “comunidades de base” numa altura em que estas sofriam contestação alargada. O Papa valoriza-as, como espaço novo de evangelização, e como “destinatárias privilegiadas da evangelização” (EN 58).

Resumido por Deonira La Rosa de um texto de Frei Arantes da Silva

1a leitura: Livro do Eclesiástico (Eclo) 5,16-21 Salmo 118(119), 1-2.4-5.17-18.33-34 (R/. 1)2a leitura: 1a Carta de S. Paulo aos Coríntios (1Cor) 2,6-10Evangelho: Mateus (Mt) 5,17-37

Comentário: Vivemos no “tempo do descartável”: use e jogue fora! E nesta descartabilidade entram não apenas acontecimentos, máquinas, tecnologia, coisas, mas igualmente a natureza, as relações - políticas, sociais e familiares - e as pessoas. “Coisas, natureza e pessoas têm valor enquanto me ajudam para meu sucesso e meu bem-estar” pensam e dizem muitos. E tudo é descartado quando já não serve.

As normas que Jesus apresenta no Evangelho deste domingo apontam para uma vivência responsável e coerente da fé. E o relato conclui com uma afirmação taxativa, referindo-se aos muitos tipos de juramento da cultura judaica: seja o vosso “sim, “sim” e o vosso “não”, “não”. Tudo o que for além disso vem do maligno (5,37). Quem vem do tempo em que palavra dada era palavra empenhada e valia mais que documento ou juramento, certamente se sente muito mal ao perceber como muita gente, hoje, não cumpre o que promete e a palavra empenhada pode ser verdadeira num dia e perder sua veracidade no dia seguinte. É a era do descartável, do “sim” de hoje que é um “talvez” amanhã e um “pelo contrário” logo depois. Infelizmente, a verdade de hoje pode ser a mentira de amanhã. Os vícios e deficiências da personalidade criaram os muitos tipos e formas de jura-mento. E Jesus alerta: tudo o que não é um “sim” coerente que se cumpre e se vive, vem do maligno e apenas reforça a descartabilidade das relações, das “verdades”, da gente. Para quem se diz cristão e quer, realmente, viver sua fé de discípulo missionário, há valores que não podem ser descartados, que são valores sempre. E nas suas relações, o “sim” é “sim” e o “não” é “não”. Sem meios termos, sem meias-verdades. No tempo do descartável, é preciso reafirmar o verdadeiro amor, amor solidário com o outro, amor com a natureza, amor solidário com Deus e seu Plano de salvação para a humanidade. ([email protected])

1a leitura: Livro do Profeta Isaias (Is) 58,7-10 Salmo 111(112), 4-5.6-7.8a e 9 (R/.4a.3b)2a leitura: 1a Carta de S. Paulo aos Coríntios (1Cor) 2,1-5Evangelho: Mateus (Mt) 5,13-16

Comentário: Sal da Terra... Luz do Mundo. Mateus, no Evangelho deste domingo, como continuação do Sermão da Montanha, coloca na boca de Jesus duas comparações. Primeiro, o sal: o sal, todos sabemos, é o que menos pesa no orçamento familiar e só se percebe a sua grande utilidade e necessidade quando falta na cozinha e na alimentação. Além de dar gosto aos alimentos, o sal serve como conservante, evitando a corrupção e a perda dos alimentos. Esta é a importância da comparação: o cristão deve dar sabor aos relacionamentos, à sua vida e à de todos os que o rodeiam. Através do seu exemplo e de sua vivência, o cristão é chamado a ser alguém que transforma o sabor da vida e a conserva em perfeito estado, sem pecado e sem corrupção. Se a sua fé é insossa, sem força transformadora, sem vibração e sem incidência na família, no trabalho e na sociedade, torna-se inútil, sem sentido e ele é “jogado fora e pisado pelos homens” (5.13).

A luz: se o sal é mais concreto, a luz traz uma carga simbólica muito grande. O mal, presente na humanidade, geralmente é definido como “escuridão”: a escuridão do pecado, a escuridão do egoismo, a escuridão da noite, a escuridão da angústia e da dor, a escuridão da ignorância, a escuridão da ausência de fé. A luz, pelo contrário, simboliza todas as coisas boas e positivas do viver humano. E a vocação da luz é brilhar, é iluminar: brilhe a vossa luz diante dos homens para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus (5,16), que está no Reino da Luz. Esta é a vocação de todo cristão: ser sal e ser luz que transforma, que conserva, que ilumina os ambientes e os corações, que ensina, que está sempre disposto a ajudar e a servir.

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1o a 15 de fevereiro de 2011 ESPAÇO DAARQUIDIOCESECoordenação: Pe. César Leandro Padilha

11Solicita-se enviar sugestões de matérias e informações das

paróquias. Contatos com a jornalista Cynara Baum pelo e-mail [email protected] ou fone (51)32286199. Acompanhe o

noticiário da Pascom pelo twitter.com/arquidiocesepoa

Escola Frei Pacífico oferece curso de Libras

A Escola Especial para Surdos Frei Pacífico oferece o curso da Língua Brasileira de Sinais, Libras, onde os alunos irão encontrar instrutores capacitados, material próprio e espaço acolhedor. As inscrições vão de 14 de fevereiro a 23 de março.

O curso é dividido nos seguintes módulos: Básico I (quarta-feira), Básico II (quinta-feira), Básico III (quarta-feira), Intermediário I (quinta-feira) e Intermediário II (segunda-feira), sendo a carga horária de 60h, 4h por semana, no horário das 18h às 21h.

O investimento é R$ 240,00 o módulo de 60h, podendo ser parcelado em até quatro vezes. A soli-citação de bolsa de estudos deve ser feita mediante a realização de entrevista com a assistente social da Instituição e comprovação de renda.

Maiores informações pelos fones (51) 3223.4365 e 8432.2042, ou diretamente na Escola Frei Pacífico, que fica na Rua Paulino Chaves nº 235, Bairro Santo Antônio, Porto Alegre.

Já está disponível o Calendário de Noivos 2011

Produzido pela Pastoral Familiar, cujo o res-ponsável é o Pe. Leandro Miguel Chiarello, pároco da São Sebastião Mártir, do Vicariato de Porto Alegre, o calendário Encontros de Preparação ao Matrimônio e à Vida Familiar 2011 já está dispo-nível no site da Arquidiocese.

É destinado a jovens, noivos e casais que dese-jam se unir e receber o sacramento do matrimônio. No material são encontradas datas, locais, contato e horários onde serão realizados o Curso de Noivos de todo o ano de 2011. Acesse o site www.arqui-diocesepoa.org.br e confira o calendário.

Mons. Jaime Spengler será ordenado bispo em 5 de fevereiro

Está se aproximando o dia da ordenação de monsenhor Jaime Spengler como bispo auxiliar da Arquidiocese de Porto Alegre. Será no dia 5 de fevereiro de 2011, na paróquia São Pedro Apósto-lo, na cidade de Gaspar, SC, situada 15 km antes de Blumenau.

O núncio apostólico no Brasil, Dom Lorenzo Baldisseri, será o bispo ordenante, e coorde-nantes serão Dom Dadeus Grings, arcebispo da Arquidiocese de Porto Alegre, e Dom Leonardo Steiner, bispo de São Félix do Araguaia, Mato Grosso.

E no dia 14 de fevereiro, o monsenhor Jaime, que na data já terá sido ordenado bispo auxiliar, virá definitivamente para a Arquidiocese de Porto Alegre.

Como chegar em Gaspar, SC:Via transporte terrestre: BR 101 até Floria-

nópolis, chegando ao trevo de Itajaí pegar a SC 470, direção Blumenau.

Via transporte aéreo: Desembarcar no aero-porto de Navegantes, situado a 20 km de Gaspar.

A tradicional Procissão de Translado que antecedeu a nove-na a Nossa Senhora dos Navegantes, foi realizada no domingo, 23 de janeiro. Milhares de fiéis acompanharam a imagem que partiu da Paróquia de Navegantes para o Santuário Nossa Se-nhora do Rosário, Centro de Porto Alegre. Esse cortejo acontece desde a primeira edição da festa, que está em sua 136ª edição.

O tema da novena este ano é “Em Maria a Palavra se encar-nou”, e o lema “Como Maria, acolhemos a Palavra”, que iniciou na segunda-feira, 24 de janeiro, celebrada pelo pe. Adilson José Kuntzler, na paróquia Nossa Senhora de Navegantes de Porto Alegre, às 20h, e encerrou com pe. Ilário Flach, celebrando o tema Maria, Peregrina da fé na Palavra.

Muitos preparativos foram realizados para a Festa de Navegantes, que é o maior evento religioso do sul do país. Na quarta-feira, 02 de fevereiro, dia de Nossa Senhora dos Navegantes será celebrada missa no Santuário Nossa Senhora do Rosário, às 7h, pelo côn. Irineu Aloysio Brand. De lá par-tirão os fiéis que acompanharão a imagem de Navegantes até sua paróquia, onde o arcebispo metropolitano, Dom Dadeus Grings presidirá a missa que tem como tema: Em Maria, a Palavra se encarnou.

Ordenação episcopal de

mons. Girardi

O monsenhor Agenor Girardi, nomeado bispo auxiliar da Arqui-diocese de Porto Alegre, e o Pe. Geremias Steinmetz, nomeado bispo auxiliar da Diocese de Paranavaí, se-rão ordenados no dia 25 de março, às 19h, no Centro de Eventos do Parque de Exposições Jayme Canet Júnior, na cidade de Francisco Beltrão, PR, em uma única cerimônia religiosa.

A celebração será presidida por Dom José Antônio Peruzzo, da Dio-cese de Palmas-Francisco Beltrão, e terá como co-consagrantes o arcebis-po da Arquidiocese de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, e o bispo Dom Fernando Panico, da Diocese de Cra-to, CE. A missa deverá contar com a presença de mais arcebispos e bispos do Paraná e de outros estados, cerca de 100 padres, muitos seminaristas e religiosas, além dos familiares dos novos bispos, lideranças das paróquias da Diocese de Francisco Beltrão e a comunidade católica do sudoeste do estado paranaense. “Va-mos preparar bem para que seja uma bela celebração”, disse o Pe. Agenor.

Após a ordenação, virá para a Arquidiocese de Porto Alegre onde será vigário episcopal do Vicariato de Canoas, e residirá na paróquia São Luís Gonzaga, mesmo local em que tomará posse de sua nova função no dia 8 de abril, às 20h.

Paróquia de Navegantes realiza Procissão de Translado e prepara Festa

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Porto Alegre, 1o a 15 de fevereiro de 2011

Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger (67 anos) é o novo arcebispo de Salva-dor, Bahia, designado em 12 de janeiro último por Bento XVI. Integrante da Congregação do Sagrado Coração de Jesus – deho-niano – Krieger assume em 25 de março próximo, dei-xando o posto de arcebispo de Florianópolis que exerce desde fevereiro de 2002. Substitui a Dom Geraldo Majella Agnelo, (77 anos), que teve sua renúncia aceita pelo pontífice por limite de idade (75 anos), conforme o

A ordenação episcopal ocorrerá em 25 de março próximo, no Centro de Eventos do Parque de Exposições Jayme Canet Júnior, na cidade de Francisco Beltrão, PR, em cerimô-nia conjunta em que também será ordenado o Pe. Geremias Steinmetz, nomeado bispo auxiliar da Diocese de Paranavaí/PR. A celebração será presidida por Dom José Antônio Peruzzo, da Diocese de Palmas/Francisco Beltrão, e terá como co-consagrantes o arcebispo da Arquidiocese de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, e o bispo Dom Fer-nando Panico, da Diocese de Crato, CE. Dom Girardi assumirá em 8 de abril, como vigário episcopal do Vicariato de Canoas, residindo na paróquia São Luís Gonzaga.

Ordenação episcopal e posse do Pe. Agenor Girardi

Pe. Agenor

Brasil tem novo primazCódigo de Direito Canônico, cânon 401.

Natural de Brusque, SC, Krieger será o 26o sucessor de Dom Pedro Fernandes Sardinha, o primeiro bispo do Brasil, que no dia 16 de julho de 1556 morreu de-vorado pelos índios caetés, após naufragar no litoral de Alagoas. A Archidioecesis Sancti Salvatoris in Brasília é a Sé Primacial do Brasil, pois foi a primeira Diocese do Brasil – 25 de fevereiro de 1551/ Júlio III – e uma das mais antigas das Amé-ricas. Quando elevada a Ar-

quidiocese – 16 de novembro de 1676 por Inocêncio XI – durante mais de duzentos anos, até 1892, foi a maior arquidiocese do mundo.

Dom Murilo

Símbolo da Paróquia Auxiliadora se aposenta

O exercício da autoridade junto aos filhosPágina 3

Com a igreja completamente lotada por fiéis de todas as idades, a cerimônia de despedida, em fins de dezembro último, foi presidida por Dom Dadeus Grings, arcebispo de P. Alegre, acompanhado de outros bispos e sacerdotes. E não faltaram lágrimas. No discurso de despedida

Depois de 53 anos e meio a serviço da mesma paróquia, Monsenhor Máximo Bevegnù se aposenta e é substituído pelo Pe. Márcio Antônio Andrade da Silva

do religioso, muitas pessoas tiveram que puxar do lenço. Mons. Máximo, 84 anos, também se emocionou e explicou que tinha escrito sua fala para não deixar a emoção tomar conta. Mas não adiantou. Também exibiu o cálice e os paramentos de sua primeira missa, há 58 anos,

cujo aniversário também se come-morava.

Ao final da cerimônia, Dom Dadeus descerrou placa em home-nagem ao religioso que, depois de concluir seu tratamento de saúde, vai morar em S. Domingos do Sul, sua terra natal, para ficar mais pró-

ximo de seus parentes. Em cerimônia posterior, o arce-

bispo de P. Alegre também empos-sou Pe. Márcio Antônio Andrade da Silva como novo pároco da Auxilia-dora. Pe. Márcio, 45 anos, deixa a reitoria do Seminário Maior de Via-mão, onde atuou nos últimos anos.

Pe. Márcio foi empossado por Dom Dadeus Cerimônia de despedida de Mons. Máximo foi presidida pelo arcebispo metropolitano

Imagens: Goldim Produções e Eventos