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Proc. nº. 632.203.124 – AEAP (Estagiária Caroline Goll) Página 1 de 13
DECISÃO
(Segunda Instância) JR
AI nº. 340/SAC-EG/2008 Data: 11/11/2008 Processo nº: 60870.007246/2008-51
Interessado: TAM LINHAS AÉREAS S/A. Crédito de Multa nº. 632.203.124
Nº. ISR/RO – Passageiro: ROMGO3SCF00641-09/08 – Sra. Jaqueline Souza da Silva
Infração: Bagagem Extraviada Enq.: alínea “p” do inciso III do artigo 302 do CBA
Nº. Voo: JJ 3751 Horário: 00h25min Data: 06/09/2008
Relator: Sr. Alfredo Eduardo Anastácio de Paula - Analista Administrativo - Matrícula
SIAPE:1438735
RELATÓRIO
RECURSO TEMPESTIVO. BAGAGEM
NÃO ENTREGUE NO MOMENTO DO
DESEMBARQUE. ALÍNEA “P” DO
INCISO III DO ART. 302 DO CBA.
ARTIGO 32 E 35 DAS CONDIÇÕES
GERAIS DE TRANSPORTE. NÃO
INCIDÊNCIA DE PRESCRIÇÃO
INTERCORRENTE. RECURSO
CONHECIDO E IMPROVIDO.
1. Da Introdução
Trata-se de Recurso interposto pela empresa TAM LINHAS AÉREAS S.A., contra
decisão proferida no Processo Administrativo nº. 60870.007246/2008-51, originado do Auto de
Infração nº. 340/SAC-EG/2008, lavrado em 11/11/2008 (fls. 24), infração capitulada na alínea
“p”, do inciso III, do artigo 302 da Lei 7.565/1986 - Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA),
com a seguinte descrição: “A empresa TAM Linhas Aéreas S.A descumpriu o contrato de
transporte com a Sra. Jaqueline Souza da Silva (localizador MFNXAT) passageira
transportada no voo JJ3549 do dia 06/09/2008, trecho MAO-GIG com conexão para o vôo
JJ3386 do mesmo dia, trecho GIG-CNF ao deixar de entregar no ponto de destino a
bagagem da passageira supracitada”.
2. Da Reclamação do Passageiro
A passageira reclama (fls. 01) que seu voo original foi cancelado, sendo transferida para
uma conexão diferente daquela originalmente prevista, tendo tido sua bagagem foi extraviada no
momento do desembarque.
3. Do Relatório de Fiscalização
A fiscalização da ANAC (fls. 05 e 23) constatou que a passageira teve o voo JJ 3751, do
dia 06/09/2008, às 00:25h cancelado por motivo de manutenção na aeronave, sendo a reclamante
acomodada em voo imediatamente posterior, qual seja: voo JJ 3549, cuja saída se deu às 02:30h.
Informa, ainda, que, considerando que o tempo de espera ter sido de duas horas e cinco minutos,
foi emitido Auto de Infração somente pelo motivo de extravio de bagagem da passageira,
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constatado no desembarque da mesma, no aeroporto de Confins.
4. Das Informações Preliminares
Instada a apresentar informações preliminares, para fins de apuração dos fatos narrados
pela reclamante (fls.07), a empresa se manifestou à fls. 08/09, informando que o cancelamento do
voo original se deu por questão de manutenção na aeronave, e que disponibilizou as facilidades
pertinentes ao momento, bem como reacomodação no voo imediatamente disponível.
5. Da Defesa da Interessada
A empresa, regularmente cientificada em 11/11/2008 (fls. 24), em que pese a certidão de
decurso do prazo fls. 25, apresentou tempestiva defesa (fls. 28/29), oportunidade na qual
informou que a passageira foi assistida com abertura de Registro de Irregularidade de Bagagem -
RIB.
Alegou, ainda, que devido ao cancelamento e posterior transferência de voo, foi solicitado
a passageira que retirasse seus volumes da esteira e encaminhasse ao check-in, solicitação essa
que não foi atendida, tendo a bagagem sido localizada e restituída à passageira, no aeroporto de
Confins. Junta aos autos recibo de entrega de bagagem, devidamente assinado pela reclamante,
datado de 06/09/2008, do qual não consta o horário de recebimento da bagagem – fls. 31.
6. Da Decisão de Primeira Instância:
O setor competente, em Decisão de primeira instância (fls. 33 a 37) confirmou o ato
infracional, enquadrando a referida infração na alínea “p” do inciso III do artigo 302 do CBA,
combinado com o art. 32 e 35 das Condições Gerais de Transporte, por não ter restituído a
bagagem à passageira no momento do desembarque, aplicando multa no valor médio de
R$ 7.000,00 (sete mil reais), tendo considerado não haver, no caso, o cômputo de circunstâncias
atenuantes ou agravantes.
A empresa foi notificada da Decisão de primeira instância em data de 20/04/2012 (fls. 38 e
43).
7. Das Razões do Recurso
Em grau recursal (fls. 44 a 48), preliminarmente, a empresa alega a incidência da
prescrição intercorrente, com o argumento de que o processo teria permanecido inativo para
efeitos processuais entre 09/03/2009 e 03/08/2011, o que configuraria a perda da pretensão
punitiva por parte da Agência, em virtude do decurso do prazo prescricional de 2 (dois) anos, nos
termos do art. 319 do CBA e do Parecer nº 106/2006/PGF/Procuradoria-ANAC, cuja cópia anexa
aos autos (fls. 53/62), e que a inserção nos autos dos documentos fls. 26/27 não seriam suficientes
para interromper o curso do prazo prescricional.
No mérito, alega que “após as inúmeras tentativas de se encontrar a bagagem extraviada,
a mesma foi encontrada e entregue ao passageiro sem qualquer protesto”; que em decorrência do
cancelamento do voo original, a passageira foi informada para retirar sua bagagem da esteira e
despachá-la novamente, o que não ocorreu, acarretando o extravio. Aduz, ainda, que as
consequências do extravio foram amenizadas pela entrega da bagagem no mesmo dia, de modo
que se aplicaria ao caso a circunstância atenuante prevista no inciso II, do § 1º, do art. 22, da
Resolução ANAC nº 25/2008.
Por fim, requer seja conhecido e provido o recurso, com a declaração da prescrição
intercorrente, e, acaso superada a preliminar arguida, que seja revisada a multa aplicada, a fim de
considerar a circunstância atenuante invocada.
8. Dos Outros Atos Processuais
Despacho de encaminhamento dos autos da Gerência de Fiscalização de Serviços Aéreos -
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GFIS para Gerência Técnica de Análise de Autos de Infração - GTAA/SRE (fls. 26);
Notificação de Decisão (fls.38 e 43);
Despacho desta Junta Recursal sobre a tempestividade do recurso interposto (fls. 63)
É o breve Relatório.
VOTO DO RELATOR – Sr. Alfredo Eduardo Anastácio de Paula – Mat. SIAPE:1438735
1. PRELIMINARMENTE
1.1. Da alegação da Prescrição Intercorrente
Em preliminares, observa-se que a interessada, ora recorrente, alega a incidência do
instituto da prescrição intercorrente, sob o fundamento de que a ação punitiva da ANAC estaria
prescrita, tendo em vista que o processo teria, entre 09/03/2009 e 03/08/2011, permanecido
inativo para efeitos processuais, sem que tenha havido, no período, qualquer ato que tenha
implicado na interrupção do período prescritivo de 2 (dois) anos, nos termos do art. 2º da lei
9873/99, do art. 319 do CBA e do Parecer nº 106/2006/PGF/Procuradoria-ANAC. Aduz, ainda,
que “a mera inserção, nos autos do processo, dos documentos de fls. 26/27 é insuficiente para
interromper o curso do prazo prescricional...”.
Há de se observar, inicialmente, que o Despacho acostado à fls. 26, datado de 16/04/2010,
ao contrário do que alega a recorrente, movimentou, sim, o processo, visto que encaminhou o
mesmo da então Gerência de Fiscalização para a Gerência Técnica de Análise de Autos de
Infração – GTAA/SRE, em atendimento às mudanças institucionais trazidas pelo Regimento
Interno da Agência, aprovado pela Resolução nº 110/2009, que inovou a estrutura da ANAC,
inclusive com a criação da referida GTAA.
A Lei nº 9.873/99, que estabelece o prazo prescricional para a ação punitiva da
Administração Pública Federal, direta ou indireta, em seu art. 1º, assim dispõe, in verbis:
Lei nº 9.873/99
Art. 1º. Prescreve em cinco anos a ação punitiva da Administração
Pública Federal, direta ou indireta, no exercício do poder de polícia,
objetivando apurar infração à legislação em vigor, contados da data
da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada,
do dia em que tiver cessado.
Aponta-se que é pacificado o entendimento desta Junta Recursal de que o Despacho de
fls. 26 impulsionou o processo, com vistas à apuração dos fatos e, que, portanto, configura-se
como causa interruptiva da prescrição intercorrente, conforme é possível depreender a simples
leitura do texto insculpido no § 1º do art. 1º da lei 9.873/99, in verbis:
§ 1º Incide a prescrição no procedimento administrativo paralisado
por mais de três anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos
autos serão arquivados de ofício ou mediante requerimento da parte
interessada, sem prejuízo da apuração da responsabilidade funcional
decorrente da paralisação, se for o caso (...).
(grifo e destaque nosso).
Faz-se necessário, ainda, mencionar o art. 2º da mesma Lei, com previsão dos marcos
interruptivos do referido prazo para prescrição:
Art. 2º. Interrompe-se a prescrição:
I- Pela citação do indicado ou acusado, inclusive por meio de edital;
II- por qualquer ato inequívoco, que importe apuração do fato;
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III- pela decisão condenatória recorrível.
(grifo nosso)
Em relação ao Parecer nº 106/2006/PGF/Procuradoria – ANAC, citado pela recorrente, há
de se observar que, ao discorrer sobre o instituto da prescrição administrativa, nos autos do
processo administrativo nº 60800.025925/2010-50 – AI nº 561/ASV/2007, no qual figura como
interessada a empresa OCEANAIR Linhas Aéreas Ltda, por meio da NOTA Nº
132/2014/DDA/PF-ANAC/PGP/AGU, aprovado pelo Despacho nº 277/2014/PF-
ANAC/PGF/AGU, de 20 de março de 2014, a Procuradoria Federal junto a ANAC, expressou o
seguinte entendimento, em síntese:
i) “3. (...)
“2.50. Destarte, harmonizando os preceitos firmados no Parecer nº
103/2008/PROC/ANAC (aplicabilidade da Lei nº 9.873/99 a multas emitidas por
infrações ao CBAer) com aqueles constantes do Parecer AGU-PGF/CGCOB/DICON
nº 05/2008 (fixa distinção entre prazo prescricional para aplicação da multa e prazo
prescricional para execução do crédito dela resultante), concluo que:
2.5.1. O entendimento a ser adotado no âmbito desta Agência é no sentido de que a
Administração Pública possui cinco anos para apurar uma infração ao Código
Aeronáutico Brasileiro e lavrar um auto de infração definitivo (art. lº da Lei nº
9.873/94).
2.5.2. Contudo, se o processo que visa à apuração de infração punível por multa ficar
parado por mais de três anos, sem que haja a incidência de nenhuma das causas
interruptivas de que tratam os incisos do art. 2º, da Lei nº 9873/99 (Interrompe-se a
prescrição: I – citação do indiciado ou acusado, inclusive por meio de edital; II – por
qualquer ato inequívoco, que importe apuração do fato; III – pela decisão
condenatória recorrível), ocorrerá a prescrição intercorrente, de que trata o § 1º, do art.
1º, da mesma Lei.
2.5.3. Sobrevindo uma causa interruptiva, o prazo prescricional de cinco anos volta a
contar do zero, assim como o prazo trienal para verificação da prescrição
intercorrente.
2.5.4. (...) processos onde haja ato administrativo declarando a prescrição,
adotando como razão de decidir o entendimento manifestado no Parecer nº
106/2006 (prazo bienal do art. 319 do CBAer): devem permanecer arquivados, haja
vista que o princípio da segurança jurídica e o art. 2º, XII, da Lei nº 9.784/1999,
vedam a aplicação retroativa de novo entendimento jurídico.
Processos onde não haja ato administrativo declarando a prescrição: a análise da
prescrição da ação punitiva deve ser feita com base na Lei nº 9.873/99 (cinco anos
para prescrição geral e três para prescrição intercorrente, contando que não ocorram
as causas interruptivas)...”.
ii) “De se ressaltar, ademais, ter a Coordenação-Geral de Cobrança e Recuperação de
Créditos – CGCOB da Procuradoria-Geral Federal – PGF, por meio da Nota
DIGEVAT/CGCOB/PGF/AGU nº 006/2014, anuído com a proposta de uniformização
de entendimentos jurídicos, elaborada na XI Reunião Técnica dos Procuradores-
Chefes das Agências Reguladoras, nos seguintes termos:
“l.(b) O prazo prescricional trienal (art. 1º, § 1º, da Lei nº
9.783/99, de 23 de novembro de 1999) é interrompido com a
prática de atos que dão impulso ao processo. Deliberação
por unanimidade” (original não sublinhado).
iii) Referido órgão da Procuradoria-Geral Federal – PGF afirmou acerca do instituto da
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prescrição intercorrente, quando da elaboração do Parecer CGCOB/DICON nº
05/2008, que:
“Vale lembrar, a prescrição intercorrente deve ser entendida
como uma forma de sanção imputada à própria
Administração, que, em face da sua inércia, não promoveu os
meios e atos necessários para remover o estado de paralisia
do processo. Consequentemente, para caracterizar a
prescrição intercorrente, é necessária a demonstração de que
a Administração não praticou qualquer ato processual
tendente a apurar a infração”.
iv) Na Nota Técnica nº 043/2009, asseverou, ainda, que:
“Com efeito, paralisado é o mesmo que parado, de modo que
qualquer movimento que se faça para impulsionar o
processo administrativo adiante modifica a condição
anterior de inércia do processo” (original não sublinhado).
v) Destarte, verifica-se ter a Coordenação-Geral de Cobrança e Recuperação de Créditos –
CGCOB da Procuradoria-Geral Federal – PGF consolidado posicionamento
consistente no fato de que apenas atos processuais efetivamente tendentes à apuração
da infração, que sejam imprescindíveis a esta e que impulsionem o avanço do
processo, ou seja, que visam à superação das fases do respectivo procedimento e ao
consequente alcance de sua conclusão, caracterizam a existência de tramitação
qualificada dos autos, capaz de remover o expediente do estado de paralisia.
Assim sendo, não procede a alegação de incidência da prescrição intercorrente, posto que
o Despacho de encaminhamento dos autos da GFIS para a GTAA/SRE, datado de 16 de abril de
2010, em decorrência de mudanças institucionais dispostas pelo Regimento Interno, conforme
demonstrado, impulsionou o processo, modificando a condição anterior do mesmo.
Consoante se observa nos autos, verifica-se:
a) O fato ocorreu em 06/09/2008 (fls. 01);
b) A empresa foi regulamente notificada em 11/11/2008 conforme assinatura
no Auto de Infração (fls. 24);
c) Em decorrência de mudanças institucionais, promovidas por alteração do
Regimento Interno da Agência, ocorreu um Despacho de
Encaminhamento do processo à Gerência Técnica de Análise de Autos de
Infração em 16/04/2010 (fls. 26);
d) Consta ainda uma decisão de primeira instância administrativa (fls. 33 a
37), datada de 22/03/2012.
Portanto, considerados os elementos constantes do processo, através do Despacho
GFIS/SRE, de 16 de abril de 2010 (fls. 26), operou-se nova causa interruptiva do prazo
prescricional da pretensão punitiva, nos termos do inciso II, art. 2º da Lei nº 9.873/99, de modo
que não há dúvidas quanto a não incidência da prescrição, inclusive a intercorrente, no
processamento dos autos, eis que em nenhum marco temporal foi ultrapassado o prazo de 3 (três)
anos sem que tenha havido movimentação do processo tendente a apurar a infração e, entre a data
do fato e a decisão de primeira instância, não foi ultrapassado o prazo de 5 (cinco) anos. Assim,
não merece acolhimento a alegação preliminar do interessado.
Da mesma forma, o Parecer nº 106/2006/PGF/Procuradoria – ANAC não seria vinculativo
em relação às decisões desta Junta Recursal, pois, mesmo que não tivesse parecer posterior, mais
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recente, datado de 20/03/2014, acima citado, que inclusive considera que processos que tenham
adotado como razão de decidir, o entendimento manifestado no Parecer nº 106/2006 (prazo bienal
do art. 319 do CBAer), devem permanecer arquivados, haja vista o princípio da segurança
jurídica, ainda assim há de se observar que Parecer da Procuradoria Federal junto à ANAC, como
no caso, é opinativo, tendo caráter vinculante, no âmbito da ANAC, a interpretação e as
conclusões manifestadas no parecer jurídico aprovado pela Diretoria, conforme se depreende do
art. 7º, § 4º, da Instrução Normativa ANAC nº 17, de 13/01/2009, que dispõe sobre a tramitação
de matérias submetidas ao exame da Procuradoria da ANAC, a seguir transcrito:
Art. 7º No desempenho das atividades de consultoria jurídica,
especialmente sobre questões relacionadas aos setores e atividades
regulados pela ANAC, a Procuradoria da ANAC se manifestará por
meio de pareceres aprovados pelo Procurador-Geral, elaborados em
atendimento à iniciativa, individual ou em conjunto:
(...)
§ 4º A interpretação e as conclusões manifestadas no parecer jurídico
aprovado pela Diretoria terão caráter normativo e vinculante no
âmbito da ANAC, devendo ser observadas por seus órgãos enquanto
não for editada norma sobre a matéria ou revista a decisão da
Diretoria que aprovou o parecer
1.2. Da Regularidade Processual
A interessada foi regularmente notificada quanto à infração a si imputada em 11/11/2008
(fls. 24), apresentando tempestivamente sua defesa (fls. 28/29). Foi, ainda, regularmente
notificada quanto à Decisão de primeira instância em 20/04/2012 (fls. 33/37), apresentando o seu
tempestivo recurso em 02/05/2012 (fls. 44 a 48).
Importante observar que até a presente data a empresa teve a sua inteira disposição o
acesso aos autos do processo, de forma que, em qualquer tempo, pudesse vir a ter ciência de seu
trâmite.
Nesta Decisão, cabe colocar que este Relator, visando a busca da Verdade Real, esta
própria dos procedimentos administrativos sancionadores, bem como não trazer prejuízos para a
Administração Pública, considerou TODOS os atos, documentos e declarações constantes dos
autos na presente data.
Desta forma, aponto a regularidade processual do presente processo, o qual preservou
todos os direitos constitucionais inerentes ao interessado, bem como respeitou, também, aos
princípios da Administração Pública, estando, assim, pronto para, agora, receber uma decisão de
segunda instância administrativa por parte desta Junta Recursal.
2. DO MÉRITO
2.1. Quanto à Fundamentação da Matéria – Bagagem Extraviada
Aponto que a empresa recorrente foi autuada porque “descumpriu o contrato de
transporte com a Sra. Jaqueline Souza da Silva (localizador MFNXAT) passageira
transportada no voo JJ3549 do dia 06/09/2008, trecho MAO-GIG com conexão para o vôo
JJ3386 do mesmo dia, trecho GIG-CNF ao deixar de entregar no ponto de destino a
bagagem da passageira supracitada”, infração capitulada na alínea “p” do inciso III do artigo
302 do Código Brasileiro de Aeronáutica - CBAer, que dispõe o seguinte:
Art. 302. A multa será aplicada pela prática das seguintes infrações:
(...)
III – infrações imputáveis à concessionária ou permissionária de
serviços aéreos:
(...)
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p) deixar de transportar passageiro com bilhete marcado ou com
reserva confirmada ou, de qualquer forma, descumprir o contrato de
transporte;
Tendo em vista o entendimento desta Junta Recursal, a bagagem, ao não ser entregue, em
bom estado, ao passageiro no momento do seu desembarque, ou mesmo se entregue, mas com
protesto do passageiro, sujeita a empresa transportadora à penalização administrativa.
A Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986, que dispõe o sobre o Código Brasileiro de
Aeronáutica - CBAer, marco regulatório do sistema de aviação civil, estabelece que o perfeito
cumprimento do contrato de transporte aéreo de bagagem prevê a entrega, sem protesto, ao
passageiro no lugar indicado na nota de bagagem, conforme redação do art. 234, que segue:
Art. 234. No contrato de transporte de bagagem, o transportador é
obrigado a entregar ao passageiro a nota individual ou coletiva
correspondente, em 2 (duas) vias, com a indicação do lugar e data de
emissão, pontos de partida e destino, número do bilhete de passagem,
quantidade, peso e valor declarado dos volumes.
§ 1° A execução do contrato inicia-se com a entrega ao passageiro da
respectiva nota e termina com o recebimento da bagagem.
§ 2° Poderá o transportador verificar o conteúdo dos volumes sempre
que haja valor declarado pelo passageiro.
§ 3° Além da bagagem registrada, é facultado ao passageiro conduzir
objetos de uso pessoal, como bagagem de mão.
§ 4° O recebimento da bagagem, sem protesto, faz presumir o seu
bom estado.
§ 5° Procede-se ao protesto, no caso de avaria ou atraso, na forma
determinada na seção relativa ao contrato de carga.
Em adição, complementando a regulamentação da matéria, a Portaria nº 676/GC-5, de
13/11/2000, que aprova as Condições Gerais de Transporte, em seu art. 32, parágrafo único,
dispõe que a execução do contrato inicia-se com a entrega do comprovante do despacho da
bagagem e termina com o recebimento da mesma pelo passageiro, sem protesto, conforme se vê:
Art. 32. No transporte de bagagem, o transportador é obrigado a
entregar ao passageiro o comprovante do despacho com a indicação
do lugar e a data de emissão, os pontos de partida e destino, o
número do bilhete de passagem, a quantidade, o peso e o valor
declarado dos volumes, se houver.
Parágrafo único. A execução do contrato inicia-se com a entrega
deste comprovante e termina com o recebimento da bagagem pelo
passageiro, sem o protesto oportuno.
Ademais, a mesma Portaria assegura que o protesto, em situações de avaria ou atraso, far-
se-á mediante ressalva lançada em documento específico ou por qualquer comunicação escrita,
em seus arts. 33, parágrafo único, e 35, segundo redação, in verbis:
Art. 33. O recebimento da bagagem, sem protesto, faz presumir o seu
bom estado.
Parágrafo único. O protesto, nos casos de avaria ou atraso, far-se-á
mediante ressalva lançada em documento específico ou por qualquer
comunicação escrita encaminhada ao transportador.
Assim, formalizado o protesto por atraso pelo passageiro, fica caracterizado o extravio da
bagagem, que constitui infração administrativa prevista no artigo 302, inciso III, alínea “p”, do
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Código Brasileiro de Aeronáutica.
Sobre as orientações ao usuário do transporte aéreo, quanto ao extravio nacional de
bagagem, a Instrução de Aviação Civil - IAC nº 2203-0399, de 16/03/1999, prevê:
IAC 2203-0399
EXTRAVIO - NACIONAL:
Caso ocorra extravio de sua bagagem, o Sr(a) deve seguir os
seguintes passos:
a) Procurar a Empresa Aérea, para reclamar sobre sua bagagem.
Lá o Sr(a) deverá preencher o (RIB) REGISTRO DE
IRREGULARIDADE DE BAGAGEM. Se a empresa aérea deixar
de cumprir com as suas obrigações ou, ainda, se o Sr(a) precisar
da ajuda da autoridade aeronáutica, procure o Fiscal de Aviação
Civil do DAC, localizado na Seção de Aviação Civil (SAC), nos
principais aeroportos brasileiros. Se quiser reclamar oficialmente
ao DAC, basta preencher o formulário de Impresso Sugestão e/ou
Reclamação (ISR).
(...)
c) No caso de dano à bagagem, o Sr(a) deverá seguir o mesmo
roteiro do item “a”. O DAC informa ainda que somente serão
considerados, para efeito de indenização, os objetos destruídos ou
avariados.
Com efeito, a Portaria nº 676/GC-5, de 13/11/2000, em seu art. 35, considera bagagem
extraviada aquela não entregue ao passageiro no ponto de destino, e prossegue em seu parágrafo
2º admitindo que a bagagem somente possa permanecer na condição de extraviada por um
período máximo de 30 (trinta) dias, quando, então, deverá a empresa aérea proceder a devida
indenização ao passageiro, conforme a redação do ato normativo que segue:
Art. 35. A bagagem será considerada extraviada se não for entregue
ao passageiro no ponto de destino.
§ 1º A bagagem extraviada, quando encontrada, deverá ser entregue
pelo transportador no local de origem ou de destino do passageiro, de
acordo com o endereço fornecido pelo passageiro.
§ 2º A bagagem só poderá permanecer na condição de extraviada
por um período máximo de 30 (trinta) dias, quando então a empresa
deverá proceder a devida indenização.
(grifos nossos).
Como se observa do fragmento legal supracitado, a bagagem despachada pelo passageiro
pode situar-se em duas condições distintas e subseqüentes, na execução imperfeita do contrato de
transporte, conforme previsão legal: extravio e perda, o que nos remete na análise do presente
processo em atos seqüenciais, que atribui obrigações distintas conforme se encontra o estado da
bagagem: 1ª – O extravio de bagagem: status em que a bagagem não é devolvida ao proprietário
no momento da chegada em seu destino, podendo legalmente ficar nesta condição por 30 (trinta)
dias, período em que a empresa deverá envidar esforços para encontrar e devolver a bagagem ao
seu legítimo dono (Portaria nº 676/GC-5 de 13 de novembro de 2000, art. 35, § 1º); 2ª – A perda
da bagagem: ao transpassar o 30º dia, e ainda não encontrada, a bagagem deixa a condição de
extraviada e passa ser considerada perdida onde, conforme descrito no dispositivo legal
supracitado, obriga a empresa a proceder a devida indenização (Portaria nº 676/GC-5, de 2000,
art. 35, § 2º).
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Dessa forma, conforme a legislação vigente, a empresa deve entregar a bagagem
despachada ao passageiro no momento do desembarque no local de destino. Assim, sempre que
for extraviada uma bagagem, independentemente do lapso de tempo em que ela assim se mantém,
há o descumprimento do contrato de transporte aéreo, bem como das normas acima citadas, as
quais dispõem sobre serviços aéreos.
No mesmo sentido, esta Junta Recursal já deliberou sobre a matéria, ao elaborar o
ENUNCIADO Nº. 11/JR/ANAC – 2010, na 105ª Sessão de Julgamento, de 25/11/2011
(http://www2.anac.gov.br/biblioteca/JuntaRecursal/Decisoes/ENUNCIADO%20N%2011.pdf),
conforme abaixo descrito, in verbis:
ENUNCIADO Nº 11/JR/ANAC – 2010
TÍTULO: Extravio de bagagem. Configuração da Infração
Administrativa.
ENUNCIADO: Configura-se a infração administrativa de extravio no
momento em que a bagagem não é restituída ao passageiro no local
do destino, quando do seu desembarque. Sendo assim, eventual
restituição da bagagem no prazo de 30 dias, ou o pagamento da
indenização após este lapso temporal, não excluirá a
responsabilidade administrativa da empresa, somente evitará a
configuração de infração diversa.
(destaque nosso).
Já o ENUNCIADO Nº 06/JR/ANAC – 2009, aprovado na 24ª Sessão de Julgamento da
Junta Recursal, de 25/06/2009
(http://www2.anac.gov.br/biblioteca/AtasJuntaRecursal/ENUNCIADO_N06_-
_extravio_de_bagagem.pdf ), assim dispõe:
ENUNCIADO Nº 06/JR/ANAC – 2009
TÍTULO: Bagagem despachada – Isenção de responsabilidade do
transportador.
ENUNCIADO: Recebendo a bagagem despachada, a empresa aérea
assume o encargo de devolvê-la ao passageiro no estado em que a
recebeu. Qualquer cláusula contratual que impõe ao passageiro a
adesão a termo de isenção de responsabilidade, sob pretexto de
mercadoria frágil ou mal acondicionada, não pode afastar a
responsabilidade administrativa da empresa na aplicação de
disposição legal.
Adicionalmente, conforme acima se vê, o § 5º do art. 234 do CBA indica: “procede-se ao
protesto, no caso de avaria ou atraso, na forma determinada na seção relativa ao contrato de
carga”.
Ainda, o art. 244, do mesmo Diploma legal, dispõe:
Art. 244. Presume-se entregue em bom estado e de conformidade com
o documento de transporte a carga que o destinatário haja recebido
sem protesto.
§ 1° O protesto far-se-á mediante ressalva lançada no documento de
transporte ou mediante qualquer comunicação escrita, encaminhada
ao transportador.
(...)
Proc. nº. 632.203.124 – AEAP (Estagiária Caroline Goll) Página 10 de 13
§ 3° O protesto por atraso será feito dentro do prazo de 15 (quinze)
dias a contar da data em que a carga haja sido posta à disposição do
destinatário.
Já o art. 222, dispõe que “pelo contrato de transporte aéreo, obriga-se o empresário a
transportar passageiro, bagagem, carga, encomenda ou mala postal, por meio de aeronave,
mediante pagamento” - grifo nosso, sendo esta obrigação confirmada em diploma legal mais
recente, na Lei nº 10.406 de 10 de janeiro de 2002, que instituiu o Código Civil:
“Art. 730. Pelo contrato de transporte alguém se obriga, mediante
retribuição, a transportar, de um lugar para outro, pessoas ou
coisas.”
O contrato de transporte é um contrato bilateral, comutativo, oneroso e consensual. É
obrigação do transportador deslocar contratualmente o passageiro que pagou pelo serviço,
verificando-se que a obrigação é contígua para transportar também a sua bagagem (seus
pertences), visto que esta é acessório do contrato principal, isto é, os contratos acessórios (ou
conexos) são aqueles que para ter existência plena, dependem da existência de um outro contrato
(principal), ou seja, é dependente, subordinado ou conexo com outro;
Atrelada a essa obrigação, uma das principais características de todo contrato de transporte
é a cláusula implícita da incolumidade, o que impõe ao transportador a obrigação objetiva de
resultado, mas também de garantia, ou seja, tem o transportador o dever de zelar tanto pela
incolumidade do passageiro (contrato principal) como de sua bagagem despachada (contrato
acessório), o que sendo uma responsabilidade objetiva insurge ao transportador a obrigação de
indenizar qualquer dano, ao passageiro ou a bagagem, na execução do contrato de transporte.
Nesta obrigação, a transportadora – neste caso empresa aérea –, assume os riscos decorrentes do
empreendimento.
A indenização, para efeitos de saneamento das providências administrativas e
cumprimento das legislações no âmbito do sistema de aviação civil, está devidamente prevista no
CBAer: “Art. 260. A responsabilidade do transportador por dano,
conseqüente da destruição, perda ou avaria da bagagem despachada
ou conservada em mãos do passageiro, ocorrida durante a execução
do contrato de transporte aéreo, limita-se ao valor correspondente a
150 (cento e cinqüenta) Obrigações do Tesouro Nacional (OTN), por
ocasião do pagamento, em relação a cada passageiro
(destaque nosso).
Art. 261. Aplica-se, no que couber, o que está disposto na seção
relativa à responsabilidade por danos à carga aérea (arts. 262 a
266).
Art. 262. No caso de atraso, perda, destruição ou avaria de carga,
ocorrida durante a execução do contrato do transporte aéreo, a
responsabilidade do transportador limita-se ao valor correspondente
a 3 (três) Obrigações do Tesouro Nacional (OTN) por quilo...”.
Ainda, assim dispõe, expressamente, o art. 66, das Condições Gerais de Transporte:
Art. 66. O transportador responde pelos danos ao passageiro,
bagagem e carga, ocorridos durante a execução do contrato de
transporte.
Proc. nº. 632.203.124 – AEAP (Estagiária Caroline Goll) Página 11 de 13
Parágrafo único. É nula toda cláusula tendente a exonerar o
transportador ou que estabeleça limite de indenização inferior ao que
determina o Código Brasileiro de Aeronáutica.
2.2. Quanto às Questões de Fato (quaestio facti)
Observa-se que a passageira reclama (fls. 01) sobre o extravio de sua bagagem. A
fiscalização constata (fls. 05 e 23), e a empresa recorrente reconhece a não entrega no momento
do seu desembarque, confirmando, assim, o ato infracional.
2.3. Quanto às Alegações da Interessada A interessada, devidamente cientificada da infração a si imputada (fls. 24), ofereceu
tempestiva defesa (fls. 28 e 29) oportunidade na qual alegou que devido ao cancelamento e
posterior transferência de voo a passageira foi assistida com abertura do RIB; que a bagagem foi
localizada e restituída à passageira, no aeroporto de Confins, juntando aos autos recibo de entrega
de bagagem, datado de 06/09/2008 – fls. 31.
Em fase recursal (fls. 44 a 48), alegou, preliminarmente, a incidência da prescrição
intercorrente. No mérito, ratificando as informações apresentadas na defesa, alega que devido ao
cancelamento do voo original, a reclamante foi informada para retirar sua bagagem da esteira e
despachá-la novamente, o que não ocorreu, o que teria acarretado o extravio. Entretanto, as
consequências do extravio foram amenizadas pela entrega da bagagem no mesmo dia, requerendo
a aplicação da circunstância atenuante prevista no inciso II, do § 1º, do art. 22, da Resolução
ANAC nº 25/2008.
A preliminar arguida, de incidência da prescrição intercorrente, já foi devidamente
analisada, e afastada, conforme se vê do item 1.1, supra.
Quanto à alegação de que a bagagem extraviada foi localizada e entregue no mesmo dia à
passageira, em nada influencia na responsabilidade administrativa da recorrente, conforme se vê
da fundamentação, posto que caracterizado o extravio ao não ser a bagagem entregue no
momento do desembarque do passageiro no local de destino, de modo que não se aplica ao caso,
também, a circunstância atenuante prevista no inciso II, do § 1º, do art. 22, da Resolução ANAC
nº 25/2008
2.4. Da Análise dos Elementos Processuais Verifica-se, portanto, que é fato punível administrativamente a não entrega da bagagem ao
passageiro, no momento do seu desembarque, posto que a empresa tem o dever de, recebendo a
bagagem, devolvê-la ao passageiro no estado em que a recebeu, restando, pois, configurado o ato
infracional imputado no Auto de Infração.
Ademais, a própria empresa reconhece que não restituiu a bagagem à passageira no
momento do desembarque, caracterizando, assim, o extravio da mesma, ao afirmar à fls. 47:
“após as inúmeras tentativas de se encontrar a bagagem extraviada, a mesma foi encontrada e
entregue ao passageiro sem qualquer protesto”.
Desta forma, as simples alegações da empresa não podem afastar a sanção administrativa
aplicada, estando a Decisão exarada em primeira instância em consonância com as normas legais
aplicáveis, de modo que não procedem as alegações da recorrente, conforme acima demonstrado
3. DA DOSIMETRIA DA SANÇÃO
Verificada a regularidade da ação fiscal, temos que verificar a correção do valor da multa
aplicada como sanção administrativa ao ato infracional imputado.
Cabe ressaltar que o Código Brasileiro de Aeronáutica dispõe, em seu art. 295 que a
multa será imposta de acordo com a gravidade da infração. Nesse sentido, a Resolução nº
25/2008, que dispõe sobre o processo administrativo para a apuração de infrações e aplicação de
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penalidades no âmbito da competência da Agência Nacional de Aviação Civil determina em seu
art. 22 que sejam consideradas as circunstâncias agravantes e atenuantes na imposição da
penalidade pecuniária
3.1. Das Condições Atenuantes:
No caso em tela, não poderemos aplicar qualquer condição atenuante, das dispostas no
diversos incisos do § 1º do artigo 22 da Resolução ANAC nº. 25/2008.
3.2. Das Condições Agravantes:
Do mesmo modo, verifica-se que no caso em questão não é possível se aplicar quaisquer
das condições agravantes dispostas nos diversos incisos do § 2º do artigo 22 da Resolução ANAC
nº. 25/2008. 3.3. Da Sanção a Ser Aplicada em Definitivo:
Quanto ao valor da multa aplicada pela Decisão recorrida (R$ 7.000,00), temos que
apontar a sua regularidade quanto à norma vigente por ocasião do ato infracional (Resolução nº.
25, de 25/04/2008, e alterações posteriores), estando, assim, dentro da margem prevista, o que me
leva a votar pela manutenção da sanção aplicada pela Decisão de primeira instância
administrativa.
4. DO VOTO
Desta forma, voto pelo conhecimento e NÃO PROVIMENTO ao Recurso,
MANTENDO, assim, todos os efeitos da decisão prolatada pelo competente setor de primeira
instância administrativa.
É o voto deste Relator.
Brasília, 12 de fevereiro de 2015.
ALFREDO EDUARDO ANASTACIO DE PAULA
Analista Administrativo – SIAPE 1438735
Membro Julgador da Junta Recursal da ANAC
Nomeado pela Portaria ANAC nº 2.218/DIRP, de 2014
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CERTIDÃO
DE JULGAMENTO JR
AUTUAÇÃO
AI nº. 340/SAC-EG/2008 Data: 11/11/2008 Processo nº: 60870.007246/2008-51
Interessado: TAM LINHAS AÉREAS S/A. Crédito de Multa nº. 632.203.124
Nº. ISR/RO – Passageiro: ROMGO3SCF00641-09/08 – Sra. Jaqueline Souza da Silva
Infração: Bagagem Extraviada Enq.: alínea “p” do inc. III do artigo 302 do CBA
Nº. Voo: JJ 3751 Horário: 00h25min Data: 06/09/2008
Relator: Sr. Alfredo Eduardo Anastácio de Paula – Matrícula SIAPE nº. 1438735
Presidente da Sessão: Sr. Sérgio Luís Pereira Santos – Matrícula SIAPE nº. 2438309
CERTIDÃO
Certifico que a Junta Recursal da AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL – ANAC, ao
apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Junta, por unanimidade, NEGOU PROVIMENTO ao recurso, MANTENDO a multa
aplicada pela decisão de primeira instância administrativa, nos termos do voto do Relator.
Os Membros Julgadores, Sr. Sérgio Luís Pereira Santos e Sra. Hildenise Reinert, votaram com o
Relator.
Encaminhe-se à Secretaria desta Junta Recursal para as providências de praxe.
Brasília, 26 de fevereiro de 2015
SÉRGIO LUÍS PEREIRA SANTOS
Presidente da Junta Recursal