Juiza Selma Arruda atende Gaeco e manda prender Fábio Frigeri, Wander Luiz dos Reis, Moises Dias da Silva e Giovani Belato Guizardi na Operação Remora

8/17/2019 Juiza Selma Arruda atende Gaeco e manda prender Fábio Frigeri, Wander Luiz dos Reis, Moises Dias da Silva e Gio…

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Fls.

ESTADO DE MATO GROSSO

PODER JUDICIÁRIO

7

VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CUIABÁ

ESPECIALIZADA CONTRA O CRIME ORGANIZADO

CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA E ECONÔMICA

CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CRIMES DE LAVAGEM DE DINHEIRO

REPRESENTAÇÃO — PRISÕES PREVENTIVAS, CONDUÇÕES

COERCITIVAS E BUSCAS E APREENSÕES

INTERESSADOS — GAECO X FABIO FRIGERI E OUTROS

VISTOS ETC.

Trata-se de representação formulada pelo GAECO, pela

decretação de prisões preventivas em desfavor de

FABIO FRIGERI,

WANDER LUIZ DOS REIS, MOISÉS DIAS DA SILVA

e

GIOVANI

BELATTO GUIZARDI.

O GAECO pleiteia, ainda, o deferimento para as co

e .

uções

coercitivas de

LUIZ FERNANDO DA COSTA ROND

N

LEONARDO GUIMARÃES RODRIGUES, MOISÉS FELTR N,

JOEL DE BARROS FAGUNDES FILHO, ESPER HA DAD NE O,

JOSÉ EDUARDO NASCIMENTO

DA SILVA,

L IZ CARL O S

MUS, CELSO CUNHA ' FERRAZ, RICARI)

UGUSTO

1


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ESTADO E

MATO GROSSO

PODER JUDICIÁRIO

7 8






SGUAREZI, CLARICE MARIA DA ROCHA, EDER ALBERTO

FRANCISCO MERCIANO

e

DILERMANDO SÉRGIO CHAVES.

Requer, ainda, mandados de busca e apreensão em desfavor

de

GIOVANI BELLATO GUIZARDI, WANDER LUIZ DOS REIS,

FABIO FRIGERI, MOISÉS DIAS DA SILVA, LUIZ FERNANDO DA

COSTA RONDON, MOISÉS FELTRIN, JOEL DE BARROS

FAGUNDES FILHO, ESPER HADDAD NETO, JOSÉ EDUARDO

NASCIMENTO DA SILVA, LUIZ CARLOS IORIS, CELSO CUNHA

FERRAZ, RICARDO

AUGUSTO SGUAREZI,

CLARICE MARIA

DA ROCHA, EDER

ALBERTO FRANCISCO

MECIANO,

DILERMANDO SÉRGIO CHAVES, LEONARDO GUIMARÃES

RODRIGUES

e

nas empresas DINAMO CONSTRUTORA LTDA.,

LUMA CONSTRUTORA LTDA. EPP, JER ENGENHARIA

ELÉTRICA E CIVIL LTDA, assim como na sede da SECRETARIA

DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MATO GROSSO, especialmente

nas salas/gabinetes de FÁBIO FRIGERI e WANER LUIZ DOS REIS.

Aduz, em apertada síntese, que os envolvidos, compondo

uma organização criminosa, teriam montado um esquema de desvio de

verba, ,relacionado à execução de contratos administrativos relativos a

obras públicas da SEDUC — SECRETARIA DE ESTADO DA

EDUCAÇÃO.

Explicou a necessidade de cada medida, segundo sua

/

ótica,

trazendo, com o pedido, uma mídia digital (DVD-RW), alé de) vários

documentos relativos ao PIC 07/2015-GAECO.

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PODER JUDICIÁRIO

7'






Os autos vieram conclusos.

É o breve relato. Fundamento e decido.

Consta que as .investigações tiveram início porque na

primeira quinzena de abril de 2015 a referida organização procurou uma

•

testemunha, JOSÉ CARLOS PENA DA SILVA, proprietário da BRP

CONSTRUTORA LTDA., ocasião em que lhe solicitaram dinheiro para

agilizar a liberação de valores que lhe são devidos, em razão de obras

públicas executadas com a referida Secretaria de Estado.

A testemunha relatou que o servidor público WANDER

LUIZ DOS REIS teria tomado a inciativa de procurá-lo, marcando uma

reunião, na qual o também servidor FÁBIO FRIGERI teria lhe fornecido o

nome de GIOVANI da empresa DÍNAMO CONSTRUTORA, alegando

que dali em diante seria ele que representaria a SEDUC em assuntos

relativos à medição, projetos e pagamentos.

GIOVANI BELLATO

GUIZARDI teria solicitado desta

testemunha um pagamento de 5% do que a SEDUC lhe devia, a fim de

agilizar o pagamento, mas a proposta não teria sido aceita imediatamente.

Consta, ainda, que em julho

de 2015, após receber um dos

pagamentos que a SEDUC lhe devia, GIOVANI passou a cobrar o

pagamento.

O GAECO foi cientificado do ocorrido e des e e tão pass u

a monitorar os passos da organização, utilizando-se, para t tg d- medi a

de AÇÃO CONTROLADA, prevista 'na Lei 12.850/13.

3


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PODER JUDICIÁRIO

7






Em outubro de 2015 José Carlos Pena da Silva foi

convidado pela pessoa de

LUIZ FERNANDO DA COSTA RONDON,

sócio administrador da empresa LUMA CONSTRUTORA LTDA EPP, a

participar de uma reunião com empresários do segmento da construção

civil, cuja pauta seria contratos relacionados à SEDUC/MT.

A reunião contou com a participação de vários empresários

do setor da construção civil e foi conduzida por

LUIZ FERNANDO

DA

COSTA RONDON,

administrador da empresa LUMA CONSTRUTORA

LTDA EPP e

LEONARDO GUIMARÃES RODRIGUES,

representante

da empresa JER CONSTRUTORA, levaram aos empresários informações

privilegiadas de dentro da SEDUC/MT assim como colhiam demandas

daqueles para apresentar a estes.

O

elatório

nformações

.°

183/2015/Coord.Op./GAECO, que se encontra inserido nos autos da Ação

Controlada, indica que na reunião foram debatidos vários assuntos, todos

tendentes a garantir o sucesso de fraudes ao processo licitatório, em

benefício dos empresários ali presentes.

Transcrevo o resumo dos assuntos debatidos, segundo

apurou o GAECO:

•

que solução tornar em relação aos empresários que não

estavam presentes na reunião e que, por conseguinte, não

.

participariam

do

sorteio das licitações;

1

qual seria o critério de distribuição das licitaçõeis e tire os

presentes, se por lote ou por valor da obra;

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F

is9-7


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7" VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CUIABÁ





•

reclamação quanto á reciprocidade de agentes da

Secretaria em contrapartida aos pagamentos efetuados pelos empresários;

•

meios para impedir que licitantes não. pertencentes ao

grupo fossem vencedores das licitações qiie estayam por ocorrer, tendo

•

sido sugerido que houvesse alguém dentro da Secretaria para

desencaminhar novos aspirantes a contratos de obras;

•

reclamação quanto ao pèrcentual de 5% sobre os valores

a receber da SEDUC/MT que os empresários estariam pagando, a titulo de

propina, aos agentes da Secretaria, tendo sido informado aos Presentes

que esse percentual passaria a ser de 3%;

•

a necessidade de plantar alguém dentro do órgão para

que ficasse responsável pelas licitações, a fim de garantir que elas fossem

direcionadas aos participantes da reunião, tendo surgido neste ponto o

debate sobre se o superintendente WANDER LUIZ DOS REIS executaria

4 1 1

u não tal papel.

•

que solução dar para o integrante do grupo que não

vencesse a licitação que lhe foi destinada pelo sorteio do grupo na

circunstância em que eventualmente algum licitante que não compõe o

grupo viesse a vencer alguma das licitações, sendo que após ter sid

sugerida a alteração do edital, foi deliberado que a melhor alternativa

seria deixar duas ou três licitações na reserva, o. que chamaram de

"cobertura";

•

deliberação a respeito do participante sortea o di vez

errar na documentação apresentada na licitação: se os d P

)

não

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PODER JUDICIÁRIO

•

7' VARA CRIMINAL DA COMARCA DE

CUIABÁ





poderiam fiscalizar a documentação a fim de desclassfficá-lo, se ele iria

para o final da fila ou seria criada uma reserva de licitação para esta

situação;

estratégia para eliminar eventual licitante não

participante do sorteio que viesse a ser vencedor de alguma licitação,

tendo hàvido a sugestão de se. atravancar o procedimento internamente

pelo órgão licitante "engavetando-o";

•

deliberação a respeito dos outros participantes do grupo

que não compareceram à reunião ou que não se interessaram pelo lote de

licitações em debate. e seriam colocados nas primeiras posições nas

próximas licitações ou se participariam do sorteio em igualdade de

condições com os presentes;

•

deliberação sobre como resolver a circunstância em que o

sorteado da vez não conseguisse certidão para apresentar na licitação,

tendo sido sugerido que este trocasse a "sua licitação" com outro

participante do grupo que estivesse no final da fila;

•

distribuição das licitações da SEDUC já abertas ou que

ainda estavam por abrir entre os participantes da reunião;

7

)

fixação dos lances a serem oferecidos por cada

participante nas licitações a fim de que o "ganhador da vez" fosse

vencedor do certame;

•

debate acerca dos critérios de rateio dos próxi los 1 tes de

licitações;

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Fls


PODER JUDICIÁRIO






•

discussão a respeito do critério de distribuição das

licitações de "cobertura", concluindo-se pelo sorteio. delas.

Outro registro de relevância obtido por meio da Ação

Controlada foi o encontro entre GIOVANI GUIZARDI e a testemunha

JOSÉ CARLOS PENA DA SILVA, ocorrido em final de outubro de 2016,

em que GIOVANI teria novamente exigido pagamento do percentual de

5% do valor recebido. Nesse encontro, GIOVANI teria chamado a

testemunha para se encontrarem na SINFRA — Secretaria de Infraestrutura

de Mato Grosso, sendo que do interior do prédio foram até o veículo

utilizado por GIOVANI, onde o mesmo ligou o ar condicionado em

potência máxima, utilizando-se, além disso, de um suposto misturador de

voz, a fim de impossibilitar qualquer gravação.

Os autos revelam, ainda, que em final de novembro daquele

ano JOSÉ CARLOS teria procurado GIOVANI, explicou-lhe que estava

4 1 1

assando por dificuldades em receber valores junto à SEDUC, quando foi

novamente exigida a propina por parte deste.

Dias depois, JOSÉ CARLOS entregou para GIOVANI a

quantia de R$ 4.000,00, desta vez na . sede da empresa DÍNAMO

CONSTRUTORA, pertencente a GIOVANI.

Segundo as investigações, naquele mesmo mês de

novembro de 2015, WANDER LUIZ DOS REIS foi exonerad o cargo a e

Superintendente de Acompanhamento e Monitoramento da E trutura

Escolar da SEDUC, o que viria a corroborar a fie ção de

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PODER JUDICIÁRIO






descontentamento dos empresários para com ele. Em seu lugar, assumiu

MOISÉS DIAS DA SILVA.

O GAECO passou, então, a monitorar os certames relativos

à SEDUC, com o fito de averiguar se o que havia sido acordado na reunião

dos empresários efetivamente encontrava respaldo na Secretaria.

Elaborados os Relatórios n. 04/2015/GA/GAECO, bem

como o Relatório n. 015/2016/GI/GAECO, que explicitam exatamente os

certames e seus vencedores.

Há suficientes indícios de autoria e a materialidade está

também nos autos, tanto pelos arquivos de mídia encartados no DVD-RW

que acompanha a representação, quanto pelos demais documentos,

interceptações telefônicas e, pelas declarações da testemunha JOSÉ

CARLOS.

Observo, corno bem aponta o Ministério Público, que a

Ação Controlada, subsidiada .pelas interceptações telefônicas e pelas

declarações da testemunha, trouxeram bastante robustez à investigação.

A reunião ocorrida em 0

9/

1

0/2015, por exemplo,

foi

previamente marcada entre . LUIZ FERNANDO e JOSÉ CARLOS,

conforme se apreende do áudio da interceptação telefônica ocorrida no dia

anterior (0

8

/1

0/2015, às 10:35h). Veja o que relata o auto circunstanciado

de interceptações n. 41/205:

•

"Na ligação do dia 08/10/2015 às 10h35min28s, o lvo

José

Carlos recebe ligação do interlocutor identificado pelo nome d L

\

IZ, o

qual o cumprimenta diz: "...nós vamos reunir amanhã 09 hor s,equi no

8


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Fis


PODER JUDICIÁRIO

7I






meu escritório, dá um pulinho aqui..." José Carlos pergunta onde fica a

localização do local indicado para esta REUNIÃO, LUIZ então explica:

"ao passar pelo trevo do santa rosa (Av. Miguel Sutil), seguir pela'avenida

antártica (sentido AMBEV), virar a esquerda na rua do POSTO IDAZA

(cor laranja), e seguindo, a sexta rua a esquerda, sobrado bege na esquina

(Rua Venezuela n° 75, esquina com Rua Egito - Bairro Santa Rosa -

Cuiabá/MT). Após passar com detalhes a localização do local, LUIZ

novamente diz a JOSÉ CARLOS: "...amanhã as 09 horas...". Finalizam a

conversa. (Autos Judiciais de Interceptação Telefônica,' Auto

Circunstanciado de Interceptação Telefônica n.° 04

1

/2

015/GITT/GAECO,

fl. 09).

A testemunha JOSÉ CARLOS prestou declarações sobre o

ocorrido na reunião, conforme também exposto na representação, quando

narra que a mesma foi conduzida pelos empresários LUIZ FERNANDO

•

(empresa Panamericana) e LEONARDO (empresa JER), sob orientação

dos servidores da SEDUC e do Sr. GIOVANI GUIZZARDI, e que tinha

por finalidade apontar todas as licitações que estavam por acontecer na

SEDUC, visando que os empresários distribuíssem entre si as licitações.

Apenas a título ilustrativo, consultei junto ao aplicativo

GOOGLE MAPS o endereço referido (Rua Venezuela

;

n. 75, esquina co

Rua Egito, Bairro Santa Rosa, nesta Capital) e constatei .que prédio al

apontado é idêntico ao que está gravado no vídeo pro uz'd pela

testemunha com auxílio do GAECO.

Vejamos:

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PODER JUDICIÁRIO

7' VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CUIABÁ





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Esta constatação, apesar de não aparentar muita

confere ainda mais credibilidade à testemunha JOSÉ CARLO

v ncia,

odo o

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Fls


PODER JUDICIÁRIO

7






enredo criminoso por ele narrado e documentado, na medida em que

comprova que o endereço em que ele afirma ter participado da reunião

realmente confere.

A existência de' uma organização criminosa na forma

referida pelo MPE na representação é uma probabilidade bastante alta.

Com efeito, vislumbra-se, ao menos nesta sede inicial de

cognição, que existe um grupo numeroso . de pessoas, unidas com forte

propósito de obter lucros ilícitos em desfavor do erário, dentre elas alguns

servidores públicos.

A divisão da organização em núcleos, como entende o

GAECO é pertinente.

Com efeito, constato verossimilhança nas alegações.do MP,

quando diz que a organização tem o NÚCLEO DE AGENTES

PÚBLICOS, formado, em tese, por WANDER LUIZ DOS REIS, FÁBIO

FRIGERI e MOISÉS DIAS DA SILVA, pessoas que estariam encarregadas

de agilizar e viabilizar as fraudes no âmbito da Administração Pública

mediante recebimento de propina.

Há também o NUCLEO DE OPERAÇÃO, formado pelos

particulares GIOVANI BELLATO GUIZZARDI, LUIZ FERNANDO DA

COSTA RONDON e LEONARDO GUIMARÃES RODRIGU

Segundo demonstra o MP, são esses os mandatários dos servidores

públicos, os encarregados de fazer os contatos diretos com os e

que fazem parte do terceiro núcleo, o DOS EMPRESÁRIOS, fo

LUIZ FERNANDO DA COSTA RONDON, LEONARDO GUI

esá' ios,

d por

RÃES

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PODER JUDICIÁRIO






RODRIGUES, MOISES FELTRIN, JOEL DE BARROS FAGUNDES

FILHO, ESPER HADDAD NETO, JOSE EDUARDO NASCIMENTO DA

SILVA, LUIZ CARLOS IORIS, CELSO CUNHA FERRAZ, RICARDO

AUGUSTO SGUAREZI, CLARICE MARIA DA ROCHA, EDER

ALBERTO FRANCISCO MECIANO e DILERMANDO SERGIO

NAVES.

Este grupo se encarregaria de burlar os processos

licitatórios, uma vez que recebem informações privilegiadas do primeiro

núcleo e com elas organizariam Uma simulação de concorrência, que estaria

viciada por se tratar de verdadeiro jogo de cartas marcadas.

Referido NÚCLEO seria liderado por LUIZ FERNANDO

DA COSTA RONDON e LEONARDO GUIMARÃES RODRIGUES, os

quais se encarregariam de coordenar as ações do grupo para adequá-las ao

interesse de todos os envolvidos.

Esta liderança restou inclusive desenhada desde a reunião

cuja captação de áudio e vídeo está nos autos.

Aliás o conteúdo dos diálogos travados na reunião é deveras

revelador, conforme trechos gire abaixo transcrevo, também apontados pelo

MPE na representação:

[..] Aos 19min00 de gravações e áudio, começa a reunião,

após cumprimentar os presentes, o empresário LUÍS FERNANDO abre a

reunião, "CHAMEI VOCES AQUI PARA DISCUTIR ALGUNS AS '',UNTOS

QUE DEIXAMOS DE TRATAR NO ESCRITÓRIO DO HÉL ,

r

em

seguida explica que muitos dos participantes presentes não p rg,iparam

12


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Fis. bom,


PODER JUDICIÁRIO






da última reunião, cita a representante da empresa Buena que nesse ato

representa o pai, Paulo, Xibiu, Ananil entre outros. E acrescenta que "AS

INFORMAÇÕES QUE IRÁ REPASSAR PARA VOCÉS AQUI É

EMBASADO NO QUE O PESSOAL NOS REPASSOU".[..]

(páginas

03/04)

[....J Aos 25min58seg, o empresário LUES FERNANDO,

novamente retoma as explanações, dando entender que os

descontentamentos dos empresários, sobre o valor de 5%, já haviam

surtido efeitos, que já havia uma solicitação pela a redução dos valores e

elenca vários empresários que já havia conversado com ele. E finaliza esse

tópico dizendo que acertou o valor de 3%, a partir outubro em diante.

'NÃO FOI Só VOCÊ QUE VEIO CONVERSAR COMIGO SOBRE ISSO,

JOEL CONVERSOU CELSO CONVERSOU, O ZÉ CONVERSOU E

OUTROS QUE FORAM ENCONTRANDO COMIGO (..) RECLAMARAM

•

DISSO (..) EU DEIXEI BEM CLARO, QUE EU NÃO TENHO

ABSOLUTAMENTE NADA A VER COM ISSO (..) QUE ISSO É ALGO

ESTABELECIDO POR LÁ, NÃO É POR ISSO QUE ESTOU NO

PROCESSO (..) A MAIORIA TEM DIFICULDADE, TO VENDO O QUE

TODO MUNDO ESTÁ PASSANDO, EU TAMBÉM ESTOU PASSANDO

(.) EMBORA NO MOMENTO ESTOU SEM CONTRATO LÁ (..) EU

VENHO QUESTIONANDO ISSO (..) O JOEL, TEM CIÊNCIA DISSO, O

LÉO TAMBÉM E ACHO QUE MAIS TEM MAIS ALGUÉM E HA VIA

T

OMENTADO, O RICARDO (.)QUE EU VINHA A MAIS .È TR1TA

DIAS NESSA DISCUSSÃO COM ELE (.) ONTEM DEI ÇHEQUE

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PODER JUDICIÁRIO

7H VARA

CRIMINAL DA COMARCA DE CUIABÁ





MATE, OLHA PRECISO DE UMA DEFINIÇÃO, NÃO TEM MAIS COMO

PRORROGAR (..) O PESSOAL NÃO ESTÁ CONSEGUINDO FAZER

ISSO, É MUITO PESADO, ESTÁ MUITO APERTADO, OS PREÇOS SÃO

RUINS, TUDO ISSO TRAZ CUSTOS FINANCEIROS PARA EMPRESA

(..) E CONSEGUI REDUZIR PARA 3%.

[...] Aos 26min57seg, o interlocutor ESPER indaga se ele

confirmou a redução do valor e o Luís confirma. "ELE CONFIRMOU

ISSO LUIZ .

Em continuidade é confirmado como positivo que o valor da

propina passará a 3%, porém, fica explicito o alerta do empresário LUIS

FERNANDO, que somente de agora em diante. "CONFIRMOU ONTEM

NO FIM DO DIA (..) ENTÃO QUER DIZER, ISSO Al VAI DAR ALGO

BACANA PARA TODO MUNDO (.) FICA UMA FORMA DE TODO

MUNDO TRABALHAR MAIS CALMO (..) DETALHE, DAQUI PARA

FRENTE (..) COMPROMISSO QUE ALGUÉM TENHA FEITO DAQUI

PARA TRÁS, NÃO ESTOU AUTORIZADO A MEXER EM NADA, CADA

UM VAI RESOLVER O QUE TINHA COMBINADO LÁ (..) O QUÊ

PRODUZIR DAQUI PRA FRENTE". [..]

(páginas 07/08)

[..] Ainda em continuidade o empresário LEONARDO pega

uma relação e comenta que há várias reformas mas, pára isso dar certy

1

tem de ter margens de mercado, e comenta ainda com o empresário LUIZ

FERNANDO, que recebeu mais 6 rescisões. "TEM DE , SSETE

REFORMAS, CONSTRUÇÃO VAI TER SÓ QUADRA, DEZE SE (.)

NESSAS AI, TEM QUE DEIXAR A MA)GEM DE MERCAR .

r

v 5

1

NÃO,.

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14'

FiSíd


PODER JUDICIÁRIO

7






NÃO VAI DAR CERTO (..) NÓS TEMOS UMA RELAÇÃO AQUI DE SEIS

OBRAS QUE PASSARAM AQUI • PARA O LUÍS, HOJE NÉ LUÍS (..)

ESTÃO MEXENDO EM PROJETOS",

Aos 43min3lseg, èmpresário LUÍS FERNANDO esclarece o

e

ue o LEONARDO estava falando sobre

.

as rescisões. "NÃO, DESCULPA,

FOI RESCISÃO, JÁ FINALIZOU A RESCISÃO, JÁ VAI LICITAR DE

NOVO, ESTÁ TUDO CERTO. ESSES AQUI FORAM CONTRATO QUE

ESTAVAM EM

.

ANDAMENTO E FORAM RESCINDIDOS". E em

referência cita o distrito de Selma, que foi rescindido e aguarda apenas

[..] (página 13)

[...]Em seguida, CLARICE pergunta sobre quando sairá as

obras 1h42min08seg "ESSAS OBRAS QUE VÃO SAIR, VÃO SER AGORA

PARA DEZEMBRO OU SÓ PARA O COMEÇO DO ANO QUE VEM".

LEONARDO responde que "ANO QUE VEM" (..) SE AGORA TEM QUE

•

EMPENHAR 100% PARA LICITAR" e encerra perguntando quando que

abre realmente o orçamento, CLARICE "EM MARÇO". Vários falam ao

mesmo tempo. (Não compreendido)[...]

(página 28)

Restou claro que foi LUIZ FERNANDO DA COSTA

RONDON o encarregado de diminuir o percentual da propina a ser paga,

que antes era de 5% para os atuais 3%.

A redução dos percentuais também foi comentada na

reunião em que a testemunha JOSÉ CARLOS entrega o valor d propina

para o investigado GIOVANI BELLATO GUIZARDI, conforme rel tjrio

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ESPECIALIZADA CONTRA.0 CRIME ORGANIZADO




produiido pelo GAECO a partir da gravação também promovida pela

testemunha:

[..] Em ato continuo JOSÉ CARLOS entrega uma quantia

de dinheiro em espécie à GIOVANI, momento em que explica: "assim que

sair esse daqui (aponta para o documento sobre a mesa) passará (.J".

GIOVANI diz: "tá bom", ao receber o dinheiro, GIOVANI coloca o

montante sobre a mesa e com a mão direita mostra 4 dedos e pergunta: "é

isso?" JOSÉ CARLOS responde positivamente dizendo: "isso" e questiona:

"modificou aquele percentual?". GIOVANI responde: "no último mudou a

partir de outubro. que antes de outubro não", explica que era 5 (gesticula

com a mão direita os cinco dedos) e depois 3 (gesticula com a mão direita

três dedos) [...J

(Autos de ação controlada, Relatório de Informações n.°

12/2015/GTI/GAECO, página 3).

Segundo o que restou apurado até o momento, o interlocutor

direto entre os pagadores de propina e os servidores públicos corruptos era

o empresário GIOVANI, o qual aparentemente recebe parte do dinheiro

envolvido para encarregar-se da tarefa. •

É nesse sentido que o relatório aponta diálogo havido na

reunião já referida:

[..] Surge uma nova conversação desta vez é sobre o

empresário GIOVANI aos 40min28seg um empresário HNI indaga " (2)

LEONARDO, PORQUÊ GIOVANI ENTÃO (.) NÃO JOGA A BO B NA

MÃO DELE E FALA RESOLVE O PROBLEMA AI, PRÁ N OI UAI"

Neste momento vários interlocutores falam ao mesmo tempo,

ntam

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PODER JUDICIÁRIO






que "TA RECEBENDO PRA QUÊ" neste momento o LEONARDO interfere

dizendo que tem que ser alguém interno. "TEM QUE SER ALGUÉM

INTERNO" Novas indagações surgem, com alguns questionamentos. "E

ELE NÃO TEM ACESSO AO SECRETÁRIO E AOS DEMAIS (.:) NÓS,

1 1 1 1

ÃO ESTAMOS RECEBENDO EM DIA (.:) ESTÃO ATRASANDO, NÃO

ESTÁ TENDO CONTRAPARTIDA NENHUMA, PORQUE ELE QUER

GANHAR O DINHEIRO ENTÃO".

Aos 41mi e seg, INTERLOCUTOR LEONARDO faz

comentário sobre o GEOVANI. "ELE VAI FAZER ISSO TAMBÉM, SÓ

QUE ELE É ALGUÉM EXTERNO, ELE É UM EMPRESÁRIO, ELE NÃO

É ALGUÉM DA INSTITUIÇÃO. Em continuidade nos questionamentos

alguém questiona se ele tem poderes: É MAS ELE TEM O PODER LÁ.

Novamente o LEONARDO defende o GIOVANI: "ELE MANDA NE QUEM

LÁ DENTRO" (.)

(Autos da Ação controlada. Relatório de informações n.

•

183/2015/Coord.Op./GAECO, páginas 12/13).

O relatório também aponta pára o fato de que WANDER era

a pessoa "plantada" na SEDUC para tratar dos interesses escusos dos

empresários, porém, declarações da testemunha JOSÉ CARLOS dão conta

que o mesmo não satisfez às expectativas do grupo, motivo pelo

oi

substituído por MOISÉS DIAS, a mando do próprio GIOVANI. o avia,

mesmo depois de desligado do cargo de Superintendente, W

R

continuou dando suporte ao grupo criminoso.

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78






Vejamos, nesse sentido, trecho da reunião já citada:

33minl6seg empresário JOEL, faz ponderações sobre

quem vai ficar responsável para lidar com a demanda da Secretaria

(órgão) e novamente vários falam ao mesmo tempo, oportunidade que

surge comentários sobre o Superintendente VANDER Que estão

descontente com o trabalho desenvolvido por ele, chegando a afirmar que

o atual superintendente é muito fraco e não tem condições de resolver a

demanda dos empresários. E falam que tem necessidade de ter outra

pessoa, respondendo pelos empreiteiros; quando alguém deixa claro, que

se for fazer mudanças (na superintendência) não será responsabilidade

daquele grupo reunido. "VIU LUIS, EU ACHO QUE O PESSOAL TEM

QUE DESIGNAR UMA PESSOA LÁ DENTRO DO ÓRGÃO, QUE VAI SE

RESPONSABILIZAR PELA LICITAÇÃO, QUE VAI CHAMAR O CARA E

DIZER (..) OLHA É ISSO AQUI (..) TEM QUE TER ESSA PESSOA LÁ

DENTRO, SENÃO NÃO VAI FUNCIONAR" uma voz feminina no fundo,

comenta; "COMO ERA ANTIGAMENTE". Outros empresários, continuam

falando; :FOI PASSADO QUE QUEM VAI FAZER ISSO É O

SUPERINTENDENTE (.) O VANDERI FOI PASSADO QUE QUEM VAI

RESOL VER É ELE (..) VANDER, ELE NÃO VAI RESOLVER ISSO AI (..) -\\

MAS

, ENTÃO O OUTRO RAPAZ VAI TER QUE ENTRAR NO CIRCUITO

PARA ACHAR QUEM VAI COLOCAR' NO LUGAR (..) AI J NÃO É

COM A GENTE, JÁ NÃO É NOSSO (.) QUEM VAI SOFRE A OS

PRIMEIROS" [...J"

(Autos de ação controlada, Relatório de

ções

n.° 18

3

/

2

015/Coord.OpIGAEC O, páginas

9

/

1

0)

18


19/70

Fis


PODER JUDICIÁRIO




CRIMES CONTRA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


Mesmo após a substituição de WANDER, as interceptações

telefônicas obtidas com autorização deste juízo revelam que o mesmo

continuou agindo em sintonia com FÁBIO e com seu sucessor. É o que se

depreende do trecho abaixo, extraído do Relatório de Interceptações

Telefônicas n. 04

5

/

2

015/GITT/GAECO, pág. 10):

"Na conversa do dia 27/1

1/

2

015 às 09h41 min54s, FÁBIO

recebe ligação do interlocutor WANDER, o qual diz que a NEUSINHA já

terminou (documento) e está com BOSCO, porém o Secretário (de

Educação possivelmente) não compareceu a Secretaria, retornando

somente na segunda-feira para assinar o documento (MEDIÇÃO). FÁBIO

pergunta qual a necessidade da assinatura do Secretário no referido

documento, WANDER responde que necessário para encaminhar ao

(SUI1V...?) e realizar o pagamento, que o pedido da MEDIÇÃO é feito para

a SEFAZ (Secretaria de Fazenda do Estado). FÁBIO pergunta qual a

e quantidade de MEDIÇÕES a serem pagas. WANDER responde que são as

MEDIÇÕES de BRASNORTE e CAMPO NOVO. FÁBIO diz que o

Secretário se encontra ai (na Capital provavelmente), podendo alguém

colher a assinatura do Secretário. .WANDER responde que ELE

(Secretário) não está. FÁBIO diz que o Secretário está indo para

MIRASSOL. FÁBIO novamente pergunta . a WANDER se precisa da/

assinatura do Secretário para pagamento das MEDIÇÕES. WANDER diz

que sim. FÁBIO então diz que o Secretário pode assinar na segunda a a

pagamento na terça-feira. WANDER diz, que no momento preci av

assinatura do Secretário, apenas para encaminhar a SEFAZ FÁ

ala

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PODER JUDICIÁRIO






que para este encaminhamento não haveria necessidade da assinatura do

Secretário. WANDER então . pede para FÁBIO providenciar este

encaminhamento, através de solicitação direcionada a JORDÃO. FÁBIO

diz para WANDER pedir a MOISÉS que solicite de JORDÁO este

encaminhamento e, tendo alguma dificuldade se reportar a ELE (FÁBIO).

WANDER concorda com FÁBIO e ainda diz que já foi publicado no SITE e

no DIÁRIO OFICIAL, finalizando a conversa."

As licitações foram previamente distribuídas às pessoas

presentes na reunião, de modo que todos os certames ocorreram apenas

formalmente, eis que desde a reunião cada empresário já sabia qual iria

vencer.

O trecho da reunião que foi transcrito no Relatório de

informações 183/2015 (fls. 17/27) bem ilustra como isso ocorreu:

H As 57h48seg o empresário LUIS FERNANDO faz a

convocação de quem quer obras "PRIMEIRA OBRA É EM NOBRES,

FLA VIO, CADÊ. O FLÁ VIO, -TER PARTICIPADO LÁ DE NOBRES (...) É

SETECENTOS E CINQUENTA E NOVE MIL". O INTERLOCUTOR HNI

pergunta se já está definido "QUE JÁ ESTÁ TUDO DEFINIDO, VAMOS

DIZER ASSIM". LUIS FERNANDO pergunta quem tem interesse nesta

obra "QUEM TEM INTERESSE NESTA OBRA" começa uma discuss o e

alguém diz que tem interesse mas a discussão permanece, ríoiamen e o

LUIS FERNANDO, fala que • irá listar todas as obras

e.Ì

alk do valo da

obra de Nobres, finalizando quem tem interesse. "SETE

C NTO E

•

20


21/70

Fls.


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SESSENTA MIL, (..) QUEM TEM INTERESSE, PERGUNTA PELO

ANANIL, TEM INTERESSE". • Alguns presentes manifestaram como

interessados, na obra, outros sugere que fala todas as obras nos

municípios posteriores, façam a indicações, o INTERLOCUTOR "ESPA"

•

pergunta "OH LUIS, LUIS VOCÊ JÁ NÃO TEM AS EMPRESAS QUE

TEM OBRAS E AS NÃO TEM (..)• QUEM VAI FAZER A ESCOLHA SÃO

AQUELAS QUE NÃO TEM OBRAS". O Empresário LUIS FERNANDO

tenta justificar que tem algumas empresas que não tem interesse naquela

obra, o empresário ESPER "FALA QUE NÃO TEM DE TER

INTERESSANDO (..) TER QUE VER É A PRIORIDADES" e aponta para

um participante "QUE ELE NÃO TINHA MAIS INTERESSE, TINHA

CONFIDENCIADO A ELE".

Ás 59h5Omin empresário HNI que está trajando camisa

clara e possui barba cerrada,' justifica sobre uma situação que foi

erquirido, dizendo que já havia falado' com os condutores da reunião.

"MENCIONA TER QUE VER ALGO POIS ESTAVA SAINDO ALGO EM

NOBRES" (..) E QUE NÃO TINHA NINGUÉM NESSA AI E SE PODIA

SER". Em continuidade da explanação "JÁ EXPLIQUEI PARA LVIS\

FERNANDO, LEONARDO SABE COMO QUE FOI (..) MEU PAI

PROCUROU ELE, POR QUE MANDARAM PROCURAR EL AI TEM

QUE VER LÁ, POR QUE TA SAINDO, SAIU UMA DE N V E ÃO

TEM NINGUÉM NESSA DAI, PODE SER (.) FALEI, AH, TU Q BEM,

NÃO TEM NINGUÉM, AI PODE".

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22/70


PODER JUDICIÁRIO

7





CRIMES DE LAVAGEM DE DINHEIRO •

lhOOminlOseg, após o grupo reunido, sugerir que o

empresário LUIS FERNANDO, falasse sobre as obras e os municípios a

serem licitadas, ele assume, e faz as referências de todas as obras;

"REFORMA EM CUIABÁ R$2.300 DOIS MILHÕES E TREZENTOS (.)

REFEITÓRIO EM CUIABÁ R$550 • MIL (..) VÁRZEA GRANDE

REFORMA R$110MIL (..) VÁRZEA GRANDE REFORMA R$1.200 UM

MILHÃO E DUZENTOS (..) RONDONÓPOLIS REFORMA R$2.400

DOIS MILHÕES E QUATROCENTOS (..) VÁRZEA GRANDE REFORMA

R$166 MIL (.) CUIABÁ REFORMA R$154 MIL (..) TAPURA REFORMA

R$730 MIL (..) CUIABÁ REFORMA ACESSIBILIDADE R$360MIL (...)

SINOP REFORMA DE SANITÁRIO R$120MIL (..) CUIABÁ

ACESSIBILIDADE R$344 MIL (.) VÁRZEA GRANDE QUADRA R$476

MIL (..) CUIABÁ REFORMA GERAL 3,200 TRÊS MILHÕES E

DUZEDNTOS • MIL (.) PARANAITA QUADRA R$542M11" finaliza

dizendo "FECHOU AS QUE TINHA AQUI EM CIMA".

E ainda, passmi a referenciar as obras novas, citando

"TRÊS NO MUNICIPIO DE CLÁUDIA,. CADA UMA NO VALOR DE R$

2.600.000 DOIS MILHÕES E SEISCENTOS MIL, SENDO ELAS EM

UNIDADES NOVAS ZONA RURAL . Neste momento outro

•

INTERLOCUTOR HNI menciona que o "ÉDER, CONVERSEI

NA SEDUC, ELE VEIO PEDIR PRÁ MIM QUE UMA

CLAUDIA É PARA ELE (.) ELE TEM INTERESSE LÁ EM U

LUIS FERNANDO comenta "LIGUEI VÁRIAS VEZES E

MENSAGEM (..) ELE NÃO QUIS VIR". Momento em que v

.1

COM

OBRA DE

A OBRA".

NDEI

:,.f

alam ao

22


23/70

Fle


PODER JUDICIÁRIO

78






mesmo tempo. Não sendo possível concluir que estava interrnediando a

obra para o Éder, se a obra ficaria com o ÉDER.

Novamente retomou a condução da reunião o empresário

LUIS FERNANDO, continuou a citar as novas obras; " UMA EM BARRA

•

DO BUGRES DE DEZOITO SALAS R$ 5,5 MILHÕES E MEIO (..)

VÁRZEA GRANDE DE R$ 5,5 MILHÕES (..) UMA DE R$ 6 MILHÕES

EM ALTA FLORESTA QUE É DEMANDA PARA O SECRETÁRIO (..) É

O QUE FOI REPASSADO PARA PRÁ GENTE".

103min45seg, empresário HNI, pergunta quanto de Alta

Floresta, que é "R$ 6 MILHÕES", alguém pergunta, como assim, demanda

para o secretário " É PARA ELE, É PARA INDICAÇÃO DELE, COTA

DELE". Outro continua a perguntar, "AS 3 GRANDES SE É COTA DELE.

(..) É respondido. "QUE NÃO, SOMENTE A DE ALTA FLORESTA". Em

continuidade a reunião o Interlocutor LUIS FERNANDO menciona urna

0 1 0

ista que foram reincididos os contratos, e já estão prontos para licitar

novamente, "EM PRIMAVERA TÊM TRÊS, (não foi possível entender o

valor), (.) UMA EM VILA BELA NÃO TEM VALOR (..) UMA EM

BARRA DOS BUGRES NÃO TEM VALOR (..) UMA EM DISTRITO

SELMA MAIS O MENOS UNS 3 MILHÕES, NÃO SABEMOS O QUE JÁ

EXECUTOU ( ) SÃO ESSAS AS OBRAS QUE IRÃO SAIR EM OUTUB

E NOVEMBRO ESSE ANO".

IIMmin57seg o empresário ESPA, pergunta -voz as

empresas que atualmente não têm obras públicas sendo ex c+d s, o

empresário LUIS FERNANDO relaciona-as. "QUAIS AS EMPR S

QUE

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PODER JUDICIÁRIO

r






ATUALMENTE NÃO TÊM OBRAS, PANAMERICANO,

:

MOISÉS, LUMA,

TIRANTE GLOBAL, (não compreendido falam ao mesmo tempo)

empresário HNI Pergunta se O critério é "VÁLIDO PARA A SEDUC, OU

NA GERAL ENTRAR NO CRITÉRIO DE QUEM TEM CONTRATO"

INTERLOCUTOR LEONARDO comenta que "TODO MUNDO TEM

SALDINHO R$20M1L" ATÉ VOCÊ TEM LÁ CITANDO O LUIS

FERNANDO".

1h6min59seg, LUIS FERNANDO começa a perguntar para

alguns presentes sobre se tem a receber, que ele iria cobrar. E dando

continuidade, fala das empresas com contratos e faz-se uma chamada das

empresas reunidas: "ÁPICE; APOLO; POLI IN5ATO; SÃO BENEDITO;

JURUENA; ARROCHA; BRP; ESTEIO; JER". Um Interlocutor HNI

pergunta para O LUIS FERNANDO, o que é acessibilidade é respondido

por vários que é corrimão, alargamento de porta, etc;

1h08min0Oseg LUIS FERNANDO, pergunta sobre que vai

querer a obra de NOBRES, "QUEM VAI QUERER ALGUMA OBRA EM

NOBRES". Momento que vários falam ao mesmo tempo, surge uma

sugestão de perguntar quem está sem obras "O CERTO É IR PELO

CRITÉRIO PERGUNTAR QUEM ESTÁ SEM OBRA" Começam a di>2i ir

as obras para os possiveis ganhadores das licitações falam da "TIRÁN E

SEU MOISÉS, FICA COM A DE CUIABÁ R$2.350, REfORMA A

ESCOLA MILTON ALFREDO (..) GLOBAL DE R$ 550 DE CU /BÁ, E

INTERESSA, COMENTAM QUE O EDITAL É PARA TER

RA (..)

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Is


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7a






FALA QUE NÃO PODE E CHAMAM POR XIBIU (..) TEM A DATA

DELAS".

lhl Omin25 vários falam ao mesmo tempo, (fica difidl a

compreensão) porém, continuam o leilão das obras, quando o LUIS

4 0

FERNANDO pergunta "É A SUA" HNI responde que "EU QUERIA UMA

EM CUIABÁ 550 QUE É TERÇA-FEIRA E OUTRA. EM VÁRZEA

GRANDE 470" E é interpelado "PORQUE VOCÊ NÃO ENTRA NESSA" e

o HNI justifica que não tem como se habilitar até terça-feira. "EU NÃO

TENHO PAPEL PRA TERÇA-FEIRA". No calor da discussão alguém fala

sobre o edital de terça-feira, e comenta que só vai participar desta

licitação quem pegou o Edital, o empresário ESPER pergunta "TÊM QUE

TER NO MINIMO TRÊS (.) ALGUÉM QUEM PEGOU EDITAL :DESSA

DE TERÇA-FEIRA alguém fala algo que não compreendido (.) VOCÊ

VAI ENTRAR, (.) O LUIS, SENTA COM O CARA LÁ, VÊ COMO FAZER

•

(não compreendido) (..) NÃO TEM COMO MONTAR PROPOSTAS LUIZ,

EDITAL TÊM É SÓ PEGAR NA INTERNE'T".

A Olh 4min18 LUIS FERNANDO pergunta pela Empresa

"TRAÇO, ALGUÉM DA TRAÇO pede que se puder deixar a obra de

Cláudia "SE PUDER MANDAR ESSA DE CLÁUDIA PRA MIM". LUIS

FERNANDO 'UMA NOTA DE CLÁUDIA". E continuidade falam ao

mesmo tempo não entendido, LUIS FERNANDO "VÁRZEA GRANDE

R$1.200 UM MILHÃO E DUZENTOS". Empresário ESPER "LE ANA O

JÁ BOTOU AI EU ACHO". LUIS FERNANDO 'VÁRZEA G NE M

MILHÃO E DUZENTOS, É ARLETE MARIA, PRO

DE

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PODER JUDICIÁRIO

7B






REFORMA(..) DEVE SER TELHADO (..) ANANIL. Alguém sugere que "É

MELHOR ADIAR, POR UNS 15 DIAS, INTERESSE ADMINSTRATIVO".

Interlocutor LEONARDO: sugere que não, "NÃO, DEIXA VAI QUE

APARECE OUTRO LÁ QUE NÃO ESTEJA NO PROCESSO, JÁ FAZ A

OBRA". A 01h15min44seg, interlocutor LUIS FERNANDO "CUIABÁ

AINDA SOBROU (.) HAMILTON FREIRE E ANDRÉ AVELINO".

À Olhl 6min.

02seg interlocutor LEONARDO começa

explanando "EMANUEL PINHEIRO TEM REFORMA NO BANHEIRO (..)

R$160.000,00 CENTO E SESSENTA (.) SENADORA (não compreendido)

REFORMA DE BANHEIRO R$ 150.000.00 CENTO E CINQUENTA (..)

PRESIDENTE kIÉDICI ACESSIBILIDADE R$360.000,00 TREZENTOS E

SESSENTA ACESSIBILIDADE E INCÊNDIO (..) JOÃO PANAROTO

ACESSIBILIDADE R$ 344.000,00 TREZENTOS E QUARENTA E

QUATRO (..) ESCOLA BENEDITO DE CARVALHO QUE É UNS TRÊS

MILHÕES E DUZENTOS, ESTÁ EM ESTUDO E ANÁLISE".

Em 01h17min02seg após; discutirem de forma ficaria mais

viável o interlocutor LEONARDO fala das empreiteiras que têm contratos.

"ENTÃO VAMOS LÁ, AGORA É COM CONTRATO (..) NOBRES,

R$760.000, 00 SETECENTOS E SESSENTA MIL REFORMA (..) ANDRÉ

AVELINO CUIABÁ REFEITÓRIO (.) R$550.000,00 QUINHENTOS E

CINQUENTA MIL (..) LICINIO MONTEIRO, DRENAGEM (..)

R$ 110.000,00 CENTO E DEZ MIL, VÁRZEA GRANDE (..)

TE

MARIA JÁ FOI, ADOLFO, ANDRÉ ANTÔNIO

GI,

RONDONÓPOLIS, ESSA CAI NO SEU COLO (..) VÁRZEA GRADE,

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PODER JUDICIÁRIO

7






EMANUEL PINHEIRO, REFORMA DE BANHEIRO R$ 960.000,00

NOVECENTOS E SESSENTA MIL (...) REFORMA EM TAPURAH,

R$730.000,00 SETECENTOS E TRINTA MIL (.) ACESSIBILIDADE

ESCOLA PRESIDENTE MÉDICI CUIABÁ, R$360.000.00 TREZENTOS E

SESSENTA MIL.

01h19min07seg INTERLOCUTOR HNI sugere que quem

tiver interesse nas obras, para ir anotando. "POSSO DAR UMA IDÉIA,

QUEM TIVER INTERESSE JÁ MARCA", INTERLOCUTOR LEONARDO

retorna nas explanações "CUIABÁ, JOÃO PANAROTO ACESSIBIDADE,

R$ 340.000,00 TREZENTOS E QUARENTA MIL (.) MERCEDES DE

PAULA ESTÁ RESOLVIDO (..) BENEDITO DE CARVALHO ESTÁ

RESOLVIDO (..) E A ÚLTIMA É PARANAITA, DOUTOR MÁRIO

CORREA, R$ 540.000,00 QUINHENTOS E QUARENTA MIL (..) AI TEM

MAIS DUAS DE CLÁUDIA E NINGUÉM SE PRONUNCIOU AQUI (.)

DE NOBRES NÃO TEM NINGUÉM AQUI (..) A DE CLAUDIA "ELA"

TEM INTERESSE, empresário HNI "CLA UDIA, CLAUDIA E JURUENA".

À 01h22min59seg LEONARDO, "SOBROU DUAS AQUI,

UMA REFORMA DE BANHEIRO, PANAROTO ACESSIBILIDADE

TREZENTOS E QUARENTA, É A MELHORZINHA QUE SOBROU EM

TERMOS MONETÁRIOS, O RESTO É".

Às 01h24minl4seg interlocutor LEONARDO faz menção' as

obras boas de Cuiabá e Várzea Grande, que já saíram para as empr sas

que estavam sem contratos, restando apenas algumas obras res

"piorzinhas" para serem redistribuídas, com a garantia que as r x mas

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para quem pegar as menores ficariam Melhor. "AS BOAS DE CUIABÁ E

VÁRZEA GRANDE JÁ SAIRAM PRA QUEM NÃO TEM CONTRATO

AINDA (..) PRA QUEM TEM CONTRATO ESTÁ SOBRANDO AS

PIORZINHAS, NO OUTRO LOTE VAI SAI MELHOR". Nesse Momento

vários falam ao mesmo tempo e fica de difícil compreensão até que surge

urna pergunta de INTERLOCUTOR HNI "EU QUERIA FAZER UMA

PERGUNTA (.) POR EXEMPLO A ROCHA VAI PEGAR UMA EM

CLÁUDIA DE R$ 2.600 DOIS E SEISCENTOS (..) E OUTRO DE VAI

PEGAR DE R$2.600 DOIS E SEISCENTOS". INTERLOCUTOR

LEONARDO indaga se "É COM COBERTURA, ESSE TIPO DE COISA".

Quando alguém está respondendo NÃO, NÃO, ELE ESTÁ PEGANDO

UMA DE 300 (TREZENTOS) ou 400 MIL, LEONARDO fala que então "É

CONTRATO, O CRITÉRIO NOSSO É O CONTRATO'.

A 01h25min32seg O INTERLOCUTOR HNI, faz a

observação que tem que . pegar e executar desde que tenham a

contrapartida "TEM QUE PEGAR E EXECUTAR, UMA VEZ QUE A

SECRETARIA TAMBÉM CUMPRA O PAPEL DELA". O leilão das obras

continua, quando aos 1h25min45seg INTERLOCUTOR HNI pergunta qual

que "SOBROU Ai". INTERLOCUTOR LUÍS explana que sobrou 772-

CUIABÁ SOBROU ANDRÉ AVELINO DE TERÇA (não compreendido):

O empresário LUÍS FERNANDO 01h27min10 (ég comenta

que a empresaria CLARICE já pegou urna reforma. "A C A C NÃO

PEGOU UMA REFORMINHA LÁ DE SINOP, VAI ,A-N R DE

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7

VARA CRIMINAL, DA COMARCA DE CUIABÁ





SEGUNDA (..) SOBROU PARANAÍTA QUE É LONGE .LÁ DE JUARA".

Quando vários falam mesmo tempo (difícil compreensão)

HNI chama a atenção de LEONARDO e indaga ao

"LEONARDO, A CLARICE QUER SABER DE (NÃO COMPREENDIDO)"

A 01h27min26seg empresário LEONARDO "É UMA

REFORMINHA PEQUENININHA DE 120 (CENTO E VINTE) REFORMA

DE SANITÁRIO 122 (CENTO E VINTE E DOIS) — MNI (Provavelmente a

CLARICE) "ONDE É ISSO" LEONARDO responde na "ESCOLA

OLÍMPIO" (não compreendido) CLARICE "JÁ TÁ FAZENDO ESSA

OBRA". Alguém pergunta "VOCÊ . QUE ESTÁ FAZENDO".

INTERLOCUTOR LEONARDO "AH TÁ, AQUI OH, É DEMANDA

EMERGENCIAL, TALVEZ A SEDUC DEVE TER MANDADO DIRETO

(não compreendido), CLARICE fez direto na escola "NÃO É DIRETO NA

ESCOLA, FOI DIRETO NA ESCOLA". E finaliza dizendo que ela então,

têm dois contratos.

01h28min3 1 seg LEONARDO continua falando das obras

menores "OH PRESIDENTE MÉDICI ESTA EMERGENCIAL, SENADOR

AZEREDO (NÃO COMPREENDIDO) TODAS ELAS PEQUENININHAS,

A ÚNICA QUE É GRANDE É PRESIDENTE MÉDICI QUE A APOLO

ESCOLHEU". À

.

01h28min54seg ESPER pergunta "NEIN LEONARDO,

COMO QUE A ESCOLA ESTÁ FAZENDO (não compreendido) ES

DINHEIRO AI? — LEONARDO "ESTÁ LICITANDO DIRETO". LA

diz: "NÃO É LICITAÇÃO, É EMERGENCIAL (.) APRESE T.

(TRÊS) PROPOSTA". INTERLOCUTOR"ESPA" "É LINDO,

A

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7° VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CUIABÁ





MARAVILHA, SEM CERTIDÃO, SEM NADA". Em continuidade

LEONARDO faz finaliza "ANDRÉ AVELINO (NÃO COMPREENDIDO) A

MENORZINHA AQUI É TAPURAH (NÃO COMPREENDIDO)

R$730.000,00 (SETECENTOS E TRINTA) PARA REFORMA".

01h3Omin05seg LUÍS FERNANDO comenta que confirmou

que essas obras que foram referidas, já estão todas com empenho.

"PERG UNTEI 2 (DUAS) VEZES, ESTÁ CONFIRMADO (..) ESTÁ

CONFIRMADO, QUE TODAS- ESSAS OBRAS QUE VÃO SAIR ESTÃO

COM 100% DE EMPENHO FEDERAL E ESTADUAL (.) ENTÃO NÃO

VAI TER PROBLEMA DE RECURSO (NÃO COMPREENDIDO) HNI

esclarece que "ENTÃO ACABOU AQUELA LUTA NOSSA DE CORRER

ATRÁS DE EMPENHO • (..) QUE NÃO TEM DINHEIRO.

INTERLOCUTOR HNI pergunta quem vai ficar com essa de 6 Milhões.

"QUEM VAI FICAR COM AQUELA DE 6 (SEIS) MILHÕES (não

compreendido) ". — HNI "VAMOS LOTEAR ESSA DO SECRETÁRIO AI

UAI" e todos sorriem, e fala (não compreendido) finaliza perguntando,

"QUAL A EMPRESA QUE VAI FAZER E ESSA DO SECRETÁRIO Ai".

LUIS FERNANDO FALA QUE AINDA NÃO LINKOU AINDA".

0131min22seg o empresário HNI faz questionamento, sobre

o pedido do Secretário "HEIN LUIZ, DE TODAS ESSAS OBRAS Ai, ( .)

ELE Só PEDIU PARA SEGURAR SÓ UMA PRÁ ELE". LUIS FERNAND

esclarece o porquê somente uma obra para o Seer tar o.

CONVERSEI COM "LÉO" (..) É MUITO MAIS FÁCIL

DAR U 10B

DESSA SÓ PRÁ ELE, SOBRAR SEIS, SETE REFORMAS E Ri NÓ

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's.


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7






AQUI, DO QUE DAR SEIS, SETE REFORMAS PRA ELE E SOBRAR SÓ

UMA GRANDE PRA GENTE" LEONARDO finaliza dizendo "ENTÃO TÁ,

TERÇA-FEIRA EU VOU ENTÃO". Empresário HNI brinca dizendo "NÃO

ESTAVA ESPERANDO NINGUÉM NÉ LEONARDO".

A 01h3lmi CLARICE pergunta "QUAL VAI SER O (não

compreendido) AGORA LUIS FERNANDO agora é "COBERTURA,

AGORA NÓS VAMOS DISCUTIR". LEONARDO SÓ PARA TEREM

CIÊNCIA SOBROU LICINIO MONTEIRO 110.000,00 (CENTO E DEZ,

VÁRZEA GRANDE (..) EMANUEL PINHEIRO VÁRZEA GRANDE E

REFORMA DE BANHEIRO, 166 (ÇENTO E SESSENTA E. SEIS)

SESSENTA E SEIS), CUIABÁ" (não compreendido) REFORMA DE

BANHEIRO R$ 154 (CENTO E CINQUENTA E QUATRO) — HNI "ESSA

NÃO ESTÁ NA REFORMA EMERGENCIAL, QUE JÁ ESTÃO FAZENDO

JÁ" LEONARDO "ISSO, POIS É, AH TÁ, ESSA EMANUEL PINHEIRO E

SENADOR AZEREDO, QUE SÃO BANHEIRO, ESSAS DUAS ESTÃO NA

FRENTE AQUI COMO EMERGENCIAL TÁ (.) NÓS VAMOS CHECAR

PRA. VER SE FOI, ESSA LICINIO MONTEIRO ESTÁ AQUI COMO

DEMANDA DO GOVERNADOR, R$110.000,00 CENTO E DEZ MIL TÁ

(..) ESTÁ SOBRANDO, E DESSA ÚLTIMA LISTA SOBROU PARANAITA

QUE É UMA QUADRA R$540:000,00 QUINHENTOS E QUARENTA

MIL". Falam ao mesmo tempo difícil compreensão.

01h34min09seg LEONARDO continua a ex l naç

-

o

"RAPIDAMENTE, ALDA SCOPEL, PRIMAVERA R$2 0 00,00

DUZENTOS E OITENTA MIL (..) SEBASTIÃO PAI' IO,

•

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r






R$1.300.000,00 UM MILHÃO E TREZENTOS MIL (NÃO

COMPREENDIDO) QUE DEVE SER O TÉRMINO DA OBRA,

1.300.000,00 (UM MILHÃO E TREZENTOS) VILA BELA, NÃO TEM

VALOR, (..) BAUXI QUE TAMBÉM NÃO TEM VALOR EM BARRA DO

BUGRES, (..) DISTRITO DE SELMA TAMBÉM NÃO TEM VALOR". HNI

"FALA QUE ESTÁ EM CUR RUPIRA, QUE É 16 KM". Falam ao mesmo

tempo, difícil compreensão.

01h35min42seg

HNI: pergunta ao LUIS, "OH LUIS, NÃO

SOBROU DA LISTA, NÃO SOBROU UMA MAIORZINHA" (não

compreendido) LEONARDO responde que sobrou sim, "NÃO, AH NÃO,

SOBROU PRIMAVERA R$1

300.000,00 (UM MILHÃO E TREZENTOS"

— HNI fala que tem de fazer encaixe, pois são quatro empresas para três

obras. "ENTÃO AI TEM .QUE FAZER ENCAIXE E DEIXAR UMA

DESSAS AI DAS QUATROS QUE FICOU EM CLA ÚDIA (.) ALGUÉM

VAI SOBRAR DESSAS QUATROS QUE FICOU EM CLA ÚDIA (..) É

QUATRO EMPRESAS E SÃO TRÊS OBRAS, ALGUÉM VAI TE QUE

ENCAIXAR NUMA DESSAS Aí. LUIS FERNANDO "QUAIS SÃO AS

QUATROS DE CLAUDIA". CLARICE "TAMBÉM ACHO". HNI "JÁ

RESOLVE LOGO ISSO AI". LEONARDO "A TRAÇO". CLARICE "A

DELE, A MINHA, A SÃO BENEDITO, (não compreendido) ". HNI

"ALGUÉM VAI TER QUE FICAR COM UMA DESSAS AI". LEONA

começa a contar e chega o número de 5 empresas. "E MAIS A ED7P

40

CINCO". LUIS FERNANDO pergunta "ALGUM DE VOCÊ , 6DE

MUDAR PRA UMA DESSAS AI JÁ (.) O SENHOR PODE MU

t A4

HNI

•

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33/70

Fls. j

2

)


PODER JUDICIÁRIO





CRIMES DE LAVAGEM•DE DINHEIRO

"SIM". CLARICE pergunta se a empresa do Interlocutor HNI é a

JUR UENA "QUAL SUA EMPRESA? JUR UENA — LUIS FERNANDO

"ALGUÉM DE VOCÊS TRÊS QUE PODE MUDAR PRA UMA DESSAS AI

JÁ, PRA RESOL VER" — CLARICE "EU NESSA AI, SE NÃO ME DEREM

•

ESSE AI, TAMBÉM NÃO QUERO NENHUMA, QUE A MINHA LÁ É

ENCOSTADA". — LUIS FERNANDO pergunta (não compreendido) a

pode mudar HNI fala do Cunhado que está em Alta Floresta (ncro

compreendido).

01h37min32seg o empresário ESPER, pede para LUIS, dar

uma regionalizada "HEIN LUIS, ACHO QUE VOCÊ PODERIA DAR UMA

REGIONALIZADA NESSA DE CLAUDIA". Vários falam ao tempo (não

compreendido). HNI "O CARA NÃO VAI QUERER TROCAR UMA .DE

R$2.600.00 DOIS E SEISCENTOS (..) POR UMA DE R$1.200.00

,

MIL E

DUZENTOS, LÁ NA CAIXA DO CHAPEU". Começa discussão, vários

falando, LEONARDO relembra os critérios adotados. "PESSOAL

LEMBRANDO QUE O PRIMEIRO CRITÉRIO INICIAL (..) É QUEM

NÃO TEM CONTRATOS (.) SEGUNDO CRITÉRIO É QUEM TEM

CONTRATOS (..) TERCEIRO CRITÉRIO É REGIÃO". Continuaram a

discutirem.

01h38min33seg LEONARDO justifica sobre as obras que-

estão sobrando "GENTE TEM UM PASSIVO AQUI OH, DE NOVA

OBRAS SOBRANDO (..) LÓGICO, TEM COMPANHEIROS Q NÃO

ESTÃO AQUI AGORA (..) E LOGICAMENTE TEM QUE SO R

ENTÃO SÃO NOVE OBRAS QUE VAMOS DISTRIBUI IN: CO

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PODER JUDICIÁRIO

T' VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CUIABÁ


CRIMES CONTRA A:ORDEM TRIBUTÁRIA E ECONÔMICA

•



INTERESSADOS E TRÊS, VAI ESTAR SOBRANDO DUAS, ENTÃO

SOBRA SETE E MAIS (não compreendido) O RESTO É PEQUENININHO

NÉ, OBRA BOA MESMO PRATICAMENTE (não compreendido).

01h39mi LEONARDO, faz comentários, sobre as empresas

que escolheu obras em Cláúdia, "O ÚNICO QUE ESCOLHEU E NÃO

TEM • OBRA FOI A TRAÇO (..) ENTÃO DEFINIDO UMA PARA A

TRAÇO. (..) VAI DISPUTAR CLARICE JURUENA, SÃO BENEDITO E

ÉDER (..) AI, OS QUATRO TÊM CONTRATO, Al SOBRA DUAS, DUAS

VÃO FICAR SOBRANDO (.) ENTÃO A TRAÇO ESTÁ DEFINIDO".

Em continuação a reunião 1h39min57seg — LUIS

FERNANDO "POR QUESTÃO DE REGIÃO A CLARICE SERIA A

SEGUNDA". LEONARDO "TEORICAMENTE, SIM, POR QUESTÃO DE

REGIÃO" LUIS FERNANDO e "SOBRA UMA POR REGIÃO". CLARICE

menciona alguém de Sorriso "El, AQUELE CARA LÁ DE SORRISO,

TAMBÉM VAI QUERER". LUIS FERNANDO (nome não compreendido)

foi convidado HNI "HEIN, OS TRÊS AGORA AI, ESTÃO NA REGIÃO(..)

ELA TÁ NA REGIÃO (.) O SILVIO PIPA TÁ NA REGIÃO. LEONARDO:

"NÃO, O SILVIO PIPA ESTA FAZENDO OBRA IA NA UNIÃO DO SUL'

CLARICE pergunta se não quiser participar destas obras apresentadas

"SE POR ACASO NÃO TIVESSE INTERESSE NESTA OB

FERNANDO orienta que vai ficar sem contrato "VOCÊ VAI

CONTRATO".

ÇÁ

/

LUIS

SE

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PODER JUDICIÁRIO






Apenas ressalvo, quanto às alusões feitas ao Secretário da

pasta, que entendo que, até este 'momento, não há suficientes indícios de

que o mesmo esteja realmente envolvido nos fatos criminosos noticiados.

A mera referência à pessoa do Secretário, ainda que por

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ais de uma vez, não me faz supor que. esteja ele ciente ou mesmo

envolvido com o ocorrido, motivo pelo qual entendo que este juízo é o

competente para processar e julgar o presente caso, reservando-me a adotar

entendimento contrário, caso surjam indícios que apontem para o detentor

da prerrogativa de foro.

A participação direta e efetiva de FÁBIO FRIGERI também

está documentada nos autos, inclusive por meio de conversas telefônicas

interceptadas, em que se apreende que FÁBIO acompanhou de perto toda a

tramitação dos processos fraudulentos, possivelmente visando que a ação

criminosa não corresse o risco de se frustrar.

[...] Na ligação do dia 0

4

/

12/

2

015 às 14h28min26s FÁBIO

pergunta para uma MNI (mulher não identificada) como havia ficado a

LICITAÇÃO? MNI respondeu que não havia ficado com ninguém (análise

das propostas), que iria reabrir (processo seletivo) novamente as

14:00h.

MNI diz que ligou anteriormente para FÁBIO porque IVAN estava com

dúvida na CLASSIFICAÇÃO ou DESCLASSIFICAÇÃO de uma

CONSTRUTORA NOVA e desconhecida que estava participando d

seleção e concorrendo tão somente com a CONTRUTORA LUM M

diz a FÁBIO que orientou IVAN a DESCLASSIFI AR

CONSTRUTORA NOVA estando no lugar de IVAN, uma vez

9

ao

•

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PODER JUDICIÁRIO

r






fornecidas as certidões com os devidos pedidos (edital licitatório), após

analisar, a empresa licitante (CONSTRUTORA NOVA) respondeu dizendo

que não dispõe de estrutura para cumprir todas as exigências descritas no

Edital. Assim, não é possível dar GARANTIAS do cumprimento das obras

pela empresa (CONSTRUTORA NOVA). FÁBIO concorda com as

alegações de MNI. Ao enfatizar sua fala no mesmo entendimento. MNI diz

que ainda não saiu nenhum resultado da empresa ganhadora do processo

licitatório, finalizando a conversa com FÁBIO FRIGERI. O terminal

utilizado por MNI (65-9678.5868) está cadastrado em nome do ESTADO

DE MATO GROSSO, CNPJ 03.507.415/0008-10, Rua 14 n ° 215, (Autos

judiciais de interceptação telefónica, Auto Circunstanciado de

Interceptação Telefônica n.° 046/2015/GAECO, páginas 12/13)

[...]Na conversa do dia 0

4/1

2 /2

051 às 17h39min51s, FÁBIO

pergunta para o interlocutor 'JULIANO se ele está na SEDUC, JULIANO

responde que sim. Em seguida FÁBIO pergunta se terminou aquela

LICITAÇÃO? JULIANO responde que SIM, que a LICITAÇÃO já havia

terminado. FÁBIO então pergunta a JULIANO quem havia ganhado o

referido processo LICITATÓRIO e JULIANO diz:

...então, na verdade

hoje quem estava lá era o IVAN.... FÁBIO expõe: "...ah Tu não foi?..."

JULIANO responde, não, nãO, mas quem acabou ficando foi a LUMA...".

A empresa LUMA é de propriedade de LUIS FE NM

DA COSTA RONDON. Consta nos editais e documentos dos au (3s que

aquele certame foi realmente vencido por esta empresa, assim c mo enota

o diálogo acima.

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P O D ER . J U D I C I Á R I O

7

a






Ao que tudo indica, MOISÉS DIAS DA SILVA também

entrou na SEDUC ciente do esquema e pronto para a ele aderir, como de

fato aderiu e colaborou para que os processos fraudulentos efetivamente

desaguassem nos resultados pretendidos desde a já falada reunião.

caso preenche o requisito objetivo para a decretação da

prisão preventiva, previsto no artigo 313, inciso I, do Código de Processo

Penal, ou seja, se trata de crimes dolosos punidos com penas privativas de

liberdade máximas superiores a 04 anos, constatando-se, ainda, a presença

dos requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal.

Nos termos do disposto no art. 312 do Código de Processo

Penal o imperativo da prisão preventiva deflui da presença do

fumus

comissi delicti

e do

periculum libertatis.

O primeiro vem representado pelos indícios suficientes

acerca da autoria e pela prova da materialidade do delito, ao passci que o

segundo vincula-se à garantia da ordem pública e da ordem econômica, à

conveniência da instrução criminal e à garantia da aplicação da lei penal.

Quanto ao

fumus comissi delicti -

artigo 312,

in fine -

há

prova da existência dos crimes e indícios suficientes das autorias.

A materialidade dos delitos imputados aos representados

resta demonstrada pelos documentos acostados aos autos, cuja referênci

expressa já fiz acima.

Todos esses elementos são fortes indícios revela ore

i a

existência da organização criminosa, bem como a ocorrência d s

s

aqui descobertos, praticados pelos seus membros.

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Neste contexto, verifica-se, ainda, que as provas produzidas

durante as investigações trazem indícios veementes de que os representados

acima nominados são os principais interlocutores e articuladores da

empreitada criminosa, os quais têm como objetivo precípuo a obtenção de

proveito econômico espúrio.

Adequadamente demonstrada a presença de fortes indícios

da participação de cada um dos representados no evento criminoso, resta

analisar se os requisitos para a decretação da custódia cautelar definitiva

requerida pelo MPE estão mesmo presentes.

Trata-se de organização criminosa estabelecida nos

meandros da Administração Pública Estadual, que se encontra em plena

atividade, ou seja, que está até mesmo em situação de flagrância, dada a

sua natureza permanente.

Além disso, a prisão preventiva dos membros até agora

identificados poderá estancar, ou ao menos inibir a prática dos delitos,

servindo até mesmo como alerta para que outros ramos da Administração

Pública percebam que não serão toleradàs as práticas delitivas que corroam

o Estado.

A medida pleiteada pelo Ministério Público tem, portanto, o7

condão não apenas de cunho repressivo, mas também visa prevenir que

outros delitos sejam cometidos.

Tenho afirmado. reiteradamente minha posição no senVdoi de

1

que a sensação de impunidade, muitas vezes causada pela inércy t al, é

uma das causas de maior incidência criminal na atualidade.

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Fls.


PODER JUDICIÁRIO






É. a sensação de impunidade que convida, incita os cidadãos

a cometerem delitos. Assim, o decreto preventivo tem a função de dar aos

indivíduos a resposta proporcional e eficaz, visando não somente que esses,

mas que vários outros agentes públicos sintam-se inibidos e desestimulados

a praticaram tais delitos.

Ademais, a periculosidade inerente desse tipo de

organização criminosa deve ser combatida com rigor e presteza, eis que a

facilidade de acesso aos órgãos, aos sistemas e às pessoas ligadas aos

processos licitatórios é muito grande.

A

contrario sensu,

permitir que permaneçam em liberdade

acarretará risco atual e iminente, não apenas graças à alta probabilidade de

reiteração criminosa, como também em razão da existência de forte

suspeita de que possam tentar destruir provas, ocultar documentos, alterar

registros ou agir de modo a obstruir a instrução processual.

Como bem aduziu 'o Ministério Público, os investigados têm

demonstrado grande sagacidade e têm" se utilizado de todo tipo de

subterfúgios para evitar que sejam descobertos.

Provas disso são as declarações da testemunha JOSÉ

CARLOS, especialmente quando cita três detalhes bastante relevantes:

a) WANDER LUIZ DOS REIS, ao iniciar todo

procedimento espúrio, sequer contatou diretamente com os empre

Ao contrário, mandou que uma secretária contatasse com JOSÉ AR OS,

para que o mesmo comparecesse à SEDUC para tratar de assunt s e he

interessavam;

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PODER JUDICIÁRIO

7.






b)

Ao chegar à SEDUC, JOSÉ CARLOS sequer teve

contato com WANDER, mas tão-somente com FÁBIO FRIGERI, o qual,

da mesma forma, demonstrando que não "dá bobeira", sequer falou com a

testemunha, limitando-se a entregar-lhe um bilhete com o nome e o

telefone de contato de GIOVANI GUIZZARDI, pessoa que serve como

interlocutor entre os dois núcleos do bando;

c)

GIOVANI, por sua vez, também visando evitar ser

flagrado, durante o período de interceptações trocou por quatro ou cinco

vezes o seu número de telefone e, quando contatava com os comparsas

raramente se identificava pelo próprio nome, jamais se referindo

diretamente ao real motivo dos diálogos.

d)

Além disso, em episódio relatado por JOSÉ CARLOS,

depreende-se que, GIOVANNI, ao solicitar pagamento de propina ao

primeiro, tomou as precauções de marcar encontro no estacionamento da

SINFRA, falar dentro de seu veículo apenas após ligar o ar condicionado

no máximo e de usar um misturador de sons, ou um gravador, tudo para

evitar eventual gravação ambiental.

e) Já MOISÉS DIAS DA SILVA conseguiu manter-se em

quase total anonimato durante todo o período de investigações. Não

obstante, teve participação direta e efetiva para o sucesso das empreitadas'

criminosas, especialmente após a saída de WANDER.

Nesse sentido

, vejo . que a medida ca te

lar/ de

monitoramento eletrônico seria incapaz de garantir que o gruo ofitinue

agindo, bem como que as provas permaneçam intactas, atuRélue as

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•

Fls.


PODER JUDICIÁRIO

7






investigações encetadas até o momento levaram, provavelmente, a apenas

uma parte dos envolvidos.

Outro tanto pode estar ainda oculto, de modo que urna breve

comunicação entre ambos poderá frustrar. toda a necessária coleta de

provas. Ora, é sabido que o único local em que há controle rigoroso de

comunicações, especialmente de visitas, é o sistema prisional. Daí, mais

um motivo para que a prisão sejà imposta,. ou seja, para que o apartamento

dos envolvidos garanta a lisura das investigações e da futura ação penal.

Finalmente, • outro bom motivo para a decretação das

prisões é a possibilidade de que venham a foragir logo após a deflagração

da Operação, daí o cabimento da medida, como forma de garantia da

aplicação da Lei Penal.

Como é sabido, a prisão de natureza cautelar não conflita

com a presunção de inocência, quando devidamente fundamentada a sua

necessidade, o que ocorre no caso dos autos.

A par das informações trazidas pelo Ministério Público,

após análise de todo o contexto (ático das imputações penais que ora são

atribuídas aos representados, verifico estarem presentes os requisitos

ensejadores para o decreto prisional.

Também a gravidade concreta dos fatos ampara a medida

extrema, evitando a continuidade das atividades delituosas, já q e

/

as

investigações revelam intensa atividade ilícita por parte dos rep es nt dos,

o que, certamente, impõe e exige das autoridades constituídas re çae istatal

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PODER JUDICIÁRIO






apropriada, sob pena se sentirem incentivados a continuarem agindo contra

a lei e a ordem.

A credibilidade do judiciário e dos mecanismos de controle

estatal também devem ser preservados no presente caso.

Patente, assim, a necessidade da prisão preventiva, ante a

indicação de reiteradas práticas criminosas e o vultoso montante envolvido,

já que evidenciada a gravida

de em concreto do delito supostamente

praticado.

Em análise de habeas corpus impetrado perante o Egrégio

Tribunal de Justiça deste Estado, o eminente relator, Des. Alberto Ferreira

de Souza, entendeu que a gravidade em concreto das condutas perpetradas

e seus reflexos sociais são, sim, motivos suficientes para a prisão cautelar

como garantia da ordem pública.

Observe:

HABEAS CORPUS — OPERAÇÃO "SODOMA" — CRIMES

DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA, CONCUSSÃO E LAVAGEM DE

DINHEIRO — PRISÃO PREVENTIVA DECRETADA — INSURGÊNCIA —

PROPALADA A. AUSÊNCIA DE INDÍCIOS DE AUTORIA —

INSUBSISTÊNCIA — AMPLA E IDÔNEA INVESTIGAÇÃO POLICIAL A

EVIDENCIAR A INGERÊNCIA DO AGENTE EM SUPOSTO QUADR,0

DE CORRUPÇÃO SISTÊMICA, CONSISTENTE EM CONCESSÕES DE

BENEFÍCIOS FISICAIS EM TROCA DE PROPINAS — ROBUS A PROVA

INDICIARIA A MERECER RESPALDO, MÁXIME EM SE TRA A DE

MA CROCRIMINALIDADE — PRETENSA A USÊN I

E

•

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Fls. -


PODER JUDICIÁRIO






FUNDAMENTAÇÃO NA DECISÃO HOSTILIZADA E DOS REQUISITOS

POSTOS NO ART 312 DO CPP - INVIABILIDADE - EXISTÊNCIA DE

FUNDAMENTOS HÁBEIS - OBSERVÂNCIA À NORMA INSERTA NO

ART. 93, IX, DA CARTA MAGNA -* PRISÃO DECRETADA PARA

GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA E CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO

CRIMINAL - INARREDÁVEL MIRADA HERMENÊUTICO-FILOSÓFICA

SOBRE O CONCEITO DE ORDEM PÚBLICA - GRAVIDADE EM

CONCRETO DAS CONDUTAS SUPOSTAMENTE PERPETRADAS -

INARREDÁVEIS REFLEXOS PARA O GRÊMIO SOCIAL - SUBIDA

INFLUÊNCIA POLÍTICA DO i4GENTE,' HÁBIL A COMPROMETER A

REGULAR INSTRUÇÃO DO PROCESSO - AVENTADA AUSÊNCIA DE

CONTEMPORANEIDADE ENTRE A DATA DO FATO E A

DECRETAÇÃO DA PRISÃO CAUTELAR - IRRELEVÂNCIA -

CONDUTAS CRIMINOSAS QUE, EM TESE, DESBORDARAM DA

ATUAÇÃO GOVERNAMENTAL - APONTADA SUFICIÊNCIA DAS

MEDIDAS CA UTELARES DIVERSAS DA PRISÃO - DESCABIMENTO -

MEDIDAS ALTERNATIVAS QUE SE MOSTRAM INSUFICIENTES AO

RISCO PROCESSUAL A SER NEUTRALIZADO - EXISTÊNCIA

.

BONS PREDICADOS - IRRELEVÂNCIA -TESE A DIZER :COM

ISONOMIA EM RELAÇÃO AOS DEMAIS INVESTI / A S -

INVIABILIDADE - EVIDENCIADAS SITUAÇÕES D ER

S

AS

CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO CONFIGURADO

ORDEú

DENEGADA.

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PODER JUDICIÁRIO






Descabe excogitar de ausência de indícios suficientes de

autoria, idôneos a lastrearem a prisão preventiva do coato, quando o

material coligido revela o produto de corpulenta investigação policial, que

sinaliza a sua possível ingerência no cenário delitógeno.

Faz-se irrespondível uma nova postura em relação, à

matéria probatória subjacente a casos que: envolvem a

macrocriminalidade, que demanda, para além do aperfeiçoamento de

técnicas especiais de investigação, o efetivo reconhecimento da prova

indiciária como substrato hábil ao desencadeamento dos aparatos

investigativos, às decretações de prisões cautelares e, eventualmente, à

deflagração das ações penais respectivas.

Na fusão de

.

horizontes entre a pré-compreensão e a

compreensão do conceito de "ordem pública", barrados os (pré)juízos

inautênticos, a comunidade de sujeitos em interação resta vilipendiada

quando evidente o menoscabo da organização estrutural do Estado de

Direito, diante da magnitude do potencial cometimento dos delitos como

organização criminosa, concussão e lavagem de dinheiro e da letalidade

de seus inarredáveis reflexos. para o grêmio social.

Manobras por cooptação política demonstram a subida

influência (política) do agente, sobretudo quando este exerceu mandato 'd e

Governador do Estado há menos de 01 (um) ano, suficiente a co

rep ometer

a regular instrução criminal, máxime nos casos em que s c riduta

supostamente criminosas desbordam da atuação goAthenta

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Fis.7C


PODER JUDICIÁRIO






descabendo excogitar, por isso mesmo, de ausência de contemporaneidade

entre a data do fato e a prisão cautelar.

Descabidas as medidas diversas da prisão [art. 319, CPPJ

quando estas se mostram insuficientes ao risco processual a ser

eutralizado.

Os predicados pessoais favoráveis ostentados pelo agente

não têm o condão de elidir a segregação, em face do que estabelece o art.

312 do CPP, cuja essência é a proteção da sociedade, objetivo prioritário

do Estado Democrático. O direito à liberdade individual do cidadão não

pode sobrepor-se à paz social.

Descabe advogar tese a dar por isonomia com outros

investigados que tiveram fixadas outras medidas cautelares quando

evidenciadas situações diversas.

ABEAS CORPUS N°

12958

4

/2

015 - CLASSE CNJ - 307 COMARCA CAPITAL — rei. Des.

Alberto Ferreira de Souza, j. 11-11-2015 —grifos meus).

A forte possibilidade de reiteração criminosa também se

encontra presente, afinal, nem todas as licitações

acertadas

entre os

envolvidos ocorreram. Há ainda vários procedimentos em trâmite, que, sem

a intervenção pronta e rígida do .Estado-Juiz, poderão restar maculado

aumentando ainda mais o dano ao erário público e o enriquecimento ilic to

dos investigados.

Essa possibilidade é motivação idônea e suficient pa a a

decretação e manutenção da prisão preventiva com base na ordL ica,

conforme se extrai da jurisprudência:

45


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PODER JUDICIÁRIO

7

0






"HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. PRISÃO EM

FLAGRANTE CONVERTIDA EM PREVENTIVA. ALEGADA

INEXISTÊNCIA DE FUNDAMENTAÇAO E AUSÊNCIA DOS

REQUISITOS DO ART. 312 DO CPP. MODUS OPERANDI INDICATIVO

DA GRAVIDADE EM CONCRETO DA AÇÃO DELITUOSA E DA

PERICULOSIDADE DO AGENTE. UTILIZAÇÃO DE ADOLESCENTE

PARA A PRÁTICA DA MERCANCIA. NECESSIDADE DE RES

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Juiza Selma Arruda atende Gaeco e manda prender Fábio Frigeri, Wander Luiz dos Reis, Moises Dias da Silva e Giovani Belato Guizardi na Operação Remora