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Assessoria em Segurança do Trabalho O FATOR HUMANO NA PREVENÇÃO DE ACIDENTES Como mudar comportamentos de risco instintivos e habituais INFOSEG EDIÇÃO JULHO/17 SEGURANÇA COMPORTAMENTAL O PAPEL DA LIDERANÇA NA MELHORIA DA PERFORMANCE DE SAÚDE E SEGURANÇA

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Assessoria em Segurança do Trabalho

O FATOR HUMANO NA PREVENÇÃO DE ACIDENTES

Como mudar comportamentos de risco instintivos e habituais

INFOSEGED

IÇÃ

O

JULHO/17

SEGURANÇA COMPORTAMENTAL

O PAPEL DA LIDERANÇA NA MELHORIA DA PERFORMANCE

DE SAÚDE E SEGURANÇA

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O PAPEL DA LIDERANÇA NA MELHORIA DA PERFORMANCE DE SAÚDE E SEGURANÇA

Prefácio

Dando continuidade a série de matérias sobre segurança comportamental, estaremos focando o

papel da liderança na melhoria da performance de saúde e segurança. Sem uma liderança forte e

focada na prevenção, dificilmente as empresas irão prevenir acidentes e ter um excelente desempenho

de segurança.

No presente INFOSEG (Segurança Comportamental - O papel da liderança na melhoria da performance de

segurança) destina-se aos gestores que querem mostrar liderança em matéria de segurança e saúde. Reçaltando a

atual necessidade de reforçar a visão prevencionista e o papel que os gestores devem desempenhar, se

pretendem manter a alta performance de segurança junto a sua equipe de trabalho.

Até alguns anos atrás (e mesmo atualmente em muitas empresas), a responsabilidade da

segurança ou era do próprio trabalhador ou era da área de Segurança do Trabalho.

O papel da liderança em relação a este item ficou bem delineado nas últimas décadas. Se

antes cabia ao supervisor apenas cumprimento do volume de produção ou cronograma das atividades,

nos dias de hoje, é fundamental que o produto ou serviço seja realizado respeitando o Meio

Ambiente, com custo competitivo, com ergonomia e com segurança. Desta forma, um trabalho é

somente considerado correto, se for realizado de forma segura.

Mas como conseguir aliar produção com segurança?

É nesse ponto que entra a liderança. Ele é o nível gerencial mais próximo da equipe de

trabalho. E um dos pré-requisitos para cumprir esse papel é que haja boas práticas administrativas, ou

seja, para prevenir acidentes, antes de mais nada a liderança deve administrar bem.

Esta edição é, antes de tudo, um Manual de Administração para o nível de liderança.

Boa Leitura!

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Introdução: Por que é importante a Saúde e Segurança no trabalho?

Descuido, falta de equipamentos de segurança e

até exaustão provocam 700 mil acidentes de

trabalho por ano no Brasil. O Brasil é a Quarta

nação no mundo que mais registra acidentes

durante as atividades laborais, atrás apenas da

China, da Índia e da Indonésia. De acordo com o

Ministério da Fazenda, entre 2012 e 2016, foram

registrados 3,5 milhões de casos de acidente de

trabalho em 26 estados e no Distrito Federal.

Esses casos resultaram na morte de 13.363

pessoas e geraram um custo de R$ 22,171

bilhões para os cofres públicos com gastos da

Previdência Social, como auxílio-doença,

aposentadoria por invalidez, pensão por morte e

auxílio acidente para pessoas que ficaram com

sequelas. Nos últimos 5 anos, 450 mil pessoas

sofreram fraturas enquanto trabalhavam.

As áreas nas quais ocorrem mais acidentes são a

construção civil e o setor de serviços. Na

construção, o último dado sobre óbitos é de 2009,

quando 395 trabalhadores morreram em serviço.

Mas o número pode ser maior, já que, em muitos

casos, a certidão de óbito não contém a causa

exata da morte, nem o local onde ocorreu.

Praticamente todos os acidentes de trabalho no

Brasil poderiam ser evitados, e o papel da

liderança é fundamental para que estes números

sejam reduzidos.

Os sistemas de segurança e saúde no trabalho

(SST) destinam-se a identificar e minimizar os

riscos no local de trabalho. A eficácia de tais

sistemas também afeta o desempenho das

empresas, quer negativamente se forem pesados e

burocráticos quer positivamente se forem bem

concebidos e funcionarem de maneira eficaz. Para

que o seu impacto seja positivo, é necessário que

os sistemas de SST funcionem de forma

harmoniosa, em consonância (e não em conflito)

com a gestão global da empresa e o cumprimento

dos objetivos de produção e dos respectivos

prazos.

Nesta perspectiva, é útil recordar que os

empregadores têm o dever legal (e moral) de

garantir a proteção da segurança e saúde dos

trabalhadores, bem como de consultar os

trabalhadores e/ou os seus representantes e

permitir a participação dos mesmos em discussões

sobre segurança e saúde no trabalho. A liderança

da gestão em matéria de segurança e saúde pode

contribuir para este efeito.

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Mais vale prevenir que remediar

A prevenção constitui a pedra angular da abordagem à segurança e saúde no trabalho. Na prática, isso implica uma análise dos processos de trabalho com, vista a identificar os riscos a curto e longo prazo e a subsequente tomada de medidas para os evitar tanto quanto possível ou para os minimizar.

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Vantagens de boas práticas em matéria de Segurança e

Saúde no Trabalho

O tratamento das questões no âmbito da

segurança e saúde no trabalho oferece

oportunidades para melhorar a eficiência da

empresa, bem como para proteger os

trabalhadores.

As suas vantagens podem incluir:

Ÿ diminuição de custos e de riscos (redução

de taxas de absenteísmo e de rotação dos

trabalhadores - tournover, menos acidentes e

uma menor ameaça de processos judiciais);

Ÿ garantia de uma melhor continuidade da

atividade, o que aumenta a produtividade

(evitando incidentes, acidentes, quebras e

falhas no processo produtivo);

Ÿ melhoria do prestígio e da reputação junto

dos fornecedores, clientes e outros parceiros.

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Uma abordagem da gestão da segurança e saúde no

trabalho

Ponto 1. Liderança forte e eficáz

A liderança constitui uma condição de êxito.

Qualquer abordagem preventiva só pode dar frutos

se for apoiada pela direção. Esta abordagem

preventiva pode recolher orientação e contributos

de uma liderança forte e sensível e de gestores

empenhados a todos os níveis, deixando assim

claro para todos que a segurança e saúde

constituem questões estratégicas dentro da

empresa.

Na prática isso significa que:

* a direção assume a segurança e saúde no

trabalho como um valor central da organização,

comunicando-o aos trabalhadores;

* os diretores têm uma visão muito precisa do

perfil de risco da organização;

* a direção lidera através de exemplos e

demonstra integridade nessa liderança,

nomeadamente, cumprindo sempre todas as

normas em matéria de segurança e saúde no

trabalho.

* os papéis e as responsabilidades dos diferentes

atores na prevenção e na gestão dos riscos para

a segurança e saúde no trabalho encontram-se

claramente definidos e são planejados e

monitorizados proativamente;

* a SST pode figurar na estratégia de

sustentabilidade e/ou de responsabilidade social da

empresa e pode ser incentivada ao longo de toda

a cadeia de abastecimento.

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A direção da empresa pode demonstrar liderança

na prevenção dos riscos para a segurança e

saúde no trabalho. Há três princípios subjascentes

à gestão que são fundamentais para o reforço da

segurança e saúde, a saber:

Ÿ Liderança forte e eficas;

Ÿ Envolvimento e participação construtiva dos

trabalhadores;

Ÿ Avaliação contínua e de atualização.

Estes três pontos são, seguidamente, desenvolvidos

de forma mais pormenorizada.

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Eis alguns exemplos práticos de liderança em matéria de

SST.

* visitar os locais de trabalho com vista a dialogar com os trabalhadores sobre as

preocupações relacionadas com a segurança e saúde (os trabalhadores podem não só

identificar problemas como também podem propor soluções);

* assumir responsabilidades pessoais e demonstrar preocupação;

* dar o exemplo;

* disponibilizar, tanto quanto possível, tempo e investimentos nas melhorias de SST.

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Ponto 2. Envolvimento e participação

construtiva dos trabalhadores

O processo bidirecional de envolvimento e

participação construtiva dos trabalhadores é

importante para o êxito das iniciativas de gestão.

A participação dos trabalhadores contribui para a

criação de uma cultura de diálogo. Os

trabalhadores e os seus representantes são

motivados a participar no processo decisório em

matéria de segurança e saúde.

Uma comunicação eficaz no sentido ascendente é

fundamental: os trabalhadores são ouvidos e as

suas opiniões são tidas em consideração.

Igualmente importante é o fato dos trabalhadores

aceitarem as suas responsabilidades no que

respeita ao cumprimento das normas em matéria

de segurança e saúde no trabalho e dialogarem

com a direção de uma forma construtiva e útil.

Este processo bidirecional cria uma cultura em que

as relações entre empregadores e trabalhadores

assentam na colaboração, na confiança e na

resolução conjunta dos problemas. Uma vez

implantada, esta cultura possibilita melhorias

potenciais na área da segurança e saúde.

A participação direta dos trabalhadores não deve

ser encarada como uma alternativa a um sistema

de representação dos trabalhadores. Trata-se de

duas vias diferentes que podem ser utilizadas de

maneira eficaz, em sintonia com o enquadramento

nacional e as característica específicas do local de

trabalho.

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As vantagens desta cultura organizacional, de

colaboração, podem incluir taxas de acidentes mais

baixas, soluções eficazes em termos de custos e

trabalhadores mais produtivos, as quais podem

conduzir, por seu turno, a uma redução das taxas

de absenteísmo e a um melhor controle dos riscos

profissionais.

A participação dos trabalhadores é particularmente

valiosa durante:

* a avaliação de riscos;

* o desenvolvimento das políticas e das

intervenções;

* a apresentação de observações pertinentes do

decurso da formação e da implementação de

medidas.

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Ponto 3. Avaliação contínua e de atualização

A monitorização e a comunicação constituem

ferramentas vitais para o reforço da segurança e

saúde no trabalho. Os sistemas de gestão que

proporcionam, designadamente aos membros do

conselho de administração, relatórios específicos

(por exemplo, no caso de um incidente) e de

rotina sobre o desempenho das políticas de

segurança e saúde podem ser úteis para levantar

questões, realçar problemas e, em última análise,

melhorar a segurança e saúde no trabalho.

Um bom sistema de avaliação e atualização inclui

os seguintes elementos:

* procedimentos destinados a transmitir falhas

importantes em matéria de segurança e saúde aos

membros do conselho de administração e aos

empregadores logo que tal seja viável;

* sistemas de recolha e comunicação e dados

exatos relativos a acidentes, tais como, por

exemplo, as taxas de frequência de acidentes e

percentual de doenças ocupacionais;

* mecanismos destinados a apresentar o ponto de

vista e as experiências dos trabalhadores;

* relatórios periódicos sobre o impacto dos

sistemas de prevenção;

* auditorias regulares para avaliar a eficácia dos

controles e da gestão dos riscos;

* avaliações dos impactos de mudanças como, por

exemplo, novos processos de trabalho,

procedimentos ou produtos visando a segurança e

saúde no trabalho;

* procedimentos eficazes para dar cumprimento a

novos requisitos legais ou alterados.

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As vantagens desta cultura organizacional, de

colaboração, podem incluir taxas de acidentes mais

baixas, soluções eficazes em termos de custos e

trabalhadores mais produtivos, as quais podem

conduzir, por seu turno, a uma redução das taxas

de absenteísmo e a um melhor controle dos riscos

profissionais.

A participação dos trabalhadores é particularmente

valiosa durante:

* a avaliação de riscos;

* o desenvolvimento das políticas e das

intervenções;

* a apresentação de observações pertinentes do

decurso da formação e da implementação de

medidas.

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Tal como não se constrói uma empresa num dia,

também uma boa política de prevenção exige

esforços a longo prazo.

O mais correto é começar a realizar

autoavaliações pela liderança através de inspeções

periódicas planejadas.

Como Funciona?

É uma técnica de observar toda a área de

trabalho, munido de um roteiro de itens, anotando

o que está inadequado, determinando as

prioridades de solução e tomando as medidas

corretivas.

Como fazer a inspeção?

1º Passo:

Preparar a lista de verificação (Check list) dos

pontos a serem inspecionados

Para que esta etapa seja bem feita, é necessário

que a equipe de preparação da lista de verificação

tenha visão dos principais riscos ou experiência de

coisas que dão errado devido a deteriorização das

condições de trabalho. Uma boa linha de raciocínio

para isso é a Lei de Murphy: «se algo parece que

vai dar errado, provavelmente vai; portanto

devemos ter cuidado com...»

A resposta após o «com» é o item da verificação

que deve constar no check list.

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Reuna sua equipe de trabalho e pratique a técnica

da «tempestade de idéias». Construa juntos com

sua equipe de trabalho, uma lista de verificação. O

envolvimento da equipe aumenta o sentido de

responsabilidade e envolvimento de todos os

trabalhadores.

2º Passo:

Estar com um bom formulário

O formulário construído no passo 1 deve estar

disponível para a realização da autoavaliação.

3º Passo:

Realizar as autoavaliações

Idealmente, a autoavaliação de segurança deve ser

realizada juntamente com a equipe. A vantagem de

ser feita por mais de uma pessoa é que a chance

de ver situações inadequadas aumenta muito,

principalmente se na equipe estiver alguma pessoa

mais detalhista. A cada dois meses, faça um

rodízio das pessoas que participam da

autoavaliação. Assim, todos podem contribuir com

sua experiência na área um do outro e tornar um

ambiente participativo e de cooperação ao tema

segurança. Além de aumentar a percepção do

risco, ao mesmo tempo você desenvolve a visão

de segurança de sua equipe de trabalho.

Autoavaliação da liderança em matéria de segurança e saúde

no trabalho

Nota!Na próxima edição, iremos abordar a segurança

comportamental focada nos trabalhadores,

demonstrando a importância de termos uma

equipe consciente e focada na eliminação de

riscos em suas atividades.

Aguardem!