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Sentença Tipo D1 PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA FEDERAL SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO 02ª Vara Federal de Campos Processo n.º 0002475-36.2009.4.02.5103 (2009.51.03.002475-5) Classe: 21000 - AÇÃO PENAL CONCLUSÃO Nesta data, faço estes autos conclusos para Sentença a(o) MM. Sr(a). Dr(a). Juiz(a) da(o) 02ª Vara Federal de Campos. Campos, 29 de agosto de 2011. ANDERSON MEDEIROS GONCALVES Diretor de secretaria SENTENÇA - TIPO D1 I - RELATÓRIO O Ministério Público Federal, aos 04/09/2009 (fls. 02/15), ofereceu denúncia em face de: 1. MARCOS VIEIRA BACELLAR, imputando-lhe a prática dos delitos previstos nos artigos 138 e 139 c/c artigo 141, incisos II e III; artigos 138 e 139 c/c artigo 141, incisos II e III e parágrafo único; artigo 139 c/c 141, incisos II e II; artigos 138 e 140 c/c artigo 141, incisos II e III e artigo 339 c/c artigo 14, II, todos do Código Penal, por atribuir ao Procurador da República Eduardo Santos de Oliveira, em entrevista dada ao jornal “Folha da Manhã”, fatos ofensivos à sua reputação perante à instituição a qual pertence; por ser ainda o signatário de nota publicada no referido jornal ofendendo a honra do mesmo procurador; por publicar, em seu site oficial, matéria ofensiva à reputação do aludido procurador; pelo discurso ofensivo na Câmara de Vereadores, publicado no jornal “O Diário”, em que proferiu palavras injuriosas e caluniosas contra o procurador, bem como por autuar, perante a Corregedoria-Geral do Ministério Público Federal, representação contra o referido procurador por abuso de poder e patrocínio de interesse privado, acusações que poderiam dar ensejo tanto a investigação penal como de improbidade administrativa. 45 Assinado eletronicamente. Certificação digital pertencente a GESSIEL PINHEIRO DE PAIVA. Documento No: 37733325-37-0-45-89-73407 - consulta à autenticidade do documento através do site www.jfrj.jus.br/autenticidade

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Sentença Tipo D1

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA FEDERAL SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO

02ª Vara Federal de Campos Processo n.º 0002475-36.2009.4.02.5103 (2009.51.03.002475-5) Classe: 21000 - AÇÃO PENAL

CONCLUSÃO

Nesta data, faço estes autos conclusos para Sentença a(o) MM. Sr(a). Dr(a). Juiz(a) da(o) 02ª Vara Federal de Campos.

Campos, 29 de agosto de 2011.

ANDERSON MEDEIROS GONCALVES Diretor de secretaria

S E N T E N Ç A - T I P O D 1

I - RELATÓRIO O Ministério Público Federal, aos 04/09/2009 (fls. 02/15),

ofereceu denúncia em face de: 1. MARCOS VIEIRA BACELLAR, imputando-lhe a prática

dos delitos previstos nos artigos 138 e 139 c/c artigo 141, incisos II e III; artigos 138 e 139 c/c artigo 141, incisos II e III e parágrafo único; artigo 139 c/c 141, incisos II e II; artigos 138 e 140 c/c artigo 141, incisos II e III e artigo 339 c/c artigo 14, II, todos do Código Penal, por atribuir ao Procurador da República Eduardo Santos de Oliveira, em entrevista dada ao jornal “Folha da Manhã”, fatos ofensivos à sua reputação perante à instituição a qual pertence; por ser ainda o signatário de nota publicada no referido jornal ofendendo a honra do mesmo procurador; por publicar, em seu site oficial, matéria ofensiva à reputação do aludido procurador; pelo discurso ofensivo na Câmara de Vereadores, publicado no jornal “O Diário”, em que proferiu palavras injuriosas e caluniosas contra o procurador, bem como por autuar, perante a Corregedoria-Geral do Ministério Público Federal, representação contra o referido procurador por abuso de poder e patrocínio de interesse privado, acusações que poderiam dar ensejo tanto a investigação penal como de improbidade administrativa.

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Assinado eletronicamente. Certificação digital pertencente a GESSIEL PINHEIRO DE PAIVA.Documento No: 37733325-37-0-45-89-73407 - consulta à autenticidade do documento através do site www.jfrj.jus.br/autenticidade

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2. DANTE PINTO LUCAS, imputando-lhe a prática dos delitos

previstos nos artigos 138 e 139 c/c artigo 141, incisos II, III e parágrafo único, e artigo 339 c/c artigo 14, inciso II, todos do Código Penal, por ser signatário de nota, publicada no jornal “Folha da Manhã”, na qual foi ofendida a honra do Procurador da República EDUARDO SANTOS DE OLIVEIRA, foram atribuídos ao referido procurador fatos ofensivos à sua reputação perante a instituição a qual pertence, além de lhe terem sido imputados os crimes de abuso de autoridade, advocacia administrativa e formação de quadrilha; bem como por subscrever representação, autuada perante a Corregedoria-Geral do Ministério Público Federal, contra o referido procurador, por abuso de poder e patrocínio de interesse privado perante a Administração Pública, acusações que poderiam dar ensejo tanto a investigação penal como de improbidade administrativa.

3. ALCIONES CORDEIRO BORGES, imputando-lhe a prática

do delito previsto no artigo 138 e 139 c/c artigo 141, II, III e parágrafo único, e artigo 339 c/c artigo 14, II, todos do Código Penal, por ser signatário de nota, publicada no jornal “Folha da Manhã”, na qual foi ofendida a honra do Procurador da República EDUARDO SANTOS DE OLIVEIRA, foram atribuídos ao referido procurador fatos ofensivos à sua reputação perante a instituição a qual pertence, além de lhe terem sido imputados os crimes de abuso de autoridade, advocacia administrativa e formação de quadrilha; bem como por subscrever representação, autuada perante a Corregedoria-Geral do Ministério Público Federal, contra o referido procurador, por abuso de poder e patrocínio de interesse privado perante a Administração Pública, acusações que poderiam dar ensejo tanto a investigação penal como de improbidade administrativa.

4. MARCUS ALEXANDRE DOS SANTOS FERREIRA,

imputando-lhe a prática do delito previsto nos artigos 138 e 139 c/c artigo 141, II, III e parágrafo único, e artigo 339 c/c artigo 14, II, todos do Código Penal, por ser signatário de nota, publicada no jornal “Folha da Manhã”, na qual foi ofendida a honra do Procurador da República EDUARDO SANTOS DE OLIVEIRA, foram atribuídos ao referido procurador fatos ofensivos à sua reputação perante a instituição a qual pertence, além de lhe terem sido imputados os crimes de abuso de autoridade, advocacia administrativa e formação de quadrilha; bem como por subscrever representação, autuada perante a Corregedoria-Geral do Ministério Público Federal, contra o referido procurador, por abuso de poder e patrocínio de interesse privado perante a Administração Pública, acusações que poderiam dar ensejo tanto a investigação penal como de improbidade administrativa.

5. ABDU NEME JORGE MAKHLUF NETO, imputando-lhe a

prática do delito previsto nos artigos 138 e 139 c/c artigo 141, II, III e

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Assinado eletronicamente. Certificação digital pertencente a GESSIEL PINHEIRO DE PAIVA.Documento No: 37733325-37-0-45-89-73407 - consulta à autenticidade do documento através do site www.jfrj.jus.br/autenticidade

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parágrafo único, e artigo 339 c/c artigo 14, II, todos do Código Penal, por ser signatário de nota, publicada no jornal “Folha da Manhã”, na qual foi ofendida a honra do Procurador da República EDUARDO SANTOS DE OLIVEIRA, foram atribuídos ao referido procurador fatos ofensivos à sua reputação perante a instituição a qual pertence, além de lhe terem sido imputados os crimes de abuso de autoridade, advocacia administrativa e formação de quadrilha; bem como por subscrever representação, autuada perante a Corregedoria-Geral do Ministério Público Federal, contra o referido procurador, por abuso de poder e patrocínio de interesse privado perante a Administração Pública, acusações que poderiam dar ensejo tanto a investigação penal como de improbidade administrativa.

6. EDERVAL AZEREDO VENÂNCIO, imputando-lhe a

prática do delito previsto nos artigos 138 e 139 c/c artigo 141, II, III e parágrafo único, e artigo 339 c/c artigo 14, II, todos do Código Penal, por ser signatário de nota, publicada no jornal “Folha da Manhã”, na qual foi ofendida a honra do Procurador da República EDUARDO SANTOS DE OLIVEIRA, foram atribuídos ao referido procurador fatos ofensivos à sua reputação perante a instituição a qual pertence, além de lhe terem sido imputados os crimes de abuso de autoridade, advocacia administrativa e formação de quadrilha; bem como por subscrever representação, autuada perante a Corregedoria-Geral do Ministério Público Federal, contra o referido procurador, por abuso de poder e patrocínio de interesse privado perante a Administração Pública, acusações que poderiam dar ensejo tanto a investigação penal como de improbidade administrativa.

7. GERALDO AUGUSTO PINTO VENÂNCIO, imputando-

lhe a prática do delito previsto nos artigos 138 e 139 c/c artigo 141, II, III e parágrafo único, e artigo 339 c/c artigo 14, II, todos do Código Penal, por ser signatário de nota, publicada no jornal “Folha da Manhã”, na qual foi ofendida a honra do Procurador da República EDUARDO SANTOS DE OLIVEIRA, foram atribuídos ao referido procurador fatos ofensivos à sua reputação perante a instituição a qual pertence, além de lhe terem sido imputados os crimes de abuso de autoridade, advocacia administrativa e formação de quadrilha; bem como por subscrever representação, autuada perante a Corregedoria-Geral do Ministério Público Federal, contra o referido procurador, por abuso de poder e patrocínio de interesse privado perante a Administração Pública, acusações que poderiam dar ensejo tanto a investigação penal como de improbidade administrativa.

8. MARIA DA PENHA DE OLIVEIRA MARTINS,

imputando-lhe a prática dos delitos descritos nos artigos 138 e 139 c/c artigo 141, II, III e parágrafo único, e artigo 339 c/c artigo 14, II, todos do Código Penal, por ser signatária de nota, publicada no jornal “Folha da Manhã”, na qual foi ofendida a honra do Procurador da República

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EDUARDO SANTOS DE OLIVEIRA, foram atribuídos ao referido procurador fatos ofensivos à sua reputação perante a instituição a qual pertence, além de lhe terem sido imputados os crimes de abuso de autoridade, advocacia administrativa e formação de quadrilha; bem como por subscrever representação, autuada perante a Corregedoria-Geral do Ministério Público Federal, contra o referido procurador, por abuso de poder e patrocínio de interesse privado perante a Administração Pública, acusações que poderiam dar ensejo tanto a investigação penal como de improbidade administrativa.

9. OTÁVIO ANTÔNIO LEITE CABRAL, imputando-lhe a

prática dos delitos descritos nos artigos 138 e 139 c/c artigo 141, II, III e parágrafo único, e artigo 339 c/c artigo 14, II, todos do Código Penal, por ser signatário de nota, publicada no jornal “Folha da Manhã”, na qual foi ofendida a honra do Procurador da República EDUARDO SANTOS DE OLIVEIRA, foram atribuídos ao referido procurador fatos ofensivos à sua reputação perante a instituição a qual pertence, além de lhe terem sido imputados os crimes de abuso de autoridade, advocacia administrativa e formação de quadrilha; bem como por subscrever representação, autuada perante a Corregedoria-Geral do Ministério Público Federal, contra o referido procurador, por abuso de poder e patrocínio de interesse privado perante a Administração Pública, acusações que poderiam dar ensejo tanto a investigação penal como de improbidade administrativa.

10. SADI FRANCISCO DA SILVA, imputando-lhe a prática

do delito previsto nos artigos 138 e 139 c/c artigo 141, II, III e parágrafo único, e artigo 339 c/c artigo 14, II, todos do Código Penal, por ser signatário de nota, publicada no jornal “Folha da Manhã”, na qual foi ofendida a honra do Procurador da República EDUARDO SANTOS DE OLIVEIRA, foram atribuídos ao referido procurador fatos ofensivos à sua reputação perante a instituição a qual pertence, além de lhe terem sido imputados os crimes de abuso de autoridade, advocacia administrativa e formação de quadrilha; bem como por subscrever representação, autuada perante a Corregedoria-Geral do Ministério Público Federal, contra o referido procurador, por abuso de poder e patrocínio de interesse privado perante a Administração Pública, acusações que poderiam dar ensejo tanto a investigação penal como de improbidade administrativa.

11. NILDO NUNES CARDOSO, imputando-lhe a prática dos

delitos descritos nos artigos 138 e 139 c/c artigo 141, II, III e parágrafo único, todos do Código Penal, por ser signatário de nota, publicada no jornal “Folha da Manhã”, na qual foi ofendida a honra do Procurador da República EDUARDO SANTOS DE OLIVEIRA, foram atribuídos ao referido procurador fatos ofensivos à sua reputação perante a instituição a qual

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pertence, além de lhe terem sido imputados os crimes de abuso de autoridade, advocacia administrativa e formação de quadrilha.

12. ÁLVARO CÉSAR GOMES FARIA, imputando-lhe a

prática do delito previsto nos artigos 138 e 139 c/c artigo 141, II, III e parágrafo único, todos do Código Penal, por ser signatário de nota, publicada no jornal “Folha da Manhã”, na qual foi ofendida a honra do Procurador da República EDUARDO SANTOS DE OLIVEIRA, foram atribuídos ao referido procurador fatos ofensivos à sua reputação perante a instituição a qual pertence, além de lhe terem sido imputados os crimes de abuso de autoridade, advocacia administrativa e formação de quadrilha.

13. AILTON DA SILVA TAVARES, imputando-lhe a prática

do delito nos artigos 138 e 139 c/c artigo 141, II, III e parágrafo único, todos do Código Penal, por ser signatário de nota, publicada no jornal “Folha da Manhã”, na qual foi ofendida a honra do Procurador da República EDUARDO SANTOS DE OLIVEIRA, foram atribuídos ao referido procurador fatos ofensivos à sua reputação perante a instituição a qual pertence, além de lhe terem sido imputados os crimes de abuso de autoridade, advocacia administrativa e formação de quadrilha.

14. KELLENSON AYRES FIGUEIREDO DE SOUZA,

imputando-lhe a prática dos delitos descritos nos artigos 138 e 139 c/c artigo 141, II, III e parágrafo único, todos do Código Penal, por ser signatário de nota, publicada no jornal “Folha da Manhã”, na qual foi ofendida a honra do Procurador da República EDUARDO SANTOS DE OLIVEIRA, foram atribuídos ao referido procurador fatos ofensivos à sua reputação perante a instituição a qual pertence, além de lhe terem sido imputados os crimes de abuso de autoridade, advocacia administrativa e formação de quadrilha.

15. SEBASTIÃO CARLOS FREITAS, imputando-lhe a prática

dos delitos descritos nos artigos 138 e 139 c/c artigo 141, II e III na forma do artigo 29; artigo 138 e 139 c/c artigo 141, II e III e parágrafo único, na forma do artigo 29, todos do Código Penal, por ter participação indispensável, na qualidade de editor geral do jornal “Folha da Manhã”, na a) publicação do entrevista concedida pelo então presidente da Câmara Municipal, Marcos Vieira Bacellar, com conteúdo que atribuía ao Procurador da República Eduardo Santos de Oliveira fatos ofensivos à reputação do referido procurador perante à instituição à qual pertence, além de lhe terem sido imputados os crimes de advocacia administrativa, prevaricação e de quebra de segredo de justiça; b) publicação, mediante pagamento, de nota publicada no jornal “Folha da Manhã”, na qual foi ofendida a honra do Procurador da República EDUARDO SANTOS DE OLIVEIRA, foram atribuídos ao referido procurador fatos ofensivos à sua

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reputação perante a instituição a qual pertence, além de lhe terem sido imputados os crimes de abuso de autoridade, advocacia administrativa e formação de quadrilha.

16. CARLA FLÁVIA RANGEL BARRETO, imputando-lhe a

prática do delito nos artigos 138 e 140 c/c artigo 141, II e III, ambos na forma do artigo 29, todos do Código Penal, por propagar as palavras injuriosas e caluniosas proferidas por Marcos Vieira Bacellar, ao publicar no Jornal “O Diário”, na qualidade de editora chefe do referido jornal, matéria em que foi ofendida a honra do Procurador da República Eduardo Santos de Oliveira.

17. JORGE GAMA ALVES, imputando-lhe a prática do delito

previsto nos artigos 339 c/c artigo 14, II, ambos do Código Penal, por subscrever representação, autuada perante a Corregedoria-Geral do Ministério Público Federal, contra o referido procurador, por abuso de poder e patrocínio de interesse privado perante a Administração Pública, acusações que poderiam dar ensejo tanto a investigação penal como de improbidade administrativa.

A denúncia, oferecida em 4/9/2009 (fls. 2/15), foi recebida no

dia 9/9/2009 (fls. 16/24), acompanhada do Procedimento Investigatório Criminal nº 1.30.002.000016/2008-73, que lhe serviu de base.

Folha de Antecedentes Criminais dos acusados MARCOS

VIEIRA BACELLAR (fls. 177/179 e 546/557), DANTE PINTO LUCAS (fls. 180/181 e 458/465), ALCIONES CORDEIRO BORGES (fls. 182/183 e 466/468), MARCUS ALEXANDRE DOS SANTOS FERREIRA (fls. 184/191 e 469/479), ABDU NEME JORGE MAKHLUF NETO (fls. 192/193 e 480/482), EDERVAL AZEREDO VENÂNCIO (fls. 194/195 e 483/490), GERALDO AUGUSTO PINTO VENÂNCIO (fls. 196/197 e 491/493), MARIA DA PENHA DE OLIVEIRA MARTINS (fls. 198/199 e 494/496), OTÁVIO ANTÔNIO LEITE CABRAL (fls. 200/201 e 497/499), SADI FRANCISCO DA SILVA (fls. 202/204 e 500/508), NILDO NUNES CARDOSO (fls. 205/206 e 509/511), ALVARO CESAR GOMES FARIA (fls. 207/208 e 512/514), AILTON DA SILVA TAVARES (fls. 209/210 e 515/517), KELLENSON AYRES FIGUEIREDO DE SOUZA (fls. 211/218 e 518/528), SEBASTIÃO CARLOS FREITAS (fls. 219/220, 529/531 e 632, esta última do Poder Judiciário do Estado de Minas Gerais), CARLA FLÁVIA RANGEL (fls. 221/222 e 532/534), JORGE GAMA ALVES (fls. 223/228 e 535/545).

O réu KELLENSON AYRES FIGUEIREDO DE SOUZA

apresentou resposta à acusação, às fls. 72/79, sem preliminares e com arrolamento de cinco testemunhas, sustentando que em nenhum momento

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autorizou ou pagou por qualquer matéria veiculada no jornal “A Folha da Manhã” a respeito da ação proposta pelo Ministério Público Federal e que seu nome foi incluído sem qualquer autorização, não tendo havido a sua assinatura no documento. Juntou aos autos a declaração de fl. 81 em que Marcos Vieira Bacellar afirma que a matéria paga publicada no dia 1º/6/2008 no jornal “Folha da Manhã” não contou com a assinatura ou consentimento do vereador Kellenson Ayres Figueiredo de Souza, muito embora tenha sido colocado o seu nome, por equívoco.

O réu EDERVAL AZEREDO VENÂNCIO apresentou resposta

à acusação, às fls. 86/89, sem preliminares e sem testemunhas, alegando que não imputou ao Procurador da República o cometimento de fato específico em relação à sua atuação concreta. Sustenta ainda a imunidade parlamentar, além do fato de que os vereadores almejaram a apuração dos fatos, inexistindo o elemento subjetivo do tipo previsto no artigo 339, do Código Penal.

O réu SADI FRANCISCO DA SILVA apresentou resposta à

acusação, às fls. 92/118, sem arrolamento de testemunhas, em que arguiu a inépcia da denúncia e alegou falta de justa causa, prescrição, atipicidade, além da imunidade material e da falta de provas quanto à autoria.

Resposta à acusação dos réus ALVARO CESAR GOMES

FARIA (fls. 123/132) e AILTON DA SILVA TAVARES (fls. 134/143), em que não foram arroladas testemunhas. Arguiram a inépcia da denúncia, imunidade parlamentar e atipicidade da conduta. Sustentaram que o conteúdo da nota não configura ataque à honra do Procurador da República, mas tão somente defesa das prerrogativas dos réus.

Os réus DANTE PINTO LUCAS, MARCUS ALEXANDRE

DOS SANTOS FERREIRA, MARIA DA PENHA DE OLIVEIRA MARTINS e GERALDO AUGUSTO PINTO VENÂNCIO apresentaram resposta à acusação, às fls. 151/160, sem preliminares e sem arrolamento de testemunhas, tendo sustentado a imunidade material, atipicidade da conduta prevista no artigo 138, do Código Penal, ausência de adequação típica ao artigo 139 do Código Penal, exceção da verdade e ausência de elemento subjetivo na denunciação caluniosa.

O réu JORGE GAMA ALVES apresentou resposta à acusação,

às fls. 165/173, sem preliminares e sem arrolamento de testemunhas, sustentando a imunidade material, ausência de adequação típica ao artigo 139 do Código Penal, exceção da verdade e ausência de elemento subjetivo na denunciação caluniosa.

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O réu NILDO NUNES CARDOSO apresentou resposta à acusação, às fls. 248/263, sem arrolamento de testemunhas, tendo sustentado imunidade parlamentar, “decadência devido ao tempo transcorrido entre o evento que envolve o réu – 2º pseudo fato delituoso – 1º/6/2008 e a denúncia (4/8/2009)”, ao argumento de que a representação do ofendido é ato que se deu internamente, no âmbito do próprio Ministério Público Federal, cuja data não se pode auditar. Acrescenta que o 2º fato delituoso é o único que relaciona o acusado, sendo descabida a sua inclusão no rol de denunciados.

A ré CARLA FLÁVIA RANGEL BARRETO apresentou

resposta à acusação, às fls. 265/272, sem preliminares e sem arrolamento de testemunhas, sustentando a imunidade parlamentar dos vereadores e não responsabilização da ré enquanto editora-chefe do jornal que noticiou as palavras do ex-vereador.

O réu OTÁVIO ANTÔNIO LEITE CABRAL apresentou sua

resposta à acusação, às fls. 274/305, com arrolamento de três testemunhas. Arguiu a incompetência da Justiça Federal para processamento e julgamento do feito, em razão da prerrogativa de foro. Sustentou a inviolabilidade do vereador por seus atos no exercício da legislatura ou em sua função e a inexistência de qualquer excesso por parte do réu que seja capaz de afastar a inviolabilidade prevista no artigo 29, VIII, da Constituição da República de 1988. Alega ausência de justa causa para o recebimento da denúncia e, ao final, requer a absolvição sumária do réu e, caso não seja acolhido o pedido, a rejeição da denúncia, na forma do art. 395, II ou III, do Código de Processo Penal.

Os réus ABDU NEME JORGE MAKHLUF NETO e

ALCIONES CORDEIRO BORGES apresentaram resposta à acusação, às fls. 442/451, sem preliminares e sem arrolamento de testemunhas, sustentando a imunidade material, atipicidade da conduta prevista no art. 138 do Código Penal, ausência de adequação típica ao artigo 139 do Código Penal, exceção da verdade e ausência de elemento subjetivo na denunciação caluniosa.

O réu MARCOS VIEIRA BACELLAR apresentou a resposta à

acusação, às fls. 560/570, sem preliminares e sem arrolamento de testemunhas, sustentando que constitui prerrogativa de qualquer cidadão que se sente injustiçado com os arbítrios praticados representar perante a Corregedoria do órgão a que está vinculada a autoridade que praticou o ato, para as sanções cabíveis. Alegou ainda imunidade material, atipicidade da conduta prevista no art. 138 do Código Penal, ausência de adequação típica ao artigo 139 do Código Penal, exceção da verdade e ausência do elemento subjetivo na denunciação caluniosa.

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Sentença Tipo D1

Manifestação do Ministério Público Federal, às fls. 575/590,

em que pugnou pela absolvição sumária do réu Kellenson Ayres Figueiredo de Souza, em razão de ter sido comprovado que não teve participação no evento delituoso. Requereu o prosseguimento do feito em relação aos demais réus, por não ter sido comprovada nenhuma das hipóteses ensejadoras da absolvição sumária, previstas no artigo 397, do Código de Processo Penal. Por fim, requereu a expedição de carta precatória ao Juízo Federal de Belo Horizonte/MG para citação do réu Sebastião Carlos Freitas.

Citado (fl. 636), o réu SEBASTIÃO CARLOS FREITAS

apresentou resposta à acusação, às fls. 638/641, sem preliminares e sem arrolamento de testemunhas, sustentando que, em nenhum momento teve a intenção de denegrir a imagem da vítima, e que sua função restringe-se a revisar os textos a serem publicados, procurar erros de português e eventuais incorreções gramaticais, estruturais e de linguística.

Decisão às folhas 643/647, na qual o Juízo rejeitou as preliminares de inépcia da denúncia e ausência de justa causa, absolveu sumariamente o réu KELLENSON AYRES FIGUEIREDO DE SOUZA, nos termos do artigo 397, inciso I, do Código de Processo Penal, confirmou o recebimento da denúncia em relação aos demais réus, nos termos do artigo 399, do Código de Processo Penal, com redação dada pela Lei nº 11.719/2008 e, por fim, designou audiência de instrução e julgamento.

Na fl. 667, o Ministério Público Federal se declarou ciente da

decisão de fls. 643/647.

Audiência realizada no dia 14/09/2010 (fls. 732/733), em que foi consignada a desistência da oitiva das testemunhas arroladas pela defesa do réu OTAVIO ANTONIO LEITE CABRAL e foram interrogados os réus GERALDO AUGUSTO PINTO VENÂNCIO, SEBASTIÃO CARLOS FREITAS e CARLA FLÁVIA RANGEL, tendo os demais afirmado que nada teriam a acrescentar aos interrogatórios. Por fim, foi oportunizada às partes o requerimento de diligências, nos termos do artigo 402, do Código de Processo Penal, nada tendo sido requerido. Foi ainda concedido o prazo sucessivo de cinco dias para apresentação de memoriais.

Às fls. 754/756, decisão do Tribunal indeferindo liminar em

habeas corpus impetrado por Luis Felippe Ferreira Klem de Mattos em favor de Otávio Antonio Leite Cabral (processo nº 2010.02.01.012745-9). Às fls. 798/814, cópia do acórdão que denegou a ordem de habeas corpus proferida nos autos do referido processo.

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Sentença Tipo D1

Memoriais apresentados pelo Ministério Público Federal, às fls. 766/781, em que afirma que, após uma melhor análise dos autos, concluiu pela atipicidade das condutas praticadas pelos réus SEBASTIÃO CARLOS FREITAS e CARLA FLÁVIA RANGEL BARRETO, uma vez que, na qualidade de editor geral do jornal “Folha da Manhã” e de editora chefe do jornal “O Diário”, respectivamente, os mesmos “(...) não tinham poder de

decidir acerca das matérias que seriam ou não publicadas, nem sobre a

publicação ou não de notas pagas, não tendo sido os responsáveis pela

realização das entrevistas, nem pela elaboração dos textos das matérias

publicadas, limitando-se a editar o jornal (...)”. Requereu a absolvição dos referidos acusados, nos termos do artigo 386, inciso IV, do Código de Processo Penal. Em relação aos demais réus, o Parquet afirmou que restaram comprovadas nos autos a autoria e a materialidade dos delitos que lhes foram imputados, ressaltando que o texto da nota publicada no jornal “Folha da Manhã”, no dia 1/6/2008, é claro em afirmar que o Procurador da República teria agido sob o comando do ex-governador Antonhy Garotinho, tendo proposto a ação de improbidade administrativa contra os vereadores atendendo às ordens do referido político, e que também teria divulgado a informação sobre o ajuizamento da ação de improbidade no mesmo dia em que deflagrada operação da Polícia Federal contra Garotinho, objetivando desviar a atenção da imprensa e beneficiá-lo, tudo isso sob suas ordens, atuando de forma completamente incompatível com o cargo por ele ocupado. Além disso, os réus imputaram falsamente ao Procurador da República fatos definidos como crime, pois afirmaram que o mesmo teria agido extrapolando os poderes constitucional e legalmente conferidos, incidindo na prática do crime de abuso de autoridade, e que teria patrocinado interesse privado do político Anthony Garotinho perante a Administração Pública, valendo-se do cargo de Procurador da República, perpetrando o delito de advocacia administrativa, além da afirmação de que teria usado táticas quadrilheiras na tentativa de cercear a atuação do Poder Legislativo, praticando o crime de formação de quadrilha. Além disso, restou comprovado que o réu Marcos Vieira Bacellar imputou fatos ofensivos à reputação do Procurador da República ao publicar em seu site

oficial, em 2/6/2008, matéria afirmando que o mesmo agiu com partidarismo, omitindo-se na apuração do vazamento de informações da operação Telhado de Vidro para o político Anthony Garotinho e perseguindo os membros da Câmara Municipal, tendo sido ainda provado que o referido réu injuriou o Procurador da República, ofendendo sua dignidade e decoro ao chamá-lo de “pilantra” e “pau mandado de Garotinho” em entrevista publicada no dia 4/6/2008, no jornal “O Diário”, na qual também afirmou que o referido procurador teria patrocinado o interesse privado de Anthony Garotinho. Acrescenta que não pode prosperar a alegação formulada pelos réus de que suas condutas estariam acobertadas pelo manto da imunidade material assegurada aos vereadores pelo artigo 29, inciso VIII, da Constituição da República de 1988, pois a imunidade

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Sentença Tipo D1

material concedida aos vereadores com relação às suas opiniões, palavras e votos não é absoluta. Sustenta que deve haver nexo entre o exercício do mandato pelo vereador e as suas manifestações, observados os limites do Município e que as manifestações dos réus não possuíam relação com o exercício de seus mandatos de vereadores, em razão de sua publicação em jornais e na internet, veículos que ultrapassaram a circunscrição do Município de Campos dos Goytacazes. Salientou, ainda, que “(...) as

ofensas dirigidas pelos réus ao Procurador da República não visavam

assegurar a liberdade e o exercício da atividade parlamentar, mas sim

atacar aquele que, no exercício de seu dever constitucional e legal, ajuizou

em face dos mesmos a ação de improbidade administrativa”. Asseverou que a representação entregue pelos citados réus foi autuada por determinação do Corregedor-Geral do Ministério Público Federal como procedimento preliminar e, após colheita de informações, inclusive do representado, o processo foi arquivado, por entender a Corregedoria que não houve motivação para a instauração de procedimento disciplinar apuratório de qualquer natureza perante o referido órgão. Por fim, requereu a absolvição dos réus SEBASTIÃO CARLOS FREITAS e CARLA FLÁVIA RANGEL e a condenação dos demais réus nas penas dos artigos mencionados na denúncia.

Memoriais apresentados pela defesa de MARCOS VIEIRA

BACELLAR, às fls. 786/790, em que afirma que todos os fatos descritos na denúncia estão encadeados, sendo um equívoco do Parquet pretender separá-los, objetivando incidência do concurso de crimes, pois incide em evidente bis in idem. Sustenta a imunidade material, nos termos do artigo 29, inciso VIII, da Constituição da República de 1988, e ressalta que o Procurador da República atacou a Câmara dos Vereadores como instituição, fazendo surgir um fato social, já que o município encontrava-se às vésperas de um processo eleitoral, tendo a notícia repercutido de forma extremamente negativa junto aos seus familiares, amigos e eleitores. Alega a atipicidade da conduta descrita no artigo 138, do Código Penal, a ausência de adequação típica ao artigo 139, do referido diploma legal, e, no caso de não ser considerada a imunidade material, argui exceção da verdade e pugna pelo reconhecimento de que os fatos constantes na denúncia refletiram a realidade dos fatos ocorridos. Sustenta a ausência do elemento subjetivo na denunciação caluniosa e afirma que restou evidente que o Procurador da República exorbitou seus poderes quando enviou nota a todos os veículos de comunicação noticiando a interposição de Ação Civil Pública contra os dezessete vereadores, distorcendo a finalidade do cargo que exerce. Por fim, requer a absolvição, com base no artigo 386, inciso III, do Código de Processo Penal, em razão da atipicidade de suas condutas, diante da imunidade material prevista no artigo 29, inciso VIII da Constituição da República de 1988 e, caso não seja esse o entendimento do Juízo, que seja absolvido pelo crime de difamação, nos termos do artigo 386, inciso I, do

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Código de Processo Penal e absolvido pela prática dos crimes de calúnia e denunciação caluniosa, com fulcro no artigo 386, inciso III, do referido diploma legal.

Memoriais apresentados pela defesa de EDERVAL AZEREDO

VENANCIO, às fls. 792/797, em que sustenta ausência de elemento subjetivo para a imputação do crime previsto no artigo 138, do Código Penal, pois não há provas nos autos que apontem, com segurança, a vontade do réu em imputar, ao Procurador da República, fato definido como crime de que sabia ser ele inocente. Ressalta que os fatos foram noticiados a pedido do Procurador da República em março de 2008 e, somente em 16 de abril de 2008, a ação civil pública foi distribuída em segredo de justiça, tendo havido excesso na divulgação por parte do referido procurador. Afirma que houve “de parte a parte” excessos de linguagem, mas tais excessos não se prestaram para a caracterização do animus do crime de calúnia. Os réus apenas rebateram, através do mesmo veículo de comunicação, as expressões injuriosas do Ministério Público, sendo certo que o fato de reclamarem dos procedimentos adotados não caracteriza crime de difamação e que a crítica ao trabalho desenvolvido pelo membro do Parquet não teve a intenção de ofendê-lo. Alega que há insuficiência de indícios de autoria ou da própria ocorrência da infração penal, o que enseja a rejeição da denúncia por falta de justa causa. Acrescenta que a Constituição de 1988 elevou os vereadores à condição de agentes políticos e lhes atribuiu a imunidade parlamentar, razão pela qual não podem ser responsabilizados civil e penalmente por ato supostamente ilícito decorrente de opiniões, palavras e votos, no exercício do mandato eletivo. Assevera que a inviolabilidade material dos vereadores não se restringe à esfera criminal e deve ser observada com vistas a garantir a independência da instituição. Por fim, requereu a absolvição do réu.

Memoriais apresentados pela defesa de AILTON DA SILVA

TAVARES, ALVARO CESAR FARIA e NILDO NUNES CARDOSO, às fls. 818/826, em que sustentam a presença de excludente de ilicitude em razão da imunidade decorrente da inviolabilidade do vereador quanto às suas palavras e votos, conforme previsto no artigo 29, inciso VIII, da Constituição da República de 1988, apontando ainda o artigo 345, da Constituição do Estado do Rio de Janeiro que versa sobre o mesmo assunto em conformidade com a Carta Magna. Alegam que agiram em consonância com as prerrogativas de seus mandatos e que o texto tido como caluniador e difamatório tem pertinência com o mandato e com os interesses do Poder Legislativo. Acrescentam que nada mais fizeram do que se insurgir contra acusações feitas pelo órgão do Ministério Público Federal e que é atípica a conduta, pois o fato narrado na denúncia não configura ataque à honra do Procurador da República. Por fim, a defesa requereu a absolvição dos

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acusados Ailton da Silva Tavares, Álvaro Cesar Faria e Nildo Nunes Cardoso.

Memoriais apresentados pela defesa de SADI FRANCISCO DA SILVA, às fls. 830/844, em que sustenta a inexistência de conduta típica relacionada aos artigos veiculados na denúncia e afirma que não há nos autos conduta por parte do réu que possa ser entendida como ofensiva à honra, nem que possa consubstanciar-se em calúnia e difamação, que pudesse ensejar investigação administrativa injusta ou abusiva em relação ao Procurador da República Eduardo Santos de Oliveira. Assevera que, um dia antes da nota publicada no jornal “Folha da Manhã” pelos vereadores, o Procurador Eduardo Santos de Oliveira havia publicado nota noticiando a propositura de uma ação civil pública em face de todos os vereadores de Campos dos Goytacazes, sem que estes tivessem tido conhecimento ou mesmo oportunidade de manifestação e defesa, num evidente ataque em ano de eleição, que certamente influenciaria a comunidade de eleitores e a população da referida cidade, o que comprometeu a dignidade e a vida política do réu. Aduz que não se pode conceber que o Procurador fale e faça o que quiser, inclusive enviar reelese para jornal e que os acusados não possam se defender através do mesmo veículo de comunicação. Afirma que, da leitura da nota veiculada no dia 1º/6/2008, não se depreende nenhuma calúnia, nem difamação em relação ao Procurador da República Eduardo Santos de Oliveira, mas apenas repúdio contra a nota do Procurador no mesmo jornal “Folha da Manhã”, sendo certo que tanto a nota veiculada pelo MPF quanto a veiculada pelos vereadores diz respeito a assuntos relacionados ao exercício parlamentar e da instituição Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, da qual o réu fazia parte. Alega que restam ausentes o anumus caluniandi e o animus difamandi, elementos subjetivos indispensáveis para configuração dos crimes de calúnia e difamação, respectivamente. Acrescenta que em um momento único subscreveu a nota publicada em 1º/6/2008, apenas com o intuito de salvaguarda de sua imagem como vereador perante o público, não tendo o propósito de caluniar, difamar, nem provocar instauração de procedimento em face do referido procurador. Sustenta a imunidade material dos vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício de mandato e na circunscrição do município e afirma que o que se questionou não foi a deflagração da ação civil pública em si, mas a notícia sobre a referida ação, transmitida através de matéria pronta enviada pelo gabinete do referido procurador ao jornal “Folha da Manhã”, em ano eleitoral, veiculando perante a comunidade de eleitores fato não comprovado. Por fim, requer a improcedência do pedido e a absolvição do réu.

Memoriais apresentados pela defesa de CARLA FLÁVIA

RANGEL BARRETO, às fls. 849/853, em que sustenta que não cometeu os crimes de calúnia e injúria narrados na denúncia. Alega que, na época era a

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Sentença Tipo D1

editora chefe do jornal “O Diário”, veiculador da matéria do dia 4/6/2008 em primeira página dando conta da notícia de que o então vereador presidente da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, Marcos Vieira Bacellar, chamou o Procurador da República de “pilantra” e “pau mandado de Garotinho” e que não cometeu crime algum, pois estava em seu exercício de liberdade de informação e apenas narrou os fatos, retransmitindo palavras do vereador, protegidas pela imunidade material, sendo certo que seu papel no jornal não era o de organizar as matérias para decidir qual seria publicada ou não, mas sim de corrigir sua formatação e ortografia. Sustenta que não restou configurado o dolo específico, ou seja, o animus caluniandi para a configuração do crime de calúnia. Acrescenta que o próprio Parquet opinou pela absolvição da ré Carla Flávia Rangel Barreto. Por fim, requereu que fosse julgado improcedente o pedido e absolvida a ré, com base no artigo 386, incisos III, VII e V, do Código de Processo Penal, incluído pela Lei de 11.690/2008.

Memoriais apresentados pela defesa de ABDU NEME JORGE

MAKHLUF NETO, ALCIONES CORDEIRO BORGES, DANTE PINTO LUCAS, MARCUS ALEXANDRE DOS SANTOS FERREIRA, GERALDO AUGUSTO PINTO VENANCIO e MARIA DA PENHA DE OLIVEIRA MARTINS, às fls. 861/870, em que não negam que os vereadores assinaram a nota que foi publicada no jornal “Folha da Manhã”, além de terem formulado a representação contra o Procurador da República Eduardo Santos de Oliveira junto à Corregedoria Geral do Ministério Público Federal, mas afirmam que tais atos foram realizados em retaliação à nota enviada pela assessoria do referido Procurador a todos os veículos de informação, narrando a interposição, passados vinte dias, de Ação Civil Pública em face dos vereadores, sendo certo que sequer haviam sido citados para se defender sobre seus termos. Assevera que imensa foi a indignação com a nota enviada, não somente pelo fato de ser ano eleitoral, mas pela prática pouco convencional de divulgar as atuações do membro do Parquet, razão pela qual foi enviada nota ao jornal “Folha da Manhã” objetivando dar as suas versões sobre os fatos. Afirma que nenhuma das palavras destoou da realidade fática ocorrida e que o artigo 29, inciso VIII, da Constituição da República de 1988 garante a “inviolabilidade dos Vereadores por suas

opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do

município”. Ressalta que o Procurador da República atacou a instituição da Câmara dos Vereadores, ao divulgar nota em todos os órgãos de imprensa dando conta da interposição de ação civil pública contra todos os vereadores, fazendo surgir um fato social, já que o município encontrava-se às vésperas de um processo eleitoral, tendo havido repercussão da notícia junto aos familiares, amigos e eleitores dos réus, de forma extremamente negativa. Sustenta a ausência de adequação típica ao artigo 139, do Código Penal, no que se refere ao segundo fato, consistente na nota publicada no periódico “Folha da Manhã”, tendo em vista que, nos termos da denúncia

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Sentença Tipo D1

formulada, a ofensa à honra consistiu na imputação ao Membro do Ministério Público Federal dos crimes de abuso de autoridade, de advocacia administrativa e de formação de quadrilha e é possível claramente aferir que os fatos que deram azo a alguma prática delituosa consistiram na imputação de fato criminoso ao Procurador, o que se enquadra apenas no delito previsto no artigo 138, do Código Penal, devendo ser absolvidos os réus em relação ao delito previsto no artigo 139, do Código Penal. A defesa argui ainda a exceção da verdade, no caso de não ser considerada a imunidade material, devendo ser reconhecido que os fatos constantes da nota enviada ao jornal “Folha da Manhã” e da representação perante a Corregedoria do Ministério Público Federal refletiram a realidade dos fatos ocorridos, sem que qualquer sanção penal possa ser daí extraída. Sustenta a ausência do elemento subjetivo na denunciação caluniosa, em razão do fato de que os réus entendem que o Procurador da República exorbitou seus poderes quando enviou nota a todos os veículos de comunicação, noticiando a interposição de ação civil pública contra todos os vereadores, desvirtuando a finalidade do cargo que ocupa, sobretudo em razão de tal remessa de nota ter sido efetivada vinte dias após a interposição da ação, no exato dia em que foi realizada a operação Segurança Pública S/A, que culminou com a prisão do braço direito do ex-governador Anthony Garotinho. Afirma a defesa que os réus exerceram o direito constitucional de petição, narrando a hipótese tal qual lhes foi apresentada, sem que isso possa ensejar qualquer sanção penal. Por fim, requer a absolvição dos réus, com base no artigo 386, inciso III, do Código de Processo Penal, tendo em vista a atipicidade de suas condutas, em virtude da imunidade material prevista no artigo 29, inciso VIII, da Constituição da República de 1988 e, caso assim não entenda o Juízo, que sejam absolvidos com base no artigo 386, inciso I, do Código de Processo Penal, em relação à prática do crime de difamação, por não ter restado configurada a prática do referido delito; com fulcro no artigo 386, inciso III, do Código de Processo Penal pela prática do crime de calúnia, por não ter havido imputação de falso crime e, nos termos do artigo 386, inciso III, do Código de Processo Penal pela prática do crime de denunciação caluniosa, pela ausência de adequação típica, já que não se fazem presentes todos os elementos objetivos e subjetivos do tipo.

Memoriais apresentados pela defesa de JORGE GAMA

ALVES, às fls. 871/879, em que sustenta imunidade material prevista no inciso VIII do artigo 29 da Constituição da República de 1988, a atipicidade da conduta que lhe é imputada, em razão da vinculação entre as palavras supostamente ofensivas e o cargo de Vereador que ocupa. Argui exceção da verdade, caso não venha a ser considerada a imunidade material, argumentando que deve ser reconhecido que os fatos constantes da representação perante a Corregedoria do Ministério Público refletiram a realidade dos fatos ocorridos. Alega a ausência do elemento subjetivo na denunciação caluniosa, pois o réu entende que o Procurador da República

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exorbitou seus poderes quando enviou nota a todos os veículos de comunicação, noticiando a interposição de ação civil pública contra todos os vereadores, desvirtuando a finalidade do cargo que ocupa, sobretudo por tal remessa de nota ter se dado vinte dias após a interposição da aludida ação civil pública e no exato dia em que foi realizada a operação Segurança Pública S/A, que culminou com a prisão do braço direito do ex-governador Anthony Garotinho. Por fim, requereu a absolvição do réu, com base no artigo 386, inciso III, do Código de Processo Penal, tendo em vista a atipicidade de suas condutas, em virtude da imunidade material prevista no artigo 29, inciso VIII, da Constituição da República de 1988 e, caso assim não entenda o Juízo, que seja absolvido com base no artigo 386, inciso III, do Código de Processo Penal, pela ausência de adequação típica, por não se fazerem presentes todos os elementos objetivos e subjetivos do tipo do crime.

Memoriais apresentados pela defesa de SEBASTIÃO CARLOS FREITAS, às fls. 880/884, em que não nega que o periódico “Folha da Manhã” tenha publicado a entrevista com o Vereador Marcos Bacellar e a nota veiculada no dia 1º/6/2008, mas afirma que, não obstante seja o editor-geral do jornal, sua função se restringe a revisar os textos a serem publicados, procurar erros de português e eventuais incorreções gramaticais, estruturais e de linguística, além de orientar os jornalistas no desempenho de seu mister, sendo de responsabilidade do Diretor, Aluysio Abreu Cardoso Barbosa, ditar a linha editorial diária do jornal, fato inclusive confirmado pelo Parquet. Frisa que, em nenhum momento, teve o réu a intenção de denegrir a imagem da vítima, tendo o jornal “Folha da Manhã” retratado fatos efetivamente ocorridos. Por fim, a defesa requereu a absolvição do réu, nos termos do artigo 386, inciso IV, do Código de Processo Penal.

Memoriais apresentados pela defesa de OTÁVIO ANTÔNIO

LEITE CABRAL, às fls. 892/900, em que argui a incompetência absoluta da Justiça Federal de Campos dos Goytacazes para processar e julgar a ação penal, em razão de o réu gozar, na qualidade de vereador do referido município, da prerrogativa de foro prevista no artigo 161, da Constituição do Estado do Rio de Janeiro, competindo ao Tribunal de Justiça o processamento e julgamento dos crimes comuns e de responsabilidade a ele imputados. Alega ausência de justa causa, em razão da imunidade material do vereador sobre suas opiniões, palavras e votos, ao argumento de que o réu não proferiu qualquer palavra capaz de causar prejuízos à honra ou à imagem do Procurador da República Eduardo Santos de Oliveira. Afirma que foi exercido regularmente o direito de petição assegurado no artigo 5º, inciso XXXIV, alínea a, da Constituição da República de 1988. Acrescenta que o réu foi acusado diante dos munícipes de ter cometido ato ímprobo no exercício de suas atribuições enquanto vereador, às vésperas do pleito 2008, razão pela qual, juntamente com os demais vereadores, foi compelido a se

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reportar à Corregedoria no intuito de que o Procurador da República Eduardo dos Santos de Oliveira fosse afastado dos processos em que figurassem como réus. Sustenta que não há prova de autoria em relação à nota jornalística publicada no jornal “Folha da Manhã”, em que pese o réu encontrar-se como suposto subscritor do texto, não obstante não tenha participado de sua elaboração e/ou de seu custeio, nem autorizado a utilização de seu nome, razão pela qual impõe-se a sua absolvição, nos termos do artigo 386, inciso V, do Código de Processo Penal. Por fim, a defesa requereu a extinção do processo penal, em razão da incidência da cláusula protetiva da imunidade parlamentar material, com base no artigo 29, inciso VIII, da Constituição da República de 1988 c/c o artigo 386, inciso VI, do Código de Processo Penal e/ou seja o réu absolvido com base no artigo 386, inciso III, do Código de Processo Penal, e/ou seja absolvido com base no artigo 386, inciso IV, do Código de Processo Penal e/ou seja absolvido com fulcro no artigo 386, inciso V, do Código de Processo Penal.

Petição de fls. 903/904, em que a defesa de EDERVAL

AZEREDO VENÂNCIO comunica o falecimento do referido réu e junta a cópia da certidão de óbito.

É o relatório. Passo a decidir. II – FUNDAMENTAÇÃO 2.1. Preliminares 2.1.1. Competência da Justiça Federal Não prospera a alegação de incompetência da Justiça Federal

de Primeira Instância, uma vez que a Constituição Federal não confere prerrogativa de foro aos vereadores, e eventual concessão de foro privilegiado pela Constituição do Estado do Rio de Janeiro não prevalece sobre a competência fixada pela Constituição Federal, no artigo 109, inciso IV, caso dos autos, no qual a vítima é Procurador da República, membro do Ministério Público Federal, ficando evidenciado o interesse da União.

2.1.2. Extinção da punibilidade – morte do agente À folha 903 foi comunicado o falecimento do acusado

EDERVAL AZEREDO VENANCIO, comprovado pela Certidão de Óbito da folha 904.

Assim, é imperativa a extinção da punibilidade do referido

acusado, nos termos que preceitua o artigo 107, inciso I, do Código Penal, e do artigo 62, do Código de Processo Penal.

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Observo que deixo de dar vista prévia ao Ministério Público

Federal acerca da certidão de óbito, em vista de já estar o presente feito concluso para sentença desde 29/08/2011, e o cumprimento dessa mera formalidade somente acarretaria mais demora no julgamento do feito, em desacordo com o princípio da razoável duração do processo (artigo 5º, inciso LXXVIII, da Constituição).

2.1.3. Extinção da punibilidade – Prescrição pela pena in

abstrato 2.1.3.1. Marcos Vieira Bacellar O réu MARCOS VIEIRA BACELLAR foi acusado da prática

dos delitos previstos nos artigos 138 e 139 c/c artigo 141, incisos II e III, em 30/05/2008; nos artigos 138 e 139 c/c artigo 141, incisos II e III e parágrafo único, em 01/06/2008; no artigo 139 c/c artigo 141, incisos II e II, em 02/06/2008; nos artigos 138 e 140 c/c artigo 141, incisos II e III, em 04/06/2008; e no artigo 339 c/c artigo 14, inciso II, em 01/07/2008, todos artigos do Código Penal.

O artigo 119, do Código Penal, estabelece que, em caso de

concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente.

O delito do artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e III, do

Código Penal, possui pena máxima de 2 (dois) anos e 8 (oito) meses, em virtude da exasperação do último artigo. Assim, pela legislação vigente à época dos fatos, a prescrição poderia se dar pelo decurso de 8 (oito) anos (artigo 109, inciso IV, do Código Penal), entre a data dos fatos e o recebimento da denúncia (09/09/2009) ou entre o recebimento da denúncia e a data da sentença.

O fato mais distante enquadrado no referido artigo ocorreu em

30/05/2008, e o mais recente em 04/06/2008. Entre nenhum deles e o recebimento da denúncia, em 09/09/2009, e nem entre o recebimento da denúncia e a presente data, decorreram oito anos.

Assim, não estão prescritos os delitos imputados com

enquadramento no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal.

Em relação ao crime dos artigo 139 c/c o artigo 141, incisos II e

III, a pena máxima seria de 1 (um) ano e 4 (quatro) meses, também em

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decorrência da exasperação da pena máxima prevista no artigo 141, incisos II e II, do Código Penal.

Pela legislação vigente à época dos fatos, a prescrição poderia

se dar pelo decurso de 4 (quatro) anos (artigo 109, inciso V, do Código Penal), entre a data dos fatos e o recebimento da denúncia (09/09/2009) ou entre o recebimento da denúncia e a data da sentença.

Entre os fatos, ocorridos entre 30/05/2008 e 02/06/2008 e a

data do recebimento da denúncia (09/09/2009), não decorreram quatro anos, e tampouco entre o recebimento da denúncia e a presente data decorreu tal prazo. Portanto, também não estão prescritos referidos delitos.

Em relação ao fato ocorrido no dia 04/06/2008, o qual é

enquadrado tanto no artigo 138 quanto no artigo 140, ambos cumulados com o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, a sorte é diversa.

O artigo 140 prevê pena máxima de 6 (seis) meses, a qual com

a exasperação de um terço prevista no artigo 141, chega à pena de 8 (oito meses), cuja prescrição, pela legislação vigente à época dos fatos, dava-se em 2 (dois) anos (artigo 109, inciso VI, do Código Penal).

Como entre a data do recebimento da denúncia (09/09/2009) e

a presente data já decorreram mais de três anos, deve ser reconhecida a incidência da prescrição, em relação ao fato ocorrido em 04/06/2008, porém apenas em relação à imputação da prática do delito do artigo 140, c/c o artigo 141, incisos II e III, ambos do Código Penal, e julgada extinta a punibilidade do acusado em relação a tal delito, nos termos do artigo 107, inciso IV, do Código Penal, c/c o artigo 61, do Código de Processo Penal.

Por fim, em relação ao fato do dia 01/07/2008, enquadrado no

artigo 339 c/c o artigo 14, inciso III, do Código Penal, a pena máxima será de 5 (cinco) anos e 4 (quatro) meses, considerando a pena máxima de 8 (oito) anos, diminuída da fração mínima de um terço, conforme o artigo 14, parágrafo único, do Código Penal.

Nestes termos, a prescrição somente ocorre com o decurso do

prazo de 12 (doze) anos, entre o fato e o recebimento da denúncia ou entre este e a prolação da sentença, conforme o artigo 109, inciso III, do Código Penal, o que não ocorreu.

Em relação ao acusado MARCOS VIEIRA BACELLAR,

portanto, reconheço a ocorrência da prescrição pela pena máxima cominada e declaro extinta a punibilidade apenas em relação à imputação, em 04/06/2008, da prática do delito previsto no artigo 140, c/c o artigo 141,

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incisos II e III, do Código Penal, nos termos do artigo 107, inciso IV, do Código Penal c/c o artigo 61, do Código de Processo Penal.

2.1.3.2. Dante Pinto Lucas, Alciones Cordeiro Borges,

Marcos Alexandre dos Santos Ferreira, Abdu Neme Jorge Makhluf Neto, Geraldo Augusto Pinto Venâncio, Otávio Antônio Leite Cabral, Sadi Francisco da Silva, Nildo Nunes Cardoso, Álvaro Cesar Gomes Faria, Ailton da Silva Tavares e Jorge Gama Alves

Os réus DANTE PINTO LUCAS, ALCIONES CORDEIRO

BORGES, MARCUS ALEXANDRE DOS SANTOS FERREIRA, ABDU NEME JORGE MAKHLUF NETO, GERALDO AUGUSTO PINTO VENÂNCIO, OTÁVIO ANTÔNIO LEITE CABRAL, SADI FRANCISCO DA SILVA, foram acusados da prática dos delitos previstos nos artigos 138 e 139 c/c artigo 141, inciso II, III e parágrafo único, em 01/06/2008, e no artigo 339 c/c o artigo 14, inciso II, em 01/07/2008, todos os artigos do Código Penal.

Já os réus NILDO NUNES CARDOSO, ÁLVARO CÉSAR

GOMES FARIA e AILTON DA SILVA TAVARES foram acusados apenas da prática dos delitos previstos nos artigos 138 e 139 c/c artigo 141, inciso II, III e parágrafo único, do Código Penal, em 01/06/2008.

Por fim, o réu JORGE GAMA ALVES foi acusado apenas pela

prática do delito previsto no artigo 339 c/c o artigo 14, inciso II, do Código Penal, em 01/07/2008.

Consoante a fundamentação exarada no tópico anterior, em

relação aos delitos dos artigos 138 e 139, ambos cumulados com o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, e também em relação ao delito do artigo 339, cumulado com o artigo 14, inciso II, também do Código Penal, não decorreu entre a data dos fatos e o recebimento da denúncia, e nem entre esta e a presente data, o decurso do prazo prescricional previsto no artigo 109, incisos III, IV e V, do Código Penal.

2.1.3.3. Maria da Penha de Oliveira Martins A ré MARIA DA PENHA DE OLIVEIRA MARTINS, foi

acusada da prática dos delitos descritos nos artigos 138 e 139 c/c artigo 141, incisos II, III e parágrafo único, do Código Penal, em 01/06/2008 e da prática do delito previsto no artigo 339 c/c artigo 14, inciso II, do Código Penal, em 01/07/2008.

Embora se tratem dos mesmos delitos objeto de análise nos

tópicos anteriores, verifico que a acusada nasceu em 23/01/1933 (folha

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198), de modo que possui mais de 70 (setenta) anos de idade na presente data, aplicando-se a redução pela metade dos prazos de prescrição, consoante o artigo 115, do Código Penal.

Assim, em relação ao delito do artigo 138 c/c o artigo 141,

incisos II e III, do Código Penal, a prescrição se daria no decurso do prazo de 8 (oito) anos, o qual no caso da referida ré, será reduzido para 4 (quatro) anos, de modo que também não decorreu o curso do prazo prescricional em relação a esse delito.

Da mesma forma, em relação ao delito do artigo 339 c/c artigo

14, inciso II, do Código Penal, cuja prescrição para os demais réus se daria em 12 (doze) anos, para a presente acusada se daria em 6 (seis) anos, também não decorridos entre os fatos e o recebimento da denúncia ou entre este e a presente data.

Já em relação ao delito do artigo 139, c/c o artigo 141, incisos

II e III, do Código Penal, a prescrição para os demais réus dar-se-ia com o decurso do prazo de 4 (quatro) anos entre a data dos fatos e o recebimento da denúncia (09/09/2009) ou entre o recebimento da denúncia e a data da sentença.

Para a presente acusada, contudo, esse prazo é reduzido pela

metade, consumando-se a prescrição pelo decurso de 2 (dois) anos, prazo este já decorrido entre a data do recebimento da denúncia (09/09/2009) e a presente data.

Nestes termos, em relação à acusada MARIA DA PENHA DE

OLIVEIRA MARTINS, reconheço a ocorrência da prescrição pela pena máxima cominada e declaro extinta a punibilidade apenas em relação à imputação, em 02/06/2008, da prática do delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, nos termos do artigo 107, inciso IV, do Código Penal c/c o artigo 61, do Código de Processo Penal.

2.1.3.4. Sebastião Carlos Freitas O réu SEBASTIÃO CARLOS FREITAS foi acusado da prática

dos delitos descritos nos artigos 138 e 139 c/c artigo 141, incisos II e III, na forma do artigo 29, todos do Código Penal, em 30/05/2009; e dos artigos 138 e 139 c/c artigo 141, II e III e parágrafo único, na forma do artigo 29, todos do Código Penal, em 01/06/2008.

Valem em relação à prescrição do fato ocorrido em 30/05/2009,

os mesmos fundamentos lançados no tópico “2.1.3.1”, em relação ao réu Marcos Vieira Bacellar, no sentido de que não ocorreu a prescrição.

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Com relação ao fato ocorrido em 01/06/2008, da mesma forma,

no tópico “2.1.3.1” já foi reconhecida a inocorrência da prescrição, havendo em relação ao presente acusado, ainda, a circunstância do artigo 141, parágrafo único, do Código Penal, que impõe a aplicação da pena em dobro, de modo a ser ainda mais rechaçada a hipótese de prescrição.

2.1.3.5. Carla Flávia Rangel Barreto A ré CARLA FLÁVIA RANGEL BARRETO foi acusada da

prática do delito previsto nos artigos 138 e 140 c/c artigo 141, II e III, ambos na forma do artigo 29, todos do Código Penal, em 04/06/2008.

Aqui, da mesma forma, aplicam-se as conclusões já exaradas no

tópico “2.1.3.1”, em relação aos referidos delitos, praticados em suposto concurso de agentes com o réu Marcos Vieira Bacellar, de modo a ser rechaçada a hipótese de prescrição, em relação ao delito do artigo 138, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal.

Da mesma forma aplicam-se as mesmas conclusões do tópico

“2.1.3.1” acerca do delito do artigo 140, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, para declarar a ocorrência da prescrição pela pena abstratamente cominada e julgar extinta a punibilidade da acusada Carla Flávia Rangel Barreto em relação a esse delito, nos termos do artigo 107, inciso IV, do Código Penal, c/c o artigo 61, do Código de processo Penal.

2.2. Mérito A acusação imputa ao réu MARCOS VIEIRA BACELLAR, a

prática dos delitos previstos nos artigos 138 e 139 c/c artigo 141, incisos II e III, em 30/05/2008, por ter supostamente imputado falsamente ao Procurador da República Eduardo Santos de Oliveira, através de entrevista publicada na referida data no jornal “Folha da Manhã”, a prática dos delitos de advocacia administrativa (artigo 321, do Código Penal), prevaricação (artigo 319, do Código Penal) e quebra de segredo de justiça (artigo 10, da Lei nº 9.296/1996, com a participação indispensável, segundo a denúncia, do acusado SEBASTIÃO CARLOS DE FREITAS, na condição de editor geral do jornal “Folha da Manhã”.

Imputou também ao acusado MARCOS VIEIRA BACELLAR

a prática dos delitos previstos nos artigos 138 e 139 c/c artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, em 01/06/2008, em concurso de agentes com os acusados DANTE PINTO LUCAS, ALCIONES CORDEIRO BORGES, MARCUS ALEXANDRE DOS SANTOS FERREIRA, ABDU NEME JORGE MAKHLUF NETO, GERALDO AUGUSTO PINTO VENÂNCIO,

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OTÁVIO ANTÔNIO LEITE CABRAL, SADI FRANCISCO DA SILVA, NILDO NUNES CARDOSO, ÁLVARO CÉSAR GOMES FARIA, AILTON DA SILVA TAVARES e MARIA DA PENHA DE OLIVEIRA MARTINS (Observo que o réu KELLENSON AYRES FIGUEIREDO DE SOUZA foi absolvido sumariamente, e o acusado EDERVAL AZEREDO VENÂNCIO faleceu em 09/02/2012, sendo extinta sua punibilidade na presente sentença), mediante a publicação no jornal “Folha da Manhã”, na referida data, de nota assinada pelos referidos acusados, com conteúdo ofensivo à honra do Procurador da República Eduardo Santos de Oliveira, sendo acusado de participação também, mediante pagamento (atraindo a incidência do parágrafo único do artigo 141 do Código Penal) o réu SEBASTIÃO CARLOS DE FREITAS, na condição de editor geral do jornal “Folha da Manhã”.

Imputou ainda a prática do delito previsto no artigo 139 c/c

141, incisos II e II, do Código Penal, em 02/06/2008, mediante publicação em seu sítio pessoal na Internet de omissão do Procurador da República Eduardo Santos de Oliveira no tocante a suas obrigações funcionais, especialmente aquela prevista no artigo 128, § 5º, inciso II, alínea “e”, da Constituição.

Imputou em sequência a prática dos delitos previsto nos artigos

138 e 140 c/c artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, em 04/06/2008, em suposto concurso de agentes com a acusada CARLA FLÁVIA RANGEL BARRETO, por ter sido publicado, na referida data, matéria no jornal “O Diário”, com imputações ofensivas à honra do Procurador da República Eduardo Santos de Oliveira feitas por Marcos Vieira Bacellar, além da acusação de prática por parte do referido Procurador do crime de advocacia administrativa (artigo 321, do Código Penal).

Por fim, a denúncia imputou ao acusado MARCOS VIEIRA

BACELLAR, em concurso de agentes com os acusados DANTE PINTO LUCAS, ALCIONES CORDEIRO BORGES, MARCUS ALEXANDRE DOS SANTOS FERREIRA, ABDU NEME JORGE MAKHLUF NETO, GERALDO AUGUSTO PINTO VENÂNCIO, JORGE GAMA ALVES, OTÁVIO ANTÔNIO LEITE CABRAL, SADI FRANCISCO DA SILVA, e MARIA DA PENHA DE OLIVEIRA MARTINS (o acusado EDERVAL AZEREDO VENÂNCIO faleceu em 09/02/2012 – folha 904, sendo extinta sua punibilidade na presente sentença) a prática do delito previsto no artigo 339 c/c artigo 14, II, todos do Código Penal, por autuarem, perante a Corregedoria-Geral do Ministério Público Federal, representação contra o Procurador da República Eduardo Santos de Oliveira por abuso de poder e patrocínio de interesse privado, acusações que poderiam dar ensejo tanto a investigação penal como de improbidade administrativa.

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Para fins de melhor exposição das ideias na presente sentença, referidos fatos serão analisados de forma individualizada, e dentre os tópicos de cada fato, será analisada também de forma individualizada a participação de cada um dos acusados.

2.2.2. Fato ocorrido no dia 30/05/2008, enquadrado nos

artigos 138 e 139 c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal Foram acusados desse fato os réus MARCOS VIEIRA

BACELLAR e SEBASTIÃO CARLOS DE FREITAS, este último na condição de editor geral do jornal “Folha da Manhã”.

2.2.2.1. Do acusado Sebastião Carlos de Freitas Em seu memorial, o Ministério Público Federal requereu a

absolvição do referido réu, por atipicidade da conduta por ele praticada, e por não ter o mesmo concorrido para a prática das infrações penais descritas na denúncia, argumentando que na qualidade de diretor do jornal “Folha da Manhã” não tinha poder de decidir acerca das matérias que seriam ou não publicadas, não tendo sido responsável pela realização da entrevista, nem pela elaboração do texto da matéria publicada, limitando-se a editar o jornal.

Com efeito, a conduta imputada ao editor do jornal não pode

ser considerada típica, uma vez que se limitou a reproduzir as palavras do vereador e também acusado Marcos Vieira Bacellar, no estrito cumprimento de sua liberdade de imprensa, a qual possui garantia constitucional.

Veja-se que dos fatos narrados na denúncia se constata que

todas as palavras foram imputadas ao acusado Marcos Vieira Bacellar, o qual também é réu nesta ação e não negou as ter proferido, limitando-se o jornal a reproduzir as alegações do referido acusado, no claro desempenho de atividade jornalística.

Portanto, concluo pela absolvição do acusado SEBASTIÃO

CARLOS DE FREITAS da imputação pela prática, em 30/05/2008, dos delitos previstos nos artigos 138 e 139 c/c o artigo 140, incisos II e III, do Código Penal, nos termos do artigo 386, inciso III, do Código de processo Penal, por estar provado que o réu não concorreu para a infração penal.

2.2.2.1. Do acusado Marcos Vieira Bacellar A materialidade do delito previsto no artigo 138,do Código

Penal, que consiste em “caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato

definido como crime”, encontra-se demonstrada pelo próprio conteúdo das palavras proferidas pelo acusado Marcos Vieira Bacellar em entrevista

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concedida ao jornal “Folha da Manhã”, nas quais se depreende que imputou ao Procurador da República fato definido como crime de “advocacia administrativa” (artigo 321, do Código Penal – Patrocinar, direta ou

indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-

se da qualidade de funcionário), ao mencionar que ao noticiar o ajuizamento da ação de improbidade o Procurador pretendeu tirar o foco da imprensa do ex-governador Garotinho e colocá-lo para cima da Câmara, e que o Procurador seria “porta-voz” de Garotinho, bem como que o teor da denúncia apresentada na ação de improbidade seria igual as feitas pelo ex-governador, o qual sempre disse em seus programas que a ação seria apresentada pelo MPF.

Também se constata a imputação de fatos que podem ser

enquadrados como o crime de prevaricação (artigo 319, do Código Penal - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo

contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento

pessoal), por ter o Procurador retardado a divulgação da ação ajuizada no dia 9 de maio, e somente divulgá-la em 29 de maio, dando a entender que a ação somente teria sido ajuizada para tirar o foco da imprensa do ex-governador Anthony Garotinho.

Por fim, também se constata a falsa imputação de fatos que

poderiam ser enquadrados como o crime de quebra de segredo de justiça (artigo 10, da Lei nº 9.296/1996 – Constitui crime realizar interceptação de

comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar

segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não

autorizados em lei), ao mencionar o pedido de habeas corpus preventivo impetrado pelo ex-governador Garotinho, em decorrência da operação “Telhado de Vidro”, afirmando que a “operação foi toda vazada”.

Em relação ao enquadramento no artigo 139, do Código Penal,

também verifico que as alegações feitas pelo acusado em sua entrevista ofenderam a reputação do Procurador da República, pois visavam insinuar que atuaria ele em “conluio” com o ex-governador Garotinho, investigado em outras operações da Polícia Federal, e alvo de outros processos, e que por isso agiria por conta de interesses pessoais e em violação aos seus deveres como Procurador.

Quanto à combinação com o artigo 141, incisos II e III, do

Código Penal, os crimes foram praticados contra funcionário público (artigo 327, do Código Penal), em razão de suas funções, e por meio que facilitou a divulgação da calúnia e da difamação, ou seja, através de jornal impresso, atingindo número incontável de pessoas, devendo a pena ser aumentada de um terço.

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Comprovada a materialidade dos fatos, pela publicação das afirmações no jornal “Folha da Manhã”, fatos estes não negados pelo réu Marcos Vieira Bacellar, bem como configurada a tipicidade objetiva, nos termos acima expostos.

Em relação a autoria, a entrevista publicada no jornal “Folha da

Manhã” atribuiu as palavras ofensivas ao então vereador Marcos Vieira Bacellar, o qual em sua defesa confirma tê-las proferido. Além disso, pugna pelo reconhecimento de que os fatos constantes na denúncia refletiram a realidade dos fatos ocorridos.

Há que ser esclarecido que nestes autos não se discute se a ação

de improbidade administrativa ajuizada pelo Procurador da República possui ou não fundamento, pois isso é questão a ser analisada naqueles autos, os quais, observo, tramitam também perante este juízo e tiveram seu recebimento confirmado em relação a maioria dos réus, após a apresentação, por estes, de defesa preliminar, o que demonstra no mínimo a existência de indícios suficientes ao prosseguimento da ação, e torna infundadas as alegações de que o Procurador extrapolou os limites de seus poderes constitucionalmente atribuídos.

Comprovada a autoria dos fatos, fica também evidenciado que

o acusado agiu de forma dolosa, pois de forma livre e voluntária proferiu palavras e acusações caluniosas e ofensivas das quais não possuía qualquer prova. Observo, quanto ao intuito doloso de caluniar o Procurador da República, e a pretensão de desqualificar a denúncia de improbidade por ele apresentada, que em momento algum da entrevista o acusado buscou defender-se do mérito das acusações objeto da referida ação (folha 39, do inquérito em anexo).

Não prospera a tese de imunidade material do vereador, pois a

Constituição limita tal imunidade às opiniões, palavras e votos proferidos no exercício do mandato e na circunscrição do Município, não alcançando entrevistas concedidas à imprensa, com alcance além dos limites do Município, e sobre questões particulares, como o ajuizamento de ação de improbidade em face da pessoa do vereador. As palavras proferidas na entrevista não guardam relação com o exercício do mandato, mas configuram tentativa imprópria e criminosa de desqualificar o Órgão acusador.

Não se fale ainda em exercício do direito de defesa, pois a

notícia publicada no dia anterior, acerca da distribuição da ação de improbidade administrativa, nada continha além da informação da distribuição da ação e seu conteúdo, o qual em momento algum da entrevista, repito, foi contestado pelo acusado, não se tratando de “show”

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algum como quis fazer parecer o vereador, mas mera coincidência a divulgação na mesma data de outra operação, mesmo por que o réu não fez qualquer prova, ao menos indiciária, das acusações que fez ao Procurador da República.

Observo que a mesma notícia foi publicada no sítio do

Ministério Público Federal na Internet, apenas informando a atuação do Parquet e os fundamentos que levaram à distribuição da ação, tudo dentro da livre convicção assegurada ao órgão ministerial com base na prova que instruiu a ação de improbidade e dentro do princípio da publicidade que rege, em regra, as ações civis públicas.

A circunstância de terem sido denunciados todos os vereadores

também decorreu da convicção formada pelo Procurador com base nos elementos de prova de que dispunha, não significando ataque à Câmara de Vereadores enquanto instituição, ao contrário, a atuação do Parquet visa justamente a defesa da instituição, com a extirpação da atividade pública daqueles que atuam em desconformidade com os princípios dessa atividade.

Digno de nota, novamente, que a ação de improbidade ainda

está em curso, o que demonstra a existência de indícios de improbidade no mínimo suficientes para que o Poder Judiciário admitisse a acusação e instruísse o processo, tornando hígida a atuação do Procurador, do qual nenhum interesse pessoal ficou demonstrado.

Quanto as consequências negativas advindas da denúncia de

improbidade, lembro ao acusado que, na condição de vereador, está exercendo um cargo público, e que, assim como a mulher de Cesar, “à qual

não basta ser honesta, mas deve também parecer honesta” (expressão surgida em Roma, por volta do século 60 a. C., envolvendo o ditador romano Júlio Cesar e sua mulher, Pompéia), o vereador deve pautar sua atuação de forma a não deixar dúvidas, a quem quer que seja, de sua idoneidade no exercício do cargo.

Havendo indícios de atos de improbidade, o Poder Judiciário (e

não a imprensa) é o local adequado para exercer seu direito de ampla defesa, não sendo justificável a conduta de atacar, sem qualquer fundamento material ou probatório, Órgão do Ministério Público Federal no exercício de sua atribuição legal.

Em relação à exceção da verdade arguida em memorial, saliento

que não é o meio nem o momento adequado, uma vez que essa espécie de exceção deveria ter sido apresentada na forma prevista no artigo 523, do Código de Processo Penal.

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Configuradas materialidade, autoria e tipicidade (objetiva e subjetiva) não estando presentes excludentes de ilicitude ou de culpabilidade, concluo pela condenação do acusado MARCOS VIEIRA BACELLAR pela prática, em 30/05/2008, do delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e III, em concurso formal (artigo 70) com o delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, todos do Código Penal.

Em decorrência do concurso formal, por ocasião da dosimetria

da pena deverá ser aplicada apenas a pena do delito previsto no artigo 138, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, por ser a mais grave das penas cabíveis, aumentada de um sexto até a metade.

2.2.3. Fato ocorrido no dia 01/06/2008, enquadrado nos

artigos 138 e 139 c/c o artigo 141, incisos II e III, e parágrafo único, do Código Penal

2.2.3.1. Do acusado Sebastião Carlos de Freitas Em seu memorial, o Ministério Público Federal requereu a

absolvição do referido réu, por atipicidade da conduta por ele praticada, não tendo o mesmo concorrido para a prática das infrações penais descritas na denúncia, argumentando que na qualidade de diretor do jornal “Folha da Manhã” não tinha poder de decidir acerca publicação ou não de notas pagas, limitando-se a editar o jornal.

Com efeito, a conduta imputada ao editor do jornal não pode

ser considerada típica, uma vez que se limitou a reproduzir a nota paga e firmada pelos acusados Marcos Vieira Bacellar, Geraldo Venâncio, Nildo Cardoso, Otávio Cabral, Sadi Francisco, Maria da Penha, Álvaro César, Ailton da Silva Tavares, Alciones Cordeiro Borges, Abdu Neme, Marcus Alexandre, Ederval Venâncio e Dante Pinto Lucas, no estrito cumprimento de sua liberdade de imprensa, a qual possui garantia constitucional.

Veja-se que dos fatos narrados na denúncia se constata que a

referida nota foi oferecida à publicação com conteúdo pronto e firmada pelos demais acusados, limitando-se o jornal a reproduzir o seu teor.

Portanto, concluo pela absolvição do acusado SEBASTIÃO

CARLOS DE FREITAS da imputação pela prática, em 01/06/2008, dos delitos previstos nos artigos 138 e 139 c/c o artigo 140, incisos II e III, parágrafo único, do Código Penal, nos termos do artigo 386, inciso III, do Código de Processo Penal, por estar provado que o réu não concorreu para a infração penal.

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Sentença Tipo D1

2.2.3.2. Dos acusados Marcos Vieira Bacellar, Geraldo Augusto Pinto Venâncio, Nildo Nunes Cardoso, Otávio Antônio Leite Cabral, Sadi Francisco da Silva, Maria da Penha de Oliveira Martins, Álvaro César Gomes Faria, Ailton da Silva Tavares, Alciones Cordeiro Borges, Abdu Neme Jorge Makhluf Neto, Marcus Alexandre dos Santos Ferreira e Dante Pinto Lucas

A conduta imputada aos acusados é única e indivisível, uma

vez que consistiu na publicação de nota em jornal, com conteúdo ofensivo ao Procurador da República Eduardo Santos de Oliveira, por todos eles firmada.

Na referida nota, publicada na edição do dia 01/06/2008 do

jornal “Folha da Manhã” (folha 43 dos autos do inquérito policial, em anexo), os acusados imputam ao Procurador da República as condutas de abuso de autoridade (crime previsto no artigo 4º, “h”, da Lei nº 4.898/1965), de advocacia administrativa (artigo 321, do Código Penal) e de formação de quadrilha (artigo 288, do Código Penal).

Com efeito, ao afirmarem “Salta aos olhos, inicialmente, o

abuso de poder praticado pelo membro do Ministério Público Federal, cujo

múnus deveria nortear-se pela defesa da ordem jurídica, vez que extrapola

os poderes constitucional e legalmente conferidos, ao enviar nota

jornalística a todos os meios de comunicação locais, aduzindo a

propositura de Ação Civil Pública em face dos Vereadores da Câmara

Municipal, sem que qualquer deles tenha sido desse fato cientificado, com o

intuito claramente caluniador, com vista a execrar perante a opinião

pública a imagem dos Edis, atingindo, por conseguinte, seus familiares,

amigos e eleitores, semeando a instabilidade política na sociedade

Campista” fica evidenciada a intenção de atribuírem ao Procurador a prática de abuso de autoridade, além de afirmarem que o mesmo também estaria “caluniando” (crime do artigo 138, do Código Penal) os vereadores.

Não há qualquer razão plausível para essa indignação dos

vereadores, pois a atuação do Procurador foi toda embasada em documentos que instruíram a ação de improbidade e formaram sua livre convicção acerca dos fatos, agora submetida ao Poder Judiciário, que diga-se de passagem, recebeu a ação de improbidade e a instruiu, por haver indícios suficientes para assim agir, tendo sido rejeitada, dentre os aqui acusados, apenas em relação ao réu Abdu Neme Jorge Makhluf Neto.

Percebe-se que a indignação dos vereadores é maior por

estarem em período eleitoral e a divulgação da informação (não houve mais do que isso por parte do Procurador) acerca da distribuição da ação de improbidade ter sido contrária aos interesses eleitoreiros dos acusados, do

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que propriamente em relação ao mérito da ação de improbidade, que pouco foi esclarecido na nota publicada, a qual se limitou a informar a instauração de CPI na Câmara de Vereadores na qual se atribui a responsabilidade pelos fatos imputados na ação de improbidade apenas ao vice-prefeito Roberto Henriques.

Também ficou claro no teor da nota divulgada a falsa

imputação do delito de advocacia administrativa (artigo 321, do Código Penal), ao afirmarem os acusados, signatários da nota, que houve “intuito

inexorável de desviar as atenções da população quanto a este evento, como

se tivesse algum interesse em camuflar as manchetes dos jornais do dia

seguinte ou, ao menos, numa tentativa de avocar holofotes da mídia, em

conduta flagrantemente incompatível com o cargo que ocupa”. Com tais afirmações, os acusados no mínimo insinuavam que o

Procurador da República Eduardo Santos de Oliveira tinha interesses pessoais e escusos em desviar o interesse da mídia do ex-governador Garotinho, focando-a na Câmara Municipal de Campos, o que não foi comprovado sequer de forma indiciária pelos acusados, não passando de tentativa desesperada de justificarem para a população, em período eleitoral, o fato de serem acusados de improbidade administrativa no exercício do mandato, desqualificando seu acusador perante a sociedade.

Também fica demonstrada a falsa imputação do crime de

quadrilha ou bando (artigo 288, do Código Penal), ao Procurador da República Eduardo Santos de Oliveira, tanto ao vinculá-lo ao ex-governador Garotinho, em relação ao qual os acusados também acusam de ser “quadrilheiro”, no início da nota publicada, mas também no trecho final da mesma nota, quando afirmam: “Cumpre ressaltar, por fim, que toda e

qualquer tentativa de cercear a atuação do Poder Legislativo Municipal,

através de táticas subversivas e quadrilheiras, terá a resposta adequada, na

busca incessante da verdade e da independência entre os poderes”. Tais afirmações, além de configurarem falsa imputação de fatos

definidos como crime (artigo 138, do Código Penal), também atingem a honra do Procurador da República, pois configuram fatos ofensivos a sua reputação enquanto Órgão do Ministério Público Federal (artigo 139, do Código Penal). Como tanto as imputações falsas de crime quanto as ofensas à reputação se deram contra funcionário público (artigo 327, do Código Penal) em razão de suas funções, e por meio que facilitou a divulgação da calúnia e da difamação (nota publicada em jornal impresso), aplica-se a causa de aumento do artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, ao crimes dos artigos 138 e 139, também do Código Penal, praticados em concurso formal (artigo 70, do Código Penal).

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Comprovada a autoria dos fatos, fica também evidenciado que os acusados agiram dolosamente, pois de forma livre e voluntária proferiram palavras escritas e acusações ofensivas das quais não possuíam qualquer prova. Observo, quanto ao intuito doloso de caluniar o Procurador da República, buscando desqualificar a denúncia de improbidade por ele apresentada, que o objeto da ação de improbidade proposta foi muito pouco mencionado, apenas tentando atribuir a responsabilidade a terceiro (vice-prefeito Roberto Henriques).

Digno de nota, novamente, que a ação de improbidade ainda

está em curso, o que demonstra a existência de indícios de improbidade no mínimo suficientes para que o Poder Judiciário admitisse a acusação e instruísse o processo, sendo rejeitado apenas em relação ao réu Abdu Neme Jorge Makhluf Neto, por ausência de provas aptas a ensejar o seu prosseguimento em relação a ele, tornando hígida a atuação do Procurador, do qual nenhum interesse pessoal ficou demonstrado.

Não prospera a tese de imunidade material do vereador, pois a

Constituição limita tal imunidade às opiniões, palavras e votos proferidos no exercício do mandato e na circunscrição do Município, não alcançando notas publicadas na imprensa, com alcance além dos limites do Município, e sobre questões particulares, como o ajuizamento de ação de improbidade em face das pessoas dos vereadores. Além disso, as acusações ao Procurador da República lançadas na nota não guardam relação com o exercício do mandato, mas configuram tentativa de desqualificar o Órgão acusador perante a sociedade.

Não se fale ainda em exercício do direito de defesa, pois tal

direito deve ser exercido na via própria, ou seja, perante o Poder Judiciário, e caso pretendessem esclarecer a população os vereadores acusados deveriam ter adentrado no mérito das acusações que lhes eram feitas, e não tentarem de forma infundada e sem qualquer prova desqualificar a pessoa do Procurador da República, que atuou dentro dos limites de seu cargo.

Existem meios legais para a defesa de prerrogativas, como

alegado pela defesa de um dos acusados, o qual não é, por certo, a publicação de nota ofensiva na imprensa.

Observo que a mesma notícia mencionada na nota dos

acusados, como sendo objeto de “coincidência” a publicação algumas horas após o ex-governador Garotinho ter sido alvo de busca e apreensão em outra operação da Polícia Federal foi publicada no sítio do Ministério Público Federal na Internet, apenas informando a atuação do Parquet e os fundamentos que levaram à distribuição da ação, tudo dentro da livre

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convicção assegurada ao órgão ministerial com base na prova que instruiu a ação de improbidade.

A circunstância de terem sido denunciados todos os vereadores

também decorreu da convicção formada pelo Procurador com base nos elementos de prova de que dispunha, não significando ataque à Câmara de Vereadores enquanto instituição, ao contrário, a atuação do Parquet visa justamente a defesa da instituição, com a extirpação da atividade pública daqueles que atuam em desconformidade com os princípios dessa atividade.

Quanto às consequências negativas advindas da denúncia de

improbidade, lembro aos acusados que, na condição de vereadores, estão exercendo um cargo público, e que, assim como a mulher de Cesar, “à qual

não basta ser honesta, mas deve também parecer honesta” (expressão surgida em Roma, por volta do século 60 a. C., envolvendo o ditador romano Júlio Cesar e sua mulher, Pompéia), o vereador deve pautar sua atuação de forma a não deixar dúvidas, a quem quer que seja, de sua idoneidade no exercício do cargo.

Havendo indícios de atos de improbidade, o Poder Judiciário (e

não a imprensa) é o local adequado para exercerem seu direito de ampla defesa, não sendo justificável a conduta de atacar, sem qualquer fundamento material, Órgão do Ministério Público Federal no exercício de sua atribuição legal.

Observo, ainda, que o conteúdo doloso da nota, no sentido de

atacar a imagem do Procurador, foi confirmado pela defesa dos acusados ABDU NEME JORGE MAKHLUF NETO, ALCIONES CORDEIRO BORGES, DANTE PINTO LUCAS, MARCUS ALEXANDRE DOS SANTOS FERREIRA, GERALDO AUGUSTO PINTO VENANCIO e MARIA DA PENHA DE OLIVEIRA MARTINS, que menciona que referida nota foi redigida e publicada em retaliação à nota enviada pela assessoria do referido Procurador a todos os veículos de informação, narrando o ajuizamento, passados vinte dias, de Ação Civil Pública em face dos vereadores, sendo certo que sequer haviam sido citados para se defender sobre seus termos. Asseveraram ser imensa a indignação com a nota enviada, não somente pelo fato de ser ano eleitoral, mas pela prática pouco convencional de divulgar as atuações do membro do Parquet, razão pela qual foi enviada nota ao jornal “Folha da Manhã” objetivando dar as suas versões sobre os fatos.

Reitero que a mera divulgação do ajuizamento de ação de

improbidade não justifica a falsa imputação de crimes e nem a ofensa à honra objetiva do Procurador da República que fez o seu trabalho, por mais

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indignado que esteja o acusado, o qual conta com os meios próprios para realizar sua defesa e provar sua inocência.

Lembro aos acusados que os membros de Poder e do Ministério

Público, sejam eles Juízes, Procuradores, Vereadores, Prefeitos, Deputados, Senadores, Governadores ou o próprio Presidente da República não estão acima da lei e da Constituição, devendo ainda mais obediência a elas do que os cidadãos comuns, pois devem dar o exemplo à população.

Em relação à exceção da verdade arguida em memorial por

alguns dos acusados, saliento que não é o meio nem o momento adequado, uma vez que essa espécie de exceção deveria ter sido apresentada na forma prevista no artigo 523, do Código de Processo Penal.

Nestes termos, configuradas materialidade, autoria e tipicidade

(objetiva e subjetiva) não estando presentes excludentes de ilicitude ou de culpabilidade, concluo pela condenação dos acusados MARCOS VIEIRA BACELLAR, GERALDO AUGUSTO PINTO VENÂNCIO, NILDO NUNES CARDOSO, OTÁVIO ANTÔNIO LEITE CABRAL, SADI FRANCISCO DA SILVA, ÁLVARO CÉSAR GOMES FARIA, AILTON DA SILVA TAVARES, ALCIONES CORDEIRO BORGES, ABDU NEME JORGE MAKHLUF NETO, MARCUS ALEXANDRE DOS SANTOS FERREIRA E DANTE PINTO LUCAS pela prática, em 01/06/2008, do delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e III, em concurso formal (artigo 70) com o delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, todos do Código Penal.

Também concluo pela condenação da acusada MARIA DA

PENHA DE OLIVEIRA MARTINS, porém apenas pela prática em 01/06/2008 do delito previsto no artigo 138, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, em vista da prescrição que atingiu o delito do artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, em relação a essa acusada, conforme reconhecido em preliminar.

Em decorrência do concurso formal, por ocasião da dosimetria

da pena deverá ser aplicada apenas a pena do delito previsto no artigo 138, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, por ser a mais grave das penas cabíveis, aumentada de um sexto até a metade, exceto em relação à acusada MARIA DA PENHA DE OLIVEIRA MARTINS, em relação à qual deve ser aplicada apenas a pena do delito previsto no artigo 138, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, sem a exasperação do concurso formal.

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2.2.4. Fato ocorrido no dia 02/06/2008, enquadrado no artigo 139 c/c o artigo 141, incisos II e III, e parágrafo único, do Código Penal

Esse fato foi imputado apenas ao acusado MARCOS VIEIRA

BACELLAR, por ter ele publicado e divulgado em seu sítio pessoal na Internet, nota com o seguinte teor:

“O presidente da Câmara Municipal de Vereadores de

Campos, Marcos Bacellar (PT do B), diz não ter dúvidas

quanto ao partidarismo do Ministério público Federal de

Campos contra o Legislativo local. Na última quinta-feira, o

procurador Eduardo santos propôs ação civil pública contra

os 17 vereadores, pedindo o afastamento dos parlamentares”.

“Afirma que vai protocolar um pedido de suspeição do

procurador. Pretende elencar uma série de fatores, que vai da

omissão no processo e apuração do vazamento de

informações da operação Telhado de Vidro para o ex-

governador Anthony Garotinho, ‘ao clima de perseguição

contra parlamentares’.” Referida nota possui conteúdo ofensivo à reputação do

Procurador da República Eduardo Santos Oliveira, acusando-o de suspeição no processo ajuizado em face dos vereadores (Ação Civil Pública de Improbidade Administrativa) e de omissão em seus deveres funcionais, para favorecer ao ex-governador Anthony Garotinho.

Resta caracterizada, assim, a materialidade e a tipicidade

objetiva do delito do artigo 139, do Código Penal. Em relação à autoria, anoto que é inconteste, pois referido

conteúdo além de ter autoria atribuída ao vereador e ora acusado Marcos Vieira Bacellar, estava publicado em seu sítio pessoal na Internet (www.marcosbacellar.com.br).

O dolo está também evidenciado, pois o acusado veiculou tal

manifestação de forma livre e consciente, em mais uma tentativa infundada, dentre as outras que são também objeto deste processo, de desqualificar seu acusador perante a opinião pública e ao Poder Judiciário, que diga-se de passagem, já verificou a consistência das acusações da ação civil pública na forma de indícios suficientes no mínimo para seu recebimento e instrução.

Também aqui não há que se arguir imunidade parlamentar dos

vereadores, pois o conteúdo da publicação foi divulgado na Internet, extrapolando os limites do Município e atingindo nível mundial.

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Os demais fundamentos defensivos já foram tratados nos

tópicos anteriores, e aplicam-se de igual forma ao delito do presente tópico, para que sejam todos também rechaçados.

A incidência dos incisos II e III do artigo 141 do Código Penal

também se dá pelo fato de o Procurador da República ter sido ofendido em razão do cargo que ocupa e pelo meio utilizado (Internet) ser apto a facilitar a divulgação da difamação a número incalculável de pessoas.

Portanto, configuradas materialidade, autoria e tipicidade

objetiva e subjetiva dos fatos, não havendo comprovação de excludentes de ilicitude ou de culpabilidade, concluo pela condenação do acusado MARCOS VIEIRA BACELLAR pela prática, em 02/06/2008, do crime descrito no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal.

2.2.5. Fato ocorrido no dia 04/06/2008, enquadrado nos

artigos 138 e 140 c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal Inicialmente, saliento que já foi declarada a prescrição pela

pena abstratamente cominada ao delito do artigo 140, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, restando a ser analisado o enquadramento dos fatos apenas no delito do artigo 138, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal.

2.2.5.1. Da acusada Carla Flávia Rangel Barreto Em seu memorial, o Ministério Público Federal requereu a

absolvição da referida ré, por atipicidade da conduta por ela praticada, não tendo a mesma concorrido para a prática das infrações penais descritas na denúncia, argumentando que na qualidade de editora chefe do jornal “O Diário” não tinha poder de decidir acerca publicação das matérias que seriam ou não publicadas, não tendo sido a responsável pela realização das entrevistas, nem pela elaboração dos textos das matérias publicadas, limitando-se a editar o jornal.

Com efeito, a conduta imputada à editora chefe do jornal não

pode ser considerada típica, uma vez que se limitou a reproduzir a notícia que reproduz dizeres atribuídos ao acusado Marcos Vieira Bacellar e por este não desmentidos.

Além disso, ao reproduzir as palavras do vereador ora acusado,

o jornal nada mais fez do que dar a notícia, sem extrapolar de forma infundada seu direito constitucionalmente assegurado de liberdade de informação.

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Portanto, concluo pela absolvição da acusada CARLA FLÁVIA

RANGEL BARRETO da imputação pela prática, em 01/06/2008, dos delitos previstos no artigo 138, c/c o artigo 140, incisos II e III, parágrafo único, do Código Penal, nos termos do artigo 386, inciso III, do Código de Processo Penal, por estar provado que a ré não concorreu para a infração penal.

2.2.5.2. Do acusado Marcos Vieira Bacellar Novamente o acusado MARCOS VIEIRA BACELLAR, ao

proferir levianamente palavras que foram publicadas na imprensa, com o intuito de denegrir a imagem do Procurador da República Eduardo Santos de Oliveira, incorreu na prática do delito previsto no artigo 138, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal.

Nesse sentido, ao afirmar levianamente o acusado que o

referido Procurador “estaria a serviço do ex-governador Anthony

Garotinho”, e que “atende as ordens do ex-governador e só liberou as

informações sobre a ação contra os vereadores no dia em que Garotinho

estava sendo acusado no Rio de Janeiro pela polícia com o objetivo de

desviar o foco”, atribuiu falsamente ao procurador a conduta de advocacia administrativa (artigo 321, do Código Penal), pois teria supostamente patrocinado interesse de Anthony Garotinho perante a administração pública, ao ajuizar a ação de improbidade em face dos vereadores.

Comprovada a materialidade e a tipicidade do crime em

questão, a autoria também resta inconteste, pois as palavras transcritas na denúncia e atribuídas ao réu Marcos Vieira Bacellar foram publicadas em reportagem do jornal “O Diário”, do dia 04/06/2008, sem que o referido réu tenha contestado sua autoria. Ao contrário, em sua defesa apenas suscitou estar exercendo sua prerrogativa de vereador, abrangido por imunidade parlamentar.

Contudo, como já foi abordado acima, a imunidade parlamentar

dos vereadores é limitada as opiniões, palavras e votos proferidos no exercício do mandato e na circunscrição do município.

As palavras ofensivas e caluniosas proferidas pelo vereador ora

acusado nenhum relação guardam com o múnus do mandato de vereador, e não se limitaram a circunscrição do município, vez que atingiram a honra de Procurador da República, membro do Ministério Público Federal, órgão de abrangência nacional e foram publicadas em jornal impresso, cuja abrangência extrapola os limites do município no qual exercia seu mandato.

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Ficam sob os mesmos fundamentos lançados nos tópicos anteriores também rechaçadas em relação a este fato as demais argumentações defensivas, por possuírem o mesmo teor e aplicar-se ao fato em questão a mesma fundamentação já lançada nesta sentença em relação às teses defensivas.

Assim, comprovada materialidade, autoria e tipicidades

objetiva e subjetiva dos fatos imputados ao acusado, não tendo sido comprovadas causas excludentes da ilicitude ou da culpabilidade do agente, concluo pela condenação do acusado MARCOS VIEIRA BACELAR pela prática, em 04/06/2008, do delito previsto no artigo 138, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal.

2.2.6. Fato ocorrido no dia 01/07/2008, enquadrado no

artigo 339, c/c o artigo 14, inciso II, do Código Penal O presente fato é atribuído de forma conjunta e indivisível aos

acusados MARCOS VIEIRA BACELLAR, DANTE PINTO LUCAS, ALCIONES CORDEIRO BORGES, MARCOS ALEXANDRE DOS SANTOS FERREIRA, ABDU NEME JORGE MAKHLUF NETO, GERALDO AUGUSTO PINTO VENÂNCIO, JORGE GAMA ALVES, MARIA DA PENHA DE OLIVEIRA MARTINS, OTÁVIO ANTONIO LEITE CABRAL e SADI FRANCISCO DA SILVA, por terem eles firmado como signatários representação apresentada a Corregedoria do Ministério Público Federal, na qual acusam o Procurador da República Eduardo Santos de Oliveira dos mesmos fatos objeto da nota publicada no dia 01/06/2008, no jornal “Folha da Manhã”.

Referida representação foi arquivada, com despacho nos

seguintes termos: “Inocorrendo na espécie, como visto, motivação para

instauração de procedimento disciplinar apuratório de qualquer natureza

perante este órgão correicional, outra providência não se impõe que não

seja a extinção do andamento processual nestes autos”. Referida representação, cuja decisão acima mencionada se pode

conferir na íntegra nas folhas 224/230, bem demonstra a intenção dolosa dos acusados de que fosse instaurada investigação criminal em face do Procurador da República Eduardo Santos de Oliveira, imputando-lhe falsamente o crime de abuso de autoridade.

Ao agirem de tal forma, os vereadores signatários da referida

representação não exerceram meramente seu direito de petição, como alegam, pois para tanto a representação deveria estar fundamentada em fatos verdadeiros e no mínimo de prova a embasar-lhe, o que não foi o caso.

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Transcrevo, por serem esclarecedores nesse sentido, alguns trechos da decisão da Corregedoria do Ministério Público Federal que concluiu pela necessidade de arquivamento do procedimento:

“Posto o quanto relevante para a exata compreensão deste

feito de logo se posiciona a CGMPF pela constatação de que

as razões de representar nestes autos não constituem elementos

de convicção adequados à configuração de falta funcional

apurável disciplinarmente.

A contrario sensu ficou supinamente bem demonstrado haver

o representado procedido dentro dos limites legais no

cumprimento do dever institucional de seu cargo, ao tomar a

iniciativa da propositura da sobremencionada ACP contra os

representantes Vereadores à Câmara Municipal de Campos

dos Goytacazes/RJ após a reunião de suficientes dados

probatórios de corrupção administrativa obtidos por via de

operação policial e por diligências procedidas em meio a

competente inquérito civil público instaurado na PRM-

Campos dos Goytacazes/RJ.

A julgar do teor da representação ora examinada é forçoso

convir que a presente representação pretende demonstrar a

prática do alegado abuso de poder por terem sido

surpreendidos muito mais diante da publicação sobre a

propositura da Ação Civil Pública em momentos que

antecederam a abertura da campanha eleitoral, eis que

embora tenham se declarado caluniados perante seus

familiares e o eleitorado nada trouxeram aos autos para

demonstrar o excesso ou o argüido abuso de poder de parte

do representado.

Ante situação que tal mostra-se absolutamente correto afastar

a idéia da alegada abusividade diante da torrencial

demonstração de eficiência no cumprimento do dever

institucional de parte do representado, à vista da

documentação e prova das providências legais e judiciais

trazidas com as informações prestadas nestes autos às fls.

18/122.

Desse modo em favor da convicção sobre a ausência de

configuração de falta funcional na espécie destes autos – em

razão do ajuizamento da ACP e de sua divulgação em mídia

impressa de Campos dos Goytacazes/RJ – prospera a certeza

de que o representado agiu devidamente justificado por

cumprir o dever institucional de dar publicidade ao estrito

cumprimento de seu dever de ofício para divulgar perante a

sociedade em geral a adoção de ações ministeriais de

repressão à prática de atos de corrupção administrativa

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Sentença Tipo D1

diante da conclusão das apurações promovidas pela PRM-

Campos dos Goytacazes” (grifos nossos). O direito de petição, tão mencionado pelos réus em suas

defesas, não serve para formular pretensões acusatórias despidas de qualquer indício probatório que as amparem, pois não foi tal direito concebido para práticas abusivas.

Portanto, resta devidamente comprovada, pelo teor das

acusações formuladas na referida representação, sem o respaldo probatório mínimo que fosse, a materialidade da tentativa dolosa de que fosse instaurado em detrimento do Procurador da República Eduardo Santos de Oliveira procedimento investigatório para apuração do crime de abuso de autoridade, cientes os ora acusados da falsidade das acusações, pois caso contrário teriam produzido algum indício probatório das mesmas.

Comprovada materialidade e autoria, esta demonstrada por ter

sido a representação firmada pelos ora acusados, bem como configurada a tipicidade objetiva e subjetiva (dolo) da figura penal do artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II), uma vez que o crime não se consumou por circunstâncias alheias à sua vontade (acolhimento da defesa do representado pela Corregedoria), e ausentes causas excludentes da ilicitude ou da culpabilidade, concluo pela condenação dos acusados MARCOS VIEIRA BACELLAR, DANTE PINTO LUCAS, ALCIONES CORDEIRO BORGES, MARCOS ALEXANDRE DOS SANTOS FERREIRA, ABDU NEME JORGE MAKHLUF NETO, GERALDO AUGUSTO PINTO VENÂNCIO, JORGE GAMA ALVES, MARIA DA PENHA DE OLIVEIRA MARTINS, OTÁVIO ANTONIO LEITE CABRAL e SADI FRANCISCO DA SILVA pela prática do referido delito na data de 01/07/2008.

2.3. Dosimetria da pena Uma vez comprovada a responsabilidade e concluído pela

condenação de alguns dos acusados pela prática de diversos crimes narrados na denúncia, passo a dosar a pena de cada um deles em relação a cada um dos crimes.

2.3.1. Marcos Vieira Bacellar Referido réu foi condenado às penas dos seguintes crimes: a) Em 30/05/2008, delito previsto no artigo 138 c/c o artigo

141, incisos II e III, em concurso formal (artigo 70) com o delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, todos do Código Penal;

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Sentença Tipo D1

b) Em 01/06/2008, do delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e III, em concurso formal (artigo 70) com o delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, todos do Código Penal;

c) Em 02/06/2008, do delito descrito no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal.

d) Em 04/06/2008, do delito previsto no artigo 138, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal.

e) Em 01/07/2008, do delito previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal).

DAS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS (artigo 59 do Código

Penal). Considerando que os crimes foram praticados em poucos dias, de forma sucessiva, e atacando sempre a mesma vítima em decorrência de uma mesma situação de fato, o ajuizamento de ação de improbidade em face do réu, fartamente embasada em prova material, e que todas as imputações caluniosas e difamantes por ele formuladas careciam de qualquer respaldo probatório, utilizando-se sempre o condenado de prerrogativas e acessos à imprensa das quais dispunha em decorrência de seu cargo de vereador, bem como tentou se utilizar indevidamente da própria Corregedoria do Ministério Público Federal para desqualificar o trabalho realizado pelo Procurador vítima das falsas imputações, concluo que sua culpabilidade é exacerbada, justificando a elevação das penas bases de todos os delitos praticados.

Em relação aos antecedentes, a FAC das folhas 546/558,

embora contenha informações sobre processos e inquéritos contra o réu, não pode configurar maus antecedentes, uma vez que nenhum processo possui sentença transitada em julgado (súmula 444, do STJ). Não há elementos desabonatórios da conduta social do acusado, não podendo ser assim considerados também os processos e inquéritos em andamento, conforme precedentes do STJ.

A própria forma pela qual os crimes foram praticados

demonstra que a personalidade do agente é incompatível com o cargo que ocupava à época dos crimes, pois profere palavras e acusações das quais não possui qualquer prova, fazendo-as publicar na imprensa e na Internet, sem considerar as nefastas consequências para a vítima, devendo ser anotada essa circunstância de sua personalidade de forma negativa.

Os motivos do crime também são vis, pois de tudo que foi

apurado conclui-se que as calúnias e difamações, além da tentativa de instaurar inquérito em face do procurador, mesmo sabendo da inocência deste (porque de nenhuma prova do que alegava dispunha o réu), decorreram apenas da “indignação” do ora condenado e seus pares pela notícia do ajuizamento, contra si, de ação de improbidade administrativa às

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vésperas de campanha eleitoral, prejudicando sua pretendida reeleição, o que também é incompatível com a idoneidade que se busca dos representantes do povo num sistema democrático, devendo ser, assim, considerada negativamente.

As consequências dos crimes também devem ser consideradas

de forma negativa, uma vez que a divulgação, mesmo infundada, de alegações da prática e envolvimento com ações criminosas em relação à um Procurador da República, feita por membros do Poder Legislativo Municipal, pessoas que a sociedade tem em grande conta (pois caso contrário não seriam eleitos), acabam por deixar na sociedade ao menos a imagem da dúvida acerca da idoneidade da vítima, devendo ser considerada, ainda, a necessidade de a vítima ter tido que se defender da representação perante a Corregedoria do Ministério Público Federal, sem que nenhum motivo houvesse para tanto.

Por fim, nada digno de nota quanto às circunstâncias, posto que

já são consideradas pelo tipo penal, e também nada há a pontuar em relação ao comportamento da vítima, que não colaborou para os delitos.

Assim, havendo quatro circunstâncias desfavoráveis, fixo as

penas base na seguinte forma: a) Em relação aos fatos praticados em 30/05/2008: a.1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: 1 (um) ano e 3 (três) meses, de detenção; a.2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: 7 (sete) meses e 15 (quinze) dias, de detenção; b) Em relação aos fatos praticados em 01/06/2008: b.1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: 1 (um) ano e 3 (três) meses, de detenção; b.2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: 7 (sete) meses e 15 (quinze) dias, de detenção; c) Em relação ao fato praticado em 02/06/2008 – delito descrito

no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal: 7 (sete) meses e 15 (quinze) dias, de detenção;

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d) Em relação ao fato praticado em 04/06/2008 – delito previsto no artigo 138, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal: 1 (um) ano e 3 (três) meses, de detenção;

e) Em relação ao fato praticado em 01/07/2008 – do delito

previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal): 5 (cinco) anos de reclusão;

DA EXISTÊNCIA DE AGRAVANTES OU ATENUANTES

(artigos 61 ao 67 do Código Penal). Não constato a ocorrência de circunstâncias agravantes ou atenuantes, razão pela qual mantenho as penas-base nos montantes antes fixados.

DA EXISTÊNCIA DE CAUSAS DE AUMENTO OU DE

DIMINUIÇÃO DE PENA. a) Em relação aos fatos praticados em 30/05/2008, incide a

causa de aumento do artigo 141, por terem sido os delitos praticados na forma dos seus incisos II e III. Não há causa de diminuição. Deve, ainda, ser realizada a aplicação da pena do delito mais grave, aumentada de um sexto a um terço, por terem sido os crimes praticados na forma do artigo 70, primeira parte, do Código Penal. Nestes termos, fixo para cada delito as seguintes penas:

a.1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: a pena-base de 1 (um) ano e 3 (três) meses, de detenção, fica aumentada de um terço (artigo 141, do Código Penal, ficando a pena definitiva em 1 (um) ano e 8 (oito) meses de detenção.

a.2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: a pena-base de 7 (sete) meses e 15 (quinze) dias, de detenção, fica aumentada de um terço (artigo 141, do Código Penal), ficando a pena definitiva em 10 (dez) meses, de detenção.

Por fim, considerando que os dois delitos foram praticados na

forma do artigo 70, primeira parte, do Código Penal (concurso formal), deve ser aplicada apenas a maior das penas, aumentada de um sexto até a metade. Considerando que ambos os crimes foram praticados no mesmo contexto e com as mesmas palavras ofensivas proferidas, aumento no mínimo legal, ficando a pena para os fatos praticados em 30/05/2008, após a presente exasperação, fixadas em 1 (um) ano, 11 (onze) meses e 10 (dez) dias, de detenção;

b) Em relação aos fatos praticados em 01/06/2008, incide a

causa de aumento do artigo 141, por terem sido os delitos praticados na

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Sentença Tipo D1

forma dos seus incisos II e III. Não há causa de diminuição. Deve, ainda, ser realizada a aplicação da pena do delito mais grave, aumentada de um sexto a um terço, por terem sido os crimes praticados na forma do artigo 70, primeira parte, do Código Penal. Nestes termos, fixo para cada delito as seguintes penas:

b.1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: a pena-base de 1 (um) ano e 3 (três) meses, de detenção, fica aumentada de um terço (artigo 141, do Código Penal, ficando a pena definitiva em 1 (um) ano e 8 (oito) meses de detenção.

b.2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: a pena-base de 7 (sete) meses e 15 (quinze) dias, de detenção, fica aumentada de um terço (artigo 141, do Código Penal), ficando a pena definitiva em 10 (dez) meses, de detenção.

Por fim, considerando que os dois delitos foram praticados na

forma do artigo 70, primeira parte, do Código Penal (concurso formal), deve ser aplicada apenas a maior das penas, aumentada de um sexto até a metade. Considerando que ambos os crimes foram praticados no mesmo contexto e com as mesmas palavras ofensivas proferidas, aumento no mínimo legal, ficando a pena para os fatos praticados em 30/05/2008, após a presente exasperação, fixadas em 1 (um) ano, 11 (onze) meses e 10 (dez) dias, de detenção;

c) Em relação ao fato praticado em 02/06/2008 – delito descrito

no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal: a pena-base de 7 (sete) meses e 15 (quinze) dias, de detenção, fica aumentada de um terço (artigo 141, do Código Penal), ficando a pena definitiva em 10 (dez) meses, de detenção.

d) Em relação ao fato praticado em 04/06/2008 – delito previsto

no artigo 138, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal: a pena-base de 1 (um) ano e 3 (três) meses, de detenção, fica aumentada de um terço (artigo 141, do Código Penal, ficando a pena definitiva em 1 (um) ano e 8 (oito) meses de detenção.

e) Em relação ao fato praticado em 01/07/2008 – do delito

previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal), fica a pena diminuída de dois terços, por ter a consumação sido evitada sem que tenha sido sequer cogitada a abertura do inquérito, ficando a pena definitiva em 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão;

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CRIME CONTINUADO – ARTIGO 71, DO CÓDIGO PENAL

Considera-se crime continuado quando o agente, mediante mais

de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, caso em que se aplica a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.

No presente caso, os fatos praticados em 30/06/2008,

01/06/2008, 02/06/2008 e 04/06/2008 podem ser considerados crimes da mesma espécie (delitos contra a honra), tendo sido praticados nas mesmas condições de tempo, lugar e maneira de execução, aplicando-se a hipótese do artigo 71, do Código Penal.

Como a mais grave das penas foi cominada em 1 (um) ano, 11

(onze) meses e 10 (dez) dias, de detenção, e foram reiteradas as condutas quatro vezes, aumento a pena em um quarto, fixando a pena unificada em 2 (dois) anos, 5 (cinco) meses e 5 dias de detenção, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal).

Em relação à pena do fato praticado em 01/07/2008,

enquadrado no artigo 339 c/c o artigo 14, inciso II, do Código Penal, não há crime continuado, ficando cominada definitivamente a pena de 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal).

Considerando que a soma das penas acima cominadas

ultrapassa quatro anos, deixo de determinar a substituição das penas privativas de liberdade por restritivas de direito.

DAS PENAS DE MULTA Os delitos dos artigos 138 e 139, do Código Penal, assim como

o delito do artigo 339, do mesmo Código, preveem, além da pena privativa de liberdade, a pena cumulativa de multa. Assim, considerando as quatro circunstâncias negativas do artigo 59, do Código Penal, e com fulcro no artigo 49, do mesmo Estatuto, fixo a pena base da multa para cada um dos delitos no seguinte montante:

a) Em relação aos fatos praticados em 30/05/2008: a.1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: 180 dias-multa;

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a.2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal: 180 dias-multa;

Em razão do concurso formal, unifico as penas de multa acima

em 210 dias-multa (180 dias-multa aumentados em um sexto, conforme artigo 70, do Código Penal)

b) Em relação aos fatos praticados em 01/06/2008: b.1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: 180 dias-multa; b.2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: 180 dias-multa; Em razão do concurso formal, unifico as penas de multa acima

em 210 dias-multa (180 dias-multa aumentados em um sexto, conforme artigo 70, do Código Penal)

c) Em relação ao fato praticado em 02/06/2008 – delito descrito

no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal: 180 dias-multa;

d) Em relação ao fato praticado em 04/06/2008 – delito previsto

no artigo 138, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal: 180 dias-multa;

Por fim, com base no artigo 71, do código Penal, unifico as

penas de multa acima em 262 dias-multa (180 dias-multa aumentados de um quarto, desprezada a fração).

e) Em relação ao fato praticado em 01/07/2008 – do delito

previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal): 180 dias-multa;

Como não há informação nos autos acerca da situação

econômica do réu, fixo o dia-multa no mínimo legal, ou seja, 1/30 (um trigésimo do salário mínimo mensal vigente na data dos fatos.

2.3.2. Dante Pinto Lucas Referido réu foi condenado às penas dos seguintes crimes: a) Em 01/06/2008, do delito previsto no artigo 138 c/c o artigo

141, incisos II e III, em concurso formal (artigo 70) com o delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, todos do Código Penal.

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b) Em 01/07/2008, do delito previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal).

DAS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS (artigo 59 do Código

Penal). Considerando que o acusado apenas participou do delito do dia 01/06/2008, como signatário da nota publicada na imprensa, e do delito do dia 01/07/2008, também como signatário da representação apresentada à Corregedoria do Ministério Público Federal, considero sua culpabilidade normal.

Em relação aos antecedentes, a FAC das folhas 458/465,

embora contenha informação de inquérito contra o réu, não pode configurar maus antecedentes, uma vez que não possui processo com sentença transitada em julgado (súmula 444, do STJ). Não há elementos desabonatórios da conduta social do acusado, não podendo ser assim considerados também o inquérito em andamento, conforme precedentes do STJ.

Não há nada acerca da personalidade do agente que possa ser

desconsiderado em desfavor do réu, pois ao contrário do condenado acima, apenas participou dos delitos como signatário de nota caluniosa e ofensiva e também como signatário de representação infundada.

Os motivos do crime, porém, são vis, pois de tudo que foi

apurado conclui-se que as calúnias e difamações, além da tentativa de instaurar inquérito em face do procurador, mesmo sabendo da inocência deste (porque de nenhuma prova do que alegava dispunha o réu), decorreram apenas da “indignação” do ora condenado e seus pares pela notícia do ajuizamento, contra si, de ação de improbidade administrativa às vésperas de campanha eleitoral, prejudicando sua pretendida reeleição, o que é incompatível com a idoneidade que se busca dos representantes do povo num sistema democrático, devendo ser, assim, considerada negativamente.

As consequências dos crimes também devem ser consideradas

de forma negativa, uma vez que a divulgação, mesmo infundada, de alegações da prática e envolvimento com ações criminosas em relação à um Procurador da República, feita por membros do Poder Legislativo Municipal, pessoas que a sociedade tem em grande conta (pois caso contrário não seriam eleitos), acabam por deixar na sociedade ao menos a imagem da dúvida acerca da idoneidade da vítima, devendo ser considerada, ainda, a necessidade de a vítima ter tido que se defender da representação perante a Corregedoria do Ministério Público Federal, sem que nenhum motivo houvesse para tanto.

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Sentença Tipo D1

Por fim, nada digno de nota quanto às circunstâncias, posto que já são consideradas pelo tipo penal, e também nada há a pontuar em relação ao comportamento da vítima, que não colaborou para os delitos.

Assim, havendo duas circunstâncias desfavoráveis, fixo as

penas base na seguinte forma: a) Em relação aos fatos praticados em 01/06/2008: a.1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: 7 (sete) meses e 15 (quinze) dias, de detenção; a.2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: 5 (cinco) meses e 7 (sete) dias, de detenção; e) Em relação ao fato praticado em 01/07/2008 – do delito

previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal): 3 (três) anos e 6 (seis) meses de reclusão;

DA EXISTÊNCIA DE AGRAVANTES OU ATENUANTES

(artigos 61 ao 67 do Código Penal). Não constato a ocorrência de circunstâncias agravantes ou atenuantes, razão pela qual mantenho as penas-base nos montantes antes fixados.

DA EXISTÊNCIA DE CAUSAS DE AUMENTO OU DE

DIMINUIÇÃO DE PENA. a) Em relação aos fatos praticados em 01/06/2008, incide a

causa de aumento do artigo 141, por terem sido os delitos praticados na forma dos seus incisos II e III. Não há causa de diminuição. Deve, ainda, ser realizada a aplicação da pena do delito mais grave, aumentada de um sexto a um terço, por terem sido os crimes praticados na forma do artigo 70, primeira parte, do Código Penal. Nestes termos, fixo para cada delito as seguintes penas:

a.1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: a pena-base de 7 (sete) meses e 15 (quinze) dias, de detenção, fica aumentada de um terço (artigo 141, do Código Penal, ficando a pena definitiva em 10 (dez) meses, de detenção.

b.2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: a pena-base de 5 (cinco) meses e 7 (sete) dias, de detenção, fica aumentada de um terço (artigo 141, do Código Penal), ficando a pena definitiva em 6 (seis) meses e 29 (vinte e nove) dias, de detenção.

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Por fim, considerando que os dois delitos foram praticados na

forma do artigo 70, primeira parte, do Código Penal (concurso formal), deve ser aplicada apenas a maior das penas, aumentada de um sexto até a metade. Considerando que ambos os crimes foram praticados no mesmo contexto e com as mesmas palavras ofensivas proferidas, aumento no mínimo legal, ficando a pena para os fatos praticados em 01/06/2008, após a presente exasperação, fixadas em 11 (onze) meses e 20 (vinte) dias, de detenção, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal).

b) Em relação ao fato praticado em 01/07/2008 – do delito

previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal), fica a pena diminuída de dois terços, por ter a consumação sido evitada sem que tenha sido sequer cogitada a abertura do inquérito, ficando a pena definitiva em 1 (um) ano e 2 (dois) meses de reclusão, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal).

Presentes os pressupostos arrolados no artigo 44 do Código

Penal, substituo as penas privativas de liberdade acima cominadas por duas penas restritivas de direitos, a serem estabelecidas pelo Juízo da execução penal.

DAS PENAS DE MULTA Os delitos dos artigos 138 e 139, do Código Penal, assim como

o delito do artigo 339, do mesmo Código, preveem, além da pena privativa de liberdade, a pena cumulativa de multa. Assim, considerando as duas circunstâncias negativas do artigo 59, do Código Penal, e com fulcro no artigo 49, do mesmo Estatuto, fixo a pena base da multa para cada um dos delitos no seguinte montante:

a) Em relação aos fatos praticados em 01/06/2008: a.1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: 100 dias-multa; a.2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: 100 dias-multa; Em razão do concurso formal, unifico as penas de multa acima

em 116 dias-multa (100 dias-multa aumentados em um sexto, desprezada a fração, conforme artigo 70, do Código Penal)

b) Em relação ao fato praticado em 01/07/2008 – do delito

previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal): 100 dias-multa;

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Sentença Tipo D1

Como não há informação nos autos acerca da situação

econômica do réu, fixo o dia-multa no mínimo legal, ou seja, 1/30 (um trigésimo do salário mínimo mensal vigente na data dos fatos.

2.3.3. Alciones Cordeiro Borges Referido réu foi condenado às penas dos seguintes crimes: a) Em 01/06/2008, do delito previsto no artigo 138 c/c o artigo

141, incisos II e III, em concurso formal (artigo 70) com o delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, todos do Código Penal.

b) Em 01/07/2008, do delito previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal).

DAS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS (artigo 59 do Código

Penal). Considerando que o acusado apenas participou do delito do dia 01/06/2008, como signatário da nota publicada na imprensa, e do delito do dia 01/07/2008, também como signatário da representação apresentada à Corregedoria do Ministério Público Federal, considero sua culpabilidade normal.

Não há antecedentes, conforme a FAC das folhas 466/468. Não

há também elementos desabonatórios da conduta social do acusado. Não há nada acerca da personalidade do agente que possa ser

desconsiderado em seu desfavor, pois ao contrário do primeiro condenado, apenas participou dos delitos como signatário de nota caluniosa e ofensiva e também como signatário de representação infundada.

Os motivos do crime, porém, são vis, pois de tudo que foi

apurado conclui-se que as calúnias e difamações, além da tentativa de instaurar inquérito em face do procurador, mesmo sabendo da inocência deste (porque de nenhuma prova do que alegava dispunha o réu), decorreram apenas da “indignação” do ora condenado e seus pares pela notícia do ajuizamento, contra si, de ação de improbidade administrativa às vésperas de campanha eleitoral, prejudicando sua pretendida reeleição, o que é incompatível com a idoneidade que se busca dos representantes do povo num sistema democrático, devendo ser, assim, considerada negativamente.

As consequências dos crimes também devem ser consideradas

de forma negativa, uma vez que a divulgação, mesmo infundada, de alegações da prática e envolvimento com ações criminosas em relação à um Procurador da República, feita por membros do Poder Legislativo

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Sentença Tipo D1

Municipal, pessoas que a sociedade tem em grande conta (pois caso contrário não seriam eleitos), acabam por deixar na sociedade ao menos a imagem da dúvida acerca da idoneidade da vítima, devendo ser considerada, ainda, a necessidade de a vítima ter tido que se defender da representação perante a Corregedoria do Ministério Público Federal, sem que nenhum motivo houvesse para tanto.

Por fim, nada digno de nota quanto às circunstâncias, posto que

já são consideradas pelo tipo penal, e também nada há a pontuar em relação ao comportamento da vítima, que não colaborou para os delitos.

Assim, havendo duas circunstâncias desfavoráveis, fixo as

penas base na seguinte forma: a) Em relação aos fatos praticados em 01/06/2008: a.1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: 7 (sete) meses e 15 (quinze) dias, de detenção; a.2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: 5 (cinco) meses e 7 (sete) dias, de detenção; b) Em relação ao fato praticado em 01/07/2008 – do delito

previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal): 3 (três) anos e 6 (seis) meses de reclusão;

DA EXISTÊNCIA DE AGRAVANTES OU ATENUANTES

(artigos 61 ao 67 do Código Penal). Não constato a ocorrência de circunstâncias agravantes ou atenuantes, razão pela qual mantenho as penas-base nos montantes antes fixados.

DA EXISTÊNCIA DE CAUSAS DE AUMENTO OU DE

DIMINUIÇÃO DE PENA. a) Em relação aos fatos praticados em 01/06/2008, incide a

causa de aumento do artigo 141, por terem sido os delitos praticados na forma dos seus incisos II e III. Não há causa de diminuição. Deve, ainda, ser realizada a aplicação da pena do delito mais grave, aumentada de um sexto a um terço, por terem sido os crimes praticados na forma do artigo 70, primeira parte, do Código Penal. Nestes termos, fixo para cada delito as seguintes penas:

a.1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: a pena-base de 7 (sete) meses e 15 (quinze) dias, de

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Sentença Tipo D1

detenção, fica aumentada de um terço (artigo 141, do Código Penal, ficando a pena definitiva em 10 (dez) meses, de detenção.

b.2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: a pena-base de 5 (cinco) meses e 7 (sete) dias, de detenção, fica aumentada de um terço (artigo 141, do Código Penal), ficando a pena definitiva em 6 (seis) meses e 29 (vinte e nove) dias, de detenção.

Por fim, considerando que os dois delitos foram praticados na

forma do artigo 70, primeira parte, do Código Penal (concurso formal), deve ser aplicada apenas a maior das penas, aumentada de um sexto até a metade. Considerando que ambos os crimes foram praticados no mesmo contexto e com as mesmas palavras ofensivas proferidas, aumento no mínimo legal, ficando a pena para os fatos praticados em 01/06/2008, após a presente exasperação, fixadas em 11 (onze) meses e 20 (vinte) dias, de detenção, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal).

b) Em relação ao fato praticado em 01/07/2008 – do delito

previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal), fica a pena diminuída de dois terços, por ter a consumação sido evitada sem que tenha sido sequer cogitada a abertura do inquérito, ficando a pena definitiva em 1 (um) ano e 2 (dois) meses de reclusão, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal).

Presentes os pressupostos arrolados no artigo 44 do Código

Penal, substituo as penas privativas de liberdade acima cominadas por duas penas restritivas de direitos, a serem estabelecidas pelo Juízo da execução penal.

DAS PENAS DE MULTA Os delitos dos artigos 138 e 139, do Código Penal, assim como

o delito do artigo 339, do mesmo Código, preveem, além da pena privativa de liberdade, a pena cumulativa de multa. Assim, considerando as duas circunstâncias negativas do artigo 59, do Código Penal, e com fulcro no artigo 49, do mesmo Estatuto, fixo a pena base da multa para cada um dos delitos no seguinte montante:

a) Em relação aos fatos praticados em 01/06/2008: a.1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: 100 dias-multa; a.2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: 100 dias-multa;

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Sentença Tipo D1

Em razão do concurso formal, unifico as penas de multa acima

em 116 dias-multa (100 dias-multa aumentados em um sexto, desprezada a fração, conforme artigo 70, do Código Penal)

b) Em relação ao fato praticado em 01/07/2008 – do delito

previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal): 100 dias-multa;

Como não há informação nos autos acerca da situação

econômica do réu, fixo o dia-multa no mínimo legal, ou seja, 1/30 (um trigésimo do salário mínimo mensal vigente na data dos fatos.

2.3.4. Marcus Alexandre dos Santos Ferreira Referido réu foi condenado às penas dos seguintes crimes: a) Em 01/06/2008, do delito previsto no artigo 138 c/c o artigo

141, incisos II e III, em concurso formal (artigo 70) com o delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, todos do Código Penal.

b) Em 01/07/2008, do delito previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal).

DAS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS (artigo 59 do Código

Penal). Considerando que o acusado apenas participou do delito do dia 01/06/2008, como signatário da nota publicada na imprensa, e do delito do dia 01/07/2008, também como signatário da representação apresentada à Corregedoria do Ministério Público Federal, considero sua culpabilidade normal.

Em relação aos antecedentes, a FAC das folhas 469/479,

embora contenha informação de inquérito contra o réu, não pode configurar maus antecedentes, uma vez que não possui processo com sentença transitada em julgado (súmula 444, do STJ). Não há elementos desabonatórios da conduta social do acusado, não podendo ser assim considerados também o inquérito em andamento, conforme precedentes do STJ.

Não há nada acerca da personalidade do agente que possa ser

desconsiderado em seu desfavor, pois ao contrário do primeiro condenado, apenas participou dos delitos como signatário de nota caluniosa e ofensiva e também como signatário de representação infundada.

Os motivos do crime, porém, são vis, pois de tudo que foi

apurado conclui-se que as calúnias e difamações, além da tentativa de

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Sentença Tipo D1

instaurar inquérito em face do procurador, mesmo sabendo da inocência deste (porque de nenhuma prova do que alegava dispunha o réu), decorreram apenas da “indignação” do ora condenado e seus pares pela notícia do ajuizamento, contra si, de ação de improbidade administrativa às vésperas de campanha eleitoral, prejudicando sua pretendida reeleição, o que é incompatível com a idoneidade que se busca dos representantes do povo num sistema democrático, devendo ser, assim, considerada negativamente.

As consequências dos crimes também devem ser consideradas

de forma negativa, uma vez que a divulgação, mesmo infundada, de alegações da prática e envolvimento com ações criminosas em relação à um Procurador da República, feita por membros do Poder Legislativo Municipal, pessoas que a sociedade tem em grande conta (pois caso contrário não seriam eleitos), acabam por deixar na sociedade ao menos a imagem da dúvida acerca da idoneidade da vítima, devendo ser considerada, ainda, a necessidade de a vítima ter tido que se defender da representação perante a Corregedoria do Ministério Público Federal, sem que nenhum motivo houvesse para tanto.

Por fim, nada digno de nota quanto às circunstâncias, posto que

já são consideradas pelo tipo penal, e também nada há a pontuar em relação ao comportamento da vítima, que não colaborou para os delitos.

Assim, havendo duas circunstâncias desfavoráveis, fixo as

penas base na seguinte forma: a) Em relação aos fatos praticados em 01/06/2008: a.1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: 7 (sete) meses e 15 (quinze) dias, de detenção; a.2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: 5 (cinco) meses e 7 (sete) dias, de detenção; b) Em relação ao fato praticado em 01/07/2008 – do delito

previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal): 3 (três) anos e 6 (seis) meses de reclusão;

DA EXISTÊNCIA DE AGRAVANTES OU ATENUANTES

(artigos 61 ao 67 do Código Penal). Não constato a ocorrência de circunstâncias agravantes ou atenuantes, razão pela qual mantenho as penas-base nos montantes antes fixados.

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Sentença Tipo D1

DA EXISTÊNCIA DE CAUSAS DE AUMENTO OU DE DIMINUIÇÃO DE PENA.

a) Em relação aos fatos praticados em 01/06/2008, incide a

causa de aumento do artigo 141, por terem sido os delitos praticados na forma dos seus incisos II e III. Não há causa de diminuição. Deve, ainda, ser realizada a aplicação da pena do delito mais grave, aumentada de um sexto a um terço, por terem sido os crimes praticados na forma do artigo 70, primeira parte, do Código Penal. Nestes termos, fixo para cada delito as seguintes penas:

a.1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: a pena-base de 7 (sete) meses e 15 (quinze) dias, de detenção, fica aumentada de um terço (artigo 141, do Código Penal, ficando a pena definitiva em 10 (dez) meses, de detenção.

b.2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: a pena-base de 5 (cinco) meses e 7 (sete) dias, de detenção, fica aumentada de um terço (artigo 141, do Código Penal), ficando a pena definitiva em 6 (seis) meses e 29 (vinte e nove) dias, de detenção.

Por fim, considerando que os dois delitos foram praticados na

forma do artigo 70, primeira parte, do Código Penal (concurso formal), deve ser aplicada apenas a maior das penas, aumentada de um sexto até a metade. Considerando que ambos os crimes foram praticados no mesmo contexto e com as mesmas palavras ofensivas proferidas, aumento no mínimo legal, ficando a pena para os fatos praticados em 01/06/2008, após a presente exasperação, fixadas em 11 (onze) meses e 20 (vinte) dias, de detenção, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal).

b) Em relação ao fato praticado em 01/07/2008 – do delito

previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal), fica a pena diminuída de dois terços, por ter a consumação sido evitada sem que tenha sido sequer cogitada a abertura do inquérito, ficando a pena definitiva em 1 (um) ano e 2 (dois) meses de reclusão, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal).

Presentes os pressupostos arrolados no artigo 44 do Código

Penal, substituo as penas privativas de liberdade acima cominadas por duas penas restritivas de direitos, a serem estabelecidas pelo Juízo da execução penal.

DAS PENAS DE MULTA

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Sentença Tipo D1

Os delitos dos artigos 138 e 139, do Código Penal, assim como

o delito do artigo 339, do mesmo Código, preveem, além da pena privativa de liberdade, a pena cumulativa de multa. Assim, considerando as duas circunstâncias negativas do artigo 59, do Código Penal, e com fulcro no artigo 49, do mesmo Estatuto, fixo a pena base da multa para cada um dos delitos no seguinte montante:

a) Em relação aos fatos praticados em 01/06/2008: a.1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: 100 dias-multa; a.2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: 100 dias-multa; Em razão do concurso formal, unifico as penas de multa acima

em 116 dias-multa (100 dias-multa aumentados em um sexto, desprezada a fração, conforme artigo 70, do Código Penal)

b) Em relação ao fato praticado em 01/07/2008 – do delito

previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal): 100 dias-multa;

Como não há informação nos autos acerca da situação

econômica do réu, fixo o dia-multa no mínimo legal, ou seja, 1/30 (um trigésimo do salário mínimo mensal vigente na data dos fatos.

2.3.5. Abdu Neme Jorge Makhluf Neto Referido réu foi condenado às penas dos seguintes crimes: a) Em 01/06/2008, do delito previsto no artigo 138 c/c o artigo

141, incisos II e III, em concurso formal (artigo 70) com o delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, todos do Código Penal.

b) Em 01/07/2008, do delito previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal).

DAS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS (artigo 59 do Código

Penal). Considerando que o acusado apenas participou do delito do dia 01/06/2008, como signatário da nota publicada na imprensa, e do delito do dia 01/07/2008, também como signatário da representação apresentada à Corregedoria do Ministério Público Federal, considero sua culpabilidade normal.

Não há antecedentes, conforme a FAC das folhas 480/482. Não

há também elementos desabonatórios da conduta social do acusado.

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Sentença Tipo D1

Não há nada acerca da personalidade do agente que possa ser

desconsiderado em seu desfavor, pois ao contrário do primeiro condenado, apenas participou dos delitos como signatário de nota caluniosa e ofensiva e também como signatário de representação infundada.

Os motivos do crime, porém, são vis, pois de tudo que foi

apurado conclui-se que as calúnias e difamações, além da tentativa de instaurar inquérito em face do procurador, mesmo sabendo da inocência deste (porque de nenhuma prova do que alegava dispunha o réu), decorreram apenas da “indignação” do ora condenado e seus pares pela notícia do ajuizamento, contra si, de ação de improbidade administrativa às vésperas de campanha eleitoral, prejudicando sua pretendida reeleição, o que é incompatível com a idoneidade que se busca dos representantes do povo num sistema democrático, devendo ser, assim, considerada negativamente.

As consequências dos crimes também devem ser consideradas

de forma negativa, uma vez que a divulgação, mesmo infundada, de alegações da prática e envolvimento com ações criminosas em relação à um Procurador da República, feita por membros do Poder Legislativo Municipal, pessoas que a sociedade tem em grande conta (pois caso contrário não seriam eleitos), acabam por deixar na sociedade ao menos a imagem da dúvida acerca da idoneidade da vítima, devendo ser considerada, ainda, a necessidade de a vítima ter tido que se defender da representação perante a Corregedoria do Ministério Público Federal, sem que nenhum motivo houvesse para tanto.

Por fim, nada digno de nota quanto às circunstâncias, posto que

já são consideradas pelo tipo penal, e também nada há a pontuar em relação ao comportamento da vítima, que não colaborou para os delitos.

Assim, havendo duas circunstâncias desfavoráveis, fixo as

penas base na seguinte forma: a) Em relação aos fatos praticados em 01/06/2008: a.1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: 7 (sete) meses e 15 (quinze) dias, de detenção; a.2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: 5 (cinco) meses e 7 (sete) dias, de detenção;

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b) Em relação ao fato praticado em 01/07/2008 – do delito previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal): 3 (três) anos e 6 (seis) meses de reclusão;

DA EXISTÊNCIA DE AGRAVANTES OU ATENUANTES

(artigos 61 ao 67 do Código Penal). Não constato a ocorrência de circunstâncias agravantes ou atenuantes, razão pela qual mantenho as penas-base nos montantes antes fixados.

DA EXISTÊNCIA DE CAUSAS DE AUMENTO OU DE

DIMINUIÇÃO DE PENA. a) Em relação aos fatos praticados em 01/06/2008, incide a

causa de aumento do artigo 141, por terem sido os delitos praticados na forma dos seus incisos II e III. Não há causa de diminuição. Deve, ainda, ser realizada a aplicação da pena do delito mais grave, aumentada de um sexto a um terço, por terem sido os crimes praticados na forma do artigo 70, primeira parte, do Código Penal. Nestes termos, fixo para cada delito as seguintes penas:

a.1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: a pena-base de 7 (sete) meses e 15 (quinze) dias, de detenção, fica aumentada de um terço (artigo 141, do Código Penal, ficando a pena definitiva em 10 (dez) meses, de detenção.

b.2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: a pena-base de 5 (cinco) meses e 7 (sete) dias, de detenção, fica aumentada de um terço (artigo 141, do Código Penal), ficando a pena definitiva em 6 (seis) meses e 29 (vinte e nove) dias, de detenção.

Por fim, considerando que os dois delitos foram praticados na

forma do artigo 70, primeira parte, do Código Penal (concurso formal), deve ser aplicada apenas a maior das penas, aumentada de um sexto até a metade. Considerando que ambos os crimes foram praticados no mesmo contexto e com as mesmas palavras ofensivas proferidas, aumento no mínimo legal, ficando a pena para os fatos praticados em 01/06/2008, após a presente exasperação, fixadas em 11 (onze) meses e 20 (vinte) dias, de detenção, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal).

b) Em relação ao fato praticado em 01/07/2008 – do delito

previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal), fica a pena diminuída de dois terços, por ter a consumação sido evitada sem que tenha sido sequer cogitada a abertura do inquérito, ficando a pena definitiva em 1 (um) ano e 2 (dois) meses de

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Sentença Tipo D1

reclusão, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal).

Presentes os pressupostos arrolados no artigo 44 do Código

Penal, substituo as penas privativas de liberdade acima cominadas por duas penas restritivas de direitos, a serem estabelecidas pelo Juízo da execução penal.

DAS PENAS DE MULTA Os delitos dos artigos 138 e 139, do Código Penal, assim como

o delito do artigo 339, do mesmo Código, preveem, além da pena privativa de liberdade, a pena cumulativa de multa. Assim, considerando as duas circunstâncias negativas do artigo 59, do Código Penal, e com fulcro no artigo 49, do mesmo Estatuto, fixo a pena base da multa para cada um dos delitos no seguinte montante:

a) Em relação aos fatos praticados em 01/06/2008: a.1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: 100 dias-multa; a.2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: 100 dias-multa; Em razão do concurso formal, unifico as penas de multa acima

em 116 dias-multa (100 dias-multa aumentados em um sexto, desprezada a fração, conforme artigo 70, do Código Penal)

b) Em relação ao fato praticado em 01/07/2008 – do delito

previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal): 100 dias-multa;

Como o condenado ainda é vereador, ganhando em média R$

13.000,00 (treze mil reais), segundo informações públicas acerca dos subsídios dos vereadores de Campos dos Goytacazes/RJ, fixo o dia multa em 1/10 (um décimo) do salário mínimo vigente à época dos fatos.

2.3.6. Geraldo Augusto Pinto Venâncio Referido réu foi condenado às penas dos seguintes crimes: a) Em 01/06/2008, do delito previsto no artigo 138 c/c o artigo

141, incisos II e III, em concurso formal (artigo 70) com o delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, todos do Código Penal.

b) Em 01/07/2008, do delito previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal).

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Sentença Tipo D1

DAS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS (artigo 59 do Código

Penal). Considerando que o acusado apenas participou do delito do dia 01/06/2008, como signatário da nota publicada na imprensa, e do delito do dia 01/07/2008, também como signatário da representação apresentada à Corregedoria do Ministério Público Federal, considero sua culpabilidade normal.

Não há antecedentes, conforme a FAC das folhas 491/493. Não

há também elementos desabonatórios da conduta social do acusado. Não há nada acerca da personalidade do agente que possa ser

desconsiderado em seu desfavor, pois ao contrário do primeiro condenado, apenas participou dos delitos como signatário de nota caluniosa e ofensiva e também como signatário de representação infundada.

Os motivos do crime, porém, são vis, pois de tudo que foi

apurado conclui-se que as calúnias e difamações, além da tentativa de instaurar inquérito em face do procurador, mesmo sabendo da inocência deste (porque de nenhuma prova do que alegava dispunha o réu), decorreram apenas da “indignação” do ora condenado e seus pares pela notícia do ajuizamento, contra si, de ação de improbidade administrativa às vésperas de campanha eleitoral, prejudicando sua pretendida reeleição, o que é incompatível com a idoneidade que se busca dos representantes do povo num sistema democrático, devendo ser, assim, considerada negativamente.

As consequências dos crimes também devem ser consideradas

de forma negativa, uma vez que a divulgação, mesmo infundada, de alegações da prática e envolvimento com ações criminosas em relação à um Procurador da República, feita por membros do Poder Legislativo Municipal, pessoas que a sociedade tem em grande conta (pois caso contrário não seriam eleitos), acabam por deixar na sociedade ao menos a imagem da dúvida acerca da idoneidade da vítima, devendo ser considerada, ainda, a necessidade de a vítima ter tido que se defender da representação perante a Corregedoria do Ministério Público Federal, sem que nenhum motivo houvesse para tanto.

Por fim, nada digno de nota quanto às circunstâncias, posto que

já são consideradas pelo tipo penal, e também nada há a pontuar em relação ao comportamento da vítima, que não colaborou para os delitos.

Assim, havendo duas circunstâncias desfavoráveis, fixo as

penas base na seguinte forma:

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Sentença Tipo D1

a) Em relação aos fatos praticados em 01/06/2008: a.1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: 7 (sete) meses e 15 (quinze) dias, de detenção; a.2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: 5 (cinco) meses e 7 (sete) dias, de detenção; b) Em relação ao fato praticado em 01/07/2008 – do delito

previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal): 3 (três) anos e 6 (seis) meses de reclusão;

DA EXISTÊNCIA DE AGRAVANTES OU ATENUANTES

(artigos 61 ao 67 do Código Penal). Não constato a ocorrência de circunstâncias agravantes ou atenuantes, razão pela qual mantenho as penas-base nos montantes antes fixados.

DA EXISTÊNCIA DE CAUSAS DE AUMENTO OU DE

DIMINUIÇÃO DE PENA. a) Em relação aos fatos praticados em 01/06/2008, incide a

causa de aumento do artigo 141, por terem sido os delitos praticados na forma dos seus incisos II e III. Não há causa de diminuição. Deve, ainda, ser realizada a aplicação da pena do delito mais grave, aumentada de um sexto a um terço, por terem sido os crimes praticados na forma do artigo 70, primeira parte, do Código Penal. Nestes termos, fixo para cada delito as seguintes penas:

a.1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: a pena-base de 7 (sete) meses e 15 (quinze) dias, de detenção, fica aumentada de um terço (artigo 141, do Código Penal, ficando a pena definitiva em 10 (dez) meses, de detenção.

b.2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: a pena-base de 5 (cinco) meses e 7 (sete) dias, de detenção, fica aumentada de um terço (artigo 141, do Código Penal), ficando a pena definitiva em 6 (seis) meses e 29 (vinte e nove) dias, de detenção.

Por fim, considerando que os dois delitos foram praticados na

forma do artigo 70, primeira parte, do Código Penal (concurso formal), deve ser aplicada apenas a maior das penas, aumentada de um sexto até a metade. Considerando que ambos os crimes foram praticados no mesmo contexto e com as mesmas palavras ofensivas proferidas, aumento no mínimo legal, ficando a pena para os fatos praticados em 01/06/2008, após a presente

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Sentença Tipo D1

exasperação, fixadas em 11 (onze) meses e 20 (vinte) dias, de detenção, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal).

b) Em relação ao fato praticado em 01/07/2008 – do delito

previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal), fica a pena diminuída de dois terços, por ter a consumação sido evitada sem que tenha sido sequer cogitada a abertura do inquérito, ficando a pena definitiva em 1 (um) ano e 2 (dois) meses de reclusão, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal).

Presentes os pressupostos arrolados no artigo 44 do Código

Penal, substituo as penas privativas de liberdade acima cominadas por duas penas restritivas de direitos, a serem estabelecidas pelo Juízo da execução penal.

DAS PENAS DE MULTA Os delitos dos artigos 138 e 139, do Código Penal, assim como

o delito do artigo 339, do mesmo Código, preveem, além da pena privativa de liberdade, a pena cumulativa de multa. Assim, considerando as duas circunstâncias negativas do artigo 59, do Código Penal, e com fulcro no artigo 49, do mesmo Estatuto, fixo a pena base da multa para cada um dos delitos no seguinte montante:

a) Em relação aos fatos praticados em 01/06/2008: a.1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: 100 dias-multa; a.2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: 100 dias-multa; Em razão do concurso formal, unifico as penas de multa acima

em 116 dias-multa (100 dias-multa aumentados em um sexto, desprezada a fração, conforme artigo 70, do Código Penal)

b) Em relação ao fato praticado em 01/07/2008 – do delito

previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal): 100 dias-multa;

Como não há informação nos autos acerca da situação

econômica do réu, fixo o dia-multa no mínimo legal, ou seja, 1/30 (um trigésimo do salário mínimo mensal vigente na data dos fatos.

2.3.7. Maria Da Penha de Oliveira Martins

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Sentença Tipo D1

Referida ré foi condenada às penas dos seguintes crimes: a) Em 01/06/2008, do delito previsto no artigo 138 c/c o artigo

141, incisos II e III, ambos do Código Penal. b) Em 01/07/2008, do delito previsto no artigo 339, do Código

Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal). DAS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS (artigo 59 do Código

Penal). Considerando que a acusada apenas participou do delito do dia 01/06/2008, como signatária da nota publicada na imprensa, e do delito do dia 01/07/2008, também como signatária da representação apresentada à Corregedoria do Ministério Público Federal, considero sua culpabilidade normal.

Não há antecedentes, conforme a FAC das folhas 494/496. Não

há também elementos desabonatórios da conduta social do acusado. Não há nada acerca da personalidade do agente que possa ser

desconsiderado em seu desfavor, pois ao contrário do primeiro condenado, apenas participou dos delitos como signatário de nota caluniosa e ofensiva e também como signatário de representação infundada.

Os motivos do crime, porém, são vis, pois de tudo que foi

apurado conclui-se que as calúnias e difamações, além da tentativa de instaurar inquérito em face do procurador, mesmo sabendo da inocência deste (porque de nenhuma prova do que alegava dispunha a ré), decorreram apenas da “indignação” da ora condenada e seus pares pela notícia do ajuizamento, contra si, de ação de improbidade administrativa às vésperas de campanha eleitoral, prejudicando sua pretendida reeleição, o que é incompatível com a idoneidade que se busca dos representantes do povo num sistema democrático, devendo ser, assim, considerada negativamente.

As consequências dos crimes também devem ser consideradas

de forma negativa, uma vez que a divulgação, mesmo infundada, de alegações da prática e envolvimento com ações criminosas em relação à um Procurador da República, feita por membros do Poder Legislativo Municipal, pessoas que a sociedade tem em grande conta (pois caso contrário não seriam eleitos), acabam por deixar na sociedade ao menos a imagem da dúvida acerca da idoneidade da vítima, devendo ser considerada, ainda, a necessidade de a vítima ter tido que se defender da representação perante a Corregedoria do Ministério Público Federal, sem que nenhum motivo houvesse para tanto.

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Sentença Tipo D1

Por fim, nada digno de nota quanto às circunstâncias, posto que já são consideradas pelo tipo penal, e também nada há a pontuar em relação ao comportamento da vítima, que não colaborou para os delitos.

Assim, havendo duas circunstâncias desfavoráveis, fixo as

penas base na seguinte forma: a) Em relação ao fato praticado em 01/06/2008 – delito previsto

no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal: 7 (sete) meses e 15 (quinze) dias, de detenção;

b) Em relação ao fato praticado em 01/07/2008 – do delito

previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal): 3 (três) anos e 6 (seis) meses de reclusão;

DA EXISTÊNCIA DE AGRAVANTES OU ATENUANTES

(artigos 61 ao 67 do Código Penal). Não constato a ocorrência de circunstâncias agravantes. Incide, porém, a atenuante do artigo 65, inciso I, do Código Penal, por possuir a ré mais de 70 (setenta) anos de idade na data desta sentença, considerando que nasceu em 23/01/1933. Nestes termos, reduzo as penas-base em um sexto, cada uma, ficando as penas provisórias assim fixadas:

a) Em relação ao fato praticado em 01/06/2008 – delito previsto

no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal: 6 (seis) meses e 7 (sete) dias, de detenção;

b) Em relação ao fato praticado em 01/07/2008 – do delito

previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal): 2 (dois) anos e 11 (onze) meses de reclusão;

DA EXISTÊNCIA DE CAUSAS DE AUMENTO OU DE

DIMINUIÇÃO DE PENA. a) Em relação ao fato praticado em 01/06/2008, incide a causa

de aumento do artigo 141, por terem sido os delitos praticados na forma dos seus incisos II e III. Não há causa de diminuição. Nestes termos, fixo a seguinte pena: a pena-base de 6 (seis) meses e 7 (sete) dias, de detenção, fica aumentada de um terço (artigo 141, do Código Penal, ficando a pena definitiva em 8 (oito) meses e 9 (nove) dias, de detenção, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal).

b) Em relação ao fato praticado em 01/07/2008 – do delito

previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal), fica a pena diminuída de dois terços, por ter a

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consumação sido evitada sem que tenha sido sequer cogitada a abertura do inquérito, ficando a pena definitiva em 11 (onze) meses e 20 (vinte) dias de reclusão, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal).

Presentes os pressupostos arrolados no artigo 44 do Código

Penal, substituo as penas privativas de liberdade acima cominadas por duas penas restritivas de direitos, a serem estabelecidas pelo Juízo da execução penal.

DAS PENAS DE MULTA Os delitos do artigo 138, do Código Penal, assim como o delito

do artigo 339, do mesmo Código, preveem, além da pena privativa de liberdade, a pena cumulativa de multa. Assim, considerando as duas circunstâncias negativas do artigo 59, do Código Penal, e com fulcro no artigo 49, do mesmo Estatuto, fixo a pena base da multa para cada um dos delitos no seguinte montante:

a) Em relação ao fato praticado em 01/06/2008, delito previsto

no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal: 100 dias-multa;

b) Em relação ao fato praticado em 01/07/2008 – do delito

previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal): 100 dias-multa;

Como não há informação nos autos acerca da situação

econômica do réu, fixo o dia-multa no mínimo legal, ou seja, 1/30 (um trigésimo do salário mínimo mensal vigente na data dos fatos.

Como a condenada ainda é vereadora, ganhando em média R$

13.000,00 (treze mil reais), segundo informações públicas acerca dos subsídios dos vereadores de Campos dos Goytacazes/RJ, fixo o dia multa em 1/10 (um décimo) do salário mínimo vigente à época dos fatos.

2.3.8. Otávio Antônio Leite Cabral Referido réu foi condenado às penas dos seguintes crimes: a) Em 01/06/2008, do delito previsto no artigo 138 c/c o artigo

141, incisos II e III, em concurso formal (artigo 70) com o delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, todos do Código Penal.

b) Em 01/07/2008, do delito previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal).

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Sentença Tipo D1

DAS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS (artigo 59 do Código

Penal). Considerando que o acusado apenas participou do delito do dia 01/06/2008, como signatário da nota publicada na imprensa, e do delito do dia 01/07/2008, também como signatário da representação apresentada à Corregedoria do Ministério Público Federal, considero sua culpabilidade normal.

Não há antecedentes, conforme a FAC das folhas 497/499. Não

há também elementos desabonatórios da conduta social do acusado, ao contrário, há farta documentação comprovando ser pessoa bem quista na sociedade na qual convive.

Não há nada acerca da personalidade do agente que possa ser

desconsiderado em seu desfavor, pois ao contrário do primeiro condenado, apenas participou dos delitos como signatário de nota caluniosa e ofensiva e também como signatário de representação infundada.

Os motivos do crime, porém, são vis, pois de tudo que foi

apurado conclui-se que as calúnias e difamações, além da tentativa de instaurar inquérito em face do procurador, mesmo sabendo da inocência deste (porque de nenhuma prova do que alegava dispunha o réu), decorreram apenas da “indignação” do ora condenado e seus pares pela notícia do ajuizamento, contra si, de ação de improbidade administrativa às vésperas de campanha eleitoral, prejudicando sua pretendida reeleição, o que é incompatível com a idoneidade que se busca dos representantes do povo num sistema democrático, devendo ser, assim, considerada negativamente.

As consequências dos crimes também devem ser consideradas

de forma negativa, uma vez que a divulgação, mesmo infundada, de alegações da prática e envolvimento com ações criminosas em relação à um Procurador da República, feita por membros do Poder Legislativo Municipal, pessoas que a sociedade tem em grande conta (pois caso contrário não seriam eleitos), acabam por deixar na sociedade ao menos a imagem da dúvida acerca da idoneidade da vítima, devendo ser considerada, ainda, a necessidade de a vítima ter tido que se defender da representação perante a Corregedoria do Ministério Público Federal, sem que nenhum motivo houvesse para tanto.

Por fim, nada digno de nota quanto às circunstâncias, posto que

já são consideradas pelo tipo penal, e também nada há a pontuar em relação ao comportamento da vítima, que não colaborou para os delitos.

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Assim, havendo duas circunstâncias desfavoráveis de ordem subjetiva, e uma favorável, porém de ordem objetiva, preponderam as circunstâncias subjetivas, de modo que fixo as penas base na seguinte forma:

a) Em relação aos fatos praticados em 01/06/2008: a.1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: 7 (sete) meses e 15 (quinze) dias, de detenção; a.2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: 5 (cinco) meses e 7 (sete) dias, de detenção; b) Em relação ao fato praticado em 01/07/2008 – do delito

previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal): 3 (três) anos e 6 (seis) meses de reclusão;

DA EXISTÊNCIA DE AGRAVANTES OU ATENUANTES

(artigos 61 ao 67 do Código Penal). Não constato a ocorrência de circunstâncias agravantes ou atenuantes, razão pela qual mantenho as penas-base nos montantes antes fixados.

DA EXISTÊNCIA DE CAUSAS DE AUMENTO OU DE

DIMINUIÇÃO DE PENA. a) Em relação aos fatos praticados em 01/06/2008, incide a

causa de aumento do artigo 141, por terem sido os delitos praticados na forma dos seus incisos II e III. Não há causa de diminuição. Deve, ainda, ser realizada a aplicação da pena do delito mais grave, aumentada de um sexto a um terço, por terem sido os crimes praticados na forma do artigo 70, primeira parte, do Código Penal. Nestes termos, fixo para cada delito as seguintes penas:

a.1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: a pena-base de 7 (sete) meses e 15 (quinze) dias, de detenção, fica aumentada de um terço (artigo 141, do Código Penal, ficando a pena definitiva em 10 (dez) meses, de detenção.

b.2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: a pena-base de 5 (cinco) meses e 7 (sete) dias, de detenção, fica aumentada de um terço (artigo 141, do Código Penal), ficando a pena definitiva em 6 (seis) meses e 29 (vinte e nove) dias, de detenção.

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Sentença Tipo D1

Por fim, considerando que os dois delitos foram praticados na forma do artigo 70, primeira parte, do Código Penal (concurso formal), deve ser aplicada apenas a maior das penas, aumentada de um sexto até a metade. Considerando que ambos os crimes foram praticados no mesmo contexto e com as mesmas palavras ofensivas proferidas, aumento no mínimo legal, ficando a pena para os fatos praticados em 01/06/2008, após a presente exasperação, fixadas em 11 (onze) meses e 20 (vinte) dias, de detenção, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal).

b) Em relação ao fato praticado em 01/07/2008 – do delito

previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal), fica a pena diminuída de dois terços, por ter a consumação sido evitada sem que tenha sido sequer cogitada a abertura do inquérito, ficando a pena definitiva em 1 (um) ano e 2 (dois) meses de reclusão, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal).

Presentes os pressupostos arrolados no artigo 44 do Código

Penal, substituo as penas privativas de liberdade acima cominadas por duas penas restritivas de direitos, a serem estabelecidas pelo Juízo da execução penal.

DAS PENAS DE MULTA Os delitos dos artigos 138 e 139, do Código Penal, assim como

o delito do artigo 339, do mesmo Código, preveem, além da pena privativa de liberdade, a pena cumulativa de multa. Assim, considerando as duas circunstâncias negativas do artigo 59, do Código Penal, e com fulcro no artigo 49, do mesmo Estatuto, fixo a pena base da multa para cada um dos delitos no seguinte montante:

a) Em relação aos fatos praticados em 01/06/2008: a.1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: 100 dias-multa; a.2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: 100 dias-multa; Em razão do concurso formal, unifico as penas de multa acima

em 116 dias-multa (100 dias-multa aumentados em um sexto, desprezada a fração, conforme artigo 70, do Código Penal)

b) Em relação ao fato praticado em 01/07/2008 – do delito

previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal): 100 dias-multa;

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Sentença Tipo D1

Como não há informação nos autos acerca da situação econômica do réu, fixo o dia-multa no mínimo legal, ou seja, 1/30 (um trigésimo do salário mínimo mensal vigente na data dos fatos.

2.3.9. Sadi Francisco da Silva Referido réu foi condenado às penas dos seguintes crimes: a) Em 01/06/2008, do delito previsto no artigo 138 c/c o artigo

141, incisos II e III, em concurso formal (artigo 70) com o delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, todos do Código Penal.

b) Em 01/07/2008, do delito previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal).

DAS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS (artigo 59 do Código

Penal). Considerando que o acusado apenas participou do delito do dia 01/06/2008, como signatário da nota publicada na imprensa, e do delito do dia 01/07/2008, também como signatário da representação apresentada à Corregedoria do Ministério Público Federal, considero sua culpabilidade normal.

Em relação aos antecedentes, a FAC das folhas 500/508,

embora contenha informação de inquérito contra o réu, não pode configurar maus antecedentes, uma vez que não possui processo com sentença transitada em julgado (súmula 444, do STJ). Não há elementos desabonatórios da conduta social do acusado, não podendo ser assim considerados também o inquérito em andamento, conforme precedentes do STJ.

Não há nada acerca da personalidade do agente que possa ser

desconsiderado em seu desfavor, pois ao contrário do primeiro condenado, apenas participou dos delitos como signatário de nota caluniosa e ofensiva e também como signatário de representação infundada.

Os motivos do crime, porém, são vis, pois de tudo que foi

apurado conclui-se que as calúnias e difamações, além da tentativa de instaurar inquérito em face do procurador, mesmo sabendo da inocência deste (porque de nenhuma prova do que alegava dispunha o réu), decorreram apenas da “indignação” do ora condenado e seus pares pela notícia do ajuizamento, contra si, de ação de improbidade administrativa às vésperas de campanha eleitoral, prejudicando sua pretendida reeleição, o que é incompatível com a idoneidade que se busca dos representantes do povo num sistema democrático, devendo ser, assim, considerada negativamente.

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Sentença Tipo D1

As consequências dos crimes também devem ser consideradas de forma negativa, uma vez que a divulgação, mesmo infundada, de alegações da prática e envolvimento com ações criminosas em relação à um Procurador da República, feita por membros do Poder Legislativo Municipal, pessoas que a sociedade tem em grande conta (pois caso contrário não seriam eleitos), acabam por deixar na sociedade ao menos a imagem da dúvida acerca da idoneidade da vítima, devendo ser considerada, ainda, a necessidade de a vítima ter tido que se defender da representação perante a Corregedoria do Ministério Público Federal, sem que nenhum motivo houvesse para tanto.

Por fim, nada digno de nota quanto às circunstâncias, posto que

já são consideradas pelo tipo penal, e também nada há a pontuar em relação ao comportamento da vítima, que não colaborou para os delitos.

Assim, havendo duas circunstâncias desfavoráveis, fixo as

penas base na seguinte forma: a) Em relação aos fatos praticados em 01/06/2008: a.1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: 7 (sete) meses e 15 (quinze) dias, de detenção; a.2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: 5 (cinco) meses e 7 (sete) dias, de detenção; b) Em relação ao fato praticado em 01/07/2008 – do delito

previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal): 3 (três) anos e 6 (seis) meses de reclusão;

DA EXISTÊNCIA DE AGRAVANTES OU ATENUANTES

(artigos 61 ao 67 do Código Penal). Não constato a ocorrência de circunstâncias agravantes ou atenuantes, razão pela qual mantenho as penas-base nos montantes antes fixados.

DA EXISTÊNCIA DE CAUSAS DE AUMENTO OU DE

DIMINUIÇÃO DE PENA. a) Em relação aos fatos praticados em 01/06/2008, incide a

causa de aumento do artigo 141, por terem sido os delitos praticados na forma dos seus incisos II e III. Não há causa de diminuição. Deve, ainda, ser realizada a aplicação da pena do delito mais grave, aumentada de um sexto a um terço, por terem sido os crimes praticados na forma do artigo 70, primeira parte, do Código Penal. Nestes termos, fixo para cada delito as seguintes penas:

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Sentença Tipo D1

a.1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: a pena-base de 7 (sete) meses e 15 (quinze) dias, de detenção, fica aumentada de um terço (artigo 141, do Código Penal, ficando a pena definitiva em 10 (dez) meses, de detenção.

b.2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e

III, do Código Penal: a pena-base de 5 (cinco) meses e 7 (sete) dias, de detenção, fica aumentada de um terço (artigo 141, do Código Penal), ficando a pena definitiva em 6 (seis) meses e 29 (vinte e nove) dias, de detenção.

Por fim, considerando que os dois delitos foram praticados na

forma do artigo 70, primeira parte, do Código Penal (concurso formal), deve ser aplicada apenas a maior das penas, aumentada de um sexto até a metade. Considerando que ambos os crimes foram praticados no mesmo contexto e com as mesmas palavras ofensivas proferidas, aumento no mínimo legal, ficando a pena para os fatos praticados em 01/06/2008, após a presente exasperação, fixadas em 11 (onze) meses e 20 (vinte) dias, de detenção, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal).

b) Em relação ao fato praticado em 01/07/2008 – do delito

previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal), fica a pena diminuída de dois terços, por ter a consumação sido evitada sem que tenha sido sequer cogitada a abertura do inquérito, ficando a pena definitiva em 1 (um) ano e 2 (dois) meses de reclusão, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal).

Presentes os pressupostos arrolados no artigo 44 do Código

Penal, substituo as penas privativas de liberdade acima cominadas por duas penas restritivas de direitos, a serem estabelecidas pelo Juízo da execução penal.

DAS PENAS DE MULTA Os delitos dos artigos 138 e 139, do Código Penal, assim como

o delito do artigo 339, do mesmo Código, prevêem, além da pena privativa de liberdade, a pena cumulativa de multa. Assim, considerando as duas circunstâncias negativas do artigo 59, do Código Penal, e com fulcro no artigo 49, do mesmo Estatuto, fixo a pena base da multa para cada um dos delitos no seguinte montante:

a) Em relação aos fatos praticados em 01/06/2008:

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Sentença Tipo D1

a.1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal: 100 dias-multa;

a.2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal: 100 dias-multa;

Em razão do concurso formal, unifico as penas de multa acima

em 116 dias-multa (100 dias-multa aumentados em um sexto, desprezada a fração, conforme artigo 70, do Código Penal)

b) Em relação ao fato praticado em 01/07/2008 – do delito

previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal): 100 dias-multa;

Como não há informação nos autos acerca da situação

econômica do réu, fixo o dia-multa no mínimo legal, ou seja, 1/30 (um trigésimo do salário mínimo mensal vigente na data dos fatos.

2.3.10. Nildo Nunes Cardoso Referido réu foi condenado somente às penas dos seguintes

crimes: - Em 01/06/2008, do delito previsto no artigo 138 c/c o artigo

141, incisos II e III, em concurso formal (artigo 70) com o delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, todos do Código Penal.

DAS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS (artigo 59 do Código

Penal). Considerando que o acusado apenas participou do delito do dia 01/06/2008, como signatário da nota publicada na imprensa, considero sua culpabilidade normal.

Não há antecedentes, conforme a FAC das folhas 509/511. Não

há também elementos desabonatórios da conduta social do acusado. Não há nada acerca da personalidade do agente que possa ser

desconsiderado em seu desfavor, pois ao contrário do primeiro condenado, apenas participou dos delitos como signatário de nota caluniosa e ofensiva e também como signatário de representação infundada.

Os motivos do crime, porém, são vis, pois de tudo que foi

apurado conclui-se que as calúnias e difamações decorreram apenas da “indignação” do ora condenado e seus pares pela notícia do ajuizamento, contra si, de ação de improbidade administrativa às vésperas de campanha eleitoral, prejudicando sua pretendida reeleição, o que é incompatível com a

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Sentença Tipo D1

idoneidade que se busca dos representantes do povo num sistema democrático, devendo ser, assim, considerada negativamente.

As consequências dos crimes também devem ser consideradas

de forma negativa, uma vez que a divulgação, mesmo infundada, de alegações da prática e envolvimento com ações criminosas em relação à um Procurador da República, feita por membros do Poder Legislativo Municipal, pessoas que a sociedade tem em grande conta (pois caso contrário não seriam eleitos), acabam por deixar na sociedade ao menos a imagem da dúvida acerca da idoneidade da vítima.

Por fim, nada digno de nota quanto às circunstâncias, posto que

já são consideradas pelo tipo penal, e também nada há a pontuar em relação ao comportamento da vítima, que não colaborou para os delitos.

Assim, havendo duas circunstâncias desfavoráveis, fixo as

penas base na seguinte forma: 1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e III,

do Código Penal: 7 (sete) meses e 15 (quinze) dias, de detenção; 2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III,

do Código Penal: 5 (cinco) meses e 7 (sete) dias, de detenção; DA EXISTÊNCIA DE AGRAVANTES OU ATENUANTES

(artigos 61 ao 67 do Código Penal). Não constato a ocorrência de circunstâncias agravantes ou atenuantes, razão pela qual mantenho as penas-base nos montantes antes fixados.

DA EXISTÊNCIA DE CAUSAS DE AUMENTO OU DE

DIMINUIÇÃO DE PENA. Em relação aos fatos praticados em 01/06/2008, incide a causa

de aumento do artigo 141, por terem sido os delitos praticados na forma dos seus incisos II e III. Não há causa de diminuição. Deve, ainda, ser realizada a aplicação da pena do delito mais grave, aumentada de um sexto a um terço, por terem sido os crimes praticados na forma do artigo 70, primeira parte, do Código Penal. Nestes termos, fixo para cada delito as seguintes penas:

1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e III,

do Código Penal: a pena-base de 7 (sete) meses e 15 (quinze) dias, de detenção, fica aumentada de um terço (artigo 141, do Código Penal, ficando a pena definitiva em 10 (dez) meses, de detenção.

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Sentença Tipo D1

2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal: a pena-base de 5 (cinco) meses e 7 (sete) dias, de detenção, fica aumentada de um terço (artigo 141, do Código Penal), ficando a pena definitiva em 6 (seis) meses e 29 (vinte e nove) dias, de detenção.

Por fim, considerando que os dois delitos foram praticados na

forma do artigo 70, primeira parte, do Código Penal (concurso formal), deve ser aplicada apenas a maior das penas, aumentada de um sexto até a metade. Considerando que ambos os crimes foram praticados no mesmo contexto e com as mesmas palavras ofensivas proferidas, aumento no mínimo legal, ficando a pena para os fatos praticados em 01/06/2008, após a presente exasperação, fixadas em 11 (onze) meses e 20 (vinte) dias, de detenção, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal).

Presentes os pressupostos arrolados no artigo 44 do Código

Penal, substituo as penas privativas de liberdade acima cominadas por uma pena restritiva de direitos, a ser estabelecidas pelo Juízo da execução penal.

DAS PENAS DE MULTA Os delitos dos artigos 138 e 139, do Código Penal preveem,

além da pena privativa de liberdade, a pena cumulativa de multa. Assim, considerando as duas circunstâncias negativas do artigo 59, do Código Penal, e com fulcro no artigo 49, do mesmo Estatuto, fixo a pena base da multa para cada um dos delitos no seguinte montante:

Em relação aos fatos praticados em 01/06/2008: 1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e III,

do Código Penal: 100 dias-multa; 2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III,

do Código Penal: 100 dias-multa; Em razão do concurso formal, unifico as penas de multa acima

em 116 dias-multa (100 dias-multa aumentados em um sexto, desprezada a fração, conforme artigo 70, do Código Penal)

Como o condenado ainda é vereador, ganhando em média R$

13.000,00 (treze mil reais), segundo informações públicas acerca dos subsídios dos vereadores de Campos dos Goytacazes/RJ, fixo o dia multa em 1/10 (um décimo) do salário mínimo vigente à época dos fatos.

2.3.11. Álvaro Cesar Gomes Faria

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Sentença Tipo D1

Referido réu foi condenado somente às penas dos seguintes crimes:

- Em 01/06/2008, do delito previsto no artigo 138 c/c o artigo

141, incisos II e III, em concurso formal (artigo 70) com o delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, todos do Código Penal.

DAS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS (artigo 59 do Código

Penal). Considerando que o acusado apenas participou do delito do dia 01/06/2008, como signatário da nota publicada na imprensa, considero sua culpabilidade normal.

Não há antecedentes, conforme a FAC das folhas 512/514. Não

há também elementos desabonatórios da conduta social do acusado. Não há nada acerca da personalidade do agente que possa ser

desconsiderado em seu desfavor, pois ao contrário do primeiro condenado, apenas participou dos delitos como signatário de nota caluniosa e ofensiva e também como signatário de representação infundada.

Os motivos do crime, porém, são vis, pois de tudo que foi

apurado conclui-se que as calúnias e difamações decorreram apenas da “indignação” do ora condenado e seus pares pela notícia do ajuizamento, contra si, de ação de improbidade administrativa às vésperas de campanha eleitoral, prejudicando sua pretendida reeleição, o que é incompatível com a idoneidade que se busca dos representantes do povo num sistema democrático, devendo ser, assim, considerada negativamente.

As consequências dos crimes também devem ser consideradas

de forma negativa, uma vez que a divulgação, mesmo infundada, de alegações da prática e envolvimento com ações criminosas em relação à um Procurador da República, feita por membros do Poder Legislativo Municipal, pessoas que a sociedade tem em grande conta (pois caso contrário não seriam eleitos), acabam por deixar na sociedade ao menos a imagem da dúvida acerca da idoneidade da vítima.

Por fim, nada digno de nota quanto às circunstâncias, posto que

já são consideradas pelo tipo penal, e também nada há a pontuar em relação ao comportamento da vítima, que não colaborou para os delitos.

Assim, havendo duas circunstâncias desfavoráveis, fixo as

penas base na seguinte forma: 1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e III,

do Código Penal: 7 (sete) meses e 15 (quinze) dias, de detenção;

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Sentença Tipo D1

2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III,

do Código Penal: 5 (cinco) meses e 7 (sete) dias, de detenção; DA EXISTÊNCIA DE AGRAVANTES OU ATENUANTES

(artigos 61 ao 67 do Código Penal). Não constato a ocorrência de circunstâncias agravantes ou atenuantes, razão pela qual mantenho as penas-base nos montantes antes fixados.

DA EXISTÊNCIA DE CAUSAS DE AUMENTO OU DE

DIMINUIÇÃO DE PENA. Em relação aos fatos praticados em 01/06/2008, incide a causa

de aumento do artigo 141, por terem sido os delitos praticados na forma dos seus incisos II e III. Não há causa de diminuição. Deve, ainda, ser realizada a aplicação da pena do delito mais grave, aumentada de um sexto a um terço, por terem sido os crimes praticados na forma do artigo 70, primeira parte, do Código Penal. Nestes termos, fixo para cada delito as seguintes penas:

1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e III,

do Código Penal: a pena-base de 7 (sete) meses e 15 (quinze) dias, de detenção, fica aumentada de um terço (artigo 141, do Código Penal, ficando a pena definitiva em 10 (dez) meses, de detenção.

2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III,

do Código Penal: a pena-base de 5 (cinco) meses e 7 (sete) dias, de detenção, fica aumentada de um terço (artigo 141, do Código Penal), ficando a pena definitiva em 6 (seis) meses e 29 (vinte e nove) dias, de detenção.

Por fim, considerando que os dois delitos foram praticados na

forma do artigo 70, primeira parte, do Código Penal (concurso formal), deve ser aplicada apenas a maior das penas, aumentada de um sexto até a metade. Considerando que ambos os crimes foram praticados no mesmo contexto e com as mesmas palavras ofensivas proferidas, aumento no mínimo legal, ficando a pena para os fatos praticados em 01/06/2008, após a presente exasperação, fixadas em 11 (onze) meses e 20 (vinte) dias, de detenção, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal).

Presentes os pressupostos arrolados no artigo 44 do Código

Penal, substituo as penas privativas de liberdade acima cominadas por uma pena restritiva de direitos, a ser estabelecida pelo Juízo da execução penal.

DAS PENAS DE MULTA

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Sentença Tipo D1

Os delitos dos artigos 138 e 139, do Código Penal preveem,

além da pena privativa de liberdade, a pena cumulativa de multa. Assim, considerando as duas circunstâncias negativas do artigo 59, do Código Penal, e com fulcro no artigo 49, do mesmo Estatuto, fixo a pena base da multa para cada um dos delitos no seguinte montante:

Em relação aos fatos praticados em 01/06/2008: 1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e III,

do Código Penal: 100 dias-multa; 2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III,

do Código Penal: 100 dias-multa; Em razão do concurso formal, unifico as penas de multa acima

em 116 dias-multa (100 dias-multa aumentados em um sexto, desprezada a fração, conforme artigo 70, do Código Penal)

Como o condenado ainda é vereador, ganhando em média R$

13.000,00 (treze mil reais), segundo informações públicas acerca dos subsídios dos vereadores de Campos dos Goytacazes/RJ, fixo o dia multa em 1/10 (um décimo) do salário mínimo vigente à época dos fatos.

2.3.12. Ailton da Silva Tavares Referido réu foi condenado somente às penas dos seguintes

crimes: - Em 01/06/2008, do delito previsto no artigo 138 c/c o artigo

141, incisos II e III, em concurso formal (artigo 70) com o delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, todos do Código Penal.

DAS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS (artigo 59 do Código

Penal). Considerando que o acusado apenas participou do delito do dia 01/06/2008, como signatário da nota publicada na imprensa, considero sua culpabilidade normal.

Não há antecedentes, conforme a FAC das folhas 515/517. Não

há também elementos desabonatórios da conduta social do acusado. Não há nada acerca da personalidade do agente que possa ser

desconsiderado em seu desfavor, pois ao contrário do primeiro condenado, apenas participou dos delitos como signatário de nota caluniosa e ofensiva e também como signatário de representação infundada.

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Sentença Tipo D1

Os motivos do crime, porém, são vis, pois de tudo que foi apurado conclui-se que as calúnias e difamações decorreram apenas da “indignação” do ora condenado e seus pares pela notícia do ajuizamento, contra si, de ação de improbidade administrativa às vésperas de campanha eleitoral, prejudicando sua pretendida reeleição, o que é incompatível com a idoneidade que se busca dos representantes do povo num sistema democrático, devendo ser, assim, considerada negativamente.

As consequências dos crimes também devem ser consideradas

de forma negativa, uma vez que a divulgação, mesmo infundada, de alegações da prática e envolvimento com ações criminosas em relação à um Procurador da República, feita por membros do Poder Legislativo Municipal, pessoas que a sociedade tem em grande conta (pois caso contrário não seriam eleitos), acabam por deixar na sociedade ao menos a imagem da dúvida acerca da idoneidade da vítima.

Por fim, nada digno de nota quanto às circunstâncias, posto que

já são consideradas pelo tipo penal, e também nada há a pontuar em relação ao comportamento da vítima, que não colaborou para os delitos.

Assim, havendo duas circunstâncias desfavoráveis, fixo as

penas base na seguinte forma: 1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e III,

do Código Penal: 7 (sete) meses e 15 (quinze) dias, de detenção; 2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III,

do Código Penal: 5 (cinco) meses e 7 (sete) dias, de detenção; DA EXISTÊNCIA DE AGRAVANTES OU ATENUANTES

(artigos 61 ao 67 do Código Penal). Não constato a ocorrência de circunstâncias agravantes ou atenuantes, razão pela qual mantenho as penas-base nos montantes antes fixados.

DA EXISTÊNCIA DE CAUSAS DE AUMENTO OU DE

DIMINUIÇÃO DE PENA. Em relação aos fatos praticados em 01/06/2008, incide a causa

de aumento do artigo 141, por terem sido os delitos praticados na forma dos seus incisos II e III. Não há causa de diminuição. Deve, ainda, ser realizada a aplicação da pena do delito mais grave, aumentada de um sexto a um terço, por terem sido os crimes praticados na forma do artigo 70, primeira parte, do Código Penal. Nestes termos, fixo para cada delito as seguintes penas:

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Sentença Tipo D1

1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal: a pena-base de 7 (sete) meses e 15 (quinze) dias, de detenção, fica aumentada de um terço (artigo 141, do Código Penal, ficando a pena definitiva em 10 (dez) meses, de detenção.

2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III,

do Código Penal: a pena-base de 5 (cinco) meses e 7 (sete) dias, de detenção, fica aumentada de um terço (artigo 141, do Código Penal), ficando a pena definitiva em 6 (seis) meses e 29 (vinte e nove) dias, de detenção.

Por fim, considerando que os dois delitos foram praticados na

forma do artigo 70, primeira parte, do Código Penal (concurso formal), deve ser aplicada apenas a maior das penas, aumentada de um sexto até a metade. Considerando que ambos os crimes foram praticados no mesmo contexto e com as mesmas palavras ofensivas proferidas, aumento no mínimo legal, ficando a pena para os fatos praticados em 01/06/2008, após a presente exasperação, fixadas em 11 (onze) meses e 20 (vinte) dias, de detenção, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal).

Presentes os pressupostos arrolados no artigo 44 do Código

Penal, substituo as penas privativas de liberdade acima cominadas por uma pena restritiva de direitos, a ser estabelecida pelo Juízo da execução penal.

DAS PENAS DE MULTA Os delitos dos artigos 138 e 139, do Código Penal preveem,

além da pena privativa de liberdade, a pena cumulativa de multa. Assim, considerando as duas circunstâncias negativas do artigo 59, do Código Penal, e com fulcro no artigo 49, do mesmo Estatuto, fixo a pena base da multa para cada um dos delitos no seguinte montante:

Em relação aos fatos praticados em 01/06/2008: 1) delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e III,

do Código Penal: 100 dias-multa; 2) delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III,

do Código Penal: 100 dias-multa; Em razão do concurso formal, unifico as penas de multa acima

em 116 dias-multa (100 dias-multa aumentados em um sexto, desprezada a fração, conforme artigo 70, do Código Penal)

Como não há informação nos autos acerca da situação

econômica do réu, fixo o dia-multa no mínimo legal, ou seja, 1/30 (um trigésimo do salário mínimo mensal vigente na data dos fatos.

122

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Sentença Tipo D1

2.3.13. Jorge Gama Alves Referido réu foi condenado somente às penas do seguinte

crime: - Em 01/07/2008, do delito previsto no artigo 339, do Código

Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal). DAS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS (artigo 59 do Código

Penal). Considerando que o acusado apenas participou do delito do dia 01/06/2008, como signatário da nota publicada na imprensa, e do delito do dia 01/07/2008, também como signatário da representação apresentada à Corregedoria do Ministério Público Federal, considero sua culpabilidade normal.

Em relação aos antecedentes, a FAC das folhas 535/545,

menciona que o réu cumpriu integralmente a pena de 6 meses de prestação de serviços a comunidade no ano de 1997, de modo que não configura reincidência, porém pode ser considerada essa condenação como mau antecedente. Não há elementos desabonatórios da conduta social do acusado, não podendo ser assim considerada a referida condenação criminal, já considerada no tópico anterior, sob pena de bis in idem.

Não há nada acerca da personalidade do agente que possa ser

desconsiderado em seu desfavor, pois ao contrário do primeiro condenado, apenas participou dos delitos como signatário de nota caluniosa e ofensiva e também como signatário de representação infundada.

Os motivos do crime, porém, são vis, pois de tudo que foi

apurado conclui-se que a tentativa de instaurar inquérito em face do procurador, mesmo sabendo da inocência deste (porque de nenhuma prova do que alegava dispunha o réu), decorreu apenas da “indignação” do ora condenado e seus pares pela notícia do ajuizamento, contra si, de ação de improbidade administrativa às vésperas de campanha eleitoral, prejudicando sua pretendida reeleição, o que é incompatível com a idoneidade que se busca dos representantes do povo num sistema democrático, devendo ser, assim, considerada negativamente.

As consequências dos crimes também devem ser consideradas

de forma negativa, uma vez que ensejou a necessidade de a vítima ter que se defender da representação perante a Corregedoria do Ministério Público Federal, sem que nenhum motivo houvesse para tanto, lançando ao menos dúvidas sobre a atuação do Procurador, até que fosse resolvida a questão.

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Sentença Tipo D1

Por fim, nada digno de nota quanto às circunstâncias, posto que já são consideradas pelo tipo penal, e também nada há a pontuar em relação ao comportamento da vítima, que não colaborou para os delitos.

Assim, havendo três circunstâncias desfavoráveis, fixo a pena

base, em relação ao fato praticado em 01/07/2008 – do delito previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal): 4 (quatro) anos e 3 (três) meses de reclusão;

DA EXISTÊNCIA DE AGRAVANTES OU ATENUANTES

(artigos 61 ao 67 do Código Penal). Não constato a ocorrência de circunstâncias agravantes ou atenuantes, razão pela qual mantenho as penas-base nos montantes antes fixados.

DA EXISTÊNCIA DE CAUSAS DE AUMENTO OU DE

DIMINUIÇÃO DE PENA. Tendo sido o fato de 01/07/2008 – delito previsto no artigo

339, do Código Penal – praticado na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal), fica a pena diminuída de dois terços, por ter a consumação sido evitada sem que tenha sido sequer cogitada a abertura do inquérito, ficando a pena definitiva em 1 (um) ano e 5 (cinco) meses de reclusão, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal).

Presentes os pressupostos arrolados no artigo 44 do Código

Penal, substituo as penas privativas de liberdade acima cominadas por duas penas restritivas de direitos, a serem estabelecidas pelo Juízo da execução penal.

DA PENA DE MULTA O delito do artigo 339, do Código Penal prevê, além da pena

privativa de liberdade, a pena cumulativa de multa. Assim, considerando as duas circunstâncias negativas do artigo 59, do Código Penal, e com fulcro no artigo 49, do mesmo Estatuto, fixo a pena base da multa para o delito no seguinte montante:

Em relação ao fato praticado em 01/07/2008 – do delito

previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal): 145 dias-multa;

Como não há informação nos autos acerca da situação

econômica do réu, fixo o dia-multa no mínimo legal, ou seja, 1/30 (um trigésimo do salário mínimo mensal vigente na data dos fatos.

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Sentença Tipo D1

3. DISPOSITIVO Ante o exposto, JULGO PARCIALMENTE procedente a

denúncia proposta pelo Ministério Público Federal, nos seguintes termos: 1) DECLARO EXTINTA a punibilidade do acusado

EDERVAL AZEREDO VENÂNCIO, com fulcro no artigo 107, inciso I, do Código Penal, c/c o artigo 62, do Código de Processo Penal;

2) DECLARO EXTINTA a punibilidade dos acusados

MARCOS VIEIRA BACELLAR e CARLA FLÁVIA RANGEL BARRETO em relação à imputação, em 04/06/2008, da prática do delito previsto no artigo 140, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, nos termos do artigo 107, inciso IV, do Código Penal c/c o artigo 61, do Código de Processo Penal, considerando a pena máxima abstratamente cominada para o delito;

3) DECLARO EXTINTA a punibilidade da acusada MARIA

DA PENHA OLIVEIRA MARTINS em relação à imputação, em 02/06/2008, da prática do delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, nos termos do artigos 107, inciso IV e 115, ambos do Código Penal c/c o artigo 61, do Código de Processo Penal, considerando a pena máxima abstratamente cominada para o delito;

4) ABSOLVO o acusado SEBASTIÃO CARLOS DE

FREITAS da imputação pela prática, em 30/05/2008, dos delitos previstos nos artigos 138 e 139 c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, nos termos do artigo 386, inciso III, do Código de processo Penal, por estar provado que o réu não concorreu para a infração penal.

5) ABSOLVO o acusado SEBASTIÃO CARLOS DE

FREITAS da imputação pela prática, em 01/06/2008, dos delitos previstos nos artigos 138 e 139 c/c o artigo 141, incisos II e III, parágrafo único, do Código Penal, nos termos do artigo 386, inciso III, do Código de processo Penal, por estar provado que o réu não concorreu para a infração penal.

6) ABSOLVO a acusada CARLA FLÁVIA RANGEL

BARRETO da imputação pela prática, em 01/06/2008, dos delitos previstos no artigo 138, c/c o artigo 141, incisos II e III, parágrafo único, do Código Penal, nos termos do artigo 386, inciso III, do Código de processo Penal, por estar provado que a ré não concorreu para a infração penal.

7) CONDENO o acusado MARCOS VIEIRA BACELLAR

pela prática dos seguintes delitos e às seguintes penas:

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7.1) pela prática, em 30/05/2008, do delito previsto no artigo

138 c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, à pena de 1 (um) ano e 8 (oito) meses de detenção, e do delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, à pena de 10 (dez) meses, de detenção, fixadas de forma unificada em 1 (um) ano, 11 (onze) meses e 10 (dez) dias, de detenção, conforme o artigo 70, do Código Penal, e 210 dias-multa, fixado o dia-multa em 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo vigente à data dos fatos;

7.2) pela prática em 01/06/2008, do delito previsto no artigo

138 c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, à pena de 1 (um) ano e 8 (oito) meses de detenção, e do delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, à pena de 10 (dez) meses, de detenção, fixadas de forma unificada em 1 (um) ano, 11 (onze) meses e 10 (dez) dias, de detenção, conforme o artigo 70, do Código Penal, e 210 dias-multa, fixado o dia-multa em 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo vigente à data dos fatos;

7.3) pela prática em 02/06/2008 do delito previsto no artigo

139, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, à pena de 10 (dez) meses, de detenção, e 180 dias-multa, fixado o dia-multa em 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo vigente à data dos fatos;

7.4) pela prática em 04/06/2008 do delito previsto no artigo

138, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, à pena de 1 (um) ano e 8 (oito) meses de detenção, e 180 dias-multa, fixado o dia-multa em 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo vigente à data dos fatos;

Em decorrência da aplicação do artigo 71, do Código Penal,

unifico as penas acima fixadas em 2 (dois) anos, 5 (cinco) meses e 5 dias de detenção, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal), e 262 dias-multa, fixado o dia-multa em 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo vigente à data dos fatos;

7.5) pela prática em 01/07/2008 do delito previsto no artigo

339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal), à pena de 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal), e 180 dias-multa fixado o dia-multa em 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo vigente à data dos fatos;

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Deixo de substituir as penas restritivas de liberdade acima cominadas por penas restritivas de direito por se tratar de condenação em tempo superior a quatro anos, considerada a soma das penas.

8) CONDENO o acusado DANTE PINTO LUCAS pela prática

dos seguintes delitos e às seguintes penas: 8.1) pela prática em 01/06/2008, do delito previsto no artigo

138 c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, à pena de 10 (dez) meses de detenção, e do delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, à pena de 6 (seis) meses e 29 (vinte e nove) dias, de detenção, fixadas de forma unificada em 11 (onze) meses e 20 (vinte) dias, de detenção, conforme o artigo 70, do Código Penal, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal), e 116 dias-multa, fixado o dia-multa em 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo vigente à data dos fatos

8.2) pela prática em 01/07/2008 do delito previsto no artigo

339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal), à pena de 1 (um) ano e 2 (dois) meses de reclusão, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal), e 100 dias-multa fixado o dia-multa em 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo vigente à data dos fatos;

Presentes os pressupostos arrolados no artigo 44 do Código

Penal, substituo as penas privativas de liberdade acima cominadas por duas penas restritivas de direitos, a serem estabelecidas pelo Juízo da execução penal.

9) CONDENO o acusado ALCIONES CORDEIRO BORGES

pela prática dos seguintes delitos e às seguintes penas: 9.1) pela prática em 01/06/2008, do delito previsto no artigo

138 c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, à pena de 10 (dez) meses de detenção, e do delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, à pena de 6 (seis) meses e 29 (vinte e nove) dias, de detenção, fixadas de forma unificada em 11 (onze) meses e 20 (vinte) dias, de detenção, conforme o artigo 70, do Código Penal, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal), e 116 dias-multa, fixado o dia-multa em 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo vigente à data dos fatos

9.2) pela prática em 01/07/2008 do delito previsto no artigo

339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código

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Penal), à pena de 1 (um) ano e 2 (dois) meses de reclusão, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal), e 100 dias-multa fixado o dia-multa em 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo vigente à data dos fatos;

Presentes os pressupostos arrolados no artigo 44 do Código

Penal, substituo as penas privativas de liberdade acima cominadas por duas penas restritivas de direitos, a serem estabelecidas pelo Juízo da execução penal.

10) CONDENO o acusado MARCOS ALEXANDRE DOS

SANTOS FERREIRA pela prática dos seguintes delitos e às seguintes penas:

10.1) pela prática em 01/06/2008, do delito previsto no artigo

138 c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, à pena de 10 (dez) meses de detenção, e do delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, à pena de 6 (seis) meses e 29 (vinte e nove) dias, de detenção, fixadas de forma unificada em 11 (onze) meses e 20 (vinte) dias, de detenção, conforme o artigo 70, do Código Penal, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal), e 116 dias-multa, fixado o dia-multa em 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo vigente à data dos fatos

10.2) pela prática em 01/07/2008 do delito previsto no artigo

339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal), à pena de 1 (um) ano e 2 (dois) meses de reclusão, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal), e 100 dias-multa fixado o dia-multa em 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo vigente à data dos fatos;

Presentes os pressupostos arrolados no artigo 44 do Código

Penal, substituo as penas privativas de liberdade acima cominadas por duas penas restritivas de direitos, a serem estabelecidas pelo Juízo da execução penal.

11) CONDENO o acusado ABDU NEME JORGE MAKLUF

NETO pela prática dos seguintes delitos e às seguintes penas: 11.1) pela prática em 01/06/2008, do delito previsto no artigo

138 c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, à pena de 10 (dez) meses de detenção, e do delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, à pena de 6 (seis) meses e 29 (vinte e nove) dias, de detenção, fixadas de forma unificada em 11 (onze) meses e 20

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Sentença Tipo D1

(vinte) dias, de detenção, conforme o artigo 70, do Código Penal, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal), e 116 dias-multa, fixado o dia-multa em 1/10 (um décimo) do salário mínimo vigente à data dos fatos

11.2) pela prática em 01/07/2008 do delito previsto no artigo

339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal), à pena de 1 (um) ano e 2 (dois) meses de reclusão, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal), e 100 dias-multa fixado o dia-multa em 1/10 (um décimo) do salário mínimo vigente à data dos fatos;

Presentes os pressupostos arrolados no artigo 44 do Código

Penal, substituo as penas privativas de liberdade acima cominadas por duas penas restritivas de direitos, a serem estabelecidas pelo Juízo da execução penal.

12) CONDENO o acusado GERALDO AUGUSTO PINTO

VENÂNCIO pela prática dos seguintes delitos e às seguintes penas: 12.1) pela prática em 01/06/2008, do delito previsto no artigo

138 c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, à pena de 10 (dez) meses de detenção, e do delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, à pena de 6 (seis) meses e 29 (vinte e nove) dias, de detenção, fixadas de forma unificada em 11 (onze) meses e 20 (vinte) dias, de detenção, conforme o artigo 70, do Código Penal, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal), e 116 dias-multa, fixado o dia-multa em 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo vigente à data dos fatos

12.2) pela prática em 01/07/2008 do delito previsto no artigo

339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal), à pena de 1 (um) ano e 2 (dois) meses de reclusão, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal), e 100 dias-multa fixado o dia-multa em 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo vigente à data dos fatos;

Presentes os pressupostos arrolados no artigo 44 do Código

Penal, substituo as penas privativas de liberdade acima cominadas por duas penas restritivas de direitos, a serem estabelecidas pelo Juízo da execução penal.

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Sentença Tipo D1

13) CONDENO a acusada MARIA DA PENHA DE OLIVEIRA MARTINS pela prática dos seguintes delitos e às seguintes penas:

13.1) pela prática em 01/06/2008, do delito previsto no artigo

138 c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, à pena de 8 (oito) meses e 9 (nove) dias, de detenção, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal), e 100 dias-multa, fixado o dia-multa em 1/10 (um décimo) do salário mínimo vigente à data dos fatos

13.2) pela prática em 01/07/2008 do delito previsto no artigo

339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal), à pena de 11 (onze) meses e 20 (vinte) dias de reclusão, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal), e 100 dias-multa, fixado o dia-multa em 1/10 (um décimo) do salário mínimo vigente à data dos fatos;

Presentes os pressupostos arrolados no artigo 44 do Código

Penal, substituo as penas privativas de liberdade acima cominadas por duas penas restritivas de direitos, a serem estabelecidas pelo Juízo da execução penal.

14) CONDENO o acusado OTÁVIO ANTÔNIO LEITE

CABRAL pela prática dos seguintes delitos e às seguintes penas: 14.1) pela prática em 01/06/2008, do delito previsto no artigo

138 c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, à pena de 10 (dez) meses de detenção, e do delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, à pena de 6 (seis) meses e 29 (vinte e nove) dias, de detenção, fixadas de forma unificada em 11 (onze) meses e 20 (vinte) dias, de detenção, conforme o artigo 70, do Código Penal, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal), e 116 dias-multa, fixado o dia-multa em 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo vigente à data dos fatos

14.2) pela prática em 01/07/2008 do delito previsto no artigo

339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal), à pena de 1 (um) ano e 2 (dois) meses de reclusão, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal), e 100 dias-multa fixado o dia-multa em 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo vigente à data dos fatos;

Presentes os pressupostos arrolados no artigo 44 do Código

Penal, substituo as penas privativas de liberdade acima cominadas por duas

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Sentença Tipo D1

penas restritivas de direitos, a serem estabelecidas pelo Juízo da execução penal.

15) CONDENO o acusado SADI FRANCISCO DA SILVA

pela prática dos seguintes delitos e às seguintes penas: 15.1) pela prática em 01/06/2008, do delito previsto no artigo

138 c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, à pena de 10 (dez) meses de detenção, e do delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, à pena de 6 (seis) meses e 29 (vinte e nove) dias, de detenção, fixadas de forma unificada em 11 (onze) meses e 20 (vinte) dias, de detenção, conforme o artigo 70, do Código Penal, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal), e 116 dias-multa, fixado o dia-multa em 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo vigente à data dos fatos

15.2) pela prática em 01/07/2008 do delito previsto no artigo

339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal), à pena de 1 (um) ano e 2 (dois) meses de reclusão, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal), e 100 dias-multa fixado o dia-multa em 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo vigente à data dos fatos;

Presentes os pressupostos arrolados no artigo 44 do Código

Penal, substituo as penas privativas de liberdade acima cominadas por duas penas restritivas de direitos, a serem estabelecidas pelo Juízo da execução penal.

16) CONDENO o acusado NILDO NUNES CARDOSO pela

prática pela prática em 01/06/2008, do delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, à pena de 10 (dez) meses de detenção, e do delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, à pena de 6 (seis) meses e 29 (vinte e nove) dias, de detenção, fixadas de forma unificada em 11 (onze) meses e 20 (vinte) dias, de detenção, conforme o artigo 70, do Código Penal, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal), e 116 dias-multa, fixado o dia-multa em 1/10 (um décimo) do salário mínimo vigente à data dos fatos.

Presentes os pressupostos arrolados no artigo 44 do Código

Penal, substituo as penas privativas de liberdade acima cominadas por uma pena restritiva de direito, a ser estabelecida pelo Juízo da execução penal.

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17) CONDENO o acusado ÁLVARO CESAR GOMES FARIA pela prática pela prática em 01/06/2008, do delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, à pena de 10 (dez) meses de detenção, e do delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, à pena de 6 (seis) meses e 29 (vinte e nove) dias, de detenção, fixadas de forma unificada em 11 (onze) meses e 20 (vinte) dias, de detenção, conforme o artigo 70, do Código Penal, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal), e 116 dias-multa, fixado o dia-multa em 1/10 (um décimo) do salário mínimo vigente à data dos fatos.

Presentes os pressupostos arrolados no artigo 44 do Código

Penal, substituo as penas privativas de liberdade acima cominadas por uma pena restritiva de direito, a ser estabelecida pelo Juízo da execução penal.

18) CONDENO o acusado AILTON DA SILVA TAVARES

pela prática pela prática em 01/06/2008, do delito previsto no artigo 138 c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, à pena de 10 (dez) meses de detenção, e do delito previsto no artigo 139, c/c o artigo 141, incisos II e III, do Código Penal, à pena de 6 (seis) meses e 29 (vinte e nove) dias, de detenção, fixadas de forma unificada em 11 (onze) meses e 20 (vinte) dias, de detenção, conforme o artigo 70, do Código Penal, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal), e 116 dias-multa, fixado o dia-multa em 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo vigente à data dos fatos.

Presentes os pressupostos arrolados no artigo 44 do Código

Penal, substituo as penas privativas de liberdade acima cominadas por uma pena restritiva de direito, a ser estabelecida pelo Juízo da execução penal.

19) CONDENO o acusado JORGE GAMA ALVES pela

prática em 01/07/2008 do delito previsto no artigo 339, do Código Penal, na forma tentada (artigo 14, inciso II, do Código Penal), à pena de 1 (um) ano e 5 (cinco) meses de reclusão, a ser cumprida no regime aberto (artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal), e 145 dias-multa fixado o dia-multa em 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo vigente à data dos fatos;

Presentes os pressupostos arrolados no artigo 44 do Código

Penal, substituo as penas privativas de liberdade acima cominadas por duas penas restritivas de direitos, a serem estabelecidas pelo Juízo da execução penal.

Concedo aos réus o direito de apelar em liberdade,

considerando que estão ausentes os pressupostos para a decretação da prisão

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Sentença Tipo D1

preventiva e, ainda, que a pena privativa de liberdade foi substituída por pena restritiva de direitos.

Condeno os demandados nas custas judiciais do processo, nos

termos do artigo 804 do Código de Processo Penal. Com o trânsito em julgado, lancem-se os nomes dos réus

condenados no rol dos culpados. Expeçam-se as comunicações necessárias, inclusive em relação

aos réus absolvidos. Por fim, com o trânsito em julgado para a acusação, voltem

os autos conclusos para análise da prescrição pela pena em concreto, em relação aos crimes para os quais foi cominada pena inferior a um ano, conforme determina o artigo 119, do Código Penal.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Campos dos Goytacazes/RJ, 6 de junho de 2013.

Assinado eletronicamente nos termos da Lei n.º 11.419/2006 GESSIEL PINHEIRO DE PAIVA JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO

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Assinado eletronicamente. Certificação digital pertencente a GESSIEL PINHEIRO DE PAIVA.Documento No: 37733325-37-0-45-89-73407 - consulta à autenticidade do documento através do site www.jfrj.jus.br/autenticidade