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Relatório de Técnicas Eletroanalíticas
Coulometria
Relatório elaborado pelas alunas: Mércia Cunha
Nayara Argolo
Railane Freitas
Ruth Oliveira
Turma: 8843 – G2
Salvador,
19 de novembro de 2012
2
SUMÁRIO
páginas
Introdução................................................................................................................ 3
Objetivos.................................................................................................................. 6
Materiais e reagentes................................................................................................ 7
Procedimento experimental....................................................................................... 8
Resultados e discussões............................................................................................ 9
Conclusão.................................................................................................................. 14
Referências bibliográficas......................................................................................... 15
3
INTRODUÇÃO
Os métodos coulométricos são realizados por meio da medida da quantidade de
carga elétrica requerida para converter uma amostra de um analito quantitativamente a
um diferente estado de oxidação. Os métodos coulométricos possuem a vantagem de
que a constante de proporcionalidade entre a quantidade medida e massa do analito tem
origem a partir de constantes físicas exatamente conhecidas, as quais podem eliminar a
necessidade de calibração com padrões químicos.
Determinação da Carga Elétrica
A carga elétrica é a base de outras grandezas elétricas – corrente, voltagem e
potência. A carga de um elétron (e próton) é definida como 1,0622 x 10-19 Coulombs. A
intensidade do fluxo de carga é igual a um Coulomb por segundo é definida como um
Ampère (A) de corrente. Portanto, um Coulomb pode ser considerado como a carga
transportada por uma corrente constante de um ampère por um segundo. A carga Q que
resulta de uma corrente constante de I ampère operada por t segundos é:
Q = It
O Faraday (F) é quantidade de carga que corresponde a um mol, ou 6,0622 x
1023 elétrons. Como cada elétron tem uma carga de 1,0622 x 10-19 C, o Faraday é igual a
96,485 C.
A lei de Faraday relaciona o número de mols do analito na com a carga
na = Q/ nf
Em que n é o número de mols de elétrons na semi-reação de interesse. Dessa
forma, podemos utilizar essas definições para calcular a massa de uma espécie química
que é formada em um eletrodo por uma corrente de grandeza conhecida.
Caracterização dos Métodos Coulométricos
Dois métodos foram desenvolvidos com base na medida da quantidade de carga:
coulometria a potencial controlado (potenciostático) e coulometria a corrente
controlada, normalmente denominada titulação coulométrica.
Requisitos para eficiência da corrente
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Um requisito fundamental em ambos os métodos coulométricos é que a
eficiência da corrente seja igual a 100%, ou seja, cada Faraday de eletricidade precisa
promover uma transformação química no equivalente a um mol de elétrons.
MÉTODOS POTENCIOSTÁTICOS
Na potenciometria de potencial controlado, o potencial do eletrodo de trabalho é
mantido em um nível constante de forma que apenas o analito seja responsável pela
condução de carga na interface eletrodo/solução. Então, a carga requerida para
converter o analito ao seu produto de reação é determinada registrando-se e integrando-
se a curva corrente versus tempo, durante a eletrólise.
Vantagem: A integração da corrente é simples.
Desvantagem: Em amostras complexas, o potencial de oxidação (ou redução) de
outras espécies podem ser atingidos, ocasionando erros.
Aplicação
O método encontrou utilidade no campo da energia nuclear nas determinações
relativamente livres de interferência de urânio e plutônio.
Os métodos coulométricos a potencial controlado têm sido empregados na
determinação de mais de 55 elementos em compostos inorgânicos.
O mercúrio é um cátodo popular; têm sido descritos métodos para a deposição
de mais de duas dúzias de metais nesse eletrodo.
A coulometria a potencial controlado também oferece possibilidades para as
determinações eletrolíticas (e sínteses) de compostos orgânicos. Neste caso, o
experimento começa com uma determinada corrente e finda com a mesma
corrente fluindo pela célula.
TITULAÇÕES COULOMÉTRICAS
As titulações coulométricas são realizadas com uma fonte de corrente constante,
algumas vezes chamada galvanostato, que percebe diminuição na corrente de uma
célula e responde por meio do aumento do potencial aplicado à célula até qu a corrente
seja reestabelecida ao seu valor inicial. Por causa dos efeitos de polarização de
concentração, a eficiência de 100% da corrente, em relação ao analito, pode ser mantida
apenas na presença de um grande excesso de um reagente auxiliar que seja oxidado ou
reduzido no eletrodo para formar um produto que reaja com o analito.
Comparação das titulações coulométricas com as titulações convencionais
5
A fonte de corrente constante da grandeza conhecida tem a mesma função da
solução padrão em um método volumétrico.
O cronômetro é a bureta e a chave é a torneira da bureta.
Em ambos os casos a reação deve ser rápida, completa e livre de reações
paralelas.
Vantagens: eliminação de problemas associados com a preparação, padronização
e armazenamento das soluções padrão.
Para uma pequena quantidade de amostra – diminuta quantidade de reagente
pode ser gerada de maneira fácil e exata. Enquanto que nas titulações
convencionais é difícil e normalmente pouco exato empregar soluções muito
diluídas e pequenos volumes.
Uma única fonte de corrente constante fornece reagentes para qualquer tipo de
titulação, seja ela de precipitação, formação de complexos, neutralização e
oxidação-redução.
Geralmente, os métodos de detecção dos pontos finais usados nos métodos de
titulação volumétricos são aplicáveis também às titulações coulométricas.
As titulações coulométricas são mais facilmente automatizadas, visto que é mais
fácil controlar a corrente elétrica que a vazão de um fluido.
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OBJETIVOS
Determinação do teor de água em amostras de biodiesel em diferentes condições
de armazenamento.
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MATERIAIS E REAGENTES
Materiais;
Equipamentos;
Vidrarias
QuantidadeAmostras e
solventesQuantidade
Karl Fischer 1 Biodiesel -
Béqueres 2 Metanol -
Seringa 1 - -
Balança analítica 1 - -
Tabela 1: Materiais, equipamentos, vidrarias e amostras utilizadas no experimento.
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PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Determinação de água pelo método de Karl Fisher
1. Ligou-se o equipamento;
2. Introduziu-se o solvente na célula até cobrir os eletrodos;
3. Eliminou-se a água contida;
4. Lavou-se a seringa com solvente (metanol);
5. Ambientou-se a seringa com a amostra de biodiesel;
6. Tarou-se a balança analítica com a seringa;
7. Pesou-se o conjunto da amostra mais a seringa e em seguida adicionou-se ao
aparelho 3 gotas da amostra;
8. Pesou-se novamente a seringa com a amostra e determinou-se a massa
depositada;
9. Digitou-se a massa no aparelho de Karl Fischer;
10. Comprimiu-se o botão “ENTER”.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
O método químico prático desenvolvido em laboratório para determinação de
umidade, conhecido como Karl Fischer, tem seu reagente constituído por uma mistura
de iodo, dióxido de enxofre e piridina em metanol, com este reagente podem ser
determinadas pequenas quantidades de água. Baseia-se numa reação onde o iodo é
reduzido pelo dióxido de enxofre, na presença da água, sendo que, quando toda água da
amostra é consumida, a reação termina, a água reage com este reagente num processo de
duas etapas, no qual uma molécula de iodo desaparece para cada molécula de água
presente. Como pode ser visto a seguir:
I2 + SO2 + 2 H2O → 2 HI + SO3
(reação complexa e não estequiométrica)
A reação é realizada em meio anidro, daí a presença do metanol, e para que a
reação se complete, é necessário deslocar o equilíbrio para a direita, neutralizando o
ácido formado. O excesso de metanol favorece a formação do radical sulfato de metil
alcalino, a falta dele no meio reacional poderia levar à uma reação paralela que
consumiria água também e introduziria erros na análise.
O procedimento do método se baseia numa titulação visual ou eletrométrico. A
titulação direta usualmente fornece a água total, ou seja, água livre mais a água de
hidratação. O volume de RKF (Reagente de Karl Fischer) gasto na titulação da amostra
é então utilizado nos cálculos do teor de umidade.
A detecção do ponto final dá-se tão logo um ligeiro excesso de iodo apareça no
vaso de titulação. Esse ligeiro excesso de iodo livre é detectado pelo eletrodo indicador
de fio duplo de Pt (assim como no KF volumétrico). De acordo com a Lei de Faraday, a
massa de substância liberada em um eletrodo é proporcional à quantidade de corrente
elétrica que circulou (intensidade da corrente x tempo que corrente circulou).
Conhecendo-se o valor da corrente aplicada ao eletrodo gerador, o tempo e a
estequiometria calcula-se a quantidade de água reagida com o iodo gerado, obtendo-se
então os resultados de quantidade de umidade, como esperado.
Tendo feita a escolha das amostras a serem analisadas foi realizada a
ambientação da seringa com metanol, visto que, caso fosse realizado com água, a
mesma iria interferir na análise, pois esta é o analito em questão, e em seguida com a
amostra de biodiesel designada. O controle da umidade do sistema é extremamente
10
importante, pois acima de 20 μg/min ele se torna incapaz de descontar a umidade
relativa do meio, impossibilitando a realização confiável das análises.
Após execução do experimento foram obtidos os seguintes resultados
apresentados na tabela abaixo:
AmostrasSobre a
amostra
Massa
da
amostra
(g)
Teor
de
água
(ppm)
Teor
de
água
(%)
Iodo
necessário
Umidade do
equipamento
Biodiesel
Armazenado
em geladeira /
Fabricado em
27/08/12
0,0713g771,4
ppm0,08%
55 μg 14 μg/min
Biodiesel
de Soja
(UFBA)
Armazenado
em tubo de
Falcom
transparente
(polipropileno)
/ Fabricado em
18/05/12
0,0452g1150,4
ppm0,12%
52 μg 15 μg/min
Tabela 1: Resultados da determinação de água da bancada 1 composta por: Mércia Cunha, Nayara
Argôlo, Railane Freitas e Ruth Oliveira.
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Amostras Sobre a amostra
Massa da
amostra
(g)
Teor de água
(ppm)Teor de água (%)
Biodiesel
de Soja
(UFBA)
Armazenado em
ambiente
refrigerado,
recipiente de
polipropileno com
tampa de polietileno
/ Fabricado em
27/08/12
0,0657g 675,8 ppm 0,07%
Biodiesel
de Soja
(UFBA)
Armazenado em
tubo âmbar de
polipropileno /
Fabricado em
18/05/12
0,0335g 1095,5 ppm 0,11%
Tabela 2: Resultados da determinação de água da bancada 2 composta por: Jean Nogueira, Jainara
Nascimento e Joana Pereira.
Amostras Sobre a amostra
Massa da
amostra
(g)
Teor de água
(ppm)Teor de água (%)
Biodiesel
Armazenado em
recipiente de
vidro, / Fabricado
em 18/05/12
0,0976g521,5 ppm 0,05%
Biodiesel
Armazenado em
recipiente de vidro /
Fabricado em
18/05/12
0,1567g 544,4 ppm 0,05%
Tabela 3: Resultados da determinação de água da bancada 3 composta por: Samantha Nascimento,
Nara Pitaga e Marcos Adriano.
Amostras Sobre a Massa da Teor de Teor de Iodo necessário
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amostraamostra
(g)água (ppm) água (%)
Biodiesel
de Soja
Fabricado
em 27/08/120,0709g 787,7 ppm 0,07% 52,3 μg
BiodieselFabricado
em 18/05/120,0423g 1323,9 ppm 0,13% 56,0 μg
Tabela 4: Resultados da determinação de água da bancada 4 composta por: Janaina Leal, José
Matheus e Letícia Nascimento.
OBS.: Devido o fato do reagente de Karl Fischer ser um poderoso dessecante, a
amostra e o reagente tiveram que ser protegidos contra a umidade atmosférica em todas
as determinações.
Na prática foram avaliadas amostras de Biodiesel a diferentes condições e
formas de armazenamento, no qual apesar da imiscibilidade da água pôde-se analisar
tais amostras, devido ao certo grau de higroscopicidade do Biodiesel, por isso a
necessidade de monitoramento do seu teor durante a estocagem. Os motivos que podem
esclarecer esta absorção de água podem ser a presença de mono e diglicerídeos, sobras
de alguma reação incompleta na produção, que podem agir com emulsificantes
permitindo assim a mistura da água ao produto, além da possibilidade de haver águas
residuais ao processamento ou resultantes de condensação no tanque de
armazenamento.
A presença de água no biodiesel é considerada uma problemática, pois tal promove a
hidrólise do biodiesel resultando em ácidos graxos livres, está associada também à
proliferação de micro-organismos, corrosão dos componentes vitais do sistema de
combustível, redução do calor de combustão do combustível resultando em menor
potência, além de, ao congelar, formar critais que fornecem locais para nucleação e
aceleraram a gelificação do combustível residual.
Comparando-se os resultados das bancadas, com relação à temperatura de
armazenamento, observou-se que em meio refrigerado, ou seja, sob menor temperatura,
mais baixo o teor de umidade no biodiesel, mediante que ambientes secos e frios são os
melhores para o armazenamento, o que é propiciado pela geladeira. Ao ser resfriado o
frasco contendo a amostra, por estar inicialmente numa temperatura maior que aquele
ambiente, acaba perdendo calor para o meio, assim em contato com uma temperatura
mais baixa ocorre perda vapor d'água que se condensa e congela ficando, portanto mais
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seco. Além de menor teor de umidade a baixa temperatura é importante no sentido de
conservação, já que ocorrerá diminuição da velocidade de deterioração e menor
possibilidade de desenvolvimento de microrganismos. Diante disso o melhor
armazenamento do biodiesel é em geladeira se comparado à temperatura ambiente,
devido a menor umidade encontrada.
Considerando-se a data de produção do biodiesel, observou-se que as amostras
mais novas são as que apresentam menor teor de umidade, o que é entendido mediante
ao poder higroscópico do biodiesel, logo quanto mais recente a produção, menor o teor
de água absorvida, com exceção da 3ª determinação, que apesar de ter sua amostra
fabricada há mais tempo apresentou uma umidade relativamente baixa se comparada
com os resultados de outras determinações.
O armazenamento adequado é a melhor maneira de se conservar a boa qualidade
das amostras em locais frios e secos. Diante disso deve-se evitar embalagens que
permitam trocas de vapor d'água com o ar atmosférico, o que resulta numa absorção de
umidade, dessa forma observou-se que recipientes de vidros permitem passagem de
menores quantidades de vapor d'água e assim menor absorção de água. Nos demais
materiais de plástico como o polietileno e poliéster observa-se um maior teor, pois a
pesar de resistentes a troca de vapor d‘água com a atmosfera ambiente, não existe a
impossibilidade de tais trocas gasosas.
A ANP estabelece que o valor máximo permitido em volume de água e
sedimentos presentes no biodiesel analisado, seja de no máximo de 0,50 %. (ANP,
2007), então considerando essa determinação da ANP é possível realizar a avaliação dos
biodieseis e afirmar que todas as amostras analisadas encontram-se dentro do valor
máximo de umidade permitido.
Um fato importante a ser considerado é que, caso aumentássemos a quantidade
de amostra depositada, não observaríamos diferença na quantidade de umidade presente
na amostra analisada e sim no seu tempo de análise, tendo como consequência a
alteração na quantidade de Iodo necessária para realizar a titulação, como é possível
notar na terceira determinação, ao qual uma mesma amostra foi analisada em duplicata,
depositando no equipamento duas massas diferentes e seus resultados apresentara-me
similares.
CONCLUSÃO
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O experimento realizado em laboratório possibilitou a determinação do teor de
água presente em diferentes amostras de biodiesel que se encontravam sobre distintas
formas de armazenamento e que foram fabricados em datas alternadas.
Determinar o teor de água presente no biodiesel é de suma importância para as
indústrias e para o ramo de pesquisas, já que a água pode provocar a degradação do
biodiesel produzido, inclusive por ação de micro-organismos, já que também é
biodegradável. É necessário então estabelecer pré-requisitos para a forma de
armazenamento e de fabricação do biodiesel com o intuito de diminuir a sua absorção
de água.
Tendo por esse motivo, o método de Karl Fischer, uma elevada importância
econômica e analítica se caracterizando por ser um método de rápida execução, acurado
e de grande confiabilidade aos seus resultados apresentados independente do estado de
agregação, tipo de amostra e presença de componentes voláteis.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
15
http://www.feagri.unicamp.br/ctea/manuais/analise_matbiologico.pdf http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422009000600044&script=sci_arttext
FIGUEREIDO E ALBUQUERQUE, M.C. Princípio de armazenamento de sementes. Ano desconhecido. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABCCwAF/armazenamento-sementes#comments
Sites acessados no período de 14 a 18 de novembro de 2012 .