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KATIA REGINA CARVALHO FREIRE
UNIDADE DIDÁTICA
FORMAÇÃO PEDAGÓGICA MEDIADA POR TECNOLOGIAS
JACAREZINHO – PR 2011
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Fonte: www.dominiopublico.com.br
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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:
PROFESSOR PDE: Katia Regina Carvalho Freire
ÁREA: Pedagogia
ÁREA PDE: Educação à Distância e Tecnologias Educacionais
PROFESSOR ORIENTADOR: Ms. Juliana Telles Faria Suzuki
IES VINCULADA: Universidade do Norte do Paraná/UENP CAMPUS de CORNÉLIO
PROCÓPIO
ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: Colégio Estadual Rui Barbosa - Ensino
Fundamental, Médio e Profissional
MUNICÍPIO: Jacarezinho
PÚBLICO OBJETO DA INTERVENÇÃO: Professores de Cursos Técnicos
TEMA DE ESTUDO DO PROFESSOR PDE:
Educação à Distância: Formação Pedagógica de “Professores Técnicos” dos Cursos
Profissionalizantes do Colégio Estadual Rui Barbosa.
TÍTULO:
Formação continuada mediada por tecnologias.
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APRESENTAÇÃO
Esta Unidade Didática faz parte das atividades do Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE, da Secretaria de Estado da Educação
do Paraná; e tem por objetivo subsidiar a implementação do Projeto de
Intervenção Pedagógica na Escola.
O tema “Formação Continuada Mediada por Tecnologias” além
de atual é um tema que nos remete a educação à distância, modalidade de
ensino que mais cresceu nos últimos anos. As possibilidades e recursos
tecnológicos advindos dessa modalidade estão a cada dia se popularizando e
ganhando espaço mesmo nas instituições presenciais. A implantação e
gerenciamento dos ambientes educacionais em plataformas virtuais já é uma
realidade em todo o Brasil.
Ao mesmo tempo em que observamos o crescimento desta
modalidade, também verificamos dificuldades dentro das instituições públicas em
implantar cursos de formação. Desta forma, se justifica a intervenção pedagógica e
a criação da Unidade Didática pelo fato de apresentar uma proposta de formação
dentro de uma plataforma virtual para uma instituição pública de ensino.
Durante observações realizadas com professores no Colégio
Estadual Rui Barbosa, percebi, que muitos professores não tiveram em sua
formação conhecimentos sobre o uso didático das ferramentas tecnológicas durante
suas aulas. Somando a isto, verifiquei também a dificuldade de muitos em retornar
aos bancos acadêmicos para sua formação continuada.
O século XXI exige da educação condições para alicerçar os ideais
de justiça, paz, solidariedade e liberdade e os professores precisam ensinar a
aprender. Para isto temos que quebrar os paradigmas da sala de aula convencional
e assumir funções diferenciadas, colaborando e ajudando os alunos na construção
de sua identidade e desenvolvendo habilidades que lhes permitam tornar cidadãos
atuantes na sociedade.
As políticas educacionais se modificam e precisamos
acompanhar e formar um professor com metodologias pedagógicas capazes de
transmitir conhecimentos repassados historicamente e utilizem da pesquisa
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educacional consistente e abrangente para que os alunos transformem suas vidas e
a sociedade onde se insere tornando-os cidadãos realizados. Através da educação à
distância nosso maior desafio é caminhar para um ensino de qualidade para que os
professores tenham interesse em organizar a aprendizagem com conexões abertas,
que se modificam com facilidade, criando divergências e convergências, quando
necessário para atender a demanda de trabalho.
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
lei 9394/96 de 20/12/1996, em seu artigo 39: “A educação profissional, integrada às
diferentes formas de educação, ao trabalho, à ciência e a tecnologia, conduz ao
permanente desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva.”
Desta forma, os professores devem estar preparados para as
incertezas conforme afirma Morin (2001, p. 16) “nas ciências físicas [...], nas ciências
da evolução biológica e nas ciências históricas”, e ser capazes de educar e ensinar
com os imprevistos e as incertezas que perpassam a educação dos nossos tempos.
Neste sentido, a formação continuada, por meio da educação à distância, torna-se
ferramenta essencial ajudando os professores em sua atuação.
1. A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES E O ENSINAR MEDIADAS POR
TECNOLOGIAS
Vivenciamos neste início de século um rápido avanço em relação a
produção e disseminação das tecnologias. Tanto em nossa vida pessoal, quanto
profissional as ferramentas tecnológicas estão presentes.
A mudança de paradigmas ocasionada pelo surgimento das
tecnologias imprimiu também mudanças no contexto das políticas públicas para o
uso das tecnologias. No Brasil, as políticas de inclusão das tecnologias iniciam-se
no final da década de 70. Neste momento, a educação estava centrada na
tendência tecnicista que tinha como foco o processo de aquisição de habilidades e
atitudes, conhecimentos específicos, úteis e necessários para que o indivíduo se
integre na máquina do sistema social global. A educação articulava-se com o
sistema produtivo. As tecnologias no processo educativo eram inseridas dentro de
uma abordagem sistêmica. Vamos fazer abaixo uma breve retrospectiva acerca
das políticas públicas voltadas para o uso das tecnologias.
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1979 Criação da SEI - Secretaria Especial de Informática – que inicia a proposta
de viabilização de recursos computacionais aos diversos setores da
sociedade.
1981 I Seminário Nacional de Informática na Educação na cidade de Brasília –
tem como alvo de preocupações as atividades de informática e criação de
projetos pilotos de caráter experimental para a utilização da informática.
1982 II Seminário Nacional de Informática Educativa na cidade de Salvador –
tem como alvo de preocupações a formação de professores.
1983 EDUCOM – Surge o projeto “Educação com Computadores” que constitui
a primeira ação oficial concreta de informatização das escolas. Este
projeto vai viabilizar a criação de projetos pilotos de pesquisa voltados
para a disseminação de computadores.
1987 Criação do projeto FORMAR voltado para a formação de professores e
projeto CIED voltado a implantação de centros de informática.
1988 Foi promulgada a Constituição Federal do Brasil que aponta em seu artigo
205 a obrigatoriedade de uma educação de qualidade.
1993 1º Plano Decenal de Educação para Todos – que abordava e incentivava a
criação de programas de educação à distância por meio do rádio, através
da Fundação Roquete Pinto.
1995 Criação do PROINFO, projeto que além de otimizar a distribuição de
laboratórios de informáticas nas escolas da rede básica, possibilitou a
criação de cursos de formação de professores através da formação dos
NTES (Núcleos de Tecnologia)
1996 LDB 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que em seu artigo
80 abre espaço para a modalidade de educação à distância.
1997 Lançamento dos PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais – voltados
tanto para o ensino fundamental, quanto ensino médio. Para o ensino
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fundamental, estes referenciais tratavam da tecnologia como ferramenta
que deveria ser aprendida pelos alunos, apenas de forma instrucional, ou
seja, saber utilizar os recursos. Já no ensino médio o tema tecnologias
passa a fazer parte da nomenclatura nas diversas áreas de ensino,
reforçando com isso a necessidade de que as ferramentas tecnológicas
devem ser trabalhadas juntamente com os conteúdos em cada área do
conhecimento.
2000 Plano Nacional de Educação – PNE – que traçou diagnóstico, diretrizes e
metas para a educação a distância e tecnologias educacionais.
2002 Primeiras ofertas de programas de educação na modalidade a distância.
2005 Decreto 5622 – que regulamenta o artigo 80 da LDB – Lei de Diretrizes e
Bases da Educação.
2006 Regulação, supervisão e avaliação da EAD
2007 Portaria 1 – avaliação de cursos de graduação em EAD
2007 Portaria 40 – Institui e-Mec na EAD
2009 Portaria 10 – trata da dispensa de avaliação in loco em EaD
2010 Discussões da CONAE acerca do diagnóstico, diretrizes e metas para a
educação a distância e tecnologias educacionais nos próximos 10 anos.
O quadro acima acerca do surgimento das políticas voltadas para o
uso das tecnologias nos mostra que as preocupações na década de 70 voltam-se
para a implementação dos recursos tecnológicos no processo educativo. Ainda
dentro da tendência tecnicista, acreditava-se que a inserção e apropriação dos
recursos tecnológicos trariam grandes benefícios à educação.
Já na década de 80 percebemos uma preocupação não apenas com
a inserção, mas com a formação de professores para o uso de tal tecnologia. Na
década de 90, com a chegada da internet no Brasil, houve a expansão das políticas
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que reforçam a importância do uso de tais ferramentas, e discussões acerca da
importância da formação docente e a importância da regulamentação da educação a
distância que começa a surgir. A partir de 2002, com a oferta da modalidade de
EAD, observamos uma política voltada para a regulamentação da mesma.
O surgimento e introdução das ferramentas tecnológicas no
processo educativo foram trazendo novas necessidades que geraram uma
mudança paradigmática também dentro das políticas públicas. Estes instrumentos
transformam o meio em que se inserem e também afetam as diversas dimensões
em que vivemos, a social, econômica, política, etc., gerando crises paradigmáticas.
Segundo Sancho (2006) a maioria dos programas voltados para
introdução das tecnologias no processo educativo centra seus esforços em dotas as
escolas de computadores e, no melhor dos casos, oferecer cursos de formação para
que os professores aprendam a utilizar os aplicativos. Contudo, na maioria das
vezes não consideram as necessidades das escolas e as limitações existentes nos
próprios currículos. Dessa forma, a introdução de tais recursos não promove formas
alternativas de ensinar e aprender, pelo contrário, apenas reforça estruturas pré
existentes do conteúdo, do currículo e das relações de poder.
Conforme diz Tardif (2010) “a escola tem por missão preparar
melhor os futuros cidadãos para os desafios do terceiro milênio”, portanto enquanto
professores temos que nos aprimorar e utilizar as tecnologias, dominando
ferramentas existentes para levar o aluno a não apenas utilizar os recursos
tecnológicos, mas transformar e construir por meio das tecnologias.
Sabe-se que em nossas salas de aulas encontramos alguns alunos
que já possuem seu computador portátil, e outros alunos que só os utilizam no
laboratório de informática na escola, e nós professores como mediadores entre os
saberes construídos, temos que ser responsáveis e compreender as necessidades
do alunado, favorecendo a criação de atividades que privilegiam a aprendizagem
colaborativa e a evolução do conhecimento.
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QUESTÕES PARA REFLEXÃO
1. Que interferências têm a tecnologia sobre o nosso cotidiano? É possível vivermos
sem a mediação tecnológica? Como nós professores podemos mediar o processo
ensino- aprendizagem? Discuta com os colegas e registre suas conclusões.
2. Gilberto Gil em sua música “Pela Internet” (1996), mostra as possibilidades no
uso das tecnologias de comunicação e informação na vida de um cidadão. Leia o
trecho abaixo:
Criar meu web site
Fazer minha home-page
Com quantos gigabytes
Se faz uma jangada
Um barco que veleje
Que veleje nesse informar
Que aproveite a vazante da informaré [...]
Que leve meu e-mail até Calcutá
Depois de um hot-link
Num site de Helsinque
Para abstecer [...]
Eu quero entrar na rede
Promover um debate
Juntar via Internet
Um grupo de tietes de Connecticut [...]
Partindo desse trecho, reflita: os avanços tecnológicos melhoraram ou não o
cotidiano das pessoas na sociedade? Faça um paralelo apontando os pontos
positivos e negativos que você encontra na relação da sociedade com as
tecnologias?
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3. De acordo com a Sociedade da Informação no Brasil, qual é o propósito do uso
das tecnologias na educação? Que ações individuais e coletivas ajudará na
concretização do uso das tecnologias em nosso processo de ensino?
4. Analisando a charge, que observações podemos fazer do papel do professor
frente aos novos paradigmas?
Fonte: Revista Pátio. Artmed.Ano XI novembro/janeiro2008
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DICAS COMPLEMENTARES
1. FILME: A Voz do Coração Direção: Christophe Barratier. França, 2004. Após assistir ao Filme: “A Voz do Coração” que relata a história de um orfanato,
aponte possíveis formas de superação do fracasso escolar numa perspectiva
humanizadora e emancipatória.
2. TEXTO: Ensino e Aprendizagem inovadores com Tecnologias.
Autor: José Manoel Moran
Disponível em: http://www.eca.usp.br
3. VÍDEO: Quem mexeu no meu queijo a ousadia de mudar na hora certa.
Disponível em: http:// www.youtube.com
Após assistir o filme, faça um paralelo entre a situação enfrentada pelos ratinhos do
filme e a situação dos professores diante das novas tecnologias.
REFERÊNCIAS:
BRASIL. Constituição (1998). Constituição da República Federativa do Brasil.
Organização de Alexandre de Moraes. 16 edição. São Paulo: Editora Atlas ,2000.
BRASIL. L.D.B. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
BARBOSA, R. M. (Org). Ambientes Virtuais de Aprendizagem.Porto Alegre:
Editora Artmed, 2005.
BEHAR, P. A. (Org). Modelos Pedagógicos em Educação a Distância. Porto
Alegre: Editora Artmed, 2009.
DEMO, P. Educação Hoje: “novas” tecnologias, pressões e oportunidades. São
Paulo: Editora Atlas, 2009.
DIAS, R.A. e LEITE,L.S. Educação a Distância. Rio de Janeiro: Editora Vozes,
2010.
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FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Editora Paz e Terra, 2009.
FREIRE, P. Educação e Mudança. 20 edição. Rio de Janeiro: Editora Paz e
Terra,1979.
GAUTHIER, C. TARDIF, M. (ORG). A pedagogia: teorias e práticas da
Antiguidade aos nossos dias. Tradução de Lucy Magalhães. Editora Vozes, Rio
de Janeiro. 2010.
GIL, Gilberto. Pela Internet. Disponível em: <http://wwwletras.terra. com.br>.
Acesso em: 15/07/2011
KENSKI, V. M. Tecnologias e Ensino Presencial e a Distância. 8 edição. São
Paulo: Editora Papirus, 2003.
KENSKI, V. M. Educação e Tecnologias: o novo ritmo da informação. 6 edição.
São Paulo: Editora Papirus, 2007.
MORAN, José Manoel. Ensino e Aprendizagem inovadores com Tecnologias.
Disponível em: http://www.eca.usp.br> Acesso em 16/07/2011
MORAN, J. M., MASETTO, M. T. e BEHRENS, M.A. Novas Tecnologias e
mediação Pedagógica. 17 edição. São Paulo: Editora Papirus, 2000.
MORIN, E. Os sete saberes necessários à Educação do Futuro. São Paulo:
Editora Cortez, 2001.
QUADROS, M.B. Monografias, Dissertações & Cia: Caminhos metodológicos e
normativos. 2 edição. Curitiba: Tecnodata Educacional, 2009.
SAVIANI, D. A Pedagogia no Brasil. São Paulo: Editora Autores Associados. 2008.
SUZUKI, J.T. F. (Org). TCC: Elaboração e Redação.Londrina: Redacional Livraria,
2009.
TARDIF, M. Saberes Docentes e Formação Profissional. 9 edição. Rio de Janeiro:
Editora Vozes, 2008.
TORI, R. Educação sem distância: as tecnologias interativas na redução de
distâncias em ensino e aprendizagem. São Paulo: Editora Senac, 2010.
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VASCONCELLOS, C. S. Resgate do Professor como sujeito de transformação. 6
edição. São Paulo: Libertad,1998.