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En1ç.\o SKMA!{ . .\L oo tORN, u. O Secu lo N.• 117 tr<>SOA, 18 DE MAIO DE 1<)08 OIRECTOR ; earlOS malbdro Dias - Propriednclo de ], ], da $UOA 6raça - OIRECTOR ARTISTICO: frAn<l lto t'.11.ttlfl 1 &HDA.Cçlo, 0l'FIClN4S D& CO.NPOStçXo lt IMPR.Rsslo - Rva Fo,.mo.11, 48 Capa: O SR. CONDt.: OE S. PROCl.AMANDO O NOVO REI 1-tlidJ de Be>tolü/J 'i'1 Toxto: QUEM O REI Oli. l>ORTL!GAL, 14 iflustr. li) OS NOVOS SOÇIOS DA ACADEMIA, S illuStf". • EXPÕSIÇÂO 00 RIO DE JANEIRO: DE COLAÇO. 1 iUuo;tr •• BELLAS ARTE$, 3 illustr, @: A ACCLA'tAÇÃO OE El·Rl:I o. MANUEL, 14 tnu\tr .• VIANNA DA MOTTA E\1 BERLIM. 10 lltustr •• ICONOGRAPHLA"OO ATTEN· TADO. 11 illustr. (i A Gl!EilRA DA u illustr.@ PEPITA. SEVILL.A, • tllu.!.tr. ri; @ @,f'a> @

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En1ç.\o SKMA!{ . .\L oo tORN,u. O Secu lo N.• 117 tr<>SOA, 18 DE MAIO DE 1<)08

Dlu~tracáoPortuqueza OIRECTOR ; earlOS malbdro Dias - Propriednclo de ], ], da $UOA 6raça - OIRECTOR ARTISTICO: frAn<llto t'.11.ttlfl

~~~=-~7-~~0·~r.::~rs 1 ~:~::·~:·:~~~;~s??~:~~~~1·~;.;:~:i=:~-=;~~:~;:; &HDA.Cçlo, ADMl~IST&ACi.O • 0l'FIClN4S D& CO.NPOStçXo lt IMPR.Rsslo - Rva Fo,.mo.11, 48

1 ~ummario j Capa: O SR. CONDt.: OE S. LOURJ:N<~O PROCl.AMANDO O NOVO REI 1-tlidJ de Be>tolü/J 'i'1 Toxto: QUEM ~ O REI Oli. l>ORTL!GAL, 14 iflustr. li) OS NOVOS SOÇIOS DA ACADEMIA, S illuStf". • EXPÕSIÇÂO 00 RIO DE JANEIRO: PARTIO~ DE JO~J; COLAÇO. 1 iUuo;tr •• BELLAS ARTE$, 3 illustr, @: A ACCLA'tAÇÃO OE El·Rl:I o. MANUEL, 14 tnu\tr .• VIANNA DA MOTTA E\1 BERLIM. 10 lltustr •• ICONOGRAPHLA"OO ATTEN· TADO. 11 illustr. (i A Gl!EilRA DA fir!~t.. u illustr.@ PEPITA. SEVILL.A, • tllu.!.tr. ri; @ @,f'a> @ •

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l

Embora ten­do a:-.4l.Cnt.ado praça, como aspirante de marinha. a s de junho de l\}t)4, ~; em 1901 o cspe­c 1 a tismo do curso naval, correspondcn. te aos vrcp3ra­tocios da Esco­la Polytechni­ca, veiu alterar o primitivo programma educativo. ela­borauo pelo preceptor Kc­rausch. e orien• tado no seoti· do de um ba· charelato de lettras. O es­·iuuo da histo­ria. das littc-

1, ra.turas e das •1inguas tomava a Jnaior parte da profusa Jcc-

cionaçào a que um regime o se\'cro sub­mettera desde os doze annos o I n· (ante.

Era assim n'\1m mundo fulg-u1ante de hcroes e div-.n­dades, na intimida· de dos varões illus­tres de Plutarcho e dos protagonistas lcgeodarios e sobre­bumanos da Illiada e da Eneida. da Canção de Ro­lando e do Amadis de Gaula, que o seu cspiri· to vivia, assistindo á pas­sagctn cyclnramica das ci­vilisaçõeo, á rundaç~o e • queda dos imperioa •.• ~os seus sonhos passavam agora as sombras dos do­ze Cesares, os senadores envoltos nas suas togu, os consulcs nos seu, cavai­los de guerra, invadindo a Lusitania á (rente das cohortes, entre o esvoaçar de labaros e clamyde~, o scintilla.r de gladiofJ e das

loricas; .ogo Carlos ~lagno -o pae do 11111náô-e os cavalleiros da TavolaRedon. da, Roldão agonisando em RoncesvaJles ; depois as pro­cisst.cs gu e r .. reiras dos cru -zados, de pen-dl~s ao '·ento, entre florestas de lanças e plumas de ca­pacetes, o tri· nido dos cor-ceis e a litania <los p$almos, conduzidas por Pedro o Eremita, Go-d ofre do de Bouillon, S. Bernardo, &­n ií a cio de Monfcrrato, 1-'rederico Bar­barroxa e S. Luiz ... E n'es­se beHicoso tu­multo medie-1 val, o pequeno ln· fante via o nascer ro­busto das dynutias, cuja seiva heroica ainda no seu s.an· gue marulhava: Hu­go Capeto, conde de Orlean•. fundan­do a casa de .Fran­ça; Humberto 914,._ ça.a110-o das bran­cas maos-fundando a casa de Sabo,·a;

~ D. Aflonso Henriques, éom ,'J duescis annos, fundando o Y reino de Ponugal. Quanto

perturbadora devia ... cr pa­ra a imaginac;J.o meridional e meditativa do pequeno estudante de Historia essa tempestade heroica, que

.. passava nos livros com o tropel das hostes de guer­ra, o cSl!"Ondear das bata­lhas, o sibillo dos dardos, o trapejar dos estendartes, e de onde emergiam os vultos coroado~ dos ante­passados. n'uma fulgura .. ç.ão de i'orça e de gloria !

Antes de conhecer o pah:

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e nas estan .. cias dos LN .. :iadasque o collegial. rc· cluso nas

Necessidades, o entreviu. E que admira que a s\la alma imprcuio .. navel se agitas~ ante o especta­culo emocionante d.s navegaçloes e das conquistas, diante da> pcrs~· Clivas grandio ... a.; d'e$Sa patria on­de pareciam re­nascer 08 Alcxan­dres e os Ce5ares e cujas bandeiras ftuctuavam nos cinco continentes, sobre os mirantes de Feo e os ba· luartes de Co· chim, nos céos radiosos da .Am°" rica e nos morma­ç os calidos da

.SS. 4A, o P,-11ttlf>I' Re•I # o IH/a,,fe D. iJf(JNud, 1omponltodoJ do 11·. t•iuonde da Asseca

soJ11ndo o poss.eio depois das li(lks

(CLICHt A, MOVA.RI)

lndia • •• .Ris osítu­

ctos e a.s li­ções do hu· roanismo, com que se alimentou a juventudedc D. Manuel. Apenas se um proícssor de ma· thematica vem <li>trahil-o h vc· z.es d'ess.e labor imaginativo, em que quatro pro­fessores de littc­ratura e historia - Kcrausch · Jit· tcraturas claMicu e allcma e histo­ria univcrul; pa­dre Fiadeiro: his· toria e litteratura portugutias ; AJ. frc:fo King: lin· gua e littcratura inglezas; Bocyé: lingua e litteratu­ra francczas­mantecm o seu espirito enleado na g loria e na bclleza, vivendo

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genios . .E' o hu­

manismo, assim excr­ci1ado, a educaçao

mais adequada a um priocipe do .eculo XX? Nlo DOI deteremos a debater este pro­blema escolasti .. co, mas n:to nos furtaremos a sa­lientar quanto o humanismo con­~>ncu para for­mar os caracteres e desenvolver a c loqucncia dos homens inflcxi· veis e e.rudltos iue. no fim do ;cculo XVIII, fundaram a Repu· blica e a$ institui· çõcs parlamenta­res da fraoça. O partido da Giron­da distinguia·sc .No ncr-~110 ti' FJ-Rn D. C•,./01 d• s11a 111/r.,o

"'41""- • PonJ (1906)

'Ct.ICtttl A. NOVAUI)

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mosa phm· se_, que pare­ce um grito proph ctico de Cassan· dra: •Dts­gra(adosd'a· qtttlftJ l/IU pnr.:«aM as YtttJ/llf~S.

dLSgra, aáos â'"-91allu ""' as /o­zn11.'• Robe!tpier­re tem como pri­meiro traslado de escripta uma grammatica lati­oa. Em 1;75, to­dos os colle,iae, que deviam ruo· dar, d'ahi a an· nos. a tribuna política da Fran· ça, tomavam co­mo veridicos dis­cursos u presti· giosas ntasories que Tito Livio auribue a Vale· rio Publicola e a Cincinnato ..• Como D. Pedro V -ainda um hu­manistat-André

A1/Jlclo rnal do ""ª''º do /t1j4nJ, D. JfaNJt4/ NO j>OÇO

dai N#f,U{dod#S (Ct.ICHf O& •KNOLICL)

D. ltfaNtt,/ n'um l{ally·paper t'm Ci11lro

CCLl{'lll\ A. SOVAEll)

tremcava de vocabu-los gregos a~ suas no-tas mais in· limas. Ca· millo Dcs- (, moulias lia \l no original 3"1 obras de Aris­tophanes e de Xtnophonte. l'oi em grande parte o huma· nismo, ministra· do a.,.. gera· çào prcde5tina­da pelos padre• oratoTianos cpc· los jcsuitu, que preparou e de.,. envolveu, pela salutar emula· ç~o do passado, o cspirito gcu~ roso das rcíor· mas sociaes e políticas, iode· p e ndentcmente da medonha e sanguinosa car· oiticina com que os desvairados

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(CLICHÉ bR AkNAt.DO POl'ISBCA)

apostolc,s da Revoluç!lo macularam os altares da potismo, que ha vinte annos retem e immobilisa Liberdade. na$ suas ma.os avaras o impulso evolutivo do pro·

Pode discordar-se da orientaÇão dada aos pri- gresso . O humanismo é, sem duvida, a grande, meiros estudos de D. Ma1\uel, accusando-a de ex- a exemplar escola dos reis democraticos. Seria es-cessivamente humanista. Mas nioguem poderá con- teril reatar a longa controversia que atravessou dois tC$tar que o humanismo singularmente radica no seculos, como then;a predilecto dos moralistas, e caracter o culto apaixonado da belleza moral e das em que apaixonadamente se debateu a educaçào virtudes civicas. Esse cxce$$0 de humaoismo pro- dos Principes. Mas alguma sciencia a mais ou a videnciaJmente preparou o Infante para as even- menos em nada modifica os rudimentos moraes tualidades de uma realeza imprevista, deatinada a do homem. defrontar-se com uma reacçno democratica, mara· «Pa.ra além dos P>'1'':-neos, so t1J1Ja casa retti, â

vilhosamente disciplinada e nascida dos erros con.. toJa d' Or!é11ns, ao findar o secu/q ,,,'(V/111 edueavâ tumaies de uma os seus principe.s politica corrompi- e o'" 'ilert.Uukiro da pelo cacicismo ""'P"""r""----=="--'""'V(.!,~"""'""'._..=:,..,~""'="--~~ amor pelo cara­eleitoral e pelo ne· ele,. e pela ·inteliL-

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r=~a~

! \

gencia•. 1 Foi uma prinecia d' e'~' casa, :t Rai· nha D. Amelia, quem 1uperintcndeu e inter·

• Eç.a de Quciroi - N'um 1rt:go puNlc•Jo m1. Rr 11i.sta MDd-trna de 15 de Janeiro de tt.Qt, dtdtc.tdO ' Rainha.

~--·-··

( CLICUÉ P'l!:L- JtEt D. CAtL05)

veiu na educação dos seus filhos. Se clla n~o poude fazer, aos dezoito annos, de D. Ma· nuel 1 um sabio, para ornamento de acade­mias, soube crear uma alma forte e uma cons· ciencia recta, com esse culto da dignidade

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humana, que b a primeira qualidade de um rei. Tendo de submttter-se ás tradições da Casa Real Portugueza, que mandam cduc2t os l?rincipes no Paço, ella nao podia repetir junto de seu esposo as diligencias a que seu avô, o rei L.uiz J.'iHppe, ent:'lo ainda simples duoue d' Orléans, não se poupou junto de

Luiz XVIIf para obter o consentimento de fazer seguir aos seus fi lhos os cursos publicos de um collegio.

Luiz XVIII, depois de dissertar contra a educaçao universitaria, insistiu sobre o espí­rito irreHgioso dos collegios, lembrou o exem­plo do p1 incipe de Condé, cuja educação,

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/\"''"' ;,.,,,,,,, •• u , ''*"" J'lwuir,,-01>•;•. ""' tao N>• ftll 01 So/t'r•NOI jtrW.,·11w S~•ftr' CO#o

t/1 D. MoNwd l "' D. Ltttz Fili/>f", o "'ª d1>s 01 1rs. UJNdn d, Fr~wnr6 e uru fi.llun.

entretanto, se fizera n'uma universidade aristo­cratica, e acabou por dc~ignar a !'ronde como

,..,, S. hlirt1 do Swl (h~9~t)

dofru'NU•'"'' tt.sk9iw•b • 1r•pl.at11dt •lutttos• 01 1Ntl drr•utonos, p/(flf,·U. •lttm ti• R•••••· _... l'n'f<tJ"I. Jr.• D . f=obd Sald4rtl110 tio Co•'41, {C:Ltt:ttt. oo .uuooa .u1L10 "gcco)

fructo;politico das educações fm commum. - cSirc, respondeu o duque J'Orléan1, vejo

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Porto, entre as explosões das grana· 1asc o estrallejar da fuzilaria, D. Pe·

dro IV se batia por D. Maria da Gloria - o minucioso desenvolvimento d'esse projecto que t:to grato lhe era e com

cujos beneficios tanto contava o seu espe· !)li rançado coração. D. Manuel cursaria a &s­m cota Naval como qualquer alumno despro.. ~ vido de privilcgios. Nas aulas, seria um

i simples aspirante de marinha como os seus camaradas. Esses novos amigos, que o des· tino ia deparar-lhe-futuros companheiros de bordo, futuros irmãos de armas-n!'to

X eram já seleccionados, como os amigos de ~ infancia, entre as famílias da côrte. Antes Ri.._ «" _ , os reunia o acaso; e bem ~ podia acontecer que o filho

dos Reis viesse a ter por

amigo e cam.arada o filho~~~, de um 1acobmo .. •

Ma.semquantoessa hora não chegava, cm que os Reis pudeJSem man-dar o seu filho á escola, como os seus subditosi lJJ -ionovaçao que marcaria uma era na historia Y.~/ da Casa Real Portugueza- a vida do Infante, como a tlo Príncipe Real, na.o era de feiçao a ~ despertar inveja ao m.tis laborioso estudante de ~ Portugal. ~X

Totalmente sequestrados á c:cistencia da c8r· te, os Principes tinharn no paço dOS Reis um segundo paço pri \'ativo, situado no rcz-do-ch:lo ~ das Necessidades. Apenas em Cintra comiam ~ á meza real, porque o horario das aulas Jhes ~ permittía essa regalia excepcional. (í), De pé á• 6 da manha - hora a que :1! apenas se levantam em Lisboa os ~

operarios e os filhos dos reis - só âs 7 da tarde fechavam definiti\'a. mente os livros para o jantar, que se ser­via, como o almoço, na sala do rez .. do­cMto, e a que raras vezes assistiam, com o preceptor Kerausch, os dignitarios ao serviço dos Principes: os srs. coronel An­~onio Costa, preceptor militar; visconde da Asseca, camarista; marquez d0 Lavradio

~ ~/

e visconde da Asseca (Salvador), officiacs r,J ás ordens. ~l

O dia de trabalho do Infante D. Ma- ~ nuel era. a esse tempo, por esta fórma ri-gorosa distribuido: rt}

Le:,anlar- A'~ 6 horas. ~ Estudo-Das 7 ás 8 e meia. ~ Licoes-Das 9 âs 12 . A /moço e re&reio - Das

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t 2 á uma e cres quartos. Li{oes-Da uma e tres

quartos ás 3. Passeio ou equiia(tlo-Das 3 ás 5 e meia. Liçt)e.r ou e.sh1do (excepto ás quintas-feiras, em

que o trabalho terminava ãs 3 horas)-Das 5 e meia ds i.

Depois da Paschoa, até ao fim de julho, este horario laborioso soffria uma pequena altcraçào. As lições prolongavam-se da uma e tres quartos ás .f. e meia - hora a que o Infante saia de car­ruagem ou montava a cavallo.

Damos a seguir o programma das aulas, em conformidade com este horario, no decurso de uma semana, quando já começára a preparaç:to

para a Escola Naval: SeguNda-jârn - Gymnastica e es­

grima, das o âs 10; allemào, historia

Os Reis JV'este rrupo lfrtJdo "'" Cinlt'o., per

de Jnrlol~r1·a, ~,,, abril de 1905, 911e deve-m oo acttJ() () /J116no 91u h()i<

de Porlukal, o Prin~ipe Ch1·i.s#ano (CLICHRS DR

universal e geographia, das 10 e um quarto ás t z; desenho, da uma e tres quartos ás s; francez, das se meia ás i. Terra-feira- Historia natural, das 9 ~s

~j 10 e meia j mathematica, das 10 e tres

tX\) quartos 4s t z; physica e chimica, da uma

e tres quartos ás 3; mathernatica, das 5 e

1 meia ás i; musica1 das 8 e meia ás 10.

. Quarta-/âra-I.nglez • . das 9 ás 10 e meia; hueratura portuguez.a, das 10 e tres quar­tos ás 12; historia portugueza, da uma e u·es quart.os ás 3: equitaçao, das 3 ás 5;

~ mathemattca, das 5 e meia ás 7. l-i. Qm:nla-fdra-Allemào. e .. 1stona, das Q ás Jo e meia; ma­thematica, das 10 e ttes quartos ás t 2; portuguez, da uma e tres quartos ás J.

do ac.aso occasflJ<> da trinda a Lisboa da Rohlho. Vü,,,.i·U iunloç dois priucffns occ11pam: o fnfa1'/1 D. ,}(anu .. t, ltf'{j'e Rei da Dinamarca, hn;e .Reida No-ru~ra A • ...-ovA6S)

de l<)O_::, hav;am succedido os exa­mes de ~ de junho de H)05, de <) de ju­nho de l<JOÓ -a que assistiu a princeza l .. uiza d 10tléans, hoje lníanta de Hespanha, - e finalmente o exame de 10 de junho de 190i, que marca o termiou<ç da orientação humanista do ensino e 3 que assistiram a Fa­milia Real acompaohada da côrte, o presi­dente do conselho, os ministros da guerra e da marinha. o director geral e o presidente do Conselho Superior de lnstrucçãO Publica, os directoresdoCursoSuperiorde Lettras, da Escola do Exercito, da Escola Naval, do Y;J Collegio Militar, dos tres ly - ~

ceus de Lisboa, da Escola Acade- . ~ mica e do Collegio dcCamr><>lide. ~

e. }CALHEtRo DIAs.

(Co1tlinúa).

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,'\'aJU# 1to FMJitdilo IM Nasuu #• S. PçrJro •. '" no~IH-od1186J. do SMI. •• B'ir• Alia J>1rwlordoOiarlol.leNo-,., .JO t111••/uHü1~. U<tas. BulMnl ~- "'' F••UiO••"'*" ,.,611~0. r~llO, $ocio do huft- Pt>e/11, So<UI t/(I /""IÍIW• Jt.IO tle CoiMbra, da to de C1t1#flu··•· Auoerorao "41 Adwr•· 11 J:! ,.~r1:ia~.ssociari"' dus

1 •

Otu.s:-Oa fOr••ÇjO Oaa•": - l,.adainh:a -4.a na.Qonalid.ade portu· Eiradas - Auto do ti• 1i.wu-Oiscurso t• hon· d'> dia-Alt•W. de Tris· r• de Luir de C.môe',,.- te..">-Cantiiu - Raii-

~~~:~~s êo:i~~'ÊI~~; ~::~bo"ra~~'T~~;;c~:: d; M-.torlc() do imptrador Sa.m Frei Cill-0 pinhei · du Uraxil o. Pedro li - ro exi•ado. 4Cflmpo dt F&óres• por J-o 10 de Deus, euae a.a

~~,~~'!:ag~::~~~n~ ~ lh(na-0 Livro de MtJ>­rntr La presse ptriOdl· \IUt en Ponuital-Ver~os.

Nau"' NN T,.0101. o 1q de M••O de 18;6. ol/,dico •fl•l•r, C~•u"ssarí.t;t!o (.,"..,.,.,.,.j""'º"º ,.,..,,.. O, Morill li, ,,tfud-ro do Co,.sdAo "' A'ü Dr11111atic11, Soc1odo '"'*' l1/u1t1de Coiml>t-a, AHli· f'O /)eJ>uladq, AN/f1, Dro· ._.1"rro e Rotn.,ut.sta.

ÔlllA~:-Nada-0 QUC ~ornu de Amur-P1nlO· re~ o Pi)etas de ~llha­•olles-Vfrhuo Traglco­A severa- SerAo 1lU 1 a­rangetras - Cruclhca~los -Cef• dos Cudeaes­o. Ctltrlo de F11i:utir6• -Rosas de- todo Anno­Mater Dolorosa-O Rou-11:1noa das Saud.aOr'I. e • Severa (romance) - Rei L.ear e Caminheiro ttra· ducçAo).

Noun1 ,,,, 9 d' 0101 IO d, 18t1 • .tft1_jo1" d, ~n.A•rf•. Or~úliu· ,._

ÚDkAS:· -Oltos de Je;. sus-Historla do Mtn6s· Ademdi~ S•C•d, rti d.a Etbiopta-Noti«: sur &e M.qsph A<'loottat-VIUO­rias de A•d.a Siou, r•1 da Etblopla-A peça de Diu - Chronlc..a de Su· senyoa, rei da EthfO• pia- Vida do Abba Sa· muel do mosteiro de Ka· lamoo - Vida do Abba Os.nlel do •vsteiro de Scet~DH feitos de O. Cbristova• da Gama.

Noue1' no Po,.lo, • fJ ti' A10110 tü l·~]j. J>o·e­cl•r tio IUustnçto Por-

~f.D'~;~,~ ;!'~~~ tr1u e do /Hsftlulo de Coi•bra, JJfembro do C'ouulho de ,/fr/' J)r(J .. wohen, Anll10 dl'J>U/4· "º· RtH#OIUUld

~ Oat.A":-C<ira~llt' de

Todos e Grande C.g11os· trc (theatro)-Filho das lltrvas-Os Telles '1' Al· t>trcarla-Pa.1x10 4• Ma­rta do Cio-O Grande C.chvstTO (ruman,u) -A Vencida (no,·•llH) -Cartas de L1c;< " (chr~ n1ea,.).

/O,.I• Colttço e IH« n;.o1a D. 9,-.,,at de Gonto Color11, a Nrdo do Avou, 4 '"º jJod,.J/do poro o RW rU joN,irt1

(CLICHJt 'DE: BK~OLIKL)

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A ESCULPTURA PORTUGUEZA /IA EXPOSIÇJO 00 RIO OE JANEIRO ....

Commerclo e lnduittrla, nlottuto do 4rm·,.,,,,, •utrr Td •·tl1 o l.ttpn, ( /)01'1 ospntos)

(CLJCUl:I Dll. CAkLOt Pl(Jl81RA C'AlDCIM>) ... l ndustrl•, t1lt1/tui do d(lfiHrlÍll(Jn" tH'llJ/a Th4»1JtU anta

(CLJC1t$ IK J01t0N8J

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S6, t/to.nlt d<1 p(wo! (çc.rctnt or. M. '4.A1t:11N•)-O po1·t<iro da arnno. sr, /). Lui# t,.obo do Sllt1•fro ( ,,Ut•1'lo) 11nru'10 a co-r6a ndl da can•1a1gem dt 1:1110, d t'lu1odo. a 5. JJ'"''º

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c-Ôre-i ,·h•;i, das /qifl'llês da~ !'>n1hnra• ... da'I fanfas em­pn>l~1\";1 um hC'Jlo eíleitt• pitt1trC'!'WO, ••lé ao í·nthu·,fai;-1110 t.'')l•11HHn1·0 e communk<lti vo ela multid!lo, que nas 1·ua .. ;wd;,1muu 11 novo rei c:om tunto l<llor e L"IO vehc-1m:nte 1'iiOf..ridnde, todu.s 0:-1 e .. 1xxtac.:ulo-. fr .. tiv.~'.'l d'~sc dia dnon .. n ãnoh·ida''eb.

Com u n·rununial mantid" tt;,tdi< iuh.alrn('nte, o :,e-

l'io IArco da1: COrtes: A tarnt.artt111 r~1fo n>dtnda f>elo pwo -S. AI. fil-N1I, d~ ..,anf(), apeando-.stt d "°'lo d() fta/1tci() tu S. 8tnlo

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nhor O. l\Lrnucl II prestuu u juramento pr(°'o. ·ripto ..... t,re o famo:,o rni'"·'.1 de Estevam Cnrn,;tlvcs. Na ''M Mn1pli· tidade o ;u'lo lui unprex,ioo:u\l4', provocand11 um ~tlli· mento ele t·11n1mrnJln o tum hrmc t' <.'ncrgico do j•>\"(·n J('I

T<"Jleliodu ""' p.1lan;L.., da formula, que dt:-.tara\',Ul1 11ilida­memie nu aboW •luto !'o.ileno·' lb ..a.la. Dcpc ,j.., de licfa.., a ... ;illocu(l'oe .. , o prc.,i<.lenti: da cam:ua do-.. pan--.. lrv~11t••U 11 \·i\·a d1J c.."'O,.tumr, e cnt:lo t•>-l<• o enthu,ia ... mo 1·n11ud .. lr.-t .. bordtJU , ... Vi\·a...,, <L.., s:tl\'.1-. de palma: .. , ª"' u\.H/w ...

TCf"t'tlram ~,, inintcrrupt.mwt1U:. n ·um crc"" 1·1u.l11 rnn.;.tante, dur.inU.' mai-; dt· um \(Uttrto dr: hora, e tud,1 ~' ~1 .. .,i:,­tcnd;1, t•mpulgad~1 pel11 11u,_•..,1110 'i4.'H~i­mcnto, l'>C ª"'"'ociava a c·,....:1 1u;mifo"' .. taç!\o ;1pa1xonada e ard4·t1tc·

~\ t'1>.U hora o aJ(erb•IO~·r~do rei­no, na ,·ar:mda do edificio,:c.1c ... rralda­\-a o e .tand.;ute e pr..xl4 mava: Real.

O /10110 "''"""ª""ºo HM'C) J<e1, por ouaUi7fl dn f>n>dama(llo /t. Ili da t•nrtmda t/, S. Btmlo pelo nif'14'J•mt;t do t·eino ,Pbr1torra/Jltias tilarftlJ da ·1H-ÇHtuz 11,,_,-4 mta) -0 ftot'<> '"'/rente. rio paço real ,dando r.i1t•as-O cot tejo ,-rat • (a,,,inhQ ~ds Nut"uMndn, 110 H(tt'IJO do 1essllo rral

-S1ttt Morot•de a Rotnllo IJ. A#U'IUI Ot'tfldunulo. de UMft !ttutll• do pala.no dns .'Vrces.sidades. as "'""ifnta(INS po/nilattS -~·,.. O:J~tln do /0110 tUs Neu111dod" tu oatUtlo dos m•,.ifnta(lN'J

-S•• Al•r11t•d' F.J·RN, ~ 1tlltfo 1a•uU• "'1 l'Jono~ •tr-•d«.~do •s "'•rt•f<sl•(lVs /etlos 4 /Oflfil1a retU

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O ,.sr. coHae d~ S. Lou.relf.ÇO, o.f/eres-mdr d4 re•no. túlfnJtdando o çJ/andarte 1·1al no. v4ra11da · '? de S. Bento e procla?turndo Rei d# Portugal o senhor O. Afantul JJ

(Ct.IC1d.s J)g DK~OLlltL) - ó acto da prorla1narao: u,,, aspecto da vor4ndo. d~ S. Benil:J e do /are-o das Cdrles

~ ·- (CLICHÉ A. NOV.>.es)

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D F.'iiOllt muitos aonos qu<' m1vfo cit:i.r o :a.eu nome. Contou-me al~ucm Ler e' 1l1hso Rev Colaço affirmado UUM \·ct n r~peito d0

arti-1M que .-de\ia ser esqit.ldo dt· joelhe~ as­"ºmbm tal.• - Vim OU\-il~ a Berlim peb primeir• \'CZ, e~ o C9C'Utf"i commodamente )C'O\.ado no mC"u /a11-l<Nil da • Philannoni~, conht-ti ltt"lo menos o \·alor d'aque11a celebre phr.t....e- <lc:- \'14.:tllr llu~o: •Quantas \'CZCS, qualquer qu~ ~ja a J')o~iç!lo du n1rpo, n alma c.s­t.'l <k J'*lhos!

U Ili concerto de V i:urnn da l\lolt;.1 tonstuue aqui um arcmledmento, -11 't.,.,ta t:1dade on­de º' c;or)f.:etto~ se c.·oo\.itm ;, duúa:. cm r2<fa noite, '·ndc gt'nios de t•r das as nadonali­d.acks \'Cem aftron• Lilr w1 primeiros t·mh;,tt•s d:t ctiti­t.l •wvc:r;t, unde am ar gt\S d<·sillu .. ~ôt•" :mhstituem n. mai• 1r p•ntc dos r L'IO" 11 .... )nho fe­bril clo'.i arti~t.'\.S. Ha qnantos ao· no~ que \'i nna d.t ~tona con:!ie-

guiu dobrar c .. ic terrivel Cabo das Tormcnl.1! · o primcirn c;onccrto em Berlim! De.;~ k 1 S8.ir, que de dia fMra dia o publico se lt"m famihari· ··.a.do ca<la \'N rnai" f•.)ffi o artb.t.a, t' hoje Q ·u nome t< 1m~ IU•'.'K! de t;tl ft'•rma COnhet.lffo que de toda a 1,.1rtc o.1t odf"m º' discipuln ... a QCULir·lhe o.., Mbi(•.., c:on>elho .. , a di .. putar·lhe ª' li~ e o tempo.

Púrqur-, te Vianna da )loua é o ;,•1rlttose de· tcch.oica inexcedi\'d e de incompara,·t'I mrm• ~

ri<4, n1m11 pr11f<.-.., ..

,J'- ~::J~l: ~~I~-.~ 1 l~~:ji: rarot'S aiiHl:i. :-.l!ln vibra n 't•llc a1,e­nas ~t ah1M tl•> .lr­ti .. w. <jlH t.lnto' arra .. t.a á indi..:M l· plina <' h111 Km­pre in«•n"tCitnte e inc\llta. 1-i • mais ali;um;t e 01-.;;1 do que i""º; t- ., h·,.. nH·m que• (l(•mina a .utt~ t·m \'1•1 d1· deha1•'!t.' 1l••111i11<1r pur t'll;1, qu•· llu n1nl11·1r l•1d•>., ,,.., un .. tt·rl••... t·•~h.., ..i.., -.ut.tilt•lai, t•>--11 ..... il"' tnodJlid4· dl".

Quantto ei.tu­dou, ti-ntou ir

8/1rnk~N/Jt,,.~ (l~IÓJ - ThOrlncen: A cosa onde VúinN-A da Mono 1studa

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fílnl'' IJ HIHlH'I! 'I} rnaii. al~m que o vulgar d:1' <'rt<tlural', f' annacl1 • de inq\H'bld1\lavd for\-ª ele \i.ntWdc.-. mcthodi-.ando, 'rdi:n;mtlo nl­

nhttÍlllC'htos, odquiriu t-'..a. '.~~ta ("TU­

di~-!\o que o di ... tin::ue me: ... mu d~ pri­meiros.

~!\o :;e contrfH•.JU cem excrutàn, o que r-•r l'>i !>1l seria deprünentc p.1ra o ~u ;unor prnprin. Quiz t.ran:-miuir t • 1m a <..:nn~iendit nitid.~ e a probidade ..;.:\ do!! hi •mt·n,. de genio 11 g\·nio d1JS

grandes homens. A ""im . ao escuta) .. o, ha como que um ~,,..

pro ~cnia m ... umandoo auditorio. qualqu cr n•i'a de :m· p\·ri1-,r a nó ... pn1pri1h que uos dumina e no~ invadt' l•Jdt''• que no;, eleva • n~ mun<lc• Uo dilkren­tc do no»>, node reina a ,E:,thetica co­mo &obcran:.1 incontcsta­da.

J•oi:; Yion­na da )fott.a n~ é ~~o apparelbu perfeiti.»imo oud.c oeo·..;.:;, mult>rulos e os~o:; func .. dtn\<1111 har­m1>1Hcamen­lt', obede· cc·ndo com a mai1..•r dí'.'>ci· phna e prc:· ds.;.'\1) ás lll­

ilif<u;t·e~ d.-. ,·nnt.at..Lc. F.' .ainda t:,~a \'11ntade • tJ.o hem orienta· da, é C'!-'1

ntt"JU••ria de que o me­t hodo fez um a ..... 1mbtt), t!"3 f.11.·uhladc unica que u lc\'a a exc.·("Utar de c,',r ~·~ 1•br.t' m~b dilfü·ei-, (l·1'4 111ai-. ditlit·eis compn:-.tlon·:-.. :'\:tu c:,tudou ;ipenill'I u niu­ska e a technit'a cto piano; estudou tudo.

Sem kr ""l.':uid11 rq~u1armcnk º"' cursos dt• uma hn1la 'up(·ri• •r. ft.1nnandu o "('U c'1•iritc 1 um pouc.--o á rna11dr.1 d1 . ., antigo~ cuj'" methodos ped.ag1 ' •>S í.tzia.m com que n•_•mada., mtelle·

ctuacs proc:ur;i,-,em primeiro·n'i OlC!ootrt:s par<l ;1pr<-·1ltl!·r depois as doutrina~. cli!>­cipulu tlC' l.1vl e de H;:m" \·nn Hl\low, o arti ... t..1 ~1ul-1· apprchendt•r t· ª~"lrni­lar ml!'lhür, O methodo, es. .. c rnidia n 'elle proprio. iunato. como mc-i•> "C•

guro tlt• ext·t utar c·abalmentc.- o pl;.1110 que de ;111-te-m.'ltt tr•11~ára e 4ue tão glorit .;1m<'ntc de\ia levar a c;,~111),

Em 1X~.) E11r1dn 1• .a

fül;w;.i o ilaliani> e lia no original a flelamorplto.sn. l\lais ldrde, começc,u

a compre­hender a-. -;ubtileza~ de Eschylo ede A rbtoph~t­nt-S; depois da ttagedia grega estu­dou ai; litte· raturasoricn­taes, profun­dou a theo­" 1phia e a metaphy-.ic;;t do:!io hindús, aprendeu a hll'toria e :1s religi\)es. Hoje. al~nt da vasta eru­d iça o que po~ue, fala corrente­mente c·inn"l ou ~is lin­gua:), e na .. C~WOtcs da 8U~\ biblio­thc<:a enfilei­l'(un-se volu­mes imprr~­... 1,5 nos ma1, imponantc;--. idiomas cta Europa.

A primei­ra \'CZ que .1 ss is ti a um COJh:-rno ile \'ianna

la '";i' • t .11111•1,, foi na ... -ita ct.:i c.1..1 )foua,já

l'lul.irmoni<a cm Berlim. ~urpn .. ·lu:mku·me antes de tudu o aspet:to :sin·

guiar do puliliro que enchia nuoplctamcntc a grande ... ,du, nnuposto do,, dcm(:ntos Nnogra­phi1-o-~ m;ús hctcrogeneos que l· ll\'"'iv("] ima· gim1r-...e-. ll,1\'ia ~ente de 1u<lal\ ""' rMci<>nJ.H· dade .... clt· t•Kl.01' ª'raça>, :.ahitla de tud• •!> :>:-.

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pontos do globo; e os seus modos gra­ves, .a anen\;)o solemne, quasi religio­sa ele cad;,1 e..'>pe<:tador im.pressíonou­me viva-mente o esp i r i t o

c:heio -: de irrcvercn­das, pouco habitu<.i­do a coinprchcndcr as bellczas sublimes d;1 11 annOJ'~ia.

das cerimonias do culto; já n:'lo t~ o togar de espectaculos publicos!aqu(:lla sala im.mensa cujas parede:;, Cltju te·

l'tu, (C":ujas C":v l umnas n·;soam ·sob ~ls vi br~lçôes harmo1 .. cas, ruas o templo on­de o magico sacerdo-

• te inicia os fieis nos • m\•:sterios da fé.

·ourante duras ho· ras, se porventt1r~1 sae <'llgu1;1'11, faJ-o re-1t.pei­tn:-;an'lc1ue, cm 1 bicos de p<'.::->. F. noS> curtos intnvallus do pro ­gr~tmnm conversa·sc em \'07. baixa, trocam­~ rapidamente im­pre:-..~i'·es <'imci:-as, até que, Jindo o c.-011certo, o puLlko, em fobri l

Quando o mestre app;;1rcçcu no tabla­do, houve um:L vva­çào d iscreta, e <::~•d<"' qual se preparo\1 pa­ra concentrar-se du­rante a execuçào do pn-\gramma. Fecha­rt1 m - sc hermetica­mente todas as por­tas de forma que 1\ào viesse de f•)rn. o mi­nuno ruido, a sal;,1 ficou subi Lam.ente mer~u1hada cm doce

Uma r.xcurJ4o na Or4w1ien~urr com algrms disciflu/.os (1901)

t:nth u"i~1sm<,, an1t1e juntQ do podium para app lauclir frcncti«a­

obscuridade: surpreh.codem-se aqui e ali <tttitucle:; con tcmplatl,-as, e.xpre~~iôes <.'.'l1mas, pÓ!)eS de Q/e­lier, e quando as.tmàos vigorosas <lo anist;,t at;,1-ca1n d<..-cididamentc ns primeiros cumpas.ws, com11 que um mtl" gnetico e tren1ed men ­to jnvadc auditorio.

m<'Hlê, nc1 delirio das graud~ (waç1)es, qnC' rm tocla a pm·te oorr~:;ponde aos grandt.·:- triumph1 •~. De~e ~a noite. memuravel, adlJUiri a ju:-;hl

noç:lo <lo que o art1!>.ta vale. aprendi a ninlu~er

Ao fundo, no prome­noir 1 fr c· quen ta do por artista.-. pobres, que soberbo as· sumpto p ara o pin«!I de cxtraotdilHt · rio pint.or ! A 1 1uz vela­da da.-;; 1:-im­padas, dcpa.· ramos olhos com gracio· SOS \'UllOS de mulher dei ­tados no chao, cm com Ol oven­te abal\do ­no; jovens arfo;lá~ vin

Vumna da Atol/a co-wi UU4 paes ~ lrmã()J ~ Li.s/J()ll ( 1905}

.\causa apre­c i an di• -lhe os dfrito~. Const;Jtc.· i. frequcn te· incmc. <·~s<

enorme re-­putaçt10 em :irculm. de iniciados. onde :t mi· nha it~noran ... eia em cohas d,arle pro· curou pouco a pvuco di· luir-s(' na an­da tlc ft,r ­mar o critc.­rio pessoa). A phrase at· tribuida a Re) Colaço era, real­mente, a ex­pre~~o pit· to rc.sca de im.a grande 'lerdadc.

<los de muito longe, pcn;eguid•)S pelo ideal i olhos de somnambulos, feições torturadas, attitud~ religiosas . .•

O (lmbiente tem a solcmnitla<le litur;ic.a Sempre q ue ouço repetir o ciicht banal da

nos:;a 11nacionalidade moribunda• , coioparar

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I! H l B I '!' I ! f 1 ! '' l J 'lf H l t' 1 [fill1' 'f I'' I} os esforços vüaes da 11ossa existen · eia como paiz aos arr::mcos ei;tertoro­sos de um scpmagenario, :rnnunciar o fim da nossa \'ida historica por fa­tal derrocada, não pM ... u deixar ele sorrir. Penso, "º contr(lrio, que este periodo de inquieta\ÕC'l'i e d~--0cegos

corre:,ponde á transformat,·tto lo~ic:a da no~a ma­neira de ~<:1. !\no ser..t ass.im? V cjamos.

Sao cultura e ci"ilisa~ào duas cobas bfm diffc­rentes ~~ue é preci~ dii;tinguir com cuidado. Para a civilisaçào~. do no~~ u:mpo rontribuir:nn os nos­sosantepa.~dopclo arrojo da navegaçào e pelo d~vairamcu­to da conquista. Ga­ma, rasgando os oceanos, pôz a Asia em contacto imme­diato co1ri a Eurupa; Albuquerque, chaci· nando o Oriente, deu pela primeira \'ez a conhecer ao mundo a força do continente velho, que vida a domi­nai-o um d ia. Cum­primos o nosso de­ver para com a ci­vilis..1çào.

:Mas~ para ser um povo culto, 113;0 ha.~­ta que seja dvilisa­do. Ahi temos o cxC'mplo dos F.!;ta­{tos-Unidvs, paiz de c\1ltura qua:;i iusi­gnifi<'antc se a com­parnnnos á sua ci­,·ilisaçao immensa. Onde tcem ellC's os i;eu:; artistas, os seu~ philo$0phos, os seus pensadores?

des CUJO nomes h:to de figurar na historia dos povos, <.:omo e leme1Hos preciosos de cuhura, affirmam elo­quentemente o renascimento do paiz.

Quero referir-me a es&i mocidade ambiciosa, CjUe, pouco á vontade no estreito ambiw i..fa patria, vem, por ~unor d'elln. affirmar no estrangeiro o que pode e o qt1<.· va le . Na Arte, temos !t mAo dois exem­plos brilhan tes: Vianna da l\loua e l'rancisco de Andrade.

Este t i ltimo e11c.arregou-me a 11111.slraçllo Porttl­gue:a de ir um dia M1rpreheodel-o á sua thebaida do Harz, e aqui ficaram regis­tadas as impressões d 'essa jornada inol­vidavel, <l'esses dias pa."sad4"s no co1Jta­cto com uma das nossasmais:Jegiti.-nas glorias. Destruiu.se a lenda que accusa­va Andrade de falta de patriotiso10, e agora me OCCOl'l'e o que por vezes tenhv ouvido a respeito de Vianna da Motta; .-Porque Yive e lle no estrangeiro?•

Portugal, scndo paii civiUsado, n:>­meça a ser agora o que se chama um paiz culto. Tudo o iodica : a propagan· da que, com inex­primivcl jubilo, ron­stato entre nb:; a favor da instr-uc';~o

O td#AN.o rc11·010 de Vionna do 1lfollti (PUOTOGRAPttU t>t;. A l.BgRTO NH\'P.ll 1 O H RIUlLlM)

Porque vive e lle em Berlim? Pois 1'1?10 tetu o artista a nc­<;cssiclade de estar em con lacto com o meio c1uc os fraco:; recursos do nosso publico lhe n~o po­dem de fónn~t a lgu­ma otlcrcccr i N:i.o tem mesmo o dever de collservar·sc on­de é apreciado e comprehendido, cl'n vez ele, impellido por falsas noções de patriotismo, ir estio­Jar-se sem proveito na aridez da nossa cultura artistica, que mal balbucia os pri­

popolar. o descn,·olvimento da:; sdcndas e ~L re­forma. das escolas, o amor pelas artes luctando heroicamente Contra a indifkrença das minorias. A populaÇàú nuneça a ser excitada por vivo in· terc.sse, O:; :;abios á maneira dos cathedraticos

coimbrões desapparecem pouco a pouco para dar Jogar a especialb;tas de criterio mais segu­ro, e finalmente 3 c."istencia de individualida-

mcirvs vagidns de rcccmnat.a? 1\ti.o sejamos crianças. Vianna da ~fotta en­

controu na Allemanha. o meio qllC lhe convinha, e, sem perder um unico traço do c-aracter nacio­nal, armou em BerJim a sua teoda de campanh;;t, fez aqui o centro de operações do seu glorioi;o slrugg-14-for·life, o que fat indubitavchncntc honra ao seu critetio.

(> ç • ,,~ ... e--:------~,

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I' H íl] ' ' ' HH I ' ! !IJ '-IJ n I ' ' I] ' t I ' l l ' ' ti ' ! l} No seu /OJ'er da Pas.saoet:-;trasse, a

~1 1mosphera que se respira é bem diAe­rcnte d'aqueHa de que geralmente se rodeiam os artistas.

A' primeira vista, tem-se a impres.. h~o oiüda de que nada pretende offus­car-oos ou humilhar-nos. De ta o to trium­

µho vi'•idv, de tanta n_oi_te ele applausos, n~o. e.'l:iste a mais pc<1utr)a exh1bu;no, notavelmerue 1111010-

desta e aggressiva em muitos casos, de fitai; com dedicatorias pomposas. Ei,t(1-sc em tas.a ele al­guem que tra­balha sem pre­o cc u par-se com procurar elleilos de 111i·

SNll•Sciue .iVê· se que Vial)na da M otta nl\O quiz epatei- lc 6011 rgtois no arranj o inte­l'ior da )jua h~­bit;:tçào.

Quiz sim .. plesmente ro­dear-:se do cvn· fcuto a que o obriga a natu­ral exigenda c1., sua arte, e insta llou-sc cnm o cuidado do homen\ me­tJ1odico, cujo :wstema de tra­balho " d ispo­sição du 1nais pequeno obje· <'lo rios denun • d;.1. lla uma c~1 i :-;a c1uc re­:xilta ao pri .. mciro exame: o :-;cu gosto pe­la leitura e pelo estudo. Osscus plano.se os seus liwos, na mes-1oa sala, ~'·m­holis.am o ·hn-11w111

n-1ovel, junto d;:i i;cçrcwri~1, a cabeça mela1\choliça <lo Dante, o poeta que­rido. A nota dos l>iheiols é ícri<.la com precauç."lo, sem exaggerc)!, que denotam antes a falta de senso <.':;thctico que qualidades aprc<:iaveis de a rth;ta.

.E• quasi severo aquclle iutcrior, e comtudo q'1antas coisas nos falam ·carinhosamente cl(I patria longioqua, testcmm1hando o amor que Vk1J11rn <la Moua lhe consagra! Os retratos de D. r:arlos e D. Ainelia> com dedicatorfos autogra­

phal'J, o~ jor­nacs e lh•ros portuguezeS; que cobrem a $CUCtaria. O:. mil e mn nadas que ho:-. denun­ciam ''i ver ai i um portua:uez de lei a quem longos annos de perma.nen­cia no t;'llran­geirv O!\n t_'.01\· seguiram c.k:;­fazer 1> c-ont;;i­cto com ;;i ... coi­sas da -.u<i ter­ra!

Ao centro da bibJlotherai no alto, um busto de 13\idba no

Vúrnna da bfo/Ja e A.1·Jhu.r NapoM'Jo ($. Paulo)

E' n'aquella sala que \"fan .. na da )[otta reune fret1uen­tememe o·q;eus amigo-. e dis<:i­pulos e execu­ta na intimida­de o:-. program­ma.s d()i; "'-t?US

cor1t·ertqs. Te­oho1 por varias vete$, tido oc­ca.siào de as .... b .. ti r a c~~ts re­ul)iões. .\ Sl)­

dc,;d;:icle é ali dai; mai:s imc­rc~santes. por­que e aUsolu­tamentc Cl>:s· m11polit;1. Po­dem e.:K:utar .. ..e toda:-; as lin­(;°U;h, csn<dar typo:, de todo:s

se\1 nicho :son1, 1my)jteriow. Pende do tecto uma lampada, e o conjuncto é sobremaneira de agra­d:tVcl aspecio. Nas paredes, dois grandes retratos dt' Beuhoveu e de \V'agner, a lgum; qu;:idros e

esquissos escolhidos segundo as preícrencial) pes:soaes do mestre, e wn Bach de marmore ao canto, juoto da janella. Sobre a estante

os pa.i~cs. O am:avel :utist.a dirige-~ a \·ada um no seu proprio idi\)ma, falando,. agora o inglez, logo o he::;par1hol, aqui o allemno, ali o italiano ou o franccz. Na ultima reuni...l.o d 1e:-.tc inverno pude ctm:-;tai.ar que estavam repre:-.cntada..'> as dn<;o parte:-. do mundo!

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• Atlmin1.·

dor apaixo• nado das 1<.·t· mi~, \'ianna da MiAt.l ~.

<•llr pr .. prio critico de

g1.:n, c­

rr1•1lb.l d. ía<lig;t e do s111mlN11· jft da c:ida· de.

Cv, li"ta c1p.ah:11n:1cl .. , ª"' long<.t<s excur~ atran·z do 1 raiz rt·fl.':mpcram- lhe a

l'i•Jfwa d• M(JU• e os u .. s di.uip•/01 0 ~"" 11u1rirtg-en

lma, prcpau;m1lú-<"l r•ra fl(l\tl~ hJ< t..l .... \ºia .. ~ 1 muito, porque lhe 1i:n1)()rt., e onhe«"r b4).. n ... 1111te~ 11ovo... e po­\'u.., dith·rt·ntc·.... E via­j<md1 '• ll• • M'U eonul de lo11n°Jlr """ no t:1s ilC"­fumul.uu-'(' pn·c it>!\õ.tS, ap110L1mn1l1•i- ... implc-!­''l' c1ur t·llo maj" tarde

... 11.lt:roi 11rar t1 de,·ido prmC'ito. '1ua11do, no­

1Tu 1s i:1o11uck ... obr~1 .... I>.1 S1-mplw#ra l• 1b.:1 de f..ucr-.. c uma ~lição da parutura na ~ .... 1 Dr< nlo,.f ,.\· 11.'I

ele f..cipzi~~ i:-or .ni< .atwa d 111 J coté de )lello \breu, dC' S Paulo. e oflcredda ao auctor J>el( aeut ilm1~0 ... n 'at..fu~llt F~t.a1l11.

lnt.-..ht.a".-, tem Yianna da M .. u. u1n.1. ,'i41lofa para Pia· 110 e }/aula, .'>(>11alapa .. 1·n pin11q o ./ maos t :·iolino. Phoula.si.tt dn1-111alira, p.ara piano e C>rt hc .. tra; Ca"{beS al­/n-4$, (Qll(lkS f>or/11- e p<zas, quatro Raps~ dU,1 f>"t•KIU:Q.S e l'ol· .St1•/lu111Jasia.

S u verào, quand0 a ll•mpc.~rataturn canicu­liir tra11,fürma Berlim t·m \'t·rd:tdciro Sene-izal, • 1 pn 1ft· .... ,)r cmi(?ra com

1lgun.. di.sciµuJu., J .ra il pittt•ré-..c. r(V~ o de Thü.ri11-

(8/4thtth•tLt>,

.1mente in,ttllado no ~ confvr­tJ\d €Á<:-sui. ' M'"U g,·11io ucadur tiver a nec~"id.atlc lmpem~ de produzir.

' f. ahi11t11 \~fllosclt1110\otru11n­lral· j), t•),f,,.., t•:i •1111• u t: ... tim.uu e adnur.nn, •'l.,··1. "" MM.., l(ln~.a~ pt"· r~grioacJ'lt· .... 1n .... 11c ,1, \lu 11U\imos ª" :-;ua. ... 1111111(_•..,,r.cs 1:1,. p1llorc"'4 a -.,.. ._._,......,!A Ult'ntc Jnrmul,1<1.,"i. p••rqu<· \·i~lnna ,Ja ~fotta kna o t M11l:~o th· • <tpti­\'.;tr. convl"r ..... mc.lu. tQdo!ll ti~ (1Ul· ... e lhe .(lppwximam, e alg1.1m.1 t • ·i~ ha "-<·mpre qut· aprender uo contat·M

C•m dle. Part:u lia pouco. d'e ... t."l ,-cz para a. !U3 qu"nJa l .• i..bc:xs. Lá

OJ d•qM$ ü So r' Co6111 ~Q Go1"4 il"• (tltf& Ll>1 J#

O MOllO CO•jNlfnola r'U'""' O ltJ'11J.. d~ pilucisJa da ,.,,,.,,... dN<•l

e .. pera mai.. algum.01 1 , •i"-, <1ue º"' triumpho ... L111 ... i<C'U'i n.:•n< cth• .... que 11;'\o lhe emLnag.un o '""Pirit11 Lns­

tumad1 • ;1 trnunph;tr. 1->•l>t'r.uu•no o 1·t'·u o.uul e a pait;utt•m dote da patria, ("!oJH"r.un·no º" cnc:mt11-; cio J;1r pater­no. ontltt l~·m pcqucni-

• nu aind;i, "ua m!le o t: ... -uuv.1 l'l->m ing:tnuo c:·,,,;>anhl, •tu.anelo dle

l ~ht.U•-.C ,l() te< l:uf•). modutmd•) ;a .. "llª"' in­fantb ph.aot~M;.'-""·

Um gr;tt1de arti·..;ta e t1mt1 lwlla alm~t!

Berlim, i\hril u~.

Jh~RMANO Nsv>K.

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O A TT ENT ADO-DE-1-0E-f E Vf.REH~ O

Na serie, que te­mos reproduzido, das di \'Crsas reconstitui· ções graphicas publi­cadas nos jornaes iJ­lustrados nacionaes e estrangeiros, do atten· tado de r tle feverei­ro, chega hoje a vez de 6gurar ao curioso e originalissimo dese­nho que acompanha estas linhas e que foi inserto cm um jornal de Canta.o. Como se verá, a phantasia do artista chinez exce­deu tudo o mais que antes tinha sido aven­tado.

Aproveitamos do mesmo ou mero do jornal illustrado de Cantão, de que tirá· mos a reconstituiç~o

~ do 3.ttentado contra EI Rei D. Carlos e o • príncipe real D. Luiz Filippe, mais esta pa·

~ gina, que reproduz o

. ' incidente, decorrido

~~~~~~~~~~~t.Íll;~~~ ~ nas aguns portugue-zas de Macau, do aprisiooaine nto do 1 al-.Si,-1Jlâru.

E' um documento que n~o deixa de ser tambeoi curioso e que mais tarde poderá in­teressar aos investi· gadores.

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·A·5UtRRA

l.á andamu.> e·n,·ol"idos de novo cm guerra na Guiné, onde semelhante a.ven­tura !'i(' tomou, pôde dizer .. se, periodica. E' qu~. na realidade, nunca exercemos nenhum dominio cffectivo na provincia, limit<lndo-nos. desde ha muitos annos, a pouco mais qu(' vi\'tr l'IH':crrados dentro da praça desmantelada de Bissau, em .. quamo n11 re:,to todo do paiz mandam como querem os regulos in:;ubmis..-;os. D'esta ''ez é uma especie de N<lpoleào preto da margem direita do Gcba, o lo­f:\H-Saorc), quem desencadeia a guerra pela rc:j.!:i~o irHeira, itnpcllindo contra nós

qu.a.:-.i todas ~:, tribus du continente e das ilhas.

O g-e:ntio da Guillé b, na sua maiori:=i, aguerrido, e, C(Hno se tem reconhecido nos nx:ontros 0<.:corridoii ultimamente com a co1umna c.~pcdic-iom-1ria que partiu cul março, está armado com espingatdas Suy­der e outras armas aperfeiçoad~s. As ho:s­lilidades duram jú desde os fins do anuo ~do, m&, apesar de algumas derro­tas que lhes teem sido inHigidas, os re­voltosos obstinam-se na lucta. Antes da chegada ela cxpediçào, as escassas forças cm cam~nha haviam j à obtido te -

UllJ# f>4/ltol.a: h-alnl-açll.o do "ffulo In/ali-S4,,t:6 -Antes do r1urr11. 0 1'efftt/O f.,fd/i-$ont:6, OU:11npanltAdoda sua t'ONJf/Úta

gu~rr~ir11, r~ç,~6et1do a tri#la de o.ltunt tJUtj'anln ~1ffojuu1

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,ult. d, "'"1nliljo ... o.,: a embala do r<i..~•lo \"ardia foi arra7.ad01, ü., re.{Ulos Chafunco e Tcpni '·iram· ~ for~dfd a entregar as armas, e a rcgi!\1> du-. fe. lupcs, dt31dt• o Cabo Roxo até ,ã JM11\t.i1 do SoJor. na margem direita do rio Cachcu, IKou, ;1ü me­nn, pclu momento, submetúda. A ~xpedlç!\~> des­cmh:.tr<"ou no fün do mez em que S'-111\t ttc- L1!<iboa, e desde cntr\\l as operações militarc~ to1naram maior increml"nto, naturalmente.

O fof,1li-Sanrt'1 ron::;eguira excitar, ro.mn db~­mo-., a maioria das tribu:,, cujo t"-.pirito de ~e­"\: .. lta. 11c con-.cr.'d sempre lateote. de ft'"llo. Alt:',m do~ "'<"U'I bt-:ll:tda.s do Cuhur, ~ (ulla1, os pa.pt•h,

0 , m.,1ndin~, os babnta ... o~ maojac-tt.,,

nw• .. traram·-tC t<>du-. em estado dr dc('l.li•da re­l~ldia. ,\ !trra .. ublrYada podia <~1kubr-~. 31.s:-im, em <1it11 milh1~ .. ele kilomctf(1 .. quadrados.

A gucrr.1 propriamente dita çom~·\" •U pelo ata· ljUC cio rt'l{Ulo Abdulay, de Chimc, C(Ut' e nosso amigo. () lnfali·S.:mr.<l, q ue p;.tn.'t:C v11la1-nos an­lig<1 e e!tJWfi,d m:'1 vontade, tendo ja e111 1879 al1';.1ic;11t1Uu o tenente (;r,u~.-. F<-1h:3o na C\tmpanha cio Oio, tlc ha m\1ito que '>C t•ropcnh;l\·'a c.•m al­lidar o~ divt'r.,..l~ regulo;; dn" tcrrlt1 •ri•~ c·otre Gcba e Farim. e aca.b.,u por con~~uil-o. l'a'ISil•U cnt!lo o rio, e, com o~ fulla.s d•) Coruba1, u::n:ou u AbJula\. P..,rae.....elímcon~u \·aria_' f"'"..,,·'q~ furtihcâd.t ... ól queº"' indi;eD.íb d..'\• • <• n n

Asputo inkrlo1· de '""'' toba.1uo

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de tah;1nt .1 .. , e cujo '''J•(•t t11, t:mto C'\lt ri1 ,r e 11no interior. ti, no~i; lt·it••rt·:-. p•'•dem \1";.r 11~1-i pho­tngrnphia~ que acornp:mh.11n t· ... te arti~o . O Ktwt·r­nador tN't" cnt:&o d~ .wudir em son. tJ11·,. dn rc­~lo de C!i110•~. n.-....... ) .11li;1•lo. qut" «•lt"- i:uiu li-bertar do e ê-n:-o. depmlll ,, ... ter J:leno1.ul•J e de .. - ~ truido •t l.'rnl.tala d·"' rt'gulo B•)IK•'1, um do~ ~ua-zes alliL:1.1dn~ pelo traid<1r da margt·rn tlirdta du Geba. ,..,

:'\f:u; <t trlJ<'lliàn aJa.,.trc.u. ~ando n11n.n um í~o de palha. < ).., indi:,!('hl.i tinham bc.•:&'1 .muas ~ e ahundJncia. de mumç.~. Da Cvn.11('13 c.I<" BiY j ~u. por <"x.<·mplo. ti,·tr.un dlb a aud.1tla de fur-tar mai"I de tin.coema mil c.,1rtucho_.,_ Comn? Em todo o 1.1-u) C..'Utnpr1..~ ~.,b~.:r que a:ot murodhas da Ít•rtjfü .. 01~!\11 t•.,ta11 por t•11l:1 a JMrtc <fr.,muronadas. ~ prt'to l.~( Ô~-~ fat il11u.:11tt' pelo' llllCl"!o.lkiu~,

w.mbem é .imples, inírli.1.meote. Oi. fonos que dd~•uun ... narradu~ ot"n1rreram

em fü\i de dczcmbn• . .-\ t'Xpediçào dwKou, po1 ~ua \'<'7:, ºº' fin3 <k marc;o, rumo j.'l di ... M·mos. Lá anc 1 <"lia a~ora en1pc·uh.ctda em , . ._.ri;1o;. c~:ara· umça._.. e .unda a ">t"ffi3.na po1 ... -.ada -.e r«"t'heu no­tina tt•lt-.r.1phica do ,.,·u tluro t:nconm. < •m ~ papt-i~, t UJ'* tribu on:up ... 1 &uda a ilha ele Bi!'IS.au e se co;.p;tlha pelo co11tincntt~ .;\lé ªº" Mrt.«lur(l:) de C;u hcu. Por n~ai, de um;.1 vez h:moo;, •mtladu cm dio;.put~t~ com e...... gc:ntio~ quaM t·on~taote· mentt' çQ\ a~tA.t~o .. \mda cm 1S(1.~ J.ii t· 1mba­lel-.1 \mi ,.,fumna, <1•u· bateu e inu;;ndi11u a'.'lt povua\·t-t .. de Intim e ele- B.m<lím. M0t1. na f~1rm. do t·o:-.tumc:, o!l.o se 01pto\•eitou a vit"turia p;.m. proftdn a uma on:up.;11;!\o regular, e• 1• resultado ahi C-)itt1_11;.;ur;_1, e-gual au <lô!-.. uucr.t~ \'Nt:!!. A_rt·

So/tt.llos i1 •rlilA•r"' •• flllUlr~,., ü ri.o GH.1

dl'UM/Ja-rt•tttlo 01 •otar's - i\'o ª'ª'"Pª"'•nlo de Cl1•11: 11upo deolfi«-O«I e solda-dos

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fr~a tnw;Jda, no d ia 5 cl'este mez, com os p:l ­peii., foi rija. O fvgo dur()u mais de o ito horas. :\.:; nossas t.rop~l$, scmpn.· admir~vcis n;:u; campa­nhas d'Afric;;a, l.Om~nam a povoaçào de Contumo, dt-struindo cêrc:;J de quatrocentas palhota,., ba­tt-odo "igoro!mmentc o indigco:.1, que st-.ffrcu nu-1neros~1s baixas e perditS m::1teriaes. l\o campo ficou-no:)1 porém, 0:10 lado de om solda<lo, mo­df·:.ta victima <lo nnuprimcu.to do dever. um of­fkia1 distinctissimo e UO\'O, o alferes Duque, que f.i" of1erecera voluntariamente para acompanhar a <.'Xfl<'diç?to. Nem. sempre os que falam emphati­camente das colonias sabem que o ne~odo da ~ua c.~plora<;ao economica c-u~ta muito em di· nhciro e (•1n vida...,. E, n'e-ste 1>articular1 a Guiné é uma das <1ue nos está mais cara att'- huje. As guerras como a actual ~(' dassicas ali , e cada

,--~ vict0ria, que compramos com esforços e satrifi­dos importantes, nào nos garante mais que um desafogo momentaneo.

Com os papeis, que ainda em 1tsC).J. como fi­nn1 d ito, <.:ombatc1nos duramente, para casligar ~-1 insoleDtc allront.;-t que nos linham feito tres an .. nos antes, trucidando quasi completamente uma columna portuguez;,1 ii j)(HlCOs passos das muralhas da praça de Bi:iosao, temos "h·ido, por exemplo, em eslado de guerra ininterrupto desde ha mais ele dois seculos.. Com os fch.1p(~$, batido~ em 1901 na l)ô\'oaçào de Iofunco, com os nrnndingas, ba .. tido:'I cg1..1ahnente no me'5mo anno. 1.:011~ a;; de­mais lribus, l>atida.~ em outras 01..'<"%itR•:;, <·. i1wa­ria\'elment.e, tornando a sublevar-~ p<t-"s~u.io al­c;um tempo> acontece a me!'ma coisa. Os l>cafad~LS, no tempo do regulo Ga1ona, foram no&;os allia-

/nfa11fot i.a 111ixfo ac.amj>ada no molft>-bifa#fO,.Üt 1 J oco,ripada "" "'º"º

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dos, pc-,rtando-sc com l~al­dade parn. ·:omnoS<.'O. Com o seu succc::.::.or, lnfali .. Sand>,

tomaram-se, p<>r,·entura, os nossos maio· res inimigos. O desastre de 1879 no Oio deve-se, princip:.tlmente, [1 ::.ua traiçào e ainda recentemc1He atacaram o residente de Geb.a ; agorn íoi exaclamente do Cu­hor que veiu o fenne.nto da actual rehei· liao, que se espalhou pela província Íll · tcira.

De tal f(,rma se complicou a situaÇAo, e tanto ~e a\'olumo1..1 o perigo. que setor­nou i t\<lispenlj~t\'el;organ isar ... lma expcdi­\'àO compo:;tii ele uma companhia de in-

fanlaria e de uma b..1teria de anilharia, para conjun­ctamente com a companhia de marinha de desembarque e as ÍOr(as da guamiç~o da provinr:ia e companhia indigena de infantaria ele Moçambique, n 'um etfectivo approximado de oitoc;cn­tos homens, ir rnetter na ordem o gcmlo revoltado. E' assim que 1w1is uma vez estamos assistindo ao desenrola r dos cpisodios de uma guerra oa Guiné, os primeiros dos q uaes se encontram repro· cluzidos nas curiosas photographias que illustram estas paginas.

Mais uma vez os soldados pôrtuguezes

ó repio j<J/H1" a cottallo. a.uiJlitldo á dJ.StnlJN;(&o du ç.arlutho1 aos ind1'/:'utas ouxilia1 n da forra pq1·1.,guer::o-1'ista da relogt101·da de 11#ftl lrintJrd1·a o/Jrieo

ccnslru ida fle/01 ;nd1re·nas rtl>eldes

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acabar!'to por alcançar um brilhante triumpho, um .. vi-ctoria g1oriosa, n'eS1~a rcgiao

iohospita em que actualmcntc a.ndarn ba· taJhando e Of~de em tanta::1 OC't'asiões an· tecedcntes praticar~un já notaveis feitos de armas e deram temer;:arios exemplos de corngem. Rcalisar-se-ha, cena.mente, a pacificação, de Geb;.i a Farim, e por aJ .. guns annos sucçessivos, ~'s tribus ague1Ti· das de beaíadas, mandingas, papeis, fe­lupes e outras se conservarào relatjva­mente socegadas. E' o que succede sem­pre, quando o gentio experimenta algum

1

se.veto castigo infügido pelas nossas armas. Mas <lepois, quando prü1dpia a varrer­sc·-lhe da lembrança a memoria da Ji .. çàô, indta<.lo por algum regulo tra.idot, como agora acontece com o Infali-Sanct). provocado por qualquer incidente, erufün com um ou outro pretexto, o iudigena su­bleva-se novame1\le e lá temos que voltar a envolver-nos em guerra com elle, fazendo novos sacrificios de dinheiro e de homens. Triste vida, pois, esta qoe \•lve1uos oa Guit1é, desde làO long;.i. data, e que mal se vê geito de mudar!

Alçado do Jrtºnthâ'l'a ab'l'igo, vista do lodo do n·~-A cttnltcn1ito Cachtu e o vopt>'I' Capitania at 111odos "" combate. jtJNdLodos em /'l'(n/ç do u,.,·ftono Sombal·San14,

onde otforços estão nn bit109ue- (CL1C11ts DE JOSt DB NBLLO)

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PLpila ~vi/14 i a espiri<tumi d0.1'-f'.Ori""· 9ue ptlo encanto da SU4 genJile~o. e ª"'"""

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