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Direito Administrativo Professor Raphael Spyere LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999. Regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal. CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 1 o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração. § 1 o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa. § 2 o Para os fins desta Lei, consideram-se: I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta; II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica; III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão. Art. 2 o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: I - atuação conforme a lei e o Direito; II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei; III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades; IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé; V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição; VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público; VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão; Grupo do Yahoo: Professor Raphael Spyere

L9784.99 (Processo Administrativo e Exercícios)

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Presidncia da Repblica

Direito Administrativo

Professor Raphael Spyere

LEI N 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999.

Regula o processo administrativo no mbito da Administrao Pblica Federal.

CAPTULO I

DAS DISPOSIES GERAIS

Art. 1o Esta Lei estabelece normas bsicas sobre o processo administrativo no mbito da Administrao Federal direta e indireta, visando, em especial, proteo dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administrao.

1o Os preceitos desta Lei tambm se aplicam aos rgos dos Poderes Legislativo e Judicirio da Unio, quando no desempenho de funo administrativa.

2o Para os fins desta Lei, consideram-se:I - rgo - a unidade de atuao integrante da estrutura da Administrao direta e da estrutura da Administrao indireta;

II - entidade - a unidade de atuao dotada de personalidade jurdica;

III - autoridade - o servidor ou agente pblico dotado de poder de deciso.Art. 2o A Administrao Pblica obedecer, dentre outros, aos princpios da legalidade, finalidade, motivao, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditrio, segurana jurdica, interesse pblico e eficincia.

Pargrafo nico. Nos processos administrativos sero observados, entre outros, os critrios de:

I - atuao conforme a lei e o Direito;

II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renncia total ou parcial de poderes ou competncias, salvo autorizao em lei;

III - objetividade no atendimento do interesse pblico, vedada a promoo pessoal de agentes ou autoridades;IV - atuao segundo padres ticos de probidade, decoro e boa-f;

V - divulgao oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipteses de sigilo previstas na Constituio;

VI - adequao entre meios e fins, vedada a imposio de obrigaes, restries e sanes em medida superior quelas estritamente necessrias ao atendimento do interesse pblico;

VII - indicao dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a deciso;

VIII observncia das formalidades essenciais garantia dos direitos dos administrados;

IX - adoo de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurana e respeito aos direitos dos administrados;

X - garantia dos direitos comunicao, apresentao de alegaes finais, produo de provas e interposio de recursos, nos processos de que possam resultar sanes e nas situaes de litgio;

XI - proibio de cobrana de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;

XII - impulso, de ofcio, do processo administrativo, sem prejuzo da atuao dos interessados;

XIII - interpretao da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim pblico a que se dirige, vedada aplicao retroativa de nova interpretao.

CAPTULO IIDOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOSArt. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante a Administrao, sem prejuzo de outros que lhe sejam assegurados:

I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que devero facilitar o exerccio de seus direitos e o cumprimento de suas obrigaes;

II - ter cincia da tramitao dos processos administrativos em que tenha a condio de interessado, ter vista dos autos, obter cpias de documentos neles contidos e conhecer as decises proferidas;

III - formular alegaes e apresentar documentos antes da deciso, os quais sero objeto de considerao pelo rgo competente;

IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatria a representao, por fora de lei.

CAPTULO IIIDOS DEVERES DO ADMINISTRADOArt. 4o So deveres do administrado perante a Administrao, sem prejuzo de outros previstos em ato normativo:I - expor os fatos conforme a verdade;

II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-f;

III - no agir de modo temerrio;

IV - prestar as informaes que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos.CAPTULO IVDO INCIO DO PROCESSO

Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de ofcio ou a pedido de interessado.Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitao oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados:

I - rgo ou autoridade administrativa a que se dirige;

II - identificao do interessado ou de quem o represente;

III - domiclio do requerente ou local para recebimento de comunicaes;

IV - formulao do pedido, com exposio dos fatos e de seus fundamentos;

V - data e assinatura do requerente ou de seu representante.

Pargrafo nico. vedada Administrao a recusa imotivada de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.

Art. 7o Os rgos e entidades administrativas devero elaborar modelos ou formulrios padronizados para assuntos que importem pretenses equivalentes.Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem contedo e fundamentos idnticos, podero ser formulados em um nico requerimento, salvo preceito legal em contrrio.

CAPTULO VDOS INTERESSADOSArt. 9o So legitimados como interessados no processo administrativo:

I - pessoas fsicas ou jurdicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais ou no exerccio do direito de representao;

II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, tm direitos ou interesses que possam ser afetados pela deciso a seradotada;

III - as organizaes e associaes representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;

IV - as pessoas ou as associaes legalmente constitudas quanto a direitos ou interesses difusos.Art. 10. So capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos, ressalvada previso especial em ato normativo prprio.CAPTULO VIDA COMPETNCIAArt. 11. A competncia irrenuncivel e se exerce pelos rgos administrativos a que foi atribuda como prpria, salvo os casos de delegao e avocao legalmente admitidos.Art. 12. Um rgo administrativo e seu titular podero, se no houver impedimento legal, delegar parte da sua competncia a outros rgos ou titulares, ainda que estes no lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razo de circunstncias de ndole tcnica, social, econmica, jurdica ou territorial.

Pargrafo nico. O disposto no caput deste artigo aplica-se delegao de competncia dos rgos colegiados aos respectivos presidentes.Art. 13. No podem ser objeto de delegao:

I - a edio de atos de carter normativo;

II - a deciso de recursos administrativos;

III - as matrias de competncia exclusiva do rgo ou autoridade.Art. 14. O ato de delegao e sua revogao devero ser publicados no meio oficial.

1o O ato de delegao especificar as matrias e poderes transferidos, os limites da atuao do delegado, a durao e os objetivos da delegao e o recurso cabvel, podendo conter ressalva de exerccio da atribuio delegada.

2o O ato de delegao revogvel a qualquer tempo pela autoridade delegante.

3o As decises adotadas por delegao devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-o editadas pelo delegado.

Art. 15. Ser permitida, em carter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocao temporria de competncia atribuda a rgo hierarquicamente inferior.Art. 16. Os rgos e entidades administrativas divulgaro publicamente os locais das respectivas sedes e, quando conveniente, a unidade fundacional competente em matria de interesse especial.Art. 17. Inexistindo competncia legal especfica, o processo administrativo dever ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierrquico para decidir.CAPTULO VIIDOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIOArt. 18. impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:

I - tenha interesse direto ou indireto na matria;

II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situaes ocorrem quanto ao cnjuge, companheiro ou parente e afins at o terceiro grau;

III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cnjuge ou companheiro.Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato autoridade competente, abstendo-se de atuar.

Pargrafo nico. A omisso do dever de comunicar o impedimento constitui falta grave, para efeitos disciplinares.Art. 20. Pode ser argida a suspeio de autoridade ou servidor que tenha amizade ntima ou inimizade notria com algum dos interessados ou com os respectivos cnjuges, companheiros, parentes e afins at o terceiro grau.Art. 21. O indeferimento de alegao de suspeio poder ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo.CAPTULO VIIIDA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSOArt. 22. Os atos do processo administrativo no dependem de forma determinada seno quando a lei expressamente a exigir.

1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernculo, com a data e o local de sua realizao e a assinatura da autoridade responsvel.

2o Salvo imposio legal, o reconhecimento de firma somente ser exigido quando houver dvida de

autenticidade. 3o A autenticao de documentos exigidos em cpia poder ser feita pelo rgo administrativo.

4o O processo dever ter suas pginas numeradas seqencialmente e rubricadas.Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias teis, no horrio normal de funcionamento da repartio na qual tramitar o processo.

Pargrafo nico. Sero concludos depois do horrio normal os atos j iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou Administrao.Art. 24. Inexistindo disposio especfica, os atos do rgo ou autoridade responsvel pelo processo e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo motivo de fora maior.

Pargrafo nico. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado at o dobro, mediante comprovada justificao.Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na sede do rgo, cientificando-se o interessado se outro for o local de realizao.CAPTULO IXDA COMUNICAO DOS ATOSArt. 26. O rgo competente perante o qual tramita o processo administrativo determinar a intimao do interessado para cincia de deciso ou a efetivao de diligncias.

1o A intimao dever conter:

I - identificao do intimado e nome do rgo ou entidade administrativa;

II - finalidade da intimao;

III - data, hora e local em que deve comparecer;

IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se representar;

V - informao da continuidade do processo independentemente do seu comparecimento;

VI - indicao dos fatos e fundamentos legais pertinentes.

2o A intimao observar a antecedncia mnima de trs dias teis quanto data de comparecimento.

3o A intimao pode ser efetuada por cincia no processo, por via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da cincia do interessado.

4o No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domiclio indefinido, a intimao deve ser efetuada por meio de publicao oficial.

5o As intimaes sero nulas quando feitas sem observncia das prescries legais, mas o comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade.Art. 27. O desatendimento da intimao no importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renncia a direito pelo administrado.

Pargrafo nico. No prosseguimento do processo, ser garantido direito de ampla defesa ao interessado.Art. 28. Devem ser objeto de intimao os atos do processo que resultem para o interessado em imposio de deveres, nus, sanes ou restrio ao exerccio de direitos e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse.CAPTULO XDA INSTRUOArt. 29. As atividades de instruo destinadas a averiguar e comprovar os dados necessrios tomada de deciso realizam-se de ofcio ou mediante impulso do rgo responsvel pelo processo, sem prejuzo do direito dos interessados de propor atuaes probatrias.

1o O rgo competente para a instruo far constar dos autos os dados necessrios deciso do processo.

2o Os atos de instruo que exijam a atuao dos interessados devem realizar-se do modo menos oneroso para estes.Art. 30. So inadmissveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilcitos.Art. 31. Quando a matria do processo envolver assunto de interesse geral, o rgo competente poder, mediante despacho motivado, abrir perodo de consulta pblica para manifestao de terceiros, antes da deciso do pedido, se no houver prejuzo para a parte interessada.

1o A abertura da consulta pblica ser objeto de divulgao pelos meios oficiais, a fim de que pessoas fsicas ou jurdicas possam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de alegaes escritas.

2o O comparecimento consulta pblica no confere, por si, a condio de interessado do processo, mas confere o direito de obter da Administrao resposta fundamentada, que poder ser comum a todas as alegaes substancialmente iguais.Art. 32. Antes da tomada de deciso, a juzo da autoridade, diante da relevncia da questo, poder ser realizada audincia pblica para debates sobre a matria do processo.Art. 33. Os rgos e entidades administrativas, em matria relevante, podero estabelecer outros meios de participao de administrados, diretamente ou por meio de organizaes e associaes legalmente reconhecidas.Art. 34. Os resultados da consulta e audincia pblica e de outros meios de participao de administrados devero ser apresentados com a indicao do procedimento adotado.Art. 35. Quando necessria instruo do processo, a audincia de outros rgos ou entidades administrativas poder ser realizada em reunio conjunta, com a participao de titulares ou representantes dos rgos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos.Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuzo do dever atribudo ao rgo competente para a instruo e do disposto no art. 37 desta Lei.Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados esto registrados em documentos existentes na prpria Administrao responsvel pelo processo ou em outro rgo administrativo, o rgo competente para a instruo prover, de ofcio, obteno dos documentos ou das respectivas cpias.Art. 38. O interessado poder, na fase instrutria e antes da tomada da deciso, juntar documentos e pareceres, requerer diligncias e percias, bem como aduzir alegaes referentes matria objeto do processo.

1o Os elementos probatrios devero ser considerados na motivao do relatrio e da deciso.

2o Somente podero ser recusadas, mediante deciso fundamentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam ilcitas, impertinentes, desnecessrias ou protelatrias.Art. 39. Quando for necessria a prestao de informaes ou a apresentao de provas pelos interessados ou terceiros, sero expedidas intimaes para esse fim, mencionando-se data, prazo, forma e condies de atendimento.

Pargrafo nico. No sendo atendida a intimao, poder o rgo competente, se entender relevante a matria, suprir de ofcio a omisso, no se eximindo de proferir a deciso.Art. 40. Quando dados, atuaes ou documentos solicitados ao interessado forem necessrios apreciao de pedido formulado, o no atendimento no prazo fixado pela Administrao para a respectiva apresentao implicar arquivamento do processo.Art. 41. Os interessados sero intimados de prova ou diligncia ordenada, com antecedncia mnima de trs dias teis, mencionando-se data, hora e local de realizao.Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um rgo consultivo, o parecer dever ser emitido no prazo mximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo.

1o Se um parecer obrigatrio e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo no ter seguimento at a respectiva apresentao, responsabilizando-se quem der causa ao atraso.

2o Se um parecer obrigatrio e no vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo poder ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuzo da responsabilidade de quem se omitiu no atendimento.Art. 43. Quando por disposio de ato normativo devam ser previamente obtidos laudos tcnicos de rgos administrativos e estes no cumprirem o encargo no prazo assinalado, o rgo responsvel pela instruo dever solicitar laudo tcnico de outro rgo dotado de qualificao e capacidade tcnica equivalentes.Art. 44. Encerrada a instruo, o interessado ter o direito de manifestar-se no prazo mximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado.Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administrao Pblica poder motivadamente adotar providncias acauteladoras sem a prvia manifestao do interessado.Art. 46. Os interessados tm direito vista do processo e a obter certides ou cpias reprogrficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito privacidade, honra e imagem.Art. 47. O rgo de instruo que no for competente para emitir a deciso final elaborar relatrio indicando o pedido inicial, o contedo das fases do procedimento e formular proposta de deciso, objetivamente justificada, encaminhando o processo autoridade competente.CAPTULO XIDO DEVER DE DECIDIRArt. 48. A Administrao tem o dever de explicitamente emitir deciso nos processos administrativos e sobre solicitaes ou reclamaes, em matria de sua competncia.Art. 49. Concluda a instruo de processo administrativo, a Administrao tem o prazo de at trinta dias para decidir, salvo prorrogao por igual perodo expressamente motivada.CAPTULO XIIDA MOTIVAOArt. 50. Os atos administrativos devero ser motivados, com indicao dos fatos e dos fundamentos jurdicos, quando:

I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;

II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanes;

III - decidam processos administrativos de concurso ou seleo pblica;

IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatrio;

V - decidam recursos administrativos;

VI - decorram de reexame de ofcio;

VII - deixem de aplicar jurisprudncia firmada sobre a questo ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatrios oficiais;

VIII - importem anulao, revogao, suspenso ou convalidao de ato administrativo. 1o A motivao deve ser explcita, clara e congruente, podendo consistir em declarao de concordncia com fundamentos de anteriores pareceres, informaes, decises ou propostas, que, neste caso, sero parte integrante do ato.

2o Na soluo de vrios assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecnico que reproduza os fundamentos das decises, desde que no prejudique direito ou garantia dos interessados.

3o A motivao das decises de rgos colegiados e comisses ou de decises orais constar da respectiva ata ou de termo escrito.CAPTULO XIIIDA DESISTNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINO DO PROCESSOArt. 51. O interessado poder, mediante manifestao escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponveis. 1o Havendo vrios interessados, a desistncia ou renncia atinge somente quem a tenha formulado.

2o A desistncia ou renncia do interessado, conforme o caso, no prejudica o prosseguimento do processo, se a Administrao considerar que o interesse pblico assim o exige.Art. 52. O rgo competente poder declarar extinto o processo quando exaurida sua finalidade ou o objeto da deciso se tornar impossvel, intil ou prejudicado por fato superveniente.CAPTULO XIVDA ANULAO, REVOGAO E CONVALIDAOArt. 53. A Administrao deve anular seus prprios atos, quando eivados de vcio de legalidade, e pode revog-los por motivo de convenincia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.Art. 54. O direito da Administrao de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favorveis para os destinatrios decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada m-f.

1o No caso de efeitos patrimoniais contnuos, o prazo de decadncia contar-se- da percepo do primeiro pagamento.

2o Considera-se exerccio do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnao validade do ato.Art. 55. Em deciso na qual se evidencie no acarretarem leso ao interesse pblico nem prejuzo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanveis podero ser convalidados pela prpria Administrao.CAPTULO XVDO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISOArt. 56. Das decises administrativas cabe recurso, em face de razes de legalidade e de mrito.

1o O recurso ser dirigido autoridade que proferiu a deciso, a qual, se no a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhar autoridade superior.

2o Salvo exigncia legal, a interposio de recurso administrativo independe de cauo.

3o Se o recorrente alegar que a deciso administrativa contraria enunciado da smula vinculante, caber autoridade prolatora da deciso impugnada, se no a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso autoridade superior, as razes da aplicabilidade ou inaplicabilidade da smula, conforme o caso. (Includo pela Lei n 11.417, de 2006).Art. 57. O recurso administrativo tramitar no mximo por trs instncias administrativas, salvo disposio legal diversa.Art. 58. Tm legitimidade para interpor recurso administrativo:

I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;

II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela deciso recorrida;

III - as organizaes e associaes representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;

IV - os cidados ou associaes, quanto a direitos ou interesses difusos.Art. 59. Salvo disposio legal especfica, de dez dias o prazo para interposio de recurso administrativo, contado a partir da cincia ou divulgao oficial da deciso recorrida.

1o Quando a lei no fixar prazo diferente, o recurso administrativo dever ser decidido no prazo mximo de trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo rgo competente.

2o O prazo mencionado no pargrafo anterior poder ser prorrogado por igual perodo, ante justificativa explcita.Art. 60. O recurso interpe-se por meio de requerimento no qual o recorrente dever expor os fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar os documentos que julgar convenientes.Art. 61. Salvo disposio legal em contrrio, o recurso no tem efeito suspensivo.

Pargrafo nico. Havendo justo receio de prejuzo de difcil ou incerta reparao decorrente da execuo, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poder, de ofcio ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso.Art. 62. Interposto o recurso, o rgo competente para dele conhecer dever intimar os demais interessados para que, no prazo de cinco dias teis, apresentem alegaes.Art. 63. O recurso no ser conhecido quando interposto:

I - fora do prazo;

II - perante rgo incompetente;

III - por quem no seja legitimado;

IV - aps exaurida a esfera administrativa.

1o Na hiptese do inciso II, ser indicada ao recorrente a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso.

2o O no conhecimento do recurso no impede a Administrao de rever de ofcio o ato ilegal, desde que no ocorrida precluso administrativa.Art. 64. O rgo competente para decidir o recurso poder confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a deciso recorrida, se a matria for de sua competncia.

Pargrafo nico. Se da aplicao do disposto neste artigo puder decorrer gravame situao do recorrente, este dever ser cientificado para que formule suas alegaes antes da deciso.Art. 64-A. Se o recorrente alegar violao de enunciado da smula vinculante, o rgo competente para decidir o recurso explicitar as razes da aplicabilidade ou inaplicabilidade da smula, conforme o caso. (Includo pela Lei n 11.417, de 2006).Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamao fundada em violao de enunciado da smula vinculante, dar-se- cincia autoridade prolatora e ao rgo competente para o julgamento do recurso, que devero adequar as futuras decises administrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilizao pessoal nas esferas cvel, administrativa e penal. (Includo pela Lei n 11.417, de 2006).Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanes podero ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofcio, quando surgirem fatos novos ou circunstncias relevantes suscetveis de justificar a inadequao da sano aplicada.

Pargrafo nico. Da reviso do processo no poder resultar agravamento da sano.CAPTULO XVIDOS PRAZOSArt. 66. Os prazos comeam a correr a partir da data da cientificao oficial, excluindo-se da contagem o dia do comeo e incluindo-se o do vencimento.

1o Considera-se prorrogado o prazo at o primeiro dia til seguinte se o vencimento cair em dia em que no houver expediente ou este for encerrado antes da hora normal.

2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo contnuo.

3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no ms do vencimento no houver o dia equivalente quele do incio do prazo, tem-se como termo o ltimo dia do ms.

Art. 67. Salvo motivo de fora maior devidamente comprovado, os prazos processuais no se suspendem.CAPTULO XVIIDAS SANES

Art. 68. As sanes, a serem aplicadas por autoridade competente, tero natureza pecuniria ou consistiro em obrigao de fazer ou de no fazer, assegurado sempre o direito de defesa.

CAPTULO XVIIIDAS DISPOSIES FINAISArt. 69. Os processos administrativos especficos continuaro a reger-se por lei prpria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei.Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.Braslia 29 de janeiro de 1999; 178o da Independncia e 111o da Repblica.FERNANDO HENRIQUE CARDOSORenan Calheiros Paulo Paiva

Exerccios Verdadeiro ou Falso

1)No mbito do processo administrativo, o princpio que autoriza a instituio do processo por iniciativa da Administrao, sem necessidade de provocao, denomina-se princpio da oficialidade.

2)O fato de os atos a serem praticados no processo, principalmente os atos a cargo do particular, no exigirem formalidades especiais, bastando que sejam estas suficientes para assegurar a certeza jurdica e segurana processual, decorre do princpio do informalismo, caracterstico dos processos administrativos.

3)O prazo genrico para a prtica, pela Administrao ou pelo particular, de atos processuais, de cinco dias, improrrogveis.

4)A intimao dos atos processuais nos processos administrativos federais pode ser feita, a critrio da Administrao, pessoalmente, por via postal, com aviso de recebimento, ou por meio de publicao de edital na imprensa oficial.

5)Podem iniciar o processo administrativo somente as pessoas legalmente definidas como interessadas, ou seja, aquelas que sejam titulares de direitos individuais a ele relativos.

6)Os atos do processo administrativo devem necessariamente ocorrer no horrio do expediente normal do rgo.

7)Joana protocolizou determinado requerimento administrativo, para cuja deciso a autoridade administrativa considerou necessrio realizar audincia. Tempos antes da data designada para o ato, o prdio onde funcionava o rgo entrou em reforma, impedindo o funcionamento da repartio. Em face disso, o responsvel pelo processo, em tempo hbil, comunicou a todos os interessados que a audincia seria realizada na mesma data, mas em outro prdio pblico. A audincia foi realizada, mas Joana no compareceu. Nessa situao, a realizao da audincia fora do rgo gerou nulidade para o processo administrativo.

8)A intimao no processo administrativo pode realizar-se por qualquer meio, desde que se possa ter certeza da cientificao do intimado.

9)Diferentemente do que ocorre no processo judicial, que marcado pelo formalismo, no processo administrativo so admissveis provas obtidas por meio ilcito, desde que no gerem a imposio de nus ao cidado.

10)Ao regular o processo administrativo, a Lei no 9.784/1999 alcanou as Administraes pblicas federal, estadual e municipal. Ademais, a partir de sua publicao, foram revogados todos os processos administrativos especficos regulados por outras leis prprias.

11)Os rgos dos Poderes Legislativo e Judicirio da Unio no so alcanados pela Lei no 9.784/1999.

12)Os rgos da Administrao federal indireta so alcanados pelas regras estatudas pela Lei no 9.784/1999.

13) O princpio constitucional implcito da proporcionalidade passou a ter previso expressa no mbito do processo administrativo da Administrao pblica federal.

14)Os princpios da segurana jurdica e da finalidade devero ser obedecidos pela Administrao pblica federal, mas o da impulso oficial do processo administrativo foi expressamente vedado pela referida lei.

15)O princpio da proporcionalidade pode ser entendido como a vedao de imposio de obrigaes, restries e sanes em medida superior quelas estritamente necessrias ao atendimento do interesse pblico.

16)O princpio da segurana jurdica impe a indicao dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a deciso.

17)O princpio do informalismo impe a adoo de forma simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurana e respeito aos direitos dos administrados.

18)Um dos corolrios do princpio da segurana jurdica, expressamente previsto na Lei no 9.784/99, a vedao da aplicao retroativa de nova interpretao da norma administrativa.

19)Entre os direitos do administrado, est o de fazer-se assistir, facultativamente, por advogado perante a Administrao, sendo vedado lei estipular a obrigatoriedade de representao no mbito administrativo.

20)O processo administrativo pode iniciar-se de ofcio ou a pedido do interessado, mas, em ambas as hipteses, deve ser norteado pelo princpio da oficialidade ou da impulso, de ofcio, pela administrao, sem prejuzo da atuao do interessado.

21)Em face dos princpios da legalidade e da segurana jurdica, vedada ao administrado qualquer possibilidade de solicitao oral Administrao, devendo o requerimento inicial ser sempre formulado por escrito.

22) vedada Administrao a recusa imotivada de recebimento de documentos, sendo facultado ao servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.

23)Para fins de processo administrativo, em regra, so capazes os maiores de 21 anos.

24)A competncia irrenuncivel e se exerce pelos rgos administrativos a que foi atribuda como prpria, salvo os casos de delegao e avocao legalmente admitidos.

25)A competncia irrenuncivel e s pode ser delegada parcialmente pelo rgo administrativo e seu titular quando houver autorizao legal especfica e expressa nesse sentido. Ademais, a delegao s ser lcita se os rgos delegados forem subordinados hierarquicamente ao rgo delegante.

26)A deciso de recursos administrativos no pode ser objeto de delegao.

27)As matrias de competncia exclusiva do rgo ou autoridade somente podero ser parcialmente delegadas.

28)A edio de ato de carter normativo pela autoridade administrativa, dada a sua complexidade, constitui matria tipicamente delegvel.

29)As decises adotadas pelo rgo delegado devem mencionar explicitamente esta qualidade, e considerar-se-o editados pelo rgo delegante. Ademais, o ato de delegao revogvel a qualquer tempo pela autoridade delegante.

30)A avocao temporria de competncia atribuda a rgo hierarquicamente inferior excepcional no mbito do processo administrativo, somente devendo ocorrer por motivos relevantes devidamente justificados.

31)Na ausncia de previso legal especfica, a competncia para apreciar o processo administrativo ser da autoridade de maior grau hierrquico para decidir sobre a matria.

32) impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que tenha amizade ntima ou inimizade notria com algum dos interessados.

33)A autoridade que incorrer em suspeio deve, obrigatoriamente, comunicar o fato autoridade competente, abstendo-se de atuar no processo, constituindo falta disciplinar grave a omisso nesse sentido.

34)Constitui hiptese de suspeio o fato de o servidor ter interesse direto ou indireto na matria objeto do processo administrativo em exame.

35)O impedimento constitui restrio mais branda do que a suspeio para o servidor atuar no processo, devendo aquela ser argida pela parte prejudicada.

36)Pode ser argida a suspeio de autoridade ou servidor que tenha inimizade notria com um tio do interessado no processo administrativo em exame.

37)Impera no processo administrativo o princpio do informalismo, segundo o qual no se exige forma determinada para a prtica dos atos, salvo quando expressamente prevista em lei.

38)Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernculo, com a assinatura da autoridade responsvel, exigida, sempre, o reconhecimento de firma das assinaturas.

39)A despeito do reconhecimento de f pblica aos atos emanados das autoridades pblicas, a lei veda a autenticao de documentos pelos rgos administrativos.

40)Todos os atos do processo devero ser realizados em dias teis, e sempre no horrio normal de funcionamento da repartio na qual tramitar o processo.

41)Inexistindo disposio especfica, os atos do rgo ou autoridade responsvel pelo processo e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo motivo de fora maior, admitida sua dilatao at o dobro, mediante comprovada justificao.

42)Os atos do processo podem ser realizados fora da sede do rgo em que tramita o processo, desde que o interessado seja cientificado a respeito.

43)O rgo competente perante o qual tramita o processo determinar a intimao do interessado para cincia de deciso ou a efetivao de diligncia, devendo ser observada a antecedncia mnima de cinco dias teis quanto data de comparecimento.

44)A lei permite que a intimao seja efetuada por qualquer meio que assegure a certeza da cincia do interessado.

45)A intimao pode ser efetuada, indistintamente, em qualquer hiptese, por cincia no processo, por via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou por meio de publicao oficial.

46)O comparecimento do administrado no tem o condo de suprir a nulidade de sua intimao, caso esta tenha descumprido as prescries legais.

47)O desatendimento da intimao pelo administrado implica revelia, importando no reconhecimento da verdade dos fatos alegados contra o revel.

48)O desatendimento da intimao implica a renncia a direito pelo administrado.

49)Desatendendo intimao, o administrado no poder, no prosseguimento do processo, alegar cerceamento de seu direito de defesa.

50)As atividades de instruo destinadas a averiguar e comprovar os dados necessrios tomada de deciso realizam-se mediante impulso do interessado, sendo vedado ao rgo responsvel pelo processo, em homenagem ao princpio da imparcialidade, dar impulso ao andamento do processo administrativo.

51)Se a matria do processo envolver assunto de interesse geral, o rgo competente poder abrir perodo de consulta pblica para manifestao de terceiros, antes da deciso do pedido, se no houver prejuzo para a parte interessada. Essa medida, contudo, exige motivao por parte do rgo competente.

52)A juzo da autoridade, e antes da tomada de deciso, poder ser realizada audincia pblica para debates sobre a matria do processo, diante da relevncia da questo.

53)Quando dados, atuaes ou documentos solicitados ao interessado forem necessrios apreciao de pedido formulado, o no-atendimento no prazo fixado pela Administrao para a respectiva apresentao implicar arquivamento do processo.

54)A despeito da garantia da ampla defesa e do contraditrio, a Administrao pblica poder, em caso de risco iminente, adotar, motivadamente, providncias acauteladoras sem a prvia manifestao do interessado.

55)Encerrada a instruo, o interessado ter o direito de manifestar-se no prazo mximo de trinta dias, salvo se outro prazo for fixado em lei.

56)Concluda a instruo do processo administrativo, a Administrao tem o prazo de at trinta dias, improrrogvel, para decidir.

57)A Administrao tem o dever de explicitamente emitir deciso nos processos administrativos, em matria de sua competncia.

58)Segundo texto expresso da lei, todos os atos do processo administrativo devero ser obrigatoriamente motivados, com indicao dos fatos e dos fundamentos jurdicos.

59)Os atos que decidam recursos administrativos, decorram de reexame de ofcio ou dispensem ou declarem inexigibilidade de processo licitatrio devem ser obrigatoriamente motivados.

60)No mbito do processo administrativo regulado pela Lei no 9.784/99, cabe sempre Administrao a prova dos fatos alegados pelo administrado.

61)No mbito do processo administrativo regulado pela Lei no 9.784/99, as provas apresentadas pelo administrado no podem ser recusadas pela Administrao, salvo quando ilcitas.

62)No mbito do processo administrativo regulado pela Lei no 9.784/99, os pareceres consultivos devem ser emitidos, em regra, no prazo mximo de trinta dias.

63)No mbito do processo administrativo regulado pela Lei no 9.784/99, o princpio da oficialidade autoriza a administrao a requerer diligncias, solicitar pareceres, laudos, informaes e a rever seus prprios atos para a consecuo do interesse pblico.

64)No mbito do processo administrativo regulado pela Lei no 9.784/99, a motivao deve ser explcita, clara e congruente, sendo vedada a utilizao de declarao de concordncia com fundamentos de anteriores decises ou pareceres.

65)No mbito do processo administrativo da Administrao Pblica Federal, regulado pela Lei no 9.784/99, o interessado poder, por escrito, desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a quaisquer direitos.

66)No mbito do processo administrativo regulado pela Lei no 9.784/99, o rgo competente poder, em certos casos, declarar extinto o processo.

67)No mbito do processo administrativo regulado pela Lei no 9.784/99, o direito da administrao de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favorveis para os destinatrios decai em cinco anos, contados da data em que por ela for verificada a ilegalidade, salvo comprovada m-f.

68)No mbito do processo administrativo regulado pela Lei no 9.784/99, o prazo de cinco anos para a administrao anular os atos administrativos de que decorram efeitos patrimoniais contnuos deve ser contado a partir da percepo do ltimo pagamento.

69)No mbito do processo administrativo regulado pela Lei no 9.784/99, a Administrao pode convalidar os seus atos que apresentarem defeitos sanveis, bastando que fique evidenciado na deciso que no acarretem leso ao interesse pblico.

70)Das decises administrativas cabe recurso, em face de razes de legalidade e de mrito, em regra sem exigncia de cauo, devendo ser dirigido autoridade que proferiu a deciso.

71)Salvo disposio legal em contrrio, de dez dias o prazo para a interposio do recurso, contado a partir da cincia ou divulgao oficial da deciso recorrida.

72)O recurso administrativo tramitar no mximo por trs instncias administrativas, salvo deciso da autoridade administrativa em sentido contrrio.

73)Em regra, o recurso administrativo deve ser decidido no prazo mximo de trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo rgo competente, vedada qualquer prorrogao.

74)Em regra o recurso no tem efeito suspensivo, mas, diante de receio de prejuzo de difcil ou incerta reparao decorrente da execuo, a autoridade recorrida ou imediatamente superior poder, de ofcio ou a pedido, dar-lhe tal efeito suspensivo.

75)O recurso no ser conhecido quando interposto fora do prazo.

76)O recurso no ser conhecido quando for interposto perante rgo incompetente, hiptese em que o administrado perder o respectivo prazo para interposio do recurso perante a autoridade competente, sendo extinto o processo.

77)O rgo competente para decidir o recurso poder confirmar, modificar ou anular, total ou parcialmente, a deciso recorrida, se a matria for de sua competncia. Apenas no poder revogar a deciso, haja vista a presena do mrito administrativo.

78)Do recurso interposto poder resultar gravame situao do recorrente (reformatio in pejus), hiptese em que este dever ser cientificado para que formule suas alegaes antes da deciso da autoridade administrativa.

79)Os processos administrativos de que resultem sanes podero ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofcio, quando surgirem fatos novos ou circunstncias relevantes suscetveis de justificar a inadequao da sano aplicada, admitindo-se, nesse caso, o abrandamento ou o agravamento da sano anteriormente imposta.

80)Os prazos no processo administrativo comeam a correr a partir da data da cientificao oficial, excluindo-se da contagem o dia do comeo, bem assim o do vencimento. Se o vencimento cair em dia em que no houver expediente ou este for encerrado antes da hora normal, considera-se prorrogado o prazo at o primeiro dia til seguinte.

Gabarito

1C2C3E4E5E6E7E8C

9E10E11E12C13C14E15C16E

17C18C19E20C21E22E23E24C

25E26C27E28E29E30C31E32E

33E34E35E36C37C38E39E40E

41C42C43E44C45E46E47E48E

49E50E51C52C53C54C55E56E

57C58E59C60E61E62E63C64E

65E66C67E68E69E70C71C72E

73E74C75C76E77E78C79E80E

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