Upload
votuong
View
213
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
FOTOGRAGIA E PLANEJAMENTO DIGITAL EM ODONTOLOGIA COM DVS 020
Carlos Augusto Ramos de Carvalho, Eduardo Tanajura e Fernando Acceturi
072DO VIRTUAL AO REAL: ENCERAMENTO DIAGNÓSTICO E PROVA NA BOCA
Gustavo Diniz Greco, Carlos Augusto Ramos de Carvalho e David Morita da Silva
100SELEÇÃO DE COR E MAPEAMENTO CROMÁTICO
Gustavo Diniz Greco, Carlos Augusto Ramos de Carvalho e Aline de Freitas Fernandes
122CIRURGIA PERIODONTAL ESTÉTICA COM LASER DE DIODO DE ALTA INTENSIDADE
Gerdal Roberto de Sousa
CLAREAMENTO DENTAL 132
Marcus Vinicius Lucas Ferreira, Carolina Dolabela Leal
158PREPAROS CAVITÁRIOS MINIMAMENTE INVASIVOS
Gustavo Diniz Greco, Carlos Augusto Ramos de Carvalho e Alexandre Camisassa Diniz Leite Greco
178MOLDAGENS SIMPLES E EFICIENTES
Gustavo Diniz Greco, Carlos Augusto Ramos de Carvalho e Henrique Diniz França Oliveira
206PRÓTESES TEMPORÁRIAS
Gustavo Diniz Greco, Carlos Augusto Ramos de Carvalho, David Morita da Silva e Henrique Diniz França Oliveira
230ETAPAS LABORATORIAIS DOS LAMINADOS CERÂMICOS
Gustavo Diniz Greco, Carlos Augusto Ramos de Carvalho e David Morita da Silva
254CIMENTAÇÃO CROMÁTICA
Gustavo Diniz Greco, Carlos Augusto Ramos de Carvalho e Alexandre Camisassa Diniz Leite Greco
278BIOPLASTIA: NOVOS RECURSOS NA ESTÉTICA ORAL E PERIORAL
Marco Túlio de Souza e Lorenza Carvalhaes Machado de Souza
290FINALIZAÇÃO DO CASO
Gustavo Diniz Greco, Carlos Augusto Ramos de Carvalho e David Morita da Silva
SUMÁRIO
073
CAPÍTULO 02
GUSTAVO DINIZ GRECOCARLOS AUGUSTO RAMOS DE CARVALHO
DAVID MORITA DA SILVA
DO VIRTUAL AO REALENCERAMENTO DIAGNÓSTICO
E PROVA NA BOCA
074
CAPÍ
TULO
02
DDefinidos os parâmetros virtuais, é chegada a hora de transformar este planeja-
mento digital em algo físico, real, palpável, que possa ser tanto manuseado como
visualizado pelos profissionais envolvidos e, principalmente, pelo paciente.
É neste momento que os modelos de estudo, muito bem trabalhados, obtidos a
partir de cuidadosas moldagens, utilizando-se silicone de adição e minucioso pro-
cesso laboratorial de dosagem e vazamento de gesso, são encaminhados ao labo-
ratório de prótese para que possam ser articulados em aparelhos semiajustáveis e
realizado o enceramento diagnóstico pela técnica aditiva (Figura 01).
As ceras são utilizadas pelo homem desde a antiguidade. Suas aplicações vinham
desde a produção de velas como para recobrimento e proteção de objetos em ma-
deira. As ceras mais modernas podem ser derivadas da secreção de abelhas, ser de
fontes vegetais ou animais ou derivadas de produtos do petróleo. São tipicamente
compostas de hidrogênio, carbono, oxigênio e cloro.
As ceras têm grande aplicação em Odontologia. São definidas como ésteres de áci-
dos graxos de baixo peso molecular derivados de componentes naturais ou sintéti-
cos que amolecem até atingir um estado plástico em temperaturas relativamente
baixas. Podem ser classificadas principalmente em três tipos: ceras para padrão (res-
taurações indiretas e placas base), ceras para processamento (em lâminas, utilidade
e pegajosa) e ceras para moldagem (dos tipos para registro de mordida e correção).
Os principais componentes das ceras odontológicas são derivados de petróleo
como hidrocarbonetos da parafina e grupos microcristalinos, e derivados de ceras
naturais como cera de carnaúba, de candelila, além de resinas. As ceras sintéticas
são mais homogêneas que as ceras naturais. São adicionados corantes e ainda par-
tículas de carga que ajudam a controlar a expansão e contração da cera1.
As ceras para padrão são utilizadas principalmente para a confecção de padrões de
fundição para restaurações e próteses metálicas através do processo de fundição
ou cerâmicas, através de prensagem isostática a quente. A cor deve ser apropriada
para um contraste com o troquel, o que permite a correta visualização da termi-
nação do preparo cavitário1-3.
076OD
ONTO
LOGI
A D
E A
LTA
PER
FORM
AN
CE
Na mesma classe em que estão presentes as ceras para padrão, estão as ceras em
cores apresentadas em uma escala de cor dentária, com opacidade suficiente para
mascarar a cor dos gessos para troquel. Estas ceras são úteis para apresentações
estéticas de casos a pacientes2.
As ceras para padrão devem plastificar entre 54°C e 60°C para correto escoamen-
to e adaptação ao modelo. As camadas sucessivas podem também ser esculpidas
sem lascamento ou descamação.
Com os modelos de estudo em mãos, o técnico em prótese dentária (TPD), seguin-
do as referências enviadas pelo desenho virtual do sorriso (DVS) obtido para aquele
caso, vai trabalhar nos modelos de estudo, simulando cirurgias periodontais por
meio de desgastes nas áreas determinadas e acréscimos de cera odontológica, de
modo a obter todas as medidas e referências predeterminadas. Desta maneira, o
que foi planejado virtualmente no DVS, será agora esculpido, artesanalmente, de
modo a se obter uma cópia fiel do que foi planejado.
É importante reconhecer que um projeto 2D apresenta diversas distorções que vão
desde as criadas pela óptica das lentes fotográficas, que não conseguem reproduzir
fielmente a imagem objeto da exposição, até ás tomadas fotográficas que podem
apresentar inclinação inadequada, não reproduzindo a imagem real dos dentes. Ain-
da como limitação do projeto 2D, o desenho é realizado na tomada fotográfica fron-
tal, onde não é possível uma análise adequada em visão lateral do sorriso, assim o
teste direto na boca do DVS a partir do enceramento diagnóstico realizado (mock-up)
assume fundamental importância para a verificação estética do projeto pelo profis-
sional e paciente, bem como ainda para que o dentista realize os testes fonéticos
com palavras sibilantes e testes funcionais de oclusão e guias de desoclusão.
O enceramento é realizado pela técnica aditiva, em que somente acrescentamos
cera, sem efetuar qualquer tipo de desgaste1. Isto avalia a possibilidade de se tra-
balhar com um mínimo de desgaste de estruturas dentais.
O TPD segue as referência métricas mas coloca ali seus detalhes artísticos, perti-
nentes à profissão, que exigem extrema habilidade e conhecimento anatômico e
funcional; desta forma teremos um modelo de estudo com um enceramento diag-
nóstico unindo os conceitos científicos e artísticos (Figuras 02 e 03).
080
ODONTOLOGIA DE ALTA PERFORMANCE
Ressaltamos aqui que os padrões de macro e microtexturas abordados no ence-
ramento diagnóstico devem seguir as características dos demais dentes e das es-
truturas e proporções faciais da paciente envolvida, visando sempre o máximo de
naturalidade possível.
Neste tipo de trabalho estético, um fator primordial é a dominância dos incisivos
centrais sobre os demais dentes e sua contínua proporcionalidade para distal, que
faz com que os incisivos devem aparecer mais que os demais dentes em proporção
regressiva de aparecimento4-8.
O restabelecimento dos níveis incisais é fundamental para um resultado estético
final satisfatório para o paciente e para os profissionais envolvidos4,5.
Durante os processos de planejamento digital e enceramento diagnóstico, devemos
nos preocupar com três fatores que proporcionam um sorriso harmônico e agradá-
vel. Estes fatores são: linha média simétrica, proporção regressiva oriunda das curva-
turas dentoalveolares do arco dentário e a dominância dos incisivos centrais6-8.
Assim, já temos uma forma física, real, onde podemos manusear, avaliar os padrões
estéticos, oclusais e funcionais com os modelos articulados. O paciente também
tem a possibilidade de avaliar, em uma segunda oportunidade, o que foi aprovado
nas fotografias finais do DVS.
A B
081
CAPÍTULO 02
Muralhas de referência serão confeccionadas neste modelo de estudo encerado,
com diversas funções de fundamental importância; dentre elas podemos destacar
a muralha de referências incisais e palatinas, a muralha de referência de desgas-
tes vestibulares e a muralha de mock-up, na qual será obtida a prova na boca das
formas definidas pelo DVS e pelo enceramento diagnóstico. Esta última ainda será
nossa guia para obtenção do trabalho temporário, que será confeccionado entre
a fase de preparos cavitários, mesmo que minimamente invasivos, e a fase de ci-
mentação dos laminados cerâmicos.
Para a prova na boca do planejamento desenvolvido para nosso caso clínico
foi confeccionada a muralha de mock-up, utilizando-se silicone de conden-
sação laboratorial ou silicone de adição, em sua consistência densa, levado
às áreas de interesse do modelo, sem a utilização de uma moldeira, sendo o
material acomodado e esculpido de forma a cobrir todas as estruturas den-
tárias e os tecidos de suporte dos dentes envolvidos no planejamento e mais
um dente para a distal de cada lado, de forma a se obter pontos de garantia
de posição ou stops que mantenham a muralha em posição, quando esta for
levada à boca (Figura 04).
04. A-D − Obtenção da muralha de mock-up.
C D
082OD
ONTO
LOGI
A D
E A
LTA
PER
FORM
AN
CE
Esta muralha é então recortada de modo a retirar todo o excesso de silicone de
condensação que copiou as estruturas de suporte e os tecidos moles, deixando
bem demarcada a linha de início da coroa clínica e o término de tecido mole. Este
desgaste, em um primeiro momento, deve ser realizado com um estilete e, pos-
teriormente, refinado com lâminas de bisturi e brocas minicut em baixa rotação,
deixando um fino acabamento (Figura 05).
05. A-C − Refinamento e acabamento das muralhas de mock-up.
A
B
C
083
CAPÍTULO 02
Ao final do trabalho de confecção desta muralha de mock-up, ela é encaixada
novamente no modelo de estudo com o enceramento e a adaptação marginal
cervical é toda verificada e, se necessário for, deve ser revista ou corrigida. Um
sulco de orientação é realizado no ponto médio da superfície palatina, que vai
servir de orientação para a inserção da muralha no momento da confecção do
mock-up (Figura 06).
06. A,B − Verificação da adaptação da muralha de mock-up no modelo de estudo encerado.
A
B
084
ODONTOLOGIA DE ALTA PERFORMANCE
Uma segunda muralha confeccionada neste momento é a de guias incisais e palati-
nas, que vai cobrir todas as superfícies palatinas dos dentes envolvidos e os tecidos
de suporte da região do palato, além de mais um dente para as distais de ambos
os lados (Figura 07).
07. A-C − Confecção da muralha de referência incisal e palatina.
08. A-C − Prova em boca da muralha de guia incisiva e palatina.
A
A
085
CAPÍTULO 02
Estas muralhas são então levadas à boca e permitem a visualização das diferenças
entre as áreas que receberam acréscimo de cera, no enceramento diagnóstico, e
os espaços vazios em boca. Neste caso clínico fica nítido que teremos suaves acrés-
cimos no comprimento dos dentes, conforme planejado no DVS e no enceramento
diagnóstico (Figura 08).
B
B
C
C
086
ODONTOLOGIA DE ALTA PERFORMANCE
A muralha de mock-up deve ser levada à boca para que possamos observar sua
adaptação e, principalmente, sua estabilidade. Verificaremos também o vedamen-
to periférico que será obtido nas margens gengivais. Esta adaptação será funda-
mental para o sucesso desta etapa clínica. É importante ressaltar que nas áreas
onde foram realizadas as cirurgias periodontais no modelo de estudo e acrescenta-
da cera do enceramento, irá ocorrer uma isquemia que permitirá que seja avaliado
o resultado final do procedimento cirúrgico planejado por um método totalmente
não invasivo (Figura 09).
Com a muralha de mock-up pronta, partimos agora para a confecção do trabalho
na boca utilizando para isso resina bisacrílica.
09. A-D − Prova da muralha de mock-up na boca.
A B
C D
087
CAPÍTULO 02
A resina bisacrílica utilizada neste caso
foi a de cor A1, que foi injetada dire-
tamente no interior da muralha, logo
após descartar uma porção inicial,
porção esta que atravessa a ponteira
misturadora eliminando o ar contido
em seu interior e, por este motivo,
tem sua reação de presa inibida ou
alterada. Logo após este descarte,
a ponteira deve ser posicionada na
parte mais profunda da muralha para
que possa ser iniciada a deposição do
material (Figura 10).
10. A,B − Descarte da primeira porção de resina bisacrílica e início de deposi-ção do material na parte mais profunda da muralha.
A
B
088
ODONTOLOGIA DE ALTA PERFORMANCE
A partir deste momento, a deposição da resina bisacrílica deve ser realizada de
forma contínua e sem que se retire a ponta ativa dispensadora do interior da mas-
sa já depositada. Este cuidado é fundamental para evitar a formação de bolhas e
porosidades no material (Figura 11).
A
B
Editora NapoleãoR. Prof. Carlos Liepin, 534 - Bela VistaCEP 13460-000 / Nova Odessa - SP - BrasilFone: + 55 19 3466 2063 / Fax: + 55 19 3498 [email protected]@editoranapoleao.com.brwww.editoranapoleao.com
ISBN 978-85-60842-89-6