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Relatório Técnico LAUDO DE CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL Identificação e caracterização das condições ambientais da área referente ao Parque Augusta (Lei 15.941/2013), no município de São Paulo (SP). Bianca Rolim de Arruda Rocha CRBio 100487/01-D Março 2015

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Relatório Técnico

LAUDO DE CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL

Identificação e caracterização das condições ambientais da área referente ao Parque Augusta (Lei 15.941/2013), no município de São Paulo (SP).

Bianca Rolim de Arruda Rocha CRBio 100487/01-D

Março 2015

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1.Introdução Este relatório técnico visa caracterizar as condições de preservação da área referente ao Parque Augusta, cuja criação foi autorizada pela Lei 15.941, de 24 de dezembro de 2013, a fim de analisar a ocorrência de danos ambientais no bosque e nos indivíduos arbóreos do terreno que possam vir a ser caracterizadas como infrações administrativas ou crimes ambientais. A compreensão do parque urbano como equipamento importante para o equilíbrio ambiental e social em áreas urbanas é consensual. A destinação deste tipo de espaço público é fundamental ao convívio, lazer e a práticas culturais, de educação e de esportes. De ampla importância também é sua função ambiental, ao proporcionar conforto térmico, conservação e conhecimento da biodiversidade, controle da poluição sonora e do ar, sendo essencial à manutenção da qualidade de vida urbana. Quanto à sua importância ecológica, as massas verdes urbanas constituem um filtro natural de carbono. No que se refere à composição da paisagem urbana, os parques se apresentam como espaços livres e iluminados, em meio a áreas adensadas e urbanizadas, onde a flora pode ser mantida e preservada, atuando também como abrigo e fonte de alimento para a fauna local. Além disso, essas áreas permeáveis contribuem para a boa drenagem do solo urbano, propiciando a infiltração das águas das chuvas e o retorno das mesmas ao lençol freático, mantendo os níveis dos mananciais. Ressalta-se que a drenagem eficiente do solo urbano também diminui as ocorrências de alagamentos e enchentes, principalmente, nos fundos de vale e nas áreas com cotas mais baixas. A elaboração deste estudo justifica-se, portanto, pela necessidade de defesa dos interesses coletivos relativos ao meio ambiente e ao patrimônio cultural e urbanístico, em virtude da relevância do Parque Augusta como única área verde expressiva na região central do município de São Paulo, que, além de contribuir para a qualidade ambiental nesta região, proporcionando a conservação do solo, o controle de erosão, o desenvolvimento da flora e a proteção da fauna, também apresenta importância histórica e cultural para a cidade.

2.Identificação Técnica do Imóvel PROPRIETÁRIO: Albatroz – Investimentos Imobiliários LTDA. e Flamingo – Investimentos Imobiliários LTDA. CNPJ: 07.981.906/0001-83 e 07.981.901/0001-50 respectivamente. MATRÍCULA: 12.952 (Área 01) e 12.953 (Área 02) do 5º Cartório de Registro de Imóveis local LOCALIZAÇÃO: Confluência da Ruas Augusta com Caio Prado e Marquês de Paranaguá MUNICÍPIO: São Paulo ESTADO: São Paulo ÁREA: 24.633,66 m² (total real) Área 01, escritura: 7.602,86 m², real: 7.602,86 m² Área 02, escritura: 16.133,00 m², real: 17.030,80 m²

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COORDENADAS GEOGRÁFICAS: -23°33’0.21”S - 46°38' 56.2''W.

3.Histórico da Área No início do Sec. XX foi construído o Palacete Uchoa (1902), que após ser adaptado, sediou o tradicional colégio feminino francês Des Oiseaux, conservando a área verde do bosque. As proprietárias da área na época eram as Cônegas de Santo Agostinho. O colégio funcionou até 1967 e, em 1970, foi decretado o primeiro DUP (Decreto de Utilidade Publica) para a construção de um jardim público. Em 1974 o edifício do colégio foi demolido, tendo, no entanto, algumas edificações isoladas permanecido no terreno, como a entrada da Rua Caio Prado, e uma edificação que se encontra dentro do bosque. Até 29 de dezembro de 2013, existia uma passagem aberta ligando as ruas Caio Prado e Marques de Paranaguá, que se encontrava aberta para pedestres. A partir da data mencionada, os portões foram trancados, e uma guarita de serviço de segurança particular foi instalada. Há uma servidão de passagem, mas esta vem sendo desrespeitada. Hoje há uma retrovenda do terreno para duas grandes incorporadoras. Em 2004 o CONPRESP, Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo, tombou as construções remanescentes e todos os exemplares arbóreos da área, através da Resolução 23/CONPRESP/04. Nela também se apresentou um levantamento da flora, incluindo a identificação de plantas jovens. Além da resolução CONPRESP, a área foi declarada como patrimônio ambiental pelo Decreto nº 30.443 de 20/09/1989. De acordo com o art. 19, os proprietários dos imóveis onde estejam localizados os indivíduos arbóreos citados no decreto são responsáveis por sua conservação, devendo tomar as medidas pertinentes, inclusive comunicando à Secretaria do Meio Ambiente sobre quaisquer ocorrências que possam comprometer a integridade dos referidos indivíduos arbóreos. O local também é citado no livro “Vegetação Significativa do Município de São Paulo” de coautoria da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo com a Secretaria Municipal de Planejamento. Em 17 de janeiro de 2015, aproximadamente um ano após o fechamento da passagem que liga as ruas Caio Prado á Marques de Paranaguá, encontrou-se o portão do terreno aberto, deste modo foi possível a visita ao local, e a frequência de moradores e visitantes à área. Uma vez que esta área é objeto de uma reinvindicação dos moradores da região desde a década de 1970, que desejam desfrutar do ultimo remanescente de área verde da região.

4.Caracterização da Área e de seu Entorno O Parque Augusta apresenta formato retangular, sendo ao sul delimitada pela Av. Augusta, a leste delimitada pela Rua Caio Prado e a oeste pela Rua Marquês de Paranaguá. Ao norte faz divisa com a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – Campus Consolação. Está localizado na região Central do município de São Paulo, SP. Trata-se de uma região densamente urbanizada, sendo a área em estudo um dos últimos fragmentos de vegetação desta porção da cidade.

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A subprefeitura da Sé possui hoje o indicador de área verde de 2,45 m²/hab, superando apenas a Subprefeitura da Mooca, que possui 2,38m²/hab. Como comparativo, a região central do município conta com as Subprefeituras da Lapa, com 4,75 m²/hab, Pinheiros, com 6,32m²/hab, e Vila Mariana, com 6,83m²/hab de áreas verdes. Portanto, se trata da região com o segundo pior indicador de áreas verdes da cidade de São Paulo. Destaca-se que o terreno possui algumas construções, remanescentes do Colégio Des Oiseaux, que ocupou o já existente “Palacete Uchôa”, demolido na década de 60. As edificações são tombadas pelo CONPRESP (Resolução 23/CONPRESP/2004), assim como seus indivíduos arbóreos, por se considerar a dimensão e a diversidade arbórea e arbustiva do lote e a avifauna existentes na área de importância para a região, que é escassa em área verde.

5. Metodologia Em 22 de janeiro de 2015, foi iniciada a coleta de dados em campo para caracterização das condições de preservação ambiental em que se encontrava a área do Parque Augusta, assim que houve acesso público ao local. A área foi percorrida em sua totalidade, identificando as principais ocorrências de problemas e registros de flora e sua localização exata, realizando-se registro fotográfico. O trajeto foi iniciado no portão da Av. Marques de Paranaguá, passando pela seringueira, os exemplares isolados, a entrada da Av. Caio Prado, entrando no bosque e chegando novamente no portão da Av. Marques de Paranaguá, percorrendo todos os tipos de ambiente da área. Além dos dados coletos em campo foi realizado um levantamento bibliográfico da área, incluindo legislação, registro imobiliários, literatura e reportagens publicadas na imprensa. Posteriormente, em fevereiro de 2015, uma nova vistoria foi realizada, desta vez objetivando a catalogação de seus exemplares arbóreos. Uma identificação prévia das espécies foi realizada in loco, também sendo realizado registro fotográfico para complementação dos dados e conferência. A identificação taxonômica foi realizada através de consulta a bibliografia especializada, herbários virtuais, contando com auxílio de especialistas. As espécies foram classificadas seguindo APG III (2009) e a listagem de espécies florestais amostradas foi comparada com as seguintes listas: “Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção” (Instrução Normativa MMA nº 6, de 23 de setembro de 2008), bem como na “Lista Oficial de Espécies da Flora do Estado de São Paulo Ameaçadas de Extinção” (Resolução SMA n°48 de 21/09/04). Além das atividades supra citadas, e uma vez que houve determinação de reintegração de posse do terreno, com risco de impedimento de acesso público ao local, novas vistorias foram realizadas visando identificar interferências, tanto por parte do público que por lá esteve, quanto, em seguida, pela atuação das empresas proprietárias do terreno. Estas vistorias ocorreram em fevereiro e março de 2015.

6.Resultados O bioma original da localidade da propriedade é a Mata Atlântica, e sua fitofisionomia provavelmente era Floresta Ombrófila Densa. Um levantamento realizado para o tombamento da área, presente na Resolução 23/CONPRESP/04, identificou a presença de espécies

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remanescentes da Mata Atlântica, de ocorrência no Estado de São Paulo, além de espécies frutíferas e ornamentais, totalizando 41 espécies, pertencentes a 24 famílias botânicas. Atualmente, existem nesta área acima de 690 indivíduos arbóreos com DAP (Diâmetro da Altura do Peito) superior a 15 cm, ou seja, adultos, incluindo os exemplares isolados. Apesar disso, na área de bosque, observa-se a abertura do dossel com entrada de luz por conta da queda de árvores. Os resultados do levantamento dos indivíduos arbóreos, realizado em fevereiro de 2015, indicaram a ocorrência de 65 espécies e 27 famílias botânicas, não sendo levantadas as espécies herbáceas e arbustivas. Estes números indicam incremento na riqueza de espécies entre 2004 e 2015. Quanto ao grau de ameaça de extinção, foram registradas as espécies Araucaria angustifolia (araucária); Caesalpinia echinata (pau Brasil), Euterpe edulis (palmito juçara), e Swietenia macrophylla (mogno brasileiro), citadas nas listas do IBAMA e SMA. São apresentadas, a seguir, características gerais dos ambientes percorridos. Dados mais específicos sobre a composição de espécies foram reunidos nas Tabelas 1 a 3, que contém informações registradas no levantamento florístico.

A) Caracterização do grau de preservação da área Durante a vistoria de campo, observou-se a presença de muito lixo e entulho, tanto no bosque quanto próximo aos indivíduos isolados, e mesmo assim indivíduos regenerantes foram encontrados. Além da presença de depósito de lixo e entulho já citada, durante o percurso verificou-se degradação de exemplares arbóreos e de edificações tombadas, resultando em uma amostragem de 10 pontos críticos, que serão a seguir detalhados.

a. Ponto 1 Coordenadas geográficas: -23°33’0.955955’’S -46°38’57.5752’’W

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Foto Fernanda Grezzana

Foto 1. Galho caído da porção oeste do exemplar arbóreo. O maior exemplar de Falsa-seringueira (Ficus elastica) da área, um indivíduo saudável, apresenta galhos caídos recentemente, sem vestígios de queimaduras ou dano pré-existente, ainda com folhas verdes nos galhos. Esse fenômeno aconteceu em lados opostos da árvore, pelas evidências visuais, em períodos muitos próximos, antes do acesso público à área.

Foto Fernanda Grezzana

Foto 2. Galho caído da porção leste do exemplar arbóreo.

b. Ponto 2

Coordenada geográfica: -23°33’2.50166’’S -46°38’57.1449’’W

Foto Fernanda Grezzana

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Foto 3. Acúmulo de lixo próximo à falsa-seringueira, distante do muro. O lixo é composto basicamente de móveis de escritório inutilizados.

c. Ponto 3

Coordenada geográfica: -23°33’3.492’’S -46°38’58.2155’’W

Foto Fernanda Grezzana

Foto 4. Acúmulo de lixo por terceiros Este ponto caracteriza-se pelo acúmulo de lixo próximo ao muro, esquina das Ruas Augusta e Caio Prado. Pelas evidências, provavelmente, o lixo deve ter sido depositado por terceiros, pedestres que utilizavam as vias mencionadas acima.

d. Ponto 4 Coordenada geográfica: -23°32’57.2188’’S -46°38’55.9551’’W

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Foto Fernanda Grezzana

Foto 5. Detalhe do tronco do indivíduo arbóreo deteriorado por cupins.

Dentro do bosque, observou-se árvores danificadas por cupins. Árvores infectadas tendem a formar buracos e superfícies expostas no tronco ou galhos, o que as deixa vulneráveis a outros fatores que a danifiquem, podendo muitas vezes causar sua morte. No indivíduo registrado na foto 5, um galho se desprendeu do tronco a partir do local danificado pelos cupins.

e. Ponto 5 Coordenadas geográficas: -23°32’58.967’’S -46°38’58.6908’’W

Foto Fernanda Grezzana

Foto 6. Árvore com galho caído recentemente. No ponto 5 temos outro exemplar arbóreo danificado com a queda de um galho. Na porção inferior da sessão exposta do tronco vê-se a tonalidade amarelo esverdeada da seiva, evidenciando a ocorrência recente do episódio.

f. Ponto 6 Coordenada geográfica: -23°32’59.817’’S -46°38’58.3359’’W

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Foto Fernanda Grezzana

Foto 7. Buraco deixado por queda de árvore. A foto 7 aponta o buraco no solo gerado pela queda da árvore. Na porção inferior do buraco, embaixo da serrapilheira acumulada na superfície, encontram-se as raízes da árvore. Trata-se provavelmente de corte ou queda causada pelos danos de cupins ou outros fatores que adoeceram (e apodreceram) a base do indivíduo arbóreo.

g. Ponto 7 Coordenadas geográficas: -23°32’59.2903’’S -46°38’58.0764’’W

Foto Fernanda Grezzana

Foto 8. Árvore caída com presença de raízes. Outro registro de queda de árvore. O tronco encontra-se seco e suas raízes expostas. Demonstra estágio inicial de decomposição, portanto o episódio deve ter ocorrido num período de até dois anos, antes da vistoria.

h. Ponto 8 Coordenadas geográficas: -23°32’59.1741’’S -46°38’57.9473’’W

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Foto Fernanda Grezzana

Foto 9. Árvore caída.

Foto Fernanda Grezzana

Foto 10. Detalhe da raiz Mais um episódio de queda de árvore. Na imagem acima se pode observar que a árvore possui parte de seu conjunto de raízes ainda ligado a terra, o que a mantêm viva, apesar da queda, e o individuo encontra-se rebrotando, como é possível visualizar na foto anterior.

i. Ponto 9 Coordenadas geográficas: -23°32’0.17202’’S -46°39’0.156374’’W

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Fotos Fernanda Grezzana

Foto 11. Árvore caída próximo à Rua Marques de Paranaguá. Novo caso de queda de árvore registrada, próximo ao muro da Rua Marques de Paranaguá. As raízes estão parcialmente expostas, e parecem estar rompidas numa mesma altura. Desta árvore encontram-se apenas o tronco e algumas raízes, tendo os galhos sido removidos. Por falta de evidências, é difícil estimar a data da ocorrência.

j. Ponto 10 Coordenadas geográficas: -23°32’59.7088’’S -46°38’58.8806’’W

Foto Fernanda Grezzana

Foto 12. Eucaliptus sp. morto

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Um indivíduo de eucalipto (Eucalyptus sp.) morto, ainda com presença de folhas secas, o que evidencia ser um episódio relativamente recente, ocorrido a poucos meses desta vistoria.

Conclusão A análise das condições ambientais, mais especificamente dos exemplares arbóreos, que estão tombados pelo COMPRESP, apresentam resultados preocupantes. Há número acima do esperado de árvores danificadas, e um número ainda mais elevado de árvores caídas. O dossel do bosque encontra-se diminuído, como se pode ver através de imagens do Google maps e Google Earth e das fotos acima, e maior quantidade de luz e calor entram pelos espaços deixados pelas árvores caídas. Também se verificou acúmulo de lixo em vários pontos, inclusive dentro do bosque, o que mostra a omissão com as condições ambientais da área nos últimos anos. Muitas árvores encontram-se danificadas por cupins, sendo necessário um levantamento desses exemplares e cuidados para com os mesmos. Portanto, há indícios de omissão por parte do proprietário, o que poderia caracterizar crimes ambientais contra a Flora, nos termos dos artigos 48 e seguintes da Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural, nos termos do artigo 62 da mesma lei, ainda que em sua forma culposa, por negligência resultante em danos aos exemplares arbóreos tombados. Já o Movimento em defesa do Parque Augusta demonstra preocupações com as condições ambientais e com as árvores presentes, realizando ações para tentar sanar tal omissão e realizar uma preservação efetiva da vegetação do local.

B) Caracterização da Cobertura Vegetal

Constatou-se, em vistoria de campo, a ocorrência de três principais categorias de vegetação:

(a) Bosque; (b) Árvores isoladas; (c) Vegetação pioneira e ruderal.

a. Bosque

A área de Bosque, assim como as árvores isoladas, é legalmente protegida, tendo sido alvo de

tombamento através da Resolução 23 de 2004. O bosque ocupa cerca de 40% do terreno de 25

mil metros quadrados. Contendo indivíduos arbóreos com idade superior a 100 anos.

Sua vegetação é composta por espécies nativas, de ocorrência na Mata Atlântica, a exemplo

de Eugenia involucrata (cereja do Rio Grande), Cariniana estrellensis (jequitibá branco),

Cedrela fissilis (cedro), Araucaria angustifolia (araucária ou pinheiro do Paraná), Syagrus

romanzoffiana (jerivá), Cecropia pachystachya (Embaúba), Alchornea sidifolia (tapiá-guaçu),

Holocalyx balansae (alecrim-de-campinas), além de frutíferas como Mangifera indica

(mangueira), Persea americana (abacateiro), Morus nigra (amoreira), Syzygium cumini

(jambolão), entre outras, e espécies de valor ornamental como Araucaria bidwillii (araucária

australiana), Pittosporum undulatum (incenso), Aglaia odoratta (murta do campo), entre

outras.

A altura dos indivíduos que compõe o dossel varia entre 8 e 12 metros aproximadamente, com

indivíduos emergentes; no sub-bosque são observados indivíduos provenientes da

regeneração de espécies do dossel, além de espécies arbustivas. O estrato herbáceo é

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bastante diversificado e tem sua composição de espécies associada a diferentes características

de solo e umidade.

Foto 13: Vista parcial do dossel da área de Bosque, destacando-se a densidade e riqueza de

espécies.

Foto 14: Vista parcial interna da área de Bosque, destacando-se a riqueza de espécies.

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Foto 15: Vista de parcial externa da área de Bosque, destacando-se a altura elevada dos

indivíduos arbóreos.

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Foto 16: Indivíduos adultos da espécie Acrocomia aculeata (macaúva), no interior do Bosque.

Foto 17: Indivíduos da espécie Acrocomia aculeata (macaúva) e Persea americana (abacateiro),

proveniente da regeneração natural, no interior do Bosque.

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Foto 18: Indivíduo adulto da espécie Syagrus romanzoffiana (jerivá), no interior do Bosque.

Foto 19: Indivíduo da espécie Syagrus romanzoffiana (jerivá), proveniente da regeneração

natural, no interior do Bosque.

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Foto 20: Indivíduo adulto da espécie Cecropia pachystachya (embaúba), no interior do Bosque.

Foto 21: Indivíduo da família Lauraceae (canela), proveniente da regeneração natural, no

interior do Bosque.

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Foto 22: Indivíduo jovem da espécie Eugenia involucrata (cereja do Rio Grande), proveniente

da regeneração natural, localizado no interior do Bosque.

Foto 23: Indivíduo jovem da espécie Handroanthus sp. (ipê), proveniente da regeneração

natural, localizado no interior do Bosque, tendo sido cercado por freqüentadores do Parque

para sua proteção.

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Foto 24: Detalhe das folhagens de Indivíduo jovem da espécie Cariniana estrellensis (jequitibá

branco), localizado no interior do Bosque.

Foto 25: Detalhe das folhagens de Indivíduo jovem da espécie Alchornea sidifolia (tapiá-guaçu),

localizado no interior do Bosque.

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b. Árvores Isoladas

As árvores isoladas correspondem aos indivíduos localizados fora da área de Bosque, ao longo

dos muros do Parque Augusta, bem como na região anteriormente utilizada como

estacionamento. Fazem parte desse grupo, espécies nativas, de ocorrência na Mata Atlântica

como Ficus luschnathiana (figueira mata pau), Caesalpinia peltophoroides (sibipiruna), além

das frutíferas Psidium guajava (goiabeira), Persea americana (abacateiro), e de espécies

ornamentais como Jacaranda mimosifolia (jacarandá-mimoso), Ficus elastica (figueira),

Caryota sp. (palmeira rabo de peixe), entre outras.

Junto aos indivíduos isolados também foi observada a ocorrência de regeneração natural, a

exemplo de Bauhinia sp. (pata de vaca), oriunda de indivíduo adulto localizado em arborização

urbana próxima ao local.

Foto 26: Indivíduo adulto da espécie Ficus luschnathiana (figueira mata pau), localizado junto

ao muro do Parque, na divisa com a rua Caio Prado.

Foto 27: Indivíduos isolados localizado junto ao muro do Parque, na divisa com a rua Augusta.

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Foto 28: Indivíduo adulto da espécie Caesalpinia peltophoroides (sibipiruna), junto ao muro do

Parque, na divisa com a rua Augusta.

Foto 29: Indivíduo adulto da espécie Caryota sp. (palmeira rabo de peixe), junto ao muro do

Parque, na divisa com a rua Caio Prado.

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Foi constatado, ainda, que ações populares de proteção e preservação do local promoveram o

enriquecimento da vegetação com espécies típicas da Mata Atlântica, as quais foram plantadas

principalmente fora da área de Bosque, estando entre elas: Euterpe edulis (palmito juçara),

Caesalpinia echinata (pau Brasil), Cecropia pachystachya (embaúba), Luehea grandiflora

(açoita-cavalo), Schizolobium parahyba (guapuruvu), Centrolobium tomentosum (araribá rosa),

Cordia trichotoma (louro pardo), Lafoensia glyptocarpa (mirindiba rosa), Peltophorum dubium

(canafístula), Triplaris americana (pau formiga), Joannesia princeps (anda açu) e Swietenia

macrophylla (mogno brasileiro).

Foto 30: Indivíduos jovens da espécie Euterpe edulis (palmito juçara), localizados no interior do

Bosque.

Foto 31: Detalhe de indivíduo jovem da espécie Cecropia pachystachya (embaúba), localizado

entre as árvores isoladas.

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Foto 32: Indivíduo jovem da espécie Caesalpinia echinata (pau Brasil), localizado entre as

árvores isoladas.

c. Espécies Pioneiras e Ruderais

As espécies pioneiras e ruderais registradas são representadas principalmente por indivíduos

herbáceos e arbustivos localizados em áreas descampadas do Parque Augusta. Muitas das

espécies observadas são comumente utilizadas como alimentos não convencionais.

Fotos 33 e 34 : Espécies pioneiras e ruderais de ocorrência em área aberta, Parque Augusta.

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CONCLUSÕES

Os dados florísticos aqui relatados indicam que em 10 anos houve um considerável incremento

de indivíduos e espécies arbóreas no Parque Augusta, representado tanto pela regeneração

natural, quanto pelo enriquecimento realizado por frequentadores, ao longo do tempo, uma

vez que o Parque apresentava acesso ao público, antes de ser fechado pelos atuais

proprietários.

A listagem contida na Resolução 23 de 2004 indica a ocorrência de 41 espécies, pertencentes a

24 famílias botânicas. Já em fevereiro de 2015 estes valores foram ampliados através do

registro de 65 espécies, pertencentes a 27 famílias botânicas. Destaca-se, no entanto, que,

conforme anteriormente relatado, foram observados diversos indícios de abandono da área

por parte de seus proprietários, cuja falta de cuidados pode ter acarretado na perda de

indivíduos arbóreos.

Fato importante foi o esforço de participação da comunidade do entorno e de frequentadores

do Parque na manutenção e preservação desta área verde. Havendo, inclusive, a catalogação

das espécies vegetais e, recentemente, durante os meses de janeiro e fevereiro de 2015, a

elaboração de placas informativas, que tem por objetivo a educação ambiental e ampliação

dos conhecimentos sobre a flora e fauna locais.

Os resultados obtidos corroboram a importância ambiental da vegetação existente no Parque

Augusta e a necessidade de sua preservação integral. Agregado ao fato de ser a única área

expressiva de vegetação remanescente na região central de São Paulo, constituindo inclusive

fonte de abrigo e alimentação para fauna silvestre, extremamente escassa nesta região.

Foto 35: Observação de Celeus flavescens (pica pau de cabeça amarela), fêmea avistada no

interior do Bosque, Parque Augusta.

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C) Interferência do Movimento em defesa do Parque Augusta (janeiro e fevereiro de 2015)

Além dos registros das condições e danos ambientais, também foram registradas ações que poderiam incorrer em dano ou crime ambiental por parte dos visitantes que frequentaram o espaço durante os meses de janeiro e fevereiro de 2015, quanto por parte dos proprietários, após este período, especificamente em março de 2015. Observou-se que, uma das preocupações verificadas entre os frequentradores do Parque era o bem estar das árvores e a proteção quanto a possíveis danos, em função da presença do Movimento em defesa do Parque e de visitantes. O Movimento em defesa do Parque Augusta, que realizou diversas atividades culturais em seu espaço aberto (antiga área de estacionamento), mostrou-se preocupado com as condições ambientais do local. Através de ações, realizam diversas tarefas como: (a) recolhimento de lixos e entulhos que já se encontravam no local antes de sua abertura; (b) sistema de gestão de resíduos com a utilização e distribuição de coletores pelo local; (c) utilização de amarrações com cordas, demonstrando preocupação com o bem estar das árvores, sem utilizar amarrações apertadas ou pregos; (d) educação ambiental com placas de boas práticas durante as visitas, e (e) catalogação de indivíduos arbóreos. Foi observada uma série de ações, por parte da população, a fim de evitar e conter os danos ambientais instaurados na área, registradas e descritas abaixo.

a. Recolhimento de Lixo

Foto 36: Recolhimento de lixo e separação de recicláveis

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b. Gerenciamento de Resíduos Além de realizar ações de retirada de lixo acumulado na área, o Movimento em defesa do Parque disponibilizou coletores de lixo nas trilhas e nos locais de visita.

Foto Fernanda Grezzana

Fotos 37 e 38. Utilização de cestos de lixo nas trilhas do bosque, e de coletores de filtros de cigarro.

c. Amarrações nas Árvores

Fotos Fernanda Grezzana

Fotos 39 e 40. Amarrações frouxas, sem causar danos às árvores

As amarrações foram feitas de forma não danificar as árvores, sem apertar as amarrações ou utilizar pregos.

d. Educação Ambiental Inúmeras atividades de educação ambiental foram desenvolvidas pelo Movimento em defesa do Parque, de forma a conscientizar a população sobre a necessidade de proteção e preservação das áreas verdes, dos recursos naturais, uso adequado dos recursos hídricos, incluindo aulas de construção de cisternas e de permacultura.

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De forma complementar, placas de educação ambiental estão espalhadas pelo local a fim de que os visitantes não causem danos ambientais às mudas e árvores.

Foto Fernanda Grezzana

Foto 41. Placa de Educação Ambiental

Foto Fernanda Grezzana

Foto 42. Placa de conscientização sobre descarte de lixo.

e. Catalogação de Indivíduos Arbóreos

Além das atividades de educação ambiental, desenvolvidas com a orientação de biólogos e paisagistas voluntários (atividades estas, gratuitas e abertas a população), também houveram ações de: (a) levantamento e classificação do estrato arbóreo existente; (b) plantio de árvores da Mata Atlântica; (c) emplacamento de algumas espécies; (d) passeios botânicos guiados.

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Fotos 43 e 44. Placas informativas, colocadas em indivíduos adultos, elaboradas pelo

Movimento em defesa do Parque Augusta, com auxílio de biólogos e paisagistas voluntários.

Fotos 45 e 46. Placas informativas, colocadas em indivíduos provenientes de plantio,

elaboradas pelo Movimento em defesa do Parque Augusta, com auxílio de e paisagistas voluntários.

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Foto 47 e 48. Placas informativas, colocadas em indivíduos provenientes de plantio, elaboradas

pelo Movimento em defesa do Parque Augusta, com auxílio de e paisagistas voluntários.

Foto 49: localização das árvores com DAP 5 plantadas no Parque, em fevereiro de 2015.

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Foto 50: uma das atividades de educação ambiental realizada no Parque Augusta, em fevereiro de 2015

Conclusão O Movimento em defesa do Parque Augusta, que realizou diversas atividades culturais e de preservação ambiental nesta área, mostrou-se preocupado com as condições ambientais do local. Através de múltiplas ações, realizam tarefas como recolhimento de lixos e entulhos, sistema de gestão de resíduos com a utilização e distribuição de coletores pelo local, educação ambiental com placas de boas práticas durante as visitas, e utilização de amarrações com cordas, demonstrando preocupação com o bem estar das árvores, sem utilizar amarrações apertadas ou pregos.

D) Interferência dos Proprietários dos Terrenos que compõe o Parque Augusta (março de 2015) Após as ações de reintegração de posse dos terrenos que compõe o Parque Augusta, realizada no dia 04 de março de 2015, algumas ações consideradas danosas à integridade das espécies arbóreas, tombadas por lei, foram observadas e registradas, sendo relatadas a seguir.

a. Tentativa de colocação de tapumes, sem devida autorização, nas calçadas que cercam o Parque Augusta.

No dia 05 de março uma empresa terceirizada iniciou os trabalhos de perfuração das calçadas para colocação de tapumes, seguindo orientação das empresas proprietárias do terreno. Uma vez que estas perfurações poderiam causar danos às raízes das árvores locais, autoridades foram acionadas para verificação da regularidade destas ações.

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Tendo sido verificada irregularidade, estas atividades foram suspendidas, porém, as calçadas permaneceram esburacadas, causando prejuízo e riscos a população. Havendo inclusive relatos de transeuntes que tropeçaram e se machucaram em função destas perfurações.

Fotos 51 e 52: Escavações na rua Caio Prado, próximas ao muro do Parque Augusta, registradas em 06

e 09 de março de 2015, respectivamente.

As ações continuaram no dia 06 de março, quando empresa terceirizada iniciou trabalhos de poda de árvores no interior do Parque Augusta, para colocação dos tapumes do lado interno dos terrenos, novamente a pedido das empresas proprietárias. Uma vez que se tratam de árvores tombadas por lei, autoridades foram acionadas para verificação da regularidade destas ações. Sendo que, mais uma vez, verificou-se irregularidades nestes procedimentos, havendo paralização das ações, porém com prejuízo pela poda indevida.

Fotos 53 e 54: Poda realizada em árvore tombada por lei, interior do Parque Augusta, registrada em 06 de março de 2015.

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Nos dias 08 e 09 de março uma empresa terceirizada realizou os trabalhos de perfuração do solo para colocação de tapumes, no lado interno do terreno. Uma vez que estas perfurações poderiam causar danos às raízes das árvores locais, autoridades novamente foram acionadas para verificação da regularidade destas ações.

Fotos 55 e 56: Perfuração realizada para colocação de tapume junto ao muro, lado interno, lindeiro à rua

Augusta; Tapume já colocado junto à grade, lado interno, lindeira a rua Caio Prado, registro em 09 de março de 2015.

Foto 57: Perfurações realizadas para colocação de tapume junto ao muro, lado interno, lindeiro à rua Augusta; registro em 09 de março de 2015.

Observa-se, através destas imagens, que não há possibilidade de colocação dos tapumes internos sem que haja prejuízo à vegetação ali presente, tanto para as árvores tombadas, quanto para indivíduos jovens regenerantes. Uma vez que ainda não existem licenças para qualquer tipo de obra nos terrenos, ocorrendo ainda, impeditivos, não se justifica tais atividades que impactam esta vegetação.

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Conclusão Segundo as informações aqui registradas, conclui-se que os proprietários do terreno estão, de forma equivocada, realizando atividades que podem gerar danos físicos à flora existente no Parque Augusta, e que devem ser imediatamente revistas a fim de preservar este patrimônio coletivo. 7.Bibliografia Utilizada

ESTADO DE SÃO PAULO. Decreto nº 30.443, de 20 de setembro de 1989. Diário Oficial do

Estado, São Paulo, SP, p. 1-2, 21 julho, 1989. Seção I. Vol 99. Fasc 177. Disponível em:

<http://www.ambiente.sp.gov.br/wp-content/uploads/decreto/1989/1989-Dec-30443.pdf>.

Acessado em: 30 jan 2015.

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. Resolução CONPRESP nº 23, de 14 de dezembro de 2004. Diário

Oficial do Município, São Paulo, SP. Disponível

em:<http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/upload/c031b_23_T_Antigo_Colegio_Des_Oisea

ux.pdf>. Acessado em: 30 jan 2015.

INVENTÁRIO FLORESTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO. Mapa Florestal dos Municípios do Estado de São Paulo. São Paulo. Disponível em: <http://www.iflorestal.sp.gov.br/sifesp/estadosaopaulo/saopaulo.pdf?opcoes=estadosaopaulo%2Fsaopaulo.pdf>. Acesso em: 26 jan 2015. SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE. Instituto de Botânica. Coordenação Especial para Restauração de Áreas Degradadas. Relação de Mudas. Disponível em: <http://www.ambiente.sp.gov.br/institutodebotanica/files/2014/02/cerad_rela%C3%A7%C3%A3o-de-mudas.pdf >. Acesso em: 29 jan 2015. SISTEMA INTEGRADO DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DE SÃO PAULO. Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê. Apresentação. Disponível em: <http://www.sigrh.sp.gov.br/cbhat/apresentacao>. Acesso em: 29 jan 2015. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS. Centro de Pesquisas Metereologicas e Climaticas Aplicada a Agricultura. Clima dos Municípios Paulistas. São Paulo. Disponível em: <http://www.cpa.unicamp.br/outras-informacoes/clima_muni_565.html >. Acesso em: 26 jan 2015. PREFEITURA DE SÃO PAULO . ObservaSampa. Observatório de Indicadores da Cidade de São Paulo. Indicadores por região. Disponível em: <http://observasampa.prefeitura.sp.gov.br/index.php/indicadores/indicadores-por-regiao/>. Acessado em: 29 jan 2015. TREKKING BRASIL. Apps para GPS e trilhas- iPhone IOS e Android. Disponível em: <http://www.trekkingbrasil.com/apps-para-gps-e-trilhas-iphone-ios-e-android/>. Acessado em: 22 jan 2015. SOS CUESTAS. Caracterização e Relatório Ambiental – Ribeirão Tanquinho Vivo. Disponível em: <http://www.soscuesta.org.br/rtvcaracterizacaorelatorioambiental.htm>. Acessado em: 09 fev 2015.

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FOLHA DE S. PAULO. Acompanhe a historia do terreno do Parque Augusta em mais de cem anos. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/2014/03/1425795-acompanhe-a-historia-do-terreno-do-parque-augusta-em-mais-de-cem-anos.shtml>. Acessado em: 09 fev 2015 ESTADÃO. Parque na Augusta: um impasse de 40 anos. Disponível em: <http://acervo.estadao.com.br/noticias/acervo,parque-na-augusta-um-impasse-de-40-anos,9208,0.htm>. Acessado em: 09 fev 2015

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Espécies – Flora - Parque Augusta

Tabela base extraída da Resolução 23 de 2004, que RESOLVE:

Artigo 1° -TOMBAR na área do antigo Colégio Des Oiseaux,correspondendo aos imóveis sitos à Rua Marquês de Paranaguá nº 115 e Caio Prado nº 232 (Setor 10, Quadra 14, Lote 438), e Rua Marquês de Paranaguá nº 217 com Rua Augusta nº344, (Setor 10, Quadra 14, Lote 131), os seguintes elementos: 1 - O conjunto de espécies arbóreas e arbustivas que integram a área do bosque (lote 438) e os exemplares isolados (lotes 438 e 131), conforme Anexo I; 2 - As edificações remanescentes que integraram o conjunto arquitetônico do antigo Colégio Des Oiseaux (lote 438), conforme planta anexa: a) Edificação secundária do antigo colégio, preservando os elementos arquitetônicos originais externos como envasaduras, cobertura, revestimentos e a sua volumetria. b) Portaria da Rua Caio Prado, compreendendo portões e muros.

Tabela 1: Lista de famílias e espécies arbóreas, citada na Resolução 23 de 2004 e ampliada através de campo realizado em fevereiro de 2015, correspondente aos indivíduos adultos de ocorrência no Bosque do Parque Augusta. A coluna Nº ind. Indica quantos indivíduos de cada espécie foram considerados (observados) para efeitos da Resolução – Lista Oficial. A coluna Reg. Indica espécies registradas em 2015 durante a vistoria de campo (onde: O – indivíduo observado sem plaqueamento ou com numeração não anotada; R – indivíduo com registro da numeração). A coluna Plaq. Indica o número da plaqueta utilizada para catalogações anteriores (onde: nº = plaqueta redonda metálica; Pnº=plaqueta de papel; Tnº=plaqueta da Agrotexas).

FAMÍLIA ESPÉCIE NOME POPULAR Nº

indv. Reg

. Plaq.

Anacardiaceae Mangifera indica Manga 04 R 492; 493

Araucariaceae Araucaria angustifolia Pinheiro do Paraná 01 -- --

Araucariaceae Araucaria bidwillii Araucária australiana 12 R T0181; 653

Arecaceae Acrocomia aculeata Macaúba 03 R 258; 257; 263

Arecaceae Archontophoenix cunninghamiana

Seafórtia 01 O --

Arecaceae Dypsis lutescens Areca-bambu 03 O --

Arecaceae Livistona chinensis Palmeira-de-leque-da china

08 O --

Arecaceae Phoenix sp. Tamareira 02 O --

Arecaceae Syagrus romanzoffiana Jerivá 13 R 235; T0610; 238; 235 141 (PAP 105); 262

Arecaceae Syagrus sp. Palmito amargoso 01 O --

Bignoniaceae Jacaranda mimosifolia Jacarandá-mimoso 17 R T0491; 134;231;293; 242

Cupressaceae Cupressus sp.1 Cipreste 04 O --

Lauraceae Persea americana Abacateiro 16 R 377; 305; 227; 245

Lauraceae Não identificada Canela -- R T0300

Leguminosae Holocalyx balansae Alecrim-de-campinas 03 O --

Leguminosae Machaerium sp.1 Jacarandá 03 -- --

Leguminosae Tipuana tipu Tipuana 01 R 483

Magnoliaceae Magnolia grandiflora Magnólia-branca 01 -- --

Malvaceae Ceiba speciosa Paineira 04 O --

Melastomataceae Tibouchina granulosa Quaresmeira 01 R T0036

Meliaceae Aglaia odoratta Aglaia ou Murta 15 R 581; 234

Meliaceae Cedrela fissilis Cedro 02 O --

Moraceae Artocarpus heterophyllus Jaca 08 R 430; 279

Moraceae Ficus auriculata Figueira-de-jardim 01 --

Moraceae Ficus elastica Falsa-seringueira 02 R P200

Moraceae Morus nigra Amoreira 09 R 368; 322

Myrtaceae Eucalyptus sp. Eucalipto 03 O --

Myrtaceae Eugenia involucrata Cereja-do-rio-grande 01 R 281

Myrtaceae Eugenia uniflora Pitanga 27 R 369; 243; P444; 486; T0293; 233; 229; T0274

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FAMÍLIA ESPÉCIE NOME POPULAR Nº indv.

Reg.

Plaq.

Myrtaceae Psidium guajava Goiabeira 01 O --

Myrtaceae Syzygium cumini Jambolão 63 R T0159; 579; 240; 113; 114; 116; 120; 126;127, 184; 240; 293; 314;662

Myrtaceae Syzygium jambos Jambo 02 R T0323

Pinaceae Pinus sp. Pinheiro 04 O 411

Pittosporaceae Pittosporum undulatum Pitósporo ou Pau de incenso

23 R 618; T0310; 268; 269; 270; 274

Rosaceae Eriobotrya japonica Nespera 17 O --

Rubiaceae Coffea arabica Café 03 O --

Urticaceae Cecropia pachystachya Embaúba 03 R T0516; 132; T0260

Fonte: OPA, 2015

Tabela 2: Lista de famílias e espécies arbóreas, citada na Resolução 23 de 2004 e ampliada através de campo realizado em fevereiro de 2015, correspondente aos indivíduos jovens de ocorrência no Bosque do Parque Augusta. A coluna Nº ind. Indica quantos indivíduos de cada espécie foram considerados (observados) para efeitos da Resolução – Lista Oficial. A coluna Reg. Indica espécies registradas em 2015 durante a vistoria de campo (onde: X – indivíduo com registro em fevereiro de 2015 e também citado pela Resolução 23 de 2004; Registro Novo – indivíduo com registro apenas no levantamento de 2015, muitos provenientes de regeneração natural).

FAMÍLIA ESPÉCIE NOME POPULAR Reg.

Anacardiaceae Mangifera indica Manga X

Annonaceae cf. Annona sp. Araticum Registro novo

Arecaceae Acrocomia aculeata Macaúba Registro novo

Arecaceae Archontophoenix cunninghamiana Seafórtia X

Arecaceae Euterpe edulis Palmito juçara Registro novo

Arecaceae Livistona chinensis Palmeira-de-leque da-china

X

Arecaceae Syagrus romanzoffiana Jerivá Registro novo

Bignoniaceae Handroanthus sp.1 Ipê Registro novo Bignoniaceae Handroanthus sp.2 Ipê amarelo Registro novo Bignoniaceae Jacaranda mimosifolia Jacarandá-mimoso Registro novo Euphorbiaceae Alchornea sidifolia Tapiá-guaçu X

Lauraceae Persea americana Abacateiro Registro novo Lauraceae Não identificada Canela Registro novo Lecythidaceae Cariniana estrellensis Jequitibá branco Registro novo Leguminosae Caesalpinia echinata Pau Brasil Registro novo Leguminosae Caesalpinia ferrea Pau ferro Registro novo Leguminosae Inga sp.1 Ingá Registro novo Leguminosae Holocalyx balansae Alecrim-de-

campinas X

Leguminosae Myrocarpus frondosus Cabreúva Registro novo

Malvaceae Ceiba speciosa Paineira X

Meliaceae Aglaia odorata Aglaia ou Murta X

Moraceae Morus nigra Amoreira X

Myrtaceae Eugenia involucrata Cereja-do-rio-grande

Registro novo

Myrtaceae Eugenia uniflora Pitanga Registro novo

Oleaceae Ligustrum lucidum Alfeneiro X

Pittosporaceae Pittosporum undulatum Pitósporo ou Pau de incenso

X

Polygonaceae Triplaris americana Pau Formiga Registro novo Primulaceae Myrsine sp.1 Capororoca Registro novo Rosaceae Eriobotrya japonica Nespera X

Rubiaceae Coffea arabica Café X

Fonte: OPA, 2015

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Tabela 3: Lista de famílias e espécies arbóreas, citada na Resolução 23 de 2004 e ampliada através de campo realizado em fevereiro de 2015, correspondente aos exemplares arbóreos isolados, de ocorrência no Parque Augusta. A coluna Nº ind. Indica quantos indivíduos de cada espécie foram considerados (observados) para efeitos da Resolução – Lista Oficial. A coluna Reg. Indica espécies registradas em 2015 durante a vistoria de campo (onde: O – indivíduo observado sem plaqueamento ou com numeração não anotada; R – indivíduo com registro da numeração). A coluna Plaq. Indica o número da plaqueta utilizada para catalogações anteriores (onde: nº = plaqueta redonda metálica; Pnº=plaqueta de papel; Tnº=plaqueta da Agrotexas).

FAMÍLIA ESPÉCIE NOME POPULAR Nº indv.

Reg. Plaq.

Anacardiaceae Lithraea molleoides Bugreiro -- R T0012

Arecaceae Caryota sp. Palmeira rabo de peixe -- O --

Arecaceae Phoenix sp. Tamareira 01 O --

Arecaceae Syagrus sp. Palmito-amargoso 01 O --

Bignoniaceae Jacaranda mimosifolia Jacarandá-mimoso 02 R 01

Bignoniaceae Tecoma stans Ipê de jardim -- R T0009

Boraginaceae Cordia trichotoma Louro pardo -- O --

Cycadaceae Cycas circinalis Cicas 01 O --

Euphorbiaceae Joannesia princeps Anda açu -- O --

Lauraceae Persea americana Abacateiro 03 O --

Leguminosae Caesalpinia echinata Pau Brasil -- O --

Leguminosae Caesalpinia peltophoroides Sibipiruna 01 O T0006

Leguminosae Centrolobium tomentosum Araribá rosa -- O --

Leguminosae Bauhinia sp.1 Pata de vaca -- O --

Leguminosae Schizolobium parahyba Guapuruvu -- O --

Lythraceae Lafoensia glyptocarpa Mirindiba rosa -- O --

Malvaceae Luehea grandiflora Açoita-cavalo -- O --

Meliaceae Swietenia macrophylla Mogno brasileiro -- O --

Moraceae Ficus elastica Falsa-seringueira 04 O --

Moraceae Ficus luschnathiana Figueira-mata-pau 01 R 02;03; T0005; T0007; T0008

Myrtaceae Psidium guajava Goiabeira 02 R T0010

Myrtaceae Syzygium cuminii Jambolão 02 O --

Oleaceae Ligustrum lucidum Alfeneiro 06 R 0028

Polygonaceae Triplaris americana Pau Formiga -- O --

Urticaceae Cecropia pachystachya Embaúba -- O --

Fonte: OPA, 2015