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T2 - Lavra a Céu Aberto Curso Técnico de Mineração TOMO II LAVRA A CÉU ABERTO Prof: Luciano Pena Capítulo I Métodos de Lavra a Céu Aberto 1. Definições 2. Métodos de Desmonte a Céu Aberto 2.1- Rocha Ornamental 2.2- Rocha Industrial 2.2.1- Massas Minerais Coerentes 2.2.2- Massas Minerais Incoerentes 3. Sistema e Circuito de Transporte 4. Sistema e Circuito de Esgoto 5. Abastecimento de Energia, Ar Comprimido e Água Industrial 5.1- Abastecimento de Energia Elétrica

Lavra a Céu Aberto

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Lavra

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T2 - Lavra a Cu Aberto

Curso Tcnico de Minerao

TOMO II

LAVRA A CU ABERTO

Prof: Luciano Pena

Captulo I

Mtodos de Lavra a Cu Aberto

1. Definies

2. Mtodos de Desmonte a Cu Aberto

2.1- Rocha Ornamental

2.2- Rocha Industrial

2.2.1- Massas Minerais Coerentes

2.2.2- Massas Minerais Incoerentes

3. Sistema e Circuito de Transporte

4. Sistema e Circuito de Esgoto

5. Abastecimento de Energia, Ar Comprimido e gua Industrial

5.1- Abastecimento de Energia Eltrica

5.2- Abastecimento de Ar Comprimido

5.3- Abastecimento de gua Industrial

6. Anexos Mineiros

6.1- Aterros de Terras de Cobertura

6.2- Aterros de Estreis (Depsitos)

6.3- Bacias de Lamas

6.4- Bacias de Rejeitos

6.5- Bacias de Decantao

6.6- Instalaes Sociais

7. Regras de Segurana e Sinalizao

7.1- Regras de Segurana

7.2- Sinalizao

8. Casos Prticos

1. Definies

Para melhor compreender as regras de boa prtica no desmonte a cu aberto, torna-se necessrio introduzir as definies de conceitos, princpios e regras fundamentais da lavra mineira.

No que diz respeito aos conceitos fundamentais da lavra, torna-se importante definir o que se entende por lavra e quais os tipos existentes, introduzindo o conceito de mtodo de lavra e por ltimo o de mtodo de desmonte.

Lavra a atividade posterior pesquisa explorao, abrangendo o reconhecimento, a preparao e a extrao do minrio bruto, do solo ou subsolo. Esta pode ser de quatro tipos:

Subterrnea;

A cu aberto;

A partir de perfuraes;

Hidrulica.

A lavra diz-se subterrnea quando as escavaes realizadas para a lavra do minrio no esto em contato com o ar livre, encontrando-se rodeadas pelos terrenos do subsolo.

A lavra diz-se a cu aberto quando as escavaes realizadas para a lavra do minrio esto em contato com o ar livre. o caso das pedreiras e minas a cu aberto.

A lavra por perfurao acontece quando a jazida, embora subterrnea, explorada sem necessidade de se abandonar a superfcie, por exemplo a partir de sondagens (caso de algumas lavras de minerais uranferos, sal gema, petrleo, etc.).

A lavra hidrulica, que pode ser tanto subterrnea como a cu aberto, consiste em utilizar a fora hidrulica (essencialmente gua) nas frentes de trabalho para o desmonte do minrio.

Mtodo de lavra pode-se definir como o conjunto de processos utilizados e de solues adotadas para a remoo da substncia til contida numa frao da jazida.

Este conceito mais geral que o mtodo de desmonte pois engloba os seguintes elementos fundamentais:

Domnio dos terrenos;

Tipo de preparao;

Posio das vias de transporte;

Forma, extenso, orientao e sentido de progresso da frente de desmonte;

Modo de evacuao dos produtos;

Tratamento dos vazios da lavra;

Desenvolvimento na horizontal e na vertical, da lavra.

Assim pode-se dizer que o mtodo de lavra engloba operaes de desmonte, domnio de terrenos, estradas, preparao, remoo, etc. Mtodo de desmonte definido como o conjunto de processos utilizados para proceder ao arranque do minrio do macio. Trata-se de um conceito mais restrito que o de mtodo de lavra, pois engloba apenas o conjunto de operaes necessrias extrao da substncia til da frente de trabalho.

Uma vez compreendidos os conceitos de mtodo de lavra e mtodo de desmonte, torna-se fundamental compreender os princpios e regras fundamentais que regem a lavra.

Os princpios fundamentais da lavra so:

Segurana;

Economia;

Bom aproveitamento da jazida.

Proteo Ambiental;

A segurana o primeiro e o mais importante princpio fundamental da lavra a respeitar ("safety first"), estando relacionada com o princpio referido anteriormente.

Para que uma lavra possa decorrer com normalidade e eficincia os trabalhadores devero sentir-se seguros, e com condies que lhes permitam desempenhar os trabalhos adequadamente. Caso tal no acontea, resultar numa menor otimizao do trabalho com o conseqente aumento dos custos de lavra, o que vai contra o primeiro princpio enunciado.

A economia um princpio fundamental j que uma jazida s ser explorvel se a sua lavra for rentvel. Deste modo h que dedicar particular ateno a todos os fatores susceptveis de se traduzirem em abaixamento de preos de custo do minrio extrado, como sejam por exemplo, a boa organizao e otimizao do trabalho e a procura de melhores solues tcnicas.

O bom aproveitamento da jazida importante pois no se deve esquecer que a indstria mineira se caracteriza pelo esgotamento progressivo do seu objeto. Tal significa que a riqueza mineral, salvo raras excees, no se regenera, sendo por conseguinte esgotvel.

Torna-se por isso indispensvel que a boa tcnica mineira se baseie no bom aproveitamento das jazidas. Para tal necessrio ter em considerao inmeros aspectos resumidos nas regras fundamentais da lavra, a seguir enunciadas.

A proteo ambiental cada vez mais essencial em qualquer projeto de lavra, na medida em que necessrio preservar o meio que nos rodeia para as geraes seguintes. Por conseguinte qualquer plano de lavra dever adotar medidas e sistemas de proteo do ambiente, bem como um plano de recuperao ambiental e paisagstica.

As principais regras da lavra so:

Equilbrio entre os princpios fundamentais;

Boa aplicao do mtodo de lavra;

Economia global;

Minimizao de custo de operaes diferentes;

Aperfeioamento permanente;

Aproveitamento racional das condies naturais.

Uma primeira anlise dos quatro princpios anteriormente enunciados poder levar concluso de que atuam em sentido inverso, j que uma lavra muito segura pode ser cara e de mau aproveitamento, ou que uma lavra muito econmica pode ser perigosa e ambientalmente predatria.

Por conseguinte pode-se referir que uma das caractersticas que melhor define a perfeio de uma lavra mineira o grau de equilbrio conseguido entre os 4 princpios fundamentais.

A boa aplicao do mtodo de lavra importante, sendo considerado bom mtodo todo aquele que seguro, tenha um bom rendimento econmico, aproveite bem a jazida e proteja o ambiente circundante.

O que se torna fundamental a sua correta aplicao, sendo prefervel um mtodo regular, bem aplicado e com continuidade, do que um mtodo "timo", mas que mal compreendido, imperfeitamente aplicado ou deficientemente gerido.

A economia global uma regra importante na medida em que qualquer tentativa exagerada de minimizao de custos numa dada operao (por exemplo no desmonte) ir refletir-se de uma forma negativa numa operao subseqente (por exemplo na britagem). Deste modo o esforo que tende reduo do preo de custo do produto deve ser feito de um modo geral considerando o circuito global (lavra-beneficiao) e no apenas uma parte.

O aperfeioamento permanente sem dvida uma regra que condiciona todo o processo tcnico e/ou humano. Por conseguinte deve merecer a maior ateno no ramo mineiro e no ser desconsiderado, como o , na maioria dos casos.

O aproveitamento de fatores naturais, ocorrentes na rea da jazida, pode determinar substanciais economias, caso sejam tomadas em considerao na aplicao do mtodo de lavra.

2. Mtodos de Desmonte a Cu Aberto

A lavra a cu aberto pode ser feita por:

Bancos (bancada);

Arranque de pequenas ou grandes massas;

Nas exploraes a cu aberto a dimenso dos bancos deve garantir a execuo das manobras com segurana, obedecendo s seguintes condies:

A altura dos bancos no deve ultrapassar 15 m, mas na configurao final, antes de se iniciarem os trabalhos de recuperao paisagstica, esta no deve ultrapassar os 10 m;

Na base de cada banco deve existir um patamar, com, pelo menos, 2 m de largura, para permitir, com segurana, a execuo dos trabalhos e a circulao dos trabalhadores, no podendo na configurao final esta largura ser inferior a 3 m, tendo em vista os trabalhos de recuperao;

Os trabalhos de arranque num banco s devem ser retomados depois de retirados os escombros provenientes do arranque anterior, de forma a deixar limpos os pisos que os servem;

Relao entre o porte da mquina de carregamento e a altura da frente no inferior a 1.

Sendo a lavra a cu aberto feita, na sua grande maioria, por bancos, necessrio a existncia, de acordo com a lei em vigor, de um plano de trabalhos contendo os seguintes elementos:

altura das frentes de desmonte (bancos);

largura das bases dos bancos;

planos de fogo, caso existam;

situao das mquinas de desmonte em relao frente e as condies de sua locomoo;

condies de circulao das mquinas de carregamento, perfurao e transporte;

condies de circulao dos trabalhadores;

configurao da escavao durante os trabalhos e no final dos mesmos, devendo-se ter em conta a estabilidade das frentes e taludes;

e local de deposio de eventuais materiais e terras de cobertura, rea e forma a ocupar por estes.

Os mtodos de desmonte a cu aberto podem ser:

Flanco de encosta;

Cava (abaixo da superfcie).

Figura 1- Tpico Desmonte em Encosta

Figura 2- Tpico Desmonte em Cava

O mtodo de desmonte est essencialmente dependente das caractersticas da lavra, pelo que o mtodo usado para exploraes de rocha ornamental ser completamente diferente do usado em exploraes de rochas industriais.

Assim, dado o fato de as operaes inerentes ao mtodo de desmonte dos dois tipos de lavra serem diferentes, optou-se por trat-los separadamente.

2.1- Rocha Ornamental

Nas exploraes de rocha ornamental programa-se o desmonte de blocos primrios, blocos esses que so definidos consoante as caractersticas do macio, as produes requeridas, mo de obra e equipamentos disponveis.

Entende-se por tempo de desmonte de um bloco primrio o tempo necessrio lavra at retirada completa do estril e do minrio gerado pelo mesmo. A lavra de um bloco primrio faz-se em 6 operaes fundamentais, as quais se dividem por sua vez em operaes secundrias.

As operaes fundamentais aps a limpeza da rocha til, so:

Furao;

Corte;

Tombamento (Derrube);

Esquartejamento;

Extrao;

Acabamento.

A definio de cada uma das operaes deve constar no plano de lavra e tem por objetivo o aproveitamento mximo de blocos de dimenso comercial.

O desmonte inicia-se com a operao de furao (Figura 3), sendo os furos realizados com o objetivo de definir materialmente a rea do bloco primrio e a largura das fatias, isto a dimenso do bloco a desmontar.

Aps a execuo dos referidos furos introduzido o fio helicoidal diamantado, roadora ou jato hidrulico com vista realizao do corte de levante (corte de fundo). Em seguida, para individualizao do bloco primrio, so realizados os cortes laterais.

Uma vez terminada a individualizao do bloco primrio, procede-se ao corte do bloco em fatias que definem o bloco maior transportvel, com a operao de esquartejamento.

Aps as fatias se encontrarem plenamente individualizadas, so derrubadas sendo os blocos transportados por grua ou atravs de outro equipamento de transporte se a corta estiver ligada ao exterior por rampa. Se o material exceder em peso a capacidade da grua, as dimenses forem superiores ao arco mximo da monolmina, ou apresentar irregularidades excessivas, sero esquartejados na pedreira.

Figura 3 - Operaes fundamentais e acessrias de desmonte de rocha ornamental (Granito)

O derrube de uma fatia realizado com o auxlio de uma almofada ou macaco hidrulico, que originam o desequilbrio da fatia at esta cair numa "cama" previamente realizada. A cama tem uma dupla funo: amortecer o impacto da queda da fatia derrubada, minimizando a quantidade de fraturas induzidas pelo choque, e ajudar posteriormente a operao de esquartejamento, permitindo a passagem do fio adiamantado, sem que seja necessrio proceder a nova furao. A cama normalmente construda com terra, fragmentos de rochas e pneus velhos.

Figura 4 - Pormenor da operao de derrube de uma fatia

O esquartejamento sem dvida a operao crtica no que diz respeito ao correto planejamento das operaes. Este bastante influenciado pelas caractersticas de fraturas do bloco, operaes anteriores e posteriores, e pelo mercado.

O desmonte termina com a limpeza da frente retirando-se o estril para a pilha com o recurso da p carregadeira, e elevando o minrio para o parque de blocos por grua ou "dumper".

Pelo fato de os blocos apresentarem dimenses e formas muito variadas, torna-se necessrio efetuar uma operao de acabamento. Esta operao, realizada pela monolmina, tem por objetivo a correo total dos blocos transportados, com vista a posterior comercializao ou a serragem.

Figura 5 - Operaes fundamentais de uma lavra de rocha ornamental (Mrmore)

Quer a corta quer a frente em flanco de encosta tero uma inclinao que est limitada pelas caractersticas geomecnicas do macio, sendo esta inclinao funo da relao altura/patamar (ver Figura 6).

Figura 6 - Inclinao do talude

2.2- Rocha Industrial

A indstria de rocha industrial, ao invs da indstria extrativa de rocha ornamental, realiza o desmonte do minrio com arranque por explosivos no caso de massa mineral consistente, ou por arranque direto ou hidrulico em massas incoerentes.

Por conseguinte as operaes fundamentais de uma lavra de rocha industrial so totalmente diferentes das operaes realizadas numa lavra de rocha ornamental (ver Figura 7).

Figura 7 - Operaes fundamentais de uma lavra de rocha industrial

2.2.1- Massas Minerais Coerentes

Neste tipo de exploraes so realizados na frente de desmonte pegas de fogo com o intuito de proceder ao arranque do minrio. A realizao destas pegas de fogo obedece a determinados critrios e fatores que determinam a concepo e eficincia da mesma.

Quando existe compartimentao geolgica indispensvel introduzir a sua presena na previso da fragmentao, em virtude de as descontinuidades dos macios rochosos serem responsveis por distribuies irregulares da energia explosiva, quer absorvendo, quer dispersando as ondas da exploso atravs de fendas pr-existentes na vizinhana dos furos.

O dimetro das cargas explosivas deve ser to prximo quanto possvel do dimetro dos furos, no caso de explosivos encartuchados, no deve ser nem to pequeno que impea o desenvolvimento completo da detonao, nem to grande que possa originar vibraes, sopros exagerados, ou mesmo o fenmeno da sobrefraturao da rocha remanescente.

Em seguida apresentada uma figura onde pode observar a configurao de uma tpica lavra a cu aberto.

Figura 8 - Tpica lavra de rocha industrial a cu aberto

Na etapa de estabelecimento do diagrama de fogo deve-se ter em ateno fatores importantes como:

Produo por pega de fogo;

Dimetro do furo;

Comprimento do furo;

Subfurao;

Inclinao do furo;

Distncia (afastamento) face livre;

N de furos;

Espaamento entre furos;

Atacamento;

Carga especfica;

Consumo especfico.

Figura 9 - fatores importantes numa pega de fogo a cu aberto

(Extrado de EXPLOSA, 1994)

O dimetro do furo depende das propriedades da rocha a ser desmontada, do grau de fragmentao pretendido, da altura da bancada, e est normalmente condicionado ao tipo de equipamento disponvel.

Aps a seleo do dimetro do furo, dimensiona-se o comprimento mais adequado para o dimetro escolhido e para as condies existentes, tendo em considerao a inclinao destes, a altura da bancada e a subfurao.

A subfurao, que varia consoante distncia face livre e inclinao dos furos, facilitam a execuo do plano de fogo. No caso de no ser feita a subfurao, a base da bancada no ser arrancada segundo um ngulo de 90, originando por isso um rep.

A- Furo Vertical B- Furo Inclinado

J - Subfurao

B - Distncia face livre

T Tampo L - Altura da bancada

H - Comprimento do furo

PC - Comprimento da carga

P Detonador

Figura 10 - Nomenclatura de um furo

(Adaptado de ATLASCOPCO)

O uso de furos inclinados uma prtica bastante comum nas pegas de fogo, uma vez que apresenta algumas vantagens, tais como:

bancadas mais seguras;

melhor fragmentao;

maior produo;

diminuio do consumo de explosivo;

menores vibraes.

O ajustamento da distncia face livre e o espaamento entre furos permite melhorar os resultados de fragmentao e arranque da rocha, que se traduzem numa diminuio do consumo especfico de explosivo.

O tampo deve ter um comprimento semelhante ao valor da distncia face livre de modo a no originar blocos de grandes dimenses provenientes da parte superior da bancada, no devendo ser muito inferior pois nesse caso existe a possibilidade dos gases da exploso se escaparem e provocarem projees alm da perda do efeito da expanso gasosa sobre a rocha.

Figura 11 - Componentes principais de um Jumbo de furao de bancada

(Adaptado de Tamrock, 1984)

Deve ser realizado com material de granulometria fina ou com material destinado para o efeito, tal como argila, areia no silicosa, p da furao, gua em manga de plstico, etc.

Nos diagramas de fogo a cu aberto a energia do explosivo necessria para que se produza a ruptura da rocha no constante em toda a altura da bancada. Com efeito as tenses libertadas pela detonao devem ser superiores resistncia da rocha ao longo da bancada, especialmente na sua base.

Por tal razo a carga de fundo (ver Figura 9) possui geralmente maior energia que a carga de coluna, embora a dimenso desta ltima dependa da altura da bancada.

O tampo, embora seja muitas vezes esquecido, uma operao muito importante. Se esta operao no for corretamente executada pode acontecer que se originem no interior do furo vazios, o que origina uma grande quebra no rendimento do explosivo, devido perda de eficincia por parte deste.

Outro aspecto importante a evitar a folga (desacoplamento), que se define pela relao entre os dimetro dos furos e o dimetro das cargas explosivas, a qual deve ser o mais prximo possvel da unidade, para a qual contribuir uma boa compactao do explosivo do furo.

O consumo especfico pode definir-se como a relao entre o peso de explosivo utilizado na pega de fogo e o volume total de rocha desmontada.

No que concerne ao dimensionamento dos diagramas de fogo, este tem sido elaborado por diversas frmulas envolvendo os respectivos parmetros geomtricos, algumas com certo fundamento cientfico, mas quase todas baseadas em relaes empricas.

Existem tambm bacos e at rguas de clculo construdos para o mesmo fim, mas quase todos estes mtodos apresentam o inconveniente de desprezarem um grande nmero de variveis que influenciam o fenmeno de desmonte. Assim, habitual algumas dessas frmulas pretenderem aplicar-se a todos os tipos de rocha, outras no introduzem indicaes sobre as propriedades do explosivo, etc.

A principal razo para que existam tais expresses aproximadas deve-se complexidade, variabilidade e elevado nmero de parmetros que influem nos resultados de um desmonte.

ATEHISON considerou a existncia de 20 parmetros distintos que tm influncia decisiva nos desmontes, dividindo-os em 3 grupos:

Parmetros relativos ao explosivo: densidade, velocidade de detonao, presso de detonao, impedncia de detonao, volume de gases libertados e energia disponvel.

Parmetros respeitantes ao carregamento dos explosivos nos furos: dimetro e comprimento dos furos, natureza do tampo, espao livre entre o explosivo e paredes do furo, tipo de encurvamento e ponto de iniciao.

Parmetros relativos rocha: densidade, velocidade ssmica, impedncia caracterstica, ndice de absoro de energia, tenso de ruptura compresso e trao, heterogeneidade e estrutura do macio rochoso.

Alm destes h a considerar certos fatores externos (como por exemplo, a natureza e toxicidade dos fumos e a resistncia do explosivo umidade existente no interior dos furos) que podem ditar a escolha de tipos de explosivos em contradio com as regras gerais. Por conseguinte, o recurso s frmulas empricas e ao trabalho por tentativas so muitas vezes as nicas solues disponveis para projetar adequadamente um desmonte, face dificuldade intrnseca do problema.

A Figura 12 apresenta as especificaes geomtricas principais de um desmonte em bancadas, com a respectiva legenda explicativa.

Figura 12 - Especificaes Geomtricas dos Esquemas de Fogo para Desmontes em Bancadas

(Adaptado de Gama, C. Dinis , 1988)

Em seguida so apresentadas as relaes numricas lineares, onde as letras tm o significado referido na Figura 12.

A = KA x d

(25 KA 40)

S = KS x A (1.25 KS 5)

h = Kh x A (1.5 Kh 4)

G = KG x A (0.2 KG 0.5)

T = KT x A (0.5 KT 1)

Segundo a ordem indicada, a partir do conhecimento do dimetro dos furos determina-se o afastamento das cargas, e este ltimo permite calcular os restantes parmetros geomtricos do diagrama de fogo.

De salientar que o processo de seleo do tipo de explosivo a utilizar em determinado desmonte deve ser coerente com o seu mecanismo de atuao aps a detonao, e com a reao da rocha aos correspondentes efeitos mecnicos.

Em relao o dimetro das cargas explosivas, a sua escolha deve atender a diversos fatores, entre os quais, a salientar:

to prximo quanto possvel do dimetro dos furos (no caso de explosivos com forma geomtrica fixa).

dimetro nem to pequeno que impea o desenvolvimento completo da detonao, nem to grande que possa originar vibraes, sopros exagerados, ou mesmo o fenmeno de sobrefraturao da rocha remanescente.

2.2.2- Massas Minerais Incoerentes

A lavra de massas minerais incoerentes pode ser feita por desmonte direto ou desmonte hidrulico.

O desmonte direto pode ser manual ou mecnico e consiste em atacar diretamente frente de desmonte de modo a individualizar o minrio. Por conseguinte a sua utilizao est limitada a massas minerais que sejam facilmente desagregadas.

So vrias as exploraes de massa mineral por desmonte direto mecnico, sendo a lavra de argila, areia e outros materiais de construo as mais comuns.

Nas exploraes de argila, areia, cascalho ou quaisquer outras massas de fraca coeso, devem ser observadas as seguintes regras:

Se a lavra no for feita por bancos, o perfil da frente no deve ter inclinao superior ao ngulo de talude natural do terreno;

Se a lavra for feita por bancos, a sua base horizontal no pode ter, em nenhum dos seus pontos, largura inferior altura do maior dos dois bancos que separa, e as frentes no podem ter inclinao superior do talude natural;

Se o mtodo de lavra exigir a presena normal de trabalhadores na base do banco, a sua altura no pode exceder 2 m.

O desmonte hidrulico consiste em utilizar a fora hidrulica (essencialmente gua) nas frentes de desmonte para a desagregao do minrio (Figura 13).

De todos os sistemas de lavra existentes, o hidrulico o nico que permite combinar o desmonte de um material, o seu transporte para uma estao de tratamento e sua recuperao nessa mesma estao, assim como o posterior escoamento dos resduos com a energia obtida por um fluxo de gua.

Aplica-se fundamentalmente onde os materiais so desagregados por ao de gua presso, como as aluvies de ouro, cassiterita, diamantes, ilmenita, rtilo, zircnio; formaes argilosas, arenosas e outras.

Os equipamentos hidrulicos so equipamentos de desmonte, constitudos por uma lana ou canho orientvel, de largo dimetro, que projeta um jato de gua sobre o macio rochoso, que permite desagregar e arrastar os materiais, cujo estado de consolidao apropriado para tal finalidade.

A utilizao destes equipamentos tem as seguintes vantagens:

Desmonte contnuo do material a explorar;

Infra-estrutura mineira reduzida;

Equipamentos mais econmicos;

Menores necessidades de pessoal e com menor especializao;

Baixo custo de operao.

Os inconvenientes principais so:

Condies especficas do material a desmontar;

Grandes necessidades em caudal e presso de gua;

Necessidade de grandes reas para reteno de resduos;

Escassas probabilidades de seletividade;

Aplicabilidade do sistema quando o processo de tratamento posterior feito em via mida;

Condies topogrficas adequadas para a circulao dos materiais desmontados;

Disposies restritivas sobre contaminao e impacto ambiental.

Figura 13 - Desmonte Hidrulico

Na realizao do desmonte hidrulico devem ser observadas as seguintes regras:

Os operrios e os equipamentos que efetuam o desmonte devem estar protegidos por uma distncia adequada de forma que os possveis desmoronamentos e deslizamentos do talude no os atinjam;

proibida a entrada de pessoas no autorizadas nos taludes onde se realiza o desmonte hidrulico;

O pessoal, no desmonte hidrulico deve estar provido de equipamento especfico e adequado para servios em condies de alta umidade;

Para instalaes do desmonte hidrulico que funcionam com presses de gua acima de 10 Kg/cm2 devem ser cumpridas as seguintes regras adicionais:

a) os tubos, os acoplamentos e os suportes das tubagens de presso devem ser apropriados para esta finalidade (certificados dos fornecedores, provas aleatrias);

b)deve existir um suporte para o equipamento

c) a instalao deve ter um dispositivo para desligar a bomba de presso em caso de emergncia, podendo este ser acionado pelo pessoal que estiver a trabalhar com o equipamento.

De acordo com as caractersticas mecnicas do macio rochoso existem dois esquemas de lavra bsicos:

Desmonte direto do material que se encontra na frente de trabalho;

Desmonte do material, aps uma previa desagregao;

O princpio geral de trabalho quando possvel desmontar o macio diretamente, corresponde ao seguinte esquema operativo:

Projeo do jato sobre o p do talude de modo a criar uma sobreescavao do mesmo at que se origine a queda do talude;

O material desmontado submetido ao do jato de modo a promover a sua desagregao e escoamento ao longo do canal de transporte;

Uma vez limpa a frente, o equipamento aproximado da nova frente de trabalho, repetindo-se o ciclo.

As distintas possibilidades de posicionamento do equipamento do origem as trs esquemas de lavra, segundo as direes relativas do jato projetado e da polpa escoada (ver Figura 14):

a. Em direo

b. Em contracorrente

c. Misto

Legenda:

1- Equipamento

2- Tubagem de alimentao

3- Canal de transporte

4- Captao 5- Estao de bombeamento

6- Tubagem da polpa

7- Polpa

Figura 14 - Diferentes desmontes hidrulicos

O desmonte em direo caracterizado pela direo de circulao da polpa coincidir com a direo do jato de gua projetado, sendo aplicado sobre frentes com altura inferior a 8 m.

O desmonte em contracorrente aplica-se fundamentalmente em grandes frentes de trabalho que podem variar entre os 20 a 30 m, sendo esta a altura mxima permitida por motivos de segurana.

O desmonte misto utilizado quando se aplicam vrios equipamentos na mesma frente de trabalho, permitindo o arranque do material situado na zona intermdia de dois equipamentos.

3. Sistema e Circuito de Transporte

O sistema e circuito de transporte em minas a cu aberto dependem de inmeros fatores, sendo de realar os seguintes:

Tipo de lavra;

Condies de trabalho;

Produo;

Caractersticas do material desmontado.

Os referidos fatores, associados a muitos outros, vo determinar o modo como as operaes de perfurao, carga e transporte se desenrolaro, o modo como estas se conjugam ao longo da vida da lavra, bem como o tipo de sistema adotado.

O sistema e circuito de transporte pode ser de dois tipos:

Contnuo;

Cclico.

Nas operaes contnuas em que certas mquinas combinam ou realizam simultaneamente o arranque e a remoo, as operaes de corte, perfurao e uso de explosivos so eliminados, sendo o arranque e a carga (extrao) realizados numa nica ou simples funo, a escavao.

A adoo de um sistema contnuo, em lavra a cu aberto, est essencialmente dependente da inclinao dos taludes, ou seja, da profundidade da lavra e da coeso e granulometria do material (ver Figura 15).

Figura 15 - Sistema contnuo

Nas operaes mineiras de superfcie ou a cu aberto, os equipamentos mais comuns em sistema contnuo so as correias (ou telas) transportadoras e os minerodutos.

No caso das operaes cclicas, as mquinas normalmente realizam em simultneo as operaes de carga e transporte, denominando-se por vezes mquinas de remoo.

Dependendo do tipo de sistema existente so empregues diferentes equipamentos para a realizao do transporte.

No caso dos sistemas cclicos os equipamentos mais utilizados so os dumpers, as ps mecnicas, e as gruas, sendo esta ltima determinante quando os trabalhos se desenvolvem em profundidade (ver Figura 16).

Figura 16 - Sistema cclico

Para que o transporte em exploraes a cu aberto seja feito em segurana, devem ser observados os seguintes pontos:

Devem ser balizados os limites exteriores das bancadas utilizadas como estradas;

A largura mnima das vias de trnsito deve ser 2 vezes maior que a largura do maior veculo utilizado, no caso de um via nica, e 3 vezes no caso de vias duplas;

proibido o trfego de veculos quando a visibilidade for 2 vezes inferior distncia mnima de travagem do veculo, rodando a velocidade mxima permitida;

Circulao perto do talude, devendo a demarcao ser visvel de modo a evitar a queda do veculo;

Deve existir um regulamento interno de circulao e as vias devem ter sinalizao adequada;

A circulao em via dupla nas cortas deve fazer-se de modo que os veculos carregados circulem na parte interior da bancada, isto, no lado da frente do banco (ver Figura 17);

Figura 17 - Circulao em via dupla

4. Sistema e Circuito de Esgoto

A presena de gua nas exploraes causa problemas ao nvel da produo, estabilidade de taludes, segurana, controle de poluio e por conseguinte no custo de lavra.

A realizao das operaes de esgoto tem como objetivo a combinao dos seguintes aspectos:

Melhorar a estabilidade dos taludes;

Melhorar as condies de trabalho;

Proteger a qualidade da gua e dos aqferos.

Para alm dos referidos problemas as atividades decorrentes de exploraes podem produzir alteraes no regime das condies hidrogeologias e da qualidade da gua. Quando se atinge o nvel fretico nas exploraes a cu-aberto pode haver grande afluncia da gua, sendo necessrio recorrer ao bombeamento, que por sua vez pode provocar alteraes no nvel piezomtrico e diminuir a quantidade de gua disponvel para as populaes e culturas vizinhas da rea em lavra.

Por conseguinte, todas as informaes teis posio, extenso e profundidade dos antigos trabalhos e das acumulaes de gua, nomeadamente camadas aqferas reconhecidas e fontes naturais superfcie que existam no permetro ou na vizinhana de uma lavra, devem ser registradas em mapas atualizados.

Outra medida importante a realizao prvia de estudos geotcnicos e hidrogeolgicos que permitam prever o comportamento dos terrenos, bem como a realizao de sondagem de reconhecimento.

No que respeita operao de esgoto so vrios os sistemas a adotar para o correto desvio e captao das guas com vista sua completa remoo da lavra mineira:

Valas de drenagem na zona envolvente rea de lavra;

Valas de drenagem nos patamares e fundo da lavra;

Furos subhorizontais para drenagem das guas subterrneas do interior do talude;

Poos verticais realizados na rea envolvente lavra;

Poos verticais realizados nas bancadas ou no fundo da lavra;

Combinao dos sistemas anteriores;

A seleo de um sistema e circuito de esgoto adequado crucial para o sucesso da operao, dependendo este dos seguintes fatores:

Geologia e hidrogeologia do local;

Magnitude do sistema;

Mtodo de lavra;

Custo.

Valas de drenagem na zona envolvente da rea de lavra

O referido mtodo deve ser aplicado quando o aqfero de baixo caudal. O mtodo pouco oneroso, e deve ser realizado em conjunto com a drenagem da gua superficial.

O circuito consiste em captar a gua nas valas de drenagem existentes volta do permetro da lavra, por onde so conduzidas por gravidade para uma depresso de modo a serem coletadas. Aps decantao, as guas podem ser utilizadas na rega de itinerrios, lavagem de caminhes ou conduzidas para a bacia hidrogrfica.

Figura 18 - Sistema de drenagem por valas de drenagem na zona envolvente da rea de lavra

Valas de drenagem nos patamares e no fundo da lavra

O sistema e circuito de esgoto em tudo semelhante ao anterior. A diferena reside apenas no tipo de aqfero; enquanto que as valas superfcie so na sua grande maioria aplicadas na drenagem de aqferos no confinados, as valas nos patamares e no fundo da lavra so usadas para a drenagem de aqferos confinados.

As guas so coletadas, sendo em seguida conduzidas para uma bacia de decantao no fundo da lavra de modo a serem posteriormente bombeadas para uma bacia no exterior.

Figura 19 - Sistema de drenagem por valas de drenagem nos patamares e no fundo da lavra

Furos subhorizontais

Este mtodo torna-se bastante eficaz quando a gua subterrnea afeta a estabilidade de um dado talude.

O mtodo consiste na realizao de furos subhorizontais no macio atravs dos quais so normalmente, embora no seja necessrio, introduzidos tubos de PVC. Estes furos apresentam uma ligeira inclinao (2 a 5) de modo a que a drenagem se possa fazer por gravidade.

Os drenos podem ser furados a partir do fundo da lavra, ou de uma bancada, mas sempre a partir do ponto mais baixo do aqfero a ser drenado.

O circuito do referido sistema simples e semelhante aos anteriores. A gua que sai dos furos drenada por valas de modo a ser coletada num ponto baixo, onde em seguida bombeada para o exterior da lavra.

As principais vantagens deste sistema so a rapidez de execuo, o relativo baixo custo de instalao, o consumo de energia nulo, pois a drenagem faz-se por gravidade, o baixo custo de manuteno e a longa durabilidade e flexibilidade.

A principal limitao no uso do referido sistema o fato de s poder ser economicamente efetuado apenas depois da escavao estar realizada, e no antes desta. Em muitos casos, o tempo necessrio para a instalao de um sistema eficaz suficiente para que ocorram desabamentos nos taludes.

Figura 20 - Sistema de Drenagem por furos subhorizontais

Poos verticais realizados na rea envolvente lavra

A drenagem atravs de poos verticais um sistema bastante utilizado. A gua pode ser retirada por bombeamento, sendo o caso mais comum o uso de bombas submersveis.

A grande vantagem deste sistema a possibilidade de retirar a gua antes de iniciar os trabalhos de lavra, prevenindo assim a contaminao da gua e anulando qualquer interferncia desta com as operao mineiras. A possibilidade de drenar vrios aqferos com um nico poo, obtido por este sistema, no imediatamente conseguido atravs dos outros mtodos referidos.

A grande desvantagem do sistema o custo de energia necessrio para efetuar a operao, principalmente quando se trata de um aqfero de elevado caudal sobre uma camada impermevel.

Poos verticais realizados nas bancadas ou no fundo da lavra

Os aspectos tcnicos do presente sistema so em tudo semelhantes ao anterior.

A vantagem na realizao dos furos no fundo da lavra, consiste na diminuio da coluna de gua a ser bombeada, o que resulta numa diminuio de custos de energia.

As desvantagens residem no difcil acesso ao local onde os furos sero realizados, e na interferncia com as operaes mineiras.

Combinao dos sistemas anteriores

Em muitos projetos de esgoto, so usados dois ou mais sistemas referidos anteriormente, podendo-se simultaneamente combinar as vantagens dos vrios mtodos e minimizar as suas desvantagens, obtendo-se uma otimizao da operao de esgoto.

5. Abastecimento de Energia, Ar Comprimido e gua Industrial

5.1- Abastecimento de Energia Eltrica

Sendo a energia eltrica a fonte principal de exploraes mineiras, o abastecimento de energia torna-se uma operao de extrema importncia.

Esta responsvel pelo acionamento e funcionamento de vrias instalaes e equipamentos que realizam operaes vitais para a realizao das operaes de desmonte, extrao, esgoto, etc.

O desenvolvimento da utilizao da eletricidade tem sido bastante grande, sendo hoje em dia, a fonte de energia mais usada nas diferentes exploraes.

O seu desenvolvimento deve-se a inmeros fatores:

Rendimento (8 vezes superior ao do ar comprimido);

Custo de energia;

Custo de manuteno;

Regularidade de marcha;

Potncia;

Facilidade de estabelecimento de ligaes:

a) facilidade de ligar vrios equipamentos utilizados;

b) limitao de esforos;

c) telecomando;

Permite o controle remoto, ou seja o controle distncia e monitorizao de mquinas e equipamentos;

Automao.

No entanto, apesar de tantas vantagens, a eletricidade apresenta uma srie de desvantagens face ao ar comprimido, sendo eles:

Segurana:

a) risco de eletrocusso;

b) risco de incndio;

c) risco do grisu (fascas);

Custo elevado da aparelhagem eltrica;

Dificuldade de eletrificar os aparelhos de movimento alternado.

A maioria dos sistemas de abastecimento de energia eltrica so constitudos pelas seguintes componentes:

Fontes de alimentao de corrente alterna;

Fontes de alimentao de corrente contnua;

Linhas de transmisso;

Transformadores;

Retificadores;

Condensadores de correo;

Condensadores de sobretenso.

Toda a lavra deve apresentar plantas dos esquemas de abastecimento de energia eltrica onde estejam, pelo menos, representado:

a ligao da energia da companhia ao transformador principal da mina;

o cabo de alimentao principal;

o esquema eltrico de alimentao das instalaes em subsolo e superfcie

as transmisses, linhas e cabos de tenso;

Painis.

O licenciamento e fiscalizao das instalaes eltricas, bem como dos respectivos anexos, rege-se pela legislao vigente para as demais instalaes eltricas, da competncia da direo Geral de Energia.

O projeto das instalaes eltricas entregue no Instituto Geolgico e Mineiro (I.G.M.).

As instalaes eltricas tem de obedecer aos regulamentos de segurana do domnio da eletricidade, sendo a destacar, entre outros, os seguintes pontos:

Nas instalaes e nos servios de eletricidade, devem ser observadas no projeto, execuo, operao, manuteno, reforma e ampliao, as normas tcnicas oficiais estabelecidas pelo rgo competente e, na falta destas, as normas internacionais vigentes;

Todas as partes das instalaes eltricas a serem operadas, ajustadas ou examinadas devem ser projetadas, executadas e dispostas de maneira que permita um espao suficiente para trabalhar em segurana e de modo que seja possvel prevenir, por meios seguros, os perigos de choque eltrico e de todos os outros tipos de acidentes;

Todas as instalaes eltricas devem estar convenientemente protegidas contra impactos ocasionais, gua, poeira, animais e influncia de agentes qumicos;

Os cabos e linhas eltricas, especialmente no subsolo, devem ser dispostos de modo que no sejam danificados por qualquer meio de transporte, lanamento de fragmentos ou pelo peso prprio;

Redes eltricas, transformadores, motores, mquinas e circuitos eltricos, devem ser equipados com dispositivos de proteo automticos ou fusveis para os casos de curto circuito, sobrecarga, queda de tenso e/ou fase;

Toda a rede eltrica deve possuir ligao terra, em intervalos definidos, conforme o projeto, devendo os pontos de ligao estar assinalados;

Todos os dispositivos de proteo ao sistema eltrico devem ser inspecionados regularmente, de acordo com as instrues do fabricante e normas tcnicas vigentes;

A pedreira deve ser dotada de instalaes de emergncia que, por motivos de segurana, garantam o funcionamento de equipamentos de transporte de pessoal, de esgotos e de iluminao coletiva.

Na realizao de trabalhos do tipo eltrico devem ser observados, entre outros, os seguintes pontos:

A instalao, a operao e a manuteno de instalaes eltricas devem ser executadas apenas por pessoal qualificado, treinado e com autorizao do responsvel da pedreira;

Dever conhecer perfeitamente os procedimentos para realizar qualquer tipo de reparao ou modificao que afete uma instalao eltrica;

Deve ter sua disposio elementos de proteo e isolamento, tanto pessoal como material, adequados ao tipo de tenso da instalao;

estritamente proibido trabalhar numa instalao eltrica com tenso;

A autorizao e responsabilidade, tanto do corte como restabelecimento da tenso numa instalao eltrica objeto de reviso ou reparao;

Evitar a existncia de lamas ou fogo nas proximidades dos transformadores de modo a prevenir incndios;

Os trabalhos sobre linhas eltricas areas s se realizaro aps garantia de que os circuitos esto fora de servio;

Na presena de tempestades devem ser interrompidas quaisquer atividades em linhas eltricas areas;

No que respeita a inspees, devem ser observados os seguintes pontos:

As inspees a instalaes eltricas devem ser efetuadas, sempre que possvel, em conjunto, pelas entidades competentes.

Sempre que a entidade inspetora determine a aplicao de medidas que possam acarretar a paragem total ou parcial da laborao, deve o IGM ser ouvido previamente.

5.2- Abastecimento de Ar Comprimido

Nas exploraes a cu aberto, o ar comprimido tem vrias aplicaes, sendo de referir a sua utilizao no acionamento de ferramentas (martelos, etc.), de motores (bombas, etc.).

As suas principais vantagens so:

As mquinas e ferramentas a ar comprimido so robustas, e por conseguinte apresentam um bom tempo de vida e baixo custo de manuteno;

As canalizaes de ar comprimido so menos delicadas que as transmisses eltricas;

A sua utilizao tem porm, alguns inconvenientes. A principal o fato de o seu rendimento de utilizao ser muito baixo, podendo em alguns casos atingir 30%, valor este correspondente diferena entre a energia fornecida ao compressor e a energia libertada no aparelho utilizador.

Por conseguinte, e embora o ar comprimido tenha ainda utilizaes dificilmente substituveis, tende a ser cada vez mais preterido em favor da energia eltrica.

Uma boa eficincia das mquinas utilizadas s pode ser obtida se as redes de distribuio que as alimentam forem concebidas de modo a poder fornecer-lhes, presso devida, ar de boa qualidade.

Para que tal seja obtido, uma rede de distribuio deve oferecer as seguintes garantias:

Pequena queda de presso nas tubagens, para que as mquinas utilizadas possam ser alimentadas presso devida;

Rigorosa estanquecidade, segurana de funcionamento e baixo custo de manuteno;

Eliminao da gua de condensao, com o objetivo de evitar diluio das lubrificaes e a formao de gelo nas condutas e mecanismos;

Custo de instalao o mais baixo possvel.

Uma inadequada rede de distribuio de ar comprimido originar elevadas despesas de energia, baixa performance dos equipamentos originando um fraca produo.

No que respeita aos compressores devem ser observadas as seguintes regras de segurana:

Os compressores e respectivos equipamentos de conduo e distribuio de ar comprimido utilizados devem observar as normas especficas de segurana e obedecer aos modelos aprovados nos termos da legislao em vigor;

Os compressores e respectivos equipamentos de conduo e distribuio de ar comprimido devem ser periodicamente examinados, de acordo com as instrues do fabricante, de modo a mant-los em perfeitos estado de funcionamento;

S pode ser usado leo cujo valor da temperatura do ponto de inflamao seja indicado e garantido pelo fabricante;

As operaes de manuteno devem ser anotadas no livro de registro.

De salientar que a instalao de compressores precedida da respectiva licena, concedida pelo Instituto Geolgico e Mineiro (IGM). Depois da montagem dever ser requerida uma vistoria e prova da instalao e do reservatrio de ar comprimido.

Nas redes de ar comprimido de mxima convenincia a intercalao de separadores de gua de condensao (portadores), para que esta no chegue aos locais de utilizao onde, por um lado, prejudica a lubrificao das mquinas utilizadas, arrastando o leo lubrificante, e, por outro, por congelamento, devido ao arrefecimento provocado pela expanso do ar.

As mangueiras e os seus acessrios so outra componente importante nas redes de distribuio, uma vez que estabelecem a ligao entre mquinas e ferramentas que utilizam o ar comprimido e a rede de distribuio. Estas, pelo fato de introduzirem perdas de carga apreciveis e proporcionais ao seu comprimento, devem ser o mais curtas possveis.

Sendo destinadas, geralmente, a permitir o fcil deslocamento das ferramenta e equipamentos pneumticos, ao longo dos locais de trabalho, h a necessidade de que tenham a robustez e a resistncia ao desgaste suficientes para que possam ser arrastadas, sem grandes preocupaes ao longo dos pisos irregulares e muito abrasivos.

Legenda:

1. Compressor

2. Reservatrio de ar

3. Misturador 4. Portador com coletor de poeiras

5. Jumbo de furao

Figura 21 - Abastecimento de ar comprimido

Outro ponto fundamental no abastecimento de ar comprimido a manuteno das redes de distribuio de ar comprimido. A manuteno consiste, essencialmente, em verificar e garantir a sua estanquecidade com o objetivo de minimizar as fugas.

As fugas mais importantes, que podem atingir facilmente 25% do dbito dos compressores, so as pequenas fugas. Estas so, normalmente, as responsveis pelo essencial das perdas globais das redes uma vez que, ao contrrio das grandes, so mais difceis de detectar.

5.3- Abastecimento de gua Industrial

O abastecimento de gua industrial importante na medida em que esta utilizada durante a lavra em vrias aplicaes, pelo que projeto da rede e dimensionamento da mesma deve ser feito de acordo com as necessidades da lavra.

A rede de abastecimento de gua industrial pode ser feita:

Por sondagens;

Por captaes;

Pela rede pblica.

A primeira opo usada no caso de a zona onde a lavra est inserida no ter uma cursos de gua importantes ou prximos da lavra, mas tem aqferos subterrneos prximos da rea circundante, pelo que se realizam as referidas sondagens.

Caso a lavra esteja situada numa zona onde a rede hidrogrfica extensa, so realizadas captaes junto dos cursos de gua com vista ao abastecimento de gua em quantidades suficientes. Esta opo pode ser em muitos casos a mais vantajosa do ponto de vista econmico, na medida em que so efetuados apenas investimentos ao nvel da rede.

Quando no possvel realizar nenhuma das anteriores opes, o abastecimento de gua dever ser feita pela rede pblica sendo esta a soluo mais onerosa.

As redes de abastecimento so na sua maioria constitudas por tubos galvanizados (de modo a conferir melhor resistncia), tubos esses que se colocam no cho descendo ao longo do patamares at atingir o fundo da lavra, de modo a servir as frentes de desmonte.

A sua manuteno no deve ser descurada pois a existncia de fugas, implica a existncia de gua ao longo dos trabalhos, com o conseqente aumento de custo na operao de esgoto.

No que respeita s suas aplicaes esta desempenha um papel importante nas frentes de desmonte, sendo no caso das exploraes de rocha ornamental com uso de fio diamantado de extrema importncia pois usada no arrefecimento do fio quando da operao de corte. Por conseguinte a rede de abastecimento dever ser projetada at s vrias frentes de desmonte.

6. Anexos Mineiros

6.1- Aterros de Terras de Cobertura

Nas exploraes a cu aberto as terras de cobertura devem ser retiradas para uma distncia de segurana suficiente do bordo superior da lavra, deixando-se livre uma faixa com a largura mnima de 2 m, a circundar e limitar o referido bordo.

Deste modo deve ser garantido o armazenamento do solo de cobertura tanto quanto possvel prximo do seu estado inicial, tendo em vista a posterior reconstituio dos terrenos e da flora, de modo a se proceder adequada aplicao das tcnicas e normas de higiene e segurana, e ao cumprimento das apropriadas medidas de proteo ambiental e recuperao paisagstica.

Por conseguinte a localizao do aterro est dependente da forma final da escavao.

6.2- Aterros de Estreis (Depsitos)

As rochas estreis provenientes de exploraes a cu aberto depositam-se, geralmente, em montes que constituem os depsitos.

A escolha de um local para o dimensionamento e construo de uma depsitos deve-se basear, entre outros, em critrios da seguinte natureza:

Tcnicos;

econmicos;

Ambientais;

Socioeconmicos.

Para a construo de uma depsitos, para alm dos referidos critrios, preciso ter em ateno vrios fatores, tais como:

Local de implantao

Entre os critrios especficos mais importantes encontram-se os limites da rea mineralizada, distncia de transporte desde a lavra at ao depsitos, que afeta o custo total da operao, a capacidade de armazenamento necessria, que vem imposta pelo volume total de estril a transportar, e as alteraes potenciais que podem produzir-se sobre o meio natural e as restries ecolgicas existentes na rea onde a depsitos realizada.

Por conseguinte, a seleo da rea de implantao de uma depsitos obedece a um nmero de objetivos, sendo a destacar os seguintes:

Minimizar os custos de remoo;

Obter a integrao e restaurao da estrutura, no final da lavra;

Garantir a drenagem;

Minimizar a rea afetada;

Evitar a alterao e impacto em locais e espcies protegidas.

Dimenso e forma

A dimenso dos depsitos est dependente do volume de estril que preciso retirar para a extrao do minrio. Tal quantidade de material depende, nas minas a cu aberto, no s da estrutura geolgica da jazida e da topografia da rea, como tambm do valor econmico do mineral e dos custos de extrao do estril.

Em relao lavra da jazida, os depsitos podem-se classificar em dois tipos: interiores, quando se encontram dentro do vazio criado pela lavra; exteriores, quando se encontram em terrenos contguos lavra.

Atendendo s formas naturais do terreno e s condies normais de lavra, o tipo de depsitos mais freqentes so os exteriores, sendo a destacar os seguintes tipos: em vale; em flanco de encosta; em altura.

Geologia e capacidade

No que respeita ao local onde a depsitos ser realizada, necessrio proceder a uma investigao de campo que corrobore, por um lado, a no existncia de mineral no subsolo, que poderia ser potencialmente explorvel no futuro, e por outro, permitir a obteno de amostras e informao sobre as caractersticas geotcnicas dos materiais que constituem a base do depsito.

Mtodo e sistema de construo

De acordo com a seqncia de construo, em terrenos inclinados (o caso mais comum), os tipos de depsitos que se podem distinguir so quatro:

livre;

por fases;

com dique de reteno no p do talude;

por fases ascendentes sobrepostas.

Figura 22 - Tipos de depsitos segundo a seqncia de construo

A formao livre s aconselhvel em depsitos de pequenas dimenses e quando no existe o perigo de derrocada de blocos. Caracteriza-se por apresentar um talude coincidente com a inclinao mxima que permita a estabilidade dos taludes, e por apresentar uma acentuada separao granulomtrica do estril ou acumulao de blocos no sop.

Este mtodo, embora seja o mais utilizado at data, apresenta-se como o mais desfavorvel do ponto de vista geotcnico.

As depsitos por fases proporcionam fatores de segurana mais elevados, uma vez que os taludes finais so mais baixos. A altura total pode estar limitada por fatores associados ao acesso aos nveis inferiores.

Quando os estreis no so homogneos e apresentam diferentes litologias e caractersticas geotcnicas, pode ser conveniente a construo de um dique no p do talude com o estril de maior dimenso e resistncia, de modo a que atuem como obstculo ao escorregamento do restante material depositado.

O tipo de construo por fases ascendentes sobrepostas confere uma maior estabilidade, uma vez que se diminuem os taludes finais e se obtm uma maior compactao dos materiais.

Por tudo isto se constata que a seqncia de construo de uma depsitos incide diretamente sobre a estabilidade das referidas estruturas e sobre a economia da operao, sendo necessrio na maioria dos casos chegar a uma soluo de compromisso entre ambos os fatores.

6.3- Bacias de Rejeito

A funo principal destas estruturas consiste em armazenar permanentemente os estreis slidos e reter temporariamente os efluentes lquidos provenientes das instalaes de tratamento.

Quando os referidos efluentes contm contaminantes txicos, as presas devem ser projetadas para armazenar a gua durante um largo perodo de tempo, at que se degradem as substncias qumicas nocivas, ou at que a gua se evapore.

As bacias de lamas diferem dos aterros de estreis convencionais em trs aspectos bsicos:

As bacias de lamas armazenam tanto slidos como lquidos;

Em muitos casos, as prprias lamas so utilizadas como material de construo devidamente preparados;

As bacias so construdas, normalmente, por etapas seguindo o desenrolar das operaes;

De referir que nas ltimas dcadas observou-se um enorme progresso no projeto e construo de bacias de lamas, no que respeita ao campo da hidrologia e geotecnia. Tal avano deve-se principalmente s exigncias de segurana e proteo ambiental que esto, nos dias de hoje, inerentes a qualquer projeto mineiro.

Na tabela seguinte so apresentados os diversos fatores que influenciam o dimensionamento e construo de uma bacia de lamas:

Tabela: fatores que influenciam o dimensionamento e construo de bacias de lamas

fatores Locais Caractersticas das lamas Caractersticas dos efluentes Limitaes Ambientais

Geologia Produo de resduos Caractersticas

Qumicas:

- pH

- ctions metlicos

- potencial

- oxidao/reduo

- toxicidade Qualidade do ar

Sismicidade Granulometria Produo de efluentes Qualidade das guas superficiais

Topografia Quantidade em argila Capacidade de circulao Qualidade das guas subterrneas

Rede de drenagem Composio qumica Necessidades de evaporao Necessidade de recuperao

aqferos subterrneos Densidade das lamas Drenagem da gua superficial

Precipitaes Lixiviabilidade

Evaporao

Disponibilidade dos terrenos

Preo dos terrenos

No que respeita aos fatores locais, constata-se que os critrios para o dimensionamento e construo de uma bacia de lamas so, por razes ambientais, mais abrangentes, envolvendo mais do que apenas a proximidade lavra e topografia dos terrenos.

A topografia um fator bsico e determinante que est relacionado com a altura e dimenso das bacias.

A disponibilidade dos terrenos tambm decisiva, na medida em que o tamanho das bacias est dependente do custo dos terrenos, da necessidade e/ou custo da impermeabilizao do mesmo e da sua recuperao final.

Ao construir-se uma bacia de lamas so vrios os fatores a considerar no mbito da geologia e sismicidade da rea em questo. Deve ser feito um estudo como objetivo de determinar se existem falhas potencialmente ativas, e no caso de ser uma zona ativa em termos ssmicos, dever-se- avaliar o comportamento dinmico das bacias.

Outros fatores que se devem considerar na concepo de bacias de lamas so relativos disponibilidade de materiais de construo, capacidade de suporte, drenagem da base de apoio e qualquer existncia de fraturamento e/ou falhas geolgicas na rea envolvente.

A permeabilidade do terreno que constitui a base da bacia pode ter um peso determinante sobre os custos de construo e aptido dessa rea para a criao de uma bacia de lamas, pois a infiltrao dos efluentes inadequada do ponto de vista ambiental.

Como foi referido as caractersticas das lamas so importantes uma vez que se estas apresentarem determinadas propriedades fsicas e qumicas podem ser usadas para construir a prpria bacia de lamas. A sua utilizao na construo de bacias de lamas deve ser feita sempre que possvel, j que tal medida trs enormes vantagens quer do ponto de vista econmico como ambiental.

Nas figuras seguintes so apresentados os mtodos seguros e inseguros de construo de bacias de lamas para o tipo de construo mais usual (construo a montante).

Figura 23 - Mtodo seguro de construo a montante

Figura 24 - Mtodo inseguro de construo a montante

As caractersticas dos efluentes so outro conjunto de fatores importantes para o correto dimensionamento e construo de uma bacia de lamas, sendo os mais importantes a quantidade de efluentes, o seu caudal e gradiente hidrulico.

Figura 25 - Construo a montante com ciclones

Figura 26 - Construo a jusante com ciclones

Tal como foi referido anteriormente, a construo realizada por etapas e no caso das lamas serem empregues na construo, as unidades de tratamento tm que operar um dado perodo de modo a ser produzido o material necessrio que permita a concluso da mesma.

Por esta razo a bacia na maioria dos casos construda com o estril da prpria lavra, ou com o estril existente na depsitos.

6.4- Bacias de Rejeitos

Uma significativa melhoria nas operaes mineiras e processos metalrgicos deu origem a que os trabalhos mineiros se efetuem mesmo com baixos teores, criando um problema difcil de resolver: qual o destino a dar aos rejeitados.

Os rejeitados so normalmente transportados hidraulicamente para a bacia de decantao, numa concentrao que ronda os 40% de slidos em peso.

As bacias de rejeitados so uma estrutura importante em qualquer lavra mineira na medida em que cada vez se pretende uma laborao com custos mnimos, sendo o tratamento e conseqente recirculao de guas um ponto importante para a obteno de tais objetivos.

O tratamento dos rejeitos lquidos, incluindo gua poluda, deve ser executado em instalaes e atravs de processos adequadamente projetados e aprovados pelas entidades competentes.

No entanto ao armazenamento de rejeitos em forma de polpa est sempre associada uma potencial poluio que varia consoante o tipo de lavra mineira, podendo em alguns casos ser bastante grave.

Por conseguinte estas bacias so estruturas importantes que envolvem dois aspectos que dizem respeito sade pblica. O primeiro aspecto diz respeito estabilidade estrutural da bacia e a possvel libertao, caso ocorra um acidente, de um grande volume de gua e/ou de fluidos rejeitados. O segundo aspecto diz respeito a uma possvel contaminao dos cursos de gua e aqferos subterrneos, caso os rejeitos atravessem a bacia e se infiltrem no terreno.

As normas de segurana e ambientais face poluio podem ter um elevado impacto no projeto, e, em particular, na realizao de medies de controle da infiltrao, exigidas por lei.

Estas so bastante importantes na minimizao do risco de contaminao ou poluio, pois quanto maior for a quantidade de gua recirculada, menor ser a quantidade de rejeitos lquidos que necessitaro de tratamento e/ou armazenamento.

Quando a recirculao completa no for possvel, os rejeitos lquidos que estiverem fora dos limites e padres estabelecidos pela legislao vigente de proteo ao meio ambiente devem ser recolhidos e tratados, antes de serem lanados nos corpos receptores.

Deste modo a construo e manuteno de bacias de rejeitados deve ser feita de acordo com as normas vigentes, tendo sempre presente que a operao a um custo mnimo est sempre associado a uma possvel contaminao e/ou poluio do meio ambiente.

Vrios mtodos de construo foram desenvolvidos de modo a maximizar o condicionamento de rejeitados e outros produtos, podendo ser agrupados em trs grandes grupos:

Construo a montante;

Construo a jusante;

Construo central (variante da construo a jusante);

Embora os rejeitados estejam longe de ser considerados material ideal para a construo de bacias, estes so na maioria das vezes utilizados pelo fato de serem o material mais disponvel e simultaneamente mais barato.

Por conseguinte a construo de bacias utilizando rejeitados deve obedecer aos seguintes pontos:

separao dos rejeitados em areias e polpas, sendo apenas as areias usadas como material de construo;

controle das operaes de separao das areias, de modo a garantir que a areia obtida esteja de acordo com as exigncias de calibre e permeabilidade;

Instalao de drenos e filtros internos de modo a prevenir fugas, e baixar o nvel fretico no interior dos taludes de areia;

compactao das areias de modo a aumentar a sua densidade. Tal medida aumenta a resistncia das areias liquefao quando de pequenos tremores de terra e permite usar com segurana taludes mais altos e abruptos;

proteo de superfcies facilmente erodveis com vegetao, materiais grosseiros ou mesmo blocos de estril.

O uso de blocos de estril e material excedente proveniente da lavra e cujo transporte seja economicamente vivel podem, na maioria dos casos, ser utilizado na construo de bacias de decantao conferindo-lhes uma maior estabilidade.

No entanto na maioria dos casos a disponibilidade deste tipo de material no coincide com a necessidade de elevar a bacia de modo a manter o topo acima dos rejeitados. Por conseguinte usual combinar-se rocha estril com areia de rejeitados de modo a produzir uma bacia segura e econmica.

Construo a Montante

Este o mtodo mais antigo de construo de bacias, sendo o mtodo mais barato de despejo de rejeitados.

A construo consiste em colocar material, para montante, em cima do material j existente, elevando assim os taludes da bacia. O material usado para o efeito so na maioria dos casos rejeitados da bacia anterior que entretanto secou, repetindo-se o ciclo.

Deste modo, medida que a altura da bacia aumenta, o dique vai-se movendo para montante encontrando-se apoiado nos rejeitados anteriormente depositados.

Figura 27 - Construo a montante

As vantagens do presente mtodo so o seu baixo custo e rapidez de construo. No entanto todas as variantes deste mtodo tm a grande desvantagem de todas as bacias serem construdas em cima de rejeitados previamente depositados, que no se encontram devidamente consolidados.

Construo a Jusante

Os mtodos de construo a jusante so relativamente recentes, sendo o mtodo o culminar de tentativas de desenvolvimento de bacias maiores e mais seguras.

O seu mtodo de construo em tudo semelhante ao anterior variando apenas a direo de construo e/ou desenvolvimento.

Todas as variantes deste mtodo tm um ponto em comum, uma vantagem face ao mtodo anterior, o fato de serem construdas na direo jusante e por conseguinte terem fundaes previamente preparadas e no rejeitados previamente depositados.

As vantagens do presente mtodo, para alm da anterior, so: o controle de compactao e colocao dos materiais poder ser realizado ao longo das operaes de enchimento; a possvel instalao de sistemas internos de drenagem medida que a bacia construda, o que melhora a sua estabilidade; o fato de a bacia poder ser projetada e construda para qualquer grau de segurana, incluindo resistncia a tremores de terra, a possibilidade de esta poder ser elevada, com um mnimo de alteraes e problemas, acima do valor inicialmente previsto no projeto.

Figura 28 - Construo a jusante

Esta ltima vantagem torna-se muito importante na indstria mineira, na medida em que por vezes a vida da lavra acrescida por novas descobertas de minrio, melhorias no mtodo de lavra ou aumento das cotaes do metal.

A grande desvantagem de todos os mtodos de construo a jusante o enorme volume de areias necessrio para construir a bacia.

Construo Central

Este uma variante do mtodo anterior, sendo a nica diferena o fato de o topo da bacia no se mover para jusante mas sim verticalmente.

Este mtodo permite que se eleve a bacia de um modo mais rpido e com recurso a menos material (areia).

Figura 29 - Construo central

6.5- Bacias de Decantao

Em qualquer lavra as guas poludas quer fsica quer quimicamente no podem ser lanadas na bacia hidrogrfica sem terem sido sujeitas operao de neutralizao e decantao de modo a obterem-se as condies mnimas na legislao em vigor.

Assim, no tratamento dos rejeitos lquidos, incluindo as guas da lavra e de drenagem, devem ser esgotadas todas as possibilidades tcnicas e econmicas, de forma a maximizar a quantidade de gua a ser recirculada.

Quando a recirculao completa no for possvel, os rejeitos lquidos que estiverem fora dos limites e padres estabelecidos pela legislao vigente de proteo ao meio ambiente, so ento recolhidos e tratados em bacias de decantao, antes de serem lanados na bacia hidrogrfica.

O tratamento dos rejeitos lquidos dever ser executado atravs de processos adequadamente projetados e aprovados pelos rgos competentes.

Um outro aspecto importante a dimenso das referidas bacias, que devem ser projetadas e protegidas de modo que as guas superficiais no prejudiquem o seu funcionamento.

No que concerne ao controle dos depsitos e bacias de decantao devem ser observados os seguintes pontos:

Todos os depsitos e bacias de decantao de estril, rejeitos e produtos, bem como as suas instalaes devem ser controlados regularmente.

Quando forem construdas barragens para bacias de decantao a montante de reas habitadas ou cursos de guas, deve ser feita a monitorizao constante da barragem de modo a prever situaes de emergncia.

Qualquer ocorrncia que afete a segurana dos depsitos e bacias de decantao deve ser corrigida e comunicada diretamente ao I.G.M.

6.6- Instalaes Sociais

As instalaes sociais so parte integrante dos anexos mineiros, e variam no s com a dimenso, localizao geogrfica e tipo de lavra, como tambm com o nmero de trabalhadores.

No que respeita s obrigaes da entidade empregadora tem-se que:

Cabe empresa assegurar-se de que os empregados admitidos encontram-se aptos a realizar os trabalhos de lavra;

A entidade empregadora deve adotar medidas de higiene e de segurana adequadas preveno de doenas de trabalho, devendo garantir o imediato atendimento ao acidentado, de acordo com a legislao vigente;

A entidade empregadora deve garantir a higiene e segurana dos trabalhadores, devendo existir instalaes sanitrias para o efeito;

A entidade empregadora deve manter em boas condies de higiene e funcionamento as instalaes sanitrias regulamentares, devendo haver no mnimo um sanitrio por cada 5 trabalhadores;

Sempre que os trabalhadores estejam sujeitos a molhar-se ou a sujar-se em demasia, tero direito ao uso de vesturio e calado apropriados, a fornecer gratuitamente pela empresa. Caso se torne necessrio dever existir vestirios nas instalaes sanitrias;

As exploraes que empreguem 50 ou mais trabalhadores devem dispor de um posto para primeiros socorros, devendo este se situar em local central relativamente s instalaes da lavra e obedecer s seguintes condies:

- ser espaoso;

- ser mobiliada de maneira adequada ao fim a que se destinam, compondo-se pelo menos de sala de espera, sala de curativos, gabinete e casa de banho;

- proporcionar acesso fcil a uma maca transportando uma pessoa;

- estar isolado dos locais destinados a outros fins;

- ser utilizado unicamente para os primeiros socorros e assistncia a sinistrados;

- ter boas condies ambientais de temperatura, ventilao e iluminao;

- dispor de gua quente e fria.

Nas exploraes com mais de 500 trabalhadores, as instalaes do posto de primeiros socorros deve ser composta de instalaes e material de acordo com a lei vigente;

Os trabalhadores devem ter sua disposio instalaes onde haja gua potvel em quantidade suficiente;

Em todas as exploraes deve existir pelo menos 1 socorrista;

Em locais de trabalho com risco para a sade do trabalhador, a empresa deve possuir um sistema de monitorizao do ambiente e controle dos parmetros que afetam a sade do trabalhador.

Alm dos casos referidos podem existir, consoante o nmero de trabalhadores e localizao da lavra, outras instalaes tais como:

cantina;

hospital;

escola;

edifcio de habitao;

escritrios;

pr-fabricados;

7. Regras de Segurana e Sinalizao

7.1- Regras de Segurana

A segurana em exploraes mineiras a cu aberto est diretamente relacionada com a configurao e organizao das mesmas, com a utilizao dos equipamentos e mquinas empregues e com produtos como os explosivos.

As regras de segurana tm como principal objetivo o controle e minimizao dos riscos e doenas profissionais caractersticos das exploraes a cu aberto.

No sentido de atingir esse objetivo principal, as regras de segurana devem ter em considerao, bem como respeitar e transmitir entidade empregadora, um conjunto de premissas em seguida enumerados:

Preservar a integridade dos trabalhadores e de outras pessoas envolvidas;

Organizar o trabalho de modo a que o risco seja mnimo;

Colocar a preveno frente da correo;

Possuir os equipamentos de proteo coletiva necessrios;

Possuir instalaes de higiene e instalaes sociais para os trabalhadores;

Possuir os equipamentos de proteo individual necessrios;

Informar e dar formao aos trabalhadores sobre os riscos que correm no seu posto de trabalho;

Possuir primeiros socorros;

Usar sinalizao adequada;

Conhecer e cumprir a legislao vigente.

Em seguida so apresentadas regras gerais de segurana a serem observadas com vista preveno de acidentes comuns.

No que concerne preveno da queda de equipamentos ou de cargas, devem ser observadas as seguintes regras de segurana:

No exceder a capacidade do equipamento;

Distribuir bem a carga;

Utilizar vias de circulao com pisos em bom estado o pouco inclinadas;

Proceder verificao diria e inspeo peridica dos equipamentos de extrao, carregamento e transporte;

Substituir periodicamente os cabos de ao da grua em com freqncia os cabos auxiliares que abraam os blocos.

Os atropelamentos podem ser evitados quando observados as seguintes regras de segurana:

Manuteno peridica e adequada das ps, retro e dumpers;

Sinalizar com sinais de perigo as zonas de movimentao de mquinas;

Usar sinalizao sonora de marcha atrs nos equipamentos.

De modo a prevenir o desabamento de terras e queda de blocos dos taludes devem ser observadas as seguintes regras de segurana:

Limpar a terra existente na bordadura da escavao at distncias de pelo menos 2 m;

Sanear os taludes;

Trabalhar o mnimo possvel junto dos taludes e s quando no existir outra alternativa

Usar capacete;

Usar botas de proteo.

Para evitar a queda de pessoas de escadas, precipcios e no mesmo nvel devem ser observadas as seguintes regras de segurana:

Fixar as escadas de mo, de modo a no poderem escorregar, tombar ou oscilar;

Colocar as escadas de mo, de modo a que estas ultrapassem em pelo menos 1 m o limite superior do local a atingir;

Utilizar escadas fixas com protees laterais para o acesso dos trabalhadores ao interior da pedreira;

Colocar vedao com altura superior a 90 cm junto s zonas de precipcio;

Manter o piso das zonas de passagem regular e no escorregadio;

Desimpedir de obstculos as zonas de passagem;

Usar calado com sola antiderrapante.

De modo a prevenir pancadas de prolas adiamantadas ou de fragmentos resultantes de um rebitamento devem ser observadas as seguintes regras de segurana:

Evitar que existam pessoas a trabalhar nas imediaes da mquina, em direes coincidentes com a do corte;

Manejo de explosivos por pessoa habilitada com clula de operador;

Respeitar os diagramas de fogo;

Usar capacete;

Usar botas de proteo.

As regras de segurana a serem observadas com vista preveno de entalamentos e cortes, so:

Realizar uma manuteno peridica dos equipamentos;

Utilizar ferramentas em perfeitas condies;

Usar luvas;

Usar capacetes;

Usar botas de proteo.

A preveno do rudo obtida quando observadas as seguintes regras de segurana:

Utilizar equipamentos mais modernos e menos ruidosos;

Reduzir os tempos de exposio;

Usar auriculares adequados.

As poeiras podem ser minoradas quando observadas as seguintes regras de segurana:

Usar sistemas de captao de poeiras;

Usar sistemas de perfurao a mido

Regar periodicamente as vias de circulao;

Usar mscaras de proteo.

As regras de segurana a serem observadas com vista preveno de vibraes, so:

Utilizao de martelos pneumticos mais recentes;

No utilizar cargas de explosivo excessivas.

De modo a evitar o risco de eletrizao (eletrocusso, queimaduras, etc.) devem ser observadas as seguintes regras de segurana:

Realizar uma manuteno peridica aos circuitos e quadros eltricos da lavra;

No permitir que os cabos eltricos passem por zonas susceptveis de serem descarnados;

No colocar os quadros eltricos mveis em zonas que possam ficar submersos.

As regras de segurana a serem observadas com vista preveno de riscos qumicos (contato com lubrificantes), so:

Armazenamento dos lubrificantes e substncias afins em locais prprios;

Evitar a existncia deste tipo de substncias em locais em que as pessoas tm que tocar com as mos;

Usar luvas.

De modo a prevenir o risco de incndio ou exploso devem ser observadas as seguintes regras de segurana:

Armazenamento de combustveis, explosivos e lubrificantes em locais apropriados;

Sinalizar adequadamente os locais de armazenamento das substncias atrs referidas com sinais de proibio e de perigo, adequados;

Manter fechado o acesso aos locais de armazenamento destas substncias.

A transmisso de doenas podem ser prevenidas quando observadas as seguintes regras de segurana:

Utilizar copos individuais para os trabalhadores ingerirem gua;

Possuir instalaes sociais e de higiene limpas e em bom estado.

Nas exploraes a cu aberto de salientar a importncia dos riscos mecnicos pelo fato de estarem na origem da maior parte dos acidentes que se registram nas pedreiras, sendo responsveis por quase todos os acidentes mortais que a se verificam.

Deste tipo de riscos destacam-se os seguintes:

Queda de blocos;

Queda de mquinas;

Desabamento e projeo de pedras de grandes dimenses.

Alm dos riscos mecnicos, o rudo, as vibraes e as poeiras, estas ltimas assumindo especial importncia nas exploraes de granito devido ao problema da silicose, so tambm riscos a considerar e a combater prioritariamente a outros tambm apresentados.

7.2- Sinalizao

A sinalizao visual de segurana, de uso obrigatrio nos locais de trabalho de acordo com a legislao vigente, tem por funo chamar ateno de forma rpida e eficaz, os trabalhadores e outras pessoas, para objetos e situaes que podero provocar determinados perigos.

Serve ainda para indicar a posio de dispositivos que sejam importantes do ponto de vista de segurana, bem como recomendar formas de atuao.

Os sinais de segurana devem ser colocados juntos dos locais de trabalho, de um modo bem visvel, devendo estes ter as dimenses indicadas na legislao. Os sinais existentes devem ser capazes de informar sobre os principais riscos existentes, bem como facultar as informaes necessrias numa situao de emergncia.

Em seguida apresentada a sinalizao de segurana comum a todas as exploraes.

Figura 30 - Sinalizao de Segurana

Figura 31 - Sinalizao de Segurana (cont.)

Figura 32 - Sinalizao de Segurana (cont.)

8. Casos Prticos

Quanto a casos prticos so muitos os existentes em Portugal, dado o grande nmero de exploraes a cu aberto existentes em todo o pas, pelo que o exemplo a apresentar deve ser o mais idntico e fidedigno possvel de uma tpica lavra de rocha industrial existente em Portugal.

No que respeita a pedreiras de rocha ornamental temos as vrias exploraes de mrmore na zona de Estremoz, Borba e Vila Viosa.

As inmeras pedreiras de calcrio, cujos desmontes, abastecem as fbricas de cimento so um vivo exemplo de uma tpica lavra a cu aberto de rocha industrial.

Para que o exemplo fosse o mais real possvel optou-se pela apresentao de um caso concreto, aplicado por uma das empresas mais conceituadas no ramo e que mais estudos tem desenvolvido no sentido de otimizar as vrias pegas de fogo aplicadas nas suas exploraes a cu aberto.

Por conseguinte o exemplo apresentado refere-se a uma pega de fogo aplicada numa lavra a cu aberto pertencente ao Grupo Cimpor.

O diagrama de fogo para desmonte de calcrio o seguinte:

Carga por furo = 31 Kg. Volume desmontado por furo = 4 x 4.5 x 10 m

Carga especfica = 0.172 Kg/m3 = 0.064 Kg/t

Em seguida so apresentados os diagramas de fogo e o esquema de carregamento dos furos.

Figura 33 - Diagrama de Fogo

Figura 34 - Esquema de Carregamento dos Furos

Captulo II

Perfurao, Desmonte e Transporte

1. PLANO DE FOGO

1.1. Explosivos

1.2. Acessrios

1.3. Malha de perfurao

1.4. Fogo secundrio

1.5. Clculo de volume

1.6. Clculo de tonelagem

2. DIMENSIONAMENTO DE FROTA

2.1. Produo

2.2. Capacidade de carga e transporte

2.3. Tempo de ciclo

2.4. Sistema de fila fixa

2.5. Sistema de fila nica

2.6.

Captulo III

Geotecnia

1. GEOTECNIA

1.1. Conceito

1.2. Importncia

1.3. Clculo de Q e RMR

1.4. Elementos caractersticos da frmula

1.5. Descrio de testemunho

1.6. Confeccionar seo geotcnica (prtica em sala)

2. xxxxx

2.1. MANUAL

2.2. MECANIZADO POR TIRAS

3. MECANIZADO POR SUBNVEIS

Captulo IV

Projeto de Lavra a Cu Aberto

2. TOPOGRAFIA

3. MALHA DE SONDAGEM

4. DESCRIO DOS FUROS DE SONDA

5. SEES VERTICAIS

6. SEES HORIZONTAIS

7. CLCULO DO PIT FINAL

7.1. ngulo de face do talude

7.2. ngulo do talude geral

7.3. Dimensionamento da berma

8. TRAADO DE RAMPA

8.1. Elementos caractersticos da frmula

8.2. Descrio de testemunho

8.3. Confeccionar seo geotcnica (prtica em sala)

9. VIDA TIL

9.1. Clculo do volume

9.2. Escala de produo

9.3. Vida til

1. TOPOGRAFIA

2. MALHA DE SONDAGEM

3. DESCRIO DOS FUROS DE SONDA

CAMPANHA DE SONDAGEM

Descrio dos furos de sonda (log de sondagem) Seo A A

Furo Contato do topo

Elevao (m) Topo da litologia Coordenadas observao

Leste Norte Elevao

F1 885 NA NA-BOCA DO FURO

805 XISTO

760 ARENITO

730 CALCRIO

680 SULFETO MINRIO

665 SILTITO

635 METABSICA

600 NA

F2 875 NA NA-BOCA DO FURO

870 XISTO

825 ARENITO

800 CALCRIO

750 SULFETO MINRIO

735 SILTITO

705 METABSICA

665 NA

F3 855 CALCRIO NA-BOCA DO FURO

820 SULFETO MINRIO

805 SILTITO

775 METABSICA

730 NA

F4 830 METABSICA NA-BOCA DO FURO

800 NA

F5 NA

F6 NA

F7 NA

CAMPANHA DE SONDAGEM

Descrio dos furos de sonda (log de sondagem) Seo B B

Furo Contato do topo

Elevao (m) Topo da litologia Coordenadas observao

Leste Norte Elevao

F8 885 NA NA-BOCA DO FURO

805 XISTO

760 ARENITO

730 CALCRIO

680 SULFETO MINRIO

665 SILTITO

635 METABSICA

600 NA

F9 875 NA NA-BOCA DO FURO

870 XISTO

825 ARENITO

800 CALCRIO

750 SULFETO MINRIO

735 SILTITO

705 METABSICA

665 NA

F10 855 CALCRIO NA-BOCA DO FURO

820 SULFETO MINRIO

805 SILTITO

775 METABSICA

730 NA

F11 830 METABSICA NA-BOCA DO FURO

800 NA

F12 NA

F13 NA

F14 NA

CAMPANHA DE SONDAGEM

Descrio dos furos de sonda (log de sondagem) Seo C C

Furo Contato do topo

Elevao (m) Topo da litologia Coordenadas observao

Leste Norte Elevao

F15 905 NA NA-BOCA DO FURO

805 XISTO

760 ARENITO

730 CALCRIO

680 SULFETO MINRIO

665 SILTITO

635 METABSICA

600 NA

F16 880 NA NA-BOCA DO FURO

870 XISTO

825 ARENITO

800 CALCRIO

750 SULFETO MINRIO

735 SILTITO

705 METABSICA

665 NA

F17 855 CALCRIO NA-BOCA DO FURO

820 SULFETO MINRIO

805 SILTITO

775 METABSICA

730 NA

F18 830 METABSICA NA-BOCA DO FURO

800 NA

F19 NA

F20 NA

F21 NA