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  Questões para reflexão sobre o texto a LDB e a legislação Complementar: 1) Quais as observações apresentadas no texto quanto a LDB no governo FHC? No campo educacional, tomariam então grande fôlego as propostas de cunho conservador, já adotadas na maioria dos países do Terceiro Mundo. Quando lançou seu primeiro programa para a educação, Acorda Brasil, Está na Hora da Escola, no Rio de janeiro, em março de 1995, Fernando Henrique Cardoso afirmaria “Nós vamos ter que qualificar as escolas. Vão gritar, é lógi co que vão gritar. Os donos das escolas vão gritar”. Os gritos que se ouviram ali porém foram os de alguns educadores que, ao manifestarem seus receios quanto aos rumos da educação no País, foram reprimidos pelo forte esquema policial armado para o evento. Em pouco tempo, estavam instituídos o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), que representaria uma medida decisiva no sentido de consolidar a municipalização da educação básica, e o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Também estavam definidos os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e implementada a reforma do ensino profissional que possui extensões políticas, conceituais, operativas e institucionais complexas. Sobre essa reforma do ensino profissional, cabe considerar que, após a promulgação da LDB, tratou-se de sua regulamentação, estabelecendo-se, entre outras definições, que o ensino médio passaria a ter duas modalidades: uma de caráter “geral” e outra “profissionalizante”. A perspectiva apresentada é de que o ensino médio seja prioritariamente voltado para a produção e o mercado. Torna-se secundária a preocupação com este nível de ensino no sentido de que venha formar seres humanos que se reconheçam como seres sociais históricos, preparados para o exercício da cidadania. No que diz respeito ao ensino superior, a primeira medida anunciada pelo governo FHC veio da parte do titular do então recém-criado Ministério da Administração e Reforma do Estado. Bresser Pereira se dizia disposto a transformar as universidades federais em “organizações sociais” a serem regidas por um contrato de gestão nos moldes das “quasi non -governamental organizations” (Quangos), difundidas nos anos 80 pelo governo de Margaret Thatcher, no Reino Unido. Foi, instituído o exame nacional de curso, o provão. A mais inovadora das propostas do MEC foi, no entanto, pelo sentido de transformação radical na configuração do sistema de ensino superior no Brasil, aquela consubstanciada no Decreto n.º 2.207, de abril de 1997, que veio reconhecer e estimular a diversificação das instituições de ensino superior no País. O decreto acabava por afirmar duplamente a diversificação ao distinguir, de um lado, entre as instituições privadas, aquelas que não se revestem de finalidade lucrativa das demais, e de outro, ao classificar as instituições de educação superior, quanto à sua organização acadêmica em universidades, centros universitários, faculdades integradas, faculdades e institutos superiores ou escolas superiores. De todo modo, a mais polêmica das propostas do governo FHC para o ensino superior diz respeito à questão da autonomia universitária. Buscando impedir a auto-aplicação do princípio de autonomia previsto na Constituição Federal para as uni versidades, ele tem negociado sucessivos acordos, sem, contudo, conseguir aprovar o modelo de autonomia desejado. Este estaria vinculado a mecanismos de avaliação, a qual definiria, para cada instituição, sua cota na política de dotação global.Cabe considerar que, desde o início dos anos 90, a educação pública superior foi apontada, pelas autoridades governamentais, como a vilã que sugava os recursos orçamentários destinados à educação nacional. . . 2) De acordo com o texto como é feito a composição do Conselho Nacional de Educação e como se estabelece sua organização?  O Conselho Nacional de Educação é um órgão independente, com funções consultivas , cuja  presidente foi eleita pela Assembleia da República. Ao CNE compete emitir opiniões, pareceres e  recomendações sobre todas as questões educativas, por iniciativa própria ou em resposta a  solicitações que lhe sejam apresentadas pela Assembleia da República e pelo Governo.  O CNE  promove a participação das várias forças sociais, culturais e económicas, tendo em vista a  concertação social e a formação de consensos em matéria de Educação. .

LDB e a legislação Complementar

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Questões para reflexão sobre o texto a LDB e a legislação Complementar:

1) Quais as observações apresentadas no texto quanto a LDB no governo FHC?

No campo educacional, tomariam então grande fôlego as propostas de cunho conservador, jáadotadas na maioria dos países do Terceiro Mundo. Quando lançou seu primeiro programa para a

educação, Acorda Brasil, Está na Hora da Escola, no Rio de janeiro, em março de 1995, FernandoHenrique Cardoso afirmaria “Nós vamos ter que qualificar as escolas. Vão gritar, é lógico que vãogritar. Os donos das escolas vão gritar”. Os gritos que se ouviram ali porém foram os de algunseducadores que, ao manifestarem seus receios quanto aos rumos da educação no País, foramreprimidos pelo forte esquema policial armado para o evento. Em pouco tempo, estavam instituídoso Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério(Fundef), que representaria uma medida decisiva no sentido de consolidar a municipalização daeducação básica, e o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Também estavamdefinidos os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e implementada a reforma do ensinoprofissional que possui extensões políticas, conceituais, operativas e institucionais complexas.Sobre essa reforma do ensino profissional, cabe considerar que, após a promulgação da LDB,tratou-se de sua regulamentação, estabelecendo-se, entre outras definições, que o ensino médio

passaria a ter duas modalidades: uma de caráter “geral” e outra “profissionalizante”. A perspectivaapresentada é de que o ensino médio seja prioritariamente voltado para a produção e o mercado.Torna-se secundária a preocupação com este nível de ensino no sentido de que venha formar sereshumanos que se reconheçam como seres sociais históricos, preparados para o exercício dacidadania. No que diz respeito ao ensino superior, a primeira medida anunciada pelo governo FHCveio da parte do titular do então recém-criado Ministério da Administração e Reforma do Estado.Bresser Pereira se dizia disposto a transformar as universidades federais em “organizações sociais” a serem regidas por um contrato de gestão nos moldes das “quasi non-governamentalorganizations” (Quangos), difundidas nos anos 80 pelo governo de Margaret Thatcher, no ReinoUnido. Foi, instituído o exame nacional de curso, o provão. A mais inovadora das propostas do MECfoi, no entanto, pelo sentido de transformação radical na configuração do sistema de ensinosuperior no Brasil, aquela consubstanciada no Decreto n.º 2.207, de abril de 1997, que veio

reconhecer e estimular a diversificação das instituições de ensino superior no País. O decretoacabava por afirmar duplamente a diversificação ao distinguir, de um lado, entre as instituiçõesprivadas, aquelas que não se revestem de finalidade lucrativa das demais, e de outro, ao classificaras instituições de educação superior, quanto à sua organização acadêmica em universidades,centros universitários, faculdades integradas, faculdades e institutos superiores ou escolassuperiores. De todo modo, a mais polêmica das propostas do governo FHC para o ensino superiordiz respeito à questão da autonomia universitária. Buscando impedir a auto-aplicação do princípiode autonomia previsto na Constituição Federal para as universidades, ele tem negociado sucessivosacordos, sem, contudo, conseguir aprovar o modelo de autonomia desejado. Este estaria vinculadoa mecanismos de avaliação, a qual definiria, para cada instituição, sua cota na política de dotaçãoglobal.Cabe considerar que, desde o início dos anos 90, a educação pública superior foi apontada,pelas autoridades governamentais, como a vilã que sugava os recursos orçamentários destinados àeducação nacional. . .

2) De acordo com o texto como é feito a composição do Conselho Nacional de Educação ecomo se estabelece sua organização?

 

O Conselho Nacional de Educação é um órgão independente, com funções consultivas , cuja

 

presidente foi eleita pela Assembleia da República. Ao CNE compete emitir opiniões, pareceres e

 

recomendações sobre todas as questões educativas, por iniciativa própria ou em resposta a

 

solicitações que lhe sejam apresentadas pela Assembleia da República e pelo Governo.  O CNE

 

promove a participação das várias forças sociais, culturais e económicas, tendo em vista a

 

concertação social e a formação de consensos em matéria de Educação. .

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3) Coloque o ponto de vista do grupo quanto ao que é apresentado na pg. 13 sobre como oPROVÃO passou a ser apresentado pelas Instituições de Ensino Superior.

Exame Nacional de Cursos, Provão, é uma avaliação realizada pelos formandos dos cursos degraduação da Educação Superior. O exame foi aplicado pela primeira vez em 1996 para os cursos dasáreas de Administração, Direito e Engenharia Civil. O objetivo do Provão é traçar um diagnóstico doscursos avaliados e servir de instrumento para a melhoria do ensino oferecido. Ele também tem umpapel fundamental na prestação de informações à sociedade; avalia anualmente instituições do

ensino superior e seus respectivos formandos. Os alunos que estão concluindo a graduação fazem oexame em caráter obrigatório, sob pena de não obter o registro do diploma. O resultado entretanto,não causa reprovação, servindo apenas de subsídio para avaliação dos cursos. O impacto do Provãoé notado sobretudo na busca de qualidade pelas instituições privadas de ensino superior. Atualmenteessas escolas tem de cumprir a exigência da LDB de manter em seus quadros pelo menos 1/3 deprofessores com títulos de mestre e de doutor. . O exame faz parte do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior que inclui também oCenso da Educação Superior, a Avaliação das Condições de Ensino e a Avaliação Institucional.Sabemos das limitações do Provão como instrumento de avaliação. Desde sua implantação, muito jáfoi escrito sobre suas vantagens e seus problemas. Alguns de seus problemas é que o Provão élimitado porque avalia apenas alguns cursos de Graduação da Instituição, e, mesmo nesses cursos, oconceito atribuído só se refere ao resultado final da prova feita pelos alunos. Assim, diversos

aspectos importantes do processo de desenvolvimento dos currículos e das condições defuncionamento da Instituição não são considerados. Portanto, o Provão não pode ser considerado,

 jamais, como uma avaliação institucional, mas tão-somente um possível instrumento para aavaliação. Este fato nos conduz ao segundo problema, que é, em decorrência, principalmente, dadivulgação que é feita pela mídia nacional, os conceitos do Provão são apresentados ao grandepúblico como se fossem a única avaliação institucional relevante. As principais publicações do paísdivulgam manchetes infundadas e apresentam rankings baseados em critérios arbitrários, inventadospelas próprias publicações, na ânsia de classificar as universidades como se estivessem disputandoum campeonato. O Exame nacional de Cursos (Provão). .

4)  Segundo o texto quais foram as iniciativas ao longo do 1º mandato do governo Lulaquanto ao papel da União na organização da educação nacional?

O governo brasileiro, por meio do Ministério da Educação – MEC, elegeu como prioridades ações parademocratizar o acesso à educação em todos os níveis, por meio da continuidade do programa BrasilAlfabetizado, e da formulação de legislações visando à implantação de uma reforma universitária e acriação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica – Fundeb. O ProgramaBrasil Alfabetizado apresenta avanços em relação às campanhas e programas de alfabetizaçãopromovidos no País desde a década de 1940 e especificamente em relação ao Alfabetização Solidária,única iniciativa do governo federal entre 1998 e 2002. Inicialmente, deve-se valorizar o fato de serum programa de iniciativa de governo, ao contrário do programa anterior, que punha na mão dasociedade civil a responsabilidade por um direito que só pode ser realizado pela ação efetiva doEstado. Além do mais, o programa se constituiu de forma mais democrática, prevendo mecanismosde controle social, tanto em relação aos seus convênios, como em relação à identificação doatendimento e à evolução da abrangência do programa. Por outro lado, o programa foi lançado demaneira inadequada quanto às suas intenções de erradicação do analfabetismo, falando em 20milhões de jovens e adultos que não sabem ler e escrever, quando este número não passa de 15milhões. Além do mais, criou uma expectativa de atendimento sem criar as condições necessáriaspara tal. Não havia estudos sobre os mecanismos de atendimento, principalmente nos contratos comentidades da sociedade civil, nem tão pouco análise sobre as ações já existentens no sistema públicode ensino para o atendimento deste grupo social. . 

 

DISCIPLINA: Políticas Educacionais e a Organização e Funcionamento da educação Básica  

ACADÊMICA: Andréa Cristina Carvalho Borges RA: 2717PROFESSOR: Fábio Reis CoronelArtes Visuais 2º Semestre 19/09/2011

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