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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA EDUCAÇÃO INCLUSIVA: O PAPEL DA ESCOLA E DO PROFESSOR NO ENSINO PARA ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS Por: Ana Paula Felix Silva dos Santos Orientador Prof. Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: O PAPEL DA ESCOLA E DO

PROFESSOR NO ENSINO PARA ALUNOS COM

NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS

Por: Ana Paula Felix Silva dos Santos

Orientador

Prof. Mary Sue Pereira

Rio de Janeiro

2015

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: O PAPEL DA ESCOLA E DO

PROFESSOR NO ENSINO PARA ALUNOS COM

NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Educação Especial e

Inclusiva.

Por: . Ana Paula Felix Silva dos Santos.

.

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AGRADECIMENTOS

....A Deus, meu amigo, minha fortaleza,

meu mestre maior, aos meus pais pela

vida que me doaram e pelo exemplo,

que sempre serão, de pessoas que

nunca desistiram de enfrentar os

imensos desafios da vida. Aos meus

irmãos: Nanda Luiz e Roberto, amigos

verdadeiros, pelo apoio e incentivos

constantes. Ao meu marido, Clayton

Santos, pelo amor, carinho, paciência e

por me estimular a nunca desistir dos

meus sonhos. A querida tia Glória pelo

amor, carinho e incentivo aos estudos.

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DEDICATÓRIA

.....Dedico este trabalho a todas as

famílias e profissionais da educação que

se dedicam, amam e lutam para incluir as

crianças com necessidades educacionais

especiais nas escolas e na sociedade...

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RESUMO

O propósito da organização e desenvolvimento desta monografia é de refletir e

compartilhar conhecimentos acerca das práticas inclusivas, especificamente

sobre a atuação da escola e do professor no ensino para os alunos com

necessidades educacionais especiais. No âmbito da Educação Inclusiva, no

que diz respeito a uma escola e ensino apropriado para os alunos com alguma

necessidade específica. O estudo teve como objetivo, determinar como a

escola inclusiva em parceria com os professores pode desenvolver atividades

que ajudam os alunos com necessidades educacionais especiais a adquirirem

uma aprendizagem que os favoreça; caracterizar quais práticas pedagógicas

são necessárias para que haja de fato a inclusão e evidenciar como uma

escola inclusiva deve estar preparada para receber os alunos com

necessidades educacionais especiais. A partir das considerações citadas, este

estudo passa a tratar de como a educação inclusiva pode ser realizada com

excelência pela escola e pelo professor. Através de estudo bibliográfico,

observou-se que a inclusão pode ser realizada com excelência, desde que haja

uma modificação dos espaços e de uma prática pedagógica que alcance o

aluno com necessidades educacionais especiais, seja na construção de uma

rampa para alunos cadeirantes à adaptações curriculares. E para reforçar

esse processo, a família tem um papel fundamental junto à escola, para que

haja uma troca de informações sobre o aluno, e consigam pensar em

estratégias que possam ajudar a superar os medos, carências e dificuldades

dos educandos.

Palavras-chave: Necessidades Educacionais Especiais, Educação Inclusiva,

Diversidade.

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METODOLOGIA

O desenvolvimento do trabalho foi fundamentado em pesquisas

bibliográficas, a partir de obras específicas do tema inclusão e alunos com

necessidades especiais.

Utilizou-se do aporte teórico de autores como, Campbell, Almeida,

Teixeira e Nunes, Cunha, Alves, Perrenoud, Sassaki e Silva e Conrado.

Contou ainda com a apreciação de artigos, legislação e pareceres. Em busca

de apresentar caminhos para a atuação do professore da escola, ao receber e

transmitir aprendizagem aos alunos com necessidades educacionais especiais.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Educação Especial e Inclusiva 10

CAPÍTULO II - Educar na diversidade 18

CAPÍTULO III – Educação Inclusiva: Família, Escola e Professor 26

CONCLUSÃO 35

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39

ÍNDICE 41

FOLHA DE AVALIAÇÃO 42

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INTRODUÇÃO

A educação é um processo social extremamente delicado e valioso, é

uma base da estruturação das identidades individuais. A educação permeia

todas as nossas relações, das mais duradouras até as mais efêmeras. Na vida

educacional circulam valores sem cessar, é uma prática indispensável aos

seres humanos. Devemos então pensar no ensino, considerando formas que

levem a aptidão para contextualizar e integrar, que é uma qualidade

fundamental da mente humana, que precisa ser desenvolvida.

Isto significa que a função da educação, numa sociedade democrática, é

criar as condições para que todos os alunos desenvolvam capacidades para o

exercício da cidadania, isto implica em uma política que inclua efetivamente a

todos no sistema de ensino.

A atuação dos professores e de toda equipe escolar, nesse contexto é

imprescindível na definição de objetivos educacionais, nas implicações

psicológicas, socais, culturais de ensino, ajudando ao aluno no aprimoramento

do seu desempenho na sala de aula, conteúdos, métodos técnicas, formas de

organização da classe na vinculação entre áreas de conhecimento pedagógico

e o trabalho realizado com todos os alunos.

O projeto pedagógico da escola viabiliza-se por meio de políticas e

práticas educacionais que tenham como princípio norteador à promoção do

desenvolvimento de aprendizagem de todos os educandos, inclusive daqueles

que apresentam necessidades educacionais especiais. É no projeto

pedagógico que a escola, se posiciona em relação a seu compromisso com

uma educação de qualidade para todos os seus alunos. Por isso, deve assumir

o papel de propiciar ações que favoreçam determinados tipos de interações

sociais, definindo, em seu currículo, uma concepção baseada em práticas

heterogêneas e inclusivas.

É primordial, entretanto, que todas as ações que apontam para a

inclusão de crianças com necessidades educacionais especiais sejam bem

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planejadas e estruturadas para que seus direitos sejam respeitados. A política

de inclusão de alunos que apresentam necessidades educacionais especiais

não consiste apenas na permanência física desses alunos junto com os

demais educandos, mas representa a ousadia de rever concepções e

paradigmas, bem como desenvolver o potencial dessas pessoas, respeitando

suas diferenças e atendendo as suas necessidades.

Neste sentido, fica clara a urgência dos educadores, pesquisadores e

pessoas que buscam uma educação de qualidade e inclusiva, juntarem seus

esforços para pesquisar e discutir esta temática.

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CAPÍTULO I

EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA

De acordo com Mendes (2006), a história da educação especial

começou a ser traçada no século XVI, com médicos e pedagogos que,

desafiando os conceitos vigentes da época, acreditaram nas possibilidades de

indivíduos até então considerados ineducáveis. Centrados no aspecto

pedagógico, numa sociedade em que a educação era direito de poucos, esses

precursores desenvolveram seus trabalhos em bases tutoriais, sendo eles

próprios, os professores de seus pupilos.

No século XIX surgiram as classes de especiais nas escolas regulares,

para onde os alunos difíceis passaram a ser encaminhados. Algumas escolas

especiais foram criadas para atendimento aos alunos que possuíam alguma

deficiência específica. Em muitos casos a escola especial desenvolvia regime

de internato, onde o aluno não podia estabelecer contato com a sociedade.

Escola de educação especial é aquela organizada para atender

exclusivamente alunos classificados como portadores de necessidades

educacionais especiais que, conforme aponta o Ministério da Educação e

Cultura, são:

educandos que apresentam dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das atividades curriculares, compreendidas em dois grupos: 1.aqueles não vinculados a uma causa orgânica específica; 2.aquelas relacionadas a condições, disfunções, limitações ou deficiências. (MEC,BRASIL, 2001:43)

Anteriormente, a escola de educação especial e o ensino especializado

eram ensinados para crianças e jovens que não podiam ter acesso à escola

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comum, pois não acreditavam que os alunos com necessidades educacionais

especiais poderiam ter um desempenho escolar que pudesse fazer com que

avançasse nos estudos e que seriam melhor atendidos se ensinados em

ambientes separados.

A luta para que os portadores de deficiência pudessem ter seus direitos

respeitados e igualitários foram se intensificando, com um movimento de

conscientização, sensibilizando a sociedade, como afirma Mendes:

(...)Tal contexto alicerçou uma espécie de base moral para a proposta de integração escolar, sob o argumento irrefutável de que todas as crianças com deficiências teriam o direito inalienável de participar de todos os programas e atividades cotidianas que eram acessíveis para as demais crianças. (MENDES, 2006, p. 388)

No contexto da integração escolar na década de 1980, já eram

evidentes as diferenças nas interações dos professores com alunos da

educação especial. Os alunos com necessidades especiais tinham menos

oportunidades para o desenvolvimento mais efetivo nas atividades de ensino.

A política de integração havia resultado em uma estrutura educacional

fragmentada, não era acessível a todos. Buscava-se aperfeiçoar a idéia de

integração, com a ressalva de que a escola necessitava se adaptar às

mudanças.

A expectativa era de que, cada vez mais crianças com necessidades

educacionais especiais estejam em classes comuns, sendo atendidas em suas

necessidades escolares e que sejam diminuídas as classes e escolas

especiais.

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1.1– Breve Histórico da Educação Inclusiva

A educação inclusiva deve ser entendida como um movimento de toda a

educação e não apenas da educação especial. Devemos lutar por um mundo

no qual todos têm acesso as oportunidades, de ser e estar na sociedade de

forma participativa, onde as oportunidades e as características individuais não

são marcadas por interesses econômicos ou pela caridade pública.

A inclusão dos alunos com deficiência nas classes regulares representa

um grande avanço em relação ao movimento de integração, que pressupunha

algum que o deficiente precisava ser treinado para permitir sua participação no

processo educativo comum.

A partir dos anos 60, iniciou-se em diferentes países, um movimento

com opiniões a favor da integração educacional dos alunos com algum tipo de

deficiência. Esse movimento surgiu para reivindicar condições educacionais

satisfatórias para todos que tinham algum tipo de deficiência dentro da escola

regular e sensibilizar toda comunidade escolar, pais, autoridades, civis

educacionais para que assumissem uma atitude positiva em todo este

processo.

De acordo com Mendes (2006) em 1990, foi realizada a Conferência

Mundial sobre Educação para Todos: satisfação das necessidades básicas de

aprendizagem, em Jomtie, Tailândia, promovida pelo Banco Mundial,

Organização das Nações Unidas para a Educação. Participaram educadores

de diversos países do mundo, sendo nessa ocasião aprovada a Declaração

Mundial sobre Educação para Todos (p.395).

Afirma Cunha (2014) que posteriormente no ano de 1994, realizou-se a

Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais: Acesso e

Qualidade em Salamanca, Espanha, contando com a presença de 88 governos

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e 25 organizações internacionais. O Brasil foi signatário do documento

produzido em assembléia denominado de “Declaração de Salamanca”, que

influenciou as políticas inclusivas (p.36)

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional- LDBEN n° 9.394/96 -

enfatizou a valorização da educação inclusiva, afirmando que a educação

especial deve ser oferecida preferencialmente na rede regular de ensino,

manifestando o propósito de incluir o aluno com necessidades educacionais

especiais, sempre que possível, nas classes do ensino regular.

A inclusão propõe um único sistema educacional de qualidade para

todos os alunos, com ou sem deficiência. Se baseia em princípios tais como: a

aceitação das diferenças individuais, a valorização da diversidade humana.

De acordo com Sassaki:

Educação inclusiva significa provisão de oportunidades equitativas a todos os estudantes, incluindo aqueles com deficiências severas para que recebam serviços educacionais suplementares de auxílios e apoios em classes adequadas às idades, em escola da vizinhança, a fim de prepará-los para uma vida produtiva. (SASSAKI, 2002, p. 122).

A educação inclusiva precisa ser entendida como uma tentativa de

atender as dificuldades de aprendizagem de todos os alunos, e assegurar um

ensino igualitário aos alunos com deficiência.

1.2 – Deficiência

De acordo com Campbell (2009) deficiência pode ser entendida como

falta, insuficiência ou imperfeição em aspectos biológicos da pessoa, podendo

ser física, mental ou sensorial.

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A Organização Mundial de Saúde define deficiência como o nome dado

a toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica,

fisiológica ou anatômica e, por este conceito, deficiente é todo aquele que tem

um ou mais problemas de funcionamento ou falta de parte anatômica,

acarretando com isto dificuldades de locomoção, percepção, pensamento ou

relação social.

A Política Nacional da Educação Especial considera que pessoas com

deficiência são aquelas que apresentam significativas diferenças físicas,

sensoriais, ou intelectuais, decorrentes de fatores inatos ou adquiridos, de

caráter temporário ou permanente.

As pessoas com deficiência têm as suas limitações, seja no plano físico,

sensorial, mental etc., é importante que possamos entender o modo como nos

relacionamos com essas limitações.

Portanto, a igualdade de liberdades e oportunidades é

democraticamente produzida pela participação dos cidadãos; considerações e

tratamento igual decorrem assim, das ações de todo, enquanto portadores de

direitos civis, políticos e sociais.

A efetivação das condições de cidadania depende de modo vital, da

transmissão do seu valor básico: a dignidade humana. A premissa que todos

merecem, respeito e consideração são o substrato fundamental da noção de

cidadania. A cidadania é formada, portanto, pela constituição do ser social.

1.3 – Alunos com necessidades educacionais especiais

De acordo com Carvalho (1999) na área da Educação Especial, a

remoção de barreiras tem sido estudada, “sob o aspecto de acessibilidade –

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barreiras arquitetônicas – e sob o aspecto psicológico – barreiras atitudinais”.

(p.06)

É necessário examinar as práticas pedagógicas, para que as barreiras

relativas à aprendizagem sejam removidas. E pensar em todos os alunos como

seres em processo de desenvolvimento, seja por diferenças individuais e

específicas, seja por interesses e motivações.

Segundo Carvalho:

(...) de “excepcionais”, os alunos da Educação Especial passaram a ser denominados “portadores de deficiência”, “alunos com deficiência”, com “necessidades especiais”, ou “alunos com necessidades educacionais especiais”, no que se refere à educação escolar. (CARVALHO, 1999, p.6)

Com a adoção do conceito de necessidades educacionais

especiais, afirma-se o compromisso com nova abordagem, que tem horizonte

de inclusão. O conceito de necessidades educacionais passará a incluir, além

das crianças com algum tipo de deficiência, todos os educandos que estejam

com dificuldades em sua aprendizagem, ou que estejam passando por

inúmeras dificuldades, tais como: forçadas a trabalhar, que vivem nas ruas,

que moram distantes de quaisquer escolas, que vivem em condições de

extrema pobreza ou que sejam desnutridas, que sejam vítima de guerra ou

conflitos armados, sofrem de abusos contínuos, físicos, emocionais e sexuais,

ou que simplesmente estão fora da escola, por qualquer motivo que seja.

O educando que apresenta em caráter permanente ou temporário,

algum tipo de deficiência física, sensorial, cognitiva, múltipla, condutas típicas,

ou altas habilidades, necessitando, por isso, de recursos especializados para

desenvolver o seu potencial, superar ou minimizar suas dificuldades.

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Assim, entende-se que todo e qualquer aluno pode apresentar, ao longo

de sua aprendizagem, alguma necessidade educacional especial, temporária

ou permanente:

1. Educandos que apresentam dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitação no processo de desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das atividades curriculares, compreendidas em dois grupos; 1.1. aquelas não vinculados a uma causa orgânica específica; 1.2. aquelas relacionadas a condição, disfunções, limitações ou deficiências; 2. dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos, particularmente alunos que apresentam surdez, cegueira, surdo-cegueira ou distúrbios acentuados de linguagem, para os quais devem ser adotados formas diferenciadas de ensino e adaptações de acesso ao currículo, com utilização de linguagens e códigos aplicáveis, assegurando-se os recursos humanos e materiais necessários. (BRASIL, 2001).

Dessa forma, a educação especial, agora concebida como conjunto de

conhecimentos, tecnologias, recursos humanos e materiais didático que devem

atuar na relação pedagógica, para assegurar reposta educativa de qualidade

às necessidades educacionais especiais. Continuará atendendo, com ênfase,

os grupos citados inicialmente. Entretanto, em consonância com a nova

abordagem, deverá vincular suas ações cada vez mais à qualidade da relação

pedagógica e não apenas a um público-alvo delimitado, de modo que a

atenção especial se faça presente para todos os educandos que, em qualquer

etapa ou modalidade da educação básica, dela necessitarem para o seu

sucesso escolar.

É necessário garantir aos portadores de necessidades especiais ou de

distúrbios de aprendizagem que atinjam o seu potencial máximo,

proporcionando atividades e com o cuidado de observar as necessidades de

cada educando.

Segundo a Declaração de Salamanca (1994) crianças com

necessidades educacionais especiais devem:

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Receber apoio adicional no programa regular de estudo em vez de seguir um programa de estudos diferentes. O princípio diretor será o de dar todas as crianças a mesma educação, com ajuda adicional necessária àquelas que requeiram; os alunos com necessidades educacionais especiais deverá ser dispensado apoio contínuo, desde a ajuda mínima nas classes comuns até a aplicação de programas suplementares de apoio pedagógico na escola, ampliando-os, quando necessário, para receber ajuda de professores especializados e de pessoal de apoio externo; toda escola deve ser uma comunidade coletivamente responsável pelo êxito ou fracasso de cada aluno. (...). (BRASIL, 1994).

Se faz necessário proporcionar propiciar aos alunos com

necessidades educacionais especiais os recursos necessários para que

tenham uma vida educacional satisfatória.

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CAPÍTULO II

EDUCAR NA DIVERSIDADE

De acordo com Vygostsky (1989) citado por Aranha (1996) que

entende o desenvolvimento como fruto de uma grande influência das

experiências dos indivíduos mais experientes que as trocas vão acontecendo,

possibilitando a evolução das funções básicas do ser humano. Defende a

ideia de que a construção do conhecimento implica em ação compartilhada, ou

seja, através dos outros que as relações entre sujeito e objeto do

conhecimento são estabelecidas.

A vida educacional é um palco onde circulam valores sem cessar.

Como processo de conhecimento, de formação política, manifestação ética,

capitação científica e técnica, a educação é uma prática indispensável aos

seres humanos, permitindo ao homem a compreensão dialética aos fatos e

não inteligência mecanicista dos mesmos.

Devemos, então, pensar o ensino, considerando formas que levem a

aptidão para contextualizar e integrar, que é uma qualidade fundamental da

mente humana, que precisa ser desenvolvida.

Segundo Morin (2000) uma educação para uma cabeça bem feita, que

acaba com a disjunção entre cultura da humanidade e cultura científica daria

conta de responder ao desafio da globalidade e a complexidade na vida

cotidiana social, política, nacional e planetária. Isto porque os alunos precisam

saber que os homens não matam apenas à sombra de suas paixões, mas

também à luz de suas socializações. (p. 44)

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Em síntese, Morin, sublinha que o ensino não deve ser somente uma

função, uma especialização, uma profissão, mas uma tarefa de saúde pública.

Enfim, uma missão de transmissão, que exige competência, mas requer além

de uma técnica, uma arte.

De fato a educação com estes horizontes, implica transformação

pessoal e social, capaz de apresentar um conjunto articulado de propostas que

sejam capazes de combater a manipulação, a fragmentação e a exclusão,

propiciando caminhos para uma aprendizagem que objetiva libertar das

comunicações e educar para autodeterminação e o reconhecimento da

alteridade.

Importante, também, se faz elucidar que no momento atual, que

reclama uma educação de qualidade, implica em que educandos possam

enfrentar o mundo dominado pela informação, apropriando-se dela e

transformando-a em conhecimento. Toda equipe pedagógica precisa atuar em

parceria para que possam deslumbrar um futuro promissor para os alunos,

através de planos sérios e contínuos, fazendo com que os cidadãos tenham

igualdade de condições.

É necessário lutarmos por uma escola aberta, capaz de superar

preconceitos, que se coloque como centro da vida, de alegria, de sonho.

Entretanto, para que essa escola exista e para que haja educação para todos é

preciso estabelecer prioridades, metas conteúdos, meios, sonhos, respeito às

diferenças, senso de justiça e coerência. Só assim estaremos trabalhando,

segundo Freire:

por um mundo menos feio, em que as desigualdades diminuam em que as discriminações de raça, sexo, de classe, sejam sinais de vergonha e não de afirmação orgulhosa ou lamentação puramente dolorosa. (FREIRE, 2000, p. 25).

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A educação transforma o indivíduo, o educador precisa buscar

estratégias para transformar o mundo, para que este possa ser humanizado e

que consiga a unidade na diversidade.

2.1 – A escola inclusiva

A escola deve estar preparada para atender a todos os alunos que a

procuraram, pois todos têm acesso às oportunidades de ser e estar na

sociedade de forma participativa; onde a relação entre o não acesso às

oportunidades e as características individuais não são marcadas por interesses

econômicos, ou pela caridade pública, a escola para todos deve estar inserida

num mundo inclusivo onde as desigualdades que são estruturas na sociedade

não atinjam os níveis abomináveis com os quais temos convivido.

As escolas precisam iniciar o processo de inclusão transformando seus

espaços em ambientes prazerosos, educativos, lúdicos, humanizados e

preparados para lidar com as diferenças.

Os espaços influenciam muito a todos, portanto a escola precisa estar

aberta a diversidade, consciente de suas funções sociopolíticas, ao lado das

pedagógicas, uma escola sintonizada com valores democráticos, um espaço

privilegiado de formação e exercício da cidadania. Segundo Almeida:

Não adianta pensar em uma escola bonita, cheia de recursos materiais, temos de pensar em uma escola que tenha vida, na qual o professor é respeitado no trabalho do dia a dia, temos de pensar em uma escola de cara nova, onde a diferença não é uma limitação, mas uma condição de cada um que ali está, portador ou não, de deficiência. (ALMEIDA, 2011, p. 112).

Portanto a necessidade mais urgente é a mudança em nosso

comportamento, no princípio da tolerância, respeitar e compreender as

diferenças e limitações de cada indivíduo. A escola precisa ser cidadã, para

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que todos os alunos possam exercer sua cidadania, e compreender que as

diferenças existem, mas precisamos entender o limite de cada um.

O conceito de uma escola inclusiva, ou seja, uma escola para todos,

deverá ter uma aplicação mais vasta, por que qualquer criança, em qualquer

estágio da vida escolar ou extra-escolar pode ter dificuldades educacionais, ou

sociais. Assim, as mudanças que ocorram nos sistemas educativos irão

beneficiar todas as crianças.

A educação inclusiva depende de todos os envolvidos, em busca de

soluções para o desafio que são os diferentes alunos nas classes, e também

fazer com que nenhum aluno seja excluído.

A escola é que precisa se adequar ao aluno, providenciando meios e

recursos que garantam a aprendizagem, é função da escola promover a

aprendizagem para todos que nela esteja inserido e é claro promover sua

participação plena na sociedade. Segundo Sassaki:

Devemos preparar a própria escola para incluir nela o aluno com alguma deficiência, com sensibilização e treinamento dos recursos humanos da escola (todos os funcionários de todos os níveis); reorganização dos recursos materiais e físicos da escola; preparar a comunidade para incluir nela o futuro trabalhador; sensibilização das empresas, entidades e órgãos da comunidade, através de palestras, exposições, visitas e outros eventos, sensibilização de pais e alunos deficientes e não deficientes para um papel mais ativo em prol de uma escola inclusiva e uma sociedade inclusiva. (SASSAKI, 2002, p.122),

A escola precisa ter identidade, os educadores devem desenvolver uma

pedagogia centrada no aluno, sendo capaz de educar a todos, inclusive os que

sofrem de deficiências graves. O mérito das escolas inclusivas não é só a

capacidade de pensar educação de qualidade a todos, mas tentar mudar

atitudes de discriminação, criar comunidades que acolham a todos.

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2.2 – Avaliando o aluno com necessidades educacionais

especiais

De acordo com Teixeira e Nunes (2010, p. 25) a escola precisa

favorecer aos alunos meios para que se sintam inseridos no grupo e se

identifiquem com o ambiente que está convivendo. “Do mesmo modo, é

preciso que os professores possam entender as relações que os alunos

estabelecem no meio físico e cultural, além de reconhecerem e entenderem a

diversidade existente em uma sala de aula”.

A escola precisa adptar-se ao aluno, propiciando condições para que o

mesmo possa aprender e receber apoio no que precisar, o conteúdo do ensino

deve atender as necessidades do indivíduo, a fim de poderem participar

plenamente no desenvolvimento, a instrução deve ser relacionada com a

própria experiência dos alunos e com seus interesses concretos, para que

assim se sintam mais motivados.

O professor deve observar os alunos em diversas situações, utilizar a

melhor estratégia para que possa atingir o objetivo da aprendizagem,

atividades desenvolvidas com jogos, atividades de desenho, atividades livres,

conversas espontâneas. Registrar as informações, compartilhar com toda

equipe pedagógica, para uma discussão e juntos decidir se deve ser feito um

encaminhamento para uma avaliação diferenciada.

O avaliador estabelecerá as diretrizes e procedimentos de como cada

aluno será avaliado, com um olhar diferenciado de acordo com a necessidade

específica de cada indivíduo, orientando o seu processo de aprendizagem e

desenvolvimento.

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O professor precisa ser ativo, crítico e criador, propondo situações

problemas, cujas soluções sejam encontradas pelo aluno, levando-o, então, a

descobrir ou reinventar o conhecimento. Como bem pontua Hoffmann:

Essa é a intenção do avaliador: conhecer, compreender, acolher os alunos em suas diferenças e estratégias próprias de aprendizagem para planejar e ajustar ações pedagógicas favorecedoras a cada um e ao grupo como um todo. (NUNES E TEIXEIRA, apud HOFFMANN, p. 14).

O espaço de sala de aula deve ser um ambiente rico em desafios, que

vão propiciar ao aluno a construção de suas próprias convicções, as atividades

em sala, devem ser individuais, coletivas ou em grupos, oportunizando a troca

de pontos de vista que o ajudarão o alcance da cooperação. Assim sendo, os

professores devem propor atividades que desafiem o pensamento do aluno,

para que alcancem autonomia.

O trabalho pedagógico não pode se resumir apenas a sala de aula,

outras atividades devem ser oferecidas aos alunos para vivenciarem na sua

totalidade: pátio, cozinha, dispensa, secretaria, e explorando bem os espaços

em sala de aula, fundamental ter riqueza de estímulos, para que o professor

possa ter uma avaliação diariamente, e saber como o aluno irá se desenvolver

nas dimensões: cognitiva, afetiva, social e perceptivo motora, como afirma

Cunha:

(...) na educação especial, existem instrumentos eficazes para essa verificação, que vai desde a entrevista com os pais ou anamnese do aluno até recursos pedagógicos que encontram na própria sala de aula. Mediante os registros feitos na observação, o professor estimula e exercita o aluno para descobrir suas maiores qualidades e suas maiores carências. Sobre elas, após estudos avaliativos, podendo contar com uma ajuda multidisciplinar, elabora estratégias de atuação. (CUNHA, 2014, p. 79).

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Os métodos para avaliação dos alunos com necessidades educacionais

especiais precisam ser inseridos para que haja uma mudança as formas de

avaliações propostas nas escolas, estas serão adaptadas de acordo com a

necessidade de cada aluno.

Se faz necessário o professor mantenha uma postura questionadora,

buscar entender e compreender como cada indivíduo adquire o saber e

integrar ao que é essencial para o aluno.

O professor precisa avaliar a si mesmo, fazer uma análise dos recursos

pedagógicos que está utilizando. Portanto, o que utilizar para um aluno com

determinada necessidade, poderá não conseguir usar para outro. Essas

especificidades do que fazer educacional serão mensuradas por meio de

avaliações.

As adaptações feitas para os alunos com necessidades educacionais

especiais devem ser realizadas, com boa vontade e acolhimento. A deficiência

não deverá ser apontada de forma constrangedora e nem ignorada.

O importante é que o aluno seja avaliado por cada atividade que realize,

que essa avaliação seja significativa para o desenvolvimento e desempenho

escolar e de cada indivíduo, como afirma Teixeira e Nunes:

Neste sentido, pensar em avaliação requer uma dinâmica reconstrutiva que represente uma prática exercida de acordo com a concepção filosófica de educação e de homem que se prega, pois somos seres constituídos biológica e socialmente, capazes de reproduzir e reconstruir história, identidade e subjetividade. (TEIXEIRA E NUNES, 2010, p. 37).

Uma escola aberta à diversidade precisa manter uma postura

questionadora e buscar conhecimentos para integrar aos conjuntos das ações

humanas necessárias para sobrevivência dos alunos com necessidades

educacionais especiais e até mesmo àquele que no atual momento não

apresentar alguma necessidade que requer uma atenção diferenciada. De

acordo com Cunha:

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O currículo precisa ir do formalismo ao lúdico, e do lúdico ao formalismo, da disciplina à criatividade e da criatividade à disciplina. Seu mote é a autonomia discente, dentro de um processo educativo de prazer pedagógico, criatividade e valorização dos atores escola. (CUNHA, 2014, p. 26).

O sucesso da aprendizagem está em traçar estratégias para ensinar a

turma toda, ajudando os alunos a vencer os obstáculos escolares e se for

necessário fazer as adaptações necessárias, tanto para o conteúdo, o

currículo, quanto para as avaliações.

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CAPÍTULO III

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: FAMÍLIA, ESCOLA E

PROFESSOR

Os pais de alunos com necessidades educacionais especiais precisam

mostrar as habilidades e o sucessos de seus filhos, para que a sociedade os

trate de forma igualitária, respeitando suas limitações. A Interação dos pais

com a escola é muito importante, porque os pais são os principais associados

no tocante às necessidades de seus filhos. De acordo com Cunha (2014,

p.125) “não se pode falar de inclusão escolar, se não houver primeiramente,

inclusão familiar, para que haja uma inclusão social, se faz necessário que

ocorra na família e na escola”.

A família dos alunos com necessidades educacionais especiais

precisam de apoio para poder ajudar o desenvolvimento de seus filhos,

facilitando a informação necessária para que possam entender o desempenho

escolar dos seus filhos. A capacitação no atendimento dos filhos é uma tarefa

de extrema importância, para que possam caminhar e ter a mesma fala do

professor.

As relações de cooperação e apoio deverão ser estreitadas entre toda

equipe escolar e pais, fazendo com que estes últimos participem na tomada de

decisões, em atividades educativas no lar, na escola, e na supervisão e no

apoio de aprendizagem de seus filhos.

É mister que a família e a escola estejam integradas para que haja um

acompanhamento mútuo, assim, escola-família poderão juntos resolver os

problemas que as crianças possam ter, dentro e fora da escola. É preciso que

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os pais e responsáveis assumam um espaço no ensino de seus filhos,

participando da vida do aluno na instituição escolar. O empenho da escola

poderá ocasionar mudanças na família, reuniões e conversas para que se

estabeleça um vínculo e uma troca sobre os procedimentos a serem adotados

no desenvolvimento do aluno.

A família deve adquirir o hábito de dialogar com seus filhos,

independente do apoio educacional que ele necessite, para que possam saber

das dificuldades escolares e de interação que eles necessitam. Para que os

alunos tenham uma vida produtiva tanto na escola como em sua vida

particular, é necessário que a família esteja presente no curso de sua vida,

ajudando-o a superar suas dificuldades, seus medos e carências, sendo um

dos pilares principais de suas vidas.

É necessário haver uma compatibilidade entre a família e todos os

envolvidos que irão cuidar e lidar com o aluno com necessidade educacional

especial, estabelecendo uma relação de confiança, de limites e acolhedora.

Com o intuito de envolver toda família em atividades prazerosas e que tenha

objetivos de ajuda para criança.

A presença da família ajudará na progressão do aluno e será de

extrema importância que os profissionais que acompanham a criança também

estejam integrados a escola, para que juntos possam fazer com que o aluno se

desenvolva cada vez mais, e analisar juntos o que o aluno precisa, e onde

estão as suas dificuldades.

A família precisa se conscientizar que deverá se comprometer em

cumprir as exigências da escola para um bom funcionamento do desempenho

e desenvolvimento do aluno.

Mister se faz que os responsáveis estejam presentes nas diversas

atividades fornecidas pela escola, para que possam se sentir integrados e

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inseridos no ambiente em que o seus filhos estão estudando, e que analisem e

tomem conhecimento de quem são as pessoas que estão transmitindo os

saberes aos seus filhos criem um vínculo com as pessoas envolvidas no

processo de desenvolvimento deles.

A família é responsável por informar a escola se o aluno fará uso de

medicamento, apresentar o diagnóstico e os profissionais que fazem

acompanhamentos e terapias, para que os profissionais da escola possam

estar informados de uma forma geral. Portanto se faz necessário o

envolvimento das famílias e educadores na vida do aluno com necessidades

educacionais especiais. Segundo Cunha:

Reuniões periódicas com pais, relatórios, troca de informações e observação sistemática de possíveis exames médicos-laboratorias fornecem substancial ajuda. Ademais, toda terapia medicamentosa, quando houver, deverá ser de conhecimento dos profissionais da educação. Família e escola são corresponsáveis tanto pelos recursos que serão utilizados quanto pelos desafios. (CUNHA, 2014, p. 128).

A família tem um papel muito importante na formação escolar de seus

filhos, pois tem o dever de saber o que acontece dentro da escola e

acompanhar o seu processo evolução. Devem participar de reuniões de pais e

mestres, nas decisões e nas organizações de festividades. O que for decidido

a respeito do aluno sua família deve estar ciente.

3.1 – O Papel da Escola

O papel da escola é muito importante, pois ela vai ser uma das

responsáveis pela educação dos alunos com ou sem alguma necessidade

educacional especial. Toda escola deve ser uma comunidade coletivamente

responsável pelo êxito ou fracasso de cada aluno.

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Uma boa gestão escolar depende da participação ativa e criativa dos

professores e de todos os envolvidos no processo educacional, da colaboração

e do trabalho em equipe para atender às necessidades dos alunos.

A escola deve proporcionar ao aluno com necessidade educacional

especial, espaços e recursos que o ajudem a superar suas dificuldades e

limitações, para que possa se devolver de forma plena, juntamente com a

interação social que é o pilar principal da relação escola-aluno. De acordo com

Almeida:

Quando avaliamos um espaço, na verdade, avaliamos uma junção de arquitetônico e de relacional. Porém, é este último que determina nossa apreciação ou não para o espaço. Portanto, é muito mais significativo preservar e cuidar das relações que investir somente nos espaços concretos. (ALMEIDA, 2011, p. 114).

A equipe pedagógica da escola precisa ter uma visão holística, em

relação aos profissionais que estão envolvidos no processo de aprendizagem

dos alunos, especialmente os professores. É necessário valorizar o profissional

para que tenha êxito, estar sempre juntos, para que haja troca de

conhecimentos, pesquisando novas estratégias, ampliando métodos de ensino

para que seja possível atingir resultados positivos e atender o conjunto da

sociedade com eficácia. Ressalta Gomes:

É possível afirmar que a parceria e a formação em serviço serão aspectos mais importantes para que o professor não tema a inclusão, No entanto, ser-lhe- ão exigidas uma nova crença, uma nova postura e uma certeza de sua incompletude sem que isso diminua para estar aberto a uma relação dialética entre a teoria e a prática a iluminar seu caminho. (GOMES, 2014, P.60).

A atuação do corpo técnico da escola, na ajuda aos professores é

imprescindível, para o seu aprimoramento em seu desempenho em sala de

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aula, nos conteúdos, métodos, técnicas e formas de organização da classe,

formulando juntos, diretrizes que darão uma direção a ação educativa.

A escola precisa organizar reuniões com as famílias de maneira que

elas se sintam acolhidas, como pode ser observado por Ferreira, (2015, p. 29),

“(...) mostre aos pais o planejamento do bimestre, as metas de aprendizagem

da turma de seu filho, solicite parceria para algo que vai ocorrer no próximo

mês, fale de valores, sensibilize os pais para diálogo com os filhos”.

O principal papel da instituição escolar é o de proporcionar ao educando

com necessidade educacional especial não somente uma socialização, mas o

aprendizado, proporcionando o desenvolvimento cognitivo, intelectual e

cultural.

A equipe escolar deverá acolher os alunos, atuando para que a inclusão

seja eficaz, e atenda às necessidades dos que necessitam de um tratamento

diferenciado. Planejar as adaptações curriculares deve fazer parte da proposta

para os alunos inclusos. De acordo com Silva e Conrado:

O Planejamento de Adaptação Curricular integrado deve ser elaborado de acordo com a proposta pedagógica da escola. É passivo de ajuste quanto à determinação de bimestre, trimestre ou semestre. O importante é que seja elaborado a partir do plano de ensino da turma e do ano/série que o aluno irá cursar. O planejamento deve seguir o quadro de adaptação para cada componente curricular ornando flexíveis os adendos e ajustes conforme a necessidade do aluno e do professor na sua prática pedagógica. (SILVA E CONRADO, 2013, p. 54).

Para que o trabalho seja efetivo, a parceria de todos é de extrema

importância, para que, tanto às famílias quanto os alunos tenham certeza de

que a escola que escolheram é o lugar certo para desenvolverem o

aprendizado. É necessário que alguns critérios, segundo Silva e Conrado

(2013), sejam cumpridos para o melhor atendimento à clientela:

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Solicitar à família um laudo do diagnóstico da síndrome, do transtorno, da deficiência a qual a criança possui; notificar o diagnóstico aos professores que serão responsáveis pelo processo de aprendizagem da criança; readaptar o quadro dos componentes curriculares e reorganizar os conteúdos do ano/série do plano de aula, estabelecendo os objetivos que o aluno deve alcançar, elencando o que é necessário desenvolver com o mesmo; estabelecer contato com o profissional e/ou especialista que acompanha o aluno fora da escola para seguir as orientações e os procedimentos adequados; auxiliar e incentivar os educadores a estarem sempre atentos a subsídio, textos, leituras, palestras, seminários, congressos, cursos que possam favorecer a atuar de maneira mais precisa com os alunos inclusos (...). (SILVA E CONRADO, 2013, p. 53).

A adaptação dos espaços físicos é de fundamental importância, os

banheiros adequados a necessidade dos alunos, rampas de acesso, salas de

recursos, e o que for necessário às condições apresentadas pelo aluno diante

de suas necessidades. Para construção de uma sociedade inclusiva, é preciso

que não haja preconceitos, onde todos tem direito à sua individualidade.

É primordial, entretanto, que todas as escolas que recebem alunos com

alguma necessidade especial, tenham uma visão holística, bem planejada e

estruturada para que seus direitos sejam respeitados e que não seja apenas

uma permanência física desses alunos junto aos demais educandos, mas que

representem a ousadia de rever concepções e paradigmas, respeitando as

suas diferenças e atendendo as suas necessidades.

3.2 – O Papel do Professor

O professor para sua atuação com educação inclusiva, precisa

primeiramente de amor a profissão e aos seus alunos, entender que os alunos

com necessidades educacionais especiais precisam do seu olhar diferenciado,

que vai além de uma simples colocação em sala de aula.

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O professor precisa garantir ao aluno direito à educação, não se

preocupando apenas em transmitir o conhecimento, mas também com o amor,

pode oferecer uma escola e um ensino de qualidade.

A busca por uma educação para todos, com excelência, se faz

necessário que o professor tenha essa convicção, portanto, precisa se

atualizar, conhecer os seus alunos, o que ele é capaz de aprender e conhecer

suas limitações. Segundo Silva e Conrado:

O principal papel do professor diante da inclusão é reestruturar seu plano de ensino e sua didática na sala de aula, organizar pequenos projetos, dinâmicas, leituras, filmes, dramatizações que propiciem um espaço para desenvolver, aprimorar e ampliar posturas adequadas, bem como saúde emocional e social entre os próprios alunos, enaltecendo o respeito às diferenças, a solidariedade, a amizade, fortalecendo as atitudes e os resultados positivos (...). (SILVA E CONRADO, 2013, p. 49).

As necessidades dos alunos são inúmeras, e o professor deverá

observar, buscar o conhecimento e entendimento daquilo que não souber e

solicitar ajuda no que julgar necessário, tanto da equipe escolar, quanto da

família e dos especialistas que acompanham os alunos. Para que se possa

proporcionar um ensino com excelência e qualidade, quebrando as barreiras

que existem dentro de suas mentes. Assim ressalta Campbell:

A educação inclusiva supõe que o professor saia da sua solidão, arrogância, falso domínio e tenha a coragem de assumir o preconceito, a dificuldade, o medo, a impotência diante da diversidade porque só assim terá condições de aprender e rever suas estratégias pedagógicas. Enquanto ele for arrogante ou enquanto escamotear, negar, mentir, ele não poderá ser ajudado. E ele pode aprender isso inclusive com seus próprios alunos, pois temos mais a aprender com os deficientes do que supomos. (CAMPBELL, 2009, p.158).

É importante ressaltar que se o aluno estiver fazendo acompanhamento

com especialistas, o professor deverá ter encontros para uma troca de

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informações sobre o desenvolvimento do aluno, como afirma Campbell (2009,

p. 159) “(...) é importante conversar com os especialistas ao longo de todo ano

para acompanhar seu desenvolvimento. Isso pode ajudá-lo muito a planejar as

aulas, definir estratégias e escolher os melhores materiais (...)”.

O professor deve se informar sobre as especificidades dos seus alunos

e fazer com o ambiente se torne agradável para que se sinta incluso nas

atividades, mudar o foco das incapacidades para as potencialidades dos

educandos incluir novas estratégias para que alcance os objetivos propostos.

De acordo com Silva e Conrado, o professor precisa:

O professor hoje precisa ter em mente que o planejamento ou plano de aula não é apenas um conjunto de conteúdos pedagógicos jogados no papel. No planejamento, cabem os projetos e as alterações que faremos durante, sua execução, cabe acrescentar o comentário de um aluno que pode repercutir em uma aula prazerosa, cabe principalmente aliar paradidático ao lúdico; coisa que muitas vezes não acontece. (SILVA E CONRADO, 2013, p. 48).

O professor deve considerar que a criança desenvolve-se mediante um

processo evolutivo, dinâmico que envolve vivências e desafios. O papel do

professor é fazer que a educação seja dada a todos, inclusive atender as

diferenças e necessidades dos alunos em sala de aula.

Segundo Perrenoud, que analisa a cultura profissional dos professores

de apoio experientes, suas competências, representações, atitudes e saberes:

Saber observar uma criança na situação, com ou sem instrumentos; dominar um procedimento clínico (observar, agir, corrigir, etc,), saber tirar partido das tentativas de e erros, possuir uma prática metódica, sistemática; saber construir situações didáticas sob medida (mais a partir do aluno que do programa); estar familiarizado com uma abordagem ampla da pessoa, da comunicação, da observação, das intervenções e da regulação; ter domínio teórico e prático dos aspectos afetivos e relacionais da aprendizagem e possuir cultura psicanalítica básica; saber que, muitas vezes, é necessário abandonar o registro propriamente pedagógico para

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compreender e agir de modo eficaz (...). (PERRENOUD, 2000, p. 60).

Os professores com sua criatividade e conhecimento, poderão

desenvolver atividades e elaborar estratégias e projetos que visem a troca de

informação e conhecimento, com o compromisso de uma educação de

qualidade para todos os seus alunos.

O educador que de fato acolhe a inclusão procura conhecer os seus

alunos, busca conhecimento sobre a necessidade específica do mesmo, e

procura a capacitação necessária para sua vida profissional. Não se limita a

somente dizer que desconhece ou que não está preparado, o profissional

pesquisa e se qualifica para fazer a inclusão realmente acontecer.

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CONCLUSÃO

A escola inclusiva é extremamente importante e valiosa, pois os alunos

com necessidades educacionais especiais têm a oportunidade de romper suas

limitações. Para que seja uma escola de qualidade e faça a inclusão com

excelência, os espaços devem ser bem planejados e os recursos diferenciados

a serem utilizados precisam fazer parte da vida escolar do aluno, para que

possa ter um desenvolvimento pleno.

O respeito e a valorização da diversidade dos alunos, exigem que a

escola defina sua responsabilidade no estabelecimento de relações que

possibilitem a criação de espaços inclusivos.

É no projeto pedagógico que a escola se posiciona em relação a seu

compromisso com uma educação de qualidade para todos os seus alunos. A

escola deve assumir um papel de propiciar ações que favoreçam determinados

tipos de interações sociais, definindo em seu currículo uma opção por práticas

heterogêneas inclusivas.

A inclusão é um mundo onde todos têm acesso às oportunidades de ser

e estar na sociedade, de forma participativa, desenvolvendo juntos suas

habilidades e inteligências. Esse construir juntos requer disposição para

dialogar, aprender, compartilhar e trabalhar de maneira integrada no processo

de mudanças de gestão e prática pedagógica.

Uma escola inclusiva oferece oportunidades múltiplas a todos, não

apenas às aprendizagens acadêmicas, mas aquelas que se referem à

sensibilidade pela diversidade humana.

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As atividades desenvolvidas para os alunos precisam ser adaptadas de

acordo com a necessidade específica de cada um, para que haja de fato um

aprendizado e que o aluno seja realmente incluído. Se faz necessário que as

avaliações propostas para este aluno sejam elaboradas com estratégias

diferenciadas, observando as suas habilidades e competências de uma forma

holística e diária.

Os gestores de uma escola inclusiva devem priorizar a qualificação de

seus profissionais, portanto precisam estar sempre estimulando a uma busca

de conhecimentos, para que sua equipe possa estar preparada para atender

às crianças que necessitam de uma atenção diferenciada.

O professor é responsável pelo aprendizado de todos os alunos,

portanto precisa se qualificar, e adotar novas práticas e procedimentos. A

finalidade é de ajudar o aluno, contemplando as dimensões: cognitiva, afetiva,

social, e perceptivo motora, investigando qual a melhores estratégias e

atividades para que o aluno alcance os objetivos propostos. Deve considerar

que o aluno desenvolve-se mediante um processo evolutivo dinâmico que

envolve troca de vivências e desafios.

A escola, família, professor e todos os envolvidos na aprendizagem do

aluno com necessidades educacionais especiais precisam criar um vínculo

para que haja troca de informações sobre o desenvolvimento e desempenho

deste educando, e, assim, decidirem juntos qual melhor estratégia a ser

adotada para que o aluno se sinta motivado, a aprender, e que consiga

continuar sua caminhada escolar.

A família precisa buscar estimular seu filho, é muito importante que essa

ajuda venha de um profissional/especialista que saiba como lidar com a

necessidade específica da criança para fornecer ferramentas e estratégias que

ajudem no desempenho e desenvolvimento. Em uma busca do que significa o

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aprender para esse aluno e sua família, tentando descobrir a função do não

aprender.

A inclusão está vinculada ao amor, portanto só conseguiremos realizar

de fato e com excelência a inclusão quando rompermos os nossos próprios

limites e preconceitos. Assim, possibilitaremos a este educando a construção

de identidade, fortalecimento da autoestima e uma aprendizagem que para ele

será de grande valia.

Todos os alunos, independente de classe, raça, gênero, sexo,

características individuais ou necessidades especiais devem aprender juntos,

demonstrando respeito à diferença e compromisso com os direitos humanos.

Fazendo com que sejam úteis, trabalhem, atuem ativamente dentro da

sociedade. É uma das formas de combater a exclusão existente.

Mister se faz que todos os envolvidos com a educação de alunos com

necessidades educacionais especiais, que não pratiquemos a inclusão

somente para que se cumpra a lei, mas que coloquemos em prática todas as

propostas que são solicitadas, e que possamos contribuir para que esses

alunos tenham um aprendizado e uma convivência de qualidade.

A pessoa com necessidade educacional especial é um ser social e

pensante dentro da sociedade. Precisamos acreditar neles, incentivando a

exporem suas idéias, estimulando a interagir com os colegas e proporcionando

alternativas para que a aprendizagem seja concretizada.

Diante de tal situação, é necessário que todos lutemos por uma

sociedade mais justa, que todos os direitos sejam respeitados, que não sejam

marginalizados. Ajudando as famílias que tanto necessitam de uma diretriz

para saber lidar com a necessidade específica do seu filho.

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Toda criança deve estar na escola, independente da dificuldade que

tenha, o preconceito, deve ser banido do nosso vocabulário e o amor, carinho

e respeito, devem ser sublinhados para não serem esquecidos.

A educação para todos precisa ser exercida, e que ela comece por você,

um educador que fará a diferença na vida do seu aluno com necessidade

educacional especial e na família dessa criança.

A escola empenhada na busca da excelência, oferece aos alunos os

melhores serviços no seu atendimento pedagógico, oferecendo um currículo

diferenciado, seja pelo relacionamento, com os aluno, familiares e

comunidade.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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ZAPPAROLI, Kelem. Estratégias lúdicas da criança com deficiência. Rio de

Janeiro: Wak Editora: 2013.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA 10

1.1 – Breve Histórico da Educação Inclusiva 12

1.2 – Deficiência 13

1.3 – Alunos com necessidades educacionais especiais 14

CAPÍTULO II

EDUCAR NA DIVERSIDADE 18

2.1 – A escola inclusiva 20

2.2 – Avaliando o aluno com necessidades educacionais especiais 22

CAPÍTULO III

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: FAMÍLIA, ESCOLA E PROFESSOR 26

3.1 – O Papel da escola 28

3.2 – O Papel do Professor 31

CONCLUSÃO 35

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39

ÍNDICE 41